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IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE
O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
MUSEUS: UM SENSÍVEL OLHAR SOBRE A SOCIEDADE
*Josefa Telma Santos Rodrigues1
*Idilene dos Santos2
RESUMO
Neste artigo pretende-se discutir sobre a ideia de museu e memória. – visando focar que
A memória, é uma parte fundamental da vida de todos seres humanos e com o tempo
pode ser deteriorada. Para que esta de alguma forma seja preservada, existem os museus
que são espaços de salvaguarda da memória coletiva da sociedade. Para conhecer um
pouco da história de museus e memória, foi percorrido os campos da história e das
ciências sociais como também a pesquisa local. Nesses campos, são apresentadas ideias
de, Jacques Le Goff, Pierre Nora, Marilia Xavier Cury, Betânia Gonçalves Figueiredo,
Marlene Suano, Veronica Maria Meneses Nunes, entre outros, para, finalmente,
conhecer e valorizar a ideia de memória salvaguardadas nos museus – para além de
qualquer oposição entre individual e coletivo.
PALAVRAS-CHAVE: Museu, Memória, História.
ESQUECER E LEMBRAR: MEMÓRIA E SUA RELAÇÃO COM O PASSADO
“Museu: coisa velha, coisa antiga”3. Muitas pessoas pensam que o espaço de
memória é um lugar de velharias, mas afinal qual a finalidade deste espaço de
memórias? Qual a sua importância? Para tentar responder a essas e outras perguntas,
alguns autores trabalham com a ideia de museu. Entre eles estão Letícia Julião, Marília
1 Graduada em licenciatura em História pela Faculdade José Augusto Vieira, [email protected] 2 Graduada em licenciatura em História pela Faculdade José Augusto Vieira, [email protected] 3 CHAGAS, Mario. Museu: coisa velha, coisa antiga. Rio de Janeiro, UNIRIO, 1987. p. 20.
IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE
O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
Xavier Cury, Marcus Granato, Úrsula Rosa da Silva, Marlene Suano, Mario Chagas,
entre outros.
A autora Marlene Suano define o termo museu como sendo: “uma coleção de
espécimes de qualquer tipo e está, em teoria, ligado com a educação ou diversão de
qualquer pessoa que queira visitá-la.”4 Deste modo é notória a percepção de que o
museu não pode tornar-se um lugar fechado ao público, pelo contrário ele deve estar de
portas abertas para atender a quem tem interesse em visitá-lo e conhecê-lo.
No dia 6 de julho de 2001, foi aprovada pela 20ª Assembleia Geral em
Barcelona e Espanha o decreto de lei onde define que para uma instituição ser
considerada museu precisa ser uma:
Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e
do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva,
investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de
seu entorno, para educação e deleite da sociedade.5
Ao fazermos um confronto entre as ideias de Suano e do IBRAM6, podemos
perceber que ambos veem o museu como um espaço próprio, para levar às pessoas
informações que lhe acarretarão um bom conhecimento acerca do que é exposto.
Através desta ação o público poderá se divertir conhecendo melhor o lugar onde vive e
aprendendo mais, consequentemente tendo uma educação voltada à preservação dos
bens culturais da sua cidade.
Os museus guardam objetos que podem e devem ser estudados, analisados e
conservados. Ana Carolina Gelmini de Faria, como os autores acima mencionados
também aborda a ideia de museu como:
4 SUANO, Marlene. O que é museu. São Paulo: Brasiliense, 1986. p. 10. 5 IBRAM. Museu: o que é museu. Disponível em:< http://www.museus.gov.br/museu/htm >acesso em 10
de março de 2013. 6 Instituto Brasileiro de Museus
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[...] uma representação da sociedade - manifestação de seus costumes
e ações, reprodução essa do real a partir do que pensamos por mundo.
Devido a esta importância social e compromisso com as memórias
coletivas, deve retratar e trabalhar seus temas expositivos em todas as
suas dimensões, enfatizando também momentos obscuros em que seus
temas estão contextualizados.7
A temática trabalhada pela autora, não difere das trabalhadas anteriormente, mas
na citação Faria menciona um ponto importantíssimo para a definição de museu.
Segundo ela a sociedade precisa ver-se representada no museu, perceber que de alguma
forma faz parte daquele lugar. Sem essa função de tornar o indivíduo parte integrante da
história, o museu nada mais seria do que um depósito de “coisas velhas”.
Pierre Nora afirma em seu texto “os lugares de memória, uma outra história”
que: “Mesmo um lugar de aparência puramente material, como um deposito de
arquivos, só é lugar de memória se a imaginação o investe de uma aura simbólica.”8
Com isso fica claro que a função de um museu não é apenas “guardar coisas
velhas e sem sentido”, mas é fazer com que memórias de um grupo de uma sociedade
sejam preservadas, mantidas a salvo dos esquecimentos que o tempo traz e sejam um
símbolo de quem o cerca. Manter essas memórias a salvo em um museu é pensar no
futuro da sociedade, é crer que em um futuro próximo ou distante pessoas irão ver o
objeto e se identificar.
Diante das reflexões acerca do que vem a ser o museu, o autor Marcus
Granato,9( 1991, apud SCEINER, 2004, p. 39) aponta que:
7 FARIA, Ana Carolina Gelmini de. Temas expositivos contemporâneos nos museus. Revista Eletrônica
Jovem Museologia. Ano 02, nº. 03, fevereiro de 2007. Disponível em: <
http://www.unirio.br/jovemmuseologia/htm > acesso em 02 de março de 2013. 8 NORA, Pierre.Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo:
PUC-SP. N° 10, p. 21. 1993.
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Museu seria um nome genérico que se dá a um conjunto de
manifestações simbólicas da sociedade humana, em diferentes tempos
e espaços. As diferentes formas de museu nada mais seriam então do
que representações (ou expressões) deste fenômeno, em diferentes
tempos e espaços, de acordo com as características, os valores e visões
de mundo de diferentes grupos sociais.10
O museu é visto como um lugar onde as pessoas possam se perceber ali dentro.
Contribui para manter uma inclusão social, ou seja, todos os tipos de objetos
independentes de classes das sociais a que pertencem podem ser expostos, basta apenas
que preserve a identidade local.
Como nota Le Goff em seu livro, história e memória, todo vestígio, informação
é uma fonte que retrata a sociedade de cada época. Deste modo as lembranças acabam
saindo da cabeça dos indivíduos e tornando-se algo concreto, palpável. A partir desta
reflexão Le Goff, nos mostra que:
Nos templos e cemitérios, nas praças e avenidas das cidades, ao longo
das estradas até <<no coração da montanha, na grande solidão>>, as
inscrições acumulavam-se enchendo o mundo greco-romano de um
esforço extraordinário de comemoração e de perpetuação da
lembrança. A pedra, e frequentemente o mármore, servia de suporte
ao excesso de memória.11
A ideia abordada pelo autor demonstra que para uma instituição ser considerada
um museu, não é exigido exclusivamente que ele seja um lugar fechado. Todo espaço
que guarde vestígios de uma história, pode e deve ser considerado museu.
Não se tem uma ideia exata de como ou quando surgiram os museus, entretanto
muitos autores apontam que desde muito tempo já existiam uma preservação por
9 GRANATO, Marcus. Memória e patrimônio. A diversidade de profissionais que atuam em museus. In:
Memória e Patrimônio: Ensaios Sobre a Diversidade Cultural. Pelotas. UFPel. 2008. 10 GRANATO, Marcus. Memória e patrimônio. A diversidade de profissionais que atuam em museus. In:
Memória e Patrimônio: Ensaios Sobre a Diversidade Cultural. Pelotas. UFPel. 2008. p. 43. 11 LE GOFF, Jacques. História e memória, IIº volume memória. Edições 70, 2000. p. 17
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objetos que eram guardados. Para Marcos Aurélio Rossi: “O museu surgiu quando o
homem começou colecionar objetos, de origem profana ou religiosa e essas coleções de
objetos até o século XVII eram particulares.”12
A autora Suano também aponta sua visão de como começaram a surgir os
museus. Como Rossi, ela também afirma que guardar objetos não é tão atual. Na citação
abaixo podemos perceber como isso era possível:
E a partir do século III a.C., estátuas e pinturas eram colocadas ao
longo dos corredores de edifícios públicos romanos, como as termas,
os fóruns, as basílicas, etc. Júlio Cesar doou suas coleções ao templo
de Vênus Genetrix, e vários outros imperadores seguiram o seu
exemplo. As coleções dos templos eram perfeitamente visitáveis pelo
público comum e algumas coleções particulares eram abertas à
visitação, como do imperador Agripa, que conciamava outros romanos
a imitá-lo.13
Assim como Suano, Letícia Julião aponta que, os museus tiveram a sua
denominação na Antiguidade, é de origem grega e se propagaram até os dias atuais. Isso
pode ser notado com a citação abaixo:
É de conhecimento corrente que a palavra museu origina-se na Grécia
Antiga. Mouseion denominava o templo das nove musas, ligadas a
diferentes ramos das artes e da ciência, filhas de Zeus com
Mnemosine, divindade da memória. Esses templos não se destinavam
a reunir coleções para a fruição dos homens, eram locais reservados à
contemplação e aos estudos científicos, literários e artísticos. A noção
contemporânea de museu, embora esteja associação à arte, ciência e
memória, como na antiguidade adquiriu novos significados ao longo
da história.14
12 ROSSI, Marco Aurelio. Museu Viacredi: lazer e cultura. Disponível em: <
http://www.revistaturismo.com.br/artigos/lazerecultura.html > Acesso em: 20 de novembro de 2012. 13 SUANO, Marlene. O que é museu. São Paulo: Brasiliense, 1986. p.12-13. 14 JULIÃO, Letícia. Apontamentos sobre a história do museu. Disponível em:
<http://www.museus.gov.br/sbm/downloads/cadernodiretrizes_segundaparte.pdf> acesso em 19
novembro de 2012.
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Ao apontar as musas da Grécia Antiga, Julião, relata um pouco do mito da deusa
Mnemosine. Na mitologia essa deusa é tida como a guardiã da memória, ela é
responsável por lembrar aos homens o que eles acabaram esquecendo. Mnemosine teve
um relacionamento com Zeus, de onde nasceram nove musas. Até os dias atuais essa
deusa é conhecida como a responsável pela preservação da memória dos homens.
Diante desta reflexão, é chamada a atenção para o ponto de que o mito está
relacionado com a ideia de memória. Como Julião, Le Goff, também aponta em seus
estudos a ideia de Mnemosine, a qual ele afirma que:
Os Gregos da época arcaica fizeram da memória uma deusa,
Mnemosine. É a mãe das nove musas que ela procriou no decurso de
nove noites passadas com Zeus. Lembra aos homens a recordação dos
heróis e dos seus altos feitos, preside à poesia lírica. O poeta é, pois,
um homem possuído pela memória, o aedo é um adivinho do passado,
como o adivinho o é do futuro.15
Desta ideia explicitada acima, surgem os poetas. Exímios escritos e que em seu
trabalho ajudam a preservar esse patrimônio da sociedade que é a memória local. O
poeta acaba tornando-se um “dono da memória”. Ao se apossar da memória e coloca-las
no papel para serem guardadas e lidas por pessoas de diferentes espaços, prestam um
relevante serviço à humanidade.
Para que esse trabalho dê certo, é necessário que haja uma cooperação, um
trabalho em equipe, para que a instituição saia dos planos e torne-se algo real, palpável.
Em seu texto, Marcus Granato explica da seguinte forma:
Além dos museólogos, nessa área da conservação, entram químicos,
engenheiros de materiais, arquivistas, historiadores, artistas plásticos,
dentre outros. Ou seja, profissionais que, de uma forma ou de outra,
15 LE GOFF, Jacques. História e memória, IIº volume memória. Edições 70, 2000. p. 22-23
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tem uma relação com os materiais que precisam ser conservados e/ou
com os processos de deterioração que os decompõem, ou com o
processo de seleção e valorização desses objetos que irão construir o
patrimônio a ser preservado.16
Para conseguir encontrar objetos que possam ajudar na confecção dos acervos,
esses profissionais saem à busca do material. Muitas vezes pessoas que desejam ter um
objeto seu exposto em um museu doam fotos, cartas, enfim tudo que de algum modo
possa ser utilizado para a preservação da memória coletiva. Ao doar este objeto
histórico a pessoa tem em mente qual a importância de tal ação para a sociedade.
Figueiredo afirma em seu texto que:
Fazer uma oferta ao museu é uma forma de apropriação física do
espaço publico e de resignificação dos sentidos que esta instituição
propaga, mesmo que seja para devolvê-los ao imaginário social como
formas melhor lapidadas de norma social.17
Ou seja, o ato de doar desperta na pessoa a ideia de que naquele espaço está um
objeto seu. Dessa forma apropria-se daquele lugar como algo seu que o remete ao
passado, trazendo lembranças suas ou de terceiros que fazem parte do seu passado.
Muitos autores trabalham um assunto que está relacionado com a humanidade,
mas que em sua maioria passa despercebida, a memória. Todos a possuem, entretanto
nem todos se interessam ou se questionam como funciona, sabem que a possui, mas não
param para pensar o porquê de sê-la dono de tão precioso bem. Jacques Le Goff, Luana
Aparecida Matos Leal, entre outros pesquisaram e chegaram à conclusão de que:
A memória pode-se traduzir como as reminiscências do passado, que
afloram no pensamento de cada um, no momento presente; ou ainda,
16 GRANATO, Marcus. Memória e patrimônio. A diversidade de profissionais que atuam em museus. In:
Memória e Patrimônio: Ensaios Sobre a Diversidade Cultural. Pelotas. UFPel. 2008. p. 46 17 FIGUEIREDO, Betânia Gonçalves, VIDAL, Diana Gonçalves. op. cit 2005. p.
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como a capacidade de armazenar dados ou informações referentes a
fatos vividos no passado.18
Segundo Leal, estas informações que guardamos por muito tempo e que surgem
sem dar sinais são chamadas de memória. Durante nossa vida passamos por diversas
situações, algumas importantes outras nem tanto, mas seja ela insignificante ou não fica
guardada na mente para que um dia possa ser lembrada e passada para outras pessoas.
Existem dois tipos de memórias, a memória individual que o individuo guarda
para si ou passa para outras pessoas acontecimentos de sua vida. Há também a memória
coletiva, que como o próprio nome já mostra é vivida por muitas pessoas. Estes tipos de
memória mesmo possuindo nomes diferentes estão tão relacionados que não podem ser
estudadas ou entendidas separadamente.
Para Le Goff, as sociedades que dominam a memória coletiva e as mantém
sempre vivas consegue ter um domínio sobre aqueles grupos que não conhecerem a sua
história. Todos possuímos uma memória individual, mas o que mantém a sociedade
forte são as coletivas. Pensando desta forma Le Goff enfatiza que:
[...] a memória coletiva não é apenas uma conquista: é também um
instrumento e um objectivo de poder. As sociedades nas quais a
memória social é principalmente oral, ou as que estão em vias de
construir uma memória colectiva escrita, permitem melhor
compreender esta luta pelo domínio da recordação e da tradição, esta
manifestação da memória.19
Leal afirma que:
18 LEAL, Luana Aparecida Matos. Memória, rememoração e lembrança em Maurice Halbwachs.
Disponível em: < http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/045.pdf >. Acesso em 20 de
fevereiro de 2013. p. 01. 19 LE GOFF, Jacques. História e memória, IIº volume memória. Edições 70, 2000. p. 57
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[...] as memórias de um indivíduo nunca são só suas e que nenhuma
lembrança pode existir apartada da sociedade.[...] as memórias são
construções dos grupos sociais, são eles que determinam o que é
memorável e os lugares onde essa memória será preservada.20
Para Jacques Le Goff:
A memória, à qual a história chega, que por sua vez a alimenta,
procura salvar o passado apenas para servir o presente e o futuro.
Devemos trabalhar de forma que a memória colectiva sirva para
libertar e não para escravizar os homens.21
Sem a memória, jamais conseguiríamos ter uma História. Seja ela escrita ou oral
o maior propósito de se manter uma memória coletiva preservada é que ela de alguma
forma seja passada para outras pessoas. Sem a conservação ou o cuidado com as
recordações muitas coisas importantes da sociedade são esquecidas e dificilmente virão
á tona.
Seguindo por este viés a autora Leal afirma também que:
As lembranças da infância na família e com os amigos, as relações
escolares e os grupos de trabalho mostram que estas recordações são
essencialmente memórias de grupo e que memórias individuais só
existe na medida em que esse individuo é um produto de um grupo.22
Estamos com a nossa memória sempre em funcionamento, armazenando ou
relatando acontecimentos. Muitas vezes determinada lembrança é deteriorada ou
vestígios dela são esquecidos com o tempo. Para que isso não afete significativamente
as recordações vividas é essencial que este momento seja vivido por mais de uma
20 LEAL, Luana Aparecida Matos. Memória, rememoração e lembrança em Maurice Halbwachs.
Disponível em: < http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/045.pdf >. Acesso em 20 de
fevereiro de 2013. p. 01 21 LE GOFF, Op. Cit. p. 59 22 LEAL, Luana Aparecida Matos. Memória, rememoração e lembrança em Maurice Halbwachs.
Disponível em: < http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/045.pdf >. Acesso em 20 de
fevereiro de 2013. p. 01.
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pessoa. A partir do momento em que as dúvidas ocorrerem à troca de ideias, por parte
de quem participou do acontecido, poderá esclarecer duvidas que foram apagadas com o
tempo, tornando assim a recordação mais segura.
[...] uma recordação será ainda mais confiável quando determinada
lembrança faz parte não apenas de nossa memória como também da
memória de outros integrantes do grupo e, na medida em que esses
fatos assumem importância maior, acreditamos vivê-lo com mais
intensidade.23
Com essa afirmação, a autora não quis dizer para não confiarmos em nossas
lembranças, mas sim ressaltar quando duas pessoas, ou mais, falam as mesmas coisas a
probabilidade de esquecer algo ou de tal recordação não ser fidedigna cai pela metade,
uma vez que duas pessoas pensam (lembram) mais que uma.
Mesmo não vivendo determinadas época, os pensamentos nos veem a cabeça.
Esse fato pode ser explicado com a citação de Le Goff onde ele afirma que:
As características do monumento são ligar-se à capacidade -
voluntária ou involuntária – de perpetuar as sociedades históricas (é
um legado à memória coletiva) e reenviar para testemunhos que só
numa parcela mínima são testemunhos escritos.24
Com o intuito de preservar estas memórias que poderiam ser esquecidas,
começaram a surgir os memoriais, que menores em tamanho, mas com a mesma
importância florescem na sociedade e começam a ocupar o seu lugar de direito. Nestas
instituições como nos museus, também são guardados objetos que fazem despertar nas
pessoas recordações. Para Almeida:
23 LEAL, Luana Aparecida Matos. Memória, rememoração e lembrança em Maurice Halbwachs.
Disponível em: < http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao18/artigos/045.pdf >. Acesso em 20 de
fevereiro de 2013. p. 07 24 LE GOFF, Jacques. História e memória, IIº volume memória. Edições 70, 2000. p. 104
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O memorial não é somente um monumento arquitetônico, mas a
reencenação figurada de um gesto gerador de nacionalidade e que,
pela evocação, permite a celebração, com seus efeitos pedagógicos.
Estão aqui presentes todos os elementos que tornam esse conjunto
precioso documento histórico [...].25
Criar um memorial, não é apenas construir paredes, mas sim um ambiente onde
acontecimentos que marcaram a sociedade serão colocados. Não adianta existir um
espaço físico, se suas dependências não chamarem a atenção do público para as visitas.
Sem a identificação por parte das pessoas que frequentam o memorial, não terá função
educativa alguma.
Os autores Adriana Martara Almeida e Camilo de Melo Vasconcelos apontam
em seus relatos que o museu apresenta uma experiência educativa muito forte. Muitos
professores levam seus alunos a um espaço museal com a finalidade de mostrar-lhes na
prática assuntos que foram abordados na sala de aula. Seja criança ou adulto, conseguirá
entender melhor o que é explicado pelo docente se tiver um contado visual com o
assunto.
Com essa finalidade, os museus assumem um saber muito importante para os
alunos, uma vez que este é um espaço de conhecimento. Entretanto de nada valerá a
visita a esta instituição se os alunos não conseguirem entender qual a finalidade de cada
exposição, se eles não sentirem parte daquele ambiente. Com base na citação de
Almeida que afirma o que foi mencionado acima vemos que: “[...] não basta visitar uma
exposição museológica para que ocorra um processo educativo: é preciso compreender
as mensagens propostas pela exposição e construir novos significados a partir delas.”26
25 ALMEIDA, Adriana Martara; VASCONCELOS, Camilo de Melo. Porque visitar museu. In: O saber
histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: contexto, 2004. 26 ALMEIDA, Adriana Martara; VASCONCELOS, Camilo de Melo. Porque visitar museu. In: O saber
histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: contexto, 2004.
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Segundo a autora Almeida, é através das ações educativas estabelecidas nos
museus que essa ideia de que, os visitantes possam entender a mensagem passada pela
exposição, seja mais compreensiva. A partir das explicações voltadas para cada tipo de
individuo é que haverá a certeza do entendimento de todos sobre o assunto. As pessoas
que fazem parte da exposição dos objetos precisam usar uma linguagem diferente para
cada tipo de plateia, para que deste modo o entendimento seja para todos.
O autor Granato, por várias vezes cita em sua obra a relevância dos espaços de
memórias e suas ações educativas, e uma de suas explanações sobre a importância de
exposições nos museus como uma forma de ação educativa e de cumprimento da
finalidade do museu e expor seu acervo desta forma:
Sem as exposições, os museus poderiam ser coleções de estudo,
centros de documentação, arquivo, poderiam ser também eficientes
reservas técnicas, centros de pesquisa ou laboratório de conservação,
ou ainda centros educativos cheio de recursos – mas não museus.27
Assim sendo podemos notar que qualquer ambiente pode guardar objetos de
varias espécies, mas nem por isso este espaço pode ser considerado museu. Para isso é
preciso que haja uma organização e principalmente que a aconteçam exposições ao
publico. Essa é uma das formas, pela qual o ambiente museal se diferencia doa lugares
onde são guardados os objetos.
Preservar segundo o dicionário Cegalla é: “evitar a destruição de; conservar;
proteger”.28, essas poucas palavras demonstram o verdadeiro significado de preservar.
27 (Apud SCHEINER. 1991. p. 109) GRANATO, Marcus. Memória e patrimônio. A diversidade de
profissionais que atuam em museus. In: Memória e Patrimônio: Ensaios Sobre a Diversidade Cultural.
Pelotas. UFPel. 2008. p. 48. 28 CEGALLA, Domingos Pascoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2005. p. 692.
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Essa é uma ação, a qual devemos sempre estar atentos, a ideia de conservar algo que já
existe para que um dia alguém possa conhecer é de suma importância.
O ato de se guardar algo, para a posterioridade, é muito importante. A partir do
momento que objetos de uso pessoal da sociedade são preservados, também ajuda assim
a conservar o passado. A ideia de preservação da memória, de objetos, ainda é muito
recente aqui no Brasil, entretanto esta prática ajuda a manter viva e acesa a história
coletiva dos brasileiros.
Qualquer obra feita, da mais simples a mais elaborada, é um vestígio deixado
para a posterioridade. De uma simples casa de taipa, a um monumental castelo, existe a
sua história. Varias memórias foram construídas e vividas naquele espaço. Não deve
haver distinção de um lugar para o outro, cada um possui a sua importância fundamental
na vida de alguém.
Essas memórias construídas de concreto, só serão resguardadas do tempo e das
pessoas, quando estas tomarem conhecimento de que sua história de vida está sendo
representada por essas construções. Preservar é manter vivas as lembranças de um
determinado grupo de pessoas, é manter a ideia de que todos somos sujeitos históricos
que precisamos deixar nossa marca na história.
Enfim esses espaços de memórias sejam eles museu, memorial ou lugares de
memórias tem em sua essência registros e marcas de um passado que traz consigo nossa
identidade. É fundamental que tanto os alunos quanto professores visitem esses espaços
para conhecerem os vestígios que foram deixados, por nossos antepassados, e a partir
dai podermos conhecer um pouco da história do nosso passado. É muito importante que
os alunos se envolvam com o que é exposto.
IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE
O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
HISTORIOGRAFIA SERGIPANA: UM CAMINHO SOBRE A HISTÓRIA DOS
ESPAÇOS DE MEMÓRIA SERGIPANOS
O território sergipano abriga em seu entorno, vestígios sobre o nosso passado.
Um lugar onde podemos perceber isso é nos museus. Aqui podemos encontrar museus,
memoriais, espaços de memória e entre eles estão: Museu Afro-Brasileiro de Sergipe,
Museu Histórico de São Cristóvão, Museu de Arte Sacra de Laranjeiras, Memorial da
Bandeira, Museu Galdino Bicho, Museu dos Ex-votos de Sergipe, Museu da gente
sergipana, Museu Olímpio Campos, Memorial do tribunal de Justiça, entre outros.
A autora Verônica Maria Meneses Nunes, na obra “o despertar do conhecimento
na colina azulada” aponta a definição de museu como sendo:
[...] uma derivação da expressão latina museum que, por sua vez vem
do grego museîon, templo dedicado às musas29, isto é, casa das musas,
que são filhas de Zeus e Mnemosine, associadas às práticas culturais.
[...] A origem mitológica nos permite entender o museu na ótica de
Pierre Nora, como “lugar de memória” (mnemosine) e como lugar de
poder (Zeus), dai os museus serem vistos como lugares celebrativos
da memória e do poder. Entretanto, o museu também pode ser o lugar
que gera novas atitudes com relação ao patrimônio, como referencia
de uma comunidade ou da humanidade.30
29 Segundo a mitologia as musas eram filhas de Zeus com Mnemosine, fruto de nove noites. Em cada
noite nasce uma musa. Calíope, Clio, Erato, Euterpe, Melpôneme, Polímia, Talia, Perpsícore e Urânia,
filhas dos deuses gregos, a qual cada uma possui um significado. 30 NUNES, Verônica Maria Meneses. O despertar do conhecimento na colina azulada: a universidade
Federal de Sergipe em Laranjeiras. 2ª ed. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2009. p.117
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Segundo Nunes, a mitologia mostra que o museu além de ser um lugar onde são
preservadas as memórias da sociedade, também possui um grande poder. Zeus que
representa o poder dos deuses, também faz do museu o espaço de força, poder.
Entretanto, a autora mostra a ideia de que esses espaços de memória também
conseguem modificar o imaginário de quem o visita.
No Brasil, tem crescido cada vez mais o número de instituições museais.
Segundo Nunes, aqui em Sergipe os espaços de memória começaram a surgir em 1912,
quando foi criado o IHGS31, entretanto como menciona Freitas32 esta instituição ainda
não segue os parâmetros de um verdadeiro museu, uma vez que ainda existe uma
carência de objetos para exposição.
Em Sergipe, especificamente na capital, Aracaju, existem alguns espaços de
memória, dentre eles pode-se destacar Memorial da Bandeira, Museu Galdino Bicho,
Museu da gente sergipana, Museu Olímpio Campos, Memorial do tribunal de Justiça,
entre outros.
O Museu do Homem Sergipano é outro exemplo da preocupação sergipana em
mostrar a história das pessoas que aqui vivem. Este espaço de memórias foi criado no
ano de 1976. Na época foi fundado como um órgão também ligado a Universidade
Federal de Sergipe, segundo informações do site33 com a denominação de Museu
Antropológico.
Não havia na época um prédio disponível para a montagem de exposições
longas, por esse motivo, adotarem as exposições temporárias as quais falavam sobre
31 Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Foi criado em 06.08.1912, uma instituição sem fins
lucrativos, com o intuito de zelar pela memória do Estado de Sergipe, coletando documentos, discutindo
problemas culturais e levando a história de Sergipe através de sua Revista que é publicada desde 1913. 32 FREITAS, Itamar. A escrita da história na “Casa de Sergipe” – 1913/1999. Aracaju: ed. UFS/Fundação
Oviedo Teixeira, 2002. p.19. 33 Histórico do Museu do Homem Sergipano. Disponivel em: < http://muhse.ufs.br/pagina/hist-rico-
museu-homem-sergipano-6145.html > acesso em: 01 de maio de 2013.
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temas de cultura de forma geral e especificas de Sergipe. Alguns anos depois,
especificamente entre os anos de 1983 e 1988, o museu recebeu duas salas que foram
oferecidas pelo Centro de Cultura e Arte (CULTART). Nessas salas foram criadas
exposições em caráter permanente, explanando a cultura popular e o artesanato
sergipano.
No ano de 1988, houve a reabertura do museu no Centro de Ciências e de Saúde.
No ano de 1996 mudou sua nomenclatura de Museu Antropológico para o nome que até
hoje ainda é usado, Museu do Homem Sergipano (MUHSE). Mostrando em sua
estrutura os registros da vida sergipana da pré-história até a contemporaneidade.
Até 2011, o prédio permanecia fechado para a visitação ao publico, pois o prédio
não se encontrava em condições estruturais para a visita. Assim as exposições acabaram
sendo guardadas. No ano de 2012, começaram os projetos de restauração do prédio,
para que desta forma o trabalho pudesse continuar e o público tivesse mais um lugar
para conhecer a história dos povos sergipanos.
Localizado Praça Fausto Cardoso, s/nº, Centro de Aracaju o Palácio Museu
Olímpio Campos. No ano de 2007, houve à restauração do prédio e com ela a
implementação do projeto “Palácio-museu”. Deste modo foi sendo resgatada a
identidade publica sergipana, permitindo assim que a história de Sergipe seja mais
divulgada. 34
O museu conta com o acesso monitorado por um guia de visitação, exposições
permanentes e temporárias com ações de pesquisa e educação. No térreo, o visitante
conhece a história do palácio, e a passagem do período imperial para o republicano.
Neste local também estão às exposições temporárias. No dia da visita, pude ver a ação
educativa do museu a partir de pinturas feitas por alunos com deficiências visuais e
auditivas que frequentaram o palácio.
34 Informações cedidas pelo guia de visitação do Palácio Museu Olímpio Campos.
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O segundo momento da visitação é a parte do pavimento superior, onde
podemos ver a transição do tempo que mostra como viviam os governadores de Sergipe,
que utilizavam o palácio como morada. Encontram-se neste espaço ambientes com a
sala de espera, local onde as pessoas que iam visitar o governador, até os quartos onde
eles dormiam.
Outro espaço museal, de Aracaju é o Museu da Gente Sergipana, localizado na
Avenida Ivo do Prado, 398 – São Jose, Aracaju – SE. O museu conta com exposições
permanentes e temporárias. A suas ações educativas, visam à visitação de alunos ao
espaço e a partir deste, conhecer a cultura da gente sergipana.
Neste espaço de memória, é mostrada a cultura de Sergipe, seu ambiente é
virtual, que permite o diálogo, a visualização e principalmente a interação entre o
visitante e o objeto exposto. A estrutura do museu é bem acolhedora mostrando as
principais peculiaridades de cada canto de Sergipe.
O Museu de Arte e História Rosa faria35, teve inicio quando ela criou em sua
casa, em Aracaju, a galeria Rosa Faria. Com a sua morte em 1998, os objetos foram
comprados pelo reitor da UNIT, Jouberto Uchôa de Mendonça. Segundo afirmam
Nogueira e Nunes, muitos dos objetos que hoje se encontram no memorial de Sergipe
também foram comprados da coleção de objetos do escritor José Augusto Garcez36.
Atualmente, o memorial está localizado na Avenida Beira Mar, n° 626, Bairro
13 de Julho – Aracaju – SE. Em suas dependências existem exposições permanentes e
temporárias. Entre as permanentes, estão obras de Rosa Faria que mostra suas obras e
35 Nasceu em 28 de abril de 1917 em Capela - SE. Professora, artista plástica, historiadora. 36 Em 1918, nasce na Usina Escurial, localizada em são Cristóvão, José Augusto Garcez, aos 20 anos
trabalha como articulista passando a contribuir com vários jornais na Bahia, no Rio de Janeiro, em São
Paulo e, sobretudo, na imprensa sergipana. Arqueólogo e jornalista sem formação, encontrou objetos
sobre a fauna sergipana, objetos esses que hoje se encontram no Memorial de Sergipe.
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pinturas que retratam a história de Sergipe. Também se encontram expostos
permanentemente objetos do cangaço e de José Augusto Garcez.
Nas exposições temporárias, todos os anos são escolhidos temas e personagens
importantes para a história de sergipana, que são apresentadas no aniversario de
Aracaju. O memorial conta ainda com ações educativas como os projetos memorial de
barcos abertos, museu sem fronteira, arraiá do memoriá, 17 de março, museu escola,
comunidade, folclore, dentre outros. Deste modo, dando aos estudantes oportunidade de
terem acesso à história de Sergipe, incentivando a preservar a nossa memória.
No ano de 1960, o poder público estadual, fundou o Museu Histórico de Sergipe,
que acabou tendo a função de organizar e montar outras instituições museológicas.
Nogueira e Nunes demonstram que o Museu Histórico de Sergipe foi criado com o
intuito de criar novos espaços de memória, a partir da sua ideia:
A ação do poder público estadual ocorreu em 1960, com a criação do
Museu Histórico de Sergipe, que durante os anos 1970/1980 foi o
órgão que esteve envolvido com o processo de formação, organização
e montagem de outras instituições museológicas.37
A partir da iniciativa do poder público estadual, da criação do Museu Histórico
de Sergipe, foram criados vários museus, memoriais e casas de cultura. Espaços esses
que levam aos visitantes informações sobre a história da sociedade sergipana. A cidade
de Laranjeiras, no período que compreende de 1971 e 1978, através do “Decreto n°
2.048, de 12 de março de 1971, elevou Laranjeiras à condição de cidade monumento
histórico”38. Deste modo o município acaba tornando-se um “museu a céu aberto”.39
37 NUNES, Verônica Maria Meneses. Do IHGSE à UFS: Construção de fazeres museológicos em
Sergipe. In: NOGUEIRA, Adriana Dantas; NUNES, Verônica Maria Meneses. O despertar do
conhecimento na colina azulada: a universidade Federal de Sergipe em Laranjeiras. 2ª ed. São Cristóvão:
Universidade Federal de Sergipe, 2009. p. 119 38 Ibidem. p. 127.
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O município de Laranjeiras se localiza na Zona Litorânea do estado de
Sergipe, com influência de frentes oceânicas. A cidade se situa numa
região repleta de morros e colinas. O rio Cotinguiba passa pelo centro
histórico e na divisa do município deságua no rio Sergipe. Seu
principal bairro é o Centro, onde se situa a parte histórica da cidade, e
possui vários povoados e bairros, muitos dos quais na área rural. [...]
A cidade de Laranjeiras não possui prédios devido ao tombamento da
parte histórica, tem muitas ruas construídas com pedra-sabão e
algumas são muito estreitas. A economia da cidade se baseia no
cultivo da cana-de-açúcar, e nos impostos arrecadados das
indústrias.40
A partir da citação acima, podemos perceber que a estrutura da cidade de
Laranjeiras, graças ao decreto que instituiu o tombamento da cidade, faz com que não
sejam mudadas as principais características do município cidade, uma vez que o poder
público municipal e a comunidade são obrigados a manter as características da cidade.
Museus e igrejas são lugares de memórias, mas também os casarios,
as ruinas, as praças, as pontes as palmeiras imperiais, o rio
Cotinguiba, as ruas da cidade. As referências estão também na
memória dos habitantes, nos versos, nos ditos, na toponímia das ruas,
no calçamento de pedras, nos folguedos e danças, nas procissões,
entre os “guardiões de memória da paisagem” (SCHAMA, 1996), nos
detalhes pouco percebidos, porém, com marcas de um tempo de antes
que persistem.41
39 Essa frase foi utilizada pelo Ministro de Educação da época, Jarbas passarinho quando veio visitar a
cidade na década de 1970. Informações retiradas do livro de NUNES O despertar do conhecimento na
colina azulada: a universidade Federal de Sergipe em Laranjeiras. 40 Prefeitura de Laranjeiras: a cidade. Disponível em: < http://www.laranjeiras.se.gov.br/acidade-l.asp>
acesso em: 27 de abril de 2013 41 SANTOS, Fabrícia de Oliveira. Fundamentos de História do Brasil e de Sergipe e a museologia:
“exercícios do olhar” sobre heranças patrimoniais na cidade de Laranjeiras. In: O despertar do
conhecimento na colina azulada: a universidade Federal de Sergipe em Laranjeiras. São Cristóvão:
Universidade Federal de Sergipe, 2009. p. 94
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A cidade de Laranjeiras é considerada um museu a céu aberto, mas nem por isso
deixa de apresentar espaços de memória fechado. Entre estes lugares, existem dois que
são mais conhecidos. O Museu Afro-Brasileiro de Sergipe42 e o Museu de Arte Sacra de
Laranjeiras,43 no centro de Laranjeiras/SE.
O Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, é uma instituição que, a partir de uma
pesquisa de campo, pude apurar que foi criada nos anos de 1976 e segundo o guia do
museu, foi montado para representar o negro e sua cultura. Este espaço museal trabalha
com exposições permanentes. As ações educativas da mesma são feitas a partir das
visitas que alunos, professores e turistas fazem ao espaço de memórias.
Ao adentrar o recinto, percebia-se que nas exposições existia, uma boa
quantidade de material exposto sobre a vida dos escravos negros como objetos de
castigos, orixás de sua devoção, entre outros. O ambiente não proporcionava a entrada
de uma excursão com muitas pessoas uma vez que seus cômodos são pequenos. Ao
visitarmos pavimento superior, pude perceber que o prédio necessita de algumas
reformas, pois encontrar-se com algumas rachaduras na parede que segue a escada.
O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras é um espaço onde mostra imagens, artes
plásticas, porcelanas, documentos entre outros objetos sobre a importância histórica que
a cidade possui. Entretanto, ao procurar saber, com o guia do Museu afro-brasileiro de
Sergipe, sobre o espaço acima citado, fiquei sabendo que o mesmo encontrava-se
fechado, pois com as ultimas chuvas o prédio foi danificado, impedindo assim que
houvesse exposições no local.
Outro museu que é bem conhecido pelos sergipanos é o Museu de Arte Sacra da
cidade de São Cristóvão, há 26 km de Aracaju, a atual capital. O Museu fica localizado
na Ordem Terceira de São Francisco.
42 Localizado na cidade de Laranjeiras/Sergipe, Rua José do Prado Franco, 70. 43 Localizado na Praça Heráclito Diniz Gonçalves, nº 39
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Em 1973, o MASC foi inaugurado nas instalações da antiga Ordem
Terceira de São Francisco, na cidade de São Cristóvão. Por um lado,
tratava-se de um antigo projeto do clero sergipano, que vinha há
algum tempo acumulando em uma das salas do seu Antigo Seminário
Menor, na cidade de Aracaju, uma série de bens considerados
relevantes para a história da arte religiosa sergipana, que foi
concretizada na administração do ex-arcebispo Dom Luciano Cabral
Duarte (1971-1998).44
A criação do MASC (Museu de Arte Sacra de São Cristóvão), diferente dos
outros museus, tem sua construção baseada na identidade religiosa da sociedade
sergipana. Em sua estrutura apresenta objetos que pertenciam às igrejas, e o museu foi
construído para que eles fossem guardados, assim Santos Aponta que:
A escolha das instalações da antiga Ordem Terceira para abrigar um
museu pode ser resultado de diferentes interesses. O primeiro nos leva
a acreditar que se tratava de atender a uma das condições colocada
pelo Governo do Estado de Sergipe para concluir as negociações no
sentido de devolver à Igreja Católica, em particular a Arquidiocese de
Aracaju, o convento que lhe foi vendido pelo arcebispo Dom José
Vicente Távora devido ao reduzido número de frades franciscanos que
ali moravam, em 1969.45
A escolha pela localização do museu, ainda não é confirmada, entretanto o que
vale salientar é que esse lugar de memória dos cidadãos sergipanos, não só de São
Cristóvão é uma fonte histórica muito rica. No ano de 2010, a cidade de São Cristóvão,
especificamente a Praça São Francisco, ganha o titulo de Patrimônio da Humanidade
44 SANTOS, Marcelo. Tecendo a rede: a criação e manutenção do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão
. In: NOGUEIRA, Adriana Dantas; SILVA, Eder Donizeti da. O despertar do conhecimento na colina
azulada.. In: O despertar do conhecimento na colina azulada: a universidade Federal de Sergipe em
Laranjeiras. V. III. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2011. p. 280. 45 SANTOS, Marcelo. Tecendo a rede: a criação e manutenção do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão
. In: NOGUEIRA, Adriana Dantas; SILVA, Eder Donizeti da. O despertar do conhecimento na colina
azulada.. In: O despertar do conhecimento na colina azulada: a universidade Federal de Sergipe em
Laranjeiras. V. III. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2011. p. 289.
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pela UNESCO (Organização das nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura). Essa nomeação, fará com que a cidade seja reconhecida, mas só será
preservada e mantida, se as pessoas se identificarem, esse é um bem não só de São
Cristóvão ou de Sergipe, mas de todos, uma vez que simboliza a memória de varias
pessoas.
Os que visitam o Museu de Arte de São Cristóvão não convivem
apenas com o passado: revivem sua própria história, descobrem
aspectos dos seus fundamentos, identificam um pouco mais de suas
próprias realidades. Sobretudo descobrem a imensa riqueza das raízes
brasileiras.46
Existe também na cidade de São Cristóvão o museu dos Ex-votos,47 são
depositados objetos que trazem boas recordações a quem o deposita. Esses bens
deixados por eles representam momentos de glória de alegria, deste modo sempre que
esses romeiros retornam a cidade de São Cristóvão, para a Festa de Nosso Senhor dos
Passos48, sentem o desejo de relembrar o seu milagre através dos ex-votos levedo por
ele.
Muitos devotos de Senhor dos passos levavam consigo ex-votos, como uma
forma de demonstrar agradecimento por ter conseguido alcançar o que desejava. Com o
passar do tempo, os objetos trazidos acabaram enchendo os espaços da “sala de
milagre”49 havendo assim a construção do museu.
Nos dias atuais, ainda existe o Museu dos Ex-votos de São Cristóvão, entretanto
segundo um frade do Convento dos Carmelitas, que permaneciam na igreja em um
46 (Apud AMADO, 1984, p.15) Ibdem.p. 300. 47 Segundo o dicionário FERREIRA a definição de ex-votos é: “Quadro, imagem, inscrição ou órgão de
cera ou madeira, etc., que se oferece e se expõe numa capela em comemoração a um voto ou promessa
cumpridos” (FERREIRA, 1977, p. 424) 48 Festa celebrada todos os anos no segundo final de semana da Quaresma. 49 Lugar onde eram guardados os objetos trazidos pelos romeiros nas festas de Senhor dos Passos.
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excursão feita pelos alunos da FJAV50, o prédio não se encontra em condições de
receber visitar. A sala onde estão os objetos estava cheia de poeira e a todo o tempo
corria-se o risco de artefato cair do teto e machucar alguém. Segundo o mesmo, há
pouco tempo houve um acidente, o qual obrigou a fechar a sala, pois os recursos para
mantê-los são escassos.
Os museus de Sergipe estão preocupados em mostrar, como viviam os homens
sergipanos deste a pré-história até a contemporaneidade. Um exemplo disso é o MAX
(Museu de Arqueologia do Xingó).51 Segundo Nunes, o museu foi inaugurado em abril
de 2000, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o intuito de mostrar ao
público, uma exposição a longo período sobre os homens pré-históricos sergipano em
Xingó. O museu foi criado a partir da construção da Hidrelétrica, onde a CHESF52, iria
alagar o local e a UFS, se interessou pelo trabalho de catalogação e escavação do
território antes do alagamento.
O primeiro passo a ser pensado foi como interagir o museu com o espaço criado
pela própria paisagem do local. Foi pensado em como levar um ambiente acolhedor,
educativo e que conservasse os aspectos naturais ao mesmo tempo, isso para que os
visitantes pudessem sentir-se confortáveis.
A arquiteta, ao projetar o espaço amplo, sem escadas, com áreas de
iluminação natural, procurou, sobretudo, proporcionar conforto e
condições de visualização das vitrines que destacam as referências
patrimoniais, isto é, os vestígios da cultura material, objetivando ao
público a melhor fruição dos resultados das pesquisas que evidenciam
o passado pré-colonial da região de Xingó, abrangendo municípios são
franciscanos de Sergipe e Alagoas.53
50 Faculdade José Augusto Vieira. 51 Está localizado no município de Canindé do São Francisco, no Estado de Sergipe. 52 Companhia Hidro Elétrica do São Francisco 53 NUNES Verônica M. M. Museu de arqueologia de xingó: nota Sobre o discurso expositivo. In: Revista
do Museu de Arqueologia de Xingó. São Cristóvão/Se. V. Nº 1. Dezembro de 2001. p. 214-218.
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Cristina Bruno aponta a ideia de exposição do Museu de Arqueologia de Xingó
como sendo: “uma instituição científica, universitária e museológica, com
responsabilidades de produzir conhecimento, interagir com as distintas esferas do
ensino e extensão e de preservar o patrimônio.”54. Para a autora a principal função do
MAX, era a produção do conhecimento e a preservação do patrimônio e como foi
apontado no capítulo anterior essa sempre foi à meta dos museus.
Atualmente o museu conta com ações educativas que:
[...]constitui-se numa escola aberta à discussão e à aprendizagem do
conhecimento histórico-cultural, oportunizando à sociedade, através
do seu acervo e de suas pesquisas, uma reflexão sobre a compreensão,
a valorização e a preservação dos bens culturais. As ações são
desenvolvidas nas escolas da rede pública de ensino,
preferencialmente, e na rede privada, a depender do interesse das
unidades de ensino.55
CONCLUSÃO
O museu como já foi exposto anteriormente é um local para se guardar
memórias. Seguindo este viés, alguns autores enfatizam que não tem como desligar a
memória do museu, uma vez que sem as recordações não pode haver um lugar de
54 BRUNO, Cristina. Proposta para o Museu de Arqueologia de Xingó. São Paulo. Digitado. 1997. p. 05. 55 Ação Educativa. Disponível em: < http://www.max.org.br/acaoeducativa/ >. Acesso em: 27 de abril de
2013.
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memórias, ou melhor, não existe o porquê de uma situação de recordações se elas não
existissem.
As instituições são um ponto de memórias, as quais nos levam a refletir sobre
como a sociedade vem mudando com o passar dos anos. A partir de pesquisas de
campo, é possível conhecer um mundo diferente, o qual muito é ouvido falar, mas que
infelizmente pouco é conhecido. Museus expõem para a sociedade, suas características,
sejam elas no passado ou no presente.
Conhecer um museu ou memorial é apreciar a nossa identidade, esta que foi
passada para nós por nossos antepassados e continuam preservadas e a disposição de
quem quiser visita-lo. É de suma importância que a sociedade conheça e preserve
nossos bens, nossos registros o que implica na salvaguarda da nossa própria história.
Cada um desses lugares de memória possuem suas próprias peculiaridades, uns simples
outros mais modernos, mas que conseguem mostrar um pouco da história de vida do
povo brasileiro e sergipano.
A partir do que foi exposto, é possível concluir que a maiorias da sociedade, não
entende que a preservação destes espaços de memória, e também a salvaguarda da nossa
história. Só a partir do momento que as pessoas começarem a se identificar, a
reconhecer que também existe um pouco da sua história em um museu e começar a
preservar essas recordações, é que haverá mais respeito e preservação das nossas
identidades.
REFERENCIAS
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