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¦¦mogn. ...... .:..;zm ANNO XVII RIO DE JANEIRO, ?, DE JANEIRO DS 1914 _ > NUM. 1576 _____-_-_-_— 'i'.,^V'" ,—»-'SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LLÜSTRADO _______=_== ,<" . //// í tlHBlI-U» AVULSO -- ao© réis Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone N. 3515 Do pharmaceutico e chimico JOiO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphiiis" Vonde-aa «m todas pbar-aacia» Drogarias. ! í |______í_iJ- Mas afinal, o senhor, com essa pança toda, o que pretende de mim "FS^/\_<<1 Mf^TTxlYY>™, minha senhora I O corcunda sabe como se deita...| ^">s^| ImOTiGÜEIRA áfe-ê-

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ANNO XVII RIO DE JANEIRO, ?, DE JANEIRO DS 1914

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NUM. 1576_____-_-_-_—

'i'.,^V'" ,—»-'SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LLÜSTRADO _______=_==

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tlHBlI-U» AVULSO -- ao© réis

Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone N. 3515

Do pharmaceutico e chimico JOiO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphiiis"

Vonde-aa «m todas a» pbar-aacia» • Drogarias.

! í

|______í_iJ - Mas afinal, o senhor, com essa pança toda, o que pretende de mim FS^/\_<<1

f^TTxl YY>™, minha senhora I O corcunda sabe como se deita... | ^">s^|

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)-(O RIO NU )-( 3 de Janeiro dc 1914

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tE2_5_P[EIIDII_EF.TriE ,n r^—-i—y

innumcras felicidades e que continuem a dis-pensar-lhe a mesma protecção e sympathia.

L

Anno . 7J000

ASSIGNATURAS

12J000 | SemestreExterior: Anno 20,5000Numero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réis_S^ ,"* I £__

"Toda a correspondência, seja deÇ, _*_

A's pessoas que nos têm dirigido cum-primentós de Boas Festas e que a falta deespaço nos obriga a não citar nominalmente,agradecemos e retribuímos por este meio, de-Sfijgndo-lhes prosperidades no Aiino Novo.

A DIRECÇÃO.

que espécie fôr, deve ser dirigida aogerente desta folha.

E_a_S_S_3__S___3_S^^i_^^i_3^^1^

1914Rio á noite

No cabeçalho do Rio Nu os algarismosromanos que assignalam os annos em que ei-le tem entrado (salvo seja...) são accrescen-tados hoje de mais tim_l. perfazendo o im_-

- "TfieTcnCVII.

Isso quer dizer que este periódico é noBrazil o decano dos jornaes humorísticos il-lustrados, além de ser o único no gênero,pois os que existiram antes delle já ha muitoque não existem e os que vieram depois fo-ram fazer companhia aos que tinham vindoantes.

Essa instabilidade e vida ephemera depublicações idênticas ao Rio Nu, comparadascom a constância, firmeza c regularidade comque este jornal se tem mantido desde o seuprimeiro numero, são motivo de justo orgu-lho para a sua direcção, que assim vê coroa-dos de êxito os esforços constantes para tor-nal-o sempre digno da sympathia e protecçãodo publico, sem as quaes teria naufragadocomo os outros.

Com effeito, desde o seu primeiro nu-mero, o Rio Nu não se deteve na serie cons-tante de melhoramentos e, de um simples jor-nal de quatro paginas, impresso em papel or-dinario, foi passando por transformações gra-dativas até chegar ao que é hoje: uma revis-ta alegre, digna por todos os títulos do nos-so meio actual, bem impressa em papelsuperior, illustrada a cores e com um ip-plemento artístico que, só elle, vale o pret,.do jornal completo.

Para atíingirnios a esse ciesideratiim nãonos furtámos aos maiores sacrifícios, corres-pondendo assim á acceitação sempre cresceu-te que tem tido o Rio Nu e que os compensade modo completo.

Entrando, pois, no Anno Novo, tornamospublica a nossa gratidão aos leitores, aos ne-gociantes que nos honram com os seus an-núncios e aos nossos esforçados agentes queno interior e nas capitães dos Estados man-têm activa a propaganda do nosso jornal; atodos o Rio Nu deseja que 1914 cumule de

O enterro do defunto 1013, realizadocom toda a pompa a 31 do mez passado,trouxe para a rua, naquella noite, toao o pes-soai alegre do Kio e a cidade parecia estarnum domingo de carnaval, tanta era a ani-mação...

Também metti-me no meio do povo,não para tomar parte na batalha de coufetti,nem nos prestitos carnavalescos, nem nos

__cordões,-nem--nos-ranchos de pastorinhas,mas apenas para apreciar o movimento.

E pude aprecial-o bem. Na batalha deconfetti, que se travou na Avenida, o enthu-siasmo não podia ser maior: o povo compri-mia-se como sardinhas em lata e de vez emquando, num apertão mais forte, eu era jo-gado, ora de encontro a um marmanjo, orade encontro ao centro artístico de alguma mu-lher; ás vezes o choque dava-se de frente eeu sentia o doce prazer do contacto de unsseios nem sempre rijos como os das donzei-Ias mas sempre macios e palpitantes...

Um supplicio de Tantalo... Tratei deme desvencilnar daquelle perigo e, logo queme foi possível, cahi numa das ruas que cor-tam a Avenida.

Vinha descendo um rancho de pastori-nlias, cantando e dansando, cada qual maisseduetora. Parei a observal-as e tive pena denào poder me offerecer para pastoreal-as.

Continuando a andar, vi diversos cordõese grupos, casaes legítimos e illegitimos, queem alegria ruidosa preparavam-se para en-terrar o anno velho...

Approxiinava-se a meia-noite e eu acha-va-me na rua da Carioca, a caminho do Ro-cio, quando uma voz feminina chamou-mepelo nome. Voltei-me e reconheci a mulherdo X..., com quem mantinha meras relaçõesde cortezia. Estava acompanhada por umacriada. Não pude conter a admiração que mecausava a sua presença áquella hora na rua.—Sahi para enterrar o anno—disse ella sor-rindo.

—E seu marido?—Pois não sabe? Abandonou-me ha

quasi um mez, por um motivo atoa...—Por que foi ?—Porque encontrou-me um dia no quar-to, em camisa, a conversar com meu primo,

que estava também á frescata... Não quizacreditar que era por causa do calor... Di-ga-me : o senhor ainda está solteiro ?—Ainda.

—Então.... pôde fazer-me companhia..Vamos para casa ; é aqui perto : dez minutosde bond. .

Seria falta de educação e de bom gostorejeitar convite tão gentil e tão a propósito...Um bond de Silva Manoel levou-iios ácasa de Mme. X e ali, á meia-noite em pontoenterrávamos o anno de 1913 com todas asregras da pragmática.E tão interessados estávamos naquellaobra piedosa, que nem siquer ouvimos os

primeiros vagidos de 1914...

M.(Q)íl(le ai CqHuOiips©

' Para o MOTTE n. 5 da I» serie

Neto tenhas tneiio, menina,

Que isso não lira pedaço

Recebemos as seguintes Glosas:

Cré na palavra divinaDo teu amoroso vate :Em mim, tudo por ti bate,A'iio tenhas medo, menina,De que, sendo assim franzina,Si me deres o... buraco,Te resulte algum... inchaço,Ou percas alguma cousa...O (eu vate alíirmar ousaQue isso não lira pedaço!

VAM.(S. Paulo)

Anda a vêr, ti Rosalina,Que belleza de largatoEu tenho lá no meu quarto 1Não tenhas medo, menina,E' uma cousa pequenina...Não ponhas tanto embaraço.Si inda tivesses ca.. .eluiçoEra justa a timidezMas, sendo assim, tu já vês,Que isso não tira pedaço!

JACINTHO PRAZERES.

Ttí és pequena e franzina,Eu sou alto e reforçado;Mas do meu vulto... avulladoNâo lenhas medo, menina,Que em tua mão pequeninaDeponho, humilde, o meu braço ,E, tirando-te o... leu laço,Ficas-me inda agradecida,Depois, quando convencidaQue isso não lira pedaço.

AMBROSIO.

— Ai! doutor, dizia AlbinaQuando ia ser operada,Dizia o doutor Pomada :Não lenhas medo, menina,A minha lanceta é fina,Tenho firmeza no braço,Deixa tirar-te o... embaraçoQue a operação atrapalha,Verás que a sciencia não falha,Que isso não tira pedaço.

ELMANO II.

Na operação sou traquina,Gosto muito de operarE digo sempre a brincar:Não tenhas medo, menina,E' operação pequenina,Nada de mal eu te faço,Só pode haver um inchaçoSi a lanceta se enterrar...Mas não precisa gritar,Que isso não tira pedaço.

UM PAULISTA.

Ia SerieMOTTE N. 7

Que fizeste, rapariga?Tens o ventre lão inchado !..

NOCTIVAGO. Recebemos glosas até o dia 10 do corrente.

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jj|] 3 de Janeiro de 1914 g|W_ )-( O RIO NU )-(

.rx_,

ÉÍL_áÉ_^lÍcz;

A Alice elo S. Pedro c a sua criada era-ve Itália qulzerara ha dias descompor a JuliaMartins... porque scismaram que ella se ali-rara ao Bettencourt.Foi um ar que lhes deu; a Julinha, quenau lem papas na lingua, disse-lhes o que nãose diz a um guarda-nocttirno embriagadoe as mulheres encolheram ineontincnti asmaiiguinlias.^''Consorciaram-se com todas as honrasa Daria e a Julia Silva.Não houve banquete porque para escan-dalo bastou o casamento.*srA corista do rei Oira-sol tem ido jantartodos os dias com o Peixotinho.Apostamos cm como elle não sabe disso,«r Dizem que a Estlier usa luto porque o

João morreu para ella.Fitas. O João morreu emquanto nãochega.•w E por falarmos em Estlier.Ella c o Armando andam armando futu-

ras scenas de amor.E' o que se deduz dos olhares ternos queos dois sempre trocam.

*«' No Recreio ha a vaga da gloriosaartista nacional Victoria Miranda.E o Mario, que falou da sua sabida, po-dera aproveital-a, fazendo-a preencher pelaSra. Davi na Fraga.**" Consta qiie já se dissolveu ou vai

dissolver-se em S. Paulo, onde foi arejar, omambembe que aqui, sob as ordens doBrandão, azarou o cinema Chantecler e de-pois passou para o Apollo, onde representoudurante algumas noites para as moscas.

Nem outro podia ser o resultado de uma-companhia de pataqueiros sem artistas esem repertório.

*ar O Mario do Imparcial conseguiu im-pingir a sua genial Uavina Fraga a umaempresa que vai explorar o theatro Apollo.

Agora, sim, é que o theatro nacional vaireerguer-se !

Htirrah ! pela futura Réjane brazileira!...

JOÃO RATÃO.

Au Bijou de Ia Mode Grande depositodc calçados, por

atacado c a varejo. Calçado nacional e eslran-geiro para homens, senhoras c crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. SO — Te-tephonc 3.660.

Ir buscar lã...Si me apanhasse o maridoQuando vou ver-lhe a mullierOu para melhor dizer,Quando a gaja vou... cocar,Eu ficava então perdidoE salda bem... cocado.

DILE.

Licor TibainaO melhor petrifica-— dor cio sangue —-

GRANADO k C. - Rua Io de Março, 14

msf^^-S^eÇ^KS-Ã^K'MARCA REGISTRADA

Ao que parece, chegou de vez o calor; npe-zar de tarde vem abrazador.

Com o calor, o uso de roupas leves se impõee o brim tem grande extracçâo.Aos nossos lei-tores amigos do bom e barato recommendamosa Alfaiataria Guanabara, o famoso3 _ da rua da Carioca, único estabelecimentoque dispõe de um inigualável sloek de roupasfeitas e de fazendas superiores dos mais varia-dos nadrões.

Um terno de brim. feito na Alfaiataria Gua-nabara, é o que se pôde desejar de mais chie emais barato. Não se esqueçam : é na rua daCarioca n. 34.

Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

nm IBFFS ili C _]¦_]?_

Foi noticiado o caso de umacriança ser disputada porduas mais.

Ella c por duas mais tão disputadaQue a decidir nos causa serio enleio ;Não é, por certo, filha abandonadaQue tão cedo perdeu materno seio...

Que venha um novo Salomão de espadaPara a criança rachar de meio a meio :Ante a encrenca difficil, complicada,Só esta solução p'ra dar em cheio.Conitudo, e:i aqui posso asseverar(Vendo nas mais um tal furor na lutaPara a nova petiza perfilhar)Que este caso das mais nâo se discuta,Pois, si forem tal coisa esmerilharA criança será filha da pureza 1

BARRIGUINHA DE MACACO.

Coílecção amorosaAté a presente data, consta esta collec-ção de romanceies editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores de um Frade,picaresca historia de frei Ignacio,um san-tarrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo— o amor; n, 2, Noitede Noivado, em que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; n, 3, Mada-me Mine.t, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Casta Suzanna, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que não compromettiam asua virgindade. —Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão de500 réis cada um, constitue uma lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambémpelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar uni defunto. — 'Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro,devem ser dirigidos a">&. Vultoso - RÜA D0 H05PICI° N' 2,BRio de Janeiro

A coílecção completa será enviadaa quem a pedir eiiviau-do a quantia de 3$000.

íl repaçoesDevido á greve dos marchantes a popu-lação parisiense esteve ameaçada de ficar

sem carne fresca.Felizmente nós aqui estamos livres desse

mal, graças aos matadouros do largo doRocio e adjacências...

As apólices da União estão sendo vendi-das com o abatimento de 20 %; quer istodizer que os fundos públicos estão em baixa.

E' pena. Eu que sempre gostei de fundosaltos, tenho agora de me acocorar todoquando quizer ver alguns fundos de perto...

Parece um contraste, a gente admirar-sede que os nossos fundos estejam por baixo.

Pois, eu, palavrinha, sempre os tenhovisto nesse logar.

Embora não pareça, essa questão doabaixamento dos fundos é de grande impor-tancia para todos.

Imagine-se o que se não dirá no estran-geiro quando lá souberem que estamos comos fundos arrebentados !

CAPIRÀO EUTICO.

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue ; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospício, 164 e 166.

JBa_frafHQ)—Vem cá, mulata dengosa,Boas entradas vou dar-te...

—Não vou nisso ; de gagosaEu as tenho em qualquer parte.

Não sou carona e promettoPagar-te bem... Anda cá!

— Pague adiantado o carreto,Sinão não me apanha lá...

Não tens em mim confiança?Olha : eu sou serio a valer 1

—Pois sim, seu Chico Lambança,Mas eu quero o arame ver...

—Tenho-o num Banco guardado,(Banco das Massas... Fallidas).

—Meu velho, assim 'stás barradoNão entras... Boas sahidas 1

CHICO LAMBANÇA.

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-___ )_( ° Rl° NU )-((D rdiimimc© alie WU

Revelações de Mme. Cuéra —Assombrosa fertilidade —Terríveis acontecimentos

Acaba de chegar da China o nosso com-panheiro que ahi foi para-conseguir a pesode libras (falsas) as revelações de MadameCuéra, a maior e mais avantajada prophe-tisa, que é mulherzinha para metter num ta-manco velho todos os Ergontes e todas asZizinas deste mundo e do outro.

A notável adivinha, que é chiueza porter nascido na Rússia e haver sido criada naPatagônia, fala admiravelmente o árabe queé a sua lingua mãi.

Eis aqui fielmente transcriptas suas as-sombrosas revelações :

Em POLÍTICA—A situação politica do Bra-zil melhorará extraordinariamente do dia de~~SASilvestre em diante.

Não sahirá nenhum ministro, unicamenteelles trocarão as pastas, de maneira que oRiva percorra todas.

O Wencesláo será o futuro presidente,si não fôr outro qualquer. Nessa ultima Jiy-pothcse, o Braz nem thesoureiro será, demodo que nem se poderá apioveitar esse tem-pinho para endireitar as finanças de... cadaum.

O Rosa se divorciará do Pinheiro, parase .casar com o Jota Jota, que por sua vezabandonará o Dantas,.o qual se casará como padre Cicero, obrigando deste modo oFranco Rabello a contrahir casório com o Pi-nheiro.

Esses consórcios, porém, serão todos es-tereis.

Ninguém mais poderá tomar assento noCongresso sem provar haver fieqtientado as-siduatnente, durante seis mezes, as ruas doNúncio, Conceição e São Jorge.

Como medida financeira, os represen-tantes da nação serão dimiiuii-os dos cemdiários para duzentos e os operários elevadoscm menos cincoenta por cento.

Enorme fertilidade —ÍO anno de 1914será um assombro de fertilidade no Brazil.

Os lavradores velhos casados com mu-lheres bonitas, mesmo sem haverem plan-tado, verão seus campos e outros logarescheios de chifres. Estes serão em tal quanti-dade que muitos ficarão doidos com tantoschifres na cabeça.

Esse phenomeno também se estenderápelas cidades, porém ahi cada um se conten-tara com os que tiver e não dirá nada ao vi-zinho.

Igualmente a producção de filhos crês-cera muito, tornando necessária uma lei queobrigue as mulheres a somente darem a iuzde 7 em 7 ou de 9 cm 9 mezes.

Um outro ramo de plantação que muitoproduzirá, graças ao ministério da Agricul-tura, será a bananeira.

Em vista do excesso de producção dessafrueta, o 'governo, quando não tiver dinheiropara os cadáveres, lhes dará bananas.

Esse systema de pagamento, porém, serávedado aos particulares.

Os tomates também muito abundarão,sendo rarissimo o cidadão que não tragadois comsigo.

Desastres —Felizmente o numero de de-sastres diminuirá muito.

A Central terá somente 730, istoé, dois-zinhos por dia.

Os automóveis reduzirão os seus a 1460ou quatro diários e durante o anno nenhumtranseunte atropelará vehiculo algum.

SUICÍDIOS-O mais notável será a tenta-tiva feita pela estatua de José de Alencar,de-sesperada pela demora do engraxate. O corpode Bombeiros, porém, acudirá a tempo, demodo que nada soffrerá o Canal do Mangue.

j-™| 3 de Janeiro dc 1914

Nenhuma mulher tentará contra a exis-lencia, devendo o facto ser attribuido á pro-ducção pasmosa de bananas.

Escândalos—-Verdadeiramente, só ha-verá um grande escândalo no Brazil.

A couimeiuladora Suzanna dará queixa ápolicia contra um moço bonito por havel-adesvirginado.

Preso esle, negará o facto, aceusaudo aqueixosa de o haver violentado.

Submettidos ambos a corpo de delicio,os peritos reconhecerão verdadeira a queixado moço bonito e também real a da com-nicndadora, porém quanto ao nariz.

Quando estiverem a ser condeninados,elles se harmonizarão, montando uma fabricadc meias.

Descoberta— Um casal recem-casadorequererá patente de invenção para uma ma-china de fazer crianças.

Posta a funeciouar a mesma, diante dassummidádes no assumpto, estas declararãotratar-se de unia velhíssima machina desço-berta por Adão e Eva no Paraíso.

Eis ahi, caros leitores, o que será 1914,havendo mais o extraordinário aiigmcnto doRio Nu que continuará a deliciar-vos.

L. REPÓRTER.

Bibliotheca d'0 RIO NU

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— Vi' "•••"'•'• V___iüELLA—Qual!... Esse peito de velho

não pôde abrigar um amor como eu desejo...: ELLE — E' que a senhora não sabe que

eu tonifico o meu peito com o poderosoPeitoral de Angico Pelotense !

Licor TibainaO melhor purifica-

-~ dor do tsttTztjxze —

GRANADO k C. - Rua {' de Março, H

Isso é que é

Casar ? Que azar — eu cá digo !Casamentos dão em borra !...Uns dizem : — «Casar é figo I»Mas tal figo é uma... historia.

ZÉ.

A CABEÇA DO CARVALHO - Pyratrii-dal trabalho do bestunto do incomparavel Va-gabiindo, 2ÍO00; pelo Correio, 2Í500.

SCENAS DE ALCOVA — Interessantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patina, I|500;pelo Correio, 2*000.

AMORES DE UM FRADE -(2- edição,n 1 da «CoIlecçíVo Amorosa-) — Escândalo-sas peripécias dc amor prohibido, acompa-nhado de interessantes gravuras. Verdndei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO-(n. -2 da «Col-lecção Aiiu.rm*av)~— Episódios picantes entreum casal receni-unido pelos laços do niatri-moiiio, contados por Mathusalem, 500 réis;pelo Correio, SOO réis.

MADAME MINET —(n. 3 da «CollecçãoAmorosa») — Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige apperitivos es-peciacs... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis.

CASTA SUZANNA — (n. 4 da «Collec-ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zclla e Lúcio d'Aniour, que afinal consegueentrar em Barcelona depois dc varias inves-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-clic de 1» qualidade c acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, 1J000; pelo Correio1|500.

O TIO EMPATA — N. 1 dos Contos ra-pidos—Engraçadissimo conto, escripto emlinguagem livre, cm que o autor se vê bar-rado pelo tio na oceasião em que ia gosar ascaricias dos caehorrinlws de duas primasdonzellas— Preço 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

A MULHER DE FOüO — N. 2 dos Con-tos rápidos—Mesma linguagem. Historia deuma mulher fogosa que casou com uni inglez.Preço, 300 rs.; pelo Correio 500 rs.

D. ENGRACIA, n. 3 dos Contos Rápidos— Narração das aventuras de um rapaz emcasa da madrinha. Preço, 300 réis; pelo Cor-reio, 500 réis.

FAZ TUDO - N. 4 dos Contos Rápidos —Impressões de um tabaréo sobre uma mulherda rua do Senado. Preço, 300 réis ; pelo Cor-reio, 500 réis.

A VIUVA ALEGRE - N,5 - dos Contosrápidos — Historia de uma viuvinha que co-meça a alegrar-se durante o velório do ma-rido.

Todos os livros acima citados sãoillustrados coA gravuras tiradas donatural.O DONZEL — Aventuras de um moço

acanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1*000;pelo Correio, 1 $500.

UMA CEIA ALEGRE - Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsua; aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

CD

Os pedidos dirigidos ao nosso escripto-rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes, dinheiro ou sellos do Correio,e endereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n. 218.

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3 de janeiro de 1914 gjg,- =)-( O RIO NU )-(

Coinnioo oioraDoD(r_rj

0 bella horizontal l.ily Fleurette,sustentada officlalmente por"SÈS-P^ "'" banqueiro riquíssimo, da-va-se ao luxo, como todas ei-Ias, de ler o seu aiuiuil du coettr, o seu azei-feiro.

Não contente com isso, recebia de vezem quando algum homem que se destacavado commum dos homens por uma coisaqunl quer.

Ora, uma noile, assistindo a um niutclide box, o seu organismo doentio fel-a dese-jar alguns momentos de amor com um doscampeões desse jogo estúpido—um negroamericano, retinto, beiçudo, forte, espa-daúdo.

— Deve ser uma delicia ser estreitadanaquelles possantes braços de ebano !—pen-sou a bella Lily.

E não lhe foi difficil atírahir á sua casao athleta negro...

Este, habituado aos caprichos das mu-lheres brancas que se apaixonam pelos seusmúsculos de ferro, ao entrar na alcova per-fumada da gentil frauceza, antes de provara sua força, quiz mostrar que também co-nhecia os costumes parizienses e propoz-sea delicial-a com uma palestra antes de en-trar em funeção, provando que a sua lin-gua, si não era macia e delicada como a dospatricios de Lily, também não tinha aspere-zas insupportaveis...

Estava quasi terminada a palestra e onegro americano ia dar á frauceza uma pro-va mais pratica e concludente do seu valorcomo homem, quando um formidável espirrose fez ouvir na escada.

Lily Fleurette deu um salto da cama,enfiou o seu roupão o, abrindo uma portaescusa, gritou para o boxeur:— Depressa ! Fuja por aqui 1...

CZ_Novella illustrada (35)

As paredes fêm ouvidos-(_^^Ç? J«>ri|<- lie: _.Ia«I<-rl<-,. Ç_^ L

X

Terminada a ligeira refeição, quecorreu alegremente, trocando-se ditos tleespirito, os ires novos amigos passaram aoterrasso da casa, afim de tomarem fresco.

Leonidia, preoecupada e sonhadora,absorvia-se na contemplação da rua, quan-do de repente, soltando um grito, recuou

-v-mniten fé-,Acabava de ver descer de um auto-

movei seu marido e seu amante,'acom-panhados de duas mulheres.

O pintor explicou logo que uma eraa ial Julinha, a dona dos aposentos vizi-nhos, e a outra uma sua companheira eeollega chamada Carlota. Aquelia era aamante de Cláudio Borgeval e esta docapitão Cyrillo.

A pobre Leonidia. não sabia mais oque pensar.

— Eu sei —dizia ella —que meu ma-rido me engana com essa Julinha; esta

¦O negro, inimigo de complicações, obe-ileceu e disparou pela porta que se Pie abriaemquanto pela outra entrava o amantdti coenr¦ ela frauceza.Ah!... l-_'s tu?— disse cila. Suppuz

que fosse o meu banqueiro e despachei umhomem 110 momento em que ia atlingir aocumulo da felicidade! Isso não se faz, sabe?Sinto bastante vir interromper-te...mas...Ainda estávamos nos preliminares, queo negro não chegou a terminar por luacausa...Perdôas-mc... não é verdade?Um negro e tanto :... Um homem tãovigoroso!... Tínhamos começado tão bem...

Apezar ¦ elle ser americano, eu gosava só devel-o dar á lingua...Perdôa-me... Que queres que faça

para merecer, teu perdão?Lily reflectiu alguns instantes e depois,despojando-se do seu roupão, respondeu :Só te concederei o perdão si te pres-tares...

A que?A fazer como o negro...Queres dizer que, como elle, me váembora ?...

Idiota !...E estirando-se 110 seu grande leito ac-

crescentou :—Quem.te fala em ir embora? Faze como

o negro... e estás perdoado !

J. BONOT.

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RUA DA CARIOCA - 77

CPSn2SnRD_?5 jsie _ES¥raiL<Q»S

Emílio Lima {Grande Hotel) — Não rece-bemos a carta com o soneto e a glosa.

GastAo Sali.es — Primeiramentes, seuGastao, estenda a munheca para um bolo.Isto de 'gastar á bérça» é eutnbersa em lin-gua bunda e não portuguez. A phrase é «gas-tar á béssa».

Segundamentes, seu Salles, frauceza dazona Rio Branco não precisa de 150 páos dia-rios, isto é eutnbersa de você.

Terceiramentes, seu Salles Gastao, vocênem frito em peixe tem 40 malruscos para dartodos os dias á tal Annita; isto é potoca!Finalmentes: compre um bodee... jásabe o tempero.

Rompe Rasga (São Paulo)—Como vaiessa bizarria? Bomzinho ?

Quanto á opinião que nos pede, ella emnada differe da sua. Tem razão : ella está natal idade da fome canina e elle nada reforma.

Emfim, o amigo não se admire; ha muitagente que pensa que tomar rape é fumar.Afilhadinho—Menino, um bom e obe-diente afilhado deve cumprir todas as ordensda Dindinha.

Depois, numa época de Boas Festas, émuito justo que você, não podendo dar-lheumas boas, faça-lhe" todas as festinhas queella mandar por mais exquisitas que sejam.

Ande lá, seu pândego e felizardo afilhadoduma madrinha... trintona.

Um que OOSTA-Si a caça é assim tãoarisca para o tal movimento, a coisa é diffi-cil. Experimente quando estiverem brincandoespalhar pelo chão moedas de prata, oumesmo libras, si você é abonado. Quandoella estiver apanhando-as, entre com o seujogo todo de improviso, mas não perca opulo.

Jooador—Não amole ! Quem lhe disseque tal jogo era prohibido? Não vê nos ca-vallinhos de páo que o prêmio é tirar a ul-tinia argola?

Logo, você pôde jogar a sua argola ávontade e com quem quizer.

JOÃO DURO.

por sua vez me engana e engana meumarido com meu amante. Este, agora,apparece com outra mulher... E' demais!

E, como quem toma uma resoluçãoenérgica, acerescentou :

Ah !. . . Mas estejam tranquillos,porque enganam-se si julgam que souuma mulher que se deixe escarnecer tãoultrajosaniente sem me vingar !. . . Nãoperderão por esperar. . .

Pincelata e Nina ouviam-na assom-brados de tanta disposição numa mulherda sociedade.

Conto com o seu auxilio—disseainda ella ao pintor eã italiana. Precisoque me ajudem na surpresa que vou pre-parar a esses dois casaes de... de. . . desem vergonhas !

Estou ás suas ordens—respondeuo artista.

E eu também — acerescentou Nina.l^ois então. . . mãos á obra.

Emquanto Cláudio e Cyrillo, emcompanhia das duas modistas, entravamtranquiliamente em casa de Julinha, semdc longe suspeitarem que tinham sidovistos por Leonidia, esta, depois do dia-logo acima com o pintor e Nina, dizia-lhes: ('

Ajudem-me a pular este muro quenos separa do terrasso dessa biraia. Vejodaqui que ella deixou a janella aberta eessa circumstancia vem favorecer o meuplano. Que loucura ! murmurou Pince-lata.

E a italiana comtrieinou :Que?!... Pois a senhora pre-

tende escalar a propriedade alheia? E' umcrime !

Calem-se e obedeçam-me. Estoudecidida a tudo. E quanto maior fôr o es-candalo, tanto, melhor. Vamos, que otempo urge !

O pj______i__e—ar-ím-raiTTE n5u_Ttu-ei'amremédio sinão obedecer.

Sem grande dificuldade consegui-ram collocar a mulher de Cláudio a ca-valleiro do muro, e ella, antes de saltarpara o outro lado, disse-lhes :

Obrigada!... Agora, peço-lhesque chamem um automóvel, mettam-sedentro delle e esperem-me á porta da rua.Recommendem ao chaiiffeur que estejaprompto a largar logo que eu lhes vá fa-zer companhia. Ate já!

(Continua)

V-..-_-__a-a_______i - —

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__= 6 =|f_ m )-( O RIO NU )-(BW ;í dc Janciri dc 19M

A Ibum de um velho

o ADIVINHO

0 Coronel Cambachirra quando, aos j9annos, casou com a travessa Bepptna, bemsabia que, no máximo, passados dez annos,elle não mais agüentaria os yoos amorosos,da formosa filha da passional Itália.

Entretanto, o Coronel fechava os olhosaos futuros perigos que ameaçavam sua ca-beça c como tinha escola completa no ge-nero'amor, acreditou poder por outros meioscorresponder aos êxtases de paixão da es-P°SaÈ

de facto correram os dez annos queelle pensara na mais completa harmonia;elle impando de satisfação, pois parecia re-moçar, e Beppina alegre e amorosa comouma mulher a quem nada falta.

Iam as coisas neste mar de rosas, quandoa idade critica, os fatídicos 69 annos do co-ronel inesperadamente desabaram sobre o po-bre homem e lhe arrancaram todo o enthu-siasmo, toda a esperança.

Cambachirra, embora ja contasse comeste revéz, nunca contara que o fatal 69 vi-esse tão depressa. O Coronel, porem, erahomem de animo e de vastos recursos, e,passados 05 primeiros momentos de natuiaiabatimento, voltou a andar faceiro e lépidocomo um rapaz de vinte robustas primave-

' E até talvez mesmo por smartismo, man-

dou pôr abaixo os grandes bigodes que lhesombreavam os vermelhos e grossos lábios.

A linda napolitana, sua consorte, tam-bem parecia mais feliz que nunca e os fun-dos sulcos de bistre de seus olhos negrosbem mostravam que o Amor ainda era odeus despotico de seu lar.

Não havia duvida: o Coronel Camba-chirra era profundo conhecedor dos segredosde Cupido e empregava com vantagem osoutros meios. . . ,

Seis mezes depois da data perigosa, istoé do dia em que elle fizera os 69, a lindaBeppina começou a empallidecer, perdeu avontade de comer, sentia tonteiras e tinhagostos exquisitos.

O Coronel quiz immediatamente cha-mar um medico, porém a esposa oppoz:sedecididamente; e como o mando muito in-sistisse, ella terminou por querer consultarum adivinho então muito em moda e de quemdiziam maravilhas. -';' "' '"' .

O Cambachirra nao acreditava nem nadanos taes Ergontes, mas acceitou com a- con-dição que a mulher não falaria durante a con-sulta ; elle daria as respostas ao feiticeiro.

O Coronel'esperava deste modo desillu-<Jir a mulher, provando que o tal typo eraum embusteirQjtr. , ,

Afinal, foram á consulta e quando chega-ram á presença1 do adivinho o Coronel disse:r. m

_fTra >1[ie aqtli minha filha (estava ar-mando o laço) para o senhor ver do que ella

PadEeesperou que o feiticeiro não adivi-nhasse que Beppina era sua esposa.

O sujeito olhou a moça, fez-lhe tres ouquatro perguntas a que o Coronel respondeuSromptamente, e depois, pondo uma das mãosno hombro do Cambachirra disse:,

-Sua «a tem uma moléstia de moça e

o remédio é vancê casa ella com o pa.do fio

que ella traz!...MATHUSALEM.

lá leu A VIUVA ALEGRE?... o n. 5 dos

Con/os Rápidos 11 E' um suecesso sem .gual

a sua leitura.

fife

Regras de civilidadejffir < g Voffip,.. _u j,

' ——

Ainda hoje, para allenderaos constantespedidos que recebemos dos nossos smarti-cos leitores de todas as zonas, vamos tra-tar das modas, em logar de ensinar modos.

CDOs gentis chapéos de orelha dc burro

que dão um tom característico ás nossas ele-eantes patrícias devem, de accordo com aprimavera, ter as referidas orelhas de asnosubstituídas por pequenos carvalhos, bonspepinos, tomates grandes e vermelhos ouavantaiadas cabeças de nabos.

Esses enfeites podem ser usados aos pa-res, porém sempre combinados com doistomates. CD

O uso de flores também é permittido ;sendo muito distineto uma senhora, ou aindamesmo uma senhorita, exhibir flores da mo-cidade taes como: empigens, leicenços,sarna, fistulas, etc.

Entretanto, jamais uma elegante deve ap-parecer em publico com flores brancas.

CDAs saias com abertura ao lado, por onde

se pôde gosar muita vez a vista de um bellopernão, não preenchem os fins a que se des-

Todos sabemos que a prohibição é umexcitante terrível; por isso, as pernas assimá mostra em breve perderão o valor e todoscomeçarão a pol-as para os lados.

CDHa entretanto um infallivel meio de re-

mediar o troço : as saias terão diversas aber-turas, em vários pontos, de modo que cadaum possa apreciar o pedaço que mais lhedesperte o... enthusiasmo.

CD ______Os corpetes serão cada vez mais redu-

zidos e de fazendas finíssimas e levíssimas.Todas as vezes que uma senhora snwrt

ou uma senhorita dernier-cri tiver que sahir,deve cortar no corpete. decote e aba, coisade dez centímetros.

E' esse.o meio de fazel-o evoluir com aestação, devendo por isso terminar com ella.

CDlim ultimo conselho : não tragam meias

rotas, pois algum garoto pôde vel-a e gri-tar: _ i— Safa 1 que moça esburacada 1

PETRONIO.

CDa Alice Treme Treme de automóvel

na""\T,ydÍábciÍ.ea.u. irmana Ave-

nida'Beira Sem grande/arr« de automo-

penhando as ultimas jotas na zona Ba,baiadeA1VTfômPridoRuyeaE.za„obote-

'U,Md%SArSraABtaC°Mêi Negro na zonaMem' de Sá, toda garbosa, apoiada ao braçodo marchante boiadeiro. •.

a Zázá Bringella agarrada ao tenornamanla na zona Mem dc Sá...a Ambrosina Tres Gostos no domm-go uitimo toda afobada na zona Mem de Sa,procurando o Antonico...

a Nhã Labareda fazendo propagandados serviços lingüísticos prestados pelo seu

SCa..'."o Brandão das folhas entrar de dedo

na Marietta de Casca Molle.Este é o celebre que no ultimo dia de

Carnaval serviu dc... para uma coisinha...... a Laura Mosquito Emproado na Ma-

ternidade das Laranjeiras.... o Beneficiado num Pope particular,

á procura da Maria Amélia... o Gandaia angariando esportulas pa-

ra sustentar a Una Bull-dog na zona alta.... o Mario Precipício lançando na vida

mais duas crianças innocentes,... o Peru Por. ado de automóvel curando

a dor de comu... copia que lhe deixou a Li-na Bull-dog.

... o Mario Precipício pedindo ao üan-daia para indagar da perícia da lingua deuma funecionaria franceza, da zona Maran-gUape'" VÊ TUDO.

Agua .lapoiicxaNâo ha outra qne tome a pelle mais

macia. Dá ao cabello a côr que se deseja.E tônico, faz crescer o cabello e extirpea caspa. — Ruas : Andradas, 43 a 47 aHospicio, 164 e 166.

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que o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro" especifico contra a tuberculose nos

primeiros grãos, E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotensenão exige resguardo. Vende-se em todas as

pharmacias e drogarias.Depósitos: Pelotas, EJ. C. Sequeira;

Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

M

_aali

COMO ESTAVA COMO ESTOU

•fcfi.ll, . . : .lil ¦-.,.- -, - ffcaAzi. A^"r:t..

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gl 3 de Janeiro de 1914 )-( O RIO NU )-(

^^i\kRS.„."iw^T

"i ,Contou-iios a Maria Luiza Russa queo, Augusto .Chapelein. ia correndo com as'malas dizeiído ir para a òropa para se livrardosl.. credores.

. (Jue cadaverl'¦ LINGUA DE PRATA.

Na zona chieSahiu aborrecido dum jantar o acade-

mico jornalista Franklln,O que tens ? perguntaram-lhe.Ora, o que tenho I Aquelle arroz com

taltihy estava podre...'¦"' Por quem andará agora apaixonadaa Lina Bull-dog?

Será pelo aspirante de Marinha? Cuidadocom o Gandaia, dona Lina.

ftr A propósito: corre por ahi que porcausa da Lina Bull-dog, o Beneficiado desa-fiou o Gandaia, e que este não aceitou. Seráverdade?

.«'" Ao acadêmico jornalista Frankllnperguntámos porque estava ficando tão...negro. Respondeu-nos que não comia maistaluliy, pois estava... casado...

tar A Bety Izabet está tão apaixonadapelo Peru Porrado que não lhe dá uma folgana... lingua.

.Mc Voltou novamente a cavar a vida nazona Lapa 2 a Helena Treine-Treme Myste-riosa, que tem a sustentar o filhinho Meu-donça e o ajudante secretario Fosquinhas. .

Estes, porém, vão passara pão e laranjaporque o Pereira Marchante já náo cai mais...

na- Disse-nos o Borboleta Sabiá que oHercolino do Poleiro anda a perseguir a Ro-sita Gallega, armado com uma metralhadorade 15 tiros.

Será por ciúmes ?Que nos informe o menino Agostinho.«' Está radiante de contentamento o

Carlinhos clectricista.E não é para menos. Pois si voltou á vi-

da antiga a sua inãizinha Mnemozine Chi-lique !

Nossos parabéns, seu Carlinhos !...et-tr Conduzidos por dois agentes, foi vis-

to entrar no palaíio da rua da Relação o Mo-rèho. Ia também na canoa a Bahianinha dazona Lavradio. . •-•¦' ;

Que for isso, seu Moreno? . : ,.. .: ar A Mariquinhas Lagartixa da zona Ria-

cluieleiise 71, devido á carestia da vida? fezde sua casa tavolagem, e para vigiar a poli-cía collocou á porta uma velhusça para dár-oalarme quando a canoa se approximar.

tar A Sebastiana Paulista, depois que seapaixonou por certo menino muito leal, nãoliga mais importância a um conhecido phar-inaceutico. .

Será isso effeilo das conversas ao tele-t_ h o n c ?

ità' Dizem que a Nhã Labareda anda deamores com um conhecido riifuio de nomeOscar eque o gujo não lhe dá uma folganas conversos de línguas... vivas.

Será por isso que essa funecionaria andatão magra? .'.

ts A Rosa Arrasta Meu Negro nao dauma folga no braço do boiadeiro quando jun-tinhos vão passear. ,

Será com medo que o marchante fuja .-sa A Zázá Bringella andou numa eavação

roxa para arranjar o _7ram<- para apromptar afantasia com que foi ao baile dos Baetasno dia 31 do mez passado.

Então o tenor garganta nao se moveu r1su- A Jacyra, depois que deu uma folga-

zinha por conveniência, em certo chauffeur,agarróu-se a um malandro que leva-lhe a dia-ria de dez fachos.

Isso não c sério !ar A Angela Fallabosta anda de um azar

navoroso. Até as mulheres não lhe dão folganos bondes, por causa dos seus amodema-dos amores.

Já é ser caipora !

DR. NICOLAU CIANCIO_2£~~

Medico c operador «Io Hospital dn Santa Casa. — Com

pr.iti-.i «.los Elospiti.es: Hroca de Wnh e Polyclinico deRoma, Moléstias das Sejitiorns, vias urinnrías e sypliilis

Cons-líorio: Largo ia Carioca, li das 4 ás S - Telephone 523Resifatia: Rua ia Lara, 69 — Telephone 3930 - Central

.(D) l'(K|0 d CD) SlílMdDIP

Coisas importantes

Os ciúmes do Alfredo Henriques.A voz grossa do Mattos.Os nove dedos e meio do outro Alai-

tos (o galã).Os sonetos do Rozas.A ferocidade do chefe dos porteiros

do S. José.O nariz do Barbosa.

Tônico .In-poiiezPara perfumar o cabello e destruir as

parasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas : Andra-das, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

iSl INDA como os amores, ella erasenhora solteira e seria; mas...

#%gg, maior de 30 annos, o fogo doamor circulava-lhe no sangue e

o desejo de sentir-se apertada pelos braçosfortes de um homem amoroso manifestava-se violentamente.

Por isso foi que uma noite, sem sabercomo, achou-se no quarto de um primo seu...e ali teve inicio a sua entrada no vasto cam-po do amor.

Os dois tinham ido ao theatro. Findo o es-pectaculo, elle levou-a para a sua casa, e ei-Ia deixou-se conduzir, indifferente, sem sa-ber mesmo em que camisa de onze varas iriase metter.

—Lydia— falou elleapenas chegado, ten-tando cingir-lhe com os braços a cintura fie-xivel—sabes qüe te amo ?

Ella não respondeu... deixou-se abraçar,deixou-se beijar, deixou-se...

• ,No' leito os dois, deitados, parecem umamoroso casal pm plena lua de meL

Ella sorri. Õ qtie teria havido?.Adivinhe-o o leitor.

-_-., Eu não posso dizer, porque é peccado.ZÉANTONE.

% Galeria Artística %Avisamos aos leitores que tenhamlall» «le ol.iunias es< pus «lu uos-suGaleria Amisliea. e queiram iiiiiii.1i'-«ar ii collcceao; «|ue«-'» nosso escrip-Inrio existem exemplares «U- todoson números «lo IIIO XI! desde o ini-cio «Ia publicarão dessa Galeria, po-den<lo ser adquirido» sem ainjiiienlo

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-__3 )-( O RIO NU )-( :g| 3 de Janeiro de 1914 §__]

Receio injustificado

r~~~'- -.,¦•¦¦ >¦:¦,:-.':¦--¦: .... ..___::•:_¦¦¦.•¦_¦ ' - .V- -**---*' ¦' ' ¦' " ' ¦' '•'¦y'.*1-.'-.- "¦'"-¦¦¦:¦" :, ¦'•"-"'.;•''..'':'"'¦. *¦¦'.." '\ i. .' _

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II V^ i ;Í'V. 'f" Í^__M^K»^L\II I / r^^?*_» —-Iw:' .*í-#ffl&'¥»'3BB *W MM. ¦¦.¦¦¦, |I I / /l yy LA WaSr"- s-ô-Ssia «"«Kl I( /.%## "IV « WÊbêB * n í

ELLA — Estimo tanto a pintura, que estou quasi a desmanchar o meu casamento pelo receio quetenho de depois de casada, esquecer o que aprendi.ELLE — Oh ! Minha senhora! Esse receio é injustificado! Si V. Ex. em solteira maneja tão bem

o pincel, quando casar manejal-o-á com perfeição e... amor!

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O TIO EMPATAA MULHER DE FOGOO. ENGRACIAFAZ TUDO...A VIUVA ALEGREO Menino do Gouvea (im pripm),