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(Já li)Estudos em Romanos – Arnaldo Carlos Müller Junior

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Copyright2009 porArnaldo Carlos Müller Junior

A. D. SANTOS EDITORA

Al. Júlia da Costa, 21580410-070 - Curitiba - Paraná - Brasil+55(41)[email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

MÜLLER JUNIOR, Arnaldo CarlosEstudos em Romanos – A base para a vida cristã — Arnaldo Carlos Müller Junior /Curitiba: A.D. Santos Editora. 100 p.ISBN – 978.7459-167-41. Estudos Bíblicos 2. Interpretação Bíblica 3. Comentários Bíblicos

CDD – 220

1ª Edição: Junho / 2009 – 2.000 exemplares

Proibida a reprodução total ou parcial,

por quaisquer meios a não ser em citações breves,

com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

Capa:PROC Design

Projeto gráfico:Manoel Menezes

Impressão e acabamento:Editora Betânia

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AGRADECIMENTOS

mportante é agradecer ao Pr. Igor, Pr. Jacques e Martha pelosempurrões na escrita deste material.

Fundamental é agradecer a minha esposa Danieli e a meuspais pelo apoio e pelas sugestões ao longo de todo o tempo.

Imprescindível é agradecer a Deus por toda a sua graça e mise-ricórdia, sabendo que “dEle, por Ele, e para Ele são todas as coi-sas”.

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PREFÁCIO

eus nos surpreende com Coisas de sua graça, aliás a própriagraça é uma grande e agradável surpresa.

Ela nos surpreende quando esperamos o castigo provenientedos nossos erros e falhas, mas encontramos o amor do pai que gra-ciosamente nos perdoa e restabelece o amor que é o vinculo daperfeição e nos faz aos seus olhos tão perfeitos que podemos nosrelacionar com ele novamente como se nada tivesse nos man-chado e nos afastado de sua presença.

A compreensão espiritual dessa graça e o desfrutar dessa ver-dade tão profunda a respeito do nosso Deus que propõe essematerial que recebe o nome de Leituras em Romanos.

Leituras em Romanos tem em suas páginas não só um mate-rial de conteúdo bíblico a ser estudado, e sim, um devocional quepropõe a provocar e instigar o leitor a ter um tempo especial paradegustar e experimentar o que o amor de Deus pode proporcionaraos que estão em Cristo Jesus, como diz Romanos 8, não há maiscondenação e nem a morte e vida, podem nos separar desse amor.Repito, o conteúdo, não deve ser apenas compreendido, mas simexperimentado. Pois a graça, já dizia Philip Yancey é escandalosa emaravilhosa, portanto acima da nossa compreensão lógica eracional.

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“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimentode Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e inescrutáveis osseus caminhos!” Romanos 11.33

Romanos é um desafio para os homens que pensam que apalavra de Deus é conjunto de regras, de causas e efeitos, de puni-ções aos irreconciliáveis, pois para a graça não há irreconciliáveis,a graça nos leva acima do que inteligível, por isso “o Justo viverápela fé”. Romanos 1.17

Quanto ao autor tenho que ressaltar o que comecei dizendo,Deus nos surpreende com coisas da sua graça, não quanto à capa-cidade do Arnaldo, que com certeza é evidente, mas no que se pro-pôs a fazer. Um engenheiro com pensamento lógico, sistêmico, edirigido, com sua razão aflorada e predominante falando sobrealgo extremamente supra razão, subjetivo e espiritual. Só a graçaexperimentada e não explicada poderia produzir tal material.

É isso que a graça faz com os que se propõe a viver pela fé.Ela surpreende, liberta, nos faz ser o que humanamente seriaimpossível.

Faça dessas leituras o seu alimento diário, abra o seu coração emente para as ministrações do Espírito de Deus, e com certezavocê vai se surpreender com o que a graça pode fazer!

Em Cristo,

Pr. Jacques Kleiman Rodrigues de Souza

Igreja Batista em Carianos – Florianópolis – SC.

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SUMÁRIO

Introdução – Antes de começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Sobre o livro (de Romanos) e o autor (da carta) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Breve resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

Leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1. UM EXCELENTE CURRÍCULO

Romanos 1.1 a 1.13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

2. A DÍVIDA

Romanos 1.13-17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

3. NOSSAS ESCOLHAS

Romanos 1.18 a 1.32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

4. CRÍTICAS E JULGAMENTOS

Romanos 2.1-16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

5. AGINDO COMO CRISTÃOS

Romanos 2.17-29 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

6. O PLANO DE DEUS

Romanos 3.1-20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

7. DEUS É JUSTO

Romanos 3.21-31 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

8. BOAS OBRAS

Romanos 4.1-15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

9. AS MARCAS DE DEUS

Romanos 4.16-25 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

10. NO MUNDO TEREMOS LUTAS

Romanos 5.1-11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

11. ONDE VOCÊ ESTÁ

Romanos 5.12-21 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

12. PECADOS DE ESTIMAÇÃO

Romanos 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

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13. VALORES

Romanos 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

14. VIDA NA CARNE x VIDA NO ESPÍRITO

Romanos 8.1-17 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

15. O INTERCESSOR

Romanos 8.18-39 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

16. SOBERANO

Romanos 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

17. PROCLAMAÇÃO

Romanos 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

18. ABUNDÂNCIA DIVINA

Romanos 11.1-10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

19. A SALVAÇÃO CHEGOU A NÓS!Romanos 11.11-24 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

20. OS PENSAMENTOS DE DEUS

Romanos 11.25-36 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

21. CONSELHOS SÁBIOS

Romanos 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

22. SUBMISSOS

Romanos 13.1-7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

23. SEM DÍVIDAS

Romanos 13.8-14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

24. UNIDADE NA DIVERSIDADE

Romanos 14.1-12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

25. LIVRES

Romanos 14.13-23 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

26. IMITADORES

Romanos 15:1-13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

27. PRIORIDADE: O REINO DE DEUS

Romanos 15.14-32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

28. GRATIDÃO

Romanos 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

Conclusão– Indo mais além . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

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INTRODUÇÃO

Antes de começar

magine por um instante uma pessoa que é apaixonada pormontanhas russas. Não é muito difícil encontrar alguém assim.Eu conheço várias. São pessoas que não se importam de ficarhoras na fila destes brinquedos só pelos poucos minutos de emo-ção proporcionados. Elas são capazes de dizer quais são as melho-res, as mais emocionantes, aquelas que valeram o tempo gasto nasfilas. Mas quantas pessoas destas são capazes de dizer como funci-ona uma montanha russa? Quantas são capazes de transformar o“frio na barriga” em equações da física? Provavelmente poucaspessoas.

Para compreender como funciona uma montanha russa nãobasta passar toda a vida andando nelas, é preciso estudo de outrasdisciplinas, muitas que a primeira vista parecem impossíveis deserem compreendidas, mas que, quando encaradas com dedica-ção, descortinam entendimentos que permitem ver a beleza deum brinquedo como este não apenas pela emoção, mas tambémpela construção, pela tecnologia, pela estética.

Fazendo um paralelo com a vida cristã, muitos são os que con-sideram a experiência da espiritualidade, seja ela representada por

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um toque do Espírito Santo que quebra nossas barreiras e nos fazchorar como crianças, ou um milagre que transforma a realidadede alguém, como se tudo isso fosse um passeio de montanharussa. Não no sentido popular da expressão que relaciona as mon-tanhas russas com uma série de altos e baixos, mas no sentido queestes brinquedos são inteiramente baseados na emoção.

A vida cristã, entretanto, é muito mais do que emoções. Há umuniverso a ser descoberto oculto nas páginas da Bíblia que está dis-ponível a todos, mas que só é acessado aos que se esmeram em irmais fundo, em conhecer os princípios e as verdades por traz dasemoções.

Os sentimentos religiosos têm o seu lugar e não devem sermenosprezados. Eles nos dão a certeza de que Deus não está dis-tante, mas perto, se relacionando conosco. Assim como o objetivode um engenheiro ao construir uma nova montanha russa é con-seguir o máximo de emoção, da mesma forma o propósito doestudo das Escrituras é justamente buscar o encontro com Deus.É nas Escrituras que encontramos as respostas para onde Ele está,como Ele age, o que Ele quer. A emoção se torna mais completa,pois não apenas sinto Deus, mas sei quem é o Deus que eu sinto.

Para os que querem ir além, o próximo passo então é descobrircomo estudar a Bíblia e encontrar o que procuro nela. Neste pro-pósito, o livro de Romanos é talvez o mais completo de toda aBíblia. As questões básicas do cristianismo estão respondidas aolongo de toda a Bíblia, mas estão resumidas no livro de Romanos.

Romanos é considerado por muitos como a obra-prima doapóstolo Paulo. Lutero foi além e considerou Romanos como aobra-prima do Novo Testamento. Outro pai da Reforma, Calvinodisse: “Se nós atingirmos uma verdadeira compreensão quanto a

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essa epístola [de Paulo aos romanos], teremos uma porta abertapara todos os tesouros mais profundos da Escritura”.1

Nossa intenção é incentivar a leitura e a meditação. Mas nãofazendo uma leitura puramente teológica ou doutrinária, poismuitos outros já fizeram e muitos outros ainda farão tal estudosem, contudo, exaurir a riqueza desta parcela das Escrituras.

Das várias formas que existem para o estudo da Palavra deDeus, a escolhida aqui são as devocionais. O objetivo é, após umbreve relato do contexto e dos objetivos do apóstolo Paulo aoescrever esta carta, fazer uma série de reflexões sobre suas palavras,tentando transformar a teologia em vivência prática.

Antes de começar, um lembrete: As devocionais não possuempoder nenhum em si mesmas. E nem poderiam. Elas são apenaspensamentos e ideias extraídas da Palavra de Deus. Cada umadelas foi escrita baseada em uma passagem de Romanos e parauma melhor compreensão do que foi escrito é necessário ler a pas-sagem bíblica correspondente. A vida está nas páginas da Bíblia edescobrir esta vida é o objetivo principal deste livro. Podemos lermil livros sobre Romanos ou qualquer outro sobre as Escrituras,mas nenhum deles jamais será comparável à leitura da própriaBíblia.

Com esta combinação entre a busca pelo aprofundamento napalavra e as experiências de vida que ela me traz, queremos, seDeus nos permitir, não apenas construir ou entender uma monta-nha russa, mas também sentir a emoção de andar nela.

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1 CALVINO, JOÃO, citado por STOTT, J. Romanos (série A Bíblia Fala Hoje).São Paulo: ABU, 2000

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Sobre o livro (de Romanos)e o autor (da carta)

e todos os livros da Bíblia, Romanos é aquele que de formamais clara e didática expõe os temas da salvação em Jesus Cristo, ajustificação do salvo e a relação entre a Nova Aliança em Jesus e aLei de Moisés. Paulo aborta estes assuntos logo no início do livro,quando, citando Habacuque 2.4 ele coloca a peça central de todoo livro: “O Justo viverá pela fé” (1.17).

Aproveitando o fato de que estava escrevendo a uma Igreja naqual ele nunca havia estado, Paulo faz do livro um verdadeiro tra-tado teológico, trazendo à luz muitas respostas a respeito da formacom o salvo em Jesus é justificado, seja ele judeu ou gentio.

Não há divergências entre os estudiosos de que o autor dolivro é o apóstolo Paulo. A forma de escrita é similar à dos outroslivros de Paulo, além de conter várias referências a fatos conheci-dos da vida de Paulo.

O livro foi escrito provavelmente no ano de 57 d.C. na cidadede Corinto, onde Paulo estava durante uma de suas viagens missio-nárias. Na série de agradecimentos e recomendações do capítulo16 encontramos referências a Febe (16.1), Gaio, onde Pauloestava hospedado e Erasto, administrador da cidade (16.23).Gaio, geralmente identificado como Tício Justo é citado em Atos18.7 como o hospedeiro de Paulo. Estes indícios fornecem evi-

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dências suficientes para crer que a epístola foi escrita realmenteem Corinto.

Ao escrever a carta, Paulo ainda não havia visitado a igreja deRoma, mas como ele mesmo indica nos versos 1.13 e 15.23, suavontade de visitá-la era grande. Não existem indícios bíblicos decomo a igreja foi originada, mas é possível que tenha sido uma dasprimeiras, já que Paulo diz que “em todo o mundo é proclamada avossa fé” (1.8). É possível até que esta igreja tenha sido formadapelos primeiros cristãos que aceitaram a Jesus no discurso dePedro em Atos 2.

A igreja de Roma era composta tanto de judeus como gentios.Paulo faz referencia os membros como judeus em 2.17-24; 4.1 e7.1. No entanto, a grande quantidade de nomes gregos presenteno capítulo 16, indica uma presença forte de gentios e possivel-mente prosélitos.

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Breve resumo

livro pode ser divido em três blocos principais. Cada um dosblocos termina com uma doxologia (capítulos 8.31-39; 11.33-36 e16.25-27). Dos capítulos 1 a 8, constituem a seção doutrinária,onde Paulo fala do problema da libertação do homem do pecado.É a parte mais teológica e didática do livro. O segundo bloco, doscapítulos 9 a 11 constitui-se uma seção onde Paulo trata da condi-ção atual e futura do povo judeu. Finalmente, do capítulo 12 até ofinal do livro Paulo aborda aspectos práticos da vida cristã.

No primeiro versículo de Romanos, Paulo faz sua apresenta-ção como servo de Jesus e como chamado por Ele para o aposto-lado. A partir do verso 2 até o verso 7, por mais que Paulo aindaesteja fazendo sua apresentação, o foco passa totalmente paraJesus, e Paulo faz a apresentação de Jesus como descendente deDavi e Filho de Deus poderoso e ressurreto.

A partir do verso 8, Paulo começa a falar sobre a igreja deRoma, mostrando sua intenção de visitá-la o quanto antes (v. 10).Paulo louva a Deus pela fé da igreja romana e exprime seu desejode poder compartilhar os dons de Deus com a igreja, de formaque tanto ele quanto a igreja sejam edificados.

Nos versos 14 e 15 Paulo exprime seu sentimento de devedorem relação tanto a igreja de Roma quanto a todas as pessoas noque tange à necessidade de pregar o evangelho de Jesus.

Finalmente, no verso 17, Paulo mostra o tema central da carta.Citando uma passagem do profeta Habacuque (Hc 2.4), ele expõe

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sua intenção de tratar sobre a justiça de Deus e a justificação dosalvo pela fé em Jesus Cristo.

Paulo começa agora a fazer uma explanação detalhada sobrecomo o homem é incapaz de se justificar perante Deus. Do verso1.18 até o verso 3.20, Paulo fala da corrupção moral do homem.O problema apontado por Paulo como causa de toda a lista deimoralidades e pecados cometidos pelo homem está indicado noverso 1.21. O homem, apesar de conhecer a Deus através de seusatributos invisíveis manifestados pelo próprio Deus, preferiuseguir seu próprio caminho, não rendendo a Deus a glória queLhe é devida. Como consequência disso, o homem se tornoulouco em sua própria sabedoria e passou a praticar e a incentivartoda sorte de pecados.

Deus, então, com base nos procedimentos de cada um aplicaseu juízo. Vida eterna aos que buscam fazer o bem e Sua ira aosque desobedecem à verdade. Esta regra se aplica tanto aos conhe-cedores da lei, quanto aos que não a conhecem. Tanto a judeuscomo a gregos, pois “Deus não faz acepção de pessoas” (2.11).O fato de conhecer a palavra e ser instruído na doutrina não trazem si nenhuma vantagem, pois não é isso que Deus está bus-cando. Os judeus acreditavam que pela sua circuncisão recebe-riam tratamento especial, mas Paulo mostra que a circuncisãoapenas tem valor se vier acompanhada da prática da lei. Sem isso,a circuncisão já se tornou incircuncisão.

No capítulo 3, Paulo responde à primeira objeção que certa-mente surge deste raciocínio: Qual é a vantagem de ser judeu setanto o judeu como o gentio serão julgados de forma igual? A respostade Paulo são as escrituras. Elas foram conferidas ao povo judeu.A eles pertence a revelação de Deus. Eles foram escolhidos deDeus como seus porta-vozes.

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Porém, quer a gentio, quer a judeu, a todos está reservada a irade Deus, pois todos estamos debaixo do pecado. “Não há justo,nem um sequer.” (3.10).

Após ter comprovado que todos deveríamos ser sumaria-mente condenados pelas nossas transgressões, Paulo passa a expli-car a forma escolhida por Deus para a redenção de nossospecados. Primeiro, nos versos 3.21 a 4.25, ele fala da forma comoesse assunto é tratado judicialmente, ou seja, como nossa sen-tença é revertida de condenação para absolvição. E a resposta paraisso é sempre a mesma: fé em Jesus Cristo.

É através da fé em Jesus que provém a justiça de Deus. A justi-ficação se dá de forma gratuita, através do sangue de Jesus, o verda-deiro holocausto para redenção de pecados. E é através desta féque Abraão foi justificado. Se fosse através das suas obras, Deusteria obrigação de justificá-lo, mas foi pela fé, confiando que agraça de Deus lhe traria a justificação necessária. E isso foi feitofora do regime da lei. E mesmo fora do regime da circuncisão, poiseste foi na verdade o sinal de que Abraão estava separado paraDeus. Foi a consequência, e não a causa.

Nos versos 5.1 a 5.11, Paulo começa a mostrar um outro ladoda justificação. Como esta se dá na vida daquele que já é salvo emJesus Cristo. É o lado experimental da justificação. Quais são asvantagens imediatas da justificação? Paz, alegria e esperança.Paz porque não estamos mais sob a ira de Deus, mas debaixo desua graça; alegria, porque Jesus morreu por nós quando ainda éra-mos seus inimigos; e esperança, porque sabemos que nossas afli-ções produzem, pela atuação do Espírito de Deus, uma obragloriosa, que irá nos aproximar mais da figura de Cristo.

Até agora, Paulo tratou da justificação dos pecados cometidospelo homem tanto judicialmente (3.20 – 4.25) como experimen-talmente (4.26 – 5.11). A partir do verso 5.12, Paulo começa a tra-

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tar do pecado de outra forma. Antes, dos pecados (no plural) dohomem, agora, ele fala do problema do pecado (singular). Similarao que ele fez antes, Paulo começa falando do pecado e sua solu-ção judicialmente (5.12 – 7.6) e depois experimentalmente(7.7 – 8.39).

A primeira consideração feita é a respeito das duas liderançasque mudaram a história da humanidade. A primeira é Adão, pormeio de quem o pecado entrou no mundo, e a segunda é JesusCristo, por meio de quem o pecado é retirado do mundo. Paulomostra Adão e Jesus como figuras opostas entre si, mas equivalen-tes. Da mesma forma como o pecado de Adão foi suficiente paratrazer morte a todos os homens depois dele, o sacrifício de Jesus ésuficiente para trazer vida a todos os que estão nEle.

A seguir surge a pergunta: Se quanto mais pecados eu tiver,mais a graça de Deus será derramada, por que não cometer todosos pecados possíveis para que a graça de Deus sobre mim seja amaior possível? A resposta está na simbologia do batismo.Quando recebemos a Cristo, morremos a mesma morte que Ele, eressuscitamos também com Ele. O pecado que habita em nossocorpo não pode mais ter domínio sobre nós, pois estamos mortospara ele. Ao contrário, devemos a cada dia demonstrar a nova vidapara a qual ressuscitamos, a vida em Jesus.

Desta forma, passamos a pertencer a um novo senhorio.Não somos mais escravos do pecado, por isso não devemos conti-nuar pecando, mas somos pertencentes a Jesus Cristo, e a Ele obe-decemos e sobre nós é derramada sua graça. Gratuitamente.

Nos primeiros versos do capítulo 7 Paulo reforça a ideia damorte para o pecado usando a analogia de um casamento. Em umcasamento, os cônjuges estão ligados um ao outro até a morte,mas se um deles morre, o outro fica livre para um novo casa-mento. Quanto fomos inseridos (batizados) na morte de Jesus,

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ficamos livres para um novo casamento. Um casamento com oCordeiro de Deus.

Em seguida Paulo começa a falar sobre a aplicação desta liber-tação do pecado na vida do cristão, lançando a seguinte pergunta:Se a salvação é dada gratuitamente a nós, mediante o sangue deJesus, qual é a função da Lei? Devo ainda buscar cumprir o que aLei ensina? Quando não havia lei, não podíamos ser condenados,pois não havia um referencial do que é certo e errado. Mas quandoa lei surgiu, nosso pecado ficou visível e fomos por ele condena-dos. E o objetivo da Lei é este: servir de guia e referência para ocerto e o errado. A Lei não pode justificar ninguém, apenas apon-tar o pecado. E quanto mais tentamos seguir a Lei, mais frustradosficamos, pois apesar de querer fazer o bem, não conseguimos, e omal que não queremos fazer, esse fazemos.

Finalmente, no capítulo 8, Paulo deixa clara a solução paraeste círculo vicioso de pecado e condenação: a morte de Jesus.Pela sua morte, deixamos de viver pela Lei, e passamos a viver pelagraça. O Espírito de Deus está em nós e por eles somos movidosnão mais para as coisas carnais, mas para as espirituais. É o Espí-rito Santo que confirma em nossos corações a nossa salvação enossa filiação com Deus e intercede junto ao Pai por nós.

Com esta certeza de que estamos libertos do pecado e vivemospara Cristo com o auxílio do Espírito Santo, Paulo termina o capí-tulo 8 com uma das passagens mais gloriosas da Bíblia: “Se Deus épor nós, quem será contra nós?” (8.31) e segue louvando e glorifi-cando a Deus pela obra perfeita da cruz. Quando estamos emCristo, nada mais pode nos separar dEle, nada pode nos impedirde uma comunhão sincera e profunda com o Pai.

Tendo explicado profundamente a respeito da justificação emJesus, Paulo aborda agora uma questão delicada: Se a justificaçãode judeus e gentios se dá da mesma forma, se as promessas da nova

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aliança em Cristo são aplicadas de forma rigorosamente similar,se a condenação pelo pecado é universal a todos os que não estãoem Cristo, qual é a vantagem de ser judeu? Por que Deus fez tantasalianças com seu povo e agora, aparentemente, o rejeita e ofereceuma nova aliança a um povo estrangeiro? Por que tantas declara-ções de amor a seu povo e agora a exclusão dos seus planos? Seráque Deus está sendo irônico e até hipócrita para com Israel? Pauloaborda estas questões em três etapas:

Inicialmente, ele mostra que a nova aliança e a atual rejeiçãonão cancelam as alianças anteriores. Paulo começa o capítulodemonstrando sua dor por sua terra, seu povo, e em seguida fazuma lista daquilo que Deus fez e prometeu a Israel. Mostra, noentanto, como no decorrer da história, o que prevaleceu foi sem-pre a escolha de Deus, sua soberania. Primeiro escolhendo aAbraão, depois Isaque, depois Jacó. É sempre a soberania de Deusque conta, e nenhum de nós pode dizer que Deus está errado emfazer isso ou mesmo chamá-lo de tirano, pois devemos lembrarque os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos pensa-mentos. (Is 55.8-9). Não podemos perceber o mover de Deus.Ele está sempre buscando restaurar os vasos de misericórdia. As ali-anças feitas aos patriarcas continuam válidas, mas serão alcança-das pelo remanescente fiel de Israel (vv. 27-28). Finalmente, Paulomostra como a rejeição atual de Israel foi causada pelo próprioIsrael, por ter “tropeçado na pedra de tropeço”, que é Jesus.

Em seguida, Paulo mostra que a salvação em Jesus é oferecidaaos Judeus da mesma forma que é oferecida aos gentios. Os judeustêm buscado a Deus, mas da forma errada, sem conhecer a ver-dade sobre a justiça de Deus. Paulo cita várias passagens de Moisése Isaías para mostrar que a justiça de Deus através da fé em Jesus jáestava prevista. A salvação é oferecida de forma igual a todos aque-les que confessarem a Jesus e crerem que Deus o ressuscitou den-

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tre os mortos. Os judeus, no entanto, optam por negligenciar aPalavra de Deus. Não podem dizer que nunca ouviram a pregaçãode Jesus, morto e ressurreto. A última declaração de Paulo nocapítulo 10 mostra o sentimento de tristeza de Deus: “Todo o diaestendi as mãos a um povo rebelde e contradizente.” (v. 21).

Porém, apesar de toda a rejeição, passada e atual de Israel, apromessa de Deus é de um futuro glorioso para seu povo. Se, pelarejeição de Israel, muitos outros povos conheceram a Deus, comoserá quando Israel for restaurado? Não devemos nos orgulharsobre a rejeição de Israel dizendo: Eles perderam a bênção deDeus para que eu fosse abençoado, mas devemos ter em mente oque aconteceu a eles, para que o mesmo não aconteça a nós.As promessas feitas ao seu povo serão concretizadas. Hoje vive-mos o “tempo dos gentios”, quando as bênçãos de Deus são espa-lhadas aos estrangeiros. Mas virá com certeza o tempo em que asalvação alcançará a Israel, pois assim como nós fomos alvos amisericórdia de Deus, assim também será com seu povo.

Paulo termina o capítulo 11 mostrando seu próprio senti-mento em relação ao plano de Deus: “Ó profundidade da riqueza,tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão inson-dáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”.Paulo está deslumbrado pela grandiosidade de Deus e não podeterminar o capítulo de outra forma que não louvando e glorifi-cando ao Deus que é Senhor de todas as coisas.

Após Paulo tratar dos aspectos doutrinários da justificação eda relação de Israel com a nova aliança, ele termina o livro dandoconselhos práticos para a vida do salvo em Jesus.

No capítulo 12, estão as considerações sobre a vida do crenteno seu caráter social. Paulo inicia exortando o salvo a uma trans-formação interior, (vv. 1 e 2) que é a base de toda santidade cristã,na sequência, ele dá vários conselhos quanto ao uso dos dons espi-

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rituais (vv. 3 a 8), que devem ser usados com humildade e dedica-ção. Por fim ele mostra a utilidade de tudo isso: o amor aopróximo. Devemos tratar o próximo com amor, mesmo aos nos-sos inimigos, a vingança pertence ao Senhor. A nós cabe praticar oamor a todos. “Tenham compaixão, sejam hospitaleiros, façam obem.”

No capítulo 13 Paulo fala sobre as obrigações civis do cristão.Devemos obedecer e honrar as autoridades, sabendo que foi Deusque as colocou nesta posição. Devemos pagar a cada um o que lheé direito, não apenas no aspecto financeiro, mas também noaspecto ético e moral (v. 7). E novamente, Paulo fala sobre o amor,apontando que todos os mandamentos, ou seja, o cumprimentoda lei, se resumem em amor ao próximo.

Por último, nos capítulos 14 e 15, o assunto são as relaçõesmútuas dos salvos. Como deve ser a relação entre os cristãosquando as opiniões divergem? Paulo começa falando a respeitodos fracos na fé. Nos novos convertidos, existe uma infinidade deconceitos e hábitos trazidos da velha natureza, existem diversasformas diferentes de pensamento. Aqueles que estão mais amadu-recidos na fé cristã devem tomar cuidado com suas atitudes emrelação aos mais fracos. O objetivo deve sempre ser o de ajudar nocrescimento espiritual deles. Assuntos secundários da fé cristã,como as práticas alimentares citadas por Paulo não devem ser tor-nar tropeço ou escândalo para os irmãos na fé. Se em nossa cons-ciência determinada atitude não se caracteriza como problema, seassim o é para um outro irmão, então tal prática deve ser evitada,para que este irmão não se enfraqueça nem se perca.

É nossa responsabilidade acolher e cuidar aos mais fracos.Para isso, devemos tomar como exemplo Jesus, que não pensouem si mesmo, mas em nós, e por nós se entregou a morte. Da mesmaforma, nosso pensamento deve ser sempre o de ajudar aos que são

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mais fracos espiritualmente a se fortalecerem, mesmo que isso sig-nifique que tenhamos que abrir mão de nós mesmos.

Os versos finais do capítulo 15 e o capítulo 16 são usados porPaulo para mais uma vez demonstrar seu interesse em visitarRoma e fazer uma série de recomendações pessoais aos cristãospertencentes à igreja romana. Paulo pede orações para a obra queele tem feito possa frutificar sem as resistências que ele vinhaencontrando, e termina o livro como começou, louvando e glorifi-cando a Deus.

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LEITURAS

1. UM EXCELENTE CURRÍCULO

Romanos 1.1 a 1.13

odos nós, algum dia, tivemos que escrever nosso currículo.Pode não ter sido um currículo formal, para conseguir um novoemprego, mas com certeza já tivemos que dizer alguma coisa sobrenós para pessoas que nos são estranhas. Nos versos 1.1 a 1.8 deRomanos encontramos também esta situação. E assim como aapresentação de uma pessoa a outra, vemos nestes versos doislados. O lado de quem se apresenta, e a impressão passada poreste ao seu ouvinte, a pessoa a quem estamos nos apresentando.

Nos versos de 1 a 6, vemos o lado do apresentador. Paulo estáfalando sobre si mesmo à igreja de Roma. Porém, apesar de suaapresentação ser descrita em 6 versos, apenas nas primeiras linhaspodemos ver alguma coisa sobre Paulo. Ele diz ser um servo deJesus, e apóstolo chamado para o evangelho de Deus. E só.Nada mais sobre ele, nada sobre sua educação, sua família, suainfluência, nada. A vida de Paulo está tão entregue a Cristo, queao invés de dar seu próprio currículo, Paulo na verdade oferece ocurrículo de Jesus. Em Gálatas 2.20, ele diz: “não sou mais euquem vive, mas Cristo vive em mim”. E aqui ele dá uma demons-

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tração disso. O currículo de Paulo é impressionante: Hebreu natu-ral de Tarso, circuncidado conforme a Lei e conforme ela fariseu,pertencente à tribo de Benjamim, educado por Gamaliel, e assimpor diante (confira Fl. 3.5-6 e At. 22.3). Porém, após seu encontrocom Jesus, nada mais disso teve importância. Todos os seus títu-los, conhecimentos, influências ficaram para trás. Só o queimporta agora é Jesus. E Paulo nos brinda com o maravilhoso cur-rículo de Jesus: Prometido pelos profetas, descendente direto deDavi e, portanto herdeiro do trono de Israel, Filho de Deus, pode-roso, santo, ressurreto dos mortos, fonte de graça, razão da nossafé, nosso Senhor.

Na sequência, vemos o outro lado. No verso 8 Paulo fala umpouco sobre a igreja de Roma. Ele afirma que a fé desta igreja éconhecida e proclamada em todo o mundo. No final do livro, noverso 16.19 Paulo nos dá mais uma característica desta igreja: suaobediência. Não encontramos em nenhum outro lugar da Bíbliainformações sobre a obra da igreja de Roma; nada é dito sobresuas obras, sua forma de fazer missões, seu socorro a outras igrejas,ou qualquer outra característica, mas ainda assim, ela é conhecidaao redor do mundo não pelo que ela fez, mas pela sua relação comDeus. A igreja não estava buscando ser reconhecida pelos seusgrandes feitos, mas apenas preocupada em obedecer aosensinamentos de Deus.

Sempre que nos apresentamos a alguém, estes dois lados apa-recem. Tentamos passar a melhor imagem possível, nos mostrar-mos capazes, competentes. E a pessoa que está recebendo todasessas informações e sinais, irá inevitavelmente criar uma imagem,uma impressão a nosso respeito, que nem sempre é aquela quegostaríamos. Quanto tempo gastamos falando sobre nós mesmos,e deixamos de falar de Jesus, mostramos nossa eficiência, masmenosprezamos a eficiência do evangelho para transformação de

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vidas? Quando, ao contrário, baseamos nosso currículo no queDeus fez por nós, nas bênçãos que Ele nos deu, e quando deixa-mos que o Espírito de Deus fale por nós, o resultado, inevitavel-mente será transformação e crescimento do Reino de Deus naTerra.

Refletindo...

Pense por alguns momentos no seu currículo pessoal. Quais aspectos dele

você valoriza mais? Um título, uma experiência profissional, um curso.

Será que você é capaz de perceber nestes itens a atuação de Deus?

Deus tem atuado em você ao longo de toda a sua vida para torná-lo a pes-

soa que você é hoje. Gaste alguns momentos em oração agradecendo a

Deus pelo que Ele tem feito em sua vida, cite os momentos mais marcan-

tes, reconheça o cuidado divino e louve-O por isso. Depois, tente escrever

um currículo espiritual. Coloque no papel as marcas que Deus deixou na

sua vida ao longo dos anos. Com frequência nos esquecemos do que Deus

já fez, e é sempre bom nos lembrarmos disso. Como disse o profeta Jere-

mias: “Quero trazer à memória aquilo que me pode dar esperança.”

(Lm 3.21)

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