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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO ROQUE Jean Louis Rabelo de Morais AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO ARACAÍ NO MUNICÍPIO DE SÃO ROQUE - SP São Roque - SP 2014

Jean louis rabelo de morais

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Jean Louis Rabelo de Morais. Avaliação da qualidade da água do rio Araçaí no município de São Roque - Sp.. São Roque : Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo , 2014 .

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Page 1: Jean louis rabelo de morais

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO ROQUE

Jean Louis Rabelo de Morais

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO

ARACAÍ NO MUNICÍPIO DE SÃO ROQUE - SP

São Roque - SP

2014

Page 2: Jean louis rabelo de morais

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO –

CAMPUS SÃO ROQUE

Jean Louis Rabelo de Morais

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO

ARACAÍ NO MUNICÍPIO DE SÃO ROQUE - SP

Trabalho de Conclusão de Curso de

Tecnologia em Gestão Ambiental no

Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Estado de São Paulo –

Campus São Roque.

Orientador: Professor Doutor Ricardo dos Santos Coelho

São Roque - SP

2014

Page 3: Jean louis rabelo de morais

M827a Morais, Jean Louis Rabelo de.

Avaliação da Qualidade da Água do Rio Aracaí no Município de

São Roque – SP/ Jean Louis Rabelo de Morais,2014

85f

Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Gestão

Ambiental) - Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnologia do Estado de São Paulo – Campus São Roque

1. Monitoramento; Saneamento; Qualidade; Coleta; Esgoto

SP/IFSP/BC CDD:658.408

Page 4: Jean louis rabelo de morais

Nome: Jean Louis Rabelo de Morais

Título: Avaliação da Qualidade da Água do Rio Aracaí no Município de

São Roque – SP

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do

Estado de São Paulo – Campus São

Roque para obtenção do título de

Tecnólogo em Gestão Ambiental.

Aprovado em: ___/___/____

Banca Examinadora

Prof. Dr. Ricardo Coelho dos Santos Instituição: IFSP – São Roque

Julgamento_____________________ Assinatura______________

Prof. Dr. Fernando Santiago dos Santos Instituição IFSP – São Roque

Julgamento_____________________ Assinatura______________

Prof. Msc. Vanderlei José I. Silva Instituição IFSP – São Roque

Julgamento_____________________ Assinatura______________

Page 5: Jean louis rabelo de morais

“Água de boa qualidade é como saúde ou a

liberdade, só tem valor quando acaba.”

(Guimarães Rosa)

Page 6: Jean louis rabelo de morais

Resumo

O município da Estância Turística de São Roque – SP, localizado a cerca de 60 Km

da cidade de São Paulo tem 75% da população vivendo em área urbana, e ainda não

dispõe de tratamento de esgoto. Entre os rios que compõem sua microbacia

hidrográfica está o Aracaí, de grande importância histórica no desenvolvimento do

município. Entretanto, atualmente é utilizado no escoamento dos efluentes, sobretudo

o doméstico. Esta prática tem como consequência uma notória diminuição da

qualidade de sua água e diante deste problema o objetivo deste trabalho foi avaliar a

qualidade de suas águas utilizando seu monitoramento, realizado através de análises

específicas, as quais possibilitaram a determinação do Índice de Qualidade das Águas

(IQA). Foram selecionadas três estações de coleta, de forma que ficassem o mais

distantes possíveis entre si, porém, abrangendo todo o curso do rio. A primeira

próxima a nascente, a segunda no curso médio e a terceira próxima ao fim de curso.

Durante o período entre outubro de 2013 e Maio de 2014 foram realizadas quatro

coletas por estação e analisados parâmetros físicos, químicos e biológicos, sendo

eles: temperatura, turbidez, oxigênio dissolvido, potencial hidrogeniônico, demanda

bioquímica de oxigênio, sólidos totais, fósforo total, nitrogênio total e coliformes

termotolerantes, possibilitando assim a comparação entre as amostras. Os resultados

indicam um decréscimo maior da qualidade da água entre as estação de coleta 1ª e

2ª, do que entre a 2ª e 3ª, revelando assim uma necessidade de investigação mais

detalhada do local, a fim de se adotar medidas mitigatórias relacionadas ao problema

da poluição hídrica.

Palavras-Chaves: Monitoramento; Saneamento; Qualidade; Coleta; Esgoto.

Page 7: Jean louis rabelo de morais

Abstract

The municipality of the tourist resort of São Roque - SP, located about 60 Km from the city of São Paulo has 75% of the population living in urban areas, and still has no sewage treatment. Among the rivers that make up its watershed is the Aracaí of great historical importance in the development of the municipality. However, it is currently used in the disposal of waste, particularly household. This practice results in a marked decrease in the quality of your water and before this problem the aim of this study was to evaluate the quality of its waters using its monitoring, results of specific analyzes, which enabled the determination of the Water Quality Index (WQI). Three sites were selected so that the most possible stay far between, however, covering the whole course of the river. The first the next spring, the second in high school and the third near the end of the course. During the period between October 2013 and May 2014 four collections were performed by station and analyzed physical, chemical and biological parameters, as follows: temperature, turbidity, dissolved oxygen, hydrogen potential, biochemical oxygen demand, total solids, total phosphorus, Total coliform and nitrogen, thus allowing comparison between samples. The results indicate a larger decrease in water quality between the collection station 1st and 2nd, than between 2nd and 3rd, revealing a need for more detailed investigation of the site in order to adopt mitigation measures related to the problem of pollution water.in order to adopt mitigation measures related to the pollution problem.

Key Words: Monitoring; Sanitation; Quality; Collection; Sewer.

Page 8: Jean louis rabelo de morais

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Brasital - fonte: próprio autor ....................................................................... 2

Figura 2 - Caminho das Águas na Brasital – fonte: próprio autor ................................ 2

Figura 3 - Localização do Município no Estado de São Paulo – fonte: Wikipédia ....... 5

Figura 4 - Município em Relação à Capital – fonte: Google Maps .............................. 5

Figura 5 - Mapa Hidrográfico de São Roque – Fonte: Lei Municipal Complementar nº.

39/06 (adaptado) ......................................................................................................... 6

Figura 6 - Gráfico da Solubilidade de Oxigênio x Temperatura - fonte:

qnint.sbq.org.br .................................................................................................................................. 8

Figura 7 - Curvas Médias de Variação dos Parâmetros de Qualidade das Águas .... 21

Figura 8 - Pissetas e Luvas Descartáveis – fonte: Próprio Autor .............................. 22

Figura 9 - Balde com Corda – fonte: Próprio Autor ................................................... 23

Figura 10 - pHmetro – fonte: Próprio Autor ............................................................... 23

Figura 11 - Oxímetro – fonte: Próprio Autor .............................................................. 24

Figura 12 - Turbidímetro - fonte: Próprio Autor.......................................................... 24

Figura 13 - GPS - fonte: Próprio Autor ...................................................................... 25

Figura 14 - Curso do Rio Aracaí – fonte: Google Terra (adaptado pelo autor) .......... 29

Figura 15 - Estação 1 – Nascente – fonte: Próprio Autor .......................................... 30

Figura 16- Estrada Ponte Lavrada - fonte: Próprio Autor ......................................... 30

Figura 17 - Rua Libório Pereira Leite - fonte: Próprio Autor ...................................... 31

Figura 18 - Rua Manoel Batista - fonte: Próprio Autor ............................................... 31

Figura 19 - Rua Antônio Perrone - fonte: Próprio Autor ............................................ 32

Figura 20 - Rua São Judas Tadeu - fonte: Próprio Autor .......................................... 32

Figura 21 - Estação 2 – Curso Médio - fonte: Próprio Autor ...................................... 33

Figura 22 - Rua Santa Rita de Cássia - fonte: Próprio Autor ..................................... 33

Figura 23 - Imagem 7 – Rua Santa Teresinha - fonte: Próprio Autor ........................ 34

Figura 24 - Rua Santa Teresinha - fonte: Próprio Autor ............................................ 34

Figura 25 - Rodovia Raposo Tavares - fonte: Próprio Autor ..................................... 35

Figura 26 - Rua Frederico Amosso - fonte: Próprio Autor ......................................... 35

Figura 27 - Rua Frederico Amosso - fonte: Próprio Autor ......................................... 36

Figura 28 - Estação 3 - Confluência .......................................................................... 36

Figura 29 - Av. Aracaí - fonte: Próprio Autor ............................................................. 37

Figura 30 - Av. Aracaí - fonte: Próprio Autor ............................................................. 37

Figura 31 - Av. John Kennedy - fonte: Próprio Autor ................................................. 38

Figura 32 - Rua Dr. Stevaux - fonte: Próprio Autor .................................................... 38

Figura 33 - Largo Dos Mendes - fonte: Próprio Autor ................................................ 39

Figura 34 - Largo Dos Mendes - fonte: Próprio Autor ................................................ 39

Figura 35 - Av. Tiradentes - fonte: Próprio Autor ....................................................... 40

Figura 36 - Av. Antonino Dias Bastos - fonte: Próprio Autor ..................................... 40

Page 9: Jean louis rabelo de morais

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Var. de Temp. na 2ª Est. de Coleta ......................................................... 42

Gráfico 2 - Var. de Temp. na 1ª Est. de Coleta ......................................................... 42

Gráfico 3 - Var. de Temp. na 3ª Est. de Coleta ......................................................... 42

Gráfico 4 - Média de Temperatura por Estação ........................................................ 42

Gráfico 5 - pH na 1ª Estação de Coleta..................................................................... 43

Gráfico 6 - pH na 2ª Estação de Coleta..................................................................... 43

Gráfico 7 - pH na 3ª Estação de Coleta..................................................................... 43

Gráfico 8 - Méd. dos Val. de pH por Est. de Col ........................................................ 43

Gráfico 9 - Val. de Oxigênio Dissolv. na 1ª Est ......................................................... 44

Gráfico 10 - Val. de Oxigênio Dissolv. na 2ª Est. ...................................................... 44

Gráfico 11 - Val. de Oxigênio Dissolv. na 3ª Est. ...................................................... 45

Gráfico 12 - Val. Médios de Oxigênio Dissolvido. ...................................................... 45

Gráfico 13 - Turbidez na 1ª Estação ......................................................................... 46

Gráfico 14 - Turbidez na 2ª Estação .......................................................................................... 46

Gráfico 15 - Turbidez na 3ª Estação ......................................................................... 46

Gráfico 16 - Média da Turbidez por Estação ............................................................. 46

Gráfico 17 - Sólidos Totais na 1ª Estação ................................................................. 47

Gráfico 18 - Sólidos Totais na 2ª Estação ................................................................. 47

Gráfico 19 - Sólidos Totais na 3ª Estação ................................................................. 47

Gráfico 20 - Val. das Méd. dos Sól. Tot. por Est. ...................................................... 47

Gráfico 21 - DBO na 1ª Estação de Coleta ............................................................... 48

Gráfico 22 - DBO na 2ª Estação de Coleta ............................................................... 48

Gráfico 23 - DBO na 3ª Estação de Coleta ............................................................................. 49

Gráfico 24 - Médias das DBO's por Est. de Col. ....................................................... 49

Gráfico 25 - Fósforo Total na 1ª Est. de Coleta ......................................................... 50

Gráfico 26 - Fósforo Total na 2ª Est. de Coleta ......................................................... 50

Gráfico 27 - Fósforo Total na 3ª Est. de Coleta ......................................................... 50

Gráfico 28 - Média de Fósforo Total por Estação de Coleta...................................... 50

Gráfico 29 - Coli. Termotolerantes 1ª Estação de Coleta .......................................... 52

Gráfico 30 - Coli. Termotolerantes 2ª Estação de Coleta .......................................... 52

Gráfico 31 - Coli. Termotolerantes 3ª Estação de Coleta .......................................... 53

Gráfico 32 - Méd. Coli. Termotolerantes por Estação de Coleta ............................... 53

Gráfico 33 - IQA - Estação 1 ..................................................................................... 55

Gráfico 34 - IQA - Estação 2 ..................................................................................... 55

Gráfico 35 - IQA - Estação 3 ..................................................................................... 55

Gráfico 36 – Média dos IQA’s por Estação de Coleta ............................................... 55

Page 10: Jean louis rabelo de morais

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros Utilizados no Cálculo do IQA ................................................ 19

Tabela 2 - Índice de Qualidade da Água - Fonte: ANA ............................................. 20

Tabela 3 - Temperaturas ........................................................................................... 42

Tabela 4 - Média dos Valores de pH ......................................................................... 44

Tabela 5 - Valores médios de oxigênio dissolvido ..................................................... 45

Tabela 6 - Tabela dos Sólidos Totais ........................................................................ 48

Tabela 7 - Valores de DBO ....................................................................................... 49

Tabela 8 - Valores de Fósforo Total .......................................................................... 50

Tabela 9 - Valores de Nitrogênio Total na Estação 3 ................................................ 51

Tabela 10 - Níveis de Nitrogênio por Faixa de pH (CONAMA).................................. 51

Tabela 11 - Valores de pH ........................................................................................ 52

Tabela 12 - Valores de Coliformes Termotolerantes ................................................. 53

Tabela 13 - Valores dos IQA’s nas Estações de Coleta ............................................ 56

Page 11: Jean louis rabelo de morais

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1 Histórico ............................................................................................................. 1

1.2 Justificativa ........................................................................................................ 3

1.2.1 Legislações Relacionadas ........................................................................... 4

1.3 Localização do Município e do Rio Aracaí ......................................................... 5

2. OBJETIVOS ............................................................................................................ 7

2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 7

2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 7

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 7

3.1 Descrição dos Parâmetros ................................................................................. 7

3.1.1 Oxigênio Dissolvido em Águas .................................................................... 7

3.1.2 Coliformes Termotolerantes ....................................................................... 10

3.1.3 Potencial Hidrogeniônico (pH) ................................................................... 11

3.1.4 Demanda Bioquímica de Oxigênio............................................................. 12

3.1.5 Temperatura da Água ................................................................................ 13

3.1.6 Nitrogênio Total.......................................................................................... 14

3.1.7 Fósforo Total .............................................................................................. 15

3.1.8 Turbidez ..................................................................................................... 16

3.1.9 Resíduo total .............................................................................................. 16

3.2 Índice de Qualidade da Água ........................................................................... 18

3.2.1 Cálculo do Índice de Qualidade da Água ................................................... 19

3.3 Materiais e Cuidados Durante as Coletas ........................................................ 22

3.4 Equipamentos Utilizados para Análises em Campo ......................................... 23

3.5 Metodologia ..................................................................................................... 25

3.5.1 Parâmetros Analisados em Campo ........................................................... 26

3.5.2 Parâmetros analisados em laboratório ...................................................... 26

3.6 Seleção das Estações ...................................................................................... 26

3.6.1 Estação 1 – Nascente ................................................................................ 27

3.6.2 Estação 2 – Curso Médio ........................................................................... 27

3.6.3 Estação 3 – Confluência ............................................................................ 28

3.7 Relatório Fotográfico ........................................................................................ 28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 41

Page 12: Jean louis rabelo de morais

4.1 Resultado dos Parâmetros Analisados e Discussão ........................................ 41

4.1.1 Temperatura .............................................................................................. 41

4.1.2 pH .............................................................................................................. 43

4.1.3 Oxigênio Dissolvido ................................................................................... 44

4.1.4 Turbidez ..................................................................................................... 46

4.1.5 Sólidos Totais ............................................................................................ 47

4.1.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio............................................................. 48

4.1.7 Fósforo Total .............................................................................................. 49

4.1.8 Nitrogênio .................................................................................................. 51

4.1.9 Coliformes Termotolerantes ....................................................................... 52

4.2 Cálculo do Índice de Qualidade da Água ......................................................... 55

4.2.1 Valores do IQA nas Estação de Coleta ...................................................... 55

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 57

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 59

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Page 14: Jean louis rabelo de morais

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Histórico

A Estância Turística de São Roque localiza se a cerca de 60 km da cidade de

São Paulo a uma altitude média de 771 m, com topografia bastante acidentada e

montanhosa sua área de 308,35 km² abriga uma população de 78.873 habitantes

(IBGE, 2010). Sua hidrografia é basicamente composta pelos rios Carambeí, Aracaí,

Guaçu, Sorocamirim e ribeirão do Marmeleiro, fazendo parte da bacia hidrográfica do

Sorocaba e Médio Tietê, pertencente à Unidade de Gerenciamento de Recursos

Hídricos do Sorocaba e Médio Tietê – UGRHI 10 (CBH-SMT & FABH-SMT, 2008).

O município foi fundado no ano de 1657 e assim como outros municípios

antigos desenvolveu-se às margens de rios. O Aracaí foi de grande importância

histórica no desenvolvimento da cidade, pois viabilizou a construção de uma das

primeiras indústria têxtil do Brasil, a “Brasital” (junção das palavras Brasil e Itália).

Construída em 1890 pelo italiano Enrico Dell’Acqua, com um conjunto

arquitetônico de 9600m², influenciou a cultura e a economia de São Roque sendo o

rio Aracaí responsável pela demanda necessária de água inclusive nas caldeiras a

vapor que impulsionavam toda a produção. A indústria chegou a empregar 80% da

mão-de-obra disponível no município (BRASITAL, 2010), atualmente a antiga fábrica

abriga uma área com mata nativa e exótica com cerca de 30.000m² além de uma trilha

ecológica conhecida como caminho das águas (Figuras 1 e 2).

Em São Roque a forma mais utilizada para se escoar os de efluentes sejam

eles de caráter doméstico ou industrial, são os lançamentos em cursos d’água feito

sem qualquer preocupação com o destino ou consequências. Prática que agrava mais

o problema da poluição hídrica a cada dia.

Page 15: Jean louis rabelo de morais

2

Figura 1 – Brasital - fonte: próprio autor

Figura 2 - Caminho das Águas na Brasital – fonte: próprio autor

Page 16: Jean louis rabelo de morais

3

1.2 Justificativa

A água é vital aos seres vivos e sua disponibilidade com qualidade sobretudo

para consumo humano vem diminuindo drasticamente e mais do que nunca para

suprir as necessidades das gerações presente e futuras, nossa sociedade necessita

de uma gestão de seus recursos hídricos, fundamental para manutenção da saúde

pública em geral.

De forma geral quando o assunto tratado é recurso hídrico deve-se ter

parcimônia, pois trata se de um patrimônio público fundamental à sobrevivência de

todos. Segundo Tundisi (1999), alterações na quantidade, distribuição e quantidade

dos recursos hídricos ameaçam a sobrevivência humana e as demais espécies do

planeta, estando o desenvolvimento econômico e social dos países fundamentados

na disponibilidade de água de boa qualidade e na capacidade de sua conservação e

proteção.

A água ocupa um lugar específico entre os recursos naturais. É a substância

mais abundante no planeta, embora disponível em diferentes quantidades, em

diferentes lugares. Possui papel fundamental no ambiente e na vida humana, e nada

a substitui, pois sem ela a vida não pode existir (DONADIO; GALBIATTI; PAULA,

2005).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a falta de saneamento

básico é uma grave ameaça à saúde humana, frequentemente é associada a pobreza

e afeta principalmente a população de baixa renda que é mais vulnerável devido a

subnutrição e muitas vezes à higiene precária. Dados da OMS (2009) apontam que

88% das mortes por diarreia no mundo são causadas pela falta de saneamento básico,

destas mortes aproximadamente 84% são de crianças. No Brasil as doenças de

transmissão oro-fecal, especialmente as diarreias representam em média mais de

80% das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (BRASIL,

2008).

Diante dos problemas expostos e da importância do rio para o município,

justifica-se este estudo acerca da qualidade das águas do rio Aracaí, além de se

construir subsídios para futuros estudos, proporcionando informações sobre a

Page 17: Jean louis rabelo de morais

4

quantificação e consequências dos efeitos da poluição, podendo inclusive servir de

início à um programa de gerenciamento hídrico em São Roque, fomentando as

políticas nacionais de recursos hídricos.

1.2.1 Legislações Relacionadas

As políticas públicas de proteção aos recursos hídricos quase nunca são

cumpridas como deveriam devido a uma fiscalização ineficiente. Seguem algumas leis

pertinentes:

- Lei 9433/97 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, seguem transcrições

de alguns artigos:

-art. 1° Dos Fundamentos...IV “A gestão dos recursos hídricos deve sempre

proporcionar o uso múltiplo das águas.”

- art. 2 ° Dos Objetivos...I “Assegurar à atual e as futuras gerações a necessária

disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequado aos respectivos usos.”

- art. 3° Das diretrizes gerais de ação...III” A integração da gestão de recursos

hídricos com a gestão ambiental”.

- art. 7° Dos Planos de recursos hídricos...III” Balanço entre disponibilidades e

demandas futuras de recursos hídricos em quantidades e qualidades com

identificações de conflitos potenciais.”

- Lei 9984/00 – Dispõe sobre a criação da Agência Nacional das Águas – ANA;

- Resolução Nº 357, de 17 de Março de 2005 – CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente), Alterada pela Resolução 410/2009 e pela 430/2011.

“Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento, em como estabelece as condições e padrões de lançamento de

efluentes, e dá outras providências.”

“Considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável,

baseado nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da

precaução, do poluidor-pagador, do usuário - pagador e da integração, bem como no

reconhecimento de valor intrínseco à natureza;”

Page 18: Jean louis rabelo de morais

5

1.3 Localização do Município e do Rio Aracaí

A partir da observação das figuras 3, 4 e 5 torna-se possível conhecer a

localização da área de estudo, tanto no âmbito regional, como em relação a capital,

acesso pelas principais rodovias e mais precisamente a localização dentro do

município.

Figura 3 - Localização do Município no Estado de São Paulo – fonte: Wikipédia1

Figura 4 - Município em Relação à Capital – fonte: Google Maps2

1 Disponível em < http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Roque_(S%C3%A3o_Paulo)> acesso em

04 abr. de 2014 2 Disponível em: < https://www.google.com/maps/@-23.5205106,-46.894722,12z> acesso em 18 nov. de 2013

Page 19: Jean louis rabelo de morais

6

Figura 5 - Mapa Hidrográfico de São Roque – Fonte: Lei Municipal Complementar nº. 39/06 (adaptado)

Page 20: Jean louis rabelo de morais

7

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Avaliar e caracterizar a qualidade da água do rio Aracaí, através de análises

físicas, químicas e biológicas.

2.2 Objetivos Específicos

- Caracterizar as águas do rio Aracaí, conforme resolução CONAMA Nº 357 de 2005;

- Avaliar a qualidade da água através do método de índice de qualidade da

água (IQA), utilizada pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Descrição dos Parâmetros

3.1.1 Oxigênio Dissolvido em Águas

A presença de oxigênio na água é essencial a muitos organismos aquáticos,

sendo fundamental dentre outros nos processos metabólicos de bactérias aeróbias e

outros microrganismos responsáveis pela oxidação da matéria orgânica que polui os

sistemas aquáticos (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).

O oxigênio pode se dissolver na água pela fotossíntese das algas e plantas

aquáticas, através da atmosfera devido a diferença de pressão parcial ou difusão e

ainda por aeração artificial.

A concentração de saturação de um gás na água em função da temperatura

segue a seguinte equação:

Csat = α x pgás

Page 21: Jean louis rabelo de morais

8

Onde α é uma constante que varia inversamente proporcional a temperatura,

pgás é a pressão exercida pelo gás sobre a superfície do líquido. No caso do oxigênio,

considerando-o como constituinte de 21% da atmosfera, (lei de Dalton), a pressão

exercida é de 0,21 atm. Para 20ºC por exemplo, α é igual a 43,9 e portanto a

concentração de saturação de oxigênio em uma água superficial é igual a 43,9 x 0,21

= 9,2mg.l-1 (Pivelli; Kato, 2006).

Figura 6 - Gráfico da Solubilidade de Oxigênio x Temperatura - Fonte: qnint.sbq.org.br

O oxigênio é um gás pouco solúvel na água e pode ser determinado por

titulação (Método Winkler) ou por eletrodo sensível ao O2 dissolvido, os resultados são

expressos como: simples concentração (mg.l-1) ou % de saturação. Sua concentração

depende da temperatura, pressão e salinidade (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).

A taxa de introdução de oxigênio através da superfície depende das

características hidráulicas e é proporcional à velocidade, sendo que a taxa de

reaeração superficial em uma cascata é maior do que a de um rio de velocidade

normal, que por sua vez é maior que uma represa onde a velocidade normal é

bastante baixa (PIVELLI; KATO, 2006).

Uma das fontes de oxigênio dissolvido (OD) na água provém da fotossíntese

de plantas e algas aquáticas mas esta fonte não é muito significativa nos rios em

trechos iniciais a jusante de lançamentos pontuais de esgoto pois a turbidez e a cor

elevada dificultam a penetração de raios solares e apenas poucas espécies

Page 22: Jean louis rabelo de morais

9

resistentes às condições severas de poluição conseguem sobreviver. A contribuição

fotossintética de oxigênio só é expressiva após grande parte da atividade bacteriana

na decomposição da matéria orgânica ter ocorrido e após terem se desenvolvido

protozoários, que além de decompositores consomem bactérias clarificando as águas

e permitindo a penetração de luz.

Águas poluídas apresentam baixas concentrações de oxigênio dissolvido

(devido ao seu consumo na decomposição de compostos orgânicos), enquanto que

as águas limpas apresentam concentrações elevadas, chegando até um pouco abaixo

da concentração de saturação.

Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção

de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de

tratamento de esgotos. Através de medição do teor de oxigênio dissolvido os efeitos

de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a eficiência do tratamento dos

esgotos durante a oxidação bioquímica, podem ser avaliados. Os níveis de oxigênio

dissolvido também indicam a capacidade de um corpo d’água natural manter a vida

aquática (CETESB, 2014).

A resolução N° 357 do CONAMA, estabelece para as águas doces e de acordo

com suas classificações, as seguintes taxas de oxigênio dissolvido (OD):

- Águas classe 1 - OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg.l-1 O2;

- Águas classe 2 - OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg.l-1 O2;

- Águas classe 3 - OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg.l-1 O2;

- Águas classe 4 - OD, superior a 2,0 mg.l-1 O2 em qualquer amostra.

O oxigênio dissolvido é um parâmetro que determina a capacidade de um corpo

d’água manter a vida aquática e a capacidade de autodepuração de ambientes

naturais e em estações de tratamento de esgoto (PROGRAMA ÁGUA AZUL, 2014) seu

estudo é de extrema relevância na caracterização dos efeitos da poluição por

efluentes orgânicos bem como na composição de Índices de Qualidade de Água. No

IQA a concentração de oxigênio dissolvido recebe uma das maiores ponderações.

Page 23: Jean louis rabelo de morais

10

Nas águas naturais o oxigênio é indispensável também para outros seres vivos,

especialmente os peixes onde a maioria das espécies não resiste a concentrações de

oxigênio dissolvido na água inferiores a 4,0 mg.l-1. (PIVELLI; KATO, 2006).

3.1.2 Coliformes Termotolerantes

São definidos como microrganismos do grupo coliforme capazes de se

desenvolver e fermentar lactose com produção de ácido e gás à temperatura de 44-

45°C o principal representante deste grupo é a Escherichia coli, e também algumas

bactérias dos gêneros Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. Dentre esses

microrganismos somente a E. coli é de origem exclusivamente fecal, estando sempre

presente em densidades elevadas nas fezes de humanos, mamíferos e pássaros,

sendo raramente encontrada na água ou solo que não tenham recebido contaminação

fecal. Os demais podem ocorrer em águas com altos teores de matéria orgânica como

por exemplo efluentes domésticos e industriais ou materiais vegetais em processo de

decomposição (CETESB, 2014).

Podem ser encontrados igualmente em águas de regiões tropicais ou

subtropicais, sem qualquer poluição evidente por material de origem fecal. Entretanto

sua presença em águas de regiões de clima quente não pode ser ignorada, pois não

pode ser excluída nesse caso a possibilidade da presença de microrganismos

patogênicos (CETESB, 2014).

Os coliformes termotolerantes não são indicadores de contaminação fecal tão

bons quanto a E. coli, mas seu uso é aceitável para avaliação da qualidade da água.

São disponíveis métodos rápidos, simples e padronizados para sua determinação e

se necessário as bactérias isoladas podem ser submetidas a diferenciação para E.

coli. Na legislação brasileira, os coliformes fecais são utilizados como padrão para

qualidade microbiológica de águas superficiais destinada a abastecimento, recreação,

irrigação e piscicultura (CETESB, 2014).

A resolução N° 357 do CONAMA, estabelece para as águas doces, de acordo

com suas classificações as seguintes taxas de coliformes termotolerantes:

- Águas classe 1 - um limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros

em 80% ou mais de pelo menos 6 amostras coletadas durante o período de um ano

com frequência bimestral;

Page 24: Jean louis rabelo de morais

11

- Águas classe 2 - um limite de 1.000 coliformes termotolerantes por 100

mililitros em 80% ou mais de pelo menos 6 (seis) amostras coletadas durante o

período de um ano com frequência bimestral;

- Águas classe 3 - Para dessedentação de animais criados confinados não

deverá ser excedido o limite de 1000 coliformes termotolerantes por 100 mililitros e

para os demais usos não deverá ser excedido um limite de 4000 coliformes

termotolerantes por 100 mililitros.

3.1.3 Potencial Hidrogeniônico (pH)

O pH representa a atividade do íon hidrogênio na água, ou seja, a relação entre

íons hidrogênio (H+) e hidroxilas (OH-). Inicialmente estes íons resultam da

dissociação da própria molécula de água, quando predominam os íons H+

consideramos a água ácida e quando o predomínio é de OH- a chamamos de básica

ou alcalina.

H2O H+ + OH- (Reação de dissociação da molécula de água).

Outras fontes de hidrogênio são provenientes de efluentes industriais (ácido

sulfúrico, clorídrico, nítrico, etc.), dissociação de ácidos orgânicos como o ácido

acético que resulta da “fase ácida” da decomposição anaeróbica da matéria orgânica,

bem como outras substâncias que venham a apresentar reação ácida com solvente

água (LECT USP, 2014).

Por influir em diversos equilíbrios químicos que ocorrem naturalmente ou em

processos unitários de tratamento de águas, o pH é um parâmetro importante em

muitos estudos no campo do saneamento ambiental (CETESB, 2014).

O pH influencia diretamente nos ecossistemas aquáticos naturais exercendo

seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies que em sua maioria estão

adaptadas à condições de neutralidade, os critérios de proteção à vida aquática fixam

o pH entre 6 e 9 (PIVELLI; KATO, 2006). Valores fora da faixa recomendada podem

alterar o sabor da água e contribuir para corrosão dos seus sistemas de distribuição,

ocorrendo com isso uma possível extração do ferro, cobre, chumbo, zinco e cádmio,

dificultando sua descontaminação (IAC ,2003). De modo geral o pH costuma ser alto

Page 25: Jean louis rabelo de morais

12

em regiões com pouca precipitação, influenciadas pelo mar e em açudes de solo

alcalino e baixo quando há um aumento de ácidos orgânicos dissolvidos na água

(LECT USP, 2014).

As restrições de faixa de pH são estabelecidas para diversas classes de águas

naturais, tanto de acordo com a legislação federal (Resolução nº 357 do CONAMA,

2005) como pela legislação do estado de São Paulo (Decreto nº 8468), que permitem

moderados afastamentos do valor de pH = 7,0 tomado como referência (PIVELLI;

KATO, 2006).

Os métodos mais utilizados para se determinar o pH são: o eletrométrico

(pHmetro); método comparativo (papel indicador universal de pH) e kits utilizados em

piscinas (indicadores colorimétricos em solução líquida).

O valor de pH é um importante parâmetro na composição do “índice de

qualidade de águas”.

3.1.4 Demanda Bioquímica de Oxigênio

A DBO é parâmetro fundamental para o controle de poluição das águas por

matéria orgânica (PIVELLI; KATO, 2006), definida como a quantidade de oxigênio

necessária para oxidar a matéria orgânica degradada pela ação das bactérias sob

condições aeróbicas controladas (período de 5 dias a 20ºC – DBO5,20), sua

determinação oferece informações sobre a fração dos compostos biodegradáveis

presentes no efluente, sendo muito utilizada para avaliar o potencial poluidor de

efluentes domésticos e industriais (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).

É também uma ferramenta imprescindível nos estudos de autodepuração dos

cursos d’água e pode ser considerada um ensaio via oxidação úmida, em que

organismos vivos oxidam a matéria orgânica até CO2 e H2O e seu valor obtido indica

quanto de oxigênio um determinado efluente líquido consumiria de um corpo de água

receptor após seu lançamento (ROCHA; ROSA; CARDOSO, 2009).

Os maiores aumentos em termos de DBO5,20 num corpo d’água são provocados

por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de

matéria orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água,

Page 26: Jean louis rabelo de morais

13

provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática (CETESB,

2014).

Na legislação federal resolução 357 do CONAMA, são impostos limites

máximos de DBO de 3, 5 e 10 mg.l-1 para as águas doces de classe 1, 2 e 3 (PIVELLI;

KATO, 2006).

Constitui importante parâmetro na composição dos índices de qualidade das

águas e de classificação das águas naturais.

3.1.5 Temperatura da Água

A temperatura é uma condição ambiental muito importante em diversos estudos

relacionados ao monitoramento da qualidade de águas (PIVELLI; KATO, 2006), tem

variações conforme o regime climático normal, corpos de águas naturais apresentam

variações sazonais, diurnas e estratificação vertical. São fatores que influenciam na

temperatura: latitude, altitude, estação do ano, período do dia e profundidade

(CETESB, 2014).

Sob o aspecto referente à biota aquática, estes apresentam limites de

tolerância térmica superior e inferior, temperaturas ótimas para sua crescimento e

reprodução (PIVELLI; KATO, 2006). O aumento da temperatura provoca diminuição

da viscosidade, da tensão superficial, da compressibilidade, do calor específico, da

constante de ionização, da solubilidade de gases dissolvidos na água em particular o

oxigênio, base para a decomposição aeróbia, do calor latente de vaporização, provoca

o aumento da velocidade das reações, aumento da condutividade térmica e floração

de algas (QUADRO...,2014). Nos meses quentes de verão os níveis de oxigênio

dissolvido nas águas diminuem muito, provocando muitas vezes a mortandade de

peixes e consequentemente a exalação de maus odores devido a ação da

decomposição anaeróbia dos compostos orgânicos sulfatados produzindo o gás

sulfídricos (H2S) (PIVELLI; KATO, 2006).

Devido as importantes influências da temperatura sobre a configuração dos

ambientes aquáticos, normalmente este parâmetro é incluído nas legislações

referentes ao controle de poluição das águas. Na resolução Nº 430 do CONAMA de

Page 27: Jean louis rabelo de morais

14

2011, é imposto como padrão de emissão de efluentes a temperatura máxima de

40ºC, lançados tanto na rede pública coletora de esgoto como diretamente nas águas

naturais.

A temperatura da água é normalmente superior à temperatura do ar pelo fato

do calor específico da água ser bem maior que do ar. A temperatura pode ser medida

de maneira bastante simples através de termômetros.

A temperatura de efluentes industriais pode ser reduzida através do emprego

de torres de resfriamento, em muitos casos apenas o tempo de detenção hidráulico

dos efluentes em tanques de equalização é suficiente para promover a redução

desejada de temperatura (PIVELLI; KATO, 2006).

3.1.6 Nitrogênio Total

São diversas as fontes de nitrogênio nas águas naturais, os esgotos sanitários

constituem a principal fonte, alguns efluentes industriais também concorrem para as

descargas de nitrogênio orgânico e amoniacal nas águas, como algumas indústrias

químicas, petroquímicas, siderúrgica, farmacêuticas, de conservas alimentícias,

matadouros, frigoríficos e curtumes (PIVELLI; KATO, 2006).

A atmosfera é uma fonte importante de nitrogênio e dela pode ser retirado

através de cianobactérias que incorporam o N2 orgânico em suas moléculas. Nas

áreas agrícolas o escoamento das águas pluviais pelos solos fertilizados também

contribui para a presença de diversas formas de nitrogênio, nas áreas urbanas as

drenagens de água pluviais associadas às deficiências do sistema de limpeza público

também constituem fonte (PIVELLI; KATO, 2006).

Classificados como macronutrientes é o elemento exigido em maior quantidade

pelas células vivas depois do carbono. Quando descarregados nas águas naturais

conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes provocam o enriquecimento

nutricional do meio tornando-o mais fértil possibilitando o crescimento dos seres vivos

que os utilizam, especialmente as algas favorecendo a floração e a eutrofização

(CETESB, 2014).

Page 28: Jean louis rabelo de morais

15

O controle da eutrofização através da redução da quantidade de nitrogênio é

comprometido pela multiplicidade das fontes, algumas muito difíceis de serem

controladas como o atmosférico, por isso deve-se investir preferencialmente no

controle das fontes de fósforo. (PIVELLI; KATO, 2006).

3.1.7 Fósforo Total

O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às descargas de

esgotos sanitários, com destaque aos detergentes superfosfatos empregados em

larga escala doméstica (15,5% de P2O5), além da própria matéria fecal. Alguns

efluentes industriais como indústria de fertilizantes, pesticidas, químicas em geral,

conservas alimentícias, abatedouro, frigoríficos e lacticínios, apresentam fósforo em

quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas agrícolas e urbanas também

contribuem para presença excessiva de fósforo em águas naturais principalmente por

conta da aplicação de fertilizantes no solo (PIVELLI; KATO, 2006), outras fontes são

a solubilização de rochas e excretas de zooplânctons e peixes.

Assim como o nitrogênio e o carbono, o fósforo constitui-se um dos principais

nutrientes para os processos biológicos sendo classificado como macronutriente por

ser exigido também em grandes quantidades pelas células, é um parâmetro

imprescindível em programas de caracterização de efluentes industriais que se

pretende tratar por processo biológico (CETESB, 2014).

O controle das fontes de fósforo é considerado o fator limitante no controle da

eutrofização artificial, pois além de ser o principal responsável é mais fácil e viável

controlar as fontes de fósforo do que as de nitrogênio, devido a existência de

cianobactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e também porque a concentração

de fósforo nos esgotos é menor que a de nitrogênio, além do fato de que os processos

físico-químicos para remoção de fósforo podem ser viabilizados mais facilmente

(CETESB, 2014).

Page 29: Jean louis rabelo de morais

16

3.1.8 Turbidez

A turbidez da água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz

sofre ao atravessá-la, devido a presença de sólidos em suspensão que variam desde

grosseiros a coloides tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e outros

detritos orgânicos como algas, bactérias, plâncton, etc. A erosão das margens dos

rios em estações chuvosas é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da

turbidez das águas e que exige manobras operacionais, como alterações nas

dosagens de coagulantes e auxiliares nas estações de tratamento de águas (PIVELLI;

KATO, 2006).

Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam

elevações da turbidez das águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em

consequência das atividades de mineração, onde um aumento excessivo da turbidez

têm provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e alterações no

ecossistema aquático (PIVELLI; KATO, 2006).

A turbidez também é um parâmetro que indica a qualidade estética das águas

para abastecimento público. O padrão de potabilidade (Portaria nº 518 de 2004) é de

5,0 UNT (unidade de turbidez) (PIVELLI; KATO, 2006). Os valores são expressos

normalmente em Unidades Nefelométricas de Turbidez – (UNT).

Nas águas naturais a presença da turbidez provoca a redução de intensidade

dos raios luminosos que penetram nos corpos d’água, diminuindo a ação da

fotossíntese das plantas enraizadas nos fundos dos corpos de água e influindo

decisivamente nas características do ecossistema presente. Quando sedimentadas,

estas partículas formam bancos de lodo onde a digestão anaeróbia leva a formação

de gás metano e gás carbônico principalmente, além de nitrogênio gasoso e do gás

sulfídrico, este malcheiroso com odor característico de ovo deteriorado (PIVELLI;

KATO, 2006).

3.1.9 Sólido total

Os sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como

resíduo após evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-

estabelecida durante um tempo fixado. As operações de secagem, calcinação e

Page 30: Jean louis rabelo de morais

17

filtração definem as diversas frações de sólidos presentes na água. Os métodos

empregados para a determinação de sólidos são gravimétricos, com exceção dos

sólidos sedimentáveis cujo método mais comum é o volumétrico (PIVELLI; KATO,

2006).

Definições das diversas frações:

- Sólidos totais (ST): Resíduo que resta na cápsula após a evaporação em

banho-maria de uma porção da amostra e sua posterior secagem em estufa a 103-

105 ºC até o peso constante. Também denominado resíduo total.

- Sólidos dissolvidos (SD): Porção do resíduo total que passa por filtro de

porosidade de 1,2 µm. Também denominado resíduo filtrável.

- Sólidos em suspensão (SS): Porção do resíduo total retida no filtro de

porosidade de 1,2 µm. Também denominado resíduo não filtrável.

- Sólidos voláteis (SV): Porção do resíduo total, filtrável ou não filtrável, que se

perde na calcinação da amostra a 550ºC ± 50ºC por 1 h. Também denominado resíduo

volátil.

- Sólidos fixos (SF): Porção do resíduo total, filtrável ou não filtrável, que resta

após a calcinação a 550ºC ± 50ºC por 1 h. Também denominado resíduo fixo.

- Sólidos sedimentáveis (SSed): É a porção dos sólidos em suspensão que se

sedimenta sob a ação da gravidade durante o período de uma hora, a partir de um

litro de amostra mantida em repouso em um cone Imhoff (PIVELLI; KATO, 2006).

A medição dos sólidos totais é um importante parâmetro que define certas

condições ambientais uma vez que estes sólidos podem causar danos aos peixes e à

vida aquática em geral. Além de danificar os leitos de desova de peixes, retém

bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, resultando em decomposição

anaeróbia. O excesso de partículas sulfato, cloreto, magnésio e sódio é associado à

corrosão em sistemas de distribuição além de causarem sabor às águas. Os sólidos

em suspensão também causam problemas estéticos que unindo a outros fatores

prejudicam o abastecimento público de água (CETESB, 2014).

Page 31: Jean louis rabelo de morais

18

A classificação dos sólidos pode ser química ou física. Fisicamente são

classificados segundo suas dimensões: sólidos dissolvidos possuem dimensões

inferiores a 2,0 µm, e os em suspensão dimensões superiores a esta (COLOMBO,

2014).

Quimicamente são classificados em voláteis e fixos. Voláteis são os que se

volatilizam a temperaturas inferiores a 550ºC, sejam estes substâncias orgânicas ou

sais minerais. Fixos são aqueles que permanecem após a completa evaporação da

água, geralmente os sais (COLOMBO, 2014).

3.2 Índice de Qualidade da Água

Criado nos Estados Unidos pela National Sanitation Foundation em 1970, o

Índice de Qualidade da Água começou a ser utilizado em 1975 pela Companhia

Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Nas décadas seguintes outros estados

brasileiros adotaram o IQA, sendo este atualmente o principal método utilizado no país

(ANA, 2014).

Desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta para o uso no

abastecimento público após tratamento, os parâmetros utilizados no cálculo do IQA

são em sua maioria indicadores de contaminação causada pelo lançamento de

esgotos domésticos (ANA, 2014).

A avaliação da qualidade da água obtida pelo IQA apresenta limitação, já que

este índice não analisa vários parâmetros importantes para o abastecimento público,

tais como substâncias tóxicas (ex.: metais pesados, pesticidas, compostos orgânicos),

protozoários patogênicos e substâncias que interferem nas propriedades

organolépticas da água. (ANA, 2014)

O IQA envolve nove parâmetros, cada parâmetro possui um peso específico

para efeito de cálculo (W), que foram fixados em função da sua importância para a

conformação global da qualidade da água (Tabela 1).

Após o cálculo do IQA obtém-se um valor e através da comparação deste valor

com as faixas de ponderação utilizadas pela CETESB, é possível classificar a água

(Tabela 2).

A Variação média dos parâmetros seguem de acordo com os gráficos que

compõem a Figura 7.

Page 32: Jean louis rabelo de morais

19

Tabela 1 – Parâmetros Utilizados no Cálculo do IQA

3.2.1 Cálculo do Índice de Qualidade da Água

O cálculo do IQA é feito por meio do produtório3 ponderado dos nove

parâmetros, segundo a seguinte fórmula:

Onde:

IQA = Índice de Qualidade das Águas. Um número entre 0 e 100;

qi = qualidade do i-ésimo parâmetro. Um número entre 0 e 100 obtido do respectivo

gráfico de qualidade em função de sua concentração ou medida (resultado da

análise);

3 Na matemática é o resultado da multiplicação de vários termos.

Parâmetro Peso (W)

Oxigênio Dissolvido 0,17

Coliformes Termotolerantes 0,15

Potencial Hidrogeniônico (pH) 0,12

Demanda Bioquímica de Oxigênio 0,10

Temperatura da Água 0,10

Nitrogênio Total 0,10

Fósforo Total 0,10

Turbidez 0,08

Resíduo Total 0,08

Page 33: Jean louis rabelo de morais

20

Wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro fixado em função da sua importância

para a conformação global da qualidade, isto é um número entre 0 e 1, de forma que:

Sendo n o número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

Tabela 2 – Índice de Qualidade da Água - Fonte: ANA4

Faixas de IQA utilizadas nos

seguinte Estados: BA, CE, ES,

GO, MS, PB, PE, SP

Avaliação da Qualidade da Água

80-100 Ótima

52-79 Boa

37-51 Razoável

20-36 Ruim

0-19 Péssima

4 Disponível em <http://pnqa.ana.gov.br/IndicadoresQA/IndiceQA.aspx> Acesso em 25/04/2014

Page 34: Jean louis rabelo de morais

21

Figura 7 - Curvas Médias de Variação dos Parâmetros de Qualidade das Águas Fonte: <http://pnqa.ana.gov.br/IndicadoresQA/IndiceQA.aspx> Acesso em 25/04/2014

Page 35: Jean louis rabelo de morais

22

3.3 Materiais e Cuidados Durante as Coletas

Durante a coleta foram utilizados os seguintes materiais, sendo tomados os

devidos cuidados com a higienização:

- Os recipientes utilizados para armazenamento das amostras foram

previamente esterilizados em autoclave;

- Para higienização pessoal e dos equipamentos levados a campo, foram

utilizados água destilada e álcool 70ºGL, além do uso de luvas descartáveis de silicone

(Figura 8);

- Para os locais de difícil acesso, foi utilizado um balde com corda (Figura 9);

Figura 8 - Pissetas e Luvas Descartáveis – fonte: Próprio Autor

Page 36: Jean louis rabelo de morais

23

3.4 Equipamentos Utilizados para Análises em Campo

- pHmetro de campo – marca Tecnopon, modelo mPA 210 (Figura 10);

- Oxímetro portátil – marca Lutron Eletronic, modelo DO5519(Figura 11);

- Turbidímetro – marca Orion, modelo AQ4500(Figura 12);

- Aparelho GPS - marca Garmin, modelo e-Trex 10(Figura 13);

Figura 10 – pHmetro – fonte: Próprio Autor

Figura 9 – Balde com Corda – fonte: Próprio Autor

Page 37: Jean louis rabelo de morais

24

Figura 11 – Oxímetro – fonte: Próprio Autor

Figura 12 – Turbidímetro - fonte: Próprio Autor

Page 38: Jean louis rabelo de morais

25

Figura 13 – GPS - fonte: Próprio Autor

3.5 Metodologia

Para avaliar a qualidade da água do rio Aracaí, foram selecionadas três

estações de coleta o mais distante entre si, as quais representavam: Estação 1 –

Nascente; Estação 2 – Meio do corpo hídrico; Estação 3: Final do corpo hídrico. A

primeira próxima a nascente do Aracaí, a segunda próxima a metade do curso do rio

e a última já próxima a confluência com o rio Carambeí. Ao todo foram feitas 4 (quatro)

coletas em cada estação sendo uma por estação nos seguintes dias: 01/10/2013,

14/01/2014, 25/03/2014 e 22/04/2014.

Para cada coleta foram analisados os nove parâmetros que compõem o IQA,

sendo que destes parâmetros 4 (quatro) foram analisados em campo e 5 (cinco)

analisados em laboratório5.

Além dos parâmetros que compõem o IQA também foram analisados:

- Coordenadas Georreferenciais;

- Altitude;

- Coliformes Total;

5 Laboratório do Dep. de Engenharia Hidráulica e Ambiental – PHA da Escola Politécnica da USP

Page 39: Jean louis rabelo de morais

26

- Sólidos Fixos;

- Sólidos Voláteis.

E por fim foi realizado um registro fotográfico no rio Aracaí para avaliar as

condições de seu entorno.

3.5.1 Parâmetros Analisados em Campo

- Temperatura;

- pH;

- Oxigênio Dissolvido;

- Turbidez.

3.5.2 Parâmetros analisados em laboratório

- Coliformes Fecal;

- Nitrogênio Total;

- Fósforo Total;

- Demanda Bioquímica de Oxigênio;

- Sólidos Total.

3.6 Seleção das Estações

As estações foram escolhidas principalmente de acordo com os critérios

descritos acima e além destes também levou-se em consideração:

- A situação das áreas de estudo, vias de acesso e avaliação do tempo necessário

para realização dos trabalhos de coleta;

- As atividades antrópicas locais (indústria, agricultura, residências, etc.);

É importante evitar amostragens próximas às margens dos sistemas hídricos,

pois sua qualidade geralmente não é representativa de todo volume d’água.

(MASCARENHAS; SANTOS, 2003)

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27

3.6.1 Estação 1 – Nascente

Pela dificuldade em se alcançar a nascente (mata densa e propriedade

particular) foi escolhido o ponto mais próximo que pôde ser acessado.

Caracterização do local:

Preliminarmente foi observado que o local possui características de zona rural

como ausência de pavimentação asfáltica, baixa densidade populacional e predomínio

de vegetação nativa.

- Logradouro - Estrada Ponte Lavrada (Sítio Santa Tereza);

- Coordenadas georreferenciais:

- S 23° 34.246’;

- W 47° 06.610’;

- Altitude: 901m.

3.6.2 Estação 2 – Curso Médio

Caracterização do local:

Características urbanas mais presentes como presença de pavimentação

asfáltica, maior número de residências no entorno e presença de vegetação nativa e

exótica.

- Logradouro: - Rua Dr. Durval Villaça esquina com a Rua São Francisco (em frente

ao Campo Capuzzo), Jd. Villaça;

- Coordenadas georreferenciais:

- S 23° 33.186’;

- W 47° 07.403’;

- Altitude: 815m.

Page 41: Jean louis rabelo de morais

28

3.6.3 Estação 3 – Confluência

Caracterização do local:

O local apresenta características de zona urbana central como pavimentação

asfáltica, densidade populacional maior que as outras estações, grande fluxo de

pessoas e veículos, presença de arborização nativa e exótica.

- Logradouro: Avenida Aracaí (em frente a Brasital);

- Coordenadas:

- S 23° 31.967’;

- W 47° 07.843’;

- Altitude: 770m.

3.7 Relatório Fotográfico

Juntamente com a coleta foi realizado um relatório fotográfico com a finalidade

de se obter informações da situação do entorno, como mata ciliar, tipo de vegetação,

proximidade de ruas e estradas, proximidade de casas e equipamentos urbanos,

problemas como erosão e assoreamento, profundidade e largura do leito, aspecto da

água e presença de materiais descartados.

O relatório fotográfico tem as imagens posicionadas conforme a Figura 14.

Page 42: Jean louis rabelo de morais

29

Figura 14 - Curso do Rio Aracaí – fonte: Google Terra (adaptado pelo autor)

Page 43: Jean louis rabelo de morais

30

Ponto canalizado onde a nascente do rio Aracaí logo após sua afloração cruza a Estrada Ponte Lavrada, local selecionado para 1ª estação de coleta.

O rio desce acompanhando a estrada sem pavimentação, neste ponto a

mata ciliar protege suas margens e as características locais são de zona rural.

Figura 16 - Estrada Ponte Lavrada - fonte: Próprio Autor

Figura 15 - Estação 1 – Nascente – fonte: Próprio Autor

Page 44: Jean louis rabelo de morais

31

Neste ponto o rio chega a zona urbana, no Bairro Gabriel Pizza, apresenta leito raso e suas margens vegetação basicamente formada por gramínea.

Figura 17 - Rua Libório Pereira Leite - fonte: Próprio Autor

O Aracaí ganha volume devido a contribuição de outras nascentes, é possível observar que houve supressão da mata na margem esquerda.

Figura 18 - Rua Manoel Batista - fonte: Próprio Autor

Page 45: Jean louis rabelo de morais

32

Neste ponto há pouca mata ciliar, é comum a existência de rochas em seu leito.

Figura 19 - Rua Antônio Perrone - fonte: Próprio Autor

O Aracaí, passa por propriedades particulares e nesta imagem é possível ver um muro muito próximo à margem.

Figura 20 - Rua São Judas Tadeu - fonte: Próprio Autor

Page 46: Jean louis rabelo de morais

33

Neste ponto selecionado para ser a 2ª estação de coleta, o Aracaí é visivelmente mais volumoso e pode se notar além de rochas no seu leito, alguns objetos plásticos flutuando.

Figura 21 - Estação 2 – Curso Médio - fonte: Próprio Autor

Através da imagem, observa-se a rua muito próxima ao rio e a ausência de árvores nas margens.

Figura 22 - Rua Santa Rita de Cássia - fonte: Próprio Autor

Page 47: Jean louis rabelo de morais

34

Observa-se a rua muito próxima da margem direita.

Figura 23 - Rua Santa Teresinha - fonte: Próprio Autor

A margem direita é estreita e a vegetação é praticamente ausente, as margens ficam sujeitas a erosão e assoreamento.

Figura 24 - Rua Santa Teresinha - fonte: Próprio Autor

Page 48: Jean louis rabelo de morais

35

Em decorrência de obras é possível observar um aterro próximo a margem, com risco de assoreamento, pois não há nenhuma medida de contenção da terra.

Figura 25 - Rodovia Raposo Tavares - fonte: Próprio Autor

Tubulação solta e exposta devido a erosão da margem esquerda

Figura 26 - Rua Frederico Amosso - fonte: Próprio Autor

Page 49: Jean louis rabelo de morais

36

.

A mata ciliar é sistematicamente aparada como forma de limpeza, porém os resíduos não são retirados do local, observa-se um muro na margem direita como forma de contenção à erosão.

Figura 27 - Rua Frederico Amosso - fonte: Próprio Autor

Local selecionado para ser a 3ª estação de coleta, apresenta leito largo e

raso.

Figura 28 - Estação 3 - Confluência

Page 50: Jean louis rabelo de morais

37

As margens apresentam pouca mata ciliar, riscos de erosão e assoreamento.

Figura 29 – Av. Aracaí - fonte: Próprio Autor

Próximo a região central da cidade, o Aracaí ganha mais volume e a mata ciliar dá lugar ao concreto.

Figura 30 – Av. Aracaí - fonte: Próprio Autor

Page 51: Jean louis rabelo de morais

38

Neste ponto o rio apresenta árvores em seu entorno, junto a avenidas

marginais.

Figura 31 - Av. John Kennedy - fonte: Próprio Autor

As construções avançam até as margens afetando o deflúvio urbano e aumentando o risco de transbordamento.

Figura 32 -– Rua Dr. Stevaux - fonte: Próprio Autor

Page 52: Jean louis rabelo de morais

39

Na região central há muitas construções no entorno, aumentando o risco enchente que por sua vez podem causar além de prejuízos econômico, risco a saúde e a própria vida.

Figura 33 - Largo Dos Mendes - fonte: Próprio Autor

Nesta imagem observa-se a proximidade das margens com equipamentos

urbanos, neste caso são banheiros públicos.

Figura 34 - Largo Dos Mendes - fonte: Próprio Autor

Page 53: Jean louis rabelo de morais

40

Pode se observar, além das construções a água com aspecto barrento,

provavelmente causado por sedimentos argilosos carreados por processos erosivos.

Figura 35 - Av. Tiradentes - fonte: Próprio Autor

Esta é a última imagem que se pode ter do Aracaí antes da confluência com o rio Carambeí.

Figura 36 - Av. Antonino Dias Bastos - fonte: Próprio Autor

Page 54: Jean louis rabelo de morais

41

Através dos registros fotográficos pode-se notar que não há um cuidado com a

mata ciliar, que em muitos trechos é ausente ou constituída por espécies de

gramíneas e periodicamente aparadas e suprimida como forma de “limpeza”. A

medida que se afasta da nascente, o Aracaí vai se deteriorando através dos reflexos

das diversas atividades da ação antrópica, na área central do município a mata ciliar

dá lugar ao concreto e dessa forma vai perdendo cada vez mais suas características

naturais até sua confluência com o rio Carambeí para formar o rio Guaçú, um rio

notoriamente mais poluído.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Resultado dos Parâmetros Analisados e Discussão

A seguir serão apresentados e discutidos os resultados dos parâmetros

analisados através de gráficos comparativos. As fichas completas dos parâmetros

analisados por estação seguem em anexo.

4.1.1 Temperatura

A temperatura da água é um fator ambiental muito importante principalmente

para a manutenção da biota aquática pois influencia diretamente na solubilidade de

oxigênio dissolvido.

Os gráficos abaixo apresentam a variação e a média da temperatura da água

por estação.

Page 55: Jean louis rabelo de morais

42

Nas médias de temperaturas a maior variação foi de 2,2ºC entre as estações

1 e 2. Isoladamente as variações de temperatura nas estações foram (Tabela 3):

Tabela 3 – Temperaturas

ESTAÇÕES TEMPERATURA ºC

MÁXIMA MÍNIMA MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 20 18 19,3 2 2 24 19,5 21,5 4,5 3 23 20 21,4 3

Analisando os dados observa-se que as menores temperaturas foram aferidas

na 1ª estação, isto se deve provavelmente ao fato de localizar-se numa região onde a

nascente e mata ciliar encontra-se em bom estado de preservação. A variação é maior

entre as estações 1 e 2 do que entre a 2 e 3, provavelmente ao fato de que neste

último trecho o curso d’água atravessa uma região bem sombreada com mata ciliar

preservada dentro dos limites do local conhecido como Brasital.

18

2019,5 19,5 19,3

17

18

19

20

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIA

TEM

PER

ATU

RA

◦C

DATAS DAS COLETAS

V A R I A Ç Ã O D E T E M P . 1 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

19,5

24

2220,5

21,5

17

18

19

20

21

22

23

24

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIA

TEM

PER

ATU

RA

◦C

DATAS DAS COLETAS

V A R I A Ç Ã O D E T E M P . N A 2 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

20

2322

20,521,4

17

18

19

20

21

22

23

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIA

TEM

PER

ATU

RA

◦C

DATAS DAS COLETAS

V A R I A Ç Ã O D E T E M P . N A 3 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

19,3

21,5 21,4

18

19

20

21

22

1 2 3

TEM

PER

ATU

RA

◦C

ESTAÇÕES DE COLETA

M É D I A S D E T E M P E R A T U R A P O R E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

Gráfico 1 - Var. de Temp. na 2ª Est. de Coleta Gráfico 2 – Var. de Temp. na 1ª Est. de Coleta

Gráfico 3 - Var. de Temp. na 3ª Est. de Coleta Gráfico 4 – Média de Temperatura por Estação

Page 56: Jean louis rabelo de morais

43

A temperatura da água apresentou pouca variação e coerentes com variações

sazonais, não há evidências de efluentes que aumentem sua temperatura e a

preservação da mata ciliar auxilia na manutenção da temperatura ao longo de seu

curso.

4.1.2 pH

O pH é um parâmetro muito importante a ser controlado quando se pensa em

tratamento de efluentes, pois determinadas bactérias responsáveis pela

decomposição de compostos orgânicos lançados nos corpos de água tem o seu

crescimento favorecido conforme o pH de onde se encontram. Os gráficos 5, 6, 7 e 8

indicam os valores de pH aferidos nas três estações de coleta (PIVELLI; KATO, 2006).

.

Gráfico 5 - pH na 1ª Estação de Coleta

7,6

9,2

7,77,2

7,9

6,57

7,58

8,59

9,5

pH

DATAS DAS COLETAS

V A L O R E S D E p H N A 2 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

7,68 8

7,57,8

7

7,5

8

8,5

pH

DATAS DAS COLETAS

V A L O R E S D E p H N A 3 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

87,9

7,8

7,6

7,7

7,8

7,9

8

8,1

1 2 3

pH

ESTAÇÕES DE COLETA

M É D I A S D O S V A L O R E S D E p HP O R E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

7,4

88,4 8,3

8,0

7

7,5

8

8,5

9

pH

DATAS DAS COLETAS

V A L O R E S D E p H N A 1 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

Gráfico 6 - pH na 2ª Estação de Coleta

Gráfico 7 - pH na 3ª Estação de Coleta Gráfico 8 - Méd. dos Val. de pH por Est. de Col.

Page 57: Jean louis rabelo de morais

44

A tabela 4 abaixo, apresenta os principais valores obtidos das amostras coletadas nas estações de coleta.

Tabela 4 - Média dos Valores de pH

ESTAÇÕES pH

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 8,4 7,4 8 1

2 9,2 7,2 7,9 2

3 8,0 7,5 7,8 0,5

Através dos gráficos é possível observar que existem variações dos valores de

pH, mas de modo geral conferem à água um caráter alcalino, a variação é maior entre

os valores máximos aferidos nas estações. A resolução Nº 357 do CONAMA

estabelece que para as águas doce a faixa de valor de limite de pH desejável é entre

6,0 e 9,0. Um ponto importante a ser observado é o valor máximo de 9,2 aferido na 2ª

estação, este valor ultrapassa limites estabelecidos pela resolução, porém a média

aferida na 2ª estação é de 7,9.

4.1.3 Oxigênio Dissolvido

Oxigênio Dissolvido (OD) é um fator limitante para manutenção da vida

aquática e de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e

estações de tratamento de esgotos. Durante a degradação da matéria orgânica

algumas bactérias fazem uso do oxigênio nos seus processos respiratórios, podendo

vir a causar uma redução de sua concentração no meio (CETESB, 2014). Analisando

os gráficos dos valores obtidos de oxigênio dissolvido aferidos em campo, temos:

8,5 84,6 2,7 6,0

02468

10

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg.

l-1)

Data das Coletas

O X I G Ê N I O D I S S O L V I D O N A 1 ª E S T A Ç Ã O

7,2 8,14,6 3,2 5,8

2

4

6

8

10

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg.

l-1)

Data das Coletas

O X I G Ê N I O D I S S O L V I D O N A 2 ª E S T A Ç Ã O

Gráfico 09 – Val. de Oxigênio Dissolvido. na 1ª Estação de Coleta

Gráfico 10 - Val. de Oxigênio Dissolvido. na 2ª Estação de Coleta

Page 58: Jean louis rabelo de morais

45

A tabela abaixo apresenta os valores máximos, mínimos, médias e as variações máximas por ponto de coleta.

Tabela 5 – Valores médios de oxigênio dissolvido

ESTAÇÕES OXIGÊNIO DISSOLVIDO (mg.l-1)

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 8,5 2,7 6 5,8 2 8,1 3,2 5,8 4,9 3 8,0 2,3 5,7 5,7

Apesar da concentração do oxigênio dissolvido depender principalmente da

altitude, temperatura e sais dissolvidos, observamos nos resultados aferidos em

campo que as condições meteorológicas influenciaram os resultados, nos dias mais

chuvosos os níveis de OD ficaram próximo a saturação e nos dias de estiagem os

níveis diminuíram drasticamente.

Outros fatores observados são: a existência de um desnível de 131 metros em

um percurso de aproximadamente 6 quilômetros entre as estações 1 e 3 (havendo

assim trechos com pequenas quedas d’água), além da existência de mata ciliar com

sombreamento. Esses fatores provavelmente contribuem para manutenção do OD,

pois o sombreamento tende a manter a temperatura constante e as quedas d’água

provocam reaeração, melhorando os níveis de OD.

Se tomarmos como valores de referência as médias obtidas, de acordo com a

resolução CONAMA Nº 357, temos a seguinte classificação para o parâmetro OD:

- Para águas de classe I, o OD não pode ser inferior a 6,0 mg.l-1;

7,4 8

5,2 2,35,7

2

4

6

8

10

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIA

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg.

l-1)

Data das Coletas

O X I G Ê N I O D I S S O L V I D O N A 3 ª E S T A Ç Ã O

65,8

5,75,55,65,75,85,9

66,16,2

1 2 3

Oxi

gên

io D

isso

lvid

o (

mg.

l-1)

Estações de Coleta

V A L O R E S M É D I O S D E O X I G Ê N I O D I S S O L V I D O

O B T I D O S

Gráfico 12– Val. Médios de Oxigênio Dissolvido Gráfico 11 - Val. de Oxigênio Dissolvido. na 3ª Estação de coleta

Page 59: Jean louis rabelo de morais

46

- Para águas de classe II, o OD não pode ser inferior a 5,0 mg.l-1;

- Para águas de classe III, o OD não pode ser inferior a 4,0 mg.l-1;

Neste parâmetro podemos dizer que a 1ª estação de coleta está classificada

como classe I, e as 2ª e 3ª estações estão classificadas como classe II. Convêm

observar que o OD é apenas um dos parâmetros de classificação da resolução

CONAMA Nº 357.

4.1.4 Turbidez

Do ponto de vista sanitário, a importância da turbidez deve-se

fundamentalmente a razões:

Estéticas: é comum considerar uma água turva como poluída.

Filtrabilidade: em tratamento de águas a filtração torna-se mais difícil e mais onerosa

com o aumento da turvação (COLOMBO, 2014).

Analisando os gráfico dos valores aferidos em campo da turbidez, temos:

8,611,9 11,9

9,2 10,4

789

10111213

Turb

ide

z (U

NT)

Data das Coletas

V A L O R E S D A T U R B I D E Z N A 1 ª E S T A Ç Ã O

8,9 9,77,8

3,97,6

3456789

1011

Turb

ide

z (U

NT)

Data das Coletas

V A L O R E S D A T U R B I D E Z N A 2 ª E S T A Ç Ã O

18,4

31,8

12,9 10 18,39

1419242934

Turb

ide

z (U

NT)

Data das Coletas

V A L O R E S D A T U R B I D E Z O B T I D O S N A 3 ª E S T A Ç Ã O

10,4 7,6

18,3

6

9

12

15

18

21

1 2 3

Turb

ide

z (U

NT)

Estações de Coleta

M É D I A S D O S V A L O R E S D E T U R B I D E Z N A S E S T A Ç Õ E S D E

C O L E T A

Gráfico 14 - Turbidez na 2ª Estação Gráfico 13 - Turbidez na 1ª Estação

Gráfico 16 - Média da Turbidez por Estação Gráfico 15- Turbidez na 3ª Estação

Page 60: Jean louis rabelo de morais

47

A turbidez não é necessariamente um indicador de poluição pois além dos

efluentes os sedimentos orgânicos e minerais que são carreados de forma natural nos

cursos d’água a fazem aumentar. Conforme a resolução 357 do CONAMA os limites

de turbidez para águas doces classe 1 é de 40 UNT, portanto as três estações de

coletas se enquadram nesta classe.

4.1.5 Sólidos Totais

A medição dos sólidos totais é um importante parâmetro que define certas

condições ambientais uma vez que estes sólidos podem causar danos aos peixes e à

vida aquática em geral. Além de danificar os leitos de desova de peixes, reterem

bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios resultando em decomposição

anaeróbia, o excesso de partículas de sulfato, cloreto, magnésio e sódio são

associada a corrosão em sistemas de distribuição, além de causarem sabor às águas.

Os sólidos em suspensão também causam problemas estéticos, que unindo a outros

fatores prejudicam o abastecimento público de água (CETESB, 2014).

50

13090 66 84

406080

100120140

Sólid

os

Tota

is (

mg.

l-1)

DATAS DAS COLETAS

S Ó L I D O S T O T A I S N A 1 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

90120 130 120 115

406080

100120140

Sólid

os

Tota

is (

mg.

l-1)

DATAS DAS COLETAS

S Ó L I D O S T O T A I S N A 2 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

130260

330

160 220

100

150

200

250

300

350

Sólid

os

Tota

is (

mg.

l-1)

DATAS DAS COLETAS

S Ó L I D O S T O T A I S N A 3 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

84 115

220

70

100

130

160

190

220

250

1 2 3

Sólid

os

Tota

is (

mg.

l-1)

ESTAÇÕES DE COLETA

M É D I A S D E S Ó L I D O S T O T A I S N A S E S T A Ç Õ E S D E

C O L E T A

Gráfico 18 - Sólidos Totais na 2ª Estação

Gráfico 20 – Val. das Méd. dos Sólidos Total por Estação de coleta

Gráfico 19 - Sólidos Totais na 3ª Estação

Gráfico 17- Sólidos Totais na 1ª Estação

Page 61: Jean louis rabelo de morais

48

A tabela abaixo apresenta um resumo dos resultados obtidos em campos, com os principais valores dos sólidos totais.

Tabela 6 – Sólidos Totais

ESTAÇÕES SÓLIDOS TOTAIS (mg.l-1)

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 130 50 84 80 2 130 90 115 40 3 330 130 220 200

Através dos resultados obtidos em laboratório e demonstrados nos gráficos

acima, nota-se que a quantidade de sólidos totais aumenta conforme o curso se

distancia da nascente, provavelmente pela carga de efluentes que recebe ao longo de

seu curso. O CONAMA estabelece que a quantidade de sólidos totais para águas doce

classe 1 deve ser < que 500 mg.l-1, desta forma todas as estações de coletas ficam

caracterizadas como classe 1.

4.1.6 Demanda Bioquímica de Oxigênio

A Demanda Bioquímica de Oxigênio é um parâmetro fundamental a se

conhecer quando se deseja quantificar a poluição orgânica ou tratar efluentes, sendo

um dos indicadores mais usados para se medir a poluição. A seguir temos os

resultados da DBO das amostras coletadas nas 3 estações.

1 2

63 3

0

2

4

6

DB

O m

gO2.

l-1

DATAS DAS COLETAS

D E M A N D A B I O Q U Í M I C A D EO X I G Ê N I O N A 1 ª E S T A Ç Ã OD E C O L E T A

3 3

8

3 4,32

4

6

8

DB

O m

gO2.

l-1

DATAS DAS COLETAS

D E M A N D A B I O Q U Í M I C A D EO X I G Ê N I O N A 2 ª E S T A Ç Ã OD E C O L E T A

Gráfico 22 - DBO na 2ª Estação de Coleta Gráfico 21 - DBO na 1ª Estação de Coleta

Page 62: Jean louis rabelo de morais

49

A tabela abaixo apresenta um resumo dos resultados obtidos em campos, com os principais valores da Demanda Bioquímica de Oxigênio.

Tabela 7 - Valores de DBO

ESTAÇÕES DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (mgO2.l-1)

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX

1 6 1 3 5 2 8 3 4,25 5 3 8 2 5,25 6

De acordo com a resolução CONAMA Nº 357, para águas classe 1 o limite

estabelecido para o parâmetro DBO5 é de até 3 mgO2.l-1, portanto se tirarmos por base

as médias por estação, somente a estação 1 se enquadra em classe 1, a estação 2

se enquadra em águas classe 2, com limite estabelecido em até 5 mgO2.l-1e finalmente

a estação 3 se enquadra em águas classe 3, com limite estabelecido até 10 mgO2.l-1.

4.1.7 Fósforo Total

Segundo a CETESB, (2014) o controle das fontes de fósforo é considerado

como fator limitante no controle da eutrofização, sendo mais fácil e viável controlar as

fontes de fósforo do que as de nitrogênio e também porque a concentração de fósforo

nos esgotos é menor que a de nitrogênio, além do fato de que os processos físico-

químicos para remoção de fósforo podem ser viabilizados mais facilmente.

26

85 5,3

1

3

5

7

9

DB

O m

gO2.

l-1

DATAS DAS COLETAS

D E M A N D A B I O Q U Í M I C A D E O X I G Ê N I O N A 3 ª E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

34,3

5,3

1

2

3

4

5

6

1 2 3

DB

O m

gO2.

l-1

ESTAÇÕES DE COLETA

V A L O R E S D A S M É D I A S D A SD B O ' s N A S E S T A Ç Õ E S D EC O L E T A

Gráfico 24 – Médias das DBO's por Estação de Coleta

Gráfico 23 - DBO na 3ª Estação de Coleta

Page 63: Jean louis rabelo de morais

50

A tabela abaixo apresenta um resumo dos resultados obtidos em campos, com os principais valores das quantidades de fósforo encontrados nas amostras.

Tabela 8 - Valores de Fósforo Total

ESTAÇÕES FÓSFORO TOTAL (mgP-PO4.l-1)

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 0,07 0,03 0,05 0,04 2 0,08 0,05 0,06 0,03 3 0,22 0,05 0,13 0,17

De acordo com a resolução CONAMA Nº 357, para água doce ser caracterizada

como classe 1 é estabelecido um limite de fósforo total de 0,1 mgP-PO4/l-1, se

considerarmos a média por estação podemos observar que as águas das estações 1

e 2 podem neste parâmetro ser classificadas como classe 1, e as águas da estação

3, caracterizadas como classe 2 (limite estabelecido até 0,15 mgP-PO4/l-1).

0,03

0,07

0,05 0,05 0,05

0,01

0,03

0,05

0,07

0,09

Fósf

oro

To

tal (

mgP

-PO

4.l-1

)

DATA DAS COLETAS

F Ó S F O R O T O T A L N A 1 ªE S T A Ç Ã O D E C O L E T A

0,05

0,08

0,050,06 0,06

0,01

0,03

0,05

0,07

0,09

Fósf

oro

To

tal (

mgP

-PO

4.l-1

)

DATA DAS COLETAS

F Ó S F O R O T O T A L N A 2 ªE S T A Ç Ã O D E C O L E T A

0,05

0,22

0,12 0,13 0,13

0,04

0,09

0,14

0,19

0,24

Fósf

oro

To

tal (

mgP

-PO

4.l-1

)

DATA DAS COLETAS

F Ó S F O R O T O T A L N A 3 ªE S T A Ç Ã O D E C O L E T A

0,050,06

0,13

0,03

0,06

0,09

0,12

0,15

1 2 3

Fósf

oro

To

tal (

mgP

-PO

4.l-1

)

ESTAÇÕES DE COLETA

M É D I A D O S V A L O R E S D E F Ó S F O R O T O T A L N A S

E S T A Ç Õ E S D E C O L E T A

Gráfico 26 - Fósforo Total na 2ª Est. de Coleta Gráfico 25 - Fósforo Total na 1ª Est. de Coleta

Gráfico 27 - Fósforo Total na 3ª Est. de Coleta Gráfico 28 – Média de Fósforo Total por Estação de Coleta

Page 64: Jean louis rabelo de morais

51

4.1.8 Nitrogênio

Os compostos de nitrogênio são nutriente para processos biológicos,

classificados como macronutrientes é o elemento exigido de maior quantidade pelas

células vivas depois do carbono. Quando descarregados nas águas naturais

conjuntamente com o fósforo e outros nutrientes provocam o enriquecimento do meio

tornando o mais fértil e possibilitando o crescimento dos seres vivo que os utilizam,

especialmente as algas, favorecendo a floração e a eutrofização (CETESB, 2014).

Todos os valores de nitrogênio total aferidos nas 1ª e 2ª estações foram

<1mgN-NH3.l-1, os valores obtidos na 3ª estação foram os seguintes:

Tabela 9 - Valores de Nitrogênio Total na Estação 3

Datas das Coletas 01/10/13 14/01/14 25/03/14 22/04/14

Valores obtidos (mgN-NH3.l-1) 3 <1 1 <1

A quantidade de nitrogênio tende a aumentar conforme aumenta-se a

quantidade de efluentes, porém também pode ser fixado da atmosfera através das

cianobactérias.

De acordo com a resolução CONAMA Nº 357, para águas classe 1 os níveis

máximos estabelecidos para quantidade de nitrogênio total é relacionado com pH e

seguem conforme a tabela 10:

Tabela 10 - Níveis de Nitrogênio por Faixa de pH (CONAMA)

3,7 mg.l-1 N, para pH ≤ 7,5

2,0 mg.l-1 N, para 7,5 < pH ≤ 8,0

1,0 mg.l-1 N, para 8,0 < pH ≤ 8,5

0,5 mg.l-1 N, para pH > 8,5

Page 65: Jean louis rabelo de morais

52

A tabela abaixo apresenta os valores obtidos de pH para que se possa comparar com a tabela 10.

Tabela 11 - Valores de pH

ESTAÇÕES pH

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA

1 8,4 7,4 8

2 9,2 7,2 7,9

3 8,0 7,5 7,8

Ao compararmos o nível de nitrogênio total com o respectivo pH por estação,

podemos observar que as estações 1 e 2 são caracterizadas como águas classe 1 e

na estação 3 se considerarmos as amostragens podemos caracterizá-la como classe

1 em três das quatro amostragens e em apenas uma caracteriza-se como classe 2.

4.1.9 Coliformes Termotolerantes

Para avaliar e caracterizar a águas o parâmetro coliformes termotolerantes é

importantíssimo, pois sua existência em águas naturais evidencia contaminação por

fezes humanas e/ou animais. Muitas doenças, principalmente diarreias aquosas são

ocasionadas por este tipo de contaminação.

310

1000 1000

10

580,0

0150300450600750900

1050

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIA

Co

lifo

rme

s Te

rmo

tole

ran

tes

NM

P.1

00

ml-1

DATA DAS COLETAS

C O L I F O R M E S T E R M O T O L E R A N T E S N A 1 ª

E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

10000

43700

63000

11100

31950,0

010000200003000040000500006000070000

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIACo

lifo

rme

s Te

rmo

tole

ran

tes

NM

P.1

00

ml-1

DATA DAS COLETAS

C O L I F O R M E S T E R M O T O L E R A N T E S N A 2 ª

E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

Gráfico 30 – Coli. Termotolerantes 2ª Estação de Coleta

Gráfico 29 – Coli. Termotolerantes 1ª Estação de Coleta

Page 66: Jean louis rabelo de morais

53

A tabela abaixo apresenta um resumo dos resultados obtidos em campos, com os principais valores da quantidade de coliformes termotolerantes encontrados nas amostras.

Tabela 12 – Valores de Coliformes Termotolerantes

ESTAÇÕES COLIFORMES TERMOTOLERANTES (NMP/100ml)

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 1000 10 580 990 2 63000 10000 31950 53000 3 43200 10000 28800 33200

De acordo com os gráficos a quantidade de coliformes totais aumenta

bruscamente entre as estações 1 e 2 e se mantém mais estável entre as estações 2

e 3.

De acordo com a resolução CONAMA 357 de 2005:

Para águas doces de classe 1, o uso para recreação de contato primário

deverão ser obedecidos os padrões de qualidade de balneabilidade previstos na

Resolução CONAMA Nº 274 de 2000. Para os demais usos não poderá ser excedido

o limite de 200 coliformes termotolerantes por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo

menos 6 amostras.

De acordo com a resolução CONAMA Nº 274 de 2000:

As águas consideradas próprias poderão ser subdivididas nas seguintes

categorias:

10000

43200

30000 32000 28800,0

0

10000

20000

30000

40000

50000

1/10/13 14/1/14 25/3/14 22/4/14 MÉDIACo

lifo

rme

s Te

rmo

tole

ran

tes

NM

P.1

00

ml-1

DATA DAS COLETAS

C O L I F O R M E S T E R M O T O L E R A N T E S N A 3 ª

E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

580

3195028800

05000

100001500020000250003000035000

1 2 3Co

lifo

rme

s Te

rmo

tole

ran

tes

NM

P.1

00

ml-1

ESTAÇÕES DE COLETA

M É D I A D E C O L I F O R M E S T E R M O T O L E R A N T E S P O R

E S T A Ç Ã O D E C O L E T A

Gráfico 32 – Média Coliformes Termotolerantes por Estação de Coleta

Gráfico 31 - Coli. Termotolerantes 3ª Estação de Coleta

Page 67: Jean louis rabelo de morais

54

a) Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada

uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo 250

coliformes fecais (termotolerantes) ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por 100

mililitros;

b) Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada

uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver no máximo 500

coliformes fecais (termotolerantes) ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por 100

mililitros;

c) Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada

uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo

1.000 coliformes fecais (termotolerantes) ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos

por 100 mililitros.

Com base nos dados acima a caracterização das águas da estação 1 é:

- Segundo a resolução CONAMA Nº 274, para uso de recreação de contato primário

a água é considerada satisfatória.

- Segundo a resolução CONAMA Nº 357, a água é caracterizada classe 2 com limite

máximo de até 1.000 coliformes fecais (termotolerantes).

A caracterização das águas das estações 2 e 3, é a seguinte:

- Segundo a resolução CONAMA Nº 274, para uso de recreação de contato primário,

a água é considerada imprópria pois excede o limite de 2.500 coliformes fecais

(termotolerantes).

- Segundo a resolução CONAMA Nº 357, a água é caracterizada classe 4 pois o limite

excede o máximo de até 2.500 coliformes fecais (termotolerantes).

Page 68: Jean louis rabelo de morais

55

4.2 Cálculo do Índice de Qualidade da Água

Após obtermos os resultados de cada parâmetro foi realizado o cálculo do IQA

para cada coleta por estação conforme metodologia apresentada anteriormente.

Para calcular o IQA com maior confiabilidade foi usada uma planilha de cálculo

com fórmulas já desenvolvidas (ANEXO 1).

4.2.1 Valores do IQA nas Estação de Coleta

A seguir, apresentaremos em gráficos os resultados obtidos:

78

71

63 65

40

50

60

70

80

1 2 3 4

IQA

COLETAS

ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTAÇÃO 1

62

52 51 51

40

50

60

70

80

1 2 3 4

IQA

COLETAS

ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTAÇÃO 2

60

52 51

43

40

50

60

70

80

1 2 3 4

IQA

COLETAS

ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA ESTAÇÃO 3

69,2

54 51,5

40

50

60

70

80

1 2 3

IQA

ESTAÇÕES DE COLETA

MÉDIA DOS IQA’s POR ESTAÇÕES DE COLETA

Gráfico 34 – IQA - Estação 2

Gráfico 35 – IQA - Estação 3

Gráfico 36 – Média dos IQA por Estação de Coleta

Gráfico 33 – IQA - Estação 1

Page 69: Jean louis rabelo de morais

56

A tabela abaixo apresenta um resumo dos valores obtidos através dos cálculos, com os principais valores dos índices de qualidade da água encontrados nas amostras.

Tabela 13 – Valores dos IQA’s nas Estações de Coleta

ESTAÇÕES ÍNDICE DE QUALIDADE DA ÁGUA

MÁXIMO MÍNIMO MÉDIA VARIAÇÃO MÁX.

1 78 63 69,2 15 2 62 51 54 12 3 60 43 51,5 17

Os resultados obtidos permitem a classificação das amostras conforme

ponderação utilizada pela CETESB, sendo que na estação 1 as quatro amostras são

classificadas como boas, na estação 2 temos duas amostras com classificação boa e

duas razoáveis, e na terceira duas boas e duas razoáveis, sendo uma delas com o

pior índice registrado.

Page 70: Jean louis rabelo de morais

57

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das médias dos IQA’s nas estações 1 (69,2) e 2 (54) apresentarem

classificação “Boa” (52<IQA<79), e a média da estação 3 (51,5) estar entre a

classificação “Boa” e a “Razoável” (37<IQA<51), a qualidade da água diminuiu mais

entre as estações 1 e 2 (diminuição de 22%) do que entre as estações 2 e 3

(diminuição de 4,6%) indicando que entre os trechos 1 e 2 ocorre um incremento maior

de matéria orgânica e coliformes termotolerantes (característicos de esgoto

doméstico) no curso d’água.

Ao considerar as condições meteorológicas, nas duas primeiras coletas onde

havia chovido nas últimas 24 horas foram registrados os maiores (melhores) índices,

pois todas as estações classificam-se como boas e nas duas últimas coletas que as

condições meteorológicas eram de estiagem, a estação 1 tem índice de classificação

boa e as estações 2 e 3 apresentaram índices de classificação razoáveis.

De acordo com a resolução CONAMA Nº 357, e os dados discutidos a

caracterização da estação 1 é de água classe 2, que pode ser utilizada para os

seguintes fins:

- Abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

- Proteção das comunidades aquáticas;

- Recreação de contato primário;

- Irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques e jardins;

- Aquicultura e à atividade de pesca.

Nas estações 2 e 3 as águas ficaram caracterizadas como classe 4, podendo

ser utilizada para os seguintes fins:

- Navegação; (Não se aplica, pois o rio Aracaí não possui trechos navegáveis)

- Harmonia paisagística.

Page 71: Jean louis rabelo de morais

58

Através dos resultados das análise observa-se que desde a 1ª Estação próxima

a nascente existe poluição basicamente constituída por coliformes termotolerantes,

agravando-se ao longo de seu curso em decorrência de lançamentos pontuais de

esgoto doméstico sem nenhum tratamento prévio.

Embora os lançamentos de efluentes ocorram ao longo de todo seu percurso a

poluição não piora significativamente entre as estações 2 e 3, provavelmente por se

tratar de um rio com corredeiras apresenta boa capacidade de autodepuração, que

ainda seria melhor se as margens estivessem mais preservadas.

De forma geral o nível de classificação do IQA do rio Aracaí é de razoável a

boa e pode melhorar bastante sem a necessidade de um projeto complexo e muito

oneroso, com tecnologias relativamente simples, pequenas estações de tratamento

de esgoto em locais estratégicos, conscientização, sensibilização e trabalho dos

órgãos competentes.

Page 72: Jean louis rabelo de morais

59

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS - ANA. Índice de Qualidade das Águas. Disponível em: <http://pnqa.ana.gov.br/IndicadoresQA/IndiceQA.aspx>. Acesso em: 13 nov. 2013.

BRASIL. IBGE. Ministério do Planejamento. PESQUISA NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO. 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/PNSB_2008.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2014.

BRASIL. IBGE. Ministério do Planejamento. São Roque. 2010. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=355060&search=sao-paulo|sao-roque>. Acesso em: 13 jun. 2014.

BRASITAL. 2010. Disponível em: <http://www.guiasaoroque.com.br/turismo/brasital.asp>. Acesso em: 10 abr. 2014.

CÁLCULO do IQA. 2014. Disponível em: <http://www.tratamentodeagua.com.br/R10/home.aspx>. Acesso em: 12 jun. 2014.

CASA CIVIL. Lei nº 9433, de 08 de janeiro de 1997. Institui A Política Nacional de Recursos Hídricos, Cria O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, Regulamenta O Inciso XIX do Art. 21 da Constituição Federal, e Altera O Art. 1º da Lei Nº 8.001, de 13 de Março de 1990, Que Modificou A Lei Nº 7.990, de 28 de Dezembro de 1989.

CASA CIVIL. Lei nº 9984, de 17 de julho de 2000. Dispõe Sobre A Criação da Agência Nacional de Águas - Ana, Entidade Federal de Implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e de Coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, e Dá Outras Providências. Brasília, DF.

CBH-SMT & FABH-SMT, Fundamentos da Cobrança pelo Uso dos Recursos

Hídricos na Bacia do Sorocaba e Médio Tietê, Material elaborado pelo Grupo

Técnico para Cobrança do Uso da Água. Sorocaba, 2008.

CETESB, Relatório de qualidade das águas interiores do estado de São Paulo

2007. São Paulo, 2008. Acesso em: 10 abr. 2014.

CETESB. ÁGUAS SUPERFICIAIS. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/agua/ÁguasSuperficiais/42-Índice-de-Qualidade-dasÁguas-(iqa)>. Acesso em: 10 abr. 2014.

Page 73: Jean louis rabelo de morais

60

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COLOMBO. ANÁLISE DE CONTAMINANTES AMBIENTAIS: Determinação de SÓLIDOS EM ÁGUAS. Disponível em: <http://pessoal.utfpr.edu.br/colombo/arquivos/Solidos(1).pdf>. Acesso em: 10 maio 2014.

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DONADIO, NICOLE M. M.; GALBIATTI, JOÃO A.; PAULA, RINALDO C. DE. Qualidade da Água de Nascentes com Diferentes Usos de Solo na Bacia Hidrográfica do Córrego Rico. São Paulo, Brasil. Eng. Agric. Jaboticabal,2005. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/eagri/v25n1/24877.pdf>. Acesso em 13/11/2013.

GRÁFICO DA SOLUBILIDADE DE OXIGÊNIO EM ÁGUA X TEMPERATURA. Disponível em: <http://qnint.sbq.org.br/qni/>. Acesso em: 15 jun. 2014.

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MILLER JUNIOR, G. Tyler. CIÊNCIA AMBIENTAL. 11. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. 501 p. MARQUES, Leila Larisa Medeiros. Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes em alimentos. Disponível em: <http://pessoal.utfpr.edu.br/leilamarques/arquivos/Contagem de coliformes em placas e NMP_tec.pdf>. Acesso em: 10 maio 2014.

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PIVELI, Roque Passos; KATO, Mario Takayuki. Qualidade das Águas e Poluição: Aspectos Físicos-Químicos. São Paulo: Abes, 2006. 285 p.

PROGRAMA água azul: Sólidos Totais. 2014. Disponível em: <http://www.programaaguaazul.rn.gov.br/indicadores_08.php>. Acesso em: 15 maio 2014. (PROGRAMA... 2014)

QUADRO teórico: coliformes totais. 2014. Disponível em: <http://lect.futuro.usp.br/site/ecologia/quadroteorico/c_coliformes.htm>. Acesso em: 09 maio 2014. (QUADRO... 2014)

Page 74: Jean louis rabelo de morais

61

QUALIDADE DAS ÁGUAS: Classificação da Bacia do Rio Jundiaí-Mirim. 2003. Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/jndmirim/relatorios\final\iii_agua.pdf>. Acesso em: 07 jun. 2014.

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SÃO PAULO. Gerôncio de Albuquerque Rocha. Secretaria do Meio Ambiente. Caderno de Educação Ambiental: Recurso Hídrico. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2012. 103 p.

SÃO PAULO. Maria Inês Zanoli Sato. Cetesb - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Monitoramento de Escherichia coli e coliformes termotolerantes em pontos da rede de avaliação da qualidade de águas interiores do Estado de São Paulo. Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.br/userfiles/file/laboratorios/publicacoes/relatorios/2008-ecoli.pdf>. Acesso em: 18 nov. 2013.

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VALENTE, José Pedro Serra; PADILHA, Pedro Magalhães; SILVA, Assunta Maria Marques. Oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e demanda química de oxigênio (DQO) como parâmetros de poluição no ribeirão Lavapés/Botucatu - SP. 1997. Disponível em: <http://www.scientificcircle.com/pt/90459/oxigenio-dissolvido-od-demanda-bioquimica-dbo-quimica-dqo-sp/>. Acesso em: 15 maio 2014.

Page 75: Jean louis rabelo de morais

Anexo I

Planilha Utilizada no Cálculo do IQA - fonte: Print Screen da planilha de cálculo6

6 Disponível em <www.tratamentodeagua.com.br> acesso em 22/05/2014.

Page 76: Jean louis rabelo de morais

Anexo II

Estação de Coleta 1 - Nascente

Parâmetros Coleta - Data

1- 01/10/13 2 – 14/01/14 3 – 25/03/14 4 – 22/04/14

Altitude 901m

Condições meteorológicas

Nublado Nublado Ensolarado Nublado

Chuva nas últimas 24 horas

Sim Sim Não Não

Horário 10h45 10h30 11h30 12h27

Temperatura da água

18ºC 20ºC 19,6ºC 19,7°C

pH 7,4 8,0 8,4 8,3

Oxigênio Dissolvido

8,5 mg.l-1 8,0 mg.l-1 4,6 mg.l-1 2,7 mg.l-1

Turbidez 8,6 UNT 11,9 UNT 11,9 UNT 9,2 UNT

Sólidos Voláteis 20 mg.l-1 30 mg.l-1 30 mg.l-1 33 mg.l-1

Sólidos Fixos 30 mg.l-1 100 mg.l-1 60 mg.l-1 33 mg.l-1

Sólidos Totais 50 mg.l-1 130 mg.l-1 90 mg.l-1 66 mg.l-1

Demanda Bioquímica de Oxigênio

1mgO2.l-1 2 mgO2.l-1 6 mgO2.l-1 3 mgO2.l-1

Fósforo Total 0,03 mgP-PO4.l-1 0,07 mgP-PO4.l-1 0,07 mgP-PO4.l-1 0,05 mgP-PO4.l-1

Nitrogênio Total >1mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1

Coliformes Fecal

310NMP.100ml-1 1000 NMP.100ml-1 1000 NMP.100ml-1 10 NMP.100ml-1

Coliformes Total 6600NMP.100ml-1 86000NMP.100ml-1 24000NMP.100ml-1 12000NMP.100ml-1

Page 77: Jean louis rabelo de morais

Estação de Coleta 2 – Meio do Corpo Hídrico

Parâmetros Coletas - Data

1- 01/10/13 2 – 14/01/14 3 – 25/03/14 4 – 22/04/14

Altitude 815m

Condições meteorológicas

Nublado Nublado Ensolarado Nublado

Chuva nas últimas 24 horas

Sim Sim Não Não

Horário 11h00 10h40 11h55 12h44

Temperatura da água

19,5ºC 24,0ºC 22,0ºC 20,5°C

pH 7,6 9,0 7,7 7,2

Oxigênio Dissolvido

7,2 mg.l-1 8,1 mg.l-1 4,6 mg.l-1 3,2 mg.l-1

Turbidez 8,9 UNT 9,7 UNT 7,8 UNT 3,9 UNT

Sólidos Voláteis 20 mg.l-1 30 mg.l-1 30 mg.l-1 50 mg.l-1

Sólidos Fixos 70 mg.l-1 90 mg.l-1 100 mg.l-1 70 mg.l-1

Sólidos Totais 90 mg.l-1 120 mg.l-1 130 mg.l-1 120 mg.l-1

Demanda Bioquímica de Oxigênio

3 mgO2.l-1 3 mgO2.l-1 8 mgO2.l-1 3 mgO2.l-1

Fósforo Total 0,05 mgP-PO4.l-1 0,08 mgP-PO4.l-1 >1 mgP-PO4.l-1 0,05 mgP-PO4.l-1

Nitrogênio Total >1mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1

Coliformes Fecal 10000 NMP.100ml-1

43700 NMP.100ml-1

63000 NMP.100ml-1

11100 NMP.100ml-1

Coliformes Total 101000 NMP.100ml-1

457000 NMP.100ml-1

420000 NMP.100ml-1

1010000 NMP.100ml-1

Page 78: Jean louis rabelo de morais

Estação de Coleta 3 – Final do Corpo Hídrico

Parâmetros Coletas - Data

1- 01/10/13 2 – 14/01/14 3 – 25/03/14 4 – 22/04/14

Altitude 770m

Condições meteorológicas

Nublado Nublado Ensolarado Nublado

Chuva nas últimas 24 horas

Sim Sim Não Não

Horário 11h20 11h05 12h10 13h38

Temperatura da água

20ºC 23ºC 22ºC 20,5°C

pH 7,6 8,0 8,0 7,5

Oxigênio Dissolvido

7,4 mg.l-1 8 mg.l-1 5,2 mg.l-1 2,3 mg.l-1

Turbidez 18,4 UNT 31,8 UNT 12,9 UNT 10 UNT

Sólidos Voláteis 30 mg.l-1 90 mg.l-1 70 mg.l-1 70 mg.l-1

Sólidos Fixos 100 mg.l-1 170 mg.l-1 260 mg.l-1 90 mg.l-1

Sólidos Totais 130 mg.l-1 260 mg.l-1 330 mg.l-1 160 mg.l-1

Demanda Bioquímica de Oxigênio

2 mgO2.l-1 6 mgO2.l-1 8 mgO2.l-1 5 mgO2.l-1

Fósforo Total 0,05 mgP-PO4.l-1 0,22 mgP-PO4.l-1 0,20 mgP-PO4.l-1 0,12 mgP-PO4.l-1

Nitrogênio Total 3 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1 1 mgN-NH3.l-1 >1 mgN-NH3.l-1

Coliformes Fecal 10000 NMP.100ml-1

43200 NMP.100ml-1

3000 NMP.100ml-1

32000 NMP.100ml-1

Coliformes Total 101000 NMP.100ml-1

501000 NMP.100ml-1

170000 NMP.100ml-1

1010000 NMP.100ml-1