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JEJUM A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL

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JEJUM

A AUTOTERAPIA

DIVINO-NATURAL

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Josenilton kaj Madragoa

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Sumário:

DESINTOXICANDO A CASA CORPORAL ........................................... 3 OUTROS “JEJUNS” SIMULTÂNEOS, PARA COOPERAÇÃO CONVERGENTE................................................................................. 22 CAMINHADA DURANTE O JEJUM................................................. 29 TRANQUILIDADE MENTAL, MESMO EM MEIO AO VAVAVU 33 SOBREVOAR A SI MESMO, PARA MELHOR VER SUAS PAISAGENS MENTAIS...................................................................... 46 CUIDADOS GERAIS NÃO OBRIGATÓRIOS .................................. 64 ÁGUA................................................................................................... 66 CHEGANDO AO FIM DO JEJUM ..................................................... 70

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DESINTOXICANDO A CASA CORPORAL

Existem a natureza e suas influências objetivas na estrutura

psíquica, neural, química e física de cada ser humano, de acordo

com vários fatores individuais.

Cada ser humano tem sua natureza cheia de quizilas, de

mistérios e de transformações sem fim. E existe a Ciência, que

tende a generalizar conceitos do que é certo e do que é errado,

apenas com base em pesquisas. Alguns resultados de pesquisas

realmente coincidem com tendências da natureza mesmo.

Outros, nem tanto.

Também a Natureza tem seus mistérios, inclusive

em relação a cada ser humano em particular. Nada

que tem a ver com seres humanos pode ser encaixado

em determinismos científicos. As leis da natureza

hominal são de matriz não só biozoológica, mas,

também e principalmente, de matrizes emocional,

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espiritual, mental, psicológica, de crenças, de

traumas, de dores e de amores. Somos frutos de

vários meios e frutificamos vários meios. Cada

cérebro humano ou, mais especificamente, cada uma

das cerca de cinquenta trilhões de células de cada

corpo humano é um centro único do Universo, ligado a

tudo e ligando tudo, através de vários liames:

nervosos, neuropeptídicos, energéticos,

psicoespirituais, elétricos e outros ainda

desconhecidos da Ciência.

- Há muito mais mistérios entre a membrana e o

núcleo celular do que pode supor nossa vã Citologia1. –

Filisto, mestre de Xadrez e barbeiro aposentado, em parola

com o ex-antropólogo e ex-pai-de-santo Coboclo Feé, na festa

de cem anos de Voafra, antiga professora, contadora de

histórias e interna do Abrigo Dom Pedro II (Salvador-BA), em

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abril de 2010.

Como hodiernamente todos nós somos mutantes químicos e

emocionais, muito do que fazia mal e muito do que fazia bem

outrora, hoje é inócuo, ou até faz muito mais mal. Por isso,

passamos a ter necessidades diferentes em relação às gerações

pré-supermercado, pré-estresse patológico, pré-televisão, pré-

bombardeio informacional, pré-poluição do ar, da água e do

chão etc.

Os recursos terapêuticos da natureza continuam

influenciando em nossas qualidades de vida física, emocional ou

mental, mas sempre dependendo, entre outros fatores, da

receptividade quimio-orgânica de cada terapizado, da prescrição

da dosagem e particularmente da crença. E um dos recursos

naturais ainda no prazo de validade e objetivamente eficazes é o

jejum.

O jejum funciona independentemente de qualquer fator

psicoespirittual, porque quem comanda sua operação é

1 Adaptação da célebre frase de Shakespeare, em sua peça Hamlet ("Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa filosofia"), que foi repetida por Blaise Pascal anos adiante.

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basicamente o corpo químico, que, para tomar posse e exercer

sua função, depende apenas da continuidade da abstinência a

qualquer alimento sólido externo.

A energia química, quando mobilizada, é mais

poderosa do que a energia mental.

A quimicalidade humana tem uma inteligência meio

autônoma. Manifesta-se quase no automático. Se nossas

interferências mentais, emocionais ou espirituais não forem

suficientes para interromper o processo jejunal, o corpo

químico fará seu trabalho direitinho, enquanto o corpo físico se

mantiver absolutamente abstinente de qualquer alimento

material.

É essencial fazermos uma periódica desintoxicação fisiológica

mais ampla e profunda, como a promovida pelo jejum, que é

um recurso sanitivo da natureza corporal, autointeligente, uma

forma de faxinar nosso organismo dos lixos químicos e tóxicos

que nos são enfiados goela abaixo pela indústria alimentar

inevitável e que não podemos modificar integralmente ao nosso

talante. Não somente compensa a sujeira química e tóxica da

matéria-prima alimentar que vem do grande comércio, como

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também nos prepara para melhor captarmos as boas energias e

influências decisórias do nosso Poder Superior sobre nossas

vidas e sobre nossa rotina alimentar pessoal. Apura inclusive a

sabedoria, para melhor distinguirmos o que é joio e o que é

trigo (integral) na grande lavoura de produtos alimentícios e de

produtos ideológicos que temos poder de escolha individual.

Idealmente, mesmo que a dieta linear já esteja bem fincada, e

independentemente de qualquer regime adicional, é de bom

alvitre fazer uma dieta de desintoxicação fisiológica de vez em

quando, inclusive, como parte da prontificação de entrega de

nossa rotina alimentar e de vida a Deus.

Mesmo os alimentos naturais deixam seus resíduos no

organismo, não sendo armazenados no cólon sigmoide para

serem excretados e podendo formar mucos e gerar constipações

e alergias.

A desintoxicação pode ser feita à base dos chamados “jejuns

de frutas”, “jejuns de chás” ou à base de água, sendo que esta

vai mais fundo, podendo atingir até corpos sutis.

Defendemos nestes escritos o jejum apenas com água, ou o

hidrojejum. O Prof. Mário Sanchez, em seu livro

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“Jejum Curativo – Ar, Água, Luz, Sucos e Frutas”

(Madras Editora), defende o jejum com mel e alguns

sucos de frutas. Já o médico alemão Dr. Rudiger

Dahlke, em seu livro “O Jejum Como Oportunidade

de Recuperar a Saúde” (publicado no Brasil pela

Editora Cultrix), propugna pelo jejum com chás.

Entendemos, contudo, que o jejum apenas com água,

como o proposto pelo psiquiatra e jejunista

estadunidense Dr. Allan Cott, em seus livros “Jejum

Como Dieta Opcional” e “Jejum: A Dieta Ideal”

(publicados no Brasil pela Editora Record), favorece

mais a cetogenia (produção dos corpos cetônicos que

“enganam a fome”) e não provoca as papilas

gustativas. Ajuda melhor o cérebro a ajudar no

processo. Questão de neuropsicologia.

O jejum é antes de tudo uma grande demonstração de

verdadeiro amor a si mesmo. É uma relação de si consigo

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mesmo, baseada na autoconfiança, na autoestima. É um

instrumento de recuperação basilar. É uma abstinência de

alimentos por um tempo mais extenso do que os intervalos

intrarrefeições, para dar oportunidade ao corpo de se limpar e

de corrigir funcionalidades orgânicas. Consta-se que o corpo

entra em jejum efetivamente após seis ou oito horas sem

ingestão de qualquer alimento.

Podemos dizer que todos nós fazemos um jejunzinho todos

os dias, ou melhor, todas as noites, sem saber. Daí se chamar a

primeira refeição matinal de “quebra-jejum”, breakfast ou

desjejum. As sujeirinhas que saem pelos olhos, pelas narinas,

pela urina e pelas fezes são o sinal de que o corpo pré-entrou

em jejum durante o sono, através do metabolismo basal. Daí,

quanto mais dormirmos tanto maior será a limpeza do “pessoal

da noite”. O jejum promove a mesma limpeza e aprofunda

muito mais na retirada de sujeiras acumuladas, enquanto

perdurar, seja de noite, seja de dia.

O jejum não é apenas ficar sem comer. É, em

verdade, um processo de mobilização química,

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hormonal, endocrinológica e celular de todo o

organismo, a partir da alquimia interna de

transformar gorduras parasitas ou excedentes em

cetona e de começar a retirar toxinas e demais

sujeiras de determinados órgãos e lançá-los para as

lixeiras (através das fezes, urina, suor e até

lacrimejamentos). Quando se entra nesse processo

de múltipla limpeza, pode-se dizer, aí sim, que se

entrou efetivamente em jejum.

Mas o jejum científico como o aqui aventado, ajuda

a Dra. Natureza em seu trabalho, com a ingestão de

muita água e boas caminhadas durante todo o

processo.

****

Com a prática continuada do jejum semanal, ladeado pela

ingestão de muita água e por várias caminhadas, vários mal-

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estares e doenças de pequena monta são bastante aliviadas ou

curadas. O jejum mergulha fundo nos órgãos do corpo,

retirando sujeiras e toxinas onde nenhum outro processo de

desintoxicação ou bisturi sequer consegue ver.

Eis outros benefícios do jejum:

• contribui para um realinhamento molecular e para

uma reprogramação celular, neuronal, intestinal e

química;

• revitaliza as células de regiões fragilizadas ou doentias,

favorecendo a cura, o alívio ou até mesmo o

recolhimento de doenças potenciais que estavam para

se desenvolver a qualquer maior estímulo negativo

ambiental;

• contribui para revitalizar as microvilosidades dos

tecidos intestinais, através da “raspagem” da gordura-

capa que dificulta o processamento do quimo

alimentar;

• ajuda a eliminar, em grandes quantidades, radicais

livres e células velhas, doentias, mortas e quebradiças;

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• regula o pH sanguíneo;

• adjutora em cicatrizações, expulsão de mucos e de

detritos alimentares e fecais acumulados no intestino;

• faz uma boa faxina no intestino grosso;

• promove uma grande perda de peso, como nenhuma

dieta, regime ou educação alimentar consegue, em

curto período de tempo;

• desobesa não somente o corpo em suas constituições

adiposa e tóxica, mas também outros corpos

invisíveis com seus miasmas, calorinas emocionais e

toxinas espirituais.

Destaque-se que há três tipos de obesidade física.

A primeira é a obesidade fisioanatômica ou adiposa,

que se manifesta ostensivamente para o espelho, mas

que se concentra mesmo, e perigosamente, é entre as

células. A segunda é a obesidade química,

caracterizada pelo excesso de vitaminas e sais

minerais no organismo. E a terceira é a obesidade

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arterial, que é o acúmulo de gorduras nas paredes das

artérias. [Isso para não falarmos da obesidade

emocional, da obesidade mental e da obesidade

sentimental.]

Há obesos fisioanatômicos que são arterialmente

magros, com pressão sanguínea derredor de 12x8,

enquanto há magérrimos fisioanatômicos que são

obesos mórbidos arteriais, com excessos de gordura

nas artérias ou até no próprio sangue, ou com todo o

corpo entupido de sais minerais e vitaminas em

excesso.

O jejum interfere positivamente na eliminação ou

significativa redução da obesidade em todos os

corpos, dependendo apenas da sua continuidade, sem

perda de massa magra útil. [Somente nos jejuns

longos pode haver uma perda mínima de massa magra,

mas irrelevante frente aos infinitos benefícios

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multicompensadores, o que é ressaltado, inclusive,

pelo Dr. Allan Cott.]

Depois de uma sequência de abstinências mais amplas,

profundas e básicas como a promovida pelo jejum, qualquer

dieta, regime ou plano alimentar faz-se muito mais exitoso e

multibenéfico, porque pega o organismo mais limpo, sarado e

receptivo.

Porém, Você, rápido de raciocínio, logo contra-argui: quase

nenhum médico, endocrinologista ou nutricionista recomenda

ou aprova o jejum (ainda estamos no início do século XXI).

Quando uma unanimidade, quer profissional, quer leiga,

condena alguma terapia alternativa inconvencional, ainda que

multimilenarmente reconhecida, em princípio é de se desconfiar

daquela e pegar a lupa da neutralidade, com calma e

discernimento, consultando especialistas ou quem já fez ou tem

a prática de fazer esta.

Entretanto, como de tudo se tira vantagem, inclusive da

ignorância, às vezes é melhor mesmo não recomendar o jejum

para a grande população desavisada, porque se ele virar

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subitamente um fenômeno de massa, muita gente poderá

morrer, se se autossubmeter a um jejum longo, por exemplo.

Muitas pessoas simplesmente não podem jejuar, e, pior, muitas

pessoas não sabem como sair de um jejum, desconhecendo os

cuidados antes, durante e depois do processo dessa

desintoxicação profunda. O que pode matar não é o jejum

em si ou o estado de não comer, mas pode ser a

grande quantidade de sujeiras que podem entrar

subitamente na corrente sanguínea e sufocar o

sujeito, que pode morrer envenenado. Por isso, muitos

que fazem jejum longo, antes fazem uma dieta

desintoxicadora, à base de arroz integral, de

verduras ou de frutas, por exemplo. Assim, quando o

jejum começa, já encontra um organismo bastante

alimpado. [Outro bom facilitador para o sucesso do

jejum longo é uma sequência anterior, de

aproximadamente seis meses de jejuns de trinta e

seis horas a cada semana e de sessenta horas a cada

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mês.] Esse risco praticamente inexiste quando se

trata de jejum curto, do tipo defendido nestes

escritos.

O bom é que o jejum cresça em popularidade, mas cada um

só deve fazê-lo após autorização médica e dentro de um

ambiente supervisionado e protegido.

O trio jejum-água-caminhada, como várias outras terapias

naturais de alcance profundo no organismo e que curam a causa

de várias doenças, tem muito mais a ver com o retorno à

sanidade multinivelar do que com curas apenas parciais ou

localizadas e condicionadas à observância de medicamentos

alopáticos. Isso vai de encontro aos interesses da

grande indústria mundial da doença (laboratórios

farmacêuticos).

Caso V. Sa. resolva iniciar a prática do jejum semanal com os

acessórios aqui aventados (água e caminhada), não deixe de

buscar autorização de um médico, depois da realização de

exames clínicos, inclusive porque nem todo mundo pode jejuar.

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Também há doenças que não podem ser tratadas com jejum

voluntário e independente, a exemplo daquelas enfermidades

que podem envenenar todo o organismo, caso sejam jogadas na

corrente sanguínea grandes quantidades de sujeira e de toxinas

acumuladas.

Também não podem jejuar os que sofrem de doenças

cardíacas, trombose, úlceras, câncer, hemopatias, doenças

pulmonares ativas, diabete, gota, doenças do fígado, doenças

dos rins, enfarto recente do miocárdio, doenças cerebrais.

Também devem evitar o jejum os esqueléticos, os muito idosos,

as crianças, as grávidas e as lactantes (segundo o Dr. Allan

Cott, em “Jejum: A Dieta Ideal”). Estes, contudo, podem

se beneficiar com dietas mais apropriadas e com outras formas

de desintoxicação e limpeza não cetogênicas, como, por

exemplo, aquelas à base de frutas, verduras, arroz integral, fibras

de cereais etc, sempre a critério médico.

O jejum voluntário e independente praticado toda semana é

mais recomendado para os que sofrem de

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gripes constantes,

artrose,

inchaço nas pernas,

gastrite,

constipações intestinais,

rinite,

alergias,

problemas de pele,

problemas de garganta,

sinusite,

disfunções metabólicas e digestivas,

colite,

altos níveis de LDL (colesterol ruim),

apneia,

hipertensão arterial,

enterite,

prisão de ventre,

varizes,

feridas,

cicatrizações demoradas,

pustemações,

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abscessos,

cálculos renais,

menstruações difíceis,

mal das tripas (acúmulo de fezes secas ou massas

fecaloides),

platôs antirredutores de peso e

obesidade crônica.

Com a continuidade de uns seis meses a um ano de jejum de

trinta e seis horas por semana, pode-se ver grandes melhoras ou

até a cura completa desses incômodos. Pode-se estar

quimicamente pronto para se submeter a um jejum longo, de

sete ou dez dias por exemplo, para sarar de problemas mais

crônicos e difíceis, dentro de um ambiente apropriado.

O jejum clínico ou supervisionado por um

especialista, de longa duração, pode promover a

desintoxicação quimiocerebral, extirpando nicotina e

resíduos de drogas medicamentosas ou de

psicotrópicos. Pode resolver também a situação de

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enfermidades mais resistentes ou mais delicadas,

como as relacionadas a disfunções mentais. Os

psiquiatras e jejunistas Drs. Allan Cott (Estados

Unidos) e Iuri Nicolaiev (Rússia) supervisionaram e

testemunharam a cura, com jejuns longos, de dezenas

de milhares de esquizofrênicos e portadores de

vários outros transtornos psíquicos. [Nossa forma de

raciocinar depende dos nossos condicionamentos

psicocerebral e espiritual. A prima facie, muitos acham

impossível ou temeroso passar, por exemplo, vinte e

um dias sem ingerir qualquer alimento sólido. Mas

depois de um treinamento cerebral através de jejuns

curtos semanais, somado com motivações espirituais,

metas curativas ou estético-anatômicas, já se pensa

totalmente diferente e já se submete e atravessa o

período desses vinte e um dias sem maiores

avexamentos e até em êxtase felicitador. Tudo

depende também de quem prescreve essa abstinência,

que é vista em princípio tão estranhamente. Por

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exemplo, aqueles que fazem cirurgia bariátrica

(gastroplastia) são obrigados a ficar cerca de um mês

sem ingerir nenhum alimento sólido, mas normalmente

o fazem sem nenhuma crise de medo. Por quê?

Simplesmente porque foi exigida pelo próprio bariatra,

que é uma autoridade médica.]

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OUTROS “JEJUNS” SIMULTÂNEOS, PARA

COOPERAÇÃO CONVERGENTE

O dia do jejum deve ser dedicado também ao descanso geral

da mente e do corpo. Deve-se evitar assistir a televisão, mexer

no computador, ler, escrever, fazer compras e outras atividades

que “puxem pela mente” e pelo corpo. Deve-se evitar toda

forma de estresse, de aborrecimento, de pensamentos negativos.

É dia de recesso criacional, leitoral, escritural, se possível

profissional e até emocional. É dia de repouso integral (embora

não de repouso químico nem hormonal). Atividades

recomendáveis são apenas as de relaxamento, respiração

consciente, banho de sol, caminhada livre, oração, meditação,

conversas suaves, escuta de música clássica, sentimentos nobres.

Nada de avexar o juízo nem o coração com aperreios

emocionais, reflexões ideativas, conversas muito

demoradas e neuroimpactantes ou excitantes. Já vimos,

e aqui repetimos quase textualmente, que o corpo

mental secreta o pensamento e gera energias de alta

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condutividade sobre as veias e vias de todos os demais

corpos, em especial sobre o corpo perispiritual. Daí a

alma precisar alimentar-se e alimentar o corpo com

bons pensamentos. O corpo mental bem nutrido e bem

nutritivo sustenta muito melhor a abstinência

nutricional do corpo físico.

“O pensamento é

secreção da mente.” –

Emmanuel, escritor

espiritual

Um súbito pensamento muito forte ou carregado de

emoção de qualquer natureza, automaticamente envia

neuropeptídeos negativos para os tecidos celulares de

diversos órgãos do corpo. As introjeções súbitas de

toxinas mentais, emocionais e espirituais causam mais

doenças do que as toxinas químicas e alimentares.

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Quando as células já estão sendo naturalmente

tensionadas pela abstinência alimentar e suas crises

decorrentes, qualquer descarga cerebral de

neuropeptídeos coloca-as em polvorosa, fazendo-as

reagir de todo jeito, inclusive com uma maior sobre-

excitação nervosa, manifestada, inclusive, em forma de

fome. Isso vai exigir da mente superior rápida emissão

de pensamentos anódinos reafirmadores e

sustentadores, para não pôr em risco a continuidade do

processo jejunal. Então, idealmente, devemos

mentalizar somente ideias edificantes, benfazejas e

positivantes, mas, mesmo estas, de forma suave e light.

As ideias centrais que devem alimentar todos os

pensamentos durante o jejum são o próprio jejum e

temas ligados à saúde em geral, além de um

permanente estado de prece, ainda que sem palavras.

Idealmente.

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Mesmo durante eventuais impactos pensamentais ou

emocionais, não se deve sair do sério. Exige-se apenas um

esforço maior, que deve ser engendrado semiautomaticamente,

para não se perder o rumo da ideia central, que é o jejum, para

não baixar a guarda vibratorial convergente. É questão de

exercício, de foco, de “prepreparação” contra esse tipo de

surpresa interna ou de fora para dentro.

Mas os maiores empecilhos e conspirações contra o processo

normalmente provêm mais do próprio cérebro do que de

fatores externos ao corpo. A premissa maior seja: mais

importante do que os quereres e prazeres do cérebro e do

ego deve ser o prazer de se ter saúde multinivelar e vida

longa, pujante e feliz, para o que o jejum costuma contribuir

fortemente.

Mesmo depois de já ultrapassada a fase da eventual

revoltinha neurológica ou citológica, pode haver uma tristeza

profunda do cérebro. É outro impacto sutil que pode pôr em

risco a continuidade do jejum. É quando, normalmente, se sente

um vazio existencial... uma angústia... É o cérebro em crise.

Sente-se meio só... com uma leve depressão... Está faltando

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alguma coisa... OLHA O PERIGO! Isso não deixa de ser uma

forma de antipressão pressionadora. É a hora do diálogo

carinhoso com o cérebro. De explicar para ele que o processo

de abstinência a sólidos é só periódico, que é para o bem dele e

de todos os seus comandados orgânicos, que é para a saúde de

todos, para uma melhor qualidade de vida de todo o contêiner...

E por aí afora... Falar educadamente com o cérebro, mas

sabendo que, no fundo no fundo, ele pode estar querendo

mesmo é interromper o jejum, testando mais um de seus

artifícios. A mente orgânica que mais se parece com a

mente consciencial é a mente cerebral. Todo cuidado

com ela é pouco.

Essa crise de depressão ou de saudade é mais comum nos

jejuns longos de obesos, quando o cérebro fica meio

desnorteado, achando que vai morrer, se desconhecendo no

novo corpo que está surgindo. É a crise de identidade somada

com a crise de abstinência ou de saudade dos bons tempos de

comezaina livre e de vontade livre de pedir ou pressionar e ter

seus quereres logo atendidos. Questões neuropsicológicas. Nada

que ameace o prosseguimento firme e resoluto da mente

superior. É o caso de se conversar com o cérebro e aumentar as

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passadas rumo à vitória pretendida. Oportunamente, o cérebro

há de agradecer “de joelhos” pelas graças alcançadas, em forma

de maior vitalidade neuronal, mais agilidade raciocinal, mais

sensibilidade no paladar, mais prazer gustativo, mais capacidade

de saciedade com menos quantidade de alimentos etc.

[O cérebro é misoneísta, ou seja, tem aversão ao

novo, principalmente o jejum, que ele nunca

experimentou desde que nasceu. Por isso, a massa

cinzenta precisa estar sob estreita superdominância

da mente superior, antes, durante e após todo o

processo, até “entender” as vantagens deste, com os

primeiros resultados positivos. A partir das próximas

experiências, o cérebro vai se acostumando cada vez

mais com a ideia, vai pegando o jeito da coisa, embora

nunca a aceitando de bom grado. Afinal, são seis

contra um. Seis dias de alimentação contra um dia de

abstinência por semana.]

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Quem precisa cozinhar para a família, deve fazê-lo na

véspera, para não precisar nem olhar o caminho da cozinha no

dia da intraducha. É até sugerível se tirar uma soneca das 11 até

às 14h. Não mais do que isso, para se evitar insônia noturna, se

for o caso. Essa modorra ajuda no desapego inicial que o

cérebro precisa ter da “fome programada” do meio-dia, até

acostumamento definitivo com a nova ideia. A partir de certa

hora do dia, qualquer sensação ou mal-estar cerebral

interpretado como fome será sempre neuropsicológico.

No caso dos obesos, por exemplo, diz-se no meio médico

que eles devem comer seis vezes ao dia. Pois bem. No jejum,

eles comem sem parar, das reservas alimentares acumuladas

dentro deles mesmos, a fim de alimentarem principalmente o

sangue. E um sangue bem nutrido mensageia para o cérebro que

está tudo bem e sob controle abaixo da traqueia. O cérebro

entende a mensagem e não emite nenhuma ordem ou recado de

“hora de comer” para o estômago e para o intestino.

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CAMINHADA DURANTE O JEJUM

É bem recebida pelo corpo uma caminhada vivaz de uma

hora e meia ou duas horas, não se esquecendo de levar o cantil

de água, dinheiro para comprar mais água no caminho e, se

necessário, um chapéu contra eventual sol forte.

A caminhada é praticamente obrigatória para quem

está em processo de regime, dieta ou plano de

desintoxicação, inclusive como o promovido pelo

jejum. Ajuda na digestão não só intestinal, mas

também celular, inclusive para uma boa absorção da

água pelas células, principalmente durante o jejum,

quando a água é o único alimento. A tendência é o

processamento otimizado de todos os sais minerais

do precioso líquido. Ademais, a caminhada também

otimiza e até acelera a passagem do jejum por todos

os seus ciclos iniciais. Alivia também o eventual

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estresse neuronal em razão da abstinência alimentar

a sua revelia.

A caminhada elimina, inclusive, aquela sensação de

indigestão e empachamento provocada pelo excesso

de água no estômago, que nos deixa com alguma

náusea e que pode ser um bom motivo para o cérebro

atacar de coitadinho, forçando raciocínios

interruptivos do processo. Ao fim da “pegada forte”

de duas horas, sentimo-nos fortes, aliviados de

qualquer sensação de empacho ou hidroindigestão. A

água, quando combinada com a caminhada, fica mais

bem processada pelas células e favorece todo o

processo do jejum. [A caminhada serve contra tudo:

empachamento, ressaca, fastio, má digestão, solidão,

tristeza, moleza... Serve para vivificar, desembolar,

resolver, solver, mobilizar, chacoalhar,

refuncionalizar e “pôr” aí afora.]

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Outrossim, a caminhada ajuda a expulsar sujeiras e toxinas

também pelo suor. Daí a utilidade de se tomar um banho mais

caprichado com o escovão, esfregando mais a pele do que de

costume, inclusive antes de sair para a caminhada durante o

jejum. Essa ducha pré-caminhada auxilia também a energizar a

mente contra eventual moleza física, natural a certas alturas,

porque significa que o organismo está trabalhando mais

intensamente para arrancar sujeiras mais arraigadas.

A caminhada, mesmo em passos largos, deve ser mais

meditativa do que para passar logo o tempo. Tudo durante o

jejum deve ser feito por si só e para si... devagar... na boa paz...

mesmo para quem esteja quase correndo.

Para quem ainda não tem costume, há dias em que o

corpo aceita o jejum, mas não aceita de bom grado a

caminhada. Deve-se, sim, calçar o tênis e pegar a

pista, ainda que devagar.... miudinho, mas deve-se ir,

e tentar caminhar o mesmo tempo de uma hora e

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meia a duas horas. Paulatinamente, o corpo se

acostuma e acaba contribuindo melhor, sem mais

oferecer resistências consideráveis, ao ponto de se

terminar o percurso todo suado. Sai-se como uma

tartaruga, volta-se como uma lebre.

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TRANQUILIDADE MENTAL, MESMO EM MEIO AO

VAVAVU

O jejum requer dedicação mental, não necessariamente

exclusiva, o que é impossível, mas pelo menos uma dedicação

central inabalável. O processo do jejum deve correr por dentro,

sólido, firme, objetivo, ou melhor, voltado para o objetivo.

Muitos obstáculos estão aí para serem saltados, driblados ou

circulados. Muitos obstáculos são até moveis, e correm por fora

o tempo todo, esperando uma chance para atrapalhar e

interromper o processo, ou aparecem de repente tentando

desconcentrar o corredor na pista, como fez aquele irlandês que

tirou Vanderlei Cordeiro de Lima da liderança da maratona nas

Olimpíadas de Atenas. Só é de urgência destacar que os

principais obstáculos são os impulsos emocionais, o estresse,

frustrações relacionais e os sentimentos negativos. Vigiar os

obstáculos de fora é tão importante como vigiar os obstáculos

de dentro para a eficácia do jejum. Não é por acaso que muitos

que saem do coma voltam mais saudáveis fisicamente do que

quando entraram nele. O jejum aproveita-se da inércia corporal,

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principalmente a do aparelho digestório, para atuar em favor da

saúde, promovendo curas sutis em pontos localizados em todo

o organismo que precisem de intervenção curativa e

autopoiética. [A autopoiese é a autocriação

regenerativa que os corpos naturais têm, enquanto

não sofrem atrapalhações interruptivas exteriores,

inclusive da própria mente com excessos de

distresses, medos, pensamentos negativos, falta de

fé etc.]

O que deve ir para a moldura é o seguinte: Nenhum

empecilho deve contrariar a boa fluência do processo jejunal,

para não virar motivo da interrupção deste. Entretanto, tudo é

mais uma questão de como se veem os eventuais empecilhos do

que os empecilhos em si, sejam estes de ordem extracorporal,

intracorporal, físico, emocional, social, profissional ou espiritual.

Quem está num padrão vibratorial elevado e compatível com o

jejum, mesmo pisando em brasa, sentir-se-á andando nas

nuvens.

Qualquer pensamento de pressa, qualquer desejo de que o

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dia acabe logo para se ir dormir e acabar o jejum não são bons.

Não existe tempo. Existimos nós, que passamos. Então o

segredo é relaxar, amar o processo, sentir, perceber que cada

hora a mais no jejum significa um ganho a mais para a cirurgia

que está sendo feita sem que vejamos. A Dra. Natureza está

trabalhando, e ela gosta de silêncio na sala de cirurgia, precisa de

tranquilidade e de paz. A mente superior ou self deve convergir

esforços apenas para ser enfermeira do próprio corpo e de si

mesma durante toda a operação sem bisturi. Pensamentos de

pressa e de pressão devem ser substituídos por pensamentos de

prece e de apreço, para se evitar lançar toxinas emocionais nos

órgãos sob reparo e limpeza. Durante o jejum é só alegria

íntima. Tudo são flores diante de si, mesmo que se esteja

caminhando sobre espinhos. Problemas, só até os limites da

aura. Daí para dentro, silêncio, por favor!

Aproveitando essa maior receptividade e condições

mais propícias, às vezes Deus aproveita para

promover outros tratamentos, a partir de

intervenções inteligentes da natureza espiritual, sem

que o jejuador se dê conta.

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O jejum é um processo não só fisioquímico. É

também espiritual. Quanto mais receptivo e

sintonizado com Deus estiver o jejuador tanto

melhor a chance de curas e de grandes melhoras

somáticas.

Toda cura física depende antes de uma correlata

cura anímica, nem que seja apenas pela crença, pela

vontade ou pela esperança de ficar bom. Deus se vale

muito disso, para iniciar seus trabalhos curativos, no

Seu tempo.

As doenças nascem no corpo mental e morrem a

partir do corpo mental.

“É a mente que rege a formação de

anticorpos no sangue.” – André Luiz, escritor

espiritual

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Quando Jesus curava, ele o fazia em alma e em

corpo. Houve alguns casos que lhe foram submetidos

para cura, mas ele não os curou. Apenas disse que

tais casos só se curariam com jejum e oração. Quer

dizer, Ele sabia da dupla curabilidade pelo processo

do jejum, reforçada pela oração, ou seja, pela

receptividade sintônica do terapizado com Deus.

Há várias e várias citações bíblicas a favor do

jejum, inclusive como fator transcendentalizador da

alma. Conclui-se daí que o jejum não é só abstinência

de substâncias gustativas, não. É de se jejuar

também de pensamentos e sentimentos negativos. Só

assim os efeitos serão profundos e amplamente mais

duradouros.

Se, eventualmente, explosões ou impactos emocionais

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externos chegarem a invadir o corpo aural ou os limites do

corpo químico, que a mente superior, vigilante, cuide de

desfazer e desintegrar a carga negativa ainda no portal da mente,

instantaneamente, antes que ela se instale no soma.

Porém, o ataque que a mente superior mais deve rechaçar

veementemente é a simples vontade de interromper o jejum

sem qualquer motivo aparente, originada da mente cerebral.

Isso acontece mais nos jejuns de mais de um dia. É que o

jejum tem seus ciclos – ciclo de Krebs, ciclo das

pentoses, ciclo da síntese da glicose etc. [Quem

detalha bem o que acontece com esses ciclos durante

o jejum é o Prof. Mário Sanchez, em seu livro “Jejum

Curativo”.] E a cada fim de ciclo o cérebro tende a

achar que já está bom, que já está na hora de

encerrar o jejum.

Eis algumas palavras de ordem da mente superior,

que podem ser repetidas antes e durante o jejum,

para reforçar o domínio sobre as mentes cerebral e

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intestinal, especialmente na iminência de qualquer

ataque-surpresa contrajejunal:

Querido cérebro e querido intestino,

Amo vocês de montão.

Submeti ao jejum todo o corpo que nos abriga,

para curar, aliviar, terapizar, lavar, queimar

gorduras,

e beneficiar todos nós.

Qualquer incômodo nervoso ou gástrico faz parte

do processo.

Conto com a colaboração de vocês.

Se essa oração-apelo não funcionar, diga-se

vigorosamente: EU QUERO UM QUILOGRAMA DE

PESO A MENOS SOBRE MINHA BALANÇA

AMANHA BEM CEDO! PORTANTO, FAÇAM SEU

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TRABALHO DE APOIO À DRA. NATUREZA (MENTE

QUÍMICA), OU DEIXEM DE RECLAMAR!

Cada um faça suas orações, apelos ou alertas de

acordo com suas necessidades e formas de ver-se, de

lidar com suas mentes e de ver o processo. O básico

é manter-se em estado de oração e de vigilância o

tempo todo.

“A oração é meio caminho andado para o céu, e o jejum

nos leva diretamente para o céu”. - Gandhi

É necessária e crucial uma superdominância da mente

superior sobre a mente cerebral, que, enquanto não se educa

para servir, sempre conspira contra os interesses do espírito.

Faz barulho, muitas requisições e pressões interruptivas, pelo

menos no começo, no desesperado afã de retornar ao status quo

ante, quando ela era o manda-chuva de todas as mentes

corporais e até mesmo da mente superior. É o velho fenômeno

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da crise de perda de poder e suas tentativas de retomada do

cargo ou do trono, “na tora”.

Via de regra, a mente cerebral só não domina nunca é a

mente do corpo químico. Esta inicia sem muito tardar seus

trabalhos jejunais, imperturbável, inteligente, devagar e sempre,

independentemente de eventuais tramas, conspirações,

esperneios, zoadas e demais pressões da mente cerebral em

sentido contrário. Depois de engrenada a alquimia do

jejum, o corpo químico “não come reagge de ninguém”

(em baianês é o que não se intimida, nem respeita

quaisquer pressões frontais ou laterais de quem quer

que seja ou do que quer que seja.). Pega seus

instrumentos de trabalho (britadeira, talhadeira,

formão, marreta, machado, lixa, tesourão de poda...)

e joga duro. Trabalha sem parar, concentrado, para

arrancar, descolar, triturar, despedaçar, dissolver,

amolecer, raspar, pulverizar, liquidificar, tanto em

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camadas superficiais quanto em regiões profundas

dos órgãos necessitados de renovação... Às vezes

pode até produzir mal, por causa de cortisonas,

adrenalinas excessivas ou neuropeptídeos negativos

que receba eventualmente do cérebro, mas vai

sempre fazer o seu trabalho, imperturbável, como

uma das principais partes do processo jejunal. [Uma

das outras partes principais do jejum é a mobilização

de energias quintessenciadas, que sustentam por

exemplo o jejum dos faquires hindus e a abstinência

definitiva a alimentos sólidos daquele pessoal que

vive apenas de prana e luz. Mas isso é discussão

avançada no campo de uma psicologia, de uma

bioquímica e de um espiritualismo mais profundos. O

que importa para nós é saber que tais energias

existem nas naturezas terráquea e universal e nos

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influenciam no nosso dia a dia, mais do que supõe

nossa vã Biomedicina.]

Daí, devemos dizer que não fazemos jejum, mas apenas

permitimos o jejum, que é um processo autônomo, autopoiético

e independente de qualquer convicção consciente.

Claro que se nós tomarmos medidas para favorecer o

processo e garantir sua conclusão, tanto melhor, inclusive

porque temos dentro de nós mesmos um “inimigo” que não

gosta nem facilita muito o processo. Esse inimigo é o próprio

cérebro inquietado e inquietador, com seus medos, suas revoltas

pontuais e suas pressões, pelo menos em princípio. Já os

animais e as pessoas com deficiência mental que são submetidas

a jejuns normalmente atravessam todo o período programado

sem qualquer aperreio e normalmente se curam, com muito

mais eficiência, de seus problemas fisiológicos ou psíquicos.

Nem sempre a crença positiva consciente é

necessária para que fenômenos transformadores

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aconteçam. O que mais importa às vezes é a falta de

crença negativa, ou seja, não crer que vai doer, não

crer que vai morrer ou não crer que vai sofrer ou

adoecer.

O cérebro dos incapazes de se expressar com clareza

linguística até “reclama” inicialmente alguma coisa, mas, por

estes não terem preconceitos, permitem que todos os ciclos e

fases do jejum se sucedam fluentemente, e os resultados do

tratamento são muito mais duradouros.

Enfim, o jejum gosta mesmo é de simplicidade, de liberdade

de ação, de autonomia, enquanto as micrometamorfoses

acontecem na “casa das máquinas”.

O que mais dificulta mesmo a boa fluência do

processo jejunal é que nós, racionais, pensamos,

sentimos, agimos, reagimos, estabelecemos metas

paralelas ou intermediárias mirabolantes, queremos

demais e decidimos às vezes mais contra do que a

favor do jejum. Consequentemente, decidimos mais

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contra nós mesmos, contra nossa saúde, contra a

melhoria ampla, profunda e definitiva de nossas

qualidades de vida e do nosso futuro. Muitos,

ansiosamente, querem acompanhar os trabalhos,

querem resultados imediatos e, a qualquer mínimo

incômodo interno ou externo, decidem parar o

processo antes do combinado. Não entendem

eventuais reações adversas do corpo. Traduzem-nas

como pedidos de parada, quando o jejum quer dizer

“por favor, me deixe prosseguir! Esse incômodo

faz parte do meu processo.”

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SOBREVOAR A SI MESMO, PARA MELHOR VER

SUAS PAISAGENS MENTAIS

Durante o jejum, para se estar bem com a sua quimicalidade,

é fundamental se estar bem com a sua espiritualidade, com o

reforço através de músicas clássicas relaxantes. [No geral,

Bach, Chopin e Vivaldi são excelentes enfermeiros

para assistir nessa cirurgia fisiocitológica. Mas, a

depender da necessidade de uma injeção de ânimo

mais sensorioimpactante, podem assistir melhor

Beethoven, Dvörak ou Mozart...] São igualmente

importantes orações e exercícios de meditação, mas

principalmente com a sua naturalidade (simplicidade,

relaxamento neuronal, repousos físico e emocional etc).

Entretanto, quem não puder recolher-se nesses sentidos todos,

e como de toda forma de expressão e de impressão se pode tirar

proveito, que se seja um Dvörak, um Chopin, um Bach, um

Mozart ou um Beethoven em pessoa durante o jejum, conforme

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as circunstâncias e, principalmente, as pressões, contrapressões,

depressões ou mesmo repressões do eixo cérebro-intestinal.

Já que a orquestra da vida relacional não pode parar, então

que nós sejamos o seu maestro ou o seu contramaestro, pelo

menos durante o jejum. Não deixemos de exercer o comando

necessário da nossa parte. Trabalhamos momentaneamente em

duas orquestras ao mesmo tempo. Tocamos na orquestra das

relações com os outros externos a nós, sejam estas relações

tensas ou suaves, com estresses, eustresses (normalmente

geradores de serotonina e endorfina) ou distresses

(normalmente geradores de muita adrenalina e cortisol). E

tocamos como maestros na orquestra das relações com o

próprio cérebro, intestino, fígado, glândulas, vasos, sistema

nervoso central, células, sangue, secreções, hormônios, etc, que

estão em evoluções, convolações, revoluções e outras voluções(!)

igualmente estressantes.

Como comandar as pessoas de fora e as pessoas de dentro

(principalmente o irmão cérebro) do nosso próprio corpo

durante o processo jejunal?

Premissa básica: Temos uma meta própria, maior, que são a

desintoxicação e o desengorduramento amplos e profundos

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através do jejum. Só que os outros, quer as pessoas de fora

(familiares, parentes, colegas, amigos, vendedores...), quer as

pessoas de dentro do nosso corpo (órgãos e aparelhos,

principalmente o cérebro) não sabem disso.

Quanto às pessoas de dentro, uma base de reflexão

sustentadora seja a seguinte: durante todo o processo jejunal,

haverá alternâncias de comportamento do cérebro, que ora vai

se felicitar em momentos de êxtase eustressante, ora vai querer

arrepiar em revoltas distressantes, ora vai querer infiltrar em

todo o corpo abaixo linhas peptídicas citoestressantes, ainda que

disfarçadas de fome, nervosismos, mal-estares, suores frios,

calafrios, cansaços, alucinações, pesadelos, irritações e outros

incômodos passageiros.

Daí o jejuno, que está sob eustresse (estresse bom,

motivador, desafiador) tem de saber dançar com o cérebro, que

está sob distresse (estresse ruim, angustiante, agressivo ou

deprimente), confuso, sem saber o que está acontecendo, sem

querer aceitar essa abstinência tão radical de qualquer

carboidrato e de qualquer substância material. Ele está

procurando, sem achar, os mecanismos de controle da estrutura

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corporal. Ele, que sempre se achou o manda-chuva, agora está

perdido, sendo controlado a sua revelia.

Mas o jejuno, que é a mente superior, consciência racional ou

self, tem de saber dançar com o cérebro, com carinho,

alternando as passadas e os ritmos. Tem de dominar, mas tem

de conduzir o velho irmão cérebro, com amor e até com

gratidão, pelo salão de dança. Quando o cérebro se mostrar

animado, dance (o self na dominância) uma música alegre, ou

seja, imprima um ritmo alegre, em forma de vívidas caminhadas,

arrumação dinâmica da casa, lavagem do carro ou aceleração de

tarefas profissionais (evitando abaixar a cabeça por muito

tempo). Quando o cérebro se mostrar desanimado e querendo

colo, então amaciemos o discurso dançado e cuidemos de ações

de baixo impacto físico e neuronal, como caminhada light em

ritmo de passeio, arrumação dos CDs ou dos livros e

moderação das tarefas profissionais. O importante é, ainda que

estabelecendo esse acordo de convivência manhosa,

montanhosa ou mimosa com o cérebro, o jejuno manter o

controle da situação principal, que é o jejum em si. É uma

ditadura camuflada, maquiavélica, político-estratégica, tudo para

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se manter no poder do próprio corpo, no qual está o cérebro

mal-acostumado a se achar o chefe absoluto.

A vigilância do self sobre a mente cerebral deve ser

constante. Deve se atinar atentamente para as alternâncias de

humor do cérebro. Ora ele clama socorro, com náuseas, mal-

estares, alguma cefaleia etc, ora ele se agita e pressiona

agressivamente, quase nos fazendo desistir do processo fisio-

higienizante. Aí ele manda fortes dores de fome para o

estômago/intestino, e, se tivesse poder, ligaria rapidamente para

a Associação de Proteção aos Cérebros Drogados, a fim de

denunciar o seu dono, ou seja, o seu self ou mente superior, por

maus-tratos e tortura. Ele fica momentaneamente irado e

querendo nos derrubar de qualquer jeito. Ele não quer mais

saber de nada, nem de limpeza, nem desintoxicação. Só quer

voltar ao controle e a comer alimentos materiais novamente. É

um momento de difícil prova. Requer do self um empenho e

um jogo firme de contra-argumentos, para convencer o cérebro-

paciente de que é necessária essa microcirurgia sem bisturi em

todo o corpo, que vai ser bom para todos etc etc.

É um diálogo-debate estranho, praticamente de si consigo

mesmo, porque a mente cerebral facilmente se confunde com a

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mente espiritual. Mas, sem essa tomada urgente de todo o posto

de observação parcialmente invadido pelo cérebro desesperado,

o risco de interromper o processo jejunal é grande.

Mas o perigo até maior acontece é quando o cérebro baixa a

arma, mas fica tentando nos hipnotizar com frases

enfraquecedoras do ânimo, como “acho que já chega”, “vou

comer alguma coisinha pouca”, “vou tomar só um suquinho”,

“acho que já limpei o bastante”. Em verdade, é o agora ladino

cérebro se imiscuindo no raciocínio do self, tentando confundir

as ideias, na estratégia de jogo de raciocínio, na tentativa de

anular os propósitos. Se o self cair na “gaiva” e fraquejar mais

um pouco, babau!

Cuidado, inclusive, com a maior sensibilidade olfativa

advinda com o jejum. Sente-se cheiro de comidas muito

condimentadas a distância. Enche-se a boca d' água. Pensa-se

em interromper o processo quase instantaneamente. É um

perigo! Tem-se que reafirmar o processo com pensamentos

anódinos socorristas e tentar não se aproximar do foco da

alimento provocador. E lembremos que a tentação não está no

objeto. Está no sujeito. O objeto provoca, e o objeto tanto pode

estar fora de si, estimulando o sensório (“centro das sensações,

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esp. a região do cérebro que seleciona e combina as impressões

transmitidas aos centros sensoriais individuais” (Houaiss)),

como pode ser o próprio cérebro, com seus raciocínios

conspiradores e com suas imaginações montadas pela memória

do apetite e dos alimentos que lhe são caros. Porém, o sujeito,

que é o self ou mente consciente superior, cede se quiser.

[Só nos jejuns longos é que o jejuno normalmente

usufrui de uma parceria mais apoiante do cérebro,

porque chega o dia em que o neocórtex deixa de

emitir sinais de fome para o estômago-instestino,

passando a se alimentar da gordura excedente e a

mobilizar as toxinas e outros detritos acumulados no

organismo. A conversão de gorduras em cetona, para

alimentar quem não pode mesmo passar fome, que é o

sangue, não o estômago, sói acontecer já no primeiro

dia do processo, embora se intensifique mais ou

menos a partir do quarto dia. É quando acaba

qualquer sensação de fome aguda, porque o cérebro

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entra em plena cetose e em um êxtase até prazeroso,

em decorrência do leve estado de sedação. Podem

ficar apenas alguns pequenos espasmos gástricos

cada vez mais intervalados, facilmente controláveis

com muita água e muita caminhada, além da

continuada provocação sutil do cérebro, que não

deixa de mandar sinais gustativos salivantes. E se o

jejuno estiver fazendo meditação, exercícios

respiratórios ou boas caminhadas ao ar livre de

manhã cedo, pode passar também a alimentar o corpo

com energias prânicas.]

E quanto à relação com os outros eus extracerebrais, ou seja,

com as outras pessoas-mundo a nossa volta? Bem, é uma

relação de orquestra. Normalmente as pessoas não entendem os

propósitos do jejuno, que está numa operação estranha aos

costumes tribais.

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O povo, especialmente o latino, gosta é de percussão no pé

do ouvido e de azucrinação nos sensórios alheios, com

requisições e estímulos, como ordens, contraordens, pressões,

contrapressões, solicitações, convites, choros, cobranças,

dengos, psicoterrorismos, estresses agudos (impactos

repentinos) etc, a toda hora.

Normalmente, sem consciência ou má-fé, conspiram contra

o jejum, orquestrando ações e reações tendentes a

desconcentrar e a tirar o jejuno do seu eixo.

Por isso, a superdominância vibratorial, inicialmente no ritmo

molto vivace, ainda que aparente, seja a tônica, quer perante si

mesmo, ou melhor, quer perante seus sis pessoas orgânicas

intracorporais, quer perante os outros e a vida social que se

precisa correger. Para se garantir melhor a paz interior, é preciso

às vezes aparecer perante os outros pintado para a guerra e de

preferência portando um tambor militar do tipo batacotó.

Porém, isso tudo deve ser só aparência, para impedir os outros

de invadirem perigosamente as cercanias da abstinência e da paz

íntima. O jejuno, pois, deve cuidar de reger a sua própria

orquestra, que é interior e que não pode sofrer ruídos estranhos

entre os naipes de procedimentos de sustentação e de sequência,

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para não interromper a própria sinfonia jejúnica até o gran finale,

que é a manhã do dia seguinte, e não recair no mito da sinfonia

inacabada.

Em relação aos de fora, nem sempre podemos impor o ritmo

moderato ou o ritmo andante, com os recolhimentos neuronal,

hormonal, pensamental, emocional e sentimental completos. Se

quando quisermos tocar apenas uma flauta ou um violino suave

e terno, os outros (intra e extracorpóreos), perigosamente, nos

requisitarem com estímulos de tambor, cimbalo ou

contrafagote, em ritmo alegro, vivace ou presto, respondamo-los,

pois, com reações e forças de expressão de violoncelo,

trombone ou contrabaixo, ainda que em ritmo apenas alegro non

molto ou alegro ma non tropo. É um acordo de convivência entre o

eu e o eles. O concerto individual pode se harmonizar com o

concerto social.

Mas, o bom é o jujuno manter o ritmo suave e terno que

quiser ou que precisar manter, independentemente dos

trombones desafinados ao lado. Não deve haver uma guerra de

sons sobre o pentagrama relacional, mesmo com oitavas

vibracionais distintas. Nada de ser contra, mas de ser firme na

sua necessária calma e harmonia interior. É bem mais um

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trabalho de resistência isolante do que de contraenfrentamento

neutralizante, ainda que na linha de frente das expressões o

jejuno precise demonstrar circunstancialmente que está regendo

a nona sinfonia de Dvörak. Ele não tem que enfrentar os

estímulos externos, não! Ele tem que estar acima deles, vendo-

os como pedras a saltar, mas vendo principalmente o horizonte

à frente, a meta pessoal a atingir. Tudo isso sem medo de ser

intimamente feliz, de mostrar felicidade, de exibir um visual de

paisagem ou de desfastio (nos dois sentidos). A felicidade íntima

é o pilar-mor de sustentação deste e de qualquer projeto de

renovação pessoal, mesmo em meio a um complexo de

pretensões contrárias ou incompreensivas, inclusive do próprio

cérebro.

“Quando jejuardes, não vos mostreis

contristados como os hipócritas; porque eles

desfiguram os seus rostos, para que os

homens vejam que estão jejuando. Em

verdade vos digo que já receberam a sua

recompensa. Tu, porém, quando jejuares,

unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para

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não mostrar aos homens que estás jejuando,

mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai,

que vê em secreto, te recompensará.” – Jesus,

citado por Mateus, 6:16-18.

Enfim, não importando o ritmo que impomos frente às

requisições em nosso derredor, só não podemos é desatentar

para a meta, que é o fim do jejum no tempo programado.

****

A superdominância do maior (mente superior) sobre o

menor (mente cerebral) deve ser permanente durante toda a

cirurgia fisiocitológica promovida pelo jejum. Tal postura de

controle sobre os vários órgãos e sobre as várias mentes do

corpo vinda de cima, ou melhor, de várias cimas, é o alimento

ideal para reduzir ou anular eventuais cobranças e clamores da

mente cerebral, da mente intestinal e da mente celular. Estas,

em princípio, são ignorantes sobre a importância do que está

acontecendo, do que precisa acontecer consigo mesmas e com

todo o contêiner psicobiofísico.

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A superdominância, entretanto, jamais deve se confundir

com tortura psíquica nem com tensão enfrentadora sobre o

corpo. A superdominância é, antes de tudo, gestos de carinho,

de afago e de amor continuado sobre o próprio corpo, como

autopasses mentais fluídicos, principalmente sobre os órgãos

diretamente envolvidos com o processo e que são os centros

nervosos de toda a estrutura (cérebro, intestino, fígado,

pâncreas, rins e sangue). É melhor vencer pelo amor do que

pela subjugação dolorosa e intimidatória. Querer vencer o

próprio corpo “na tora” pode gerar a revolta deste. E este,

revoltado, pode exigir um sacrifício muito maior da inteligência

estratégica da mente superior ou pode mesmo contribuir

fortemente para o abortamento antecipado do processo, com, o

que é pior, o irrompimento de disorexias anulantes dos

eventuais benefícios eventualmente já adquiridos durante o

processo. Perdeu-se tempo e até comprometeu-se mais ainda a

saúde física como um todo, por falta de habilidade gerencial e

de inteligência, mais diplomática do que bélica, sobre suas

mentes orgânicas.

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Nas primeiras experiências do jejum, e enquanto o cérebro

não pega o jeito da coisa, é bom a mente superior tentar impor

o ritmo de jogo, mas sempre com alguma precaução e

prevenção de medidas urgentes, caso a pressão cerebral se torne

insuportável ao ponto de forçar uma decisão da mente superior

de interromper o jejum antes do prazo marcado. Para esta

indesejável, remota, porém real hipótese, deve-se, por exemplo,

já ter à disposição o alimento previsto para quebrar o jejum

após seu encerramento. É comum o jejum ainda não habituado

ser interrompido à noite. Se o jejuador já não tiver a

alimentação prevista para o pós-jejum, corre o risco de ter de

comer qualquer alimento indevido ou até perigoso. A ideia que

se deve fixar não é a de que houve recaída, mas, sim, uma

simples interrupção do processo. Não houve derrota. Houve

um ensaio, um aquecimento, para da próxima vez se chegar até

o fim do objetivo. A decisão de interromper não foi da mente

cerebral. Foi da mente superior, ainda que atendendo a pressão

da mente cerebral. Foi uma interrupção estratégica, para voltar

na próxima semana, com tudo. Porém, o que o corpo químico

realizou até o momento da cessação antecipada do jejum há de

ficar registrado e há de beneficiar todo o organismo. Depois de

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um processo jejunal, mesmo abortado no meio do caminho,

nunca mais o corpo volta a ser o que era. E sempre oferece

melhores condições físicas e químicas para se ter uma vida

melhor. Depende do direcionamento que será dado a essas

condições daí por diante e depende especialmente da forma de

sua interrupção. Esta deve ser em condições mínimas de

segurança alimentar, idealmente com os alimentos previstos

para o pós-jejum imediato ou, pelo menos, com alimentos

frugais ou vegetais líquidos, que devem ser sorvidos

calmamente, ou com frutas ou verduras, que devem ser

mastigadas em igual ritmo.

Alternativamente, se se quiser mesmo interromper

o jejum de água, deve-se alimentar, pelo restante do

tempo previsto, apenas de chás, preferentemente

dentre os relaxantes (“erva-cidreira, lúpulo, lavanda,

groselha, valeriana, verônica, sálvia, funcho, alecrim,

erva-de-aveia, chave-do-céu, barba-de-milho”,

segundo lista do jejunista Dr. Rudiger Dahlke). Eles

estimulam também o sono. Assim, de fato, não se

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interrompe o jejum, mas apenas muda-se-lhe o tipo,

de hidrojejum para fitojejum. Tende-se a relaxar,

com esse “sossega-leão” neural, que deve ser

repetido, se necessário, até altas horas ou até se

cair nos braços de Morfeu.

Quanto mais se repete a experiência tentando chegar até o

fim, que é a unidade de duas noites ladeando um dia (trinta e

seis horas), só com água, tanto mais próximo se vai chegando

da perfeição, ou seja, do fim do hidrojejum no tempo previsto.

Se se puder já vencer essa meta na primeira experiência e daí

por diante, tanto melhor.

Mas, os melhores benefícios com o processo advêm

normalmente com o correr das semanas e dos meses,

juntamente com a observância de outras práticas higiênicas

sustentadoras do processo, como principalmente a reforma

nutricional ampla e naturalizante. Doravante, dê-se ênfase a

frutas, verduras e alimentos fibrosos nas refeições do dia a dia.

Suspendam-se ou reduzam-se drasticamente, pseudoalimentos

industrializados (pela via traqueal) e substâncias tóxicas de

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origem emocional e espiritual (pela via neural). Com isso, é só

alegria progressiva, é só uma saúde cada vez mais ferrosa!

Mas, atenção! O fato de se saber que já existe um alimento

guardado para o fim, não deve servir de estímulo para a

interrupção do jejum, mas, sim, apenas como segurança. O

verdadeiro estímulo é a esperança e a vontade pujante de atingir

a meta, que é a conclusão do jejum, com ou sem contrapressão

cerebral, com ou sem um quebra-jejum já reservado no armário

de mantimentos.

Seja como for, vencendo ou não as primeiras tentativas, o

que não se pode é desistir de tentar sempre, até o

acostumamento orgânico.

A meta pontual é se chegar ao fim do jejum a cada tentativa,

simplesmente, tendo a certeza de que essa experiência está

contribuindo para uma melhoria geral de suas pequenas mazelas

e incômodos físicos ou químicos, a curto, médio e longo prazos.

A meta linear é se fazer do jejum um sistema de vida.

E a meta maior do jejum é contribuir para viabilizar e

sustentar a saúde, a força e a vitalidade do jejuador, em vários

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níveis, até altas idades, ou melhor ainda, até o último suspiro

pulmonar.

Entretanto, a meta de chegar ao fim de um jejum pode

mediar uma meta bem prática e igualmente interessante, qual

seja, subir na balança, após as trinta e seis horas e ver-se um

quilograma menos pesado..

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CUIDADOS GERAIS NÃO OBRIGATÓRIOS

Como todo processo é uma preparação para outro processo,

para garantir melhores resultados com o jejum, é de bom tom

renunciar a algumas substâncias viciantes do cérebro, como o

café. Geralmente para os cafólatras, o dia do jejum tem que

vencer o incômodo da dor de cabeça matinal pela ausência da

assídua cafeína. Mas há quem não sinta nada, quando o acúmulo

de cafeína no organismo já é tão grande, que o cérebro nem

percebe a sua não ingestão por um dia, só vindo a se manifestar

dolorosamente a partir do dia seguinte, se for o caso.

É importante, mas não obrigatório, estabelecer, observar,

alterar, acrescentar, substituir, adaptar ou extinguir metas

intermediárias ou microprocessos adjuvantes, para melhor

garantir o êxito e a completa perfeição do jejum.

Criar, previamente, uma agenda de compromissos consigo

mesmo ou um cronograma de metas, para melhor viabilizar a

grande meta, pode ser interessante, desde, contudo, que não

avexem o cérebro, que precisa mais de mimos do que de

pressões neuronais. [Mas o cérebro precisa estar muito

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ciente, de forma bem clara, de que quem está no

controle é a mente superior e que ele precisa e deve

colaborar para o atingimento da grande meta, ou

então ficar quietinho só observando o trabalho da

mente química.] Por exemplo, marcar um bom livro para ler,

prever visitas a parentes, amigos, museus etc e agendar a escuta

de músicas clássicas podem ser de bom auxílio para distrair e

relaxar a mente cerebral. Esses programas são um bom mimo

para o cérebro, se suaves e relaxantes. Mas, se tiver de mudar ou

anular alguma dessas programações, que o faça sem

constrangimento. O que não pode ser mudado é o caminho

geral para a grande meta, que é a conclusão do jejum, quer se

passe o dia em contatos interativos, quer se passe o dia enrolado

no lençol (excetuando a ingestão de água e a hora da caminhada,

que fazem parte obrigatória do processo principal).

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ÁGUA

Deve-se beber muita água, no mínimo dois litros durante a

estado de vigília (o período em que se fica acordado entre as

duas noites das trinta e seis horas).

A água potencializa ainda mais os resultados do

trabalho do corpo químico durante a limpeza jejunal.

Por isso, ela deve ser pura, bem filtrada ou mineral.

Ao primeiro incômodo gastrointestinal ou à primeira assim

chamada “pontada de fome”, deve-se tomar logo um bom copo

d’ água, em goladas sucessivas. Logo, logo, passa o mal-estar.

Chega o momento, normalmente a partir do meio-dia, em

que se entra num estado de paz espiritual e de anestesia física,

com a primeira grande injeção de cetona na corrente sanguínea.

Essa cetona são os corpos cetogênicos advindos da autoqueima

de gordura mole ou subcutânea para alimentar o sangue. Este,

sim, é que não pode passar fome. O neocórtex então deixa de

emitir eventuais sinais de incômodo gástrico e o cérebro

intestinal deixa de produzir eventuais espasmos, porque não

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percebem nenhuma inanição corporal. Eles decifram a

mensagem da saciedade sanguínea com a saciedade estomacal e,

então, pega o jeito da coisa, facilitando o prosseguimento do

processo jejunal. E aí, entra-se num estado pré-alfa psicofísico,

enquanto vai-se bebendo água em intervalos regulares, até a

hora de voltar a dormir, para encerrar o jejum na manhã do dia

seguinte.

Contudo, deve-se evitar beber água compulsivamente como

busca desesperada para aplacar a ansiedade ou os eventuais

incômodos psíquicos ou físicos, para evitar, inclusive

embrulhamento do estômago. Deve-se beber muita água, mas

de acordo com certa demanda natural do organismo, combinada

com as horas do dia, com ênfase talvez para os horários

costumeiros das refeições principais, e sempre de maneira

consciente.

A menos que seja para combater eventuais incômodos

gástricos, a água deve ser sorvida suavemente... com

sobriedade..., com mini-intervalos para respiração entre um gole

e outro.

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Mas, o mais importante é tentar beber da “água da vida”, ou

seja, alimentar o espírito com a fé e nutrir os órgãos do aparelho

digestório com energias positivas e com pensamentos tranquilos

e sustentadores.

O jejum é um processo físico, químico e mental. A

melhor qualidade de seus resultados depende

basicamente da qualidade dos alimentos espirituais

que nutrem o soma, especialmente a crença de que

tudo vai dar certo. No corredor da história das curas

em geral, a crença dos pacientes tem ajudado muito

mais para a ocorrência dos chamados milagres da

medicina do que os bisturis, remédios e fórmulas

farmacêuticas. A crença na eficiência dos trabalhos

da Dra. Natureza durante o jejum pode surtir os

mesmos efeitos.

Para potencializar os resultados do jejum, até a água deve ser

energizada com pensamentos positivos direcionados, antes e

durante sua ingestão. É uma espécie de fluidificação, que

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contribui, inclusive, para um rearranjamento molecular e para

uma fractalização do precioso líquido em favor de todos os

corpos do ser e da maior eficiência do processo jejunal.

Obs.: Preferentemente, a água não deve ser do

tipo gaseificada (com gás) e deve estar numa

temperatura ambiente ou apenas levemente mais

resfriada, nunca gelada.

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CHEGANDO AO FIM DO JEJUM

O melhor quebra-jejum matinal depois de um jejum, seja

curto, como o recomendado por este opúsculo, ou longo, como

o utilizado para tratamentos mais profundos, é laranjada,

repolhada cozida ou suco de uva ralo. Ajudam a terminar de

tirar o resto de sujeiras encaminhadas para o portal de saída

(intestino grosso). E para se estender os efeitos benfazejos do

jejum pelo resto da semana, todo o dia seguinte a ele deve ser de

alimentos frugais ou de verduras, para evitar a infestação de

novas sujidades e uma cinorexia anulante dos benefícios de todo

o processo.

Registre-se em ata que a cinorexia ou fome canina

pós-desintoxicação não decorre de eventual privação

de alimentos macro ou micronutritivos. O que ocorre

é que, com a desintoxicação, as células perdem

principalmente águas e gorduras supérfluas, toxinas

e sujeiras que, em si, não têm função vital, mas que

funcionam como microparasitos

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pseudossustentadores para as células e glândulas.

Quando estas, como hospedeiras, perdem os

hóspedes com a lavagem profunda, especialmente a

promovida pelo jejum, então qualquer substância

poluente que reentra no organismo, mesmo em

quantidade mínima, reacende a vontade lancinante

das células e glândulas de serem (pseudo)felizes

novamente. Afinal, elas ainda estão na crise de

saudade das porcarias que foram embora. Estão

carentes. E, por outro lado, uma das fugas dos

carentes é comer, comer. O famoso “bichinho do

come-come” é antes de tudo um ser carente e

nervoso.

Após a reprogramação neurogenética resultante de

um processo curativo que incluiu uma profunda

desintoxicação do organismo, inclusive do cérebro,

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não se pode mais voltar ao pecado que degenerou em

doença teoricamente mortífera.

Ao mesmo tempo em que o renovado corpo se

refortalece pelos recursos da sua própria natureza,

ele também perde bastante a imunidade em relação

às substâncias agressoras que antes aceitava sem

maiores baques. Agora, ele está frágil em relação aos

venenos que outrora lhe apraziam e viciavam. Sua

tendência agora é rejeitar, às vezes de forma

agressiva, as substâncias antes naturalizadas e agora

de novo estranhas, pelo menos em princípio e a

princípio.

Por isso, após a desintoxicação, seja por que processo for,

deve-se alimentar com alimentos os mais saudáveis e livres de

toxinas e micropoluentes possíveis, para que as células e

glândulas se acostumem com os novos hóspedes, que são mais

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saudáveis e contribuintes para uma nova qualidade de vida

orgânica e mental de todo o ser.

Eis por que, após uma desintoxicação ampla e

profunda, não se deve voltar mais aos padrões

errados de alimentação nem a intoxicações danosas à

saúde em geral. Num corpo limpo as sujeiras e

toxinas se impregnam muito mais depressa e

profundamente do que num organismo já sujo, pondo

em risco mais premente a saúde e fazendo voltar a

situações piores do que antes da intraducha.

Como todo inteligente nutricional ou dietêuta responsável

por suas qualidades de vida nutricional e física, o jejuador deve

evitar alimentos carregadamente tóxicos e sujos, para que as

células não voltem a pecar hospedando microssubstâncias

danosas à saúde de todo o ser e não anulem os benefícios da

microlimpeza hebdomadária. Já serve como uma prepreparação

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para a próxima experiência jejunal, para o próximo encontro

marcado com Deus, através de seu próprio organismo.