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JEJUM
A AUTOTERAPIA
DIVINO-NATURAL
Josenilton kaj Madragoa
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Sumário:
DESINTOXICANDO A CASA CORPORAL ........................................... 3 OUTROS “JEJUNS” SIMULTÂNEOS, PARA COOPERAÇÃO CONVERGENTE................................................................................. 22 CAMINHADA DURANTE O JEJUM................................................. 29 TRANQUILIDADE MENTAL, MESMO EM MEIO AO VAVAVU 33 SOBREVOAR A SI MESMO, PARA MELHOR VER SUAS PAISAGENS MENTAIS...................................................................... 46 CUIDADOS GERAIS NÃO OBRIGATÓRIOS .................................. 64 ÁGUA................................................................................................... 66 CHEGANDO AO FIM DO JEJUM ..................................................... 70
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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DESINTOXICANDO A CASA CORPORAL
Existem a natureza e suas influências objetivas na estrutura
psíquica, neural, química e física de cada ser humano, de acordo
com vários fatores individuais.
Cada ser humano tem sua natureza cheia de quizilas, de
mistérios e de transformações sem fim. E existe a Ciência, que
tende a generalizar conceitos do que é certo e do que é errado,
apenas com base em pesquisas. Alguns resultados de pesquisas
realmente coincidem com tendências da natureza mesmo.
Outros, nem tanto.
Também a Natureza tem seus mistérios, inclusive
em relação a cada ser humano em particular. Nada
que tem a ver com seres humanos pode ser encaixado
em determinismos científicos. As leis da natureza
hominal são de matriz não só biozoológica, mas,
também e principalmente, de matrizes emocional,
Josenilton kaj Madragoa
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espiritual, mental, psicológica, de crenças, de
traumas, de dores e de amores. Somos frutos de
vários meios e frutificamos vários meios. Cada
cérebro humano ou, mais especificamente, cada uma
das cerca de cinquenta trilhões de células de cada
corpo humano é um centro único do Universo, ligado a
tudo e ligando tudo, através de vários liames:
nervosos, neuropeptídicos, energéticos,
psicoespirituais, elétricos e outros ainda
desconhecidos da Ciência.
- Há muito mais mistérios entre a membrana e o
núcleo celular do que pode supor nossa vã Citologia1. –
Filisto, mestre de Xadrez e barbeiro aposentado, em parola
com o ex-antropólogo e ex-pai-de-santo Coboclo Feé, na festa
de cem anos de Voafra, antiga professora, contadora de
histórias e interna do Abrigo Dom Pedro II (Salvador-BA), em
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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abril de 2010.
Como hodiernamente todos nós somos mutantes químicos e
emocionais, muito do que fazia mal e muito do que fazia bem
outrora, hoje é inócuo, ou até faz muito mais mal. Por isso,
passamos a ter necessidades diferentes em relação às gerações
pré-supermercado, pré-estresse patológico, pré-televisão, pré-
bombardeio informacional, pré-poluição do ar, da água e do
chão etc.
Os recursos terapêuticos da natureza continuam
influenciando em nossas qualidades de vida física, emocional ou
mental, mas sempre dependendo, entre outros fatores, da
receptividade quimio-orgânica de cada terapizado, da prescrição
da dosagem e particularmente da crença. E um dos recursos
naturais ainda no prazo de validade e objetivamente eficazes é o
jejum.
O jejum funciona independentemente de qualquer fator
psicoespirittual, porque quem comanda sua operação é
1 Adaptação da célebre frase de Shakespeare, em sua peça Hamlet ("Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que sonha nossa filosofia"), que foi repetida por Blaise Pascal anos adiante.
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basicamente o corpo químico, que, para tomar posse e exercer
sua função, depende apenas da continuidade da abstinência a
qualquer alimento sólido externo.
A energia química, quando mobilizada, é mais
poderosa do que a energia mental.
A quimicalidade humana tem uma inteligência meio
autônoma. Manifesta-se quase no automático. Se nossas
interferências mentais, emocionais ou espirituais não forem
suficientes para interromper o processo jejunal, o corpo
químico fará seu trabalho direitinho, enquanto o corpo físico se
mantiver absolutamente abstinente de qualquer alimento
material.
É essencial fazermos uma periódica desintoxicação fisiológica
mais ampla e profunda, como a promovida pelo jejum, que é
um recurso sanitivo da natureza corporal, autointeligente, uma
forma de faxinar nosso organismo dos lixos químicos e tóxicos
que nos são enfiados goela abaixo pela indústria alimentar
inevitável e que não podemos modificar integralmente ao nosso
talante. Não somente compensa a sujeira química e tóxica da
matéria-prima alimentar que vem do grande comércio, como
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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também nos prepara para melhor captarmos as boas energias e
influências decisórias do nosso Poder Superior sobre nossas
vidas e sobre nossa rotina alimentar pessoal. Apura inclusive a
sabedoria, para melhor distinguirmos o que é joio e o que é
trigo (integral) na grande lavoura de produtos alimentícios e de
produtos ideológicos que temos poder de escolha individual.
Idealmente, mesmo que a dieta linear já esteja bem fincada, e
independentemente de qualquer regime adicional, é de bom
alvitre fazer uma dieta de desintoxicação fisiológica de vez em
quando, inclusive, como parte da prontificação de entrega de
nossa rotina alimentar e de vida a Deus.
Mesmo os alimentos naturais deixam seus resíduos no
organismo, não sendo armazenados no cólon sigmoide para
serem excretados e podendo formar mucos e gerar constipações
e alergias.
A desintoxicação pode ser feita à base dos chamados “jejuns
de frutas”, “jejuns de chás” ou à base de água, sendo que esta
vai mais fundo, podendo atingir até corpos sutis.
Defendemos nestes escritos o jejum apenas com água, ou o
hidrojejum. O Prof. Mário Sanchez, em seu livro
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“Jejum Curativo – Ar, Água, Luz, Sucos e Frutas”
(Madras Editora), defende o jejum com mel e alguns
sucos de frutas. Já o médico alemão Dr. Rudiger
Dahlke, em seu livro “O Jejum Como Oportunidade
de Recuperar a Saúde” (publicado no Brasil pela
Editora Cultrix), propugna pelo jejum com chás.
Entendemos, contudo, que o jejum apenas com água,
como o proposto pelo psiquiatra e jejunista
estadunidense Dr. Allan Cott, em seus livros “Jejum
Como Dieta Opcional” e “Jejum: A Dieta Ideal”
(publicados no Brasil pela Editora Record), favorece
mais a cetogenia (produção dos corpos cetônicos que
“enganam a fome”) e não provoca as papilas
gustativas. Ajuda melhor o cérebro a ajudar no
processo. Questão de neuropsicologia.
O jejum é antes de tudo uma grande demonstração de
verdadeiro amor a si mesmo. É uma relação de si consigo
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mesmo, baseada na autoconfiança, na autoestima. É um
instrumento de recuperação basilar. É uma abstinência de
alimentos por um tempo mais extenso do que os intervalos
intrarrefeições, para dar oportunidade ao corpo de se limpar e
de corrigir funcionalidades orgânicas. Consta-se que o corpo
entra em jejum efetivamente após seis ou oito horas sem
ingestão de qualquer alimento.
Podemos dizer que todos nós fazemos um jejunzinho todos
os dias, ou melhor, todas as noites, sem saber. Daí se chamar a
primeira refeição matinal de “quebra-jejum”, breakfast ou
desjejum. As sujeirinhas que saem pelos olhos, pelas narinas,
pela urina e pelas fezes são o sinal de que o corpo pré-entrou
em jejum durante o sono, através do metabolismo basal. Daí,
quanto mais dormirmos tanto maior será a limpeza do “pessoal
da noite”. O jejum promove a mesma limpeza e aprofunda
muito mais na retirada de sujeiras acumuladas, enquanto
perdurar, seja de noite, seja de dia.
O jejum não é apenas ficar sem comer. É, em
verdade, um processo de mobilização química,
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hormonal, endocrinológica e celular de todo o
organismo, a partir da alquimia interna de
transformar gorduras parasitas ou excedentes em
cetona e de começar a retirar toxinas e demais
sujeiras de determinados órgãos e lançá-los para as
lixeiras (através das fezes, urina, suor e até
lacrimejamentos). Quando se entra nesse processo
de múltipla limpeza, pode-se dizer, aí sim, que se
entrou efetivamente em jejum.
Mas o jejum científico como o aqui aventado, ajuda
a Dra. Natureza em seu trabalho, com a ingestão de
muita água e boas caminhadas durante todo o
processo.
****
Com a prática continuada do jejum semanal, ladeado pela
ingestão de muita água e por várias caminhadas, vários mal-
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estares e doenças de pequena monta são bastante aliviadas ou
curadas. O jejum mergulha fundo nos órgãos do corpo,
retirando sujeiras e toxinas onde nenhum outro processo de
desintoxicação ou bisturi sequer consegue ver.
Eis outros benefícios do jejum:
• contribui para um realinhamento molecular e para
uma reprogramação celular, neuronal, intestinal e
química;
• revitaliza as células de regiões fragilizadas ou doentias,
favorecendo a cura, o alívio ou até mesmo o
recolhimento de doenças potenciais que estavam para
se desenvolver a qualquer maior estímulo negativo
ambiental;
• contribui para revitalizar as microvilosidades dos
tecidos intestinais, através da “raspagem” da gordura-
capa que dificulta o processamento do quimo
alimentar;
• ajuda a eliminar, em grandes quantidades, radicais
livres e células velhas, doentias, mortas e quebradiças;
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• regula o pH sanguíneo;
• adjutora em cicatrizações, expulsão de mucos e de
detritos alimentares e fecais acumulados no intestino;
• faz uma boa faxina no intestino grosso;
• promove uma grande perda de peso, como nenhuma
dieta, regime ou educação alimentar consegue, em
curto período de tempo;
• desobesa não somente o corpo em suas constituições
adiposa e tóxica, mas também outros corpos
invisíveis com seus miasmas, calorinas emocionais e
toxinas espirituais.
Destaque-se que há três tipos de obesidade física.
A primeira é a obesidade fisioanatômica ou adiposa,
que se manifesta ostensivamente para o espelho, mas
que se concentra mesmo, e perigosamente, é entre as
células. A segunda é a obesidade química,
caracterizada pelo excesso de vitaminas e sais
minerais no organismo. E a terceira é a obesidade
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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arterial, que é o acúmulo de gorduras nas paredes das
artérias. [Isso para não falarmos da obesidade
emocional, da obesidade mental e da obesidade
sentimental.]
Há obesos fisioanatômicos que são arterialmente
magros, com pressão sanguínea derredor de 12x8,
enquanto há magérrimos fisioanatômicos que são
obesos mórbidos arteriais, com excessos de gordura
nas artérias ou até no próprio sangue, ou com todo o
corpo entupido de sais minerais e vitaminas em
excesso.
O jejum interfere positivamente na eliminação ou
significativa redução da obesidade em todos os
corpos, dependendo apenas da sua continuidade, sem
perda de massa magra útil. [Somente nos jejuns
longos pode haver uma perda mínima de massa magra,
mas irrelevante frente aos infinitos benefícios
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multicompensadores, o que é ressaltado, inclusive,
pelo Dr. Allan Cott.]
Depois de uma sequência de abstinências mais amplas,
profundas e básicas como a promovida pelo jejum, qualquer
dieta, regime ou plano alimentar faz-se muito mais exitoso e
multibenéfico, porque pega o organismo mais limpo, sarado e
receptivo.
Porém, Você, rápido de raciocínio, logo contra-argui: quase
nenhum médico, endocrinologista ou nutricionista recomenda
ou aprova o jejum (ainda estamos no início do século XXI).
Quando uma unanimidade, quer profissional, quer leiga,
condena alguma terapia alternativa inconvencional, ainda que
multimilenarmente reconhecida, em princípio é de se desconfiar
daquela e pegar a lupa da neutralidade, com calma e
discernimento, consultando especialistas ou quem já fez ou tem
a prática de fazer esta.
Entretanto, como de tudo se tira vantagem, inclusive da
ignorância, às vezes é melhor mesmo não recomendar o jejum
para a grande população desavisada, porque se ele virar
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subitamente um fenômeno de massa, muita gente poderá
morrer, se se autossubmeter a um jejum longo, por exemplo.
Muitas pessoas simplesmente não podem jejuar, e, pior, muitas
pessoas não sabem como sair de um jejum, desconhecendo os
cuidados antes, durante e depois do processo dessa
desintoxicação profunda. O que pode matar não é o jejum
em si ou o estado de não comer, mas pode ser a
grande quantidade de sujeiras que podem entrar
subitamente na corrente sanguínea e sufocar o
sujeito, que pode morrer envenenado. Por isso, muitos
que fazem jejum longo, antes fazem uma dieta
desintoxicadora, à base de arroz integral, de
verduras ou de frutas, por exemplo. Assim, quando o
jejum começa, já encontra um organismo bastante
alimpado. [Outro bom facilitador para o sucesso do
jejum longo é uma sequência anterior, de
aproximadamente seis meses de jejuns de trinta e
seis horas a cada semana e de sessenta horas a cada
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mês.] Esse risco praticamente inexiste quando se
trata de jejum curto, do tipo defendido nestes
escritos.
O bom é que o jejum cresça em popularidade, mas cada um
só deve fazê-lo após autorização médica e dentro de um
ambiente supervisionado e protegido.
O trio jejum-água-caminhada, como várias outras terapias
naturais de alcance profundo no organismo e que curam a causa
de várias doenças, tem muito mais a ver com o retorno à
sanidade multinivelar do que com curas apenas parciais ou
localizadas e condicionadas à observância de medicamentos
alopáticos. Isso vai de encontro aos interesses da
grande indústria mundial da doença (laboratórios
farmacêuticos).
Caso V. Sa. resolva iniciar a prática do jejum semanal com os
acessórios aqui aventados (água e caminhada), não deixe de
buscar autorização de um médico, depois da realização de
exames clínicos, inclusive porque nem todo mundo pode jejuar.
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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Também há doenças que não podem ser tratadas com jejum
voluntário e independente, a exemplo daquelas enfermidades
que podem envenenar todo o organismo, caso sejam jogadas na
corrente sanguínea grandes quantidades de sujeira e de toxinas
acumuladas.
Também não podem jejuar os que sofrem de doenças
cardíacas, trombose, úlceras, câncer, hemopatias, doenças
pulmonares ativas, diabete, gota, doenças do fígado, doenças
dos rins, enfarto recente do miocárdio, doenças cerebrais.
Também devem evitar o jejum os esqueléticos, os muito idosos,
as crianças, as grávidas e as lactantes (segundo o Dr. Allan
Cott, em “Jejum: A Dieta Ideal”). Estes, contudo, podem
se beneficiar com dietas mais apropriadas e com outras formas
de desintoxicação e limpeza não cetogênicas, como, por
exemplo, aquelas à base de frutas, verduras, arroz integral, fibras
de cereais etc, sempre a critério médico.
O jejum voluntário e independente praticado toda semana é
mais recomendado para os que sofrem de
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gripes constantes,
artrose,
inchaço nas pernas,
gastrite,
constipações intestinais,
rinite,
alergias,
problemas de pele,
problemas de garganta,
sinusite,
disfunções metabólicas e digestivas,
colite,
altos níveis de LDL (colesterol ruim),
apneia,
hipertensão arterial,
enterite,
prisão de ventre,
varizes,
feridas,
cicatrizações demoradas,
pustemações,
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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abscessos,
cálculos renais,
menstruações difíceis,
mal das tripas (acúmulo de fezes secas ou massas
fecaloides),
platôs antirredutores de peso e
obesidade crônica.
Com a continuidade de uns seis meses a um ano de jejum de
trinta e seis horas por semana, pode-se ver grandes melhoras ou
até a cura completa desses incômodos. Pode-se estar
quimicamente pronto para se submeter a um jejum longo, de
sete ou dez dias por exemplo, para sarar de problemas mais
crônicos e difíceis, dentro de um ambiente apropriado.
O jejum clínico ou supervisionado por um
especialista, de longa duração, pode promover a
desintoxicação quimiocerebral, extirpando nicotina e
resíduos de drogas medicamentosas ou de
psicotrópicos. Pode resolver também a situação de
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enfermidades mais resistentes ou mais delicadas,
como as relacionadas a disfunções mentais. Os
psiquiatras e jejunistas Drs. Allan Cott (Estados
Unidos) e Iuri Nicolaiev (Rússia) supervisionaram e
testemunharam a cura, com jejuns longos, de dezenas
de milhares de esquizofrênicos e portadores de
vários outros transtornos psíquicos. [Nossa forma de
raciocinar depende dos nossos condicionamentos
psicocerebral e espiritual. A prima facie, muitos acham
impossível ou temeroso passar, por exemplo, vinte e
um dias sem ingerir qualquer alimento sólido. Mas
depois de um treinamento cerebral através de jejuns
curtos semanais, somado com motivações espirituais,
metas curativas ou estético-anatômicas, já se pensa
totalmente diferente e já se submete e atravessa o
período desses vinte e um dias sem maiores
avexamentos e até em êxtase felicitador. Tudo
depende também de quem prescreve essa abstinência,
que é vista em princípio tão estranhamente. Por
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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exemplo, aqueles que fazem cirurgia bariátrica
(gastroplastia) são obrigados a ficar cerca de um mês
sem ingerir nenhum alimento sólido, mas normalmente
o fazem sem nenhuma crise de medo. Por quê?
Simplesmente porque foi exigida pelo próprio bariatra,
que é uma autoridade médica.]
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22
OUTROS “JEJUNS” SIMULTÂNEOS, PARA
COOPERAÇÃO CONVERGENTE
O dia do jejum deve ser dedicado também ao descanso geral
da mente e do corpo. Deve-se evitar assistir a televisão, mexer
no computador, ler, escrever, fazer compras e outras atividades
que “puxem pela mente” e pelo corpo. Deve-se evitar toda
forma de estresse, de aborrecimento, de pensamentos negativos.
É dia de recesso criacional, leitoral, escritural, se possível
profissional e até emocional. É dia de repouso integral (embora
não de repouso químico nem hormonal). Atividades
recomendáveis são apenas as de relaxamento, respiração
consciente, banho de sol, caminhada livre, oração, meditação,
conversas suaves, escuta de música clássica, sentimentos nobres.
Nada de avexar o juízo nem o coração com aperreios
emocionais, reflexões ideativas, conversas muito
demoradas e neuroimpactantes ou excitantes. Já vimos,
e aqui repetimos quase textualmente, que o corpo
mental secreta o pensamento e gera energias de alta
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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condutividade sobre as veias e vias de todos os demais
corpos, em especial sobre o corpo perispiritual. Daí a
alma precisar alimentar-se e alimentar o corpo com
bons pensamentos. O corpo mental bem nutrido e bem
nutritivo sustenta muito melhor a abstinência
nutricional do corpo físico.
“O pensamento é
secreção da mente.” –
Emmanuel, escritor
espiritual
Um súbito pensamento muito forte ou carregado de
emoção de qualquer natureza, automaticamente envia
neuropeptídeos negativos para os tecidos celulares de
diversos órgãos do corpo. As introjeções súbitas de
toxinas mentais, emocionais e espirituais causam mais
doenças do que as toxinas químicas e alimentares.
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Quando as células já estão sendo naturalmente
tensionadas pela abstinência alimentar e suas crises
decorrentes, qualquer descarga cerebral de
neuropeptídeos coloca-as em polvorosa, fazendo-as
reagir de todo jeito, inclusive com uma maior sobre-
excitação nervosa, manifestada, inclusive, em forma de
fome. Isso vai exigir da mente superior rápida emissão
de pensamentos anódinos reafirmadores e
sustentadores, para não pôr em risco a continuidade do
processo jejunal. Então, idealmente, devemos
mentalizar somente ideias edificantes, benfazejas e
positivantes, mas, mesmo estas, de forma suave e light.
As ideias centrais que devem alimentar todos os
pensamentos durante o jejum são o próprio jejum e
temas ligados à saúde em geral, além de um
permanente estado de prece, ainda que sem palavras.
Idealmente.
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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Mesmo durante eventuais impactos pensamentais ou
emocionais, não se deve sair do sério. Exige-se apenas um
esforço maior, que deve ser engendrado semiautomaticamente,
para não se perder o rumo da ideia central, que é o jejum, para
não baixar a guarda vibratorial convergente. É questão de
exercício, de foco, de “prepreparação” contra esse tipo de
surpresa interna ou de fora para dentro.
Mas os maiores empecilhos e conspirações contra o processo
normalmente provêm mais do próprio cérebro do que de
fatores externos ao corpo. A premissa maior seja: mais
importante do que os quereres e prazeres do cérebro e do
ego deve ser o prazer de se ter saúde multinivelar e vida
longa, pujante e feliz, para o que o jejum costuma contribuir
fortemente.
Mesmo depois de já ultrapassada a fase da eventual
revoltinha neurológica ou citológica, pode haver uma tristeza
profunda do cérebro. É outro impacto sutil que pode pôr em
risco a continuidade do jejum. É quando, normalmente, se sente
um vazio existencial... uma angústia... É o cérebro em crise.
Sente-se meio só... com uma leve depressão... Está faltando
Josenilton kaj Madragoa
26
alguma coisa... OLHA O PERIGO! Isso não deixa de ser uma
forma de antipressão pressionadora. É a hora do diálogo
carinhoso com o cérebro. De explicar para ele que o processo
de abstinência a sólidos é só periódico, que é para o bem dele e
de todos os seus comandados orgânicos, que é para a saúde de
todos, para uma melhor qualidade de vida de todo o contêiner...
E por aí afora... Falar educadamente com o cérebro, mas
sabendo que, no fundo no fundo, ele pode estar querendo
mesmo é interromper o jejum, testando mais um de seus
artifícios. A mente orgânica que mais se parece com a
mente consciencial é a mente cerebral. Todo cuidado
com ela é pouco.
Essa crise de depressão ou de saudade é mais comum nos
jejuns longos de obesos, quando o cérebro fica meio
desnorteado, achando que vai morrer, se desconhecendo no
novo corpo que está surgindo. É a crise de identidade somada
com a crise de abstinência ou de saudade dos bons tempos de
comezaina livre e de vontade livre de pedir ou pressionar e ter
seus quereres logo atendidos. Questões neuropsicológicas. Nada
que ameace o prosseguimento firme e resoluto da mente
superior. É o caso de se conversar com o cérebro e aumentar as
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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passadas rumo à vitória pretendida. Oportunamente, o cérebro
há de agradecer “de joelhos” pelas graças alcançadas, em forma
de maior vitalidade neuronal, mais agilidade raciocinal, mais
sensibilidade no paladar, mais prazer gustativo, mais capacidade
de saciedade com menos quantidade de alimentos etc.
[O cérebro é misoneísta, ou seja, tem aversão ao
novo, principalmente o jejum, que ele nunca
experimentou desde que nasceu. Por isso, a massa
cinzenta precisa estar sob estreita superdominância
da mente superior, antes, durante e após todo o
processo, até “entender” as vantagens deste, com os
primeiros resultados positivos. A partir das próximas
experiências, o cérebro vai se acostumando cada vez
mais com a ideia, vai pegando o jeito da coisa, embora
nunca a aceitando de bom grado. Afinal, são seis
contra um. Seis dias de alimentação contra um dia de
abstinência por semana.]
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Quem precisa cozinhar para a família, deve fazê-lo na
véspera, para não precisar nem olhar o caminho da cozinha no
dia da intraducha. É até sugerível se tirar uma soneca das 11 até
às 14h. Não mais do que isso, para se evitar insônia noturna, se
for o caso. Essa modorra ajuda no desapego inicial que o
cérebro precisa ter da “fome programada” do meio-dia, até
acostumamento definitivo com a nova ideia. A partir de certa
hora do dia, qualquer sensação ou mal-estar cerebral
interpretado como fome será sempre neuropsicológico.
No caso dos obesos, por exemplo, diz-se no meio médico
que eles devem comer seis vezes ao dia. Pois bem. No jejum,
eles comem sem parar, das reservas alimentares acumuladas
dentro deles mesmos, a fim de alimentarem principalmente o
sangue. E um sangue bem nutrido mensageia para o cérebro que
está tudo bem e sob controle abaixo da traqueia. O cérebro
entende a mensagem e não emite nenhuma ordem ou recado de
“hora de comer” para o estômago e para o intestino.
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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CAMINHADA DURANTE O JEJUM
É bem recebida pelo corpo uma caminhada vivaz de uma
hora e meia ou duas horas, não se esquecendo de levar o cantil
de água, dinheiro para comprar mais água no caminho e, se
necessário, um chapéu contra eventual sol forte.
A caminhada é praticamente obrigatória para quem
está em processo de regime, dieta ou plano de
desintoxicação, inclusive como o promovido pelo
jejum. Ajuda na digestão não só intestinal, mas
também celular, inclusive para uma boa absorção da
água pelas células, principalmente durante o jejum,
quando a água é o único alimento. A tendência é o
processamento otimizado de todos os sais minerais
do precioso líquido. Ademais, a caminhada também
otimiza e até acelera a passagem do jejum por todos
os seus ciclos iniciais. Alivia também o eventual
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30
estresse neuronal em razão da abstinência alimentar
a sua revelia.
A caminhada elimina, inclusive, aquela sensação de
indigestão e empachamento provocada pelo excesso
de água no estômago, que nos deixa com alguma
náusea e que pode ser um bom motivo para o cérebro
atacar de coitadinho, forçando raciocínios
interruptivos do processo. Ao fim da “pegada forte”
de duas horas, sentimo-nos fortes, aliviados de
qualquer sensação de empacho ou hidroindigestão. A
água, quando combinada com a caminhada, fica mais
bem processada pelas células e favorece todo o
processo do jejum. [A caminhada serve contra tudo:
empachamento, ressaca, fastio, má digestão, solidão,
tristeza, moleza... Serve para vivificar, desembolar,
resolver, solver, mobilizar, chacoalhar,
refuncionalizar e “pôr” aí afora.]
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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Outrossim, a caminhada ajuda a expulsar sujeiras e toxinas
também pelo suor. Daí a utilidade de se tomar um banho mais
caprichado com o escovão, esfregando mais a pele do que de
costume, inclusive antes de sair para a caminhada durante o
jejum. Essa ducha pré-caminhada auxilia também a energizar a
mente contra eventual moleza física, natural a certas alturas,
porque significa que o organismo está trabalhando mais
intensamente para arrancar sujeiras mais arraigadas.
A caminhada, mesmo em passos largos, deve ser mais
meditativa do que para passar logo o tempo. Tudo durante o
jejum deve ser feito por si só e para si... devagar... na boa paz...
mesmo para quem esteja quase correndo.
Para quem ainda não tem costume, há dias em que o
corpo aceita o jejum, mas não aceita de bom grado a
caminhada. Deve-se, sim, calçar o tênis e pegar a
pista, ainda que devagar.... miudinho, mas deve-se ir,
e tentar caminhar o mesmo tempo de uma hora e
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meia a duas horas. Paulatinamente, o corpo se
acostuma e acaba contribuindo melhor, sem mais
oferecer resistências consideráveis, ao ponto de se
terminar o percurso todo suado. Sai-se como uma
tartaruga, volta-se como uma lebre.
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
33
TRANQUILIDADE MENTAL, MESMO EM MEIO AO
VAVAVU
O jejum requer dedicação mental, não necessariamente
exclusiva, o que é impossível, mas pelo menos uma dedicação
central inabalável. O processo do jejum deve correr por dentro,
sólido, firme, objetivo, ou melhor, voltado para o objetivo.
Muitos obstáculos estão aí para serem saltados, driblados ou
circulados. Muitos obstáculos são até moveis, e correm por fora
o tempo todo, esperando uma chance para atrapalhar e
interromper o processo, ou aparecem de repente tentando
desconcentrar o corredor na pista, como fez aquele irlandês que
tirou Vanderlei Cordeiro de Lima da liderança da maratona nas
Olimpíadas de Atenas. Só é de urgência destacar que os
principais obstáculos são os impulsos emocionais, o estresse,
frustrações relacionais e os sentimentos negativos. Vigiar os
obstáculos de fora é tão importante como vigiar os obstáculos
de dentro para a eficácia do jejum. Não é por acaso que muitos
que saem do coma voltam mais saudáveis fisicamente do que
quando entraram nele. O jejum aproveita-se da inércia corporal,
Josenilton kaj Madragoa
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principalmente a do aparelho digestório, para atuar em favor da
saúde, promovendo curas sutis em pontos localizados em todo
o organismo que precisem de intervenção curativa e
autopoiética. [A autopoiese é a autocriação
regenerativa que os corpos naturais têm, enquanto
não sofrem atrapalhações interruptivas exteriores,
inclusive da própria mente com excessos de
distresses, medos, pensamentos negativos, falta de
fé etc.]
O que deve ir para a moldura é o seguinte: Nenhum
empecilho deve contrariar a boa fluência do processo jejunal,
para não virar motivo da interrupção deste. Entretanto, tudo é
mais uma questão de como se veem os eventuais empecilhos do
que os empecilhos em si, sejam estes de ordem extracorporal,
intracorporal, físico, emocional, social, profissional ou espiritual.
Quem está num padrão vibratorial elevado e compatível com o
jejum, mesmo pisando em brasa, sentir-se-á andando nas
nuvens.
Qualquer pensamento de pressa, qualquer desejo de que o
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
35
dia acabe logo para se ir dormir e acabar o jejum não são bons.
Não existe tempo. Existimos nós, que passamos. Então o
segredo é relaxar, amar o processo, sentir, perceber que cada
hora a mais no jejum significa um ganho a mais para a cirurgia
que está sendo feita sem que vejamos. A Dra. Natureza está
trabalhando, e ela gosta de silêncio na sala de cirurgia, precisa de
tranquilidade e de paz. A mente superior ou self deve convergir
esforços apenas para ser enfermeira do próprio corpo e de si
mesma durante toda a operação sem bisturi. Pensamentos de
pressa e de pressão devem ser substituídos por pensamentos de
prece e de apreço, para se evitar lançar toxinas emocionais nos
órgãos sob reparo e limpeza. Durante o jejum é só alegria
íntima. Tudo são flores diante de si, mesmo que se esteja
caminhando sobre espinhos. Problemas, só até os limites da
aura. Daí para dentro, silêncio, por favor!
Aproveitando essa maior receptividade e condições
mais propícias, às vezes Deus aproveita para
promover outros tratamentos, a partir de
intervenções inteligentes da natureza espiritual, sem
que o jejuador se dê conta.
Josenilton kaj Madragoa
36
O jejum é um processo não só fisioquímico. É
também espiritual. Quanto mais receptivo e
sintonizado com Deus estiver o jejuador tanto
melhor a chance de curas e de grandes melhoras
somáticas.
Toda cura física depende antes de uma correlata
cura anímica, nem que seja apenas pela crença, pela
vontade ou pela esperança de ficar bom. Deus se vale
muito disso, para iniciar seus trabalhos curativos, no
Seu tempo.
As doenças nascem no corpo mental e morrem a
partir do corpo mental.
“É a mente que rege a formação de
anticorpos no sangue.” – André Luiz, escritor
espiritual
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
37
Quando Jesus curava, ele o fazia em alma e em
corpo. Houve alguns casos que lhe foram submetidos
para cura, mas ele não os curou. Apenas disse que
tais casos só se curariam com jejum e oração. Quer
dizer, Ele sabia da dupla curabilidade pelo processo
do jejum, reforçada pela oração, ou seja, pela
receptividade sintônica do terapizado com Deus.
Há várias e várias citações bíblicas a favor do
jejum, inclusive como fator transcendentalizador da
alma. Conclui-se daí que o jejum não é só abstinência
de substâncias gustativas, não. É de se jejuar
também de pensamentos e sentimentos negativos. Só
assim os efeitos serão profundos e amplamente mais
duradouros.
Se, eventualmente, explosões ou impactos emocionais
Josenilton kaj Madragoa
38
externos chegarem a invadir o corpo aural ou os limites do
corpo químico, que a mente superior, vigilante, cuide de
desfazer e desintegrar a carga negativa ainda no portal da mente,
instantaneamente, antes que ela se instale no soma.
Porém, o ataque que a mente superior mais deve rechaçar
veementemente é a simples vontade de interromper o jejum
sem qualquer motivo aparente, originada da mente cerebral.
Isso acontece mais nos jejuns de mais de um dia. É que o
jejum tem seus ciclos – ciclo de Krebs, ciclo das
pentoses, ciclo da síntese da glicose etc. [Quem
detalha bem o que acontece com esses ciclos durante
o jejum é o Prof. Mário Sanchez, em seu livro “Jejum
Curativo”.] E a cada fim de ciclo o cérebro tende a
achar que já está bom, que já está na hora de
encerrar o jejum.
Eis algumas palavras de ordem da mente superior,
que podem ser repetidas antes e durante o jejum,
para reforçar o domínio sobre as mentes cerebral e
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
39
intestinal, especialmente na iminência de qualquer
ataque-surpresa contrajejunal:
Querido cérebro e querido intestino,
Amo vocês de montão.
Submeti ao jejum todo o corpo que nos abriga,
para curar, aliviar, terapizar, lavar, queimar
gorduras,
e beneficiar todos nós.
Qualquer incômodo nervoso ou gástrico faz parte
do processo.
Conto com a colaboração de vocês.
Se essa oração-apelo não funcionar, diga-se
vigorosamente: EU QUERO UM QUILOGRAMA DE
PESO A MENOS SOBRE MINHA BALANÇA
AMANHA BEM CEDO! PORTANTO, FAÇAM SEU
Josenilton kaj Madragoa
40
TRABALHO DE APOIO À DRA. NATUREZA (MENTE
QUÍMICA), OU DEIXEM DE RECLAMAR!
Cada um faça suas orações, apelos ou alertas de
acordo com suas necessidades e formas de ver-se, de
lidar com suas mentes e de ver o processo. O básico
é manter-se em estado de oração e de vigilância o
tempo todo.
“A oração é meio caminho andado para o céu, e o jejum
nos leva diretamente para o céu”. - Gandhi
É necessária e crucial uma superdominância da mente
superior sobre a mente cerebral, que, enquanto não se educa
para servir, sempre conspira contra os interesses do espírito.
Faz barulho, muitas requisições e pressões interruptivas, pelo
menos no começo, no desesperado afã de retornar ao status quo
ante, quando ela era o manda-chuva de todas as mentes
corporais e até mesmo da mente superior. É o velho fenômeno
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
41
da crise de perda de poder e suas tentativas de retomada do
cargo ou do trono, “na tora”.
Via de regra, a mente cerebral só não domina nunca é a
mente do corpo químico. Esta inicia sem muito tardar seus
trabalhos jejunais, imperturbável, inteligente, devagar e sempre,
independentemente de eventuais tramas, conspirações,
esperneios, zoadas e demais pressões da mente cerebral em
sentido contrário. Depois de engrenada a alquimia do
jejum, o corpo químico “não come reagge de ninguém”
(em baianês é o que não se intimida, nem respeita
quaisquer pressões frontais ou laterais de quem quer
que seja ou do que quer que seja.). Pega seus
instrumentos de trabalho (britadeira, talhadeira,
formão, marreta, machado, lixa, tesourão de poda...)
e joga duro. Trabalha sem parar, concentrado, para
arrancar, descolar, triturar, despedaçar, dissolver,
amolecer, raspar, pulverizar, liquidificar, tanto em
Josenilton kaj Madragoa
42
camadas superficiais quanto em regiões profundas
dos órgãos necessitados de renovação... Às vezes
pode até produzir mal, por causa de cortisonas,
adrenalinas excessivas ou neuropeptídeos negativos
que receba eventualmente do cérebro, mas vai
sempre fazer o seu trabalho, imperturbável, como
uma das principais partes do processo jejunal. [Uma
das outras partes principais do jejum é a mobilização
de energias quintessenciadas, que sustentam por
exemplo o jejum dos faquires hindus e a abstinência
definitiva a alimentos sólidos daquele pessoal que
vive apenas de prana e luz. Mas isso é discussão
avançada no campo de uma psicologia, de uma
bioquímica e de um espiritualismo mais profundos. O
que importa para nós é saber que tais energias
existem nas naturezas terráquea e universal e nos
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
43
influenciam no nosso dia a dia, mais do que supõe
nossa vã Biomedicina.]
Daí, devemos dizer que não fazemos jejum, mas apenas
permitimos o jejum, que é um processo autônomo, autopoiético
e independente de qualquer convicção consciente.
Claro que se nós tomarmos medidas para favorecer o
processo e garantir sua conclusão, tanto melhor, inclusive
porque temos dentro de nós mesmos um “inimigo” que não
gosta nem facilita muito o processo. Esse inimigo é o próprio
cérebro inquietado e inquietador, com seus medos, suas revoltas
pontuais e suas pressões, pelo menos em princípio. Já os
animais e as pessoas com deficiência mental que são submetidas
a jejuns normalmente atravessam todo o período programado
sem qualquer aperreio e normalmente se curam, com muito
mais eficiência, de seus problemas fisiológicos ou psíquicos.
Nem sempre a crença positiva consciente é
necessária para que fenômenos transformadores
Josenilton kaj Madragoa
44
aconteçam. O que mais importa às vezes é a falta de
crença negativa, ou seja, não crer que vai doer, não
crer que vai morrer ou não crer que vai sofrer ou
adoecer.
O cérebro dos incapazes de se expressar com clareza
linguística até “reclama” inicialmente alguma coisa, mas, por
estes não terem preconceitos, permitem que todos os ciclos e
fases do jejum se sucedam fluentemente, e os resultados do
tratamento são muito mais duradouros.
Enfim, o jejum gosta mesmo é de simplicidade, de liberdade
de ação, de autonomia, enquanto as micrometamorfoses
acontecem na “casa das máquinas”.
O que mais dificulta mesmo a boa fluência do
processo jejunal é que nós, racionais, pensamos,
sentimos, agimos, reagimos, estabelecemos metas
paralelas ou intermediárias mirabolantes, queremos
demais e decidimos às vezes mais contra do que a
favor do jejum. Consequentemente, decidimos mais
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
45
contra nós mesmos, contra nossa saúde, contra a
melhoria ampla, profunda e definitiva de nossas
qualidades de vida e do nosso futuro. Muitos,
ansiosamente, querem acompanhar os trabalhos,
querem resultados imediatos e, a qualquer mínimo
incômodo interno ou externo, decidem parar o
processo antes do combinado. Não entendem
eventuais reações adversas do corpo. Traduzem-nas
como pedidos de parada, quando o jejum quer dizer
“por favor, me deixe prosseguir! Esse incômodo
faz parte do meu processo.”
Josenilton kaj Madragoa
46
SOBREVOAR A SI MESMO, PARA MELHOR VER
SUAS PAISAGENS MENTAIS
Durante o jejum, para se estar bem com a sua quimicalidade,
é fundamental se estar bem com a sua espiritualidade, com o
reforço através de músicas clássicas relaxantes. [No geral,
Bach, Chopin e Vivaldi são excelentes enfermeiros
para assistir nessa cirurgia fisiocitológica. Mas, a
depender da necessidade de uma injeção de ânimo
mais sensorioimpactante, podem assistir melhor
Beethoven, Dvörak ou Mozart...] São igualmente
importantes orações e exercícios de meditação, mas
principalmente com a sua naturalidade (simplicidade,
relaxamento neuronal, repousos físico e emocional etc).
Entretanto, quem não puder recolher-se nesses sentidos todos,
e como de toda forma de expressão e de impressão se pode tirar
proveito, que se seja um Dvörak, um Chopin, um Bach, um
Mozart ou um Beethoven em pessoa durante o jejum, conforme
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
47
as circunstâncias e, principalmente, as pressões, contrapressões,
depressões ou mesmo repressões do eixo cérebro-intestinal.
Já que a orquestra da vida relacional não pode parar, então
que nós sejamos o seu maestro ou o seu contramaestro, pelo
menos durante o jejum. Não deixemos de exercer o comando
necessário da nossa parte. Trabalhamos momentaneamente em
duas orquestras ao mesmo tempo. Tocamos na orquestra das
relações com os outros externos a nós, sejam estas relações
tensas ou suaves, com estresses, eustresses (normalmente
geradores de serotonina e endorfina) ou distresses
(normalmente geradores de muita adrenalina e cortisol). E
tocamos como maestros na orquestra das relações com o
próprio cérebro, intestino, fígado, glândulas, vasos, sistema
nervoso central, células, sangue, secreções, hormônios, etc, que
estão em evoluções, convolações, revoluções e outras voluções(!)
igualmente estressantes.
Como comandar as pessoas de fora e as pessoas de dentro
(principalmente o irmão cérebro) do nosso próprio corpo
durante o processo jejunal?
Premissa básica: Temos uma meta própria, maior, que são a
desintoxicação e o desengorduramento amplos e profundos
Josenilton kaj Madragoa
48
através do jejum. Só que os outros, quer as pessoas de fora
(familiares, parentes, colegas, amigos, vendedores...), quer as
pessoas de dentro do nosso corpo (órgãos e aparelhos,
principalmente o cérebro) não sabem disso.
Quanto às pessoas de dentro, uma base de reflexão
sustentadora seja a seguinte: durante todo o processo jejunal,
haverá alternâncias de comportamento do cérebro, que ora vai
se felicitar em momentos de êxtase eustressante, ora vai querer
arrepiar em revoltas distressantes, ora vai querer infiltrar em
todo o corpo abaixo linhas peptídicas citoestressantes, ainda que
disfarçadas de fome, nervosismos, mal-estares, suores frios,
calafrios, cansaços, alucinações, pesadelos, irritações e outros
incômodos passageiros.
Daí o jejuno, que está sob eustresse (estresse bom,
motivador, desafiador) tem de saber dançar com o cérebro, que
está sob distresse (estresse ruim, angustiante, agressivo ou
deprimente), confuso, sem saber o que está acontecendo, sem
querer aceitar essa abstinência tão radical de qualquer
carboidrato e de qualquer substância material. Ele está
procurando, sem achar, os mecanismos de controle da estrutura
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
49
corporal. Ele, que sempre se achou o manda-chuva, agora está
perdido, sendo controlado a sua revelia.
Mas o jejuno, que é a mente superior, consciência racional ou
self, tem de saber dançar com o cérebro, com carinho,
alternando as passadas e os ritmos. Tem de dominar, mas tem
de conduzir o velho irmão cérebro, com amor e até com
gratidão, pelo salão de dança. Quando o cérebro se mostrar
animado, dance (o self na dominância) uma música alegre, ou
seja, imprima um ritmo alegre, em forma de vívidas caminhadas,
arrumação dinâmica da casa, lavagem do carro ou aceleração de
tarefas profissionais (evitando abaixar a cabeça por muito
tempo). Quando o cérebro se mostrar desanimado e querendo
colo, então amaciemos o discurso dançado e cuidemos de ações
de baixo impacto físico e neuronal, como caminhada light em
ritmo de passeio, arrumação dos CDs ou dos livros e
moderação das tarefas profissionais. O importante é, ainda que
estabelecendo esse acordo de convivência manhosa,
montanhosa ou mimosa com o cérebro, o jejuno manter o
controle da situação principal, que é o jejum em si. É uma
ditadura camuflada, maquiavélica, político-estratégica, tudo para
Josenilton kaj Madragoa
50
se manter no poder do próprio corpo, no qual está o cérebro
mal-acostumado a se achar o chefe absoluto.
A vigilância do self sobre a mente cerebral deve ser
constante. Deve se atinar atentamente para as alternâncias de
humor do cérebro. Ora ele clama socorro, com náuseas, mal-
estares, alguma cefaleia etc, ora ele se agita e pressiona
agressivamente, quase nos fazendo desistir do processo fisio-
higienizante. Aí ele manda fortes dores de fome para o
estômago/intestino, e, se tivesse poder, ligaria rapidamente para
a Associação de Proteção aos Cérebros Drogados, a fim de
denunciar o seu dono, ou seja, o seu self ou mente superior, por
maus-tratos e tortura. Ele fica momentaneamente irado e
querendo nos derrubar de qualquer jeito. Ele não quer mais
saber de nada, nem de limpeza, nem desintoxicação. Só quer
voltar ao controle e a comer alimentos materiais novamente. É
um momento de difícil prova. Requer do self um empenho e
um jogo firme de contra-argumentos, para convencer o cérebro-
paciente de que é necessária essa microcirurgia sem bisturi em
todo o corpo, que vai ser bom para todos etc etc.
É um diálogo-debate estranho, praticamente de si consigo
mesmo, porque a mente cerebral facilmente se confunde com a
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
51
mente espiritual. Mas, sem essa tomada urgente de todo o posto
de observação parcialmente invadido pelo cérebro desesperado,
o risco de interromper o processo jejunal é grande.
Mas o perigo até maior acontece é quando o cérebro baixa a
arma, mas fica tentando nos hipnotizar com frases
enfraquecedoras do ânimo, como “acho que já chega”, “vou
comer alguma coisinha pouca”, “vou tomar só um suquinho”,
“acho que já limpei o bastante”. Em verdade, é o agora ladino
cérebro se imiscuindo no raciocínio do self, tentando confundir
as ideias, na estratégia de jogo de raciocínio, na tentativa de
anular os propósitos. Se o self cair na “gaiva” e fraquejar mais
um pouco, babau!
Cuidado, inclusive, com a maior sensibilidade olfativa
advinda com o jejum. Sente-se cheiro de comidas muito
condimentadas a distância. Enche-se a boca d' água. Pensa-se
em interromper o processo quase instantaneamente. É um
perigo! Tem-se que reafirmar o processo com pensamentos
anódinos socorristas e tentar não se aproximar do foco da
alimento provocador. E lembremos que a tentação não está no
objeto. Está no sujeito. O objeto provoca, e o objeto tanto pode
estar fora de si, estimulando o sensório (“centro das sensações,
Josenilton kaj Madragoa
52
esp. a região do cérebro que seleciona e combina as impressões
transmitidas aos centros sensoriais individuais” (Houaiss)),
como pode ser o próprio cérebro, com seus raciocínios
conspiradores e com suas imaginações montadas pela memória
do apetite e dos alimentos que lhe são caros. Porém, o sujeito,
que é o self ou mente consciente superior, cede se quiser.
[Só nos jejuns longos é que o jejuno normalmente
usufrui de uma parceria mais apoiante do cérebro,
porque chega o dia em que o neocórtex deixa de
emitir sinais de fome para o estômago-instestino,
passando a se alimentar da gordura excedente e a
mobilizar as toxinas e outros detritos acumulados no
organismo. A conversão de gorduras em cetona, para
alimentar quem não pode mesmo passar fome, que é o
sangue, não o estômago, sói acontecer já no primeiro
dia do processo, embora se intensifique mais ou
menos a partir do quarto dia. É quando acaba
qualquer sensação de fome aguda, porque o cérebro
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
53
entra em plena cetose e em um êxtase até prazeroso,
em decorrência do leve estado de sedação. Podem
ficar apenas alguns pequenos espasmos gástricos
cada vez mais intervalados, facilmente controláveis
com muita água e muita caminhada, além da
continuada provocação sutil do cérebro, que não
deixa de mandar sinais gustativos salivantes. E se o
jejuno estiver fazendo meditação, exercícios
respiratórios ou boas caminhadas ao ar livre de
manhã cedo, pode passar também a alimentar o corpo
com energias prânicas.]
E quanto à relação com os outros eus extracerebrais, ou seja,
com as outras pessoas-mundo a nossa volta? Bem, é uma
relação de orquestra. Normalmente as pessoas não entendem os
propósitos do jejuno, que está numa operação estranha aos
costumes tribais.
Josenilton kaj Madragoa
54
O povo, especialmente o latino, gosta é de percussão no pé
do ouvido e de azucrinação nos sensórios alheios, com
requisições e estímulos, como ordens, contraordens, pressões,
contrapressões, solicitações, convites, choros, cobranças,
dengos, psicoterrorismos, estresses agudos (impactos
repentinos) etc, a toda hora.
Normalmente, sem consciência ou má-fé, conspiram contra
o jejum, orquestrando ações e reações tendentes a
desconcentrar e a tirar o jejuno do seu eixo.
Por isso, a superdominância vibratorial, inicialmente no ritmo
molto vivace, ainda que aparente, seja a tônica, quer perante si
mesmo, ou melhor, quer perante seus sis pessoas orgânicas
intracorporais, quer perante os outros e a vida social que se
precisa correger. Para se garantir melhor a paz interior, é preciso
às vezes aparecer perante os outros pintado para a guerra e de
preferência portando um tambor militar do tipo batacotó.
Porém, isso tudo deve ser só aparência, para impedir os outros
de invadirem perigosamente as cercanias da abstinência e da paz
íntima. O jejuno, pois, deve cuidar de reger a sua própria
orquestra, que é interior e que não pode sofrer ruídos estranhos
entre os naipes de procedimentos de sustentação e de sequência,
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
55
para não interromper a própria sinfonia jejúnica até o gran finale,
que é a manhã do dia seguinte, e não recair no mito da sinfonia
inacabada.
Em relação aos de fora, nem sempre podemos impor o ritmo
moderato ou o ritmo andante, com os recolhimentos neuronal,
hormonal, pensamental, emocional e sentimental completos. Se
quando quisermos tocar apenas uma flauta ou um violino suave
e terno, os outros (intra e extracorpóreos), perigosamente, nos
requisitarem com estímulos de tambor, cimbalo ou
contrafagote, em ritmo alegro, vivace ou presto, respondamo-los,
pois, com reações e forças de expressão de violoncelo,
trombone ou contrabaixo, ainda que em ritmo apenas alegro non
molto ou alegro ma non tropo. É um acordo de convivência entre o
eu e o eles. O concerto individual pode se harmonizar com o
concerto social.
Mas, o bom é o jujuno manter o ritmo suave e terno que
quiser ou que precisar manter, independentemente dos
trombones desafinados ao lado. Não deve haver uma guerra de
sons sobre o pentagrama relacional, mesmo com oitavas
vibracionais distintas. Nada de ser contra, mas de ser firme na
sua necessária calma e harmonia interior. É bem mais um
Josenilton kaj Madragoa
56
trabalho de resistência isolante do que de contraenfrentamento
neutralizante, ainda que na linha de frente das expressões o
jejuno precise demonstrar circunstancialmente que está regendo
a nona sinfonia de Dvörak. Ele não tem que enfrentar os
estímulos externos, não! Ele tem que estar acima deles, vendo-
os como pedras a saltar, mas vendo principalmente o horizonte
à frente, a meta pessoal a atingir. Tudo isso sem medo de ser
intimamente feliz, de mostrar felicidade, de exibir um visual de
paisagem ou de desfastio (nos dois sentidos). A felicidade íntima
é o pilar-mor de sustentação deste e de qualquer projeto de
renovação pessoal, mesmo em meio a um complexo de
pretensões contrárias ou incompreensivas, inclusive do próprio
cérebro.
“Quando jejuardes, não vos mostreis
contristados como os hipócritas; porque eles
desfiguram os seus rostos, para que os
homens vejam que estão jejuando. Em
verdade vos digo que já receberam a sua
recompensa. Tu, porém, quando jejuares,
unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
57
não mostrar aos homens que estás jejuando,
mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, te recompensará.” – Jesus,
citado por Mateus, 6:16-18.
Enfim, não importando o ritmo que impomos frente às
requisições em nosso derredor, só não podemos é desatentar
para a meta, que é o fim do jejum no tempo programado.
****
A superdominância do maior (mente superior) sobre o
menor (mente cerebral) deve ser permanente durante toda a
cirurgia fisiocitológica promovida pelo jejum. Tal postura de
controle sobre os vários órgãos e sobre as várias mentes do
corpo vinda de cima, ou melhor, de várias cimas, é o alimento
ideal para reduzir ou anular eventuais cobranças e clamores da
mente cerebral, da mente intestinal e da mente celular. Estas,
em princípio, são ignorantes sobre a importância do que está
acontecendo, do que precisa acontecer consigo mesmas e com
todo o contêiner psicobiofísico.
Josenilton kaj Madragoa
58
A superdominância, entretanto, jamais deve se confundir
com tortura psíquica nem com tensão enfrentadora sobre o
corpo. A superdominância é, antes de tudo, gestos de carinho,
de afago e de amor continuado sobre o próprio corpo, como
autopasses mentais fluídicos, principalmente sobre os órgãos
diretamente envolvidos com o processo e que são os centros
nervosos de toda a estrutura (cérebro, intestino, fígado,
pâncreas, rins e sangue). É melhor vencer pelo amor do que
pela subjugação dolorosa e intimidatória. Querer vencer o
próprio corpo “na tora” pode gerar a revolta deste. E este,
revoltado, pode exigir um sacrifício muito maior da inteligência
estratégica da mente superior ou pode mesmo contribuir
fortemente para o abortamento antecipado do processo, com, o
que é pior, o irrompimento de disorexias anulantes dos
eventuais benefícios eventualmente já adquiridos durante o
processo. Perdeu-se tempo e até comprometeu-se mais ainda a
saúde física como um todo, por falta de habilidade gerencial e
de inteligência, mais diplomática do que bélica, sobre suas
mentes orgânicas.
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
59
Nas primeiras experiências do jejum, e enquanto o cérebro
não pega o jeito da coisa, é bom a mente superior tentar impor
o ritmo de jogo, mas sempre com alguma precaução e
prevenção de medidas urgentes, caso a pressão cerebral se torne
insuportável ao ponto de forçar uma decisão da mente superior
de interromper o jejum antes do prazo marcado. Para esta
indesejável, remota, porém real hipótese, deve-se, por exemplo,
já ter à disposição o alimento previsto para quebrar o jejum
após seu encerramento. É comum o jejum ainda não habituado
ser interrompido à noite. Se o jejuador já não tiver a
alimentação prevista para o pós-jejum, corre o risco de ter de
comer qualquer alimento indevido ou até perigoso. A ideia que
se deve fixar não é a de que houve recaída, mas, sim, uma
simples interrupção do processo. Não houve derrota. Houve
um ensaio, um aquecimento, para da próxima vez se chegar até
o fim do objetivo. A decisão de interromper não foi da mente
cerebral. Foi da mente superior, ainda que atendendo a pressão
da mente cerebral. Foi uma interrupção estratégica, para voltar
na próxima semana, com tudo. Porém, o que o corpo químico
realizou até o momento da cessação antecipada do jejum há de
ficar registrado e há de beneficiar todo o organismo. Depois de
Josenilton kaj Madragoa
60
um processo jejunal, mesmo abortado no meio do caminho,
nunca mais o corpo volta a ser o que era. E sempre oferece
melhores condições físicas e químicas para se ter uma vida
melhor. Depende do direcionamento que será dado a essas
condições daí por diante e depende especialmente da forma de
sua interrupção. Esta deve ser em condições mínimas de
segurança alimentar, idealmente com os alimentos previstos
para o pós-jejum imediato ou, pelo menos, com alimentos
frugais ou vegetais líquidos, que devem ser sorvidos
calmamente, ou com frutas ou verduras, que devem ser
mastigadas em igual ritmo.
Alternativamente, se se quiser mesmo interromper
o jejum de água, deve-se alimentar, pelo restante do
tempo previsto, apenas de chás, preferentemente
dentre os relaxantes (“erva-cidreira, lúpulo, lavanda,
groselha, valeriana, verônica, sálvia, funcho, alecrim,
erva-de-aveia, chave-do-céu, barba-de-milho”,
segundo lista do jejunista Dr. Rudiger Dahlke). Eles
estimulam também o sono. Assim, de fato, não se
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
61
interrompe o jejum, mas apenas muda-se-lhe o tipo,
de hidrojejum para fitojejum. Tende-se a relaxar,
com esse “sossega-leão” neural, que deve ser
repetido, se necessário, até altas horas ou até se
cair nos braços de Morfeu.
Quanto mais se repete a experiência tentando chegar até o
fim, que é a unidade de duas noites ladeando um dia (trinta e
seis horas), só com água, tanto mais próximo se vai chegando
da perfeição, ou seja, do fim do hidrojejum no tempo previsto.
Se se puder já vencer essa meta na primeira experiência e daí
por diante, tanto melhor.
Mas, os melhores benefícios com o processo advêm
normalmente com o correr das semanas e dos meses,
juntamente com a observância de outras práticas higiênicas
sustentadoras do processo, como principalmente a reforma
nutricional ampla e naturalizante. Doravante, dê-se ênfase a
frutas, verduras e alimentos fibrosos nas refeições do dia a dia.
Suspendam-se ou reduzam-se drasticamente, pseudoalimentos
industrializados (pela via traqueal) e substâncias tóxicas de
Josenilton kaj Madragoa
62
origem emocional e espiritual (pela via neural). Com isso, é só
alegria progressiva, é só uma saúde cada vez mais ferrosa!
Mas, atenção! O fato de se saber que já existe um alimento
guardado para o fim, não deve servir de estímulo para a
interrupção do jejum, mas, sim, apenas como segurança. O
verdadeiro estímulo é a esperança e a vontade pujante de atingir
a meta, que é a conclusão do jejum, com ou sem contrapressão
cerebral, com ou sem um quebra-jejum já reservado no armário
de mantimentos.
Seja como for, vencendo ou não as primeiras tentativas, o
que não se pode é desistir de tentar sempre, até o
acostumamento orgânico.
A meta pontual é se chegar ao fim do jejum a cada tentativa,
simplesmente, tendo a certeza de que essa experiência está
contribuindo para uma melhoria geral de suas pequenas mazelas
e incômodos físicos ou químicos, a curto, médio e longo prazos.
A meta linear é se fazer do jejum um sistema de vida.
E a meta maior do jejum é contribuir para viabilizar e
sustentar a saúde, a força e a vitalidade do jejuador, em vários
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
63
níveis, até altas idades, ou melhor ainda, até o último suspiro
pulmonar.
Entretanto, a meta de chegar ao fim de um jejum pode
mediar uma meta bem prática e igualmente interessante, qual
seja, subir na balança, após as trinta e seis horas e ver-se um
quilograma menos pesado..
Josenilton kaj Madragoa
64
CUIDADOS GERAIS NÃO OBRIGATÓRIOS
Como todo processo é uma preparação para outro processo,
para garantir melhores resultados com o jejum, é de bom tom
renunciar a algumas substâncias viciantes do cérebro, como o
café. Geralmente para os cafólatras, o dia do jejum tem que
vencer o incômodo da dor de cabeça matinal pela ausência da
assídua cafeína. Mas há quem não sinta nada, quando o acúmulo
de cafeína no organismo já é tão grande, que o cérebro nem
percebe a sua não ingestão por um dia, só vindo a se manifestar
dolorosamente a partir do dia seguinte, se for o caso.
É importante, mas não obrigatório, estabelecer, observar,
alterar, acrescentar, substituir, adaptar ou extinguir metas
intermediárias ou microprocessos adjuvantes, para melhor
garantir o êxito e a completa perfeição do jejum.
Criar, previamente, uma agenda de compromissos consigo
mesmo ou um cronograma de metas, para melhor viabilizar a
grande meta, pode ser interessante, desde, contudo, que não
avexem o cérebro, que precisa mais de mimos do que de
pressões neuronais. [Mas o cérebro precisa estar muito
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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ciente, de forma bem clara, de que quem está no
controle é a mente superior e que ele precisa e deve
colaborar para o atingimento da grande meta, ou
então ficar quietinho só observando o trabalho da
mente química.] Por exemplo, marcar um bom livro para ler,
prever visitas a parentes, amigos, museus etc e agendar a escuta
de músicas clássicas podem ser de bom auxílio para distrair e
relaxar a mente cerebral. Esses programas são um bom mimo
para o cérebro, se suaves e relaxantes. Mas, se tiver de mudar ou
anular alguma dessas programações, que o faça sem
constrangimento. O que não pode ser mudado é o caminho
geral para a grande meta, que é a conclusão do jejum, quer se
passe o dia em contatos interativos, quer se passe o dia enrolado
no lençol (excetuando a ingestão de água e a hora da caminhada,
que fazem parte obrigatória do processo principal).
Josenilton kaj Madragoa
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ÁGUA
Deve-se beber muita água, no mínimo dois litros durante a
estado de vigília (o período em que se fica acordado entre as
duas noites das trinta e seis horas).
A água potencializa ainda mais os resultados do
trabalho do corpo químico durante a limpeza jejunal.
Por isso, ela deve ser pura, bem filtrada ou mineral.
Ao primeiro incômodo gastrointestinal ou à primeira assim
chamada “pontada de fome”, deve-se tomar logo um bom copo
d’ água, em goladas sucessivas. Logo, logo, passa o mal-estar.
Chega o momento, normalmente a partir do meio-dia, em
que se entra num estado de paz espiritual e de anestesia física,
com a primeira grande injeção de cetona na corrente sanguínea.
Essa cetona são os corpos cetogênicos advindos da autoqueima
de gordura mole ou subcutânea para alimentar o sangue. Este,
sim, é que não pode passar fome. O neocórtex então deixa de
emitir eventuais sinais de incômodo gástrico e o cérebro
intestinal deixa de produzir eventuais espasmos, porque não
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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percebem nenhuma inanição corporal. Eles decifram a
mensagem da saciedade sanguínea com a saciedade estomacal e,
então, pega o jeito da coisa, facilitando o prosseguimento do
processo jejunal. E aí, entra-se num estado pré-alfa psicofísico,
enquanto vai-se bebendo água em intervalos regulares, até a
hora de voltar a dormir, para encerrar o jejum na manhã do dia
seguinte.
Contudo, deve-se evitar beber água compulsivamente como
busca desesperada para aplacar a ansiedade ou os eventuais
incômodos psíquicos ou físicos, para evitar, inclusive
embrulhamento do estômago. Deve-se beber muita água, mas
de acordo com certa demanda natural do organismo, combinada
com as horas do dia, com ênfase talvez para os horários
costumeiros das refeições principais, e sempre de maneira
consciente.
A menos que seja para combater eventuais incômodos
gástricos, a água deve ser sorvida suavemente... com
sobriedade..., com mini-intervalos para respiração entre um gole
e outro.
Josenilton kaj Madragoa
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Mas, o mais importante é tentar beber da “água da vida”, ou
seja, alimentar o espírito com a fé e nutrir os órgãos do aparelho
digestório com energias positivas e com pensamentos tranquilos
e sustentadores.
O jejum é um processo físico, químico e mental. A
melhor qualidade de seus resultados depende
basicamente da qualidade dos alimentos espirituais
que nutrem o soma, especialmente a crença de que
tudo vai dar certo. No corredor da história das curas
em geral, a crença dos pacientes tem ajudado muito
mais para a ocorrência dos chamados milagres da
medicina do que os bisturis, remédios e fórmulas
farmacêuticas. A crença na eficiência dos trabalhos
da Dra. Natureza durante o jejum pode surtir os
mesmos efeitos.
Para potencializar os resultados do jejum, até a água deve ser
energizada com pensamentos positivos direcionados, antes e
durante sua ingestão. É uma espécie de fluidificação, que
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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contribui, inclusive, para um rearranjamento molecular e para
uma fractalização do precioso líquido em favor de todos os
corpos do ser e da maior eficiência do processo jejunal.
Obs.: Preferentemente, a água não deve ser do
tipo gaseificada (com gás) e deve estar numa
temperatura ambiente ou apenas levemente mais
resfriada, nunca gelada.
Josenilton kaj Madragoa
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CHEGANDO AO FIM DO JEJUM
O melhor quebra-jejum matinal depois de um jejum, seja
curto, como o recomendado por este opúsculo, ou longo, como
o utilizado para tratamentos mais profundos, é laranjada,
repolhada cozida ou suco de uva ralo. Ajudam a terminar de
tirar o resto de sujeiras encaminhadas para o portal de saída
(intestino grosso). E para se estender os efeitos benfazejos do
jejum pelo resto da semana, todo o dia seguinte a ele deve ser de
alimentos frugais ou de verduras, para evitar a infestação de
novas sujidades e uma cinorexia anulante dos benefícios de todo
o processo.
Registre-se em ata que a cinorexia ou fome canina
pós-desintoxicação não decorre de eventual privação
de alimentos macro ou micronutritivos. O que ocorre
é que, com a desintoxicação, as células perdem
principalmente águas e gorduras supérfluas, toxinas
e sujeiras que, em si, não têm função vital, mas que
funcionam como microparasitos
JEJUM - A AUTOTERAPIA DIVINO-NATURAL
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pseudossustentadores para as células e glândulas.
Quando estas, como hospedeiras, perdem os
hóspedes com a lavagem profunda, especialmente a
promovida pelo jejum, então qualquer substância
poluente que reentra no organismo, mesmo em
quantidade mínima, reacende a vontade lancinante
das células e glândulas de serem (pseudo)felizes
novamente. Afinal, elas ainda estão na crise de
saudade das porcarias que foram embora. Estão
carentes. E, por outro lado, uma das fugas dos
carentes é comer, comer. O famoso “bichinho do
come-come” é antes de tudo um ser carente e
nervoso.
Após a reprogramação neurogenética resultante de
um processo curativo que incluiu uma profunda
desintoxicação do organismo, inclusive do cérebro,
Josenilton kaj Madragoa
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não se pode mais voltar ao pecado que degenerou em
doença teoricamente mortífera.
Ao mesmo tempo em que o renovado corpo se
refortalece pelos recursos da sua própria natureza,
ele também perde bastante a imunidade em relação
às substâncias agressoras que antes aceitava sem
maiores baques. Agora, ele está frágil em relação aos
venenos que outrora lhe apraziam e viciavam. Sua
tendência agora é rejeitar, às vezes de forma
agressiva, as substâncias antes naturalizadas e agora
de novo estranhas, pelo menos em princípio e a
princípio.
Por isso, após a desintoxicação, seja por que processo for,
deve-se alimentar com alimentos os mais saudáveis e livres de
toxinas e micropoluentes possíveis, para que as células e
glândulas se acostumem com os novos hóspedes, que são mais
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saudáveis e contribuintes para uma nova qualidade de vida
orgânica e mental de todo o ser.
Eis por que, após uma desintoxicação ampla e
profunda, não se deve voltar mais aos padrões
errados de alimentação nem a intoxicações danosas à
saúde em geral. Num corpo limpo as sujeiras e
toxinas se impregnam muito mais depressa e
profundamente do que num organismo já sujo, pondo
em risco mais premente a saúde e fazendo voltar a
situações piores do que antes da intraducha.
Como todo inteligente nutricional ou dietêuta responsável
por suas qualidades de vida nutricional e física, o jejuador deve
evitar alimentos carregadamente tóxicos e sujos, para que as
células não voltem a pecar hospedando microssubstâncias
danosas à saúde de todo o ser e não anulem os benefícios da
microlimpeza hebdomadária. Já serve como uma prepreparação
Josenilton kaj Madragoa
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para a próxima experiência jejunal, para o próximo encontro
marcado com Deus, através de seu próprio organismo.