Upload
phungtuyen
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA
CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
VALTER OSCAR JENTSCH
MONITORAMENTO EM SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Itajaí
2011
VALTER OSCAR JENTSCH
MONITORAMENTO EM SEGURANÇA NO TRABALHO: UMA
ESTRATÉGIA DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Apresentação de texto para Orientação no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí. Área de Concentração em Gestão de Políticas Públicas: Instituições, Cultura e Sustentabilidade. Orientadora: Profª. Drª. Adriana Marques
Rossetto (UNIVALI)
Itajaí
2011
Dedicatória
Para os meus filhos, Winicius e Diorginis.
Agradecimentos especias para Lucia Izabel Czerwonka Sermann e Leika Puczynski.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi compreender as percepções dos sujeitos de uma
Instituição Pública de Ensino Superior envolvidos com relação a segurança do
trabalho para auxiliar a administração na sua melhoria. Trata de um estudo
exploratório de natureza qualitativa descritiva e bibliográfica. Os dados coletados
foram obtidos por meio de entrevistas e questionários. Entrevistas semi-
estruturadas, realizadas em reuniões com Chefes de Departamentos e
Coordenadores de Cursos e questionários encaminhados à Professores e Técnicos
Administrativos. Esta pesquisa apontou a realidade nas práticas de gestão de
segurança do trabalho e possibilitou elaborar um plano de gestão da segurança do
trabalho a ser implementado pela administração no nível operacional com vistas a
consolidar a cultura de segurança do trabalho na Instituição.
Palavras-chave: Gestão de segurança do trabalho. Gestor especialista. Avaliação de desempenho em segurança do trabalho.
ABSTRACT
The objective of this study was to understand the perceptions of subjects of a
Public Institution of Higher Education in relation to occupational safety, as an aid to
improving its management. It is an exploratory study of a qualitative, descriptive and
bibliographic nature. Data were collected by means of interviews and questionnaires.
Semi-structured interviews were carried out in meetings with heads of departments
and course coordinators, and questionnaires were sent to teachers and
administrative personnel. This research demonstrates the reality of the practice of
safety management, and creates the possibility of developing an operational plan for
managing occupational safety, with a view to consolidating the culture of
occupational safety within the institution.
Key words: Occupational safety management. Specialist management. Evaluation of
application of occupational safety.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Canais de comunicação.............................................. 14
Figura 2 - Funções de assessoria e nível hierárquicos................ 15
Figura 3 - Conflito linha x assessoria........................................... 16
Figura 4 - Abordagens na gestão da SST.................................... 25
Figura 5 - Estrutura Regimental da UFPR .................................. 31
Figura 6 - Organograma da UFPR .............................................. 32
Figura 7 - Relacionamento da Gestão de Segurança do Trabalho......................................................................
37
Figura 8 - Configuração Entrevistas e Questionários.................. 41
Figura 9 - Relacionamento entre tabelas de dados..................... 42
Figura 10 - Análise das Entrevistas................................................ 43
Figura 11 - Análise dos Questionários........................................... 44
Figura 12 - Variável acesso à informação com Administradores.... 45
Figura 13 - Variável acesso à informação com Subordinados........ 46
Figura 14 - Variável conhecimento sobre as atribuições com Administradores............................................................
47
Figura 15 - Variável conhecimento sobre as atribuições com Subordinados...............................................................
48
Figura 16 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados com Administradores..........................
49
Figura 17 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados com Subordinados..............................
49
Figura 18 - Variável troca de informações entre gestores administrativos com Administradores...........................
50
Figura 19 - Variável troca de informações entre gestores administrativos com Subordinados.............................
51
Figura 20 - Variável vigilância em promoção e prevenção com Administradores...........................................................
52
Figura 21 - Variável vigilância em promoção e prevenção com Subordinados..............................................................
53
Figura 22 - Variável utilização de novas tecnologias com Administradores...........................................................
54
Figura 23 - Variável utilização de novas tecnologias com Subordinados...............................................................
54
Figura 24 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional com Administradores...............................
55
Figura 25 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional com Subordinados...................................
56
Figura 26 - Variável Atuação dos Conselhos com Administradores...........................................................
57
Figura 27 - Variável Atuação dos Conselhos com Subordinados... 57
Figura 28 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho com Administradores..........................................................
58
Figura 29 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho com Subordinados.............................................................
59
Figura 30 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho com Administradores.....
60
Figura 31 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho com Subordinados.........
61
Figura 32 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho com Administradores.............
62
Figura 33 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho com Subordinados.................
63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Palavras-chave........................................................................ 36
Quadro 2 - Elementos de Diagnósticos nas Variáveis............................... 37
Quadro 3 - Identificação dos atores........................................................... 39
Quadro 4 - Distribuição dos questionários por Unidades Administrativas. 39
Quadro 5 - Síntese das estratégias do Plano Operacional........................ 81
LISTA DE SIGLA E ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ACGIH American Conference of Governmental Industrial Hygienists
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
ASQ Assessoria da Qualidade
BS British Standard
CA Certificado Aprovação
CAIS Coordenadoria de Atenção Integral a Saúde do Servidor
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CEE Comunidade Econômica Européia
CEEST Coordenadorias de Câmaras Especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho
CGASS Comitê de Atenção à Saúde do Servidor
CID Classificação Internacional de Doenças
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CSO Comissão de Saúde Ocupacional
DDS Diálogo Diário de Segurança
DORT Distúrbios Osteomusculares
DRT Delegacia Regional do Trabalho
DSST Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho
DST Doença Sexualmente Transmissível
EPC Equipamento de Proteção Coletiva
EPI Equipamento de Proteção Individual
FAP Fator Acidentário Previdenciário
FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
FISPQ Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos
FNQ Fundação Nacional da Qualidade
FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho
IGSSO Índice de Gestão de Segurança, Higiene e Saúde Ocupacional
ILO International Labour Office
IN Instrução Normativa
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
INSS Instituto Nacional do Seguro Social
IOSH Institution of Occupational Safety and Health
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ISO International Organization for Standardization
LER Lesão por Esforço Repetitivo
MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
MTEB Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Norma Brasileira
NC Não-conformidade
NR Norma Regulamentadora
OC Organismo Certificador
OHSAS Occupational Health and Safety Assessment Series
OIT Organização Internacional do Trabalho
OLT Organização por Local de Trabalho
OMS Organização Mundial da Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OSHA Occupational Safety and Health Administration
PCA Programa de Conservação Auditiva
PCEP Programa de Controle de Energia Perigosa
PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PDCA Planejar – Executar – Checar – Atuar
PNQ Prêmio Nacional da Qualidade
PRHAE Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis
PROGEPE Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas
PPR Programa de Proteção Respiratória
PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PQT Programa de Qualidade Total
PQVT Programa de Qualidade de Vida no Trabalho
QSP Centro de Qualidade, Segurança e Produtividade
RAIS Relatório Anual de Informações Sociais
RH Recursos Humanos
RJU Regime Jurídico Único
SAT Seguro de Acidente de Trabalho
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apóio à Micro e Pequenas Empresas
SESAO Serviço de Segurança e Saúde Ocupacional
SGA Sistema de Gestão Ambiental
SGI Sistema de Gerenciamento da Informação
SGMA Sistema de Gestão do Meio Ambiente
SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
SGSSO Sistema de Gestão de Segurança, Higiene e Saúde Ocupacional
SGSST Sistema de Gestão Segurança e Saúde no Trabalho
SIASS Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal
SIG Sistema Integrado de Gestão
SIPEC Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal
SISOSP Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público Federal
SSO Segurança e Saúde Ocupacional
SST Segurança e Saúde no Trabalho
TLV Threshold Limit Values
UFPR Universidade Federal do Paraná
UNE União Européia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 15
1.2 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 17
1.3 OBJETIVO ................................................................................................ 19
1.3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 19
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 19
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS .................................................................. 20
2.1 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO ....................... 20
2.2 QUALIDADE NOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NO
TRABALHO .............................................................................................
26
2.3 ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO ................................ 27
2.4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO NA
ADMINISTRAÇÃO ...................................................................................
31
3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA UFPR ........................ 42
3.1 ÁREA ESPECIALIZADA EM SEGURANÇA DO TRABALHO ................ 42
3.2 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA
ADMINISTRAÇÃO DA UFPR ..................................................................
46
3.2.1 ATIVIDADES DE SEGURANÇA DO TRABALHO DOS GESTORES
ADMINISTRATIVOS NA UFPR ................................................................
47
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ..................................................... 50
4.1 ANÁLISE DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO .................. 50
4.2 COLETA DE DADOS ............................................................................... 53
4.3 UNIVERSO DA PESQUISA ...................................................................... 53
4.4 ENTREVISTA ............................................................................................ 55
4.5 QUESTIONÁRIO ....................................................................................... 55
4.6 PREPARAÇÃO DO ESCOPO DOS TRABALHOS .................................. 56
4.7 AMBIENTE PARA TRATAMENTO DOS DADOS ................................... 56
4.8 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................... 59
5 PLANO OPERACIONAL ......................................................................... 94
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 99
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 102
GLOSSÁRIO ........................................................................................................... 107
APÊNDICE I ............................................................................................................ 115
ANEXOS ................................................................................................................. 117
15
1 INTRODUÇÃO
A primeira instituição internacional que se utilizou de reuniões tripartites para
analisar as questões de trabalho foi a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
quando trabalhadores, empregadores e governos uniram-se a fim de discutir
normas, leis e regulamentos, em nível mundial (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL
DO TRABALHO, 1994).
Atualmente, existem tratados e convenções, recomendações e declarações
internacionais convencionados por alguns países. Tais tratados e convenções são
fontes formais, desde que o Estado confira ratificação ou adesão, tornando-se
norma infraconstitucional, portanto, sujeitos ao controle da constitucionalidade.
Atendendo às recomendações e declarações acima, surgiram instrumentos
para monitoramento focados na segurança do local de trabalho relacionado a fatores
que vão do meio ambiente físico até fatores pessoais.
Nas ações de prevenção, verifica-se a necessidade de controle dos fatores
das condições ambientais nas áreas de trabalho, elementos que auxiliam os
gestores em suas funções tais como: demonstrar atitude positiva, buscar coisas que
passam despercebidas e que podem causar problemas, tomar ações imediatas para
controlar casos urgentes, descartar coisas que não são úteis para o local de
trabalho, praticar ação direta sobre as causas básicas de um problema.
No controle dos fatores das condições ambientais, identificam-se
instrumentos operacionais1 que auxiliam os gestores na condução dos aspectos
relacionados à segurança no ambiente de trabalho tais como: diagnóstico de
atividades de vigilância e prevenção em segurança no trabalho.
As atividades de vigilância na manutenção das condições de segurança no
trabalho na Universidade Federal do Paraná estão associadas nas ações de
prevenção do gestor administrativo que, hoje está, composto do coordenador de
cursos e do chefe do departamento bem como o relacionamento com o gestor da
assessoria do especialista em segurança do trabalho.
De forma tímida, a área da administração estuda questões básicas dos
elementos relacionadas à segurança do trabalho, abrindo espaços para
1 Instrumentos operacionais – neste estudo são elementos de auto-avaliação para práticas em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho a serem observadas na administração operacionais. Previstos nas Convenções da OIT Araújo (2002, p. 45-47).
16
desenvolvimento de novas “áreas de gestão de segurança do trabalho”, as quais
interferem diretamente na administração do gestor (OLIVEIRA, 2010; SIMCSIK,
1992).
O estudo da prevenção em “Segurança do Trabalho”2 em uma instituição,
pode estar ligada às comissões, a órgãos especializados de segurança do trabalho3
que tratam do assunto, mas paradoxalmente, podem estar desvinculados das ações
da alta administração4 em uma organização. Essa visão dicotômica normalmente
inicia-se no surgimento das organizações, que se preocupam muito pouco com a
segurança no trabalho. Com o decorrer do tempo, a questão foge ao controle dos
administradores e interfere no desempenho das mesmas.
Embora esta postura seja corriqueira no âmbito organizacional, atualmente,
áreas específicas multifuncionais de conhecimento desenvolvem estudos e
pesquisas sobre a temática que podem auxiliar os gestores a adotarem práticas que
melhorem a performance da organização.
No estudo destas questões, aparecem os especialistas em segurança do
trabalho5, fundamentados em legislação própria como atividades de assessoria
especializada para auxiliar gestores administrativos6. Este assessoramento
especializado requer providências dos seus responsáveis, na busca de soluções de
problemas, pois é uma intervenção a ser solicitada aos especialistas pelos gestores.
Desta forma pergunta-se:
De que maneira as atividades de prevenção e seguran ça do trabalho
frente aos processos sucessórios de gestores admini strativos operacionais,
podem sofrer continuidade para que sejam incorporad as nos sistema de
avaliação na Instituição?
Para responder esta questão e direcionar as linhas de pesquisa e
procedimentos metodológicos deste estudo partiu-se das seguintes premissas:
− Inexistência de uma relação mais próxima entre gest ores
especialistas e gestores administrativos faz com qu e não se
incrementem ações de prevenção no sistema de gestão em
2 Segurança do Trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 3 Órgãos especializados de segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 4 Alta administração – alta direção da organização – Conceito adotado constante no glossário. 5 Especialistas em segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 6Gestores administrativos - administradores operacionais – neste estudo indicado como nível de comando operacional (cargo de coordenadores, chefias, supervisores, entre outros).
17
segurança do trabalho tais como programas, política s,
procedimentos;
− Há baixo envolvimento de atividades dos gestores
administrativos operacionais no processo de gestão da
segurança do trabalho.
Este trabalho objetiva desenvolver atividades de segurança do trabalho na
linha hierárquica operacional, ações estas concernentes à promoção e prevenção.
Este estudo procura desenvolver instrumentos para os processos de gestão,
que possibilitem estimular a troca de informações em um processo participativo entre
gestores administrativos e especialistas em segurança do trabalho7 para
desenvolver ações proativas de prevenção e que tratem do controle8 dos ambientes
de local de trabalho.
Esta pesquisa diagnosticou o estado da gestão em segurança do trabalho no
nível hierárquico operacional com relação à promoção e prevenção de segurança no
ambiente de trabalho visando motivar os servidores com relação à segurança no
trabalho e propor um plano operacional que melhorasse o relacionamento entre os
níveis de gestão.
A pesquisa desenvolvida foi baseada no estudo das atividades de gestores
administrativos operacionais das unidades organizacionais e de assessoria de gestor
especialista em segurança do trabalho de unidade especializada em segurança do
trabalho na Universidade Federal do Paraná.
Da visão mais ampla, para uma análise do meio-ambiente de trabalho em
uma instituição, destacaram-se as questões relacionadas a recursos humanos,
materiais, recursos técnicos, econômicos, políticos e sociais.
1.2 JUSTIFICATIVA
Nos estudos efetuados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os
problemas de acidentes e doenças do trabalho estão relacionados às atividades
7 Gestores especialistas em segurança do trabalho – Conceito adotado constante no glossário. 8 Controle – também chamado de avaliação por Simcsik (1992, p. 111). Conceito adotado constante no glossário.
18
desenvolvidas nos locais de trabalho. Problemas estes chamados também, como o
conjunto de fatores que se possam conhecer e que de alguma maneira influenciam a
operação do local de trabalho.
Estas atividades distribuídas em processos produtivos envolvem diversas
áreas do saber tais como: “tecnologias de informação e automação, substâncias
químicas e energias físicas, riscos de saúde associados às novas biotecnologias,
transferências de tecnologias perigosas, envelhecimento da população trabalhadora”
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2011).
As áreas do saber estão ligadas à eficiência no processo produtivo, e
requerem, muitas vezes, conhecimentos específicos que dependem de assessorias
especializadas para obter resultados satisfatórios no controle destes. Esta demanda
por assessoria está ligada à troca da informação entre os gestores administrativos e
os assessores especialistas, e por vezes auxilia a organização na minimização ou
até na eliminação dos problemas relacionados à saúde e segurança no trabalho.
Neste contexto, fica evidenciado que o processo de trocas de informações
gerenciais voltadas às abordagens de melhorias do ambiente interno de trabalho é
fator preponderante. Ambiente este composto por: estruturas físicas de instalações,
equipamentos, ferramentas, processos de trabalho; a água, o ar que compõem o
ambiente, os resíduos e o ser humano inseridos neste contexto.
Zocchio (1996, p. 23) reforça, “a segurança do trabalho é um benefício social
e econômico para a empresa, para os empregados e para a sociedade como um
todo”. Salienta ainda, as vantagens que o êxito na prevenção assegura: a
estabilidade operacional em razão do equilíbrio permanente da mão-de-obra, melhor
produtividade – devido ao bom estado de espírito de quem trabalha em lugar seguro,
menor número de reparos em maquinaria e instalações – por motivos de acidentes,
mais estabilidade nos custos operacionais, melhor ambiente social na instituição,
melhor imagem da instituição na comunidade e diante das autoridades competentes.
Este trabalho busca contribuir para a adoção de melhores práticas
relacionadas à gestão de segurança do trabalho e provocar uma reflexão entre os
gestores administrativos, docentes e técnicos administrativos da UFPR e ao mesmo
tempo poder ser aproveitado em outras Universidades Federais.
19
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Apresentar uma proposta de práticas-padrão em segurança do trabalho na
Universidade Federal do Paraná, através de um projeto piloto na unidade
administrativa do setor de tecnologia
1.3.2 Objetivos Específicos
- Levantar e descrever as atividades de prevenção em segurança do trabalho
praticadas pelos gestores administrativos da Universidade Federal do Paraná;
- Mapear as atividades da função do gestor administrativo e do especialista de
assessoria em segurança do trabalho;
- identificar a influência das atividades mapeadas na participação de
programas de prevenção;
- Elaborar um plano operacional para desenvolvimento de ações necessárias
de segurança do trabalho.
20
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Este capítulo prende caracterizar como em teoria deveriam ser construídas
as trocas de informações no desenvolvimento das atividades de segurança do
trabalho entre administradores da organização e especialistas em segurança do
trabalho, na busca por criar instrumentos que melhorem esse processo de gestão.
2.1 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO
Antes da revolução tecnológica na indústria os trabalhos eram desenvolvidos
manualmente, o que não impede que se encontre esse tipo de trabalho nos dias de
hoje.
O marco de importância pioneira foi publicado em 1700 na Itália, obra “De
Morbis Artificum Diatriba” de autoria do médico Bernardino Ramazzini, considerado o
pai da medicina do trabalho, o qual é mencionado até nossos dias, por especialistas
em medicina do trabalho. Há escritos sobre existências de moléstias entre mineiros
e metalúrgicos causando problemas com o ambiente de trabalho (ARAÚJO, 2009, p.
30-31).
O início da moderna industrialização ocorreu nos anos de 1800 na Inglaterra
com as primeiras máquinas de fiar, aparecendo com isso a indústria criada pelos
capitalistas com interesses econômicos. Iniciou-se lá a mão-de-obra constituída não
só de homens, mas de mulheres e crianças, sem a mínima preocupação com a
saúde (SALIBA, 2004, p.17).
No final do século XVIII houve uma série de transformações na indústria da
Inglaterra, que mesmo remunerando melhor o trabalhador, adotava práticas que
geraram problemas ocupacionais. Altos índices de acidentes e doenças do trabalho
ocorreram, na época, com máquinas sem proteção, desenvolvimento de atividades
em ambientes fechados e sem ventilação, ruído em alto nível e ausência de controle
de horas de trabalho.
Em 1802 o Parlamento Britânico aprovou a primeira lei de proteção aos
trabalhadores: a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” a qual definia o limite de 12
horas de trabalho por dia, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregadores a
21
lavar as paredes da fábrica duas vezes por ano e tornava obrigatório a ventilação
desta. Esta lei foi pouco eficiente em função do forte poder dos empresários.
Neste período surgiram ainda outras manifestações a favor de
trabalhadores, dos fracos, dos incapazes. Em 1831, Michael Saddler elaborou um
relatório que teve impacto na opinião pública e, assim, em 1833 surgia na Inglaterra
a “Lei das Fábricas” (Factory Act) que marcou como a legislação mais eficiente no
campo da proteção ao trabalhador. Proibia-se o trabalho noturno para menores de
18 anos; 12 horas por dia e 69 horas por semana, como limite para as horas de
trabalho; escolas nas fábricas para menores de 13 anos, e estabelecia a idade
mínima para o trabalho em nove anos, devendo este menor ser acompanhado
constantemente por um médico. Esta lei foi complementada e foi usada até metade
do século XIV.
A primeira lei que torna obrigatória a existência de serviços de saúde
ocupacional foi promulgada na França, em 11 de outubro de 1946. Na Espanha a
Ordem de 22 de dezembro de 1956, substituída pelo Decreto nº. 1.036 de 18 de
junho de 1959 também obrigava as empresas a manter serviços de saúde
ocupacional.
Neste período, grandes organizações internacionais se interessaram na
causa da proteção dos trabalhadores tais como: a Organização Internacional do
Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estes são órgãos que se
fazem presentes no mundo com a preocupação de definir e conceituar as questões
relacionadas à saúde e segurança no trabalho, emitindo orientações e
regulamentações.
No Brasil, o Governo Federal em função do número alarmante de acidentes
do trabalho baixou, a primeira Portaria de nº. 3.236 em 17 de julho de 1972, que
tornava obrigatória a existência de serviços de medicina do trabalho e de engenharia
de segurança do trabalho em empresas, atendendo assim aos compromissos com
organismos internacionais.
Na década de 40 a legislação que tratava das leis sociais era muito grande,
provocando dificuldades para sua aplicação pelos juízes e administradores impondo
assim, em princípio, uma “consolidação” por meio do Decreto-lei nº. 5.452, de 01 de
maio de 1943, denominada “Consolidação das Leis do Trabalho" (CLT). O capítulo
V, título II, deste decreto-lei está acrescida de novos textos legais que lhe deu a Lei
nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977.
22
O artigo 165, da Constituição Federal do Brasil de 1988 confere os direitos
aos trabalhadores com a finalidade de modificar e atualizar a nova redação da CLT e
dos artigos que tratam da Segurança e da Medicina do Trabalho para os
trabalhadores da iniciativa privada.
No início da década de 1990, o Estado criou novo regime de trabalho no
Brasil diferenciado da iniciativa privada. O servidor público federal teve modificações
na década de 90 no que diz respeito à “máquina administrativa” do Estado com a
criação do “Regime Único”, Regime Jurídico Único (RJU). A Lei nº. 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e a Lei nº. 9.527, de 10 de dezembro de 1997, tratam das
condutas de saúde do servidor no âmbito do Serviço Público Federal desvinculando
da legislação que trata da legislação da consolidação das leis criada em 1943.
A regulamentação na área de segurança e medicina do trabalho, no serviço
público federal, ficou incipiente, direitos de trabalhadores foram cessados, como por
exemplo, extinção do recolhimento do fundo de garantia por tempo de serviço
(FGTS) que o trabalhador da iniciativa privada tem no caso de ser demitido. O
Estado “trocou” esse direito por “estabilidade”. As relações saúde versus trabalho e
aposentadoria estão contempladas em outra instância, mas, não na legislação que
trata da iniciativa privada para os acidentes e doenças ocupacionais, são carteiras
financeiras diferentes.
Este regime, denominado Regime Jurídico Único (RJU) distingue o servidor
público do trabalhador da iniciativa privada, visto que o segundo é matéria do Direito
do Trabalho seguido pelos princípios: da proteção, da condição mais benéfica, da
aplicação da norma mais favorável, da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, da
primazia, da continuidade da relação empregatícia; enquanto que o trabalhador
chamado de servidor público está vinculado na legislação do RJU serviço público.
Estes regidos pela matéria do Direito Administrativo nos princípios: da continuidade,
da cortesia, da eficiência, da segurança, da atualidade, da regularidade, da
modicidade, e da generalidade.
Em função das diretrizes Constitucionais, no tratamento dos direitos do
trabalho e dos direitos administrativo, foram criadas duas estruturas de Seguridade
Social, uma direcionada ao trabalhador em geral e outra para os servidores públicos,
o mencionado Regime Próprio. Iniciam-se assim duas categorias de trabalhadores:
os regidos por política pública de saúde e segurança, Regime Geral, e os regidos
sem polícia pública de saúde e segurança, Regime próprio (CLT).
23
Esta dicotomia provoca diferenças na esfera da saúde e segurança entre
trabalhadores e servidores públicos, com relação ao processo de prevenção de
acidentes e doenças do trabalho. O Estado não tem um sistema de controle que
trate da legislação específica voltada ao regime próprio assim como, de dados das
questões relacionadas aos problemas de saúde dos servidores públicos no serviço
público.
Domingues (2006) lançou um “manual para os serviços de saúde dos
servidores público civis federais apresentando normas e critérios para uniformização
e padronização de condutas no âmbito do Serviço Público Federal”, no que ser
refere ao serviço de saúde e perícia médica do servidor, na tentativa de
regulamentar a matéria de saúde no trabalho do servidor público.
Aponta ainda que, dentre os conceitos inclusos no manual a serem
indicados, destacam-se: saúde, saúde do servidor, capacidade laborativa,
incapacidade laborativa, invalidez, vigilância à saúde do servidor, vigilância
ambiental às condições de trabalho, doença incapacitante, atividade de vida diária,
deficiência física, doença profissional, doenças relacionadas ao trabalho, acidentes
em serviço, readaptação e reabilitação, os quais não nos detemos em definir neste
contexto.
Criou-se com o lançamento deste manual, o conceito de eixos básicos para
desenvolvimento de um sistema quanto as questões relacionadas: à perícia médica,
à promoção da saúde e à prevenção e vigilância.
Visto isso houve mudanças no direcionamento destas questões relacionadas
à saúde e à segurança do servidor público. O Decreto nº. 5.961, de 13 de novembro
de 2007, instituiu o Sistema Integrado de Saúde Ocupacional do Servidor Público
Federal (SISOSP), marco que define atribuições para formalizar e uniformizar
procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor público, e todos os
que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC)
de competência da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento
e Orçamento de Gestão.
No decorrer das atividades da Secretaria de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão foi emitida a Portaria (MPOG) nº.
1.675, de 6 de outubro de 2006, publicada no Diário Oficial da União de 10 de
outubro de 2006, que estabelece orientações de procedimentos operacionais a
serem implementados na concessão de benefícios de que trata a Lei nº. 8.112, de
24
11 de dezembro de 1990, e da Lei nº. 9.527, de 10 de dezembro de 1997. Esta
determina procedimentos operacionais para saúde e dá outras providências. A
portaria institui no artigo 1º no referido “Manual” para os Serviços de Saúde dos
Servidores Civis Federais no Anexo I, contemplando os mesmos já elaborados em
Junho de 2006 com nova redação e incluindo: formulários, legendas entre outros
complementos. No artigo 2º. recepciona no âmbito do SIPEC, as Normas
Regulamentadoras do Trabalho de nº. 07, 09, criadas para os trabalhadores da
iniciativa privada pela Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978 do Ministério do
Trabalho e Emprego, com o objetivo de orientar as abrangidas pelo seu artigo 1º, já
que o serviço público não possui regulamentação própria que trate a respeito do
assunto. Por motivos não explicados às comunidades dos servidores públicos, esse
sistema entrou em sucumbência.
Considerado projeto em construção pelos seus idealizadores, um novo
padrão de relacionamento e envolvimento dos órgãos federais nos estados e no
Distrito Federal está sendo criado para as questões relacionadas à saúde do
servidor no serviço público federal. O Decreto nº. 6.833, de 29 de abril de 2009,
publicado no Diário Oficial da União, datado de 30 de abril de 2009, instituiu o
Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS) e o
Comitê Gestor de Atenção à Saúde do Servidor. No Art. 4º. definiu-se as atribuições
do referido comitê como: aprovar diretrizes, capacitar servidores, deliberar sobre
propostas de criação, jurisdição e funcionamento de unidade do SIASS,
instrumentos de cooperação, normalização entre outras atribuições. Neste ínterim a
Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão baixou a Portaria nº. 2.568, datada de 30 de setembro de 2009, que aprova
o Regimento Interno do Comitê de Atenção à Saúde do Servidor (CGASS).
O artigo 9º, do Decreto nº. 6.833, de 29 de abril de 2009, revoga o Decreto
nº. 5.961, de 13 de novembro de 2006, segundo as Coordenadorias de Câmaras
Especializada em Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST). Este Decreto,
muda o foco das atribuições do sistema anterior SISOSP que contemplava as
orientações específicas de áreas especializadas voltadas à Segurança no Trabalho
em troca das ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial,
promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da
administração federal direta, autárquica e fundacional. De acordo com a política de
25
atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida
pelo Governo.
No artigo 2º. do Decreto 6.833:
O SIASS tem por objetivo coordenar e integra ações e programas nas áreas de assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da saúde dos servidores da administração federal direta, autárquica e fundacional, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do trabalho do servidor público federal, estabelecida pelo Governo.
A Portaria nº. 5, de 15 de setembro de 2009, do Ministério de Planejamento
Orçamento e Gestão (MPOG) estabelece procedimentos para a realização de
Termos de Cooperação Técnica para a criação das unidades do Subsistema
Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal previsto no artigo 7º. do
Decreto 6.833, de 29 de abril de 2009.
Para programar o sistema SIASS foram firmados termos de cooperação
técnica entre o Ministério do Planejamento, que é o órgão interessado chamado de
Órgão Cedente, com o objetivo de possibilitar a execução de ações nas áreas de
assistência à saúde, perícia oficial, promoção, prevenção e acompanhamento da
saúde dos servidores, de acordo com a política de atenção à saúde e segurança do
trabalho do servidor público federal.
Em 1º. De dezembro de 2010, outro órgão normatizador nacional se
manifesta com legislação que trata da saúde e segurança no trabalho. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é responsável por aprovar a Norma NBR
18801 de Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional – Requisitos.
A norma técnica nacional baseia-se na norma internacional Occupational
Health and Safety Assessment Series (OHSAS) 18001, 2007 – Sistema de Gestão
de SSO – Requisitos, Diretrizes relativas ao sistema de gestão de segurança e
saúde no trabalho ILO-OSH 2001. Ela estimula os mecanismos desenvolvimentos,
adotando os conceitos já abordados mundialmente para os processos de melhoria
contínua.
Pode-se observar que a legislação que trata do servidor público federal é
incipiente, muito precisa ser feito ainda a esse respeito.
26
2.2 QUALIDADE NOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA NO TRABALHO E DA
SAÚDE OCUPACIONAL
Para Pacheco (1995, p. 31-47) as normas Quality Management and Quality
Assurance Standards (ISO Série 9000) fazem uma relação entre os processos de
qualidade e os processos de segurança e higiene do trabalho. Também consideram
a possibilidade de uma adequação e efetiva aplicação entre os conceitos.
Para o autor, faz-se necessário: “avaliar a questão da segurança e higiene
do trabalho globalmente nas instituições, como ocorre na sistematização da
qualidade, ter em mente que os clientes da segurança e higiene do trabalho são os
trabalhadores e a própria organização”.
Para Fonseca, Lourenço e Allen (1997, p. 188):
Segurança, Safety, é o estado de um processo, produto ou serviço no qual o risco de danos pessoais ou materiais está limitado a níveis aceitáveis pelos requisitos, normas ou legislação em vigor, sendo uma das cinco dimensões da qualidade.
Estes conceitos na evolução da segurança e higiene do trabalho não
avançaram, surgindo neste período novas tendências e conceitos. Conceitos estes
chamados de “gestão” ligados diretamente à administração de uma organização.
Novos modelos de “gestão da segurança” internacionais e nacionais
surgiram direcionados, quase todos, para um processo de obtenção de certificado9.
Modelos, com quesitos que não contemplam as questões básicas relacionadas à
qualidade da segurança do trabalhador e à qualidade do local de trabalho em que o
trabalhador exerce suas funções, necessárias para boas condições de saúde: física
e mental.
A qualidade da segurança do trabalho dependerá de fatores que estão
atrelados ao corpo técnico e à administração da organização como, por exemplo:
deve aceitar a responsabilidade pelos programas de prevenção, os gestores serão
os responsáveis pela segurança do trabalho em seu local de atuação.
A instituição deverá possuir adequados sistemas de registros de dados
concernentes à segurança do trabalho, possuir um sistema permanente de
inspeções de segurança do trabalho, atuação na administração para correções de
9 Certificação é o documento formal emitido por uma entidade credenciada ou autorizada que registra o resultado de medições e ensaios, para fins de certificação de um ou mais requisitos da qualidade de um produto.
27
problemas que podem afetar a saúde e a integridade dos trabalhadores ou
servidores.
Saúde ocupacional é o resultado dos exames efetuados em um trabalhador
por médico do trabalho, de Serviço Médico especializados, considerando-o apto ou
não para o trabalho. É um documento emitido como Atestado de Saúde Ocupacional
que conterem informações e deverá ser mantido junto à ficha de registro do
empregado. Este procedimento está sujeito à fiscalização, conforme Norma
Regulamentadoras, exame médico, NR-07, Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego
(PORTARIA N. 3.214, 08 jun. 1978, NORMA REGULAMENTADORA N. 07). Não
nos atemos neste estudo na avaliação da qualidade da Saúde Ocupacional, mas
nas ações para segurança do trabalho.
Como exemplo, no serviço público com os cuidados com meio-ambiente,
pode-se mencionar ainda avanços que ocorrem em ambientes fechados, como a lei
antifumo aprovada em nível Federal pela Lei nº. 9.294, de 15 de julho de 1996 e em
nível estadual no Paraná pela Lei 14.743, de 15 de junho de 2005, que proíbe o
fumo em ambientes fechados (AGÊNCIA BRASIL, 2005).
[...] lembra que o Brasil é um dos 170 países que ratificaram a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, criada há cinco anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), e que o programa brasileiro de prevenção e controle do tabagismo é considerado por especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo a ser seguido (PROTEÇÃO, 2010).
Ele salienta, ainda, que apenas sete estados brasileiros têm leis que criaram
ambientes 100% livres de tabaco.
2.3 ASSESSORIA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
A assessoria não é um assunto de importância para as organizações,
entretanto pode melhorar o desenvolvimento de atividades laborais (OLIVEIRA,
2010).
Segundo Oliveira (2010), existem duas formas de diferenciar as atividades
em uma organização: as atividades de linha e as atividades de assessoria. Relata
ainda o autor:
28
Na primeira forma, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando, enquanto as unidades organizacionais de assessoria não têm ação de comando, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. Na realidade, podem-se considerar as atividades de linha como as diretamente ligadas às de operacionalização das atividades da empresa, enquanto as atividades de assessoria estão mais ligadas ao aconselhamento, análise e estudos das atividades do chefe, procurando, principalmente, liberá-lo de algumas tarefas de estudos e pareceres. Oliveira (2010, p. 151 - 153).
Observa-se neste contexto que assessoria está diretamente ligada a sua
chefia, fato esse que não ocorre na assessoria da equipe de segurança do trabalho
que normalmente esta lotada em outra área da instituição.
Na prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, todos têm parcela de
responsabilidade em razão do cargo que ocupa e da função que exerce.
Para Zocchio (1996, p. 35), “o não cumprimento das obrigações
institucionais pela empresa pode comprometer a segurança, que compromete a
saúde e a integridade física dos empregados, bem como a produtividade na imagem
da empresa”.
Na figura 1, o autor destaca as trocas de informações de apoio técnico aos
gestores administrativos em uma organização. A hierarquia de responsabilidades
ocorre da mesma forma tanto em uma organização da iniciativa privada como no
serviço público. A diferença está na legislação que rege cada uma delas. Como
exemplo, o autor salienta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA),
aplicável somente na legislação das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) e
não ao serviço público. Tentativas no serviço público estão em andamento, por
exemplo, Organização por Local de Trabalho (OLT), portal do SIASS.
]
29
Figura 1 – As setas indicam os canais de comunicação, informações e de apoio técnico e
administrativo
FONTE: Zocchio (1996, p. 36)
Boog (1999, p. 619), cita:
[...] na hierarquia das organizações deve-se vincular o sistema de valores organizacionais para aprimorar a segurança do trabalho. Hierarquia supõe um sistema de poder. Poder é força, é capacidade
30
de influenciar comportamentos e resultados. No que se refere à Segurança, são importantes a análise da relação chefe-subordinado, o exercício da autoridade e a influência na prevenção de acidentes [...].
No mesmo contexto Oliveira (2010), destaca também que “a unidade de
assessoria pode executar diferentes tipos de funções, de acordo com o nível
hierárquico a que está ligada”.
Salienta ainda, as dificuldades que uma organização pode enfrentar nas
trocas de informações entre os gestores administrativos e especialistas, conforme
figuras 2 e 3.
Figura 2 – Funções de assessoria e nível hierárquicos
FONTE: Oliveira (2010, p. 155).
Aspectos de conflitos podem surgir nos processo entre atividades de
gestores e especialistas, afirma Oliveira (2010), e isto pode ser bom ou mau para a
organização, pois eles requerem adequada atenção dos executivos e são vistos
como uma variável interveniente na administração da instituição.
31
Figura 3 – Razões mais comuns do conflito linha x assessoria – Adaptados de Vasconcelos (1992, p.
24).
FONTE: Oliveira (2010, p 156).
2.4 EVOLUÇÃO DA GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA
ADMINISTRAÇÃO
Na longa história da humanidade observa-se a necessidade de água, ar,
meio ambiente. Estes elementos devem permanecer constantes, estáveis na
natureza para não provocar desequilíbrio, desastres e conseqüentes perdas de
vidas humanas.
O ser humano vive em aglomerações formando cidades e dentro destas a
casa que mora e as organizações onde trabalha para manter sua sobrevivência.
Nestas concentrações podemos encontras pessoas, máquinas, veículos,
instalações, interagindo entre si, e que podem provocar traços de alterações nos
componentes que compõem os locais onde esses seres vivem e trabalham. Por
exemplo: alterações de substâncias: no ar, na água e na terra, que são capazes de
modificá-los, provocando maior ou menor concentração nas suas composições,
podendo causar desequilíbrio de ambiente e afetar a saúde dos seres que ali
permanecem.
32
Diante do exposto, verifica-se que a Constitucional Federal do Brasil de
1988, institui os órgãos essenciais, define os direitos e garantias individuais e evolui
no Capítulo II, dos Direito Sociais, em seu Art. 7º. Neste artigo são explicitados os
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
suas condições sociais e no Inciso XXII, a redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Assim como, o Art. 21 dispõem
que compete à União orientar, manter e executar a inspeção do trabalho. Em relação
à saúde, o Capítulo II, da Seguridade Social, Seção I, Disposições Gerais, Art. 200,
coloca que ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições nos
termos da lei, colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho. Fundamenta-se assim, as questões a serem estudas a respeito dos locais
de trabalho.
Para atender a evolução das teorias de administração verifica-se o
desenvolvimento de saber tais como: científica, clássica, questões a respeito de
relações humanas, comportamental, grupos semi-autônomos, modelos japoneses,
qualidade de vida no trabalho entre outros. Todas eles em uma dinâmica para
melhoria da qualidade de vida da humanidade.
Despontam ainda modelos de qualidade de vida no trabalho: de Walton; de
Hackman e Oldham; de Westley; de Wether e Davis; de Belanger; de Gonçalves
descritos por Musetti (2002), entre tantos, demonstram, a grande abordagem de
fatores que podem estar envolvidos em um ambiente de trabalho.
Gonçalves (1998, p. 36) destaca como principais fatores a serem abordadas
as condições ambientais e as condições organizacionais de trabalho.
Esses fatores que interferem nas instalações em uma organização visam um
ambiente de trabalho saudável, obrigação social de Estado, e função dos
administradores nas organizações.
Na organização do trabalho em uma instituição, verifica-se o profissional
com a função administrativa, “aquele indivíduo que, com formação teórica e prática,
estabelece as linhas da atividade administrativa, para obter a eficácia e a eficiência
da estrutura organizacional” (SIMCSIK, 1992, p. 32). Esses conhecimentos técnicos
e administrativos se constroem pelo advento progressivo de áreas técnicas
específicas que integram a função administrativa: gestores organizacionais e
funções operacionais. A exemplo temos: a evolução na informática, a especialidade
33
em segurança e em saúde do trabalho, entre outras áreas de conhecimento que
estão se consolidando como assessoras na administração das organizações.
Para Alecian e Foucher (2001, p. 53), o serviço público tem dificuldade para
gerenciar os seus problemas em virtude da grande diversidade de atividades na
organização. Estes autores sugerem que as organizações públicas definam seu
próprio sistema de gerenciamento àqueles mais adaptados as suas especificidades,
deixando com cada gestor maior autonomia.
Citam ainda:
Em síntese. O gerenciamento mais adaptado ao serviço público ainda precisa ser inventado pelos gerentes do serviço público, para estar conforme com as suas especificidades. Mas, sendo o primeiro erro que não deve ser cometido em gerenciamento o de reinventar o que já existe lá fora, porque perdemos tempo, nada impede aos gerentes de olharem o que se faz fora, nas empresas privadas ou nas administrações públicas, ou empresas públicas que são exitosas, e de adaptá-lo a nossa própria organização (ALECIAN; FOUCHER, 2001, p. 53).
Também Barbosa (2001, p. 11), cita ainda que, é preciso fazer reflexão
sobre os:
[...] fatores que influenciam o desempenho humano no trabalho, de maneira ordenada, de modo que estes venham a compreender a necessidade de investir na adequação das condições de trabalho e quais as conseqüências danosas sobre à saúde individual, familiar, coletiva e, por que não dizer, sobre a própria organização.
Para Trivelato (2010, p. 39), “A saúde do trabalhador não é valorizada, quer
seja pelas organizações produtivas, sindicatos dos trabalhadores, órgãos
governamentais ou pela sociedade como um todo”. Aponta, outros interesses dos
organismos cuja função é tratar as questões relacionadas à segurança e saúde no
trabalho, e que não priorizam questões direcionada à promoção e prevenção em
segurança do trabalho.
A legislação brasileira que trata do assunto de segurança e saúde no
trabalho, é ampla e complexa, cria práticas de ações contrárias que se afastam dos
procedimentos para promoção e prevenção, despertando nos trabalhadores o
interesse em obter vantagens econômicas e financeiras em troca de ações de
prevenção. Estas demandas nas organizações tratam com prioridade as questões
de passivos financeiros. Esse viés se dissemina em todo mundo (TRIVELATO, 2010;
CHIAVENATO, 1999).
34
Monteiro e Duarte (2007, p. 289), cientistas sócias portugueses, estudaram
as relações entre o que chamam de “clima organizacional e clima de segurança”,
identificando a abordagem da prevenção com fatores sociais e organizacionais.
Definem assim:
O conceito de clima de segurança, à semelhança do clima organizacional, é entendido como as percepções partilhadas sobre normas, valores, procedimentos e práticas de segurança, constituindo deste modo uma forma de manifestação da cultura de segurança. Referem os autores ainda que, pesquisas consideram que o clima organizacional prediz o clima de segurança.
Segundo Cardoso (2009, p. 35-50) em sua reportagem “Apostando na Vida”
a cultura da prevenção em segurança e saúde dentro das instituições, ou pelas
organizações ou pelos profissionais do setor, direcionam para acidentes e doenças
do trabalho, importantes para “mídia” e não dão ênfase para a melhoria da “vida dos
trabalhadores” na real intenção em qualidade das condições de trabalho e da saúde.
Para que haja resultados positivos, é importante na abordagem sistêmica
organizacional que se estudem as funções administrativas na identificação de
fatores organizacionais de segurança, tanto no Ambientes Internos (Ai), como
Externos (Ae), visando com isto o do homem e do trabalho (SIMCSIK, 1992).
Na contextualização, Vezzani (2002, p. 5) alerta que os planos para gestão
de segurança no trabalho devem estar inclusos nas supervisões das atividades em
um processo permanente de controle para enfrentar adversidades. Introduzindo com
isso a necessidade de desenvolvimento de atividades que contemplem as questões
voltadas à segurança do trabalho nas organizações.
Para Araújo (2002, p. 48) salienta que:
O principal desafio dos gerentes e supervisores é como obter e manter o cumprimento das legislação e das normas internas dentro da empresa. O principal aspecto nesta questão é garantir que este lideres sejam o exemplo dentro da organização através de atitudes pró-ativas com as questões de segurança, saúde e melhoria nas condições de trabalho.
Ainda para Campos (2004, p. 42):
Toda organização tem a sua Gestão, pois este é um instrumento de administração que permite que se executem de forma ordenada as atividades que estão inseridas dentro de um processo alvo, visando a minimização das perdas e que atinja de forma regular os resultados definidos pela organização.
35
Zocchio (1996, p. 137) reforça a questão da segurança do trabalho, arguindo
que os gestores:
Em síntese, devem inspecionar também a segurança do trabalho. Essas inspeções de segurança revertem em favor da quantidade, da qualidade, do custo e dos prazos referentes aos trabalhos que dirigem. Toda vez que um supervisor descobrir alguma irregularidade em suas observações de rotina deve tomar a iniciativa para solucioná-la e recorrer ao serviço de segurança sempre que necessitar de assessoramento.
Fica explicito que, a Inspeção de Segurança nos processos de gestão, o seu
objetivos e sua importância estão ligados a localizar situações que possam provocar
acidentes e doenças ocasionadas no desenvolvimento de atividades em local de
trabalho e com isto tomar as medidas prevencionistas necessárias. O objetivo é
identificar fatores que poderão ser causa de acidentes, em visitas de inspeção nos
locais de trabalho. Na seqüência traçar estratégias no sentido de serem tomadas as
providências devidas. Para conceituar e tipificar podemos dizer que a Inspeção de
Segurança permite detectar riscos de acidentes e doenças profissionais
possibilitando assim a determinação de medidas preventivas de controle.
Podem-se definir o termo “inspeção” a partir de Couto (1994, p. 195):
Inspeção “é uma técnica de observar toda a área de trabalho, munido de um roteiro
de itens, anotando o que está inadequado, determinando as prioridades de solução
e tomando as medidas administrativas de correção”.
Da sua importância os autores Araújo (2002) e Couto (1994), referem que
continua sendo a melhor forma de detectar e controlar os acidentes e doenças do
trabalho, relacionados estes por, envolver pessoas, equipamentos, materiais e meio
ambiente. Destaca-se como ferramenta de detectar condições de trabalho
inadequadas.
Os autores definem ainda, tipos de inspeções que podem ser:
• Geral: envolve todos os locais da empresa e problemas relativos à
Segurança;
• Parcial: quando é feita em, alguns setores da empresa, certos tipos de
trabalho, certos equipamentos ou certas máquinas;
• De rotina: traduz-se pela preocupação constante de todos os
trabalhadores, do pessoal de manutenção, dos membros de
Comissões de Segurança e dos Setores de Segurança;
36
• Periódica: são inspeções efetuadas em intervalos regulares
programadas previamente e visam apontar riscos preventivos como:
desgastes, fadigas, super-esforço e exposição a certas agressividades
do ambiente a que são submetidos máquinas, ferramentas, instalações
etc.;
• Eventual: é a inspeção realizada sem dia ou período estabelecido e
com o envolvimento do pessoal técnico da área;
• Oficial: é a inspeção efetuada pelos órgãos governamentais do trabalho
ou securitários. Para este caso, é muito importante que os serviços de
segurança mantenham controle de tudo que ocorre e do andamento de
tudo o que estiver pendente e que estejam em condições de atender e
informar devidamente à fiscalização;
• Especial: é a que requer conhecimentos e/ou aparelhos especializados.
Inclui-se aqui a inspeção de caldeiras, elevadores, medição de nível de
ruídos, de iluminação.
Também colocam as fases da Inspeção de Segurança:
Observação: tanto dos atos como das condições inseguras.
Informação: a irregularidade deve ser discutida na hora da inspeção para
que a solução do problema ocorra antes de qualquer ocorrência desagradável.
Registro: os itens levantados na inspeção devem ser registrados em
formulários próprios, para que fique claro o que foi observado, em que local, as
recomendações e as sugestões.
Encaminhamento: os pedidos e recomendações provenientes da Inspeção
de Segurança devem ser enviados aos setores e/ou pessoas envolvidas seguindo
os procedimentos próprios da empresa.
Acompanhamento: não se pode perder de vista qualquer proposta ou
sugestão para resolver problemas de segurança, durante todo o tempo até a sua
solução.
Relatório de Inspeção: toda Inspeção de Segurança implica na emissão de
um Relatório, que muito embora não tenha um modelo próprio, deve ser
minuciosamente elaborado.
No contexto de controles de ambientes de trabalho e equipamentos,
observa-se ainda outros tipos de controle. Karman (1994, p. 21) identifica a
importância da manutenção como:
37
A manutenção encontra-se intimamente relacionada à eficiência operacional, tanto mais quanto mais vulnerável for o equipamento, a instalação ou o procedimento. Sabendo-se que não existe nenhum outro entorno, equipamento, máquina, aparelho ou instalação que não requeira certo grau de manutenção ou não esteja sujeito à fadiga ou a limitação da vida útil, donde a importância de uma manutenção programada, sistemática, efetiva, responsável e vigilante.
Relata ainda o autor, a necessidade de estruturar um Plano de Manutenção
a cargo da Administração que, requer levantamentos, avaliações e análises de
apreciável número de dados e elementos tais como: cadastro do patrimônio e
cadastro de equipamentos.
Já Moraes (2009, p. 384) também salienta, a importância da manutenção e
seus tipos. Chama de Gestão de Manutenção Operacional e menciona o conceito da
Associação Francesa de Normatização, levantada por Monchy (1989, apud
MORAES 2009), na qual a: “Manutenção é o conjunto de ações que permite manter
ou restabelecer um bem, dentro de um estado específico ou na medida para
assegurar um serviço determinado”.
Na visão contemporânea deste autor, a gestão no âmbito da manutenção, é
um segmento estratégico na prevenção de acidentes, deve-se com isto serem
atendidos padrões de segurança. Desta forma:
[...] tanto nos serviços quanto nos produtos, passaram a ser extremante exigente e a análise das falhas e, principalmente, de suas conseqüências para a segurança e o meio-ambiente, representam, em muitos casos, a garantia de sobrevivência das empresas, tamanha é a vigilância e a cobrança da sociedade (p. 386).
Na contextualização dos envolvidos no ambiente de trabalho, não podemos
deixar de lado as questões relacionadas às pessoas que laboram atividades neste
ambientes. Estas devem estar possuídas de uma motivação correta para tal.
Couto (1994, p. 37-38) ressalta a “fadiga humana” quando a capacidade de
trabalho cai devido a um problema de motivação incorreta. O ser humano é uma
“ferramenta”, uma “máquina” extremamente complexa. Caso esta motivação não
esteja voltada aos interesses da instituição, requer uma série de posturas dos
administradores. Se estas posturas não forem práticas, conduzirão o trabalhador a
um quadro de fadiga física ou fadiga psíquica.
Ainda define fadiga física, que ocorre quando o ser humano tem uma
redução na sua capacidade de trabalho porque a “máquina” encontra-se
38
sobrecarregada por algum fator do trabalho. E fadiga psíquica, ao contrário, é um
quadro de redução na capacidade de trabalho da pessoa ocasionado por uma
inadaptação psíquica do indivíduo a um – ou algun(s), aspecto(s) de sua realidade
de vida. Não é ocasionada apenas pelo trabalho, mas também pode ser por fatores
pessoais.
Como conseqüências, segundo o autor, pode ocorrer diminuição da
eficiência no trabalho, aumento da incidência de doença, absenteísmo elevado,
principalmente por doenças, aumento da renovação da mão-de-obra, acidente do
trabalho, característica “contagiosa”. Barbosa (2001, p. 35) em suas considerações
relata que é imprescindível ao administrador em suas inspeções, conhecer as
opiniões emitidas pelos envolvidos no ambiente de trabalho sobre suas reais
necessidades, para prevenção e soluções. Fatos e situações, até então, não
evidenciados, poderão aparecer através das opiniões sugeridas pelos envolvidos.
Comenta, ainda, que “a principal tarefa a ser buscada pelo administrador é antes de
tudo, preparar a organização para uma cultura voltada para a segurança”.
Com foco na segurança do trabalho, as instalações em uma organização,
devem ser planejadas segundo regulamentos, critérios, normas direcionadas ao
homem com políticas sociais e de trabalho. Há necessidade de se fazer o equilíbrio
dinâmico dessa abordagem sistêmica. Estas questões interferem na qualidade de
vida das pessoas no ambiente laboral (SIMCSIK, 1992, p. 107). Faz-se necessário
monitorar esses aspectos em uma organização com indicadores e metas para ações
gerenciais de promoção e prevenção com investimentos no planejamento e
implementação na organização.
Mesmo não contemplada na regulamentação para o serviço público, a
Norma Regulamentadora, n 5, denominada Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes de Trabalho (CIPA) é objeto de exemplo que determina a participação dos
níveis da estrutura hierárquica, assim como o envolvimento dos trabalhadores para
apontar observações e solicitações das condições de trabalho, propondo soluções
corretivas e preventivas (BRASIL, 1978),. Para contrapor e atender a legislação no
serviço público federal está proposto, “folder” do SIASS com orientações para a
criação das Organizações por Local de Trabalho – Saúde (OLT – Saúde) com
seguintes objetivos: “compete às unidades dos órgãos e entidades que compõem o
Sistema de Pessoal Civil (SIPEC), instituir e manter em funcionamento as OLTs que
têm como finalidade contribuir para uma gestão compartilhada”. Define as
39
atribuições e composição do SIASS (2009). Como a regulamentação específica de
legislação própria do serviço público federal, inexiste, nestes casos poder-se-á,
aplicar subsidiariamente a regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego,
legislação esta aplicada aos trabalhadores da iniciativa privada. Pela Norma
Regulamentadora n 1, com Disposições Gerais, (BRASIL, 1978), cabe ao
empregador adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as
condições inseguras de trabalho.
Para controle de ações preventivas no serviço publico, na adoção da
legislação do serviço privado, a Portaria nº. 3.214, de 1978, do Ministério do
Trabalho e Emprego, NR-09, estipula o Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA). Este documento é administrativo, e deverá ser aprovado pela
administração da instituição, pois, requer ações que dependem de prazos,
orçamento, planejamento financeiro entre outros. O plano, as metas e o cronograma
constituem o compromisso da administração para sua implantação.
Dorival (2006, apud SERRA 2010), enfatiza a evolução do processo na
gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), com diferentes focos. Demonstra
que as questões atuais estão relacionadas aos fatores organizacionais, como
mostrado na Figura 4:
40
Figura 4 - Etapas das abordagens na gestão da SST.
FONTE: Serra (2010, p. 4).
Pode-se inferir que, para o controle de atividades nos processos produtivos
de uma organização, há responsabilidades funcionais distintas: técnicas e
administrativas, diretas ou indiretas com relação à prevenção de acidentes e
doenças do trabalho. Soma-se a estas funções considerável volume de trabalho,
mesmo naqueles processos considerados produtivos exigindo maior atendimento a
estas questões.
Verifica-se na literatura científica relativa à gestão da saúde e segurança no
trabalho (SST) relativas à prevenção, uma série de estudos e aplicações apoiados
em conceitos para propor solução.
Para Franz (2009, p. 35), “de um modo geral, observa que nem as técnicas
específicas e nem os sistemas de gestão ou avaliação existentes contemplam, ao
mesmo tempo, as ações necessárias para gerenciar e atuar pontualmente na SST”.
Salienta ainda, que é possível esses recursos fornecerem orientações
complementares, e cita como exemplo o trabalho desenvolvido pela Organização
41
Européia para a Segurança do Tráfego Aéreo, utilizando-se de outras técnicas e
método não contemplados nos sistemas de gestão de SST.
Desta forma, práticas alternativas de prevenção podem ser aplicadas na
atenção à segurança, com o objetivo de levantar e indicar problemas que
comprometem a segurança do trabalho e suas conseqüências. Demonstra-se com
isto, que instrumentos com mínimo de orientações podem ser utilizados, como um
processo que facilite o desenvolvimento das atividades dos gestores administrativos.
42
3 GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA UFPR
Neste capítulo foram abordados as questões específicas das atividades de
Gestão da Segurança do Trabalho como um processo a ser incorporado na
organização, definida como:
Um conjunto de iniciativas da organização, formalizados através de políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização para auxiliá-la a estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas, conduzindo nas suas atividades com ética e responsabilidade social (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2006, p. 3).
A serem desenvolvidas em unidades administrativas da UFPR.
3.1 ÁREA ESPECIALIZADA EM SEGURANÇA DO TRABALHO DA UFPR
Por interesses da União e no controle de inúmeras disputas judiciais
trabalhistas, no início da década de 90, foram absorvidos os trabalhadores regidos
pelo Decreto-Lei nº. 5.452, de 01 de maio de 1.943, contratados pela Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), para o serviço público federal, Lei nº. 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, Regime Jurídico Único (RJU). Estes ficaram ligados ao Sistema
de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC) e aos Ministérios do Estado,
(MEIRELLES, 2000, p. 378).
Na ausência de política institucional que tratasse da segurança do trabalho a
gestão 1990 a 1994 da Universidade Federal do Paraná, instituiu um grupo de
estudo de especialistas para propor um programa de saúde e segurança do
trabalho, em março de 1990.
A elevada demanda à assistência à saúde dos Servidores, assim chamados,
ultrapassava os limites tradicionais das consultas médicas, dos atestados médicos
que comprovassem a incapacidade para o trabalho, demonstrando desigualdade
entre a oferta de serviços de saúde e o volume e a complexidade das necessidades
dos servidores.
Dentro deste contexto, o Grupo de Trabalho, em documento identificado
como “Programa de Saúde e Segurança do Trabalho”, Proposta Preliminar de
43
março/9010, sem referências dos componentes desta equipe de trabalho, contempla
que “após a realização de um diagnóstico empírico, reconheceu a necessidade de
desenvolver uma nova estratégia, que viesse corrigir as limitações das ações
desenvolvidas”. Este grupo utilizando-se do Cap. III, art. 230 da Lei nº. 8.112, de 11
de dezembro de 1990, que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Civis da
União, propôs a criação da Comissão Permanente de Saúde e Segurança do
Trabalho da UFPR, como unidade de apoio ao servidor e ao mesmo tempo
assessoria, aconselhamento e proposta de soluções para os problemas
relacionados com a saúde e segurança do trabalho.
A proposta da criação da Comissão Permanente de Saúde e Segurança do
Trabalho da UFPR, como órgão de “linha-staff” da Unidade de Apoio ao Servidor, é
de uma equipe multiprofissional especializados em Segurança e Medicina do
Trabalho, Psicologia, Assistência Social integrado à Unidade de Apoio ao Servidor.
Além destes, como conta a proposta, cada setor ou órgão da Universidade seria
representado por um servidor eleito sendo que o mesmo deveria estar envolvido
com o assunto do seu setor e seria o elo entre esta comissão e seus respectivos
setores.
A Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis da
Universidade Federal do Paraná, no uso de suas atribuições, preocupada com a
saúde e segurança dos trabalhadores, resolvem designar professores e técnicos
administrativos para constituírem uma Comissão de Saúde Ocupacional, pela
Portaria nº. 4.512/PRHAE, de 03 de abril de 1992, cuja portaria, não menciona o
nível hierárquico a que esta comissão estaria subordinada, como a proposta daquele
Grupo de Trabalho. Esta portaria designa para presidência da Comissão um
professor adjunto do 3º. Grau e seus componentes: um médico, um
engenheiro/área, dois auxiliares e um assistente em administração.
A referida portaria menciona as seguintes atribuições: aplicar os
conhecimentos de engenharia de segurança e medicina do trabalho ao ambiente de
trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de
modo a reduzir e até eliminar os riscos ali existentes à saúde do servidor; elaborar e
executar projetos de normas e sistemas para programas de engenharia de
segurança e medicina do trabalho – perícia médica e readaptação profissional;
10 Este é um documento oficial, com 14 paginas com timbre do Ministério da Educação e Universidade Federal do Paraná, é de acesso restrito ao setor de Segurança e Saúde Ocupacional.
44
avaliar as condições de trabalho, quanto ao ambiente e à organização do seu
desempenho, emitindo pareceres e laudos técnicos em busca de sua adequação,
caracterizando as atividades insalubres, perigosas e penosas, conforme determina o
Regime Jurídico Único; determinar, quando esgotados os meios conhecidos para
eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização pelo servidor, de
equipamentos de proteção individual (EPI), desde que a concentração, intensidade
ou característica do agente assim o exija; determinar, na persistência dos riscos,
mesmo reduzidos, condutas especiais de monitoração ambiental e pessoa para
acompanhamento de saúde, incluindo a remoção do servidor ou mudança radical ou
abolição daquela situação de trabalho; participar das atividades relacionadas à
saúde dos servidores, com ênfase na promoção e proteção específica aos acidentes
e doenças ocupacionais; executar exames médicos ocupacionais nos servidores, em
especial naqueles expostos a maior risco de acidentes de trabalho ou de doenças
profissionais; promover a realização de exames médicos periciais, de avaliação de
capacidade laborativa, com a emissão de pareceres técnicos e de orientação ao
servidor e à Administração; promover a realização de atividades de educação
através de programas de duração permanente e periódica; registrar em prontuários
próprios, as avaliações de saúde dos servidores, das suas condições de trabalho e
das recomendações especifica. Buscar dados e registro no sistema de informações
da UFPR; assessorar a Administração da UFPR nos casos /assuntos de saúde e
segurança dos servidores ou da comunidade em relação à Universidade.
Esta Comissão de Saúde Ocupacional (CSO) criada pela área de Recursos
Humanos, Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis (PRHAE) da
Universidade Federal do Paraná, evidenciou a área técnica de segurança do
trabalho incorporada no contexto da área da saúde, designou suas atividades no
nível operacional, quatro níveis da estrutura hierárquica da universidade:
subordinada à Unidade de Saúde da Comunidade esta, à Coordenação de Assuntos
Comunitários, e esta à Pró-Reitora de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis
(PRHAE), e esta pró-reitoria ao Reitor, desconsiderando as recomendações
sugeridas pelo Grupo de Trabalho.
Esta Comissão de Saúde Ocupacional (CSO) permaneceu em
desenvolvimento até 1997 quando se reconheceu a necessidade de reorganizar o
nome da Comissão para tornar um processo permanente na Instituição, uma
unidade na hierarquia da Instituição, com isto foi instituído como Serviço de
45
Segurança e Saúde Ocupacional (SESAO), pela Portaria nº. 12.739/PRHAE, de 29
de outubro de 1997, com as mesmas atribuições.
Na tentativa de manter no SESAO uma equipe estruturada, utiliza-se o
enquadramento adaptado da CLT, haja vista ser uma legislação ultrapassada, mas
esse procedimento, esbarra no serviço público que não tem instituído os cargos que
vem ao encontro com a legislação da CLT do Ministério do Trabalho e Emprego. A
exemplo disso temos: o médico do trabalho, assim como de técnico de segurança do
trabalho, componentes de fundamental importância para o desenvolvimento das
atividades de segurança e saúde do trabalho e que não consta na implantação de
cargos do Regime Jurídico. A partir daí, no final da década de 1990, a área de
recursos humanos, hoje chamada de Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas
(PROGEPE), não instituída em estatuto da Universidade ainda, envida esforços e
cria o cargo de Técnico de Segurança do Trabalho, de nível médio, diminuindo as
deficiências na composição de uma equipe de segurança do trabalho como ocorre
na iniciativa privada.
Estrutura organizacional do SESAO é: saúde do trabalho, segurança do
trabalho e administração. A equipe da saúde do trabalho é composta por dois
médicos do trabalho, três enfermeiros do trabalho, um assistente social, um
psicólogo, dois técnicos de enfermagem do trabalho, três auxiliares de enfermagem
do trabalho, com as seguintes atribuições: efetuar exames admissionais, periódicos,
avaliações de capacidade laborativa, retorno ao trabalho e mudança de função,
solicitando exames clínicos e complementares; realizar acompanhamento médico e
psicossocial com participação no processo de reabilitação do servidor afastado;
desenvolver e implementar programas de prevenção aos acidentes do trabalho e
doenças ocupacionais; realizar e acompanhar o controle sorológico dos acidentes
com material biológico; efetuar programas especiais de vacinação contra Hepatite B,
Tétano e Gripe; elaborar e manter relatórios e estatísticas pertinentes; manter os
prontuários médicos atualizados; implementar e acompanhar o Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO); agendar consultas; desenvolver
programas de controle e acompanhamento de doenças crônicas.
Na segurança do trabalho estão lotados dois engenheiros do trabalho, dois
técnicos de segurança do trabalho e as suas atribuições são: orientar e acompanhar
a elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) nas
unidades administrativas; especificar os Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s)
46
a serem utilizados nos processo de compras da Instituição; ministrar treinamento de
segurança do trabalho; realizar visitas técnicas e vistorias periódicas; elaborar
pareceres especializados; elaborar e manter relatórios e estatística pertinente;
instruir processos para a concessão de adicionais de periculosidade.
Na administração encontram-se um administrador, dois assistentes
administrativos, com atribuições tais como: receber e registrar os processos da
Unidade; arquivar documentos do Serviço; digitar ofícios, ordens de serviços e
outros; protocolar documentos; atender pessoas/telefone; efetuar pedidos de
materiais ao almoxarifado; providenciar a impressão ou fotocópia de documentos;
efetuar o controle de bens patrimoniais, consumo dos materiais, férias, licenças
médicas e outros; solicitar encadernação, consertos, manutenção e outros; elaborar
e manter relatórios e estatística pertinentes.
3.2 BREVE HISTÓRICO DA SEGURANÇA DO TRABALHO NA ADMINISTRAÇÃO
DA UFPR
Com a pesquisa regimental na UFPR esquematizamos a estrutura da
legislação que rege sua função.
Figura 5 - Estrutura Regimental da UFPR.
47
A localização da Pró-Reitoria de Recursos Humanos e Assuntos Estudantis
(Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas – Progepe, atualmente) na estrutura
organizacional da UFPR está mostrada na Figura 06.
Figura 6 – Parte do Organograma da UFPR.
Conselho de Direção Reitoria Pró-Reitoria de Gestão de
Pessoas (PROGEPE)
Coordenadoria de Atenção
Integral a Saúde do Servidor (CAIS)
SIASS
Serviço de Segurança e Saúde
Ocupacional (SESAO)
Segurança do
Trabalho Administração Saúde
Ocupacional
3.2.1 Atividades de Segurança do Trabalho dos Gestores Administrativos na UFPR
Observa-se no Estatuto da Universidade Federal do Paraná-UFPR fundada
em 19 de dezembro de 1.912 e restaurada em 1º de abril de 1946, que é autarquia
de regime especial com autonomia administrativa, financeira, didáticas e disciplinar,
mantida pela União Federal nos termos da Lei nº. 1.254, de 4 de dezembro de 1950.
A sua constituição prevê como princípios de organização na sua estrutura orgânica
unidades denominadas setores com plena utilização de recursos humanos e
materiais entre outros princípios. Estas unidades setoriais organizam-se de forma a
atender projetos político-pedagógicos de ensino e da pesquisa e o sistema
profissionalizante e de pesquisa aplicada.
48
No capítulo II do Estatuto a administração das unidades setoriais organiza-
se com o objetivo de estabelecer o regime de cooperação entre os docentes de
modo a favorecer a interdisciplinaridade e a integração do ensino, pesquisas e
extensão, com uma estrutura hierárquica composta de órgão de direção tais como: o
conselho setorial e a diretoria. O conselho setorial considerado órgão deliberativo e
consultivo das unidades universitárias, e integrado pelos: diretor e seu presidente,
vice-diretor, chefes de departamento ou detentores de outros cargos ou funções
equivalentes, coordenadores de cursos de graduação, técnicos e ensino médio,
entre outros integrantes. A direção dos setores órgão executivo e de coordenação,
fiscalização e superintendência das atividades é exercida pelo diretor com mandado
de quatro anos, permitida uma recondução ao mesmo cargo.
O Artigo 37 do citado Estatuto da UFPR trata das atribuições do diretor de
setor dentre elas: praticar os atos necessários à administração da área setorial de
sua jurisdição, aplicar as verbas próprias destinadas ao funcionamento das
atividades setoriais, fiscalizar os serviços da unidade, dar cumprimento às
determinações do conselho setorial, convocar e presidir as reuniões de conselho
setorial, ordenar as despesas da unidade, organizar a proposta orçamentária da
unidade, levando em conta os planos organizados pelos departamentos entre outras
atribuições.
Considerando ainda a estrutura universitária para efeito de organização
administrativa, o art. 38 define subunidades denominadas de departamentos com
objetivo comum do ensino e da pesquisa, criados atendendo a requisitos tais como:
agrupamento de disciplinas afins abrangendo áreas significativas de conhecimento,
disponibilidade de instalações e equipamentos entre outros requisitos. Já o art. 39
define a chefia e respectiva suplência de departamento, para um período de dois
anos, podendo se reconduzidos uma vez. As atribuições dos departamentos são
fixadas no Regime Geral conforme Art. 40 do Estatuto da UFPR.
O capítulo II, art. 50 do Estatuto trata, do colegiado de curso que faz a
coordenação didática de cada curso, constituído por um coordenador e vice-
coordenador, com atribuições dispostas no Regimento Geral da UFPR.
Já o Regimento Geral da Universidade Federal do Paraná – UFPR, dispõem
sobre a constituição de suas unidades chamadas de setores e dos órgãos
suplementares assim, como disciplina as atividades administrativas e didáticas.
49
O art. 3º do Capítulo II, Unidades Setoriais, do Regimento Geral estrutura e
define a composição das unidades setoriais que funcionam com seus regimentos
próprios, como órgão de programação e execução das atividades de ensino,
pesquisa e extensão. A administração setorial é formada pelo conselho setorial e
pela diretoria que são organizados para autonomia de encaminhamentos à
presidência que é o próprio diretor da unidade setorial. A elaboração do regimento
setorial é uma das competências do conselho setorial. Outra competência constante
no inciso VI, do art. 34, regula a planificação dos departamentos na proposta
orçamentária a ser encaminhada aos órgãos superiores da Universidade e se
destaca no sentido de obter recursos financeiros, importante para o desenvolvimento
do setor. O inciso XVII do mesmo art., expressa a decisão de recursos.
O art. 30, da Seção IV, Reitoria, do Regimento Geral da UFPR, considerado
como órgão executivo da administração superior, conta com o serviço de Pró-
Reitoria de Gestão de Pessoas, exercida pelo Conselho de Direção da Reitoria na
presidência do Reitor. A definição da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas assim com
as suas atribuições definidas pelo Conselho de Direção da Reitoria, estão dispostos
no Regimento da Reitoria. Esta estrutura está ligada diretamente ao órgão
especializado em segurança do trabalho que, assessoram os órgãos da
administração setorial assim com a administração departamental.
Na estrutura setorial dentre outras atribuições do diretor pode-se observar no
art 37, inciso VI a proposta orçamentária inclusa no art. 34, para decidir recursos ao
setor que poderiam reverter para manutenção e melhoria das condições de trabalho
dos servidores. No estudo efetuado nas competências: do departamento e dos
chefes de departamento não se encontra atribuições que defina manutenção das
condições de trabalho, deixando a cargo de outra instância para exercer estas
competências. O administrador: diretor, chefe, coordenador no regimento foi focado
para o desenvolvimento das atividades didáticas somente.
50
4 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
Para alcançar os objetivos do estudo foram desenvolvidos procedimentos
metodológicos que passam a ser descritos a seguir.
4.1 ANÁLISE DE GESTÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO
Os conceitos de gestão de segurança do trabalho apresentados nos
capítulos anteriores norteará a criação e utilização da análise dos dados coletados
junto ao Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, por meio de
instrumentos para a coleta das informações. Dois passos foram adotados na
realização dos trabalhos para coleta de dados em campo: entrevistas com gestores
administrativos e questionário semi-estruturado com subordinados destes gestores.
Na montagem dos instrumentos utilizados, para levantar as informações,
foram definidas variáveis para analisar o estado de gestão da segurança do
trabalho, tendo como fonte as pesquisas bibliográficas.
Após estudo bibliográfico e o diagnóstico empírico preliminar, foi constatado
a necessidade de criar referências que levantassem o estado da gestão da
segurança do trabalho segundo a percepção dos atores envolvidos na organização,
que poderiam ser os chefes dos departamentos e seus subordinados, prevendo de
que forma seriam feitas as coleta de dados entre os mesmos.
Identificamos uma sequência de termos que mostraria de que modo seria o
entendimento sobre as questões ligadas à gestão da segurança do trabalho junto
aos atores envolvidos, para diagnosticar o nível de estado desta na UFPR.
Posto isto, adotou-se palavras que estariam ligadas ao processo de gestão
da segurança do trabalho na organização. Iniciamente, foram adotadas dezesseis
palavras que chamamos de “palavra-chave”. Utilizando-se de software, Adobe
Reader 9, efetuamos a pesquisa das palavras-chave, encontrando os resultados que
demonstrariam o que a fundamentação teórica estaria nos dizendo. Estes resultados
estão na coluna “tema / pergunta”, conforme Quadro 01.
Tendo por base a incidência das expressões que constituem os
fundamentos teóricos do estudo, foi possível definir onze palavras que direcionaram
as pesquisas das onze variáveis.
51
Quadro 1 - Levantamento de incidências das palavras-chave
PALAVRA-CHAVE INCIDÊNCIA TEMA / PERGUNTAS Estratégia 02 08
Gestão 53 01 Gestor Administrativo 06 03
Gestores Administrativos
14 03
Gestores Especialistas 04 04 Inspeções 06 09
Manutenção 15 06 Melhoria 10 10
Planejamento 14 08 Práticas 10 07
Promoção 14 05 Sistema de Gestão 08 01
Tecnologias 07 06 Vigilância 10 11
Competência 04 02 Assessoria 20 03
FONTE: O autor
Com as variáveis de pesquisa definidas foi possível configurar o Sistema de
Avaliação de Desempenho em Segurança do Trabalho na Instituição, com atores
envolvidos no processo, gestores administrativos e especialistas e seus
subordinados do Setor de Tecnologia da UFPR, demonstrado na Figura 07.
Estas variáveis foram utilizadas nas perguntas das entrevistas e nas
perguntas dos questionários aplicados no setor adotado. Tal prática é referendada
por Lakatos e Marconi (1991, p. 200).
52
Figura 7 - Relacionamentos da Gestão de Segurança do Trabalho com Variáveis
FONTE: O autor
Para relacionar os discursos com as respostas dos atores envolvidos,
utilizou-se as mesmas variáveis constituídas anteriormente.
Tendo definidas as variáveis, foram adotadas classes para ponderá-las.
Definiu-se assim, critérios de uma escala de respostas (Quadro 02) tanto para as
falas das entrevistas como para as respostas dos questionários.
Quadro 2 – Elementos de Diagnóstico nas Variáveis
Escala de Classificação das Respostas
Acontece
Acontece e há contribuição
Acontece muito pouco
Não acontece
Não acontece, mas há contribuição.
Não respondeu a pergunta
Não soube responder a pergunta
FONTE: O autor
53
Com estes elementos faz-se as análises das combinações entre as variáveis
definidas para a análise de conteúdos.
4.2 COLETA DE DADOS
Para coletar os dados optou-se por utilizar entrevistas e questionários cujos
procedimentos estão descritos abaixo.
4.3 UNIVERSO DA PESQUISA
Ocorreu inicialmente (ANEXO I) junto ao Diretor do Setor de Tecnologia, em
que foi efetuada uma explicação do propósito do trabalho para o seu setor e para a
segurança no trabalho, com vistas à elaboração de uma proposta de um plano de
ação será melhoria da gestão da segurança do trabalho na UFPR. Nesta visita foi
disponibilizado, pelo Diretor, o nome dos Chefes de Departamento e Coordenadores
de Cursos do Setor, além do consentimento oficial para a realização da pesquisa.
O Setor de Tecnologia da UFPR, por meio de seus Chefes de
Departamentos e Coordendadores de Cursos e seus subordinados, isto é, Docentes
e Técnicos Administrativos, constituíram o universo pesquisado.
O Quadro 03 indica as Unidades que constituem o Setor de Tecnologia em
sua configuração, aponta também o número de atores envolvidos na pesquisa e
percentual de entrevistas elaboradas.
54
Quadro 3 – Identificação dos atores envolvidos e participantes na pesquisa
Unidades Numero Atores Entrevistados
Chefes de Departamentos 11 60,0%
Coordenadores de Cursos
de Graduação
08 33,3%
Coordenadores de Cursos
de Pós-Graduação
12 6,7%
Totais 31 100,0%
FONTE: O autor.
Quadro 4 – Distribuição dos questionários por Unidades Administrativas
Unidades Entregues Participantes
Arquitetura e Urbanismo 33 9,3%
Construção Civil 32 9,3%
Engenharia Elétrica 50 7,0%
Engenharia Mecânica 55 23,3%
Engenharia Química 32 7,0%
Transportes 17 4,7%
Hidráulica e Saneamento 20 9,3%
Engenharia Ambiental 9 2,3%
Engenharia Bioprocessos e
Biotecnologia
9 9,3%
Engenharia Produção 11 7,0%
Direção 10 11,6%
Totais 278 100,0%
FONTE: O autor.
No Quadro 4 foram identificados os atores envolvidos por Unidades com
questionários, isto é, os percentuais de participantes nesse processo de
investigação.
Em relação às entrevistas obteve-se participação significativa, pois 50% dos
atores participaram das entrevistas. Com relação aos questionários o índice
participante foi de 15,47%.
55
4.4 ENTREVISTAS
Para as entrevistas foi elaborado um roteiro semi-estruturado com onze
perguntas abertas (ANEXO III). Foram agendadas as datas de entrevistas a serem
realizadas nos locais e horários de trabalho, em ambiente reservado. A cada
entrevista, foi apresentado o plano de trabalho e esclarecida a sua importância,
solicitando ao entrevistado permissão para sua gravação, assim como, liberdade
para pedir esclarecimentos. Foi solicitado também aos entrevistados, assinar termo
de consentimento livre e esclarecido (ANEXO VI).
O desenvolvimento da entrevista ocorreu com certa relação de confiança
entre o entrevistador e o entrevistado. Comprovando o exposto por Lakatos e
Marconi (1991, p. 199).
No encerramento da entrevista, procurou-se enfatizar que estas questões
são importantes e que os resultados do trabalho serão informados aos participantes.
No registro das informações foi utilizado aparelho de gravação de áudio
(SONY, IC Recorder, Modelo ICD-P520) e conversão de áudio para mp3 pelo
software Digital Voice Editor, Versão 3.0.00 – SONY. Após esta conversão, as falas
foram transcritas para Banco de Dados, aplicativo da Microsoft Access 2002.
4.5 QUESTIONÁRIO
O questionário, instrumento de observação direta extensiva, elaborado com
o mesmo tema e ordem das perguntas das entrevistas, foi respondido por escrito
sem a presença do entrevistador. Entregue nos escaninhos dos entrevistados
localizados nas Secretarias dos Departamentos, onde depois de preenchido, o
respondente devolveu do mesmo modo. Ao questionário foi apensada carta de
apresentação (ANEXO V), explicando a natureza da pesquisa e sua importância. Na
contextualização do questionário adotou-se incluir um caput explicativo para ajudar
na conceituação do que continha a pergunta.
56
4.6 PREPARAÇÃO DO ESCOPO DOS TRABALHOS
A configuração do sistema das entrevistas com Chefes de Departamento e
Coordenadores de Cursos e dos questionários com Subalternos, com Docentes e
Técnico Administrativos, está indicada na Figura 08.
Figura 8 – Configuração Entrevistas e Questionários
FONTE: O autor.
4.7 AMBIENTE PARA TRATAMENTO DOS DADOS
Para armazenamento e tratamento dos dados coletados nas entrevistas e
nos questionários, adotou-se banco de dados disponível em software da Microsoft
Access 2002.
A configuração entre as tabelas que armazenam os dados é mostrada na
Figura nº. 09. Na criação do sistema, considerou-se a necessidade de
57
armazenamento e buscas de dados para análises dos mesmos, evidenciando o uso
da linguagem, bem como, a análise do significado semântico-programático da
conversação (GODOI; MELLO; SILVA, 2007).
Figura 09 – Relacionamento entre tabelas de dados.
FONTE: O autor.
Montada a estrutura do sistema, os dados coletados das entrevistas e dos
questionários foram carregados.
TRATAMENTO DOS DADOS DAS ENTREVISTAS
Com os dados carregados das entrevistas, foi realizada pelo pesquisador
análise das respostas recebidas dos atores envolvidos e descritas nos campos
específicos: a recuperação do momento da entrevista no campo
(RecuperMomenEntrev), a contextualização programática do diálogo no campo
58
(ContextProgrmDiálogo) e a parametrização no campo de elementos de variáveis,
conforme Figura 10.
Figura 10 – Análises das Entrevistas
FONTE: O autor.
TRATAMENTO DOS DADOS DOS QUESTIONÁRIOS
Da mesma forma, com os dados carregados, foi analisada pelo pesquisador
a contextualização das respostas recebidas nos questionários, descritas no campo
específico da contextualização, como mostra a Figura 11.
59
Figura 11 – Análise dos Questionários
FONTE: O autor.
Após a sistematização dos dados foram elaboradas as pesquisas por
elementos (classes) no sistema e emitidos relatórios que possibilitaram analisar os
mesmos.
Nas telas 10 e 11, referente às respostas dos autores, foi possível
determinar os elementos a cada respostas das entrevistas e dos questionários.
4.8 ANÁLISE DOS DADOS
Tomando por base o sistema de coleta de dados constituído passou-se a
analisar os resultados, em relação às variáveis definidas no estudo.
60
4.8.1 Variável: 01 Acesso à informação.
Definição: Na sucessão de gestores na Universidade, quais as informações
são repassadas para os novos gestores para dinamizar e fortalecer o processo de
gestão da segurança do trabalho.
Na percepção dos gestores 53,33% acredita ocorrer repasse de
informações, mesmo que 33,33% diga que o acesso acontece muito pouco e os
restantes que acontece e há contribuição conforme Figura 12.
Tal resultado revela que o acesso à informação é deficitário, porém vale
destacar que 13,33% dos respondentes sugerem contribuições para saná-lo:
- Nós estamos muito incipientes nessa área ainda, não há uma, não vejo como gestora uma efetiva política de segurança do trabalho apesar, de que na nossa área de atuação aqui é mais na parte didática e pedagógica.
- até o ano passado eles melhoraram muito a coleta de resíduos, normatizando, mas eu acho que esta precisando ter ainda no sentido de conscientizar e deixar mais do dia a dia, uma coisa assim que fosse cultural, na hora que você vai descartar o produto, ou venceu ou o prazo de validade de qualquer coisa, você já sabe exatamente como fazer, sem grandes dificuldades. Hoje eu acho que ainda tem assim, você tem que pensar: que produto é, como é que vai descartar, onde é que eu acho a embalagem, quem que vai buscar então, é uma série de procedimentos que ainda não estão facilitando muito. Agente sabe que existe, mas, entre saber que existe e até efetivamente a gente saber o que colocar, isso poderia melhorar um pouco.
Figura 12 - Variável acesso à informação – Administradores
33,33%
26,67%
20,00%
13,33%
6,67%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Acontece muito pouco
Não acontece
Acontece e há contribuição
Não acontece, mas há contribuição
Acontece
% Ocorrência da Variável
61
Na visão dos subordinados, retratada na Figura 13, observa-se que 69,05%
consideram que existe acesso à informação. Destes 26,19% acreditam haver
contribuição, 21,43% já acham que o acesso embora aconteça é bastante restrito, e
os demais não se manifestaram sobre como ocorre estas contribuições.
- Acho que a melhoria, se necessária for, consiste em atender às normas pertinentes sobre o tema.
- Fornecendo informações com relação à segurança nos laboratórios em que ministro aulas.
- Tendo material necessário, ambiente favorável de trabalho.
- Cumprindo as normas e investindo em reformas.
- Maior preocupação com a ergonomia (luminotécnica / organização espacial / qualidade do mobiliário / etc.)
- Observando e relatando as condições que eventualmente podem ocasionar situações de risco.
- Melhorar a qualidade dos serviços de manutenção, pois temos acidentes com equipamentos velhos.
Figura 13 - Variável acesso à informação - Subordinados
7,14%
7,14%
7,14%
9,52%
21,43%
21,43%
26,19%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%
Não acontece
Não acontece, mas há contribuição
Não soube responder a pergunta
Não respondeu a pergunta
Acontece
Acontece muito pouco
Acontece e há contribuição
% Ocorrência da Variável
A percepção dos gestores revela que o acesso à informação acontece muito
pouco ou não acontece, porém indicam que apesar da pouca efetividade de aceso à
informação há certa contribuição desta no processo.
Informam os gestores que:
- Nós estamos muito incipientes nessa área ainda, não há uma, não vejo como gestora uma efetiva política de segurança do trabalho apesar, de que na nossa área de atual aqui é, mais na parte didática e pedagógica.
62
- [...] até o ano passado eles melhoraram muito a coleta de resíduos, normatizando, mas eu acho que esta precisando ter ainda no sentido de conscientizar e deixar mais do dia a dia, uma coisa assim que fosse cultural, na hora que você vai descartar o produto, ou venceu ou o prazo de validade de qualquer coisa, você já sabe exatamente como fazer, sem grandes dificuldades. Hoje eu acho que ainda tem assim, você tem que pensar: que produto é, como é que vai descartar, onde é que eu acho a embalagem, quem que vai buscar então, é uma série de procedimentos que ainda não estão facilitando muito. Agente sabe que existe, mas, entre saber que existe e até efetivamente a gente saber o que colocar, isso poderia melhorar um pouco.
- O serviço público cumpre muito pouco o que impõem a iniciativa privada nas suas leis.
- Como chefe eu diria o seguinte as instalações, por exemplo, nós vemos taco soltos, eu diria que falta de recursos ou até de gestão de manutenção. Existe uma dificuldade muito grande em termos de manutenção dentro da Universidade.
Quando entrevistados os gestores revelaram suas preocupações e vivências
relativas à segurança do trabalho, mas não apontaram claramente sua visão sobre a
variável em debate.
- Acho que a melhoria, se necessária for, consiste em atender às normas pertinentes sobre o tema.
- Fornecendo informações com relação à segurança nos laboratórios em que ministro aulas.
- Tendo material necessário, ambiente favorável de trabalho.
- Cumprindo as normas e investindo em reformas.
- Maior preocupação com a ergonomia (luminotécnica / organização espacial / qualidade do mobiliário / etc.)
- Observando e relatando as condições que eventualmente podem ocasionar situações de risco.
- Melhorar a qualidade dos serviços de manutenção, pois temos acidentes com equipamentos velhos.
Conscientizar os trabalhadores.
Da mesma forma, os subordinados não comentam o acesso à informação,
mas sugerem melhorias para as rotinas de seu contexto de trabalho.
Demonstram em suas falas a necessidade de que se estabeleça um diálogo
entre gestores e subordinados, com vistas à superação da problemática subliminar
em seus discursos.
Pode-se aferir que há necessidade de melhoria em suas práticas, pois estes
são os profissionais com funções administrativas que têm como prioridade obter a
63
eficácia e a eficiência da estrutura organizacional. Ainda suas percepções revelam
que o serviço público tem dificuldades para gerenciar seus problemas e questões
relacionadas à segurança e saúde no trabalho.
De acordo com Monteiro e Duarte (2007), o clima de segurança é
proveniente das percepções partilhadas sobre procedimentos e práticas de
segurança e constituem-se na cultura de segurança da organização. Segundo essa
ótica a pesquisa indica que é importante que se desenvolva uma abordagem
sistemática organizacional direcionada para a melhoria de qualidade de vida dos
trabalhadores tendo em vista as condições de trabalho e saúde.
As análises possibilitam reforçar os estudos nesse sentido, pois há
unanimidade entre os autores quando discorrem sobre a importância do acesso à
informação.
4.8.2 Variável: 02 Conhecimento sobre as atribuições.
Definição: Está descrita nas atribuições do Chefe do Departamento e do
Coordenador de Cursos a responsabilidade sobre assunto de segurança do trabalho
para monitorar os processos de trabalho.
Com relação à variável 2 os administradores apontam que conhecem as
atividades de prevenção em segurança do trabalho na sua área de competência. O
índice 73,33%, comprova tal percepção, conforme a Figura 14.
A fala de alguns entrevistados corrobora os números:
- Agora em laboratórios é que a gente precisaria realmente cuidar disso, se vier da parte não do descarte de resíduos, mas da segurança para o professor, para os técnicos e para os alunos propriamente dito.
- Indicam hoje um comitê que pudesse avaliar sistematicamente as condições de trabalho principalmente em sala de aula em gabinetes de professores que são insalubres,
- existe o risco químico, com micro organismos existe o risco biológico então, eu acho que seria interessante para o calouro, na semana do calouro uma palestra sobre riscos que o aluno pode estar exposto, seria uma idéia.
64
Figura 14 - Variável conhecimento sobre as atribuições - Administradores
6,67%
20,00%
33,33%
40,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Não acontece, mas hácontribuição
Acontece muito pouco
Acontece
Acontece e hácontribuição
% Ocorrência da Variável
Os resultados indicados pelos subordinados na Figura nº. 15, apontam que a
maioria dos respondentes (45,24%), informa que as atribuições não estão
incorporadas no desenvolvimento de suas atividades relativas à segurança do
trabalho.
Algumas contribuições sobre a questão foram evidenciadas em suas falas:
- É observado avisos de segurança nos laboratórios, uso de EPI's, limpeza, proteção. - Constatar as situações de risco e tomar as providências necessárias para saná-las.
Figura 15 - Variável conhecimento sobre as atribuições - Subordinados
9,52%
9,52%
9,52%
11,90%
14,29%
45,24%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Acontece e há contribuição
Acontece muito pouco
Não respondeu a pergunta
Não soube responder a pergunta
Acontece
Não acontece
% Ocorrência da Variável
65
Os dados quantitativos revelam que há pouco conhecimento sobre as
atribuições descritas nos documentos oficiais da Instituição.
A maioria das falas dos atores continua indicando sugestões de melhorarias.
Somente uma delas revela as dificuldades oriundas da falta de conhecimento.
- Agora em laboratórios é que a gente precisaria realmente cuidar disso, se vier da parte não do descarte de resíduos, mas da segurança para o professor, para os técnicos e para os alunos propriamente dito.
- Indicam hoje um comitê que pudesse avaliar sistematicamente as condições de trabalho principalmente em sala de aula em gabinetes de professores que são insalubres,
- [...] existe o risco químico, com micro organismos existe o risco biológico então, eu acho que seria interessante para o calouro, na semana do calouro uma palestra sobre riscos que o aluno pode estar exposto, seria uma idéia.
- A própria administração não cumpre as suas atribuições. Não há política, não há recursos. Os gestores estão mais preocupados com fotos, jornais. O pesquisador está muito desamparado.
Da mesma forma os subordinados não fazem menção às atribuições.
- É observado avisos de segurança nos laboratórios, usos de EPI's, limpeza, proteção.
- Constatar as situações de risco e tomar as providências necessárias para saná-las.
O desconhecimento das atribuições não indica incompetência dos gestores
e subordinados, pois foi possível constatar que o Regimento da Universidade prevê
para os administradores chefes de departamento e coordenador de cursos, ações
focadas para o desenvolvimento das atividades didáticas somente, por que não se
encontram atribuições que definam manutenção das condições de trabalho. Estas
atribuições são observadas somente para os Diretores de Setor.
Na estrutura setorial dentre outras atribuições do diretor, observa-se que a
responsabilidade na proposta orçamentária da decidir a distribuição dos recursos
financeiros é do setor e, que estes podem ser direcionados para manutenção e
melhoria das condições de trabalho dos servidores.
No estudo efetuado nas competências do departamento e dos chefes de
departamento não se encontram atribuições que definam manutenção das
condições de trabalho, deixando a cargo de outra instância o exercício destas
competências.
66
Tal fato provocou mudanças no direcionamento destas questões
relacionadas à saúde e segurança do servidor público, pelo o Decreto nº. 5.961, de
13 de novembro de 2007, que instituiu o Sistema Integrado de Saúde Ocupacional
do Servidor Público Federal (SISOSP), marco que define atribuições para formalizar
e uniformizar procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor
público, e todos os que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração
Pública Federal (SIPEC) de competência da Secretaria de Recursos Humanos do
Ministério do Planejamento e Orçamento de Gestão, numa tentativa em agilizar as
ações de prevenção e promoção da segurança do trabalho no serviço público.
Esta situação continua mantendo o desconhecimento das atribuições e
conseqüentemente a ausência das práticas de segurança no trabalho.
Percebe-se ainda que o decreto quando praticado talvez provoque
mudanças na hierarquia institucional, acertando neste sentido as atribuições.
Boog (1999, p. 619), reforça a necessidade de tratar os valores
organizacionais:
[...] na hierarquia das organizações deve-se vincular o sistema de
valores organizacionais para aprimorar a segurança do trabalho.
Hierarquia supõe um sistema de poder. Poder é força, é capacidade
de influenciar comportamentos e resultados. No que se refere à
Segurança, são importantes à análise da relação chefe-subordinado,
o exercício da autoridade e a influência na prevenção de acidentes
[...].
Isto nos remete à necessidade de rever as atribuições dos administradores
em nível operacional, isto é, dos Chefes de Departamentos e dos Coordenadores de
Cursos, a serem direcionadas a uma Política de segurança no trabalho com vistas à
efetiva prática estabelecida pelo Decreto.
4.8.3 Variável: 03 Interações entre gestores Administrativos e Especializados.
Definição: Existem assessorias em segurança do trabalho para prevenção
de acidentes e doenças do trabalho.
67
Como pode ser observado na Figura 16, 86,67% dos Administradores não
percebem as interações entre gestores administrativos e gestores de assessoria
especializada nas atividades de segurança do trabalho. Tal dado requer intervenção.
Figura 16 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados - Administradores
6,67%
6,67%
86,67%
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00%
Acontece muitopouco
Não acontece,mas há
contribuição
Não acontece
% Ocorrência da Variável
Já 60,50%, dos subordinados referem que não existe, ou existe muito
poucas ações de interações entre seus chefes e os gestores especializados (Figura
17).
Algumas contribuições sobre a questão foram encontradas nas falas:
- É apenas satisfatório. Há pouquíssimas situações de risco devido à natureza do trabalho. Realização de palestras com especialistas no assunto.
- Pouca conscientização ambiental / falta de preocupação com tais acidentes / despreparo. Avisos / lembretes sobre melhores atitudes em relação a pessoas / objetos e serviços.
- Acho que os gestores é que devem propor as melhorias.
- É precário. Falta de informação. Mais profissionais para ajudar.
- Reuniões e troca de experiência.
68
Figura 17 - Variável interações entre gestores Administrativos e Especializados - Subordinados
4,65%
6,98%
6,98%
13,95%
13,95%
18,60%
34,88%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
Não soube responder a pergunta
Não acontece, mas há contribuição
Não respondeu a pergunta
Acontece
Acontece e há contribuição
Não acontece
Acontece muito pouco
% Ocorrência da Variável
Neste quesito percebe-se uma visão semelhante entre os dois grupos,
indicando que existe um déficit de interação entre os profissionais que atuam nas
atividades com responsabilidades relacionadas com segurança do trabalho.
Áreas do saber estão ligadas à eficiência e eficácia em um processo
produtivo. Áreas estas requerem muitas vezes conhecimentos específicos que
dependem de assessorias especializadas, para obter resultados satisfatórios no
controle desses processos. Estas assessorias estão ligadas à troca da informação
entre gestores administrativos e assessores especialistas. Esta demanda de
informações auxilia por vezes a organização na minimização ou até na eliminação
dos problemas relacionados à produtividade. Dentre destes conhecimentos a saúde
e segurança no trabalho são fatores de importância para obtenção dos resultados.
Com relação à variável 3, os índices revelaram que não acontece interação
entre os gestores administrativos e de especializados (86,67%).
Neste sentido, os discursos dos atores envolvidos revelam que a interação é
satisfatória.
- É apenas satisfatório. Há pouquíssimas situações de risco devido à natureza do trabalho. Realização de palestras com especialistas no assunto.
- Pouca conscientização ambiental / falta de preocupação com tais acidentes / despreparo. Avisos / lembretes sobre melhores atitudes em relação a pessoas / objetos e serviços.
- Acho que os gestores é que devem propor as melhorias.
69
- É precário. Falta de informação. Mais profissionais para ajudar.
- Reuniões e troca de experiência, não existe..
- Existe uma Pró-Reitoria de Planejamento e a Direção do Setor. Então tudo deve ser reportado a direção do Setor. Das necessidade de aprovação de projetos nos Órgão Públicos. Mas entre os gestores em segurança do trabalho na UFPR, isso não ocorre.
- Não existe qualquer entrosamento.
Aspectos de conflitos podem surgir nos processo entre atividades de
gestores e especialistas, afirma Oliveira (2010), podem ser bons ou maus para a
organização, requerem adequada atenção dos executivos e devem ser vistos como
uma variável interveniente na administração da instituição.
Segundo Oliveira (2010, p. 152), existem duas formas de diferenciar as
atividades em uma organização: as atividades de linha e as atividades de
assessoria. Relata ainda o autor:
Na primeira forma, considera-se que as unidades organizacionais de linha têm ação de comando, enquanto as unidades organizacionais de assessoria não têm ação de comando, pois apenas aconselham as unidades de linha no desempenho de suas atividades. Na realidade, podem-se considerar as atividades de linha como as diretamente ligadas às de operacionalização das atividades da empresa, enquanto as atividades de assessoria estão mais ligadas ao aconselhamento, análise e estudos das atividades do chefe, procurando, principalmente, liberá-lo de algumas tarefas de estudos e pareceres.
Para tanto os relacionamentos entre gestores administrativos e gestores de
assessoria especializada nas atividades de segurança do trabalho na Instituição
devem ocorrer e estar inclusos na Política de segurança, ainda mais, pertencer a um
Órgão de ‘linha-staff’ na hierarquia da Instituição para fortalecer o processo de
interações entre estes níveis.
4.8.4 Variável: 04 Troca de Informações entre gestores administrativos
Definição: O processo de gestão da segurança do trabalho está incorporado
na Administração da Universidade.
70
Os gestores administrativos indicam com índice de 64,28%, que não
acontece ou que acontece muito pouco as troca de informações entre gestores,
entretanto, 21,43% apontam que acontece.
Deduz-se destes resultados que há dificuldade em garantir troca de
informação.
Das falas algumas contribuições podem ser elencadas:
-Tem reuniões periódicas, na realidade isso parte de uma necessidade, aqui dentro da universidade tudo parte de uma necessidade. É difícil alguma coisa por exemplo, ou você cria a necessidade ou a necessidade por força da situação por exemplo:
Figura 18 - Variável troca de informações entre gestores administrativos - Administradores
7,14%
7,14%
21,43%
28,57%
35,71%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
Acontece e há contribuição
Não acontece, mas há contribuição
Acontece
Não acontece
Acontece muito pouco
% Ocorrência da Variável
Destaca-se na Figura 19, que 72,10% dos respondentes indicam que há
pouca ou não acontece a troca de informação entre os subordinados e suas chefias
na gestão da UFPR. Observa-se que há um corte entre o que se planeja na
Administração e as necessidades dos subordinados.
Esta afirmação é constatada nas falas dos envolvidos:
71
Figura 19 - Variável troca de informações entre gestores administrativos - Subordinados
2,33%
2,33%
6,98%
16,28%
27,91%
44,19%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Não acontece, mas há contribuição
Não soube responder a pergunta
Não respondeu a pergunta
Acontece
Não acontece
Acontece muito pouco
% Ocorrência da Variável
-Tem reuniões periódicas, na realidade isso parte de uma necessidade, aqui dentro da universidade tudo parte de uma necessidade. Não acontece a troca de informações, ou você cria a necessidade ou a necessidade por força da situação, por exemplo.
- Não são discutidas, não há plenárias de discussão, nos trinta e dois anos nesta UFPR. O professor gostaria de participar.
Fica evidenciado que o processo de trocas de informações gerenciais
voltadas às abordagens de melhorias do ambiente interno de trabalho é fator
preocupante para a questão levantada pelo gestor no seu relato.
A pesquisa indicou que, a área da administração estuda questões básicas
dos elementos relacionadas à segurança do trabalho, deixando para outras áreas de
competência o estudo detalhado sobre o assunto. Esta lacuna abre espaço para a
criação e desenvolvimento de áreas, as quais interferem diretamente no processo de
gestão da administração em uma organização como é o caso da área da segurança
do trabalho Oliveira (2010) e Simcsik (1992).
O estudo da prevenção em “Segurança do Trabalho” em uma instituição,
pode estar ligado às comissões e a órgãos especializados de segurança do trabalho
que tratam do assunto e, que devem estar vinculados às ações da alta
administração em uma organização para facilitar as suas inclusões no processo de
gestão da administração.
72
4.8.5 Variável: 05 Vigilância em promoção e prevenção
Definição: É o processo que garante a gestão da segurança do trabalho na
Universidade.
Na Figura 20 fica destacado que 60,00% dos respondentes acreditam que
há vigilância em segurança do trabalho e sugerem contribuições.
Evidencia-se na fala dos respondentes que deve-se aumentar a eficiência
nos processos de vigilância em promoção e prevenção e que algumas alterações
deveriam ocorrer para isto:
- Como atualmente temos uma pressão sobre espaços na UFPR, um Plano diretor de uso de espaços corretos na UFPR para otimizar os espaços. Uma comissão do Plano Diretor, uma Professora da Arquitetura, cuidados na ocupação.
- Eu diria como gestor, nós poderíamos digamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas, mas mostrar a importância que isso traz no que diz respeito a prevenção de acidentes, parada necessárias as vezes.
- Eu acho que essa comissão "Saúde e Segurança do Trabalho" deveria fazer uma fiscalização ou um monitoramento mais constante nesse grupo, fiscalizando os diversos laboratórios da universidade, dando uma incerta nos laboratórios, cobrando do professor que fiscalize o uso do guarda pó pelo aluno. Infelizmente, no Brasil, só com essa cobrança é que seria uma forma de habituar o uso adequado de vestimenta. Este é o meio adequado pela segurança nas atividades pois com o tempo as pessoas vão relaxando.
73
Figura 20 - Variável vigilância em promoção e prevenção - Administradores
6,67%
13,33%
20,00%
26,67%
33,33%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Não acontece
Não acontece, mas há contribuição
Acontece e há contribuição
Acontece
Acontece muito pouco
% Ocorrência da Variável
Evidencia-se, na Figura 21 que na percepção dos subordinados, com índice
de 53,48%, a vigilância em promoção e prevenção em segurança do trabalho é
muito insipiente. Já 37,20% acredita que ela acontece. De qualquer forma, 32,55%
coloca a contribuição para segurança desta atividade.
Algumas contribuições podem ser elencadas das falas:
- Praticadas precariamente. Fazer mais visitas ao local de trabalho pelos responsáveis.
- Praticadas precariamente. Planejamento, criar grupos para junto a Pró-Reitoria de Planejamento para disponibilizar recursos para segurança.
- Praticadas precariamente. Criação de grupos estratégicos para fomentar essas atividades.
74
Figura 21- Variável vigilância em promoção e prevenção - Subordinados
2,33%
6,98%
13,95%
18,60%
18,60%
18,60%
20,93%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00%
Não soube responder a pergunta
Não respondeu a pergunta
Não acontece, mas há contribuição
Acontece
Acontece e há contribuição
Não acontece
Acontece muito pouco
% Ocorrência da Variável
60,00% dos respondentes administrativos informaram que há vigilância em
segurança do trabalho e sugerem contribuições em suas falas.
- Atualmente temos uma pressão de falta de espaços físico na UFPR. Há um Plano diretor de uso de espaços corretos na UFPR para otimizar os espaços formado por uma comissão e a responsável é uma Professora da Arquitetura.
- Eu diria como gestor, nós poderíamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas.
- Eu acho que essa comissão "Saúde e Segurança do Trabalho" deveria ter assim uma fiscalização um monitoramento um pouco mais constante desse grupo, fazer umas dos diversos vários laboratórios da universidade, de ter uma assim, dar uma incerta lá passa no laboratório lá, olha professor esta faltando aqui isso, está pecado no aluno não usar o guarda pó ou sabe isso ai que infelizmente no Brasil só com essa cobrança de que seria uma forma de você, que com o tempo você vai até deixando meio de lado a supervisão de segurança pela suas atividade que você a muito tempo desenvolveu, vai relaxando e a gente não pode relaxar nesses o meio então.
- Elas precisam ser primeiro: educativas, para educar talvez os professores informá-los, elas não podem ser punitivas, elas tem ser construtivas e elas tem ser reparativas.
- Eu diria como gestor, nós poderíamos formar pessoas ou darmos cursos para essas pessoas.
Com relação à vigilância e promoção e prevenção os subordinados revelam
em suas percepções que as mesmas são:
- Praticadas precariamente. É preciso fazer mais visitas ao local de trabalho pelos responsáveis.
75
- Planejamento, criar grupos para junto a Pró-Reitoria de Planejamento para disponibilizar recursos para segurança.
- Criação de grupos estratégicos para fomentar essas atividades é muito necessário.
- Desconheço, a Universidade é muito grande.
Porém alguns informam que não são praticas:
- Não praticadas.
- Devem ser implantadas imediatamente.
- Implementação de procedimentos que auxiliem na promoção de segurança no local de trabalho.
- Combater o sedentarismo no trabalho, favorecer a ergonomia.
- Praticadas precariamente. Organização dos locais.
No controle dos fatores das condições ambientais, identificam-se
instrumentos operacionais que podem auxiliam os gestores na condução dos
aspectos relacionados à segurança no ambiente de trabalho tais como: diagnóstico
de atividades de vigilância e prevenção em segurança no trabalho. Instrumentos
estes operacionais que são elementos de auto-avaliação para práticas em
prevenção a serem observadas na administração, previstos nas Convenções da OIT.
Araújo (2002) coloca que a temática requer ações na identificação de instrumentos
operacionais.
O Governo Federal reestruturou um programa voltado à saúde, que chamou
de Subsistema Integrado de Atenção À Saúde do Servidor (SIASS), já mencionado
neste trabalho. Programa este que, define atribuições para formalizar e uniformizar
procedimentos administrativos com relação à saúde do servidor público e todos os
que compõem o Sistema de Pessoal Civil da Administração Pública Federal (SIPEC)
de competência da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento
e Orçamento de Gestão (MPOG). Este programa vem ao encontro de atender as
necessidades de vigilância em promoção e prevenção da saúde dos servidores
públicos na UFPR.
Como na visão de Barbosa (2001, p.16), a saúde do trabalhador está
inserida no contexto da gestão da segurança do trabalho. Esta gestão faz parte de
um complexo de atividades que se inicia no projeto da fábrica e do produto e termina
no consumidor. Esta manutenção da integridade do trabalhador depende da
orientação da segurança, para garantir o monitorar dos aspectos relacionados à
76
segurança no trabalho, com indicadores de metas para ações gerenciais de
promoção e prevenção com disponibilização de investimentos financeiros voltados
ao planejamento e implementação e incorporados na administração em uma
organização.
4.8.6 Variável: 06 Utilização de novas tecnologias
Definição: É definida como um instrumento para melhorar a performance dos
processos produtivos voltados a segurança do trabalho: nos locais de trabalho, nos
equipamentos, na capacitação do servidores.
66,67% dos administradores, indicam que não acontece a utilização de
novas tecnologias, conforme pode ser observado na Figura 22.
Este resultado vem confirmar que há necessidade de ações de prevenção
em segurança do trabalho. A questão está relacionada ao desenvolvimento nos
processos produtivos, envolvendo diversas áreas do saber tais como: tecnologias de
informação e automação, substâncias químicas e energias físicas, riscos de saúde
associados às novas biotecnologias, transferências de tecnologias perigosas,
envelhecimento da população trabalhadora.
Figura 22 - Variável utilização de novas tecnologias - Administradores
6,67%
13,33%
13,33%
20,00%
46,67%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Acontece e há contribuição
Acontece
Acontece muito pouco
Não acontece, mas há contribuição
Não acontece
% Ocorrência da Variável
77
A Figura 23 vem confirmar nos subordinados os altos índices nos resultados
apontados por seus chefes, pois 46,52%, indicam que não há aplicação de novas
tecnologias.
As contribuições encontradas nas falas podem ser exemplificadas pela fala a
seguir:
- Ventilação do ambiente, troca de luminárias, apoios ergonômicos para punhos com braços.
Figura 23 - Variável utilização de novas tecnologias - Subordinados
2,33%
2,33%
2,33%
11,63%
18,60%
18,60%
44,19%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Acontece muito pouco
Não acontece, mas há contribuição
Não soube responder a pergunta
Acontece e há contribuição
Acontece
Não respondeu a pergunta
Não acontece
% Ocorrência da Variável
Os entrevistados em suas falas confirmam os índices explicando a realidade.
- Hoje em dia nós temos laboratórios separados do Departamento. O treinamento é dados por eles. Existe uma Empresa 'LATEC' que cuida do laboratório e o Chefe não tem uma interferência direta. Eles tem as regras deles.
- Melhorou bastante, começaram aparecer novos equipamentos. Então está um problema sério nas Usinas Piloto então as unidade tipo lá: o 'LACAUT' é separado, o 'SEPPA' é separado, mas nos laboratórios didáticos é uma estrutura muito antiga que, na verdade pode até estar aumentando o risco de um acidente.
- Ventilação do ambiente, troca de luminárias, apoios ergonômicos para punhos com braços.
- Recentemente a Universidade inaugurou um sistema de controle de patrimônio quando tinha uma prazo dado pela PCU para repatrimonizar e facilitar a localização e controle de bens.
- Há um planejamento sistemático de segurança pessoal, sistema de iluminamento com sensores de presença, entre outros.
78
- Sistema de monitoramento. Nas instalações de sistemas câmeras de vídeo, filmes, alarmes. Esses avanços na tecnologia da informação nas niniaturização da câmeras.
- O uso de computadores. Estão sendo aplicados em sistema de informação de acesso a Internet, controle de requisição de serviços, recebimento de materiais.
- Dispensadores de prevenção contra doenças com Álcool gel.
- Esses sistemas são mais percebidos em Indústrias.
- No uso de novas tecnologias, estamos atrasados.
Estas percepções revelam a realidade nos processos produtivos na área de
tecnologia da UFPR. O controle administrativo destas áreas é dificultado pela
presença de Empresas instaladas em suas dependência, o que interfere nos
processos de gestão para o uso de nova tecnologia a serem aplicadas
4.8.7 Variável: 07 Comprometimento com ações de prevenção institucional
Definição: Ter postura comprometida com a Instituição com relação aos
aspectos voltados a prevenção de acidentes e doenças do trabalho.
Nos resultados apresentados na Figura 24, os administradores apontam com
índice de 68,75%, a falta de comprometimento com ações de prevenção.
Figura 24 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional - Administradores
12,50%
18,75%
31,25%
37,50%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
Acontece
Acontece e hácontribuição
Acontece muitopouco
Não acontece
% Ocorrência da Variável
79
Já os servidores operacionais – docentes e técnico administrativos apontam
com índice de 65,91% que há ocorrência da variável comprometimento em ações de
prevenção.
Este índice revela que há discordância entre chefe e subordinados.
Contribuições sobre a variável foram retiradas das falas dos entrevistados:
- Tomando os devidos cuidados: ventilação, usando corrimão em escadas, [...].
- Mantendo minha saúde através de boa alimentação, sono e atividades físicas.
Figura 25 - Variável comprometimento com ações de prevenção institucional - Subordinados
2,27%
6,82%
9,09%
15,91%
22,73%
43,18%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Acontece muito pouco
Não respondeu a pergunta
Não acontece, mas há contribuição
Não acontece
Acontece e há contribuição
Acontece
% Ocorrência da Variável
Os índices para esta variável revelam que há certa discordância entre chefe
e subordinados, pois:
- Tomando os devidos cuidados: ventilação, usando corrimão em escadas.
- Mantendo minha saúde através de boa alimentação, sono e atividades física.
- Poderia contribuir para melhorar a circulação de ar, ventilação e exaustão dos gases.
- O que a gente se reporta sempre é à direção do Setor de Tecnologia que, nós não temos autonomia para tomar alguma atitude, então a gente sempre leva as reivindicações à direção do setor.
- Dentro de cada oficina o Professor está alerta a todos os riscos e cuida não apenas da segurança dos funcionários, mas também dos alunos que vão ter práticas de laboratório.
80
- Está a cargo do Professor que ministra as aulas.
- Sim, ocorrem no laboratório, como um processo de identificação de riscos: reagentes (aditivos), cal, cimento, etc.
- Através de cuidados com biosegurança e resíduos tóxicos.
-Acontece o zelo no manuseio dos equipamentos.
- Há ordem, limpeza dos ambientes.
- Uso de luvas, óculos de proteção e jaleco, quando atuo no laboratório.
- Me cuido sempre no trabalho.
- Atendendo as normas básicas de segurança no trabalho.
- Acho que falta treinamento.
Para Barbosa (2001), o comprometimento com ações de prevenção
assegura a estabilidade operacional em razão do equilíbrio da mão-de-obra e melhor
produtividade. Sua prática depende do gerenciamento das pessoas e do sistema
produtivo.
4.8.8 Variável: 08 Atuação dos Conselhos
Definição: Conjunto de iniciativas para adoção de Sistema de Gestão de
Segurança do Trabalho mediante uma Política.
Na Figura 26 o resultado da pesquisa nos mostra que 53,33%, informam que
não acontece ações de prevenção e promoção por parte dos Conselhos.
Pacheco (1995) vem reforçar a necessidade de avaliar a questão da
segurança e higiene do trabalho globalmente nas instituições, como ocorre na
sistematização da qualidade, ter em mente que os clientes da segurança e higiene
do trabalho são os trabalhadores e a própria organização e que a qualidade da
segurança e higiene do trabalho é a própria e efetiva segurança e higiene do
trabalho coexistindo em harmonia com outras políticas da organização.
Simcsik (1992) coloca que para a segurança do trabalho, as instalações em
uma organização, devem ser planejadas segundo regulamentos, critérios, normas
direcionadas ao homem com políticas sociais e de trabalho. Há necessidade de se
81
fazer o equilíbrio dinâmico dessa abordagem sistêmica. Estas questões interferem
na qualidade de vida das pessoas no ambiente laboral.
Falas de contribuições sobre a variável:
- As únicas coisas que a gente participa do Conselho Setorial mensalmente e de algumas reuniões de trabalho no Setor de Tecnologia.
- Plano Diretor. Seguir o plano diretor, da ocupação dos espaços, a questão do barulho constante. Do transporte de produtos, da Linha Verde nos acessos a grandes Laboratórios, quanto a capacidade de entrar e sair rapidamente. Pensado de uma forma global, e os conceitos na verdade fazem o aval de tudo que é feito.
Figura 26 - Variável Atuação dos Conselhos - Administradores
6,67%
6,67%
13,33%
20,00%
20,00%
33,33%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Acontece
Não soube responder a pergunta
Acontece e há contribuição
Acontece muito pouco
Não acontece, mas há contribuição
Não acontece
% Ocorrênicia da Variável
Na Figura 27, os resultados dos Subordinados demonstram que para a
maioria a atuação dos Conselhos não é efetiva.
Isso nos revela a necessidade de que o conselho seja conscientizado desta
percepção e possa redefinir sua prática.
Da mesma forma, 85,71% dos subordinados informa que não ocorrem ou
ocorrem muito poucas ações relativas à segurança do trabalho por parte do
Conselho.
82
Figura 27 - Variável Atuação dos Conselhos - Subordinados
2,38%
2,38%
2,38%
2,38%
7,14%
7,14%
76,19%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%
Acontece
Acontece e há contribuição
Acontece muito pouco
Não soube responder a pergunta
Não acontece, mas há contribuição
Não respondeu a pergunta
Não acontece
% Ocorrência da Variável
Neste sentido os gestores revelam que a atuação dos Conselhos é pouco
significativa, pois:
- As únicas coisas que a gente participa do Conselho Setorial mensalmente é de algumas reuniões de trabalho no Setor de Tecnologia.
- A gente não tem sentido muito que essas diretrizes se transformem em atitudes práticas, ao menos a onde eu vivo, não posso falar de outros locais que talvez esteja cometendo injustiça, mas aqui nas Usinas Piloto a gente não vê, por enquanto.
- Então eu nunca vi isso de investir em segurança. Não faz parte da mentalidade dessas pessoas.
- Nós temos uma reunião setoriais de reuniões de trabalho que chamamos alguém então poderíamos trazer o pessoal da segurança do trabalho.
- Vejo agora com essa conversa que, nunca pensei nisso.
- Falta uma campanha de esclarecimento e principalmente conscientização.
É fundamental que, no Conselho Superior da UFPR, seus conselheiros
discutam e votem diretrizes institucionais relacionadas à segurança e higiene do
trabalho. Conceitos estes a serem incorporados no sistema de gestão ligados à
administração de forma organizada. Deve-se levar em consideração as questões
relativas à qualidade dos padrões da segurança do ambiente de trabalho e do
trabalhador, local onde este exerce suas funções, necessárias para suas boas
condições de saúde física e mental.
83
Fonseca, Lourenço e Allen (1997, p. 13), referem a respeito das
responsabilidades da alta administração, entre outras: visão, missão, valores,
estrutura organizacional, formulação da estratégia e garantia do seu desdobramento
por toda a organização, política e sistema de qualidade, foco no cliente, liderança,
análise crítica e avaliação do desempenho global, posto isto, acrescentamos neste
parágrafo o sistema de segurança no trabalho.
O Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), Portaria nº. 5,
de 15 de setembro de 2009, estabelece procedimentos para a realização de Termos
de Cooperação Técnica para o estabelecimento da unidade do Subsistema
Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal previsto no artigo 7º. Do
Decreto 6.833, de 29 de abril de 2009. Termo de cooperação este, que vem
respaldar a implantação do SIASS, com disponibilização de recursos financeiros
vindos do MPOG. Tais ações dizem respeito ao conselho.
4.8.9 Variável: 09 Gestão de Segurança do Trabalho
Definição: Conjunto de iniciativas da organização, formalizando através de:
políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização.
No gráfico da Figura 28 os resultados apontam um índice de 40,00%, em
relação à não ocorrência de um conjunto de iniciativas da organização, formalizado
através de: políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da
organização.
Este resultado e algumas contribuições ficam mais claras nas falas dos
entrevistados:
- a cada final de ano, semestre, dependendo da necessidade a gente está sempre verificando condições das salas e se tiver alguma demanda de obra de manutenção até dedetização a gente faz isso a cada féria escolar. Troca de vidros, etc. É feita assim o acompanhamento a cada férias escolares.
- Como gestor eu procuro desenvolver os meus trabalhos aqui da maneira que seja mais seguro possível porque eu tenho muita consciência de que se, um aluno meu ou um professor venha contrair uma doença grave, mesmo que eu não seja implicado diretamente eu tenho uma consciência profissional e uma ética profissional que eu respeito, comigo mesmo, eu me procuro muito e eu procuro isentar as pessoas que trabalham comigo o máximo possível de qualquer risco. Eu tenho isso como princípio moral.
84
Figura 28 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho - Administradores
13,33%
40,00%
46,67%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00%
Acontece e hácontribuição
Não acontece
Acontece muitoPouco
% Ocorrência da Variável
Já os resultados obtidos pelos Subordinado estão expressos na Figura 29 e
apresentam certo equilíbrio entre os elementos: não acontece (30,23%) e acontece
(20,93%).
Contempla com estes resultados a necessidade de desenvolvimento das
atividades em conformidade com os procedimentos planejado para produção.
Algumas contribuições sobre a variável:
- Respiração e condicionamento físico / adequação do local de trabalho / prevenção de acidentes.
- Verificando as condições de equipamentos e adaptando os procedimentos.
Figura 29 - Variável Gestão de Segurança do Trabalho - Subordinados
2,33%
6,98%
11,63%
13,95%
13,95%
20,93%
30,23%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00%
Não soube responder a pergunta
Não acontece, mas há contribuição
Não respondeu a pergunta
Acontece e há contribuição
Acontece muito Pouco
Acontece
Não acontece
% Ocorrência da Variável
85
A pesquisa quantitativa indicou que não há ocorrência de um conjunto de
iniciativas da organização, formalizado através de políticas, programas,
procedimentos e processos de negócio da organização, segundo seus gestores.
Já os resultados obtidos pelos Subordinados mostram certo equilíbrio entre
os elementos: não acontece e acontece.
Contempla-se com estes resultados a necessidade de um conjunto de
iniciativas da organização, formalizando através de políticas, programas,
procedimentos e processos de negócio da organização.
Em suas falas pode-se destacar:
- Como gestor eu procuro desenvolver os meus trabalhos aqui da maneira que seja mais seguro possível porque eu tenho muita consciência de que se, um aluno meu ou um professor venha contrair uma doença grave, mesmo que eu não seja implicado diretamente eu tenho uma consciência profissional e uma ética profissional que eu respeito, comigo mesmo, eu me preocupo muito e eu procuro isentar as pessoas que trabalham comigo o máximo possível de qualquer risco. Eu tenho isso como princípio moral.
Esta nos revela que há preocupação na gestão de segurança do trabalho, as
quais interferem diretamente na administração dos gestores, fato este afirmado por
Barbosa (2001), Oliveira (2010) e Simcsik, (1992).
Para Campos (2004, p. 42), toda organização tem a sua Gestão, pois este é
um instrumento administrativo que permite que se executem de forma ordenada as
atividades. Esta gestão deve conter o sistema de segurança do trabalho.
Mediante estas considerações e para reforçar os conceitos em segurança do
trabalho, observa-se a visão de alguns autores a este respeito, que apontam para
estes resultados.
Gonçalves (1998, p. 36) destaca que na gestão, entre os principais fatores a
serem abordados estão, as condições ambientais e as condições organizacionais de
trabalho.
Barbosa (2001, p. 35), em suas considerações, relata que é imprescindível
ao administrador em suas inspeções, conhecer as opiniões emitidas pelos
envolvidos no ambiente de trabalho sobre suas reais necessidades, para prevenção
e soluções de problemas. Fatos e situações, até então, não evidenciados, poderão
aparecer através das opiniões sugeridas pelos envolvidos. Comenta, ainda, que “a
principal tarefa a ser buscada pelo administrador é antes de tudo, preparar a
organização para uma cultura voltada para a segurança”.
86
4.8.10 Variável: 10 Aprimorar e Aperfeiçoar o Sistema de gestão.
Definição: São medidas para aprimorar e aperfeiçoar a gestão da segurança
do trabalho na Universidade.
Resultado significante está expresso na Figura 30, na qual a maioria dos
respondentes (60,00%), indica que não acontece aprimoramento do sistema.
Isso aponta para a necessidade de busca constante para aprimorar e
aperfeiçoar o processo de gestão em segurança do trabalho.
Contribuições sobre a variável pode ser vista na fala a seguir:
- A Instituição acredito que exista um projeto, só que esse projeto por tudo que a gente sabe, pela carência de recurso e pela condição econômica ainda do País, esse atos eles não são transformados em práticas reais, ao menos onde eu atuo. Acredito que algumas práticas a gente já percebeu, principalmente a Universidade cresceu muito em atividades de pesquisas nos últimos quinze ou vinte anos. Quando entrei aqui inexistia pesquisas nas áreas tecnológicas, eram insignificantes.
Figura 30 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho - Administradores
13,33%
26,67%
60,00%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%
Acontece e hácontribuição
Acontece muitopouco
Não acontece
% Ocorrência da Variável
87
Pode-se constatar na Figura 31 que 45,24% dos subordinados indicam que
acontece aperfeiçoamento do sistema.
Em vista disto, podemos afirmar que há por parte dos Servidores – docentes
e técnico administrativos, no desempenho de sua função, a percepção de
aperfeiçoamento contínuo em suas atividades nas questões relacionadas à
segurança do trabalho.
Contribuições sobre a variável encontrada nas falas:
- Como docente, divulgo e destaco a importância de atividades e ações visando à sustentabilidade a qualidade e preservação de mobiliário e instalações físicas, a criação de ambientes saudáveis e produtivos.
- Tentando aperfeiçoar técnicas de laboratório / cuidados com produtos químicos, eletricidade, etc. / Observando pontos de geração de gases e vapores prejudiciais à pessoas e procurando eliminá-las.
- Conscientização, divulgação, esclarecimento do demais funcionários.
Figura 31 - Variável aprimorar e aperfeiçoar o Sistema de Gestão em Segurança do Trabalho - Subordinados
2,38%
4,76%
7,14%
16,67%
19,05%
26,19%
23,81%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00%
Não acontece, mas há contribuição
Acontece muito pouco
Não soube responder a pergunta
Não respondeu a pergunta
Acontece
Não acontece
Acontece e há contribuição
% Ocorrência da Variável
Tomando por base os discursos dos gestores e subordinados pode-se
afirmar que há por parte dos Servidores – docentes e técnico administrativos, no
desempenho de sua função, na suas funções um aperfeiçoamento contínuo em suas
atividades nas questões relacionadas à segurança do trabalho.
- Como docente, divulgo e destaco a importância de atividades e ações visando à sustentabilidade a qualidade e preservação de mobiliário e instalações físicas, a criação de ambientes saudáveis e produtivos.
88
- Venho tentando aperfeiçoar técnicas de laboratório / cuidados com produtos químicos, eletricidade, etc. / Observando pontos de geração de gases e vapores prejudiciais à pessoas e procurando eliminá-las.
- Conscientização, divulgação, esclarecimento do demais funcionários.
É preciso estimular mecanismos de desenvolvimento na área de segurança
do trabalho, adotando conceitos mundialmente reconhecidos como um processo de
melhoria contínua, tais como: plan - planejar, do - fazer, check - verificar e act - agir
(PDCA), que são práticas prioritárias em uma Instituição.
Já Franz (2009, p. 35), comenta sobre as práticas alternativas de prevenção
que podem ser aplicadas na atenção à segurança, visando levantar e indicar
problemas que comprometem a segurança do trabalho e suas conseqüências.
Salienta que, instrumentos com mínimo de orientações devem ser utilizados como
um processo que facilite o desenvolvimento das atividades dos gestores
administrativos.
4.8.11 Variável: 11 Sistemas de avaliações de desempenho em segurança do
trabalho: na Instituição, no Docente e no Técnico Administrativo.
Definição: Possuir nos processos de avaliação: Programa de
Desenvolvimento Institucional, Programa de Avaliação do Docente e Programa de
Avaliação do Técnico Administrativo parâmetros que identifiquem o nível de
conhecimento dos servidores nos níveis hierárquicos da Instituição.
A Figura 32 mostra que 40,00%, dos respondentes informam que nas
avaliações desempenho contempla itens de segura do trabalho e 26,67%, indicam
que não acontece, mas, há contribuição.
Deduz-se deste equilíbrio nas respostas que há necessidade de maior
esclarecimento em relação aos processos de avaliação.
Algumas falas de contribuições sobre a variável:
- Têm várias instâncias esse processo de avaliação. A Pró-Reitoria de Graduação faz uma avaliação, mas é uma visão do aluno em relação ao sistema. Por raras exceções é feito ao contrário. Acho que falta esse tipo de avaliação. Na verdade isso é voluntário. A adesão é pequena. Acho que essas avaliações acabam vendo o viés, quer ver
89
alguma coisa. São enviesadas de um lado para o outro. É difícil fazer uma avaliação aqui dentro da UFPR.
- Precisa de aperfeiçoamento no geral, valorizar mais o bom desempenho. Poderia ser valorizado o profissional.
- Quando há alguma coisa avaliativa é muito rápida é só para constar que foi feito, ou foi desencadeado alguma ação ai, mas nada substancial, nada robusto, em termos de ação.
- O processo de avaliação da Instituição existe, ele é hoje de médio a bom, mas precisa evoluir.
- Olha eu acho que avaliação de desempenho dentro da Universidade ela tem a desejar, os critérios, a forma de pontuação, é [...] o fato que na hora de se avaliar alguém dentro da Universidade só se realmente a pessoa fizer [...] digamos o possível para quer ser jubilado, eliminado caso contrario, por mais medíocre a atual do funcionário ele acaba recebendo uma nota acima da média como se todo mundo fosse o melhor funcionário que, então o sistema de avaliação não representa a realidade
Figura 32 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho - Administradores
13,33%
20,00%
26,67%
40,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Não acontece, mashá contribuição
Acontece muitopouco
Não acontece
Acontece e hácontribuição
% Ocorrência da Variável
A Figura 33 está exposto o resultado sobre a percepção de desempenho
dos subordinados em relação ao sistema de avaliação e um índice de 52,38%
mostra que eles acreditam que a mesma acontece e há contribuição.
Falas de contribuições sobre a variável:
- Plano de visitas e acompanhamento sistemático dos locais de trabalho.
90
- Mais fiscalização.
- Inspeções periódicas e auditorias regulares.
- Implantação e fiscalização de procedimentos.
- Criação de um sistema de pontuação e divulgação interna dos locais (Setores / Departamentos) que promovam ações visando a segurança, a qualidade e a sustentabilidade do trabalho na UFPR.
- Iniciar o trabalho pois, a UFPR não tem nada referente ao assunto de segurança do trabalho. Minha atividade como professor em laboratório de eletricidade envolve risco de choque elétrico e a UFPR não toma conhecimento.
Figura 33 - Variável sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho - Subordinados
4,76%
4,76%
4,76%
11,90%
16,67%
16,67%
40,48%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Não acontece
Não acontece, mas há contribuição
Não soube responder a pergunta
Acontece
Acontece muito pouco
Não respondeu a pergunta
Acontece e há contribuição
% Ocorrência da Variável
Os respondentes informam que há avaliações de desempenho em
segurança do trabalho e indicam que há necessidade de maior esclarecimento em
relação aos processos de avaliação.
- Tem várias instâncias esse processo de avaliação. A Pró-Reitoria de Graduação faz uma avaliação, mas é uma visão do aluno em relação ao sistema. Por raras exceções é feito ao contrário. Acho que falta esse tipo de avaliação. Na verdade isso é voluntário. A adesão é pequena. Acho que essas avaliações acabam vendo o viés, quer ver alguma coisa. São enviesadas de um lado para o outro. É difícil fazer uma avaliação aqui dentro da UFPR.
- Precisa de aperfeiçoamento no geral, valorizar mais o bom desempenho. Poderia ser valorizado o profissional.
- Quando há alguma coisa avaliativa é muito rápida é só para constar que foi feito, ou foi desencadeado alguma ação ai, mas nada substancial, nada robusto, em termos de ação.
91
- O processo de avaliação da Instituição existe, ele é hoje de médio a bom, mas precisa evoluir.
- Olha eu acho que avaliação de desempenho dentro da Universidade, ela tem a desejar, os critérios, a forma de pontuação, é [...]. o fato que na hora de se avaliar alguém dentro da Universidade só se realmente a pessoa fizer [...]. digamos o possível para quer ser jubilado, eliminado caso contrario, por mais medíocre a atual do funcionário ele acaba recebendo uma nota acima da média como se todo mundo fosse o melhor funcionário que, então o sistema de avaliação não representa a realidade.
- Acho que não é uma estrutura de comunicação própria, fora a hierarquia institucional. O processo de avaliação Institucional ainda não chegou ao Departamento.
- De gestão segurança eu não conheço os mecanismos de avaliação, nunca fui chamado a preencher um formulário.
Sugerem ações para melhoria:
- Plano de visitas e acompanhamento sistemático dos locais de trabalho.
- Mais fiscalização.
- Inspeções periódicas e auditorias regulares.
- Implantação e fiscalização de procedimentos.
- Criação de um sistema de pontuação e divulgação interna dos locais (Setores / Departamentos) que promovam ações visando a segurança, a qualidade e a sustentabilidade do trabalho na UFPR.
- Iniciar o trabalho pois, a UFPR não tem nada referente ao assunto de segurança do trabalho. Minha atividade como professor em laboratório de eletricidade envolve risco de choque elétrico e a UFPR não toma conhecimento.
- treinamentos e se existisse uma política assim, avaliações anuais ou bianuais junto com exames periódicos.
As instituições se aprimoram para melhorar a sua eficiência e eficácia,
desenvolvendo assim, instrumentos que atestam um nível de estado da cultura
sobre segurança no trabalho e no qual se encontram estas organizações. Novos
conceitos surgem na avaliação e controle das culturas nas organizações, com isto,
surgem novos valores que estão ligados às condições de segurança no ambiente
físico de trabalho e nas condições físicas pessoais.
Adotar instrumentos operacionais como elementos de auto-avaliação para
práticas em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho auxiliam a
administração, tal orientação está prevista nas Convenções da Organização
Internacional do Trabalho Araújo, (2002).
92
Segundo o mesmo autor, adotar instrumentos operacionais de auto-
avaliação para práticas em prevenção da segurança e saúde no ambiente de
trabalho a serem adotados na administração operacionais é fundamental.
Também Barbosa (2001, p. 11), cita ainda que, na administração, é preciso
fazer reflexão sobre os fatores que influenciam o desempenho humano no trabalho,
de maneira ordenada, de modo que esta venha a compreender a necessidade de
investir na adequação das condições de trabalho, quais suas conseqüências
danosas sobre a saúde individual, familiar, coletiva e, por que não dizer, sobre a
própria organização.
SÍNTESE DOS RESULTADOS
O que ficou evidente, ao observar-se o conjunto de resultados das
entrevistas (gráficos apresentados no Apêndice I) destaca-se a seguir:
a) Para os administradores:
A falta de integração entre os gestores e de aprimoramento e
aperfeiçoamento do sistema de gestão. Constitui-se o maior gargalo da gestão da
segurança do trabalho na UFPR, corroborando com a primeira hipótese da
problematização da pesquisa. Os resultados da variável 10, aprimoramento e
aperfeiçoamento do sistema de gestão confirma a segunda hipótese da pesquisa.
Em contrapartida, o conhecimento sobre as atribuições, a vigilância em promoção e
prevenção institucional de acidentes e doenças do trabalho e o comprometimento
com ações de prevenção são os fatores que ocorrem no processo de gestão da
segurança do trabalho na UFPR.
b) Para os subordinados:
Na visão dos subordinados a falta de atuação dos conselhos e a de
utilização de novas tecnologias forma as variáveis apontadas que mostram as
deficiência que existe no processo de gestão da UFPR. Por outro lado o
comprometimento com ações de prevenção e o de acesso à informação foram as
variáveis que aparecem mostrando que existe ações proativas na gestão da
segurança do trabalho.
Observa-se ainda resultados comuns das análises tanto para os gestores
quanto para seus subordinados que apontam índices muito próximos para a mesma
93
variável utilização de novas tecnologias, demonstrando prioridades de tratamento no
processo de gestão.
Esta pesquisa revelou o estado que se encontra a gestão da segurança do
trabalho e como é conduzida pelo seus gestores e subordinados na administração
do Setor de Tecnologia da UFPR, abrindo espaço para trabalhos futuros. Este
processo de levantamento das informações em segurança do trabalho pode ser
aplicável em outros setores produtivos desta Universidade, como um processo de
intervenção no sistema de gestão da administração, motivado pelo setor
especializado em segurança do trabalho na UFPR. O objetivo foi provocar reflexão
sobre práticas padrão no estado de segurança do trabalho que se encontra o
sistema de gestão da Instituição com o fim de promoção e prevenção E permitiu a
proposição de um plano operacional para auxiliar no aprimoramento do processo de
gestão da segurança do trabalho na UFPR.
94
5 PLANO OPERACIONAL
O resultado da pesquisa, com base no objetivo específico voltado para o
monitoramento em segurança do trabalho, desvelou aspectos que solicitam melhoria
e implementação de práticas de segurança no trabalho. Assim, apresentar um plano
de ação para melhorias da segurança do trabalho no Setor de Tecnologia, constituiu
o desafio deste estudo. Esta proposta, ao envolver os gestores administrativos do
Setor de Tecnologia da UFPR, como uma estratégia para estudar e aperfeiçoar
práticas básicas de prevenção e promoção na gestão da segurança do trabalho, tem
como objetivo implementar ações que combatam a infortunística11 ocupacional.
Portanto, o objetivo principal deste plano de ação é contribuir com os
Gestores administrativos para aprimorar, aperfeiçoar e desenvolver ações que
possam superar o atual contexto relativo à segurança do trabalho, em especial no
que diz respeito à gestão e no desempenho de suas funções, neste aspecto.
Este plano constitui-se em um instrumento administrativo que permite
agilizar ações entre a unidade administrativa e seus componentes com a finalidade
de atender às necessidades básicas em segurança do trabalho. Com ações simples,
determinadas pelas chefias responsáveis, busca sanar fatores suscetíveis de
interferência nos sistemas de gestão da segurança no trabalho, saúde e no bem-
estar dos servidores.
Deve ser elaborado por meio de um processo de discussão, de forma
democrática, a partir das percepções de todos os envolvidos no processo.
Não foram abordados neste plano, fatores organizacionais tais como:
situação política e econômica nacional e local, ações de fiscalização e cultura
organizacional, fatores organizacionais estes que podem ser controladas por simples
observação. Porém, a partir da pesquisa, foram selecionados fatores para a
consecução dos objetivos estratégicos do estudo, voltadas à segurança do trabalho.
Um das preocupações neste nível de desenvolvimento do plano, diz respeito
a indicar ações que independem da necessidade de conhecimento técnico
especializado para ocorrer, pois são fatores ligados às condições sociais, às
ambientais de trabalho e às condições de tempo, mas interferem na gestão da
11 Infortunística. s. f. Ramo da medicina e do direito em que se estudam os acidentes de trabalho e suas conseqüências, as doenças ditas profissionais, Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa, Ferreira (1995, p. 361).
95
segurança do trabalho. Estes fatores influenciam o trabalho das pessoas em um
ambiente de trabalho e são de responsabilidade dos gestores administrativos da
instituição (CHIAVENATO, 1999).
Há outras estratégias que dependem de nível de conhecimento cada vez
maior, de técnicas especializadas, assunto estes que não foram aventados neste
plano de ação.
Esta é uma interface de responsabilidade do Administrador, com ações que
facilitem aos objetivos organizacionais e pessoais dos envolvidos em uma unidade
administrativa.
Para isso, a informação sobre fatores organizacionais e ambientais é
fundamental no desenvolvimento da função do gestor, o que ele pode e deve
desenvolver a favor da prevenção.
Formulamos o plano de ação com três variáveis mais importantes, deixando
as demais estudadas na pesquisa, que direcionam ações para o desenvolvimento da
gestão da segurança do trabalho na UFPR. São elas: Gestão de segurança do
trabalho, aprimorar e aperfeiçoar o sistema de gestão em segurança do trabalho e
sistemas de avaliações de desempenho em segurança do trabalho – na Instituição,
no Docente e no Técnico Administrativo.
OBJETIVO DO PLANO OPERACIONAL
Incentivar gestores identificar ações proativas de autoavaliação a serem
utilizadas a cada ano como um processo de trabalho.
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
Incorporar na gestão administrativa a gestão da segurança do trabalho.
Aprimorar e aperfeiçoar a gestão da segurança do trabalho na UFPR.
Incluir na avaliação de desempenho itens que contemplem a segurança do
trabalho.
ESTRATÉGIA
96
Troca de informação entre gestores administrativos e os assessores
especialistas em segurança do trabalho
Criar instrumentos de auto-avaliação administrativa em segurança do
trabalho, como por exemplo:
Áreas de vivência – cuidados com o servidor.
Instalações do local de trabalho.
INSTRUÇÕES OPERACIONAIS.
Visitas de observação de processos.
Organização e limpeza.
Treinar pessoas ou ministrar cursos sobre a importância da prevenção de
acidentes na Instituição, equipar com proteção coletiva, e individual.
INDICADOR DE DESEMPENHO:
Satisfação dos servidores no trabalho, das avaliações de desempenho da
Instituição, do docente e do técnico administrativo.
PLANO DE AÇÃO:
Este plano de ação aponta para temas que necessitam serem
implementadas na administração da UFPR, se convertendo em instrumentos
gerenciais permanentes principalmente nos processos de sucessão de gestores
administrativos, tornando um processo de trabalho administrativo.
O plano pressupõe encontros periódicos entre gestores administrativos e
gestores especialistas para definir metas de criação e implementação de
instrumentos gerencias operacionais em segurança do trabalho e encontra-se
sintetizado no Quadro 5.
97
Quadro 5 - Síntese das estratégias do Plano Operacional
Ações a realizar Responsável Como? Onde? Por quê?
Implementar o Processo de Planejamento
Participativo da Segurança do Trabalho na
UFPR
Gestor do SESAO
Em reuniões com Administradores,
Docentes e Técnicos
Administrativos.
Nas
dependências da UFPR.
Disseminar a
Cultura de Segurança do
Trabalho
Troca de informação
entre gestores
Chefes e Coordenado-res
de Cursos
Convocando o Gestor em
Segurança do Trabalho
SESAO Serviço de Segurança e
Saúde do Trabalho
Assessoria em segurança do
trabalho.
Autoavaliação administrativa
Chefes e Coordenado-res
de Cursos
Elaborar planilhas de autoavaliação,
tornando um instrumento
permanente de trabalho a ser
utilizado na troca de gestores.
Na Unidade Administrativa
Detectar problemas
Áreas de vivência –
cuidados com o servidor
Chefes e Coordenado-res com Prefeitura
Cidade Universitária
Criar áreas de laser
internas para os servidores
Próximo ao local de trabalho
Conforto ao trabalhador
Instalações do local de trabalho.
Chefes e Coordenado-res
de Cursos
Solicitar a manutenção das
instalações
Das instalações que utiliza na
UFPR.
É da função do Chefe e
Coordenador
Instruções operacionais –
rotinas de trabalho
Chefes e Coordenado-res
de Cursos
Descrever rotinas de trabalho em
atividades de riscos de acidentes e
doenças do trabalho
Nos laboratórios de pesquisas
Prevenir acidentes e doenças do
trabalho
Visitas de observação de
processos.
Chefes e
Coordenado-res de Cursos
Fazer vistorias contínuas de prevenção
Nos processos que apresentem
riscos de acidentes e doenças do
trabalho
Evitar danos à integridade dos
discentes, docentes e
técnicos administrativos.
Organização e
limpeza.
Chefes e Coordena-
dores de Cursos
Programar
periodicamente ordem e limpeza
Nos locais que
utiliza na UFPR.
Eliminar entulhos coisas inservíveis
Treinar pessoas
Chefes e
Coordenado-res de Cursos
Ministrar ou contratar com o
setor de capacitação da
UFPR.
Na Pró-Reitoria de Gestão de
Pessoas
Faz parte das
atribuições de um Administrador
Consolidação da Área de
Segurança do Trabalho
Gestor do SESAO
Divulgar, Publicar Apresentar o Plano
de Trabalho
Nos Setores da
UFPR
Garantir o Estado da Segurança do
Trabalho
Propor
participação do Gestor da
Gestor da Segurança do
Trabalho e quem designar,
Documento oficial
Conselho
Para dar
sustenta-bilidade à gestão da
98
Segurança do Trabalho nas Comissões de Avaliação de Desempenho
Engenheiro e ou Técnico de
Segurança do Trabalho
administrativo Superior da Administração
Segurança do Trabalho na
UFPR
FONTE: O autor
Fica a critério da administração da UFPR adotar ou não estas ações em
segurança do trabalho.
99
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo voltado para a qualidade de vida nas organizações, revelou a
necessidade de se adotar práticas inerentes à consolidação de uma cultura de
segurança em uma instituição de educação superior brasileira.
Ao delinear a trajetória nacional da segurança no trabalho com vistas à
qualidade nos procedimentos e à gestão da segurança e saúde ocupacional foi
possível constatar que o momento atual brasileiro é de implementação de práticas e
ações de segurança com vista à consolidação de uma cultura.
A temática norteadora da pesquisa, voltada para o monitoramento em
segurança do trabalho como estratégia de prevenção, encontrou nos diferentes
autores respaldo para verificar de que maneira as atividades de prevenção e
segurança do trabalho poderiam ser formuladas diante dos processos sucessórios
de gestores administrativos operacionais podendo sofrer continuidade e também
incorporadas nos sistema de avaliação na Instituição.
A inexistência de uma relação mais próxima entre gestores especialistas e
gestores administrativos em ações de prevenção no sistema de gestão em
segurança do trabalho, e baixo envolvimento de atividades dos gestores
administrativos operacionais neste processo de gestão, foram variáveis
fundamentais apontadas na pesquisa. Foi possível, com isso, verificar de que
maneira vem acontecendo o processo de gestão em segurança do trabalho na
administração da UFPR, em especial, no Setor de Tecnologia que se constitui em
cenário de estudo.
Neste contexto, contando com a disponibilidade dos Chefes de
Departamentos e Coordenadores de Cursos, Professores e Técnicos Administrativos
foi possível compreender a percepção dos atores acima, sujeitos da pesquisa. Em
suas colocações, trouxeram a tona preocupações relativas ao seu cotidiano e
também a segurança no trabalho, como sugeriram ações para superar as limitações
apontadas.
Uma instituição de ensino superior como a UFPR que apresenta uma
diversidade de conhecimentos das áreas de saber, a medida que vem crescendo,
exige maior agilidade no tratamento das questões gerenciais, em especial na
segurança do trabalho.
100
A administração no serviço público exige esforços em seus processos de
trabalho para ultrapassar a sua burocracia, o que dificulta o seu desenvolvimento e,
principalmente, seus processos políticos. O sistema de gestão administrativa em
uma Instituição deve buscar apoio nos processos especializados como o da
segurança do trabalho para incorporá-los a esta, por intermédio de seus gestores.
O estudo demonstrou que as limitações que dificultam o processo de
administração da segurança do trabalho, vêm penalizando o cotidiano de seus
colaboradores.
Os Técnicos Administrativos revelaram não conhecer profundamente os
aspectos legais da segurança do trabalho, mas evidenciaram compreender sua
importância e necessidade indicando ações pertinentes a gestão da segurança do
trabalho na administração da Instituição.
Foi possível, ainda, identificar que tanto chefes de departamentos e
coordenadores de cursos e técnicos administrativos estão dispostos a aprimorar e
aperfeiçoar os sistemas de gestão, assim como implementar ações de melhoria no
sistema em segurança do trabalho, apontando objetivamente atividades possíveis de
desenvolvimento em seu dia-a-dia.
A pesquisa deixou claro que o desempenho humano no trabalho exige
investimentos na adequação dos ambientes, da tecnologia e do clima
organizacional.
O descuido à estas questões trará graves prejuízos à saúde individual,
familiar e coletiva e, conseqüentemente, a própria UFPR.
Esta pesquisa, construída a partir dos fundamentos levantados na área,
enfrentou limitações quanto às dificuldades em obter respostas nos questionários,
junto aos envolvidos, contribuindo assim para constatar a cultura dos servidores da
Instituição é de baixa participação.
Cabe, porém, ressaltar neste trabalho, a acolhida dos dirigentes do Setor de
Tecnologia para que pudéssemos desenvolver a pesquisa. Disponibilizaram seu
tempo compartilhando suas experiências na gestão da segurança do trabalho e
possibilitando compreender melhor a realidade na qual estamos inseridos, e que
provocou esta pesquisa.
Como resultado do estudo, foi possível elaborar um plano de medidas
básicas que não requer altos investimentos de recursos financeiros, que podem ser
101
realizados por servidores comprometidos, competentes, mudando definitivamente a
gestão e a cultura de segurança do trabalho na UFPR.
Para trabalhos futuros, indica-se que sejam realizados estudos no sentido de
implementar o plano operacional proposto, monitorando e avaliando as ações de
segurança do trabalho com vistas à concretização de sua Política.
102
REFERÊNCIAS
ALECIAN, S; FOUCHER, D. Guia de gerenciamento no setor público . Rio de Janeiro: Editora Renavan, 2001. ARAÚJO, G. M. Normas regulamentadoras : legislação de segurança e saúde no trabalho. Rio de Janeiro: Giovanni Moraes de Araújo, 2002. ARAÚJO, J. F. M. Doenças ocupacionais e acidentes de trabalho : análise multidisciplinar. São Paulo: Ltr, 2009. ARAÚJO, R. P.; SANTOS, N.; MAFRA, W. Gestão da segurança e saúde do trabalho . Artigo. III SEGet – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2006. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/artigos07/579_gestão%20de%20segurança%20saude%20no%20trabalho.pdf>. Acesso em: 15/04/2011. BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental . São Paulo: Atlas, 2001. BOOG, G. Manual de treinamento e desenvolvimento ABTD . 3. ed. São Paulo: Makron Books, 1999. BRASIL. Constituição da república federativa do Brasil . Promulgada, 05 out. 1988. ______. Decreto lei n. 5.452, 01 maio 1943 , aprova a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Diário Oficial da União, 09 ago. 1943. ______. Decreto nº. 6.833, de 29 abr. 2009 , institui o subsistema integrado de atenção à saúde do servidor público federal – siass e o comitê gestor de atenção à saúde do servidor. Diário Oficial da União, 30 abr. 2009. ______. Lei n. 6.514, 22 dez. 1977, altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 22 dez. 1977. ______. Lei n. 9.294, 15 jul. 1996 , dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e
103
defensivos agrícolas, nos termos do §4º do art. 220 da Constituição Federal. Diário Oficial da União, 16 jul. 1996. ______. Ministério do Trabalho e Emprego, Portaria n. 3.214, 08 jun. 1978, Aprova as Normas Regulamentadoras – NR – do Capítulo V do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, 06 jul. 1978. ______. ______. ______. Norma Regulamentadora, n.1 , NR-01. Disposições gerais. Suas alterações. ______. ______. ______. Norma Regulamentadora, n. 5 , NR-5. Comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA). Suas alterações. ______. ______. ______. Norma Regulamentadora, n. 7 , NR-7. Exame médico. Suas alterações. ______. ______. ______. Norma Regulamentadora, n. 9 , NR-09. Programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA). Suas alterações. CAMPOS, A. A. M. Modelo estratégico de gestão de segurança e saúde n o trabalho . 2004. 161 f. Dissertação (Mestrado em Sistema de Gestão em Segurança no Trabalho) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004. CARDOSO, M. Apostando na vida. Revista Proteção, Novo Hamburgo, n. 207, p. 35-50, maio 2009. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CIENFUEGOS, F. Segurança no laboratório . Rio de Janeiro: Interciência, 2001. COSTA, M. A. F.; COSTA, M F. B. Segurança e saúde no trabalho : cidadania, competitividade e produtividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. COUTO, H. A. Qualidade e excelência em higiene, segurança e medi cina do trabalho . Belo Horizonte: Ergo Editora, 1994.
104
DOMINGUES, L R. P. Manual para os serviços de saúde dos servidores públicos civis federais. 192 p. Organizador. Brasília. Edição e Distribuição Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Recursos Humanos. Esplanada dos Ministérios, Bloco C, 2006. FONSECA, C. J. C.; LURENÇO, J. T. V.; ALLEN, J D. T. Tao: terminologia do aprimoramento organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997. FRANZ, L. A. S. Proposta de um modelo para a avaliação e ações de m elhoria na gestão da segurança e saúde no trabalho. 2009. 168 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009. GODOI, C. K.; MELLO, R. B.; SILVA, A. B. (Org.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais : paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006. GONÇALVES, C. F. F. Ergonomia e qualidade nos serviços : uma metodologia de avaliação. Londrina: Editora UEL, 1998. KARMAN, J. Manual de manutenção hospitalar . São Paulo: Pini, 1994. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica . São Paulo: Atlas, 1991. MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro . São Paulo: Malheiros Editores, 2000. MONTEIRO; E. M.; DUARTE, C, B. Prevenção em segurança no trabalho : a influência do clima organizacional no clima de segurança. 2007. p. 286-298. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/dspace/bitstream/10284/465/1/286-298FCHS04.pdf>. Acesso em: 20/10/2010. MORAES, G. Elementos do sistema de gestão de segurança, meio a mbiente, saúde ocupacional, qualidade e responsabilidade : teoria da vulnerabilidade. 2. ed. Rio de Janeiro, 2009. v.1.
MUSETTI, M. G. Fatores condicionantes da qualidade de vida no trab alho : um estudo de caso com docentes da universidade estadual de Londrina. 2002. 87 f.
105
Dissertação (Mestrado em Gestão de Negócios) – Universidade Estadual de Maringá. Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2002. OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas, organização & métodos : uma abordagem gerencial. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT). Inspeção do trabalho: manual de educação do trabalhador. São Paulo: Ltr, 1994. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Organização pan-americana da saúde. Disponível em: <http://www.opas.org.br/ambiente/temas.cfm?id=44&área=Conceito>. Acesso em: 04/03/2011. PACHECO, W. Qualidade na segurança e higiene do trabalho : série sht 9000 normas para a gestão e garantia da segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Atlas, 1995. PARANÁ (Estado). Lei n. 14.743, de 15 jun. 2005. Diário Oficial 16 jun. 2005.
PROTEÇÃO, R. Lei federal mais radical diminuiria número de fumantes. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_detalhe.php?id=Jyy4AQji>. Acesso em: 03/11/2010. SALIBA, T. M. Curso básico de segurança e higiene ocupacional . São Paulo: Ltr, 2004. ______. Manual prático de higiene ocupacional e ppra : avaliação e controle dos riscos ambientais. São Paulo: Ltr, 2005. SERRA, S. M. B. Enfoques atuais de segurança e saúde no trabalho. Apresentação. 105 f., Universidade Federal de São Carlos, 2010. SIASS. Subsistema integrado de atenção à saúde do servidor . Decreto nº. 6.833, de 29 abr. 2009. Folder, Secretaria de Recursos Humanos, Ministério do Planejamento, Governo Federal. Brasília DF, 2009. ______. ______. Políticas de atenção à saúde do servidor público federal. Brasília.
106
Folder, Ministério do Planejamento, 2009. SIMCSIK, T. Organização, métodos, informação e sistemas. São Paulo: Makron Books, 1992. v.1 TRIVELATO, G. C. Visão sistêmica. Revista Proteção , Novo Hamburgo, n. 221, p. 39, maio 2010. Entrevista concedida a Cassiana de Oliveira. VEZZANI, M. A. Princípios para elaboração de um plano integrado de segurança no trabalho . 2002. Disponível em: <http://www2.ucg.br/nupenge/pdf/Marcos_Vezzani.pdf_2>. Acesso em: 02/06/2010. ZOCCHIO, A. Prática da prevenção de acidentes : abc da segurança do trabalho. São Paulo: Atlas, 1996.
107
GLOSSÁRIO
ACIDENTE EM SERVIÇOS - É o dano físico ou psíquico sofrido pelo servidor,
relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo e/ou função
exercida. Equipara-se ao acidente em serviço, decorrente de agressão sofrida e não
provocada pelo servidor no exercício de suas atribuições; o dano sofrido no percurso
da residência para o trabalho e vice-versa, as doenças relacionadas ao trabalho.
(SIASS, 2009).
AGENTES AMBIENTAIS - São os: Agentes físicos, químicos e biológicos existentes
no ambiente de trabalho, que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador. para (CIENFUEGOS, 2001).
ALTA ADMINISTRAÇÃO OU ALTA DIREÇÃO DA ORGANIZAÇÃO - É o termo que
abrange o executivo principal e seus colaboradores diretos. São responsabilidades
da alta administração, entre outras: visão, missão, valores, estrutura organizacional,
formulação da estratégia e garantia do seu desdobramento por toda a organização,
política e sistema de qualidade, foco no cliente, liderança, análise crítica e avaliação
do desempenho global (FONSECA e LOURENÇO, ALLEN, 1997).
AMBIENTE DE TRABALHO - É o conjunto de bens, instrumentos e maiôs de
natureza material e imaterial, no qual o servidor exerce suas atividades laborais.
Representa o complexo de fatores que interligados, ou não, estão presentes no local
de trabalho e interagem com o servidor (SIASS, 2009).
AMBIENTE SAUDÁVEL DE TRABALHO - Deve envolver condições ambientais que
atuem positivamente sobre todos os órgãos dos sentidos humanos, como visão,
audição, tato, olfato e paladar (CHIAVENATO, 1999).
AVALIAÇÃO DO RISCO - É “com base na probabilidade de exposição e
conseqüência detectada pela exposição. Requer a determinação: da natureza e grau
de exposição, do resultado da exposição e do nível aceitável de exposição”
(CIENFUEGOS, 2001).
CONDIÇÕES DE TRABALHO - São as pressões físicas, mecânicas, químicas e
biológicas do posto de trabalho. Trata-se de uma mediação física-estrutural entre o
108
homem e o trabalho que pode afetar o corpo do servidor, causando desgaste,
doenças somáticas, e, mesmo, acelerar o envelhecimento. Designa como parte da
organização do trabalho, a divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, na medida em
que dela deriva, o sistema hierárquico, as modalidades de comando, as relações de
poder, as questões de responsabilidade etc. (SIASS, 2009).
- Toda e qualquer variável presente ao ambiente de
trabalho capaz de alterar e ou condicionar a capacidade produtiva do indivíduo,
causando ou não agressão ou depreciações à saúde deste (BARBOSA, 2001).
CONTROLE - É a função do processo administrativo que, mediante a comparação
com padrões previamente estabelecidos, procura medir e avaliar o desempenho e o
resultado das ações, com a finalidade de realimentar os tomadores de decisões, de
forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou interferir em funções do
processo administrativo, para assegurar que os resultados satisfaçam aos desfiro e
aos objetivos estabelecidos (OLIVEIRA, 2010).
CONTROLE DE RISCOS - Depende da identificação do tipo de agente e da
avaliação do nível que se encontra presente nas atividades dos trabalhadores.
- É quando uma ação requer para reduzir riscos à saúde,
a gerencia e supervisão são responsáveis pelo desenvolvimento e implementação
de controles apropriados, baseados em padrões de limite, legislação ou boa prática
de segurança. O tipo de ação selecionada para o controle deverá: reduzir a
exposição individual a níveis aceitáveis, ser aceita pela equipe de trabalho, não criar
novos riscos em outros locais, garantir a continuidade da operação, ser confiável, ser
considerada sob o aspecto de custo (CIENFUEGOS, 2001).
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL - É composta por profissionais de diferentes
formações e especialidades para atuar no âmbito da vigilância e promoção de saúde
agregando esforços para analisar e intervir nas questões de saúde, sob diferentes
ângulos da dimensão biopsicossocial. A relação entre os profissionais, resguardadas
suas competências, será de interdependência e complementaridade (SIASS, 2009).
ERGONOMIA - Adaptação do trabalho às condições psicológicas e fisiológicas dos
indivíduos, avaliando e projetando os postos de trabalho, sues processos e
equipamentos, de acordo com as características e as necessidades do trabalhador
(COSTA; COSTA, 2004).
109
ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO - É o engenheiro de segurança
do trabalho, o técnico de segurança do trabalho Brasil, Ministério do Trabalho e
Emprego (BRASIL, 1978).
ESTADO DE SEGURANÇA NO TRABALHO – É o ambiente físico e seus
componentes - fatores que determinam o estado de segurança no trabalho para um
indivíduo (SALIBA, 2004).
GESTÃO – É um instrumento de administração que permite que se executem de
forma ordenada as atividades que estão inseridas dentro de um processo alvo,
visando a minimização das perdas e que atinja de forma regular os resultados
definidos pela organização (ARAÚJO, 2002).
GESTORES ESPECIALISTAS EM SEGURANÇA DO TRABALHO - É a pessoa ou
equipe de pessoas, a critério do empregador, profissional capaz de desenvolver o
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), disposto na Norma
Regulamentadoras n.9, Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1978).
GRAU DE RISCO - Depende do grau de exposição e tempo à que um trabalhador
fica exposto.
HIGIENE - A técnica aplicada contra os possíveis agentes geradores de agravos –
enfermidades; profissionais, avaliando a presença de agentes químicos, físicos,
biológicos e possíveis tensões psicológicas e sócias presentes no meio ambiente do
trabalhador. (COSTA e COSTA, 2004).
HIGIENE INDUSTRIAL - É o “conjunto de atividades executadas para antecipar,
reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho, que
possam causar danos à saúde e ao bem estar dos trabalhadores” (CIENFUEGOS,
2001).
HIGIENE OCUPACIONAL - É a ciência que atua no campo as saúde ocupacional,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos físicos,
químicos e biológicos originados nos locais de trabalho e passíveis de produzir
danos à saúde dos trabalhadores, observando-se também o impacto ao meio
ambiente (SALIBA, 2004).
- É a ciência e a arte do reconhecimento, avaliação e
controle de fatores ou tensões ambientais originados do, ou no, local de trabalho e
110
que podem causar doenças, prejuízos para a saúde e bem-estar, desconforto e
ineficiência significativos entre os trabalhadores ou entre os cidadãos da
comunidade (ACGIH).
- Higiene industrial e higiene do trabalho – Estuda o
ambiente de trabalho e a prevenção das doenças dele originadas (SALIBA, 2004).
IDENTIFICAÇÃO DE RISCO - É identificar a natureza do risco: físico, químico ou
biológico, suas características, rotas potencias de entrar em contato e os efeitos
agressivos de exposição.
INCIDENTE EM SERVIÇO OU QUASE-ACIDENTE - É o evento com a
"possibilidade de desfecho adverso, em que houve um risco e/ou uma exposição
simultânea, mas não houve lesões” (SIASS, 2009).
INSPEÇÕES – É uma técnica de observar toda a área de trabalho, munido de um
roteiro de itens, anotando o que está inadequado, determinando as prioridades de
solução e tomando as medidas administrativas de correção (ARAÚJO, 2002).
INSTRUMENTOS OPERACIONAIS - São elementos de autoavaliação para práticas
em prevenção segurança e saúde no ambiente de trabalho a serem observadas na
administração operacionais (ARAÚJO, 2002).
LIMITE DE TOLERÂNCIA - É a: Concentração ou intensidade máxima ou mínima,
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao gente, que não causará
dano à saúde do colaborador durante sua vida laboral. Pode ser uma média
ponderada de oito horas de trabalho ou um valor-teto, que não pode ser
ultrapassando (CIENFUEGOS, 2001).
MANUTENÇÃO – É o conjunto de ações que permite manter ou restabelecer um
bem, dentro de um estado específico ou na medida para assegura um serviço
determinado (MORAES, 2009).
MULTIDISCIPLINARES – É a necessidade da capacitação de áreas distintas tais
como: engenharia, medicina, direito, higiene ocupacional, psicologia, psiquiatria,
administração entre outras.
NÍVEL DE AÇÃO - É o valor acima do qual devem ser iniciadas as ações preventivas
de forma a minimizar a probabilidade de que a exposições a agentes ambientais
111
ultrapassem os limite de exposição. Estes níveis de ação estão definidos em norma
regulamentadora (BRASIL, 1978).
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO - É o modo como o trabalho é organizado e
gerenciado desde sua concepção, até a sua finalização. Do processo de seleção,
recrutamento, premiação até o desligamento das pessoas. Incluem a divisão das
tarefas, as relações de poder, o tempo, a rotina, o ritmo e as exigências de
produtividade para a realização das atividades. Agrega os sistemas de gestão, de
hierarquia, de controle, de comunicação, de formação e de negociação das relações
de um ambiente ou processo de trabalho. A Organização do trabalho resulta na
definição do conteúdo da tarefa e influencia no processo saúde-doença no ambiente
de trabalho (SIASS, 2009).
ÓRGÃOS ESPECIALIZADOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO - Compõem as
áreas específicas multifuncionais de conhecimento, ramos de atividades afins da
higiene ocupacional: medicina do trabalho, meio ambiente, direito, ergonomia,
segurança do trabalho e entre outros (SALIBA, 2004).
PREVENÇÃO - É “a disposição prévia dos meios e conhecimentos necessários para
evitar danos ou agravos à saúde do servidor, em decorrência do ambiente, dos
processos de trabalho e dos hábitos de vida” (SIASS, 2009).
PROCESSOS DE TRABALHO - É a realização contínua de atividades desenvolvidas
individualmente ou em equipe constituindo-se num conjunto de recursos e atividades
organizadas e interrelacionadas, que transformam insumos e produzem serviços e
que pode interferi na saúde do servidor. SIASS (2009)
PROMOÇÃO À SAÚDE - É o conjunto de ações orientadas que propiciam saúde ao
servidor, por meio da ampliação do conhecimento, da relação saúde/doença e
trabalho. Objetiva-se o desenvolvimento de gestões, de atitudes e de
comportamento que contribuam para a proteção de saúdo no âmbito individual e
coletivo (SIASS, 2009).
- É o conjunto de medidas adotadas com a finalidade de
reduzir e/ou eliminar os risco decorrentes do ambiente, do processo de trabalho e
dos hábitos de vida SIASS (2009).
112
PSICOSSOCIOLOGIA – São danos psicológicos que pode sofrer um trabalhador no
seu ambiente de trabalho, assim como os fatores que geram insatisfações (COSTA
e COSTA, 2004).
QUALIDADE DO LOCAL DE TRABALHO – É um conjunto de conceitos
relativamente recentes, e que tem tudo a ver com a teoria de qualidade total,
(COUTO, 1994).
RESULTADO DA ORGANIZAÇÃO – É o resultados alcançados pelos desempenhos
de dirigentes níveis hierárquicos em uma organização, na política e programas de
promoção e prevenção em saúde do trabalhador e sua comunidade, pelo número de
gestores necessários que são fornecidos à organização, pelo aumento da eficácia
gerencial, grupal e organizacional entre outros conceitos. (SIMCSIK, 1992).
RISCO - É “todo perigo ou possibilidade de perigo, existindo a probabilidade de
perda ou de causar algum dano” (CIENFUEGOS, 2001).
RISCOS - À segurança estão ligados com riscos à saúde podem ocorrer sempre que
houver exposição a algum tipo de agente agressivo, com possibilidade de provocar
perdas ou de causar dano (CIENFUEGOS, 2001).
RISCO GRAVE E IMINENTE - É toda condição ou situações de trabalho que
possam comprometer o equilíbrio físico, psicológico social dos indivíduos, ou até
mesmo causar acidentes grave ou doença do trabalho e/ou profissional.
SAÚDE - É um estado completo de bem-estar físico, mental e social; não consiste
somente na ausência de doença ou enfermidade. Esta definição possui implicações
legais, sociais e econômicos dos estados de saúde e doença, conforme o bem-estar
social na época e local que se priorizam ações de promoção e prevenção; entre as
diferentes culturas, crenças sobre o que traz ou retira a saúde. A (OMS, 2011).
SAÚDE DO TRABALHADOR - Assim, podemos dizer que o gerenciamento das
pessoas e do sistema produtivo no tocante à segurança, entendendo-se a saúde do
trabalhador como inserida nesse contexto, faz parte de um complexo de atividades
que se inicia no projeto do produto, passando pela escolha dos materiais que irão
ser utilizados, pelo desenho da produção propriamente dito (BARBOSA, 2001).
SAÚDE NO TRABALHO ASPECTOS SAÚDE PSÍQUICA - Pressupõe um equilíbrio
intelectual e emocional. para (COSTA e COSTA, 2004).
113
SAÚDE NO TRABALHO ASPECTOS SAÚDE SOCIAL - É o bem-estar do indivíduo
em suas relações sociais (COSTA e COSTA, 2004).
SAÚDE NO TRABALHO ASPECTO SAÚDE ORGÂNICA - É o funcionamento
correto do conjunto de células, tecidos, órgãos e sistemas biológicos (COSTA e
COSTA, 2004).
SAÚDE OCUPACIONAL - É promover o mais alto grau de bem-estar físico, mental e
social de trabalhadores de todas as ocupações; prevenir entre os trabalhadores os
desvios de saúde causados pelas condições de trabalho, protegê-los em seus
empregos contra os riscos resultantes de fatores ou agentes prejudiciais a sua
saúde; colocar e manter o trabalho em um emprego adequado às suas aptidões
fisiológicas e psicológicas e, em suma, o trabalho ao homem e cada homem à sua
atividade. (BARBOSA, 2001).
SAÚDE ORGANIZACIONAL – É a eficácia organizacional, ocorre quando há uma
maximização do rendimento dos recursos humanos e materiais para a organização,
pro meios técnicos e econômicos – instrumentais, e políticos e sociais –
comportamentais (SIMCSIK, 1992).
SEGURANÇA - É a técnica aplicada à prevenção dos acidentes do trabalho,
atuando sobre equipamentos, instalações, locais de trabalho e processos (COSTA e
COSTA, 2004).
SEGURANÇA DO TRABALHO - É o conjunto de recursos e técnicas aplicadas,
preventiva ou corretiva, que visam à integridade do homem ao trabalho
(CIENFUEGOS, 2001).
- É a ”ciência que atua na prevenção dos acidentes
de trabalho decorrentes dos fatores de riscos operacionais” (SALIBA, 2004).
TRABALHADOR - É todo aquele que realiza trabalho, isto é, cada um de nós, em
todas as atividades cotidianas e não somente naquelas entendidas como do trabalho
no ambiente profissional. Geralmente, associamos a palavra trabalhadores a
assalariados, o que é um erro, pois existe trabalho que pode ser bem desgastante
do ponto de vista de esforços, sem ser remunerado, como o trabalho voluntário, em
que não há relação de emprego. (BARBOSA, 2001).
114
VIGILÂNCIA EM SAÚDE DO SERVIDOR - É o conjunto de ações contínuas e
sistemáticas, que possibilita detectar, conhecer, pesquisar, analisar e monitorar os
fatores determinante e condicionantes da saúde relacionados aos ambientes de
processo de trabalho. Objetiva-se planejar, contribuir e avaliar intervenções que
reduzam os riscos ou agravo à saúde (SIASS, 2009).
115
APÊNDICE I
SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS
116
APÊNDICE
SÍNTESE DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS
117
ANEXOS
ANEXO I - VISITA INICIAL ............................................................................. 119
ANEXO II - ROTEIRO DE ENTREVISTA......................................................... 120
ANEXO III - ENTREVISTA PARA COORDENADORES DE CURSOS E
CHEFES DE DEPARTAMENTOS .................................................
121
ANEXO IV - QUESTIONÁRIO PARA DOCENTES E TÉCNICOS
ADMINISTRATIVOS ......................................................................
122
ANEXO V - CARTA DE APRESENTAÇÃO ..................................................... 124
AMEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ......... 125
118
ANEXO I - VISITA INICIAL
Na vista inicial junto ao Diretor do Setor quando, será concedida explicação
franca do propósito do trabalho para o seu setor e para a segurança no trabalho
assim como oportunizando um plano de assessoria. Um das questões a serem
tratadas junto ao gestor sobre acidentes e doenças do trabalho, e, se está integrado
às suas causas.
119
ANEXO II - ROTEIRO DE ENTREVISTA
Com procedimentos serão: agendadas datas de entrevista prévia a ser
realizada no seu local de trabalho em local reservado e no horário de trabalho
quando, apresentado o plano de trabalho e esclarecimento da importância, solicitada
permissão para gravação ao entrevistado assim como, liberdade para pedir
esclarecimentos. Quando será utilizado sistema de gravação para processar dados
das respostas.
120
ANEXO III - ENTREVISTA PARA COORDENADORES DE CURSOS E CHEFES
DE DEPARTAMENTOS
Roteiro de questões: 1 Na atual administração há oportunidade de melhorar o processo de gestão em segurança do trabalho para promover a prevenção quando dos processos sucessórios de gestores? 2 Com relação às atividades de prevenção em segurança do trabalho na sua área de competência: - o que você indicaria sobre esse assunto? 3 Como ocorrem os relacionamentos entre gestores administrativos e gestores de assessoria especializada nas atividades de segurança do trabalho na Instituição? 4. No processo de manutenção da gestão da segurança do trabalho as trocas de informações entre os gestores administrativos são freqüentes? 5 As ações de vigilância e de promoção em segurança do trabalho constitui grande desafio à Instituição. De acordo com sua vivência como poderiam ser estas ações de vigilância? 6 O desenvolvimento de novas tecnologias melhoram a performance dos sistemas de prevenção: - conseqüentemente proporcionam novas dinâmicas de melhoria nos processos de manutenção, - de que modo você percebe isso? 7 O comprometimento com práticas na exposição a riscos de acidentes e agentes agressivos ocorre no seu dia-a-dia? 8 No Conselho Setorial ou até no Conselho Superior há estratégias, políticas e programas de prevenção em segurança do trabalho? 9 Há ações que visem inspeções para melhorias de ambientes de trabalho, como um processo contínuo de melhorias? 10 A Instituição busca constantemente aprimorar e aperfeiçoar esse processo de gestão? 11 Toda postura de análise e diagnóstico da segurança do trabalho é avaliativa para que ela funcione bem na Instituição. Como você percebe os processos de avaliação do docente, do técnico administrativo e da Instituição?
121
ANEXO IV - QUESTIONÁRIO PARA DOCENTES E TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS
Considerando a gestão de Segurança do Trabalho na UFPR como sendo um processo a ser incorporado na Instituição, solicitamos responder o presente questionário como forma de contribuição para melhorar as condições de trabalho nesta Universidade.
IDENTIFICAÇÃO
Setor: _______________________ Departamento: _______________________________
PERFIL DO SERVIDOR
Cargo: Docente Técnico Administrativo Função: _____________________________________________________ Tempo que atua neste local: Menos de 2 anos Entre 2 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos Tempo na Instituição: Menos de 2 anos Entre 2 e 5 anos Entre 5 e 10 anos Mais de 10 anos
QUESTÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Considerações: Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho é um conjunto de iniciativas da organização, formalizando através de políticas, programas, procedimentos e processos de negócio da organização para auxiliá-la a estar em conformidade com as exigências legais e demais partes interessadas, conduzindo suas atividades com ética e responsabilidade social. (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2006). 1 Nos sistemas de gestão a UFPR contempla padrões para gestão da segurança do trabalho como importante instrumento para a melhoria das condições de vida e trabalho? De que maneira sua contribuição pode melhorar? _________________________________ ____________________________________________________________________ 2 Nas atividades do Coordenador ou do Chefe de Departamento nas quais está envolvido, as ações prevencionistas fazem parte de sua função? Indique algumas delas: ____________________________________________________________ 3 O sistema de gestão em segurança do trabalho depende, dos gestores administrativos e do assessoramento gestor especialista em segurança do trabalho, no desenvolvimento de suas atividades. Esse assessoramento: É excelente É apenas satisfatório É precário Não existe qualquer entrosamento De que maneira você percebe essas atividades? __________________________________ _______________________________________________________________________ Descreva como podem ser melhoradas essas atividades dos gestores: ______________________________________________________________________ 4 As ações Institucionais relacionadas à segurança do trabalho tem como característica fundamental: valorizar o recurso humano, melhorar o bem estar e saúde de seus colaboradores, garantirem bons resultados organizacionais entre outras características. No seu dia-a-dia como você percebe estas ações? Muito praticadas Praticadas satisfatoriamente Praticadas precariamente Não praticadas
122
5 As ações Institucionais de vigilância e de promoção na segurança do trabalho tem como características a manutenção das condições seguras e saudáveis, redução dos riscos inerentes ao trabalho tais como: áreas de vivência no cuidado como servidor, tratamento das condições atmosféricas, instalações do local de trabalho, instruções operacionais, visitas de observação do trabalho, organização e limpeza entre outros (Constituição Federal de 1988) Diante estas questões, ações de vigilância em segurança do trabalho são praticadas pela Instituição, com relação à prevenção de acidentes e doenças do trabalho? Muito praticadas Praticadas satisfatoriamente Praticadas precariamente Não praticadas Descreva suas sugestões: __________________________________________________ _____________________________________________________________________ 6 A diversidade e complexidade dos processos de produção modernos, das condições dos locais de trabalho requerem adoção de tecnologias e métodos gerenciais sofisticados. As novas tecnologias contribuem ou auxiliam para manutenção dos acidentes e doenças de trabalho em ambientes de trabalho. No seu cotidiano de trabalho, como essa influência, pode ser percebida? A exemplo disso temos sistemas eficientes de condicionadores e purificados de ambientes. Descreva outros sistemas percebidos por você: _______________________________ ___________________________________________________________________ 7 Trabalhar sem risco de acidentes e doenças de trabalho é a condição para todos os trabalhadores da Universidade. As práticas de segurança do trabalho estão incorporadas nos processos de trabalho desenvolvidos por você no teu dia-a-dia? Sim Não Explique de que maneira você incorpora as práticas segurança do trabalho? _________ _______________________________________________________________________ 8 Estratégias para promover a melhoria da vida e da saúde do trabalhador, são ações prevencionistas que devem estar incorporadas nos sistema de gestão da administração. Você vê estas ações serem discutidas no seu setor, nos órgãos de planejamento e implementação e serem encaminhados aos: Conselho Setorial e Conselho Superior? Sim Não Descreva de que circunstância você vê?______________________________________ _______________________________________________________________________ 9 Um exame sistemático para determinar se o desenvolvimento das atividades está em conformidade com os procedimentos planejados para produção, de modo que ações sejam tomadas preventivamente para não expor o servidor a fatores que afetem o seu bem-estar, são procedimentos praticados normalmente pelos gestores para manutenção do sistema de gestão. Você pratica esse procedimento antes de começas suas atividades? Sim Não Explique como você conduz esta questão? _________________________________________ ___________________________________________________________________ 10 A melhoria contínua é um processo de aperfeiçoamento contínuo de revisão dos sistemas de gestão administrativos. No desempenho de sua função, qual é o tratamento que você dá aos aspectos ligados à gestão da segurança do trabalho em seu setor? Mencione o seu procedimento, o quanto e como você pratica a melhoria contínua? _____________________________________________________________________ 11 Para que a segurança do trabalho seja efetiva ela precisa de avaliação. Que sugestões você teria para dar? _____________________________________________________________
123
ANEXO V - CARTA DE APRESENTAÇÃO
Curitiba, 09 de maio de 2010. Prezado(a) senhor (a) NOME Solicitamos a colaboração no levantamento de dados para a pesquisa de mestrado profissional que estamos realizando sobre sistema de gestão de segurança do trabalho nesta universidade. O objetivo é elaborar um plano voltado a ações de segurança do trabalho a ser proposto na dissertação no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). A pesquisa visa diagnosticar o relacionamento entre os gestores especialistas em segurança do trabalho e os gestores administrativos nesta Instituição. Todas as informações serão preservadas, será mantido sigilo de identidade dos participantes assim como, as questões éticas serão preservadas. Ficamos a disposição para maiores informações e esclarecimentos necessários a qualquer momento nos telefones: (41) 3332-2757 e 9964-7671 e e-mail: [email protected] ou [email protected] Prazo de entrega: 20-05-2011 Atenciosamente, Valter Oscar Jentsch (orientando) – Servidor da UFPR.
124
ANEXO VI - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECI DO
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL
EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS – PMGPP Rua Uruguai, 458 – Bloco 16 – Sala 412
Cx. Postal 360 – Fone/Fax: (047) 3341-7847 CEP.: 88302-202 – Itajaí – Santa Catarina
[email protected] www.univali.br/pmgpp
A finalidade deste termo de consentimento livre e esclarecido é de informar aos participantes da pesquisa para um levantamento de dados no Programa de Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas - PMGPP da Universidade do Vale do Itajaí -UNIVALI, explicando que será mantido sigilo de identidade dos participantes assim como as questões éticas serão preservadas. A participação é isenta de ônus para remuneração financeira pelo pesquisador. Todas as despesas relacionadas com este estudo são de responsabilidade do Mestrando. Os participantes dispõem de total liberdade para expressar sua opinião. Este trabalho será elaborado pelo mestrando Valter Oscar Jentsch – Engenheiro de Segurança do Trabalho da UFPR, (41) 3332-2757, 9964-9761 na sua área de sua atuação. Agradecemos a colaboração em participar no grupo de trabalho. Eu assino este documento, declarando que li as informações contidas e por livre e espontânea vontade participo do grupo de trabalho, assino abaixo o termo de consentimento livre e esclarecido.
Curitiba, 10 de maio de 2011.
Nome Assinatura