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Profa Roberta Lourenço Ziolli
Laboratório de Estudos Ambientais e Toxicologia (LEATox)
Departamento de Química, PUC-Rio
e-mail: [email protected]
Profa Roberta Lourenço Ziolli
Laboratório de Estudos Ambientais e Toxicologia (LEATox)
Departamento de Química, PUC-Rio
e-mail: [email protected]
UFMG - Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Química
II Jornada de Inverno de Química
27 a 30 de julho de 2010
Mini-curso:
Introdução à Química AmbientalUm olhar ...Um olhar ...Um olhar ...Um olhar ...
Mini-curso:
Introdução à Química AmbientalUm olhar ...Um olhar ...Um olhar ...Um olhar ...
QUÍMICA AMBIENTAL“multidisciplinarmultidisciplinarmultidisciplinarmultidisciplinar”
Química analiticaFísico-química
Química orgânicaQuímica inorgânica
...
QUÍMICA AMBIENTALAlgumas divisões didAlgumas divisões didAlgumas divisões didAlgumas divisões didááááticas:ticas:ticas:ticas:
Química Ambiental orgânica;Química Ambiental inorgânica;
Classe de substâncias e compostos;Ecossistemas;
Compartimentos;...
O AmbienteO Ambiente
AtmosferaAtmosfera
Hidrosfera (Coluna d’água + biota)Hidrosfera (Coluna d’água + biota)
Interações são descritas pelo ciclo da matéria:CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Interações são descritas pelo ciclo da matéria:CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Geosfera (Sedimento)Geosfera (Sedimento)
Compartimentos interconectadosCompartimentos interconectados
Interface água-atmosferaInterface água-atmosfera
Interface sedimento-águaInterface sedimento-água
Ciclos biogeoquímicos dos elementos
• Muito embora a biosfera reflita uma interação dinâmica entre os reservatórios que a compõem (visão holística), normalmente estudamos cada um destes compartimentos (ou reservatórios) em separado (abordagem reducionista).
• No entanto, no estudo dos ciclos biogeoquímicos de alguns elementos, podemos avaliar o estoque do elemento em cada um destes reservatórios, suas transformações (bio-geo-químicas), e seus fluxos espaço-temporais intra e inter-reservatórios
• Os ciclos nos ajudam a entender os destino dos elementos na biosfera, e por conseguinte, servem como excelentes subsídios para melhor compreendermos a ecotoxicologia de alguns elementos.
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O ciclo hidrológico
SOLOS
ÁGUAS
ATMOSFERA
Ciclo da água na era pré-industrial
evasãonatural
Deposição
Deposição
SOLOS
ÁGUAS
ATMOSFERA
Ciclo da água na era moderna
evasãonatural
Deposição
antrópica
IDÉIA DE CICLOS - Para onde vai ?RESPONSABILIDADE SOCIAL PELO QUE PRODUZ
“O termo ecossistema foi utilizado pela primeira vez por Tansley, um cientista britânico, em 1935. Ele aspirava unificar a confusa
terminologia botânica e para isso tomou emprestado um conceito da termodinâmica. Inicialmente chamou sistema ecológico que
abreviado, tornou-se ecossistema, ou seja, um sistema aberto que troca energia e matéria com o seu entorno do qual fazem parte os seres vivos e não vivos. O conceito é válido para qualquer dimensão
e para qualquer meio aquático e terrestre, sempre que se inclua a presença de organismos. Assim, ecossistema é um espaço limitado
onde a ciclagem dos recursos através de um ou vários níveis tróficos é efetuada por agentes mais ou menos determinados e numerosos,
utilizando simultaneamente processos mutuamente compatíveis que engendram produtos utilizáveis a curto ou longo prazos.”
Ecossistemas
“Recorte”:Ecossistemas aquáticos
Água doce
Água salgada{Ecossistemas aquáticos
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Ecossistemas aquáticosÁgua doce
• Os ecossistemas de água doce são também chamados de ecossitemas límnicos, por isso o seu estudo é chamado limnologia
• Os ambientes de água doce podem ser classificados em dois tipos:– lóticos (águas correntes)– lênticos (águas paradas)
Tempo de residência em reservatórios
Reservatório
Alimentação descarga
Tempo de residência =Quantidade de C no reservatório
Velocidade de remoção ou adição de C
Representação de um lago
O2CO2
A interface água-atmosferaA interface água-atmosfera
Lei de HenryLei de HenryLei de Henry
S = kH.PgásS = kH.Pgás
DissoluDissoluçção de gases em lão de gases em lííquidos: a Lei de Henry (Kquidos: a Lei de Henry (KHH))
““A solubilidade de um gA solubilidade de um gáás num ls num lííquido quido éé diretamente diretamente proporcional proporcional àà pressão do gpressão do gáás.s.””
OO22(g) [fase gasosa] (g) [fase gasosa] �� OO22(g) [fase l(g) [fase lííquida]quida]
KKHH = = SgSg / / PgPg
SgSg = K= KHH xx PgPg
Onde: Onde: SgSg = solubilidade do g= solubilidade do gááss
PgPg = pressão parcial do soluto gasoso= pressão parcial do soluto gasoso
KKHH = constante de Henry= constante de Henry
Solubilidade de gSolubilidade de gáás em ls em lííquido: Lei de Henryquido: Lei de HenryA interface água-atmosferaA interface água-atmosfera
Solubilidade do O2 em água em função da temperatura:Solubilidade do OSolubilidade do O22 em em áágua em fungua em funçção da temperatura:ão da temperatura:
14,7 ppm – 0 oC8,7 ppm – 25 oC7,0 ppm – 35 oC
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A interface água-sedimentoA interface água-sedimento
Coeficiente departição octanol-água
Coeficiente deCoeficiente departipartiçção ão octanoloctanol--ááguagua
Kow = Coctanol/CáguaKow = Coctanol/Cágua
(ou MP-água)(ou MP-água)
Representação de um lago
O2CO2
Ecossistemas aquáticosMarinhos
Classificação quanto à distribuição biológica (dependente dos nutrientes)“deserto biológico”
• zona nerítica (costeira) ⇒⇒⇒⇒ mar raso (até 200 m)• zona pelágica (oceânica) ⇒⇒⇒⇒ alto mar (> 200 m)
Ecossistemas aquáticosMarinhos
• Zona eufótica: profundidade até 100m; densamente povoada por algas unicelulares e por diversos consumidores (maioria dos cardumes).
• Zona disfótica: eufótica a 500m; fracamente iluminada; região fria; habitada por consumidores.
• Zona afótica: abaixo de 500 m; região com ausência de luz e muito fria; ausência de produtores e consumidores primários.
Classificação quanto a distribuição biológica: depende da luz solar
“Recorte”:Ecossistema aquático
Coluna d`água
Vamos inserir um xenobiótico?Pode ser um contaminante ou um poluente.
Como podemos definir contaminante?O que é poluição ?
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Os poluentes podem ser introduzidos no meio aquático de forma pontual ou difusa.
Cargas pontuais: introduzidas por lançamentos individualizados como os que ocorrem no lançamento de esgoto sanitário ou de efluentes industriais. Cargas pontuais são facilmente identificadas e, portanto, seu controle é mais eficiente e mais rápido.
Cargas difusas*: são assim chamadas por não terem um ponto de lançamento específico e por ocorrerem ao longo das margens dos rios, baias, etc.
Cargas pontuais e cargas difusas(aporte, entrada do xenobiótico)
Poluição das águas por fontes pontuais e difusas
Formas de contaminação(aporte, entrada do xenobiótico)
� Contaminação aguda “Abordada nos meios de comunicação”
� Contaminação crônica* “Omissa, embora a que mais contribui”• Águas de lavagem dos tanques dos petroleiros• Águas de lastro• Despejos das refinarias
LEA – Laboratório de Estudos AmbientaisDepartamento de Química, PUC-Rio
“Recorte”:Ecossistema aquático
Coluna d`água
Vamos inserir um xenobiótico?Pode ser um contaminante ou um poluente.
Parece simples: faz-se o recorte do sistema em estudo; verifica-se perfil do compartimento na extensão do estudo; verifica-se a
forma de entrada do xenobiótico; e pronto!!!
Compreender os processos ambientais e seus efeitos
toxicológicos:
Química Analítica+
Química Ambiental+
Toxicologia Ambiental
Questão: O que acontece com um composto quando ele entra no ambiente aquático?Qual o seu caminho, destino?
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Vejamos, como estudo de caso, a Baía de Guanabara – RJ
(Considerando sua bacia hidrográfica)
Sistema real: Baía de Guanabara, RJ.
Alterações ambientais na Baía de Guanabara e em sua bacia de drenagem: início no século XVI pelo processo de ocupação urbana do Rio de Janeiro
⇒ mais de 6.000 indústrias
⇒ lançamento de pelo menos 20 m3 s-1 de esgoto doméstico (~10% recebe algum tipo de tratamento antes de sua diposição final)
⇒ 16 terminais marítimos de petróleo, 2 portos comerciais, 32 estaleiros e mais de 2.000 postos de combustível
⇒ efluentes provenientes do lixo: aterro sanitário de Gramacho éresponsável pela produção de mais de 800 m3 dia-1 de chorume
⇒ lançamento de resíduos sólidos
Fator de diluiFator de diluiççãoão: “A solução para a poluição é a diluição”
Acidente da Petrobrás na Baía de Guanabara em janeiro de 2000
Capacidade de assimilaCapacidade de assimilaçção ou autodepuraão ou autodepuraççãoão: “Ecossistemas têm uma certa capacidade de assimilação dos despejos industriais e domésticos”
(Divergências de opinião. Conceito altamente questionável ao se considerar a restauração da biodiversidade dos ecossistemas.)
Processo de autodepuração
Compreender os processos ambientais e seus efeitos
toxicológicos:
Química Analítica+
Química Ambiental+
Toxicologia Ambiental
Questão: O que acontece com um composto quando ele entra no ambiente aquático?Qual o seu caminho, destino?
Considerações sobre as análises químicas: (i) Onde amostrar: água, sedimento, organismos ?(ii) Qual o analito determinar?(iii) Qual a técnica analítica utilizar?(iv) Em que forma química? Especiação química?
O destino e as interações dos xenobióticos no ambiente
Quais as interações físicas/químicas entre os constituintes desses efluentes?Fator de diluição?
Quanto tempo o xenobiótico persiste no ambiente?Qual o seu destino/transporte?
Quais transformações ocorrerão?
Qual a toxicidade nessas novas condições?
Quais os organismos que estarão expostos ao constituintes desses aporte?
Qual a estrutura química da molécula (transformações) ?
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Especiação Química
Biodisponibilidade refere-se à fração do metal que está disponível para ser assimilada pelos seres vivos.
Especiação Química refere-se as diferentes formas físico-químicas do metal, as quais juntas representam a concentração total na amostra.
Biodisponibilidade x Toxicidade
Informações ambientais e de estudos de laboratório que são necessárias para
estimar a concentração de um xenobiótico no ambiente
HidróliseFotodegradação na águaFotodegradação no arBiodegradação aeróbicaBiodegradação anaeróbicaAdsorçãoVolatizaçãoAcumulação nos organismosResíduos recalcitrantes...
ExemploExemplo: derrame de petr: derrame de petróóleoleo
Acidente da Petrobrás na Baía de Guanabara em janeiro de 2000
Representação da distribuição dos constituintes do petróleo no ecossistema
marinho
COMPOSIÇÃO DO PETRÓLEO
97 % de hidrocarbonetosalifáticos
aromáticos
monoaromáticos
poliaromáticos
Exemplos de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs):
naftaleno antraceno
pireno
coroneno
HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS
Toxicidade:
HPA Carcinogenicidade Genotoxicidade Mutagenicidade
Fluoreno I L
Fenantreno I L +
Antraceno N N -
Fluoranteno N L +
Pireno N L +
Benzo(a)antraceno S S +
Criseno L L +
Benzo(e)pireno I L +
Benzo(a)pireno S S +
Perileno I I +
Indeno(1,2,3-cd)pireno S I +
Benzo(g,h,i)perileno I I +
Dibenzo(a,h)antraceno S S +
Coroneno I I +
Fonte: Costa, 2001
S = suficientes; I = insuficientes; L = limitados; N = não carcinogênico. Genotoxicidade foi avaliada através dos
testes de deterioração do DNA; aberração cromossômica e mutagenicidade. Mutagenicidade (teste de Ames):
+ (positivo), - (negativo).
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HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS (HPA)
Distribuição no ambiente aquático:
HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS
Propriedades Físico-Químicas:
Composto Peso Molecular(u.m.a.)
Ponto deFusão (
oC)
Ponto deEbulição (
oC)
Pressão deVapor (25
oC)
logarítmo doCoeficiente de Partiçãooctanol/água (log Kow)
Solubilidade emágua (25
oC) (µg/L)
Constante de Henry(25
oC) (kPa)
Naftaleno 128,2 81 217,9 10,4 3,4 3,17⋅104
4,89⋅10-2
Acenaftileno 152,2 92-93 8,9⋅10-1 4,07 1,14⋅10
-3
Acenafteno 154,2 95 279 2,9⋅10-1 3,92 3,93⋅10
31,48⋅10
-2
Fluoreno 166,2 115-116 295 8,0⋅10-2 4,18 1,98⋅10
31,01⋅10
-2
Fenantreno 178,2 100,5 340 1,6⋅10-2 4,6 1,29⋅10
33,98⋅10
-3
Antraceno 178,2 216,4 342 8,0⋅10-4 4,5 73 7,3⋅10
-2
Fluoranteno 202,3 108,8 375 1,2⋅10-3 5,22 260 6,5⋅10
-4
Pireno 202,3 150,4 393 6,0⋅10-4 5,18 135 1,1⋅10
-3
Benzo(a)antraceno 228,3 160,7 400 2,8⋅10-5 5,61 14
Criseno 228,3 253,8 448 8,4⋅10-5 5,91 2,0
Benzo(b)fluoranteno 252,3 168,3 481 6,7⋅10-5
Benzo[e]pireno 252,3 178,7 493 7,4⋅10-7 6,44 5,07 (23
oC)
Benzo(k)fluoranteno 252,3 215,7 480 1,3⋅10-7 6,84 0,76 4,4⋅10
-5
Benzo[a]pireno 252,3 178,1 496 7,3⋅10-7 6,50 3,8 3,4⋅10
-5 (20
oC)
Indeno(1,2,3-cd)pireno 276,3 163,6 536 1,3⋅10-8
(20 oC) 6,58 62 2,9⋅10
-5 (20
oC)
Perileno 252,3 277,5 503 5,3 0,4
Benzo[g,h,i]perileno 276,3 278,3 545 1,4⋅10-8 7,10 0,26 2,7⋅10
-5 (20
oC)
Dibenzo[a,h]antraceno 278,4 266,6 524 1,3⋅10-8
(20 oC) 6,50 0,5 (27
oC) 7⋅10
-6
Coroneno 300,4 439 525 2,0⋅10-10 - 5,4 0,14
Fonte: IPCS, 1998
Para refletir (até amanhã, rsrsrs):
Qual(is) composto(s) monitorar?Para quê?Como?Onde?