Jorge E. Gardiner - Catástrofe Corintiana

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  • 5/23/2018 Jorge E. Gardiner - Cat strofe Corintiana

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    Prefcio

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    ApresentaoJorge E. Gardiner um irmo que muito admiro por sua apresentao lgica e clara da Palavra de Deus.Quando o seu livro sobre Primeira Corntios 12-14 saiu, eu fiquei muito animado. Era uma outra

    oportunidade de se aprender com um professor talentoso. Quando preparava o meu prprio livro, O ModernoMovimento de Lnguas, eu li bastante. Desde a sua publicao, continuei lendo os novos livros editados sobre ofalar em lnguas. Tem havido muitos, mas em minha opinio, Jorge Gardiner deu ao mundo cristo a exposio

    mais clara e mais concisa desses trs muito importantes captulos.Ele demonstrou habilmente que o moderno falar em lnguas baseia-se em experincias emocionais, ego-centralizadas, e no no ensino claro das Escrituras. Desde que o Pastor Gardiner j esteve envolvido com asdenominaes pentecostais, no podemos acus-lo de ignorncia ou preconceitos contra este modernomovimento carismtico que tem confundido muitos cristos atravs de todo o mundo.

    Se qualquer cristo professo est envolvido ou interessado no moderno movimento de lnguas, deve lereste livro. Sinto-me muito grato pelo privilgio de escrever o prefcio deste to necessrio volume.

    Roberto GromackiAutor do livro O Moderno Movimento de Lnguas

    NDICEIntroduo ......................................................................................................................................................61 A Cidade e a Sua Igreja ...............................................................................................................................92 A Correo do Esprito .............................................................................................................................183 Quando o Amor Controla ..........................................................................................................................244 O Que FoiQue Voc Disse? .................................................................................................................345 D-nos Um Sinal?" ..................................................................................................................................376 O Que Est Acontecendo? .....................................................................................................................41

    ...e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.

    IntroduoPor que outro livro sobre o movimento carismtico? J no os temos em quantidade suficiente?A resposta ltima pergunta provavelmente sim, mas responder primeira o motivo desta

    introduo.D um passeio pelas livrarias evanglicas de sua comunidade e observe os livros disponveis que tratam

    do Esprito Santo. Se a sua experincia for igual minha, voc ver que h muito mais livros que propagam omovimento carismtico, ou que simpatizam com ele, do que obras que se lhe oponham ou faam um examecrtico da matria.

    Examine os peridicos evanglicos e voc encontrar alguns que so rgos de propaganda domovimento carismtico e outros que trilham a estrada onde j que h algo de bom, no vamos falar do mal.Alm disso, muitos dos livros que fazem crtica apresentam argumentos que os telogos pentecostais

    adoram porque so to fceis de se refutar. Eu sei eu me formei em sua Escola Bblica! Fui bem ensinadocomo responder aos argumentos daqueles que se opem ao Pentecoste.

    Naquele tempo o movimento no ameaava as igrejas biblicamente fundamentadas e foi despedido comfalta de respeito e ridculo. Resultou da que os argumentos apresentados pelos pastores e mestres no foram

    postos em dvida pelas congregaes. Mas os tempos atuais so diferentes. Hoje toda proposio passvel dedvidas e os cristos esto exigindo mais do que proposies acondicionadas, no sujeitas ao exame e semretorno ao remetente. Eles querem saber: o que a Bblia diz?

    Foi essa pergunta, que se segue desiluso comum aos movimentos carismticos, que me impulsionou a

    sair do seu meio para o alvio e a liberdade que desfruto hoje.Tudo comeou com perguntas importunas sobre o abismo existente entre as prticas carismticas e as

    declaraes bblicasum abismo muito grande! Quando tais perguntas eram feitas, a pessoa era olhada comsevera desaprovao e at mesmo advertida contra o pecado contra o Esprito Santo. A presso doscompanheiros, mais a hesitao em desafiar os lderes mais velhos, costuma ser o suficiente para silenciar a

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    crtica.Foi preciso uma guerra e quatro anos de isolamento do convvio com outros cristos e o afastamento do

    meio ambiente anterior para produzir um clima onde tive a coragem de honestamente enfrentar as perguntas eas dvidas que eu tinha reprimido. Sozinho, sem nenhum outro livro alm da minha Bblia, repassei asEscrituras novamente.

    Reli o livro de Atos, devagar e com cuidado, orando ao faz-lo: Senhor, permite que eu veja o que ela

    diz e s o que a Palavra diz. D-me a graa de aceit-lo se estive enganado e a graa de me desculpar se fuiindevidamente crtico.A viagem atravs dos Atos me abriu os olhos! As atitudes e as experincias das igrejas primitivas estavam

    muito longe das atitudes e experincias do movimento moderno. Sob certos aspectos eram completamenteopostas! No havia nenhuma reunio de viglia que precedesse e precipitasse o Pentecoste. Os discpulosreceberam ordem de aguardar a palavra mais desprovida da ideia de esforo que o Senhor poderia terusado. Quando o Esprito Santo veio, eles estavam assentados, no de joelhos orando, ou cantando, ouagonizando, etc. Na realidade, o Pentecoste tinha de vir cinquenta dias aps a ressurreio de Cristo noobstante o que as pessoas no cenculo estivessem fazendo! Fora ordenado por Deus, conforme tipificado nasfestas do Velho Testamento. Primeiro, a Pscoa: Cristo, nossa Pscoa... depois, a Festa das Primcias:Cristo, nossas Primcias... seguida, cinquenta dias aps, pela Festa do Pentecoste! Pela primeira vez eu

    entendi o que queria dizer a frase: ao cumprir-se o dia de Pentecoste. No implicava em viglia,submisso, jejum ou qualquer outro esforo humano para que acontecesseera a hora designada por Deus!

    Eu no consegui encontrar uma ordem, em qualquer passagem do Novo Testamento, para que os cristosbuscassem o batismo do Esprito Santo. Na verdade, eu descobri (conforme descrito em linhas gerais na seosobre I Corntios 12) que o batismo ocorreu quando eu fui colocado no corpo de Cristo quando da minhaconverso.

    Quando cheguei aos captulos dez e onze de Atos, mais surpresas estavam a minha espera. Cornlio noera um homem salvoque tivesse recebido a sua segunda bno atravs do ministrio de Pedro. Pedro tomaisto claro no versculo quatorze do captulo onze. Sua salvao e batismo foram sinnimos. Alm disso, oderramamento na casa de Cornlio deu-se oito anos aps o Pentecoste, mas Pedro no pde indicar nenhumfluxo contnuo de tal experincia entre as igrejas quando explicou aos lderes em Jerusalm o que tinhaacontecido aos gentios. Depois de passados oito anos ele tinha de dizer: como sobre ns no princpio e nocomo sobre todas as igrejas. Eis a um caso no qual o silncio realmente eloquente!

    Atos, sendo um livro histrico, conta o incio de uma nova dispensao, e o nascimento de um organismonovo, a Igreja. No Pentecoste, os judeus; em Cesaria, os gentios; em feso, os crentes do Velho Testamento, eagora o corpo est completo com todas as suas partes. No um padro a ser repetido, mas uma histria a serinterpretada atravs da doutrina das epstolas do Novo Testamento.

    A doutrina se encontra na primeira carta de Paulo aos Corntios e me esforcei em apresent-la clara esimplesmente nestas pginas.

    Por que outro livro? Porque se algum tivesse me mostrado as advertncias claras, os pronunciamentoslgicos e os padres espirituais na epstola de Paulo quando eu era um novo cristo, que procurava conhecer e

    agradar o meu Senhor, eu teria sido poupado de anos de escravido, desiluso e desespero. Eu s posso pedir aDeus que use esta obra para evitar que outros passem pelas mesmas agonias.

    1A Cidade e a Sua Igreja

    Quando Paulo chegou cidade de Corinto, ele entrou numa das cidades mais famosas do seu tempo.Corinto era uma cidade de comrcio, cultura, religio e vcio uma cidade que retrata em miniatura acivilizao da qual participamos hoje em dia.

    J se disse que as Epstolas aos Corntios, so os mais relevantes livros do Novo Testamento para a ltimametade do sculo vinte. Palavras mais verdadeiras jamais foram pronunciadas.Mas alm da cidade se parecer tragicamente com a nossa civilizao, a igreja em Corinto parecia

    tragicamente com uma grande poro da cristandade dos dias de hoje. Jesus disse que a Igreja devia ser o sale a luz deste mundo, sal que impede a deteriorao e luz que desfaz as trevas.

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    Mateus 5:13-16

    13 Vs sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser inspido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais

    presta seno para, lanado fora, ser pisado pelos homens.

    14 Vs sois a luz do mundo. No se podo esconder a cidade edificada sobre um monte;

    15 nem se acende uma candeia para coloc-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos que

    se encontram na casa.16 Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e

    glorifiquem a vosso Pai, que est nos cus.

    Nosso Senhor prosseguiu dizendo que quando o sal perde o seu sabor torna-se intil, e a luz escondidasob um cesto no impede as trevas. A igreja em Corinto, em vez de controlar o mal, foi por ele vencida. Longede dar luz, os crentes pereciam nas trevas. Corinto deixou a sua marca sobre a igreja. Deus pretendia que aigreja deixasse a sua marca sobre a cidade!

    Paulo chegou a Corinto cerca de cem anos depois que Jlio Csar restaurou a cidade das cinzas dadestruio. A nova cidade experimentara crescimento e prosperidade fenomenais. Era a capital da provncia deAcaia.

    Situada numa estreita faixa de terra entre dois portos, Cencria a leste e Lecaiom a oeste, Corinto recebiaviajantes e o comrcio de todas as partes do mundo.

    Em aditamento sua posio martima, Corinto ficava em cima da estrada que ia da Grcia continentalpara o Peloponeso. Todo o trfego militar e comercial do norte para o sul e vice-versa passava por estaimportante cidade.

    O resultado foi uma cidade para a qual afluam riquezas. Quando Paulo falou de ouro, prata e pedraspreciosas no captulo trs, usou uma ilustrao familiar aos corntios.

    A dez milhas da cidade havia um local onde, a cada quatro anos, se realizavam os Jogos stmicos. Era omais esplndido e mais concorrido festival grego. Os preparativos para os jogos levavam meses e delegados eatletas vinham de toda parte. Os grandes acontecimentos eram as corridas e as lutas. Paulo lhes faz refernciano captulo nove.

    No alto da Acrpole, descortinando a cidade de Corinto e controlando sua vida, ficava o magnficotemplo de Afrodite, a deusa do amor e da fertilidade. Mil sacerdotisas exerciam o comrcio da prostituiocomo parte dos ritos religiosos. Corinto era uma cidade dominada pelo vcio. Prostitutos de cabelos compridosera coisa comum nas ruas e foi o fundo de cena do comentrio de Paulo em I Cor. 11:14: Ou no vos ensina a

    prpria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido?.De Atenas, Paulo foi a Corinto, a cidade da prosperidade, dos esportes, da poltica e da imoralidade. Seu

    estado de esprito no era dos melhores. Tivera uma experincia desanimadora em Atenas e agora novosproblemas estavam a sua espera. O Senhor tinha de assegurar a Paulo a Sua presena e a Sua proteo em umaviso.

    Atos 18:9,109 Teve Paulo durante a noite uma viso em que o Senhor lhe disse: No temas; pelo contrrio, fala e no

    te cales;

    10 porquanto eu estou contigo e ningum ousar fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade.

    Os primeiros contatos que o apstolo fez foi com um casal, quila e Priscila, vtimas de uma expulso dejudeus em Roma sob o governo de Cludio Csar. Sendo eles, tal como Paulo, fabricantes de tendas, passou amorar com eles.

    Logo Silas e Timteo, que estiveram na Macednia, juntaram-se ao grupo e ajudaram Paulo a apresentaro Evangelho de Jesus Cristo todos os sbados na sinagoga local. Dois homens influentes se converteram Justus, que morava na casa ao lado, e Crispo, o principal da sinagoga. Organizou-se uma igreja

    neotestamentria, incluindo homens e mulheres, judeus e gentios, escravos e senhores, uma amostra doscidados de Corinto. Paulo falou disso no captulo um, versculo vinte e seis a trinta e um, e no captulo seis,versculos nove a onze.

    O apstolo ficou quase dois anos em Corinto: ensinando, pregando e organizando a igreja. Depois foipara feso, onde ficou trs anos. Em feso, chegaram cartas dos corntios pedindo conselho referente questo

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    do casamento e o problema da carne oferecida aos dolos do templo. Alm disso, ele recebeu notciasperturbadoras sobre as condies de deteriorao da igreja. Para impedir o rumo que as coisas tomavam etambm para responder as perguntas, Paulo escreveu a Primeira Carta aos Corntios.

    A Primeira Carta aos Corntios uma carta de ira, stira, reprovao, correo e instruo. Foi dirigida auma congregao que fora estabelecida sobre o melhor dos fundamentos e tivera a melhor das doutrinas e omelhor exemplo. Imagine que oportunidade a cidade de Corinto deve ter apresentado para um grupo de

    testemunhas cheias do Esprito, firmadas no Cristo ressurreto. Mas a igreja de Corinto fracassou! Em vez devitria, houve tragdia! Em vez de testemunho, houve desonra.

    I Cor. 5:1

    Geralmente se ouve que h entre vs imoralidade, e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios,

    isto , haver quem se atreva a possuir a mulher de seu prprio pai.

    Em lugar de evangelismo, houve ridculo merecido.

    I Cor. 14:23

    Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras lnguas, no caso

    de entrarem indoutos ou incrdulos, no diro porventura, que estais loucos?

    Observe os sintomas do corintianismo conforme apresentados pelo Esprito Santo por meio do ApstoloPaulo e voc ter uma razo importante por que essas cartas foram includas no Novo Testamento so umaadvertncia para os crentes de qualquer poca, cuidado com o corintianismo.

    A igreja em Corinto era uma igreja carismtica. No vos falte nenhum dom (I Cor. 1:7). Paulo escrevetrs captulos tentando corrigi-los neste assuntocaptulos 12, 13, 14.

    Aquela era uma igreja imatura. Eu, porm, irmos, no vos pude falar como a espirituais; e, sim, como acarnais, como a crianas em Cristo (I Cor. 3:1). O apstolo refere-se a isto novamente no captulo treze eversculo onze, no captulo quatorze e versculo vinte e nas palavras finais do captulo dezesseis e versculotreze.

    A igreja de Corinto tolerava a imoralidade no seu meio. Paulo ficou perturbado quando ficou sabendo queum membro da igreja vivia imoralmente com sua madrasta, uma atitude que at os pagos imorais condenavam

    como nem mesmo entre os gentios (I Cor. 5:1). Alguns deles estavam envolvidos com prostitutas,

    I Cor. 6:15-18

    15 No sabeis que os vossos corpos so membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de

    Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, no.

    16 Ou no sabeis que o homem que se une prostituta, forma um s corpo com ela? porque, como se diz,

    sero os dois uma s carne.

    17 Mas aquele que se une ao Senhor um esprito com ele.

    18 Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, fora do corpo; mas aquele quepratica a imoralidade peca contra o prprio corpo.

    e precisavam ser lembrados que seus corpos eram membros de Cristo e templos do Esprito Santo. Almdisso, a festa do amor que precedia Ceia do Senhor estava sendo conspurcada com bebedices e,

    principalmente, com uma atitude de orgulho e falta de considerao. E,contudo, andais vs ensoberbecidos, eno chegastes a lamentar (I Cor. 5:2).

    A heresia estava se infiltrando na igreja. A doutrina da ressurreio estava sendo posta em dvida poralguns da congregao, ...como, pois, afirmam alguns dentre vs que no h ressurreio de mortos? (I Cor.15:12). Em II Corntios, Paulo lamenta que eles j no sejam mais a virgem pura que fora desposada porCristo,

    II Cor. 11:3

    Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astcia, assim tambm sejam

    corrompidas as vossas mentes e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo.

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    e lhes ordena que se examinem se realmente estais na f (II Cor. 13:5).Assim, Paulo escreve com o corao partido a uma igreja na qual gastou muito tempo, esforo e

    ensinamentouma igreja cujo desenvolvimento estacionara, uma igreja carismtica na prtica, imoral na vidae hertica na doutrina: A Catstrofe Corintiana!

    Veja como Paulo tratou o problema da imaturidade. Ele usou trs analogias para descrever odesenvolvimento e crescimento cristos. Um edifcio, uma luta e um corpo. A analogia do edifcio est no

    captulo trs, e o apstolo diz que um edifcio inacabado uma coisa desagradvel vistaterminem o queeu comecei e prestem ateno como o edificam. O quadro da luta est no captulo nove e foi extrado daslutas brutais dos Jogos stmicos. Paulo diz: uma luta inacabada um desperdcio e um prejuzo prossigamat obter o prmio. A analogia do corpo o tema do captulo doze. Aqui Paulo diz: um corpo que nofunciona uma tragdia e um corpo no cooperativo um suicdio. Parem de despedaar o corpo em seu desejoegosta e infantil pelos dons espalhafatosos. Todas as trs analogias apon tam para o fracasso desta igreja emterminar o que Deus tinha comeado. Desenvolvimento impedido!

    A esta altura torna-se importante que compreendamos o que a imaturidade espiritual no . No a faltade dons espirituais. Os corntios tinham todos os dons.

    I Cor. 1:7

    De maneira que no vos falte nenhum dom, aguardando vs a revelao de nosso Senhor Jesus Cristo.

    A coisa interessante que imediatamente aps reconhecer a presena da Carismata entre eles, o apstolotrata da diviso no meio deles.

    I Cor. 1:10

    Rogo-vos, irmos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa, e que no

    haja entre vs divises; antes sejais inteiramente unidos, na mesma disposio mental e no mesmo parecer.

    Dons espirituais e espiritualidade no so sinnimos!A imaturidade no causada pela falta de cultura. Os corntios eram grandes admiradores da educao e

    da erudio e Paulo os adverte nesse sentido nos captulos 1 e 2. Em I Cor. 3.18,19 ele aconselha: Obtenham asabedoria da fonte certa, pois a sabedoria deste mundo tolice diante de Deus.Novamente, em II Cor. 10:5,ele diz: ...levando cativo todo pensamento obedincia de Cristo. No, uma educao melhor, por maisadmirvel e desejvel que seja, no a resposta para a imaturidade espiritual.

    A imaturidade no resulta necessariamente de uma falta de bom doutrinamento. Os corntios tiveram omelhor dos doutrinamentos. Paulo disse que lhes dera a sabedoria de Deus (I Cor. 2:7), pala vras que lheforam dadas pelo Esprito Santo.

    I Cor. 2:12,13

    12 Ora, ns no temos recebido o esprito do mundo, e, sim, o Esprito que vem de Deus, para que

    conheamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.13 Disto tambm falamos, no em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo

    Esprito, conferindo coisas espirituais com espirituais.

    Algum poderia fazer algo melhor?Assim, os corntios tinham todos os dons, foram bem doutrinados na Palavra e tinham o melhor de todos

    os mestres! No entanto, eram carnais e infantis!Quais so, ento, os sintomas da imaturidade na igreja?Um sintoma comum o egosmo. Criancinhas so egostas. Algumas de suas primeiras palavras so eu e

    meu. Do mesmo modo, as criancinhas em Cristo, seja qual for a sua idade. Esses corntios estavamprocessando uns aos outros nos tribunais porque se julgavam defraudados (6:7). Egosmo! Abusavam de sua

    liberdade crist sem considerar o que tal abuso poderia fazer aos outros.

    I Cor. 8:9, 11-13:

    9 Vede, porm, que esta vossa liberdade no venha de algum modo a ser tropeo para os fracos.

    11 E assim, por causa do teu saber, perece o irmo fraco, pelo qual Cristo morreu.

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    12 E deste modo, pecando contra os irmos, golpeando-lhes a conscincia fraca, contra Cristo que

    pecais.

    13 E por isso, se a comida serve de escndalo a meu irmo, nunca mais comerei carne, para que no

    venha a escandaliz-lo.

    Egosmo! Eles estavam se empanzinando na festa do amor, enquanto os crentes pobres passavam fome.

    Egosmo! Eles se embriagavam sem pensar nos efeitos. Egosmo! Eles ignoravam os motivos e o uso adequadodos dons espirituais. Eles no ignoravam os dons, pois os tinham todos, mas ignoravam intencionalmente olugar e os motivos dos dons. Os corntios estavam usando os dons para a autoedificao, uma prtica qualPaulo objetou nos captulos doze at quatorze. Voltaremos a este assunto mais tarde.

    O segundo sintoma da imaturidade espiritual a diviso. Os corntios estavam terrivelmente divididosentre si por causa de certas personalidades. Havia o partido de Paulo, o partido de Apoio, o partido dePedro e o partido de Cristo (1:12). Quando Clemente de Roma escreveu uma carta a esta igreja em 97A.D., trinta e oito anos mais tarde, tratou do mesmo problemadiviso. Imaturidade! Paulo se empenha a queentendam o elo entre a infantilidade e a diviso, colocando as duas lado a lado em I Cor. 3:1-9.

    H tempo e lugar para a diviso. Em I Cor. 10:20,21 ordena-se igreja a que no tenha comunho comaqueles que adoram demnios. Em II Cor. 6:14-17 os crentes so ordenados a fugir da injustia, das trevas, da

    impureza, dos dolos e dos imundos. Mas no h nenhuma palavra sobre a separao de outros crentes porcausa de personalidades. Tal diviso imaturidade corintiana!

    Um terceiro sintoma de imaturidade em Corinto era o criticismo. Essa gente desprezava a Paulo, achandoque j o tinham ultrapassado e que, espiritualmente falando, se encontravam sua frente. Paulo escreve: ...amim mui pouco se me d de serjulgado por vs... (I Cor. 4.3). No versculo oito da mesma passagem, ele usaa stira mordaz: J estais fartos, j estais ricos; chegastes a reinar sem ns; sim, oxal reinsseis. A atitudedessa gente v-se numa citao do que disseram e que o apstolo usa cm defesa do seu apostolado: ...a

    presena pessoal dele fraca, e apalavra desprezvel (II Cor. 10:10). Crtica custica e desprezvelsinal deimaturidade espiritual.

    O quarto sintoma do desenvolvimento espiritual impedido foi a tolerncia do mal dentro da igreja deCorinto. Sua sensibilidade para com o pecado fora embotada. Aquilo que antes lhes causava repulsa, j no lhescausava mais. Nada viam de errado com as discusses nos tribunais. Espalhafatosa imoralidade dentro da igreja

    j no perturbava mais. Indulgncia para com os pecados da carne, dos quais foram libertados no comeo, eramuito difundida e aceita. A glutonaria e a bebedice eram comuns na mesa da comunho. Que situaodeplorvel! Contudo, os corntios criam que tinham alcanado uma estatura espiritual evidenciada pela presenados dons espirituais (principalmente lnguas), que os colocava, na sua prpria opinio, acima das outras igrejase de Paulo.

    Foi para corrigir esta ideia falsa e para tentar impedir esta derrocada da igreja que Paulo escreveu aPrimeira Carta aos Corntios. O corao da epstola est constitudo pelos captulos doze e quatorze, nos quais oapstolo corrige os erros fundamentais relativos aos dons. Por que foram concedidos? Como so conferidos?Como devem ser usados? Se Paulo pudesse levar os corntios a aceitar a correo quanto s questes envolvidas

    nessas perguntas, todas as dificuldades estariam a caminho da correo.Infelizmente, Paulo no teve sucesso. O pouco que sabemos sobre a igreja de Corinto revela umaassembleia que continuou prosseguindo no caminho descrito nas Epstolas e que finalmente morreu com suacidade um fracasso e uma tragdia. Mas as cartas (inspiradas pelo Esprito Santo) continuam vivas advertindo, ensinando, corrigindo a ns que vivemos em outra sociedade corntia com o corintianismo seespalhando pelas igrejas. Ser que repetiremos os erros dessa igreja primitiva ou aprenderemos deles,atendendo aos conselhos do Esprito dado atravs de Paulo?

    2A Correo do EspritoO Apstolo Paulo escreveu a sua Primeira Carta aos Corntios respondendo a duas perguntas: Devemos

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    nos casar, ou seria mais espiritual permanecermos celibatrios? E, est certo comermos carne que vem dotemplo de Afrodite?.

    A resposta primeira pergunta foi dada no captulo sete. A segunda pergunta foi respondida no captulooito. Desse modo so dois os captulos que abrangem as questes levantadas pelos corntios, mas o Apstolono parou ali.

    Paulo usou a ocasio para desmascarar e corrigir outros problemas ainda mais importantes entre os

    corntios: sua imaturidade, sua deplorvel atitude para com o seu apostolado, seus padres morais em declnio eseus abusos na Ceia do Senhor. Ento ele comea o captulo doze com as palavras: A respeito das coisasespirituais. A palavra que ele usa pneumatika, no charismata. A palavra dons foi acrescentada pelostradutores e confunde o assunto. O Apstolo pretende corrigir agora esta igreja no setor das coisas espirituaistodas elas, tal como estivera corrigindo as carnalidades nos onze primeiros captulos. Estamos agora raiz dos

    problemas na igreja de Corintosua falta de verdadeira espiritualidade evidenciada por sua preocupao coma questo carismtica.

    Os versculos de um a trs so fundamentais: No quero que sejais ignorantes. Sua ignorncia foi arespeito do propsito dos dons e no a sua posse. Eles j possuam todosos dons (1:7).

    Quando reis gentios, deixveis conduzir-vos... reis guiados (12:2). Que declarao interessante.Descreve crentes descontrolados, em estado exttico. Os historiadores das religies misteriosas da Grcia

    descrevem devotos arrebatados pela histeria emocional, tremendo e caindo prostrados ao solo, balbuciandolnguas extticas! Plato registra tais cenas. Tambm Virglio, que viveu e escreveu antes de Cristo. AgoraPaulo diz: Isto acontecia quando vocs eram idlatras, mas no deve mais acontecer! Os espritos dos

    profetas esto sujeitos aos prprios profetas (14:32). Tudo, porm, seja feito com decncia e ordem (14:40).O Esprito Santo no produz o que produzia sua adorao idlatra.

    O versculo trs muito vital: ...ningum que fala pelo Esprito de Deus afirma: Antema Jesus! poroutro lado, ningum pode dizer: Senhor Jesus! seno pelo Esprito Santo (12:3). O que isto significa?Obviamente Paulo no est dizendo que um indivduo no regenerado no possa dizer as palavras: Jesus Senhor. O prprio Jesus contrariou este conceito em Mateus 7:21-23, onde Ele disse que no dia do juzohaver aquelas pessoas no salvas que Ele jamais conheceu e que O chamaro de Senhor.

    Eu poderia, andando pela rua, oferecer dinheiro a qualquer vagabundo para dizer Jesus Senhor e elerepetiria as palavras sem hesitao ou dificuldade. No, Paulo no est falando sobre a repetio da frase. Eleest insistindo sobre a soberania de Cristo! Jesus disse que o Esprito Santo no falaria de Si mesmo, nem Seanunciaria, mas sempre falaria do Senhor Jesus Cristo e O anunciaria.

    Joo 16:7, 13, 14

    7 Mas eu vos digo a verdade: Convm que eu v, porque se eu no for, o Consolador no vir para vs

    outros; se, porm, eu for, eu vo-lo enviarei.

    13 Quando vier, porm, o Esprito da verdade, ele vos guiar a toda a verdade; porque no falar por si

    mesmo, mas dir tudo o que tiver ouvido e vos anunciar as coisas que ho de vir.

    14 Ele me glorificar porque h de receber do que meu, e vo-lo h de anunciar.

    Em outras palavras, qualquer movimento, mestre ou doutrina que exalta o Esprito Santo no doEsprito Santo! O Esprito Santo sempre exalta Cristo.

    No mesmo versculo, Paulo faz a igreja em Corinto se lembrar que o Esprito Santo jamais depreciariaCristo ou a Sua obra. O Esprito Santo jamais faria a declarao: Agora que voc aceitou a Cristo voc tem asalvao, mas voc precisa receber o Esprito para ser um cristo completo. Por trs de tal declarao est aideia de que Cristo comea a obra da salvao, mas que o Esprito que a completa. Na mesma passagem dasEscrituras que ora estudamos vemos que esta heresia remonta s igrejas primitivas,

    Colossenses 1:18,19

    18Ele a cabeado corpo, da igreja. Ele o princpio, o primognito de entre os mortos, para em todas

    as coisas ter a primazia.19 porque aprouve a Deus quenele residisse toda a plenitude.

    Portanto, nos primeiros versculos do captulo doze, Paulo estabelece quatro princpios vitais.

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    1. Deus quer que o Seu povo se preocupe com a plenitude da vida espiritual, no apenas com os donsespirituais.

    2. Deus no quer que sejamos ignorantes sobre o propsito dos Seus dons. (Voltaremos a este assunto.)3. Quando o Esprito Santo controla um cristo ele no fica fora de si, nem perde o controle dos seus

    sentidos como fazem os idlatras.4. O Esprito Santo no se exalta, mas exalta a Cristo como Senhor. Ele no deprecia Cristo ou a Sua

    obra.

    Tendo lanado os alicerces Paulo trata agora da fonte dos dons. no versculo quatro que ele usa pelaprimeira vez a palavra charismata. O assunto da fonte dos dons espirituais ocupa os versculos quatro atonze.

    Em primeiro lugar ele descreve a diversidade na unidade. Os dons so diversos (versculo 4),diversidade nas realizaes (versculo 6), diversidade nos servios (versculo 5). Ento ele descreve aunidade na diversidade: o Esprito o mesmo... o Senhor omesmo... o mesmoDeus. Esta unidade emrelao Trindade. O Esprito Santo concede os dons, Cristo indica o lugar do ministrio do dom e Deus, o Pai,fornece a energia. A Trindade toda est envolvida em meus dons e no lugar do servio desses dons. Quando euuso o meu dom como Deus pretende, ele promove a unidadeentre os crentes, no a diviso. Eis a a resposta a

    um dos problemas de Corinto diviso. Verdadeiros dons espirituais usados de acordo com os desgniosdivinos renem os cristos, no os separam! Paulo ter mais o que dizer sobre isto mais adiante.

    Quando chegamos ao versculo sete, defrontamo-nos com uma verdade to oposta a muito do que seensina hoje em dia, que chega a ser eltrica! A manifestao do Esprito concedida a cada um. Compareisto com os versculos 11, 18 e 28 e surge uma verdade excitante cada crente j possui o seu dom ou dons!Eles so soberanamente concedidos e foram recebidos quando fomos batizados no corpo de Cristo em nossonovo nascimento.

    I Cor. 12:12,13

    12 Porque, assim como o corpo um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,

    constituem um s corpo, assim tambm com respeito a Cristo.

    13 Pois, em um s Esprito, todos ns fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer

    escravos, quer livres.E a todos ns foi dado beber de um s Esprito.

    Em seu egosmo os corntios estavam procura de dons espalhafatosos, chamativos e autoedificantes,quando Deus j lhes concedera os dons que Ele queria que tivessem. Nenhum cristo precisa orar e implorar,

    jejuar e chorar, ou fazer qualquer outra coisa para receber os seus dons. Eles j foram dados! Ele tem aresponsabilidade de descobrir, desenvolver e usar esses dons.

    Comeando com o versculo doze e continuando atravs do versculo vinte e sete, o Apstolo Paulo usa ocorpo humano como uma ilustrao do Corpo de Cristo. Comea com um nascimento (vs. 13), e est unido emsua diversidade (vs. 12). Cada membro tem a sua prpria funo (vs. 11) mas todos os membros so

    beneficiados (vs. 25,26). Deus o planejador e criador e s Ele determina que lugar e funo cada membrodeve ter (versculos 18,24,28).O Apstolo traa um quadro ldrico dos membros menos admirados buscando ser os mais admirados.

    I Cor. 12:21

    21 No podem os olhos dizer mo: No precisamos de ti; nem ainda a cabea, aos ps: No preciso de

    vs.

    Imagine, se for capaz, o lamento dum ouvido, dizendo: Nunca ningum olha para mim ansiosamente,nem comenta a minha beleza, como fazem com os olhos. Vou tentar ser um olho. Ento o pobre ouvido jejua eora, fica prostrado, desgasta-se, buscando ser um olho. Que coisa ridcula! Um ouvido um ouvido. Deus o fez

    ouvido e o colocou no lado da cabea. Se ele conseguisse mudar e ser um olho, o corpo ficaria defeituoso comfalta de audio e atrapalhado com trs olhos.O que que Paulo estava querendo destacar? Ele aplica sua ilustrao nos versculos 28-30: Deus

    distribuiu os dons soberanamente e colocou as pessoas com os dons onde achou por bem no como elasgostariam ou buscam. A pergunta do Apstolo, so todos?... so todos? exige um no reiterado. Todosno

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    so apstolos, mestres, profetas ou operadores de milagres. Todos no tm os dons de curar, lnguas ouinterpretaes. Quando temos em mente a declarao de Paulo de que os dons j foram concedidos, e aemparelhamos com o lembrete de que nem todo cristo tem o mesmo dom, ento vemos como contrria asEscrituras a doutrina de que todos os crentes deveriam buscar o confirmador dom de lnguas.

    Este era o problema corntio. Eles buscavam dons chamativos que os destacaria entre os outros, e aslnguas em particular. O escritor fala disto no ltimo versculo do captulo doze um versculo que pertence

    ao captulo seguinte. Durante anos este versculo me perturbou. Paulo acabara de dizer: Deus concede os donscomo Lhe apraz todos no tm os mesmos dons todos os dons devem ser usados para o bem do corpo,no para a edificao de um membro e agora este versculo, conforme costuma ser traduzido, ordena que se

    busque os melhores dons! Bem, quem deseja ospiores? Todos querem os dons que chamam a ateno!Tenho observado que ningum comea um movimento auxiliador ou um movimento de contribuio

    ou um movimento de misericrdia. No entanto esses dons so dons do Esprito exatamente como os delnguase cura, cujos nomes esto geralmente ligados aos movimentos!

    Por que isto acontece? Seria porque esses dons no servem para a autoedificao? Ningum se senteabenoado ajudando, exercendo misericrdia ou contribuindo? No so dramticos ou sensacionais?

    Certamente Paulo no tinha problemas com os corntios superenfatizando os dons menos importantes(?), e o contexto prova que eles estavam enamorados dos dons mais vistosos, mais chamativos, mais

    sensacionais, e das lnguas em particular.Assim, o versculo, conforme traduzido, contradiz o seu contexto. Mas nenhum versculo das Escrituras

    contradiz o restante da Palavra e quando esse parece ser o caso, o problema est na traduo ou interpretaohumana, e no na Palavra de Deus.

    Certo dia eu estava lendo uma obra de Bittlinger, o telogo alemo. Ele acha que este versculo no umaordem, mas uma declarao de fato. Naquele momento eu percebi pela primeira vez que Paulo estava dizendo:Vocsesto procurando os dons ostentosos, mas eu vou lhes mostrar uma coisa melhor.

    Um estudo da palavra procurar (zelar anelar, almejar) mostra que ela geralmente tem umaconotao desfavorvel um sentido egosta, o que exatamente Paulo estava corrigindo. Alm disso, oindicativo mais comum do que o imperativo. E, mais importante que tudo, o versculo assim traduzido,encaixa-se perfeitamente no contexto.

    Assim, o que Paulo estava fazendo era uma declarao de fato (no indicativo), no uma ordem (noimperativo), o que localiza com preciso o problema dos crentes egostas de Corinto e de hoje.

    Agora ele ia lhes mostrar o caminho melhor (mais excelente).

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    3Quando o Amor Controla

    Paulo terminou o captulo doze de Primeira Corntios fazendo seus leitores se lembrarem de que nemtodos possuam os mesmos dons.

    I Cor. 12:29,30

    29 Porventura sotodos apstolos? Ou todos profetas? sotodos mestres? ou operadores de milagres?

    30 Tm todos dons de curar? falam todos em outras lnguas? interpretam-nas todos?

    Antes ele disse que Deus deu os dons quelas pessoas que Ele escolheu para t-los. A recepo de umdom espiritual no o resultado da orao, do jejum, de lgrimas ou sacrifcio da parte do recipiente, mas umdom de graa, para o bem do corpo de Cristo, e recebido na converso quando somos batizados nesse corpo

    pelo Esprito Santo.

    I Cor. 12:12,13,18,28-30

    12 Porque, assim como o corpo um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,constituem um s corpo, assim tambm com respeito a Cristo.

    13 Pois, em um s Esprito, todos ns fomos batizados em um s corpo, quer judeus, quer gregos, quer

    escravos, quer livres. E a todos ns foi dado beber de um s Esprito.

    18 Mas Deus disps os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhes aprouve.

    28 A uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente apstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro

    lugar mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de

    lnguas.

    29 Porventura so todos apstolos? ou todosprofetas? so todosmestres? ou operadores de milagres?

    30 Tm todos dons de curar? falam todos em outras lnguas? interpretam-nas todos?

    Cada crente tem pelo menos um domalguns tm mais de um.

    I Cor. 12:7-11

    7 A manifestao do Esprito concedida a cada um, visando um fim proveitoso.

    8 Porque a um dada, mediante o Esprito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo

    Esprito, a palavra do conhecimento;

    9 a outro, no mesmo Esprito, f; e a outro no mesmo Esprito, dons de curar;

    10 a outro, operaes de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de

    espritos; a um variedade de lnguas; e a outro, capacidade para interpret-las.

    11 Mas um s e o mesmo Esprito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um,

    individualmente.

    O problema de Corinto era que os membros no se contentavam em descobrir e desenvolver seus dons;eles buscavam os dons que chamassem a ateno e admirao e esta atitude Paulo a descreveu no versculotrinta e um do captulo doze: Vocs buscam ansiosamente os dons, mas eu vou lhes mostrar uma coisamelhor.

    Que choque deve ter sido aquilo para aqueles corntios. O que seria melhor do que exercitar os dons delnguas, profecias e cura? Posso imaginar a agitao na assembleia quando essa linha foi lida. O que Pauloestaria pensando? Naturalmente no estava falando srio. Talvez esteja com cimes porque ns descobrimoscoisas que ele ainda no conhecia. Perguntas e declaraes como essas no so difceis de se imaginar quandoretrocedemos no tempo at o dia quando a Primeira Carta aos Corntios foi lida pela primeira vez.

    importante lembrar que o captulo treze de Primeira Corntios no est separado dos outros. No apenas uma linda descrio do amor. o mago da doutrina de Paulo sobre a vida espiritual e absolutamentevital verdade dos captulos doze e quatorze. Os trs captulos so uma unidade.

    Aqui est a vida verdadeiramente espiritualuma vida controlada pelo fruto do Esprito, no os dons doEsprito. O Apstolo usa como padro o fruto do amor que tudo inclui e que inicia a lista do fruto do Espritoque aparece em Glatas 5:22,23.

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    Gl. 5:22,23

    22 Mas o fruto do Esprito : amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,

    23 mansido, domnio prprio. Contra estas coisas no h lei.

    O amor est em primeiro lugar e logo se v que quando o amor de Deus est no controle h alegria, paz,pacincia, gentileza, mansido e as demais manifestaes. Portanto, Paulo usa o fruto do Esprito, o amor, paradescrever a vida controlada pelo Esprito Santo.

    Em I Cor. 13:1-3, o exerccio da charismata sem o fruto do Esprito foi declarado sem valor! Lnguas,profecias, cincia, f, misericrdia e at mesmo o autossacrifcio no somam mais que zero quando a vida noproduz fruto espiritual. muito importante observar que Paulo est aqui dizendo que possvel ter dons e noter espiritualidade. Dons espirituais e espiritualidade no so sinnimos! Alm disso, ele est claramenteinformando seus leitores de que os dons espirituais no produzem espiritualidade. Isto j foi graficamenteilustrado pelo baixo nvel de vida espiritual entre os corntios que tinham TODOSos dons.

    No versculo quatro, o Apstolo passa do negativo para o positivo e prossegue descrevendo a qualidadede vida que ser produzida quando o cristo for controlado pelo fruto do Esprito:

    I Cor. 13:4

    O amor paciente, benigno, o amor no arde em cimes, no se ufana, no se ensoberbece.

    O amor Makro thumos, longnimo, fogo que se alastra. Ele no se apaga. No espasmdico. Ele nose liga e desliga. caridoso.

    O amor no inveja os dons de outrem. Eis a uma sentena que resume a ilustrao do captulo 12:15,18,uma ilustrao que destaca a atitude ridcula dos corntios: Eu quero o seu dom. Ele fala em lnguas, ele

    profetiza. Tudo o que eu posso fazer administrar ou exibir misericrdia. Eu quero o que ele tem.O amor noinveja!

    O amor no busca os prprios interesses, ele no se ufana, no se ensoberbece. Paulo procura impediressa atitudeo desejo da autoedificao. Nos pargrafos anteriores ele faz seus leitores se lembrarem de que ocorpo deve ser a preocupao principal, no os desejos pessoais dos membros individuais. ...cooperem os

    membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros (12:25).No prximo captulo ele desencoraja as lnguascomo instrumento de autoedificao e encoraja a profecia porque ela produz a edificao e o conforto dosoutros (12:3,4). Os corntios estavam orgulhosos dos seus dons. Eles, sim, eram os espirituais e encaravamcom pena e desdm queles que no tinham recebido o batismo com o sinal inicial do falar em lnguas. Paulof-los lembrar que o fruto da vida controlada pelo Esprito no cede lugar para o orgulho ou a autoedificao.

    No versculo cinco ele diz claramente que no procura os seus interesses.O amor no se comporta inconvenientemente. Nunca se torna indecente nem fica sem controle. No

    produz coisas imprprias. Durante mais de vinte anos este escritor esteve associado com igrejas carismticas.Eu vi mulheres morrendo debaixo do poder, estateladas no cho enquanto os obreiros arrumavam suas roupasou as cobriam com toalhas e casacos para ocultar uma situao indecente! No se pode aceitar que o EspritoSANTO coopere com tais situaes. O amor no se comporta inconvenientemente. Esta sentena, junto com a

    outra que diz que viviam descontrolados quando eram pagos (12:2), uma advertncia poderosa. Deus no oautor de confuso (14:33) ou de comportamento indecente e quando estas coisas esto presentes, elas no soresultado do ESPRITO SANTO!

    Agora vem o mago do captulo (13:8-12). Quando se segue a lgica de Paulo, a confuso relacionadacom lnguas, profecia e dons de discernimento desaparecem . Lnguas era o nome do passatempo de Corintoa nica igreja qual Paulo escreveu que tinha este problema. Os corntios estavam longe de atender sintenes divinas para este dom e o usavam como um atraente brinquedo autoedificante. Agora Paulo pretendecolocar as coisas na devida perspectiva de uma vez para sempre.

    O amor nunca acaba; mas, havendo profecias, desaparecero. O verbo aqui transitivo, exigindo umainfluncia externa para completar o sentido, ...havendo lnguas, cessaro. Aqui o verbo intransitivo, noexigindo nenhuma influncia externa para completar o sentido. As lnguas cessaro por si mesmas, ...havendocincia, passar. Este transitivo novamente, exigindo aquela influncia externa como no caso das profecias.

    Paulo no junta, como creem alguns, a profecia, as lnguas e a cincia, ao dizer que cessaro. Geralmentese ouve dizer: Se as lnguas cessaram, ento a cincia tambm deve ter cessado. Sabemos que a cinciacontinua aqui, portanto as lnguas tambm devem permanecer aqui. Tais declaraes comprovam ignornciadaquilo que o Apstolo disse. Longe de juntar as lnguas, a profecia e a cincia, ele separa as lnguas usando

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    verbos transitivo e intransitivo. Alm disso, at a voz outra. A declarao sobre a profecia e a cincia estoambas na voz passiva enquanto que a declarao relativa s lnguas est na voz mdia.

    A questo , portanto, quando que a profecia desaparecer e a cincia passar? A resposta se encontrano uso lgico que Paulo faz da frase em parte. Veja o versculo nove: porque EM PARTE conhecemos(cincia), e EM PARTE profetizamos. O Apstolo torna a ligar profecia com cincia, usando a frase em

    parte. Veja agora o versculo dez: Quando, porm, vier o que perfeito, ento o que EM PARTE seraniquilado. O que era em parte? Cincia e profecia. Assim Paulo declara que quando vier a perfeio, acincia e a profecia cessaro (ser aniquilado). Quando isto vai acontecer? A resposta est no versculo doze.

    Novamente observe-se a frase conectiva em parte. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente(nossa profecia em parte) ento veremos face a face; agora conheo EM PARTE, ento conhecerei comotambm sou conhecido. A perfeio que provoca a cessao da cincia e da profeciaparciais o dia quando ocristo se colocar face a face como seu Senhor e O conhecer perfeitamente. At ento, o dom da palavra dacincia e o dom da profecia sero usados por aqueles a quem Deus conceder.

    Voc notou que, tendo Paulo declarado que as lnguas cessariam por si (13:8), nada mais disse sobre odom? Quando as lnguas cessaram? A resposta apenas se sugere nesta passagem. O Apstolo guarda suaresposta final para o versculo vinte e dois do captulo quatorze:

    I Cor. 14:22

    De sorte que as lnguas constituem um sinal, no para os crentes, mas para os incrdulos; mas aprofecia no para os incrdulos, e, sim, para os que creem.

    ...as lnguas constituem um sinal... Um sinal para quem? So um sinal para confirmao do batismodos cristos? NO! ...NO para os crentes... As lnguas NO SO um sinal para os cristos! Queconsternao este versculo provocou em mim quando pela primeira vez eu o li e realmente o compreendi. EuFora instrudo que as lnguas eram um sinal para os crentes de que o Esprito Santo os controlava de tal maneiraque at a lngua se Lhe estava sujeita. Ento eu vi este versculo: as lnguas constituem um sinal, NO para oscrentes, mas para os incrdulos. Quem so aqueles que so incrdulos? A resposta est no versculo vinte eum.

    I Cor. 14:21Na lei est escrito: Falarei a este povo por homens de outras lnguas e por lbios de outros povos, e nem

    assim me ouviro, diz o Senhor.

    O de sorte que no comeo do versculo vinte e dois liga-o ao versculo vinte e um e nesse versculoPaulo cita Isaas 28:11,12 a mensagem do juzo divino para a nao de Israel. Jeov insistira com Israel,enviara a seca, a fome e a pestilncia. Mas mesmo assim a nao afastou-se cada vez mais de Deus, recusandoo Seu descanso e o Seu refrigrio nem assim me ouviro. Atravs de Isaas veio esta advertncia,

    prevendo a invaso assria e resultando no cativeiro de Israel. Vocs ouviro homens falando em lnguas quevocs no entendero. Eles sero seus conquistadores e captores e vocs percebero quando os ouvirem que oMeu juzo j comeou. A profecia se realizou setecentos e oitenta e quatro anos antes de Paulo escrever aos

    corntios. Novamente Deus estava se preparando para julgar Israel. Jesus advertiu: Quando, porm, virdesJerusalm sitiada de exrcitos, sabeis que est prxima a sua devastao... Cairo ao fio da espada e serolevados cativos para todas as naes; e... Jerusalm ser pisada por eles (os gentios) (Lucas 21:20 e 24).

    Novamente o sinal do juzo estava sendo ouvido: Falarei a este povo (Israel) por homens de outras lnguas...Quando Tito, o romano, saqueou a cidade de Jerusalm e dispersou os judeus pelo mundo em 70 A.D., omotivo para as lnguas desapareceu e o dom acabou por si mesmo. Desde ento no se tem falado mais lnguas

    bblicas! O motivo do sinal j no existe mais e Deus no concede Seus dons como brinquedos quando opropsito deixou de existir.

    Eu disse antes que Paulo sugeriu a resposta pergunta: Quando as lnguas cessaram por si mesmas? noseu captulo sobre a vida controlada pelo Esprito (captulo 13). Volte e examine o versculo 11 do captulo 13 ecompare-o com o versculo 20 do captulo 14.

    I Cor. 13:11

    Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando

    cheguei a ser homem, desisti das coisas prprias de menino.

  • 5/23/2018 Jorge E. Gardiner - Cat strofe Corintiana

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    I Cor. 14:20

    Irmos, no sejais meninos no juzo; na malcia, sim, sede crianas; quanto ao juzo, sede homens

    amadurecidos.

    Observe que ambos falam de infantilidade e maturidade. As lnguas eram um dom concedido para sinal(14:22) durante a infncia da Igreja quando Israel ainda se encontrava em sua terra, um sinal do juzo divinoiminente sobre a nao. No captulo treze Paulo diz: A profecia e a cincia ficaro com a Igreja at que haja

    perfeio, quando teremos o conhecimento perfeito e veremos face a face, mas o dom-sinal de lnguas quepertence infncia da Igreja cessar quando for removida a razo para ele; portanto deve ser deixada de lado(13:11) advindo a maturidade. No captulo quatorze ele diz: No sejam crianas na compreenso, cres am,amaduream, entendam por que o dom foi concedido, no se apeguem s coisas da infncia quando deveriamestar se encaminhando para as coisas da maturidade. Vocs, cristos judeus, lembrem-se da profecia de Isaas,l se encontra o por qu da concesso de lnguas.

    Um rpido exame dos trs exemplos em Atos onde se falaram lnguas (e s temos trs) revelar que emtodos os exemplos havia a presena de judeus! (Atos 2, Atos 10, veja versculo 45, e Atos 19, veja 18:28),

    Isto explica os dois grupos de incrdulos em Corinto: o incrdulo instrudo, do versculo vinte e dois, queconhecia os profetas e reconhecia o sinal do juzo iminente quando ouvia a Igreja Primitiva falando em lnguasque no conhecia nem entendia, e o incrdulo no instrudo, um pago de Corinto sem nenhum conhecimento

    prvio da Palavra de Deus, que, ouvindo este fenmeno (nada entendendo do seu significado), pensava que oscristos fossem loucos (14:23).Portanto as lnguas cessaram quando cessou a razo de sua existncia. Elas cessaram como Paulo disse

    que cessariam, por si mesmas. Mas a vida controlada pelo Esprito, descrita em I Cor. 13, continua, a vida cheiade amor, frutfera e produtiva, disposio de cada cristo (Ef. 5:18-20) que est disposio de Deus.

    Antes de abandonarmos o assunto da vida controlada pelo fruto do Esprito em oposio vidacentralizada nos dons, d mais uma olhada qualidade de tal vida conforme descrita em declaraes sucintas nocaptulo treze, e ento veja Paulo aplicando-as aos corntios no captulo quatorze.

    O amor no arde em cimes, no se ufana, no se ensoberbece... .no procura os seus interesses...Compare estas declaraes do padro espiritual com quem fala em outra lngua (desconhecida ao que

    fala), no fala a homens, seno a Deus, visto que ningum o entende... (14:2). Jamais foi a inteno divina que

    se Lhe dirigisse numa lngua incompreensvel ao que fala! Passe os olhos pelas Epstolas e examine cadareferncia feita orao. Leia o que Jesus disse sobre o mesmo assunto e voc no encontrar nenhumadeclarao, intimao ou ordem que sugira a orao em lnguas! S os corntios carnais foram mencionadoscomo fazendo-o. Paulo disse: Quando eu falo com Deus eu falo com o meu entendimento pelo Esprito Santo(versculo 15). Ningum precisa de lnguas para orar!

    Por que ento os corntios o faziam? Deus dera lnguas para se dirigir aos HOMENS (Israel)no aDeus! Os cristos carnais de Corinto, invejando uns aos dons dos outros e com o seu desejo de receber o domespalhafatoso, chamativo e autoedificante de lnguas, usavam o dom como um emblema de espiritualidadediante dos seus companheiros. Estavam falando a Deus em vez de falar a Israel, dizendo por meio de suasatitudes: Veja, chegamos a um planalto espiritual de onde podemos falar em mistrios ao Eterno

    praticavam um costume que haviam trazido do paganismo! Veja com que penetrao Paulo age contra isto no

    versculo seguinte (v. 3) como tambm nos versculos 4, 5 e 9. A autoedificao, e o desejo de ser admirado erespeitado pelos outros no obra do Esprito Santo no se ufana, no se ensoberbece... no busca os seus

    prprios interesses.O Esprito Santo inspira profecias (a pregao da Palavra) que edificam, exortam e confortam todo o

    corpo de Cristo, e que podem ser imediatamente entendidas por todos. Paulo traa alguns quadros satricos paraos corntios; instrumentos musicais to desafinados que no podem ser reconhecidos, um corneteiro toincompetente que o exrcito no tem ideia do que o comandante deseja (vs. 7, 8) e ento aplica as ilustraes aomau uso e abuso das lnguas faladas egoisticamente e no da maneira pretendida por Deus. Ouam, dizPaulo, falem para que possam ser entendidos procurem a edificao da igreja, no a prpria!

    Mas o que dizer dos exemplos quando judeus estavam presentes aos cultos? As lnguas eram permitidas,mas no mais de trs pessoas deviam exercer o dom (v. 27). Alm disso, considerando que incrdulos noinstrudos tambm poderiam estar presente, pessoas cujos antecedentes no lhes garantiam uma compreensocomo a que os judeus possuam, as lnguas deviam ser interpretadas para que todos os presentes, judeus e

    pagos, as entendessem. A confuso jamais vem de Deus (v. 33).Histeria, confuso, falas misteriosas e comportamento inconveniente e egosta, tudo isto estava presente

    nessa carismtica igreja de Corinto. Nada disso est presente quando o fruto do Esprito est no controle. A

  • 5/23/2018 Jorge E. Gardiner - Cat strofe Corintiana

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    autoedificao cede lugar ao bem de todos no corpo de Cristo e a ateno chamada para o Senhorio de Cristo,no para os dotes do crente. Vocs esto buscando os dons ostentosos, mas aqui est um caminho ainda maisexcelente.

    4O Que foi que Voc Disse?

    Depois de se ler os captulos doze e treze de Primeira Corntios, pode-se fazer a pergunta: Por que Paulose preocupou em acrescentar o captulo seguinte? Ele tinha corrigido seus leitores sobre a questo do buscar osdons carismticos, quando Deus j tinha concedido a cada um o dom ou os dons que Ele quer que tenhamos.Ele tinha insistido com os corntios a que se preocupassem com as coisas espirituais todas elas, e a quefossem controlados pelo fruto do Esprito e no pelos dons. No processo do apelo ele lembra os corntios de queas lnguas cessariam por si mesmas, to logo a razo de sua existncia fosse removida (14:21,22). O dom era

    um sinal de autenticao da igreja nascente (13:11, 14:20) e dos seus Apstolos, e um sinal de juzo por virsobre o Israel rebelde e desobediente. A igreja estava enamorada de um sinal passageiro e estavanegligenciando suas responsabilidades no lugar e no tempo em que Deus a tinha colocado.

    Mas Paulo no se arriscava. Ele devia ter certeza de que os seus leitores entendiam o que pretendia dizerportanto, ele passa para o captulo quatorze.

    O captulo comea com a mesma palavra usada no comeo do captulo dozeSegui o amor e procuraios (dons) espirituais... A palavra dons foi novamente acrescentada pelos tradutores e por isso est em itlico.

    No pertence passagem. O assunto a vida espiritual com o fruto do Esprito, o amor. Aspirem essas coisas,diz Paulo, e ento vocs tornaro a profecia predominante.

    Que a profecia, como o Apstolo usa o termo, no alguma coisa restrita a certas pessoas especiaisdentro da igreja, v-se claramente no versculo trinta e um: Porque TODOS podereis profetizar, um aps

    outros, para todos aprenderem e serem consolados.Os resultados da profecia esto relacionados no versculo trs: edificao, exortao e consolao. Socolocados em oposio falta de utilidade das lnguas: ningum entende. Na verdade, Paulo apresenta umacomparao numrica entre lnguas e profecia, o que extraordinrio: ...na igreja prefiro falar cinco palavrascom o meu entendimento (profecia) ... a falar dez mil palavras em outra lngua. Quando a gente selembra deque dez mil era o nmero mais alto que os gregos tinham, a comparao poderia ser parafraseada na linguagemde hoje para um milho contra cinco!

    Em outras palavras, Paulo coloca a pregao sob o controle do Esprito Santo no alto da lista das coisasdesejveis, e as lnguas, mesmo quando elas ainda estavam em operao, embaixo. A razo bvia: a pregao

    pode ser compreendida, as lnguas no. A pregao edifica, consola e estimula, as lnguas simplesmentechamam a ateno para quem fala (14:4). A pregao traz convico ao pecador, as lnguas trazem o ridculo

    (14:23-25).A esta altura so diversas as perguntas que costumam ser feitas. 1. Paulo no disse que falava mais em

    lnguas do que todos eles? Sim, (no versculo dezoito), mas Paulo era um Apstolo, usado por Deus paraproclamar a mensagem aos judeus. Em todos os exemplos onde lnguas foram faladas no Livro dos Atos, haviajudeus presentes e pelo menos um Apstolo. Os corntios usavam os dons de Deus como brinquedosparticulares no como advertncia a Israel. Considerando que Paulo morreu antes de 70 A.C., eleprovavelmente exercitou o dom sempre e onde fosse prprio faz-lo. As lnguas, devidamente usadas no tempode Paulo, no tinham nenhuma relao com o que se proclama ser o mesmo dom hoje em dia. 2. Paulo nodisse que desejava que todos eles falassem em lnguas? Sim, (no versculo cinco), mas lembremo-nosnovamente da poca e do propsito. Israel ainda se encontrava ali. Mas mesmo o Apstolo preferiu a pregao.Leia o restante do versculo. 3. Paulo no estimulou a orao particular em lnguas? No, ele no o fez! Noversculo geralmente citado para apoiar a teoria (versculo quinze), Paulo diz que ele orou com ambos, oentendimento e a bno do Esprito, ao mesmo tempo. O entendimento e o esprito no esto separados,esto juntos! Quando Paulo orava ele entendia o que dizia. Isto ele declarou ser superior orao em lnguas,(versculo quatorze) . Alguns tm tentado descobrir a orao em lnguas em Romanos oito, vinte e seis. Masno est l. Os gemidos mencionados no so pronunciveis. 4. No h uma diferena entre as lnguas

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    faladas em Atos e aquelas de Corinto? No, de acordo com as Escrituras. Uma nica palavra foi usada,glossolalia, significando uma linguagem usada por habitantes da terra. Todos os principais lxicos gregos no

    bblicos usam a palavra em relao a lnguas conhecidas. S alguns telogos, pressupondo que os corntiosfalavam extaticamente, fizeram tal diferena. Nem a linguagem nem o uso bblico sustentam tal ideia.

    A Igreja Primitiva falava lnguas que eram reconhecidas pelos outros, caso contrrio a advertncia a Israelno teria nenhum efeito. Nenhum judeu teria considerado um balbuciar exttico como cumprimento da profeciade Isaas. 5. Esta passagem no fala de lnguas anglicas? A referncia ao versculo primeiro do captulotreze: Ainda que eu fale a lngua dos homens e dosanjos..Essas lnguas so gramaticalmente de uma s classe,so apenas hipotticas (ean se), e sempre quando os anjos falaram eles falaram na lngua usada pela

    pessoa a quem se dirigiam. Longe de promover uma linguagem celestial, este versculo sustenta o padrobblico de fala compreensvel .

    Quatro verdades foram destacadas neste captulo: 1. As lnguas bblicas eram a capacidade sobrenaturalde falar em lnguas conhecidas que no eram compreendidas pelo orador. No era um balbcio ou uma lnguaexttica. 2. As lnguas eram um sinal especial para a confirmao da Palavra diante de um Israel rebelde eincrdulo at a destruio de Jerusalm e a disperso da nao que deu incio Dispensao dos Gentios. 3. Aslnguas bblicas j no so mais faladas. O propsito se cumpriu e o fenmeno cessou. 4. Os corntios ficaramfascinados pelas lnguas porque o seu uso chamava a ateno para quem delas usava. Esta preocupao resultouno abuso do dom, pois eles edificavam-se a si mesmos, ignorando a vida espiritual como um todo e fracassando

    no testemunho cidade. A catstrofe de Corinto!

    5D-nos Um Sinal

    Vimos que as lnguas foram um dom-sinal (I Cor. 14:22), as lnguas constituem um sinal. Vimostambm que esse sinal no era para o crente, mas para o judeu incrdulo e que Deus estava atendendo a algo

    peculiarmente judeu, o desejo de sinais. Em Mateus 12:38, ouvimos os escribas e fariseus dizendo a Jesus:Queremos ver de tua parte algum sinal. A reao de nosso Senhor diante disso foi que no receberiamnenhum outro sinal alm do sinal do profeta Jonas que foi um tipo da Sua morte, sepultamento e ressurreio.Este desejo de sinais foi repetido em Mateus 16, e novamente em Marcos 8. Em Joo 6:30,31, o povo do tempode nosso Senhor f-lo lembrar-se de que Deus tinha lhes concedido um sinal atravs de Moiss, o sinal do manno deserto.

    Embora Jesus dissesse que no receberiam nenhum outro sinal alm do sinal do profeta Jonas, aps amorte e ressurreio de nosso Senhor (pelo qual o sinal do profeta Jonas foi cumprido), certos sinais foramdados a Israel para a autenticao da igreja nascente e dos seus Apstolos. Lemos em Atos 2:43, em cada almahavia temor; e muitos prodgios e sinais eram feitos por intermdio dos apstolos. Novamente em II Cor.12:12, o Apstolo Paulo autentica seu apostolado dizendo: Pois as credenciais (sinais) do apostolado foram

    apresentadas no meio de vs, com toda a persistncia, por sinais, prodgios e poderes miraculosos. Estepensamento torna a ser repetido em Hebreus 2:3,4, onde se faz a pergunta: Como escaparemos ns, senegligenciarmos to grande salvao? a qual tendo sido anunciada inicialmentepelo Senhor, foi-nos depoisconfirmadapelos que a ouviram. Aqueles que a ouviram foram os Apstolos. Observe o versculo seguinte:Dando Deus testemunho juntamente com eles (os apstolos), por sinais, prodgios e vrios milagres, e pordistribuiesdo Esprito Santo segundo a sua vontade.

    Quando estes versculos so colocados juntos torna-se claro como cristal que Deus colocou o Seu selo deaprovao na igreja nascente e seus Apstolos por meio de sinais e milagres. Quando examinamos I Cor. 14 eouvimos o Esprito Santo dizer: As lnguas constituem um sinal, temos um desses dons-sinais. Os outros somilagres e o dom de curar. Na referncia anteriormente citada, os milagres esto especificamente relacionadoscomo sinais dos apstolos. A cura, como dom-sinal, encontra-se em Atos 5:12,15. No versculo 12, lemos:Muitos sinais eprodgioseram feitos entre o povo, pelas mos dos apstolos. Que sinais eram esses? V ato versculo 15: A ponto de levarem os enfermos at pelas ruas e os colocarem sobre leitos e macas, para que,ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se projetasse nalguns deles. O versculo 16 termina com as palavras:os quais eram todos curados.

    Assim as lnguas, o dom de operar milagres e o dom de curar eram todos dons-sinais, autenticando a

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    Igreja Primitiva e os seus Apstolos. Tal como as lnguas j no esto conosco porque sua razo de serdesapareceu, assim os dons-sinais para a autenticao da Igreja e dos seus Apstolos tambm j no seencontram mais conosco. No existem Apstolos hoje em dia e a Igreja no precisa do mesmo tipo deautenticao como nos dias primitivos.

    Uma reao diante desta declarao ser: Bem, ento, voc no cr que Deus cura hoje em dia e realizamilagres. Longe de ser verdade. O que dissemos, e o que as provas bblica s apoiam esmagadoramente, que odomde curar e a operao de milagres como um domj no se encontram mais conosco. Mesmo aqueles quehoje em dia reivindicam o dom de curar no o administram como a Igreja Primitiva fazia. Quando algum l olivro de Atos descobre que no havia classes preparatrias para curas, no havia correntes de cura, ningum eraencorajado a soltar a f ou esperar um milagre. Na verdade, algumas das pessoas curadas ficavam maissurpresas do que todos. Tomemos por exemplo o coxo porta do templo que foi curado pelo dom de curarministrado atravs de Pedro e Joo. A histria se acha registrada em Atos, no terceiro captulo. Observe em

    primeiro lugar onde o milagre aconteceu no templo. Foi um dom de autenticao para os judeuspresenciarem, autenticando a Igreja Primitiva e os Apstolos. Em segundo lugar, observe que o homem nadaesperava desses homens a no ser esmolas. Ele no esperava ser curado, ele no pedira para ser curado, ele no

    buscava a Deus para ser curado. Na verdade, no h nenhuma evidncia na histria de que ele fosse crente.Quando Pedro e Joo se aproximaram dele ele lhes pediu esmolas, no cura. Sua f no foi envolvida. QuandoPedro lhe falou, disse: No temos prata nem ouro, e acrescentou: em nome de Jesus Cristo de Nazar,

    levanta-te e anda. A essa altura Pedro abaixou-se, tomou o homem pela mo direita e literalmente o puxou dep. A cooperao do homem no foi envolvida. Eis a uma ilustrao clssica do dom de curar em operao.No exigia preparao, no exigia f da parte do recipiente. Acontecia to somente pela soberana Vontade deDeus como um dos sinais de Deus para a nao de Israel, autenticando a Igreja Primitiva. E quando esse domera exercidojamais falhava. Ningum ia embora sem ter recebido a cura. Como isto est longe do que passa

    pelo dom de cura da atualidade pode logo ser visto quando fazemos as comparaes.O mesmo acontece com a operao de milagres. Os milagres no eram realizados a pedido do povo. No

    eram realizados por meio de peas de roupa enviadas pelo correio ou mos colocadas sobre o aparelho deteleviso, ou pela manipulao psicolgica da multido. Eram realizados na soberana Vontade de Deus comosinais autenticadores dos Apstolos e da Igreja Primitiva.

    A razo para o dom-sinal de lnguas j foi explicada, mas vamos destacar um fato significativo que

    muitas vezes fica esquecido. As lnguas no eram um instrumento de evangelizao para alcanar osperdidos que de outra maneira no compreenderiam a mensagem. Volte e leia o segundo captulo de Atos Oscento e vinte estavam falando em lnguas no aprendidas anteriormente muito tempo antes da multido seajuntar. Se isto era evangelismo, quem estariam evangelizando naqueles momentos? Mais ainda, a multido quese ajuntou no Dia de Pentecoste no precisava ouvir o evangelho em suas lnguas. Eles entendiam a lngua quePedro falava (provavelmente aramaico). Foi por intermdio do discurso de Pedro, em uma lngua que eles todosentenderam, que foram convencidos os trs mil e aceitaram o Senhor. Foi o ouvir as maravilhosas obras deDeus em suas prprias lnguas (Atos 2:11) que convenceu essa gente de que era um sinal de Deus. No foievangelismo, foi o ministrio dos sinais.

    Observe novamente que os sinais foram sempre realizados quando na presena de judeus e ao menos deum Apstolo. Os sinais, tendo uma vez cumprido sua funo de autenticao da Igreja Primitiva e dos seus

    Apstolos, desapareceram depois. O dom da cura no est em operao atualmente e at mesmo os que oproclamam possuir, de modo nenhum fazem uso dele de acordo com a Igreja Primitiva. Do mesmo modo o domda operao de milagres e o dom de lnguas.

    Hoje em dia oramos pelos doentes. Mas oramos pelos doentes dentro do contexto da Vontade de Deuspara aquela pessoa. Obviamente a f est envolvida como tambm a obedincia e a confisso de pecados. LeiaTiago, captulo cinco, e observe como todas essas coisas fazem parte do processo. Deus pode e cura o Seu

    povo, mas no h nenhum acordo rgido ou garantia no que se lhe refere como havia com o dom de curar.Algumas pessoas tm tentado contornar este fato acusando aquele que busca a cura, dizendo: Ele no tinha fsuficiente. Isto simplesmente no se ajusta Palavra de Deus.

    Do mesmo modo Deus continua realizando milagres hoje em dia. Qualquer missionrio pode contaralguma interveno miraculosa da parte de Deus, suprindo necessidades, protegendo pessoas, etc. Qualquercristo que tenha andado com o Senhor durante algum tempo pode fazer o mesmo. Mas, isto no o dom deoperar milagres. O dom de operar milagres jamais falhou. Ele, com a cura e as lnguas, foi sempre realizado na

    presena de judeus e pelos Apstolos. Por isso, quando dizemos que esses dons j no existem mais, noestamos limitando Deus em dizer que Ele no podefazer certas coisasestamos simplesmente reconhecendoo que Deus tem declarado em Sua prpria Palavra. E quando o fazemos, estamos nos conformando Palavra.

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    Israel buscou sinais. Antes da morte, sepultamento e ressurreio de nosso Senhor, nenhum outro sinal

    seria dado nao a no ser a Sua vinda para redeno. Depois de Sua ressurreio foram dados sinais parasilenciar os judeus e autenticar a igreja nascente e os seus lderes.

    6O que Est Acontecendo?

    Quando estudantes sinceros se achegam s Escrituras com a mente aberta e descobrem as verdades acimadeclaradas, eles olham para os movimentos nas igrejas de hoje e perguntam: O que est acontecendo? Se,como a Bblia claramente afirma, as lnguas cessaram, ento ao que as pessoas esto se entregando hoje emdia? curioso que no existam movimentos formados com base em qualquer outro dom relacionado por Pauloem Romanos, captulo doze, e captulo doze de Primeira Corntios. Sem as lnguas, o movimento carismticoentraria em colapso! Mas, considerando que as lnguas bblicas cessaram, o que isto que ouvimos hoje emdia?

    Alguns so rpidos em colocar a etiqueta satnico s lnguas e seriamos tolos se ignorssemos talpossibilidade. At onde a histria pode nos levar encontramos o registro de lnguas como parte das cerimniasdas religies pags. Algumas dessas cerimnias eram vs e foras demonacas estavam envolvidas. No tempo

    de Paulo, tais prticas eram comuns e os missionrios de hoje contam fenmenos semelhantes. um fato muitoconhecido que os espritas, os mrmons e outros cultos anticristos falam em lnguas. Um fato interessantesobre o movimento carismtico moderno que ele geralmente inclui aqueles que no preenchem os requisitosdo padro bblico para os crentes regenerados. Os lderes do movimento admitem que h aqueles que nocreem nas doutrinas essenciais tais como a Trindade, o Nascimento Virginal e a Divindade de Cristo. Contudoessas pessoas falam em lnguas. Estaria o Esprito Santo abenoando incrdulos e blasfemos, ou ser que oesprito outro? A possibilidade de influncia satnica no deve ser levianamente afastada. Contudo, a

    presena de cristos genunos que sinceramente amam o Senhor deve agir como freio para aqueles que muitorapidamente proclamam: satnico.

    Falando de um modo geral, o movimento carismtico compe-se de pessoas vindas de cinco grupos. Oprimeiro o tradicional, ou clssico, grupo dos pentecostais. Grande parte deles nasceu dentro do movimento

    uma vez que o movimento pentecostal tem-se alastrado desde o comeo do sculo. Essas pessoas geralmentepouco sabem do que acontece fora de suas prprias igrejas, e frequentemente desaprovam a liberdade que hdentro do movimento moderno para com a bebida, o fumo e outras coisas que eles aprenderam serdivertimentos mundanos.

    O segundo grupo vem das igrejas liberais, onde eles e seus pais tm recebido pedras em vez do poque precisam e anseiam. A natureza aborrece o vcuo e mais cedo ou mais tarde uma revolta tem de surgircontra a incredulidade estril do liberalismo. Nesses crculos, quando a ideia de que a experincia espiritual

    possvel e respeitvel toma conta das pessoas, no se pode impedir o fluxo de pessoas sedentas e famintas quedesejam (e continuam desejando) alguma coisa mais do que a ao social e a filosofia humana.

    O terceiro grupo, e que est crescendo rapidamente, o dos carismticos catlicos romanos. Quando oPapa Joo abriu as janelas de Roma para deixar entrar ar fresco, ele tambm deixou sair pessoas cujas almas

    estavam cansadas de sacramentalismo e que no mais se prestavam a serem espectadores do drama religiosoapresentado pela missa nos domingos de manh. Embora permanecessem fiis igreja e seus dogmas, estegrupo entrou para os movimentos de lnguas, abraando os carismticos de outros grupos como seusirmos.

    Um quarto grupo vem das igrejas protestantes ortodoxas onde se cr na Bblia e se prega a Bblia massem o hlito de Deus sobre ela. Por um tempo demasiado longo muitas igrejas tm sido o centro de pregao eensino seco, vazio e pedante. A filosofia delas tem sido que a pregao e o ensino da Palavra de Deus osuficiente e o autor do Livro, o Esprito Santo, tem sido ignorado. O Esprito Santo poderia abandonar as igrejasortodoxas qualquer domingo e ningum notaria a diferena. Temos ali coraes ansiando por alguma coisa queos afete alm dos seus ouvidos e mentes.

    O quinto grupo composto de jovens que tm excludo a igreja de suas vidas por ela estardesesperadamente atolada no ritual e no formalismo e que esto buscando alguma comunicao direta com oCu. Tendo experimentado drogas, o ocultismo e o sexo livre, e no tendo encontrado neles nenhuma satisfaoduradoura, esto se voltando para o movimento carismtico em busca de um paraso novo e diferente.

    Todos eles tm um denominador comum: a busca da experincia. Eu quero conhecer-sentir-possuir.Frases tais como no o critique at experiment-lo e um homemcom uma experincia no fica jamais

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    merc de um homem que s tem um argumento se ouvem comumente. Um conhecido lder do movimentocarismtico, dirigindo-se a um grupo composto de elementos vindos dos diversos grupos acima mencionados,depois de ler uma passagem da Bblia, fechou-a e disse: No vamos concordar sobre a interpretao dessa

    passagem, por isso deixem-me falar sobre a minha experincia, ento teremos alguma coisa slida. Pat Boone,falando aprobativamente sobre o segmento jovem, disse que o movimento no tem quartel-general, no temlder e no tem doutrinas. Esto simplesmente alimentando-se de Jesus.

    O que est errado? A experincia? claro que no. A vida crist um caso de amor, amars o Senhorteu Deus de todo o teu corao... O amor experimental, no terico. Mas o Senhor Jesus Cristo deu o padrodivino no Evangelho de Joo, captulo oito, versculo trinta e dois: Conhecereis a verdade e a verdade voslibertar. O que esta verdade, vemos no versculo anterior, a minha Palavra. O plano divino vai da verdade

    para a experincia, no da experincia para a verdade! A frmula: Eu tive uma experincia. Eu encontreiexperincias iguais minha na Bblia. Portanto a minha experincia bblica perigosamente enganadora. Porqu?

    1. As experincias costumam ser contraditrias. Diversas pessoas, todas professando terem tido umaexperincia com Deus, podem diferir radicalmente quando chegam verdade que aprenderam em suasexperincias. Em qual delas crer?

    2. As experincias podem ser emocionalmente poderosas e compelentes, mas tambm perigosamenteenganadoras. Muitas pessoas sinceras que tiveram experincias notveis mais tarde descobriram que foram

    enganadas. Logo que a possibilidade do engano admitida, o argumento da experincia para a verdade entraem colapso.Somos, portanto forados a nos voltarmos para Cristo e o padro escrito do Novo Testamento: Da

    verdade da Palavra para a experincia. Se a minha experincia se harmoniza com a Palavra de Deus, muitobem. Mas se a minha experincia no est em harmonia com a Palavra de Deus revelada, ento deve serabandonada!

    O Apstolo Pedro escreveu as mais fortes declaraes com referncia a esta verdade na sua segundaEpstola, captulo um. Pedro diz: Estive no monte da transfigurao com Cristo. Eu vi o meu Senhor em Suaglria eterna! Eu ouvi realmente a voz de Deus! Mas h algo mais seguro do que a minha viso e a voz queouvia Palavra de Deus escrita na Bblia! Sua experincia vinha depois da Palavra de Deus.

    O movimento carismtico orientado pelas experincias. A Bblia usada para apoiar a experincia das

    pessoas. No processo, textos so extrados do contexto e aquelas passagens que reprovam as prticas seguidasso reinterpretadas ou ignoradas. Aqueles que insistem em seguir as Escrituras so acusados deintelectualizao e de seguir a letra mais do que o Esprito. Mas o Esprito Santo escreveu a letra e no

    patrocina experincias que contradizem a Sua prpria Palavra.Tudo isto nos leva de volta pergunta: O que est acontecendo? Sabemos pela Palavra de Deus que as

    lnguas do Novo Testamento j no esto mais em atuao. Sabemos tambm que no existem lnguascelestiais faladas na terra. Alm disso, a possibilidade da mentira satnica real e sempre presente. Mas paraacusar o cristo sincero e honesto de mentira satnica em todos os casos injusto e irreal.

    Quando nos lembramos que muito tempo antes de Deus advertir Israel do juzo iminente atravs decristos falando em lnguas que no tinham aprendido, j havia lnguas extticas relacionadas com experinciasreligiosas, entendemos o fenmeno moderno. O desejo da experincia aliada instruo, motivao e

    aprovao do seu grupo, produzem as lnguas extticas. Eu tenho declarado publicamente muitas vezes:Deem-me um grupo de pessoas que faam o que eu lhes mandar: cantar, relaxar, antecipar e fazer os gestoscertos e ser apenas uma questo de tempo at que algum comece a falar extaticamente! um fenmeno

    psicolgico e no tem semelhana com as lnguas da Bblia! Tenho ouvido centenas de mensagens emlnguas e interpretaes. Nenhuma delas jamais acrescentou algo de valor reunio. Todas elas no

    passavam de uma reapresentao das Escrituras (muitas vezes citadas erradamente), algumas promoviamdoutrina falsa, algumas eram predies terrivelmente fantsticas, algumas com a inteno de repreenderindivduos com os quais o orador tinha algum desentendimento! Todas as interpretaes foram feitas em inglsda era elizabetana, o que me fazia muitas vezes pensar por que o Senhor nunca falava em outro estilo a no sero da Verso King James.

    As lnguas bblicas no eram extticas e as lnguas extticas modernas no so lnguas bblicas. O desejoda experincia tem subvertido pessoas sinceras, envolvendo-as em fenmenos psicolgicos que elaserradamente aceitam como o falar em lnguas. No processo, com a diminuio das inibies, muitasexperincias emocionais se realizam euforia, excitamento, alvio, etc. Mas a capitulao das inibies podeser perigosa. Paulo advertia: Os espritos dos profetas esto sujeitos aos profetas (I Cor. 14:32). Deus jamaisconduz Seus filhos perda de controle. Isso coisa tpica do paganismo do qual os corntios tinham sado! (I

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    Cor. 12:2). O inimigo da alma est sempre pronto a tirar vantagens de uma situao fora do controle emilhares de cristos podem testificar com arrependimento dos resultados finais.

    Tais experincias alm de darem a Satans uma porta da qual ele rapidamente se aproveita, tambmpodem ser psicologicamente perniciosos ao indivduo. Os escritores carismticos esto constantementeadvertindo os que falam em lnguas de que experimentaro uma diminuio. Isto eles atribuem ao diabo e oleitor aconselhado a buscar o reenchimento to logo seja possvel. Que tal vazio no se encontra no livro deAtos e que os cristos primitivos no estavam constantemente falando em lnguas, no parece perturbar essesmestres. Quando Pedro defendeu sua visita casa de Cornlio antes do concilio de Jerusalm, ele teve deretroceder oito anos de volta ao Pentecoste para encontrar uma situao com a qual pudesse fazercomparao Quando, porm, comecei a falar, caiu o Esprito Santo sobre eles, como tambm sobre ns noprincpio (Atos 11:15). Ele nopodia dizer: como sobretodas as igrejas desde o Pentecoste, porque esseno era o caso!

    Assim o que busca a experincia passa pelo ritual muitas e muitas vezes, mas comea a descobrir umacoisa: a experincia exttica, tal como as drogas, exige doses cada vez maiores para haver satisfao. s vezesintroduz-se o grotesco. Tenho visto pessoas correndo volta de uma sala at se cansarem, subir em postes detendas, rir histericamente, entrar em transes que duram dias e toda sorte de coisas esquisitas conforme oparaso vai se tornando mais esquivo. Finalmente h uma crise e toma -se uma deciso: ficar assentado nos

    bancos de trs como mero espectador, fazer de conta, ou prosseguir na esperana de que finalmente se

    recupere o perdido. A mais trgica das decises desistir e com isso abandonar todas as coisas espirituais comose fossem fraudulentas. Os espectadores ficam frustrados, os simuladores sofrem complexo de culpa, os queesperam so dignos de d e os que desistem so uma tragdia. No, tais movimentos no so inocentes!

    Ocasionalmente, pela graa de Deus, o carismtico alcanado e salvo por cristos sbios e compassivosque conhecem a sua Bblia e tm pacincia. muito difcil para aquele que teve experincias emocionais, quedeclarou falar em uma lngua dada por Deus e que foi alvo da aprovao, at mesmo admirao de seuscompanheiros, admitir que foi enganado. O ego est envolvido, os amigos e a famlia esto envolvidos e a faltade respeito que receber de seus antigos amados irmos tambm est muito envolvido. A Palavra de Deusapresentada clara e bondosamente o nico antdoto eficiente, mas aqueles a quem Deus usa para corrigir o queest preso pelo movimento carismtico tm de ser pacientes. Leva tempo!

    A maior de todas as tragdias resultante do moderno movimento de lnguas a falta da verdadeira vida

    cheia do Esprito. Lembra-se do co, na antiga fbula, que ao cruzar uma ponte com um osso na boca, viu o seureflexo na gua l em baixo? O osso que viu refletido parecia muito melhor do que aquele que tinha na boca, aponto de largar a matria pela sombra e permanecer faminto. Multides de pessoas famintas so como aquelecachorro. Deixaram cair, ignoraram ou mesmo nunca experimentaram a realidade de Efsios 5:18, que satisfaz,em troca de uma sombra de excitante experincia edificada sobre a lngua exttica. A catstrofe corintiana estse repetindo.

    FIM