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INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N” 107 SETEMBRO/2004 1 POTAFOS - ASSOCIA˙ˆO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício RÆcz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N 0 107 SETEMBRO/2004 1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected] Tsuioshi Yamada 1 Silvia Regina Stipp e Abdalla 2 Veja tambØm neste nœmero: Brasil Ø o terceiro maior consumidor de potÆssio do mundo ................................................... 2 Qual a ligaçªo entre potÆssio e qualidade? .......... 7 PotÆssio Ø o elemento que apresenta maior resposta na adubaçªo do eucalipto ..................... 14 Qual o destino da urØia aplicada na sucessªo trigo-soja? ............................................................... 15 International Potash Institute tem novo diretor ... 18 Simpósio vai discutir Relaçıes entre Nutriçªo Mineral e Doenças de Plantas ............................... 20 Por que tantas doenças na agricultura moderna? . 22 Encarte: Resposta do algodoeiro à adubaçªo potÆssica O timizar o uso de potÆssio na agricultura atravØs do entendimento de sua dinâmica no solo e na planta, suas funçıes na formaçªo e qualidade da colheita e na resistŒncia das plantas às doenças foi o objetivo da POTAFOS ao promover de 22 a 24 de setembro œltimo, em Sªo Pedro-SP, o Simpósio sobre PotÆssio na Agricultura Brasileira, encontro que reuniu colegas da comunidade científica, do setor agronômico em ge- ral, do Brasil e do exterior, e proporcionou o intercâmbio e a atualizaçªo de informaçıes sobre o potÆssio e o seu manejo nas diversas culturas. Composto de quatro painØis, o Simpósio permitiu discutir detalhes sobre: Reservas de minerais e fertilizantes potÆssicos PotÆssio no solo PotÆssio na planta Respostas das culturas à adubaçªo potÆssica. Em vista da importância e da riqueza das informaçıes gera- das neste Simpósio, a POTAFOS publicarÆ, no próximo ano, os Anais do Simpósio sobre PotÆssio na Agricultura Brasileira em for- ma de livro. Confira, a seguir, as principais mensagens deixadas pelos palestrantes, aos quais mais uma vez agradecemos pela exce- lente contribuiçªo trazida para a agricultura brasileira. PRIMEIRO PAINEL RESERVAS DE MINERAIS E FERTILIZANTES POT`SSICOS Palestra: RESERVAS DE MINERAIS POT`SSICOS E A PRODU˙ˆO DE FERTILIZANTES POT`SSICOS NO BRASIL ALFREDO SCHEID LOPES [Universidade Federal de Lavras/ ANDA, Lavras-MG, fone (35) 3829-1122, e-mail: ascheidl@ ufla.br] Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produçªo agrícola atravØs da geraçªo e divulgaçªo de informaçıes científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente responsÆveis e socialmente desejÆveis. MISSˆO Escrita pelo Prof. Alfredo Scheid Lopes e apresentada por Eduardo Daher, diretor da ANDA (Associaçªo Nacional para Difu- sªo de Adubos e Corretivos Agrícolas), a palestra mostrou que o potÆssio Ø essencial para a humanidade, sem sucedâneo, e com depósitos em relativamente poucos países. As reservas brasileiras perfazem 300 milhıes t de K 2 O (3,6% das reservas mundiais, 6 a po- siçªo internacional), sendo a produçªo atual no Brasil de 650,5 mil t de KCl (394,6 mil t de K 2 O), que cobre apenas 10,8% da demanda nacional. A IMPORT´NCIA DO POT`SSIO NA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DAS COLHEITAS E NA SANIDADE DAS CULTURAS É DEBATIDA EM SIMPÓSIO

Jornal 107 final - ipni.netFILE/Jornal107.pdf · INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N” 107 Œ SETEMBRO/2004 1 ... 3829-1122, e-mail: ascheidl@ ufla.br ] Promover o uso apropriado de P

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 107 SETEMBRO/2004

1 Engenheiro Agrônomo, M.S., Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected]

Tsuioshi Yamada1

Silvia Regina Stipp e Abdalla2

Veja também neste número:

Brasil é o terceiro maior consumidor depotássio do mundo ................................................... 2

Qual a ligação entre potássio e qualidade? .......... 7

Potássio é o elemento que apresenta maiorresposta na adubação do eucalipto ..................... 14

Qual o destino da uréia aplicada na sucessãotrigo-soja? ............................................................... 15

International Potash Institute tem novo diretor ... 18

Simpósio vai discutir Relações entre NutriçãoMineral e Doenças de Plantas............................... 20

Por que tantas doenças na agricultura moderna? . 22

Encarte: Resposta do algodoeiro à adubaçãopotássica

Otimizar o uso de potássio na agricultura através doentendimento de sua dinâmica no solo e na planta,suas funções na formação e qualidade da colheita

e na resistência das plantas às doenças foi o objetivo da POTAFOSao promover de 22 a 24 de setembro último, em São Pedro-SP, oSimpósio sobre Potássio na Agricultura Brasileira, encontro quereuniu colegas da comunidade científica, do setor agronômico em ge-ral, do Brasil e do exterior, e proporcionou o intercâmbio e a atualizaçãode informações sobre o potássio e o seu manejo nas diversas culturas.

Composto de quatro painéis, o Simpósio permitiu discutirdetalhes sobre:

� Reservas de minerais e fertilizantes potássicos� Potássio no solo� Potássio na planta� Respostas das culturas à adubação potássica.

Em vista da importância e da riqueza das informações gera-das neste Simpósio, a POTAFOS publicará, no próximo ano, osAnais do Simpósio sobre Potássio na Agricultura Brasileira em for-ma de livro. Confira, a seguir, as principais mensagens deixadaspelos palestrantes, aos quais mais uma vez agradecemos pela exce-lente contribuição trazida para a agricultura brasileira.

PRIMEIRO PAINEL � RESERVAS DE MINERAIS EFERTILIZANTES POTÁSSICOS

Palestra: RESERVAS DE MINERAIS POTÁSSICOS E APRODUÇÃO DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS NO BRASIL

ALFREDO SCHEID LOPES [Universidade Federal de Lavras/ANDA, Lavras-MG, fone (35) 3829-1122, e-mail: ascheidl@ ufla.br]

Promover o uso apropriado de P e K nossistemas de produção agrícola através da

geração e divulgação de informações científicas que sejamagronomicamente corretas, economicamente lucrativas,ecologicamente responsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃO

Escrita pelo Prof. Alfredo Scheid Lopes e apresentada porEduardo Daher, diretor da ANDA (Associação Nacional para Difu-são de Adubos e Corretivos Agrícolas), a palestra mostrou que opotássio é essencial para a humanidade, sem sucedâneo, e comdepósitos em relativamente poucos países. As reservas brasileirasperfazem 300 milhões t de K

2O (3,6% das reservas mundiais, 6a po-

sição internacional), sendo a produção atual no Brasil de 650,5 mil tde KCl (394,6 mil t de K

2O), que cobre apenas 10,8% da demanda

nacional.

A IMPORTÂNCIA DO POTÁSSIONA PRODUTIVIDADE E QUALIDADE

DAS COLHEITAS E NA SANIDADE DASCULTURAS É DEBATIDA EM SIMPÓSIO

2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

As principais reservas de potássio brasileiras estão no Sergipe,no Amazonas e no Tocantins. Em vista da localização das minas,bastante distante das regiões de maior desenvolvimento do agro-negócio brasileiro (Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste), há problemaspara escoamento de grandes quantidades do material via rodovia, ouvia cabotagem (fretes, custos portuários, cargas e desgargas).

De acordo com dados do Comitê Estatístico da ANDA, aevolução dos dados de produção e consumo de fertilizantes potás-sicos no Brasil para o período de 1988 a 2003 e a projeção até o anode 2010 (Figura 1) indicam, para o período de 2004 a 2010, um déficita ser suprido via importação de 27.673 milhões de toneladas deK

2O, que a um preço médio de US$FOB 220,00/t (base importação

em 2003) acarretará um dispêndio de divisas total para os próximossete anos de US$ 6 bilhões de dólares.

Tabela 2. Reservas mundiais e base de reserva de potássio.

País Reservas Base de reserva

- - milhões de t métricas (K2O) - -

América do NorteCanadá 4.400 9.700Estados Unidos 90 300Leste EuropeuBelarússia 750 1.000Rússia 1.800 2.200Ucrânia 25 30Oeste EuropeuAlemanha 710 850Espanha 20 35Reino Unido 22 30Oriente MédioIsrael 40 580Jordânia 40 580América LatinaBrasil 300 600Chile 10 50ÁsiaChina 8 450Outros 50 140Total mundial 8.300 17.000

Fonte: U.S. Geological Survey, Mineral Commodity Summaries, 1996-2004.

POTÁSSIO

Segundo o autor, as fontes de K medidas, indicadas einferidas são estimadas em 250 bilhões de toneladas métricas deK

2O e incluem a base de reserva e as reservas. Explica que as reser-

vas são depósitos com quantidade e qualidade suficientes de K2O

e que são atualmente explorados ou potencialmente possíveis deexploração. A base de reserva inclui a reserva mais os depósitosque são marginalmente econômicos ou sub-econômicos. A base dereserva global é atualmente estimada em 17 bilhões de t de K

2O, dos

quais 8,3 bilhões de t são considerados comercialmente exploráveis(Tabela 2). Canadá e Rússia têm 75% das reservas mundiais e 70%de sua base de reserva.

Figura 1. Evolução da produção nacional, importação e consumo de K2O

no Brasil, de 1988 a 2010.

Comentou que essas projeções mostram um grande ônuspara a balança comercial do setor mineral do país, o que deveriamerecer uma ação de política governamental objetivando o apro-veitamento das potencialidades conhecidas de potássio (do miné-rio carnalita em Sergipe, principalmente) e também do minério silvi-nita, no Amazonas. E ainda, incentivar as pesquisas sobre a possi-bilidade de aproveitamento de silicatos potássicos para a produçãode fertilizantes potássicos no Brasil.

Palestra: RESERVAS DE MINERAIS POTÁSSICOS E APRODUÇÃO DE FERTILIZANTES POTÁSSICOS NO MUNDO

TERRY ROBERTS [PPI/PPIC, Norcross, EUA, fone 001-770-448-0439, e-mail: [email protected]]

Dr. Terry Roberts listou os principais minerais potássicosusados para fertilizantes (Tabela 1), que são geralmente expressosem equivalente de óxido de potássio (K

2O), e que suprem mais de

95% do total de fertilizantes potássicos produzidos anualmente nomundo. Silvita (KCl) é o mineral potássico mais abundante nosdepósitos comerciais.

Tabela 1. Minerais potássicos comercialmente importantes presentes nosdepósitos potássicos.

Mineral Composição K2O (%)

Silvita KCl 63,1Silvinita Mistura de KCl e NaCl 28,0Carnalita KCl.MgCl

2.6H

2O 17,0

Kainita 4KCl.4MgSO4.11H

2O 19,3

Langbeinita K2SO

4.2MgSO

422,7

Polihalita K2SO

4.2MgSO

4.2CaSO

4.H

2O 15,6

Nitrato de K KNO3

46,5

Destacou que a produção mundial de fertilizantes tem cres-cido significativamente no último século para satisfazer o cresci-mento da demanda de nutrientes pelas plantas. O pico da produçãode K

2O ocorreu em 1988, com 31 milhões de t, declinando a cerca de

20 milhões de t em 1993 após o colapso da União Soviética. Desdeentão a produção tem se recuperado, alcançando estimados 27,8 mi-lhões de t em 2003, o maior nível de produção desde a década de 80.

A América do Norte (Canadá e Estados Unidos) produziram35% do potássio mundial em 2003, seguidos pelo Leste Europeu(32%) e Oeste Europeu (17%). Oriente Médio, América Latina e Ásiaresponderam pelos 16% da produção restante. Globalmente, a indús-tria de potássio operou de 64% a 71% de 1994 a 1998, mas nos últimoscinco anos a taxa tem sido de 72% ou mais, alcançando 77% em 2003.

Citou que a maior parte do potássio produzido é destinadaao comércio internacional. Os mercados domésticos usam somente20% ou menos do potássio dos países produtores, com exceçãodos Estados Unidos, América Latina, Ásia e poucos países euro-peus. Durante os últimos 10 anos, o comércio mundial de potássiotem crescido constantemente a cerca de 3% ao ano. Em 2003, quatropaíses responderam por quase 2/3 do potássio importado: EstadosUnidos (21%), Brasil (16%), China (15%) e Índia (7%). Dentre eles,o mercado americano é o mais maduro e estima-se somente ummodesto crescimento futuro. Porém, mercados da Ásia e da Améri-ca Latina estão crescendo ano a ano e não mostram sinais de acha-tamento (Figura 2).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 3

O autor finalizou concluindo que a necessidade de aumentocrescente na produção de alimentos aliada ao uso de solos deficien-tes em potássio e com freqüente desequilíbrio assegura a contínuademanda de potássio. Com o atual nível de produção de cerca de28 milhões de t de K

2O por ano, e com a capacidade atual, a indús-

tria pode facilmente cobrir futuras demandas de potássio. Nestenível, as reservas mineráveis são suficientes para suprir potássiopor, no mínimo, 600 anos. E acrescidas das bases de reserva serãosuficientes por milhares de anos.

SEGUNDO PAINEL � POTÁSSIO NO SOLO

Palestra: MINERALOGIA E FORMAS DE K NO SOLO

NILTON CURI [Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, fone (35) 3829-1267, e-mail: [email protected]]

Segundo o Prof. Nilton Curi, o potássio do solo é usualmen-te distinguido nas formas: (1) K na solução do solo (K

s), extraído

com água; (2) K trocável (Kt), extraído com NH

4OAc, H

2SO

4+HCl

(Mehlich-1) ou resina; (3) K não-trocável (Knt), extraído com HNO

3

1N a quente; e (5) K total (KT), extraído com HF. O K trocável refere-

se ao potássio fracamente retido na CTC do solo; o K não-trocávelcorresponde ao potássio retido na estrutura de minerais (K estrutu-ral), tais como os feldspatos potássicos e as micas, bem como o K�fixado� nas entrecamadas de argilominerais expansivos como avermiculita e a esmectita.

Existe um certo equilíbrio entre essas formas de potássiono solo. As plantas absorvem K da solução, o qual é tamponadopelas formas trocáveis, que são repostas pelas formas não-trocáveis e estruturais. As formas não-trocáveis e estruturais deK são usualmente consideradas reservas de médio e longo prazopara as plantas. Sob o ponto de vista de nutrição da planta, oequilíbrio mais importante se dá entre o K trocável e o K solução(cujo somatório para fins práticos é considerado como o K �dispo-nível�), que são as fontes imediatas de K para as plantas. Com aexaustão dessas formas, o K não-trocável, que representa a reservaa longo prazo, é lentamente liberado para o solo, podendo entãoser absorvido pelas plantas, retido na CTC, fixado, erodido,lixiviado, biociclado, etc.

Como a maioria dos solos brasileiros é bastante intemperizadae lixiviada, com predomínio de caulinita [Al

2Si

2O

5(OH)

4], gibbsita

[Al(OH)3], goethita (FeOOH) e hematita (Fe

2O

3), em diferentes pro-

porções, na fração argila e com pequenas quantidades de mineraisfornecedores de K nas frações mais grosseiras (areia e silte), as

reservas de K não-trocável tendem a ser diminutas, caracterizandoambientes onde são baixas as reservas de médio a longo prazo.Nestes ambientes de solo é comum verificar-se uma redução signi-ficativa nos teores de K trocável nos cultivos iniciais, desde quenão haja reposição via adubação.

Todavia, verifica-se em diversas situações que a quantida-de de K extraída pelas plantas com freqüência é superior às formastrocáveis, pelo qual as formas K

nt contribuem significativamente

para o total de K absorvido pelas plantas. Muitos casos de nãoresposta das plantas à adubação potássica devem-se à expressivacontribuição de formas não-trocáveis de K (K

nt) no suprimento às

plantas, relacionada à presença de minerais primários e/ou secun-dários como fontes de potássio no solo.

Em decorrência, tem sido crescente o interesse na identifica-ção das fontes de K não-trocável nos solos, objetivando a buscade uma avaliação mais adequada do suprimento de potássio àsculturas. Trabalhos científicos mostram que o agrupamento de so-los segundo a CTC e a mineralogia possibilitou a formação de gru-pos mais homogêneos quanto à avaliação da disponibilidade de Kàs plantas.

Palestra: ANÁLISE DO K NO SOLO E INTERPRETA-ÇÃO

GILMAR RIBEIRO NACHTIGALL [Embrapa Uva e Vinho,Bento Gonçalves-RS, fone (54) 232-1715, e-mail: [email protected]]

Segundo o pesquisador da Embrapa Gilmar R. Nachtigall, adiversidade de solos, culturas e hábitos de adubação no Brasiltorna necessária a diagnose do potássio existente no solo, em cadacaso, como um dos pré-requisitos para a prescrição da adubação,que necessita ser adaptada regionalmente e por cultura. Citou queos solos brasileiros possuem baixas quantidades de potássio total,variando de 0,05% a 2,5% em função das variações dos fatores eprocessos pedogenéticos que contribuem para a formação de cadasolo, ocorrendo, assim, teores maiores em solos menos intem-perizados, já que todo o potássio presente no solo é oriundo domaterial de origem.

As formas de K disponíveis no solo são identificadas, demodo geral, pelo potássio trocável, presente nos diferentes sítiosde adsorção, e pelo K não trocável, extraído por ácido sulfúrico ounítrico fervente, resultante da dissolução de minerais potássicos.Considera-se que o potássio não trocável representa a reserva demédio prazo e o K trocável a forma prontamente disponível.

Citou que, no Brasil, os dois métodos mais utilizados noslaboratórios de rotina para avaliar a disponibilidade de potássio dosolo são:

� Mehlich 1: HCl 0,05 mol L-1 + H2SO

4 0,0125 mol L-1, utilizado

nos Estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais; e� Resina de troca iônica: utilizado no Estado de São Paulo e

em outros Estados.

O autor ressaltou que a avaliação da disponibilidade de Knos solos pelos diversos métodos de análise tem apresentado al-guns resultados insatisfatórios em razão de que nem todas as for-mas do elemento (K solução, K trocável, K não-trocável) são possí-veis de serem avaliadas em laboratório com boa precisão e porque,a rigor, não existe limite nítido entre essas formas. Além disso, mui-tos extratores usados na análise de solo de rotina são extratoresmultinutrientes, em geral desenvolvidos para outros nutrientes,sendo usados para K aproveitando a facilidade de extração do teortrocável com inúmeras soluções.

Figura 2. Consumo de potássio nos Estados Unidos, China, Brasil e Índia.Fonte: FAO.

POTÁSSIO

4 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

Foto 2Foto 1

POTÁSSIO

Quanto ao aspecto de interpretação da disponibilidade de Kprontamente disponível no solo, o autor comentou que a inclusãode fatores do solo como teor de argila, CTC ou argilo-minerais pre-dominantes podem contribuir para melhorar a capacidade de diag-nóstico dos métodos em uso. Citou como exemplo a Figura 3, ondepode-se observar que para cada grupo de solos estudado, dividi-dos em função do teor de argila, a produção relativa máxima de trigofoi obtida com diferentes teores de potássio no solo, de modo quequanto maior a quantidade de argila, maior é a quantidade de potás-sio necessária para obter a máxima produção. Em outro exemplo,onde se dividiu os solos de acordo com o tipo de argilo-mineralpredominante (Figura 4), observa-se que para solos com predomí-nio de argila do grupo 1:1, a quantidade de K necessária para atingira máxima produtividade foi menor que aquela necessária para atin-gir a máxima produtividade em solos com predomínio de mineraisdo tipo 2:1.

Figura 3. Relação entre a produção relativa de trigo e os teores de potássioextraíveis pelo método Mehlich 1 em 11 solos da região sul doRio Grande do Sul, divididos em função do teor de argila.

Figura 4. Relação entre a produção relativa de trigo e os teores de potássioextraíveis pelo método Mehlich 1 em 11 solos da região sul doRio Grande do Sul, divididos segundo a mineralogia.

Palestra: CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO SOLOE A REGIONALIZAÇÃO DO BALANÇO DE POTÁSSIO NAAGRICULTURA BRASILEIRA

RONALDO PEREIRA DE OLIVEIRA, PEDRO L.O. A. MA-CHADO [Embrapa Solos, Rio de Janeiro-RJ, fone (21) 2274-4999,e-mail: [email protected]], ALBERTO C. DE CAMPOSBERNARDI [Embrapa Pecuária Oeste, São Carlos-SP], ALEXEYNAUMOV [Universidade de Moscou, Rússia, fone 7-095-939-1552,e-mail: [email protected]]

Prof. Alexey Naumov, da Universidade de Moscou, discor-reu sobre as grandes diferenças regionais quanto ao uso de fertili-zantes e à demanda de K nas distintas divisões geográficas doBrasil, afirmando que, a despeito da pobreza geral dos solos brasi-leiros em fósforo, cálcio, magnésio e com teores altos de alumínio,aplica-se muito menos fertilizante e corretivo que o recomendado.Dados da FAO (1999) citados por ele mostram que as culturas quemais utilizaram fertilizantes foram soja (24%), milho (23%), cana-de-açúcar (21%), seguidas por café, arroz, feijão, trigo, laranja, batata ealgodão, totalizando aproximadamente 94% dos fertilizantes consu-mindos no país.

Segundo Prof. Alexey, o consumo de fertilizantes no Brasilestá crescendo (Figura 5), e o potássio tornou-se o principal macro-nutriente consumido desde o início dos anos 90. A tendência atualdo desenvolvimento do setor agropecuário está favorecendo o cres-cimento do seu uso.

Figura 5. Consumo de N, P e K no Brasil no período de 1976 a 2002.

Concluiu sua palestra dizendo que:

� apenas para o K trocável existem informações em quanti-dades satisfatórias para estabelecer limites de disponibilidade nossolos;

� os métodos utilizados para avaliação do K trocável no solode forma rotineira nem sempre quantificam a real disponibilidade donutriente no solo;

� a inclusão de outras variáveis (CTC, teor de argila) podeaumentar a eficiência do diagnóstico; e

� o conhecimento sobre as reservas de potássio do solo(formas não trocáveis) merece maior atenção.

Comentou que atualmente o Brasil destaca-se pelo nívelrelativamente alto de uso de fertilizantes químicos por hectare(115,4 kg ha-1 de NPK), superado na América Latina somente peloChile (192,2 kg ha-1). Outro ponto a destacar são as proporçõesentre os macronutrientes. A relação entre N, P e K no Brasil é de1:1,5:1,7, indicando uma alta proporção de uso de K, em compara-ção com os Estados Unidos, países europeus, China e Índia, ondeo uso de nitrogênio predomina. No entanto, este baixo consumoproporcional de fertilizantes nitrogenados também pode ser umindicativo das baixas produtividades observadas no país.

Seu co-autor, Ronaldo Pereira de Oliveira, apresentou re-sultados preliminares da pesquisa multidisciplinar de regionaliza-ção da demanda de adubação potássica no Brasil com o objetivo degerar e difundir informações sobre correlações da fertilidade dossolos na dinâmica dos macronutrientes. Utilizaram-se 15 culturasno estudo, que correspondem a 93,5% da área de lavouras do Bra-

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 5

o fruto, etc. � se dá através do floema e é evidenciada facilmentepela ocorrência de sintomas de deficiência. Esse fato tem implica-ções na interpretação dos dados de diagnose foliar para avaliar oestado nutricional das culturas, que deve levar em consideração,no caso das culturas perenes, se as folhas foram coletadas de ra-mos frutíferos ou de ramos não frutíferos.

Prof. Malavolta ressaltou que cerca de 75% do K acumuladoem órgãos vegetativos (folhas, ramos, caule) é mobilizado para ocrescimento e a frutificação dos citros e do cafeeiro, e possivelmen-te de outras espécies. E isso tem implicação prática muito séria: nocaso do cafeeiro, por exemplo, que apresenta alternância de safra,ou seja, a um ano de alta produção segue-se outro de baixa produ-ção, o agricultor normalmente não aduba, ou aduba muito pouco noano de baixa produção. Com isso, sacrifica ainda mais as reservas edepaupera o pé de café, que terá dificuldade em se recuperar.

Palestra: INTERAÇÃO DO K COM AMÔNIO

ANDREAS GRANSEE [K+S, Alemanha, fone (49) 561-9301-2422, e-mail: [email protected]]

Dr. Andreas Gransee comentou sobre a importância de seconsiderar os efeitos a longo prazo do balanço de fertilizantes nitro-genados e potássicos na estabilidade da fertilidade do solo para osistema agrícola visando produtividade máxima econômica.

Segundo o autor, na Europa o K é especialmente importantepara a estabilidade da fração argila devido a sua fixação nas cama-das intermediárias desses minerais, que por sua vez são parâmetrosde fertilidade do solo, como CTC e balanço entre água e ar no solo.A omissão da aplicação de K implica não somente na redução daeficiência de outros nutrientes, especialmente N, mas pode limitardiretamente sua absorção. A adubação potássica insuficiente cau-sa aumento na fixação de NH

4+, limitando sua disponibilidade às

plantas. Isto porque quanto menor for a saturação de K no comple-xo coloidal, maior será a fixação de NH

4+, que pode ter impacto

significativo na disponibilidade de N para as plantas durante operíodo de intenso crescimento e demanda pelo nutriente.

O autor ressaltou que quando o solo apresenta balanço po-sitivo de K, obtido com aplicações anuais do elemento, o nitrogê-nio aplicado como sulfato de amônio é absorvido pela planta. Nocaso de balanço negativo de K, grande parte do amônio é retido nafração argila do solo e não pode ser absorvido pela planta.

Palestra: FUNÇÕES DO K NA FORMAÇÃO DA CO-LHEITA

ISMAIL CAKMAK [Universidade Sabanci, Turquia, fone90-216-483-9524, e-mail: [email protected]]

Prof. Ismail Cakmak iniciou sua apresentação com pergun-tas: por que as plantas com deficiência de potássio reduzem drasti-camente seu crescimento e produção? Qual as funções do K naplanta?

Segundo o pesquisador, as duas principais funções do K naplanta são: controle do regime hídrico e manutenção da fotossíntese.Outras funções influenciadas pelo suprimento de K incluemelongação celular, ativação enzimática, síntese de proteínas, trans-porte de fotoassimilados e proteção contra os efeitos do estresseambiental.

Salientou que, em muitos casos, a expansão celular é conse-qüência da acumulação de K nas células, necessária para estabilizaro pH do citoplasma e aumentar o potencial osmótico nos vacúolos.Além disso, os hormônios giberelina e auxina, que induzem a

POTÁSSIO

sil, variando de 76,1% a 99,1% das áreas de suas respectivas Unida-des da Federação.

Segundo ele, as maiores quantidades de adubo potássicoforam consumidas nas regiões Centro-Oeste (34% do total nacio-nal, com 1.295.786 t), Sul (28% do total nacional, com 1.084.403 t) eSudeste (27% do total nacional, com 1.023.691 t), o que ilustra arelevância destas três regiões no setor agrícola nacional.

Citou que, no Brasil, há um balanço positivo de pouco maisde um milhão de toneladas no uso de K. Das 27 Unidades da Fede-ração apenas oito (Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Ceará, Alagoas,Espírito Santo e Rio de Janeiro) apresentaram balanço negativo deK. Comentou que Estados importantes do Nordeste, que vêm sedestacando na produção nacional de frutíferas, apresentam balan-ço negativo de K (por exemplo, Ceará, com déficit de 4.613 t). Assim,esta região deve receber especial atenção em programas de usoeficiente de adubos potássicos.

Finalizou dizendo que os agricultores brasileiros, em termosgerais, vêm aplicando potássio regularmente nos solos agrícolas,atendendo às reposições de macronutrientes exportados pelas co-lheitas. Sugeriu que ações referentes à adubação potássica no Bra-sil sejam feitas no âmbito do uso eficiente do adubo para otimizar asaplicações no solo resultando em produtividades adequadas, commenores perdas possíveis.

TERCEIRO PAINEL � POTÁSSIO NA PLANTA

Palestra: ABSORÇÃO, TRANSPORTE E REDISTRI-BUIÇÃO DE K NA PLANTA

EURÍPEDES MALAVOLTA [CENA/USP, Piracicaba-SP, fone(19) 3429-4695, e-mail: [email protected]]

Segundo Prof. Eurípedes Malavolta, o K geralmente é ocátion mais abundante nas culturas (com exceção em citros, algo-dão e eucalipto, nas quais o Ca é mais abundante), encontrando-senos tecidos em maior proporção na forma iônica. Sua absorção sedá pelas raízes, por difusão, contra um gradiente de concentração,tratando-se de um processo predominantemente ativo, endergô-nico, que necessita de introdução de energia na planta para queocorra. Assim, sua absorção depende da atividade da ATPase e sedá via carregadores e canais transmembranas, processos que estãosendo esclarecidos nos seus aspectos de biologia molecular.

Os fatores que influenciam a absorção de K pelas raízespodem ser externos [concentração de K na solução, cálcio, sódio,tensão de O2, temperatura, umidade] ou internos [concentração deK na raiz, carboidrato na raiz, características da raiz (raio, compri-mento, crescimento e morfologia), velocidade de absorção de águae variedade].

De acordo com Prof. Malavolta, a absorção foliar mostracinética idêntica à da radicular, e as aplicações foliares de K podemter várias finalidades como, por exemplo: fornecimento em condi-ções de baixo aproveitamento via radicular, devido a veranico, emalgodoeiro; aumento da porcentagem de frutos cereja, em relação averdes ou secos, em cafeeiro; fornecimento de K depois que a cana-de-açúcar �fecha�, por meio de avião agrícola; e correção da defi-ciência e aumento da qualidade da fruta para mesa em citros.

Comentou que o transporte radial na raiz se dá via simplastoe apoplasto, respeitada a barreira das estrias de Cáspari, e o trans-porte a longa distância é realizado pelo xilema e pelo floema. Já omovimento do K dentro da folha pode se dar via apoplasto ou viasimplasto. Entretanto, a redistribuição ou translocação da folhapara outros órgãos � folha mais velha para mais nova, folha para

6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

elongação/expansão celular, dependem do K, especialmente sobcondições de semeadura em profundidade, para a iniciação e forma-ção do sistema radicular e estabelecimento da plântula. Nesse sen-tido, as proteínas transportadoras de K desempenham um papelimportante na absorção e translocação de K, contribuindo para aelongação celular.

Explicou como o K é essencial para o sistema osmótico dascélulas no processo fotossintético, regulando a abertura e o fecha-mentos dos estômatos, responsáveis pela absorção de CO

2 e regu-

lação da transpiração. Lembrou que o aumento crescente de CO2 na

atmosfera estimula a fotossíntese, aumentando a produção das cul-turas, que, por sua vez, requerem maior suprimento de potássiopara a translocação de fotoassimilados (carboidratos, açúcares) dasfolhas (órgãos-fonte) para os pontos de crescimento (frutos, se-mentes, raízes). Assim, plantas deficientes em K acumulam açúca-res em suas folhas porque a retranslocação destes para as raízesfica limitada (Figura 6).

Lembrou que especial atenção deve ser dada durante o es-tádio final de crescimento da planta (fase produtiva), quando elasnecessitam de maiores quantidade de K, porque nessa fase há maiortranslocação de carboidratos.

Palestra: EFEITOS DO K NOS PROCESSOS DA RIZOS-FERA E NA RESISTÊNCIA DAS PLANTAS ÀS DOENÇAS

VOLKER RÖMHELD [Hohenheim University, Alemanha,fone 49-771-459-2344, e-mail: [email protected]]

Segundo Prof. Volker Römheld, como um nutriente essen-cial, o K tem numerosos efeitos no crescimento e na qualidade dasplantas, em razão das funções que desempenha como regulador da:

� turgidez celular (extensão celular, abertura dos estômatos,transporte no floema, compensação de cargas);

� atividade enzimática (ATPase, síntese de carboidratos, sín-tese de proteínas);

� resistência geral aos estresses (seca, salinidade, baixastemperaturas) e também resistência às doenças.

O autor ilustrou sua apresentação com uma série de resulta-dos de pesquisa comprovando o efeito do K no aumento da resis-tência das plantas às doenças e também os processos que promo-vem maior tolerância a parasitas facultativos ou não a partir domelhor balanço N/K. Assim, a maior disponibilidade de K promovemudanças metabólicas que implicam em maior produção de amido,celulose e proteínas, e menor concentração de nitrato, açúcares eaminoácidos nas plantas, que levam à maior resistência aos pa-tógenos.

Salientou que o manejo do ambiente da rizosfera pode me-lhorar a concentração de nutrientes que promovem a resistência àsdoenças e aumentam a produtividade das culturas. Os efeitos do Knesses processos da rizosfera ocorrem por:

� melhor distribuição de carboidratos entre a parte áerea e asraízes pelo melhor transporte dos mesmos no floema;

� aumento na eficiência de uso da água;

� melhoria na fotossíntese;

� maior crescimento de raízes, com exsudações para arizosfera;

� maior atividade microbiana na rizosfera; e

� diminuição do pH da rizosfera, promovendo melhor absor-ção de P, Si e micronutrientes catiônicos.

Explicou que o efeito da diminuição de pH da rizosfera (atra-vés do K associado à aplicação de fontes de amônio, e a inibição doprocesso de nitrificação) proporciona maior mobilização de Mn, Zne Si, além do Fe, os quais podem aumentar a resistência das plantasàs doenças.

Acrescentou que a supressão de doenças pela diminuiçãodo pH também pode ser obtida em sistemas que utilizam manejobiológico de culturas, sem uso de herbicidas, como o que ocorre emalguns pomares cítricos no Estado de São Paulo. Nesses sistemas,o mulch resultante do manejo da braquiária mantém alta a concen-tração natural de amônio na rizosfera, diminuindo o pH e permitindomaior mobilização de Mn e Zn para as plantas, fato que pode seraferido através da análise foliar.

Finalizou comentando que o uso incorreto de herbicida nosistema convencional de manejo de citros, aplicado sob a copa dasplantas, pode afetar o ambiente radicular e reduzir a absorção deMn, aumentando a suscetibilidade das plantas às doenças.

Figura 6. Distribuição relativa (%) de carboidratos totais das folhas pararaízes em plantas normais e deficientes em K.

POTÁSSIO

Mostrou que a manutenção do bom estado nutricional dasplantas com potássio é o melhor fator de proteção contra estressepor fatores ambientais sob condições marginais, como excesso sa-lino, seca e alta intensidade luminosa, porque o K tem função namanutenção da integridade da estrutura da membrana. Acrescen-tou que, normalmente, as plantas são expostas a quantidades lumi-nosas muito maiores do que necessitam para realizar a fotossíntese,mas o K as protege dos danos por excesso de luz pela manutençãoda fotossíntese em taxas altas (Figura 7).

Figura 7. Aumento do dano foto-oxidativo em folhas deficientes em K.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 7

Palestra: FUNÇÕES DO K NA QUALIDADE DA COLHEITA

ADOLF KRAUSS [IPI, Suíça, fone 41-61-261-2922, e-mail:[email protected]]

Segundo Dr. Adolf Krauss, o futuro desafio para produtorese agricultores é o plantio visando melhor qualidade do produto. Equalidade não pode ser mensurada porque diz respeito a parâmetrossubjetivos e objetivos como valor nutricional, propriedades paraprocessamento, sabor e aparência.

Ressaltou que com o aumento populacional há demandapor mais alimento e com a urbanização há demanda por maior diver-sidade de alimentos, com tendência de menor consumo daquelesconsiderados de subsistência (cereais, raízes e tubérculos) e maiorconsumo de carnes, frutas, vegetais e alimentos processados eembalados. Assim, a qualidade torna-se o primeiro item na seleçãodo alimento no mercado. Além disso, com o aumento da consciên-cia de vida saudável, os consumidores procuram por alimentos li-vres de pragas e doenças e aumenta a demanda por alimentos compropriedades funcionais.

E qual é a ligação entre K e qualidade?O autor comentou que o K, por ser o nutriente mais versátil,

altamente móvel e envolvido em numerosos mecanismos regula-dores na planta, tais como metabolismo do nitrogênio, transportede açúcares, controle da utilização de água e resistência das plan-tas a estresses bióticos e abióticos, é o elemento-chave no aumen-to da qualidade das culturas.

Citou vários exemplos do efeito do K na qualidade do pro-duto, como aumento do valor nutritivo (quantidade de proteína emtrigo, concentração de óleo em canola); aumento nas propriedadesfuncionais (porcentagem de sacarose em cana-de-açúcar e beterra-ba e de carboidrato em batata); aumento das propriedades organo-lépticas (conteúdo de aminoácidos, cafeína e compostos aromáti-cos em chá; coloração e sabor em batata chips � Figura 8); aumentona sanidade (síntese de compostos repelentes de pragas e doen-ças, como fenóis e quinonas); aumento no conteúdo de compostofuncionais (vitamina C em repolho, isoflavonas em soja) e aumentona tolerância ao ambiente (maior tempo de vida dos produtos nasprateleiras, maior resistência de batata e tomate ao armazenamento

mais prolongado). Além desses, citou exemplos da melhor eficiên-cia no uso de nitrogênio pelas plantas quando há adubação balan-ceada com K, incluindo efeitos sobre o ambiente, com menoresperdas de nitrato por lixiviação.

Concluiu afirmando que o produtor, ao melhorar a qualidadedo alimento para os consumidores, torna-se competitivo no merca-do, e isto se dá através de boas práticas agrícolas e adubação equi-librada, com culturas ecologicamente saudáveis, cultivadas sobrebases sustentáveis.

Palestra: MÉTODOS DIAGNÓSTICOS DA NUTRIÇÃOPOTÁSSICA, COM ÊNFASE NO DRIS

ONDINO CLEANTE BATAGLIA [Instituto Agronômico,Campinas-SP, fone (19) 3236-9119, e-mail: [email protected]]

Segundo o pesquisador Ondino C. Bataglia, o primeiro mé-todo para se identificar distúrbios na nutrição potássica é atravésda diagnose visual. No caso do potássio, a seqüência de sintoma-tologia é: folhas novas menores, verde-escuras, manchas necróticas(sintomas iniciais), necrose marginal (sintomas tardios) e morte defolhas velhas. Além de outras características, como menor resistên-cia à seca, raízes com podridões, aumento na incidência de doençase menor qualidade do produto.

O segundo critério é o uso da análise química de plantaspara fins de diagnóstico. Esta baseia-se na premissa de relaçõescausais existentes entre a taxa de crescimento e o conteúdo denutrientes na matéria seca dessas plantas. Os critérios de níveiscríticos e de faixa de suficiência fazem uso de teores absolutos denutrientes nas folhas e as interpretações são feitas individual-mente para cada nutriente sem considerar relações entre nutrien-tes ou interações. Acrescenta que regra importante na diagnosefoliar é realizar o máximo de determinações padronizadas em cadaamostra para se ter um panorama completo do estado nutricionalda planta, além de complementar com informações sobre a proce-dência da amostra, histórico do manejo, práticas culturais e análi-se de solo da área.

O terceiro método, o DRIS, sigla derivada das iniciais deDiagnosis and Recommendation Integrated System, vem sendoutilizado com mais intensidade atualmente graças ao desenvolvi-mento da informática, que trouxe maior facilidade para se trabalharcom grande quantidade de informações e dados originados de po-pulações de plantas, já que baseia-se na comparação de índices,calculados através das relações entre nutrientes. Tem a grande van-tagem de possibilitar o ordenamento de fatores limitantes da produ-ção e realçar a importância do balanço entre nutrientes. A estratégiadesse trabalho é identificar uma população de alta produtividade edeterminar quais as relações entre nutrientes nessa população. Adiagnose nutricional é estabelecida mediante comparação dos va-lores das relações entre nutrientes (N/P, N/K, etc.) na amostra comos valores correspondentes na população de referência.

Comentou que uma característica inerente ao DRIS, que odiferencia dos demais critérios de interpretação, é o estabelecimen-to de padrões de referência conhecidos como normas. Enquanto nadefinição do nível crítico e das faixas de suficiência são necessáriosdados experimentais convencionais, no DRIS os padrões nutri-cionais são estabelecidos preferencialmente com plantas de áreasde produção comerciais. Porém, desde que sejam dados confiáveis,não importa se procedam de campos comerciais ou de parcelasexperimentais.

Informou que já existem no Brasil diversos trabalhos procu-rando estabelecer populações de referência e normas para uso do

POTÁSSIO

Figura 8. Variação no índice de coloração de batata chips em função dosuprimento de potássio.

8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

DRIS. Alguns desses trabalhos estão sendo usados para monta-gem de banco de dados para cálculo de índices pela internet(www.potafos.org, www.dris.com.br).

QUARTO PAINEL � RESPOSTAS DAS CULTURAS ÀADUBAÇÃO POTÁSSICA

Palestra: MANEJO CONSERVACIONISTA DA ADUBA-ÇÃO POTÁSSICA

JOÃO MIELNICZUK [UFRGS-FA, Porto Alegre-RS, fone(51) 3316-6017, e-mail: [email protected]]

Segundo o professor João Mielniczuk, uma rápida mudançaestá ocorrendo nos sistemas de manejo do solo, do convencionalpara o conservacionista. Em 2002, no Planalto Médio do Rio Grandedo Sul, quase 80% da área de plantio esteve sob plantio direto.

O efeito central do manejo conservacionista do solo deve-se à presença da planta e de seus resíduos sobre o solo (controle daerosão, flutuações térmicas e perdas de água), à atividade radicular(agregação e ciclagem de nutrientes) e à relação agregação-acúmulode matéria orgânica. Isto beneficiou a eficiência da adubaçãopotássica, principalmente pelo aumento da capacidade de troca decátions (CTC) e pela sua reciclagem via plantas comerciais e decobertura do solo.

Assim, quando aumenta o carbono orgânico total no soloaumenta a CTC, e isto tem tremendo efeito sobre o K trocável nasolução do solo, que pode ser calculado pela seguinte fórmulasimplificada:

KX = 0,16 . CTC . K soluçãoouK solução = KX / 0,16 CTC

Como conseqüência da maior CTC, há menor quantidade deK na solução do solo e, portanto, menor é a sua perda por lixiviação.Resultado contrário é obtido quando ocorre redução da CTC devi-do ao mal manejo do solo (revolvimento intenso, queima de resí-duos, solo descoberto).

O autor comentou que outro ponto a ser considerado nomanejo conservacionista diz respeito às plantas de cobertura. Vê-se pelo exemplo da Figura 9 que quando utilizou-se o nabo forra-geiro como cultura intercalar entre milho e trigo (início de março),num período de aproximadamente 90 dias o nabo forrageiro libe-rou na superficie do solo, para o trigo subseqüente, aproximada-mente 200 kg de K que foram retirados da solução do solo e quepoderiam ter sido lixiviados no perfil. Neste sistema circularam770 kg de K, em contraste com 483 kg no manejo sem cultivointercalar. Considerando que mais de 80% do K contido nos resí-duos é liberado em menos de 30 dias, a inclusão da aveia comocultura de cobertura de solo antes do milho, que continha 131 kgha-1 de K na MS, representou uma adubação de aproximadamente100 kg ha-1 de K para o milho. A contribuição do nabo intercalarcorrespondeu à aplicação de 160 a 210 kg ha-1 de K antes do trigo.A quantidade de K liberado é bem superior às necessidades dacultura, indicando que em manejos conservacionistas, assim comoa calagem e a adubação fosfatada, a adubação potássica deve serrevista.

Finalizou salientando que esta é a grande diferença em secultivar o solo permanentemente, seja com culturas comerciais oude cobertura. No cultivo em ciclo fechado, sem pousio, a planta é oprincipal �motor� do sistema. Se não houver cultura para utilizar oK neste período ele estará sujeito a ser perdido por erosão, escoa-

mento superficial ou lixiviação. Os sistemas conservacionsistas per-mitem utilização mais eficiente do K do solo e do K aplicado comoadubo. Porém, mesmo nestes, atenção especial deve ser dada àsperdas deste elemento pelo escoamento superficial da água daslavouras, principalmente no sistema direto sem terraceamento.

Palestra: CULTURA DO ALGODÃO

ALBERTO C. DE CAMPOS BERNARDI [Embrapa Solos,São Carlos-SP, fone (16) 3361-5611, e-mail: [email protected]]e MARIA DA CONCEIÇÃO SANTANA CARVALHO [Embrapa SNT,Goiânia-GO, fone (62) 202-6000, e-mail: maria.santana@ embrapa.br]

Apresentado por Maria da Conceição Santana Carvalho, otrabalho mostrou que mais de 75% da produção de algodão noBrasil encontra-se na região do cerrado e o manejo da adubaçãopotássica, com relação às doses, modos e épocas de aplicação,deve considerar a época de maior demanda pela cultura devido aopotencial de perdas por lixiviação que esses solos apresentam.

A pesquisadora ressaltou que o algodão exporta relativa-mente pequena quantidade de K na colheita (fibra + semente). Con-tudo, para se obter altas produtividades, com fibra de boa qualida-de, a cultura extrai elevadas quantidades de potássio do solo, o quedeve ser considerado no planejamento da adubação. Para realizaruma adubação com base no balanço nutricional, além da análise desolo e folhas, é importante determinar as quantidades absorvidas eexportadas pela cultura, para as condições locais. Assim, a magni-tude de resposta do algodoeiro à adubação potássica depende,dentre outros fatores, do teor absoluto de K e da relação (Ca + Mg/K) no solo, da variedade plantada e do potencial de produtividadeda região.

Comentou que a antecipação da adubação potássica, atra-vés da aplicação a lanço em pré-plantio na cultura de cobertura queantecede o algodão, é altamente eficiente mesmo em solos combaixos teores de K (Figura 10), pois permite que o K seja recicladovia cultura de cobertura para o algodão.

POTÁSSIO

Figura 9. Conteúdo de K na matéria seca de aveia, milho, nabo e trigo eexportação pela colheita de grãos de milho e trigo em duas dosesde N, em Fortaleza dos Valos (RS).

Fonte: ROSSATO (2004).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 9

Neste experimento, a adubação de pré-plantio foi feita emoutubro na cobertura de milheto. Observou-se que os melhoresresultados foram obtidos com a aplicação do total a lanço em pré-plantio ou com o parcelamento no sulco mais duas coberturas, ob-tendo-se respostas econômicas com a aplicação de até 140 kg ha-1

de K2O. Porém, observou-se que a eficiência da adubação diminuiu

como aumento da dose aplicada, e que a aplicação da dose total empré-plantio, na cultura de cobertura, foi mais eficiente.

Assim, comentou que em solos com teores de médio a ade-quado de K não há diferença quanto ao modo de aplicação depotássio, porém em solos com baixa CTC e teores muito baixos deK, sem a presença de uma cultura de cobertura, é recomendável oparcelamento da adubação. Doses muito elevadas (acima de 160-180 kg ha-1) podem diminuir o rendimento de fibra provavelmentedevido à interação negativa K/Mg.

Finaliza comentando que as plantas de algodão bem nutri-das em potássio são mais tolerantes às doenças causadas por fun-gos. Por outro lado, o aumento da relação N/K na folha aumenta aseveridade de doenças. E que deve-se praticar a adubação potás-sica buscando a máxima produtividade econômica através de práti-cas de manejo que promovam o aumento do teor de matéria orgâni-ca do solo, como o sistema plantio direto, associadas com a rotaçãode culturas, que aumentam a eficiência da adubação.

Nota: o texto integral encontra-se no Encarte Técnico destejornal.

Palestra: CULTURA DO ARROZ IRRIGADO

IBANOR ANGHINONI [UFRGS-FA, Porto Alegre-RS, fone(51) 3316-6043, e-mail: [email protected]]; SILVIO GENROJUNIOR [IRGA, Cachoeirinha-RS, e-mail: [email protected]]

Segundo o Prof. Ibanor Anghinoni, a quase totalidade doarroz irrigado do Brasil é produzida na região Sul. Da produçãototal, aproximadamente 50% provém do Estado do Rio Grande doSul (RS) e em torno de 18% de Santa Catarina (SC). O arroz irrigadoé cultivado em solos de várzea formados em condições de hidro-morfismo. No RS, predominam os Planossolos (56%), e em SC, osGleissolos (61%). O sistema dominante de cultivo de arroz irrigadono RS é o cultivo mínimo (45%), seguido do convencional (37%),do sistema pré-germinado + mix (12%) e do plantio direto (6%) deum milhão de hectares cultivados, enquanto, em SC, o pré-germina-do de arroz é o único sistema utilizado.

O autor comentou que o alagamento afeta profundamenteas características químicas do solo. O pH aumenta até próximo aneutralidade eliminando a toxidez por Al3+. O aumento do pH causaaumento da CTC que, por sua vez, aumenta a retenção de cátions.Por outro lado, o aumento de Fe2+ (especialmente) e Mn2+ na soluçãodesloca, por ação de massa ou troca de ligantes, os demais cátions(K+ entre eles) adsorvidos na superfície da argila e da matéria orgâ-nica, aumentando assim seus teores na solução do solo.

Embora a exportação de potássio pelos grãos de arrozseja pequena, sua demanda pela planta é grande (27 kg t-1 depalha), a maior entre os nutrientes minerais. As respostas dacultura à adição de potássio, no entanto, têm sido pequenas erestritas a doses relativamente baixas (até 60 kg ha-1 de K

2O),

tanto no sistema de semeadura em solo seco como no pré-ger-minado. Comentou que as razões dessa baixa resposta estãorelacionadas ao aumento da disponibilidade de potássio (K so-lução e taxa de liberação da fase sólida � trocável ou estrutural),ao aumento na difusividade na solução (mobilidade) e à contri-buição das águas de irrigação.

Citou que as recomendações de adubação potássica paraarroz irrigado no RS e SC (Tabelas 3 e 4) objetivam o maior retornoeconômico por cultivo e por área de lavoura e são efetuadas a partirdos resultados de análise do solo, coletado antes de cada cultivo(adubação de cultura). Mas, com a recente e gradativa utilização,no sul do Brasil, de variedades modernas, mais eficientes noaproveitamento da radiação solar e mais responsivas à adubação,que também incorporaram outras características favoráveis emrelação ao ambiente, os rendimentos médios vêm aumentando,atingindo 6,11 t ha-1 no RS e 7,5 t ha-1 em SC, e, a partir da safra2004/05, as recomendações de adubação passaram a ser efetuadaspor diferentes expectativas de produtividade.

POTÁSSIO

Figura 10. Produtividade do algodoeiro em função das doses de K aplica-das em pré-plantio (A) ou no sulco de plantio (B), de uma vez,e com 1 ou 2 coberturas (Tuverlândia, GO).

Fonte: BERNARDI et al. (2003).

Tabela 3. Recomendações de adubação potássica do arroz irrigado no RioGrande do Sul e Santa Catarina em sistemas de semeadura emsolo seco (CTAR RS/SC, 2004; CQFS RS/SC, 2004).

Expectativa de rendimento (t ha-1)

< 6 6 a 9 > 9

- - - - - - - - - kg ha-1 de K2O - - - - - - - -

Baixo 60 70 80

Médio 40 50 60

Alto 20 30 40

Muito alto < 20 < 30 < 40

Interpretação doteor de K no solo

10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

Palestra: CULTURA DO FEIJÃO

CLIBAS VIEIRA [Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG, fone (31) 3899-2613, e-mail: [email protected]]

Segundo o Prof. Clibas Vieira, considerando que, hoje, aslavouras de feijão tecnicamente bem conduzidas estão alcançandoaltos rendimentos, pode-se estimar que 3.000 kg ha-1 de grãos per-mitem a exportação de, aproximadamente, 50 kg ha-1 de K. Este ele-mento concentra-se sobretudo nas sementes, vagens e hastes, desorte que, se os restos culturais não forem devolvidos às terras decultivo, a sua exportação pode ser bem maior. Apesar desse núme-ro, tem-se verificado falta de respostas da cultura do feijão à aduba-ção potássica.

Essa falta de resposta pode ser causada por: suficiência deK no solo, o que nem sempre está de acordo com a sua análisequímica; possível efeito tóxico do cloro, uma vez que o KCl é ofertilizante usualmente utilizado; e alta capacidade da cultura emadquirir K no solo, inclusive na forma não trocável.

Comentou que em 50 anos como pesquisador da cultura dofeijão nunca observou sintomas de deficiência de K nas plantas nocampo.

De acordo com o autor, a recomendação de adubação para ofeijoeiro é feita atualmente de acordo com distintos níveis tecno-lógicos e rendimentos esperados de feijão, segundo tabela da Co-missão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais. OutrosEstados também seguem orientação semelhante. Parece que oparcelamento do adubo potássico melhora o seu efeito sobre acultura do feijão.

Finalizou considerando que, como a tecnologia de produ-ção dessa leguminosa vem sendo aprimorada, possibilitando altosrendimentos, pode-se admitir que, futuramente, em solos continua-mente explorados, tal resposta aconteça, à semelhança que temocorrido com outras culturas.

Palestra: CULTURA DA SOJA

CESAR DE CASTRO [Embrapa Soja, Londrina-PR, fone(43) 3371-6212, e-mail: [email protected]]; FÁBIO ALVA-RES DE OLIVEIRA [Embrapa Soja, Londrina-PR, fone (66) 498-4787, e-mail: [email protected]]; ADILSON DE OLIVEIRAJUNIOR; CLÓVIS M. BORKERT [Embrapa Soja, Londrina-PR,fone (43) 3371-6226, e-mail: [email protected]]

De acordo com o pesquisador Cesar de Castro, em relaçãoàs culturas de milho e trigo, a soja é a mais exigente em relação ao K(32 kg de K por tonelada de MS). A exportação de K

2O pelos grãos

é de cerca de 20 kg t-1 de grãos, devendo-se, no mínimo, restituiressa quantidade de K ao solo para manter o equilíbrio necessário.

Experimentos realizados em solos argilosos do Paraná, emCampo Mourão, Londrina e Mauá da Serra, comparando a aplica-ção de doses crescentes de K a lanço na semeadura da soja, ouparte na semeadura e o restante em cobertura, mostraram aumentoscrescentes na produtividade das plantas com o aumento das dosesde K, contudo não houve diferenças significativas quanto ao modode aplicação. Segundo Cesar, o parcelamento da adubação potássicaé recomendado em solos com textura média a arenosa, com baixaCTC, visando reduzir as perdas de K por lixiviação.

Considerando as condições edafoclimáticas regionais, osníveis críticos de K no solo variam de 0,07 a 0,20 cmol

cdm-3. Já

considerando-se o sistema, onde a soja é cultivada em rotação commilho e trigo, níveis de K no solo próximos a 0,3 cmol

cdm-3 são

satisfatórios. Assim, a recomendação de adubação para a culturada soja deve ser realizada de acordo com os parâmetros estabeleci-dos para as principais regiões produtoras. A Tabela 5 apresenta arecomendação de adubação corretiva de potássio para a soja na re-gião dos Cerrados, em solos com teores de argila superiores a 20%.

POTÁSSIO

Palestra: CULTURA DO TRIGO

AUREO FRANCISCO LANTMANN [Merege & Lantmann,Londrina-PR, fone (43) 3347-0894, e-mail: [email protected]]CÉSAR DE CASTRO [Embrapa Soja, Londrina-PR, fone (43) 3371-6212, e-mail: [email protected]] e SÍRIO WIETHÖLTER[Embrapa Trigo, fone (54) 311-3444, e-mail: [email protected]]

Segundo o pesquisador Áureo Francisco Lantmann, o Bra-sil é o maior importador de trigo do mundo, produzindo somentemetade do que consome. Porém, há uma tendência de melhorar seurendimento e produtividade. Com o uso de irrigação, o rendimentomédio do trigo obtido no Estado de Minas Gerais tem sido superiora 4.000 kg ha-1.

Classes de disponibilidade

Tabela 6. Interpretação dos teores de potássio nas folhas de soja.

K nas folhas

MS e MT1 Demais Estados

- - - - - - - - - - g kg-1 - - - - - - - - - -Deficiente ou muito baixo < 12,5Baixo < 17,6 12,5 a 17,0Suficiente ou médio 17,6 a 26,3 17,1 a 25,0Alto > 26,3 25,1 a 27,5Excessivo ou muito alto > 27,5

1MS e MT: folhas com pecíolo.

Tabela 5. Interpretação e recomendação de adubação potássica para acultura da soja na região dos Cerrados (MS, MT, GO, TO, BA,PI, MA).

Teor de K no solo (Mehlich-1) Quantidade a aplicar1

mg dm-3 cmolcdm-3 kg ha-1 de K

2O

< 25 < 0,06 100 + M26 a 50 0,07 a 0,13 50 + M

> 50 > 0,13 M

1M = 20 kg t-1 de K2O nos grãos.

Fonte: Tecnologias de produção de soja-Região Central do Brasil 2004.

Finalizou concluindo que diferentes cultivares de soja po-dem apresentar diferentes equilíbrios de K na folha e, portanto, oíndice DRIS pode variar entre elas. A utilização do DRIS com basesregionalizadas melhora a sensibilidade do diagnóstico. A Tabela 6,desenvolvida pela Embrapa, apresenta a interpretação dos teoresde potássio nas folhas de soja.

Tabela 4. Recomendações de adubação potássica do arroz irrigado no RioGrande do Sul e Santa Catarina em sistema pré-germinado (CTARRS/SC, 2004; CQFS RS/SC, 2004).

Expectativa de rendimento (t ha-1)

6 a 9 > 9

- - - - - - - - - kg ha-1 de K2O - - - - - - - -

Baixo 80 90

Médio 80 70

Alto 40 50

Muito alto < 40 < 50

Interpretação doteor de K no solo

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 11

De acordo com o autor, em relação às culturas de soja emilho, às quais o trigo está associado nos sistemas de sucessão, aquantidade de K exigida pelo trigo é grande (20,6 kg t-1 de grãos),maior que a do milho (18,2 kg t-1) e menor que a da soja (32 kg t-1).Para que o trigo atinja uma produtividade de 2.000 kg ha-1 sãonecessários 76 kg ha-1 de K

2O, dos quais 9 kg ha-1 são exportados

pelos grãos e 67 kg ha-1 são reciclados pela palha. Estas informa-ções devem ser consideradas quando se programam adubaçõespara o sistema de produção, visando a restituição do K exportadoao solo, devendo-se levar em conta também os rendimentos obti-dos por ambas quando cultivadas em sucessão.

Resultados de pesquisa confirmam que as respostas maissignificativas do trigo ao K são observadas quando o teor de K nosolo é considerado baixo. Assim, tem-se observado aumentos norendimento do trigo a teores de K de até 0,30 cmol

cdm-3 no solo. A

chance de resposta passa a diminuir a partir desse valor, podendoser negativa.

Salientou que a determinação da necessidade de K para ocultivo do trigo é fundamentada nos resultados de análises de solo,sendo que estas são extremamente confiáveis desde que a amostraseja bem retirada e se conheça o histórico do solo. Já a análise foliaré um complemento para o diagnóstico da necessidade de aduba-ção, e ela pode mostrar a eficiência de um adubo, de uma dose, etc.

Em função das características do solo, clima, localizaçãogeográfica, manejo do solo, textura, tempo de cultivo, níveis de Kno solo e a expectativa de rendimento (Tabela 7), existem tabelaspara recomendação de adubação potássica para cultivo do trigo noBrasil, todas regionais, todas específicas, e quanto mais regional,mais eficiente é a tabela, concluiu.

nutricionais diferentes, bem como exportam quantidades diferen-tes e apresentam reciclagens de nutrientes diferentes. Este é opanorama que se deve considerar quando se pensa em adubaçãoda cultura de milho, sendo muito mais importante para o K, devidoà sua reciclagem no sistema. Em relação às outras culturas, o mi-lho exporta pouco K nos grãos (5 kg t-1 de K), enquanto recicla napalhada, após a colheita dos grãos, cerca de 90 kg ha-1 de K (produ-ção de 7,5 t ha-1 de MS). Isto representa mais do que uma adubaçãoutilizada normalmente na cultura do milho, explica, e isto deve serlevado em consideração tendo em vista sua grande implicação naadubação potássica. Deve-se rever os manuais de adubação consi-derando estes aspectos, conclui.

Enfocou que, definida a necessidade de adubação através daanálise do solo (Tabela 8), os seguintes pontos devem ser observados:

� Dinâmica do K no solo: qual o potencial de mobilidade doK no solo em questão, para definir modo e época de aplicação;

� Absorção e acumulação de potássio nas diferentes fasesde desenvolvimento da cultura, para definir em que época aplicar oadubo; e

� Nível de produtividade esperada em função do potencialdaquela área, para definir doses a serem aplicadas.

POTÁSSIO

Tabela 8. Recomendações de adubação potássica para milho.

Doses de K2O recomendadas

Milho � grãos Milho � Forragem

- - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - -Muito baixa < 0,07 90 a 120 150 a 180Baixa 0,08 a 0,15 60 a 90 120 a 150Média 0,16 a 0,30 30 a 60 60 a 120Alta > 0,30 30 60

Classes de K no soloteor no solo cmol

cdm-3

Palestra: CULTURA DO MILHO

ANTONIO MARCOS COELHO [Embrapa Milho e Sorgo,Sete Lagoas-MG, fone (31) 3779-1164, e-mail: [email protected]]

De acordo com o pesquisador Antonio Marcos Coelho, acultura do milho no Brasil vem apresentando um crescimento ex-pressivo da produtividade nos últimos dez anos (ganho médio de52 kg ha-1 ano-1), o que tem permitido crescimento da produção,tendo em vista que a área plantada tem se estabilizado ou diminuídoem todas as regiões do país. Isso ocorre em decorrência da moder-nização da tecnologia de produção, pela crescente demanda inter-na da avicultura e bovinocultura, exportação de carnes, além daexpectativa do Brasil em se firmar como exportador de milho. E paraisso tem-se que aumentar a produtividade por área.

Segundo o autor, o milho está inserido dentro de diversossistemas de produção: rotacionado com a soja, plantado em suces-são à soja ou como milho safrinha e, além da produção econômicade grãos, é utilizado como provedor de palha no sistema plantiodireto. Assim, os diversos sistemas de manejo têm exigências

Palestra: CULTURAS DA BANANA E DO DENDÊ

JOSÉ ESPINOSA [INPOFOS, Equador, fone 593-2-46-3175,e-mail: [email protected]]

BANANA

De acordo com Dr. José Espinosa, a banana é uma das frutasmais consumidas no mundo, sendo explorada na maioria dos paísestropicais. O Brasil é o segundo produtor mundial de banana, e qua-se toda sua produção é para consumo interno, diferente de outrospaíses produtores que a exportam, representando uma boa fonte dedivisas.

Comentou que a absorção de potássio pelas plantas apre-senta um padrão diferente em relação ao do nitrogênio e ao dofósforo, com a máxima absorção ocorrendo no período de desen-volvimento vegetativo, com elevada taxa de acúmulo nos primeiros30 a 40 dias de desenvolvimento, com taxa de absorção superior aode nitrogênio e fósforo, sugerindo maior necessidade de potássiona fase inicial como um elemento de �arranque�. Normalmente, re-comenda-se aplicar o fertilizante no sulco por ocasião da semeadu-ra do milho. Isso é mais importante para solos deficientes, em que aaplicação localizada permite manter maior concentração do nutrien-te próximo das raízes, favorecendo maior desenvolvimento inicialdas plantas. Entretanto, em anos com ocorrência de déficit hídricoapós a semeadura, a aplicação de dose alta de potássio no sulcopode prejudicar a germinação das sementes. Assim, quando o solofor arenoso ou a recomendação exceder 80 kg ha-1 de K

2O, deve-se

aplicar metade da dose no plantio e a outra metade junto com acobertura nitrogenada, no máximo até 30 dias após o plantio.

Tabela 7. Recomendação de quantidades de K2O para o cultivo do trigo em

função da expectativa de rendimento.

K trocável - mg kg-1

51 a 80 > 80

t ha-1 - - - kg ha-1 de K2O - - -

3,0 30 154,0 40 205,0 50 25

Fonte: SOUZA & LOBATO (2002).

Expectativa de rendimento

12 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

A banana contém 370 mg de K em 100 g de polpa e é umafonte incomparável de K na dieta humana, que necessita de 2.000 a6.000 mg K dia-1. Devido à alta acumulação na fruta e nos tecidos, oK é considerado o nutriente mais importante na sua produção. O Knão faz parte da estrutura da planta, mas é fundamental no seudesenvolvimento porque catalisa importantes reações que contro-lam seu crescimento e produção. Assim, a aplicação de K podediminuir o tempo de florescimento da planta em até 12 semanas,tempo esse valioso quando se busca melhor preço da fruta no mer-cado exterior.

Comentou que devido à diversidade de solos nos quais secultiva a banana, principalmente na América Latina, tem-se que pen-sar na possibilidade de existir mais de um nível crítico para os dife-rentes nutrientes.

Costa Rica é o país que apresenta os maiores rendimentos porunidade de área do mundo. Estudos mais relevantes da resposta dacultura à aplicação de K (sulfato de potássio e cloreto de potássio)revelaram que a melhor resposta está ao redor de 600-700 kg ha-1

ano-1 de K, mesmo em solos com alto conteúdo relativo de K. Ob-viamente, isto se deve ao alto requerimento de K por parte da bana-na e a grande remoção do nutriente pela fruta que é exportada docampo (400 kg ha-1 ano-1 de K com uma produção de 70 toneladas defruta). Com estas doses, o conteúdo foliar de K ultrapassa 3,6%,apropriado para o desenvolvimento normal da planta. Não se reco-mendam doses maiores de K para evitar a presença de deficiênciasinduzidas de magnésio. A Tabela 9 apresenta a recomendação deadubação para banana utilizada na América Latina.

A produtividade comercial média de azeite é de 5-6 t ha-1 ano-1

em um período de 25 anos. Já os rendimentos de cachos são gran-des, podendo-se obter de 25 a 30 t ha-1 ano-1.

Comentou que um dos aspectos mais importantes no culti-vo do dendê é o cuidado que se deve ter com a adubação no desen-volvimento inicial da planta (aos 2-3 anos), quando há o desenvol-vimento do tronco � a reserva que vai permitir manter o desenvolvi-mento da planta através dos anos (Figura 11).

POTÁSSIO

Figura 11. Absorção de nutrientes pelo dendê em função da idade dasplantas.

DENDÊ

O autor comentou que o dendê é uma das plantas mais efi-cientes na transformação da energia luminosa em azeite. O cultivose adapta a uma ampla gama de solos, mas é sensível a alto pH e àalta saturação hídrica do solo. É uma alternativa para solos degra-dados e áreas desflorestadas dos trópicos húmidos.

O K é essencial para o crescimento da planta e para a ade-quada abertura dos estômatos da folha. Por essa razão, as plantasde dendê deficientes em K são sensíveis às condições de seca. O Ktambém é importante no transporte dos produtos da fotossíntese,ativação de enzimas e síntese lipídica. O tamanho e o número derácimos são controlados pela presença de K, bem como a resistên-cia da planta às doenças. Assim, o K é o fator nutricional maisimportante na formação da produção. Observa-se uma relação dire-ta entre a produção de rácimos e a absorção de K pela planta dedendê. A absorção de nutrientes em função da idade da plantasegue a seguinte ordem: K > N > Mg > P.

A deficiência de K torna-se evidente em plantações de altaprodutividade que receberam aplicações insuficientes de K na fasede crescimento. Altas quantidades de K são removidas na colheita.Um rendimento de 25 t ha-1 de cachos, por exemplo, contém ao redorde 93 kg de K, equivalentes a 186 kg de KCl (1,2-1,5 kg planta-1 deKCl).

Finalizou comentando que as recomendações gerais paradendê dependem da região e baseiam-se nas análises de solo efoliares.

Palestra: CULTURA DOS CITROS

JOSÉ EDUARDO CRESTE [UNOESTE, Presidente Pruden-te-SP, fone (18) 229-2000, e-mail: [email protected]]

Segundo o Prof. José Eduardo Creste, dentre os nutrienteso K é o elemento mais extraído pelos citros, com demanda crescentee constante. A exportação de K pelos frutos varia com a variedade,sendo que Valência e Natal são as que mais demandam K. Uma caixade Natal exporta cerca de 102 g kg-1 de K

2O, o dobro do exportado

por Tahiti ou Hamlin. O K afeta a produtividade promovendo maioreficiência fotossintética e maior peso dos frutos.

Mostrou que, em termos de massa fresca, os frutos corres-pondem a 62% do total da planta. Cerca de 44% do K encontra-senos frutos, 16,7% nas folhas, 13,3% nos ramos, 2,7% no tronco e22,7% nas raízes. A vida de uma folha varia de 12 a 30 meses, que caiem cerca de 17 meses. Devido ao estresse hídrico, há uma quedaexagerada das folhas, e somando-se o perdido na colheita e nasfolhas tem-se cerca de 50% de K perdido anualmente nos pomares.

Vários são os objetivos da adubação potássica do pomar:melhoria da produtividade, precocidade, diminuição do custo deprodução pelo aumento da produtividade, diminuição na condiçãode alternância de produção (principalmente na laranja Valência, Natale Hamlin), e qualidade do fruto (maior peso, suco, etc.). Os princi-pais critérios a serem utilizados na otimização da adubação são:estimativa de produção, teor de K no solo e situação nutricional doK na planta, aferida através da análise de folhas.

Tabela 9. Recomendação de adubação para banana com base na análise desolo (extrator Olsen modificado).

Nível no solo

Baixo Médio Alto

Nitrogênio Indiferentekg ha-1 ano-1 de N 300-400

Fósforo (mg kg-1) < 10 10-20 > 20kg ha-1 ano-1 de P

2O

5100 50 0

Potássio (cmolckg-1) < 0,2 0,2-0,5 > 0,5

kg ha-1 ano-1 de K2O 700 600 500

Cálcio (cmolckg-1) < 3 3-6 > 6

kg ha-1 ano-1 de CaO 1.100 550 0

Magnésio (cmolckg-1) < 1 1-3 > 3

kg ha-1 ano-1 MgO 200 100 0

Nutriente

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 13

POTÁSSIO

Comentou que solos com teores muito baixos de K (< 0,7mmol

c dm-3) têm alta resposta à adubação potássica, com teores

baixos (0,7 a 1,5 mmolc dm-3) apresentam provável resposta ao K,

com teores médios (1,6 a 3,0 mmolc dm-3) é possível a resposta ao K

e com teores altos (acima de 3,0 mmolc dm-3) a resposta é imprová-

vel. Isso significa que deve-se levar em conta os conhecimentosexistentes, com dados da pesquisa, para racionalizar a produção.

Citou que um importante fator de qualidade e produtividadena adubação dos citros é a relação N/K. A melhor relação paraprodutividade está entre 2,4 e 3,0 e para a qualidade entre 1,6 e 2,2,proporcionando maior porcentagem de frutos grandes, que o mer-cado exige.

Segundo Prof. Creste, a adubação de formação (crescimen-to e maturação) é estabelecida levando-se em consideração a pro-dutividade, a variedade e os níveis de potássio no solo. Sugere-separcelá-la em até quatro vezes. Já a adubação de produção deveatender a carga pendente, o florescimento e a brotação (Tabelas 10,11 e 12). O importante é ter coerência com o perfil produtivo dopomar e atender a produção de maneira realista. O desafio é obterplantas com três anos já produzindo 10 t ha-1.

A melhor combinação para fins de crescimento vegetativoseria a aplicação de 100 kg ha-1 de K e de 100 a 150 kg ha-1 de N.

Figura 12. Influência da aplicação de potássio com doses de nitrogênio naprodutividade da cana-de-açúcar.

Palestra: CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR

FÁBIO CÉSAR DA SILVA [Embrapa CNPTIA, Campinas-SP, fone (19) 3789-5785, e-mail: [email protected]]

De acordo com o pesquisador Fábio César da Silva, o pro-cesso de queima da palha de cana-de-açúcar vem sendo questiona-do pela alta emissão de gás carbônico, além de provocar perdassignificativas de nutrientes (N e S) e facilitar o aparecimento deervas daninhas e erosão devido à redução da proteção do solo. Amanutenção da palha da cana-de-açúcar no campo, após o corte,permite a conservação da umidade, da temperatura e o acúmulo dematéria orgânica, condições ideais para o desenvolvimento da planta,da ciclagem parcial de nutrientes e do desenvolvimento de micror-ganismos associados ao sistema. Essa prática reduz custos relati-vos à renovação do canavial, ao uso de herbicidas, uma vez que asua necessidade se reduz à metade, e o risco de lixiviação de NO

3- e

K+ no perfil do solo.Segundo o autor, dentre os custos de produção da cana-de-

açúcar, a adubação é responsável por 20% a 30% e o seu sucessoestá ligado à adubação balanceada e ao aprimoramente dos siste-mas de gerenciamento e gestão pelas usinas.

O potássio é o elemento mais exportado pelos colmos, se-guido por N, Ca, Mg e P. Uma tonelada de colmos contém de 0,4 a3,0 kg de K, variando de acordo com a variedade e com a idade docanavial. A deficiência de K pode acarretar baixo desenvolvimentoda cultura e dificuldade na translocação de açúcares, mesmo quebem suprida em nitrogênio, além de acarretar menor espessura dacutícula foliar, reduzindo a resistência da planta a doenças, comoMancha Ocular, causada por Helminthosporium sacchari.

O autor comentou sobre a relação entre N e K e o acúmulode sacarose no colmo de cana-de-açúcar, observada em resultadosde ensaios de campo (Figura 12), indicando que níveis mais altos deK podem minimizar o efeito negativo do excesso de N. Cita que odesequilíbrio na adubação potássica, com aplicação de quantidadeem excesso, ocasiona um ganho de peso de cana às custas demenor armazenamento de sacarose nos colmos.

Tabela 10. Recomendação de adubação potássica para laranjeiras em pro-dução, em função dos teores de K no solo e do nível produtivo.

Teor de K no solo (mmol dm-3)

< 0,7 0,7-1,5 1,6-3,0 > 3,0

t ha-1 - - - - - - - - - - kg ha-1 de K2O - - - - - - - - - -

< 16 60 40 30 017 a 20 70 50 40 021 a 30 90 70 50 031 a 40 120 100 70 041 a 50 160 120 90 0

> 50 180 140 100 0

Fonte: QUAGGIO et al. (1998).

Tabela 11. Recomendação de adubação potássica para limoeiro Sicilianoem produção, em função dos teores de K no solo e do nívelprodutivo.

Teor de K no solo (mmol dm-3)

< 0,7 0,7-1,5 1,6-3,0 > 3,0

t ha-1 - - - - - - - - - - kg ha-1 de K2O - - - - - - - - - -

< 16 60 20 20 017 a 20 100 70 40 021 a 30 140 90 50 031 a 40 190 130 70 041 a 50 240 170 100 0

> 50 270 190 120 0

Fonte: QUAGGIO et al. (1998).

Produção

Tabela 12. Recomendação de adubação potássica para tangerineiras emprodução, em função dos teores de K no solo e do nível produ-tivo.

Teor de K no solo (mmol dm-3)

< 0,7 0,7-1,5 1,6-3,0 > 3,0

t ha-1 - - - - - - - - - - kg ha-1 de K2O - - - - - - - - - -

< 16 70 50 20 017 a 20 80 60 40 021 a 30 110 80 50 031 a 40 160 110 70 041 a 50 200 140 100 0

> 50 220 150 120 0

Fonte: QUAGGIO et al. (1998).

Produção

Produção

14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

POTÁSSIO

Palestra: CULTURA DO CAJU

LINDBERGUE CRISOSTOMO [Embrapa CNPTA, Fortale-za-CE, fone (85) 227-7911, e-mail: [email protected]]

Segundo o pesquisador Lindbergue Crisostomo, o Brasilestá em 6o lugar entre os principais países produtores de caju(castanha) e o rendimento médio brasileiro é muito baixo, cerca de530 kg ha-1.

Aproximadamente 80% da área ocupada com cajueiro é en-contrada na região Nordeste, principalmente nos Estados do Piauí,Ceará e Rio Grande do Norte, em solos de textura arenosa, baixafertilidade natural, baixos teores de matéria orgânica e altamentelixiviados, desta forma bastante prejudiciais para N e K. Embora ocajueiro seja uma planta de porte elevado, seu sistema radicularencontra-se nos primeiros 50 cm da superfície.

De acordo com o autor, estudos com adubação do cajueirono Brasil são ainda muito incipientes. Resultados de pesquisa comcajueiro anão precoce no Ceará demonstraram que a estabilizaçãoda produção se dá aos 6-7 anos, com um máximo rendimento de1.753 kg ha-1, com as doses de 55,8 kg ha-1ano-1 de N e 31,2 kg ha-1

ano-1 de K2O. Já para o rendimento ótimo econômico foi necessário

o aporte de 21,9 e 8,5 kg ha-1 ano-1 de N e K2O, respectivamente.

Neste nível, a produção alcançada foi de 1.536,3 kg ha-1 de castanhade caju in natura. Concluiu que a utilização de doses de adubosacima das calculadas poderá elevar a produção, contudo, o lucro,para o produtor, tenderá a decrescer, o que não é interessante doponto de vista econômico.

Palestra: SILVICULTURA

RONALDO LUIZ VAZ DE ARRUDA SILVEIRA [RR Agro-florestal S/C Ltda., Piracicaba-SP, fone (19) 3422-1913, e-mail:[email protected]]

De acordo com Ronaldo Silveira, o K é o elemento que maislimita a produtividade florestal e o que apresenta maior resposta àadubação. Mas há um problema maior dentro do sistema produtivoque tem limitado a produtividade florestal: a fitotoxicidade causadapor herbicida. Muitas vezes não se obtém respostas à adubação eos sintomas de deficiência são confundidos com os severos sinto-mas de fitotoxicidade: redução do sistema radicular, morte de gemase aumento na incidência de doenças. Comentou que a má aplicaçãoou a deriva do herbicida tem causado reduções de 20% a 30% naprodução final de madeira, e sugere aos pesquisadores que estãono campo e que trabalham com nutrição de plantas que atentemmais aos sintomas, que se confundem muito com os de deficiêncianutricional.

Segundo ele, a deficiência de potássio está presente emmais de 50% da área reflorestada no Brasil, sendo o potássio oterceiro nutriente mais extraído pelo eucalipto. Produtividadeselevadas (45-60 m3 ha-1 ano-1) estão associadas à extração de 180 a300 kg ha-1 de K, sendo que 60% do elemento está presente nacasca + madeira, que são exportadas do sistema.

Citou que os aumentos de produtividade obtidos pela apli-cação de potássio podem chegar a até 200%.

Quanto à adubação, as doses adequadas em solos com va-lores menores que 0,5 mmol

cdm-3 variam de 180 a 240 kg ha-1 de K

2O,

e em solos com valores de 0,5 a 1,0 mmolcdm-3, as doses adequadas

situam-se entre 90 e 120 kg ha-1 de K2O.

Devido à alta variabilidade entre os híbridos de eucaliptoquanto à exigência de potássio (600 espécies) fica difícil se fazer adiagnose foliar. Daí a necessidade dos programas de melhoramento

selecionarem clones com alta eficiência na absorção e utilização depotássio.

O autor comentou que um dos paradigmas na área florestalé o de que a brotação sempre provoca diminuição na produtivida-de, e hoje sabe-se que se houver bom manejo da adubação a produ-tividade aumenta na segunda rotação.

Finalizou alertando sobre a necessidade de se determinar onível crítico de K no solo com base no regime hídrico e os efeitosdas relações K/Ca e K/Mg sobre a produtividade e a qualidade doproduto.

CONCLUSÕES FINAISAs informações geradas ou discutidas nesse Simpósio só

vieram confirmar a importância do potássio na vida das plantas e,conseqüentemente, na saúde humana, pelos benefícios que pro-porciona na qualidade nutricional e física dos alimentos.

As principais conclusões proporcionadas pelo Simpósioforam:

� A produção mundial de fertilizantes cresce significativa-mente para satisfazer o crescimento da demanda de nutrien-tes pelas plantas. No Brasil, a crescente produção de ali-mentos aliada ao uso de solos deficientes assegura a con-tínua demanda de potássio.

� O K, por ser o nutriente mais versátil, altamente móvel eenvolvido em numerosos mecanismos reguladores na plan-ta, é o elemento-chave no aumento da produção e qualida-de das culturas.

� A manutenção do bom estado nutricional das plantas compotássio é o melhor fator de proteção contra estresse porfatores ambientais sob condições marginais, como excessosalino, seca e alta intensidade luminosa, porque o K tem fun-ção na manutenção da integridade da estrutura da membrana.

� O manejo conservacionista beneficia a dinâmica do K nosolo, principalmente pelo aumento da capacidade de trocade cátions (CTC) e pela sua reciclagem via plantas comer-ciais e de cobertura do solo, com menor perda por lixiviação.

� A supressão de doenças pode ser obtida em sistemas queutilizam manejo biológico de culturas (braquiária), sem usode herbicidas, porque o mulch resultante mantém alta a con-centração natural de amônio na rizosfera, diminuindo o pH epermitindo maior mobilização de P, Mn e Zn para as plantas.

� Sintomas de fitotoxicidade como redução do sistema radi-cular, morte de gemas e aumento na incidência de doenças,observados em algumas culturas como citros ou eucalipto,podem ser devidos a herbicidas e podem ser confundidoscom sintomas de deficiência nutricional.

� Os principais critérios a serem utilizados na otimização daadubação potássica das culturas são:√ teor de K no solo;√ estimativa de produção;√ situação nutricional do K na planta, aferida através da

análise de folhas, e sua relação com outros elementos;√ definição da época de aplicação do adubo, principalmen-

te nas culturas perenes;√ tabelas de recomendações de adubação potássica atuali-

zadas para as principais culturas econômicas.

� A prática da adubação potássica em sistema agrícola sus-tentável com colheita econômica máxima (SASCEM) ga-rantirá �o pão nosso de cada dia�, agora e para as geraçõesfuturas.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 15

DIVULGANDO A PESQUISA

Notas do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegraGrifos nos textos, para facilitar a leitura dinâmica, não existem na versão original

1. PRODUÇÃO DE FITOMASSA, ACÚMULO DE NUTRIENTESE FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO POR ADUBOSVERDES EM CULTIVO ISOLADO E CONSORCIADO

PERIN, A.; SANTOS, R.H.S.; URQUIAGA, S.; GUERRA, J.G.M.;CECON, P.R. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 1, p. 35-40, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos dos cultivosisolado e consorciado dos adubos verdes de verão crotalária(Crotalaria juncea) e milheto (Pennisetum americanum) na produ-ção de fitomassa, nos teores e acúmulo de nutrientes e na fixaçãobiológica de nitrogênio (FBN). O delineamento experimental adota-do foi blocos ao acaso, com quatro repetições, em que os tratamen-tos constaram dos adubos verdes crotalária, milheto, crotalária +milheto e vegetação espontânea. A crotalária apresentou maiorprodução de fitomassa, que foi 108% maior que a da vegetaçãoespontânea e 31% superior a do milheto.

No consórcio crotalária + milheto, a leguminosa contribuiucom 65% da massa de matéria seca total. A presença da crotaláriaresultou em maiores teores de N e Ca, enquanto o milheto e aservas espontâneas apresentaram maiores teores de potássio. Oacúmulo de P e Mg foi fortemente influenciado pela produção defitomassa, atingindo valores elevados com a presença da crotalária,ao passo que o acúmulo de N e Ca resultou tanto dos maiores teoresquanto da maior produção de fitomassa nos tratamentos com aleguminosa. A FBN foi 61% na leguminosa quando consorciada e57% quando isolada, incorporando ao solo via FBN 89 e 173 kg ha-1

de N, respectivamente, constituindo-se excelente estratégia de in-cremento de N ao solo.

2. DESTINO DE 15N-URÉIA APLICADA EM SUCESSÃOTRIGO-SOJA

BOARETTO, A.E.; SPOLIDORIO, E.S.; FREITAS, J.G. de; TRI-VELIN, P.C.O.; MURAOKA, T.; CANTARELLA, H. Bragantia,v. 63, n. 2, p. 265-274, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87052004000200011&lng=pt&nrm=iso&tlng=en)

No Estado de São Paulo, a cultura do trigo é adubada com N,além de P e K, cuja dose (0 a 120 kg ha-1) depende do cultivo anteriore da possibilidade de irrigação. A resposta do trigo às doses eépocas de aplicação e o destino do N aplicado foi estudada em doiscultivos de trigo, seguidos pela soja. Também se avaliou a recupe-ração do N residual pela soja cultivada nas mesmas parcelas após otrigo. A produtividade máxima estimada de grãos seria obtida com adose de 92 kg ha-1 de N.

A eficiência de absorção 15N-uréia variou de 52% a 85%.A principal perda de N, que variou de 5% a 12%, ocorreu atravésde volatilização de amônia proveniente da uréia aplicada na super-fície do solo. Por lixiviação foi perdido menos que 1% do N aplica-do, pois a água da chuva ou da irrigação foi suficiente para molharsomente a camada do solo onde se encontrava o sistema radicular

do trigo. O N residual após o cultivo do trigo correspondeu a 40%do total aplicado, posto que 20% permaneceu no solo, 3% na maté-ria vegetal radicular do trigo e 16% na matéria vegetal da palha dotrigo, depositada sobre o solo. A soja recuperou menos que 2% do15N aplicado no solo na semeadura ou no perfilhamento do trigo.

3. EXTRAÇÃO DE NUTRIENTES E RECUPERAÇÃOAPARENTE DO NITROGÊNIO PELO CAPIM-COAST-CROSS ADUBADO

PRIMAVESI, A.C.; PRIMAVESI, O.; CORRÊA, L. de A.; CANTA-RELLA, H.; SILVA, A.G. da. Revista Ceres, v. 51, n. 295, p. 295-306, 2004.

Instalou-se um experimento em Latossolo Vermelho Dis-trófico típico, em São Carlos, SP, onde se aplicaram, sobre a super-fície do solo, quatro doses de N (25, 50, 100 e 200 kg ha-1 corte-1), naforma de uréia e de nitrato de amônio, após cada um dos cincocortes consecutivos na época das chuvas, em capim-coastcross(Cynodon dactylon cv. Coastcross). O delineamento experimentalfoi o de blocos casualizados, com nove tratamentos organizadosem esquema fatorial ( 2 x 4) + 1 (duas fontes de N e quatro doses, euma testemunha sem adubo nitrogenado). A área das parcelas foide 4 x 5 m, com área útil de 6 m2 para avaliação da produção dematéria seca. Avaliou-se o efeito de doses e fontes de nitrogênio(N) no teor, na extração dos nutrientes e na recuperação do Naplicado.

Verificou-se, com o acréscimo das doses de N de ambas asfontes, aumento na extração dos nutrientes pelas plantas, acompa-nhando o aumento da produção de matéria seca. As extrações de Ne K (kg ha-1) pelas plantas na dose de 500 kg ha-1 ano-1 de N foram,respectivamente, com uréia (277 e 286) e com nitrato de amônio (376 e388). Com altas produções de matéria seca (dose de 500 kg ha-1 ano-1

de N), as extrações dos macronutrientes foram maiores em K e N,seguidas de Ca, S, P e Mg, com a uréia; de Ca, S, Mg e P, como onitrato de amônio; e de Fe, Mn, Zn e Cu, com as duas fontes de N.A recuperação aparente de N foi maior com o nitrato de amônio.

4. MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE FOSFATO NA SOJA EMPLANTIO DIRETO

MOTOMIYA, W.R.; FABRÍCIO, A.C.; MARCHETTI, M.E.; GON-ÇALVES, M.C.; ROBAINA, A.D.; NOVELINO, J.O. PesquisaAgropecuária Brasileira, v. 39, n. 4, p. 307-312, 2004.(www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000400002 &lng=pt&nrm=iso&tlng=pt)

O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de métodos deaplicação e fontes de adubo fosfatado no sistema plantio direto naprodução de grãos de soja, num Latossolo Vermelho distroférricoargilo-arenoso. O delineamento experimental foi o de blocoscasualizados, com parcelas subdivididas e quatro repetições. Asparcelas constituíram-se dos modos de aplicação a lanço e em sul-co de semeadura; as subparcelas foram representadas pela teste-munha sem fósforo, por adubações de 120 kg ha-1 e 80 kg ha-1 de

16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

5. ATIVIDADE DA FOSFATASE ÁCIDA E CONCENTRAÇÃOFOLIAR DE FÓSFORO EM CULTIVARES DE SOJA

RAPOSO, R.W.C.; MURAOKA, T.; BASSO, L.C.; LAVRES Jr., J.;FRANZINI, V.I. Scientia Agricola, v. 61, n. 4, p. 439-445, 2004.

A adubação fosfatada corresponde à fração mais onerosado custo de produção da cultura da soja. A obtenção de cultivaresde soja eficientes na absorção e utilização de fósforo (P) em condi-ção de média disponibilidade deste nutriente pode contribuir paraaumentar o potencial produtivo da cultura. Trinta e dois cultivaresde soja [Glycine max (L.) Merr.], de ciclo precoce, semiprecoce,semitardio e tardio, recomendados para o cerrado, foram cultivadosem Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico, do cerrado, obje-tivando avaliar a atividade da fosfatase ácida, concentração de P nafolha diagnóstico e biomassa da parte aérea.

Ocorreram diferenças entre os cultivares dentro de todos osciclos de maturação na atividade da fosfatase ácida e na biomassada parte aérea. Cultivares de ciclos semitardio e tardio apresenta-ram diferenças significativas quanto à concentração de fósforo nafolha diagnóstico. A atividade da fosfatase ácida correlacionou-se positivamente com a biomassa da parte aérea nos cultivaresdos ciclos semiprecoce (r = 0,46) e tardio (r = 0,47), e negativamen-te (r = -0,40) com a concentração de P na folha-diagnóstico, noscultivares de ciclo tardio. A ocorrência de cultivares de soja comalta e baixa atividade da fosfatase ácida dentro do mesmo ciclo dematuração sinalizam a existência de diferentes mecanismos en-volvidos na mobilização de P no solo e remobilização interna destenutriente na planta entre os grupos de cultivares.

7. CRITICAL LEAF POTASSIUM CONCENTRATIONS FORYIELD AND SEED QUALITY OF CONSERVATION-TILLSOYBEAN

YIN, X.; VYN, T.J. Soil Science Society of America Journal,v. 68, n. 5, p. 1626-1634, 2004.

Leaf K concentrations needed for optimum soybean [Glycinemax (L.) Merr.] production under conservation tillage systems maybe different from those in conventional tillage (moldboard plow)because soil properties (such as soil-test K distribution) and soy-bean root distribution within the soil profile under conservation tilla-ge systems differ from those in conventional tillage. Little informationis available about adequate leaf K concentrations for soybean onconservation-tilled soils with significant vertical soil-test K stra-tification. This study was conducted at three locations in Ontario,Canada from 1998 through 2000 to estimate the critical leaf Kconcentrations for conservation-till soybean on K-stratified soils withlow to very high soil-test K levels and a 5- to 7-yr history of no-tillmanagement. Three K fertilizer placement methods (band placement,surface broadcast, and zero K), two conservation tillage systems (no-till and fall tandem disk), and two soybean row widths (19 and 38 cm)were used to create a wide spectrum of production environments.

For maximum seed yield, the critical leaf K concentrationat the initial flowering stage (R

1) of development was 24.3 g kg�1.

This concentration is greater than the traditional critical leaf Kvalues for soybean that are being used in Ontario and in manyU.S. Corn Belt states. Critical leaf K values for the maximum con-centrations of K, oil, and isoflavone in seed were 23.3, 24.1, and23.5 g kg�1, respectively. The extent of vertical soil-test K strati-fication seems to be one of the factors contributing to apparentlyhigher critical leaf K concentrations for conservation-till soybean.

P2O

5, no primeiro e segundo cultivo de soja, respectivamente, com

superfosfato triplo (ST), fosfato de Gafsa (FG) e a combinação des-tas duas fontes (67% ST + 33% FG e 33% ST + 67% FG).

As misturas de superfosfato triplo e de fosfato de Gafsaapresentam menor eficiência agronômica, quando comparadas aosuperfosfato triplo. O fosfato de Gafsa, quando aplicado a lanço, éequivalente ao superfosfato triplo, no entanto, quando aplicado nosulco de semeadura, mostra-se ineficiente.

8. WEED CONTROL AND SOYBEAN PERFORMANCE OFGLYPHOSATE TANKMIXED WITH POTASSIUM FER-TILIZER SOURCES

NELSON, K.; MOTAVALLI, P. In: Soil Science Society of AmericaAnnual Meeting, 68., Seattle, 2004. Abstracts... Madison: ASA-CSSA-SSSA, 2004. 1 CD-ROM.

Widespread production of glyphosate-resistant soybean(Glycine max) and economic situations affecting production hasincreased interest in foliar �weed and feed� soybean managementsystems.

Research was conducted in 2003 and 2004 to determinesoybean yield response and salt injury from foliar-applied potas-sium (K) fertilizer sources; assess if K fertilizer source affects weedcontrol when mixed with a glyphosate-based herbicide; and evaluatethe cost-effectiveness of applying K fertilization with glyphosate-based herbicides for no-till, glyphosate-resistant soybean pro-duction. Potassium sources tank-mixed with glyphosate that hadminimal effects on spray solution pH controlled weeds similar toglyphosate plus diammonium sulfate (DAS) except potassiumphosphate. Potassium chloride, nitrate, and sulfate had good cropsafety and weed control when tank-mixed with glyphosate. Soy-bean yield increased in a weed-free environment with potassiumcarbonate; however, the greatest soybean injury and poor weedcontrol was observed when this foliar fertilizer was tank mixed withglyphosate in 2003. There was no yield advantage of tank mixing aK source with glyphosate in 2003 on a high soil test K site. Potassiumchloride, sulfate, and nitrate applied alone or tank mixed withglyphosate had gross margins similar to glyphosate plus DAS.

6. FITOMASSA E COBERTURA DO SOLO DE CULTURAS DESUCESSÃO AO MILHO NA REGIÃO DO CERRADO

SODRÉ FILHO, J.; CARDOSO, A.N.; CARMONA, R.; CARVA-LHO, A.M. de. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 39, n. 4,p. 327-334, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000400005&lng=pt&nrm= iso&tlng=pt)

O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de biomassae cobertura do solo de diferentes espécies em sucessão ao milhocultivado nos sistemas convencional e plantio direto em condiçõesde Cerrado. Avaliou-se a produção de biomassa de aveia-preta,crotalária juncea, feijão-bravo-do-ceará, guandu, mucuna, girassole milheto, quando apresentavam 50% de florescimento. A coberturado solo foi determinada aos 30 e 60 dias após a semeadura dasculturas de sucessão, em agosto (período da seca), em outubro(depois das primeiras chuvas) e na cultura do milho, aos 15 e aos45 dias após a sua semeadura.

A mucuna foi a espécie que apresentou a maior taxa decobertura do solo durante seu crescimento. A produção de biomassado girassol não foi eficiente na cobertura do solo. O sistema plantiodireto apresenta maior produção de biomassa pelas culturas decobertura em relação ao sistema convencional.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 17

11. GLYPHOSATE�S INFLUENCE ON CHLOROPHYLLCONTENT IN GLYPHOSATE RESISTANT SOYBEAN

ABENDROTH, L.J.; ELMORE, R.W.; ROETH, F.W. In: SoilScience Society of America Annual Meeting, 68., Seattle, 2004.Abstracts... Madison: ASA-CSSA-SSSA, 2004. 1 CD-ROM.

Glyphosate resistant (GR) soybean contains a resistantEPSPS enzyme enabling the shikimate pathway to proceed as nor-mal following glyphosate exposure. Yet residues of glyphosate andits metabolite, aminomethylphosphonic acid (AMPA), have beendetected in GR soybean seed. Chlorophyll content is typically re-duced in GR soybean when glyphosate is applied 20 to 45 days afteremergence (DAE).

Chlorophyll represents plant nitrogen content; a reductionmay identify a period of nitrogen shortage within the plant. In 2004,we repeatedly measured chlorophyll content in a Nebraska irrigatedsoybean field study. Two cultivars received either: no treatment(control), glyphosate & ammonium sulfate (AMS), or only AMS. Ablanket application of glyphosate & AMS, or AMS alone, was appliedat 25 DAE. A second application of each respective treatment wasapplied over 10 day intervals up to 75 DAE. Chlorophyll content wasmeasured 2 days after the treatment and then every 10 days afterwards.

A reduction in chlorophyll content (up to 7%) occurredfollowing treatments containing the combination of glyphosate &AMS. The response following treatments of AMS alone was muchless variable and in some instances resulted in increased chlorophyllcontent. Glyphosate, or a derivative, appears to have a direct role ininducing chlorosis within the soybean and implications of this areexplored.

Tabela 1. Efeito da rotação de cultivos na produtividade de grãos desoja (1998/1999 e 1999/2000) e do algodoeiro herbáceo, cul-tivar BRS Antares (2000/2001) em sistemas de plantio dire-to no Cerrado1.

Soja Algodão em caroço

1998/1999 1999/2000 2000/2001(PC) (PD) (PD)

- - - - - - - - - - - - - - - t ha-1 - - - - - - - - - - - - - -T1 2,7 a 3,0 a 4,7 aT2 2,7 a 3,0 a 2,6 bT3 2,6 a 3,2 a 3,6 abT4 2,8 a 3,1 a 3,5 abT5 2,6 a 2,7 a 2,7 b

CV (%) 8,82 8,88 17,47F 0,62* 1,81* 8,66**

1 Médias com a mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabi-lidade, pelo teste de Tukey; PC: preparo convencional; PD: plantio direto.2 T1: soja-milheto-soja-milheto-algodoeiro; T2: soja-amaranto-soja-naboforrageiro-soja-algodoeiro; T3: soja-sorgo granífero-soja-sorgo granífero-algodoeiro; T4: soja-aveia preta- soja-aveia preta-algodoeiro; T5: soja-soja-algodoeiro.

9. PRODUTIVIDADE DO ALGODOEIRO HERBÁCEO EMPLANTIO DIRETO NO CERRADO COM ROTAÇÃO DECULTURAS

CORRÊA, J.C.; SHARMA, R.D. Pesquisa Agropecuária Bra-sileira, v. 39, n. 1, p. 41-46, 2004. (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2004000100006&lng=pt&nrm= iso&tlng=pt)

O experimento, instalado em um Latossolo Vermelho-Ama-relo muito argiloso, teve o objetivo de avaliar o efeito da rotação deculturas na produtividade do algodoeiro herbáceo (Gossypiumhirsutum L. r. latifolium Hutch) em plantio direto sob condições desequeiro no Cerrado. O delineamento experimental foi de blocoscasualizados com cinco tratamentos e quatro repetições. Os trata-mentos consistiram das rotações soja-milheto-soja-milheto-algo-doeiro; soja-amaranto-soja-nabo forrageiro-soja-algodoeiro; soja-sorgo granífero-soja-sorgo granífero-algodoeiro; soja-aveia preta-soja-aveia preta-algodoeiro e soja-soja-algodoeiro. A maior pro-dutividade do algodoeiro foi obtida com a rotação de soja e milheto,em que houve melhor controle de plantas daninhas (Tabela 1).

Tratamento2

10. DIAGNOSIS OF SULFUR DEFICIENCY IN SOYBEANUSING SEEDS

HITSUDA, K.; SFREDO, G.J., KLEPKER, D. Soil Science Societyof America Journal, v. 68, p. 1445-1451, 2004.

The objectives of this study were to obtain a reliable indexfor the evaluation of the S nutrition status in soybean [Glycine max(L.) Merr.] and to identify the critical S level in relation to seed yieldand quality. Two Oxisols were used: A-horizon soil from Serra dosGerais, and A- and B-horizon soils from Sambaiba in MaranhãoState, Brazil. Soybean plants in pots were grown in a greenhousewith the supply of 0 to 80 mg S kg-1 soil.

The seed S concentration was a more reliable index of seedyield because of the higher correlation between S concentrationand yield. In the plants with visible symptoms of S deficiency, theseeds contained 1.5 g S kg-1, and the seed yield was 60% of thecontrol. Electrophoresis analysis indicated that the critical seed Sconcentration for deficiency of protein components was 2.0 g kg-1

when the yield was 80% of the control. The S concentration was

12. INFLUENCE OF DRY MATTER AND LENGTH OF ROOTSON GROWTH OF FIVE FIELD CROPS AT VARYING SOILZINC AND COPPER LEVELS

FAGERIA, N.K. Journal of Plant Nutrition, v. 37, n. 9, p. 1-7,2004.

Information on influence of root dry weight and root lengthon shoot dry matter accumulaton in annual crops grown in the Cerra-do region of Brazil is limited. Ten greenhouse experiments wereconducted on Oxisols with the objective to assess the influence ofthe root dry weight and root length on shoot yield of rice (Oryzasativa L.), common bean (Phaseolus vulgaris L.), corn (Zea mays L.),soybean (Glycine max L. Merr.), and wheat (Triticum aestivum L.).

Significant and positive relations were observed betweenroot length and root weight and shoot yield of five crops. Overall,variation in dry matter yield of crops was higher by root dry weightcompared with root length. This shows that dry weight of roots isrelatively a better indicator to predict shoot dry matter accumulationin annual crops. Shoot dry matter production efficiency (shoot dryweight/root dry weight) was in the order of common bean > soybean> wheat > upland rice > corn. Hence, legume crops roots havehigher dry matter production efficiencies compared to cereal crops.

2.3 g kg-1 or higher for > 90% yield when the composition of theprotein components was identical with that in the original seedsobtained under sufficient S fertilization. We classified the S con-centration in the seeds as: deficient (S < 1.5 g kg-1), very low(1.5 < S < 2.0 g kg-1), low (2.0 < S < 2.3 g kg-1), and normal (2.3 gkg-1 < S). Because of stable S concentration, easy sampling, andsufficient time for planning of fertilizer application for thesubsequent cropping, seed analysis is preferable to leaf analysis.

18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

PAINEL AGRONÔMICO

INTERNATIONAL POTASH INSTITUTENOMEIA NOVO DIRETOR

O Instituto Internacional da Potassa (IPI) nomeia seu no-vo diretor, Hillel Magen. O Sr. Magen tomou posse no lugar doDr. Adolf Krauss, que na década passada identificou-se intima-mente com o IPI e muito fez em prol do potássio.

O Sr. Magen já tem experiência nas suas novas responsabi-lidades no IPI: há 10 anos tem sido ativo como um dos Coordena-dores do IPI, mais recentemente na China por seis anos, anterior-mente na América Latina por dois anos e na Índia por quatro anos.Suas atividades no IPI foram concomitantes com suas funções noICL Fertilisers/DSW Ltd. em Israel, nas atividades de promoçãomundial do Grupo, assuntos da corporação e gerenciamento deinformação na Divisão de Marketing. Isso incluiu análises dos as-suntos globais e tendências para o Grupo.

Nascido em comunidade rural, com graduação e pós-gradu-ação em Agronomia e diplomado em Gerenciamento Avançado pelaEscola de Negócios na Universidade Hebraica de Jerusalém, eletem mais de 15 anos de experiência neste campo. Após sua gradua-ção na Universidade Hebraica, ele serviu seis anos na área de ex-tensão, especializando-se em irrigação e uso de fertilizantes. O con-tato direto com o campo permitiu-lhe desenvolver consciência dasnecessidades dos agricultores.

Maiores informações em: www.ipipotash.org.

POTASH & PHOSPHATE INSTITUTEPRESENTE NO ENCONTRO ANUAL DA

SOCIEDADE AMERICANA DE CIÊNCIA DO SOLO

Seattle, a Cidade Esmeralda, localizada no Estado deWashington, EUA, reuniu de 31/Outubro a 04/Novembro as três So-ciedades � American Society of Agronomy, Crop Science Society ofAmerica e Soil Science Society of America �, junto com CanadianSociety of Soil Science, para o 68o Encontro Anual Internacional.

Cidade lendária pela sua beleza cênica e diversidade de cul-tura e comércio, ponto central de atividade na orla do Pacífico, ereconhecida em todo o mundo pelos seus líderes na indústria enegócios, tais como The Boeing Company, Microsoft e Eddie Bauer,Seattle recebeu para o Encontro mais de 4.000 representantes de20 países, incluindo pesquisadores, cientistas, agentes de exten-são, indústrias privada e do governo e estudantes de graduação epós-graduação.

O Washington State Convention & Trade Center, edifícioengenhosamente construído sobre pistas de auto-estrada, rodeadode jardins em espiral, com galerias de arte internas e coberto comarcos de vidro, foi o local de grande parte das atividades desenvol-vidas no evento. Viagens profissionais de campo, workshops, forumsobre Ciência Política e exposições completaram o encontro.

Mais de 2.900 posters e trabalhos foram apresentados pelosmembros da Sociedade e participantes, desenvolvidos este ano sobo tema �Ciência para Segurança Alimentar e o Ambiente�. Os princi-pais tópicos apresentados incluíram, entre outros:

� Extensão educacional� Agroclimatologia e modelo agronômico� Fisiologia e metabolismo de culturas� Ecologia, manejo e qualidade de culturas� Sistemas agrícolas integrados� Biotecnologia e genética molecular� Química, física e mineralogia do solo� Fertilidade dos solos e nutrição de plantas� Pedologia� Biologia e bioquímica do solo� Manejo e conservação do solo e da água� Solos e qualidade ambiental.

O PPI-Potash & Phosphate Institute (www.ppi-ppic.org) e aFAR-Fundation for Agronomic Research (www.ppi-far.org) estive-ram presentes no evento expondo suas publicações, incluindoBetter Crops International, Better Crops with Plant Food, Agri-Briefs,News & Views, FAR Letters, entre outras, além de interessante ma-terial didático utilizado em projetos em parceria com a Universidadeda Georgia e com professores da Costa Rica para educação inter-disciplinar (agricultura, matemática e ciência) de alunos da escola

DESPEDE-SE DE NÓS DR. CLIBAS VIEIRA

Faleceu no mês passado (14/10)Dr. Clibas Vieira, professor aposentadoda Universidade Federal de Viçosa-MG,cientista na área de leguminosas e edi-tor da Revista Ceres, deixando grandelacuna na comunidade agronômica.

Dr. Clibas partiu sereno, semalarde, com a certeza do dever bem cumprido. A ele, a POTAFOSrende homenagem póstuma.

Silvia Regina Stipp e Abdalla, engenheira agrônoma daPOTAFOS, participou do Encontro Anual da Sociedade Americanade Ciência do Solo em Seattle, do qual fez o relato abaixo.

elementar e do ensi-no médio.

Nosso reco-nhecimento à ASA/CSSA/SSSA pelograndioso evento epela mostra de efi-ciência e organiza-ção na valorosamissão de divulgara ciência.

PLANTIO DIRETO AVANÇA NO BRASIL

Vinte milhões de hectares é a área ocupada com o plantiodireto no Brasil na última safra. Ela representa quase 41% dos46,6 milhões de hectares ocupados pela agricultura no país(Agroanalysis, v. 24, n. 2, p. 11, 2004).

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 19

OUTRAS CIÊNCIAS

[email protected]

Portal com links para os principaisórgãos e instituições nacionais e inter-nacionais; em português.

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PANORAMA BRASILwww.panoramabrasil.com.br

Política e economia.

CAPES

periodicos.capes.gov.br

O portal fornece acesso gratuito a diver-sos periódicos científicos de praticamentetodas as áreas de estudo, entre eles váriosnacionais e internacionais de economia, di-reito, computação, engenharias, medicina, etc.

MANEJO FLORESTAL

www.manejoflorestal.org.br

Vasto banco de dados sobre aspectostécnicos e legislativos da exploração madei-reira e negócios relacionados à transformaçãoe produção de matérias-primas certificadas.

COOPAVEL

www.coopavel.com.br

Site da Cooperativa Agropecuária de Cas-cavel Ltda.

AGRINOVA WEB

www.agrinovaweb.com.br

Site que reúne profissionais de agrone-gócios do país, fornecendo informações,serviços e notícias sobre o que de maisimportante acontece no setor. O portal ofe-rece também uma newsletter diária, a Agri-nova News.

JORNAL DA PAULISTAwww.unifesp.br/comunicacao/

jpta/index.htm

Versão on-line da revista da Uni-versidade Federal de São Paulo.

UNIVERSIDADE DO CAMPO

www.celepar7.pr.gov.br/ucampo

Oferece, por meio da internet, consulto-ria para produtores rurais. Dispõe de 700 es-pecialistas na área.

LINUS PAULINGwww.achievement.org/autodoc/page/pau0pro-1

Detalhes da vida do químico ga-nhador de dois prêmios Nobel.

COOPERCITRUS

www.revistacoopercitrus.com.br

Site Informativo Agropecuário da Coo-percitrus.

Visitem nosso website: www.potafos.orgTemos informações sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas e

publicações recentes, DRIS para várias culturas, links importantes, e muito mais...

WWW ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Sites Agrícolas

NASA AMESwww.arc.nasa.gov/

Site dedicado a supercomputado-res e inteligência artificial.

IFA

www.fertilizer.org

Site da International Fertilizer IndustryAssociation (IFA) que coleta, compila e divul-ga informações sobre produção e consumode fertilizantes.

FOME ZERO

www.fomezero.org.br

Site da sociedade brasileira de apoio aoprograma Fome Zero onde estão disponí-veis as últimas notícias do programa gover-namental e suas principais ações e objeti-vos, como o desenvolvimento da agricultu-ra familiar e o da produção de subsistência.

FUNDAÇÃO ABC

www.fundacaoabc.org.br

Desenvolve pesquisas nas áreas de pro-dução de grãos e leite e agricultura de pre-cisão.

20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

27/02/05 (Domingo)14:00-18:00 Inscrição e entrega de materiais

28/02/05 (Segunda-feira)08:00-08:15 Cerimônia de abertura

PAINEL 1: A DEFESA VEGETAL

08:15-09:00 Membranas plasmáticas e papéis na resistência contradoenças de plantas � Ricardo Ferraz de Oliveira,ESALQ-USP, fone: (19) 3429-4136, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4781205Y2)

09:00-09:45 Mecanismos bioquímicos na resistência de plantas às doen-ças � Sérgio Florentino Pascholati, ESALQ-USP, fone:(19) 3429-4124, e-mail: [email protected](http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=E06847)

09:45-10:30 Modo de ação dos fungicidas contra as doenças de plantas� Fernando C. Juliatti, UFU, fone: (34) 3218-2225, ra-mal 202, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=K4787141T6)

10:30-11:00 Coffee break11:00-12:00 Discussão12:00-14:00 Almoço

PAINEL 2: NUTRIÇÃO MINERAL E DOENÇAS DE PLANTAS

14:00-15:30 Papéis do nitrogênio e do enxofre na incidência e na resis-tência às doenças de plantas � Don Huber, Purdue Uni-versity, fone: 001-765-494-4652, e-mail: [email protected](http://www.btny.purdue.edu/Faculty/Huber/)

15:30-16:00 Discussão16:00-16:30 Coffee break16:30-18:00 Papéis do fósforo, potássio, cálcio e magnésio na inci-

dência e na resistência às doenças de plantas � VolkerRömheld, Hohenheim University, fone: 49-711-459-2344,e-mail: [email protected] (http://www.uni-hohenheim.de/i3ve/00032900/02836041.htm)

18:00 18:30 Discussão

01/03/05 (Terça-feira)

08:00-09:30 Papéis dos micronutrientes (B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn)na incidência e na resistência às doenças de plantas �Ismail Cakmak, Sabanci University, fone: +90 (0216)483-9524, e-mail: [email protected] (http://people.sabanciuniv.edu/~cakmak/CV-CAKMAK.doc)

09:30-10:00 Discussão

10:00-10:30 Coffee break

PAINEL 3: OUTROS FATORES ABIÓTICOS E AS DOENÇAS

10:30-11:15 Papéis do silício na incidência e na resistência às doençasde plantas � Gaspar Korndörfer, UFU, fone: (34) 3218-2225 ramal 215/216, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4721188P3) e Fabricio de Ávila, UFV, fone: (31) 3899-2620, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4709080E6)

11:15- 12:00 Implicações hormonais na incidência de doenças de plan-tas � Paulo Roberto de Camargo e Castro, ESALQ-USP, fone: (19) 3429-4268 ramal 214, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=E829522)

12:00-12:30 Discussão12:30-14:00 Almoço14:00-15:30 Implicações dos herbicidas nas interações microbianas

solo-cultura e o potencial de doenças de plantas � RobertKremer, University of Missouri, fone: 00xx 1-573-882-6408, e-mail: [email protected] (http://www.snr.missouri.edu/seas/kremer.html)

15:30-16:00 Discussão16:00-16:30 Coffee break

PAINEL 4: MESA REDONDA: FERRUGEM DA SOJA � outrosfatores abióticos, além de solo e clima, envolvidos coma doença?

16:30-18:00 Moderador: T. Yamada, POTAFOS, fone: (19) 3433-3254, e-mail: [email protected]: Todos os palestrantes do programa, maisos convidados:José Tadashi Yorinori, Embrapa Soja, fone: (43) 3371-6251,e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=P9144)Carlos Arrabal Arias, Embrapa Soja, fone: (43) 3371-6271,e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_ext?f_cod=K478266 9U2)Romeu Kiihl, TMS, (43) 223-1553, e-mail: [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4794562T6)Pedro Henrique Aragão, FUEL, fone: (43) 3371-4611/4266, e-mail: [email protected]; [email protected] (http://genos.cnpq.br:12010/dwlattes/owa/prc_imp_cv_int?f_cod=K4787165Z6)

18:00-18:10 Encerramento

SIMPÓSIO SOBRERELAÇÕES ENTRE NUTRIÇÃO MINERAL E INCIDÊNCIA

DE DOENÇAS DE PLANTASLocal: Hotel Antonio�s Palace, Piracicaba-SPData: 27/FEVEREIRO a 01/MARÇO/2005Taxa de inscrição:

R$ 150,00 Profissionais em geralR$ 100,00 Docentes e pesquisadoresR$ 50,00 Estudantes (30 vagas)

Inscrição: POTAFOSTelefone: (19) 3433-3254, ouE-mail: [email protected] ouWebsite: www.potafos.org

PROGRAMA

Objetivos:

1. Entender:� Os mecanismos naturais de resistência das plantas contra doenças

assim como os mecanismos de proteção das plantas através dos fun-gicidas.

� Os efeitos dos nutrientes essenciais (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Cu, Fe,Mn, Mo, Ni, Zn) e do Si na defesa da planta contra doenças.

� Os efeitos dos herbicidas e dos reguladores de crescimento na patolo-gia vegetal.

2. Mesa redonda para discutir a ferrugem da soja.

INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004 21

PUBLICAÇÕES RECENTES

4. LEGUMINOSAS GRANÍFERAS

Editores: Vieira, R.F.; Vieira, C.; Vieira, R.F.; 2001.Conteúdo: Sementes de leguminosas e seu emprego na nutrição

humana; produção nacional e mundial; fixação bioló-gica de nitrogênio; amendoim; caupi; ervilha; feijão-adzuki; feijão-alado; feijão-arroz; feijão-comum; fei-jão-fava; feijão-lablabe; feijão-mungo-verde; grão-de-bico; guandu; lentilha; soja.

Número de páginas: 206 (ilustrado)Preço: R$ 20,00Pedidos: Editora UFV

E-mail: [email protected]: www.livraria.ufv.br

2. CULTIVO COMERCIAL DE PLANTAS ORNAMENTAIS

Autores: Tombolato, A.F.C. et al.; 2004.Conteúdo: Esta obra contém informações para estudantes, pro-

dutores e profissionais da área de floricultura, sobreas regras de cultivo de plantas ornamentais de seisespécies indicadas para o clima subtropical e tropi-cal predominante no Brasil: alstroeméria, amarílis,antúrio, crisântemo para flor de corte, gladíolo e heme-rocale. São abordados os métodos de propagação emicropropagação, irrigação, nutrição mineral e adu-

BOLETINS TÉCNICOS, LIVROS, CD�s, INFORMAÇÕES AGRONÔMICASE ARQUIVOS DO AGRÔNOMO PODEM SER COMPRADOS

(E ALGUNS, CONSULTADOS) ATRAVÉS DO SITE DA POTAFOS:

www.potafos.org

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

1. FÓSFORO NA AGRICULTURA BRASILEIRA

Editores: Yamada, T. & Abdalla, S.R.S. e; 2004.Conteúdo: Fósforo � essencial para a vida; reservas de fosfatos e

produção de fertilizantes fosfatados no Brasil e nomundo; o fósforo na planta e interações com outroselementos; fósforo no solo e interação com outroselementos; o papel dos microrganismos na disponi-bilização e aquisição de fósforo pelas plantas; adu-bação fosfatada em solos da região do cerrado; adu-bação fosfatada no sistema plantio direto; respostada soja à adubação fosfatada; adubação fosfatadana cultura do milho; fósforo na cultura do algodãoem Mato Grosso; fósforo na cultura da cana-de-açú-car; resposta à adubação fosfatada na cultura do café;adubação fosfatada na cultura dos citros; adubaçãofosfatada em pastagens cultivadas com ênfase naregião do cerrado; nutrição de fósforo na produçãode arroz de terras altas; o fósforo na cultura do arrozirrigado; nutrição de fósforo na produção de feijoeiro;fósforo no solo e a cultura do trigo; nutrição e aduba-ção fosfatada em eucalipto; fatores que interferem naeficiência da adubação fosfatada; métodos de diag-nose de fósforo no solo em uso no Brasil; metodo-logias de extração química para avaliação da eficiên-cia de fertilizantes fosfatados; eficiência agronômicados fosfatos totalmente acidulados; eficiência agro-nômica dos fosfatos naturais; eficiência agronômicados termofosfatos e fosfatos alternativos.

Número de páginas: 726Preço: R$ 120,00Editora: POTAFOS

E-mail: [email protected]: www.potafos.org/ppiweb/brazil.nsf/Livraria

PLD?OpenForm

3. MÉTODOS ALTERNATIVOS DE CONTROLE FITOSSA-NITÁRIO

Autores: Campanhola, C.; Bettiol, W.; 2004.Conteúdo: O livro traz um levantamento das principais práticas

alternativas de controle fitossanitário adotadas pe-los agricultores. Apresenta um resumo da propostapara o Programa Nacional de Racionalização do usode Agrotóxicos e aborda a problemática Agrotóxicose Contaminação Ambiental no Brasil. Finalmente des-creve a situação e os principais entraves ao uso dosmétodos alternativos no controle de pragas e doen-ças na agricultura.

Número de páginas: 279Preço: R$ 17,00Editora: Embrapa Meio Ambiente

E-mail: [email protected]: www.cnpma.embrapa.br

bação e as condições de cultivo entre outros tratosculturais, as técnicas de colheita, manuseio e armaze-namento das flores, e os cuidados com as principaispragas e moléstias mais importantes. Incluíram-se,também, considerações a respeito da seleção de va-riedades aptas à produção no Estado de São Paulo,visando melhorar a qualidade da produção e comer-cialização.

Número de páginas:Preço: R$ 45,00Editor: Instituto Agronômico de Campinas

E-mail: [email protected]: www.iac.sp.gov.br

22 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 107 � SETEMBRO/2004

Ponto de Vista

T. Yamada, diretor

POR QUE TANTAS DOENÇASNA AGRICULTURA MODERNA?

Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do FosfatoRua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - BrasilT. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em Agronomia

E-mail: [email protected] Website: www.potafos.org

ImpressoEspecial

1.74.18.0217-0 - DR/SPI

POTAFOS

CORREIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS2216/84 - DR/SPI

� Agrium Inc.� Cargill Crop Nutrition� IMC Global Inc.� Intrepid Mining,

LLC/Moab Potash

� Arab Potash Company� Belaruskali� Dead Sea Works� ICL Group� International Potash Company

� K+S Kali GmbH� Tessenderlo Chemie

NV/SA� Silvinit� Uralkali

� PotashCorp� Simplot� Yara International

Afiliados do PPI/PPIC Afiliados do IPI

Aferrugem da soja, que na safra 2003/04 causouprejuízos de mais de US$ 1,3 bilhões aos sojicul-tores brasileiros, também chegou aos Estados Uni-

dos. Nos citros, além do amarelinho e da morte súbita, temos agorao �greening�. Esta sucessão de novas doenças que surgem naagricultura leva-me a perguntar � existiriam fatores outros, além doclima e do solo, predispondo as plantas às doenças?

No sistema de plantio direto, explicam os fitopatologistas,a maior incidência de doenças dar-se-ia pelas condições favorá-veis proporcionadas pelos restos vegetais na superfície do solopara a multiplicação dos inóculos de patógenos. Mas como expli-car as novas doenças e pragas observadas na citricultura?

Até recentemente eu acreditava que bastava a presença dosnutrientes minerais, em geral micronutrientes, em teores adequa-dos no solo para que a rota do ácido chiquímico caminhasse nor-malmente até a síntese de lignina, fenóis, e fitoalexinas � compos-tos ligados à defesa vegetal. Porém, a rota do ácido chiquímicopode também ser bloqueada pela presença dentro da planta deherbicida específico para esta via metabólica. Daí a minha dúvida.Estaria este herbicida por meios ainda desconhecidos � através dosolo ou da planta dessecada ou ainda por deriva na aplicação �entrando dentro da planta não-alvo?

Para discutir estas e outras dúvidas, a POTAFOS está pro-movendo de 28/02 a 01/03/2005, no Hotel Antonio�s Palace, emPiracicaba-SP, o Simpósio sobre �Relações entre Nutrição Mineral eIncidência de Doenças de Plantas�. No programa teremos doisfitopatologistas brasileiros � Dr. Sérgio F. Pascholati, da ESALQ, eDr. Fernando C. Juliatti, da Universidade Federal da Uberlândia � edois americanos � Dr. Don Huber, Purdue University, e Dr. RobertKremer, University of Missouri, para dar o embasamento científicona questão das doenças. Dr. Huber tem larga experiência sobre osefeitos da relação NH

4/NO

3 e do Mn na incidência de doenças. Já as

pesquisas recentes do Dr. Kremer mostram que o uso crescente efreqüente de herbicida específico para a soja RR afeta as atividadesde microrganismos na rizosfera e no solo, com o aumento da popu-lação de Fusarium e implicações com nematóide de cisto.

O programa do Simpósio está na página 20 deste jornal. Osleitores da versão eletrônica, no site www.potafos.org, podem acessaros currículos dos palestrantes, clicando no endereço respectivo.Creio que será um evento importante aos interessados na respostaà pergunta colocada no título deste �Ponto de Vista�. Aguardo suapresença!