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Jornal 12 - avesso.net · paz, ao descrever a cena de uma tarde... "Os perfumes da primavera e os raios oblíquos do sol atravessam as minhas janelas? É a hora em que os barqueiros

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A poesia oriental, japonesa e chinesa, sempre despertou um certo fascínio em nós, ocidentais, por ser ao mesmo tempo, simples e expressiva.

Aqui destacamos dois poemas extraídos do livro "Poemas Chineses", de Cecília Meireles. A própria escritora os traduziu, graças à sua extrema sensibilidade ao que é singelo e musical.

De Li Po, o poema "Passeio Entristecido", no qual ele exterioriza sua essência: a melancolia. Nas águas do lago, a lua é embalada pela canção das flores e o poeta entristece, achando que o movimento de seus remos são inoportunos.

"O lago Nan-hu embala a lua de outono que se reflete na água verde. O rumor de meus remos interrompeu O hino de amor Que os nenúfares cantavam à lua..."

De Tu Fu, este poema de uma inspiração mágica, que induz à paz, ao descrever a cena de uma tarde...

"Os perfumes da primavera e os raios oblíquos do sol atravessam as minhas janelas? É a hora em que os barqueiros começam a cozinhar o arroz para a refeição da noite. Os pardais piam. Rincha um carro. Bebo e os meus cuidados misturam-se aos insetos alados que zumbem na irisação vermelha do jardim."