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Quem Quem Quem Quem Quem mo mo mo mo movimenta vimenta vimenta vimenta vimenta o o o o o Br Br Br Br Brasil asil asil asil asil pode par pode par pode par pode par pode parar ar ar ar ar o Br o Br o Br o Br o Brasil asil asil asil asil Pág. 3 FETTROMINAS e I.S.C começam a capacitar os Dirigentes Sindicais Resolução 267 (distúrbio do sono) - quem vai pagar a conta? NCST na luta pela redução da Jornada de Trabalho Rodoviários atentos para as negociações do Transporte de Cargas Somente mobilizada e unida, a categoria acabará com a compensação de horas Pág. 4 Pág. 5 Pág. 5 FETTROMINAS levanta reivindicações de todos os Rodoviários no estado, a intransigência patronal não quer ceder Nesta Edição Fator Previdenciário......pág. 7 FETTROMINAS e ASTROMIG no combate à dengue

Jornal Abril 2008

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Jornal publicado em abril de 2008

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Page 1: Jornal Abril 2008

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Pág. 3

FETTROMINAS e I.S.C começam acapacitar os Dirigentes Sindicais

Resolução 267 (distúrbio do sono)- quem vai pagar a conta?

NCST na luta pela redução daJornada de Trabalho

Rodoviários atentos para asnegociações do Transporte de Cargas

Somente mobilizada e unida, a categoria acabará com a compensação de horas

Pág. 4

Pág. 5

Pág. 5

FETTROMINAS levanta reivindicações de todos os Rodoviáriosno estado, a intransigência patronal não quer ceder

Nesta Edição

Fator Previdenciário......pág. 7

FETTROMINAS e ASTROMIG

no combate à dengue

Page 2: Jornal Abril 2008

Editorial Companheiros,

Iniciamos 2008 com muito trabalho e muita luta na defesa dos direitos dos Trabalhadores Rodoviários.Em março, o Instituto São Cristóvão-MG iniciou suas atividades através do 1º Curso de Formação Políticae Capacitação Sindical que cumpriu bem seu objetivo. A intenção agora é dar continuidade a esseprojeto, preparando cada vez mais o Trabalhador de todo o estado para enfrentar as negociações com aclasse patronal e barrar as reformas anti-povo do governo FMI/Lula, além de promover uma maiorunidade entre a categoria. Somos a única Federação de Rodoviários do Brasil que tem todos os Sindicatosdo estado filiados. Isso é uma grande vitória para os Trabalhadores.

As negociações coletivas no âmbito da Federação têm ocorrido normalmente, porém há sempredificuldades em relação a algumas regiões onde ocorrem problemas específicos. Lembramos que oideal é que as negociações sejam sempre unificadas e que continue dessa forma para que possamosobter mais êxito.

Nossos olhares agora se voltam para as negociações que seguirão nesse semestre e a nossa contínua mobilização éfundamental para conquistarmos nossos direitos. Exemplo disso foi a decisão em Rondonópolis sobre o controle da jornada detrabalho do motorista onde a FETTROMINAS, juntamente com a Confederação e Federações do Mato Grosso, São Paulo, Riode Janeiro e Paraná fizeram uma grande mobilização e com toda certeza vamos dar um grande salto no sistema da carga.

Sabemos que o grande mal que aflige o Trabalhador Rodoviário hoje é a questão da compensação de hora extra. Para queesse problema seja extinto, temos que realizar mais reuniões, além de muita disposição na luta e organização. Precisamos estarpreparamos a partir de agora, buscando com mais força o apoio do Trabalhador. É preciso conscientizá-los que é só através daunidade que vamos conseguir conquistar os nossos objetivos.

Saudações e um forte abraço!

José Theodoro Presidente da FETTROMINAS

PresidenteJosé Theodoro

Diretor responsávelHamilton Dias Moura

Coordenadora de ComunicaçãoNelma Carvalho

EdiçãoMário Lúcio

Jornal da FETTROMINAS | Ano 04 | Nº 01JornalistaWellington Martins

EstagiárioLuciano Calixto

ColaboradoresLuíz Antônio Festino - Assessor Sindical da CNTTT e NCSTRogério Reis (Roger) MTB - MG08048JP

DiagramaçãoDaniel Silva

Expe

dien

te

Rua Chapecó, 455 - Bairro PradoBelo Horizonte - MGCEP. 30.410-070(31)3332-9622www.fettrominas.com.br

Tiragem: 10.000 exemplaresProdução: Equipe

O Dia INTERNACIONAL dos TRABALHADORES foi criado em 1889,por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida emhomenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, emChicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de Trabalhadores foram às ruas para protestar contra ascondições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir aredução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operáriasque nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse diasignificou na luta dos Trabalhadores pelos seus direitos, servindo deexemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o DiaMundial do Trabalhador.

Hoje, vivemos um retrocesso que nos leva diretamente aos pioresmomentos do Modo de Produção Capitalista, onde não apenas se buscaa extração da mais-valia, através de baixos salários, mas até mesmo asaúde física e mental dos Trabalhadores com as jornadas de trabalhodesgastantes. Para o Presidente da FETTROMINAS, José Theodoro, osTrabalhadores têm que celebrar esta data, mas não têm motivos paracomemorar. “Temos a obrigação de ir às ruas reivindicar a manutençãodos direitos trabalhistas e dizer um não a essa exploração que estáacontecendo. Nosso 1º de maio não pode ter festas, artistas, prêmios,etc. Temos que ter um Dia do Trabalhador onde mostre para o povo queprecisamos resgatar a dignidade da classe operária, melhorando as suascondições de trabalho, de salários e condições sociais”- disse.

Vivemos dias difíceis para a Classe Trabalhadora. O governo (Collor,Fernando Henrique, Lula que tenta retirar os direitos trabalhistasconquistados a duras penas ao longo dos anos como o 13º salário, direito

1º de Maio - Dia Internacional dos TrabalhadoresO resgate do verdadeiro espírito deste dia se faz necessário

a férias remuneradas, multa de 40% por rompimento de contrato detrabalho, licença maternidade, etc., amplia ainda mais as dificuldades doTrabalhador e por outro lado, aumenta ainda mais o lucro da classe patronal.

O presidente da FETTROMINAS, José Theodoro, defende que a únicasaída para essa grave situação é a preparação da GREVE GERAL contraas medidas anti-trabalhador nesse país e ela tem que ser comandadapelos Rodoviários que é a única categoria com unidade e força atualmenteno Brasil em condições de iniciá-la. E esta grande mobilização conta comos Rodoviários na linha de frente. As bandeiras dos Mártires de Chicagodevem ser empunhadas e seguras firmemente pela Classe Trabalhadora

Tal como no final do século XIX, lutamos pela redução da jornada detrabalho para os Rodoviários e o Trabalhador pode ter esperança queessa conquista virá com o empenho e luta das centrais, da Nova Central,da FETTROMINAS e Sindicatos filiados. Estamos recolhendo assinaturasem favor da redução da jornada de trabalho sem a e vamos enviá-las aoCongresso Nacional onde faremos uma grande concentração paraconvencer os Deputados a fazer essa modificação na legislação.

Lembramos que o espírito verdadeiro do 1º de maio não é realizargrandes shows com nomes da música popular e sorteios de casaspróprias e similares como as centrais chapas- brancas vêm fazendopor isso apoiamos o 1º de maio convocado pela Liga Operária queocorrerá na cidade de São Paulo. “Será um 1º de maio sem shows, semdistribuição de brindes, um 1º de maio de verdade para dizer aoTrabalhador à situação que ele está passando e que temos de nos unircada vez mais para resgatar a nossa dignidade no trabalho que estáperdida, pois cada governo que entra ta querendo tirar mais doTrabalhador” - ressaltou Theodoro.

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Entre os dias 6 a 9 de março último, a FETTROMINAS e o InstitutoSão Cristóvão-MG realizaram o 1º Curso de Formação Política eCapacitação Sindical para Líderes Sindicais em Sete Lagoas. Ocurso, aprovado durante o 2º Seminário Estadual da Federação,evento realizado em setembro de 2007, proporcionou aosparticipantes a oportunidade de estudar mais a fundo os temasabordados naquela ocasião.

Hamilton Dias de Moura, Diretor de Relações do TrabalhoNacional e Internacional da FETTROMINAS, abriu os trabalhosdizendo que o curso foi fruto de um intenso trabalho da Federação,do I.S.C-MG e da ASTROMIG,organizadora do evento. A sua palestrafoi sobre “Organização Sindical nosLocais de Trabalho e Planejamento dasNegocia-ções Coletivas”, o professorGuilherme Tell palestrou sobre o tema:“A Origem do Sindicalismo e SindicatoClassista” já o Assessor Sindical daFttresp, Luis Festino encerrou o eventocom o tema: “Gestão Sindical e

Organização”. O curso contou com apresença de 40 Dirigentes dasRegiões Metropolitana de BeloHorizonte e Norte do estado.

O destaque do curso girou em tornodos aspectos técnico, político eadministrativo, com os participantesmantendo a disciplina e organizaçãoem cumprir os horários estabelecidos,participando nas atividades culturaiscomo filmes que retratam a luta de

classes e atividadesfísicas pelas manhãs,com adesão total dospresentes no evento,o que contribuiu parao sucesso do curso.

Renato Campos,Presidente do Sindicato de Brumadinho disse em entrevista que ocurso cumpriu muito bem o seu objetivo que é a formação de LíderesSindicais. “Consegui absorver bastante conhecimento, o que émuito importante, principalmente pelo fato de estar começandona vida sindical. Hoje, cursos como esse são essenciais para queos dirigentes se preparem mais e possam passar esseconhecimento para os Trabalhadores”.

Para Renato Corrêa, Presidente do Sindicato dos Rodoviáriosde Contagem e Diretor de Formação da FETTROMINAS, os alunostiveram bastante disciplina e atenção, mostrando que os

FETTROMINAS e I.S.C realizam1º Curso de Formação Política e Capacitação SindicalDisciplina e organização contribuíram para o sucesso do 1º curso

Instituto cobra mais participaçãofeminina no movimento sindical

A participação da mulher no movimento sindical atu-almente ainda é tímida. Segundo Elba, professora, so-cióloga e Técnica do I.S.C-MG, a presença das mulhe-res Rodoviárias no movimento sindical ainda é peque-na, mas vem crescendo em outras, como por exemplo,na área do asseio e conservação.

“É preciso que os Sindicatos possam intensificar otrabalho de buscar as mulheres para o meio sindical,pois essa ausência foi sentida lamentavelmente nocurso”- disse.

A professora destacou que o objetivo central do 1ºCurso de Formação Política e Capacitação Sindicalfoi de proporcionar aos dirigentes dos SindicatosRodoviários uma formação política sólida, além daorientação sobre gestão e organização sindical como intuito de habilitar a todos no processo dedesenvolvimento das suas funções com consciênciapolítica e técnica.

“Esse curso foi apenas o primeiro de muitos queainda virão. A idéia é dar continuidade a esse trabalho

e com uma freqüência maior. O objetivo agora éque os próximos cursos aconteçam em outrasregiões da base da FETTROMINAS” - finalizou.

Dirigentes posam para foto após receberem certificados

José Theodoro saúda os participantes

Dirigentes acompanham atentos a palestra

Festino apresenta montagem deAgenda do Dirigente

Professor Guilherme Tell fala sobreSindicato classista

Sindicalistas estão cada vez mais dispostos a apreender.“Precisamos saber como mobilizar e realizar uma assembléia,preparar ata e várias outras coisas que requer bastanteconhecimento e preparo. Não podemos deixar de buscarconhecimento, principalmente pelo fato dos empresários estaremsempre organizados e preparados, por isso, temos que estarsempre atentos e cada vez mais fortes”.

O Coordenador Técnico do I.S.C-MG Geraldo Mascarenhasinformou que em breve a FETTROMINAS irá realizar uma reuniãoda Diretoria e corpo técnico para fazer um balanço deste 1º curso,

definir em qual região do estado seráministrado o próximo e, elaborar umcronograma para os próximos cursose outros temas a serem abordados, oque atenderá as bases dos 37

Sindicatos filiados à Federação. Aprevisão é de que o próximo cursoaconteça na região dos Vales nas

cidades de Governador Valadares ouTeófilo Otoni.

A FETTROMINAS sabe que é deextrema importância a formação ecapacitação dos Dirigentes

Sindicais. Por isso ela conclama todos os seus 37 Sindicatos filiadosa participarem cada vez mais para unir forças, vencer todas asdificuldades e continuar formando formadores.

Uma das finalidades do Instituto éformar Dirigentes Sindicais qualificadospara enfrentar as negociações que cadavez exigem mais dos Trabalhadores.Com uma melhor formação, elespoderão participar mais ativamente emConselhos Municipais e Estaduais naluta em defesa da categoria. Com essetipo de trabalho, os Dirigentes terão

Epitácio A. dos SantosPresidente Nacional do InstitutoSão Cristóvão e da FETROPAR

embasamento para dar umaresposta concreta para as bases.

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Em Divinópolis, os Trabalhadores foram às urnas entre os dias20,21 e 22 de dezembro de 2007. Na ocasião a chapa única - Unicidadedos Rodoviários obteve 90% dos votos apurados.

O companheiro e Presidente do Sindicato Erivaldo Adami, salientou a composição de um grupo forte semdivisões para a disputa eleitoral, o que foi muito importante para os Trabalhadores. De acordo com a novadiretoria, os Trabalhadores podem esperar muito trabalho da nova gestão e que a metodologia vai serfocada em buscar cada vez mais o Trabalhador da base, fazendo o corpo a corpo com eles para que omovimento sindical cresça. A nova diretoria tomou posse no dia 20 de março último e o mandato será decinco anos.

Distúrbio do sono - quem vai pagar a conta?

Resolução 267

Entrevista

Em entrevista, José Célio Alvarenga (Celinho), Secretário Geral da FETTROMINASe Presidente do Sindicato dos Rodoviários de Coronel Fabriciano, fala sobre os

benefícios e prejuízos que esta Resolução trará aos motoristas profissionais

Sindicatos filiados à Federação realizam eleiçõesQuatro dos 37 Sindicatos filiados à Federação realizaram nos últimos meses eleições sindicais

para suas novas diretorias. Em Betim, o processo eleitoral ocorreu entre os dias 24 e 25 de janeirode 2008 e o balanço foi positivo. A chapa União, encabeçada pelo companheiro e atual PresidenteMarcelino Alexandre, obteve 95% dos votos válidos na apuração. Segundo Marcelino, o bom trabalhoque é realizado à frente do Sindicato foi confirmado nas urnas.

A posse da nova diretoria que irá administrar o Sindicato pelos próximos cinco anos está marcadapara o próximo dia 25 de junho e a expectativa desta é de que o novo período de gestão trarátempos difíceis, já que o governo está fazendo de tudo para prejudicar cada vez mais as negociaçõescoletivas. Para ela, o Trabalhador tem que ter consciência que será um ano de muita luta,principalmente para os Rodoviários, que é uma das classes mais organizadas no movimento sindicale sempre é alvo das armadilhas dos patrões e do governo.

No Sindicato de Coronel Fabriciano a eleição aconteceu entre os dias 12, 13 e 14 de Dezembro de2007. Com 97,3% dos votos, a Chapa Única foi eleita para mais cinco anos a frente do Sindicato.Encabeçada pelo companheiro Célio Alvarenga (Celinho), a nova diretoria foi empossada no dia 01 defevereiro último com a promessa de que todos os diretores trabalharão com afinco no exercício de suasrespectivas funções, objetivando o bem de todos os Rodoviários e a consecução das metas traçadas nosentido de proporcionar melhoria das condições de trabalho e de vida do Trabalhador Rodoviário e detoda sua família. Em nota a nova diretoria ainda disse que continuará trabalhando para o fortalecimentoda FETTROMINAS, ASTROMIG, CNTTT e Nova Central Sindical dos Trabalhadores – NCST.

A eleição do Sindicato de Poços de Caldas aconteceu nos dias31 e 1° de setembro de 2007 e a chapa Volante Rodoviário,encabeçada pelo companheiro e atual Presidente Milton dos Reis,obteve 70% dos votos. Em entrevista, ele disse que osTrabalhadores Rodoviários de Poços Caldas podem esperar desse novo mandato aquilo que jávinha sendo feito, ou seja: muito trabalho, muita luta e superação diante das inúmeras dificuldades.A nova diretoria foi empossada no dia 6 de novembro de 2007 e exercerá o mandato até 5 denovembro de 2012.

FETTROMINAS – Esta Resolução trarábenefícios para os Trabalhadores?

Celinho – Sim. Essa medida pode serbenéfica para o motorista, principalmente nosentido de avaliar o que é nocivo e o queprejudicial para a saúde dele, detectandoqualquer tipo de problema. O que provoca odistúrbio do sono são as péssimas condiçõesde trabalho em que o motorista é submetido.É preciso ressaltar que essa medida nãoresolve essa questão, pois ela não abrangeo controle eficaz da jornada de trabalho,alimentação adequada, garantia dedescansos necessários e condiçõesmelhores da malha viária.

FETTROMINAS – Conforme havíamos publicadoem nosso boletim no último mês de março, a

Resolução 267 que exige a realização de exames paraavaliar distúrbios do sono para a renovação e obtenção

da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias C, D e E, continuam provocandodor de cabeça nos Trabalhadores. Existe alguma novidade em relação à essa questão?

Celinho - Chegou ao nosso conhecimento que o Denatran havia suspendido por 90 diasa implantação desta Resolução e que a Federação, juntamente com a Confederação,Presidentes de Sindicatos e Diretores dos respectivos Departamentos Jurídicos, dirigiram-se à Brasília, onde levaram todas as preocupações do movimento sindical para que essaResolução possa ser revista e não trazer prejuízo para os Trabalhadores.

FETTROMINAS – Existe algumencaminhamento no sentido dessa Resoluçãopassar a ser cobrada nos processos de admissãoe exames periódicos das empresas?

Celinho – Esta é uma questão muitoimportante. É do nosso conhecimento que a UniVale Transportes, empresa que opera em nossabase no vale do aço, vem realizando reuniões com os Trabalhadores, orientando-os no sentidode poupar suas próprias remunerações para que no futuro, eles possam arcar com estes exames.Isto é uma prova viva que a classe patronal não está disposta a assumir essa responsabilidadee muito menos o governo. Dessa forma nós, Dirigentes Sindicais, temos que lutar até a últimainstância para livrar este custo do Trabalhador, pois se trata de um ônus muito pesado.

FETTROMINAS – Com isso, oTrabalhador pode ser prejudicado?

Celinho – O que pode acontecer é oTrabalhador perder espaço no mercadode Trabalho e ser jogado para o INSS.Este com toda certeza negará o benefícioao Trabalhador, exemplo do que acontecehoje com a malfadada alta programada.Por isso devemos discutir com maisintensidade essa questão, porque omotorista não pode pagar a conta sozinho.

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CNTTT apoiou decisão doMinistério Público do Trabalho

A decisão da 1ª Vara do Trabalho de Rondonópolisque limitou em 8 horas a carga horária para oscaminhoneiros e no caso de extrapolação, pagamentode hora extra, foi uma grande vitória para a categoria.Nesse sentido, a Confederação Nacional dosTrabalhadores em Transportes Terrestres - CNTTTdefendeu a decisão do Tribunal do Trabalho do MatoGrosso, quanto ao efetivo controle da jornada diáriade 8 horas e as horas extras garantidas em lei e quenão venham causar prejuízos financeiros aosmotoristas.

A Confederação defende também o efetivocontrole da jornada em conjunto com a redução dajornada de trabalho, para 40 horas semanais, semredução de salários, através dos projetos de leis emtramitação no Congresso Nacional, como o PL-2660/1996 que propõe o controle da jornada, em suaproposta original, que se encontra na pauta paravotação do plenário da Câmara dos Deputados e maiso PL-4653/1994 e seus apensos referentes àcategoria de transporte rodoviário, que propõe aredução da jornada de trabalho para 40 horassemanais (sem redução de salários), que se encontrana Comissão de Trabalho, com parecer favorável darelatoria.

Para o companheiro José Theodoro, a queda daliminar em Rondonópolis demonstrou que a classepatronal ainda tem muita força no Brasil, mas comtoda certeza esta questão irá terminar em Brasília.“Temos muita esperança que no final das contasvamos arrancar mais essa vitória para osTrabalhadores”-disse.

Sobre a mobilização do setor, Theodoro disse queestá cobrando da Confederação uma reunião coma CNT (Confederação Nacional do Transporte) parafazer um acordo a nível nacional independentementeda ação no Mato Grosso. No último dia 09 de abril,ele se dirigiu à Brasília para participar de uma reuniãono senado juntamente com a Confederação e asFederações do Mato Grosso, São Paulo, Rio deJaneiro e Paraná, onde foram discutidas as questõesdo setor.

Pauta Nacional de Reivindicações foi entregue em fevereiro a classe patronal

Negociação Interestadual começará em junhoA negociação em torno do

transporte de passageirosinterestadual este ano serábastante movimentada. Comdata-base fixada em junho, osTrabalhadores esperam umagrande mobilização para contra-por a arrogância por parte daclasse patronal durante as váriasreuniões que irão acontecer parafechar o acordo. A Comissão deNegociação da FETTROMINASjá está trabalhando paracomeçar as negociações empleno vapor, reivindicandodireitos e questões que vemprejudicando os Rodoviários,como a multa que é aplicada aomotorista pelo não uso do cintode segurança por parte dopassageiro e por melhorescondições de trabalho.

No dia 11 de março a CNTTT e a NCST, estiveram reunidas com o presidente doDenatran Alfredo Peres da Silva para discutir as punições que são aplicadas aosmotoristas quando da não utilização de cintos de segurança por passageiros dotransporte rodoviário interestadual.

Um acidente ocorrido no dia 28 de março entre o ônibus da viação Itapemirimque ia de Vitória a São Paulo colocou novamente a pergunta sobre quem deveriaser punido no caso do não uso do cinto. A FETTROMINAS fez uma consulta aoDenatran (Departamento Nacional de Trânsito) que foi taxativo sobre de quemseria a responsabilidade. Desde 1999, os ônibus são obrigados a sair de fábrica comcinto de segurança. O Código Nacional de Trânsito Brasileiro (CTB) obriga o uso docinto e quem desobedece está infringindo a lei, mas somente os motoristas são punidos com multa ecinco pontos na carteira no caso dos ocupantes serem flagrados sem o cinto. O (CTB) comete umainjustiça ao punir exclusivamente o motorista enquanto o passageiro ignora as instruções e não recebenenhuma punição. Essa conduta inviabiliza o sistema de transporte rodoviário no país porque os motoristaspodem ser impedidos de dirigir. O passageiro também deve ser responsável e usar o cinto como deverlegal, ato de cidadania, além de se resguardar fisicamente. Por isso, a Federação, juntamente com aCNTTT e Federações filiadas a ela, entrarão na Justiça para acabar com essa aberração jurídica.

Outro projeto, o PL 2562/2007 de autoria do deputado Augusto Carvalho (PPS/DF), também dispõesobre o uso do cinto de segurança. Ele limita-se apenas na questão da segurança dos passageiros enão leva em consideração o ponto de vista do motorista que continuará sendo punido.

Negociações do Transporte de Cargas começam em maio

A CNTTT, através do representantejurídico da Comissão Nacional deNegociação de Cargas, José CarlosMelo dos Anjos, entregou no dia 19 defevereiro último, a pauta de negociaçãocom 84 cláusulas ao representante daConfederação Nacional de Transporte(CNT). Federações e Sindicatospatronais do setor do transporte decargas também receberam odocumento. Entre as reivindicações,estão questões relacionadas à cargahorária, salário, pagamento de horaextra com acréscimo e plano de saúde.

A pauta aprovada pela ComissãoNacional de Negociação de Cargasprevê pisos salariais que vão de R$ 850a R$ 2.040. A jornada de trabalhoproposta é de 40h semanais, gozandode intervalos, e pagamento de horaextra com acréscimo de 100% emrelação à hora normal até 2h a mais ede 180% se excedido acima de 2h,entre outras.

De acordo com o CoordenadorNacional da Carga e Presidente daFETTROMINAS, José Theodoro, osTrabalhadores estão aguardando oagendamento da primeira reunião paradar andamento nas negociações,levando em conta que a data base éem maio. “Essa pauta é unificada emnível nacional, onde várias entidadesderam opiniões e tiveram participaçãona construção”- disse.

Aqueles Sindicatos de Traba-lhadores que negociam com asempresas de transportes de cargas emtodo o Brasil, caso não tenham aindatido acesso à pauta unificada e venhama se interessar a integrar a negociaçãonacional de cargas, cuja data base éem 1° de maio, podem fazer contatocom as Federações de seus estadospara ter acesso à pauta.

Negociações do Transporte de CargaEstadual terá a mesma pauta de

reivindicações da Carga Nacional

As negociações do transporte de cargaterá início em abril e a FETTROMINASencaminhou na ocasião a todos os seusSindicatos filiados, a pauta estadual que foibaseada na Pauta Unificada Nacional daCarga, além de orientar a todos querealizassem suas respectivas assembléiasaté o dia 31 de março. A Federação estáencaminhando para o Fetcemg e Setcemgo agendamento das negociações junto àclasse patronal.

A Comissão de negociação daFETTROMINAS faz um alerta a todos osTrabalhadores do setor no sentido de semobilizar em torno da negociação paraarrancar dos patrões reajustes dignos desalários e melhores condições de trabalho.

Segundo Raimundo Lino, assessor doDepartamento Trabalhista da FETTRO-MINAS, foram realizadas reuniões periódicasda comissão de redação e com osTrabalhadores, onde foram tiradas pautas dereivindicações e diretrizes para asnegociações, além do envio de circularespara todos os Sindicatos com um modelo depauta sugestiva, que foram discutidas eaprovadas durante o 2º Seminário Estadualda FETTROMINAS. A pauta, adaptada danegociação do setor em nível nacional e emnome de todos os Sindicatos filiados àFederação, foi encaminhada para a classepatronal no último dia 4 de abril. Sabemosque o setor do transporte de cargas vemcrescendo ano após ano com o aumento daprodução e do consumo e por isso, aComissão de Negociação da FETTRO-MINAS espera que os patrões não venhamcom a mesma história de sempre de que asituação do país está complicada e queapresentem uma proposta digna para osTrabalhadores.

Multa pelo não uso do cinto de segurança por parte dopassageiro não pode ir para o motorista

Page 6: Jornal Abril 2008

na luta pela redução daJornada de Trabalho

Os Trabalhadores pretendem aprovar ainda este ano o projeto deemenda constitucional (PEC 393/2001) que propõem a diminuiçãoda jornada de trabalho sem redução salarial. Este projeto é motivode luta das Entidades Sindicais há muito tempo e agora ofortalecimento se faz através da união das centrais sindicais por umobjetivo que é comum para todos os Trabalhadores.

A intenção é reduzir a jornada de trabalho que hoje é de 44 para40 horas semanais. Isso aumentaria a geração de empregos, alémmelhorar a qualidade de vida do Trabalhador, mas a medida sóresultará em novos empregos se for extinto as horas extras e osistema de banco de horas adotado pelas empresas. Para forçar aaprovação da PEC, as Centrais Sindicais querem coletar de um acinco milhões de assinaturas em todo o país e entregá-las aoCongresso Nacional.

De acordo com Antônio da Costa Miranda, Presidente da NovaCentral Sindical de Trabalhadores de Minas Gerais, várias atividadesem torno do projeto estão sendo realizadas. Em Belo Horizonte ascentrais estão recolhendo assinaturas diariamente na Praça Sete,

A redução para 40 horas semanais poderá garantir a criaçãode mais de 2 milhões de novos empregos e a conquista de

melhores condições de vida

centro da cidade, mostrando a importância do tema.Várias atividades estão programadas para o dia 1º demaio e a principal será uma grande campanha pararecolhimento de assinaturas.

No dia 28 de maio está prevista mais umamobilização. O dia foi escolhido como odia Nacional de Lutas e Mobilizações pelaRedução da Jornada de Trabalho semRedução dos Salários. Nesta mobilização,os Trabalhadores através de paralisações,assembléias e manifestações,demonstrarão toda força e integraçãopara conquistar o objetivo almejado.

Para Miranda, que também é Vice-Presidente da FETTROMINAS, o projetotem um grande cunho social. “Será umdos fatores importantes para criação denovos postos de trabalho e melhorar arenda da população, e hoje todos nóssabemos que a grande luta do movimentoSindical é brigar por mais emprego”-disse.

População adere em massa à campanha

Governo sancionalegalização das Centrais

sindicais

Outra questão importanterelacionada ao meio Sindical foi àlegalização das Centrais Sindicais,assunto que já vem sendo discutidohá algum tempo e que agora teve umdesfecho favorável para osSindicalistas. O presidente Luiz InácioLula da Silva sancionou o PL 1.990/

07, que regulamenta o funcionamento das centrais sindicais. Trata-se da Lei 11.648, publicada em edição extra do Diário Oficial daUnião de 31 de março de 2008. Essa é uma grande conquista domovimento sindical brasileiro que vem mostrando toda a sua força,apesar de vir sofrendo várias tentativas por parte de alguns políticosde desestabilizar as entidades sindicais, buscando tirar até as suascontribuições. Mas o movimento se mobilizou e conseguiu vencertodos esses obstáculos, resgatando até o projeto em sua formaoriginal, onde deixa claro que o governo não deve ter nenhumainterferência junto às centrais.

A distribuição de porcentagem sofreu alteração em relação aos20% que ia para Conta Especial do Emprego e Salário. Serãorepassados 10% para a Conta e 10% para as centrais. Existe umadiscussão sobre outra forma de custeio, percentual e contribuiçãopara as entidades sindicais. Miranda alerta sobre os cuidados queos sindicalistas têm que tomar sobre esse assunto. “É algo que precisaser trabalhado com muito cuidado e atenção para que o movimentoSindical possa se fortalecer e vencer mais uma vez” – conclui.

Atividades FETTROMINAS no 1º Semestre

Reajuste de 5,36%; TicketAlimentação valor R$ 225,42(26 ticket); Plano de saúdefamiliar; Plano Odontológicofamiliar; Retorno de férias;Seguro de vida; Jornada de

trabalho de 06h40min; Passelivre; Manutenção das demaiscláusulas da CCT anterior. Abonosalarial de 200,00 para Motoristase Despachante e de R$100,00para os demais empregados

Reajuste de 5,43%; TicketAlimentação valor R$ 145,00;Plano de saúde familiar; PlanoOdontológico familiar;Seguro devida; Manutenção das demais

cláusulas da cct anterior.Abono especial de R$ 200,00(motoristas) e R$100,00 (para osdemais empregados)

Transporte Coletivo Urbano SINTRAM(Data Base - fevereiro)

Transporte de Passageiro Intermunicipal SINDPAS(Data Base - março)

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Foi aprovado em regime de urgência no último dia 9 de abril, oProjeto de Lei do Senado (PLS) 296/03, de autoria do senadorPaulo Paim (PT/RS), que extinguiu o chamado “fator previdenciário”e modificou a forma de cálculo dos benefícios da Previdência Social.Agora o projeto segue para o exame da Câmara dos Deputados.

De acordo com a avaliação do senador, o resgate dos critériosanteriores de cálculo dos benefícios previdenciários evitará que ogoverno utilize a Previdência Social como instrumento de ajuste dascontas públicas, em prejuízo dos contribuintes e beneficiários.

O fator previdenciário é calculado considerando, na data de iníciodo benefício, a idade e o tempo de contribuição do segurado, aexpectativa média de sobrevida para ambos os sexos e uma alíquotade 31%, que equivale à soma da alíquota básica de contribuição daempresa (20%) e da maior alíquota decontribuição do empregado (11%).

Perdas nos benefícios

Em sua justificação, Paim assinalou quedependendo do grau de formalização doTrabalhador e de sua evolução salarial, aampliação gradativa do período básico decálculo do salário-benefício, com o fatorprevidenciário, acarreta perda em seu valor, tanto maior quanto maiorfor essa ampliação. O senador frisou que essa forma de cálculo éaplicada sob a alegação de se adequar o sistema previdenciário aos

Senado acaba com oFator Previdenciárioimpactos atuariais e financeiros da evolução demográfica, mas defato, tem sido utilizado para diminuir as despesas com benefícios daPrevidência Social, principalmente da aposentadoria por tempo decontribuição, reduzindo seu valor ou retardando a sua concessão.

Entre as distorções no fator previdenciário apontadas por PauloPaim, destaca-se a introdução do critério da idade no cálculo da

aposentadoria por tempo de contribuição,via lei ordinária, critério que já foi derrotadoem nível constitucional no Senado. “Noaspecto social, é perverso, pois, aoprivilegiar a aposentadoria por tempo decontribuição tardia e punir, drasticamente,a considerada precoce, penaliza,sobremaneira, aqueles que começaram atrabalhar cedo, na maioria Trabalhadores demenores rendimentos. De fato, esses

Trabalhadores certamente não adiarão o início de sua aposentadoriaem função de valores maiores, no futuro, proporcionados pelo fatorprevidenciário” - observou.

Trabalhadores nãopermitirão mais perdas

“Reforma daPrevidência”

Quando da posse do ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, opresidente Lula sinalizou a necessidade de uma nova reformaprevidenciária. O ministro por sua vez,declarou que as mudanças a seremdiscutidas, não deverão atingir osatuais contribuintes e quequalquer alteração atingirásomente a nova geração decontribuintes da Previdência.

Lula declarou ainda que aproposta de reforma daPrevidência não partirá doExecutivo. “Não queremosque seja uma propostado governo, mas dasociedade. Vamos per-mitir que as novasgerações tenham umsistema mais condizentecom necessidade dosTrabalhadores” – disse.

Para os Trabalha-dores da ativa e para osaposentados e pensio-nistas, cada notícia

sobre a Previdência é um novo susto com a possibilidade da perda demais direitos, como aconteceu com as mudanças introduzidas nasaposentadorias de risco (especiais) durante o governo FHC.

Tramita no Senado o PLS 58/03 que reajusta os benefícios deaposentados e pensionistas e o PLC 42/08 que, conforme emendaapresentada pelo Senador Paim, estende a mesma política de reajustee valorização do mínimo para todas as aposentadorias e pensões até2023.

Aposentadoria Especial ainda está na Câmara

O Senador Paim também é autor do projeto de lei complementar(PLP) nº. 60/1999, que tramita na Câmara dos Deputados e dispõe

sobre a aposentadoria especial para os Trabalhadores que exercematividades que prejudiquem a saúde ou a integridade física.Atualmente o Projeto encontra-se na Comissão de Finanças eTributação (CFT). Na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) ele teve o Parecer da Deputada Rita Camata e foi aprovadopor unanimidade.

Tramitam ainda em conjunto ao PLP 60/1999, 118 PLPs, quebeneficiam diversas categorias, sendo o deputado Cleber Verde(PRB/MA) autor de 110 projetos. Segundo o parlamentar, essesTrabalhadores estão expostos a agentes físicos, químicos ebiológicos em nível acima da tolerância de nocividade à saúdeou integridade física.

Na Casa revisora, o projeto deverá serexaminado antes de ser votado no plenáriopelas Comissões de Trabalho, de SeguridadeSocial e Família, de Finanças e Tributação, ede Constituição e Justiça.

Tramitação na Câmara

Trabalhadores no Comércio(Data Base - Março)

Pauta protocolada em 16/04/2008- Aguardando agendamento doinício das negociações

Trabalhadores do Asseio eConservação SEAC(Data Base - Janeiro)

Negociação não concluída(impasse)

Transporte de PassageiroInterestadual

(Data Base - Junho)

Em elaboração de pauta

Transporte De CargaFETCEMG/SETCEMG

(Data Base - Maio)

Pauta protocolada em 03/04/2008- Início das negociações em 29 deabril

Trabalhadores na Coleta deLixo - SINDILURB(Data Base - Maio)

Pauta protocolada em 16/04/2008- Aguardando agendamento doinício das negociações

Page 8: Jornal Abril 2008

A exemplo do que acontece no fatídico cenário político nacional, ondeos desmandos em seus bastidores são alardeados, a máfia do transportepúblico também conta com a mesma arrogância, dominando o passívelpoder público diante da dupla função exercida pelo motorista-cobrador.Talafirmação personifica-se na generosidade das “autoridades” que, comoPilatos, lavam as mãos nas águas da negligência e assistem decamarote esta ilegalidade exercida pelo motorista-cobrador, que alémde conduzir o veículo, tem que cobrar passagem, dar troco, etc.

A prática da dupla-função fere os dispositivos do Código de TrânsitoBrasileiro (CTB) e a Resolução do Contran - Conselho Nacional deTrânsito, que desautorizam o exercício dessa atividade. O artigo 28do CTB diz que o motorista deverá, a todo momento, ter domínio deseu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis àsegurança do trânsito. Isto significa que ele deve abster-se de todoato que possa constituir perigo ou obstáculo no trânsito e que deverá,sempre, ter o domínio do veículo, dirigindo-o com atenção. Já o artigo169, mostra que dirigir sem atenção e cuidados indispensáveis àsegurança consiste em infração cabível de punição e multa.

Para explorar cada vez mais a mão-de-obra dos motoristas e demitiros cobradores, as empresas criaram mais essa escravatura. Tal atitudepersonifica o quinto pecado capital: a avareza (apego demasiado e sórdidoao dinheiro). Representa também um imenso risco à vida do própriomotorista, dos passageiros, pedestres e demais. Na maioria dos casos,o que vemos são os passageiros pagando a tarifa ao motorista-cobrador

O poder da ilegalidade na função do motorista-cobradorOPINIÃO

e no momento da entrega do troco, o motorista já está movimentando oveículo sem a devida atenção para com o trânsito, comprometendo asua segurança e de todos aqueles que fazem parte do sistema viário,numa verdadeira afronta ao que dispõe o artigo 28 do CTB. Mas ondeestá a autoridade?

A sugestiva economia na falta de contratação de cobradores acabapenalizando o motorista com uma série de desgastes físicos eemocionais, sugerindo o sexto pecado capital: a gula (desejoinsaciável de ter sempre mais do que já tem e precisa). E essa gula,martiriza ainda mais os motoristas, possibilitando assim o surgimentode várias doenças ocupacionais, além de proporcionar a demissãoem massa com o fim da função de cobrador, o que representa umcusto social muito grande com o aumento do número dedesempregados.

Motorista-cobrador, ‘kit-microônibus’, dupla-função, Micão,motorista júnior, ou qualquer outro nome, é um fenômeno insólitopraticado em todo país e estranhamente negociado em CCT’s,decretos e medidas judiciais, que por sua vez, violam a Lei eprejudicam os Trabalhadores.

Diante disso, só resta a categoria lutar, e para isso, se faz necessáriauma gigantesca mobilização contra esta afronta aos direitos dosTrabalhadores. Pois mais alto que a classe patronal e seus cúmplicesaspirem estar, estão inertes diante da força dos TrabalhadoresRodoviários.

Aumentar a organização, mobilização e lutar pelo fim da compensação de horas

O fim do banco de horas e da compensação de horas foi uma exigência dostrabalhadores levada na campanha salarial 2008. Em todas as rodadas de negociação ossindicatos levantaram esta reivindicação, assim foi no urbano, no intermunicipal e estaserá a principal bandeira na negociação do transporte de carga. Todas as vezes a ganânciapatronal, acabou por prevalecer, com recusas intransigentes em acabar com esta medidaque ataca o trabalhador e nega seus direitos de receberem as horas extras trabalhadas.O banco de horas bem como a compensação, tornou-se um regime de escravidão dostrabalhadores principalmente causando o stress, acidentes e mortes nas estradas.

A ASTROMIG, com o apoio da FETTROMINAS está realizando uma série deatividades em comemoração ao 1º de maio (Dia do Trabalho) entre elas, o 1ºSeminário Estadual em Defesa da Saúde e Segurança no Trabalho. O eventoconta com a participação de mais de 30 categorias profissionais, o que mostrao começo de um levante da Classe Trabalhadorainsatisfeita com as atuais condições e trabalho e do país.

O lucro é do patrãoO objetivo principal da patronal com a implantação do

banco ou compensação de horas é evitar o pagamentode horas extras e, dessa forma, aumentar ainda maisseus lucros com a máxima exploração da mão de obra,principalmente nos piques de produções.

Apesar de a constituição limitar a jornada de trabalhoem 8 horas, as políticas anti-trabalhador com artimanhasque impõem o negociado sobre o legislado e ainda atraição das centrais chapa branca, que a cada negociação

se rendem cada vez mais aos desmandos da patronal. É comum aindavermos empresas que impõem jornadas acima de 8 horas. Em casoscomo carnaval, feriados, festas de fim de ano e período de férias escolares,as empresas impõem jornadas acima de 18 horas, havendo casos deapenas dois motoristas dirigirem sem parar por mais de 48 horas.

Tortura física e mentalA FETTROMINAS vem denunciando há vários anos que o banco de

horas e a compensação de horas é uma das principais causas do stress,dos acidentes de trabalho e das mortes dos rodoviários. O trabalhadorsujeito à compensação de horas-extras está mais propenso à fadiga emfunção das longas jornadas de trabalho, problemas ortopédicos devidoao excesso de esforço e má ergonomia dos carros, ao stress provocadopelo transito caótico e à pressão pelo cumprimento dos quatros de horários,bem como maior risco de acidentes de trabalho e a doenças causadaspelo excesso de jornada.

A causa dos acidentes e mortesA luta da Federação e de todos os sindicatos filiados é para que o

trabalhador rodoviário tenha respeitados os seus direitos amparados pelalegislação, como a aposentadoria especial e a jornada de 6 horas. Asatividades dos motoristas do transporte rodoviário, não somente do urbano,mas também os de longa distância, sejam intermunicipal, interestadual ouinternacional, por implicarem longas viagens e muitos pernoites fora dodomicílio do trabalhador, têm peculiaridades que exigem legislação própria.

Durante a jornada de lutas unificada 2008 os trabalhadores rodoviáriosrepresentados pelos Sindicatos filiados à FETTROMINAS levantaram asreivindicações mais sentidas da categoria, foram várias mobilizações emtodo o estado pelo reajuste salarial, aumento no tíquete alimentação, planode saúde e odontológico, dentre outras. Mas a bandeira pelo FIM DO BANCODE HORAS E DA COMPENSAÇAO DAS HORAS-EXTRAS foi unanimidadeentre todos os sindicatos, pois é a exploração mais sentida em todacategoria.

Compensação de horas: escravidão no volanteA Compensação das horas-extras, na teoria, é quando o trabalhador

presta serviços mais horas em um dia para prestar serviços em um númeromenor de horas em outro, ou mesmo não prestá-las em certo dia dasemana. Desta forma, as horas-extras trabalhadas não são pagas, masdescontadas em outros dias sob a forma de “folgas”.

A redação original do artigo 59 parágrafo 2º da CLT dizia que: “poderá serdispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou contratocoletivo, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondentediminuição em outro dia, de maneira que não exceda o horário normal dasemana nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 (dez) horas diárias”.

Já o parágrafo 2º do art. 59 da CLT em janeiro de 1988 passou a ter novaredação determinada pela Lei nº 9.601, alterando o prazo de compensaçãopara 120 dias. Assim nasce o famigerado BANCO DE HORASregulamentado, passa a apresentar uma nova e mais perversa forma paraa Compensação de Jornada.

Hamilton Dias de MouraDiretor deRelações Trabalhistas da FETTROMINAS