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Jornal Aldeia de Caboclos 21 ano 2

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Jornal edição de novembro de 2012

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AMOR- Momento excelente para renovar a relação, período excelente para casa-mentos, agendar compromissos e ficar bons momentos com a pessoa amada. Nessa fase a comunicação de vocês estará mais clara, com menos discussões.E se você estiver só, se prepare, através da amizade você estará envolvida em novos contatos, novas amizades. Aproveite para expressar seu amor a pessoa amada, fale oque sente, esclareça algumas coisas que ficaram la para trás e seja feliz!

SAÚDE- Para as mulheres, período ótimo para quem pensa em engravidar, perío-do de muita fertilidade aos homens e pessoas de meia idade, devem tomar cuidado com a parte renal e urinária. Se você pensa em fazer um tratamento estético, esse é o melhor momento.

PROFISSIONAL E FINANCEIRO- Um mês excelente para novos projetos, criatividade nesse período podem te auxiliar muito. Preste muita atenção a sua intuição para seguir em novos caminhos, momento ideal para novos projetos.Quem estiver pensando em vender algo, fazer algum projeto, deve analisar pois é o momento para isso, entradas financeiras a vista e resoluções.No aspecto profissional, novas oportunidades de trabalho para quem está parado, mas cuidado será também um período de muitas exigências. Boa sorte e caminhos abertos!

RECONHEÇA E MENTALIZE AGORA MESMO TUDO O QUE VOCÊ JÁ CONQUIS-TOU NA SUA VIDA. NÃO OLHE APENAS PARA O LADO NEGATIVO OU DO QUE VOCÊ AINDA NÃO CONCRETIZOU. ACREDITE FIRMEMENTE NA SUA VITÓRIA E NA SUA CONQUISTA, ESSE É O PRIMEIRO PASSO PARA A VITÓRIA.

CAROLINA AMORIM- AGENDE AGORA MESMO A SUA CONSULTA 11-23694241 OU 11- 984096944

CAROLINA AMORIM-TARÓLOGA 2369-4241 / 8409-6944

PrevisãoBaralho CiganoCartas: Criança - Aliança - Sol

EditorialPrezados leitores e irmãos de fé, é com grandecrença no poder transformador de nossa uniãoque me dirijo a vocês para explicitar o valor denossa atuação conjunta.

Estejamos verdadeiramente unidos e atuantes em prol do crescimento, valorização e respeito a nos-sa amada Umbanda, bem como aos Cultos Afro como um todo.

Entendamos que somente unidos, trabalhando com propriedade, harmonicamente e de forma ostensiva, teremos força real para fazer ruírem as barreiras da intolerância e do desrespeito religio-so que se faz presente em nosso cotidiano.Não nos esqueçamos da máxima destacada por Santo Agostinho “A soberba provoca a desunião, o amor, a união.”

Atuemos de maneira uníssona, conjunta e vibran-te, façamos valer a importante interação entre a Umbanda e os Cultos Afro em geral. A essência do trabalho em equipe, do respeito mútuo e do amor deve prevalecer em nossas ações.

Aproveitemos essa data tão importante que é a co-memoração da 3ª Semana da Umbanda na Cidade de São Paulo para nos confraternizamos, demonstrar-mos a nossa riqueza cultural, estarmos mais unidos e prestigiarmos os grandes eventos promovidos com muito carinho, qualidade e empenho pela Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, sob o comando do nosso queridíssimo Engels de Xangô, nos dias 13 e 15 de novembro de 2012.

Que Oxalá ilumine o caminho de todos nós!

Salve a Umbanda, que é amor e caridade, Salve Zambi!

Alexandros Barros Xenoktistakis

EXPEDIENTE

Diretor: Engels B. Xenoktistakis

Direção de Arte: Daniel Coradini

Redator: Engels B. Xenoktistakis

Colaboradores: Adriano Camargo /

Ronaldo Linares e

Alexandros Xenoktistakis

Assessoria Jurídica: Alexandros Barros

Xenoktistakis – OAB/SP 182.106

contato: [email protected]

Escola de Curimba Umbanda e EcologiaFormando os melhores mestres de curimba desde 1989

Congo Angola Ijexá Nagô Barra-VentoVenha aprender mais de 1000 pontos para voce tocar

e cantar no seu terreiro para louvar seus orixás.

Rua Domiciano Ribeiro 442 - Bairro do Limão - V. Espanhola 6457-5473 7243-2406

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UmbandaLegal

O APRENDIZADO DE CADA DIA

Na minha caminhada espiritual, a Umbanda tem me ensinado que a vida é um eterno aprendizado, e a nós só é dada uma nova lição quando aprendemos a lição atual.

Eu tenho uma visão muito particular sobre quase tudo, porque hoje, a mim não basta mais as opiniões de líderes, filósofos ou pensadores, eu quero conhec-er tudo o que estiver ao meu alcance, e reter aquilo que ecoar no meu íntimo, ou seja, simplesmente o que for bom pra mim.

O próprio Jesus Cristo, ensinava ao povo por parábo-las, que a princípio parecem simples histórias; porém, ele sempre dizia: quem tem ouvidos ouça, e quem tem olhos veja...

É exatamente isso que faz a diferença, ver ao invés de simplesmente olhar, e escutar ao invés de simples-mente ouvir.

Uma parábola pode ser apenas uma parábola, uma lenda pode ser apenas uma lenda, um ponto cantado pode ser apenas um ponto cantado, uma frase dita por um guia espiritual pode ser apenas uma frase...ou não, e tudo depende de quem ouve, e de quem vê.

Muitos irmãos, Umbandistas ou não, se assemelham a um pescador, que passou a vida inteira em busca do peixe grande, e deixou de ver que todos os peixes que ele pescou, ainda que pequenos, o alimentaria por uma vida inteira.Estas palavras não são minhas, mas do sábio Pai Joa-quim de Aruanda, guia espiritual do Pai José Luiz, e encerram a sabedoria daqueles que aprenderam há muito a ver e escutar - os nossos amados Pretos-Velhos.

O Sr. Zé Pilintra é mestre em passar mensagens em seus pontos cantados, mas poucos são os que real-mente escutam o que ele diz. E quem escuta se sur-preende com a quantidade de informações e consel-hos que por ele são passados.

E assim se repete com os Caboclos, Boiadeiros, etc., pois eles não vêm até aqui à toa; nossos queridos guardiões, Exus, Pomba-Giras e Exus-Mirins, da mesma maneira, têm sempre uma mensagem a ser passada em cada encontro, mas infelizmente nem to-dos se apercebem disso.

Todos os contos, lendas, histórias e mensagens que eles nos transmitem tem o objetivo de expandir nos-sas mentes para as verdades do espírito, para trazer sentido às nossas vidas, alentos aos nossos corações, e evolução aos nossos espíritos.

Mas tudo isso é diretamente proporcional à nossa capacidade de ver e escutar, praticar as lições apre-ndidas, e aceitá-las, mesmo que isso às vezes seja difícil...

É difícil, às vezes, quando você ouve uma mensagem que atinge diretamente suas atitudes, ou a falta delas, mas se você está preparado para ver e ouvir, também está preparado para aprender, entender e aceitar.

A oportunidade de nos livrarmos de velhos e inúteis conceitos, de melhorar o que há de errado em nós, e não nos outros, é um presente de nossos guias espiri-

tuais, de nossos Orixás, e da nossa amada Umbanda Sagrada, que os trouxe pra perto de nós.

Que não sejamos nós os pescadores citados por Pai Joaquim de Aruanda, mas sim aquele que agradece a cada oportunidade de aprendizado, tendo por ob-jetivo melhorar a cada dia, aprender novas lições, ser um ser humano e um Umbandista melhor, e ser mo-tivo de orgulho para nossa religião.

Por Mãe Valéria SiqueiraTerreiro de Umbanda Pai Oxossi,

Caboclo Sete Flechas eMestre Zé Pilintra

Críticas e Sugestões:[email protected]

[email protected]

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UmbandaLegal

CUIDADO PARANÃO BANALIZAR

A Umbanda completará 104 anos no próximo dia 15 de novembro e ainda se encontra nos dias de hoje filhos de fé que não sabem de modo apropriado falar de sua religião, e mais ainda de se comportar diante dela. Esses, muitas vezes sem intenção acabam ba-nalizando a sua própria fé. É necessário que todos se conscientizem e procurem olhar para dentro de seus terreiros para esclarecer e corrigir esses comporta-mentos. É preciso que os Sacerdotes,

Dirigentes se voltem para suas casas com olhar crítico e disciplinador. Muitas casas já estão neste caminho, hoje temos escolas, cursos que oferecem esclarecimentos, mas infelizmente não são suficien-tes para que a Umbanda se apresente em todos os lugares como a religião que de fato é. Acolhedora e Comprometida com o bem. Se apontarmos todos os elementos que colaboram para esta banalização, re-sultaria em um livro e mesmo assim ficaria algum de fora. Vamos então tentar demonstrar numa síntese os mais gritantes e que urgem mudanças;

- as oferendas arriadas na natureza com desleixo e materiais artificiais, altamente poluentes. (Lembre-se que a natureza é reino de Orixá);- as vestes dos filhos de fé, transparentes, apertadas, decotadas;- falta de ética no trabalho mediúnico, usando de “incorporações” para manifestar seus próprios sen-timentos; entidade não ofende, não ameaça e não perverte ninguém.

- as guias são elementos que compõem o sagrado, não podem acompanhar o médium no banheiro, en-quanto fumam etc.- o terreiro é um local sagrado, manter o silêncio e respeito com todos é o mínimo que se espera de seus filhos, além da organização e limpeza. - os pontos cantados que contêm letras ameaçadoras ou diabólicas.- a transparência na distribuição de doações e da or-ganização financeira; e muito mais.

Cabe a cada liderança religiosa ter coragem e olhar para o interior de sua casa, corrigir e organizar. É muito mais fácil reclamar acusando as outras re-ligiões de intolerantes. Porém, se olharmos para estes pequenos itens citados acima e analisarmos através de um olhar externo certamente não veremos nada de sagrado e religioso. E assim por muitas vezes sem intenção banalizamos a nossa própria fé.

Mãe Márcia MoreiraT.U.CABOCLO PENA BRANCA

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Alegria de viver é uma das maiores virtudes do ser humano. A alegria é a mola propulsora do entusiasmo, da disposição de servir. O bom hábito de estar alegre eleva nosso padrão mental e emocional e projeta esta energia ao nosso redor, deixando o ambiente à nossa volta harmônico e positivo, propício às realizações supe-riores. Movido por sentimentos de alegria e gratidão, o ser cresce em direção a Deus. A alegria é um processo interior e pessoal, trata-se de uma disposição íntima perante a vida, quem a con-quista efetivamente, obtém um poderoso recurso para evitar a depressão e a obsessão. Podemos afirmar que a ale-gria é um verdadeiro “antídoto” contra as doenças psicossomáticas advindas dos estados de tristeza e melancolia.

Reforma Íntima

Alegria“O riso é a distância mais curta entre duas pessoas”

Quando vivemos sem alegria, o trabalho não rende, ficamos emperrados, perdemos a harmonia no lar, até os pequenos contratempos tornam-se um fardo, parece que os problemas tomam uma dimen-são maior, ficam quase que intransponíveis. Com alegria, porém, tudo fica mais fácil, os obstáculos são vencidos, as barreiras são quebradas. Viver com en-tusiasmo proporciona paz ao coração, ânimo cons-tante, além de contagiar os semelhantes e o ambiente a nossa volta. A alegria é o nosso “sim” à vida. Este sentimento superior está intimamente ligado a nossa autoestima. Em resumo, autoestima é entre muitas outras definições competência em lidar com as dificuldades básicas da vida, sentindo-se me-recedor de felicidade e, portanto, capaz de enfrentar a existência com mais confiança, boa vontade e oti-mismo. Desenvolver a autoestima é expandir nossa capacidade de ser feliz. Com esta disposição e com a alegria, seremos capazes de conquistar todos os nos-sos sonhos. Por isto, convido-o a ser feliz, a manter-se sempre alegre e otimista, apesar dos problemas. Via-je pelo seu mundo interior, descubra-se, ame a sua vida, seu corpo, seus valores, conheça seu espírito, seus sentimentos. Ouse sonhar e realizar os seus objetivos. Faça chuva ou sol, deixe-se envolver pela imensa alegria que é viver. Hoje é o dia da sua felici-dade! Hoje é o dia da sua libertação!

MatériaQuito Formiga

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Com o aumento dos números de casos de HIV/AIDS em mulheres, surgem os primeiros casos de transmis-são vertical, isto é, a mãe infectada transmite o vírus para a criança durante o período gestacional, durante o parto ou no aleitamento materno. Em São Paulo, os casos de AIDS em crianças começaram a ser notifica-dos em 1987. Por este motivo o número de crianças abandonadas ou já doentes tornavam-se um proble-ma social ainda maior.

Em dezembro de 1987, o Centro de Convivência In-fantil Filhos de Oxum surgiu como a primeira casa de apoio para crianças com sorologia HIV/AIDS, vi-sando tanto a questão humanitária – procurando ofe-recer uma vida digna às crianças, pois a AIDS ainda

Amor ao próximo

Como você pode ajudar?Doando qualquer um dos itens abaixo nos locais iden-tificados no Núcleo de Umbanda Águas de Oxum.• Leite em pó Aptamil 1 e 2• Leite em pó NAH 1 e 2• Leite em pó Ninho• Alimentos não perecíveis

ObjetivosAtender crianças em regime de abrigamento com vulnerabilidades sociais e/ou HIV/Aids de zero a cinco anos de idade.

Prestar assistência social, proporcionar convivência sadia, oferecer espaço e condições sócio cultural, ofe-recer condições de alimentação, higiene e de vestuário adequados, acompanhamento clinico ambulatorial, garantir que as crianças tenham acesso a instrução educacional interna e externa, defender as crianças por todos os meios legais possíveis e disponíveis.OBS: Vulnerabilidades Sociais: negligência de cuida-dos higiênicos e de alimentação; maus tratos; pais de-pendentes químicos.

Fraldas descartáveis infantis de qualquer tamanho

CONTRIBUALeve essa causa adiante, sua contribuição é muito im-portante.AJUDE - NOS!

CENTRAL DE ATENDIMENTO:(11) 4787-2830www.larcci.org.brhttp://aguasoxum.wordpress.com

não tem cura, mas como é do conhecimento geral um tratamento adequado combinado com alimentação e carinho aumenta a expectativa de sobrevida.

O CCI oferece uma vida digna às crianças abrigadas e um tratamento adequado combinado com alimenta-ção balanceada em um ambiente acolhedor e seguro. Se mantém por meio de doações de pessoas físicas e pessoas jurídicas, bem como projetos sociais com pa-trocinadores e órgãos governamentais.

Atualmente atende não só crianças com HIV, mas também com vulnerabilidades sociais (crianças com pais dependentes químicos, negligentes e maus tratos – violência doméstica).

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Retomando a PARTE 4, quando falávamos sobre as dificuldades que encontraríamos com a administra-ção do SANU sendo realizada pela municipalidade, digo que a portaria não tinha custo e era aberta a qual-quer pessoa, portanto, entravam pessoas para o bem e para o mal (assaltantes, usuários de drogas, os que iam roubar coisas das oferendas, etc.). Não tínhamos custo de entrada, mas, em compensação, também não tínhamos nenhuma segurança e, nem tampouco, ne-nhum tipo de estrutura para os usuários.

Depois de muitos problemas e dores de cabeça, a Prefeitura de Santo André finalmente entendeu que deveria entregar a administração a quem sabe-ria fazê-lo da forma correta e entregou à FEDERA-ÇÃO UMBANDISTA DO GRANDE “ABC” a tutela

do SANTUÁRIO NACIONAL DA UMBANDA. Eu ia para lá todos os dias e pude contar com a valiosa e indispensável ajuda da minha filha de fé Babá Dirce, peça chave para o nosso sucesso.

Como era de se esperar não foi nada fácil. Na casa ao lado da portaria morava a irmã do atual caseiro que o indicou para ocupar o cargo. A casa era muito pre-cária, mas não tínhamos como fazer benfeitorias no momento. A segunda providência foi contratar uma equipe de segurança que garantisse a integridade dos usuários. Antes disso contamos com o apoio da Polícia Militar que, durante algumas semanas esteve conosco e efetuaram várias prisões. Aproveito para deixar aqui nosso agradecimento e reconhecimento pelo excelente trabalho desses profissionais indis-

A Umbanda, o Brasil e o SantuárioNacional da Umbanda

Falando de Umbanda

Parte 5

pensáveis à comunidade. Desta forma conseguimos fazer os desocupados entenderem que aquele espaço não era mais “uma terra de ninguém”.

Enfrentando terríveis dificuldades financeiras, fize-mos uma Assembleia Geral com os filiados da F.U G.”ABC” para expor a situação. Foi então sugerido que se criasse uma taxa de manutenção para ajudar a custear as despesas que viriam. Desta forma, por votação da ampla maioria dos presentes, fixou-se um valor para a taxa de manutenção do SANU.

A Federação propôs a seus filiados interessados a sessão da permissão de uso de uma área exclusiva com as seguintes regras a cumprir, sob pena de per-der a sessão:

Como as coisas eram antigamente

Sanitários Administração Portaria

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• em hipótese algum poderia haver corte de plantas que eventualmente houvessem no local;• seria destinado um espaço para realização de suas práticas espirituais;• em todo entorno do espaço dos rituais deveria ser re-florestado, sempre sob orientação da administração.

Outra dificuldade que enfrentamos foi com alguns dos próprios usuários. Explico: a grande maioria logo percebeu que o valor cobrado na entrada era in-dispensável para a manutenção, porém, alguns acha-vam que como eram filiados, amigos, conhecidos, etc. deveriam entrar sem pagar. Como eu ficava na portaria, não tinha coragem de insistir na cobrança (ficava com pena de um, indeciso com outro, sem pa-ciência com alguns) e eles iam entrando, o que era in-justo com os que pagavam. Um belo dia a Babá Dirce chegou na portaria e literalmente me expulsou de lá:

- Pai, deixe que eu cuido da portaria! Vá cuidar do que tem que ser feito. Deixe que eu fico aqui na portaria senão nós nunca conseguiremos recuperar esse lugar.

Não tive argumentos que a convencesse que eu pode-ria continuar ali. Depois de gastar muita saliva achei melhor não perder mais tempo e fui acompanhar de perto o dia-a-dia dos meninos que lá trabalhavam. As-sim como não era fácil para mim, também não foi para ela, pois além das pessoas brigarem com ela por ter que pagar ainda insistiam em dizer que tinham minha autorização para isso. A portaria era um guarda-sol (ou guarda-chuva nos dias molhados) e uma cadeira. Calor ou frio era assim o local de trabalho da Babá. Nossa fé sempre foi maior do que as pedras que tí-nhamos que pular e nada nos fez desistir. A receita nos permitia pagar poucos funcionários e a Babá Dir-ce ficava na portaria, fazia almoço para todos, limpa-va a cozinha, os banheiros, etc.

Os usuários (sentindo mais segurança) passaram a

Era Assim Ficou Assim

vir com mais frequencia e os dias da semana come-çaram a não ser tão longos como nos primeiros me-ses. Com a receita começamos as benfeitorias: ba-nheiros, administração, portaria, casa do caseiro. Ao mesmo tempo íamos cuidando do espaço como um todo, ou seja, carpindo, limpando, preparando o solo árido, basicamente formado por pedras, para poder plantar o que o nosso recém-criado, berçário de mu-das, começava a produzir.

A receita não pagava nem os funcionários e as men-salidades dos filiados não custeavam todas as despe-sas. A solução era tirar do próprio bolso para manter o SANU em operação. Mas a frequencia ia aumen-tando a cada mês e fomos contratando mais funcio-nários e fazendo melhorias. Diante de tanta dificul-dade acabamos virando uma família dividindo o pão nosso de cada dia. Nossos primeiros prestadores de serviço eram diaristas (alguns deles alcoólatras) e trabalhavam um ou dois dias da semana e voltando apenas quando o dinheiro da bebida acabava. Feliz-mente conseguimos recuperar a autoestima daqueles que bebiam e pouco a pouco também foram melho-rando as condições de trabalho, sendo hoje todos amparados pela CLT. Apesar de nem todos serem umbandistas, nossos funcionários sempre respeita-ram muito a religião e isso fez com que rapidamente ganhassem a confiança e o carinho dos usuários sen-do que alguns deles fizeram grandes amigos ao longo desse tempo.

Passo a passo o SANTUÁRIO NACIONAL DA UM-BANDA foi ganhando uma forma e uma cor total-mente diferente daquela que todos conhecíamos. O solo árido, com ares de desolação foi sendo transfor-mado gradualmente. E desta forma continu. E desta forma continuamos, dia após dia, durante todos es-ses anos. Assim que a receita nos permitiu come-çamos a confeccionar os monumentos. Que alegria a inauguração de cada imagem, pois acompanháva-mos desde o molde no isopor, até a construção do

monumento e os momentos imperdíveis da coloca-ção de cada imagem no seu pedestal. São momentos que solidificam em nossa memória e passe o tempo que for elas sempre estarão presentes como se tives-sem acabado de acontecer.

Preparação da área para monumento da Santa Sara Kali

Colocação d imagem do Seu Zé Pilintra

Construção de pedestalE assim, uma a uma fomos inaugurando todas as ima-gens e florindo os monumentos com as cores dos res-pectivos Orixás:

Bom queridos, foi muito bom ter revivido mais uma vez todas essas emoções com vocês. Querem saber mais? Então aguardem a próxima edição!

Pai Ronaldo Linares ‘o plantador de florestas’

www.santuariodaumbanda.com.br www.casadepaibenedito.com.br

Rosa para Cosme Damião

Azul para Iemanjá

Marrom para Xangô

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Ervas na Aldeia

O nome da nossa missa, é trabalho!

Salve sagrada turminha das ervas e do amor à natureza.

Que Olorum Nosso Pai Criador possa nos abençoar hoje e sempre com as bênçãos da simplicidade dos elementos naturais. A Umbanda é a religião da natu-reza. Temos nos elementos uma base fundamental, e no elemento humano e suas várias formas de ser. A nossa base arquetípica e paramétrica é vista na pre-sença dos vários “tipos humanos” nas manifestações dos guias espirituais.

Cada um, da sua forma, procura alcançar os corações necessitados levando a palavra amiga, o abraço re-confortante, o puxão de orelha adequado à situação, enfim, a espiritualidade, sapiente das coisas huma-nas e sua diversidade, traz a cada qual conforme a oportunidade e necessidade. Dia desses, fui questio-nado por um consulente sobre uma recomendação que um preto velho havia feito, para que mandasse rezar uma missa para um ente querido já falecido.

O questionamento era sobre a real necessidade dessa prática, já que estava dentro de um terreiro de Um-banda, e nas giras e atendimentos vemos os guias pedindo para que o consulente escreva nomes para serem colocados na corrente vibratória.Não seria essa prática a verdadeira forma de um um-bandista se comportar diante da necessidade de ora-ções para um familiar falecido?

Qual o poder que a missa católica teria a mais que não poderia se alcançado dentro do terreiro? A tradi-ção, o poder do tempo que conta a seu favor, ou um poder maior por ser uma religião maior, mais forte, enfim, ser a igreja católica e trazer no seu bojo mil e tantos anos de historia?

A principio, pensamos em dar razão ao questiona-mento do irmãozinho, mas quando avaliamos fria-mente os trabalhos de Umbanda, vemos quanto te-mos dessa raiz que nos sustentou até hoje. É muito mais difícil encontrar terreiros que não tenham uma imagem católica no congá, ou que não se servem de rezas consagradas por essa tradição. Eu mesmo no

livro RITUAIS COM ERVAS – BANHOS, DEFUMA-ÇÕES E BENZIMENTOS – tenho um capítulo falando das rezas tradicionais e do valor delas na nossa vida.

Voltando ao assunto da missa, ao mandar rezar uma missa, ou colocar um nome para que seja lembrado durante o ritual católico é equivalente sim a fazer uma referência a esse falecido num trabalho de Umbanda.A diferença está na vibração emitida por um ou outro sistema religioso. Vamos pensar no lado espiritual da vida, especificamente no espírito que está rece-bendo a intenção das orações e rituais: a morte não demoniza e muito menos diviniza ninguém. O que se é aqui, será do outro lado, guardando o campo das afinidades e magnetismo que atrai o ser para locais compatíveis com seu mental e emocional.

Algumas pessoas cujo padrão de entendimento está alicerçado em uma reza do Pai Nosso ou da Ave Ma-ria, serão muito mais permeáveis a esse padrão ener-gético vibratório desencadeado por uma missa cató-lica, do que pelo toque do atabaque.

As energias e vibrações recebidas a partir de um tra-balho de Umbanda, não chegam até o espírito com um selo religioso, mas o espírito pode rejeitá-la se aqui no planeta era insensível às vibrações de ele-mentos da natureza. E além disso, quando um guia espiritual recomenda algo assim, não é por incom-petência religiosa como alguns podem pensar, mas porque emissor e receptor farão um bem enorme a si mesmos ao contato com essas vibrações de campos de ação diferentes do costumeiro.

Lembro-me de uma ocasião que entrei em um ter-reiro, antigo por sinal, mas que estava passando por várias mudanças direção, de filosofia religiosa, cor-tando do seu ritual alguns elementos tradicionais como o fumo, o uso de algumas bebidas (mesmo que em quantidade ínfima), cortando até o trejeito arque-típico de algumas entidades, e ao entrar nessa casa eu cruzei o chão e fiz em mim o sinal da cruz, o que gerou um comentário infeliz e maldoso de que - “pes-soas”, no caso eu, que se intitulavam professores e coisa e tal, faziam um gesto católico para entrar num

terreiro, e isso mostrava falta de confiança no seu próprio ritual de Umbanda...

Penso que se isso fosse “pecado”, levando em con-sideração que a Umbanda não lida com o aspecto “pecado x pecador”, um Preto Velho, figura sagrada da nossa amada religião, ao chegar (baixar) no terrei-ro, através do seu médium, não faria também o sinal da cruz no chão e no seu aparelho mediúnico, e não abençoaria em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, as três pessoas da santíssima trindade – Pai, Filho e Espírito Santo.

Dá pra imaginar uma entidade espiritual da magni-tude de um Preto Velho abolindo tudo isso do seu re-pertório sagrado, divino mesmo, das coisas de Deus, das coisas boas e sábias que trazem pra nós? Porque alguns não entendem e querem purificar a religião? De jeito nenhum!

Então, mizifio, quando um Nêgo Véio recomendar que seja rezada uma missa para um ente querido, faça! Mesmo que isso custe alguns trocados, coisa que dificilmente você verá na Umbanda, alguém co-brar pra colocar um nome na corrente de orações.

Uma coisa bacana que pode ser feita também; que-brando um mito de que não podemos acender velas ou fazer qualquer referência aos falecidos em nossa casa; é colocar uma vela branca, com o fundo cola-do (lado de baixo esquentado mesmo), em um prato branco, depois da vela fixa, derramar água de forma que a vela fique com a parte inferior um pouco dentro d´água. Sobre essa água, colocar algumas pétalas de rosas brancas, cor de rosa, ou crisântemos... somente as pétalas.

Acenda e faça suas orações, e acima de tudo mande mensagens mentais, como se estivesse deixando um re-cado numa secretária eletrônica, que você pode ter cer-teza, se o seu familiar não ouvi-lo na hora, sua mensa-gem de Amor, Fé e Esperança ficará vibrando o tempo necessário até esse irmãozinho espiritual puder ouvi-lo. E isso faz um bem danado ao espírito, dos dois.

Coloque flores num vaso e ofereça sua energia e vi-bração como um bálsamo de cura para espíritos en-fermos. Ofereça sua gratidão aos ancestrais e verá como sua vida irá se tornando plena e grata também.Faça suas orações na natureza, junto a uma árvore, ao pé de uma cachoeira, na beira de um rio ou lago, numa pedreira ou à beira mar. Peça licença, bênçãos amparo e proteção aos Sagrados Orixás e peça que enviem vibrações benéficas para seus entes queridos. E para isso não precisamos esperar o dia de finados. Podemos lembrar deles sempre, de mente e coração gratos por terem sido algo em nossa vida, mesmo que esse algo, no nosso ponto de vista humano, não tenha sido tão bom.

Se você não sabe rezar, cante um ponto! A gente na Umbanda reza cantando!Cante a Pai Obaluaiyê, Mãe Nanã, Pai Oxalá e a todos os Orixás, cante o que você se sentir bem cantando!Agradecer é uma arte e uma magia poderosíssima. Pratique e seja feliz.

Muito obrigado, muito obrigado, muito obrigado, por hoje e por sempre! Adriano Camargo / Erveiro da Jurema

4177-1178 www.erveiro.com.bremail:[email protected]

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As algas marinhas tipo gracilaria é uma alga verme-lha filiforme formada de cordões cilíndricos de cor vermelho alaranjado, podendo alcançar de 30 a 50 centímetros de comprimento.

Encontramos as algas marinhas verrugosa em todo o litoral do nordeste e, normalmente eram coletadas das arribadas ( algas atiradas nas praias pelas marés, era um tipo de colheita predatória). E as algas mari-nhas eram exploradas para a produção de agar-agar (gelatina ) e como alga alimentícia.

Atualmente por orientações de técnicos, biólogos e engenheiros de pesca, comunidades litorânias, prin-cipalmente as mulheres, passaram a cultivar as algas marinhas a partir de brotos colhidos das algas nativas.

A produção mundial da gracilaria era de aproxi-mada-mente 400.000 Toneladas frescas por ano, das quais 150.000 Eram obtidas por cultivo na ásia (taiwan, vietnã, tailândia) e, na américa são encon-tradas no chile e no caribe. A produção da gracilaria representa 65% da quantidade mundial utilizada na produção de agar-agar, sendo então a primeira alga agarophyta do ponto de vista de sua produção.

Projeto Algas Marinhasdo Tipo Gracilaria

pas, refogadas, tipo macarronada e principalmente na preparação de sucos, gelatinasdoces e géis e, tam-bém utilizadas como merenda escolar nas escolas públicas e na área de cosmetologia.

Obs: na transformação das algas em agar-agar, são utilizados muitos produtos químicos, eliminando as-sim grande parte de seus nutrientes. O interesse nes-sa transformação é apenas comercial e financeiro ( maiores lucros ) para as empresas que o fazem.

A cor e a textura firme dos seus filamentos são adap-táveis a numerosas utilizações alimentares, sendo que são ricas em fibras, proteínas, vitaminas e sais minerais.

Os asiáticos consomem gracilarias frescas (ogonori) em saladas, secas ou como geléias produzidas a par-tir de folhas reduzidas a pó.

No brasil o uso das algas estava limitada aos imi-grantes destes países, principalmente os japoneses e chineses. No nordeste, após a conscientização das propriedades e dos nutrientes contidos na mesma, passaram a consumir as mesmas em saladas, nas so-

Objetivo do projetoA produção de algas marinhas tipo gracilaria no bra-sil é muito pouca em relação a outros países. A quan-tidade produzida no brasil se restringe a pequenas comunidades familiares litorâneas com poucos re-cursos e incentivos à produção.

O objetivo é estar trabalhar junto a estas comuni-dades, levando recursos às mesmas para produzirem cada vez mais deste maravilhoso alimento, o qual, de acordo com 19 anos de experiências próprias com as algas (15 gramas da mesma = 1 refeição comple-ta), sendo um produto fantástico para a conservação e dar resistência ao nosso organismo devido à sua composição (fibras, vitaminas, minerais e proteínas). As algas podem ser utilizadas como alimento em sa-ladas, sopas, gelatinas, sucos, etc. e podem ser con-sumidas deste uma criança até a pessoa mais idosa.

As algas marinhas tipo gracilaria é um vegetal que pode ser armazenado durante anos, porque é um vegetal que não deteriora. As algas liberam um con-servante tão forte que são utilizadas pelas indústrias alimentícias como conservantes naturais. O objetivo é estarmos levando esta riqueza brasileira que é desco-nhecida da maior parte do povo brasileiro, distribuin-do este produto a um preço acessível à população. Levarmos este produto para as escolas como merenda escolar devido ao seu alto valor nutritivo e custo baixo. Levarmos estas algas a serem consumidas pelos ido-sos, para que possam ter uma velhice mais sadia.

Se eu fosse falar das experiências e dos benefícios que as algas marinhas proporcionam, teria que escrever um livro sobre as mesmas. Mas já existem muitas pes-quisas feitas pelas universidades brasileiras sobre as mesmas, sua composição, seus benefícios e utilidades.

Seu EpitácioMaiores informações.

Fonte da juventude – fones(11) 28658213 – (11) 99286573

Epitácio aparecido pessoa – jacira garcia pessoaEmail – [email protected]

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ZÉLIO FERNANDINO DE MORAESDecanos

Caboclo das Sete Encruzilhadas é a denominação da entidade espiritual que fundou a Umbanda.

Este fato ocorreu na sessão da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (então sediada em Ni-terói), a 15 de novembro de 1908, por intermédio da mediunidade de Zélio Fernandino de Moraes, no distrito de Neves, em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro.Naquela ocasião, tendo o dirigente determina-do que Zélio ocupasse um dos lugares à mesa, em determinado momento dos trabalhos, tomado por uma força desconhecida e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afasta-mento de qualquer um dos integrantes da mesa, Zélio levantou-se e disse: “Aqui está faltando uma flor!”, retirando-se ato contínuo da sala. Retornou em poucos momentos, trazendo uma rosa, que de-positou no centro da mesa. Esse gesto causou um princípio de polêmica entre os presentes. Restabe-lecida a “corrente”, manifestaram-se, em vários dos médiuns presentes, espíritos que se identificaram como de indígenas ou caboclos e de escravos africa-nos. O dirigente dos trabalhos convidou esses espí-ritos a se retirar advertindo-os acerca do seu (deles) atraso espiritual.

De acordo com entrevista do próprio Zélio,nesse momento ele sentiu-se novamente dominado pela estranha força, que fez com que ele falasse, sem saber o que dizia. Ouvia apenas a sua própria voz, perguntando o motivo que levava o dirigente dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos, e porque eram considerados “atrasados” apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na última encarnação.

Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espíri-to desconhecido, que estaria incorporado em Zélio, desenvolvendo uma sólida argumentação. Um dos médiuns videntes perguntou então:

“-Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pre-tendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?”A resposta de Zélio, ainda tomado pela misteriosa força, foi:

“-Se julgam atrasados estes espíritos dos pre-tos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa deste aparelho (o médium Zélio), para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar a sua mensagem, e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes con-fiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E, se querem saber o meu nome, que seja este: Ca-boclo das Sete Encruzilhadas, porque não have-rá caminhos fechados para mim.”

O médium vidente insistiu, com ironia: “-Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?” Ao que a entidade respondeu: “- Cada colina de Nite-rói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei!”

Ainda de acordo com o relato de Zélio, no dia se-guinte, a 16 de novembro, na residência de sua fa-mília, na rua Floriano Peixoto n° 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada, 20 horas, já ali se reuniam os membros da Federação Espírita, visan-do comprovar a veracidade do que havia sido de-clarado na véspera, alguns parentes mais chegados, amigos, vizinhos, e, do lado de fora da residência, grande número de desconhecidos.

Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete En-cruzilhadas, declarando que, naquele momento, se iniciava um novo culto em que os espíritos dos velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos do Brasil poderiam

Zélio nasceu em família tradicional de Neves, dis-trito de São Gonçalo. Em fins de 1908, então com dezessete anos de idade, Zélio preparava-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha do Brasil, quando foi acometido por uma inexplicável parali-sia, que os médicos não conseguiam debelar. Certo dia, ergueu-se no leito, declarando “Amanhã esta-rei curado!”.

No dia seguinte, de fato, levantou-se normalmen-te e voltou a caminhar, como se nada lhe houves-se acontecido: os médicos não souberam explicar o ocorrido. Os seus tios, padres da Igreja Católica, surpreendidos, também não souberam explicar o fenômeno. Um amigo da família, então, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (então sediada em Niterói), presidida, na ocasião, por José de Souza.

Na ocasião, manifestou-se por intermédio de Zélio a entidade que se denominou Caboclo das Sete En-cruzilhadas, que anunciou a fundação de uma nova religião no Brasil, a Umbanda. Foi fundada, no dia seguinte, em virtude dessa manifestação, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

A partir de 1918, por orientação da mesma entidade espiritual, Zélio viria a fundar mais sete tendas de Umbanda:

• Tenda Nossa Senhora da Guia (c. 1918)• Tenda Nossa Senhora da Conceição• Tenda Santa Bárbara• Tenda São Pedro• Tenda Oxalá• Tenda São Jorge (1935)• Tenda São Jerônimo (após 1935)Aos 55 anos, passou a direção da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade para as suas filhas Zélia de Moraes Lacerda e Zilméia de Moraes Cunha (já mortas). Feito isso, fundou a Cabana de Pai Antô-nio, em Cachoeiras de Macacu, no estado do Rio de Janeiro.

Zélio de Moraes, sua esposa Dona Isabel e Pai Ronaldo Linares, em 1972. Esta foto foi tirada na primeira visita de Ronaldo a Zélio de Moraes.

Parte 1

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trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade (amor fraterno), seria a tônica desse culto, que teria como base o Evangelho de Cristo e como mestre supremo, Jesus.

Após estabelecer as normas em que se processa-ria o culto, deu-lhe também o nome, anotado por um dos presentes como Allabanda, substituido por Aumbanda, que em sânscrito pode ser interpretada como “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. O nome pelo qual se popularizaria, entretando, seria o de Umbanda.

Fundava-se, naquele momento, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, assim denominada “por-que assim como Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os

que necessitassem de ajuda ou conforto”.

Após responder, em latim e em alemão, às pergun-tas de sacerdotes ali presentes, o Caboclo passou à parte prática da sessão, promovendo a cura de en-fermos e fazendo andar aleijados. Antes do término dos trabalhos, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, tendo este guia ditado o ponto hoje canta-do em todo o Brasil:

“Chegou, chegou, chegou com Deus,Chegou, chegou o Caboclo das Sete Encruzilhadas.”

Estava fundada a Umbanda no Brasil. Anos mais tarde o dia 15 de novembro seria considerado como Dia Nacional da Umbanda.

Dez anos mais tarde, o Caboclo das Sete Encruzi-lhadas declarou que a iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete templos que seriam o núcleo a partir do qual se propagaria a religião de Umbanda. A tarefa ficou completa com a fundação da Tenda São Jerônimo (a Casa de Xangô), em 1935.

Em 1939, o caboclo determinou que se fundasse a Federação Espírita de Umbanda, posteriormente denominada como União Espiritista de Umbanda do Brasil, visando atuar como núcleo central dou-trinário e congregar os templos umbandistas.

A entidade trabalhou até meados da década de 1970, quando Zélio faleceu, aos oitenta e quatro anos de idade. Segundo Zilmeia de Moraes (filha de Zélio) após o seu falecimento, a entidade não mais se manifesta em terrei-ros, estando atualmen-te incumbido apenas de zelar pela religião.

Na visão umbandista o caboclo foi, em uma das suas anteriores encarnações, o padre jesuíta Gabriel Mala-grida.

SAIDENBERG, The-reza. Como surgiu a Umbanda em nosso país: 70° aniversário de uma religião brasi-leira. Revista Planeta, São Paulo, n° 75, dez 1978. p. 34-38.O fundador da Um-banda e sua missão na Terra. Seleções de Umbanda, nrs. 6 e 7, 1975.

SOUZA, Leal de. No Mundo dos Espíritos. 1925.PINHEIRO, Robson. Aruanda (pelo espí-rito Ângelo Inácio). Contagem (MG): Casa dos Espíritos Editora, 2004. 288p. ISBN 978-85-87781-14-7

CABOCLO DAS 7 ENCRUZILHADASPintado pelas mãos do médium Jurandir da Tenda

Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Pai Antonio incorporado em Zélio de Moraesna Cabana de Pai Antonio, em

Boca do Mato - Cachoeiras de Macacu - RJ.

Zélio de Moraes sendo homenageado na Tenda Nossa Senhora da Piedade na década de 1970.

Mãe Zilméia de Moraes (Filha de Zelio de Mo-raes)deu prossegui-mento ao trabalho de seu pai durante toda sua encarnação, dedi-cando sua vida à prati-ca da caridade, sempre com muita simpatia e simplicidade.

Mãe Zilméia, médium do Caboclo Branca Lua e da Preta-Velha Vó Tiana.

Festividade de formatura de sacerdotes da Federa-ção Umbandista do Grande ABC em 1977.

Na primeira fila podemos ver (da esquerda para a direita): Dona Isabel (esposa de Zélio de Moraes), Dona Zélia de Moraes, Sr. Julio (esposo de Dona Zélia), Dona Zilméia de Moraes e Senhor Cunha

(esposo de Dona Zilméia).

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Orixá originário da terra de Ijexá. Genitora por ex-celência, ligada particularmente à procriação. Deu-sa das águas doces, reina sobre os rios, também di-vindade do ouro e dos metais amarelos. Coquete e vaidosa foi segunda esposa de Xangô, tendo vivido anteriormente com Ogum, Orunmilá e Oxossi.

Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Ni-géria. É ele considerado a morada mítica do Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce, e por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semi-parada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã, e principalmente as cachoei-ras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos--de-santo.

Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem às mulheres que querem engra-vidar sendo sua a responsabilidade, de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém--nascidas, até que estas aprendam a falar. Oxum, foi reservado o posto da jovem mãe, da mu-lher que ainda tem algo de adolescente, coquete, ma-liciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a ati-vidade sexual e a sensualidade em si, sendo conside-

rada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão mítico iorubano.

Ambiciosa; sua cor é cobre com raias de ouro.Se-gundo a tradição ioruba, seu metal é o cobre – mas a correlação com o ouro não está basicamente errada, pois, de acordo com os historiadores, o cobre era o metal mais caro conhecido naquela região. Oxum, portanto, gosta das riquezas materiais, mas não numa perspectiva de usura nem uma mesquinhez de quem quer ter riquezas para escondê-las.

A iniciação (na Umbanda ou no Candomblé) é um nascimento e o poder da fecundidade tem de estar presente, pois Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferio-ridade nas mulheres, pelo contrário proclama a re-alidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos. Além disso, o fluir nada fixo da água doce pe-los diversos caminhos, a maneabilidade do elemen-to se manifestam no comportamento de Oxum. Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta da guerra.

Maternal, carinhosa e muito afetiva às crianças, amante da beleza e do adorno.

Também é chamada de Iyálòóde, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade. Seus axés são pedras do fundo do rio Oxum, jóias de cobre, no Brasil, pedras de rio e adornos de metal ama-relo. Sua cor e contas é amarelo-ouro, sua saudação:

Ore Yèyé o!!!, chamemos a benevolência da mãe!!

ARQUÉTIPO:(Do livro “Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio”)

O arquétipo de Oxum é o das mulheres gracio-sas e elegantes, com paixão pelas jóias,perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolos do charme e da beleza.Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que Oyá. Elas evitam chocar a opinião pública, à qual dão grande importância. Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, deusa da candura e da meiguice, dona do ouro.

Oxum é a Rainha de Ijexá. Orixá da prosperidade, da riqueza, ligada ao desenvolvimentoda criança ainda no ventre da mãe. Oxum exerce uma ampla influência no comporta-

OX

UM

“Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da

meiguice, Dona do ouro”.

“Ai Ei Eiô, Mamãe Oxum”

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mento dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nós. Dizem que “a vingança é um prato que deve ser servido frio” e a articulação da vingança e seus pormenores têm a in-fluência desta força da Natureza.

No bom sentido, Oxum é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “me-tida”, esnobe, apresentada, principalmente pelo sexo feminino.

Oxum é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geral-mente está presente quando um grupo de mulheres se reúne. É o seu habitat, pois está en-cantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas.

Oxum rege o charme, o it, a pose. Tudo que está liga-do à sensualidade, à sutileza, ao dengo, tem a regên-cia de Oxum. Esta força é que desenvolve tais senti-mentos e comportamentos nos indivíduos, sendo o sexo feminino o mais influenciado.

Oxum também é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor, puro, real, maduro, solidificado, sensível. Oxum não chega a ser a paixão. Esta é Ian-sã. Oxum é o amor, aquele verdadeiro. Ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos. Realmente, Oxum é a

Deusa do Amor. Sua força está presente no dia-a-dia, pois quem nunca amou de verdade?

Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos homens para o amor. Ele ainda existe, e Oxum é quem gera estes sen-timentos mágicos...

Oxum é o sentimento doce, equilibrado, maduro, sin-cero, honesto. É o sentimento definitivo, aquele que dura a toda a vida. Oxum é a paz no coração, é o saber que “amo e sou amado”. Mas ele se encanta também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo, apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada.

É a sensualidade do “biquinho” feminino, quando quer uma coisa. É o charme! Oxum também é a água doce, o olho d’água, onde en-canta seu filho Logun-Éde.

É a cachoeira, o rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda da água da cascata. Regente do ouro, ela está presente e se encanta em jo-alherias e outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a prote-tora dos ourives. Oxum é o próprio ouro, e está pre-sente em todas as peças e jóias feitas com este metal.

Entretanto, a regência mais fascinante de Oxum é

a fecundação, melhor, o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater – que vai gerar a crian-ça, a nova vida no ventre

– Exu entrega a regência para Oxum, que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Oxum que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe. É Oxum que vai reger o crescimento desta nova vida que estará, neste perí-odo de gestação,

numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas. É sem duvida alguma, uma das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. E Oxum “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entregará para Yiá Ori (Iemanjá), que dará destino àquela criança.

Como disse antes, Oxum é uma força da Natureza muito presente em nossas vidas, já que todos nós fomos gerados no útero materno; todos nós convivemos ainda na barriga da mãe,

com Oxum e, num breve sentimento de carinho e amor, estaremos desenvovendo esta força dentro de nós. Oxum é o amor e a capacidade de sentir amor.

E se amamos algo ou alguém é porque ela está viva dentro de nós.

www.templodeogum.com

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Por Vovô Florentino de Agodô escrita por Douglas O Elias (http://douglas-elias.blogs-pot.com)

Machadinho já não sabia mais como se comportar diante dos eventos da sua vida.

Tanto sofrer que não compreendia o porquê, afinal, sabia que tinha um bom coração e amor pelas pes-soas e desde criança foi determinado em sua fé en-quanto procurava entender e conhecer Deus , Seus Mistérios Divinos e a Vida.

Sempre se esforçou nos estudos, no trabalho, na de-dicação à sua família e as outras pessoas mas sem-pre vinham problemas. Era só uma conquista de seus objetivos, por menor que fosse, e sua alegria era desmerecida por quem mais amava e por outros, transformando-se a graça em desgraça atraindo no-vos problemas.

E ele sempre conseguia resolvê-los, de alguma for-ma, mas agora,maduro de idade, estava cansado. Achava que já deveria ter conquistado pela dedicação de amor, amparo e caridade a todos que se relacio-nou, uma tranquilidade para sua vida, porém, esta parecia estar se destruindo.

Sentia-se solitário e permitiu-se desequilibrar em seus pensamentos pela tristeza, mágoas e solidão. Começou a procurar eventos errados que fez no pas-sado, para justificar seu sofrimento , mas mesmo assim, considerava que foram maiores os acertos, o que, apesar da positividade, lhe emprestava a dolo-rida dúvida :

-Será que agi acertadamente me dedicando para os outros serem felizes? Por que será que me perseguem tanto? Porque gostam de me ver infeliz?

Fechou-se em si e sofria calado, resignado acreditan-do que realmente este seria seu carma.

Numa bela noite, lembrou-se da oração, o que não fazia há tempos e a ela dedicou alguma gratidão, cla-mando por ajuda, e assim, foi interrompido pelo te-lefone que tocava e atendendo, surpreendeu-se pela sua amiga Mariângela preocupada com sua ausência.Emocionado, desabafou e contou-lhe como estava, sendo perfeitamente ouvido pela amiga que sem maiores considerações,o convidou para uma consul-ta ao Caboclo na Tenda de Umbanda que frequenta-

va.

Apesar de o depressivo Machadinho guardar resis-tência à Religião Umbanda pois a considerava misti-cismos e magias negras, aceitou.

No dia marcado, acompanhado por sua amiga, Ma-chadinho entrava no Templo de Umbanda, postan-do-se na fila de atendimento e observando, travando novas amizades onde ouvia vivências de problemas e das graças alcançadas . Comoveu-se ao sentir a pure-za da Fé daqueles crentes e encheu-se de esperança, sentindo-se melhor e animado.

Chegando sua vez de atendimento, bem assessorado pelo Cambone, chegou na frente do médium de tra-balho já incorporado pelo Caboclo que o recepcionou amável mas objetivo. Recebendo os passes, sentiu como uma ventania penetrando em todo seu corpo, limpando-o, deixando-o leve, e com os olhos fecha-dos, percebia seu espírito ser envolvido numa aura luminosa, clareando seus pensamentos. Sentiu-se feliz e renovado e abrindo os olhos, percebeu por ins-tantes a imagem sobreposta no médium de um Gran-de Anjo Índio com Cocar com penas vermelhas,o que numa sua piscadela de espanto, se desfez.

Olhos marejados, agradecido, cumprimentou e já ia se retirar, mas ouviu do Guia:

-Não se apresse, homem porque tem receita para tu. Faças assim : (...)

Recebeu o abraço do Caboclo e retirou-se leve, feliz mas pensativo, com a anotação perfeitamente escrita com a ajuda do médium Cambone.Assessorado ainda por Mariângela,noutro dia, estava lá, no Sitio de Luz Dedicado às Oferendas dos Um-bandistas, contemplando a beleza natural e a organi-zação ritualística que pensava em aprender. Dirigiu--se à Excelsa Pedreira. Conferiu todos os elementos:- Sim,: cravos vermelhos,cerveja escura,velas bran-cas e vermelhas, panos vermelho e marrom, charu-to,(...) sim, estava tudo certo , concluía.

-Fez a firmeza para sua esquerda antes de vir, pedin-do licença e proteção, como lhe orientei?, Questiona-va-o Mariângela.

- Sim, minha irmã .-Então, faça. Estarei aqui para auxiliar-lhe.

E Machadinho fez. Com muito respeito e Fé, apesar do nervosismo devido ao medo de fazer algo errado, este não manifestou e sua tranquilidade na emoção e na razão fez com que Seu Guia de Trabalho pudesse manifestar ali,nele e para ele, a lhe dizer:

-Se Filho ficar ressabiado frente aos problemas da vida, se desequilibra e assim, se permite amarrar nos problemas, caindo e abrindo tudo o que é das trevas que vem pelas pessoas que não lhe tem afeição pois estão desequilibradas... E fazem isso com você...fize-ram tantas rezas, tantas amarrações, tantos vodus e amaldiçoamentos que vigorou pesado no seu espírito e suas proteções também foram molestadas...Sua Fé através destes elementos já as anula e terá seu equilí-brio e proteção novamente...mas convêm saber que :* Se alguém sofre perante a Lei, é que deve sofrer e para ele, é graça pois errou bastante e tem que se recuperar pela mesma forma que errou, aceitando e procurando se corrigir em novas ações;

* Quando outro alguém sofre e também acha que não fez para sofrer, também é graça pois aí, tem a oportunidade de fortalecer a sua Fé, aprender e in-corporar os Mistérios que lhe confere os Seus guias e Protetores ,e que são dos Orixás para, a partir daí, ser também um servidor do Pai Maior para si e para os outros, atraindo felicidades e as realizando * Se houver alguns que não entenderam desta forma, que o sofrimento é graça e aviso para mudança de ações, terá a visita da loucura e tudo o que fará será em vão para a Luz, enviando-lhes a visita dos negativados e trevosos, o que também é uma graça e um grande aprendizado para recuperação.

*Atalhos a estas Verdades são indiferentes às Leis Di-vinas porquanto todos estão em aprendizado, porém, sempre às remetem A Elas para que saiba que os ata-lhos que alguns insistem em ativar, seja pelo mau comportamento nos relacionamentos onde inveja, ódio, fúria, zanga, mentiras, falsificações, provoca-ções e tristeza que tanto projetam no dia a dia, são as verdadeiras magias negras, e que atraem outras piores, que deve e tem que combater.

*Este combate é feito dentro do seu campo de ação, e não nos deles.

-Quer isso dizer que Se Está em Paz e Na Luz, mesmo tendo problemas, sabe que serão solucionados e tra-rão aprendizados que deverá usar . É a partir dela – A Luz, a Paz e a Fé – é que devem ser ativadas as ações onde são projetado o que necessário for para prote-ger e anular a oposição que estão nas trevas.

-Pois Tu sofreste para aprender e doravante deverá utilizar o que aprendeu para não sofrer mais. Esta é a sua Fé, portanto, viva a sua vida de maneira pacata e alegremente, sem se preocupar com coisa alguma, só com Olorum,Deus Pai pois Tudo é Obra Dele, e observe tua serventia para quem necessitado for, que estará enfim na felicidade do equilíbrio da razão, da emoção e dos sentidos.

Machadinho compreendeu.

Hoje, de “branco” veste sua Fé, que é projetada pelo

História Que o Vovô Conta - “Xangô”Mensagem recebida por: Douglas Elias

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Caboclo do Orixá da Justiça, em Todas as irradiações e Vibrações dos Senhores e Senhoras Orixás, ativan-do as VERDADES Divinas para as pessoas que pela Fé, sabem que Deus – Olorum – é Pai de Amor,de Perdão e de Alegrias Infindas.

Merece sempre nossa aceitação, compreensão, hu-mildade, reconhecimento e nossa Gratidão!

“XANGÔ KAO, KABECILÊ”

Pai Infinito e Misericordioso,Contemple minhas mazelas !Veja como sofro, como me machucam tanto !Minha vida não está em paz!Conceda-me Pai, da sua RealezaO Beneficio do Perdão para tudo que fizPois se fiz sofrer, ignorei ao irmão.Mas se me fazem sofrer, desejar seus sofrimentos não terá razão!

T.U OGUM MEGÊ CABOCLO FLEXEIRO E

BAIANO ZÉ DO COQUINHO

Sessões às sextas-feiras,a partir das 20:00 horas.Orientação espiritual do

BabalorixáLuciano ty Ogun.

Rua Professor Alberto Levy, n° 6 - Bairro Vila LeonorTel.: (11) 2218.2790

Pois Sei que A Lei Maior está na Sua Realeza, Amado Orixá,E assim, na minha fé em Ti,reconheço e tenho a certezaQue estarei acima do ódio, transformando-o em paz.Kaô,Kabecilê, Senhor Orixá XangôKaô,Kabecilê a Todos os Pais e Mães XangôAbenção para Todos !Abenção de Olorum e de Todos os Orixás.

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Eventos

É com imensa honra, alegria e satisfação que a Aldeia de Caboclos vem à presença de todos os queridos e vibran-tes participantes do Grandioso III Festival de Curimba Juventude Umbandista - Um Grito de Liberdade, para agradecer o comparecimento e o compartilhamento das emoções, mostras de arte e cultura e da grande vi-tória que foi a realização deste grandioso evento. Obrigado a tão querida Nação Umbandista e aos que apóiam e simpatizam com esta nobre causa e com esta iluminada religião. Obrigado por terem tornado reali-dade a concretização deste Festival de forma magní-fica, obrigado por vocês terem feito parte de um mo-mento antológico tanto para arte Umbandista como para Umbanda em sua essência. Agradecemos de coração as energias ultrapositivas emanadas do cativante, participativo e animado pú-blico que cantou, aplaudiu, vibrou, se maravilhou e se

emocionou com o beleza do que viu. Pois, todo o traba-lho que ali se exteriorizou foi desempenhado com mui-ta competência, esforço, união, harmonia, aplicação, determinação, alta capacidade, espírito de superação e acima de tudo com muito amor real a causa por toda a equipe da Aldeia de Caboclos e seus apoiadores. Os nossos agradecimentos a toda mídia presente pela bela cobertura do memorável evento, aos empenha-dos patrocinadores, bem como o nosso muito obriga-do a organização da Casa de Shows Expresso Brasil pela integral dedicação demonstrada, e a Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo pelo exponencial suporte ao Festival. Felizes por termos a certeza do vastamente positivo rompimento de grandes barreiras e paradigmas no dia 23/09/2012, incomensurável a satisfação em poder proporcionar tanto ao Universo Umbandista como ao

dos Cultos Afro-Brasileiros em geral, o prazer de ver de perto a força de nossas origens e de nossa cultura brilhando no canto de cerca de R$ 3.500 pessoas.Um momento antológico para nação Umbandista!

Um belíssimo trabalho que se desenvolveu sob o co-mando de Pai Engels de Xangô com suporte integral da exemplar equipe da Aldeia de caboclos, contando, igualmente, com o apoio do atuante vereador Quito Formiga. Força aos Festivais, alegria e cada vez mais beleza aos nossos toques e cantos, cada vez mais união e harmo-nia entre os Umbandistas e as religiões como um todo. Obrigado a Todos e Muito Axé! Salve a Umbanda e os nossos Orixás! Escola de Curimba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos

ACONTECEU!

Campeoes do 3° Festival de

Curimba Aldeia de Caboclos

1° Lugar:Escola de Curimba Umbanda

e Ecologia

84,60

2° LugarTemplo de Oxum: Caminhan-

tes da Luz

82,75

3° LugarTerreiro de Umbanda Ogum

Guerreiro e Caboclo Sete Lua79,45

Parte 1

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LANÇAMENTO DO LIVRO:Rituais com Ervas-Banhos, Defumações e Benzimentos

Principais Locais de Venda:

No dia 30 de Setembro último, Adriano Camargo, conhecido por todos nós da Umbanda e dos meios espiritualistas como O Erveiro da Jurema, lançou seu fantástico livro RITUAIS COM ERVAS – BANHOS, DEFUMAÇÕES E BENZIMENTOS.

A sede Templo Escola Ventos de Aruanda, em São Bernardo do Campo ficou pequena para acomodar os amigos que vieram prestigiar o evento.A Escola de Curimba Aldeia de Caboclos esteve presente, assim como Seve-rino Sena e Cida Sena da Escola Tambor de Orixá prestigiando o evento e abrilhantando com seu toque e canto.

O novo livro do Erveiro traz um bom conjunto de ervas, formas de uso, apli-cações, classificação, em uma linguagem simples e de fácil aprendizado.

Casa de Velas Santa Rita(11) 3208-7022 ou (11) 3208-7314Praça da Liberdade, 248 Liberdade - SPem frente a estação Metro Liberdadewww.srita.com.br

Escola de Magia(11) 6583-5544 ou (11) 6585-5544Rua Apeninos, 306 – Aclimação - SPwww.escolademagia.com.br

Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda – confirmar horário por tel.(11) 4221-4288Rua Serra da Bocainawww.colegiodeumbanda.com.br

Colégio de Umbanda Pena Branca – confirmar ho-rário por tel.(11) 5072-2112Rua Paracatu, 220 – Saúde

Eventos

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SANTUÁRIO NACIONAL DE UMBANDA

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Como chegar no SantuárioDe ônibus:Existe uma única linha de ônibus que vem até o Santuário. A boa notícia é que temos um ponto de ônibus bem em frente à Portaria.Esta linha chama-se LINHA 26 - BARALDI e passa em frente aos seguintes terminais: Terminal do Paço Municipal de São Bernardo do Campo Terminal Ferrazópolis de São Bernardo do CampoSe você estiver na cidade de São Paulo, a melhor alternativa é dirgir-se à Estação Jabaquara do Metrô. Lá, pegue um Trólebus que venha até o terminal Ferrazópolis de São Bernardo do Campo. Em frente ao terminal, pegue o Linha 26 - Baraldi.

Santuário dos Orixás

Loja Oferendas e Trabalhos

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PRÊMIO SETE MINISTROS DA CURIMBA

O prêmio Sete Ministros da Curimba foi um evento esplendoroso, realizado domingo dia 14 de outubro na Casa de Portugal, centro de São Paulo. Entre os principais laureados estava Pai Élcio de Oxalá, que com sua música ajuda a espalhar a reli-gião, Rádio Raízes de Umbanda, Rádio Vinha de Luz, Jornal Aldeia de Caboclos, Obá José Ferreira Men-des tetraneto do Zumbi dos Palmares, Juiz Marcelo Roland, Monsenhor Marcos Fontana, Pai Barbosa da FTU (Faculdade de Teologia Umbandista), Advoga-do Dr. Ruy Chagas, Dr. Donizete Aparecido Pinton, Diretora jurídica da Folha de São Paulo Dr. Maria Helena Souza Leite, Pai Ortiz Bello, Pai Vladmir, Pai Maurício de Xangô, Mãe Margarete presidente da FECUNCANB (Organização Federativa De Candom-blé e Umbanda Das Nações Do Brasil), Pai Genildo do Oxóssi presidente do Instituto Cultural Umban-dista da Cidade Tiradentes, Luci Rosa, Mãe Roberta da Oxum, Marques Rebelo - revis-ta Espírita de Umbanda e Sandro Bernades.

O evento teve como objetivo juntar pessoas que fazem algo pelo culto afro-brasileiro, como os artistas plásticos José, Sonia e Renaldo como também o grupo de capoeira do representante Sônic, que de al-guma forma ajudam a expandir os seus limites e com isso quebrando a barreira do preconceito.

Dia 14 de Outubro de 2012 ficará marcado na memória das pesso-as, pois foi o dia que Armando de Ogum, Diretor Presidente do Jornal Umbanda Brasil conseguiu reunir o povo das religiões afrodescente como também a cultura do povo Ci-gano para uma única festa.

O Jornal Umbanda Brasil está veiculando desde 2010 e a pesar do pouco tempo de vida deste jornal, ele já se encontra entre os principais meios de comunicação da religião.

O Jornal veio com o propósito de ensinar as pessoas tanto que já praticam como os não praticantes e até mesmo os leigos sobre o culto religioso. Sendo está uma das for-mas de mostrar a beleza da nossa religião.

Eventos

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1º ENCONTRO ÍBÀ OJÍSÈDE CURIMBA E OGÃS.

No dia 06 de outubro próximo passado, foi realizado em Curitiba, o 1º ENCON-TRO ÍBÀ OJÍSÈ DE CURIMBA E OGÃS. Foi uma festa maravilhosa, por onde pas-saram por volta de 1.100 pessoas, tivemos apresentações de varias curimbas e ogãs, numa clara e límpida demonstração de fé...

Tivemos também apresentações de Ca-poeira, Maculelê e Puxada de Rede, com o grupo Senzala. O ponto alto do evento foi a apresentação/estréia do grupo ÍBÀ OJÍSÈ, que foi formado por Ogãs, Dan-çarinos e Cantores, de terreiros variados, que se reuniram para expressar sua fé através da música e da dança. A organi-zação do evento foi dos Terreiros de Curi-tiba ASSEMA, TUROMM E SANANDA

Participaram deste encontro:

De São Paulo:Aldeia de CaboclosRogério XorôqueSuellen LuzNego Raiz

Do Rio de Janeiro:Tião CasemiroJosé Carlos de OxóssiLéo BatukeHelena de OyáMarcio Barravento

De Curitiba:ASSEMASanandaTurommGuerreiros de OxaláTufoyTio AntonioPai ManecoCaboclo Tupinambá

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página 27A MAIOR LOJA DE UMBANDA e CANDOMBLÉ DA ZONA SUL

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Tenda de Umbanda Caminhos de AruandaAldeia do Caboclo Tupinambá

Todos estão convidados a participaremdas nossas atividades.

Sejam bem vindos a Aldeia do Sr. Tupinambá.Pai Cristiano D´Oxosse

Rua Morro do Espia, n 218 - Altos - Jardim ImperadorSão Paulo - SP - Tel: (11) 9947-5097

Avenida Vila Ema, 3248- Vila EmaSão Paulo/SP

Tel 2604 5524 / [email protected]

11- 2765-6908

informativofenug.blogpost.com

Quintas-feiras:

AMOR

ORDEM

PAZ UNIÃOUMBANDACANDOMBLÉ

A FOUCESP – Federação Ordem de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo é uma entidade

religiosa, gerenciadora e protetora dos direitos e deveres da comunidades de Umbanda e Candomblé

federacaofoucesp.blogspot.comAvenida imperador 4790,pq guarani

Tel.: 11 4102-1687/ 4102-22168558-3557