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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 35 Domingo, 31.08.2014 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Jornal Batista nº 35-2014

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Leia nesta edição uma matéria sobre a JUVENTUDE BATISTA BRASILEIRA, encerrando as atividades deste mês da Juventude. Leia nas páginas centrais esta reportagem.

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Page 1: Jornal Batista nº 35-2014

1o jornal batista – domingo, 31/08/14?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 35 Domingo, 31.08.2014R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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2 o jornal batista – domingo, 31/08/14 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

EBD - Lições deste trimestre• Felicito a nossa denomi-

nação pelas preciosas lições que estamos estudando na E.B.D. neste trimestre, como igualmente por todas as de-mais que temos estudado ultimamente, para sermos justos. Parabenizo a todos os autores acertadamente escolhidos. Nossa gama de valores literários é muito grande, graças a Deus, e está sabiamente sendo aproveita-da. As deste trimestre, toda-via, por tratar-se de matéria bíblica doutrinária teológi-ca de elevadíssima impor-tância no contexto cristão e grandemente controversa, que tem causado grandes distúrbios comportamen-tais e espirituais em muitas denominações, em razão de distorções interpretativas particularizadas, ignorantes e de consequências deletérias, em pessoas, igrejas e deno-minações inteiras, merece destaque especial, em razão da sua perfeita Ortodoxia Bíblica Evangélica Cristã. Alto teor bíblico, doutrinário, teológico, que vale por uma Confissão de Fé.

Parabenizo, em particular, o pastor Júlio de Oliveira Sanches pela singularidade de suas opiniões a respeito da Pessoa e da Obra do Espí-rito Santo, matéria que exige a própria direção de Deus para o seu conhecimento e sua compreensão (I Co

2.9-10). Esta sã doutrina é a matéria de maior incidência espiritual sobre a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, depois de sua divina Pessoa e sua Obra Redentora. Nosso amado irmão Júlio usa lingua-gem eminentemente simples, à altura da compreensão de cultos e não cultos, atingindo a todos, com vastíssimo re-ferencial de textos sagrados, remetendo os alunos, desta forma, diretamente, à Palavra de Deus, e consolidando os ensinamentos corretos.

Consistência teológica. Se-gurança bíblica. Ortodoxia Cristã. Exatidão doutrinária e inspiração divina. Estamos todos de parabéns. Estamos todos agraciados por Deus. Resta-nos orar muito, com

ardor, para que, a partir dos estudos deste trimestre, em nossas Escolas Dominicais cristãos aprendam mais sobre a Palavra de Deus – admi-to que nós pastores temos grande responsabilidade em reforçar esses estudos, sem alterá-los ou desmerecê-los perante nossas Congregações locais. Muitos dos nossos crentes não frequentam a Escola Dominical e muitos sequer leem estas lições. Assumi, perante Deus, data máxima vênia, o dever de pregar sobre esta nevrálgica matéria, por todo este trimes-tre. Uma das nossas alunas disse em público, “venho da Igreja tal e, por todo o tempo em que eu estive lá, nunca ouvi do pastor um sermão

sobre o Espírito Santo”. Pen-sei comigo: estão como os crentes de Éfeso, no princípio da Igreja, quando Paulo lhes perguntou se haviam recebi-do o Espírito Santo, quando creram no Senhor. Respon-deram: “Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe Espírito Santo” (At 19.1-2). Doutrinariamente falando, a confirmação do recebimento do Espírito Santo, na conver-são, não é decorrente do falar em línguas, mas da imediata disposição interior, cons-ciente e experimental de ser uma nova criatura em Jesus Cristo (II Co 5.14-17). Falar línguas extáticas ou estranhas sem essa radical mudança de vida, diz Paulo, é “ser como o metal que soa ou como o sino que tine” (I Co 13.1).

Admito que nos compete orar muito para que Deus, nosso Pai, abra uma nova página no curso da nossa História Batista Brasileira, para uma nova forma de vida e ação sob a direção do Espí-rito do Senhor. Quem sabe adotarmos como divisa esta recomendação: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz, no vosso crer, para que sejais cheios de esperança, no poder do Espírito Santo” (Rm 15.13). Amém, e amém!

Humberto Viegas Fernan-des, pastor da Igreja Batista

no Alto da Lapa - SP

Alguns anos atrás eu li uma história que relatava a experiên-cia que alguns bo-

tânicos tiveram quando ex-ploravam regiões dos Alpes à procura de novas espécies de flores. Através de binóculos eles encontraram uma flor rara com valor incalculável para a ciência. Porém havia uma dificuldade, ela estava na parte inferior de uma en-

costa muito inclinada. Para pegá-la, alguém precisava descer amarrado em uma corda.

Um menino que a tudo observava foi consultado se faria o serviço em troca de um bom pagamento. Ele olhou para o precipício, pen-sou e disse: “Eu já volto!”. Algum tempo depois ele retornou seguido por um senhor com os cabelos já

grisalhos. Aproximando-se do cientista ele disse: “Eu descerei para pegar a flor se este homem segurar a corda. Ele é meu pai”.

Que Deus possa nos ajudar a ter a fé daquele menino. Você já aprendeu a confiar em Deus como seu amigo? Se alguém pode nos dar se-gurança e “segurar as cordas” da nossa vida, esse alguém é o nosso Pai Celestial.

“Deus disse: Eu nunca os deixarei e jamais os abando-narei” (Hb 13.5).

Você está disposto a dizer hoje: “Se meu Pai Celestial segurar a corda eu não tenho o que temer?”.

Que Deus o abençoe.

Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção

Batista Brasileira

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O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

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ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 31/08/14reflexão

Sylvio Macri, pastor da Igreja Batista Central de Oswaldo Cruz - RJ

O que é va lo r i -zar? É dar valor, atribuir preço. É fazer melhorias

em um bem para que seja melhor avaliado no futuro. É também tratar com res-peito e consideração uma pessoa ou instituição. E é, ainda, atribuir importância a uma ideia ou conceito. Enfim, temos aqui um ver-bo que se presta a muitas aplicações em todas as áre-as da vida.

Portanto, a pergunta aci-ma nos remete a uma sé-rie de considerações. Por exemplo, nos faz pensar em como temos t ratado a nova geração. Será que não temos negligenciado sua importância? Será que não temos projetado suas opor tunidades para um tempo distante, com aque-le velho jargão de que eles são “o futuro da igreja”? (Não gosto desta expres-são, pois a vejo como uma desculpa para protelar e impedir que os mais novos assumam posições de lide-rança na igreja).

Frequentemente cobra-mos fidelidade e compro-misso dos jovens, mas não exercemos ações definidas para estimulá-los e treiná--los no trabalho da igreja. Nossa comunicação com eles não funciona, não gastamos tempo orando por eles e não reconhece-mos quando eles acertam. Às vezes nem lhes damos oportunidade, ou, quando damos, queremos que fa-çam do nosso jeito. Para valorizar alguma coisa ou alguma pessoa temos pri-meiro que investir nela. Estamos fazendo isso?

Valorizar implica natural-mente em estabelecer uma hierarquia de valores. Umas coisas valem mais e outras menos, umas ações são mais importantes e outras menos importantes. Algumas pessoas vêm em primeiro lugar e outras depois. Certas despesas são mais necessárias que outras. Isso requer sabedoria e planeja-mento, por um lado, e decisões firmes e claras, por outro. Sem uma hierarquia de valores bem definida, nenhuma pessoa, família, igreja ou instituição sobreviverá por muito tempo.

O lugar da nova geração na Igreja de Cristo precisa

ser claramente definido, seu valor precisa ser estabelecido e amplamente conhecido de todos. Precisamos planejar e executar ações nesse sentido. Se não, perderemos essa ge-ração e a Igreja perderá sua existência. Pois, no futuro, quando não estivermos mais aqui, quem fará a Obra em nosso lugar? E como fará?

Portanto, vamos desde logo compartilhar com eles nossa sabedoria e experi-ência e dividir a liderança com eles. Tenhamos o bom senso de sair de cena para que eles assumam o papel principal.

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4 o jornal batista – domingo, 31/08/14

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

De que lembrar, na Mocidade

reflexão

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mo-cidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles con-tentamento” (Ec 12.1).

Indo na contramão de todos aqueles que en-xergam, no período da juventude, a melhor épo-

ca de “gozar” a vida, sem ne-nhuma preocupação com o futuro, Salomão recomenda: “Lembra-te do Teu Criador, nos dias da tua mocidade” (Ec 12.1).

Enganam-se aqueles que ensinam que a mocidade é, por natureza, frívola. E é ilus-trativo observar que, na sua maioria, os adultos que mais exploram comercialmente os jovens são, exatamente, os indivíduos que propa-lam o descompromisso dos moços com relação a coisas

produtivas. Porque é próprio do marketing sem compro-misso humano a atitude de sugar os recursos dos seus consumidores, sem nenhuma intenção construtiva.

Jovens que são respeitados por causa de suas caracte-rísticas de idealismo e de envolvimento intenso, res-pondem entusiasticamente aos desafios elevados que recebem. Deuses e religiões que meramente repetem o passado e se limitam a ritu-ais sem muito significado ou aplicações no cotidiano, não atraem os jovens. O Criador dos moços deve ser, no míni-mo, uma entidade viva, pro-funda, realizadora, como diz a Bíblia. Este Criador, quando descoberto pelos moços, é abraçado, amado, seguido. É este Criador entusiasmante que devemos anunciar aos jovens, nos dias da sua mo-cidade.

Antonio Luiz Rocha Pirola, pastor da Segunda Igreja Batista em Linhares - ES

A c a n d e i a é u m lampião primiti -vo utilizado para iluminar uma casa

durante a noite. Jesus usou a figura da candeia para ensinar que o crente é a luz do mundo. Algumas curiosi-dades deste pequeno objeto nos ajuda a compreender melhor a mensagem de Je-sus. Vejamos:

A candeia deve ser alimen-tada com óleo ou azeite - O azeite serve de combustível para manter uma candeia acesa. Sem o óleo, a can-deia perde a sua utilidade. No sentido espiritual o óleo

representa a unção de Deus, que simboliza a aprovação, a capacitação e o revesti-mento de autoridade para o exercício do ministério cristão. O Salmos 133 faz referência ao óleo usado na unção sacerdotal: “É como o óleo precioso sobre a ca-beça, que desce sobre a bar-ba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes” (Sl 133.2). Arão foi o sumo sacerdote de Israel no tempo de Moisés. O óleo simboliza também a prudência cristã necessária para quem vive na esperança da volta do Senhor Jesus, como se pode ver em Mateus 25 na parábo-la das dez virgens.

A candeia só tem utilidade se estiver acesa - Isso signi-

fica que não basta ter óleo, a candeia tem que brilhar. A candeia acesa ilustra o crente, como Paulo orienta aos Tessalonicenses que “saibam possuir o seu vaso em santificação e honra” (I Ts 4.4). Ele usa seus dons e talentos no serviço do Reino de Deus, e manifesta o fruto do Espírito Santo em sua vida de forma plena. Se o óleo por um lado é a capa-citação e autoridade para o ministério cristão, a luz tem a ver com o uso dos dons e talentos e o serviço na Obra do Senhor. Como disse o apóstolo Paulo: “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12).

A candeia deve ser colo-cada em lugar estratégico - Isso significa que a candeia, embora tenha uma chama pequena, se for colocada no alto, pode ampliar o bri-lho de sua luz. No sentido espiritual, isso significa que o crente não pode ter ver-gonha de sua fé ou ser um servo acomodado (colocar a candeia debaixo de um cesto ou debaixo da cama). Antes, deve dedicar-se para testemunhar de Cristo para o maior número possível de pessoas (colocar sua candeia no velador). O velador é um suporte de madeira, disposto verticalmente, em cuja ex-tremidade superior se coloca uma vela ou um candeeiro. Por ficar no alto, permite que

a candeia ilumine perto de si e também um pouco mais longe. Isso nos faz pensar na amplitude da obra mis-sionária, conforme ensinado por Jesus: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8).

A parábola da candeia nos ensina que a luz do crente deve impactar os homens e glorificar o nome de Deus. Jesus finaliza a parábola di-zendo: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos ho-mens, para que vejam as vossas boas obras e glorifi-quem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16).

Evandro Luiz Estima Pereira, membro da Primeira Igreja Batista Jardim das Orquídeas, São Bernardo do Campo - SP

Somos jovens, somos adolescentesSomos cristãos, somos crentesSomos o futuro? Não! Somos o presenteQue Deus escolheu para essa geração carenteCheio de si mesmo e vazio de menteSomos jovens, somos adolescentesTemos o que tanto a humanidade procuraA resposta certa, a paz e a curaEstamos numa guerra e uma guerra duraPor isso nos revestimos de toda armaduraDesde a cabeça até aos pésCom a palavra, o amor e a féSoldados fortes e valentesSomos jovens, somos adolescentes

Somos aqueles que brilhamBrilhamos porque temos o Espírito Santo, não pilhaSomos espelho, somos modeloPra uns sonhos, pra outros pesadelosSomos luta, somos vitóriaSomos a mudança da históriaSomos força, somos conquistaSomos a Juventude BatistaSomos seres inteligentesSomos jovens, somos adolescentesSomos choro, somos sentimentoMas não somos levados ao ventoSomos medo, somos coraçãoSomos jovens e adolescentes com emoçãoTemos a fé, o amor e a pazSomos jovens e adolescentes reais...Somos exatamente um pouco de tudo issoSomos o que somos, Porque somos de Jesus Cristo.

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5o jornal batista – domingo, 31/08/14reflexão

A Editora Convicção publicou como re-vista temática, um trabalho que escre-

vi sob o título “Veio para ser-vir”. São 13 lições apresen-tando Jesus como exemplo de mordomo fiel, a começar pelo episódio em que Jesus é encontrado por Maria e José no templo discutindo com os doutores. Aos doze anos de idade, Jesus já sabe que Deus é seu Pai, que o templo é a casa de Deus e que o propó-sito da sua vida é cuidar dos interesses do Pai, na casa do Pai. Essa deve ser a dis-posição de todo aquele que se diz mordomo de Deus: Cuidar dos negócios do Pai. Esse pensamento foi sugerido pelo jovem advogado Thia-go Andrade, na mensagem “Deixado para trás”, que ele proferiu na Igreja Batista da Liberdade - RJ, no princípio de 2013. Por um lapso, esta informação foi omitida na página 7 do texto da revista, pelo que aqui me penitencio. Manda a boa ética citar as fontes das suas ideias. Pois foi a partir daquela mensa-gem que me veio o desejo de estudar mordomia segundo o exemplo de Jesus.

Depois, ao descer às águas do Jordão para ser batizado, ante a objeção do profeta, Je-sus declarou que lhe convinha “cumprir toda a justiça”. Cum-prir toda a justiça é o desejo do verdadeiro mordomo de Jesus. Em seguida, vemos Jesus em Caná da Galiléia transformando a água em vinho da melhor qualidade, o que mudou a frustração de uma festa em alegria. O mordomo cristão é, seguindo o exemplo do Mestre, um agente de transformação no mundo. Na multiplicação dos pães, vemos outro traço do caráter de Jesus como m o r d o m o d e D e u s a o mandar que seus discípulos recolhessem o que sobejou “para que nada se perca”. Faz parte da mordomia cristã evitar desperdícios de pães, de peixes, de talentos e até de orações. Aos que se negam a ser fieis na mordomia dos seus bens alegando que Jesus não fala em dízimo, sugiro que examinem o estudo 7, à página 46 da revista, para perceberem o quanto estão enganados. Jesus condena os fariseus por estarem sendo tão

rigorosos na entrega dos seus dízimos no templo, porém esquecendo-se de praticar a justiça, a misericórdia e a fé. “Estas coisas devíeis fazer, porém, sem omitir aquelas” (sem omitir os dízimos), diz o Mestre.

No templo, ao ser reptado pelos judeus em relação aos seus deveres como cidadão, o mordomo Jesus de Nazaré ensina sobre a exata relação entre a fidelidade à cidada-nia da terra e a submissão primeira a Deus: “Dai, pois, a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”. Isso é mordomia cristã. Ao cingir--se de uma toalha para lavar os pés aos apóstolos com a consciência de que veio ao mundo, não para ser servido, mas para servir, Jesus nos dá outro notável exemplo de fidelidade como mordomo do Pai. E no Getsêmani? Ali Jesus declara o que deve ser a mais profunda consciência de um mordomo cristão: “Pai, se é possível, passa de mim este cálice; não seja fei-ta, porém, a minha vontade, mas a tua”. Desse modo, a cada passo, Jesus demonstra sua consciência de fidelida-de como bom mordomo de Deus. Na cruz, ele diz ao cru-cificado à sua direita: “Hoje estarás comigo no Paraíso”.

O mordomo cristão entrega sua vida para morrer numa cruz, se esta for a vontade de Deus, mas conquanto esteja sendo pregado em um rude lenho, seus olhos estão voltados para o Paraíso. Ele tem os seus pés na terra, mas os seus olhos estão postos no sublime trono branco e a sua alma anseia pelo encontro com o seu Mestre na Glória para dele ouvir: “Bem está servo bom e fiel; sobre o pou-co foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor”. Acima de tudo, o bom mordomo de Cristo é aquele que diz, na vida e na morte: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.

As igrejas que já estudaram as revistas “Crescimento na Graça de Dar” (15 edições) e “Tudo é Vosso” (14 edições), podem agora usar a nova re-vista “Veio para servir”, que focaliza o exemplo de Jesus como mordomo perfeito de Deus. E ao advogado Thiago Andrade, obrigado pela ilu-minada sugestão.

Carlos Henrique Falcão, pastor da Igreja Batista da Liberdade – RJ

Foi o que Isaías disse no final do capítulo 40 do seu livro. Ini-ciando uma nova fase

dos seus escritos, falando do futuro de Israel, o profeta exorta o povo a não desani-mar no cativeiro e a manter a esperança em Deus e em suas promessas. Temos um Deus “Criador de toda a ter-ra. Ele não se cansa e nem fica exausto; sua sabedoria é insondável” (Is 40.28). Mes-mo que fiquemos cansados e sem forças é este Deus que “dá grande vigor ao que está sem forças”. Nesta jornada “até os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem. Mas os que esperam no Senhor re-novam as suas forças” (Is 40. 29-31a). Com Deus temos as forças de uma águia capaz de alçar voos altos com o vigor da sua juventude, mesmo quando já está com a idade avançada. A força que Deus

concede ao cansado faz com que ele corra e não fique exausto, ande e não se canse (Is 40. 31b). Alguns do povo já estavam cansados com o que estava acontecendo, esquecendo de que criam no Deus que não se cansa. No mundo até os fortes se can-sam, mas no Reino de Deus temos forças.

Os crentes do Novo Tes-tamento também ficaram cansados de esperar enquan-to aguardavam Deus enviar Jesus para buscar a sua Igreja. O apóstolo Pedro precisou escrever aos crentes para consolá-los. Disse que Deus não demora em cumprir sua promessa, como julgam al-guns. Jesus ainda não voltou para que todos tenham a oportunidade de salvação. Mas, enquanto isso, vivam de tal forma que sejam “en-contrados por Jesus na sua vinda em paz, imaculados e inculpáveis” (II Pe 3.8-15). Por isso devemos viver in-tensamente a nossa salvação, deixando Deus operar em nós a sua vontade para que

“possamos brilhar neste mun-do corrompido e depravado” (Fl 2.12b-15). É Deus que nos fortalece para vivermos com Cristo neste mundo.

Foi o próprio Jesus que encheu os seus discípulos de ânimo quando disse que no mundo todos eles teriam afli-ções (João 16.33). Disse Jesus que eles não tinham motivo para fraquejarem diante de tantas dificuldades porque Jesus mesmo já havia ven-cido todas aquelas coisas. Isso quer dizer que nenhuma dificuldade poderia interrom-per a jornada do crente na presença de Jesus. O após-tolo Paulo disse que nada, nem os poderes espirituais do mundo, podem separar o salvo do amor de Deus que encontramos em Cristo Jesus (Rm 8.31-39).

Poderíamos dar outros exemplos bíblicos de pro-messas de vigor espiritual se tivéssemos espaço. O certo é que, neste mundo, até os mais fortes perdem suas for-ças. Mas “os que confiam no senhor são como o monte Sião, que não pode abalar, mas permanecem para sem-pre” (Sl 125.1). Não há razão espiritual para crentes cansa-dos, desanimados com o que acontece ao seu redor, como se Deus não pudesse en-cher o seu coração de ânimo. Você não precisa procurar justificativa para sua falta de ânimo, embora racionalmen-te lógica, é espiritualmente desprovida de qualquer ex-plicação. Foi vivendo com este poder que Paulo motiva o jovem pastor Timóteo di-zendo que continua animado mesmo no final, sabendo que fez o que tinha de fazer em todos os momentos da sua vida sem perder o ânimo (II Tm 4.6-8). Como está o seu ânimo para viver sua vida cristã? Os jovens mais fortes perdem as forças. Então, es-pere no Senhor. Seja forte.

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 31/08/14 reflexão

Viajando pelo Bra-sil encontramos ir-mãos e irmãs que exercem várias pro-

fissões. Conversando com esses profissionais, sempre procuro saber detalhes da profissão e sempre quando posso, pergunto que momen-to mais hilário, engraçado, já tiveram enquanto exercia a profissão.

Em Brasília encontrei uma irmã muito simpática que tra-balhava naquela época como agente de saúde. Sua tarefa era visitar um determinado número de casas por dia, conscientizando as pessoas sobre o perigo da dengue e à procura do mosquito trans-missor.

Ela me disse que várias vezes ao chegar numa deter-minada casa, os moradores denunciavam com veemên-cia que a causa dos surtos de dengue naquele lugar era o vizinho. E aí, aproveitam para falar do vizinho e de seus desmazelos favorecendo assim a proliferação do mos-quito. A agente ouvia com atenção e logo em seguida tinha que ir necessariamente para a inspeção na casa do tal vizinho. Ela me disse que em muitas situações não encon-trava nenhum criadouro e o quintal estava limpo e bem cuidado.

Quando ouvi a história pensei que muitas vezes o mesmo acontece em nossas famílias e nos casamentos. O motivo de tanto de desa-justes é sempre o outro. É o outro que não dá atenção, é o outro que não cuida do re-lacionamento, é o outro que diz palavras que magoam, é o outro que é intolerante. Sempre é o outro!

Será que os motivos dos desajustes no seu casamento são sempre causados pelo seu cônjuge? Será que é sem-pre o seu cônjuge que não cuida do casamento? Será

que se pedisse alguém para fazer uma inspeção no seu casamento não encontraria em você nenhum “criadouro” de problemas?

Portanto, antes de acusar seu cônjuge da fonte de pro-blemas, olhe para si mesmo e veja se há algum comporta-mento que esteja prejudican-do o seu próprio casamento.

Paulo, ao escrever sua carta para o jovem pastor Timóteo aconselhou: “Atente bem para a sua própria vida” (I Tm 4.16).

Embora tenha escrito para um jovem pastor para que fosse um exemplo de vida para suas ovelhas, a reco-mendação pode ser dirigida a todos nós.

Por isso, quando come-ço uma conferência sobre família sempre oriento aos meus ouvintes para que, antes de pensar que uma de-terminada palavra caia bem aos ouvidos do outro, deve, antes, perguntar a Deus se aquela mensagem é para si mesmos.

Se adotarmos esta prática, as relações humanas, espe-cialmente na família serão melhores e mais gratificantes.

John Drescher escreveu um livro interessante cujo título é “Se eu começasse minha família de novo”. Ele afirma que neste livro, em um dos capítulos que se começasse sua família de novo pararia de procurar os erros nos ou-tros membros da família e começaria a cuidar mais de sua própria maneira de viver. Ele afirma que muitos dos problemas enfrentados em sua família, os erros estavam em seus próprios comporta-mentos.

Foi o que Jesus disse em Mateus 7.3 quando aconse-lhou “Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?”.

Cleverson Pereira do Valle, pastor da Primeira Igreja Batista em Artur Nogueira - SP

Vivemos na época do descartável. Hoje, a maioria das coi-sas que usamos é

descartável. Por exemplo, aparelho de barbear, rolo de papel higiênico, papel toa-lha, etc. As pessoas buscam a praticidade, ninguém mais quer complicação. Quando eu nasci, não existiam fraldas descartáveis, eram todas de pano, minha mãe precisava

Tarcísio Farias Guimarães, pastor da Primeira Igreja Batista em Divinópolis - MG

Tu d o p a s s a n e s t e mundo. Cada gera-ção reinventa o jeito interessante de se vi-

ver. Num primeiro momen-to tudo parece inovador, definitivo, insuperável, mas passa, assim como passa o tempo. Passa a juventude; passará também a vida que temos neste mundo.

Passou o tempo da famosa Poupança Bamerindus, anun-ciada até os anos de 1990 com as seguintes palavras: “O tempo passa, o tempo voa e a Poupança Bamerindus continua numa boa”. O Ban-co Bamerindus foi vendido para outro Banco em um contexto de crise e a Poupan-ça acabou. Passou o Orkut, rede social que virou febre na década passada. Passou a su-perioridade do futebol brasi-leiro. Até mesmo a tatuagem do Neymar Júnior passará. Ele tatuou em seu pescoço as mesmas palavras do amigo surfista Pedro Scooby: “Tudo Passa”. E passará mesmo a graça dessa tatuagem, razão pela qual não devemos nos tatuar e deformar a bela cria-ção de Deus.

lavar, colocar para secar e guardar. Hoje é muito mais fácil. Tempo pós-moderno, onde tudo é ágil e prático.

Vivemos longe e perto das pessoas. Através do face-book podemos ter um nú-mero considerável de amigos virtuais, são os chamados relacionamentos virtuais. Esses “amigos” podem ser adicionados ou deletados da sua página no momento em que você desejar. Eu pergunto: será que precisamos de tantos amigos virtuais? Esse tipo de relacionamento é v e r d a d e i r o m e s m o ?

A Palavra de Deus apre-senta com clareza a brevi-dade da vida neste mundo. Davi, ao afirmar a providên-cia de Deus, resume sua vida em poucas palavras: “Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão” (Sl 37.25). Jesus adverte: “O céu e a terra passarão, mas as mi-nhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35). A fama, os relacionamentos, os bens conquistados neste mundo têm prazo de validade, assim como ensina a Bíblia: “Por-que sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus caminhos” (Tg 1.11).

A vontade de Deus, que é perfeita sob qualquer pris-ma, não passa. A vontade do Deus Eterno não passa porque foi elaborada por uma mente sábia, que conhece todas as coisas antecipadamente e sabe de tudo que a sua própria criação necessita. Essa é a grande razão para acreditarmos que “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a pa-lavra do nosso Deus subsiste eternamente” (Is 40.8). Não passa a Palavra que anuncia

Precisamos ter contato com os nossos amigos, é necessário olhar no olho de cada pessoa. Andar junto, brincar junto, chorar junto. Creio que uma verdadeira amizade, um ver-dadeiro relacionamento, se faz na convivência.

A Bíblia diz que há amigos mais chegados que o irmão, com certeza ela não se referia à amizade virtual. Precisamos vigiar mais os nossos relacio-namentos. Eles têm crescido dia a dia? Eles são sólidos? Façamos amigos, mais reais do que virtuais. Valerá a pena se for assim.

a eternidade e ultrapassa os limites deste mundo efê-mero.

Entenda a vontade de Deus e não se deixe seduzir pelo estilo comum de vida neste mundo. Caso contrário, você se decepcionará e correrá o grande risco de olhar para trás com lamento e frustra-ção. Tantas pessoas estão decepcionadas com os ide-ais que abraçaram, com as atitudes impensadas que tomaram, com o tempo que investiram em sonhos pas-sageiros. Não seja mais um decepcionado, que viveu como se esse mundo e sua beleza não fossem passar um dia. Viva os planos de Deus.

Servir àquele que te criou e te ama verdadeiramente é o mesmo que construir sua vida sobre uma rocha. Você estará livre do poder do mal, abraçará valores especiais, será útil às pessoas que te cercam e estará preparado para a eternidade. Nada po-derá abalar uma vida firmada em Cristo, nem mesmo a morte, que virá, mas que não pode separar o cristão do amor de Deus (Rm 8.38-39). Tudo passa neste mun-do, mas a vontade do Deus Eterno nunca passará. Confie sua vida a Ele.

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Redação de Missões Nacionais

O Ministério Ge -ração Eleita, for-mado por jovens da Igreja Batista

do Areal, em Pelotas - RS, onde atuam os missionários Robson e Aline Scardini, realizou um evangelismo de rua e, assim, compartilhou o amor de Cristo com as pessoas que encontraram durante uma madrugada fria. Além do evangelho, o grupo – formado por 15 voluntários – distribuiu comida e roupas de inverno para os morado-res de rua.

Redação de Missões Nacionais

Apesar dos desafios, Deus tem operado maravilhas em di-versos campos mis-

sionários. E cada vitória surge como resposta de oração. Em Caucaia - CE, onde está o missionário Francismá Freitas, não tem sido diferente.

“Quando o Senhor abre portas, não dá para desperdi-çar oportunidades”, declara o missionário, em função do surgimento de mais um local para pregação da Palavra. Re-centemente, foi iniciado um projeto evangelístico em um assentamento que fica perto da frente missionária que ele lidera.

Redação de Missões Nacionais

Mais de 500 pro-motores de mis-sões participa-ram do encon-

tro promovido por Missões Nacionais no Acampamento Batista em Rio Bonito - RJ. Durante todo o evento, os promotores foram treinados e motivados a se engajarem na Campanha Nacional de Mobilização 2014.

Além das mensagens, tes-temunhos e oficinas, os pro-motores foram envolvidos em muitas atividades que retrataram a realidade do

“A cada ponto em que pa-rávamos, vivíamos um mo-mento de grande emoção ao ver pessoas necessitadas tan-to do alimento físico, como do alimento espiritual. Pes-

No assentamento existem muitas famílias carentes de ajuda material e espiritual. A oportunidade surgiu após o missionário ter passado pela comunidade. “Percebi algu-

nosso país, bem como as necessidades espirituais do nosso povo. Desafiados, os promotores foram prepara-dos para desenvolverem a campanha em suas igrejas. “Você, promotor de missões,

soas drogadas, alcoolizadas, ex-dependentes, desempre-gados, ex-presidiários, etc.”, relatam os missionários.

Ainda de acordo com eles, um dos casos mais como-

mas coisas interessantes. A primeira foi logo ao entrar na comunidade. Lá, eu vi um bar com uma grande variedade de bebidas, ponto de venda de drogas e um jovem que dizia

pode influenciar a igreja para a multiplicação dos nossos projetos missionários. Você é instrumento de Deus, es-colhido por Ele para esta missão”, declarou Maria He-lena Santos, missionária de

ventes foi o de uma senhora que perdeu tudo o que tinha, inclusive sua casa, em um incêndio. E ela estava ali mo-rando nas ruas por quase oito meses. “Quando chegamos

ser ‘ex-evangélico’, mas que agora era ‘pai de santo’. Tam-bém vi uma jovem sentada em um barraco, que me per-guntou: ‘Você é evangélico?’. Eu respondi que sim, e ela continuou: ‘Então, fala algo de Deus para a minha vida’. Ou seja, eu vi de tudo, me-nos alguém que anunciasse a mensagem do Evangelho de Cristo Jesus”, conta o pastor Francismá. E foi assim que ele decidiu fazer parte daquela comunidade, a fim de mostrar para aqueles homens, mu-lheres, jovens e crianças que Jesus transforma vidas.

O trabalho evangelístico naquela comunidade foi ini-ciado com a realização de uma ação social, que mostrou para aquelas pessoas o quanto

Alianças Estratégicas da JMN.Os kits da campanha anual

de Missões Nacionais já fo-ram enviados. Nosso objetivo é fazer com que a chama de missões continue acesa no coração dos promotores e

com o alimento, ela comeu rapidamente e começou a chorar. Depois pediu outro prato. E assim, muitos casos encontramos que nos trou-xeram tristeza e vontade de ajudar”, contam.

Cada voluntário que par-ticipou teve a oportunidade de perceber a necessidade de estar cada vez mais envolvi-do com a igreja e os trabalhos sociais que ela pode e deve fazer pela comunidade.

Interceda por este minis-tério, a fim de que continue sendo capacitado e direcio-nado pelo Senhor para o auxílio e alcance de vidas em Pelotas.

são amadas por Deus e pela igreja local.

Interceda por esta obra, bem como pela libertação dos moradores da comunida-de que está sendo alcançada pela Igreja. Ore também pelo pastor Francismá e por sua família, e pelos membros da frente missionária, a fim de que continuem sendo usados e capacitados pelo Senhor Jesus.

Para apoiar este projeto por meio do PAM Brasil, escreva para [email protected] ou faça contato com a Central de Atendimen-to: Do Rio de Janeiro - (21) 2107-1818 / Outras capitais e regiões metropolitanas - 4007-1075 / Demais localidades - 0800-707-1818.

das igrejas, a fim de que a visão de multiplicação con-tagie e impulsione a todos, promovendo o avanço do evangelho, bem como do investimento em missões no Brasil.

Encontro prepara promotores de missões do RJ para campanha anual

Vidas são impactadas durante evangelismo e distribuição de

alimentos em Pelotas - RS

Equipe da JMN durante momento de testemunhos sobre a Operação Jesus Transforma

O tema ‘Multiplique’ foi explicado para os promotores

Momento de demonstração do projeto entre os ribeirinhos

Distribuição de alimentos Equipe enfrentou o frio para ajudar as pessoas das ruas

Novas oportunidades de evangelismo são abertas em Caucaia - CE

Pregação da Palavra em assentamento próximo à frente missionária. No local, também foi realizado um trabalho de ação social

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8 o jornal batista – domingo, 31/08/14 notícias do brasil batista

Gilciane Abreu, diretora executiva da JBB

“Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que creem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza” (I Tm 4.12 NTLH).

Ei Paulo, que legal você ter falado essas palavras para Timóteo. Ele provavelmente estava vivendo com uma galera muito religiosa

em sua época. Gente ligada à tradição e muitos com o Antigo Testamento inteiro decorado e gravado na memória.

Devido à tradição, os judeus mais ve-lhos tinham a dificuldade em conviver e respeitar uma liderança jovem, principal-mente com o histórico de Timóteo, novo convertido e filho de um casamento mis-to. Sua liderança era muito questionada.

Nossa, Paulo, ter acesso a essas duas cartas que você escreveu para Timó-teo me faz ficar encantada ao ler cada palavra. Elas expressam uma preocu-pação carinhosa, um profundo afeto, encorajamento, conselhos, lembranças, instruções, benção, legado, notícias, e seu pedido para que ele fosse logo visi-tar você. Seu cuidado era de pai, você o

Uma carta para Paulo

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9o jornal batista – domingo, 31/08/14notícias do brasil batista

chamava de filho na fé. Que incrível o seu incentivo em relação a esse jovem, que precisava lidar com muitos desafios e conflitos de sua época e, ao mesmo tempo, viver integralmente o Evangelho.

Ele precisava caminhar de forma irre-preensível, sem vacilar. Era modelo a seguir no amor e isso tem a ver com a forma como ele se relacionava com as pessoas; inspiração e padrão na fé. Ele deveria amar e obedecer a Deus profun-damente; cuidar do seu próprio corpo e desenvolver pensamentos saudáveis, e isso tem muito a ver com a pureza. A maneira como ele agia, suas atitudes, e como ele falava, deveria ser exemplo de uma boa educação, gentileza e cuidado com o próximo.

Na boa, Paulo, você levou muito a sério a questão do cuidar dos mais jo-vens. Eles foram preparados para viver a missão, a vocação e o chamado de Deus ao caminhar com você. Isso tudo porque Deus acredita na juventude. Ele mesmo que gerou nessa fase da vida características incríveis, com poder de transformação, mudanças, criatividade, riso fácil, disposição e por aí vai.

Não deu para nos conhecermos pes-soalmente porque eu já estou em agosto de 2014 e você já se foi há um tempo. Mas o legal de tudo, é que a Palavra de Deus se renova. E hoje, ao ler suas cartas, sua história, Deus conversa comigo, me inquieta, me encoraja, me dá direção para viver extraordinariamente essa fase da juventude. E o resultado é que dese-jo oferecer ao Pai os melhores anos da minha vida e servir a minha geração por amor a Cristo.

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10 o jornal batista – domingo, 31/08/14 notícias do brasil batista

Myrian Rosário, jornalista

A Semana Ba t i s t a 2014, realizada en-tre os dias 15 e 19 de julho, no Parque

da Uva, em Jundiaí, marcan-do a 106ª Assembleia Anual da Convenção Batista do Estado de São Paulo e os 110 anos da CBESP, mobilizou cerca de 4.000 pessoas por dia, em suas reuniões.

Além dos tradicionais en-contros das áreas - juventude, homens, mulheres, pastores, esposas de pastores, músicos e diáconos - e das sessões deliberativas, o Semana Ba-tista teve como ponto alto as preleções do conferencista sul-coreano pastor Billy Kim, que veio ao Brasil trazer a mensagem do avivamento. Confira os destaques da Se-mana Batista!

Missões Estaduais na Semana Batista 2014

No ponto alto da Semana Batista, vimos, de uma ma-neira objetiva e clara, como o trabalho de Missões Estaduais tem se desenrolado no Estado de São Paulo, o maior campo missionário do Brasil. A noite

teve início com um recital do grupo Vencedores por Cristo, seguido do Coral da Cris-tolândia-São Paulo, momento que o Maestro Cunha Júnior conduziu com dinamismo e entusiasmo.

Rapidamente, alguns de nossos missionários, que es-tavam estrategicamente no meio do povo que lotava o auditório - aproximadamen-te 4 mil pessoas, em nome de todo quadro de missio-nários CBESP, expressaram a gratidão às nossas igrejas ali representadas e puderam mostrar que em vários pontos deste “Estado-país” eles estão distribuídos, através do Proje-to “Eis-me aqui”, do trabalho entre rastafáris e entre a etnia hispana.

O vídeo promocional de nossa campanha 2014 foi exibido ao público. Aludindo ao futebol, o vídeo apresen-tou o esforço da equipe de missionários – estes como atacantes em campo, em co-operação com as igrejas do Estado São Paulo, que estão na retaguarda, ofertando, orando e dando suporte em diversas áreas.

Balões de ar com a marca de Missões Estaduais foram

distribuídos aos presentes, que foram desafiados a en-chê-los como demonstração simbólica de que todo o fô-lego que temos será usado para avançar com a missão de Cristo neste Estado.

Uma demonstração inusi-tada das várias facetas dos ministérios que são desen-volvidos por nossas igre-jas foi a apresentação do Ministério Motociclístico Esquadrão de Cristo, que é desenvolvido e dirigido por um membro da Igreja Batis-ta no Cambuci, igreja essa atendida pelo Programa de Incentivo e Apoio a Igrejas em Crescimento.

A programação missionária contou ainda com o comis-sionamento dos voluntários responsáveis pela realização da VII Transpaulista, que aconteceu na região de Jun-diaí, momento em que ir-mãos e irmãs de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Bahia se juntaram a Missões Estaduais e Missões Nacionais em mais um es-forço evangelístico por São Paulo. A oração foi feita pelo pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais.

Após o comissionamen-to, o pastor José Libério, coordenador do ministério estudantil da CBESP, relem-brou e destacou que 178 municípios do Estado de São Paulo ainda não têm a nossa presença como batistas, e, dentre os vários desafios, há uma população de aproxi-madamente dois milhões de universitários que precisa ser alcançada; estrangeiros de todas as nacionalidades que vivem entre nós, igrejas em crescimento que necessitam de apoio, porque São Paulo é o nosso lugar de Missões. Finalizando, juntamente com os presentes, recitou o tema de Missões Estadu-ais deste ano: “São Paulo, nossa vitória está além dos campos”.

Encerrou-se a noite com mais uma pregação do pas-tor sul-coreano Billy Kim, que destacou a importân-cia da pregação da Palavra do Evangelho e deu o seu próprio testemunho de con-versão.

Nova diretoria da CBESP toma posse em Jundiaí

A nova diretoria eleita da CBESP tomou posse, no dia

19 de julho, no Parque da Uva, em Jundiaí, no encer-ramento de Semana Batista.

presidente: Genivaldo An-drade de Souza

1º vice-presidente: Marce-lo Gomes Longo

2º vice-presidente: Carlos Water Marques da Silva

3º vice-presidente: Nelson de Andrade Pacheco

1º secretário: Joelito Silva dos Santos

2º secretário: Waldomiro Pereira da Silva Júnior

3ª secretária: Alexandra Bezerra da Silva Barros

4º secretário: Israel Morei-ra de Azevedo

“A comemoração dos 110 anos da CBESP é um marco significativo do trabalho ba-tista no país, porque temos São Paulo na gênese do trabalho batista no Brasil. Um aspecto significativo é o fato de a primeira orga-nização denominacional batista ter sido organiza-da justamente, aqui, em Jundiaí. O trabalho batista de todo o Brasi l nasceu em São Paulo”, declarou o pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executi-vo da Convenção Batista Brasileira.

Fotos: Dorival Pinheiro Filho, Humberto Guimarães, Jairo Ribeiro, Denise Romão e Myrian Rosário

Semana Batista mobiliza média de 4 mil pessoas por dia em suas

reuniões em Jundiaí - SP

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11o jornal batista – domingo, 31/08/14missões mundiais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

Um culto de grati-dão e boas-vindas marcou o início das aulas deste

segundo semestre no Centro de Capacitação Missionária da JMM. Colaboradores, pas-tores e familiares dos voca-cionados se reuniram no dia 19 de agosto na capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil para presti-giar a nova turma de futuros missionários.

O pastor Jarbas Ferreira, assessor da Gerência de Mis-sões da JMM, deu as boas--vindas aos novos alunos e pediu que cada um se apre-sentasse. São dez alunos da turma de Missionários Lon-go Termo, que ficarão em treinamento até novembro, e nove da décima primeira turma do projeto Radical África, que terão aulas até maio de 2015. São eles:

Missionários Longo Termo:Luiz Carlos dos Santos Jú-

nior e Sara Moreira Camargo Santos - de São Paulo

Vinícius Alvez Pereira Al-meida e Patrícia Guedes Silva - do Rio de Janeiro

Bruno Araujo Ferraz e Pau-la Vita Decotelli Ferraz - do Rio de Janeiro

Esther Reznicek Centkiewi-cz - de São Paulo

Jorgelina de Lourdes Bur-gos - da Argentina

Maria da Penha Sales Pe-landa - do Espírito Santo

Marilene Pereira Dutra - de Minas Gerais

11ª Turma do projeto Radical África

Aimée Novaes – do ParanáCassiano Modesto dos San-

tos - de SergipeEliakim Lira Lopes - Teresi-

na – do PiauíJéssica Cristina Pereira Silva

– de Minas GeraisJoyane Ruana Almeida Sil-

va - do Mato GrossoHudson Sampaio de Almei-

da – do PiauíLetícia Gabrieli Silvino – de

São PauloMaria Lidiane Nunes da

Conceição – de São PauloNelcyelle France da Cruz

Oliveira – do Maranhão

O gerente de missões da JMM, pastor Alexandre Pei-xoto, aproveitou a ocasião para anunciar duas novida-des: os missionários Ronal-do e Ana Paula Lourenço,

que estavam no Senegal, e ficarão um ano aqui no Brasil como capelães. En-quanto isso, o trabalho que eles vinham realizando nesse país africano ficará por conta do missionário José Ricardo Nascimento. Para a coorde-nação do programa Radical foram anunciados os nomes do casal Fernando e Josane

dos Santos. Eles assumirão o lugar do pastor Fabiano Pe-reira e Daniele Valério, que assumiram a coordenação de um grupo de missionários na Ásia.

Todos puderam ouvir a mensagem do diretor exe-cutivo da JMM, pastor João Marcos Barreto Soares, que pregou sobre o capítulo 6

do livro de Atos. Ele citou a escolha de sete homens para resolver uma importante mis-são. Dentre estes escolhidos estavam Estêvão e Filipe. O pastor fez uma importante colocação aos futuros missio-nários sobre esta passagem e o momento que eles vivem:

“Você não vai dar conta do trabalho sozinho. Você

precisa do apoio de outros”. E nesta passagem três requi-sitos são apontados como fundamentais na escolha dos escolhidos a cumprirem uma missão determinada por Deus: ser uma pessoa de bom testemunho, cheia do Espírito Santo e de grande sabedoria.

“Missionário, você foi esco-lhido para resolver um pro-blema gravíssimo. O Brasil demorou muito tempo para erguer seus olhos para longe. Precisamos ampliar nossa visão e chegar até os confins da Terra. Se não for resolvido há tempo, este problema terá consequências eternas”, disse o pastor João Marcos.

Ele lembrou do comprome-timento de Estêvão e Filipe que deve ser modelo para todo aquele que deseja anun-ciar Cristo, citando Filipe, inclusive, como o primeiro missionário transcultural de fato.

“Filipe teve uma grande oportunidade e não a des-perdiçou. Aproveite todas as oportunidades para fa-lar de Jesus. Hoje temos missionários em áreas de guerra, áreas atingidas pelo Ebola. Enfim, a crise tam-bém é uma oportunidade para anunciar o Evangelho. Recentemente, uma de nos-sas missionárias nos relatou que, durante uma reunião com senhoras, 150 mulhe-res de um país em conflito se converteram. Não ne-gligencie o seu trabalho”, pediu o pastor.

A primeira oportunidade estes irmãos já tiveram. A oportunidade de se prepara-rem para seguir ao campo. Ore para que eles assimilem todo o conteúdo ministrado pelos professores e confir-mem aquilo que o Espírito Santo colocou em seus co-rações. Para seguirem o mais breve possível aos campos, eles precisarão de algo mais que treinamento. Precisarão do apoio das igrejas através não só das orações, mas também de ofertas. Invista em vidas. Adote um missio-nário da JMM. Entre em con-tato com nossa Central de Atendimento e saiba como participar desta missão lado a lado com nossos missio-nários.

Central de Atendimento JMM: 2122-1901 / 2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades)

Novos vocacionados chegam ao Centro de Capacitação

Missionária da JMM

Page 12: Jornal Batista nº 35-2014

12 o jornal batista – domingo, 31/08/14

Manoel Carlos Barbosa, coordenador da ADIBERJ

Entre os dias 15, 16 e 17 de agosto foi re-alizado o 35º Retiro dos Diáconos Batistas

do Estado do Rio de Janeiro (ADIBERJ), que aconteceu no Acampamento Batista em Rio Bonito – RJ. O evento contou com a presença de 485 diá-conos e diaconisas.

A ministração da Palavra ficou a cargo do pastor Felipe dos Anjos Pereira, do pastor Oswaldo Luis Gomes Jacob e pastor Henrique da Silva

Vieira. Os participantes tam-bém aproveitaram a ocasião para eleger a nova diretoria para o biênio 2014 e 2016, que assim compõe-se: Diaco-nisa Joselma Marins Marques (presidente), diácono Rholmer de Abreu Louzada (primei-ro vice-presidente), diácono José Firmino da Silva (segun-do vice-presidente), diácono João Batista Mota (secretário), diaconisa Nadir dos Santos Belem (segunda secretária), diáconisa Ana Odinéa Souza Achilles (terceira secretária) e diácono Manoel Carlos Bar-bosa (coordenador).

Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro participam do 35o retiro

notícias do brasil batista

Fotos: Sélio Morais

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OBITUÁRIO

Lágrimas e sorrisos na Juventude

13o jornal batista – domingo, 31/08/14notícias do brasil batista

Hudson Galdino da Silva, pastor da Segunda Igreja Batista em Cabo Frio - RJ

Há momentos em que lágrimas e sorrisos se mistu-ram, e não estou

falando de enfermidade psí-quica nem de desequilíbrio emocional. Falo de experi-ências que podem ser dolo-rosas, mas que nos apontam para reconhecermos virtudes e oportunidades.

O dia 21 de junho de 2014 foi um dia profundamente traumático para nós, da Re-gião dos Lagos e, especifica-mente, para a Juventude Ba-tista Litorânea (JUBAL). Era à tarde de um sábado, quando muitos jovens se preparavam para diversos compromissos. Surge então um telefonema. Espanto total; estado de cho-que em nossa casa. Seria um trote? Uma brincadeira? Após alguns minutos estávamos cientes da realidade: Luiz

Felipe Ferreira da Silva (Igreja Batista do Bairro Fluminense - São Pedro da Aldeia) e Feli-pe Miranda Pereira (Segunda Igreja Batista em Cabo Frio) haviam sofrido um grave aci-dente na Via Lagos (RJ-124) após irem ao Rio de Janeiro comprar um instrumento musical. Era o fim terreno de suas vidas jovens, com 23 e 24 anos, respectivamente.

A vida dos dois jovens foi marcada por sonhos e o de-sejo de crescimento. Felipe Miranda dizia: “Estou viven-do o melhor tempo da minha vida profissional e espiritual”. Os dois amavam a música. Tocavam em suas Igrejas e em diversas outras. Faziam parte da Banda da JUBAL e escreviam músicas para as ocasiões e encontros dos jovens.

A juventude ficou “sem chão”. Era difícil de acreditar no que tinha acontecido. Muita amizade e relaciona-mento. Amigos! Mas o ciclo

de amizade, de convivência e relacionamento havia sido in-terrompido inesperadamente de forma tão traumática.

No domingo à tarde, cen-tenas de pessoas vindas de todas as cidades da região chegavam a São Pedro da Aldeia para o momento de gratidão a Deus por essas vidas tão queridas, amadas, importantíssimas na vida de cada jovem da Juventude Ba-tista Litorânea. Era o momen-to de declarar e aprender que “os pensamentos e caminhos de Deus não são os nossos”. Era hora de ler e meditar no que diz Paulo em Romanos 9.20: “Quem és tu, ó homem que a Deus replicas...”. Era o momento para recebermos o ensinamento de Paulo que diz em Romanos 8.28 “Sa-bemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...”.

Chegara o momento de mesmo com lágrimas e cho-

ro e um sentimento de per-da, termos nossos corações sorridentes porque ainda tão jovens, deixaram-nos muitas coisas excelentes. Partiram deixando sauda-des. E muitas saudades. Par-tiram deixando um legado de dedicação à boa música “gospel”. Lágrimas nos ros-tos, mas corações sorriden-tes porque eram e são filhos de Deus. Sentimos a falta deles, mas sorrimos com a alma e coração porque Luiz Felipe e Filipe Miranda es-tão no céu louvando a Deus e tocando instrumentos de louvor ao Pai.

Um dos amigos do Felipe Miranda, Vanderson Gar-cia, ressaltou: “Felipe era uma pessoa amiga, gostava sempre de estar perto. Era um sonhador. Estava empe-nhado nas coisas de Deus e queria sempre aprender mais. Havia comprado co-mentários da Bíblia para estudar e aprender. Relata-

va seu sonho de casar, ter filhos e servir a Deus com sua família, esse era o seu sonho. Era prestativo, sabia ouvir conselhos. Nunca vi um caro com tamanha since-ridade quanto aos seus erros. Falava de suas fraquezas e erros, mas desejava sempre melhorar”, afirmou.

Nesse mês da juventude, quando encerramos esse período especial dos jovens, que esse testemunho sobre duas vidas jovens que nos deixaram, seja um tempo de aprendizado para todos. Seja um tempo de dizer e de-clarar que vale a pena sem-pre servir ao Senhor e que se esteja pronto, em Cristo Jesus, para o momento da chamada à Eternidade. Era de jovens preparados para encontrarem com o Senhor Deus. Louvamos a Deus pelo tempo de lágrimas e sorrisos em nossa juventude. Lágrimas de saudade. Sorri-sos de gratidão.

“A Juventude Batista Litorânea (JUBAL) lamenta muito o fale-cimento desses dois queridos irmãos. Eram grandes jovens, grandes amigos, grandes ho-mens de Deus! Sempre feli-zes, transmitiam alegria por onde passavam. Servos do Senhor que viveram no seu tempo para glória de Deus e servindo na JUBAL, assim como em suas igrejas, sempre convictos de que a vida na terra não teria sentido se não fosse para viver intensamente para a obra de Deus, espe-rando o dia de morar com o Rei”, declara Lucas Coriolano, presidente da JUBAL.

Felipe Miranda Pereira e Luiz Felipe Ferreira da Silva

Page 14: Jornal Batista nº 35-2014

14 o jornal batista – domingo, 31/08/14

Sandra Natividade, membro do Conselho Editorial

Por dever de justiça e registro na história não só dos batistas em Sergipe, mas no

país, entendemos trazer o feito à ordem, nas pesquisas que temos empreendido desde 1998 sobre a deno-minação batista em solo ser-gipano pouco encontramos sobre o poeta condoreiro saudoso Mário Barreto Fran-ça. Há um registro de atua-ção do jovem Mário Barreto no primeiro livro que escre-vemos A Saga dos Pioneiros Batistas em Sergipe, 1913-2003, publicado nas come-morações dos 90 anos da PIB de Aracaju e consequen-temente da presença batista no Estado, contudo um re-gistro en passant, colhido em pesquisa no nosso jornal oficial OJB de 4 de junho de 1925. No início deste ano, conversando com o presi-dente da PIBA pastor Paulo Sérgio dos Santos, tivemos a informação que viria minis-trar a palavra num domin-go, 26 de janeiro de 2014, Mário Barreto França Filho (ordenado ao ministério da palavra pela PIB de Mari-cá, RJ em maio do corrente ano). Ficamos felizes, pois teríamos a oportunidade de colher subsídios sobre seu genitor, entretanto houve um desencontro, estávamos na 94ª Assembleia Conven-cional da CBB em João Pes-soa, PB, mas gentilmente o pastor Mário deixou algum material e, certamente envia-rá mais informações sobre seu genitor que reputamos como um dos maiores poe-tas evangélicos desta pátria.

Mario Barreto França nas-ceu no Bairro da Boa Vista na cidade do Recife, Per-nambuco em 14 de feve-reiro de 1907, filho de José Eduardo França e Thionila Barreto França, ficou órfão precocemente, o pai era oficial do exército e fale-ceu aos 28 anos de idade, deixando a pequena família enlutada - Mário com apenas oito meses e Thionila - viúva aos 16 anos de idade. Mais tarde a jovem Thionila che-gou a contrair núpcias com um contabilista lá da Vene-za brasileira, daí o menino Mário passou a residir com sua bisavó materna, dona Grata Mafalda Barreto de Menezes, viúva do filólogo e jurista sergipano Tobias Barreto de Menezes. Sem qualquer explicação após alguns meses a genitora le-

vou o menino de volta para o seu convívio, uma ação falha, pois a frieza e indi-ferença demonstrada pelo marido com a presença da criança não permitiu que vivessem sob o mesmo teto, fato que levou o pequeno órfão a retornar ao casarão da bisa Mafalda, local onde o jurisconsulto Tobias Bar-reto de Menezes viveu seus dias finais. A jovem mãe se entristeceu com a atitude do marido passando a procurar refúgio nas visitas corriquei-ras à família, uma dessas na casa da irmã caçula aco-metida por febre amarela. Thionila acabou contraindo a moléstia - a irmã faleceu – e ela após poucos dias de contágio também foi vitima fatal da pertinaz enfermida-de. O pequeno Mário ficou órfão de mãe 1 ano e quatro meses depois da morte do pai, portanto aos dois anos de idade.

Aos 13 ou 14 anos Mário passou a residir na cidade de Aracaju, Sergipe, nos idos de 1920. Contou Mário em autobiografia publicada à época pela então Revista Mocidade Batista, fatos mi-nudentes de sua vida citando naturalmente Aracaju como um de seus domicílios, já que residiu na bela Recife, Acre, Belém, Aracaju, Rio Grande do Sul, São Paulo, radicando-se definitivamente na cidade do Rio de Janeiro. A infância do poeta Mário foi exemplo de superação e obstinação. Observamos uma meninice multifacetada coroada de êxito, inicial-mente pela educação rece-bida no lar e continuada na escola. Os primeiros anos de vida numa família humilde e equilibrada a presença da mãe, da bisa entrando em cena uma bondosa tia de nome Calíope Barreto de Menezes residente no

extremo norte do país que providencialmente em visita a genitora Grata Mafalda, resolveu levar consigo duas das crianças que a anciã criava, Mário foi um dos escolhidos. Calíope e seu es-poso Benevides não tiveram filhos, adotaram um indio-zinho e a família cresceu, já que levaram as duas crianças da bisa Mafalda. O abrupto falecimento do tio Benevides pregou uma peça na vida de Mário; Calíope em busca da saúde do marido mudou-se do Acre para Belém. A morte inevitável de Benevides fez Calíope arrumar as malas voltando definitivamente a sua cidade natal, Recife, ali trabalhou costurando para uma freguesia rarefeita, começou a migrar de resi-dência, Rua do Lima, Rua Marechal Deodoro próximo à velha estação de trem de Encruzilhada no Bairro do Feitosa, Bairro de Boa Vista e finalmente Bairro da Torre. Calíope aceitou o Evangelho de Cristo, a vida tomou novo rumo, seguiu prosperando e cuidando dos filhos que Deus tinha lhe dado, a igreja prestava o apoio necessário, por interveniência do pastor Pereira Sales, as crianças fo-ram matriculadas no Colégio Americano Batista, localiza-do à época na Madalena.

Mário fez sua pública de-cisão a Cristo aos dez anos por ocasião de uma Série de Conferências ministrada na Igreja Batista da Torre pelo pastor Salomão L. Ginsburg - foram seus contemporâneos na classe de intermediários, José Lins de Albuquerque, Enoch Verçosa e Waldemar de Oliveira. Mário tinha um objetivo que o perseguia: ingressar no Colégio Mili-tar, queria seguir a carreira do pai. Estudou no Ginásio Estadual Pernambucano, onde desfrutou do convívio

com mestres renomados a exemplo dos professores Os-valdo Machado, Ulisses Per-nambucano, padre Cabral, Cônego Jonas Tourinho, po-eta Farias Neves Sobrinho e Agamenon Magalhães. O Gi-násio Pernambucano era res-peitado, tinha reconhecida-mente o mais famoso corpo docente do estado, muitos professores da Faculdade de Direito do Recife ensinavam na instituição a exemplo de Oswaldo Machado, padre Cabral, Cônego Jonas Touri-no, poeta Farias Neves Sobri-nho e Agamenon Magalhães. Mário não perdia tempo se esmerava em todas as ma-térias, tinha como professor de português o padre Cabral muito competente e exigen-te, que estimulava os alunos a prática da redação. Certa ocasião houve um represen-tativo evento no Recife, o professor passou como tarefa e Mário tirou a maior nota e as melhores referencias na redação. A perspicácia aliada ao conhecimento fez daquele professor de por-tuguês o instrumento para orientar no estudo da língua pátria não somente o jovem Mário, mas os demais alu-nos, aguçando neles o gosto pela criação e composição em prosa e versos.Os alunos produziam satisfatoriamen-te seus trabalhos literários como recompensa, foram publicados no jornal manti-do pelo ginásio.

Há uma interrupção nessa trajetória, Calíope, convida-da para residir em Aracaju pelo presidente da Província do Estado de Sergipe, numa época de transição entre Pe-reira Lobo e Graccho Cardo-so, receberia daquele estado casa e pensão, vez que o estado prestaria justa ho-menagem ao grande jurista Tobias Barreto de Menezes. Os restos mortais do ilustre

sergipano procedentes do cemitério de Santo Amaro, no Recife, tinham chega-do ao estado e ficariam na praça onde seria erigido o monumento como preito de gratidão e justo reco-nhecimento dos sergipanos ao legado de Tobias. A tia Calíope chegou a Aracaju trazendo o índio Jacuman e Mário, sendo hospedados, naturalmente às expensas do governo provincial num dos melhores hotéis da ci-dade até a data da aludida inauguração. Assim começa a história de Mário na PIB de Aracaju antes, porém, a pe-quena família passou algum tempo na cidade natal de Tobias Barreto, à época cog-nominada Vila de Campos do Rio Real, posteriormente denominado município de Tobias Barreto, localizado a 127 km de Aracaju. Calíope e família hospedaram-se na residência de Francisco Bar-reto do Rosário, sobrinho de Tobias e irmão de Benevides seu falecido esposo.

A estada em Vila de Cam-pos durou até o reinício das aulas quando a tia e sobri-nhos retornaram para Araca-ju. A vida pacata na capital do menor Estado do Brasil proporcionou a Mário nas horas de folga do trabalho la-boral, fazer o que mais gos-tava; escrever sonetos, trovas e poesias, muitas poesias, prazer que cultivava desde sua cidade natal, contudo segundo sua autobiografia muitas delas perdidas nas mudanças que o próprio tempo se encarregou de fa-zer. Em Aracaju Mário tra-balhou inicialmente como vendedor no Armarinho do diácono Adolfo Santiago e depois por interveniência do genitor do saudoso Alberto Mazoni, no Escritório da Azevedo Amado. O trabalho e os afazeres normais do dia a dia não lhe tirou o foco da vida cristã, o jovem era um líder, foi superintendente da Escola Dominical de sua igreja e ainda naquela déca-da de 1920 quando o campo sergipano contava apenas com 3 igrejas da denomi-nação batista, ele seguia preparando a juventude, chegando a organizar uma lista com nomes de moços e moças para a fundação da União de Moços Batistas no Estado. Depois de Aracaju o obstinado jovem retornou a Recife e depois viajou para o Rio de Janeiro em busca de seu sonho, a carreira militar. Mário casou-se com Lygia Mesquita de Souza

Mário Barreto França: Infância e juventude de um obstinado

Inauguração do Monumento a Tobias Barreto, no dia 24 de outubro de 1920, em Aracajú

notícias do brasil batista

Page 15: Jornal Batista nº 35-2014

15o jornal batista – domingo, 31/08/14notícias do brasil batista

constituiu uma prole com-posta por Marlene, Mário Filho, Márcio, Marivaldo, Marcos, Marli e Marluce; trabalhando e estudando chegou ao generalato do Exército Brasileiro, foi um dos maiores poetas deste país. A poesia de Barreto Franca é um verdadeiro

deslinde de alguém sensí-vel e comprometido com sentimentos de: fé, educa-ção, amizade, esperança, amor, humildade, temas que acentuaram de perto a vida do homem Mário, servo do Deus altíssimo.

Neste mês de agosto de-dicado pelo calendário da

denominação à mocidade batista, apropriada está a poesia de Mário Barreto França de seu livro Rios no Êrmo, sob o título - Moço, sê o exemplo. Essa poesia apesar de escrita em 1958 continua atual, um chama-mento à juventude contem-porânea.

Moço cristão do meu Brasil querido, No meio desse povo corrompido,Em tudo sê o exemplo dos fieis!Tem cuidado de ti e da doutrina;Medita na mensagem benfazeja Que, pregada no púlpito da igreja,Aos recantos da pátria espalha a vozQuem vem dos céus e para os céus conclama,A mocidade a converter-se em chama,Para o mister bendito dos crisóis...Quando o tributo do Evangelho cobras, Sê o exemplo melhor das Boas Obras,Mostrando gravidade e incorrução;E o pérfido inimigo da alma humana, Ao te propor a glória que profana, Tenha a resposta decisiva: - Não!Segue as pegadas do Divino Mestre:E, em represália à tentação terrestre,Transforma a tua vida num fanal,Que indique aos viajores da existência

Que existe em Cristo a rocha da clemência,Como porto seguro conta o mal.No mundo pontilhado de perigo, Os conselhos de Deus leva contigoE luta pelo bem, seja onde for;E por amor do Martire Sagrado,Cinge teu peito, empunha o teu cajadoE apascenta os cordeiros do Senhor!Mas, no esplendor de tua juventude,O anseio da conquista não te mudeNo ingrato que despreza o amor dos pais;Sê sujeito aos mais velhos; e procura,Na humanidade dos santos, a armadura Que te defenderá de satanás... Ó moço, sê o exemplo da energia,Que o povo do sertão te desafiaE ao sacerdócio de missões te induz;Que o pátrio evangelismo te transformeNo exército da fé, tão forte e enorme,Que conquiste o Brasil para Jesus!

General Mário Barreto França

Santa Maria de Jetibá – ES recebe 89a Assembleia da Convenção Batista

Pioneira do Sul do Brasil

Por que uma Assem-bleia da Pioneira no Espírito Santo? Por-que há 30 anos ora-

mos, enviamos e investimos na obra missionária entre os pomeranos na serra capixa-ba. Hoje, há quatro igrejas organizadas e várias congre-gações que, juntas, somam mais de 500 crentes.

Para a Assembleia, reu-nimos 138 mensageiros de 47 igrejas dos cinco estados onde a Pioneira está presen-te: RS, SC, PR, SP e ES. As reuniões foram realizadas no templo da PIB em Santa Ma-ria de Jetibá, que está total-mente reformado e ampliado. O tema da Assembleia deste ano foi “Edificando a Igreja – Família de Grande Valor!”. A divisa, Mateus 16.18b “e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas

do inferno não prevalecerão contra ela”.

Como preletor oficial, contamos com a presença do pastor Daniel Gonzalez, missionário cubano, coor-denador do movimento de plantação de igrejas em Cuba Oriental. Juntamente com sua família, nos inspirou e desafiou com a Teologia da Missão Integral na prática.

Inspiração nas mensagens e no louvor, sob a liderança do Ministério Geração Fiel, pioneiro desde o nascimen-to. E o que dizer do reforço para aplicação das men-sagens pelo ministério de Criatividade e Arte? Não dá para dizer que relatórios são chatos: mulheres e jovens prestaram relatórios levando os mensageiros a cantarem e fazerem performances. Mas o que se destacou foi

a busca por excelência nos congressos, acampamentos, encontros, treinamentos, apelos e na comunhão fra-terna.

Obra missionária desafia-dora, onde as frentes vão se multiplicando, assim como as parcerias missionárias com agências e igrejas. Novos obreiros são necessários e uma nova filosofia missioná-ria vai se formando. A edu-cação ministerial cresce na forma e na profundidade, como por exemplo o curso Bacharel em Teologia, que foi reconhecido pelo MEC. Muitas ferramentas de apoio ao ministério da igreja local, presencial e à distância tam-bém têm sido desenvolvidas, assim como o despertamento da juventude e envolvimento prático com as igrejas e mi-nistérios.

A obra social é fruto de uma postura teológica com-prometida com a Missão Integral da Igreja. Atenção às crianças e adolescen-tes, ouvintes e surdos, bem como aos idosos. Podemos crescer muito no compro-misso da Missão Social. O desafio está lançado para que cada igreja e cada con-gregação tenha, pelo menos, um projeto social, no qual exemplifique o amor de Cristo no cuidado às pes-soas. O sustento da obra é fruto da participação coope-rativa, tanto financeiramente quanto pela presença, seja nos eventos convencionais, regionais ou nas atividades de promoção e capacitação.

Comemorar aniversário com um culto especial, ho-menagem aos pioneiros, presença das igrejas filhas

e congregações, saudação e cânticos em pomerano foi marcante, e o ponto alto: ba-tismo de novos crentes pelo missionário pioneiro. Novos crentes testemunhando para a igreja, familiares e para a comunidade pomerana, que Jesus Cristo é o Senhor.

O encerramento se deu de forma diferente, com uma visita aos campos mis-sionários nas “grotas da ser-ra capixaba”: Rio Ponte/Rio Claro/Tijuco Preto; Alto Rio Possmoser/Alto Garrafão/São João do Garrafão; Ca-ramuru/Vila Jetibá e Bairro São Luiz. Em cada lugar, histórias do que Deus está fazendo na vida das famí-l ias e das comunidades, testemunho claro de que Jesus está edificando a Sua igreja – família de grande valor.

Moço, sê o exemplo

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