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Jornal Regional de Catanduva www.redebrasilatual.com.br CATANDUVA nº 5 Fevereiro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Catanduvense começa mal o Campeonato Paulista e pode cair Pág. 6 FUTEBOL NA RABEIRA Expedição desce o rio e chega às corredeiras: tudo contra a erosão Pág. 7 ECOLOGIA CAIAQUE NO TURVO Padre Osvaldo, um balão de ensaio na política catanduvense Pág. 3 POLíTICA O PADRE E O PSD REINTEGRAçãO DE POSSE Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos Pág. 3 UM VERDADEIRO CHOQUE DE HORROR Prefeitura acaba com a maior festa popular do interior do Estado CATANDUVA O CARNAVAL DANçOU

Jornal Brasil Atual - Catanduva 05

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Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos reInteGrAção de Posse caiaque no turvo na rabeira o padre e o psd PolítICA Distribuiçã o nº 5 Fevereiro de 2012 Pág. 7 Pág. 3 Pág. 3 Pág. 6 Jornal Regional de Catanduva www.redebrasilatual.com.br Catanduvense começa mal o Campeonato Paulista e pode cair Padre Osvaldo, um balão de ensaio na política catanduvense Expedição desce o rio e chega às corredeiras: tudo contra a erosão

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Jornal Regional de Catanduva

www.redebrasilatual.com.br catanduva

nº 5 Fevereiro de 2012

DistribuiçãoGratuita

Catanduvense começa mal o Campeonato Paulista e pode cair

Pág. 6

futebol

na rabeira

Expedição desce o rio e chega às corredeiras: tudo contra a erosão

Pág. 7

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caiaque no turvo

Padre Osvaldo, um balão de ensaio na política catanduvense

Pág. 3

PolítICA

o padre e o psd

reInteGrAção de Posse

Governo do Estado usa força bruta para desalojar famílias em São José dos Campos

Pág. 3

um verdAdeIro Choque de horror

Prefeitura acaba com a maior festa popular do interior do Estado

CAtAnduvA

o CArnAvAl dAnçou

2 Catanduva

expediente rede brasil atual – catanduvaeditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008tiragem: 10 mil exemplares distribuição Gratuita

PolítICA

o balão de ensaio do PsdPadre Osvaldo é candidato à sucessão municipal?

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jornAl on-lIne

Caçula na política brasi-leira, o PSD, do prefeito pau-listano Gilberto Kassab, tenta emplacar um nome de peso na eleição deste ano em Catan-duva. Desde o fim de 2011, o partido ventila a candidatura do padre Osvaldo de Oliveira Rosa, da Paróquia Imaculada Conceição, no Conjunto Bom Pastor, à prefeitura da cidade. Nas festas de fim de ano, fo-ram espalhados vários outdo-ors pela cidade com o rosto do padre e do deputado fede-ral Eleuses Paiva, também do PSD, desejando “Feliz Natal e Próspero Ano Novo” à po-pulação. Atualmente, o padre Osvaldo é presidente do parti-do em Catanduva.

Pesam a favor do padre o fato de ele ser uma novidade

na política (o que acarretaria rejeição menor, se comparado aos adversários) e de estar à frente de grandes obras assis-tenciais numa região populosa da cidade, que compreende bairros como Bom Pastor, Pa-chá, Eldorado e Solo Sagrado. Aliados do padre pensam na possibilidade de ter como vice o suplente de deputado federal Sinval Malheiros (PV), que

obteve 22 mil votos em Catan-duva para a Câmara Federal.

O fator padre Osvaldo au-menta as incertezas da eleição para prefeito de Catanduva. Três pesos pesados estão na disputa: o deputado estadu-al Geraldo Vinholi (PSDB), a primeira suplente do PT na Assembleia Legislativa, Beth Sahão, e o vice-prefeito Ro-berto Cacciari (PMBD). Para ser candidato, o padre terá de contar com o aval do bispo de Catanduva, dom Otacílio Luziano da Silva. À impren-sa, o bispo afirmou que não foi procurado pelo padre para tratar da questão, mas garantiu que, se for candidato, o padre Osvaldo ficará impedido de atuar como sacerdote, enquan-to dure sua carreira política.

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edItorIAl

Há três episódios recentes da política estadual paulista que ilustram bem a serviço de que interesses pulsa o governo do Estado e para que serve a Polícia Militar: a invasão da Universidade de São Paulo e a consequente prisão de estu-dantes, a malfadada ação contra os dependentes de droga da Cracolândia e o choque de horror produzido pela tropa para desalojar mais de 6.000 pessoas do bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba – vale lembrar que a ação foi urdida de maneira furtiva e rápida, pois as partes negociavam com o governo Federal quando uma reintegração de posse foi dada pelo juiz Rodrigo Capez, irmão do deputado federal Fernando Capez, do PSDB, a pedido da massa falida da empresa Selecta, do doleiro Naji Nahas.

Não bastasse a triste constatação revelada pelo livro A Pri-vataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., onde é con-tada, tintim por tintim, a história de um dos maiores roubos levados adiante na política brasileira durante a desditosa pri-vatização levada a cabo pelos tucanos – a matéria foi capa da nossa edição passada e pode ser lida no site www.redebrasila-tual.com.br/jornais –, o partido revela agora a sua face mais cruel, o seu lado mais desumano. Os três fatos, melancólicos por si sós, são reveladores de um governo que vai chegando ao fim passando a sensação de total menosprezo à população, que se apaga deixando as trevas como rastro e a estultícia como pegada. É isso. Boa leitura!

A Privataria

homenAGem

brecha: lembrança pra sempre Ex-jogador batiza o gramado do estádio Sílvio Salles

O atleta Moacir Bernar-des Brida, o Brecha, foi ho-menageado em Catanduva, em janeiro, durante a reinau-guração do estádio Sílvio Salles, que passou por refor-mas para receber os jogos do Campeonato da Série A-1. O ídolo do Santos, Juventus e Grêmio morreu no fim do ano passado e batiza agora o gramado chamado de Arena Brecha.

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No discurso, o prefeito Afon-so Macchione Neto (PSDB) ou-viu a queixa de familiares de Brecha pela “falta de apoio do município aos projetos do ex-

-jogador”. A família lembrou que, por vários anos, “ele ten-tou desenvolver iniciativas na área de esporte e nunca rece-beu suporte da Prefeitura”. Mas Macchione também ou-viu elogios. Seu principal al-goz na Câmara Municipal, o vereador Marquinhos Ferreira (PT), autor do projeto que ho-menageou Brecha, aplaudiu o prefeito pelo resultado da reforma do estádio municipal.

3Catanduva

reInteGrAção de Posse

A desastrosa ação da polícia. e outros desastres

A justiça dos ricos devolveu a terra a um criminoso

Tropa de Choque desaloja seis mil moradores do Pinheirinho, em São José dos CamposMadrugada de 22 de janeiro,

domingo. A maioria dos habi-tantes de São Paulo dorme. À socapa, com contingente cin-co vezes maior do que o usado para a ocupação da Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, dois mil soldados da Polícia Militar paulista iniciam uma operação de guerra, das maiores em tem-pos recentes. De repente, a tropa aparece com cavalos, cachor-ros, escudos, cassetetes, carros blindados, revólveres, pistolas com balas de borracha, sprays de pimenta, bombas de gás la-crimogêneo, tratores. E invade as casas. Os inimigos não são chefões do tráfico de drogas nem banqueiros flagrados em esquemas de lavagem de dinhei-ro. São 1.500 famílias – seis mil pessoas – do Pinheirinho, bair-ro de São José dos Campos, no Vale do Paraíba. Elas não têm nem como pegar seus documen-tos, mas tentam resistir. Montam barricadas, atiram pedras e paus, queimam carros.

A história acaba com muita fumaça, gritos, choro e feri-

dos. Alvo de um imbróglio ju-dicial, a área foi ocupada pelas famílias há sete anos. O terre-no de 1 milhão de m² pertence à empresa falida Selecta, do doleiro Naji Nahas (veja abai-xo). Há pouco tempo, Edson Cury, prefeito de São José, do PSDB, solicitou à Justiça Es-tadual a reintegração de posse da área, a pretexto de cobrar uma dívida de R$ 15 milhões da Selecta em IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

No início de janeiro, a PM já tentara desocupar o terreno,

mas a resistência dos morado-res abortou a operação. No dia 20, a Justiça Federal suspendeu a reintegração de posse. Um acordo firmado entre a Selecta e os advogados dos moradores, na presença de deputados de diferentes partidos, garantia a suspensão por 15 dias. Porém, alegando “conflito de interes-ses”, o desembargador Rodrigo Capez (irmão do deputado fede-ral Fernando Capez, do PSDB), que respondia pela presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, ignorou a decisão fede-

O Pinheirinho era de um casal de alemães assassinado misteriosamente em 1969. A terra, sem herdeiros – portan-to do Estado –, caiu nas mãos de Naji Nahas, um libanês que chegou aqui nos anos 1960, trazendo muitos dólares na ba-gagem. Em 1980, Nahas já era bem mais rico do que quando chegou: era dono de haras e in-vestia na Bolsa de Valores do

Rio de Janeiro. Mas, em 1989, ele se sujou na quebra da bolsa carioca. Acusado de manipular o preço de ações para vendê-las por mais, Nahas acabou preso sob regime domiciliar. Conde-nado a 24 anos de prisão por cri-me de colarinho branco, contra a economia popular e formação de quadrilha, ele foi inocentado em 2004, mas voltou aos jor-nais com a operação Satiagraha,

acusado de lavagem de dinheiro em paraísos fiscais.

Hoje, o Pinheirinho perten-ce à massa falida da empresa Selecta, de Naji Nahas, e vale R$ 180 milhões. Antes aban-donada, a área foi ocupada pe-las famílias agora despejadas. Nela havia ruas pavimentadas, energia elétrica, água, coleta de lixo, comércio e igrejas. Se o local fosse considerado

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), como o mo-vimento queria, o bairro se-ria de moradias populares, o que diminuiria seu valor de mercado. Mas a especu-lação está de olho na área, que está próxima a um setor industrial de alta tecnologia e faz fronteira com condo-mínios de luxo de Jacareí, cidade vizinha.

ral e fez prevalecer a decisão da juíza Márcia Mathey Loureiro, da 6ª Vara Cível de São José dos Campos, que determinava a reintegração de posse da área. Confiantes na validade da limi-nar da Justiça Federal e no acor-do firmado com a Selecta, os moradores não se organizaram para resistir.

A imprensa internacional – o britânico The Guardian, por exemplo – divulgou mortes na operação. A informação não foi confirmada oficialmente. Nin-guém sabe o saldo de feridos. O

secretário nacional de Articula-ção Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, foi baleado na perna. “Pelas costas, recebi tiros de bala de borracha, que me atin-giram a perna” – disse. Jornalis-tas e deputados foram impedidos de entrar no Pinheirinho depois da ação. O governo tentou jogar a culpa nos moradores pela vio-lência – um dia depois da desas-trosa ação, a Secretaria de Segu-rança Pública divulgou que uma verdadeira fortuna em cocaína (338 quilos) fora encontrada na área desocupada.

A truculência da polícia pau-lista do governador tucano Ge-raldo Alckmin recebeu críticas da opinião pública internacio-nal. No dia 27, a relatora espe-cial da Organização das Nações Unidas (ONU) Raquel Rolnik cobrou explicações das autori-dades brasileiras sobre o caso. Ela disse que a operação foi marcada por “gravíssimas vio-lações dos direitos humanos” e que o país caminha para trás em questões de cidadania.

A polícia e sua violência costumeira: pôs fogo nas casas e rendeu o povo armado de paus

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PAC

Governo federal banca desenvolvimento em CatanduvaPresidenta Dilma vai repassar R$ 21,7 milhões para Estação de Tratamento de Esgoto

Em 2012, Catanduva rece-berá uma enorme injeção de recursos do Governo Federal para a realização de obras de infraestrutura. Convênio fir-mado pela presidenta Dilma Rousseff com a Prefeitura, no fim do ano passado, permitiu que a cidade tenha acesso a repasses do Plano de Acele-ração do Crescimento (PAC). Os acordos foram assinados durante a visita de Dilma a São José do Rio Preto. Na ocasião, foram anunciados

R$ 21,7 milhões para a constru-ção da Estação de Tratamento de Esgoto e R$ 15 milhões para a instalação de receptores ao longo do rio São Domingos. A liberação dos recursos pelo go-verno federal foi celebrada pela administração municipal. Em seu site, a Prefeitura se referiu ao convênio como “o maior re-passe de recursos da história de Catanduva” e tratou 2011 como “um ano histórico”.

O rótulo de “obreiro”, prin-cipal marca do governo do

engenheiro Afonso Macchio-ne Neto (PSDB), passou a ser questionado pela população devido ao atraso e à indefini-ção de uma série de interven-ções realizadas pela Prefeitura em tempos recentes. É o caso da reforma da Praça da Matriz (cuja licitação é alvo de sus-peitas de vereadores da opo-sição), que deveria ser con-cluída no Natal de 2010, mas só foi inaugurada em maio de 2011. A Cozinha Piloto é ou-tro exemplo de obra sem pra-

zo para acabar. Em 2010, o local foi visitado e fotogra-fado por parlamentares da oposição, que constataram o abandono de equipamentos e materiais que não chega-ram a ser utilizados. Entre-tanto, de todos os impasses existentes o que mais arra-nha a imagem do prefeito é a demora na construção do Terminal Urbano. O local seria inaugurado em 2011, mas não há prazo para a obra ser entregue à população.d

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termInAl urbAno

obra sem prazo para conclusão irrita até governistasLentidão da Prefeitura em entregar projetos da cidade gera críticas de aliados de Macchione

Quem depende de trans-porte público sofre com a demora para a conclusão das obras do novo Terminal Ur-bano de Catanduva. A len-tidão do poder público em concluir a intervenção – ela devia ser entregue à popula-ção no início do ano passado – levanta uma série de críti-cas de políticos, inclusive de aliados do prefeito Afonso Macchione Neto (PSDB), e da imprensa regional. Em ja-neiro deste ano, foi instalada uma Comissão Especial de

Vereadores (CEV) na Câmara Municipal, para acompanhar o andamento das obras.

As pessoas já deram até um apelido para o espaço: “Interminal” Urbano. O “In-

terminal” começou a ser cons-truído em setembro de 2010. O prazo para a conclusão das obras era fevereiro de 2011. A vencedora da licitação foi a empreiteira Base, de Curitiba. Nos meses iniciais, a Prefeitu-ra pagou à construtora metade dos R$ 2 milhões previstos no contrato. Isso não impe-diu, porém, que a empreiteira abandonasse a obra no meio do caminho, deixando até de pagar os funcionários.

Diante disso, o municí-pio foi obrigado a assumir a

construção do “Interminal” – a Prefeitura corre o risco de ter de arcar com os custos de ações trabalhistas dos funcio-nários, vítimas do calote da empreiteira paranaense. Por enquanto, não foi definido um prazo para a inauguração do “Interminal”. Enquanto aguardam o fim da novela, os usuários do transporte coleti-vo usam um terminal impro-visado, que não conta com cobertura adequada nem ban-cos e espaço suficiente para atender à população.

AnunCIe Aqui!Telefone: (11) 3241–0008

E-mail: [email protected]

Rede

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CArnAvAl

que fim levou o melhor Carnaval do interior?

falta de apoio comprometeu qualidade da festa

A lenta morte da cultura

Prefeitura suspende desfile de rua, alegando perda de recursos com o fim da CIPA Prefeitura de Catanduva

colocou água no chope dos fo-liões que queriam aproveitar aquele que já foi considerado o melhor carnaval do interior do Estado. Em nota oficial divul-gada no começo de janeiro, a administração municipal sus-pendeu os desfiles de rua deste ano. A razão do cancelamento seria a extinção, pela Câmara, da cobrança da Contribuição de Iluminação Pública (CIP). Na nota, a Prefeitura afirma que a decisão foi tomada na tentativa de evitar “cortes em investimentos já programados

e necessários para o desenvol-vimento da cidade”. O texto também diz que “a primeira redução significativa de gastos

ocorrerá no carnaval, que ga-nhará um formato mais popu-lar, apenas com trios elétricos. A estrutura levada à Avenida

Theodoro Rosa Filho também será reduzida”.

Na prática, a decisão repre-senta a pá de cal derradeira no carnaval de rua de Catanduva. A fama de melhor folia do in-terior começou a ser construída nos anos 1930, época em que foram realizados os primeiros desfiles na cidade. Na época, a festa mesclava carros alegó-ricos com os famosos cordões de foliões, que dariam origem às escolas de samba que mar-cariam história nas décadas seguintes. A profissionalização dos desfiles permitiu que as

A decadência do carna-val de Catanduva é um pro-cesso antigo, relacionado à falta de investimentos do

Outras manifestações tra-dicionais deixaram de ser realizadas, devido à falta de dinheiro em Catanduva. É o caso da Feira Comercial e In-dustrial de Catanduva (Fecic), realizada desde a década de 1980, que mesclava exposi-ções de negócios com grandes shows musicais e atraía mi-lhares de pessoas do Estado. Extinta em 2010, ela deu lugar à Mercocentro. Na época, a Prefeitura e a Associação Co-mercial e Empresarial de Ca-tanduva (ACE) alegaram que buscavam um modelo de feira voltado para os negócios.

Em 2011, foi a vez de a cin-quentenária Via Sacra da Fra-

ternidade dar seu canto de cis-ne, também devido à falta de apoio financeiro do poder pú-blico. De nada adiantaram os apelos de alguns vereadores, caso de Vanir Martinho Braz (PSDB), que cobrou o prefeito Afonso Macchione Neto, seu

colega de partido, da tribuna da Câmara Municipal para permitir que a encenação da Paixão de Cristo continuasse a ser realizada na cidade. Tam-bém no ano passado, Catandu-va ficou sem uma de suas mais antigas tradições, a Quermesse de São Domingos, padroeiro da cidade. O problema deveu--se ao fato de a Prefeitura não disponibilizar meios para a instalação de barracas na en-tão recém-reformada Praça da Matriz. Diante do impasse criado em torno do local da festa, a Paróquia de São Do-mingos desistiu da quermesse, realizada desde que Catanduva foi fundada.

agremiações exportassem o co-nhecimento adquirido ao longo dos anos. Não por acaso, algu-mas escolas, caso de Coração de Bronze e Bateria Nota 10, são convidadas a desfilar em outras cidades do Estado. Já a Rosas de Ouro, com suas mu-latas e bateria, anima os gran-des eventos organizados pela nata da sociedade local. São as formas encontradas pelas agre-miações para manterem viva a tradição do samba, que ajudou a incluir o nome da “Cidade Feitiço” no Mapa Cultural do Estado de São Paulo.

poder público na festa. Consi-deradas as principais atrações da folia de rua, as escolas de samba têm sido obrigadas a

conviver, nos últimos anos, com a escassez crônica de re-cursos. Em 2011, por exem-plo, a Prefeitura destinou

R$ 15 mil para cada uma das escolas de samba (Bateria Nota 10, Coração de Bronze e Mo-cidade da Região Norte) que

participaram dos desfiles de rua. Este ano, a Prefeitura decidiu cortar a verba desti-nada às agremiações.

A CIP permaneceUm dia depois de anunciar

o corte no orçamento do car-naval de rua, pela perda dos recursos da Contribuição de Iluminação Pública (CIP), a Prefeitura retomou a cobran-ça da taxa. Num decreto pu-blicado na Imprensa Oficial do Município, ela alegou que a cobrança da CIP estava pre-vista no orçamento de 2012 (aprovado pelos vereadores) e que a perda dos recursos afe-taria a iluminação das quase 200 praças da cidade, gerando o caos e a falta de segurança – no texto, o prefeito Afonso Macchione Neto (PSDB) afir-mou que tem a prerrogativa

de se negar a cumprir uma lei inconstitucional; o Exe-cutivo move ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) no Tribunal de Justiça contra a lei aprovada no fim do ano passado pela Câmara, que ex-tingue a CIP.

A decisão do prefeito, to-mada antes mesmo de a Jus-tiça se pronunciar sobre a po-lêmica, causou mal-estar entre os vereadores, que classifica-ram a ação como um erro po-lítico de Macchione. Mesmo com a volta provisória dos re-cursos da CIP, a Prefeitura não deu sinal de que irá retomar os desfiles de carnaval este ano.

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futebol

Grêmio vai aos trancos e barrancos no PaulistãoTime está lá atrás na pontuação do Campeonato Paulista e perspectivas não são animadoras

O Grêmio encontra difi-culdades para se afirmar na elite do futebol. O time não conseguiu vencer nas rodadas iniciais do Paulistão da Série A-1. Na estreia, diante de sua torcida, o Bruxo foi derrotado pelo Mogi Mirim, por 2 x 0. Na segunda rodada, o time foi a Mirassol enfrentar os donos da casa, que vinham de derrota na estreia contra o Corinthians, por 2 x 1. O “clássico” regional terminou empatado, em 1 x 1.

O jogo mais esperado do Bruxo era contra o Palmei-ras, no estádio Sílvio Salles. A expectativa não se relacio-nava ao futebol das equipes, mas às chances de um retor-no financeiro. Para o jogo contra o Verdão (único gran-de que vem a Catanduva, na primeira fase do Paulistão), a diretoria do Grêmio fixou o valor dos ingressos em R$ 80. A meia-entrada, de R$ 40, foi cobrada de crianças

de dois anos de idade – na Série A-2 o preço era de R$ 20, na A-1 ele custa R$ 40 (com meia de R$ 20, para estudantes e apo-sentados, conforme manda a lei). Resultado: pouca gente viu o empate de 1 x 1. Depois, a equipe viajou para Jundiaí, enfrentou o Paulista e perdeu de 3 x 1. Finalmente, empatou em casa com a Ponte Preta de Campinas: 1 x 1.Fe

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Contra o Palmeiras: quase ninguém no estádio

entrevIstA

Crack não é problema exclusivamente da polícia“Ação deve ser integrada nas áreas sociais” – diz presidente do Sindicato dos Bancários

O presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e do Instituto Ecoarte, Amarildo Davoli, defende uma ação integrada nas áreas de educação e saúde no combate à epidemia do crack que assola a sociedade brasileira. E ataca a “pedagogia do cassetete”.

Como o poder público enfren-ta o crack em Catanduva?A situação é bastante desolado-ra. As ações desenvolvidas estão restritas ao âmbito da segurança pública. As drogas são tratadas como um problema apenas da polícia. A coisa não funciona assim. Para ser bem-sucedido, o enfrentamento à dependência química deve unir ações nas áreas sociais – na educação, na saúde. Antes de tudo, o depen-dente químico é um doente, que precisa ser tratado.

Quais as carências da cidade no combate às drogas?Nosso sindicato conta com um representante no Conselho Municipal de Saúde. Por isso, a gente acompanha, há tem-po, o clamor dos conselheiros para que Catanduva passe a contar com um serviço de re-

ferência em saúde mental para o tratamento de dependentes químicos. Infelizmente, as au-toridades parecem ignorar esse problema. Todas as ações vol-tadas à recuperação de usuários de drogas em Catanduva são realizadas por entidades parti-culares, como ONGs e igrejas.

Se dependessem do poder pú-blico, as pessoas estariam per-didas. As autoridades do muni-cípio não realizam um trabalho de prevenção adequado.Como assim?O ditado diz que é mais fácil prevenir do que remediar. O município peca ao não ofere-cer aos jovens uma perspec-tiva de lazer, de cultura, de esporte, enfim, uma educação que abra portas para o futuro e que sirva de alternativa ao mundo das drogas. No Insti-tuto Ecoarte, a gente mostra às crianças e adolescentes que existe um caminho me-lhor. Ajuda cada um deles a conhecer os próprios talentos e a construir uma autoestima elevada. Assim, acreditamos, eles não precisarão recorrer às drogas para se afirmarem diante do mundo.

Como você avalia a ação das autoridades paulistas na Cracolândia?Uma tragédia. As autoridades falharam de forma vergonhosa. Primeiro, ao permitir que a si-tuação chegasse àquele ponto; depois, ao agir com violência em relação a seres humanos que, antes de mais nada, necessita-vam de ajuda. Às vezes, tenho a impressão de que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se es-quece de que vivemos em uma democracia. A pedagogia do cas-setete e da bala de borracha cai bem às ditaduras. E, pior, não re-solve o problema dos dependen-tes, que, sem tratamento, conti-nuarão a se afundar nas drogas. Infelizmente, não sabemos se esse tipo de ação visa resolver de fato o problema ou se não passa de uma forma de se tentar tapar o sol com a peneira.

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expedição desvenda as corredeiras do rio turvoPasseio é oportunidade de se ver de perto a degradação por que passa o rio. E estancá-la

CulturA

um domingo com bandas de rock e muita arte

ecoarte realiza planejamento para 2012

O festival, com música, dança e poesia, vai ocorrer no Clube dos Bancários, dia 3 de março O Sindicato dos Bancários

de Catanduva e Região, o Insti-tuto Ecoarte e a subsede de São José do Rio Preto da Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizam, no dia 3 de março, a primeira edição do Sindarte. O festival de artes ocorrerá no Clube dos Bancários (Rua Bo-

caina, 620, Jardim Del Rey), a partir das 13 h. Entre as atrações previstas estão as apresentações do grupo de dança Expression e da Cia Caxaprego, com o espe-táculo Relógio.

Haverá também sarau de poesias, exposição de artes plásticas, mostra de grafite e

shows com as bandas Dioma, Controlverse, Zeedogz, Página 32, Gambiarras e Blackdoor. O evento terá como foco a susten-tabilidade (por sinal, o tema da mostra de grafite), que é uma das propostas de atuação do Ins-tituto Ecoarte. Mais informações pelo telefone (17) 3522-2409.

O Instituto Ecoarte (Eco-logia e Arte de Catanduva) iniciou seu planejamento para 2012. Entre as propostas estão a realização de cursos de artesanato e geração de

No dia 14 de janeiro, três ca-tanduvenses realizaram uma ex-pedição de caiaque no rio Tur-vo, um dos principais da região. A descida, de 30 km, na divisa de Cajobi e Embaúba demorou quatro horas para ser concluída. Essa foi a primeira vez que o professor de educação física Ar-tur Henrique Barbosa, 26 anos, encarou o rio que, por sinal, é bastante calmo. “Durante a des-cida, nos deparamos com quatro pontos de corredeiras, que fo-ram um pouco mais complica-dos” – diz ele, acompanhado de outro novato, David Grandol-pho, autônomo, e do experiente Marcelo Bittencourt, dentista.

No começo, havia cinco pessoas dispostas a descer o rio. Porém, no dia marcado,

de Preservação Permanente), que deveriam compreender uma faixa de 50 metros, a par-tir da margem do rio.”

Ao terminar a expedição, o grupo foi recepcionado no rancho do ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Francis-co (Chico Belo) Bellíssimo, por Dedê, Ricardo, Cibalena, Élcio, Camilo, Luís, Tito e Neto Spina. Eles pretendem se reunir agora com outros re-madores e com o pessoal dos Bombeiros, do Instituto Eco-arte e da Polícia Ambiental e organizar uma nova expedi-ção. O objetivo é conscienti-zar a população da importân-cia de se preservarem os rios da região.

apenas os três compareceram e tiveram a chance de conhecer de perto a degradação das mar-gens do Turvo. “Os trechos de

mata ciliar são poucos e espar-sos. Em alguns trechos, a cana chega alta às margens do rio, e existem muitos pontos de ero-

são na beira do Turvo” – afir-ma Arthur. “Outro fator que agrava o problema é a presen-ça de ranchos nas APPs (Áreas

renda, além de novas turmas no curso de violão. Este ano tam-bém será implantado o primeiro projeto na área de meio ambien-te, com coleta e reaproveita-mento de óleo de cozinha usa-

do. O instituto irá distribuir uma cartilha de educação ambiental, que será distribuída nos bairros vizinhos a sua sede.

Outra iniciativa com início em 2012 é o Cinema no Bairro,

com exibições mensais e gratui-tas de filmes para a população. Durante as sessões, serão realiza-das discussões com a presença de especialistas. Na área de esporte, serão oferecidas aulas de nata-

ção e de futebol para crianças e adolescentes. O calendário completo das atividades e in-formações sobre inscrições serão divulgados na próxima edição do jornal Brasil Atual.

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foto síntese – CâmArA munICIPAl PAlAvrAs CruzAdAsPAlAvrAs CruzAdAs

respostas

PAlAvrAs CruzAdAs

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

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horizontal – 1. Ato pelo qual se pode obter o produto final de um processamento digital, especialmente em programas de modelagem 2D e 3D 2. Cidade do Paraná 3. Monarca; A primeira vogal duplicada 4. Provocar, amolar 5. O, em alemão; rico, endinheirado 6. Antigo Testamento; Dar à luz em parto 7. nome de uma estrela; Forma abreviada de altitude 8. viseira de boné, quepe ou chapéu; Satélite da Terra 9. Pelado; Partir 10. Provocar a demora 11. Terreno cuja cultura se interrompeu para repouso; Impressão variável que a luz refletida pelos corpos produz no órgão da vista.

vertical – 1. Qualidade de raro; Sigla do Amapá 2. Pessoa que, como penitência ou por índole, vive solitária em lugar deserto; Ação 3. Sinal gráfico pelo qual se distingue cada um dos quatro grupos de cartas de um baralho; Long-play (Abrev.); (Quím.) Símb. de rutênio 4. Distrito Policial (Abrev.); Mulheres que têm avareza 5. Relativo ou pertencente à Eólia; Sigla de Alagoas; Sétima nota musical 6. Sigla do Rio grande do norte; Copa, em inglês; Homem pequeno 7. (Fem.) Que é falto de instrução, ignorante; Cidade da Mesopotâmia localizada na grande Babilônia, junto ao rio Eufrates, habitada na Antiguidade pelos caldeus 8. A última e a primeira letra do nosso alfabeto; Próprio do campo 9. Dá sustentação ao voo; Dissolvido, desfeito 10. Chegar ao porto.

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sudoku

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