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3ª Edição do Jornal da Concelhia de Lisboa da Juventude Popular, Saiba mais em: http://www.facebook.com/lisboa.jp
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LISBOA
CONVIDA
MIGUEL PIRES DA
SILVA Pág. 3
ENTREVISTA:
NUNO MAGALHÃES Pág. 4
3ª Edição
Novembro 2012
Diretora: Diana Vale
Debate: Juventudes Partidárias, para
que vos quero?
REALIZAÇÕES JP LISBOA
MAGUSTO JP LISBOA Pág. 25
MANUAL DO MI-
LITANTE Pág. 33
NACIONAL NOVA LEI DAS FREGUESIAS Pág. 12
INTERNACIONAL ELEIÇÕES NOS EUA Pág. 17
2
Editorial
3 - LISBOA CONVIDA
Miguel Pires da Silva “Visão sobre o orça-
mento do estado”
4 - ENTREVISTA
Nuno Magalhães
8 - NACIONAL
Greve (Quase) Geral
Visita Angela Merkel
A Nova Lei das Freguesias - Um Novo Pro-
blema ou uma Solução Eficiente
Breve Nota Sobre a Coligação para as
Autarquias 2013
16 - INTERNACIONAL
OE Grécia
Rescaldo das Eleições Americanas
A Faixa de Gaza
20 - REALIZAÇÕES JP LISBOA
Universidade JP 2012
O Papel dos Cristãos nas Empresas
Um Magusto Diferente... Uma JP Diferente...
Lab Lx - Mobilidades e Acessibilidades
Palestra JP “Economia na doutrina social da
igreja”
Debate “Juventudes Partidárias Para que
vos quero”
Manual do Militante
35 - A JP FEZ 38 ANOS
36- ESCREVE O MILITANTE
Orçamento do Estado para 2013
39 - O BUSTO E O BETINHO
40 - AGENDA
Índice
Nesta edição do nosso jornal, continua em
foco o orçamento de estado. Fortemente con-
testado pela oposição provocou inúmeras
greves de grande dimensão, como a de 14 de
Novembro.
Foi convidado, o atual Presidente da JP
Nacional, Miguel Pires da Silva, para o Lis-
boa convida, que falou das possíveis conse-
quências deste orçamento de estado na vida
dos jovens portugueses. Tivemos a oportuni-
dade e o prazer de entrevistar o líder parla-
mentar da bancada do CDS-PP, o Dr. Nuno
Magalhães, que nos recebeu muito amavel-
mente e ao qual pudemos fazer algumas per-
guntas ligadas à visão do CDS sobre a temá-
tica quente do momento: o orçamento de
estado.
A nível internacional, temos três temas que
marcaram este mês. Começando pela difícil
aprovação de uma nova “tranche” para a
Grécia cuja situação não deixa de ser alta-
mente preocupante para a Europa já que não
se vê fim à vista para novos pedidos de res-
gate. A reeleição de Barack Obama nas presi-
denciais norte-americanas não trará grandes
mudanças na política seguida pelo Presidente
a nível internacional mesmo se a Secretária
de Estado, Hillary Clinton, não fará parte do
mesmo elenco governamental. Por fim, o
sempre eterno conflito israelo-palestiniano
cuja resolução se espera há mais de meio século e não parece que se encaminhe para uma solu-
ção, nem provisória, nem definitiva.
Contudo, nesta edição, decidimos dar ênfase às várias realizações da JP Lisboa com destaque
para quatro eventos: o magusto; a Palestra sobre a economia na doutrina social da igreja; o
debate entre juventudes partidárias do concelho de Lisboa, e a criação do manual do militante.
Não poderia deixar de mencionar, mais uma vez, o espaço reservado ao militante, que conta
com mais uma contribuição. Como também, não me posso esquecer de referir, o cartoon
humorístico que nos acompanha em todas as edições do centrista: o busto e o betinho.
Por fim, convido todos os leitores a consultarem a nossa agenda onde encontrarão todas as ati-
vidades que serão realizadas pela JP Lisboa no próximo mês.
3
LISBOA CONVIDA...
Presidente da JP
Miguel Pires da Silva
VISÃO SOBRE O ORÇAMENTO DO
ESTADO
O orçamento de estado esta semana aprovado na Assembleia da
Republica, segundo o nosso governo, não é o orçamento deseja-
do mas sim o orçamento possível perante a difícil situação em
que nos encontramos.
Não posso deixar de manifestar a minha tristeza ao constatar
que era possível cortar mais na despesa pública, mas por razões que até hoje não consigo
entender, esses cortes na despesa pública não foram feitos, obrigando a aumento "brutal" da
carga fiscal, bem sei que o aumento era inevitável, mas se este governo tivesse a coragem
necessária para cortar, esta "brutalidade" podia ter sido evitada.
A nós jovens que temos o futuro nas mãos cabe-nos a difícil tarefa de encontrar soluções para
o futuro, de contribuir ativamente com propostas que possam ajudar Portugal.
Já todos percebemos que o modelo adotado em 74 não funciona, a constituição não serve
todos os portugueses, é inevitável a sua modificação, não podemos aceitar que esta geração
continue entalada entre a dívida e a despesa!
Avizinham-se tempos difíceis, tempos em que todos nós temos que nos superar, infelizmente
esta não é a primeira vez que Portugal enfrenta uma crise, sempre soubemos, e sempre fomos
capazes de encontrar soluções! Eu acredito em Portugal.
4
ENTREVISTA
Deputado da Nação e Presidente o Grupo Parlamentar do
CDS
Nuno Magalhães
JP: Atendendo às críticas que se ouviram, tantos nas
bancadas do PSD, como do CDS-PP em relação ao orça-
mento de estado, como é que o Sr. Deputado que é líder
parlamentar encara a aplicação do mesmo em 2013?
Dr. Nuno Magalhães: Em primeiro lugar, acho que a crítica
é livre, é natural, é própria de partidos como o nosso que
preserva o pluralismo de opiniões e não, de outros partidos
que procuram centralizar a mesma opinião. Portanto, a crítica é livre e há que separar, desde já,
de forma clara, casos em que há violação dos estatutos dos regulamentos do partido em que
preveem que, em certos casos, as moções de confiança, de censura, de orçamento de estado,
que no fundo são os atos mais importantes parlamentares à disciplina de voto daquilo que não
está previsto nos regulamentos do partido e portanto, é um direito livre de qualquer deputado
apresentar uma declaração de voto expondo, e até acho que é um ato de liberdade e um ato
democraticamente de justificação perante quem os elegeu justificar o voto. Em segundo lugar,
dizer que vejo que é, evidentemente, um orçamento difícil, um orçamento que tem riscos, ris-
cos esses que são externos, isto porque há uma situação na União Europeia que está longe de
ser estável, há uma situação na zona euro que ainda é muitíssimo difícil, não obstante aquilo
que foi aprovado e o novo programa aprovado para a Grécia, é também muito complicada a
situação económica espanhola (todos nós sabemos que Portugal depende de Espanha a nível
das exportações), e a situação italiana e francesa não estão claras ainda e portanto qualquer
orçamento em qualquer circunstância de qualquer governo teria desde logo estes riscos exter-
nos. Também alguns riscos internos que não nego que tem a ver com a quebra mais acentuada
do que o previsto da procura e com isto, a quebra da receita fiscal e um aumento do desempre-
5
governo sempre disse que era difícil, que esta maioria sempre assumiu que era o ano mais difí-
cil do período de ajustamento. Neste momento, estamos na sexta avaliação e temos de dizer
que estamos quase a 2/3 do programa de reajustamento financeiro e portanto, necessariamente,
este orçamento seria sempre difícil. Com estes riscos, internos e externos, acrescidos o período
será muito difícil mas a solução de que muitos propõem que era a de não haver orçamento,
seria muito mais perigosa e mais arriscada para as famílias e para os portugueses.
JP: Como vê a possibilidade de um pedido de fiscalização da constitucionalidade do
Orçamento de Estado quer pelo Presidente da República, quer pela oposição?
Dr. Nuno Magalhães: Com naturalidade, isso é o normal do funcionamento das instituições
ou seja é natural que é um poder dos deputados, desde que, a partir de um certo número pos-
sam pedir a fiscalização preventiva por parte do Sr. Presidente e também é um poder do Sr.
Presidente de modo próprio ou por iniciativa própria pedir essa fiscalização. Acho que nós não
devemos dramatizar, acho que há uma excessiva dramatização da vida política portuguesa,
mas isto é apenas o normal funcionamento das instituições, portanto é tão normal o Presidente
da República pedir a fiscalização preventiva de um Orçamento, como não a pedir.
JP: Quais as consequências para o grupo parlamentar do voto contra do deputado da
Madeira que infringiu o regulamento do Grupo parlamentar e do entendimento entre os
dois partidos?
Dr. Nuno Magalhães: Eu acho que, evidentemente, a imagem do partido ficou prejudicada.
Eu não queria, peço desculpa, alongar-me muito porque tal como já disse também publicamen-
te, é matéria interna e de foro disciplinar e portanto não quero, nem ser mal interpretado. O
que eu em tese, em teoria geral, queria dizer só isto: em qualquer circunstância e sobretudo nos
momentos mais difíceis devemos procurar não ceder a tentações individualistas em prol do
coletivo.
JP: Mas por ser o Orçamento de Estado é mais difícil ou haverá mais consequências para
o deputado em causa do que noutras circunstâncias?
Dr. Nuno Magalhães: Não sou eu que o digo, são os estatutos do partido que o dizem. Os
estatutos do partido e o acordo de coligação ratificado pela Comissão Política Nacional dizem
que em matéria de moções de censura e moções de confiança, de orçamento de estado são
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matérias em que a disciplina de voto são quase absolutas, não é uma opinião, é um facto.
JP: O que é que atribui a um número tão elevado de declaração de voto?
Dr. Nuno Magalhães: Em primeiro lugar, não é caso único. Já vi aqui orçamentos de estado,
nomeadamente, na anterior legislatura do partido socialista. Por exemplo, a declaração de voto
do Deputado Dr. Manuel Alegre era recorrente. Mas acho que é natural, num momento de
enormíssima dificuldade, nós estamos perante um orçamento muitíssimo exigente. É natural
que as pessoas e os deputados tenham uma necessidade particular, especial e reforçada de se
justificar e explicarem porquê que votaram neste ou naquele sentido. Por isso, encaro com
naturalidade e não me surpreendeu.
JP: Relativamente à revisão constitucional que é pedida por vários sectores da sociedade
civil, qual é a sua opinião do afastamento imediato dessa possibilidade pelo Primeiro-
ministro?
Dr. Nuno Magalhães: Num momento tão difícil como este, exige um sentido de compromisso
com os parceiros sociais, com as associações patronais, com as associações sindicais, com o
partido da oposição que é indispensável para qualquer revisão constitucional que se faça, ou
seja sem o voto do partido socialista não é possível (porque é preciso uma maioria de 2/3), não
é possível fazer uma revisão constitucional. Eu acho que, independentemente de podermos
achar necessária do ponto de vista mais de fundo, neste momento especial em que o país vive e
atravessa dificuldades muito exigentes, estar a introduzir qualquer fator que possa constituir
ruido ou pretexto para não se fazer estas reformas que são há muito aclamadas pode ser contra-
producente. Acho prudente, nós não procurarmos dar pretextos para que não se faça estas
reformas.
JP: Qual é a sua visão do funcionamento e interesse do Conselho de coordenação da coli-
gação?
Dr. Nuno Magalhães: É um órgão que até agora tem funcionado bem e é um órgão importan-
te. Nós estamos perante uma coligação, dois partidos diferentes com histórias diferentes, com
ideias diferentes, com ideais diferentes, com programas eleitorais diferentes e portanto, é sem-
pre bom haver um órgão que, de uma forma rápida, simples e até informal, possa reunir para
prevenir a existência de qualquer tipo de problemas.
7
JP: Entende que a conferência de líderes é um mecanismo adequado para a definição da agen-
da e concertação entre os grupos parlamentares?
Dr. Nuno Magalhães: Sim, eu acho que a conferência de líderes, quer como Presidente do gru-
po parlamentar, quer como vice-presidente de vários presidentes dos grupos parlamentares,
tive em várias conferências de líderes e eu acho que é o local próprio até porque não é público
o que permite que haja mais tendência para o consenso, para o entendimento e para o diálogo
franco. Apesar de tudo, há uma noção de proteção da instituição parlamentar e do regime
democrático que é muito mais evidente do que no Plenário, na Comissão.
JP: Para terminar quer comentar o facto do Primeiro-ministro ter dito na sua entrevista
à TVI que o Dr. Paulo Portas é o nº3 do governo?
Dr. Nuno Magalhães: Formalmente, e a pergunta foi feita formalmente, assim é. A orgânica
do governo indicia que o nº2 é o Ministro do Estado e das Finanças e o nº3, o Ministro do
Estado e dos Negócios Estrangeiros. É óbvio que, politicamente, todos nós sabemos que se tra-
ta de uma coligação de dois partidos diferentes, com dois líderes partidários eleitos e, por isso,
legitimados de forma diferente e portanto, evidente e obviamente que todos nós sabemos, de
acordo com o regime constitucional que temos e governativo em que estamos, a existência de
dois partidos e de dois líderes requer obviamente uma articulação particular entre os dois para
que seja garantida a estabilidade enquanto valor fundamental.
8
NACIONAL
Bernardo Serrão Brochado
Vice-presidente da Democracia cristã
Greve (Quase)
Geral
seus intervenientes decidiram mostrar nas
redondezas da AR.
Em Portugal – e em muitos outros países - a
greve tem um valor muito relativo. A análise
que poderia ser feita do simbolismo desta
greve face à situação económica e social do
país não tem sentido prático para existir por-
que esta não tem vindo a ser mais do que
uma arma política. A greve não partiu das
pessoas, como a manifestação, por exemplo,
de 15 de Setembro. A greve, neste caso, é
apenas uma manobra de diversão do PCP,
por via do seu braço sindicalista conhecido
como a CGTP. Repare-se no absurdo da
situação: nem a UGT aderiu oficialmente a
Digo “quase” porque a adesão não terá sido
tanta como seria de esperar para uma altura
como esta, mas a palavra “geral” não poderia
deixar de estar incluída no título, já que ape-
sar das pessoas não terem aderido, há
“quem” não devesse fazer greve mas acabou
por fazer. E falo dos princípios do civismo,
falo das boas práticas de cidadania, falo do
respeito pelos agentes da autoridade. No fun-
do, respeito por nós próprios.
Este foi um mês verdadeiramente preenchido
em termos de notícias mediáticas. Aliás, os
últimos tempos têm vindo a sê-lo e, no meio
de tanta animação, parece que nos esquece-
mos da situação que vivemos. É o secretário-
geral do PS com as suas pseudo decisões; é o
CES; são os brutos da RTP; é o Presidente da
RTP; é o Orçamento Comunitário Europeu;
enfim, um sem-número de eventos que nos
tem distraído do que se passa no país. No
centro de tudo isto surge a Greve Geral que
teria passado despercebida, não fosse a
demonstração de civismo que (alguns) dos
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esta greve que é a segunda geral do ano.
Deixando de parte a adesão, que ainda teria
sido menor, não fossem as pessoas que esta-
vam dependentes dos transportes para ir tra-
balhar, a credibilidade desta greve foi prati-
camente nula. Sentiu-se, eu pelo menos senti,
que ninguém estava muito convicto da
necessidade de se fazer greve; muitos a fize-
ram só pelo prazer de descansar um pouco a
meio da semana ou por acreditarem (sem
grande convicção, reforço) que aquilo estaria
a contribuir, de alguma forma, para melhorar
o seu bem-estar.
Mas dificilmente uma greve nas circunstân-
cias em que esta ocorreu poderia ter algum
impacto na realidade económica ou social do
país: na terça-feira as pessoas foram traba-
lhar, na quarta fizeram greve, e, na quinta,
voltaram aos seus empregos como se nada se
tivesse passado no dia anterior, com efeito,
na quinta-feira que procedeu a greve geral
ninguém falava na greve do dia anterior, ape-
nas nos incidentes verificados.
E por que é que esta greve foi tão “morna”?
É uma pergunta cuja resposta já toda a gente
conhece. Quando se cai no ridículo de se
fazer duas greves no mesmo ano uma greve
não pode ser levada a sério. Quando nem os
próprios sindicalistas se entendem quanto ao
apoio a uma “greve geral” (repare-se no ter-
mo “geral”) uma greve não pode ter muita
adesão. Somando a isto tudo à verdadeira
demonstração de vandalismo e selvageria
que se assistiu nesse mesmo dia que incluiu
montras partidas, caixotes do lixo incendia-
dos, polícias agredidos, pessoas agredidas,
passeios destruídos, ouvi até populares a
comentarem sobre um carro incendiado, jor-
nalistas feridos, viaturas danificadas, o resul-
tado final só pode mesmo ser o pensamento
“Ops, isto correu mal, vamos fingir que isto
não aconteceu e para a próxima talvez corra
melhor”.
Que fique claro que uma greve geral deve ser
o último dos recursos de contestação à dispo-
sição de uma população civilizada. Por esse
mesmo motivo, a sua justificação deve ser
transparente e de elevada importância sob
pena de se vulgarizar um gesto que deve ser
simbólico para ter sentido.
Pensei ainda expressar uma opinião mais
profunda sobre a ação da polícia, mas em
conversa com amigos dos mais diversos qua-
drantes políticos cheguei à feliz conclusão de
que ninguém, nem mesmo os apoiantes da
greve, podia achar justificável agredir os
agentes, que são pessoas como todos nós,
durante mais de uma hora, recorrendo a
10
pedras da calçada e outros objetos, como se
de inimigos se tratassem. Parece-me que só
mesmo seres sem capacidade de raciocínio
lógico poderiam considerar isso uma forma
de “luta” pelos direitos ou seja pelo que for.
Concluindo, apenas clarificar que nesta
minha crónica de hoje não vos quis maçar
com um assunto já amplamente discutido e
rediscutido até quase à exaustão de todos
nós, mas não podia deixar de referir o abso-
luto fracasso que foi esta Greve Geral neste
Centrista e ainda desejar à CGTP sorte no
sentido de recuperarem a credibilidade. Um
conselho: comecem por tentar ser mesmo
uma intersindical e não um partido de
esquerda como gostam de parecer, é que há
trabalhadores (a maioria!) que não se identi-
fica com os ideais do PCP e que portanto não
poderão aderir às vossas iniciativas…
Visita Angela
Merkel
ais ou por maioria qualificada, nos termos
dos mesmos tratados. Merkel não é líder
europeia, nem foi eleita para tal, não é Presi-
dente da União Europeia, nem preside a
outro qualquer órgão europeu, como a
Comissão ou o Parlamento Europeu. O facto
Visitou recentemente Portugal, por algumas
horas, a Chanceler da República Federal Ale-
mã, Angela Merkel. Para alguns portugueses,
a visita foi um sinal de esperança de que a
Alemanha apoiaria Portugal na situação difí-
cil de resgate em que vive. Para outros, a
Chanceler terá vindo dar ordens ao Governo
Português subserviente continuado da Ale-
manha.
Quem é Angela Merkel e que poderes tem?
Angela Merkel é Chanceler da RFA e, por
isso, responde apenas perante os alemães.
Em termos dos Tratados Europeus isso ape-
nas lhe dá o direito de se sentar no Conselho
Europeu e participar em decisões consensu-
Mariana Brandão Rodrigues
Secretária-Geral [email protected]
11
de responder apenas perante os alemães limi-
ta e condiciona o alcance das iniciativas polí-
ticas que possa desenvolver. Por outro lado, a
Alemanha é economicamente o país mais
poderoso da União Europeia, disto decorre a
esperança que muitos portugueses terão de
que possa influenciar decisivamente o suces-
so do resgate ao nosso país, mas Merkel res-
ponde perante os alemães e tem que se sub-
meter a eleições legislativas no próximo ano.
A questão é: consegue e quer a Chanceler
convencer os eleitores alemães de que devem
caminhar para uma Europa mais solidária ou
não consegue ou não quer.
Se a Europa fosse una politicamente, seria
lícito comparar o seu comportamento ao de
um corpo vivo. Quando uma parte desse cor-
po ou algumas partes desse corpo fossem
afetadas por doenças o sistema imunitário da
Europa acorreria em seu socorro e travaria a
infeção. O mesmo aconteceria, num corpo
vivo, para expulsar corpos estranhos do orga-
nismo, o que me faz lembrar a pretensão da
Turquia de vir a pertencer a União Europeia.
É um facto que a Europa, apesar do seu mer-
cado comum, da livre circulação de pessoas,
bens e capitais e da parcial união monetária
(zona euro) está longe de ser um ente político
unificado. E certamente não é, nem nunca
conseguiu ser, uma União de países iguais e
soberanos, tal como vem nos Tratados, é um
agrupamento de países com assimetrias de
desenvolvimento e nível de vida dominada
por um diretório dos países grandes.
A acreditar num relatório da OCDE de há
alguns dias, nos próximos cinquenta anos a
Europa vai perder influência económica
mundial face á emergência da China, da
India e de outras zonas do globo. Isto se esta
nada fizer para inverter este desígnio de
decadência. Este relatório é apenas um aviso.
É o que acontecerá se os Europeus nada fize-
rem ou continuarem a não fazer nada para
alterar a tendência. É apenas um grito de
alarme do tipo do Fantasma do Natal Futuro
do Charles Dickens: a manter-se tudo igual é
o que vai acontecer. Por falta de liderança e
de vontade, a Europa nunca conseguiu apro-
ximar-se dos mais altos níveis de competiti-
vidade demonstrados pelos EUA e cada vez
mais pela China. Já tentou com a Agenda de
Lisboa, a Agenda de Lisboa falhou, assim
como, se não me engano, falhará a Agenda
Vinte (2020).
A título pessoal, penso que estas tendências
só se podem inverter se a Europa acelerar a
União Política no imediato. É altura de aban-
donarmos os conceitos de soberania de
Bodin. Portugal tem uma história de 900
anos, uma presença indelével em todo o
Mundo, é uma Estado Nação perfeito, tem
uma cultura e literatura única. Portugal nun-
ca acabará. Merkel se quisesse poderia lide-
rar este processo de unificação, resta saber se
a deixarão, se saberá e se o quererá fazer.
Acho que não, Deus queira que me engane.
12
Raquel Frazão Vaz
Vogal da Educação
Ao abordar este tema, torna-se imprescindí-
vel proceder a um esclarecimento que se pre-
tende sucinto e claro de matérias relativas à
Administração Publica, sendo elas: Adminis-
tração Pública em sentido orgânico, a refor-
ma administrativa, a administração local do
Estado, a Administração Autónoma e, por
fim, as autarquias locais (que compreendem,
claro está, as freguesias). De referir que,
todas estas matérias estão interligadas e não
obstante de este artigo se referir às fregue-
sias, ajudaram a compreender o que está em
causa no que toca a uma nova lei que as
regule.
Relativamente à Administração pública em
sentido orgânico, importa referir que a admi-
nistração pública não é uma atividade exclu-
siva do Estado, embora esta seja a principal
entidade de entre as que integram a
A Nova Lei das
Freguesias - Um Novo
Problema ou uma Solução
Eficiente?
administração. No séc. XIX a administração
estava nas mãos dos municípios. Porém,
hoje, a administração pública estadual ocupa
o primeiro lugar na tarefa administrativa,
embora não possamos esquecer o princípio
da descentralização (por exemplo, a adminis-
tração regional e municipal). Aliás, os muni-
cípios e as autarquias são tidos como realida-
des pré-existentes e não inteiramente subor-
dinadas ao Estado, existe aquilo que é cha-
mado “poder local”. A administração pública
tem como fim principal a realização em ter
13
mos concretos do interesse geral definido
pela função política; como objetivo, a satis-
fação regular e contínua do destino coletivo e
tem ainda natureza executivo, com caracter
secundário e condicionado.
Ora, a lei em questão neste artigo vem na
continuação de uma reforma administrativa
levada a cabo em Portugal. Por reforma
administrativa entende-se o conjunto siste-
mático de providências destinadas a melho-
rar a Administração Pública de um dado país,
por forma a torná-la, por um lado mais efi-
ciente na prossecução dos seus fins e, por
outro, mais coerente com os princípios que a
regem.
Relativamente à administração local do Esta-
do, esta assenta em três ordens de elementos:
a divisão do território, os órgãos locais do
Estado e os serviços locais do Estado.
Sabemos que o Estado (mais propriamente o
Governo) - artº 199/d CRP- tem sob a sua
tutela a Administração Autónoma. A nossa
Constituição distingue, no seu artº 202, e três
grandes modalidades: a Administração dire-
ta, a estadual indireta e a autónoma. Mas em
que consiste, afinal, a Administração autóno-
ma do Estado? Por esta última entende-se
aquela que prossegue interesses públicos
próprios das pessoas que a constituem e por
isso se dirige a si mesma, definindo com
independência a orientação das suas ativida-
des, sem sujeição à hierarquia ou à superin-
tendência do Governo. São três as entidades
incumbidas da administração autónoma; as
associações públicas, as autarquias locais e
as regiões autónomas. Todas elas têm em
comum um substrato humano, sendo que as
primeiras são entidades de tipo associativo
enquanto que as demais são chamadas pes-
soas coletivas de população e território.
Debrucemo-nos, agora sobre o respeitante às
autarquias locais. A existência das autarquias
locais resulta de um imperativo constitucio-
nal (art.237 da CRP). Segundo nº 2 do mes-
mo artigo, as autarquias locais são “ pessoas
coletivas territoriais dotadas de órgãos repre-
sentativos, que visam a prossecução de inte-
resses próprios das respetivas populações”.
As autarquias locais são pessoas coletivas
distintas do Estado, embora possam por ele
ser fiscalizadas, controladas ou subsidiadas.
Comportam quatro elementos essenciais,
refira-se, o território, o agregado populacio-
nal, os interesses próprios e os órgãos repre-
sentativos da população. De referir que se
tem por autonomia local, uma forma de liber-
dade, de limitação do poder politico, indisso-
ciável ao estado de direito
14
democrático- como proclama a Carta Euro-
peia da Autonomia, ratificada por Portugal.
Atentando agora sobre a matéria respeitante
às freguesias, mote deste artigo e consequen-
temente a que mais releva, de notar que a
C.R.P não nos dá nenhuma definição das
mesmas. Porém, podemos definir freguesia
como sendo autarquias locais que, dentro do
território municipal, visam a prossecução de
interesses próprios da população residente
em cada circunscrição paroquial. A criação
das mesmas está regulada pela lei n.º8/93, de
5 de Março, e só pode ser feita por lei da
A.R, no seu art.º2. À face da nossa lei, as fre-
guesias estão sujeitas a duas ordens de classi-
ficações: freguesias urbanas ou rurais e ainda
freguesias de 1ª ordem, de 2ª ordem, de 3ª
ordem, conforme a dimensão populacional.
Relativamente à matéria atribuída às fregue-
sias, a mesma é regulada pelo artigo 2.º da
LAL e pelos artigos 253 e 254 do CA. A
mesma matéria poder-se-á dividir em três
planos: político, económico e, por fim, cultu-
ral e social. Politicamente, realizam o recen-
seamento eleitoral dos processos eleitorais de
caracter politica e administrativo. A nível
económico, ocupam-se da administração dos
seus bens ou dos bens sujeitos à sua jurisdi-
ção, promovendo ainda obras públicas. Refi-
ra-se, por último, que a freguesia é composta
por dois órgãos principais: a Assembleia de
Freguesia (órgão deliberativo e representati-
vo dos habitantes) e a Junta de Freguesia
(órgão executivo).
Face à observância do que acima foi expla-
nado, estamos agora em posição de pergun-
tar: mas o que tem afinal de tão polémico
esta nova lei? Quais são as suas implicações
reais no plano social e administrativo do nos-
so país? Antes de mais, importa esclarecer o
que a mesma vem regular. Esta lei (que teve
como ponto de partida o chamado
“Documento Verde da Reforma da Adminis-
tração Local”) vem impor uma redução bas-
tante significativa do número de freguesias e
de empresas municipais, prevendo também a
revisão do modelo de financiamento e incen-
tivos à agregação de municípios. Tem, desta
feita, quatro áreas de intervenção: o sector
empresarial local, a organização do território,
a gestão municipal, intermunicipal e o finan-
ciamento e a democracia local. Não podere-
mos de forma alguma ponderar esta questão
sem ter em conta o contexto na qual surgiu,
em plena crise financeira portuguesa. É que
esta nova lei vem em consequência do estado
da economia portuguesa (a qual penso, nem
valha a pena a qui adjetivar) e resulta do
15
Memorando de Entendimento estabelecido
entre o Governo Português, a Comissão
Europeia, o Banco Central Europeu e o Fun-
do Monetário Internacional. Esta reforma
está orientada para uma melhoria do serviço
público, aumentando a eficiência e reduzindo
custos, sempre considerando as especificida-
des locais tais como a existência de diferen-
tes tipologias de territórios (áreas metropoli-
tanas, urbanas ou rurais). Na minha opinião,
e face à conjuntura económica que enfrenta-
mos, era já imprescindível (eu diria até obri-
gatório) rever o regime de financiamento das
autarquias locais. Considero, porém, que não
chega reduzir significativamente o número
de freguesias, é preciso fazer acompanhar
esta medida de uma política que lhes dê esca-
la, dimensão e novas competências, apostan-
do em políticas de proximidade. Penso que
sobressai aqui um imperativo de melhora-
mento da gestão do território e da prestação
de serviço público aos cidadãos. De notar
que, quanto à gestão municipal, intermunici-
pal e financiamento, aposta-se na dupla des-
centralização do Estado para os municípios e
dos municípios para as freguesias. Trata-se
aqui de uma verdadeira reforma da adminis-
tração local que vem visar o reforço do
municipalismo, promovendo a coesão e a
competitividade territorial através do poder
local.
Hélder Santos Correia Vice –presidente da Intervenção Política
Breve Nota Sobre a
Coligação Para as
Autarquias 2013
O CDS-PP já assinou um protocolo autárqui-
co com o PSD, segundo o qual as coligações
entre os respetivos partidos terão como crité-
rio de repartição para todos os fins 80% para
os sociais-democratas e 20% para os centris-
tas. Este acordo é um acordo supletivo, já se
aplicável caso não haja outros acordos cele-
16
brados individualmente nas autarquias que
estabelecem outros critérios de repartição.
Assinaram este protocolo José Matos Rosa e
Jorge Moreira da Silva, pelo PSD, e António
Carlos Monteiro e Nuno Melo, pelo CDS-PP.
Apesar desta repartição, a data e o respetivo
programa deverão ser acordados previamente
pelos dois partidos.
Em Lisboa, não se tem conhecimento do que
o futuro nos poderá reservar. Porém, é minha
opinião que seria ótimo se o CDS-PP mos-
trasse ousadia para concorrer sozinho para o
Município da Capital. A nossa capacidade
crítica e autonomia sairiam reforçadas.
INTERNACIONAL
OE Grécia
Após várias reuniões dos ministros das
finanças da EU, a Grécia lá conseguiu rece-
ber, finalmente, mais uma ajuda monetária
para o poço sem fundo que constitui a gestão
pública.
A população continua a sofrer, embora tenha
consciência da derrocada que iria acontecer,
se tivesse de voltar ao drama e, lá vai viven-
do dias de grande precariedade. Note-se que
os gregos, por mais espantoso que pareça,
não querem voltar à sua moeda, conscientes
que isso significaria para eles a estocada
final. Curiosamente, aqui, tende-se em conti-
nuar a tentar estabelecer um paralelo entre a
situação portuguesa e a que se vive naquele
país. No entanto, essa comparação omite o
facto que os grandes contribuidores para
aquele estado de coisas, foram os partidos
socialistas que estavam no governo, como
aqui e que não tiveram outro remédio senão
pedir uma ajuda externa. Curiosamente ainda
Diana Vale
Vogal de Formação Política
Editora do Jornal Centrista [email protected]
17
pouco se aborda a questão que é de ter de
reconhecer que a Grécia, de hoje em dia, é
mais um país de cultura otomana, 4 séculos
de cultura oriental e que esse fator tem um
peso capital na sociedade grega. A prova dis-
so é um dos últimos artigos do Jornal de
referência de centro direita, Kathimerini, que
diz “… A Grécia não pode ser salva por um
só ato, tal como o voto de uma lei. Salvar a
Grécia exige a participação ativa do povo
Os políticos gregos devem deixar de contar
com uma mudança de equilíbrio dos poderes
Europa - (a chegada ao poder do socialista
F. Hollande que está a ser um fracasso
total) .
A Grécia é um vestígio do Império otomano
desde o seu desmoronamento há cerca de um
século. Mais uma vez, foi empreendido um
esforço de ocidentalização, o que exigirá
mais do que a introdução ou reforço de uma
nova política económica.
Digam o que disserem o que é que a situação
da Grécia tem a ver com a nossa? Só se for
ter sido levada ao desastre pelos socialistas!
Francisco Laplaine Guimarães
Vice-presidente da Comunicação [email protected]
Rescaldo das
Eleições
Americanas
Noite Eleitoral
Duas da manhã e eu agarrado aos media. Os
meus olhos alternavam os sítios na Internet e
as televisões norte americanas. A notícia não
chegava, ninguém sabia quem ia vencer. Os
olhos, já cansados e quase fechados, não
queriam acreditar quando surgiram as pri-
meiras previsões da vitória de Barack Oba-
ma.
Muitos dirão agora que era óbvio, que era
óbvio que o Romney nunca seria um cândi-
dato à altura de Obama, que as políticas
apresentadas por Romney não divergiam
radicalmente das de Obama, que inclusive na
18
política externa Romney agiria tal e qual
Obama está a agir.
Não foi bem assim, não foi assim tão óbvio.
Os muitos milhões gastos em sondagens não
serviram para anunciar um vencedor certo.
Havia empate. Empate entre o conservador e
um liberal, empate entre os dois (principais)
partidos norte americanos, havia empate e os
Estados Unidos estavam divididos.
Os EUA estavam, e estão, divididos. Pese
embora os resultados obtidos por Obama não
reflitam esta realidade (diferença de 126
votos eleitorais, 332 para Obama e 206 para
Romney), devemos também fazer a análise
do ponto de vista da população votante e aí a
diferença é menor, 51% dos votos para Oba-
ma e 48% para Romney. Contudo não acon-
teceu o que muitos pensaram ser possível,
Obama ganhar tendo menos votos que Rom-
ney, tal como aconteceu na vitória de Bush
sobre Al Gore.
Nos EUA isto não conta, aqui vale a “lei dos
deputados para o colégio eleitoral”, e aqui
Obama reinou. Para que este reinado aconte-
cesse foram essenciais algumas vitórias,
principalmente nos chamados “swing states”,
ou seja, naqueles Estados que não são clara-
mente de maioria republicana nem democra-
ta, onde nenhum dos dois partidos tem a cer-
teza de assegurar votos do colégio eleitoral.
Nestes Estados, tais como a Florida, Virginia,
Ohio, entre outros, ganhou Obama, aliás do
270 votos do colégio eleitoral necessários
para eleger o Presidente, 111 foram ganhos
nos “swing states”. Enquanto Romney
ganhou na Carolina do Norte, Obama ganhou
em todos os outros. Este, a meu ver, foi o
indicador que mais diferença fez nas eleições
norte-americanas de 2012.
A vitória de Obama foi merecida e os Repu-
blicanos têm, sem duvida, muito a aprender
com os Democratas.
Futuro Republicano
No rescaldo das eleições norte-americanas, o
Partido Republicano tem sido pressionado
com conselhos e avisos para moderar e até
mesmo abandonar, alguns dos seus princí-
pios fundamentais, de forma a poder ganhar
as futuras eleições.
Bobby Jindal, Governador do Louisiana,
defendeu na CNN que “isto (dito em cima) é
um absurdo (…) A América já tem um parti-
do liberal, não há necessidade para outro”.
Certamente, podemos ver as coisas deste
prisma, esta não seria com certeza uma estra-
tégia ganhadora, até porque modernizar não
implica modificar.
19
Se os Republicanos querem ganhar as próxi-
mas eleições, arrisco-me a dizer que devem
ganhar, têm de ter em conta certos aspetos e
mostrar aos americanos como um governo
deve funcionar e quais as mudanças políticas
essenciais, até porque o que deveria importar
no discurso Republicano são as pessoas e
não o Governo Obama.
A Faixa de Gaza
Diana Vale
Vogal de Formação Política
Editora do Jornal Centrista [email protected]
A Banda de Gaza, um enclave de 360 km a
sul de Israel ao longo da costa, e seus habi-
tantes palestinianos estão em conflito armado
com Israel há 64 anos. Atualmente decorre
uma vasta operação militar, por parte de
Israel, que se sente permanentemente sob
ameaça de ataques vindos do Hamas vindos
de Gaza. Este conflito que apresenta todas as
formas do conflito armado, ocupação, guerra
convencional, hoje mísseis, tem sempre as
mesmas características: como o diz o James
Zgobi, presidente do Arab American Institu-
te, “cada ataque e cada ofensiva que são lan-
çados com vista a “dar uma lição” ou
“responder a um ataque”, só serve para justi-
ficar os ataques seguintes. Estas vagas suces-
sivas de violência não produzem outra coisa
do que mais mortos e destruições, mais sofri-
mentos e insegurança de parte e de outra”. E
como este estado de coisas já se arrasta há
mais de meio século, a opinião pública segue
os acontecimentos, envolvendo-se mais ou
menos e sem muitas vezes perceber o que
está em jogo. Mas o que é dramático, é que
com o passar do tempo, as posições extrema-
ram-se, disputam-se territórios, a luta reveste
um carater religioso. A comunidade interna-
cional que devia dar provas de equidade no
tratamento da questão. Por exemplo, a Euro-
pa não vai nessa direção devido às comuni-
dades árabes que residem no seu território, e
que se envolvem cada vez mais em afronta-
mentos dramáticos, como aqueles que recen-
temente tiveram lugar em França e, o perigo
atual é que as consequências duma situação
enquistada no Médio Oriente possa vir a ter
repercussões gravíssimas na própria Europa.
O mundo ocidental em vez de tentar por fim
a uma violência sem fim, aborda o problema
à luz, das ideologias dos governos no poder,
oscilando entre um e outro campo e não se
vislumbra a breve trecho qualquer solução
para um drama que se arrasta há tanto tempo
e que cada vez mais agudo.
Veremos se, tendo a Palestina adquirido há
dias, na ONU o estatuto de estado observa-
dor, mas com votos contra de peso, dos Esta-
dos-Unidos entre outros, se haverá algum
avanço em direção à paz. Estamos no direito
de ter grandes dúvidas…
20
José Miguel Lello
Secretário Geral da JP
Universidade JP
2012 - Vila Real
REALIZAÇÕES JP LISBOA
Um dos maiores desafios com os quais as
Direções Nacionais da Juventude Popular se
deparam ao longo do seu mandato é, efetiva-
mente, a formação dos seus militantes. Con-
siderando que as Comissões Politicas Distri-
tais e Concelhios possuem igualmente um
caracter formador junto dos militantes das
suas áreas de intervenção politica, a Juventu-
de Popular tem vindo ao longo dos anos a
adotar um sistema de formação com a dura-
ção de um fim-de-semana, apelidado de Uni-
versidades Juventude Popular, cuja organiza-
ção se encontra a cabo do Gabinete de Estu-
dos Gonçalo Begonha.
Regra Geral as Universidades estão assentes
num tema central, debatendo-se à posteriori
as mais variadas problemáticas que dai resul-
tem. Contudo na edição de 2012 decidiu-se
que este modelo não ia ser seguido, mas sim
dividir as mais diversas “aulas” com temas
dispersos, mas que ao mesmo tempo fossem
21
do mais alto interesse político atual para
todos os formandos e que ao mesmo tempo
pudessem responder às mais variadas per-
guntas e duvidas não só nacionais como tam-
bém internacionais, que, face ao exigente
período que o país atravessa, são levantadas
diariamente pelos nossos militantes.
Considerando que esta seria uma primeira
experiência de formação política para muitos
dos jovens presentes, os trabalhos iniciaram-
se com o Eurodeputado Dr. Nuno Melo que
nos fez uma leitura daquilo que é ser de
direita hoje, seguido do Deputado da Nação
pela Juventude Popular, Michael Seufert,
sobre a importância da ideologia no nosso
crescimento e formação não só política como
também pessoal.
As políticas sociais não deixam de ser um
tema sensível e, muitas vezes questionado.
Foi convidado o Eng. António Tavares, Pro-
vedor da Santa Casa de Misericórdia do Por-
to, de modo a traçar um plano geral sobre a
relevância das políticas sociais em tempos de
crise, e de que forma estas são essenciais nos
momentos de maiores dificuldades e austeri-
dade que estamos a atravessar, sem que as
mesmas não percam nunca o sentido de Esta-
do e de dever Nacional. Nesta sequência
seguiu-se uma intervenção a cargo do Dr.
Fernando Alexandre, docente da Escola de
Economia e Gestão da Universidade do
Minho, onde traçou um cenário de como se
poderá “ressuscitar” a Economia Portuguesa.
Tornava-se quase que obrigatária a criação
de um painel no qual estivessem “frente a
frente” teorias ideológicas diferentes, que
resultassem em abordagens e leituras dispa-
res daquele que seria o papel do Estado. Este
momento esteva a cabo do Dr. João Almeida,
Deputado da Nação do CDS pelo Circulo do
Porto e do Dr. José Luís Carneiro, Presidente
da Camara Municipal de Baião (PS) e Presi-
dente da Distrital do Partido Socialista do
Porto. Este foi sem dúvida um momento bas-
tante dinâmico e que fez com que público
participasse de forma bastante ativa tendo
sido efetuadas bastantes perguntas aos orado-
res.
Este segundo dia universitário terminou com
uma intervenção a cargo do Deputado da
Nação do CDS pelo Círculo de Lisboa, Dr.
Adolfo Mesquita Nunes, onde expôs a todos
os alunos que existe efetivamente uma vida
para além da “troika” e que, apesar das difi-
culdades que se vive no presente, o futuro
que nos espera é auspicioso.
O último dia universitário iniciou-se com
uma verdadeira aula proferida pelo Professor
22
Adriano Moreira. Por todos os motivos e
mais alguns, este foi um momento absoluta-
mente marcante e que certamente todos os
militantes presentes irão recordar com entu-
siasmo. Este bloco, “Que futuro para a
Europa”, foi alvo de uma abordagem dividi-
da em três fases: História da União Euro-
peia, o presente da União Europeia e, por
fim, uma visão do Senhor Professor sobre
aquele que deverá ser o futuro Europeu,
bem como o posicionamento de Portugal
nesse mesmo futuro.
Depois um momento de perguntas e respos-
tas bastante alargado, foi tempo para se
abordar um outro tema que se encontra bas-
tante em voga e badalado na política portu-
guesa, a Justiça. O convidado escolhido
pelo Gabinete de Estudos Gonçalo Begonha
para debater o futuro e que solução para a
justiça em Portugal foi o Bastonário da
Ordem dos Advogados, Dr. António Mari-
nho Pinto, que traçou igualmente aqueles
que, na sua opinião, são os maiores entraves
ao desenvolvimento da justiça em Portugal.
Por último, foi focado um tema bastante
sensível à Juventude Popular, “Portugal:
que Constituição”. Como todos sabem a JP
defende que deveria existir uma profunda
reestruturação a nível constitucional, nesse
sentido foi convidado o Professor Jorge Gou-
veia, constitucionalista e docente da Univer-
sidade Nova de Lisboa.
Chegamos à conclusão de que as Universida-
des são cada vez mais importantes no pano-
rama nacional interno, não só pela formação,
como também pelo convívio entre todos, que
estas promovem. Mais, como um fim-de-
semana de estudo que se preze, não poderia
não existir um momento de convívio - foi
comemorado o aniversário da Juventude
Popular com um jantar entre todos os mili-
tantes presentes com direito a bolo e festa
pela noite dentro.
Fazendo uma leitura à posteriori das Univer-
sidades, chegamos à inevitável conclusão de
que temos que acreditar em nós jovens,
temos que acreditar no nosso país, temos que
trabalhar com determinação e afinco por um
futuro melhor e sustentável, não duvidando
de que a Juventude Popular e o CDS serão de
forma incondicional um braço amigo na
construção consciente do nosso futuro, no
futuro dos Jovens Portugueses e de um Por-
tugal renovado.
23
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa [email protected]
« O Papel dos
Cristãos na Política
e nas Empresas»
O Instituto Democracia e Liberdade (IDL),
também conhecido por Instituto Adelino
Amaro da Costa, organiza mensalmente
almoços para associados e simpatizantes,
onde convida uma personalidade para falar
sobre um tema da atualidade, com espaço
para o debate. É um projeto financiado pelo
PPE e que pretende promover o desenvolvi-
mento de "think tanks" em Portugal.
No evento referente ao mês de Novembro, a
JP Lisboa foi convidada a participar no
25
almoço, onde teve o privilégio de escutar o
Dr. António Pinto Leite acerca do tema: O
papel Cristãos na política e nas empresas,
intervindo diretamente na discussão de
ideias.
A representação da Concelhia ficou a meu
cargo e do Vice-Presidente Bernardo Serrão
Brochado, responsável pela área da Demo-
cracia-Cristã, tema central da exposição
daquele dia.
Sintetizando o que pudemos beber daquelas
apaixonantes palavras, debitadas por um
Homem que alia a Fé ao trabalho do quoti-
diano, podemos aqui, em traços gerais, dei-
xar uma mensagem de esperança em tempos
difíceis: o serviço dos homens por parte de
um líder empresarial não está em dar a
empresa aos pobres, tão-pouco está em,
generoso e indefeso, imolar a empresa no
contexto competitivo. O serviço, o amor
que lhe é pedido consiste em tornar susten-
tável a empresa que lhe está confiada no
preciso contexto concorrencial que a reali-
dade lhe propõe e, assim, promover o
desenvolvimento da comunidade humana
que dela depende. Trata-se de um desafio
aos líderes empresariais, ao mundo do tra-
balho, à juventude que está a chegar à vida
profissional, aos líderes sociais em gerais
(de entre os quais podemos, então salientar
os líderes políticos).
Pensa-se, com efeito, atingir o bem-estar no
seio de uma comunidade laboral, onde o bem
comum e o interesse geral passe, simultanea-
mente, pelas metas pessoais de cada partici-
pante neste esforço global, onde o exemplo
parte de quem tem o poder de dirigir o capi-
tal humano, orientando-o para a prosperida-
de.
Numa aceção mais restrita, tudo redunda
numa questão de amor: do subordinado para
o superior hierárquico e, no sentido inverso,
do superior hierárquico pelo subordinado.
Afinal, tudo isto não passa de uma moral/
ética cristã aplicada às relações entres as
Homens e Mulheres.
Muito agradecemos o convite endereçado
pelo Dr. Pedro Pestana Bastos e a bela lição
sobre o "amor como critério de gestão", títu-
lo do livro que serviu de inspiração à primo-
rosa locução proferida pelo autor, Dr. Antó-
nio Pinto Leite.
25
Um Magusto
Diferente…
Uma JP Diferente...
Francisco Laplaine Guimarães
Vice-presidente da Comunicação [email protected]
O Magusto de dia 16 foi diferente. Viveu-se
algo novo em Lisboa, algo em que eu, mili-
tante desde os 15 anos, nunca tinha presen-
ciado. Agora, com 22 anos, e Vice-
presidente da área que traz as pessoas até
nós, deparo-me com um sentimento de
orgulho por saber que, não só em relação ao
Magusto, mas também em relação aos res-
tantes trabalhos da CPC, vejo cada vez mais
jovens a aderir, a questionar, a participar
neste projeto que nos é tão querido.
Como mencionei, o Magusto representou
isto mesmo. Naquele início de noite, não tão
bom como seria de desejar, onde todo o país
26
vivia um período de aflição (principalmente
no Algarve), Lisboa sorria. A chuva não nos
desanimou e as pessoas aderiram. Cerca de
50 pessoas passaram naquela noite pela sede
da concelhia, no mítico Largo do Caldas,
num espaço gasto pelas memórias que ali
perduram. O que agora pretendemos não é
apagá-las ou esquecê-las, é sim preservá-las
e se possível acrescentar um pouco de nós a
esse espaço. É esta a nossa construção diária,
é esta a nossa construção por uma cidade, é
esta a nossa construção pela JP.
Este clima de agradável convívio que se
viveu,bem vincado pelas presenças do Presi-
dente e do Secretário-geral da CPN da JP
serviu não só para nos entreter, como tam-
bém para ajudar outro, que embora não
tenham essa consciência, passam muitas difi-
culdades, serviu, pois, para ajudar a institui-
ção do Ponto de Apoio à Vida, com a recolha
de alguns alimentos e bens essenciais.
Somos jovens, é certo, mas esta vertente soli-
dária que nos une deve ser inerente a essa
condição, isto faz de nós jovens diferentes,
isto faz da Juventude Popular uma juventude
partidária diferente. O Magusto da JP Lisboa
serviu para demonstrar, mais uma vez, que
esta CPC é diferente…para melhor.
27
Francisco Rodrigues dos Santos
Presidente da JP Lisboa [email protected]
LabLx -
Mobilidade e
Acessibilidades
A JP Lisboa participou na Tertúlia acerca da
Mobilidade e Transportes, organizada pelo
Gabinete Autárquico do CDS, enquadrada
no âmbito do programa de atividades do
LablLx (organismo direcionado para o
levantamento/debate de temas do quotidia-
no Lisboeta que inferem na vida dos seus
habitantes).
Em cima da mesa debateu-se o peso exces-
sivo do automóvel, as suas repercussões nas
políticas de ordenamento do território, e
estabeleceu-se uma dicotomia que acompa-
nhou o resto da discussão, muitas vezes ace-
sa, entre painel de oradores e plateia: auto-
móvel versus bicicleta.
Não procuramos oferecer ao leitor, com este
breve texto, um relato acerca dos prós e
contras da utilização de um e de outro. Pre-
tendemos, em vez disso, verter em breves
linhas uma súmula daquela que é a nossa
posição relativamente a este assunto algo
controverso e, hoje mais do que nunca,
extramente atual, tal como tive oportunida-
de de o fazer na minha intervenção.
Cremos que administração do Estado deve,
em primeira instância, repensar o quadro
estratégico do seu ordenamento do território
a fim de criar condições para que no futuro
os portugueses tenham a liberdade para
poderem realizar uma escolha quanto ao
veículo a utilizar, fundada em padrões de
eficácia, eficiência e utilidade que não este-
jam limitados pela falta planeamento logís-
tico, mas sim pela natureza do meio de
transporte em si mesmo.
Consideramos que a utilização de qualquer
veículo só pode ser condicionada quando
imperem motivos de interesse público rele-
vantes para restringir a autonomia indivi-
dual das pessoas - falamos, essencialmente,
de fatores objetivos, à luz dos quais o direi
to que se pretende salvaguardar é manifesta-
mente superior do que aquele sobre o qual
prevalece (ex.: saúde pública).
Quanto ao mais, o liberalismo que professa-
mos obriga-nos a remeter para os cidadãos a
faculdade de serem eles próprios a gerir a sua
vida privada, onde jamais o Estado se deve
intrometer, salvo quando dessa autonomia
resultem danos que caibam ser tutelados por
aquele.
Este evento permitiu à JP Lisboa deixar bem
patente sua forte representação nas ativida-
des do Partido e a excelente aposta do CDS
Lisboa no contacto com os habitantes da
cidade, despertando consciências e procuran-
do dar resposta às questões pertinentes dos
nossos tempos.
28
29
No passado dia 22 de Novembro, Quinta-
feira, a Juventude Popular de Lisboa organi-
zou a palestra “A Economia na Doutrina
Social da Igreja”. O evento decorreu no
Auditório da Faculdade de Direito da Uni-
versidade de Lisboa.
O palestrante convidado foi o Prof. Dr. Nuno
Valério, Catedrático do Instituto Superior de
Economia e Gestão, que apresentou ao públi-
co presente uma notabilíssima síntese dos
juízos do magistério da Igreja Católica em
matéria económica, compilados no Compên-
dio de Doutrina Social da Igreja. O Profes-
sor, além dos reconhecidos méritos académi-
cos no campo das Ciências Económicas,
mostrou ser a personalidade indicada para
esclarecer o público sobre o tema, uma vez
que deu início, no mês de Outubro, à coorde-
nação de um curso sobre a Doutrina Social
da Igreja no já referido Instituto Superior de
Economia e Gestão.
É conhecido que um dos pilares ideológicos
da Juventude Popular é a Democracia Cristã,
que tem no corpo de doutrina social da Igreja
uma das suas mais importantes fontes.
Alguns dos princípios essenciais em matéria
social preceituados nas encíclicas pontifícias
encontram acolhimento expresso na Declara-
ção de Princípios e no Programa Político do
Centro Democrático Social – Partido Popu-
lar, bem assim como na Carta Personalista da
Juventude Popular. São exemplos o princípio
da subsidiariedade, o princípio da participa-
ção dos trabalhadores na gestão e lucro das
empresas, o princípio da destino universal
dos bens e o princípio de que cada trabalha-
dor deve tornar-se também um proprietário.
De todos estes preceitos a exposição do ora-
dor nos deu nota, entroncando-os numa visão
global e compreensiva do tema.
Hugo Dantas
Vogal dos Assuntos Económicos
Palestra JP Lisboa « A Economia na Doutrina
Social da Igreja »
A Juventude Popular de Lisboa quer renovar
os seus agradecimentos ao Sr. Prof. Nuno
Valério pela gentileza que teve em aceitar o
convite e pela clareza e rigor da sua exposi-
ção, bem como a todo o público presente,
que não deixou de intervir no período de
esclarecimento de dúvidas, enriquecendo o
momento instrutivo.
Aos militantes da Juventude Popular é reno-
vada a promessa da Comissão Política de
promover mais iniciativas, deste e de outros
géneros, com finalidades de formação políti-
ca e económica na linha ideológica centrista.
30
31
Bernardo Serrão Brochado
Vice-presidente da Democracia cristã
Debate: « Juventudes Partidárias
para que vos quero? »
Quarta-feira, dia 28 de Novembro, realizou-
se na Universidade Lusófona de Humanida-
des e Tecnologias um evento ímpar na cidade
de Lisboa: um debate entre juventudes parti-
dárias promovido pela JP Concelhia de Lis-
boa.
À chamada para dar voz a cada uma das
juventudes respondeu a JSD, representada
por André O’Neil, membro da Distrital
daquela juventude, por Pedro Saraiva da JS e
Joseph Silva representante do Bloco de
Esquerda. A JP Lisboa, como anfitriã, esteve
também representada pelo Presidente da sua
Comissão Política Concelhia, Francisco
Rodrigues dos Santos, num debate que foi
moderado por Hélder Santos Correia, Vice-
Presidente para a Intervenção Política desta
mesma Comissão.
O tema “Juventudes Partidárias: Para que
vos quero?” esteve na ordem do dia, espe-
cialmente nas perguntas – e respetivas res-
postas – feitas pelo moderador numa fase ini-
cial do evento. Numa segunda fase, tiveram
lugar as questões e interpelações à mesa, fei-
tas pela plateia daquela sala bem composta e
que demonstraram, não só um grande inte-
resse pela iniciativa, mas também pelos
temas abordados. Como seria expectável,
não seria possível contornar as temáticas da
“refundação do Estado”, do Orçamento do
Estado (e do “enorme aumento de impos-
tos”) e também da coligação governamental.
É de se referir, ainda, o interesse precoce por
estas matérias de tantos jovens que se dirigi-
ram à ULHT numa altura em que domina, na
sociedade, um sentimento de desconfiança
pela classe política – outro tema abordado
neste debate.
Mais importante que as opiniões e ideologias
de cada um é a sensibilidade que todos os
presentes demonstraram relativamente ao
momento que o país atravessa, não só pela
32
crise financeira, mas pela crise de valores e
pela falta de preocupação generalizada pela
construção de um país melhor. Se estamos
descontentes com a realidade, não é ficando
em casa que a vamos fazer mudar, mas sim
fazendo ouvir a nossa voz! E de todas as
divergências que surgiram ao longo do serão,
penso que esta convergência é a mais impor-
tante de se referir.
Notada foi também a ausência da JCP apesar
de todas as tentativas de estabelecer contacto
que a JP, até ao último momento, fez, mas
sem resposta afirmativa.
Os presentes mostraram vontade de voltar a
participar num debate desta natureza e a JP
Lisboa está atenta ao que agrada os nossos
amigos e militantes…
Mais uma vez, e em nome da JP Lisboa,
agradecemos a todos os presentes o seu inte-
resse e, como não poderia deixar de ser, ao
painel, pela disponibilidade e pelo trabalho
de sensibilização e clarificação dos jovens
que levou a cabo.
33
Francisco Camacho
Gabinete do Apoio ao Militante
Manual do
Militante
No passado 30 de Novembro, a JP Lisboa
apresentou, no Largo do Caldas, o Manual
do Militante da Juventude Popular. Com uma
casa muito bem composta, a apresentação
deste tão esperado projeto superou as expec-
tativas, pelo modo recetivo e entusiasmado
com que os presentes analisaram o Manual.
O Manual do Militante da Juventude Popular
desabrocha de uma forte aposta e dinamiza-
ção da comunicação que a atual Concelhia de
Lisboa se comprometeu, desde o primeiro
dia, perante Lisboa. Procura, também, com-
bater o desinteresse e a descrença de uma fai-
xa considerável da sociedade nos órgãos
políticos (tantas vezes estimulada por estes).
Surgindo em moldes simples (caderno A5) e
de linguagem altamente acessível, o Manual
estrutura-se, essencialmente, em 3 partes:
História da Juventude Popular, Pilares Ideo-
lógicos e Perguntas Frequentes.
Julgou-se oportuno abordar estas áreas, dado
que, em primeiro lugar é importante os
jovens se aperceberam das raízes da nossa
Juventude, tendo uma breve perceção do
que a fundou e regeu ao longo de 38 anos.
Não obstante disto, e com principal destaque,
resplandece a secção dos pilares ideológicos,
em que se abordam com assertividade e sim-
plicidade os 3 princípios máximos da Juven-
tude Popular: Democracia-Cristã, Liberalis-
mo e Conservadorismo.
Finalmente, expõe-se um conjunto de per-
guntas comuns com as respetivas respostas,
isto é, com o objetivo de esclarecer o públi-
co, formalizam-se perguntas e consequentes
respostas, que, com génese sucinta, acabam
por desmistificar alguns preconceitos que
existem em torna desta organização política.
É de salientar que o propósito de dar a
conhecer a Juventude Popular transcende a
34
a sua via interna, dado que, embora muitos
filiados estejam desconectados, a sociedade
civil procura ansiosamente respostas. Na
senda disto, serão promovidas ações de dis-
tribuição do referido documento pelas esco-
las e ruas da capital. O formato on-line tam-
bém será uma realidade.
É do interesse total da Concelhia de Lisboa
que este projeto tenha grande impacto na
comunidade em geral, pois esta última,
sobretudo nos difíceis tempos que correm,
tem que saber que pode contar connosco,
mesmo que não comungue na exata medida
dos ideias que nos balizam.
De notar, em jeito de conclusão, que o pre-
sente trabalho não surge como o culminar da
Comunicação da Concelhia, na medida em
que, surgirão projetos de teor igualmente
ambicioso e produtivo, alargando os horizon-
tes e o raio de ação da organização.
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A JP FEZ 38 ANOS
Francisco Camacho
Gabinete do Apoio ao Militante
Parabéns JP!
Foi há 38 anos, no dia 4 de Novembro de
1974, que ocorreu o nascimento oficial da
irreverente Juventude Centrista (hoje de
nome Juventude Popular).
Perante um clima de grande agitação política
e social, onde colidia o pensamento de plura-
lismo político com a avulsa tentativa de
imposição de ideais de esquerda, surge, no
Teatro S. Luís, em Lisboa, a Juventude Cen-
trista.
Um vasto núcleo de jovens que acompanha-
va o partido, assumindo-se como movimento
do CDS, procura defender os anseios de uma
juventude conturbada e agitada, firmando-se
sempre e indubitavelmente pela via democrá-
tica.
Apesar das sucessivas tentativas de boicote e
extinção por parte de outros movimentos
(inclusive no dia 4 de Novembro com o
assalto à sede do CDS), a JC estabilizou-se
progressivamente em Portugal e na Europa,
sendo alvo de destaque pelas juventudes
democráticas que se alastravam pela Europa.
Ao longo destes 38 anos a Juventude Popular
tem dito um papel fundamental na Democra
cia portuguesa, formando consciências cívi-
cas e políticas, não só dos seus militantes,
mas de toda uma sociedade. A defesa afinca-
da do ideal democrata-cristão, que consubs-
tanciou a sua fundação, enobrece todo este
percurso, na certeza de que a Juventude autó-
noma do CDS dá resposta aos jovens, for-
mando Alternativa e esperançando-os dum
futuro mais próspero.
Por estes 38 anos, a Juventude Popular mere-
ce um distinto reconhecimento, pela sua bra-
vura e coerência, na certeza de que impera
uma enorme responsabilidade para os tempos
vindouros, fruto do seu enorme legado.
36
ESCREVE O MILITANTE
Orçamento do
Estado para 2013
No seguimento das imposições externas do
Memoradum, sublinhe-se, necessárias para
a sobrevivência económica e financeira de
Portugal, a nível individual e naturalmente
em sede da Zona Euro, o Governo PSD/
CDS-PP elaborou o documento de vital
importância para o nosso país: o Orçamento
de Estado de 2013.
Para além dos circunstancialismos exterio-
res que todos conhecemos, importa não
esquecer a situação difícil e turbulenta que
vivemos e que antecedeu a elaboração do OE
2013, nomeadamente o “crescimento anóma-
lo” da nossa economia, o descontrolo da des-
pesa pública e incomportável nível de dívida
pública, pelo não aumento do horário de tra-
balho, a decisão constitucional a propósito
do corte nos subsídios, pela recusa da redu-
ção dos custos do fator trabalho mediante
redução da TSU a cargo dos empregadores,
entre outros aspetos.
Perante este contexto, o Governo PSD/CDS-
PP centrou as atenções para medidas de
incremento da receita pública, em especial
Citando o nosso patrono, o Engenheiro Ade-
lino Amaro da Costa, "A Juventude não é
instalada"! Parabéns, Juventude Popular.!
37
através do IRS, correspondendo a 65% da
receita total esperada, mediante a redução
de 8 para 5 o número de escalões de IRS, a
introdução de taxa adicional de solidarieda-
de de 2.5 % a contribuintes com rendimento
coletável superior a 80.000 € e a aplicação
ao rendimento coletável de IRS uma sobre-
taxa, fixada em 4 %, entre outras.
Correlativamente, o Governo considerou,
como instrumentos de redução da despesa
pública, a diminuição dos subsídios de
desemprego e de doença em 6% e 5% res-
peitvamente, assim como a redução para
metade do pagamento do trabalho em dia de
feriado e de horas extraordinárias no sector
público, bem como o corte para metade dos
funcionários públicos contratados a termo.
Relativamente ao SEE, foi dada recomenda-
ção quanto à redução de 50 % em ajudas de
custo, alojamento e comunicações não ope-
racionais das Empresas Públicas, bem como
a introdução de cortes em pelo menos 250
milhões de euros em 2013 dos encargos
brutos com PPP, mediante a renegociação
dos contratos.
Questão que se coloca é saber se existe
equilíbrio e proporcionalidade entre as
medidas enunciadas tendentes à redução da
despesa pública e incremento da receita
pública.
Pois, importa não esquecer que a pressão tri-
butária introduzida pelo OE vai, natural e
necessariamente, diminuir a capacidade de
consumo das famílias portuguesas.
O OE, a nível global, apresenta-se como um
plano estrutural para a economia portuguesa,
e não apenas uma resposta à emergência eco-
nómico-social em que vivemos.
É de aplaudir, de entre outros aspetos enun-
ciados no OE 2013, os incentivos à aquisição
de empresas em situação económica difícil,
no âmbito do GACRE e IAPMEI, reiterando
o papel dinâmico, ativo e impulsionador que
as empresas detêm na sociedade, bem como
para o trabalhador (cerca de 27 % dos empre-
sários nacionais atribuem empréstimos aos
seus trabalhadores).
Como referi inicialmente, a ajuda externa e
sucessivas revisões do PAEF são de extrema
importância para a recuperação financeira de
Portugal e correção de erros passados, que
não tem necessariamente uma cor partidária.
A meu ver, a imponderada racionalização dos
meios económicos foi um problema crónico
de Governos transatos, bem como das famí-
lias portuguesas.
Mas não esqueçamos o sentido de Estado e
de responsabilidade que são essenciais para
38
ultrapassar a crise económico-financeira a
curto, médio e longo prazo, sendo necessá-
rio para tal, um investimento de confiança
por parte dos portugueses no Governo PSD/
CDS-PP, o qual não é viável se este último
não demonstrar o exemplo a seguir.
É nesta linha de pensamento, que considero
que o OE mereceria ter tido uma preocupa-
ção acrescida na redução estrutural da des-
pesa pública e na preparação de medidas de
fomento do crescimento.
A redução da despesa pública torna-se
assim tarefa primordial ou antecedente a
pressões tributárias, de modo a justificar as
expectativas e investimento de confiança
por parte dos portugueses nos seus repre-
sentantes.
Dizer, por fim, que o OE apresentado apesar
de não ser o desejável, é o possível face à
conjuntura económico-financeira nacional e
europeia, cabendo aos agentes económicos
ajustar temporariamente as suas opções, em
prol desta batalha.
Apesar de recorrente a ideia de ser mais fácil
um povo mudar de Governo, do que um
Governo mudar de povo, qualquer uma das
premissas é desnecessária e impraticável
atualmente em Portugal, devendo imperar a
coesão política ou parlamentar, assim como
popular.
Cátia Rodrigues Muchacho
Militante da Juventude Popular
39
O Busto e o Betinho
40
Ação de Voluntariado no Banco Alimentar (1
Dezembro)
Doação de Alimentos à Associação Ponto de
Apoio à Vida
Missa de Natal JP Lisboa
Jantar de Natal JP Lisboa
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