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JÚLIO C. BUSATO: “Nossa meta é manter o trabalho brilhante da Aiba” ENTREVISTA PAGS 8/9 PAGS 10 À 11 www.cerradoeditora.com O jornal de agronegócio do BAMAPITO NELAS, SEMENTES VÃO MUITO BEM Uma área com 3 milhões de hectares para irrigação a ser explorada; 65 mil hectares de área irrigada por inundação e subirrigação já em operação produzindo frutas, arroz, feijão, entre outros produtos. Mais que isso, uma região onde se produz uma das melhores sementes da principal oleaginosa do mundo e sem vazio sanitário e a façanha de recuperar, por meio do plantio, sementes doentes de feijão. São detalhes que produtores de sementes e mudas, presidentes de Comissões de Sementes e Mudas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, entre outros voltados para estes dois setores da agricultura brasileira, vão poder ver, por ocasião do Encontro que eles terão em Palmas, entre os dias 11 e 14 de junho e em dia de campo no Projeto Javaés, no dia 14. “Não há nada parecido no Brasil quando se analisa as condições de produção de sementes nas várzeas tropicais do Tocantins”, declarou, certa vez, o saudoso pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Homero Aidar, que dedicou considerável tempo de sua vida em pesquisas nas várzeas tropicais do Tocantins. Ano X 1º a 15 de junho de 2013 Número 46 R$ 2,00 VÁRZEAS KLEIBER ARANTES/SEAGRO-TO/

Jornal Cerrado Rural - Edição 46

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Jornal Agronegócio - Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins

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Page 1: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

JÚLIO C. BUSATO: “Nossa meta é manter o trabalho brilhante da Aiba”

ENTREVISTA

PAGS 8/9

PAGS 10 À 11

JÚLIO C. BUSATO:manter o trabalho brilhante da Aiba”

ENTREVISTA

www.cerradoeditora.com

O jornal de agronegócio do BAMAPITO

NELAS, SEMENTES VÃO MUITO BEMUma área com 3 milhões de hectares para irrigação a ser explorada; 65 mil hectares de área irrigada por inundação e subirrigação já em operação produzindo frutas, arroz, feijão, entre outros produtos. Mais que isso, uma região onde se produz uma das melhores sementes da principal oleaginosa do mundo e sem vazio sanitário e a façanha de recuperar, por meio do plantio, sementes doentes de feijão. São detalhes que produtores de sementes e mudas, presidentes de Comissões de Sementes e Mudas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, entre outros voltados para estes dois setores da agricultura brasileira, vão poder ver, por ocasião do Encontro que eles terão em Palmas, entre os dias 11 e 14 de junho e em dia de campo no Projeto Javaés, no dia 14. “Não há nada parecido no Brasil quando se analisa as condições de produção de sementes nas várzeas tropicais do Tocantins”, declarou, certa vez, o saudoso pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Homero Aidar, que dedicou considerável tempo de sua vida em pesquisas nas várzeas tropicais do Tocantins.

Ano X1º a 15 de

junho de 2013 Número 46R$ 2,00

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CARTA DO EDITOR

EXPEDIENTE

Cerrado Rural Agronegócios tem foco jornalístico e circulação voltados para os cerrados da Bahia (região oeste), Maranhão (região de Balsas) e Tocantins. Nos

demais estados circula por meio de assinatura e dirigida.

Publicado por Cerrado Editora, Comunicação e Markentig Ltda. CNPJ: 10.683.730/0001-98

EDITOR-GERAL

Antônio Oliveira (RP: 474/70)

ENDEREÇO303 Norte, alameda 24, lote 13, casa 1

CEP.: 77.001-282 - Palmas-TO

DIAGRAMAÇÃO: Dóda Design - www.dodadiagramador.br

E-MAILS:Editor-geral: [email protected]ção: redaçã[email protected]: [email protected]: [email protected]ção: administraçã[email protected]

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02 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

ANTÔNIOOLIVEIRA

Safra temporã “Nosso país está próximo de se tornar,

por exemplo, o maior produtor de soja do mundo, produto que é a base da produção

de diversos tipos de alimentos”

Amigos do Brasil que produz, queira aceitar o nosso grato abra-

ço de gratidão por fazerem deste Brasil uma nação cada vez mais promissora para a segurança alimentar não só dos brasileiros, mas dos países que demandam por nossa produção. Nosso país está próximo de se tornar, por exemplo, o maior produtor de soja do mundo, produto que é a base da produção de diversos tipos de alimentos, como as carnes de aves e de suínos e que é o responsável pelo equilíbrio da balan-ça comercial brasileira.

Nossa edição-piloto de transição de revista para jornal, veiculada em maio, foi bem re-cebida pelos nossos leitores, antigos e futuros anunciantes, que compreenderam e apoia-ram essa nossa decisão. Assim como nós, eles entenderam que esse formato reduz custos, é mais ágil e mais democrático tanto para o leitor, quanto para o anunciante.

Havíamos prometido vol-tar de� nitivamente em perio-dicidade quinzenal a partir da primeira quinzena de ju-

nho. Porém, antecipamos esta edição em uma semana para atender aos interesses dos or-ganizadores da Bahia Farm Show, que têm no nosso veícu-lo um dos principais na região do BAMAPITO para a veicula-ção da campanha publicitária desta que é a maior feira de agrotecnologia do Norte e Nor-deste do Brasil. Todavia, para efeito de sequência periódica, a edição está datada de 1ª a 15 de junho deste ano. Digamos seja nossa safra temporã.

Esta edição trás, como sempre ao longo desses qua-se dez anos de nossa exis-tência, assuntos importantes para agropecuária, o agrone-gócio, as pesquisas, en� m, para todos os segmentos que fazem o todo deste lado do Brasil que produz.

No primeiro caderno, nos-sa matéria especial é sobre o potencial das várzeas tropicais do Tocantins para a produção de sementes de soja e de fei-jão. O assunto é oportuno ao Encontro das Comissões de Sementes e Mudas das regiões Centro-Oeste, Norte e Nor-deste do Brasil, que ocorre em Palmas, capital do Tocantins,

entre os dias 11 e 14 deste mês.Na coluna “PLANTÃO

AGROVETERINÁRIO”, traze-mos uma importante orienta-ção sobre os cuidados e pre-venção contra a pneumonia bovina. Um ensaio do veteri-nário J.Pericol.

Já o nosso o caderno Agro-familiar, todo voltado para os pequenos produtores rurais, trás uma entrevista com o se-cretário nacional de Agricul-tura Familiar, Valter Bianchini. Neste bate-papo que tivemos com ele, relevantes questões para este importante setor da segurança alimentar brasileira.

Uma matéria mostra que é possível o pequeno produtor rural produzir bons cafés no Cerrado.

Tudo isto e muito mais para vocês, pequenos ou grandes produtores rurais, que merece toda a nossa con-sideração e trabalho para que � quem cada vez mais infor-mados e integrados no pro-cesso produtivo dos cerrados do Norte e Nordeste do Brasil.

Até lá, amigos.Boa leitura.(Antônio Oliveira)

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OPINIÃO

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 03

vilãs ou parceiras do homem do campo?Apesar de ainda estarmos

no inverno e longe dos meses onde a incidência

da queima é maior, é impor-tante nos antecipar e buscar alternativas para substituir esta prática tão prejudicial à natureza e ao bolso do produtor rural.

O uso do fogo no manejo é antigo e vem crescendo com o aumento da demanda de alimen-tos pelo mercado consumidor interno e externo. O crescimento populacional (já chegamos a 7 bilhões de habitantes), a melhoria nas condições de vida e acordos de exportação de alimentos para o exterior, torna este mercado de alimentos bem movimentado e o produtor impulsionado a produzir mais e com menores custos. Mas, é preciso atenção para não agir de forma indevida, sem instrução, ciência ou consciência dos efeitos que uma queimada irregular causa na propriedade rural.

De acordo com dados for-

necidos pelo site da Embrapa, as áreas com maior índice de focos durante um maior período do ano, estão no Cerrado e suas áreas de transição com outros biomas, ou seja, parte do Pará, do Maranhão e da Bahia e todo o Estado do Tocantins e Goiás.

A queima é um método muito usual no controle de pragas, limpeza de áreas para plantio, renovação de pastagens e colheita da cana-de-açúcar. Porém, toda essa praticidade tem um preço e traz prejuízos ao meio ambien-te, pois altera as dinâmicas dos ecossistemas, causando entre outros problemas a compactação do solo, seu empobrecimento e erosão, além da poluição do ar.

Se sairmos do âmbito eco-lógico, veremos outros efeitos negativos que o próprio produtor, com o tempo, sentirá, uma vez que a queda na produtividade do solo afetará diretamente suas ativida-des e sua lucratividade, obrigando-

-o a reduzir a lotação animal nas pastagens devido à diminuição na capacidade produtiva das forra-geiras. Esse evento pode promover uma reação em cadeia, pois nessas condições o pastejo em grande escala diminui a cobertura vegetal e expõe o solo ao pisoteio de animais provocando sua com-pactação, lixiviação de nutrientes e erosão mediante a chuva.

Porém, há outras vias nes-ta estrada produtiva. Existem diversas técnicas de manejo de pastagens que proporcionam ganho de peso, mantêm a co-bertura vegetal e, o melhor, com os mesmos resultados e sem a necessidade de uma só fagulha.

A própria Embrapa disponibiliza alternativas tanto para os pecuaris-tas, quanto para os agricultores fami-liares. São métodos que bene� ciam o gado e o solo a médio e longo prazos como o uso da "mistura múltipla", o uso da uréia pecuária, o "banco de proteínas" como complemento

de pastagem nativa, a adubação de manutenção associada ao manejo das pastagens, a diversi� cação de espécies forrageiras, a recuperação de pastagens pelo consórcio grão--pasto (Sistema Barreirão), a cober-tura verde ou morta e compostos orgânicos e o maior uso de corretivos e fertilizantes. Tudo disponível no site e nas unidades da Embrapa em todos os estados brasileiros.

Porém, na impossibilidade de se evitar o fogo completa-mente, é preciso buscar orien-tações técnicas para realizar as queimadas necessárias. Esta modalidade de queima tem a grande função de servir como barreira para os incêndios naturais ou provocados pelo homem.

Levando em consideração estas dicas, poderemos manter nossa produção e atender ao mercado, sem ter a utilização desnecessária de técnicas de manejo obsoletas, sobretudo cooperando com a vida na Terra.

PEDRO H. CAMPELOÉ aluno do 7° período de

Ciências Biologicas no CEULP/ULBRA - TO

“Existem diversas técnicas de manejo de pastagens que proporcionam ganho de peso e mantêm a cobertura vegetal”

vilãs ou parceiras do homem do campo?Queimadas

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AGROTECNOLOGIA

04 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

Churrasqueira solar

Hidroponia em pets

Laticínio familiar

Tomates Hitech

Combate a mosca brancaEstá ai uma grande idéia para o campo e para cidade: uma churrasqueira que funciona

à base de energia solar. A invenção tem pouco menos de dois anos e não se tem conhecimento se ela já está disponível no mercado brasi-leiro. Seu inventor, David Wilson, é professor do Massachusetts Institu-

te of Technology.Essa tecnologia, de design fu-

turista e que dispensa qualquer outro tipo de energia, serve tanto para grelhar, cozinhar ou aquecer alimentos, como serve também como aquecedor de ambientes. Tem autonomia de 25 horas entre uma carga e outra.

DIVULGAÇÃO

CLUBER SOUZA/SEAGRO-TO

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A 13ª Agrotins – Feira de Tec-nologia Agropecuária do Tocantins –, realizada em Palmas (TO) entre os dias 7 e 11 de maio, apresentou inovações tecnológicas de todos os tamanhos e para diferentes nuan-ces da produção rural. É o caso da empresa DHS Consultoria com seu modelo de hidroponia vertical, com o uso de garrafas pets. Essa pequena estrutura é indicada, principalmen-

te, para pequenos agricultores. Conforme o representante da

empresa, Willian César Cunha, essa tecnologia é um modelo de planto de folhagens que possui inúmeras vantagens econômicas e ambientais e permite a plantação de 280 pés de folhagens, num espaço onde, de forma convencional, se planta 42 pés. A implantação do projeto tem um curso de R$ 300, 00

Outra das grandes inovações tecnológicas apresentadas na Agro-tins, foi o pasteurizador de leite da empresa mineira Harmo Milk. Com um custo de investimento da ordem de R$ 13.800,00, a unidade, de acor-do com representantes da empresa, pode gerar até R$ 1,20 de lucro por litro de leite pasteurizado e é indica-da para a pequena propriedade ru-ral produtora de leite. Segundo cál-culos da empresa, o litro de leite ao laticínio é vendido a R$ 0,80 e após pasteurizado pode chegar a R$ 2,00. “Com esse lucro, o produtor paga o investimento em quatro meses”, ga-rante o representante da empresa

Itamar Zanquentin da Silva. A pasteurização ocorre devido

ao tempo e temperatura. No caso do leite, o produto, após embalado, � ca em água quente por 30 minutos a 65 graus, depois é levado ao freezer até

atingir temperatura de 5 graus. A va-lidade do leite pasteurizado será de até seis dias. O equipamento pode ser usado ainda para pasteurizar água de coco, polpa de fruta ou ou-tros tipos de leite.

A IHARA, tradicional fabricante de defensivos agrícolas, apresentou suas soluções para manejo de Mos-ca Branca no sistema de produção para soja e feijão na Agrobrasília 2013, maior evento de tecnologia rural e negócios do Planalto Central que aconteceu em Brasília entre os

dias 14 e 18 de maio. Os visitantes conheceram os resultados do uso do Tiger e o posicionamento sobre práticas de manejo do produto.

“Na soja, a mosca branca era con-siderada uma praga secundária. Hoje, está se tornando primária. Em nosso espaço, mostramos o melhor momen-

to de aplicar o produto para evitar os danos causados pela praga”, explica o Administrador Técnico de Vendas da IHARA, Wellington Ramos. Na Agro-brasília, ocorreu um fórum dedicado à discussão da Mosca Branca e da la-garta Helicoverpa, que ataca inúmeras culturas em todo o país.

O “Ranchão Hi-� ec”, da Se-cretaria de Agricultura de Palmas, foi um dos mais visitados na cate-goria agricultura familiar nesta 13ª Agrotins. Suas duas vedetes foram o Projeto de Gamboa para criação de peixes em pequenas propriedades (já reportado em edição anterior) e o cultivo de tomates híbridos de mesa por subirrigação e sob som-brite vermelho, uma tecnologia da Tecnoseed, empresa de produção de sementes com sede em Ijuí (RS).

Estiveram em evidência as va-riedades da linha “Dolce Sapore”: “Rosso”, “Verdi”, “Arancio”, “Giallo”, “Candy” e ‘Caramelle”. De acordo com a empresa, cada uma dessas variedades tem uma característica diferente em relação ao formato, coloração e teor de grau brix. São tomates que proporcionam uma forma diferente de venda: em ban-dejas sem desperdício, agregando mais valor à produção.

A vantagem da subirrigação é

que a planta não sofre com a neces-sidade de água de que precisa, pois é irrigada diretamente em suas raí-zes, não das folhas para baixo, o que proporciona muitos problemas.

Já com relação ao manejo so-bre sombrite (tela � na) vermelho. Melhoristas e pesquisadores da Tecnoseed explicam que ele é “uma ferramenta que diminui a incidên-cia e ataque de pragas que causam danos à cultura”. Funciona assim: de acordo com representante da sementeira para as regiões Centro--Oeste, Norte e Triângulo Mineiro, Daniel Luiz de Souza, “ o inseto que está debaixo da tela tem a visão pre-judicada devido a malha não deixar que todos os raios solares passem e essa retenção de raios solares causa visão distorcida ao inseto e a ten-dência é que ele procure ouro lugar para realizar sua alimentação”

O secretário de Agricultura de Pal-mas, o engenheiro Roberto Sahium (na foto sobre o sombrite, ao lado do presidente da Comissão de Sementes e Mudas do Tocantins, Macimo Perei-ra Lima), pretende introduzir essas tecnologias na agricultura familiar do município de Palmas.

judicada devido a malha não deixar

visão distorcida ao inseto e a ten-

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PLANTÃO AGROVETERINÁRIO

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 05

A pneumonia enzoótica dos bezerros é o nome utilizado para designar a doença res-

piratória infecciosa. É observada normalmente em animais jovens com menos de 6 meses de idade, podendo ocorrer em animais de até 1 ano.

Geralmente a doença tem liga-ção direta com fatores estressantes, como temperatura, lotação, des-mame e transporte, que reduzem a imunidade dos animais e facilita a infecção viral primária e depois uma infecção bacteriana secundá-ria no trato respiratório. O principal agente envolvido é a Pasteurella multocida, também chamada de Pasteurelose.

A ingestão dos anticorpos atra-vés do colostro é de grande impor-tância para a prevenção das pneu-monias, tanto quanto as medidas de manejo adequadas para se evitar o estresse dos animais.

Broncopneumonia - A pneumo-nia é uma in� amação do parênqui-ma pulmonar que quase sempre é acompanhada pela in� amação dos bronquíolos (broncopneumonia).

As manifestações clínicas são: aumento da frequência respiratória, tosse, sons respiratórios anormais e, nos casos de infecções bacterianas, evidências de toxemia e febre.

As pneumonias podem ser cau-sadas principalmente por vírus,

Pneumonia bovina“A invasão dos pulmões de bovinos pelo Dictyocaulus viviparus resulta no desenvolvimento da pneumonia verminótica”

Autor: Jean J.Pericol

O tratamento vai depender da causa e etiologia da doença. Para as pneumonias de origem viral, como as causadas por IBR, BVD, PI3 e Vírus Respiratório Sincicial Bovino (BRSV), é utilizada a vacinação do rebanho como medida preventiva. Nas bacte-rianas, o uso de antimicrobianos é de extrema importância, sendo os mais e� cazes as penicilinas, sulfas e quino-lonas. Na parasitária, o uso de sulfóxi-do de albendazol tem mostrado exce-lentes resultados, podendo também ser usadas as ivermectinas.

Em casos mais graves e com com-prometimento do estado geral do animal, devemos fazer um tratamen-to auxiliar com a utilização de soros, antipiréticos e antiin� amatórios.

bactérias, uma combinação de am-bos, verminose e fungos.

A maioria das pneumonias dos animais é adquirida pelo ar e nesse

tipo de infecção é muito importante o isolamento dos animais acome-tidos a � m de se detectar a doença em seu estágio inicial. O tratamento

com antibióticos é bastante e� caz no caso de pneumonias bacterianas e os quadros normalmente são re-vertidos em 24 a 48 horas.

Pneumonia verminótica, bronquite verminótica (Dictiocaulose)

Pneumoenterite

Tratamentos

Predisposição dos animais à enfermidade

A invasão dos pulmões de bovinos pelo Dictyocaulus viviparus resulta no desenvolvimento da pneumonia verminótica. Essa enfermidade deve ser diferenciada das pneumonias causadas por bactérias e vírus, pois não responde bem aos tratamentos frente a estes agentes infecciosos.

Em bovinos essa doença é mais comum em animais criados a pas-to, principalmente os mais jovens e de origem Européia, porém, surtos graves da forma aguda, são mais co-muns em animais adultos.

Os sinais incluem respiração rá-pida e super� cial, tosse constante, se-creção nasal e temperatura elevada. O animal apresenta-se ativo, contudo, mostra di� culdade em se alimentar, devido aos distúrbios respiratórios. A evolução da doença é rápida e dentro de 24 horas, a di� culdade respiratória se torna muito evidente.

Vários tipos de pneumonias dos bovinos podem ter como alguns de seus sintomas as enterites e conse-quentemente diarreias. A pneumonia verminótica quase sempre está acom-panhada por diarreia nos animais.

Os sinais comuns são febre, fal-ta de apetite, secreção nasal, ruídos pulmonares e diarreia.

A utilização de antibióticos de am-plo espectro é muito importante para atingir os micro-organismos presentes no trato respiratório e nos intestinos.

Os animais mais predispostos a estas enfermidades são da espécie Bos taurus, ou comumente cha-mados de “europeus”, em especial os animais utilizados na produção leiteira, como o Holandês e o Jersey.

Grandes aglomerações de animais também predispõem à ocorrência da doença, devido a um maior contato entre eles. Este fato é muito observado nos con� namentos, muito comuns nesta época do ano. Os animais que chegam para o con� namento, muitas vezes são transportados por longas distâncias, muitas vezes enfraqueci-dos e estressados, esta condição asso-ciada ao manejo e o clima de inverno, onde os dias são quentes e as noites frias contribuem para a ocorrência de pneumonia nos con� namentos. É possível observar grupos de animais tossindo, mais de 50% dos animais com pneumonia vão apresentar sinto-mas logo nos primeiros 15 dias.

Page 6: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

BAMAPITO NEWS

06 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

O Ministro da Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (MAPA), Antô-nio Andrade, anunciou, no início do mês passado, ao Governo do Mara-nhão, o adiamento da solenidade de assinatura da portaria ministerial de reconhecimento nacional de zona livre de febre aftosa para os estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Pará, que estava agendada para o próximo dia 20 de maio em São Luís. A solenidade deve acontecer na primeira quinzena deste mês.

A assessoria técnica do Ministro justi� cou que o adiamento foi ne-cessário devido agenda que o titular da pasta terá que cumprir em Paris, entre os dias 26 e 31 de maio, quan-do acontecerá a 81ª Sessão Geral da Assembléia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), entidade que conce-de o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa. “A As-sembléia da OIE exigirá articulações comerciais prévias, que vão ocupar o Ministro no período em que ele es-taria aqui no Maranhão”, explicou o

Cerrado à serviço do semiárido

Reconhecimento é adiado

A Campanha SOS Seca, da Se-cretaria de Agricultura do Estado da Bahia, conta, mais

uma vez com os produtores do oes-te da Bahia, associados à Associa-ção dos Irrigantes e Agricultores da Bahia (Aiba). Mobilização para isso está sendo feita por esta entidade, Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa); Abia (Associa-ção Baiana da Indústria Algodoeira ) e Sindicatos dos Produtores Rurais de Barreiras e LEM.

A iniciativa visa abastecer a re-gião baiana que sofre com o longo período de estiagem com produtos da região oeste, como grãos e seus subprodutos e caroço de algodão para a alimentação do gado de pe-quenos produtores rurais de 251 municípios baianos.

Os alimentos arrecadados � -carão depositados em armazéns localizados nas diversas comuni-dades agrícolas da região oeste da Bahia. Essa nova logística vai faci-

litar a participação na campanha, de produtores de áreas distantes, além de reduzir o custo com arma-zenagem e frete.

Apesar das dificuldades en-frentadas com irregularidade do período chuvoso e pragas que tem atacado as lavouras, os produto-res do oeste da Bahia resolveram se mobilizar, novamente, por en-tenderem que esta ação será de grande valia para os produtores que estão sofrendo com a estia-gem. “ Grande parte do rebanho de propriedade de pequenos cria-dores, já morreu por falta de água e, principalmente, comida. Temos que agir rápido, pois a situação é dramática.”, afirmou o presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato.

Em 2012, os produtores do Oes-te da Bahia, doaram, aproxima-damente, um milhão de quilos de grãos e subprodutos. A meta para 2013 é superar esta marca. (Com Assessoria de Imprensa) Soja, o carro-chefe da produção rural do oeste, para mitigara fome do rebanho no semiárido

Assinatura de novas zonas livres de aftosa só em junho

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Diretor Geral da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED--MA), Fernando Lima.

Além disso, a equipe técnica do MAPA avaliou que seria melhor for-malizar o reconhecimento nacional de zona livre após o período o� cial da 1ª etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa, em vigor até o

próximo dia 31 de maio.Para o Secretário de Estado da

Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, Cláudio Azevedo, a conquista do reconhecimento nacional da zona livre deve impulsionar o mercado pe-cuário no Nordeste e, especialmente, no Maranhão, que detém um reba-nho de cerca de 7,5 milhões de cabe-

ças de gado bovino e bubalino, o 2º maior do Nordeste. “Nossa pecuária, eminentemente de corte, deve ter um grande crescimento nos próximos anos, visto que esse é um desejo de mais de 20 anos dos criadores, que agora está tão próximo de se tornar realidade”, destacou o secretário.(Com Assessoria de Imprensa)

Page 7: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

BAMAPITO NEWS

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 07

Pescadores baianos receberam cinco milhões de alevinos

O Programa de Repovoamen-to de Aguadas Públicas da Bahia Pesca, empresa vinculada à Seagri, atingiu até abril a marca de cinco milhões de alevinos de tilápias e tambaquis distribuídos em todo o estado. Isto signi� cou mais renda e alimento para cerca de quatro mil famílias baianas em 30 municípios. Os peixes foram produzidos nas oito estações de piscicultura da empresa e entregues a cooperativas e asso-ciações de pescadores.

“São dados e números impor-tantes neste momento pós seca, cujas ações visam recompor as aguadas, oferecendo alimento e desenvolvimento da atividade para os pequenos produtores que mais sofreram com a estiagem”, enfatiza o Secretário de Agricultu-ra, Eduardo Salles.

Após a distribuição dos peixes, técnicos da Bahia Pesca acompa-nham todo o processo evolutivo dos animais e fornecem orientações aos aquicultores sobre as melhores prá-ticas de cultivo. “Nossa equipe faz o acompanhamento técnico de todas as etapas, desde a seleção das agua-das para recebimento dos alevinos, a escolha do melhor tipo de ração, o acompanhamento durante a fase de engorda até a retirada do peixe para consumo e venda”, diz o subgerente de piscicultura da Bahia Pesca, An-tonio Laborda.

Além de potencializar a pis-cicultura no interior da Bahia, o Programa de Repovoamento de Aguadas Públicas propicia fontes alternativas de renda e emprego, já que os reservatórios recebem peixes facilmente adaptados às condições climáticas dessas regiões. “Também estamos trabalhando na revitali-zação das unidades de produção, fortalecendo a cadeia produtiva desde a sua base para ofertar alevi-nos com qualidade e, consequente-mente, alimento saudável na mesa de milhares de famílias que vivem da agricultura familiar”, � naliza o Presidente da Bahia Pesca, Cássio Peixoto. (Seagri-BA)

Luís Eduardo Magalhães terá estande eco-sustentável na

Bahia FarmA Prefeitura de Luís Eduardo

Magalhães, cidade an� triã da maior Feira de Tecno-

logia Agrícola e Negócios do Nor-te Nordeste, a Bahia Farm Show, levará para a mostra este ano um novo conceito em estande: o da sustentabilidade 100%. Ele está ali-nhado às diretrizes assumidas pelo município nas diversas instâncias da administração pública e ilus-tra a bandeira da recuperação e da conservação de todas as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) de seu território, através do Pro-grama APP 100% Legal. O estande também fomentará à adesão do produtor rural ao Cadastro Estadual Florestal dos Imóveis Rurais (Ce� r), do Governo do Estado. A PMLEM é co-realizadora da Bahia Farm Show desde a primeira edição, em 2004. A feira será realizada entre os dias 28 de maio e 1� de junho, no Complexo Bahia Farm Show.

Fabricado em madeira de eu-calipto certi� cada, coberto com telhas de concreto, que dispensam a técnica da queima na fabricação, e mobiliado prioritariamente com móveis feitos a partir da reciclagem de garrafas PET e palha, o estande demandou o plantio prévio de 403 mudas de espécies do cerrado, para compensar as eventuais emissões de carbono. Até mesmo os brindes que serão distribuídos foram feitos de material reciclado, como ban-ners e lonas descartados, que viram objetos úteis nas mãos de costurei-ras e artesãs do município, capaci-tadas pela Prefeitura.

ENERGIA SOLARA alimentação elétrica do estande

durante o dia será garantida de um grande painel fotovoltaico, que apro-veita luminosidade solar, um dos atri-butos abundantes da região e diferen-

cial competitivo para a agricultura. O painel foi trazido da Bélgica especial-mente para o estande da PMLEM na feira, como parte de um estudo de viabilidade do uso de placas seme-lhantes nos prédios públicos.

Educação ambiental -Todas es-sas particularidades foram agrupa-das em um grande tema, Produzir e Conservar�. Ele reforça a ideia de que a produção agrícola e a con-servação ambiental devem andar juntas, para garantir o suprimento da demanda por alimentos e � bras para uma população que cresce em ritmo acelerado, além dos be-nefícios sócio-econômicos que a atividade agrícola traz para regiões como o cerrado da Bahia.

Para mostrar tudo isso de um jeito atrativo e diferente, a Prefei-tura requisitou o o personagem

Alaor, o Agricultor, uma criação da jornalista Catarina Guedes (Agri-press Comunicação), que já é ve-terano em eventos como a Fenagro e Agrocafé, e tem atraído atenção pelo Brasil de especialistas em edu-cação, agricultura e meio ambiente. No projeto para a Bahia Farm Show, Alaor se junta a Joaquim, o �Agente Ambiental Mirim, inspirado em um programa municipal de mesmo nome, para falar sobre a importân-cia do cumprimento da Legislação Florestal e da adesão do produtor rural ao Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais, CEFIR.

A abordagem do tema será trans-versal, e demandou o envolvimento direto da Secretaria de Meio Am-biente, assim como das secretarias de Agricultura e de Educação. Esta última vai levar para a feira os estu-

dantes da rede pública municipal.A estratégia de pôr o foco no es-

tudante se baseia na capacidade de multiplicação de conhecimento de crianças e jovens, e no princípio de que é preciso formar o cidadão do futuro�, diz a secretaria municipal de Meio Ambiente, Fernanda Aguiar.

MINIFAZENDAPara deixar bem claros todos es-

tes princípios, no estande será mon-tada a Fazenda do Alaor, uma ma-quete gigante, que, além de canteiros com algumas das principais culturas da região (soja, milho, algodão e fei-jão), mostrará aos visitantes o que são as áreas de APP, a Reserva Legal (RL), e como elas devem integrar a unidade produtiva, em conformida-de com o Novo Código Florestal e a Legislação Ambiental estadual.

Estande com motivação ecológica usará energia captada do sol

DIVULGAÇÃO

Page 8: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

ENTREVISTA

08 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

CR- Muitos antigos executivos da AIBA deixaram seus cargos e a instituição após a sua eleição. Por que isso ocorreu, foi uma exigên-cia do senhor?

Júlio Cézar Busato – Não. Foi por opção deles mesmos e acho essa decisão até normal, quando se troca a diretoria de uma instituição. Não houve um choque, não foi nada trau-mático. Foi um processo normal.

CR.: O senhor diria que são cargos de con� ança...

Júlio Cézar Busato - Não é isso. As pessoas confundem a Associa-ção com a coisa pública. Os execu-tivos que deixaram a AIBA o � zeram por opção própria, talvez para bus-carem outros caminhos melhores, trabalhos, alguma coisa assim.

CR.: - Quais são as principais metas de sua administração para o próximo biênio?

Júlio Cézar Busato - A meta principal é manter o trabalho bri-lhante que a AIBA fez ao longo des-sas três gestões e manter uma As-sociação forte que tenha respaldo tanto com os governos municipais, quanto com os estadual e o federal. E isto foi uma conquista das direto-rias que me antecederam. Eu agra-deço muito a eles e pretendo hon-rar o que estou assumindo. Esta é a nossa meta principal.

JÚLIO CÉZAR BUSATO

Com a experiência de 25 anos na região e o equilíbrio político de quem reconhece o trabalho de seus antecessores, Júlio Cézar Busato, comanda a AIBA

“É preciso manter o trabalho brilhante de meus antecessores”

Em seus 23 anos de existência, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA) teve ape-nas três gestores. O primeiro e um de seus princi-

pais fundadores, Humberto Santa Cruz, exerceu a pre-sidência da instituição por nove mandatos consecutivos – cada mandato dura um biênio – e foi quem solidi� cou suas bases; agregou valores humanos; buscou as pesqui-sas tecnológicas e as parcerias importantes para a causa; uniu e pro� ssionalizou produtores rurais e conquistou o respeito da sociedade como um todo à instituição e aos setores produtivos não só da região, mas também da Bahia e do Brasil. Depois dele vieram os sojicultores e

cotonicultores, João Carlos Jacobson Rodrigues e Walter Yukio Horita, que deram continuidade à política de for-talecimento da categoria e de inovação tecnológica para uma produção rural sustentável.

Horita, assim como seu colega João Carlos, não quis se reeleger. O sucedeu o agrônomo e produtor de grãos e � bras, Julio César Busato, que está na região há mais de 25 anos. Outro pioneiro, portanto. “Temos que dar um pouco de nós por nossa classe e pela sociedade de forma geral”, ele justi� ca sua disposição em ter buscado esse desa� o.

Busato esclareceu, nesta entrevista exclusiva ao jor-

nal Cerrado Rural Agronegócios que não houve uma disputa acirrada pela Presidência da AIBA, como muitos pensam, acostumados com as disputas onde candidatos se digladiam, como na política. “Havia, nessas eleições, dois candidatos (o outro era Ademar Marçal). E no � m a eleição terminou numa grande festa democrática”, disse.

Nesta entrevista, Júlio Busato, eleito no � nal do ano passado e empossado no início deste ano, expõe suas metas e esclarece o desligamento de muitos antigos exe-cutivos da Associação.

A entrevista foi concedida na sede do Complexo Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães.

CR.:O senhor assume a ins-tituição no momento em que os seus antecessores preparavam mais uma edição de uma das maiores feiras agrotecnológicas do Brasil, a Bahia Farm Show. Esta nova diretoria está preparada para dar continuidade a esse em-preendimento de peso nacional?

Júlio Cézar Busato - Positivo. A nossa feira, a cada ano, � ca melhor.

As que antecederam já estavam óti-mas. Agora é melhorar ainda mais. As pessoas que estão organizando a mostra agrotecnológica deste ano são praticamente as mesmas que � -zeram – exceto algumas pessoas – as edições anteriores.

CR.: Esses executivos que saí-ram e que tinham papel chave na realização da Bahia Farm Show em nada muda a sua proposta, o

desempenho e sucesso da feira?Júlio Cézar Busato - Na verda-

de, um só executivo, na equipe de organização da feira, saiu, mas já foi substituído.

CR- Presidente, a AIBA, ao lon-go de sua existência, tem tido um bom relacionamento, inclusive de respeito mútuo com os governos e legislativos municipais, estaduais

e federais. Uma responsabilidade e tanto para o senhor, não é?

Júlio Cézar Busato - Nós va-mos continuar essas parcerias e manter todos os projetos que es-tão em andamento junto às insti-tuições públicas e privadas. Man-ter um relacionamento o melhor possível por que, afinal de contas, nós precisamos é caminhar juntos com os poderes públicos, pois as necessidades são enormes. Nós vivemos numa enorme região com grandes problemas de estradas - todo tipo de problemas, na ver-dade. A única maneira que nós te-mos para resolver isso é dando as mãos para os poderes.

“Nós temos mais cinco milhõesde hectares para serem explorados,ou com agricultura, ou com pecuária,com irrigação, ou com o que for”

DICOM/AIBA

A PEDIDO Porque esteve voltada mais para a Agrotins 2013, em Palmas, no Tocantins, grande parte da tiragem da edição anterior a esta de Cerrado Rural Agrone-gócios, esteve voltada para aquela feira agrotecnólogica. Atendendo a pedido de noss público leitor do oeste da Bahia, repetimos, nesta edição, a presente entrevista.

Page 9: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

CADERNO DO PEQUENO PRODUTOR RURAL

CADERNO INTEGRANTE DO JORNAL CERRADO RURAL AGRONEGÓCIOS

É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

CAFEICULTURA > PG 3 <

EXTENSÃO RURAL

É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

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CADERNO INTEGRANTE DO JORNAL CERRADO RURAL AGRONEGÓCIOS

EXTENSÃO RURAL

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REVOLUÇÃOFAMILIAR

> PAGS 04/05 <

A agricultura familiar brasileira vem passando por muitas transformações estruturais e de mentalidade. Aquele velho e radi-cal conceito de ver o agronegócio como a imagem do demônio na terra, imposto pela esquerda radical, praticamente já não ex-iste mais. As pequenas propriedades estão se modernizando e cada vez mais se impondo no mercado geral de produtos agro-pecuários. Porém, ainda faltam muito, como melhor acesso às tecnologias desenvolvidas pelos institutos de pesquisas agrárias e mais assistência técnica rural para, inclusive, plantar e colher com maior produtividade por meio de solos devidamente corrigido e adubado. Em entrevista ao caderno Agrofamiliar, o titular da Sec-retaria Nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, diz que o governo federal acompanha essa revolução e possui um amplo leque de programas para incrementar a produção rural na agri-cultura familiar. Será mesmo que o governo federal está antenado aos anseios da categoria? -

Presidente Dilma defende criação da Agência de ATER. “Temos que fazer extensão rural de forma obsessiva”, diz ela. > PG 2 <

08 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

Assim caminha o sul do Maranhão

Uma feira agrotecnológica que cresce a cada edição em movimen-tação � nanceira, quantidade de ex-positores e de público – Agrobalsas -, verdadeira vitrine da realização de sonhos e sacrifícios de produ-tores rurais que deixaram a terra natal, no Sul e Sudeste do país para tornar os cerrados desse pedaço de Nordeste brasileiro numa das regiões mais promissoras do Brasil.

Essa epopéia não foi fácil, principalmente levando-se em conta a falta de infraestrutura, falta de variedades adequadas ao

clima e solo regionais e ausência de governos do Estado e da União.

Mas isto, com a persistência de produtores de todos os tamanhos e culturas; do povo nativo e do empresariado como um todo, vai � cando no passado e a região se consolidando e sempre ampliando seus projetos e atraindo outros.

Balsas tem uma característica muito positiva e que a torna o centro das atenções de novos investi-dores: a coragem e a determinação de seus empreendedores. Muitos deles começaram, em pequenas

propriedades, plantando arroz para “amansar” a terra e nela jogar a soja e outras culturas. Hoje são grandes agroempresários bem sucedidos, com alguns tornando-se, aos poucos tradings e até projetando ter sua própria logística entre sua porteira e o mercado e externo. Sonho que não deixa dúvidas de ser realizado.

Um pouco dessa epopéia, o balanço geral da Agrobalsas e outros assuntos de interesse do agronegócio, serão mostrados, mais uma vez, em caderno espe-cial da nossa próxima edição.

PARTICIPE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA

Page 10: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

ACONTECE

2 |1º A 15 DE JUNHO DE 2013

ALMANAQUE

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 07

“Temos que fazer assistência técnica e extensão rural de for-ma obsessiva”. Esta é a tecla que

a presidente Dilma Rousse� vem batendo durante suas aparições em eventos de agronegócio e agricultu-ra familiar em diferentes regiões do país. Ela justi� ca esse objetivo com o fato de a Embrapa – que até então tem feito o papel do governo federal na Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) -, ser um centro de pesquisas, “não um centro de ex-tensão rural. “Ela divulga, mas não tem uma estrutura para assistência técnica e extensão rural”, a� rma.

Ainda de acordo com Dilma Rousse� , é com a criação e funciona-mento de uma agência de ATER “que iremos mudar a produtividade da pecuária e da agricultura brasileira, fazendo assistência técnica e exten-são rural, de forma obsessiva”, repete.

A agência a ser criada, diz a Presi-dente, é levar avanços tecnológicos a produtores que não têm acesso, prin-cipalmente aos pequenos e médios. Forma “obsessiva”, como ela vem se referindo ao trabalho de ATER que deve ser feito, signi� ca trabalhar no

limite da capacidade, fazendo com que a maioria dos produtores atinja um alto nível de produtividade.

Sobre o Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, a Presidente tem dito que terá a preocupação de ampliar recursos, reduzir custos, simpli� car procedimentos e abertu-ra de linhas de � nanciamento mais adequadas. Dilma também ressal-tou o seguro rural como estratégico para a produção nacional.

“O Brasil terá cada vez mais um empenho nessa questão do seguro rural porque sabemos que, tanto na agricultura como na pecuária, há uma grande incidência das questões ligadas ao clima. ”

Page 11: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

FAÇA VOCÊ MESMO Caifecultura

06 |1º A 15 DE JUNHO DE 2013 1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 03

Da Redação

Na agricultura familiar depende de tecnologia e assistência

Page 12: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

Valter Bianchini, da SAF, garante que o governo federal acompanha esta evolução

A CARÊNCIA QUE AINDA HÁ NO ACESSO A TECNOLOGIAS AGROPECUARIAS E ACESSO ÀS PESQUISAS

04 |1º A 15 DE JUNHO DE 2013 1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 05

Page 13: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

Valter Bianchini, da SAF, garante que o governo federal acompanha esta evolução

A CARÊNCIA QUE AINDA HÁ NO ACESSO A TECNOLOGIAS AGROPECUARIAS E ACESSO ÀS PESQUISAS

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FAÇA VOCÊ MESMO Caifecultura

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Da Redação

Na agricultura familiar depende de tecnologia e assistência

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ACONTECE

2 |1º A 15 DE JUNHO DE 2013

ALMANAQUE

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 07

“Temos que fazer assistência técnica e extensão rural de for-ma obsessiva”. Esta é a tecla que

a presidente Dilma Rousse� vem batendo durante suas aparições em eventos de agronegócio e agricultu-ra familiar em diferentes regiões do país. Ela justi� ca esse objetivo com o fato de a Embrapa – que até então tem feito o papel do governo federal na Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) -, ser um centro de pesquisas, “não um centro de ex-tensão rural. “Ela divulga, mas não tem uma estrutura para assistência técnica e extensão rural”, a� rma.

Ainda de acordo com Dilma Rousse� , é com a criação e funciona-mento de uma agência de ATER “que iremos mudar a produtividade da pecuária e da agricultura brasileira, fazendo assistência técnica e exten-são rural, de forma obsessiva”, repete.

A agência a ser criada, diz a Presi-dente, é levar avanços tecnológicos a produtores que não têm acesso, prin-cipalmente aos pequenos e médios. Forma “obsessiva”, como ela vem se referindo ao trabalho de ATER que deve ser feito, signi� ca trabalhar no

limite da capacidade, fazendo com que a maioria dos produtores atinja um alto nível de produtividade.

Sobre o Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, a Presidente tem dito que terá a preocupação de ampliar recursos, reduzir custos, simpli� car procedimentos e abertu-ra de linhas de � nanciamento mais adequadas. Dilma também ressal-tou o seguro rural como estratégico para a produção nacional.

“O Brasil terá cada vez mais um empenho nessa questão do seguro rural porque sabemos que, tanto na agricultura como na pecuária, há uma grande incidência das questões ligadas ao clima. ”

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CADERNO DO PEQUENO PRODUTOR RURAL

CADERNO INTEGRANTE DO JORNAL CERRADO RURAL AGRONEGÓCIOS

É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

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É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

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> PAGS 04/05 <

A agricultura familiar brasileira vem passando por muitas transformações estruturais e de mentalidade. Aquele velho e radi-cal conceito de ver o agronegócio como a imagem do demônio na terra, imposto pela esquerda radical, praticamente já não ex-iste mais. As pequenas propriedades estão se modernizando e cada vez mais se impondo no mercado geral de produtos agro-pecuários. Porém, ainda faltam muito, como melhor acesso às tecnologias desenvolvidas pelos institutos de pesquisas agrárias e mais assistência técnica rural para, inclusive, plantar e colher com maior produtividade por meio de solos devidamente corrigido e adubado. Em entrevista ao caderno Agrofamiliar, o titular da Sec-retaria Nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, diz que o governo federal acompanha essa revolução e possui um amplo leque de programas para incrementar a produção rural na agri-cultura familiar. Será mesmo que o governo federal está antenado aos anseios da categoria? -

Presidente Dilma defende criação da Agência de ATER. “Temos que fazer extensão rural de forma obsessiva”, diz ela. > PG 2 <

08 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

Assim caminha o sul do Maranhão

Uma feira agrotecnológica que cresce a cada edição em movimen-tação � nanceira, quantidade de ex-positores e de público – Agrobalsas -, verdadeira vitrine da realização de sonhos e sacrifícios de produ-tores rurais que deixaram a terra natal, no Sul e Sudeste do país para tornar os cerrados desse pedaço de Nordeste brasileiro numa das regiões mais promissoras do Brasil.

Essa epopéia não foi fácil, principalmente levando-se em conta a falta de infraestrutura, falta de variedades adequadas ao

clima e solo regionais e ausência de governos do Estado e da União.

Mas isto, com a persistência de produtores de todos os tamanhos e culturas; do povo nativo e do empresariado como um todo, vai � cando no passado e a região se consolidando e sempre ampliando seus projetos e atraindo outros.

Balsas tem uma característica muito positiva e que a torna o centro das atenções de novos investi-dores: a coragem e a determinação de seus empreendedores. Muitos deles começaram, em pequenas

propriedades, plantando arroz para “amansar” a terra e nela jogar a soja e outras culturas. Hoje são grandes agroempresários bem sucedidos, com alguns tornando-se, aos poucos tradings e até projetando ter sua própria logística entre sua porteira e o mercado e externo. Sonho que não deixa dúvidas de ser realizado.

Um pouco dessa epopéia, o balanço geral da Agrobalsas e outros assuntos de interesse do agronegócio, serão mostrados, mais uma vez, em caderno espe-cial da nossa próxima edição.

PARTICIPE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA

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É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

CAFEICULTURA > PG 3 <

EXTENSÃO RURAL

É POSSÍVEL PRODUZIR CAFÉ NA AGRICULTURA FAMILIAR NOS CERRADOSDO NORTE E NORDESTE DO BRASIL. BASTA SABER PLANTAR E MANEJAR.

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REVOLUÇÃOFAMILIAR

> PAGS 04/05 <

A agricultura familiar brasileira vem passando por muitas transformações estruturais e de mentalidade. Aquele velho e radi-cal conceito de ver o agronegócio como a imagem do demônio na terra, imposto pela esquerda radical, praticamente já não ex-iste mais. As pequenas propriedades estão se modernizando e cada vez mais se impondo no mercado geral de produtos agro-pecuários. Porém, ainda faltam muito, como melhor acesso às tecnologias desenvolvidas pelos institutos de pesquisas agrárias e mais assistência técnica rural para, inclusive, plantar e colher com maior produtividade por meio de solos devidamente corrigido e adubado. Em entrevista ao caderno Agrofamiliar, o titular da Sec-retaria Nacional de Agricultura Familiar, Valter Bianchini, diz que o governo federal acompanha essa revolução e possui um amplo leque de programas para incrementar a produção rural na agri-cultura familiar. Será mesmo que o governo federal está antenado aos anseios da categoria? -

Presidente Dilma defende criação da Agência de ATER. “Temos que fazer extensão rural de forma obsessiva”, diz ela. > PG 2 <

08 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

Assim caminha o sul do Maranhão

Uma feira agrotecnológica que cresce a cada edição em movimen-tação � nanceira, quantidade de ex-positores e de público – Agrobalsas -, verdadeira vitrine da realização de sonhos e sacrifícios de produ-tores rurais que deixaram a terra natal, no Sul e Sudeste do país para tornar os cerrados desse pedaço de Nordeste brasileiro numa das regiões mais promissoras do Brasil.

Essa epopéia não foi fácil, principalmente levando-se em conta a falta de infraestrutura, falta de variedades adequadas ao

clima e solo regionais e ausência de governos do Estado e da União.

Mas isto, com a persistência de produtores de todos os tamanhos e culturas; do povo nativo e do empresariado como um todo, vai � cando no passado e a região se consolidando e sempre ampliando seus projetos e atraindo outros.

Balsas tem uma característica muito positiva e que a torna o centro das atenções de novos investi-dores: a coragem e a determinação de seus empreendedores. Muitos deles começaram, em pequenas

propriedades, plantando arroz para “amansar” a terra e nela jogar a soja e outras culturas. Hoje são grandes agroempresários bem sucedidos, com alguns tornando-se, aos poucos tradings e até projetando ter sua própria logística entre sua porteira e o mercado e externo. Sonho que não deixa dúvidas de ser realizado.

Um pouco dessa epopéia, o balanço geral da Agrobalsas e outros assuntos de interesse do agronegócio, serão mostrados, mais uma vez, em caderno espe-cial da nossa próxima edição.

PARTICIPE DESTA EDIÇÃO HISTÓRICA

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ENTREVISTA

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 09

CR.: Problemas são vários, de estrutura na região. Na sua visão, quais seriam os principais pro-blemas e como o senhor pretende contribuir para solucioná-los?

Júlio Cézar Busato -Nós va-mos nos unir. Eu acho que o maior problema que nós temos na região é essa logística muito ruim, armazenagem deficiente e problemas das estradas vicinais. Esse é o grande entrave que nós vamos ter no futuro.

CR- Com relação ao fomento e ao � nanciamento ou custeio da safra, o senhor acredita que as po-líticas governamentais têm aten-dido aos anseios da classe produ-tora, especi� camente da região?

Júlio Cézar Busato -Estão ex-celentes. Nós estamos vivendo, hoje, no Brasil uma taxa de juros que nós nunca tivemos. Eu estive numa feira em Cascavel, no Para-ná, onde a presidente Dilma es-tava e ela colocou bem claro que o governo baixou os juros e que a agricultura deu uma resposta positiva enorme e o governo pre-tende continuar mantendo essas políticas e facilitando o crédito para a agricultura continuar a ser o grande motor do país.

CR.: - Presidente, o agrone-gócio brasileiro passa por uma situação impar em toda a sua evolução, que veio em conse-qüência da quebra de safra nos Estados Unidos e, não obstante a queda do preço do algodão, o Brasil está eufórico e se trans-formando no maior exportador de soja do mundo. O horizonte é bom para o agronegócio bra-sileiro. Na sua visão, como é que o oeste baiano se coloca diante dessa nova realidade?

Júlio Cézar Busato -Nós esta-mos numa condição privilegiada, já que a nossa tecnologia nos per-mite ter produtividades melhores até em níveis mundiais. Agora, por outro lado, nós temos um proble-ma muito sério de logística e fal-

ta de portos. Convenhamos que transportar grãos em rodas de ca-minhão é um negócio inaceitável. Os nossos custos de produção e escoamento estão elevados e exis-te uma preocupação com o futu-ro. Um futuro daqui há dois, cinco anos, porque grande parte desses grãos também foi desviada para a produção de energia (biodisel). Mas estão se buscando outras for-mas de energia. Então, num futuro, três a cinco anos, nós vamos que, obrigatoriamente, ter uma logística mais competitiva, se não nós va-mos enfrentar problemas.

CR-Esse futuro passaria por ferrovias?

Júlio Cézar Busato - Primeiro pelos portos e depois pelas fer-rovias. Mas isso os governos es-tão providenciando, nós estamos acompanhando, e vamos ficar atentos cobrando isso, alertando para esse problema.

CR-Presidente, outro fato in-contestável que nenhum jorna-lista, nem um político, nem um legislador, nem um executivo, têm receio em exaltar que é o desempenho da AIBA na busca por tecnologias, por pesquisas. Foi isso que fez com que a região

desse um salto muito grande em produção, produtividade e qua-lidade. Como o senhor vê e pre-tende manter essas políticas de apoio às pesquisas?

Júlio Cézar Busato - Na ver-dade, se criou uma tecnologia e eu tive a oportunidade de partici-par disso já que estou aqui há 25 anos, período em que houve uma troca de informação entre pro-dutores, agrônomos, técnicos de diversos órgãos oficiais, profes-sores, consultores que formaram essa tecnologia que está ai, hoje, e que está mostrando números excelentes. Mas estamos agora pensando em fazer mais. Estamos querendo trazer as universidades para participarem desse proces-so, porque elas ficaram afastadas dele. Elas têm um potencial mui-

to grande para gerar tecnologias e pesquisas e é isso que nós quere-mos aproveitar e um dos pilares que nós temos em nossa gestão vai ser justamente essa aproxima-ção com as universidades, fomen-tando pesquisas e gerando tecno-logia para a região.

CR.:O senhor falou em uni-versidade e eu lembrei que num dia desses, conversando com um dos diretores da Universida-de Federal da Bahia, que está se estruturando no oeste da Bahia, eu o questionei sobre os cursos que devem ser implantados na região, se eles seriam adequados à vocação econômica da região, que são a agropecuária e o agro-negócio. Esse diretor fez um po-rém: “E se um dia o agronegócio travar de vez na região? O senhor vê essa possibilidade

Júlio Cézar Busato - Nós te-mos hoje 2,2 milhões hectares plantados. Havia quem dissesse, há 25 anos atrás, que isso aqui iria ser transformado em um grande deserto. Hoje nós temos as me-lhores produtividades do mundo. Então, eu acho que fazemos uma agricultura sustentável. Nós temos mais cinco milhões de hectares para serem explorados, ou com

agricultura, ou com pecuária, com irrigação, ou com o que for. Eu não vejo como, acho impossível esse travamento. Nós podemos ter cri-ses pelo caminho, como já tivemos e já enfrentamos, mas todas foram vencidas. Eu acho que nós só te-mos é que crescer e se desenvolver e gerar mais empregos e renda, ge-rar mais riqueza para uma região que precisa.

CR- Em sua opinião, não res-ta dúvida de que o agronegócio é, de� nitivamente, o carro-chefe da economia do oeste da Bahia?

Júlio Cézar Busato - Eu diria mais: é o carro-chefe da economia do Brasil. E o Brasil passou incó-lume por todas essas crises que aconteceram graças ao que o agro-negócio tinha gerado para enfren-tar a “marolinha” e de outras crises que passaram por ai. E no oeste da Bahia, principalmente, porque aqui nós temos solos planos, ín-dices pluviométricos excelentes, tecnologia de ponta – nossa tecno-logia não deixa nada a desejar para os americanos, para os europeus - e os nossos números mostram a nossa produtividade. Então, eu acho que só temos a crescer e só temos a ganhar.

CR.: Como � cará a relação com os parceiros de sempre – Funda-ção BA, ABAPA, Fundeagro, etc?

Júlio Cézar Busato - Nós esta-mos criando um conselho dessas associações que é para participar de uma reunião mensal entre presiden-tes e os vice presidentes e de� nir o que cada um vai fazer dentro das demandas existentes. Para que isso? Para que as associações trabalhem mais unidas e mais focadas no que elas realmente podem fazer melhor e isso vai trazer um grande ganho para toda a região, porque serão vá-rias associações trabalhando de uma forma coordenada, no que vai ser um ganho muito grande.

“As parcerias com o Governo do Estado, serão mantidas e ampliadas”

Nós temos hoje 2,2 milhões hec. plantados. Havia quem dissesse, há 25 anos

Nós podemos ter crises pelo caminho, como já tivemos e já enfrentamos, mas todas foram vencidas

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CAPA

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Segundo pesquisas, as várzeas do Tocantins têm a capacidade de recuperar sementes doentes de feijão

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“Não existe nada parecido no Brasil”“O único lugar onde se planta sementes doentes e as colhe sadias”

Entre os dias 11 e 14 deste mês, Palmas, a capital do Tocan-tins, será sede de um encontro

das Comissões de Sementes e Mudas (CSM´s) das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Além de debaterem o setor, sementeiros, pre-sidentes de CSM´s, agrônomos, estu-dantes, pesquisadores dessas regiões brasileiras, terão a oportunidade de conhecer um dos melhores campos de produção de sementes de todo o Brasil: as várzeas tropicais, nas quais estão implantados os projetos Rio Formoso e Javés – irrigação por inundação – e é um dos poucos luga-res do país onde se planta soja para sementes na entressafra e sem vazio sanitário. E isto já está consolidado.

Nesta oportunidade, o jornal Cerrado Rural Agronegócios reedi-tou, resumindo-a uma de suas im-portantes matérias já publicadas sobre este potencial. Esta foi veicu-lada na edição de dezembro de 2008 – mas ainda está muito atual e vem a calhar para este momento, além de mostrar mais uma faceta das várze-as tocantinenses: o seu potencial de produção de sementes de feijão.

Conhecida nacionalmente por sua excelência de sementes de soja, arroz para grão, melancia, entre ou-tros produtos, as várzeas tropicais do Tocantins estão se destacando como a melhor região brasileira para a produção de sementes de fei-jão. Pode ser incrível, mas é verda-de: de acordo com João Kluthcou-ski, mais conhecido como João K, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, as condições edafoclimáti-cas daquelas várzeas, permitem que sementes doentes trazidas de outras regiões se recuperem, voltando às suas origens, depois de plantadas naquelas terras subirrigadas. E sem muita, ou às vezes, nenhuma apli-cação de defensivo.

Contudo, mesmo plantando feijão há quase dez anos, os pro-dutores da região, com poucas ex-ceções, resistem à cultura de fei-jão para sementes, optando pelo plantio de grãos a partir de grãos, sem nenhum critério de seleção. Essa resistência, que não é só na região, mas também em todo o Brasil, conforme acredita o saudo-so pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Homero Aidar, um dos pesquisadores mais entusiasma-

dos que as várzeas tocantinenses já tiveram e que faleceu, há uns três anos, no desejo de ser geren-te-geral da mais nova unidade da Embrapa no Brasil, instalada no Tocantins, uma de suas paixões. Durante muitos anos, Aidar cen-trou suas atenções nas várzeas tocantinenses, inclusive com livro publicado sobre o assunto.

Ele justi� ca a resistência dos pro-dutores rurais daquele projeto em não cultivar feijão para sementes. De acordo com ele, “toda tecnologia tem seu tempo certo para se deslan-

char” e os produtores da região ainda não se despertaram para o potencial que a região tem para a produção de sementes de feijão e o quanto eles poderiam lucrar ainda mais com a cultura do feijoeiro comum.

Ainda em relação à produção de grãos, “desde que se observem as recomendações técnicas, a pro-dutividade pode superar a média nacional”, afirma o agrônomo e es-pecialista em fitotecnia da Embra-pa Arroz e Feijão, Michael Thung. “Aqui nessas várzeas a produtivi-dade chega a 1.800 kg/ha”, infor-

ma. Mas sem critério de plantio e manejo, essa produtividade cai para 600 kg/ha.

Outra característica marcante das várzeas tropicais do Tocantins, ainda conforme o � totecnista é o período de maturidade do feijo-eiro: entre 65 e 70 dias. Em outras regiões, a manutenção se dá entre 80 e 90 dias no feijão irrigado.

“Não existe nada parecido no Brasil quando se analisa as con-dições de produção de sementes nas várzeas tropicais do Tocantins”, lembrou, na época, Homero Aidar.

“Não existe nada parecido no Brasil quando se analisa as condições de produção de sementes nas várzeas tropicais do Tocantins”, lembrou, na época

Antônio Oliveira

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CAPA

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Esperança de sementes sadias Não é por qualquer motivo que

a Embrapa Arroz e Feijão sempre investiu nas várzeas do Tocantins com o objetivo de torná-las num grande pólo produtor de sementes de feijão. De acordo com a empre-sa estatal de pesquisa, por meio de estudos feitos por Homero Aidar e João K, a partir da década de 1980 o feijão passou a ser cultivado, prin-cipalmente em terras altas da região Centro-Oeste do país, por meio de irrigação sob pivô central, tipo de ir-rigação que facilita a contaminação por vários tipos de doenças. Desta

forma, não estava sendo mais pos-sível produzir sementes de feijão naquela região sem o excessivo uso intensivo de agroquímicos, o que encarece a produção e não mais eli-minando totalmente as doenças, ou seja, não se produz mais sementes de feijão com qualidade e sanidade.

Ainda conforme a Embrapa Arroz e Feijão, “essa realidade tem corroborado para um cenário de inexpressiva prioridade no que se refere tanto à produção quando ao uso de sementes, não obstante a importância sócio-econômica

deste produto para o país”, diz. Isto resulta num círculo vicioso, conti-nua a estatal federal de pesquisa. Para ela, “o produtor não produz a semente porque não há a deman-da e/ou o produtor de grãos não a adquire devido ao seu alto custo e/ou porque a sua importância é pouco visível no contexto de seu sistema de produção”.

Interessante que, conforme re-lata a Embrapa Arroz e Feijão, em ensaio de João K e Homero Aidar, semelhante situação acontece nos Estados Unidos, onde a maioria das

sementes certi� cada é produzida em regiões semi-áridas, sob irriga-ção – Nebraska, Idaho, Califórnia e sudoeste do Colorado. Lá, a� rmam os dois pesquisadores, se usa muito sementes certi� cadas de feijão jus-tamente pelo alto índice de conta-minação de doenças transmissíveis pelas sementes nas áreas de produ-ção de grãos.

Então, a grande esperança, não só do Brasil, mas de países com potencial agrícola como os Esta-dos Unidos, são as várzeas tropi-cais do Tocantins.

Produção sob altas temperaturas

Dos 29.564,000 de hectares disponíveis para irrigação sus-tentável no Brasil, pouco menos de 15 milhões de hectares são de várzeas tropicais, os outros são em terras altas. Segundo levantamentos geográ� cos, as maiores extensões de várzeas contínuas e irrigáveis estão no Tocantins. São cerca de 3 mi-lhões de hectares nos vales dos rios Araguaia e Tocantins, sendo que deste total, 61 mil hecta-res fazem parte dos projetos Formoso do Araguaia e Javaés, abrangendo 5 municípios.

Esses projetos irrigados por inundação e subirrigação, produzem frutas como melancia, abóbora e melão e grãos como arroz e feijão, além de produzir, na entressafra, a melhor semente de soja do Brasil, segundo opi-nião de sementeiros brasileiros.

Outro fator surpreendente nessas várzeas, ainda confor-me estudo da Embrapa Arroz e Feijão é que elas quebraram uma tradição segundo a qual suas altas temperaturas do ar são empecilhos para a explo-ração de algumas culturas agrícolas com rentabilidade – caso do feijoeiro comum.

Contudo, “uma vez sistema-tizadas, essas áreas, por apresen-tarem inverno seco e baixa umi-dade relativa do ar, podem ser intensivamente cultivadas du-rante os doze meses do ano, com a utilização de distintos métodos de irrigação”, aponta a Embrapa.

Em síntese, ainda conforme a empresa federal de pesquisa, “o paradigma de que o feijoei-ro comum exige temperaturas amenas foi quebrado naquele vale, considerado, há uns dez anos atrás, impróprio para a produção de feijão, devido às altas temperaturas do ar”.

“Com o uso da irrigação por subirrigação, sem dé� cit hídrico, por mais paradoxal que pareça, são produzidas sementes de feijão de alta qualidade sanitária e � siológica”, atestou a Embrapa.

A semente de soja produzida em várzeas do Tocantins é uma da melhores do Brasil

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AGROVITRINE

12 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

A linha de fenação e silagem da Vermeer conta com mais três im-plementos, lançados na Agrishow, neste mês. São eles: o vagão proces-sador de fardos (BPX9000), a enfar-dadora (504PRO) e o plasti� cador de silagem, SW5000. Mas, de acordo com a empresa, o portifólio com-pleto deste nicho de mercado soma seis linhas de equipamentos que agregam tecnologia ao processo de corte, tombamento, enleiramento, enfardamento, plasti� cação, ar-mazenamento e processamento de forragens como jaraguá, pangola, quicuio, estrela, coast-cross, rodes, culturas de inverno como centeio, azevém, aveia, milheto, entre outras utilizadas na alimentação animal.

Ainda de acordo com a Verme-er, seus equipamentos empregam componentes aptos a operar em diferentes condições de unidade, que na fenação � ca em torno de 15%, e na silagem pode chegar a 30% para favorecer a fermentação láctica. “Outro diferencial da linha é compatibilidade com tratores de pequeno porte e potência a partir de 65 cv”, garante a empresa, acres-centando que ao adquirir uma “so-lução” Vermer, o produtor não pre-cisa fazer outros investimentos em tratores de grande porte, reduzindo os investimentos e maquinários.

ENTENDENDO MELHORVagão processador BPX9000. A

justi� cativa da Vermeer para esse lançamento é que para que o fardo de feno seja consumido, é necessá-rio processá-lo. “Como o fardo � ca muito compactado, não é recomen-dável colocá-lo inteiro para o con-sumo dos animais. O alimento aca-ba sendo pisoteado e a parte mais dura di� cilmente é consumida, perdendo cerca de 30% do fardo”, detalha a empresa. Esse implemen-to processa o fardo em pedaços de fácil deglutição pelos animais.

Com capacidade para se auto--carregar, o processador dispensa o uso de pás carregadeiras. Proces-

Vermeer lança novas linhas de fenação e silagem

sa, em média, 10 toneladas de feno seco por hora. Um kit opcional pode ser agregado ao equipamento para processar fardos retangulares.

Enfardadora (504PRO). Ela ope-ra no processo de coleta e enfarda-mento do material da leira, geran-do fardos cilíndricos. Na fenação, o amarrilho dos fardos é feito com redes de nylon, tendo em vista oti-mizar a produção e facilitar o trans-porte e armazenamento, sempre preservando a compactação.

Dentre as especi� cações da 504PRO, destaca-se a câmara va-riável capaz de produzir fardos de 1,20m de largura e diâmetro vari-ável de 0,90 m a 1,50 m. O modelo conta com conjuntos de 17 facas,

que podem operar em combinações de 0, 8, 9 ou 17, o que vai determinar a granulometria do material enfar-dado. A con� guração do conjunto é feita rapidamente pelo próprio operador de dentro da cabine do trator. Em caso de embuchamento do equipamento, é possível abrir hidraulicamente a base sem sair da cabine para limpar os bloqueios e remover o material de volta para a câmara, o que reduz o tempo de pa-rada da enfardadora.

Plasti� cador de silagem. Nas operações envolvendo silagem, o processo de fermentação láctica da matéria orgânica demanda a plas-ti� cação do fardo. O plasti� cador SW5000 manuseia fardos de até 1,5

m por 1,2 m, pesando até 998 Kg. Acoplado ao sistema hidráuli-

co de dupla ação do trator, possui apenas três comandos. Basta pro-gramar o número de camadas de plástico, bem como o descarrega-mento do fardo no chão, na posição vertical para facilitar o processo de recolhimento. “O SW5000 conta com uma plataforma traseira para transferência precisa do fardo para o chão, evitando que ele role e ras-gue o plástico”, explica a empresa.

SOBRE A VERMEERA Vermeer conta com mais de

60 anos de experiência no mercado e possui uma ampla presença ao redor do mundo. Está focada nas

necessidades dos clientes, iden-ti� cando e antecipando soluções para que a execução das obras seja mais produtiva e rentável. Atua nos mercados de infraestrutura sub-terrânea, construção, mineração, arboricultura, jardinagem, proces-samento de resíduos de madeira, reciclagem orgânica, fenação e silagem, oferecendo os seguintes equipamentos: valetadeiras, mine-radores de superfície, perfuratrizes direcionais horizontais, minicar-regadeiras, instaladores de cabos, escavadores a vácuo, trituradores � orestais, destocadores, compos-tadores orgânicos, segadoras con-dicionadoras, enfardadoras, enlei-radeiros, entre outros.

O BPX9000 processa o fardo em pedaços de fácil deglutição pelos animais

DIVULGAÇÃO

Page 21: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

RECREIO

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 13

RECEITAAGROHUMOR

CAUSO

INGREDIENTES

PEIXE200 g de tucunaré em postas;

sal e pimenta a gosto; 1litro

de água; ½ tangerina cortada

ao meio; 1 ramo de tomilho;

1 taça de vinho branco seco

VINAGRETE200 ml de suco de tange-

rina; 10 g de farinha de

tapioca � ocada; 50 ml de

azeite; sal e pimenta

PURÊ200 g de mandioca cozi-

da em água e sal; 50 g de

manteiga gelada; 50 ml de

leite; sal e pimenta; 10 g

de castanha baru picada,

sem casca, para decorar

PREPARO

Tempere o peixe com sal e

pimenta e reserve. Aqueça

a água com a tangerina, o

tomilho e o vinho. Acrescente

o peixe e cozinhe por 5 a 10

minutos, até � car macio.

Faça o vinagrete levando ao

fogo o suco de tangerina com

a farinha de tapioca, até fer-

ver. Retire do fogo, deixe es-

friar e emulsione com azeite,

batendo no mixer ou liqui-

di� cador. Tempere com sal e

pimenta a gosto.Para o purê, leve ao fogo a

mandioca e junte a manteiga

gelada e o leite, sal e pimen-

ta a gosto. Na hora de servir,

posicione o purê no centro

do prato, coloque o peixe em

cima , acrescente o vinagrete

ao redor e, por último, decore

com a castanha Baru.

CALORIAS1.628 KCAl (porção)(Receita do Restaurante Bra-

sil a Gosto – via site central-

docerrado.org.br)

Tucunaré com baru

MUNDO SEM MULHERES

Um mineirinho com sérios problemas � nanceiros vendeu uma mula para outro fazendeiro, também mineiro, por R$ 100,00, que concordou em receber a mula e no dia seguinte. Entretanto, no dia seguinte ele chegou e disse: - Cumpadi, cê me discurpa mais a mula morreu.- Morreu? - Morreu. - Intão me devorve o dinheiro. - Ih... já gastei. - Tudo? - Tudin. - Intão me traiz a mula. - Morta? - É, uai, ela num morreu?- Morreu. Mais qui cê vai fazê com uma mula morta? - Vou rifá? - Rifá? - É, uai! - A mula morta? Quem vai querê? - É só num falá qui ela morreu. - Intão tá intão. Um mês depois, os dois se encontram e o fazendeiro que vendeu a mula pergunta: - Ô Cumpadi, e a mula morta? - Rifei. Vendi 500 biete a 2 real cada. Faturei 998 real. - Eita! I ninguém recramô? - Só o homi qui ganhô. - E o que o cê feiz? - Devorvi os R$ 2,00 real pra ele.

Vendo, dia desses, a chamada do Fantástico, da Rede Globo, para esse quadro no programa, lembrei de uma das muitas vezes em que tive que ficar com meus filhos, na ausência de mi-nha então esposa, mãe deles. Certa vez ela teve que viajar para a casa da mãe e eu fiquei com as crianças. Um dia, ao arrumá-los para a escola, fui fazer o café. E cadê o coador? O tempo passando... e nada de encontrar o coador. Cadê o coador? Nada de coador. Então, fui ao guarda-roupas e peguei um pé de meia da minha gaveta e coei o café com ele. As crianças, olharam, arregalaram os olhos e exclamaram: "Creeeeeedo.... pai!!".

- Usei pouco tempo e está limpi-

nha. Todos nós tomamos o café na maior graça, nos dois sentidos. É, o mundo sem mulheres é complicado.

Engraçado também e mais uma indicação do quanto a mulher faz falta na nossa vida, foi quando tive que fa-zer uma viagem urgente pra Salvador, na Bahia de todos os Santos. Morava em Barreiras, no oeste da Bahia. Na hora que estávamos - eu e minha ex--mulher - arrumando minha mala para viagem, acabou a energia - ia tomar o ônibus às 22 horas - e faltava pegar as cuecas.

Pelo tato abri uma gaveta, passei a mão em algumas peças, coloquei-as na mala e fui embora para a rodoviá-

ria. No dia seguinte, no hotel, após o banho, é que fui ver que abri a gaveta errada: tinha levado meia dúzia de calcinhas. Garanto-lhes que cueca suja eu não vesti...e como não sei vestir uma calça ou uma bermuda sem nada por baixo – o meu “amiguinho” � ca em estado de alerta full time -, não hesitei - e nem hesito aqui em confessar -, usei calcinhas durante os dois dias em que estive naquela Capital.

Tivesse avisado antes à mulher da viagem, ela, com seu jeitinho carac-terística das mulheres dedicadas aos seus companheiros, teria evitado esse “mico”.

Mas, besteira, só eu que vi.

Page 22: Jornal Cerrado Rural - Edição 46

ENTRETENIMENTO

14 | 1º A 15 DE JUNHO DE 2013

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Dado de dimensio-namentodo mapa

Sinal devitória

feito comos dedos

Objeto deestudo daMetafísica

(Filos.)

UnidadeAstro-nômica(sigla)

A regiãodo Distrito

Federal(abrev.)

Bolsa, em inglês

Principalfonte

natural de calor

Antigo Testamen-to (abrev.)

ValentinoRossi,

piloto daMotoGP

A vitaminaabundante

no kiwi

Sementeque é com-binada comchocolate

Alvo decobiça do fã

ardoroso

Partícula condicionalMoluscoda pérola

Outeiro

Fecho decalças

Raymond(?),

sociólogoEsbelto

Iguariacom cocoMaior país

andino

Opção51, em al-garismosromanos

Gerou le-são física

Sim, emfrancês

(?)-Codi,órgão daDitaduraMilitar

Curam-sePonto

de saqueno tênis

Carta do baralhoTecido que produz

hemácias, leucócitose plaquetas (Histol.)

Campo deatuação

de CardinPugilista

vice-campeãoolímpicoem 2012

Fixar; decidir

Feira de UtilidadesDomésticas (sigla)

Submis-são à lei

Peçaespirala-da parafixação

Tocador deberimbau

"(?) Apaixonado",música de Noel Rosa

Metal do ourobranco

(símbolo)

Elogio(fig.)

Desertoafricano

AB

C

3/bag — oui. 4/aron. 5/guapo. 13/esquiva falcão.

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CRÔNICA

1º A 15 DE JUNHO DE 2013 | 15

AIRTON SOUZA

Desvendando os sonhos“Dezimborca a sandália menino...

Dar azar � car com sandália emborca-da.”; “não joga sal no chão, se não vai chover viu”; “não vai se olhar em espe-lho quebrado tá, isso dar azar demais”. Quem de nós nunca nos deparamos com algumas dessas frases superticio-sas? Há uma diversidade delas. E muitos brasileiros foram criados ouvindo tais construções frasais.

Estas e outras frases trouxeram-me a tona uma pessoa especial. Se existe uma coisa que sempre admirei em minha mamãe, Maria Barbosa, foi esse poder de acreditar em crendices e supertições. Esse poder de ter internalizado/eterni-zado em minha pessoa e creio que em meus irmãos também o poder de crer e de ser até certo ponto supersticioso.

Maria Barbosa ainda conserva essa essência de acreditar no que aprendeu por essas suas andanças e vivências mundo a fora, entre as fronteiras do Ma-ranhão ao Pará. Percebo muito isso nela. Acho que uma coisa que aprendi com ela foi acreditar nos sonhos e respeitar as supertições.

Não! Não é desses sonhos/desejos a que estou me referindo. A referência aqui são aqueles sonhos que nós quando dor-mimos e sonhamos. Aqueles de natureza inexplicável. Aquelas ilusões fantásticas e quase sem explicações. Que na maioria das vezes parecem tão reais que nós de-nominamos de pesadelos.

Por mais incrível que pareça, a mi-nha mãe sempre buscou um signi� cado para os sonhos. Até porque a sua pro� s-são era quase essa mesmo. A de desven-dar os segredos dos sonhos. O pão nosso de cada dia dependia desse fato.

Ouvi muito ela dizer para os seus clien-

tes... “sonhar com morte é urso”; “sonhar com cavalo é só jogar no burro” e caso “sonhe com vaca, pode jogar no touro”. À primeira vista um paradoxo e tanto, não é?

Maria Barbosa desvendava outros sonhos também e, dizia: “sonhar com piolho, arrancando algum dente, ou mesmo, perdendo um pé de sandália é morte na certa”. Nisso, toda vez que eu sonhava perdendo algum pé de minha “alpergata”, não acordava enquanto não conseguisse encontrar. Em meu incons-

ciente sabia que alguém iria morrer se não encontrasse o pé de sandália. A in-tenção era evitar.

Por mais estranho que pareça, os so-nhos e seus desvendamentos eram mes-mos certos. Acontecia de uma forma “qua-se” profética. Vale lembrar, nesse caso, que quem desvenda sonhos, não pode ser de-nominado de adivinho, ou mesmo vidente. Como bem disse o poeta Nilo Carlos: “são anjos impotentes, que desvendam uma linguagem não-humana”.

No rol profissional, às vezes, chego a acreditar que minha mãe seja uma astrônoma. O que me impõe isso? Pela sua condição de interpretar tão bem os sonhos.

Há! Já ia me esquecendo de dizer uma coisa. Minha Maria Barbosa banca jogo do bicho. E vive de desvendar os sonhos. Tanto faz os dela, os meus e os seus. Foi nessa de crendices e desven-dando sonhos que ela ajudou na criação de 8 � lhos e agora de alguns netos.

PARA USO DOS CORREIOS# Mudou-se # Falecido# Desconhecido # Ausente# Recusado # Não procurado# Endereço insufi ciente # Informação escrita# Não existe o número indicado pelo porteiro o síndico

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Historia-dor e escritor – cinco livros publicados, membro das Academias de Letras ALSSP – Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará, ALG – Academia de Letras de Goiás e ALAF – Academia de Letras e Artes de Fortaleza.

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