ANO 10 • Nº 115 • SETEMBRO DE 2012

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“Tua Palavra é lâmpada para os meus pés,

Senhor”

VOCÊ SABIA?Saiba por que a Bíblia tem várias traduções

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COMUNIDADEConheça otrabalho da Escolade Oficiais da PM

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GAMESComo podemos aprender com os games?

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JMJ 2013Fique por dentro do que está acontecendo na nossa Paróquia

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PALAVRA DO PADRE

POR PADRE EDIMILSON DA SILVA

A caminhada já começa no pri-meiro passo. E a nossa, rumo à Jornada Mundial da Juventude, já começou no último dia 19/08, com a abertura ofi-cial das atividades paroquiais. Mas este não é o único passo. Muitos ainda virão pelo caminho.

Quando Jesus iniciou sua cami-nhada estava sozinho e foi chamando os discípulos um a um para segui-lo e com o poder do seu amor e de sua palavra foi atraindo mais e mais seguidores. Que você está esperando para seguir a este Je-sus que transforma todo aquele que com Ele se encontra? Vou contar a você um segredo: é apaixonante! A respeito, na nova seção de espiritualidade, você terá um excelente roteiro da leitura orante da Bíblia, que poderá ser uma ótima opção de encontro profundo com o Senhor.

Setembro é o mês da primavera. A estação das flores nos traz novo vigor, nova esperança, uma nova perspectiva. Sabemos que temos muito a caminhar, mas qual será o caminho? Qual será a verdade? Como encontrarei a vida? Só há uma resposta válida: Jesus é o Ca-minho, a Verdade e a Vida (Jo, 14,6). Por isso, todas as respostas podem ser obtidas por Sua Palavra, que é lâmpada para os nossos pés. O que é ser lâmpada para os pés? É dar a luz para o caminho; não há tropeços quando os olhos estão fixos em Jesus.

Deus é tão criativo que nos per-mite viver a experiência de seu amor de muitas formas, uma delas foi pelo game “Journey” que o nosso amigo Erik Co-raci nos apresenta sob novas perspecti-vas. O professor Felipe Aquino também nos abre os olhos para compreender melhor sobre os porquês das diversas traduções bíblicas.

Em todas elas há muitas explica-ções e fundamentações sobre o dízimo, nossa pastoral do mês, mas só a vivên-cia de fé pode conceder a graça de sua prática. Inclusive, o Ano da Fé procla-

Viver em Cristoé caminhar na luz

mado pelo papa Bento XVI se iniciará no mês que vem, outubro, como explica Pe. Tarcísio.

Conhecer a nossa região pode ser uma troca de experiências. Por isso, desde já convido você para contar suas vivências do Tremembé, pois queremos contar essas histórias. Nesse intuito, já nesta edição, falamos sobre a Academia de Polícia Militar do Barro Branco, que tanto abrilhanta nossa região.

Você tem dúvidas e perguntas? Ótimo, busque e as encontrará. Quem achou todas as respostas é porque não fez todas as perguntas.

Algumas respostas estão na vida dos nossos irmãos; por isso é preciso olhar para fora, para a vida dos irmãos e ver neles a ação de Deus ou ser para eles a presença de Deus. O testemunho do capitão Silva é um exemplo vivo da infinita misericórdia e poder de Deus.

Desejo ardentemente que apre-cie esta edição do nosso jornal.

E que possa sempre promovê-lo, como forma de praticar o pedido de Jesus: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho entre todas as nações”.

Com a minha bênção, em nome de Deus.

Pe. Edimilson da SilvaPároco da Paróquia de São Pedro e Jornalista

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Dízimo: a décima parte de um todo que é Deus

O dízimo é uma contribuição vo-luntária, regular e periódica, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal. O dízimo é uma forma de devol-ver a Deus, num ato de agradecimento, uma parte daquilo que se recebe de graça, a começar pela vida. Dízimo é agradeci-mento, partilha e solidariedade. Dízimo não é esmola, nem sobra, nem migalha. O dízimo é uma forma concreta de ma-nifestar a fé em Deus, um jeito de praticar a caridade na vida em comunidade. É um mandamento da Igreja, baseado em mais de 40 trechos bíblicos.

Ser dizimista é acreditar na comu-nidade e investir no projeto de salvação de Jesus Cristo em sua Igreja. É fruto de um sentimento de pertença à comunida-de e, sobretudo, um ato de amor e fé.

Quando Deus propôs o dízimo, certamente ele pensou em promover a reflexão sobre o uso do dinheiro, com santidade e com a perfeita divisão e des-tinação. Se você sabe que 10% será ofere-cido a Deus, por meio de sua Igreja, terá responsabilidade em consagrar os outros 90% para um uso adequado, honesto e prudente, a fim de ser agradável a Deus. E, ainda, não basta simplesmente ceder parte do salário e não se envolver com a

POR TATIANE CORACI E EDMILSON FERNANDES POR TATIANE CORACI

PASTORAL DO MÊS

comunidade participando de projetos e atividades missionárias.

É comum também pensar em qui-tar dívidas e estar bem financeiramente para ser um dizimista. É claro que é pre-ciso planejar, mas também é preciso con-fiar e ofertar a Deus, mesmo quando não sobra. Talvez renunciando a algo supér-fluo, e repensando sobre o uso adequado do dinheiro. O dinheiro não pode deixar de ir a Deus para ir ao pecado.

O apóstolo Paulo escreve: “Dê cada um conforme o impulso de seu co-ração, sem tristeza, nem constrangimen-to. Deus ama a quem dá com alegria” (2 Cor. 9,7).

Não importa a quantidade e sim a fidelidade. Lembre-se: “Se sou fiel no pouco, ele me confiará mais” (Lc 16,10)

FINANÇAS

Todo segundo domingo do mês: Missa do Dízimo, às 8h, 10h e 18h30. Dia da consagra-ção do dízimo ao Senhor!

LEMBRE-SE

Nor m a l m e nt e quando paramos para pensar em guardar di-nheiro, muitas coisas vêm à nossa cabeça, as renuncias que pre-cisarão ser feitas para que isso aconteça. Em geral, esses pensamen-tos nos desencorajam de começar a poupar a partir do pouco.

A motivação deve ser justa-mente o contrário, afinal o que mais importa é o que se busca realizar; se assim for, os esforços estarão foca-dos no sonho e as renúncias serão mero detalhe.

Há quem pense que para guardar é preciso começar com grandes quantias, mas na verdade o sucesso virá das pequenas e signifi-cativas economias.

Imaginemos que você tenha um plano de ir ao Rio de Janeiro, em julho de 2013, e precise de uma quantia de R$ 1.000,00 para custeio de todas as despesas. Então, hoje você para de comprar aquele choco-

Pequenos passos,grandes jornadas

late após o almoço e aquele refrige-rante no fim da tarde, economizan-do R$ 4,50 por dia.

Tempo – 10 meses = 300 diasEconomia – R$ 4,50/dia• R$ 1.350,00 economizados em 10 meses• R$ 1.420,00, se guardados na pou-pança (0,5%a.m)• Se mantiver essa prática por mais 30 anos, em 2042 você terá guarda-do R$ 49.275,00, porém investidos na poupança, no índice de hoje, você terá R$ 200.000,00.

É simples! Basta dar o pri-meiro passo rumo à jornada do seu sucesso financeiro.

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SETEMBRO | 201204

GAMES PROGRAME-SE

Muito se ouve falar sobre os games, alguns os apontam como sendo vilões, ou-tros como heróis. No entanto, poucos são aqueles que ainda buscam analisar o con-teúdo cultural, informativo ou histórico do game. Por isso, trarei ao leitor minhas impressões, críticas e reflexões a respeito.

Nesta edição, trago à tona o pro-jeto Journey, que significa Jornada, de-senvolvido por uma pequena produtora americana chamada Thatgamecompany, composta por game designers, que não têm o objetivo de altas arrecadações, mas o de promover a reflexão sobre a vida, a natureza e sentimentos humanos.

Neste jogo, você é uma figura en-

Como podemos aprender com os games?POR ERIK CORACI

volta em panos que acorda no meio de um deserto sozinho. Conforme avança, descobre que para progredir e alcançar o objetivo de chegar a uma montanha distante e ilumina-da usará poderes como gritar e plai-nar. Eventualmente poderá encontrar outros viajantes, o

que na verdade são jogadores on-line, isso porque o projeto traz a experiência de jo-gabilidade interconectada, que é surpre-endente e original. É possível interagir por meio de gritos e movimentos, porém nada de chats com voz ou vídeo.

Claudio Prandoni, em sua críti-ca no Uol Jogos, comenta: “cada fase de Journey invoca sentimentos e sensações que variam da curiosidade e alegria su-prema até medo, submissão e redenção. De cara, a metáfora com fases da vida é que mais grita. Mas aí está um dos maio-res triunfos do game. Menos é mais. E os cenários simplórios abrem espaço para diversas interpretações; a jornada é sua

Em outubro, vai realizar--se no Brasil, pelo sexto ano con-secutivo, o “Video Game Live”, nas cidades do Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Trata--se de um evento singular e en-volvente, com direito a orquestra e coral, que relembra as mais famosas trilhas da história dos games em um show inesquecível.

No site oficial www.vide-ogamelive.com.br ainda não foi divulgada a data oficial do even-to, mas, segundo os fãs de car-teirinha, o espetáculo dos games será na noite de 13 e 14 de outu-bro. Agora, é só se programar!

e você entende de forma única, como quiser”.

Assim os jogadores novatos são ajudados pelos veteranos em um desafio que podem encarar juntos.

Veja a crítica do Uol Jogos na íntegra em http://www.youtube.com/watch?v=6MWnX5fitU4

Há outros jogos que também demonstram características peculiares. Sobre eles vamos falar nas próximas edi-ções do Jornal Chave de São Pedro.

CuriosidadeIgreja britânica utiliza games em missas para “aproximar fiéis” de Deus

Alguns dias antes de fechar esta edição, encontramos a notícia de que o game Journey traz uma experiência úni-ca e tão profunda que até uma igreja bri-tânica resolveu utilizá-lo em suas missas de domingo. A Exeter Cathedral reuniu um grupo de fieis para assistir a um dos sermões na congregação e, ao mesmo tempo, jogar trechos do game, com o in-tuito de vivenciar uma experiência com forte apelo espiritual.

Erik Coraci, programador e designer de games.E-mail: erik.coraci@gmail.com

Live Game Brasil

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ESPECIAL

No dia 11 de outubro começa O Ano da Fé, proclamado pelo papa Ben-to XVI. No ano passado, nesse mesmo dia, o papa assinou a Carta apostólica “Porta Fidei” (A Porta da Fé). O início coincide com o 50º aniversário de aber-tura do Concílio Vaticano II. O Ano da Fé termina em 24 de novembro de 2013, quando se comemorará a soleni-dade de Cristo Rei do Universo.

Que é o Ano da Fé?Por causa das mudanças ocorridas

na sociedade nas últimas décadas, vive-mos um momento de grande alienação da fé e da Igreja de Cristo. As pessoas per-deram o entusiasmo do passado e já não compartilham os valores que a fé inspira.

Com a proclamação do Ano da Fé, o papa Bento XVI quer intensificar a reflexão sobre o tema, sua celebração e testemunho, aumentando a alegria de crer e o compromisso de evangelizar.

Afirma o Papa: “Não podemos acei-tar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt. 5, 13-16)”. Neste sentido, o Ano da Fé deverá “intensificar a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a se tornarem mais conscientes e re-vigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobre-tudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está vivendo”.

Como participar do Ano da Fé? O papa Bento XVI entende que

“o mundo precisa de pessoas que falem com Deus para poderem falar de Deus¹. Para falarmos com Deus, precisamos fazer crescer nosso conhecimento a seu respeito e da doutrina que nos revelou”.

Quer o papa que o início do Ano da Fé coincida com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II. “Pode-ria ser uma ocasião propícia para com-preender que os textos deixados por he-rança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, não perdem seu valor e sua beleza.”

Uma das recomendações do papa é que nos comprometamos a ad-quirir um conhecimento sistemático da fé, por meio do estudo do Catecismo da Igreja Católica: “Ele constitui um dos frutos mais importantes do Concílio

O Ano da Fé terá início em outubroPOR JOSÉ TARCÍSIO FRIZZARINI

¹ Primeiro encontro dos novos evangelizadores no Vaticano-Notas. - Artigo redigido com base no texto da Carta Apos-tólica “Porta Fidei”. - A Carta Apostólica “Porta Fidei” pode ser encontrada, na integra, no seguinte site: http://www.pres-biteros.com.br/site/carta-apostolica-porta-fidei-bento-xvi/

Vaticano II. (...) O Catecismo apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária.

Quando João Paulo II lançou o Catecismo, escreveu: “Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida ecle-sial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comu-nhão eclesial”.

Outras maneiras de participardo Ano da Fé

O Ano da Fé deve constituir-se uma ocasião propícia para “intensificar a celebração da fé na liturgia, particu-larmente na Eucaristia, que é a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e é a fonte de onde emana toda sua força. Simultaneamente, esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credulidade”.

Bento XVI assinala: “descobrir novamente os conteúdos da fé profes-sada, celebrada, vivida e rezada e refle-tir sobre o próprio ato com que se crê é um compromisso que cada crente deve assumir sobretudo neste ano”.

O Ano da Fé será um período de grande significado e vivo compromisso para toda a Igreja. O papa Bento XVI de-seja que “este Ano suscite, em cada cren-te, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada confiança e esperança”.

“As palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: (...) “Sem O terdes visto, vós O amais; sem O verdes ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indes-critível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas (I Pedro 1, 6-9)”.

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mais importância às palavras; hoje se va-loriza muito o sentido da frase, dentro do contexto bíblico a que se refere.

Hoje temos várias traduções da Bíblia. Cada uma delas foi vertida den-tro de uma finalidade, e buscando me-lhorar a tradução, mantendo o mesmo conteúdo.

Bíblia “Ave-Maria” (1959) - elabora-da pelo “Centro Bíblico Católico de São Paulo”, e que é uma tradução da Bíblia dos Monges de Maredsous, be-neditinos da Bélgica. Trata-se de uma versão francesa dos originais hebraico, aramaico e grego, com base na Vulgata.

A Bíblia de Jerusalém (Ed. Paulinas, 1985) - é considerada em alguns países a melhor tradução, pelas opções críticas que orientaram a tradução, as ricas notas, as referências marginais e outras infor-mações valiosas. Foi traduzida dos origi-nais hebraicos, aramaicos e gregos. É uma versão bastante “técnica” e crítica, especial para quem gosta de exegese bíblica.

A Bíblia TEB – Tradução Ecumênica – também foi vertida, com rigor cien-tífico, dos textos originais hebraico, aramaico e grego, com introduções, notas essenciais e glossário. A tradução foi feita por uma equipe de estudiosos de diversas confissões cristãs e do judaísmo, e foi aprovada pela CNBB (Ed. Loyola, Paulinas, 1995). Esta versão tem uma “dimensão ecumênica”, com o objetivo de promover a união entre católicos, protestantes e judeus. A versão em por-tuguês seguiu a edição francesa.

A necessidade de novas tra-duções ao longo do tempo surge pelo fato da relação dos vocábulos com a realidade estar em contínua mudan-ça. A CNBB providenciou uma tradu-ção com introduções e notas (Edições CNBB e Canção Nova, 2008), que é o

VOCÊ SABIA?

Os textos da Bíblia começaram a ser escritos antes de Moisés (1.200 a.C.). Moisés foi o primeiro codificador das leis e tradições orais e escritas de Israel. Essas tradições foram crescendo aos poucos, graças aos acréscimos de outros escritores no decorrer dos séculos. As-sim foi se formando a literatura sagrada de Israel. A partir de Salomão (972-932), um grupo de escritores que zelavam pe-las tradições de Israel, os escribas e sa-cerdotes, deu origem ao Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Depois foram surgindo os outros livros, os Pro-fetas e os Escritos.

A Bíblia grega dos Setenta (LXX), destinada aos judeus da Dispersão, foi traduzida do hebraico para o grego, em Alexandria, por volta do ano 200 a.C.

Passaram-se alguns séculos até que a Igreja chegasse à forma final da Bíblia. Em vários Concílios, regionais ou universais, a Igreja estudou o cânon da Bíblia, isto é, o seu índice. O Concí-lio Vaticano II disse que: “Foi a tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deviam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados” (Dei Verbum 8).

A Bíblia foi escrita em hebraico e grego e, depois, traduzida para o latim e outras línguas. São Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”, fez a revi-são da versão latina da Bíblia (Vulgata), em Belém, a pedido do Papa São Dâ-maso (366-384). Esta versão foi tomada como referência pelo Concílio de Trento (1545-1563).

No século XVII, o padre Antonio Pereira de Figueiredo produziu a clás-sica tradução católica, baseada na Vul-gata. No século XX, com manuscritos hebraicos e gregos descobertos, sobretu-do nas grutas de Qumran, na Palestina, perto do Mar Morto, em 1947, a Vulgata recebeu uma revisão profunda; surgiu a Nova Vulgata, após o Concílio Vatica-no II, em 1979, e revisada em 1986. As traduções mais antigas da Bíblia davam

Por que a bíblia tem várias traduções?POR PROF. FELIPE AQUINO

texto de referência para os documentos oficiais da CNBB, textos litúrgicos, etc.

Edições criticadasCom a tradução corre-se sempre

o risco de perder algo da força do texto original. Esse risco tem consequências especialmente sérias quando se quer traduzir a Bíblia fugindo intencional-mente da nomenclatura original e tí-pica, a título de que é arcaica ou inin-teligível ao homem de hoje. Há uma tendência de fazer novas traduções da Bíblia em “estilo popular”, nem sempre adequadas. Duas traduções sofreram duras críticas de biblistas famosos.

D. Estêvão Bettencourt, osb, e D. João Evangelista Martins Terra, S. J., que foi membro da equipe teológica do CE-LAM e da Pontifícia Comissão Bíblica, criticaram a chamada Bíblia - Edição Pas-toral, em tradução e notas de Ivo Stornio-lo e Euclides Balancin. Eles consideraram que é “inspirada por ideologia marxista, deturpa as concepções da história sa-grada e da teologia; a leitura materialista aplicada ao texto sagrado faz incitamen-to à luta de classes e às divisões entre os homens”. (Revista Pergunte e Respondere-mos, nº 342 – ano 1990, pág. 514).

Outra tradução questionada é a Bíblia na Linguagem de Hoje. D. Estê-vão observa: “a obra é infeliz, pois, mais do que uma tradução, fizeram uma in-terpretação, por vezes nitidamente pro-testante. A adaptação do texto sagrado ao vocabulário popular faz que o novo texto deixe de apresentar termos bíbli-cos ricos de conotações e temas teológi-cos como ‘tradição, depósito, mistério’’’. (Revista Pergunte e Responderemos, nº 523, ano 2006, pág.7).

É útil que o cristão possa se utili-zar de boas traduções da Bíblia, como a de Jerusalém, Ave-Maria, TEB e outras aprovadas pela autoridade eclesiástica, para conhecer mais profundamente o “mistério da fé”.

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REDESCOBRINDO O TREMEMBÉ

Academia do Barro Brancopertence à região do Tremembé

A APMBB, Aca-demia de Polícia Militar do Barro Branco, uma das maiores escolas de ofi-ciais da América Latina, encontra-se nos arredores do Tremembé. Os oficiais são aqueles que coman-dam as unidades de Polí-cia Militar, que podem ser companhias, batalhões ou comandos de área. A pri-meira patente do oficial é o 2º tenente, seguido pelo 1º tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel, que é o maior posto da Po-lícia Militar.

Além de ser co-nhecida pela sua excelência na gestão, no ensino, na disciplina e conduta de atua-ção dentro da Corporação, a APMBB também é grande transformadora social, pois, além do ensino, atua fortemen-te na região, por meio do policiamento em eventos e operações especiais, assim como com a ajuda financeira a creches, abrigos e ONGs, advinda do resultado de eventos realizados pelos alunos oficiais.

Exemplo disso foram os Jogos de In-

escola. O referido evento culminou com uma festa junina, aberta ao público, e contou com a presença de mais de 2.000 pessoas. Toda a arrecadação foi di-recionada a obras sociais. Além da ajuda financeira, a Escola incentiva grupos de militares voluntários que destinam suas habilidades também em prol de obras beneficentes.

Para entrar na Es-cola de Oficiais é preciso prestar um concurso com questões objetivas, disser-tativas, além de testes físi-cos e psicológicos.

É possível também agendar visitas escolares monitoradas para conhecer me-lhor a história e o trabalho realizado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo. Para mais informações, ligue: 2997-7000

verno realizados no final de junho, que são uma atividade de integração entre os alunos. Tais Jogos despertam o espírito de equipe e competição, além de fomentar as modali-dades esportivas. Segundo o comandante

Cel. PM José Maurício Weisshaupt Perez, as atividades têm o objetivo também de treinar e avaliar a capacidade de liderança, trabalho em equipe e as habilidades dian-te das diversidades, que são muitas fora da

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“ A escola incentiva grupos de militaresvoluntários que destinam suas habilidades

também em prol de obras beneficentes.

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Se você quiser falar sobre o bair-ro, contando detalhes da nossa região, mande um email para pascomspedro@gmail.com

SETEMBRO | 201208

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

No último dia 19/08, foi aberto oficialmente as atividades em preparação à Jornada Mundial da Juventude da Paróquia. Durante as missas dominicais, jo-vens encenaram engrenagens de uma máquina, quando entra em colapso pelo excesso de trabalho. A proposta foi refletir sobre o modo mecânico de vida vivido na modernidade. Na apresentação, os jovens se renovam por meio do encontro com Jesus e passam a viver como seres humanos, pensantes e vivos em Cristo.

Depois das missas, equipes do comitê paroquial da JMJ estiveram na “Ten-da da Juventude” fazendo inscrições de novas famílias para a acolhida aos jovens peregrinos, além da venda de camisetas da Paróquia para arrecadar fundos com a finalidade de ajudar os jovens na ida ao Rio de Janeiro em 2013.

Agradecemos a participação do Eduardo, Isabel, Mariana, Leonardo, Ma-rina, Daniel, Icaro e Germana, que se dispuseram a encenar em todas as missas a coreografia gentilmente ensaiada pela Irmã Cláudia. Só com união, integração e participação de todos teremos uma comunidade cada vez mais viva e atuante!

Padre Edimilson da SilvaIrmãs Passionistas do Colégio Santa GemaApresentação dos jovens

Tatiane Coraci Irmã Maria

Rosemeire Mariangela SchiavettiVânia Blasiis, Marina Arnoni, Daniel Arnoni, Irmã Cláudia Reis, Germana, Leonardo Medeiros, Isabel Mota, Mariana Evangelista, Eduardo Evangelista, Giselle Moreno e Ícaro Gioli

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Toda a Igreja já se prepara para a Jornada Mundial da Juventu-de 2013, no Rio de Janeiro. Estamos na primeira fase da preparação, na intensa campanha de acolhida, bus-cando sensibilizar as famílias sobre a importância de receber os peregrinos em suas casas com o calor que “só o brasileiro tem”. Graças a Deus, mui-tos paroquianos já abriram a porta de suas casas e aderiram a esta proposta.

Alguém pode perguntar: se a Jornada será no Rio de Janeiro, por que tenho que receber o peregrino em São Paulo? Isso acontece porque te-remos na semana anterior à Jornada a chamada Pré-Jornada, em que dezenas de atividades serão realizadas nas di-mensões culturais, sociais e espirituais, com programações diversas nos vários setores da Arquidiocese de São Paulo.

Se alguém em sua casa se comu-

nica, mesmo que pouco, em uma língua estrangeira, é essencial que esteja conos-co como voluntário para nos ajudar nas interações durante as atividades promo-vidas pela Paróquia. A ajuda e a parti-cipação dos voluntários serão essenciais. Esta é a segunda fase. Precisaremos de muitos voluntários para acolher, moni-torar e acompanhar as atividades, cozi-nhar, transportar, traduzir, fotografar, entre muitas outras possibilidades.

A Jornada começa com uma caminhada

PACOTES

DE 23 A 28 DE JULHO DE 2013

DE 26 A 28 DE JULHO DE 2013

PACOTE A1

PACOTE B1

A inscrição não inclui o trans-porte de São Paulo ao Rio de Janei-ro. Estamos estudando possibilida-des diversas para este deslocamento e informaremos mais à frente.

Quanto à estada dos nossos jovens no Rio de Janeiro, será se-melhante à de São Paulo, ou seja, estaremos alojados em casas de famílias, escolas, igrejas, e tere-mos como ponto de encontro uma

Preço: R$ 577,60 Inclui: alojamento, alimentação, transporte no RJ, seguro e kit peregrino.

Preço: R$ 285,95 Inclui: alojamento, alimentação, transporte no RJ, seguro e kit peregrino.

paróquia, e os responsáveis pela hospedagem dos jovens deverão levá-los até lá.

Cada grupo de 10 jovens terá dois responsáveis, que serão já definidos assim que os grupos forem formados.

Jovens menores de 14 a 18 anos poderão ir, desde que os pais e/ou responsáveis legais deem au-torização registrada em cartório.

Serão propostas diversas ativi-dades na Paróquia, com a finalidade de arrecadar recursos para que os jo-vens voluntários sejam ajudados na ida para o Rio de Janeiro.

Desde a abertura oficial das ativi-dades paroquiais da JMJ em 10/08, nas missas dos finais de semana estamos tendo grupos de plantão para cadastros de voluntários, compra de produtos da Jornada e informações gerais.

SETEMBRO | 201210

Você anda muito agitado?“Porque aqui está o que disse o Senhor

Deus, o Santo de Israel: É na conversão e na calma que está a vossa salvação; é no repouso e na confiança que reside a vossa força”.

Você já experimentou a sensação de terminar a jornada de um dia exausto sem ter conseguido resolver os problemas que estavam em sua agenda? Talvez não haja sensação mais frustrante do que se empenhar em dezenas de atividades e, ao terminá-las, perceber que seu fruto não foi suficiente. O que pode estar dando errado? Por que parece que a vida não anda, mesmo em meio a tantos trabalhos e agitação?

Enquanto muitas pessoas talvez aconselhassem você a se empenhar mais em outras coisas que poderiam solucionar seus problemas, a Bíblia tem uma recomen-dação a fazer a todo aquele que se sente ner-voso e estressado pela pressão do dia a dia:

“É na conversão e na calma que está a vossa salvação”.

Agitação não é sinônimo de solução para os problemas. Quando buscamos e es-peramos pela orientação do Espírito Santo para cada dia, sua mão segura nos guia e nos faz investir naquilo que realmente é impor-tante e trará resultados para os nossos pro-blemas. Uma só atitude tomada debaixo da direção do Espírito de Deus dá mais frutos

ESPIRITUALIDADEFIQUE POR DENTRO!

do que muitas outras realizadas com preci-pitação e num clima de agitação. Envolver-mo-nos em diversas situações que roubam nossa paz e nos fazem perder a calma, dando lugar à irritação, pode ser o sintoma de que estamos nos distanciando da vontade de Deus e buscando outras coisas em seu lugar.

Quando sentimos que estamos pres-tes a sucumbir debaixo das cobranças da vida e da nossa própria falta de serenidade, é hora de mudar de caminho e de atitudes; é hora de conversão! Os caminhos de Deus nem sempre são fáceis, mas sempre são fon-te de satisfação e paz na alma. Retomar esses caminhos e agir não “de qualquer maneira”, mas da maneira de Deus, é o passo certo quando estamos fatigados. Repousar o cora-ção na certeza do poder de Deus, enquanto estamos entregues às lutas do dia a dia, é a única maneira de passar pelos problemas sem perder a calma. Nossas mãos devem es-tar à procura de soluções, mas nossos olhos devem estar fixos em Deus. É na confiança que está o diferencial do cristão, sua força. Um homem confiante, que pode lançar suas esperanças em Deus, é, sem dúvida, mais resistente aos embates da vida. Seu coração está seguro e não teme receber notícias más. Uma boa dose de confiança unida à procura diária da orientação do Espírito Santo é um

grande remédio para os males da agitação contínua. Viver um dia de cada vez, bus-cando a vontade de Deus e o descanso da fé, pode ser uma maneira nova e mais efi-caz de enfrentar o turbilhão de desafios da vida. Por que não tentar?

Ore pedindo que o Senhor apazi-gue seu coração e o torne apto para en-frentar as batalhas desse dia:

Meu Deus é um Deus tremendo, ca-paz de transformar o mal em bênção e trazer à existência aquilo que ainda não existe. Não me afligirei diante dos desafios desse dia, pois o Senhor, meu Auxiliador, está junto de mim. Minha força está na confiança que deposito Nele. Enquanto aqueles que confiam em seus próprios recursos desfalecem e caem, eu me apoio no meu Deus e renovo o vigor de minha alma a cada manhã. Lanço sobre o Senhor to-das as minhas aflições e, cheio de paz e calma, mantenho meu passo no caminho da vida.

Pai querido, em nome de Jesus, apa-ziguo meu coração diante de Ti. Rogo que faças silenciar toda a agitação inútil no meu interior. Que Teu Espírito Santo fale mais alto do que todas as tribulações desse dia e seja o meu condutor e guia. Amém.

Extraído do livro: Basta Uma Palavra – Pe. Antonio José, Rio de Deus.

A partir de 15/09, em sá-bados alternados, começarão as aulas de canto na Paróquia de São Pedro, das 10h às 12h. As au-las serão coletivas e o pagamento mensal, simbólico, terá o valor de R$ 50,00 por pessoa.

Nelas, serão exercitadas téc-nicas vocais de impostação de voz, dicção e respiração (válidas para cantores ou leitores), e também afi-nação, ritmo e interpretação musi-cal, além de teorias que ajudarão na conceituação do conteúdo.

Se ainda quiser participar, ou deseja propor outro dia/horá-rio, envie um email para PASCOM - pascomspedro@gmail.com

Aulas de cantocomeçarão emsetembro naParóquia São Pedro

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HORÁRIOS

Paróquia São Pedro do TremembéTel.: (11) 2203-2159

Casamentos/Batismos/Intenções de MissasSecretaria: • De 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 17h• Sábados: 8h às 12h e 14h às 18h• Domingo: 8h às 12h

Missas: 2as feiras, às 19h30 / 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 / Sábados, às 17h / Domingos: às 8h, 10h e 18h30Adoração ao Santíssimo Sacramento: 4as feiras, às 18hMissa em honra a São Pedro: 4as feiras, às 19h30Apostolado da Oração: todas as 5as feiras, após a missa, Hora Santa.Grupo de Oração: todas as 2as feiras após a missa, das 19h30Pastoral do Canto: ensaiotodos os sábados às 8h

Comunidade NossaSenhora AparecidaAv. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, TremembéMissas: domingos,às 8h30 / Missa todo dia 12 domês, às 20h

PROGRAMAÇÃO | MÊS DE SETEMBRO

BATISMO13/09 - Curso de Batismo, às 19h30 15/09 - Celebração do Batismo, às 10h

DIA 22 DE SETEMBROMomento de espiritualidade, às 9hRumo ao Horto Florestal, às 9h30

DIA 1º DE SETEMBROMissa em honra a Nossa Senhora. Reza do terço e coroação. Ato devocional de entrega, às 16h30. Missa solene, às 17h

DIA 09 DE SETEMBROMissa do Dízimo, às 8h, 10h e 18h30

DIA 29 DE SETEMBROMissa de São Miguel Arcanjo, às 17h

DIAS 3, 10, 17 E 24DE SETEMBROMissa em preparação para celebrar o dia de São Miguel Arcanjo, às 19h30

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Comunidade São José (Itinerante)Missas: todo dia 19 do mês, às 20hMomento de Oração e Estudo Bíblico: todas as 3as feiras, às 20h

Comunidade São MarcosRua Luiz da Silva, 24, TremembéMissas: sábados, às 18h30Estudo Bíblico: todas as 5as feiras, às 20h

Comunidade São Paulo (Itinerante)Adoração ao Santíssimo Sacramento: todas as 3as feiras, às 20h na casa de uma família

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TENHO HISTÓRIA PARA CONTAR

EXPEDIENTE - PASCOM

Orientador: Pe. Edimilson da Silva | Coordenação da Edição: Pastoral da Co-municação - pascomspedro@gmail.com | Editor: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SP | Jornalista Responsável: Tatiane Coraci - MTB: 56.796/SP | Produção Gráfica: Giselle Moreno Alves e Marcus Vinicius da Silva | Revisão: Oswaldo de Camargo | Fotografia: Marcus Vinicius da Silva | Impressão: Metromídia Gráfica | Tiragem: 3.000 exemplares | Colaboram nesta edição: Irmã Helena Corazza, José Tarcísio Frizzarini, Prof. Felipe Aquino, Erik Coraci e Vânia Blasiis.

PARÓQUIA DE SÃO PEDRODO TREMEMBÉAv. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | TremembéSão Paulo | CEP: 02350-000 Tel.: (11) 2203-2159secretariasaopedro1@hotmail.com

Deus me resgatou com sua misericórdia

Capitão PM Silva

Sou capitão aposentado da Polícia Militar, com a maior parte da carreira no Corpo de Bombeiros, mas trabalhei tam-bém no policiamento. Apesar de trabalhar salvando pessoas, sempre fui vítima de violência. Em 33 anos de casado, cheguei a mudar 13 vezes de residência, sendo na maioria para proteger minha família.

Há seis anos, quando tinha aca-bado de me aposentar na Corporação, passava por uma intensa crise financeira, pois com a inatividade o salário sofre vá-rias reduções, e ainda morava de aluguel. Certo dia, em frente da minha casa, após sair dela e entrar no meu carro, surpreen-deu-me um assaltante. Reagi. Ele atirou. Eu revidei. Como se dá na maioria dos assaltos, havia outro na cobertura. Come-çamos um tiroteio com mais de 20 dispa-ros, vários deles pelas minhas costas. Um dos meus tiros acertou o meliante e dez me acertaram: nos braços, na cabeça e os outros no tórax e abdômen. Os ladrões fu-giram sem nada levar e logo foram presos por uma viatura que viria em meu socorro.

Estava caído, mas eu conseguia escutar tudo ao meu redor. Ouvia as pessoas discutindo se me levariam ao hospital ou se aguardariam o resgate. Foi quando um soldado da radiopatru-lha disse que me levaria assim mesmo. E foi o que me salvou.

Isso aconteceu às 7h da manhã, hora da troca de turno no hospital, o que

serviu para o meu pronto atendimento, pois aqueles que estavam de saída se uni-ram aos que estavam chegando. Certa-mente, foi providência divina. Esclareço que até minha chegada à mesa de cirurgia eu estava totalmente consciente. Lembro--me claramente do momento em que clamei ao Senhor: “Misericórdia, Senhor, misericórdia!”. Uma enfermeira, após ou-vir o meu pedido, afirmou à minha espo-sa que, pela confiança em Deus, eu certa-mente sobreviveria.

Passei sete dias no pronto-so-corro público, na Zona Leste da Capi-tal. Ali, três cirurgias, antes da trans-ferência para o Hospital Cruz Azul. Se tivesse ficado no hospital público, po-deria ter sido vítima de infecção hos-pitalar. No Cruz Azul, foram mais dez

cirurgias, e permanência de 35 dias.Obviamente, depois do ocorrido,

não havia mais como ficar na mesma casa. Felizmente, consegui alugar pelo menos outro apartamento. As contas atrasaram, tive problemas com meu nome.

Passei, então, a juntar as econo-mias no nome de minha filha. Algum tempo depois, com a “ajuda” da gerente do banco e com a graça de Deus, com-pramos o nosso primeiro imóvel. Depois, com a venda dele, valorizado, adquiri um sobrado e montei um negócio.

Hoje, meus movimentos estão praticamente normais. Sirvo a Deus como posso e cuido da liturgia da missa dominical das 10h e do canto da paró-quia que frequento. Participo também da PASCOM e ainda dou palestras de Economia Financeira no Curso de Noi-vos da Paróquia.

Tenho muito que agradecer. Em primeiro lugar à minha família, outra providência de Deus, pois sem ela tudo teria sido muito mais difícil. Depois, aos colegas de farda e amigos da Zona Leste, pelas preces e autêntica amizade.

Como expressou São Tomás de Aquino: “Deus só permite o mal para fazer surgir dele algo melhor”. No meu caso, ele fez tudo: me curou no corpo, na alma e nas finanças.

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