12
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JORNAL DA ALERJ Ano IX N° 231 – Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011 A pecuária de corte do estado está atravessando um momento de tran- sição. Com mais de 2,1 milhões de cabeças (1% de todo o rebanho brasileiro), o gado fluminense tem tudo para despontar economica- mente. Programas de Governo específicos e ações da Comissão de Agricultura da Alerj voltadas para o crescimento do setor são apenas alguns dos instrumentos que podem ser usados para aumentar a produção de carne no estado – o Rio é o maior importador nacional do produto. Tudo isso pode ser comprovado através dos dados que a Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca (Faerj) apresentou durante evento do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado. Para fazer jus a uma maior participação na balança comercial fluminense, o rebanho esta- dual terá que cumprir também normas voltadas para os consumidores. Uma delas, a Lei 5.936/11, do deputado Wagner Montes (PDT), que obriga açougues e supermercados a divulgarem a pro- cedência do produto posto à venda, já saiu do papel. O pedetista declara que pretende, com isso, impedir a chegada de alimentos prove- nientes de matadouros irregulares à mesa dos cidadãos. A lei tem o apoio do comércio, que está se adaptando para exibir os cartazes com informações como nome, telefone e endereço do frigorífico fornecedor. Essas e outras iniciativas, como a vacinação contra a febre aftosa, constam da matéria principal desta edição. PÁGINAS 6, 7 e 8 l NESTE NÚMERO Consumidores aprovam leis que evitam acúmulo de contas nas gavetas PÁGINAS 4 e 5 Integrantes de Frente Pró-Adoção realizam passeata pela orla de Copacabana PÁGINA 11 Regularização da entrega de carteiras estudantis mobiliza Rafael Picciani PÁGINA 12 Carne forte Estudo da Federação de Agricultura do Rio serve de base para ações do Executivo e do Legislativo no fomento à produção de gado de corte Divulgação

Jornal da Alerj 231

  • Upload
    alerj

  • View
    234

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Citation preview

Page 1: Jornal da Alerj 231

A S S E M B L E I A L E G I S L A T I V A D O E S T A D O D O R I O D E J A N E I R O

JORNAL DA ALERJAno IX N° 231 – Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

A pecuária de corte do estado está atravessando um momento de tran-sição. Com mais de 2,1 milhões de

cabeças (1% de todo o rebanho brasileiro), o gado fluminense tem tudo para despontar economica-mente. Programas de Governo específicos e ações da Comissão de Agricultura da Alerj voltadas para o crescimento do setor são apenas alguns dos instrumentos que podem ser usados para aumentar a produção de carne no estado – o Rio é o maior importador nacional do produto. Tudo isso pode ser comprovado através dos dados que a Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca (Faerj) apresentou durante evento do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado.

Para fazer jus a uma maior participação na

balança comercial fluminense, o rebanho esta-dual terá que cumprir também normas voltadas para os consumidores. Uma delas, a Lei 5.936/11, do deputado Wagner Montes (PDT), que obriga açougues e supermercados a divulgarem a pro-cedência do produto posto à venda, já saiu do papel. O pedetista declara que pretende, com isso, impedir a chegada de alimentos prove-nientes de matadouros irregulares à mesa dos cidadãos. A lei tem o apoio do comércio, que está se adaptando para exibir os cartazes com informações como nome, telefone e endereço do frigorífico fornecedor. Essas e outras iniciativas, como a vacinação contra a febre aftosa, constam da matéria principal desta edição.

PÁGINAS 6, 7 e 8

lNESTE NÚMERO

Consumidores aprovam leis que evitam acúmulo de contas nas gavetas PÁGINAS 4 e 5

Integrantes de Frente Pró-Adoção realizam passeata pela orla de CopacabanaPÁGINA 11

Regularização da entrega de carteiras estudantis mobiliza Rafael PiccianiPÁGINA 12

Carne forte

Estudo da Federação de Agricultura do Rio serve de base para ações do Executivo e do Legislativo no fomento à produção de gado de corte

Divulgação

Page 2: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 20112

ERRATA

FRASES CONSuLTA POPuLAR ExPEDIENTE

ALERJAssEmbLEiA LEgisLAtivA do EstAdo do Rio dE JAnEiRo

“A Comissão de Saúde é uma das mais importantes da Casa e, por isso, a responsabilidade é muito grande. Pretendemos criar um Disque-Saúde, para que possamos ter uma ponte com a população e, assim, podermos apurar denúncias e esclarecer dúvidas”Bruno Correia (PDT), ao assumir a presidência do colegiado

“É importante vermos mais mulheres submetendo seus nomes ao processo eleitoral para termos uma representação maior nas casas municipais”Rosangela Gomes (PRB), durante aprovação, no plenário, da Frente Parlamentar da Bancada Feminina

“A população tem que participar para conhecermos todos os locais ameaçados e as possíveis soluções para minimizarmos os riscos de desastres”Altineu Côrtes (PR), comentando sobre as áreas de risco existentes no estado

Thaisa Araújo

Fátima Ferreira Santos - Campos dos Goytacazes

l Queria saber se existem leis de incentivo para aumentar o número de doadores de órgão no Estado do Rio de Janeiro?

l Estou apresentando o projeto de lei 479/11, que as-segura a prioridade no atendi-mento à família dos doadores de órgãos em todos os setores do Poder Executivo estadual, em especial na Polícia Civil e nos seus respectivos órgãos técnico-científicos. Isso garante

que, após a retirada dos órgãos, os familiares não encontrarão obstáculos e empecilhos, desde a liberação do corpo até o res-pectivo funeral. Cabe destacar que no município de São Paulo já existe a Lei 11.479/94, que garante a isenção de pagamento ao Serviço Funerário Municipal de taxas, emolumentos e tarifas devidas em razão da realização de funeral dos doadores de órgãos e tecidos. Desta forma, com o projeto de lei irei, junto com meus pares, trazer um pouco de conforto aos familiares das pessoas que têm a grandeza de serem doadoras.

Deputado André Ceciliano (PT)

siga a @alerj no

www.twitter.com/alerj

JORNAL DA ALERJReceba o

http://bit.ly/jornalalerj

em casa Veja nossos álbuns do Picasa

http://bit.ly/alerjpicasa

PresidentePaulo Melo

1ª Vice-presidenteEdson Albertassi

2º Vice-presidenteGilberto Palmares

3º Vice-presidentePaulo Ramos

4º Vice-presidenteRoberto Henriques

1º SecretárioWagner Montes

2º SecretárioGraça Matos

3º SecretárioGerson Bergher

4ª SecretárioJosé Luiz Nanci

1a SuplenteSamuel Malafaia

2o SuplenteBebeto

3º SuplenteAlexandre Corrêa

4º SuplenteGustavo Tutuca

JORNAL DA ALERJPublicação quinzenal da Diretoria Geral de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Jornalista responsávelLuisi Valadão (JP-30267/RJ)

Editor-chefe: Pedro Motta Lima

Editor: Everton Silvalima

Chefe de reportagem: Fernanda Galvão

Reportagem: André Nunes, Fernanda Porto, Marcela Maciel, Marcus Alencar, Melissa Ornellas, Raoni Alves, Symone Munay e Vanessa Schumacker

Edição de Fotografia: Rafael Wallace

Edição de Arte: Daniel Tiriba

Estagiários: André Coelho, Andresa Martins, Cynthia Obiler, Diana Pires, Diego Caldas, Fellippo Brando, Fernando Carregal, Maria Rita Manes, Natash Nunes, Paulo Ubaldino, Tereza Baptista e Thaisa Araújo

Telefones: (21) 2588-1404/1383 Fax: (21) 2588-1404Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 CEP-20010-090 – Rio de Janeiro/RJEmail: [email protected]/alerjwww.facebook.com/assembleiarjwww.alerjnoticias.blogspot.comwww.radioalerj.posterous.com

Impressão: Gráfica da AlerjDiretor: Octávio BanhoMontagem: Bianca MarquesTiragem: 2 mil exemplares

radioalerj .com

Ouça sonoras dos deputados

.

Fellippo Brando

“Sou morador de Queimados e aqui, no Centro do município, temos a Praça Nossa Senhora da Conceição, que conta com um movimento muito grande. O público é principalmente de crianças que vêm brincar. Em me-ados de 2008, a cerca de ferro que rodeia a praça estava em deterio-ração e ameaçava cair. Sabendo do perigo que aumentava todos os dias, tentei inúmeras vezes entrar em contato com a prefei-tura para alertá-los do que estava acontecendo e pedir reforma. Não fui atendido. Um dia a cerca caiu, mas felizmente ninguém saiu feri-do. Vi a propaganda do Alô, Alerj pelo site, em cartazes de ônibus

e na televisão e então resolvi li-gar, mesmo sabendo que era um problema municipal. Uma semana depois da ligação, recebi uma carta explicando que a prefeitura havia sido notificada pela Alerj e que, em breve, o problema seria solucionado. A reforma da praça começou quatro meses depois do meu contato com o disque e, quando ficou pronta, toda a comunidade ficou satisfeita."

Alô, Alerj: 0800 022 0008

ALÔ, ALERJ “A reforma começou depois do contato”

Odir de Souza Cordeiro, 39 anos, professor de informática, Queimados

Na última edição, não incluímos o deputado Luiz Martins (PDT) na audiência da Comissão de Segurança com o secretário Beltrame

Page 3: Jornal da Alerj 231

3Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

A retirada dos balanços finan-ceiros da Cedae do Sistema Integrado de Administração

Financeira (Siafem) e o cumprimento das emendas parlamentares ao Orçamento foram os pontos centrais discutidos, no dia 18, na audiência da Comissão de Orçamento, Fiscalização Financeira e Controle. A reunião foi destinada à aná-lise do projeto de lei 335/11, enviado pelo Poder Executivo, com a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), no qual se baseará o Orçamento para o ano de 2012. “Os parlamentares apontaram suas apreensões e vamos analisar o que pode ser alterado no texto por meio de emendas”, disse o presidente do grupo, deputado Coronel Jairo (PSC). Ele tam-bém antecipou a intenção de discutir a possibilidade de as emendas parlamen-tares serem incluídas na LDO.

Os deputados aprovaram o parecer prévio aos projetos que já foram dis-cutidos em plenário. O debate sobre a transparência dos balanços financeiros da Cedae, declarada empresa indepen-dente há dois anos, foi iniciado a partir da apresentação do secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Sérgio Ruy Barbosa. Entre os pontos destacados estava o artigo que retira os balanços da empresa do sistema de informações so-bre gastos públicos, ao qual os deputados têm acesso. Com isso, esses dados pas-sariam a ser remetidos trimestralmente ao Parlamento e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) pelo Governo. A proposta foi considerada “inaceitável” pelo depu-tado Luiz Paulo (PSDB). “Deixaremos de poder fazer um acompanhamento diário para aguardar o envio de balanços?”, indagou, defendendo a manutenção dos balanços no Siafem.

O deputado Edson Albertassi (PMDB) também defendeu o que chamou de “manutenção das prerro-gativas parlamentares”. “Não podemos perder nosso poder de fiscalizar”, disse o parlamentar que, como ex-

presidente da comissão, conseguiu evitar a mesma manobra em 2009. Na ocasião, a companhia seria transferida do orçamento fiscal do Governo para o orçamento de investimento. “Se a Cedae avançou, foi, em grande parte, por termos aprovado essa mudança”, disse, referindo-se ao acordo em que os parlamentares poderiam continuar

tendo acesso aos balanços da empresa. Na defesa do Governo, Ruy Barbosa disse que a medida busca evitar “du-plicidade de contabilidade”.

Também estiveram presentes os deputados Alessandro Calazans (PMN), Janira Rocha (PSol), Zaqueu Teixeira e Nilton Salomão, do PT, Luiz Martins (PDT) e André Corrêa (PPS).

Fernanda Porto

Colegiado se reúne para discutir mudanças e pareceres para a Lei de Diretrizes Orçamentárias

Dentre as propostas, os parlamentares discutiram a retirada dos balanços da Cedae do Siafem

ORÇAMENTO

Balanço transparenteRafael Wallace

Como já foi feito em 2007, a pro-posta da LDO não trouxe o anexo com metas e prioridades para a elaboração da Lei Orçamentária. A razão, segun-do o Governo, é a necessidade de elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015, que será enviado à Casa em setembro. Na ausência delas, Barbosa e o subsecretário de Fazenda, Paulo de Tarso, apresentaram a previsão de crescimento da arrecadação no estado, que giraria em torno de R$ 2 bilhões por ano, até 2014. Esses valores seriam impulsionados, basicamente, pelo au-mento do ICMS.

O secretário também anunciou o aumento dos investimentos com vistas à Copa de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016. Para isso, há a intenção de se aumentar as operações de crédito a partir da capacidade de endividamento do estado, que hoje é de cerca de R$ 10 bilhões. A ampliação da margem de endividamento para empréstimos está sendo pleiteada junto ao Tesou-ro. O aumento dos investimentos em Segurança, Saúde, Educação e Infra-estrutura, admitiram os representantes do Executivo, causará a redução do superávit primário.

Aumento no investimento do estado

Page 4: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 20114

CONSUMIDOR

Depois de receber diversas contas de celular com valores absurdos, que alega jamais

ter gastado, a aposentada Maria das Graças Población, de 56 anos, teve o seu nome incluído no SPC e no Serasa, pois não conseguia comprovar a inexistência dos gastos. Pensando justamente em proteger o consumidor desta situação, o deputado Dica (PMDB) apresentou o projeto que se transformou na Lei 4.219/03, que obriga as empresas concessionárias de telefonia a darem informação mensal ao usuário sobre quitação ou débito existentes. O aviso deve ser incluído no texto da fatura, em local de fácil visualização.

“Nas contas, não havia informação de quitação ou discriminação de débitos, mas apenas textos, como ‘agradecemos os pagamentos recebidos até a emissão desta fatura’. Isto não é esclarecedor”, afirma o parlamentar. Desde 2002, Dica vem apresentando na Casa uma série de projetos de leis, que apelidou de “limpa-gavetas” (ver box abaixo), que atingem serviços essenciais, buscando facilitar o controle sobre a quitação dos débitos, uma vez que o consumidor terá que guardar somente o recibo do último mês para comprovar seus pagamentos e garantir seus direitos.

“O objetivo desse conjunto de leis é evitar que a população tenha necessidade de ficar guardando uma série de recibos. Assim diminuiremos a burocracia que faz as gavetas ficarem cheias”, conta o parlamentar. O tempo médio sugerido pelas empresas concessionárias para se guardar os comprovantes de pagamen-tos de serviços essenciais como água, luz, gás e telefone é de cinco anos – o que, devido ao espaço necessário para tamanho volume de papel, não é segui-do, podendo gerar problemas na hora de comprovar um pagamento. Agora, as concessionárias têm que cumprir a norma e emitir comprovação mensal dos pagamentos anteriores.

A decisão favoreceu a aposentada Maria das Graças, que, mesmo após quitar todas as dívidas, continuou sendo

Limpando as gavetas

Leis do deputado Dica obrigam concessionárias de serviços a informar mensalmente aos usuários, nas contas, quitaçõese débitos existentes

andré nunes e Maria rita Manes

fluirPara o

trânsito

Maria das Graças só se viu livre das cobranças após dizer que entraria na Justiça

4.128/03 - Obriga as empresas que operam com cartões de crédito, a darem in-formação de quitação ou débito existente ao usuário, mensalmente

4.739/06 - Obriga a Cedae a dar informação de quitação ou débito existente ao usuário, mensalmente

4.557/05 - Obriga os fornecedores de serviços considerados contínuos a da-rem informação de quitação ou débito existente ao usuário, mensalmente

4.334/04 - Obriga as empresas concessionárias de energia elétrica e gás a for-necerem ao usuário, mensalmente, informação de quitação ou débito

4.219/2003 Obriga as empresas concessionárias de telefonia, a qualquer título, a darem informação de quitação ou débito existente ao usuário, mensalmente.

Normas evitam acúmulo de papel nas gavetas

Page 5: Jornal da Alerj 231

5Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

Fotos: Rafael Wallace

O aposentado Eduardo Gregory não vê a hora de se ver livre das contas guardadas

O objetivo desse conjunto de leis é evitar que a população tenha necessidade de ficar guardando uma série de recibos por tantos anos"Deputado Dica (PMDB)

“Para a presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, deputada Cidinha

Campos (PDT) (foto), as leis “limpa-gavetas” não acarretam maiores despesas às em-presas e acrescentam na garantia dos direitos do cidadão. “Acho que não cria para as concessionárias maiores custos, além de facilitar a vida do consumidor, que terá perma-nentemente um recibo de que suas contas estão quitadas”, acredita. Durante o primeiro quadrimestre de 2011, a Oi empresa de telefonia foi a campeã de queixas na comissão: 544 das 7.631 reclamações (7,13% do total). De acordo com o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon-RJ), há registros de denúncias de cobrança indevida em todo o estado. O subsecretário adjunto dos Direitos do Consumidor, José Bonifácio, apesar de não saber quantificar o número de casos registrados em 2011, afirma: “Quan-do não é uma reclamação relacionada à prestação do serviço, é algo que diz respeito à cobrança de contas já pagas”. O Procon informa também que as leis “limpa-gavetas” reforçam o que já é estabelecido pela Lei federal 12.007/09, que obriga prestadores de serviços públicos e privados a emitirem recibos de quitação anual.

Cidinha Campos não vê maiores custos para as prestadoras de serviços

importunada. “A operadora me ligava, insistindo nas cobranças, e só parou quando eu disse que entraria na Justi-ça. As empresas não facilitam a vida do consumidor e, por isso, são necessárias regras claras. Esta lei é muito importante, porque obriga o credor a colocar nas fatu-ras que estão por vir as parcelas já pagas”, comemora. Segundo Dica, a proposta busca ainda dar amparo legal às famílias que venham a perder seus comprovantes em desastres, como o das enchentes que assolaram a Região Serrana em janeiro. “Muitas vezes, as contas são pagas e os comprovantes se perdem no meio das tragédias”, salienta.

Outro que aprova a sanção da lei é o também aposentado Eduardo Oliveira

Gregory, de 77 anos. Para ele, a norma proporcionará uma economia de espaço e menos preocupação quanto à possibili-dade de ser novamente cobrado. “É uma vantagem muito grande guardar apenas uma conta, pois isso diminui muito o acúmulo de papel. Mas o principal é vir na conta o nada consta e o tempo em que aquele débito é enviado para aquele endereço, ajudando a comprovar o tempo de moradia também”, comenta.

As leis “limpa-gavetas” determinam ainda que as concessionárias que des-cumprirem as normas sejam punidas conforme o Código de Defesa do Con-sumidor, o que vai de imposição de con-trapropaganda à multa de 2%, calculada sobre o valor da última fatura.

ENQuETEA informação em contas sobre quitação ou débito ajudará a evitar que a população seja cobrada por contas já pagas?

Para votar na próxima enquete, basta acessar: www.alerjnoticias.blogspot.com

Não33%

Sim67%

Page 6: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 20116

A carne, no Brasil, é o produ-to mais consumido, atin-gindo 70% de tudo que vai parar na mesa dos cida-

dãos, e o Estado do Rio é o maior importador nacional do produto. A afirmação, feita por Moacyr Bogado, consultor da Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio (Faerj), por si só, já seria suficiente para pautar diversas ações dos poderes Legislativo e Executivo em favor da pecuária de corte. Programas de Governo, leis de proteção aos consumidores e atividades da Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Alerj estão entre alguns desses instrumentos, que podem aumentar em 30 vezes a produção.

Muitas dessas atividades estão em-basadas em estudos como o apresentado, em fevereiro, pela Faerj à Câmara Setorial de Agronegócio do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico da Alerj: o Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Pecuária de Corte. De acordo com o secretário de Estado de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, ao longo dos últimos anos, todos os programas desen-volvidos pela secretaria têm como base os trabalhos da Faerj. “Assim foi com as cadeias produtivas do leite, do café e da cana-de-açúcar”, lista.

Para o presidente da Comissão de Agricultura da Casa, deputado Rogério Cabral (PSB), as melho-rias no setor já são uma realidade. “O estado está atravessando um bom momento e isso faz parte de um progra-ma de Governo. A melhora das estradas e o fortalecimento dos municípios e da agricultura vêm favorecendo o pecuarista”, frisa o parlamentar.

Os dados do diagnóstico apontam a região Norte como a maior concentradora de gado no estado (ver tabela pág. 7). E é lá, mais precisamente em Cardoso Moreira, que estão as 700 cabeças mantidas pelo de-

putado João Peixoto

(PSDC), que também é vice-presidente da Comissão de Agricultura. Há pelo menos 20 anos no ramo, Peixoto reforça o coro dos que creditam o crescimento do rebanho ao apoio do Governo: “As pecuárias de corte e leiteira têm evoluído em função, principalmente, de um programa que fiscaliza a vacinação dos bois”.

Nome aos boisCApA

Vanessa schuMacker, Paulo ubaldino e cynthia obiler

Rafael Wallace

As carnes expostas nos açougues terão que ter procedência informada em cartazes visíveis

Page 7: Jornal da Alerj 231

7Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

Nome aos bois Estudo desenvolvido pela Faerj entre 2008 e 2010 indica que a produção de gado de corte no estado tem potencial para aumentar 30 vezes. O diagnóstico do setor foi apresentado na Alerj e servirá para nortear as políticas para o setor

Rebanho bovinouso da terra

Pastagem natural 60%

Lavouras 23%Matas e florestas 14%

Outros - 2% Fonte: IBGE Fonte: IBGE

“sxc.hu

Desenvolvido entre 2008 e 2010, em uma parceria entre a Faerj e a Secretaria de Agricultura, o diagnóstico – pioneiro no Rio – conclui que a produção de gado de corte fluminense tem potencial para au-mentar 30 vezes. Moacyr Bogado explicou que o estudo é voltado para que técnicos, produtores rurais e pesquisadores possam se beneficiar das informações. “O diagnós-tico faz parte de um conjunto de estudos, com origem no planejamento estratégico da agricultura e da pecuária no Rio. Profis-sionais da área vão utilizar as informações para aumentarem a produção de carne”, garante o secretário Áureo.

Para ele, o estado, que tem um rebanho numericamente inferior ao de estados com maior extensão territorial, vê-se obrigado a buscar a qualidade. “Um dos aspectos ressaltados neste relatório é o enorme potencial da genética bovina fluminense, o nosso diferencial”, destaca.

Abate clandestinoOutra iniciativa da Alerj visa a pro-

teger os consumidores de carne. É a Lei 5.936/11, do deputado Wagner Montes (PDT), que determina que açougues e supermercados devem informar a origem do produto à venda, em lugar visível. No-me, telefone e endereço são os dados que têm que constar na descrição

do frigorífico fornecedor. Para Montes, a medida inviabilizará a existência de matadouros clandestinos. “É utopia di-zer que dá para acabar com esses locais irregulares, mas conseguiremos, com a norma, reduzir os pontos ilegais”, afirma. O descumprimento da lei acarretará em penalidades previstas no Código de De-fesa do Consumidor e os valores arreca-dados com as multas serão repassados ao Fundo Especial de Apoio a Programas de Proteção do Consumidor (Feprocon).

O diretor-executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Rio (Sindicarnes-RJ), Luciano Duarte, diz que emitiu uma circular aos mais de 600 açougues associados, lembrando-os de informar a origem das carnes. "Precisamos ter um compromisso com os consumidores, mas é importante também que a população

esteja atenta na hora de comprar", declara. Para ele, o poder público precisa rever

a política de incentivos fiscais e dar suporte para o crescimento do comér-

cio. "Para evitar o pagamento de tantos impostos, muitos comerciantes acabam

fomentando o abate clandestino. Só uma fiscalização severa pode evitar o crescimen-to de matadouros ilegais", finaliza.

Região Rebanho (cabeças) % do totalNorte f luminense 661.959 31,24Noroeste f luminense 497.928 23,37Médio Paraíba 268.551 12,60Baixadas Litorâneas 232.215 10,90Serrana 227.762 10,71Centro-Sul f luminense 134.211 6,30Metropolitana 69.468 3,26Costa Verde 34.530 1,62TOTAL 2.126.624 100,00

Page 8: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 20118

Érica Ramalho

André Coelho

Érica Ramalho Eduardo NadarThaisa Araújo

CApA

“Considero um passo fundamental a Lei 5.814/10, de minha autoria junto com o deputado André Corrêa, que extinguiu o imposto estadual sobre a carne e seus derivados. Esse fato, com certeza, é um marco histórico e já está repercutindo positivamente para a pecuária em todos os municípios fluminenses. É uma forma para fomentarmos cada vez mais essa atividade”

Christino Áureo Secretário de Agricultura

Programas de Governo incentivam pecuárias de corte e leiteira no estado

“Como pecuarista e parlamentar, vejo que o incentivo do Governo é fundamental para que a produção da pecuária de corte e da pecuária leiteira aconteça. O estado está recebendo importantes apoios para o setor, além de gerar direta e indiretamente muitos empregos. Ocupamos uma importante posição na distribuição de carne dentro do País e precisamos mantê-la”

Deputado João Peixoto (PSDC)

“Os consumidores precisam saber de onde vem o produto que consomem. Com a lei em vigor, fica mais fácil garantir um produto de qualidade para a população, além de combater os matadouros clandestinos, responsáveis pela contaminação do alimento e pelo atraso no crescimento da produção do nosso estado. Essa lei vem ao encontro do desejo do consumidor”

Deputado Wagner Montes (PDT)

“As ações da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária têm sido bastante motivadoras para os pecuaristas e produtores rurais de todo o estado. Estamos vivendo um grande momento para alavancar a produção e economia em diversos setores. Valorizar o que é nosso é fundamental para que possamos, a cada dia, crescer cada vez mais no cenário nacional”

Deputado Rogério Cabral (PSB)

l

Até novembro de 2011, toda produção bovina do estado será vacinada contra a febre aftosa. Foi o que anunciou o secretário Christino Áureo, durante apresentação oficial do Diagnóstico da Cadeia Produtiva de Gado de Corte no Estado do Rio, no dia 30, na Alerj. A última campanha de vacinação do gado fluminense aconteceu em novembro de 2010 e serviu para imunizar os animais contra raiva, brucelose e leptospirose. “O Rio completará 15 anos livre da febre aftosa. Nosso esforço contra a doença está sendo recompensado, mas precisamos continuar na luta contra o bacilo transmissor”, afirmou Áureo.

A apresentação do estudo foi uma iniciativa do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio. O presidente da cerimônia, deputado Paulo Ramos (PDT), elogiou a participação dos envolvidos e falou da importância do setor para a economia fluminense: “Não há dúvidas de que se trata de um investimento produtivo. Os números comprovam isso, pois mais de 70% da população nacional consomem carne vermelha. A Casa, desde já, coloca-se à disposição para qualquer ajuda”.

Segundo o presidente da Faerj, Rodolfo Tavares, o estudo desenvolvido atendeu as necessidade dos produtores rurais. “Nosso objetivo é, através do manejo, intensificar o desfrute desse rebanho, abatendo o gado mais precocemente e, com isso, trazendo mais qualidade para o consumo. Queremos que o produtor consiga gerar mais empregos”, explicou.

Durante o evento, os pecuaristas Jair Ferreira e Carlos Nemnhengruber foram homenageados. Áureo disse que a homenagem “traduz o reconhecimento do espaço que o agricultor e o pecuarista possuem no cenário econômico estadual e nacional”. O deputado Sabino (PSC); o presidente da Pesagro, Sílvio Galvão; e o presidente deliberativo do Sebrae/RJ, Jésus Costa, também participaram da cerimônia.

Rebanho bovino será vacinado contra febre aftosa em novembro

Evento no plenário lembrou que Rio está livre da aftosa há 15 anos

Page 9: Jornal da Alerj 231

9Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

Fellippo Brando

A Escola do Legislativo do Esta-do do Rio (Elerj) receberá, en-tre 1 e 15 de junho, inscrições

para o Coral Pró-Canto. Com preparação realizada por professores da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o grupo, ativo desde o início de 2010, tem se reunido para en-saios todas as segundas e sextas-feiras, das 12h30 às 13h30, no auditório da Elerj. De acordo com o coordenador da escola, deputado Gilberto Palmares (PT), o coral deve intensificar a agenda de apresenta-ções. “O Coral da Alerj tem passado por um processo de amadurecimento e é excelente ver como ele vem emocionan-do em suas apresentações. Vamos criar mais oportunidades para levá-lo para um público mais amplo”, declara.

O objetivo do coral é reunir funcionários do Legislativo que tenham prazer em cantar e responsabilidade para conciliar trabalho e lazer. Coordenador do coro, Marcos Gomes, segurança da Casa, é o grande idealizador do projeto. Foram a persistência e a pai-xão de Gomes pela música que fizeram com que a ideia fosse aprovada e levada adiante. A luta incessante do segurança,

que trabalha na Casa há 13 anos, começou quando ele estava na área de Informática, logo que chegou à Assembleia, e assistiu a uma apresentação do Coral do Theatro Municipal no plenário.

Encantado com o grupo, Gomes decidiu criar algo parecido no Parlamento – para isso, contou com o apoio da ex-deputada Heloneida Studart e da Diretoria de Infor-mática. Mas a ideia só saiu do papel quando o deputado Paulo Ramos (PDT) elaborou um projeto de resolução, o 447/07, adequando a criação do coral às exigências da Casa. “O amadurecimento do projeto possibilitou ao coral tornar-se uma relevante ferramenta de extensão promovida pela Alerj. Além disso, tem servido como importante instrumento de divulgação de nossa música popular brasileira”, avalia Gomes.

Em março de 2010, o coral, regido por Danielly Souza, da UFRJ, começou os ensaios. A estreia aconteceu no Natal, com uma apresentação nas escadarias do Saguão Getúlio Vargas. Depois, foram mais duas apresentações: na posse dos deputados e durante evento realizado pela deputada Inês Pandeló (PT). Os interessa-dos em participar deverão enviar um e-mail para [email protected], informando nome completo, ma-trícula, lotação/setor, função, telefones, endereço, filiação, identidade, CPF, data de nascimento, naturalidade, nível de escolaridade e uma declaração da chefia emitida em papel timbrado.

diana Pires

Grupo de canto da Alerj, que começou a se apresentar no ano passado, abre inscrições para novos participantes

Coral Pró-Canto ensaia às segundas e sextas no auditório da Elerj. No início, grupo contou com apoio da ex-deputada Heloneida Studart

CORAL

Soltando a voz

Não é apenas a Alerj que tem um grupo de coralistas. Na As-sembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), 40 componentes se apresentam em eventos em diversos estados. Uma de suas atividades é realizar concertos didáticos em instituições públicas e comunidades, onde usualmente a população não tem acesso a shows musicais. Já o Coral Ama-dor de Garis da Comlurb existe desde 1989 e conta, atualmente, com a participação de 24 empre-gados. O grupo faz apresentações em praças, parques, ruas e em diversas instituições. O reper-tório é bastante eclético, vai do barroco alemão à música popular brasileira.Já a Petrobras, apenas no Rio, man-tém sete corais. Com um repertó-rio que vai de peças folclóricas a obras eruditas, como as de Mozart, Brahms, Fauré, Beethoven e Bach, passando por compositores brasi-leiros, como Milton Nascimento, Pixinguinha, Noel Rosa e Lamar-tine Babo, os corais da Petrobras já gravaram dez LPs.

Diversos corais e gêneros musicais

Page 10: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 201110

l CURTAS DROGAS

u nir os 92 municípios pelo combate ao consumo do crack e pela melhoria no

tratamento do usuário de drogas é o objetivo da presidente da Comissão de Assuntos da Criança e do Adoles-cente da Alerj, deputada Claise Maria Zito (PSDB), que começou, no dia 16, a percorrer o estado. A Baixada Flumi-nense foi o ponto de partida. A primeira reivindicação da parlamentar referiu-se ao funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas (Caps-AD). “Eles têm que funcionar também no pernoite, pois não adianta fazer a abordagem ao adolescente, com toda estrutura que o Caps possui, e expulsar o jovem às 17h. Desse jeito, ele volta para o consumo”, disse Claise, ao visitar a Secretaria de Assistência Social de Mesquita.

No mesmo dia, a comissão ainda vi-sitou Nova Iguaçu. Segundo a deputada, darão origem a uma reunião na Alerj com todos os secretários municipais de Assistência Social, em junho, e, assim, montar um relatório com as necessida-des de todas as cidades. “Percebemos que alguns municípios realizavam ações isoladas de enfrentamento ao crack e

isso não resolve. Quando existe uma atividade solitária, os usuários vão pro-curar outro local e até outro município”, comentou a parlamentar.

A secretária de Mesquita, Márcia Regina Brandão, contou como é difícil combater a droga sem a união dos poderes municipal e estadual. “Ne-cessitamos de uma ação conjunta. Não só uma ação com diversas políticas públicas buscando o tratamento, mas também uma ação policial”, analisou. Os problemas de Nova Iguaçu são bem parecidos com os do município vizinho. “A contratação de assistentes sociais e a construção de abrigos são nossas maiores necessidades. Não temos um abrigo específico na Baixada e nossa mão-de-obra é bastante limitada”, ana-lisou o secretário Municipal de Assis-tência Social e Prevenção à Violência iguaçuano, Sebastião Vagner.

A deputada acredita que, somente com a união dos executivos municipais, poderá diminuir o consumo de crack no estado. “Tanto Mesquita como Nova Iguaçu nos receberam muito bem e estão apoiando nossa iniciativa. Tenho certeza que os outros municípios vão nos auxiliar, para darmos fim a essa droga que vem assolando o Rio”, decla-rou a parlamentar, que, no dia 23, esteve em Nova Friburgo e, no dia 26, foi a Nilópolis, para debater os programas de combate às drogas nessas localidades. (colaborou André Coelho)

raoni alVes

Fellippo Brando

HabitaçãoAngelina Aragão, de 68 anos, paga R$ 300 pelo aluguel da casa onde vive. A mágoa de não contar com uma casa própria chegou ao fim em maio, após ter sido uma das 500 pessoas sorteadas pela Prefeitura de Queimados para o programa federal Minha Casa, Minha Vida. Angelina foi escolhida entre 7 mil candidatos que participaram do sorteio. Entre estes nomes estavam os de 500 pessoas que se cadastraram através da van da Comissão de Política Urbana e Habitação da Alerj. “Em 2010, a unidade móvel da comissão conseguiu registrar mais de 55 mil nomes. Deste total, 500 eram de Queimados, e a prefeitura nos solicitou que disponibilizássemos este cadastro para a seleção”, afirmou o presidente do colegiado, deputado Alessandro Calazans (PMN) (foto com Angelina), que pretende realizar um encontro para sugerir políticas habitacionais para as 92 prefeituras do estado.

AstralO plenário da Casa aprovou o projeto de resolução 90/11, de autoria da Mesa Diretora, que autorizou a filiação da Alerj à Associação Brasileira de TV e Rádio Legislativas (Astral). "Levando em conta que nosso principal objetivo é consolidar a TV Alerj como referência de boa programação e que iniciamos processo para criar um serviço de rádio, é importante que possamos trocar experiências com outras casas legislativas", justificou o presidente do Parlamento fluminense, deputado Paulo Melo (PMDB). No dia 19, a Alerj já participou de um evento da Astral: o I Seminário Internacional de Mídias Legislativas, realizado em Florianópolis durante a XV Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais..

união contra o crack

Deputada pretende percorrer os 92 municípios do estado para falar do combate ao crack

Claise e o secretário de Nova Iguaçu falaram sobre construção de abrigos na Baixada

Raoni Alves

Page 11: Jornal da Alerj 231

11Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 2011

N em o frio e a previsão de chuva desestimularam os entusiastas da adoção que

foram convidados pela Frente Parla-mentar Pró-Adoção da Alerj para uma manifestação no dia 29. Cerca de 300 pessoas participaram da 2ª Caminhada pela Adoção de Crianças e Adolescen-tes, que marcou o encerramento da semana estadual sobre o tema, na orla de Copacabana. Na caminhada, da qual participaram dez grupos e a Apae-RJ, fo presidente da frente, deputado Sa-bino (PSC), aproveitou para anunciar os próximos passos do grupo. “Vamos nos dedicar às visitas aos abrigos, pois queremos saber em que condições ficam estas crianças”, antecipou, informando que existem 400 crianças em condições de serem adotadas no estado.

O plano de Sabino terá a contri-buição da deputada Claise Maria Zito (PSDB), que também participou da ma-

nifestação. A parlamentar, que preside a comissão da Criança, Adolescente e Idoso da Alerj, afirmou que este será um trabalho conjunto dos dois colegia-dos. Sabino fez ainda um balanço da frente, que entra em seu segundo ano. Para ele, o trabalho está “ganhando consistência”. “Ao longo desse tempo, grupos de adoção se aproximaram, o Judiciário contribuiu e hoje temos um trabalho reconhecido”, analisou. Outra meta do grupo é incentivar a criação de novas Varas da Infância e Juventude e garantir a aprovação do projeto de lei 509/11, que o parlamentar assina junto ao presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB). O texto dá prioridade aos processos de adoção no Judiciário.

A caminhada também atraiu pessoas que ainda vivem a expectativa da adoção. É o caso do casal Francisco De Blase e Roberta Baggio. Casados há quatro anos, eles decidiram pela adoção após uma ten-tativa frustrada de inseminação artificial. Segundo o administrador de empresas, uma decisão baseada no sentimento paternal e não na caridade. “É um gesto bonito, mas não é caridade. Pais biológi-cos estão, igualmente, ajudando o mundo ao educar bem seus filhos”, comparou.

FRENTE pARLAMENTAR

Rafael Wallace

Fernanda Porto

Semana Estadual da Adoção termina com a participação de 300 pessoas em evento na praia de Copacabana

O deputado Sabino (esq., camisa listrada) liderou a manifestação que contou com a participação de dez grupos e da Apae

Caminhada da adoção

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há cerca de 40 mil crianças em abrigos em todo o País, sendo que quatro mil estão em condi-ções de serem adotadas, após processo de destituição do poder familiar. “E o cadastro tem 20 mil pessoas habilita-das”, informa Silvana do Monte Moreira, representante do grupo de Apoio à Adoção Ana Gonzaga.

Integrante do Comitê de Direito Homoafetivo da OAB-RJ, ela também argumenta que a adoção por homosse-xuais – tema em alta após a aprovação da união civil – é prática cada vez mais comum e não exige necessidade de no-vas leis, pois “o Estatuto da Criança e do Adolescente supre esta questão ao deter-minar que, para a adoção em conjunto, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família”. Para Sabino, não há empecilho prévio à adoção. “A única preocupação deve ser com o desejo de desempenhar esse papel, da paternidade, com amor. No mais, a Justiça é rigorosa na avaliação que faz, a todos", lembrou.

Famílias estáveis

Page 12: Jornal da Alerj 231

Rio de Janeiro, de 16 a 31 de maio de 201112

‘É natural que a sociedade espere de mim uma atuação voltada para a juventude’

Pertencer a uma família de políticos contribuiu em sua decisão de entrar para uma carreira eletiva?Sempre gostei de política, des-de muito novo gostava de estar à frente das reivindicações nas escolas. Mas, quando chegou a hora de pleitear uma disputa eleitoral, a minha família foi contra. Meu pai alegou que eu tinha outras oportunidades como jovem e demonstrou preocupação com as renúncias da vida pública.

Você se enxerga como continuidade do trabalho de seu pai ou como uma renovação?Dou sequência à ideia de pa-lavra, de compromisso, que marcou meu pai. E também sigo com a atenção que ele sempre deu ao interior e à Bai-xada Fluminense. De novida-de, trago a formação diferente e o olhar da geração a qual pertenço, atenta aos problemas em outros lugares. Prioridades que talvez os políticos que me antecederam não tiveram por-que não havia a Internet e mais possibilidades de aproximação com a população.

Como vice-presidente da Juventude do PMDB, qual o seu compromisso com os temas jovens?O PMDB me deu condição de ter contato com jovens de todo o estado, com realidades distintas mas com o mesmo ideal: de transformar a socie-dade. A juventude de 2011 não tem as mesmas reivindicações da de três déca-das atrás, mas as necessidades continuam exis-tindo. Dediquei-me na militância a este referencial, mas, a partir do momento em que o partido referen-dou o meu nome para concor-rer à eleição, busquei ampliar minha atuação. Acho que o parlamentar deve ter suas bandeiras, mas não se fechar para qualquer tema.

Mas optou por iniciar o mandato defendendo as carteirinhas estudantis.Sim, busquei, sobretudo neste inicio de mandato, uma atu-ação voltada para os temas

jovens. É natural que a pró-pria sociedade espere de mim essa atuação, além de eu me sentir uma referência para os jovens que não se identificam com os atuais representantes. Passada a fase investigativa, com a colaboração do Mi-nistério Público e da Polícia Civil, estamos promovendo

debates com representantes das entidades e s t u d a n t i s , classe artísti-ca, exibidores e donos de casas de shows. Todos perdem. Depois daremos início a uma campa-nha informativa,

porque ainda sou questiona-do sobre nossa intenção. Na realidade, queremos propor um mecanismo de controle na emissão dessas carteiras, para que o direito seja con-cedido a quem de fato o tem; e que isso possa acarretar na redução do preço médio dos ingressos.

Ao assumir a CCJ, vo-cê anunciou duas metas:

tornar a comissão mais técnica e resgatar temas que deixaram de ser com-petência do Parlamento. Como elas estão?A CCJ hoje, reservada a ques-tão política, está exercendo sua função técnica. Muitos projetos receberam parecer pela inconstitucionalidade e foram arquivados por serem nitidamente uma violação. Os demais membros têm me apoiado nesse controle. É claro que a avaliação de constitucio-nalidade é interpretativa. No Supremo (Tribunal Federal) são comuns decisões por seis votos a cinco, e não é na CCJ que não haverá discordâncias, mas os deputados estão com-prometidos com o trabalho. A Alerj é a mais produtiva do País, mas é também uma das que mais tem leis contestadas por Ação Direta de Inconsti-tucionalidade (Adin). Sobre o resgate de temas que já foram competência nossa, estamos fazendo um levantamento junto à Procuradoria da Ca-sa. Entre os que buscaremos resgatar estão a legislação de trânsito e a emancipoação de novos municípios.

Fernanda Porto

Pouca idade não é sinônimo de irresponsabilidade ou incom-petência”, registrou o deputado Rafael Picciani (PMDB) ao ser eleito, em fevereiro, presidente da Comissão de Constituição e

Justiça (CCJ) – a mais prestigiosa do Legislativo. A colocação, que soou como autodefesa à época, hoje, passados mais de três meses, soaria des-necessária. Aos 25 anos, o parlamentar estreante vem imprimindo ritmo próprio, inclusive em relação ao sobrenome de peso na política fluminense, e conquistando o respeito dos colegas. Hoje, a responsabilidade de condu-zir a CCJ, e utilizá-la como ferramenta de resgate do poder do Legislativo estadual, é acompanhada pela presidência da CPI que investiga a emissão de carteirinhas falsas no estado. E que tem a meta grandiosa de combater a falsificação e impulsionar a queda nos preços da cultura no estado.

lENTREVISTA RAFAEL PICCIANI (PMDB)

Fellippo Brando

Queremos propor um mecanismo de controle na emissão das carteiras estudantis, para que o benefício seja concedido a quem de fato merece

Remetente: Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro Rua Primeiro de Março s/nº sala 406 – Rio de Janeiro/RJ – CEP-20010-090