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Jornal da ARQUIDIOCESE NOVEMBRO DE 2014 Dom Vito Schlickmann 60 anos de sacerdócio por amor | 12 Sínodo dos bispos a evangelização das famílias | 10 Santa e bela Catarina a oferta da própria vida pela fé FLORIANÓPOLIS, nº 206 Foto: Everton Marcelino

Jornal da Arquidiocese | nº 206 | novembro de 2014

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Jornalda

ARQUIDIOCESENOVEMBRO DE 2014

Dom Vito Schlickmann60 anos de sacerdócio por amor | 12

Sínodo dos bisposa evangelização das famílias | 10

Santa e bela Catarinaa oferta da própria vida pela fé

FLORIANÓPOLIS, nº 206

Foto: Everton Marcelino

Editorial

Nos caminhos de Francisco

Prática religiosa

Nas redes

Uma data no mês de novembro é significa-tivamente importante para o catarinense. Dia 25 se comemora Santa Catarina, padroeira do Estado, da Arquidiocese e co-padroeira da ca-pital. Na capela ecumênica do Tribunal de Jus-tiça, você encontra um pedaço da costela da santa.

O penúltimo mês do ano também é lembrado pelos entes queridos que partiram para a Casa do Pai. Para muitos, esta lembrança é motivo de tristeza pela saudade que deixaram, mas para outros, é sinônimo de esperança na vida eterna e momento oportuno para reescrever a vida com uma nova história. Nesta edição, você acompanha o exemplo de superação da Dona Teresinha Kirchner, de Anitápolis, que perdeu o filho vítima de leucemia e encontrou na oração a força necessária para recomeçar. Já Pe. Kel-vin traz o exemplo de força, desbravamento e amor à Igreja, do Diácono Venceslau Ferreira, da Paróquia Santa Cruz, Areias, em São José, que faleceu em outubro.

Nesse jornal, conheça o Movimento Porta Aberta que comemora 34 anos de fundação. Você fica por dentro ainda da programação do II Mutirão da Comunicação (Muticom). Na pági-na 12, os 60 anos do sacerdócio do Bispo auxi-liar emérito Dom VitoSchlickmann.

Leia com atenção e carinho a edição de nú-mero 206 do Jornal da Arquidiocese.

Boa leitura!

Muitos estudiosos buscaram aprofundar o estudo sobre o fe-nômeno religioso. Muitos destes estudos, porém, são parciais, pois não levam em conta todos os elementos envolvidos na ati-tude religiosa das pessoas. Daí resultam conclusões distorci-das a respeito da prática reli-giosa dos seres humanos.

Para muitos, Freud, por exemplo, a religião é uma neu-rose, uma projeção dos dese-jos humanos. Outros vêem a prática religiosa do ponto de vista utilitarista. É um conjunto de atitudes de vida que ajuda a pessoa a se realizar. O dado deixado de lado ou tratado com superficialidade nestas abor-dagens é a realidade transcen-dente. O que há de mais central no fenômeno religioso é o rela-cionamento do ser humano com Deus.

A religião é o conjunto de lin-guagem, sentimentos, crenças, comportamentos e símbolos através dos quais a pessoa de fé se põe em relação pessoal com um ser sobrenatural.

Sobrenatural quer dizer que

não pertence às forças naturais, nem às instâncias humanas – transcende as duas – é radi-calmente Outro. O ser transcen-dente revela-se, insere-se na história do ser humano ou se faz acessível através de símbolos. Assim, a prática religiosa pode se tornar o valor central do pro-jeto de vida, capaz de dirigir o viver e de ser um fator de ama-durecimento da pessoa huma-na. Pela fé, a pessoa aceita que a sua conduta está vinculada a uma vontade superior que é a razão última de suas escolhas.

Uma primeira constatação é que o psiquismo humano é do-tado de capacidade de entrar em contato com o transcenden-te, mais ainda, tem desejo de entrar em diálogo com Deus. Encontra nele a fonte da verda-de que ultrapassa a lógica dos silogismos.

Uma segunda afirmação da

psicologia é que a prática reli-giosa, ao contrário do que mui-tos podem pensar, é um fator de crescimento na maturidade humana. Como a atitude religio-sa toca todas as dimensões do ser humano, a educação na fé torna-se um fator de integração das capacidades humanas. Desta forma, a prática religiosa supera a mera busca de grati-ficação ou fuga do perigo. O relacionamento com Deus faz a pessoa crescer no desenvolvi-mento humano.

2 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

opinião

Dom Wilson Tadeu Jönck,scj

Trata-se de uma grande responsabilidade: anunciar as realidades e as problemáticas das Igrejas (dioceses), para as ajudar a per-correr aquele caminho que é o Evangelho da família.

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@pontifex_pt

Dom Wilson fala sobre sua presença em Aparecida

“Foi um momento em que, diante da imagem de Nossa Senho-ra Aparecida, tive a oportunidade de fazer uma oração pedindo

pela nossa população, sobretudo por esta situação que nós vivemos pela queima dos ônibus e escola, essa angústia das

pessoas em relação a esta situação.”

Dom Wilson Tadeu Jönck, scj

Pe. Lúcio agradece a acolhida da Arquidiocese

Dia de Santa Teresa de Ávila

Rua Esteves Júnior, 447, Centro Florianópolis-SC,

Fone: (48) 3224-4799 / 9982-2463

O Jornal da Arquidiocese é uma publicação mensal da Arquidiocese de

Florianópolis-SC.

DIRETOR: Pe. Vitor Galdino Feller

CONSELHO EDITORIAL: Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, Pe. Leandro Rech,

Pe. Revelino Seidler, Pe. Vânio da Silva, A. Carol Denardi, Fernando Anísio Batista,

Jean Ricardo Severino, Lui Holleben, Olga Oliveira

JORNALISTA RESPONSÁVEL: A. Carol Denardi (SC 01843-JP)

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Lui Holleben

O cristão é necessariamente misericordioso; nisto está o centro do Evangelho.3

6 de outubro, aos padres do Sínodo

16 de outubro, no twitter

O poder espiritual dos sacramentos é imenso. Com a graça, podemos superar todos os obstáculos.

211 de outubro, no twitter

O papa não é o senhor supremo, mas sim um su-premo servidor – o “servus servorum Dei”; o garante da obediência e da conformidade da Igreja à vonta-de de Deus.

418 de outubro, encerramento do Sínodo

REVISÃO: Roberson PinheiroCOORD. DE PUBLICIDADE: Pe. Leandro Rech e Erlon Costa

TIRAGEM: 24.000 exemplares IMPRESSÃO: Diário Catarinense

EMAIL: [email protected] e [email protected]: www.arquifln.org.br

FACEBOOK: Arquidiocese de FlorianópolisAssessoria de Comunicação

Obrigado, nosso querido e amado papa Paulo VI!

Obrigado pelo teu humilde e proféti-co testemunho de amor a Cristo e à

sua Igreja!

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19 outubro, em homilia na Beatificação de

Paulo VI

Pe. Lúcio Espíndola

“Senhor, sou filha de vossa Igreja. Como filha da Igreja Católica quero morrer”.

“Volto com alegria para Guiné Bissau junto com os que lá estão. Agradeço o carinho de todos vocês. Permaneçamos unidos na

oração! Que Deus os abençoe.”

“A psicologia humana tem aprofundado a reflexão sobre a religiosidade do ser humano”

Para mudar o mundo, é preciso fazer bem a quem não tem possibilidades de retribuir.5

18 de outubro, no twitter

Santa Teresa de Ávila

3Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

#compartilha

Prof. Carlos MartendalCorpo e mente

A mente ajuda muito o corpo. Não nos entreguemos à desesperança, pois ela afrouxa a vida; não seja

nossa hóspede a tristeza que afugenta a alegria de viver; não permitamos que o pessimismo seja com-panheiro de jornada, pois com ele não se chega a parte alguma. Esperança - esperar em Deus -, ale-

gria e otimismo ajudam o corpo a ser são como sadia é a mente.

CederPosso ceder ao desejo, mas talvez seja preferível e

necessário ceder do desejo...

SinfoniaOito e meia da manhã. O céu está azul, o sol brilha. Começa a sinfonia. Gralhas azuis cantam, o tucano

coloca o contraponto, dois nhambus completam o coro. Pousado ali perto, o urubu olha e ouve. Como

eu. O concerto dura quinze minutos. Então, voam os nhambus, voa o tucano, voam as gralhas. Para tudo

há um tempo... Meu coração se alegra como coração de criança pelo presente recebido. Espontaneamen-

te digo com Jesus, agradecido: “Todas as coisas me foram dadas por meu Pai” (Mt 19,27a).

MedoPassarinho pousa na beiradinha do poste e não tem

medo de cair. Porque sabe voar. Nós às vezes temos medo de andar por um caminho mais árduo porque

não sabemos pôr em Deus nossa segurança. Que continua a dizer-nos: “Olhai as aves do céu...”; vós

valeis muito mais!

PressaCada vez que a pressa nos visita - a pressa ruim, não a pressa boa -, a paz se despede e a oração vai embora. Ela nos faz pensar mal, leva a julgar,

desperta a irritação e o mau humor e nosso Anjo da Guarda nos olha com ar estupefato, admirando-se de como ficamos longe do que o Senhor deseja de nós.

Igreja do Bom Fim é restaurada

Os fiéis de São José participa-ram de uma missa festiva, no dia 26 de outubro, na Igreja Matriz do Centro Histórico. A celebração eucarística solene foi para come-morar os 264 anos de criação da Paróquia, sendo presidida pelo vigário paroquial, Pe. Wanderley Calça, FDP, e concelebrada pelos diáconos.

A exemplo da Matriz, que ficou fechada por quatro anos e meio para restauro, atualmente, na Pa-róquia de São José está a Igreja do Bom Fim, também em processo de restauração.

Tombada pelo patrimônio his-tórico do município, a previsão é para ficar pronta em dezembro.

Retalhos do Cotidiano

Centenários na Academia Catarinense de Letras

Uma noite para a história. Assim pode ser definido o dia 30 de setem-bro, onde Dom Joaquim de Oliveira e Dom Afonso Niehues foram homena-geados em Sessão Solene na Acade-mia Catarinense de Letras (ACL) e no Instituto Histórico Geográfico de San-ta Catarina (IHGSC), em promoção conjunta com a FACASC.

Durante o evento, Pe. José Artuli-no fez o lançamento do livro de sua autoria: “História na Igreja em Santa Catarina”. Nas 228 páginas da obra, ele relata a história dos dois arcebis-pos homenageados, em sua ação na Igreja e na sociedade.

Em trecho do livro, Pe. José Artuli-no descreve a forte ligação entre am-bos: “Dois grandes homens, livres to-talmente de ambições pessoais, mas submissos à Igreja, à evangelização e organização do povo católico e das populações de seu território canôni-

co” (p. 18).“Dom Joaquim e Dom Afonso fo-

ram homens pobres, que viveram po-bres e morreram pobres. As vestes litúrgicas ocultavam dois homens pie-dosos de vida pessoal humilde, sem pretensões do que era servir ao Se-nhor e a seu povo”, concluiu Pe. José Artulino Besen em seu discurso.

Igreja de N. Sra. Aparecida, em Brusque, é inaugurada

A igreja é uma réplica da Basílica de Aparecida. Tem uma cúpula que pode ser vista à distância. Os 72 bancos de três metros cada um e os 105 mil tijolos foram todos doados. E assim, com aju-da da comunidade, de tijolo em tijolo, foi construída e inaugurada no dia 12 de outubro, a Igreja de Nossa Senhora Aparecida, no bairro São João – Cedro Alto. Ela pertence à Paróquia Santa Ca-tarina, em Brusque.

A pedra fundamental para a constru-ção foi lançada no ano de 2003, depois de uma expectativa de mais de 20 anos. De lá para cá, as 400 famílias da comu-nidade participavam das celebrações em um espaço improvisado. “Um sonho realizado. Cada peça que chegava era uma emoção. O povo lutava há anos pela construção da igreja”, relata uma das fundadoras da comunidade, Araci Pedrotti.

As missas são celebradas todo sá-bado, às 19h30.

Dia Nacional da JuventudeO Dia Nacional da Juventude

(DNJ) surgiu em 1985 durante o Ano Internacional da Juventu-de, promovido pela Organiza-ção das Nações Unidas.

Normalmente é celebrado no quarto domingo de outubro. Po-rém, como nesta data tivemos o segundo turno das eleições, indicamos o dia 15 de novem-bro para se realizar uma co-memoração nas foranias. Pode ser uma gincana, uma tarde de esportes, teatro ou uma grande festa que tem como motivação, o tema e o lema previstos pela CNBB: “Eis o que diz o Senhor: praticai o direito e a justiça, e livrai o oprimido das mãos do

opressor!” (Jr 22, 32). Estas experiências visam ce-

lebrar o jeito jovem de ser Igre-ja, sem abrir mão da reflexão que nos é proposta.

Assim, vivenciar o DNJ é vivenciar o Cristo que nos une enquanto Igreja. Os temas, sempre lembrados em nossos grupos, nos conectam a uma Igreja jovem que, a partir do nosso protagonismo, convida a transformar as realidades em que vivemos.

Procure sua paróquia e par-ticipe das celebrações do DNJ 2014.

João Augusto de Farias Coordenador - Setor Juventude

O Dia de Finados, 02 de novembro, é uma ocasião para prestar homenagem aos entes e amigos queridos que partiram desta vida. É também uma oportunidade para renovar a es-perança. Você acompanha agora o relato de uma família que superou a dor da perda por meio de muita fé.

Teresinha M. Kirchner e Adalberto Kirchner, de Anitápolis, são casados há 36 anos. Desta feliz e duradoura união vieram os três filhos: Jaime, Alberto e Klaus. Uma família tranquila, que teve a paz abalada no ano de 1999.

O filho do meio, Alberto Kirchner, com 14 anos na época, foi diagnosticado portador de leucemia. Para a mãe, o mundo tinha desa-bado, perdido o chão. Mas ao mesmo tempo, Teresinha afirma que Deus, na sua divina pro-vidência, já preparava a família. “A gente tinha muita fé, por isso, continuamos a participar da Igreja e fazíamos até retiros. Afinal, precisá-vamos cuidar também dos outros dois filhos”, comenta.

A luta para salvar o filho durou sete meses, no Hospital Evangélico de Curitiba. Um trata-mento dolorido, com radioterapia, quimiotera-pia e muitos remédios. No sétimo mês, Alberto

não resistiu e veio a falecer. A base familiar foi então definitivamente

abalada. Mas este recomeçar difícil foi susten-tado pela união da família. E, principalmente, o diálogo de Teresinha e Adalberto com os ou-tros dois filhos foi fundamental neste novo iní-cio. “Tinha dias que estava bem desanimada, mas eu precisava continuar a vida, dar apoio ao meu marido e meus filhos. Recebemos so-lidariedade de todos e da própria Igreja, de Curitiba e aqui de Anitápolis”, desabafa a mãe.

Hoje, o filho mais velho, Klaus, casou-se, tem dois filhos, cursa a segunda faculdade e também faz pós-graduação. Um dos filhos dele recebeu o nome em homenagem ao ir-mão: Arthur “Alberto” Kirchner. Já o filho mais novo do casal Kirchner, Jaime, casou-se, con-cluiu uma faculdade e faz pós-graduação.

A mensagem que o alicerce desta família deixa para quem passa pela dor de uma gran-de perda é simples: fé e a união das pessoas. “É necessário ter bastante comunicação entre todos, o diálogo. A família precisa se unir. As pessoas não devem discutir tanto e nem bri-gar. Muita humildade. E o principal, bastante oração”, conclui Teresinha.

A Arquidiocese de Florianópolis e o Gover-no do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Es-porte e da Fundação Catarinense de Cultura, promoveram o I Seminário de Conservação de Igrejas e Arte Sacra, no dia 21 de outubro, em São José. Tendo como local o salão paroquial da Igreja Matriz, o encontro ofereceu informa-ções sobre os procedimentos a serem adota-dos para a conservação e preservação dos bens culturais imóveis, móveis e integrados que estão sob a guarda da Igreja no Estado.

Outro ponto importante deste seminário fo-ram medidas de ordem prática a serem adota-das para prevenir a degradação e as conse-quências.

Fé, diálogo e muita oração

Desde o início de 2014, a Arquidiocese tem realizado encontros com as pastorais, entidades e ações sociais presentes nas comunidades em-pobrecidas que tenham relação com a Igreja Ar-quidiocesana. Quer seja por meio da motivação de criação ou pela coordenação de presbíteros, religiosos e leigos.

Dentre as atividades delineadas para fortalecer ainda mais essa importante dimensão da evange-lização, programou-se um encontro que ocorrerá no dia 15 de novembro, das 08h às 16h30, na Pa-róquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça.

A programação prevê estudo sobre a exorta-ção apostólica do papa Francisco, momentos de partilha e de celebração.

Apesar de ter como público prioritário os diri-gentes, usuários, voluntários e funcionários das entidades sociais, o encontro será aberto para a participação dos interessados. Basta se inscrever diretamente com a Coordenação Arquidiocesana de Pastoral até o dia 07 de novembro, pelo telefo-ne (48) 3224-8776 ou pelo e-mail [email protected].

Fernando Anísio Batista Ação Social Arquidiocesana

4 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

#compartilha

Família da Paróquia São Sebastião, em Anitápolis, relata como superou a dor de uma grande perda

I Seminário de Conservação de Igrejas e Arte Sacra

Encontro discutirá dimensão social da Arquidiocese

A abertura do II Mutirão da Comunicação (Muticom) será no auditório da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, no dia 14 de novembro, com a palestra do Pe. Atílio Hartman sobre o tema: “Uma nova paróquia. Construindo em comu-nidade a cultura do encontro”.

No sábado, dia 15, as atividades serão realizadas no Educandário Imaculada Conceição, no Centro de Florianó-polis. Das 8h30 às 11h, o Pe. Clóvis Andrade de Melo e a Irmã Elide Maria Fogolari, ambos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) falarão sobre a comunicação na Igreja do Brasil na ótica do Diretório de Comunicação.

Após a palestra acontece a missa. No período da tarde, das 14h às 18h, ocorrerão as oficinas. À noite acontecerá a apresentação cultural “Rir é um santo remédio”, com Fábio Borges, do Rio de Janeiro. Já no domingo (16), as ativida-des terão início às 8h, com a apresentação dos trabalhos das oficinas e o envio com a Celebração Eucarística, às 10h30. As oficinas oferecidas no evento serão as seguintes: texto jornalístico; fotografia; Pascom; redes sociais como es-tratégia pastoral; comunicação e liturgia; rádio; organização de eventos; Assessoria de Comunicação a serviço da cultu-ra do encontro; e comunicação e catequese.

As inscrições podem ser feitas através do blog: mutiraoregionaldecomunicacaosc.blogspot.com.br.

Olga Oliveira - PASCOM Arquidiocesana

Mutirão da Comunicação forma lideranças paroquiais

Divulgação: P

aróquia da Glória

“Alarmados pela intensifi-cação atual da intolerância, da violência, do terrorismo, da xenofobia, do nacionalis-mo agressivo, do racismo, do antissemitismo, da exclusão, da marginalização e da dis-criminação contra minorias nacionais, étnicas, religiosas e linguísticas, dos refugiados, dos trabalhadores migrantes, dos imigrantes e dos grupos vulneráveis da sociedade e também pelo aumento dos atos de violência e de intimida-ção cometidos contra pessoas que exercem sua liberdade de opinião e de expressão, todos comportamentos que amea-çam a consolidação da paz e da democracia no plano na-cional e internacional e consti-tuem obstáculos para o desen-volvimento...”.

O texto acima é parte do preâmbulo da Declaração de Princípios sobre a Tolerância, aprovada pela Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1995, estabele-cido como o “Dia Internacional da Tolerância”.

Pela importância e urgente necessidade no mundo atual, a tolerância torna-se um pro-grama de vida a ser assumido por cada ser humano de to-das as etnias, povos, religiões e culturas, tendo em vista um

mundo de justiça e de fraterni-dade. Desde o âmbito familiar, a convivência pressupõe atitu-des tolerantes. É um imperati-vo, sem o qual se torna impos-sível a vida em sociedade.

Podemos considerar a tole-rância como uma das maiores virtudes da humanidade, pois se fundamenta no reconheci-mento dos direitos universais da pessoa humana. Neste ca-minho podemos nos encontrar, exercitar o diálogo, acolher as diferenças e ser eternos apren-dizes uns dos outros.

Neste sentido, pelo se-gundo ano consecutivo, nos dias 12 e 13 de novembro, às 19h30, realiza-se no auditó-rio da Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, um evento inter-religioso com a participação de representan-tes das religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e isla-mismo. A tolerância revela-se como um caminho pelo qual as pessoas e povos podem se reconhecer como membros de uma só família, capazes de harmonia na diferença, substi-tuindo uma cultura de guerra por uma cultura de diálogo e de paz.

CADEIR - Comissão Arqui-diocesana para o Ecumenis-

mo e o Diálogo Inter-Religioso

Comunidade MinisterialCarismas e dons transformados em serviços e ministérios da Igreja

Prof. Celso Loraschi*

Dia Internacional da TolerânciaReligiões unidas por uma cultura de diálogo e de paz

5Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

nossa fé

Faleceu no dia 08 de outubro, aos 82 anos de idade, com problemas do coração, Onélia Dalçóquio Baptista, fundadora da Casa da Providência do bairro Salseiros, perten-cente à Paróquia São Cris-tóvão, em Itajaí.

A casa existe há 23 anos e tem capacidade para 500 pessoas. No lo-cal reúne-se um grupo de oração todas às sextas-fei-ras, às 19h30. Aos domin-

gos, o grupo de jovens, às 18h.

Na próxima edição do Jornal da Arquidio-cese, você acompanha reportagem completa sobre Dona Onélia e a semente de amor ao próximo que ela plan-tou. Hoje a comunidade já colhe os frutos.

A Casa da Providên-cia fica localizada na Rua João Baptista, 1207, bairro Salseiros, Itajaí.

Casa da Providência em Itajaí perde a fundadora

Cinquenta anos atrás, a 21 de novembro de 1964, o papa Paulo VI promulga-va a Constituição Dogmáti-ca Lumen Gentium sobre a Igreja do Concílio Vaticano II (1962-1965). Para me-lhor compreender a Igreja como mistério de comu-nhão, o Concílio a apre-senta como povo de Deus. Em sua igualdade funda-mental, todos os membros da Igreja são agraciados pelo Espírito Santo com dons e carismas. O Espí-rito Santo “distribui graças especiais entre os fiéis de qualquer condição, distri-buindo a cada um, con-forme quer, os seus dons, com os quais os torna ap-tos e prontos para exercer as diversas obras e deve-res que sejam úteis para a renovação e a maior edifi-cação da Igreja” (LG 12).

Carismas e Ministérios

Esses dons e carismas

tornam-se ministérios e serviços. A Igreja reco-nhece que alguém tem determinado carisma, en-caminha-o para alguma formação e qualificação e lhe concede um ministério. Enriquecida de carismas pelo Espírito Santo, a co-munidade é também rica em ministérios. Além dos ministérios ordenados – dos bispos, padres e diá-conos – são muito úteis e necessários os mais diver-sos ministérios não orde-nados exercidos pelos lei-gos. O Documento 100 da CNBB, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, acrescenta: “Os ministérios leigos tam-bém refletem a dignidade de todos os batizados e a corresponsabilidade de todos os cristãos na co-munidade. Para que as comunidades possam ser bem servidas e crescer na fé, é necessário estimular a participação de leigos nos diferentes ministérios e serviços” (nn. 306-307).

Carência e Carisma

Deus não deixará faltar à sua Igreja aqueles dons e carismas que venham a se tornar ministérios ne-cessários para a obra da evangelização.

Portanto, se há alguma carência na comunida-de, devemos crer que aí mesmo, na comunidade, o Espírito Santo estará des-pertando em alguém al-gum carisma que venha a suprir esta carência. Se há carências, haverá também carismas para cobri-las. Cabe aos responsáveis da comunidade detectar tan-to as carências quanto os carismas. E com a diversi-dade de carismas dados pelo Espírito responder aos desafios da realidade.

Pe. Vitor Galdino Feller

Vigário Geral da Arquidio-cese e Professor de Teologia

e Diretor da FACASC

Dona Onélia Dalçóquio Baptista

Jovem decapitada aos 19 anos de idade se transforma em santa

25 de novembroO dia 25 de novembro é especial para o catarinense. Nesta data,

a população comemora Santa Catarina de Alexandria, padroeira do Estado, da Arquidiocese de Florianópolis e co-padroeira da capital.

Para celebrar essa data, pela primeira vez, na Missa solene na Catedral de Florianópolis, às 18h15, a Igreja entrega o Prêmio de Iniciativa Solidária Dom Afonso Niehues para instituições que con-tribuíram para a cultura da solidariedade. Este Prêmio busca ho-menagear Dom Afonso Niehues, que no ano 2014 a Arquidiocese de Florianópolis comemora o centenário de seu nascimento. Como também, evidenciar e valorizar os diversos trabalhos sociais que são realizados nas comunidades e municípios que constituem a Ar-quidiocese.

Nos caminhos da história, descobriu-se que a mártir era dotada de sabedoria e beleza singulares. Assim, em homenagem à grande defensora da fé cristã, o nome Santa Catarina é referência em todo o Estado.

Padroeira do Estado A história registra que quando os primeiros descobridores pas-

saram por aqui, no ano de 1526, deram o nome de Ilha de Santa Catarina.

Em 1922, o segundo bispo de Florianópolis, Dom Joaquim Do-mingues de Oliveira, conseguiu da Santa Sé que Santa Catarina fos-se nomeada padroeira da Arquidiocese, do Estado e co-titular da Catedral de Nossa Senhora do Desterro.

Padroeira do Estado e de diversas igrejas, Santa Catarina é exemplo de sabedoria e fidelidade à vontade de Deus

6 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

capa

A bela Catarina em várias paróquias e capelas

Na Arquidiocese de Florianópolis, muitas paróquias e capelas têm Santa Catarina como padroeira.

- Balneário Camboriú: Comunidade do bairro dos Estados, na Pa-róquia Santa Inês;

- Biguaçu: Comunidade da localidade de Santa Catarina, na Paróquia São João Evangelista;

- Brusque: Igreja Matriz (Dom Joaquim), da Paróquia Santa Ca-tarina, e Comunidade de Nova Brasília, na Paróquia Santa Tere-sinha;

- Florianópolis: Igreja Matriz (Catedral), da Paróquia N. Sra. do Desterro e Santa Catarina; Comunidade de Sítio do Capivari, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Comunidade da Ressaca-da, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem; Capelania Militar Santa Catarina - Exército - Centro - 14º Batalhão; Igreja Santa Catarina, no Colégio Catarinense;

- Palhoça: Comunidade da Guarda do Cubatão, na Paróquia São Francisco de Assis;

- Porto Belo: Comunidade de Alto Perequê, na Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos.

Colégio Catarinense e a Igreja que leva o nome da santa

O doutor em teologia, Pe. Luís Inácio João Stadelmann, sj, explica que desde a fundação do Colégio Catarinense, em 1905, foi invocada a proteção de Santa Catarina de Alexandria sobre os professores e alunos. A partir de então, ela passou a ser vene-rada também na Reitoria da Igreja. “Dedica-se a Santa Catarina a honra de titular do Estado e do Colégio Catarinense”, comple-menta Pe. Luís.

O sacerdote do Colégio afirmou ainda que as bênçãos divinas imploradas pelos fiéis, na invocação de Santa Catarina de Ale-xandria, são dirigidas a Deus. “Atender estes pedidos é sinal da sua benevolência e do seu amor preferencial pela comunidade, de modo especial, pelos alunos.

Vinculada à Arquidiocese de Florianópolis, a Igreja Santa Catarina de Alexandria do Colégio Catarinense foi reaberta em 1970, após um incêndio. Atende aos alunos e funcionários da instituição e oferece serviços religiosos à comunidade, como as missas diárias e aos finais de semana.

Igreja do Colégio Catarinense, no centro de Florianópolis

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→ Em 287 d.C., nasceu em Alexandria, no Egito, filha de uma nobre família em linhagem direta com reis e governadores

→ Com apenas 13 anos era mestra em poesia, música, arquitetura, dentre outras artes.

→ Após a morte do pai, retirou-se com a mãe para as montanhas de Cilícia, onde conheceu Ananias, velho sacerdote que lhe transmitiu os mistérios da fé cristã.

→ Catarina, cujo nome significa “pura”, teve um sonho que a instruiu à verdadei-ra fé. Depois de preparada, foi batizada.

→ A mando do imperador Maximiano, um prêmio foi oferecido para o filósofo que conseguisse afastar a jovem da re-ligião cristã. Ela, iluminada pelo Espírito Santo, respondendo com sabedoria, os deixou maravilhados.

→ O imperador, surpreendido pelo êxito inesperado da discussão, procurou, por todos os meios, arrancar Catarina do cristianismo.

→ A jovem foi lançada em um cárcere escuro, onde ficou 12 dias. Quando saiu de lá estava mais linda e deslumbrante que nunca.

→ Condenada ao martírio da roda, no momento em que ia ser estendida sobre ela, Catarina fez o sinal da cruz e a roda se despedaçou imediatamente.

→ O imperador pronunciou a sentença de morte e mandou levá-la ao lugar do suplício. Após uma oração de louvor, agradecimento e súplica ao verdadeiro Deus, foi Catarina decapitada, em 306 d.C.

→ Seu corpo foi levado ao Monte Sinai, onde a sepultaram. Mais tarde, sobre sua sepultura foi construído um conven-to, que existe ainda hoje.

CronologiaSanta Catarina de Alexandria

Padroeira do Estado e de diversas igrejas, Santa Catarina é exemplo de sabedoria e fidelidade à vontade de Deus

Quem chega na capela ecumênica do jardim do Tribunal de Justiça, encontra um senhor alegre e atencioso, devoto de Santa Catarina. O diácono da Igreja Orto-doxa, Pedro Paulo Raimundo, é zelador do local desde a inauguração, em 2001. “Estou aqui por Deus!”, exclama.

Na capela em estilo bizantino, encon-tra-se a relíquia de Santa Catarina que na Igreja Ortodoxa é venerada com o título de megalomártir (grande mártir), signi-ficando que a virgem de Alexandria do Egito ofereceu a própria vida pela fé. Um pedaço da costela direita dela está na capela ecumênica do Tribunal de Justi-ça.

Tendo como padroeira esta mega-lomártir, o Estado de Santa Catarina foi presenteado pelo Arcebispado Grego Ortodoxo do Monte Sinai, no Egito, com esta relíquia. O Monsenhor Angelos Kon-taxis, arquimandrita da Igreja Grega de Florianópolis, acompanhou uma comitiva ao Egito, com a direção do então gover-nador do Estado, Esperidião Amin. Eles estiveram no Mosteiro Ortodoxo do Mon-te Sinai e, após tratativas com os mon-ges, trouxeram a relíquia e uma pedra, no

ano de 1999. O Poder Público do Estado providenciou a edificação da capela ecu-mênica, onde foram depositadas para veneração dos fiéis.

Segundo explica o Diácono Pedro Paulo, os ortodoxos acreditam que a re-líquia expressa santidade. Em especial, Santa Catarina tem uma relação amorosa com todo o povo catarinense, indepen-dente da consciência política, da venera-ção ou de qualquer outra coisa. Ela veio para abençoar o território catarinense e todos os que aqui vivem. “A ideia da relí-quia em lugar ecumênico é unificar, trazê-la a todos. Não poderíamos dividir esse amor. A capela é ecumênica, ou seja, é a união de várias mãos numa mesma pre-ce. Por isso é estreita e ajuda a elevar o olhar para o divino. Os cinco vitrais repre-sentam todas as raças”, explica.

A capela está aberta à visitação públi-ca das 10h às 16h, de segunda à sexta-feira. Também é possível organizar visita-ções nos fins de semana. Para agendar uma visita ou reservar a Capela Ecumê-nica do Tribunal de Justiça basta entrar em contato pelo telefone (48) 3287-2490.

Oração a Santa Catarina de AlexandriaÓ Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, vossa vida continua

a inspirar homens e mulheres no mesmo ideal de viver a fé cristã na vida e na morte. Vós que estais junto de Deus, sede nosso modelo e intercessora.

Inspirai nos adultos e jovens a mesma coragem que vos fez enfrentar o martírio na fidelidade ao Evangelho. Ensinai-nos que não vale a pena viver longe de Jesus, caminho, verdade e vida. Vós que fostes pura diante de Deus e dos homens, ajudai-nos a enfrentar as seduções do mundo e da moda; levai-nos a defender a integridade corporal e espiri-tual de cada pessoa, templo onde habita Deus.

Santa Catarina, protetora dos advogados, filósofos e sábios, interce-dei junto a Deus para que busquemos sempre a verdadeira sabedoria. Dai-nos inteligência e prudência para sabermos defender a verdade diante daqueles que colocam a sabedoria do mundo acima da sabe-doria de Deus.

Vós que sois protetora desta Ilha e deste Estado, sede nossa advo-gada junto de Deus; inspirai os governantes e o povo para que constru-am uma sociedade justa e fraterna, onde todos possam sentir-se felizes na paz que é fruto da justiça. Acompanhai-nos sempre para que possa-mos, junto convosco, habitar na casa do Pai.

Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!

Relíquia da santa em Florianópolis

Pedaço da costela da santa pode ser visto na capela do Tribunal de Justiça

É uma pergunta que sempre nos fazemos: Por que temos medo da morte? A resposta seria até muito simples: Para os que não têm uma fé verdadeira e profunda, desconhecem o que está por vir, e assim ficam apavorados. No en-tanto, nós que cremos na Palavra de Deus, temos a certeza da vida após a morte.

Conhecemos muito bem a vida, pois afinal é o nosso dia a dia. Mas quan-do falamos sobre a morte precisamos estar atentos ao que nos diz a primeira Carta de São Paulo aos Coríntios no capítulo 15, do versículo 12 ao 20: “Se pregamos que Cristo res-suscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressur-reição dos mortos?” Então podemos afirmar e ter a certeza de uma vida futura

após a morte. Santo Agos-tinho diz: “Nós não morre-mos jamais, apenas pas-samos para o outro lado”.

Na minha experiência como diácono, atuo com mais frequência na cele-bração de exéquias. Mui-tas vezes, após a reflexão que costumo fazer sobre a morte e ressurreição, várias pessoas vêm falar comigo e demonstram cer-to conforto com relação à morte.

Antes de celebrar as exéquias (sepultamentos), costumo conversar com fa-miliares do falecido, saber algo sobre sua vida. Uma das perguntas que sempre faço: Qual a religião do fa-lecido? Não raras as vezes ouço a seguinte resposta: “Ele era católico-espírita”. Isso não existe. Ou somos católicos e acreditamos piamente na ressurreição ou não somos católicos.

Vamos crer como Jó que nos diz: “Um dia res-surgirei da terra e nova-mente serei revestido da minha própria pele e na minha própria carne verei a Deus” (Jó 19, 25-26).

Um fato me chamou atenção uma vez. Após a celebração das exéquias, um cidadão de aproxima-damente 75 anos veio fa-lar comigo. Tocou no meu ombro e sussurrou nos meus ouvidos: “Ouvindo o senhor falar sobre a mor-te, até que dá vontade de morrer logo”.

Podemos concluir que a vinda de Jesus ao mun-do serviu para nos mostrar que Ele venceu a morte, ressuscitou e foi para junto do Pai, onde cremos que também nós um dia esta-remos.

Diácono Renato Ghellere Paróquia Nossa Senhora de

Guadalupe, Canasvieiras

Família unida na Palavra

Uma gratidão entusiasmada brilha em cada linha deste salmo, dirigido ao Deus de toda graça, antecipando no Antigo Tes-tamento a revelação da paternidade divina, que é o centro do Evangelho de Jesus. Pa-rece que o salmo seguinte, 104, foi escrito para complementá-lo e explicitá-lo, a julgar pela abertura e o encerramento, semelhan-tes nos dois salmos. Ambos louvam a Deus como Salvador e Criador, Pai poderoso e cheio de misericórdia. Como escreveu al-guém: “na galáxia do saltério, estes salmos são estrelas gêmeas de primeira grandeza”.

Note-se antes de tudo, na estrutura do salmo, a importância do verbo “bendizer”, com o sentido de agradecer, louvar. O sal-mo apoia-se nesse verbo, repetindo-o duas

vezes no começo, na 2ª pessoa do singular – bendize! – o autor incentivando-se a si mes-mo, e mais quatro vezes no final, três delas convocando todas as criaturas, na 2ª pessoa do plural – bendizei! – e uma última vez a si mesmo, na 2ª pessoa do singular.

O autor começa, partindo da experiência pessoal. No v. 10 entra em cena o plural: “nós, nossos”. Quem são esses? Os vv. 6-9 e 17-18 remontam à recordação histórica de Moisés e da Aliança. Trata-se, portanto, do povo escolhido que de novo experimentou, após o exílio, a misericórdia do Senhor. Os vv. 14-16 remontam, porém, à criação do ser humano (c.f. Gn 2), alargando a dimensão do salmo para toda a humanidade.

Leia o salmo e medite:

1) Qual o sentido e a importância do ver-bo “bendizer”, neste salmo?

2) Por que a exortação a “não esquecer”?

3) Quais os caminhos revelados por Deus a Moisés?

4) Qual a experiência pessoal de Deus, do salmista?

5) Como o salmista expressa o contraste entre a pequenez humana e a grandeza da misericórdia divina?

Lectio Divina

Lectio (leitura)

Jesus disse a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11, 25-26).

Meditatio (meditação)

No Evangelho de João, a ressurreição de Lázaro é o último dos sete sinais re-alizados por Jesus. Neste sinal, Jesus vence a morte e restaura a vida de seu amigo. Há dois modos de ver a morte: para uns, ela é uma barreira insuperável; para Jesus, ela não é o fim; mas é como um sono do qual é preciso despertar. Marta representa o tipo de discípulo que precisa supe-rar a concepção da morte enquanto desfecho fatal. Ela crê na ressurreição do último dia, como a maioria dos judeus. Mas Jesus é a ressurreição e a vida para esta vida presente e para além dela. Neste sentido, quais são as amarras que ainda me prendem a uma situação de morte e me im-pedem de ressuscitar para uma vida nova?

Oratio (oração)

Creio, Senhor Jesus, que Tu és o Messias, o Fi-lho de Deus que devia vir

ao mundo (cf. Jo 11, 27). Peço-te, Senhor: aumenta a minha fé e remove a pedra e as amarras que me impe-dem de caminhar e de ver a tua luz.

Contemplatio (contemplação)

Nem mesmo a angústia da morte é capaz de apa-gar o amor de Deus. A força que movimenta o sinal da ressurreição é o amor di-vino que vence e supera a morte. Contemplemos, pois, o amor de Jesus para com Lázaro que retrata toda a humanidade de Deus que ama sem limites.

Missio (missão)

Para alguns, Finados é um bom feriado, tempo de relaxar e descansar. Para outros, é um dia trágico que gera angústia e triste-za, pois faz deparar com a morte. Porém, para muitos, é um dia de esperança, de consolo e de comu-nhão de amor com aque-les que já partiram. Cabe a nós, cristãos, a tarefa de ajudar as pessoas a enca-rar a morte com realismo e esperança, indicando, pela fé, a certeza da res-surreição e da vida eterna em Cristo Jesus: o único capaz de nos consolar.

Pe.Wellington Cristiano da SilvaVida, morte e ressurreição

Jesus veio ao mundo, venceu a morte, ressuscitou e nos espera junto ao Pai para a vida eterna

Conhecendo o livro dos Salmos - 103 (102): “Não esqueças!” Pe. Ney Brasil Pereira

Imagem

: MorgueFree (reprodução da internet)

8 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

bíblia

A análise completa deste salmo se encontra no site da Arquidiocese: www.arquifln.org.br

Diácono Venceslau Alves Ferreira

No dia 02 de outubro, a Arqui-diocese de Florianópolis celebrou a páscoa do diácono Venceslau Al-ves Ferreira. Uma existência não tão longeva, apenas 53 anos, porém, de uma fecundidade imensa que deu e haverá de dar ainda mais frutos na Igreja.

Nascido em 28 de setembro de 1961, viveu toda a sua vida em São José, no bairro Areias. Ali desde mui-to jovem se empenhou pela constru-ção da Comunidade Santa Cruz que veio a ser erigida como paróquia em 12 de maio de 1990.

Dedicou-se ao trabalho na liturgia e animação de cantos nas Celebra-ções. Ajudou na construção da atual Igreja Matriz, participou da fundação do grupo de jovens, fez parte e foi um dos presidentes da Associação Coral Santa Cruz. Marcou a vida de todos pelo zelo apostólico.

No ano de 1990, uniu-se em ma-trimônio com Terezinha Rengel, fiel companheira de luta na comunidade, com quem teve uma filha: Maria Júlia.

Em 1997, apoiou a formação da Comunidade Senhor Bom Jesus, no bairro José Nitro. Lá, auxiliou na for-mação de lideranças, na liturgia e no apoio às famílias empobrecidas, em especial, às crianças. Com o apoio do pároco da época, Pe. Val-

dir Stahelin, visitou os projetos do Pe. Fachini, de Joinville. Trouxe então para a Paróquia o projeto da “Cozi-nha Comunitária”, que até hoje serve almoço diário para aproximadamente 90 crianças. Com ajuda de benfei-tores motivou a construção do salão e da igreja no local. Em favor desta comunida-de, que o chama-va afetuosamente de “Tio Lau”, ele dirigiu todos os esforços.

Seu carisma foi reconhecido pela Igreja que o chamou ao ministério ordenado como diácono. Recebeu a ordenação na Igreja Matriz San-ta Cruz, em 2009. O ordenante foi o grande amigo, Dom Vito, Bispo auxi-liar emérito que duas décadas antes havia celebrado seu casamento. O lema de ordenação foi: “Eis-me aqui, envia-me”.

Atingiu o ápice do Ministério com a identificação ao Cristo crucifica-do na enfermidade. Descobriu um câncer em 2010, quando tratava de problemas na coluna. No início de 2011 retirou um dos rins e um tumor

na perna, tendo uma excelente recu-peração. Entre 2011 e 2013, com a doença controlada, serviu com ale-gria ao povo de Deus. Sua resposta sempre era positiva: “A cada dia me-

lhor, com a graça de Deus”, dizia com um grande testemunho de fé e vida à comuni-dade.

Nada o abatia, foi constantemen-te além de suas forças, fortale-cendo-se com a oração. Antes do amanhecer ficava em oração diante

do Santíssimo Sacramento na Igreja, depois conduzia a oração das laudes e em seguida participava da missa. Com imenso amor e intensa piedade servia na liturgia, presidia Celebra-ções, visitava e ministrava comunhão aos enfermos, marcava presença nas diversas atividades paroquiais.

Até o último instante estava empe-nhado em várias frentes de trabalho pastoral. Nunca se ouviu dele uma murmuração, mas sempre disposi-ção, empenho e alegria em ajudar no que fosse preciso.

Entre 2013 e 2014 se agravou o

estado de saúde. Nova metástase no pulmão, fígado e cérebro fez com que fosse internado no hospital em 24 de setembro deste ano. Durante o período de internação, mesmo de-bilitado, abençoava aqueles que o visitavam. Aos íntimos, confidenciou: “Gostaria de ficar mais um pouco para ver crescer minha filha e ajudar mais na comunidade do José Nitro. Mas se Deus quer que eu parta, eu vou, pois não há nada melhor do que ficar com Deus”.

Por fim, entregou a vida num ato de ação de graças: “Deus me deu a graça de ficar um pouco mais de tempo aqui, viver meu diaconato, estar com minha família e ver minha filha crescer. Parto feliz!”. Em 02 de outubro de 2014, finalmente en-controu o merecido descanso junto daquele que tanto amou e serviu: o amado Jesus.

Uma vida que permanece viva no exemplo de dedicação e amor para com os irmãos. A Deus nossa grati-dão por esse anjo que nos concedeu e que do céu continuará sua missão de servir.

Pe. Kelvin Borges KonzPároco da Paróquia Santa Cruz

Areias, São José

“Nunca se ouviu dele uma murmuração, mas sempre disposição, empenho e alegria em ajudar no que fosse preciso”.

9Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

evangelização

A ideia do Centro de Interação e Integração Huma-na de Santa Catarina – Movimento Porta Aberta, partiu do Pe. Paulo Bratti, então diretor do ITESC – Instituto Teológico de Santa Catarina. Para ele, o pobre ou ne-cessitado deveria encontrar uma porta aberta, alguém que lhes ouvisse as angústias. Assim, em 31 de julho de 1980 o centro foi fundado, também com o apoio do Pe. Evaristo Debiasi e de Bruno Rodolfo Schlemper.

No início era apenas aconselhamento. A partir do ano de 1985, passou-se a profissionalizar os atendi-mentos. Hoje trabalham 40 psicólogos que se revezam de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Há profissionais voluntários que atuam há mais de 30 anos.

Entre os profissionais envolvidos no projeto está a psicóloga Kátia Regina Ghisi (na foto acima), que é for-mada há 20 anos e voluntária há 19 no Movimento Por-ta Aberta. Ela dá expediente toda sexta-feira e quando solicitada atende em outros dias. “É uma gratificação e me completa como pessoa, pois tenho muito este dom de cuidar. É uma paz muito grande ouvir e dar retorno para o outros. Eu ainda tento resolver a parte social do paciente”, afirma Kátia que também é coordenadora da Clínica do Movimento Porta Aberta.

O vice-presidente e coordenador geral, João Pedro Varela, explica que, por ano, são atendidas mais de cin-co mil pessoas, apenas de Florianópolis. Mas também passam pela Clínica do Porta Aberta, crianças, adoles-centes, adultos e idosos de Palhoça, São José, Bigua-çu, Antônio Carlos e Santo Amaro da Imperatriz. João Pedro Varela, que já está há 24 anos no Movimento,

aproveita para enfatizar que enquanto tiver disposição e saúde vai ajudar quem necessita. “Como diz na pas-sagem bíblica que todo aquele que bastante recebe, bastante tem a dar, eu não me vejo sem dar continuida-de ao trabalho”, conclui.

Contato: (48) 3222-0203Rua Álvaro de Carvalho, 155

4º andar – Centro de Florianópolis

Movimento Porta Aberta: ouvido atento para as dores da almaHá 34 anos, pessoas encontram um lugar aberto para desabafar suas angústias

O Centro Educacional Marista Lucia Mayvorne, na direção de um projeto político pedagógico pau-tado em princípios democráticos e transparentes e tendo como foco as dimensões de defesa dos di-reitos humanos, tem como público alvo prioritário crianças, adolescentes e jovens de 05 a 18 anos de idade, moradores das comunidades do Mont Serrat e Alto da Caeira. Busca também o comprometimen-to e a articulação com os processos de organiza-ção politica deste território.

Os desafios de um espaço político pedagógico são grandes e constantes na direção da sedimenta-ção de uma educação de qualidade.

É necessário compreender que os espaços edu-cativos são complexos e contraditórios e que envol-vem os processos socioinstitucionais e as relações sociais, familiares e comunitárias. É neste contexto que lutamos cotidianamente contra as adversidades

sociais e políticas, tendo como foco uma educação pautada na emancipação humana. Uma educação que seja “articuladora de diferentes dimensões da vida social como constitutivas de novas formas de sociabilidade humana nas quais o acesso aos di-reitos sociais é determinante”. Tendo a educação como direito fundamental atuamos em 4 dimensões:

Dimensão Contextual – Em que nos desdobra-mos no contexto politico e social de nossos edu-candos e famílias na perspectiva da construção de alternativas e estratégicas para a emancipação po-litica e humana.

Dimensão Conceitual – Através de um processo formativo sistemático discutimos, debatemos e re-latamos constantemente a praxes profissional, atu-ando diretamente no currículo, cultura e sujeito na escola enquanto espaço/tempo.

Dimensão Operacional – Que se relaciona direta-

mente com a ação politica pedagógica e organiza-cional da escola.

Dimensão Avaliativa – Avaliação sistemática e continuada, na busca de renovar, alterar e propor-cionar processo educativo de qualidade.

Temos como metodologia participativa as as-sembleias com os educandos do 1° ao 8° ano, bem como os comitês com os trabalhadores da escola, famílias e comunidades.

Contamos neste processo com 79 trabalhadores, entre educadores, assistentes sociais, coordenado-res pedagógicos e setor administrativo.

Endereço: Rua General Vieira da Rosa, 1050 Centro - Florianópolis

Kátia Madeira - Coordenação do Centro Ed. Marista

Um sínodo à escuta do ser humano e do bom PastorDurante o Concílio do Vaticano II,

o Papa Paulo VI instituiu a Assem-bléia do Sínodo dos Bispos. O papa quis, com essa assembléia, periodi-camente convocar bispos dos cinco continentes para que, em fraterna co-laboração, fossem discutidos temas importantes da vida da Igreja. Um concílio supõe milhares de pessoas e um sínodo, um número menor, e re-presentativo da catolicidade.

Nesse espírito, foi celebrada a 3ª. Assembléia Geral Extraordinária dos Bispos sobre a Família, de 5 a 19 de outubro. Os 253 participantes, pro-venientes dos cinco continentes, in-cluindo cardeais, bispos, casais, es-pecialistas, religiosos refletiram sobre “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Francis-co introduziu algo novo: em primeiro lugar, a consulta a toda a Igreja a respeito de 38 pontos que abrangem a vida familiar no mundo cristão. As respostas foram organizadas e apre-sentadas no sínodo como ponto de partida para as discussões nos gru-pos e no plenário. Foi importante: não era uma discussão teológico-filosó-fica, mas uma discussão concreta a partir da realidade mundial, tão diver-sificada em países e continentes.

Outra novidade: foi redigido um texto final com a síntese de todas as discussões e sugestões, oferecendo um Instrumento de Trabalho a ser

apresentado a todas as igrejas dio-cesanas para uma nova reflexão que se estenderá até outubro de 2015, quando haverá o novo sínodo, agora sim, propondo soluções concretas a respeito da vida familiar. Papa Fran-cisco, numa atitude de colegialidade, aceitou que os padres sinodais redi-gissem o documento final. Igualmen-te numa atitude colegial, participou das discussões ouvindo, dando a to-dos o conselho de serem francos e livres em sua participação.

Resta a todos nós, cristãos, a ora-ção intensa pelo reto encaminhamen-to dos trabalhos e propostas de ação pastoral condizentes com a realidade atual de casais e famílias.

Não entrou em discussão a sa-cramentalidade do matrimônio, afir-

mado por Cristo como indissolúvel. O sínodo não adentrou nesse campo por ser evidente a doutrina da Igreja. Mas, não convém tampar o sol com a peneira, são muitos os problemas atinentes ao casal em nossa época marcada pela subjetividade, pela liberdade pessoal, pelo individualis-mo nas decisões que dizem respeito à vida. É clara a situação de tantos casais que fracassaram na primeira união e contraíram novo matrimônio ou civil ou apenas por decisão de convivência e que têm filhos e boa convivência. Será que o primeiro ca-samento foi sacramentalmente váli-do? Não haveria um meio mais rápido e justo para avaliar essa situação, por exemplo, confiando-a ao bispo e seu delegado?

No mesmo caminho, como read-mitir à comunhão eucarística esses casais que ardentemente a pedem? Há o processo canônico, geralmente demorado e custoso. Se a Igreja vê sinais da graça nas igrejas separa-das, por analogia não poderia vê-los também no matrimônio civil? Houve a proposta de aceitar como nulos os casamentos que se dissolvem em dois anos, tempo muito breve para um discernimento maduro.

Outros pontos, muito sensíveis em nossa época: como acolher homens e mulheres que querem ter filhos, mas com inseminação heteróloga? Como trabalhar a realidade da vida homossexual e de casais gays? Bas-ta reafirmar a doutrina e excluí-los da vida eclesial?

Papa Francisco se decidiu por uma Igreja em saída, que vai ao en-contro do ser humano onde ele se encontra e como ele vive. Como apli-car o princípio divino da misericórdia na vida de tantas pessoas, muitas delas membros de nossa família? O Bom Pastor cuida de cada ovelha e procura alimentá-la para que tenha saúde. Os sacramentos não são ali-mento também para a ovelha perdi-da? Nessa realidade tão complexa, tão vizinha de nós, como o Senhor agiria? Essa resposta esperamos do sínodo.

Uma obra social para crianças e adolescentes que faz parte do Instituto Vilson Groh

Caridade social

Pe. José Artulino Besen

Instituição com foco nos direitos humanos

10 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

evangelização

Santidade pós-moderna

Vivemos em um tempo de declínio de tudo que sugere desapego, humildade, limite, disciplina, obediência e dogma. É que na pós-modernidade cresceu o fe-nômeno sociológico intitulado “declínio do nome do pai”, movimento que aguça o declínio do reconhecimento das autori-dades e instituições constituídas, levan-do o tema santidade também a se frag-mentar e enfraquecer, especialmente pelo fato de que o que se entende como “nome do pai” inclui a pessoa de Deus, dos pais biológicos, dos líderes de toda ordem (educacional, política, legislativa, judiciária etc), inclusive as lideranças re-ligiosas.

Nesse contexto, falar de santidade hoje requer maestria e clareza, pois a pós-modernidade acha que ser “santo” (separado, consagrado) é uma propos-ta piegas e ultrapassada. Palavras como “pecado” e “pureza” são colocadas na seção naftalina, enquanto termos como “esperteza” e “sucesso” são sinônimos de capacidade. Vivemos em um mundo que prima pela quantidade e não pela qualidade, tendo no acúmulo a razão da manipulação e descarte da pessoa hu-mana na sua dignidade.

Assim, numa linguagem popular, poderiam ser chamados de “os contrá-rios” os que defendem a vida (em todas

as suas dimensões) e resolvem se “se-parar” da lógica do poder, prazer, ter e parecer ser, e fazem uma opção sincera por perseguir autenticamente a verdade, a coerência, o desapego, a caridade e o respeito a Deus, por exemplo, na busca da tão subestimada santidade.

Hoje ser santo é ser contrário ao que está imposto pela ditadura do descar-te e da liberalidade. E contradição atrai perseguição. E esta última, quando total-mente injusta, deveria ser sinal visível de que esses santos caminham na direção do verdadeiro amor. Por isso os “contrá-rios” ou santos a esperam. Afinal, a or-dem do egoísmo sempre foi a alma das ordens econômicas. E no pós-modernis-mo ela apenas traz uma nova roupagem: modismos, lemas, bandeiras, anseios e expressões. Ser altruísta continua a ser “contrário”.

Este “ser” santo é, em verdade, um “querer ser”, insistir em ser. Como gos-to de dizer: ser santo é insistir em amar. E como rezamos na Comunidade Abbá Pai: “amar, amar e amar”.

E viva o nome do Pai!

Simone Pereira - Fundadora da Comunidade Abbá [email protected]

www.abbapai.org

8/11 | 8h | Comissão Forças Vivas | N.S. de Fátima - Estreito

11/11 | Secretariado Arquidiocesano de Pastoral | Cúria

14 a 16/11 | Mutirão de Comunicação Regional | Florianópolis

14 a 16/11 | 3º Congresso de Casais Católicos | CEAR

15/11 | 8h | Encontro Arq. Dimensão Social | Palhoça

6/11 | 15h | Conselho Presbiteral | Cúria

7 a 9/11 | Seminário Regional da CF 2015 | Lages

18/11 | 8h | Reunião Geral do Clero | CEAR

28 a 30/11 | Encontrão de Jovens CDO | CEAR

20 e 21/11 | Conselho Regional de Pastoral | Chapecó

15 a 22/11 | Semana da Solidariedade | Paróquias

Cronograma de novembro

11Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

evangelização

14 a 16/11 | Reunião Regional GRF e CEBs | Urubici

III Congresso Evangelístico de Casais Católicos14, 15 E 16 DE NOVEMBRO

CEAR – VILA DO DIVINO OLEIROPREGAÇÃO: Alexandre e Andréia bastos da Comunidade Pequeno Rebanho - RJAnimação: Cris Felipe - Joinville

Inscreva-se: 48-3025 3750 / 3224 6476 / 3296 151147-3360 2344 / 3365 1884 / 3365 1047email: [email protected]

"Em Cristo, Deus Pai nos uniu"

28/11 a 3/12 | Encontro Oficina de Oração e Vida | Florianópolis

15/11 | Dia Nacional da Juventude | Foranias

Ser santo é insistir em ser, insistir em amar

25/11 | Entrega Prêmio Iniciativa Solidária D.Afonso | Catedral

11/11 | 19h | Sessão Solene Centenários | Ass. Legislativa Fpolis

Foto: Ivano A. P

ereira

29/11 | Seminário Arquidiocesano da CF 2015 | Tijucas

25/11 | 70 anos Paróquia N.S.Fátima | Estreito

TV Canção Nova com sinal digitalA TV Canção Nova está no ar

em Florianópolis desde 1998 atra-vés do canal 23 em modo analó-gico. Agora com nova tecnologia, a emissora também não ficou para trás. No dia 02 de agosto de 2014 entrou no ar o novo trans-missor de TV Digital com 750W de potência.

Para sintonizar, o telespecta-dor necessita fazer uma busca de canais em seu aparelho de TV. Isto porquê, os novos canais digitais infelizmente não são de-tectados automaticamente pelos

televisores. Feita a nova sintonia, a programação em modo digital é encontrada no canal 23.1.

Este transmissor, além de co-brir a capital, também atende os municípios de São José, Palhoça, Biguaçu e parte de Governador Celso Ramos e Santo Amaro da Imperatriz. Para isto é necessária uma antena externa de UHF es-pecífica para captar os sinais di-gitais, apontada para o Morro da Cruz em Florianópolis.

Deivid Augusto Cara Canção Nova Florianópolis

Os passos deste homem de 1,79 metros de altura representam exatamente como ele é, forte, decidido, exemplo de amor a Deus e à humanidade. Testemunho de alguém que em dezembro completará 86 anos de vida, dos quais 60 dedicados ao sacerdócio. Dom Vito Schlickmann, bispo auxiliar emérito de Floria-nópolis, o 8º e último filho do casal Henrique Schlickmann e Bertha Oenning.

Natural de São Ludgero, o bispo nunca co-nheceu o pai, nem por foto, pois o mesmo veio a falecer dois meses após o nascimento de Dom Vito. Teve uma infância tranquila. Duas irmãs se tornaram religiosas da Congregação da Divina Providência, uma delas já falecida. A família era harmoniosa e unida.

O chamado ao sacerdócio o acompanhou desde a infância. A mãe rezava muito para ter filha religiosa e filho padre. Todos frequenta-vam a Igreja de São Ludgero desde peque-nos.

Aos 12 anos de idade, este homem de me-mória fora do comum, que lembra de todos os detalhes, entrou para o Seminário em Azam-buja. “Não tinha outra coisa em mente, queria ser padre. Minha mãe incutiu a devoção a São José e ao Sagrado Coração de Jesus. Sou pa-dre pelo fruto da oração da minha mãe”, re-lembra.

No total, foram 14 anos como estudante no

seminário, sete em Azambuja e o restante em São Leopoldo. Depois de ordenado, Dom Vito continuou a caminhada nos seminários.

Atuou quatro anos como professor no Se-minário de Azambuja e 11 anos como reitor no então seminário de Antônio Carlos. Depois volta para Brusque onde permanece mais 14 anos na reitoria.

O bispo emérito passou dois anos na Paró-quia Santa Teresinha, em Brusque, antes de fazer o curso de Direito Canônico no Rio de Janeiro. Quando retornou à Santa Catarina, este homem de voz serena criou a Paróquia Santa Cruz onde foi pároco. “O povo me aco-lheu bem, sentia-me muito feliz”, disse.

Em seguida, nomeado vigário geral por Dom Eusébio Oscar Scheid, Dom Vito foi ser professor no ITESC (Instituto Teológico de Santa Catarina). Em 1992 se tornou presiden-te do Tribunal Eclesiástico Regional de Floria-nópolis, onde permaneceu por 11 anos. Em 1995 foi nomeado bispo e aos 75 anos o Santo Padre aceitou sua renúncia.

Depois disso, o bispo auxiliar emérito con-ta que o vazio dos compromissos aos poucos

foi sendo preenchido pelas celebrações de crisma e festas nas paróquias. E, é claro, a paixão pelas orquídeas e bromélias que tem desde a infância. Ele já chegou a ter uma das maiores coleções de bromélias do Brasil. Hoje está retomando o cultivo destas flores na APAZ (Associação Pe. Augusto Zucco), no bairro Barreiros, em São José, onde mora há 26 anos.

Dom Vito disse que teve muitas alegrias na vida e se considera uma pessoa otimista por natureza. “Eu gosto de ver as coisas boas. Há pessoas que só veem os erros, as falhas, eu não. Também sempre gostei dos padres, eles foram meus amigos”.

Nestes 60 anos dedicados ao sacerdócio, o disciplinado Dom Vito explica que este tem-po significa o coroamento de todo um trabalho realizado para o Reino de Deus. “Foi por gra-ça de Deus e a colaboração de tantas pesso-as boas que me ajudaram a ser melhor, a ser mais bispo, mais padre, no serviço da Igreja, que me fizeram chegar a este ponto, com saú-de”, finaliza Dom Vito.

Dom Vito, amigo dos padres e das flores

12 Jornal da Arquidiocese, novembro de 2014

geral

São 60 anos de sacerdócio bem vividos na certeza de ter cumprido a vontade de Deus

“Eu gosto de ver as coisas boas”

Missa dos 60 anos de sacerdócio de Dom Vito Schlickmann

28 de novembro | 20hParóquia Santa Cruz, Areias, São José