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Ano I Nº 1 - Rabo de Peixe 25 de Abril de 2008 Jornal gratuito “A Ajurpe tem sabido promover social e culturalmente os mais jovens.” “Lutar por Rabo de Peixe e pelos rabopeix- enses, não é uma obrigação, uma necessi- dade. É, pois, uma honra, uma missão! “ “Pena que sejam poucos os movimentos em Rabo de Peixe (...) ” “(...) a pesca muitas vezes não dá pra so- breviver com o mínimo de dignidade.”

Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

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AJURPIM 1ª Edição

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Page 1: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Ano I Nº 1 - Rabo de Peixe 25 de Abril de 2008 Jornal gratuito

“A Ajurpe tem sabido promover social e culturalmente os mais jovens.”

“Lutar por Rabo de Peixe e pelos rabopeix-enses, não é uma obrigação, uma necessi-dade. É, pois, uma honra, uma missão! “

“Pena que sejam poucos os movimentos em Rabo de Peixe (...) ”

“(...) a pesca muitas vezes não dá pra so-breviver com o mínimo de dignidade.”

Page 2: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

2 Editorial Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Carlos Estrela

Embora possa parecer um pouco abstracto, AJURPIM foi o nome que definimos para coroar um trabalho que há muito se pedia para Rabo de Peixe e sua juventude. Estamos a falar do instrumento que agora se cria e que tem a finalidade de formar e informar a juventude rabopeixense nas diferentes áreas e esferas sociais em que se insere quotidianamente.

O AJURPIM, ainda apresentado num modelo muito elementar, tenciona ser um jornal liberal, de conceitos abertos e de livre participação de todos os interessados, onde se primará na luta pela informação e acesso à mesma por parte de todos os jovens e graúdos interessados. Os desinteressados, provavelmente mudarão de atitude, pois este será um instrumento que falará de nós, dos nossos costumes, vivências, tradições e peculiaridades. E, perante isto, qual rabopeixense ficará in-diferente? O AJURPIM será um caderno aberto, um espaço que fomente o debate, reclamações, sugestões, opiniões e ideias, onde cada pessoa poderá colocar a sua mensagem, contribuir para o desenvolvimento cultural de Rabo de Peixe. Um cad-erno, não um livro ou uma bíblia, porque se quer uma linguagem simples e acessív-el mesmo para aqueles que não tiveram oportunidade de melhorar ou adquirir os mínimos conhecimentos de literacia. Através da publicidade, o tecido empresarial também tem lugar nas nossas páginas e poderá ser um forte pulmão no garante da sustentabilidade desse projecto. Não fosse Rabo de Peixe uma fortaleza composta por um notável tecido empresarial.

Pelo punho da actual Direcção da AJURPE, o AJURPIM não embarcará em querelas menos próprias, que em nada contribuam para a paz social e desenvolvimento cívico da nossa terra. Só não abdicaremos das nossas liberdades e garantias, conferidas pela nossa condição social, quando estiver em causa a verdade e justiça que defend-emos para a nossa terra. Lutar por Rabo de Peixe e pelos rabopeixenses, não é uma obrigação, uma necessidade. É, pois, uma honra, uma missão! Este novo veículo de comunicação dará prova de que a juventude rabopeixense existe e não está hibernada ou amorfa. Muito pelo contrário, está activa, conhece os “cantos à casa” e continua disposta a intervir quando necessário.

Por: Carlos EstrelaPresidente da Direcção

Page 3: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 3

Não é novo para ninguém falar no estado em que se encontra a orla costeira rabopeixense. Com um olhar mais atento poderá deparar-se com a deposição ilegal dos resíduos sólidos domésticos, a des-carga dos esgotos e efluentes domésticos\industriais e tudo o que mais se possa imaginar.

Por mais acções de sensibilização que se façam, por mais caixotes, contentores, ecopontos e pape-leiras que se comprem, o lixo continua a ser depositado em locais impróprios, nomeadamente, na “rocha” de Rabo de Peixe. As papeleiras, que em tempos existiam em algumas ruas da vila, eram constantemente vandalizadas. Os contentores e caixotes de lixo são roubados, para muitas vezes servirem de bebedouro e arrumo de rações para as vacas e para fornecerem as rodas para meios de transporte, que alguns cidadãos utilizam para deslocar\vender os artigos furtados. Nos ecopontos são depositados todos os tipos de lixo, sem que seja feito qualquer tipo de separação.

Também sabemos que, as entidades responsáveis pela fiscalização da orla marítima, em particular, e de toda a Vila de Rabo de Peixe, em geral, poderiam, até, fazer mais qualquer coisa para a diminuição\erradicação da poluição na mesma. Para isto, será inevitável começar a pensar como controlar cor-rectamente estes actos ilícitos, nem que seja necessário ter mão dura sobre os infractores, de modo a darmos uma visão condigna à nossa tão bela baía e, por conseguinte, a toda a Vila rabopeixense.Mas não fujamos às nossas responsabilidades, como cidadãos de Rabo de Peixe e do mundo, po-demos contribuir, também, para atenuar a poluição e produção de lixo.

Perante o exposto e atendendo que cerca de 40% do que compramos é lixo, antes de comprar qualquer coisa devíamos pensar no resíduo da compra. A maior parte das embalagens que compramos não nos servem para nada e vão directamente para o lixo, e deste modo, “aumentar os nossos restos imortais do planeta”. Às vezes, mais vale comprar um produto mais caro, mas que tenha uma em-balagem que possa ser reutilizada para outros fins.

Tendo esta atitude em conta, estaremos a aderir ao princípio dos 3 “R”s: “Reduzir o desperdício, Reu-tilizar sempre que possível antes de deitar no lixo e Reciclar, ou pelo menos, separar para reciclar. Na verdade são raras as pessoas que reciclam, uma vez que, “reciclagem é transformar algo usado, em algo igual, só que novo”. O que podemos fazer com mais frequência é praticar os dois primeiros “R”s (reduzir e reutilizar) e separar o lixo que produzimos e depositá-lo nos locais próprios para serem encaminhados para a reciclagem.

Na sua casa, apartamento ou local de trabalho, normalmente só existe um caixote de lixo. Em vez de haver só um, deveria ter vários recipientes: um para papel (revistas, jornais, etc), outro para o vidro (garrafas, lâmpadas, etc), um para plástico (garrafas, embalagens, brinquedos, etc), outro para arti-gos de metal (latas, pregos, arame, alumínio, etc), outro para pilhas e outro para lixo orgânico (restos de comida, ossos, etc).

Para além desta separação, nunca deverá derramar o óleo de fritura na pia ou ralo, guarde-os em garrafas de refrigerantes. Para além de proteger a natureza, este óleo poderá ser comprado por em-presas que produzem biodiesel e sabão.

Para finalizar, apresento uma pequena tabela com o tempo necessário para a decomposição de al-guns materiais e não se esqueça:“Faça a sua parte como um bom cidadão, contribua para uma Vila limpa e para um meio ambiente bem cuidado e, já agora, plante uma árvore endémica.”

Claudio Terceira

Claudio Terceira

MATERIAL RECICLADO 1000 Kg de papel 1000 Kg de plástico 1000 Kg de alumínio 1000 Kg de vidro

PRESERVAÇÃO O corte de 20 árvores Extracção de milhares de litros de petróleo Extracção de 5000 kg de minério Extracção de 1300 kg de areia

DECOMPOSIÇÃO 1 a 3 meses 200 a 450 anos 100 a 500 anos 4000 anos

Page 4: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

4 Artigos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Contrariamente a outras comunidades piscatórias dos Açores, a população activa da pesca de Rabo de Peixe é bastante jovem, obedecendo à regra desta Vila, onde esta faixa etária é dominante, a qual deveria ter muito mais peso nos destinos da terra. Neste sentido, saúdo de viva alma esta Associação Juvenil, pois pode desempenhar um papel fundamental pelas reivindicações e anseios da juventude rabopeixense.

Falando, concretamente, da juventude piscatória de Rabo de Peixe, torna-se obrigatório mencionar o mun-do e os submundos desta localidade. Num dos últimos, englobo os jovens pescadores, pois vivem estig-matizados, separados e são discriminados dentro do mundo nobre de Rabo de Peixe. Para a sua formação educativa e cultural possuem as tascas ou o flagelo das dependências. Não existem zonas verdes, de lazer ou convívio, a vida é o trabalho árduo do mar, cuja renumeração é inconstante e quase sempre insuficiente para os encargos das suas famílias numerosas. Neste aspecto, refira-se que para o pescador em termos laborais e salariais ainda vigora o regime de “quinhões”, o qual é extremamente injusto e paga mal o cha-mado “companheiro” (assalariado da pesca), compensando sobremaneira o mestre armador.

Neste contexto, é premente a aplicação do Regime Jurídico de Contrato Individual de Trabalho a Bordo das Embarcações de Pesca (lei 15/97 de 31 de Maio). A sua implementação permitiria ao jovem da pesca usufruir de uma garantia salarial, como também passariam a contribuir para o Regime Geral da Segurança Social, desistindo do Regime Especial, no qual as pensões, subsídios de desemprego e de doença são es-candalosamente baixas.

É evidente, neste estado de coisas, muitos jovens pescadores têm de se socorrer no Rendimento Social de Inserção e transferem-se para a construção civil, já que a pesca muitas vezes não dá para sobreviver com o mínimo de dignidade.

Fazer conviver, envolver e interligar todas as classes sociais jovens de Rabo de Peixe, é inquestionavel-mente a mensagem mais válida que vislumbro no horizonte desta Vila, sempre por construir. Acabar com a política habitacional de bairros sociais (guetos) e opostamente investir cada vez mais na integração em todo o território. Aprendemos uns com os outros, porque Rabo de Peixe é de facto multicultural e todas as profissões devem ser dignas e valiosas.

Rabo de Peixe, 18 de Fevereiro de 2008Luís Carlos Brum

Luis Brum

ARTUR MANUEL DE PAIVA OLIVEIRASerração- Carpintaria Limpa- Mecâ[email protected]@sapo.ptTel- 296 491 245Fax- 296 491 248Rua Gonçalo Velho, N.º 53Rabo de Peixe9600- 129 R. Grande

SUPERMERCADO ANTÓNIO MELORua do Rosário - Rabo de Peixe

O prazer de bem-servir

Page 5: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 5

A EPRG, criada a 5 de Fevereiro de 1998, tem já uma década de existência nesta comunidade, a vila de Rabo de Peixe. Com extensões na Matriz – Pólo Cidade – e na Lombinha da Maia – Pólo Nascente, é em Rabo de Peixe que a EPRG tem a sua maior frequência escolar. De facto, dos doze cursos, 7 funcionam em Rabo de Peixe, chegando o número de formandos naturais da freguesia ao total de 43, de entre o conjunto de 169 formandos que frequentam, no ano lectivo presente, a EPRG.

É de se realçar, também, a importância e o impacto positivo que tem, nesta locali-dade, toda a comunidade escolar (formandos, formadores e colaboradores) a qual embora não sendo, na sua totalidade oriunda de Rabo de Peixe, todos os dias úteis, se desloca, estuda e trabalha.

A EPRG tem tido relações próximas e frutíferas com as instituições mais representa-tivas da comunidade de Rabo de Peixe, designadamente, Junta de Freguesia, Igreja Paroquia, Casa do Povo, Escola Básica e Integrada, Conferência de S.Vicente de Pau-lo, etc.

Aproxima-se também, a passos rápidos, a construção das novas Instalações da EPRG, no espaço onde existia a Escola Luísa Constantina. Se, com as humildes instalações actuais já fizemos muito, então, com as novas, a nossa acção será indubitavelmente potenciada, para bem de todos nós, mas sobretudo, para benefício desta nossa Vila de Rabo de Peixe.

O DIRECTOR GERALFRANCISCO XAVIER ARAÚJO RODRIGUES

Francisco Xavier

Page 6: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

6 Artigos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Tendo esta Casa do Povo, no seu presidente o Senhor José Domingos Machado, um dos fundadores, uma pessoa que emigrou em 1956 para o Canadá, na volta à sua terra, trouxe ideias novas para a realidade da Vila de Rabo de Peixe, desde logo viu-se incentivado a criar estruturas que pudessem conceder espaços condignos para as crianças e idosos da sua vila.

A Casa do Povo de Rabo de Peixe, foi inaugurada no ano de 1978, e desde a sua cri-ação, o seu lema foi sempre a ajuda aos mais carenciados, potenciando esforços para as crianças e idosos, possuindo esta Casa do Povo, o Centro de Animação n.º 1 – no Bairro dos Pescadores, o Centro de Dia na zona centro da vila, Centro de Apoio à Criança n.º 1 – o primeiro equipamento construído de raiz, com as valências de creche, jardim de infância e ATL, no ano de 1997 esta Casa do Povo inaugurou a sua nova sede, que muito necessitava, no ano de 2004, inaugurou o seu Centro de Apoio à Criança n.º 2 possuindo também as valências de creche, jardim de infância e ATL, na zona de S. Sebastião.

Em breve, tudo indica para Setembro de 2008, iremos edificar o Centro de Apoio à Criança n.º 3, um Centro de Dia e um Lar para a 3.ª Idade, na zona nascente, para colmatar uma grave lacuna que existe na nossa vila, porque actualmente não existe um lugar onde os nossos idosos possam passar o resto dos seus dias com uma mel-hor qualidade de vida.A Casa do Povo está também envolvida nesse esforço, com muito orgulho, que esta-mos a contribuir decisivamente para a promoção social dos mais necessitados.Vila de Rabo de Peixe está a mudar.

O Presidente da Direcção

JOSÉ DOMINGOS MACHADOJosé Domingos

Page 7: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 7

O melhor que Rabo de Peixe tem são as pessoas e entre elas a sua juventude e os seus adolescentes, que fazem desta Vila, a terra mais jovem dos Açores. Esta é uma riqueza inestimável que deve ser potencializada, em ordem ao seu contributo para o nosso desenvolvimento social e económico.

Importa olhar para a nossa juventude de forma diferente e investir nos seus atributos positivos, que são enormes, fazendo-a participar na mudança social que se exige para a nossa Vila. Pena que ainda sejam poucos os movimentos de juventude em Rabo de Peixe, pois a participação activa dos jovens na vida social, politica e cultural e a sua franca adesão aos movimentos de desenvolvimento é determinante para a transformação social que todos desejamos para a nossa terra.

A participação social é uma forma de amadurecimento, face às realidades da nossa Vila e é um período em que os nossos jovens vivem sadiamente as grandes amizades, as grandes paixões e os grandes ideais .

Por outro lado, questionamo-nos pelo facto de tantos jovens de Rabo de Peixe não crescerem em ambientes saudáveis e não terem acesso, por direito próprio, aos eq-uipamentos, à cultura, aos valores, às relações sadias.

Por isso, preocupamo-nos, por exemplo, com o abandono escolar que grassa nesta nossa Vila e ao ainda reduzido número de estudantes que ingressa no Ensino Supe-rior, o que vem dificultar a formação profissional e a sua integração social e cultural, como rampa de lançamento na vida activa.

Os jovens são por natureza dinamizadores e todas as suas iniciativas devem ser acar-inhadas, como forma dos responsáveis apoiarem adequadamente o seu empenho em causas nobres da sociedade, potenciando as suas energias na concretização de objectivos realistas.

Os jovens de Rabo de Peixe devem ser um exemplo de cidadania para os outros na escola e no seu local de trabalho, na dedicação e empenho na resolução de proble-mas e na defesa dos direitos e aspirações dos seus colegas que mais necessitam, contribuindo eles também para a tão desejada mudança cultural que a nossa Vila precisa.

Rabo de Peixe, estou certo, será uma terra, em que os seus habitantes se sentirão mais engrandecidos, se houver mais participação da sua juventude, no combate ás vulnerabilidades sociais e no desenvolvimento cultural e económico das suas poten-cialidades.

Artur Martins

Page 8: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

8 Artigos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Numa vila, onde as problemáticas sociais são sobejamente conhecidas, a AJURPE tem sido uma das associações que mais tem contribuído para o desenvolvimento social, cultural e desportivo de Rabo de Peixe.

O concelho da Ribeira Grande e, no panorama regional açoriano é o que possui a população mais jovem, com 55 por cento dos residentes com menos de 30 anos. Dai que o associativismo seja muito importante para uma ocupação e promoção de estilos de vida saudáveis da nossa juventude.

É com este objectivo, que a Câmara Municipal da Ribeira Grande tem apoiado anualmente todas as as-sociações culturais, recreativas e desportivas, como forma de garantir a execução dos seus planos de actividade, em prol do desenvolvimento local.

Por outro lado, tem criado e apoiado a construção de equipamentos a nível cultural, desportivo, escolar e habitacional para que a nossa juventude e a população em geral tenha espaços ocupacionais com con-dições para dinamizarem as suas actividades e, com isso, uma melhor qualidade de vida.

No caso específico da Vila de Rabo de Rabo estamos a construir a Escola EB/JI D. Paulo José Tavares, a Escola Profissional de Ribeira Grande, o Centro Comunitário e de Juventude e o Clube Naval.

A AJURPE, com as suas frutuosas acções tem também, sabido promover social e culturalmente os mais jovens, de forma a dar-lhes novas perspectivas sobre o presente e o futuro.

A publicação do jornal “AJURPIM”, é sem dúvida, uma actividade que em muito vem enriquecer a comu-nidade de Rabo de Peixe e do concelho e proporcionar que os mais jovens sejam os impulsionadores e interlocutores da de novos ventos de mudança que se desejam para a Vila.

Com uma redacção jovem e dinâmica, estamos certos que o “AJURPIM” vai ser um efectivo instrumento de informação e de formação livre e plural do concelho da Ribeira Grande. Parabéns e boa sorte no arranque da vossa nova edição e que continuem a trabalhar em prol da nossa juventude.

O Presidente da Câmara Municipal da Ribeira GrandeRicardo Silva

Ricardo Silva

Page 9: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 9

Os jovens em Rabo de Peixe são uma realidade comprovada pelas estatísticas de-mográficas. Ao contrário dos valores sobre a Região, a Vila de Rabo de Peixe marca pela diferença, sendo uma das freguesias mais jovens do concelho.

No quadro do Projecto “Velhos Guetos, Novas Centralidades”, a aposta nos jovens é clara, desde logo com a construção da Sede do Clube Desportivo, a Sede do Clube Naval e o Complexo Desportivo de Rabo de Peixe. Ao apostar em infra-estruturas que garantam condições para a prática desportiva, este projecto pretende contribuir para que os jovens tenham estilos de vida mais saudáveis.

Há muitas crianças e jovens, mas infelizmente muitos desistem cedo demais da es-cola. Por isso, o desenvolvimento de Rabo de Peixe passa sobretudo pela escolariza-ção e qualificação dos seus habitantes, sobretudo dos jovens. Nesse sentido, a nova escola D. Paulo José Tavares e a sede da Escola Profissional da Ribeira Grande irão melhorar as condições de aprendizagem de muitas crianças e jovens. Educar, formar é hoje uma exigência que deve começar desde cedo. Nesse sentido, o Centro Famil-iar, com a creche, jardim-de-infância e gabinete de intervenção precoce irá ajudar as famílias será uma resposta de qualidade.

Todos estes equipamentos exigem uma acção continuada em termos de educação cívica e formação de competências. Se cada jovem acreditar que tem um lugar a preencher nesta comunidade, mas que tem de aprender, fazer diferente e participar através de associações, clubes e sobretudo nas escolas, então Rabo de Peixe, no futuro, será ainda melhor! No Centro comunitário e de Juventude, os jovens desta comunidade irão encontrar um ponto de encontro, lazer e sobretudo, o apoio que por vezes falha.

Este é certamente um Projecto, onde os jovens ocupam um lugar central, porque eles não são apenas o futuro, mas a força do presente.

Piedade Lalanda

Page 10: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

10 Artigos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

A Associação Juvenil de Rabo de Peixe (AJURPE), é uma In-stituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos (IPSS), que foi criada por um grupo de amigos em Abril de 2006, que queriam e querem mostrar que nem tudo é negativo na nossa querida Vila de Rabo de Peixe. A vontade de trabalhar começou desde cedo e a 2 de Maio de 2006 foi constituída a as-sociação por meios legais, constando no jornal oficial III série – número 12 de 30 de Junho de 2006 a constituição da mesma.A Associação tem um corpo directivo e tem como objectivo o desenvolvimento integral da Vila de Rabo de Peixe actuando em diferentes áreas: social, cultural, económica, ambiental e de-sportiva.

Após realizarmos diferentes projectos nas diversas áreas começamos as nossas actividades por, realizar um Curso de Iniciação à Genealogia, orientado pela Professora Doutora Mar-ia Norberta Amorim, que deslocou-se propositadamente a S. Miguel da Universidade do Minho, para realizar a formação, que efectuou-se entre os dias 3 e 8 de Julho de 2006, foi aberto a toda a população de Rabo de Peixe que estivesse interessada em saber como decifrar registos muito antigos, para posteri-ormente saber minimamente da demografia histórica da nossa Vila, no entanto apenas só tivemos uma pessoa exterior à as-sociação que participou na formação.

Os membros da Ajurpe

A nível cultural proporcionamos uma formação em teatro, realizada pelo actor e pro-fessor Nelson Cabral. A formação arrancou no dia 20 de Outubro de 2006 e contou inicialmente com uma participação de 42 jovens, no entanto alguns desistiram e ter-minamos a formação, que teve a duração de 25h, com aproximadamente 15 a 20 jovens. Para colmatar a formação fizemos teatro de revista, todos os textos foram elaboradas pelos membros da associação, nos quais representamos as vivências do povo Rabopeixense. Apresentamos o resultado final ao público no dia 20 de Dezembro de 2006 sendo, um enorme sucesso na Vila de Rabo de Peixe.Ainda em Novembro concorremos com um projecto ao Programa Escolhas, mas não fomos seleccionados.

Aquando a realização da formação em teatro, surgiu um grupo de HIP-HOP que ne-cessitava de orientação, deste modo a AJURPE resolveu orientá-los neste campo ar-ranjando espaço para ensaiarem e o professor Ricardo Carneiro para os orientar nas técnicas e passos de dança.

A nível do ambiente foi realizado um outdoor, em Dezembro do ano 2006, cujo lema foi “Gostarias que este fosse o teu prato do dia?” Este foi colocado no Bairro de S. Sebastião e teve como função, alertar a toda a população e combater a poluição que a Vila de Rabo de Peixe está sujeita.Nos meses de Novembro e Dezembro, na área do desporto, decorreu o 1º torneio Futsal promovido pela AJURPE, este decorreu na Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe e contou com a presença de cerca de 40 jovens que levaram a cabo o evento com desportivismo e empenho. No final os prémios foram entregues pelo Presidente da Casa do Povo de Rabo de Peixe, pelo Vice Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande e pelo Presidente da AJURPE.

Fim de Semana Radical

Cerimónia de Homenagem a Romeiros

Sidonia Gouveia

Page 11: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 11

Em Fevereiro de 2007, com a colaboração da Casa de Povo de Rabo de Peixe, realizamos o corso carnavalesco no Do-mingo Gordo que há muito não se realizava. Contamos com a presença dos centros de apoio à Criança, ATL, Escoteiros, Escola Primária, Banda Filarmónica Progresso do Norte en-tre outros individuais, que quiseram dar o seu contributo para embelezar este cortejo. Em Abril os troféus foram entregues aos classificados, que até então estiveram expostos na Casa do Povo de Rabo de Peixe.

Em Abril de 2007 realizámos uma exposição de fotografias an-tigas das Romarias de Rabo de Peixe, intitulada Romeiros de Rabo de Peixe – Uma Retrospectiva de Fé, realizada na sede da Filarmónica do Progresso do Norte. As fotografias foram rec-olhidas e cedidas amavelmente por romeiros e outros que dis-ponibilizaram as suas fotografias. Esta exposição realizou-se no seguimento das comemorações da elevação de Freguesia a Vila de Rabo de Peixe e no encerramento da exposição, dia 25 de Abril, foi feita uma homenagem a três romeiros António de Jesus Amaral, António Gouveia de Andrade e José Maria Am-aral. A AJURPE contou com o apoio da Direcção Regional da Juventude, Junta de Freguesia de Rabo de Peixe e filarmónica Progresso do Norte para levar a cabo esta iniciativa.

No dia 31 de Maio, estreamos a nossa segunda temporada de teatro de revista, foi inserida nas festas da Caridade a convite dos mordomos da mesma, como sempre demos o nosso mel-hor para que tudo corresse bem.

No Verão a AJURPE também não pára, e realizou um fim-de-semana radical nas Sete Cidades, contou com a presença e a colaboração de muitos jovens oriundos de diferentes grupos da nossa querida Vila como Clube Atlético de Rabo de Peixe, Clube Desportivo de Rabo de Peixe, Filarmónica Progresso do Norte, AEP - Grupo 126 - Rabo de Peixe e Projectos Velhos Guetos Novas Centralidades, que se disponibilizaram para passar um fim de semana com muita acção, destacando-se as actividades de canoagem, passeios de BTT e paintball. No final todos os participantes receberam um brinde.

No Verão de 2007 a AJURPE com a colaboração de jovens do Programa OTL, desenvolveu uma campanha de sensibilização ao ambiente nas creches e atl da Vila que foi colmatada já em Setembro com um panfleto sobre a reciclagem. ue nos

Em Outubro, aquando as festas da Nossa Senhora do Rosário realizamos uma barraca de comes e bebes, também contamos ainda com artigos artesanais feitos pelas nossas amigas (só-cias) Alda, Cátia e Josefina.

Neste momento a AJURPE tem entre mãos o Teatro que teve de ser adiado por motivos de força maior, a concepção de este jor-nal e mais uma intervenção a nível do ambiente. O nosso muito OBRIGADO a todos q têm ajudado e que acreditaram em nós.

Formação em Teatro por Nelson Cabral

Primeira Peça de Teatro - Dezembro de 2006

Page 12: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

12 Artigos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Fim de Semana RadicalCerimónia de Homenagem a Romeiros

Torneio FutSall AJURPE

No Verão de 2007 a AJURPE com a colaboração de jovens do Programa OTL, desenvolveu uma campanha de sensibilização ao ambiente nas creches e atl da Vila que foi colmatada já em Setembro com um panfleto sobre a reciclagem. ue nos

Em Outubro, aquando as festas da Nossa Senhora do Rosário realizamos uma barraca de comes e bebes, também contamos ainda com artigos artesanais feitos pelas nossas amigas (só-cias) Alda, Cátia e Josefina.

Cartaz Teatro em Revista

Romeiros em caminhada (foto da Exposição de Homenagem)

Page 13: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Artigos 13

Entrega troféus Corso Carnavalesco Sensibilização Ambiental nas Escolas

Sensibilização Ambiental nas Escolas

Neste momento a AJURPE tem entre mãos o Teatro que teve de ser adiado por motivos de força maior, a concepção de este jor-nal e mais uma intervenção a nível do ambiente. O nosso muito OBRIGADO a todos q têm ajudado e que acreditaram em nós.

Cartaz Corso Carnavalesco

Page 14: Jornal da Associação Juvenil de Rabo de Peixe

14 Diáspora Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Não se pode falar de juventude rabopeixense de um modo isolado, mas integrada na juventude luso-descendente, em qualquer país que acolheu portugueses.

Interessa aqui estudar o que se passa nos Estados Unidos e Canadá, onde existem mais rabopeixenses e seus descendentes do que na Vila de Rabo de Peixe.

A juventude lusa nessas paragens, quando praticamente acabou a Emigração por-tuguesa, enfrenta em termos culturais e étnicos vários problemas, que se reflectem nas próprias comunidades nesses países.Os jovens estão rodeados por todos os lados pela língua inglesa – nas escolas, nas universidasdes, no desporto…

Ninguém se interessa por aquilo que não conhece… E os jovens não sentem razões para se interessarem pela língua e cultura portuguesas…

Em casa os pais falam em português (quando o fazem), mas as respostas dos filhos são em inglês. Os avós estão a desaparecer… O ensino é totalmente realizado em inglês, e cada vez mais se estuda espanhol como segunda lingual.

Quem quiser ir assistir a ensaios nas bandas de música portuguesas, verá que os “mestres” têm que falar inglês para os jovens o entenderem.

As missas portuguesas interessam cada vez menos aos jovensA saudade quase que não existe entre os jovens… Nem todos os jovens sabem a freguesia onde nasceu o pai… E quando vão às ilhas, dizem que gostaram muito, que tudo é bonito, mas… aqui é que é a terra deles.

Por outro lado, o Governo português nada faz, e quando o quiser fazer, será tarde, para interessar os jovens pelo país dos pais e avós.

Algumas associações, como os Amigos de Rabo de Peixe, ainda atribuem bolsas de estudo, para tentar remar contra a maré… A RTPi nada faz para os jovens. Os Consu-lados não têm meios, e são carolas que se vão sacrificando para haver escolas portu-guesas. Em Fall River, a Escola Portuguesa este ano possui 23 alunos, apenas.

Falta motivação por parte dos pais e os sucessivos Governos de Portugal, dizem que se preocupam, mas nada fazem para haver intercâmbios (a Câmara Municipal de Lagoa é uma honrosa excepção, mas isolada), visitas a Portugal a preços acessíveis, programas para as televisões ou rádios, investimento na imprensa…

Os jovens luso-descendentes merecem menos interesse do que os turistas do Norte da Europa, por parte do Governo Regional, em termos do custo de passagens.Enfim, custa-me muito ser negativo neste assunto, mas a verdade é esta.

Daqui a poucos anos, como aconteceu com a comunidade italiana, não teremos fol-clore, nem rádios, jornais ou televisão em português e até missas.As nossas associações já estão a sentir imensa falta de jovens…, com excepção das bandas de música, ainda que com muitos problemas.Um abraço para todos os jovens. Manuel F. Estrela

Fall River, Massachusetts

Manuel Estrela

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Diáspora 15

Há uma grande diferença entre os jovens continentais e os açorianos nascidos nas terras da diáspora. Os continentais dominam bem o português. Conseguem ler e es-crever bem, enquanto que os açorianos, mais propriamente os Micaelenses nascidos na diáspora, não se interessam em aprender a língua portuguesa. Não é por falta de escolas, mas sim por falta de interesse e incentivo por parte da família, o que é lamentável. Somos rabopeixenses de alma e coração, apaixonados pela nossa terra e suas ricas tradições que são muitas e únicas, vivemos na diáspora, em terras do Canadá, nos arredores de Toronto, cidade esta onde fixaram residência milhares de rabopeixens-es. Nessa cidade, temos uma associação, conhecida e “baptizada” por “Associação dos Amigos de Rabo de Peixe do Ontário” onde já fomos membros durante alguns anos, desde o início da mesma. Passados quase 10 anos, e constituída a fim de di-vulgar as nossas tradições, a juventude continua a não mostrar interesse e incentivo para se envolver nas suas actividades. As razões que levam ao afastamento destes jovens a não participarem nestes eventos são por muitos conhecidas. Achamos que, para inverter a situação, basta haver gosto, vontade, fé e orgulho nas suas “raízes”. Para garantir o sucesso da nossa juventude, é preciso seguir em frente em prol da nossa Vila de Rabo de Peixe, sem vergonha.

Por: Natividade e Carlos Ledo Mississauga Ontário Canadá

Longe vão os tempos, em que a nossa juventude se interessava de alma e coração, pelas nossas ricas tradições culturais, nos muitos eventos levados a efeito pelos clubes e associações de expressão portuguesa em terras da diáspora, nomeadamente, dos que vivem no coração da comunidade portuguesa radica-da na grande Cidade de Toronto. Muitos foram os sacrifícios daqueles nossos “Pioneiros” com a intenção de mais tarde, en-tregarem este “manto” aos mais jovens, para que se sentissem orgulhosos de estarem a aprender, a navegar e a saber mais sobre as suas “raízes” e tradições culturais. Assim, as gerações daquele tempo, foram dando continuidade a esta herança, valorizando e divulgando cada vez mais, esta nossa tão querida cultura, com a intenção de um dia, passá-la aos jovens de hoje. Parece-nos que esses ensejos não estão a ser bem sucedidos.

Por todo o lado se houve dizer, onde estão estes jovens? Será mesmo, que vão deixar morrer o que tanto custou a construir? No nosso sincero entender, os motivos poderão ser diversos. Será por culpa destas novas tecnologias que os afastam das actividades culturais? E os pais, será que têm algo a ver com a falta de interesse de seus filhos nas participações das festas da comunidade? Talvez sim, pois são os próprios a dizerem que os filhos não gostam nem se interessam por nada disso, e não os podem obrigar a assistir a estes mesmos eventos. Como diz o antigo provérbio, “é de pequenino que se torce o pepino” e se os pais não se interessaram em incentivar os seus filhos a integrarem-se nos eventos culturais, quando eles eram ainda de tenra idade, agora certamente já é tarde, e aí pode-se dizer que é o começo do fim.

Temos o conhecimento que muitos destes pais, só pensaram em si mesmos, e continuam a não dar importância ao futuro dos filhos, no que respeita às nossas tradições, usos e cos-tumes tradicionais. No entanto, são os próprios a lamentar que tudo se está a acabar.

Natividade e Carlos Ledo

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16 Associativismo Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, o fundador do nosso Movimento, conhecido pe-los escoteiros mundialmente por B.P., nasceu em Londres a 22 de Fevereiro de 1857.Perdeu o seu pai era ainda muito novo mas, apesar das dificuldades de sua mãe em sus-tentar a família, ele e os irmãos levaram uma juventude divertida, vivendo intensamente a vida ao ar livre em acampamentos e excursões pelos bosques de Inglaterra. Baden-Powell foi um aluno normal, muito participativo, tomando sempre parte activa em tudo quanto se passava nas horas de recreio, tornando-se até um excelente guarda-redes do grupo de futebol da escola de Cartuxa. Também no teatro demonstrou talento e, sempre que entrava num espectáculo, fazia rebentar de riso toda a escola, imitando com muita graça os diversos professores.

Os seus dotes artísticos manifestaram-se igualmente na música e no desenho, pois sabia tocar alguns instrumentos e tornou-se bom ilustrador, arte que aplicou mais tarde nos livros e em artigos que escreveu e que hoje se vêm a cada passo nas sedes dos Gru-pos de Escoteiros e nos livros e em jornais escotistas.

Terminado os estudos, B.P ingressa no exército, carreira onde se tornou um bravo e fa-moso soldado, pois muito novo atingiu o posto de general, o que não era muito vulgar.Prestou então serviços na Índia e nas Áfricas e, naquelas distantes paragens atraves-sou florestas, rios, montanhas e desertos, conviveu imenso com as populações nativas, aprendendo inúmeros segredos da vida ao ar livre, tornando-se um hábil explorador, cavaleiro e caçador.

Foi no ano de 1889 que B.P. atingiu a glória e a fama, pois defendeu, durante vários me-ses, a cidade de MafeKing, na África do Sul, durante a guerra Anglo-Boer. Com o decor-rer do cerco, B.P. observou de perto as capacidades dos rapazes, pois estes, enquanto o reduzido número de adultos combatia, desempenhavam na perfeição, pequenas tarefas, algumas delas até muito importantes.

A vida de B.P. foi sempre vivida com muito optimismo e sempre numa constante aven-tura, procurando sempre o lado melhor das coisas. Os mistérios e as aventuras do ar livre levou B.P., a realizar o primeiro acampamento de escoteiros, com duas patrulhas (doze rapazes) na ilha de Brownsea, na costa inglesa.

O escotismo espalhou-se assim e com grande rapidez por toda a Inglaterra e em todo o mundo. A conselho do rei de Inglaterra B.P. deixou a vida militar e passou a dedicar-se exclusivamente ao Escotismo. B.P., imaginou então uma grande reunião, de amizade e fraternidade entre os escoteiros de todo o mundo. Este sonho tornou-se realidade com a realização de um grande acampamento em Londres em 1920, tendo estado presente uma delegação portuguesa.

Na próxima edição saberão mais sobre escotismo, até sempre.

Uma forte canhota e votos de boa caça.

O Escoteiro Chefe de Grupo – Grupo 126 Vila de Rabo de PeixeJose Emanuel Alves Garcia Amaral

José Amaral

Baden-Powell

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Associativismo 17

Jorge Rita

A Agricultura é um pilar fundamental na Vila de Rabo de Peixe porque permanece como uma das suas principais actividades económicas, continuando a desempenhar uma acção de grande importância no desenvolvimento local, devido aos impactos que gera em toda a sua sociedade.

O sector agro-pecuário por ser o mais importante da Agricul-tura em São Miguel, permanece como factor estruturante no desenvolvimento de Rabo de Peixe, o que se constata pela mel-horia significativa nos últimos anos das explorações desta Vila. Para que a evolução e modernização do sector continue, o seu rejuvenescimento é crucial e este tem sido um objectivo da As-sociação Agrícola de São Miguel porque entendemos que o fu-turo tem de passar por aí, por isso, tem existido uma particular atenção para as politicas agrícolas que incentivem a entrada de jovens agricultores, que é decisiva no aumento da competitivi-dade da Agricultura.

A entrada de jovens agricultores é indispensável na renovação que se pretende no sector agrícola regional, porque a sua ca-pacidade de iniciativa e de inovação são fundamentais para que o sector agro-pecuário nos Açores, em São Miguel e em par-ticular na Vila de Rabo de Peixe tenha o futuro que todos dese-jamos. Jorge Alberto Serpa da Costa Rita

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18 Associativismo Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Com a criação do Clube Naval Rabo de Peixe, a população da vila de Rabo de Peixe passou a ter oportunidade de optar por mais e difer-entes actividades lúdico – desportivas, até então pouco divulgadas no nosso meio. Além de ser uma mais valia, não só para a nossa vila como também para toda a Costa Norte da nossa ilha, o CNRP desen-volve actividades que podem ser usufruídas por todos aqueles que desejem desfrutar das excelentes condições oferecidas pela nossa baía. Entre outras actividades, o nosso clube desenvolve a canoagem, o surf, a vela, cujos principais participantes e utilizadores são os jov-ens dos bairros sociais mais próximos do nosso Porto de Pesca.

Na óptica de proporcionar e implementar boas práticas desporti-vas, estamos convictos que o nosso clube irá melhorar o estilo e a qualidade de vida da população de toda a costa norte, em especial a comunidade Rabopeixense, fazendo com que as pessoas passem a olhar o mar não só como fonte de rendimento, mas também como um espaço de lazer e de desporto.

A curto prazo, o CNRP tenciona, também, realizar uma parceria com a Direcção Regional do Desporto, no sentido de dinamizar actividades na futura piscina coberta que está a ser construída na Escola Básica Integrada de Rabo de Peixe. Pretendemos desenvolver actividades de hidroginástica e Natação quer na sua vertente desportiva e de lazer, quer ainda na de competição. Achamos que, o desenvolvimento de actividades desportivas orientadas ajudará a melhorar a cultura dis-ciplinar e desportiva que tanto desejamos para os nossos jovens.

Não deixes de visitar o nosso clube através do site www.cn-rabopeixe.com

Manuel Martins Ledo – Presidente do Clube Naval Rabo de Peixe

Manuel Ledo

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Associativismo 19

O Clube Atlético de Rabo de Peixe (CARP) é uma colectividade desportiva fundada em 31 de Março de 1993 com carácter escolar, que surgiu para colmatar uma falha no espaço desportivo da comunidade rabopeixense, aquando do desaparecimento do CDRP. Com o ressurgir do Desportivo no futebol, o Atlético voltou-se para outras actividades e em 1998 criou uma secção náutica, filiou-se na Associação de Voleibol de S. Miguel e na Associação de Natação da Região Açores, tendo desenvolvido durante estes anos ac-tividades em prol dos seus associados, bem como da comunidade em geral. Em 2003 o Clube foi declarado como sendo de Utilidade Pública através de despacho da Presidên-cia do Governo Regional. Os órgãos sociais do clube têm sido quase sempre compostos por professores da Escola E/BI Rui Galvão de Carvalho o que, consequentemente, não tem proporcionado maior interactividade entre o Clube e a comunidade local.

Contudo, em Julho de 2006, altura em que tomou posse, a nova direcção abraçou um projecto que pretende tornar o clube uma “mais valia” para Rabo de Peixe. Este projecto baseia-se na viragem do clube para a comunidade local, bem como a manutenção da ligação que deverá haver entre esta e a escola. Esta direcção, através da criação e im-plementação de um arrojado plano de reestruturação desportivo-financeiro, tem con-seguido imprimir uma nova dinâmica ao Clube, conseguindo assim controlar a sua situ-ação financeira de forma a que a sua política desportiva seja levada a cabo com rigor, podendo assim proporcionar, actualmente, aos seus associados, e público em geral, as seguintes actividades através dos respectivos núcleos: capoeira, ténis-de-mesa, caça-submarina, mergulho, canoagem e vela oceânica.

Assim, o CARP irá continuar o seu projecto de restruturação desportiva, contando, até ao final deste ano, aumentar e melhorar a oferta desportiva na nossa Vila, de forma a contribuir cada vez mais e melhor para a formação sócio - desportiva da nossa juven-tude e comunidade em geral.

Ruben Farias

Ruben Farias

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20 Fotos Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Fotos 21

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22 Poesia Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

O vento e o marNuma tarde de DomingoFez-me a sonharE encontrar a Paz comigo O mar a chamarPor mim com fortes movimentosO vento a soprarE no ouvindo bem baixinho diziaContinua a viver e a sonhar Assim continueiE o sol no ar a brilharNo mar a reflectirE a felicidade nos meus olhos a espalhar Nos meus lábios a sorrirNo meu coração me amarEm minha alma encontrarA Paz interior vinda de Deus.

Autor: Carmélia Carreiro

Carmélia Carreiro

Os momentos são o tempoE o tempo não faz a saudade,Mas as pessoas.

A alegria de viverÉ a vida entre nósE o tempo passado É a alegria de conhecer

A saudade sente-seMas não se demonstra,Pois interessa a alegria de viver aos que estão,Sem esquecer a memória dos ausentes

Rui Faria

Rui Faria

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Poesia 23

Quem pensou primeiro é valentePode-se dizer que é um vencedorClaro com a ajuda de muita genteCom muita fé, esperança e Amor

Esta vila é minha é tuaE da nossa família inteiraCada qual na sua ruaDesde cá de baixo, até à eira

Para todos os que colaboraramEstão de muitos parabénsOutros sonhos mais se realizaramDaqui a alguns anos que vem

Um Rabo de Peixe novo e melhorÉ uma vila em parte realizadaTodos juntos com fé e AmorUm dia será uma cidade iluminada

És uma vila de prodígioPara mim sempre o serásTens muita gente de prestígioOrgulho-me pelo que nos dás

Nesta saudação que vos douTanto a velho como a novoVejam como tudo mudouPara agradar o nosso povo

Eu orgulho-me da nossa genteTodos filhos da mesma freguesiaEstá bem claro e muito evidenteTudo feito com amor e simpatia

Pois eu nasci nesta freguesiaTerra que me vi nascerÉ com Amor e alegriaQue eu nela estou a viver

Sim, foi um sonho realizadoNão é nenhuma fantasiaMas este já foi concretizadoDeixamos de ser freguesia

Viva a vila de Rabo de PeixeDe tudo tem quantidadeDesde a fruta, até ao peixeE com muito boa qualidade

Dos camponeses aos pescadoresCom o nosso padroeiro Bom JesusExiste de tudo até doutoresDeus nos ajude com a sua luz

Eu amo muito a minha terraJunto de tudo e perto do marSó peço a Deus que não haja guerraPara a podermos contemplar

Temos lindas paisagens com floresSão viçosas, não há como elasÉ a vila mais linda dos AçoresNão há quem não fale delas

São jardins, campos e pradosNuma exuberância de coresE até mesmo nos silvadosDesabrocham mil flores

A nossa vila é uma riquezaCom suas festas e arraiaisPara nós é uma grandezaQue não se esquece jamais

Por muitos tu és invejadaTudo é belo (é mais que beleza)És muito bem consideradaFazes parte da nossa natureza

Se faz turismo passe por aquiPode ver como a vila é lindaOs encantos que ela tem em siDe certo voltará mais vezes ainda.

Josefina Moreira

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24 Culinária Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Cavacas

Ingredientes2 copos de farinha9 ovos1/2 copo de leite1 copo óleoCalda:1 chávena de açúcar finoUmas gotas de sumo de limãoÁgua

Preparação1 Bate-se os ovos inteiros com o leite e o óleo, durante 15 minutos2 Vai ao forno durante 25 minutos a 260ºC de temperatura3 Por fim, regar as cavacas com a calda.

Preparação1 Lava-se as lulas com água e sal.2 Tempera-se com pimenta em calda e piripiri.3 Leva-se ao lume numa panela para destilar, com uma colher de banha, ce bola aos quartos e um ramo de salsa.4 Á parte numa frigideira com um pouco de azeite e banha, faz-se o refogado com cebola picada miudinha, alho, um copo de vinho, pimenta, folha de louro e salsa picada, juntando as lulas que vai acabar de cozer.5 Entretanto frite as batatas partidas aos cubos que por fim se junta às lulas.6 Misture um pacote de natas.7 Leve ao forno num pirex a gratinar.

Lulas gratinadas

IngredientesLulasÁgua e sal ( p/ lavar as lulas)Calda de pimentaPiripiriBanha de porcoCebolasSalsaAlho1 Copo de vinho1 Folha de louroBatatasNatas

Odete Vieira

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Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008 Espaço lúdico 25

Encontre os animais Carmen Amaral

Ajude a formiga chegar á sua Rainha Ajude os coelhinhos a alcançar a mãe

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26 À Falsa Fé Sexta - Feira, 25 de Abril de 2008

Asneiras e autoridade, ou falta dela

Não há Vila como essa. A polícia inventa regras para coisas desnecessárias.A população não gosta, leva umas multas, responde em voz alta. Consequência, acabam-se as novas regras de trânsito, volta tudo à mesma e já se pode parar em cima do passeio e ocupar os lugares da Junta e do Completo.

Droga – e depois, não nos importamos!

A droga aflije, fá-los correr durante todo o dia. Os meninos ri-cos da cidade vêm, param seus carros, conversam à janela e já está.O jipe azul passeia por estes locais, mas não tem problema pois olham, observam e… tchau tchau. Os paroquianos conhecem, as gentes sabem, as autoridades reclamam, no fim as coisas mudam, mudam para melhor, pois aumentam os aderentes a esta onda da Droga, já estou a ver o novo slogan “Droga Segura e Viva só na Nossa Vila”

Porto de Pescas ou Reciclagem Pública

O nosso porto de pescas, bem pago pelo Governo, gerido e mal mantido por nós, tem uma valência cada vez mais presente, a reciclagem. Água limpa fora de moda, agora caixas e até frig-oríficos, no chão arrebenta pneus com anzóis e até banheiras já apanhei. Irei apresentar proposta para projecto – “Porto de Pescas da Vila, a loja de objectos usados”

Concorrência leal ou falta de investimento

Já não bastavam as Casas Cheias e as Poupadinhas, agora out-ro império se instala em Rabo de Peixe – os chineses. Credo em Cruz, as gentes estão contra por causa do comércio tradicional, mas compram mais nas lojas do império do que nas antigas, por outro lado, os “velhos” comerciantes queixam-se, como irei vender alguma coisa com esta concorrência, então lhes digo, “velhos” que há muito se deveriam ter modernizado nas suas lojas e agora ao que me parece irão continuar na mesma, à sombra da bananeira e à espera do pagamento de alguns fia-dos.

Esse Rabo de Peixe tá de caixão à cova. Covas é o que não falta. E “catrapilhas” então. Basta a gente ir ao Caranguejo e enterra logo as botas. São buracos e mais buracos para fazer o sanea-mento básico. Eu mais o meu abençoado marido, a gente quer ver quem é que vai ligar as retretes aos tubos do caminho Não há monim e a assistência não dá para tudo. Era o que mais faltava, arrebentar com o mosaico do meu corredor para pas-sar um tubo para o esgoto. Nem pensar nisso.

No outro dia passei pela Assistência e fiquei assustada. Um segurança à porta todo o santo dia. Mas para que é isso? Na altura, a minha comadre Gervásia tava a passar e disse-me que era por causa das meninas. É que, um dia desses, um gábiru tentou aquecer o couro à menina d’ássistência. Catêdinha dela, além de riscarem o carro e arrebentarem os pneus, ainda lhe querem por um aparelho nos dentes. Louvado seja.

Quem é que não conhece a fofaco. Qualquer dia vão organizar um concurso de pesca grossa ao pé da nossa “querida” fofaco. Com a quantidade de poluentes que são descarregados no mar, a moby dick ainda é capaz de cá vir comer alguma coisinha. Ou será que vão fazer mais um filme de “O Tubarão Ataca”, mesmo ali ao lado? Eu já não percebo nada. Se fosse uma em-presa dum pobrinho, já tava fechada. Como é uma big one, até já dizem para o governo construir uma ETAR para eles. Xega Iéga!

É de chorar baba e ranho. Com tanta casa de gente sem recur-sos, que está a precisar de obras, o que será que anda a fazer a equipa de mestres que a gente paga com o dinheiro dos nossos impostos? Estarão a fazer umas obrazinhas para os lados da Ribeira Grande?Maybe…talvez!!!

Agora é que o Jé Lopes vai começar a coçar na cabeça. Estão a fazer mais uma bomba em Rabo de Peixe. É mais concor-rência. É home, não te preocupes, eles não vão mexer contigo. Tens bons preços, bom atendimento, só é pena que não queiras encher o depósito de graça à gente.

Ficha Técnica:DirectorCarlos Estrela

Sub-DirectorRui Faria

DesignPedro Ventura

ColaboradoresClaudio TerceiraSidónia GouveiaCarmen Amaral

Tiragem1500 exemplares

ImpressãoNova Gráfica