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Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 20172
Publisher Editora KSZDiretor Executivo Chico KertészEditor Felipe ParanhosProjeto Gráfico Marcelo Kertész
Grupo Metrópole Rua Conde Pereira Carneiro, 226 Pernambués CEP 41100-010 Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000
Editor de Arte Paulo BragaDiagramação Dimitri Argolo CerqueiraRedação Bárbara Silveira, Gabriel Nascimento e Matheus MoraisRevisão Felipe Paranhos
Fotos Tácio MoreiraProdução Gráfica Evandro BrandãoComercial (71) 3505-5022 [email protected]
Jornal da
Boca quente
...E PROVOCAÇÃOJá o líder da oposição na Casa, José Trin-dade (PSL), tem dito na Câmara que o ca-minho para os insatisfeitos é RC. Calma, nada de Roberto Carlos. Trata-se de Rui Costa. “Lá ele recebe de braços abertos, sem essa burocracia toda”, divertiu-se Trindade, que, em sua passagem pela li-derança do bloco oposicionista, acabou se tornando amigo do governador.
CORONETO O presidente da Assembleia Legis-lativa do Estado da Bahia, Angelo Coronel (PSD), anda cada vez mais solto, pintando e bordando em sua página do Instagram. Cheio de irre-verência, dia desses ele postou um vídeo com o neto mais novo, Diego Coronel, e já apelidou o menino de “Diego Coroneto”.
INSATISFAÇÃO... Um vereador da base aliada do prefeito de Salvador, ACM Neto, reclamou que o democrata não costuma receber os cor-religionários. “É péssimo de agenda. Mas eu só vou lá de seis em seis meses, por-que meu modo de fazer política é outro”, falou à coluna. Pelo jeito, a articulação feita por Bruno Reis para acalmar os alia-dos ainda não surtiu muito efeito!
CABELO CAINDO Falando em vereador, o fashionis-ta Igor Kannário (PHS), em um raro momento de descontração, confessou que tentou imitar o novo penteado do vice-líder do governo na Casa, Duda Sanches (DEM), mas não conseguiu. “Eu bem que tentei, mas meu cabelo está caindo. Fui pintar e está caindo... Aí barreou”, brincou.
PORTAS ABERTASFalando em receptividade, o abraço ca-rinhoso do governador Rui Costa (PT) no prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), deixou pulgas atrás das orelhas de muita gente no grupo políti-co de ACM Neto. Ronaldo não esconde de ninguém a vontade de disputar uma vaga ao Senado e já recebeu aceno posi-tivo da base governista.
INCÊNDIO EM CURSO Há algum tempo a cozinha do PPS baiano, comandada pelo deputado federal Arthur Maia, anda pegando fogo. Até que tenta-ram apagar o incêndio caseiro, mas parece que a água foi pouca e o foco não foi com-batido. Gato, cachorro, periquito e papa-gaio continuam insatisfeitos com o modus operandi de Maia. Acusam o parlamentar de ser centralizador demais.
tacio moreira/metropress tacio moreira/metropress reproducao
tacio moreira/metropresstacio moreira/metropresstacio moreira/metropress
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 20174
Fotos Tácio MoreiraTexto Felipe Paranhos e Gabriel [email protected]
“Não dou mais informações a vocês. E acabou”
Carlos Alberto do Espírito Santo, administrador da Hygia
Bahia
RASTRO DE PROBLEMACom quase 100 dias de administração, Instituto Hygia já deixa suas marcas na maior maternidade de Salvador
O Instituto Hygia adminis-tra a Maternidade de Referência Prof. José Maria de Magalhães Netto há três meses, mas tão pouco tempo já foi suficiente para que a organização social só colhesse insatisfação por parte de seus profissionais.
No último dia 17, médicos da maternidade paralisaram as atividades, reivindicando salá-rios atrasados e a regularização de seus vínculos de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed), o modelo de contrato de gestão é “fraudulento”, o que tem in-comodado os profissionais. “Os
médicos querem uma relação formal, com assinatura de suas carteiras e também o pagamen-to em dia”, afirma Francisco Ma-galhães, presidente do sindicato.
Mas, para quem conhece o histórico da Hygia, isso não surpreende. Acusada de deixar um rombo de mais de R$ 95 milhões no Hospital Munici-pal de Barueri, em São Paulo, a organização social deixou a cidade paulista pela porta dos fundos, com funcionários de-nunciando atraso de salários e falta do recolhimento do Fun-do de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). E, ainda assim, a Secretaria de Saúde do Es-tado da Bahia permitiu que a Hygia comandasse a maior ma-ternidade pública da cidade.
SINDICATO DOS MÉDICOS COGITA GREVEO presidente do Sindicato
dos Médicos da Bahia afirmou que uma nova paralisação de-pende das próximas reuniões que terão com o Instituto Hy-gia. “A expectativa que temos é a de que a gente consiga re-solver esse problema. Ficou patente pelos médicos a ne-cessidade de se resolver isso para que não venha acontecer uma greve por tempo indermi-nado. Isso pode vir a acontecer, a gente espera que não. Mas queremos, de uma forma ou de
outra, resolver essa situação. É a única coisa que queremos”, declarou Magalhães.
O sindicalista afirmou que a categoria está alerta para
reagir a novas irregularidades praticadas pela Hygia. “É uma pergunta difícil de se respon-der. Eu espero que aqui ela não venha trazer nenhum históri-co de dano ao trabalhador e a população. Estamos vigilantes. Toda essa demanda que temos hoje, temos sido vigilantes, te-mos contado com o Ministério Público do Trabalho. Quando a gente sente nenhuma con-dição de mudar [a situação], vamos para a Justiça buscar os nossos direitos”, falou.
Maternidade mais importante da capital é administrada pela Hygia desde o fim de janeiro; médicos já fizeram uma paralisação em abril
3 MESES
tem o Instituto Hygia no comando da Maternidade José Maria de Magalhães Netto
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 2017 5
Bahia
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) res-pondeu de maneira evasiva ao questionamento da Metró-pole sobre a insatisfação dos profissionais e o passado pro-blemático da Hygia. “A Sesab esclarece que não tem inge-rência sobre as contratações dos profissionais feitas pelo
Instituto Hygia”, declarou, por meio de nota.
No texto, a Sesab afirmou que paga regularmente a Hy-gia e as outras organizações sociais que que administram unidades de saúde, além de “fiscalizar o cumprimento de metas quantitativas e quali-tativas”.
SESAB FINGE QUE NÃO É COM ELA“EU NÃO QUERO OUVIR”
Recentemente, uma das ges-toras da Hygia assumiu à Metró-pole que trocou o “filé mignon” dos profissionais da maternida-de. Talvez para não ser traído pelas próprias palavras também, o administrador da Hygia, Carlos Alberto do Espírito Santo, rea-giu com agressividade ao ques-tionamento da Metrópole sobre a insatisfação dos profissionais. Interrompendo a pergunta da reportagem, afirmou, em tom professoral, que tínhamos a “obrigação” de procurar a asses-soria do Instituto. “Não quero ouvir. Não dou mais informações a vocês. E acabou. Bom dia”, dis-se, desligando o telefone. Apesar das dificuldades, funcionários tentam fazer o melhor trabalho possível na maternidade Secretário Fábio Vilas Boas não falou à reportagem. A pasta se posicionou por meio de nota
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Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 20176
Texto Matheus [email protected]
Bahia
COM GOSTO DE POLÊMICAÁgua de Mata de São João ainda é alvo de debate, mas Prefeitura já começa a contratar técnicos para municipalização
A verdadeira polêmica que se tornou a municipalização do sistema de água e sanea-mento de Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, ainda rende. Ques-tionado pela Metrópole, o prefeito Marcelo Oliveira (PSDB) garante que a recém--criada Empresa Municipal de Água e Esgoto (Emas) vai tratar e captar a água com a mesma qualidade da Empre-sa Baiana de Águas e Sanea-mento (Embasa), que prestou
serviços na localidade por 20 anos. “Tratar a água daqui não é a coisa mais difícil do mundo”, minimiza.
Já técnicos da Embasa re-batem e dizem que o municí-pio não tem experiência para desenvolver um serviço de tamanha complexidade como o tratamento e captação da água. “Temos um sistema bem rigoroso em relação a isso e não se sabe o que a Prefeitura pretende, está obscuro”, disse a gerente da unidade regional da Embasa em Camaçari, Jana-ína Santos.
A gerente da Embasa em Camaçari afirmou ainda que não sabe a intenção da Pre-feitura em relação ao trata-mento da água, principal-mente no litoral da região.
“É obscuro. A Embasa tem uma rotina criteriosa.
A água que é captada, antes de ser distribuída, é analisa-da, porque a água do rio está mais sujeita a contaminação. Acreditamos que a Prefeitura de Mata de São João não tem o know how para fazer isso”, disse Janaína Santos.
“NÃO TEM O KNOW HOW” “É FÁCIL”O prefeito de Mata de São
João, Marcelo Oliveira, mini-mizou a questão do tratamento da água e disse à Metrópole que a Emas já está contratando profissionais capacitados para trabalhar. Segundo ele, operar o tratamento é “relativamente fácil”. “O que nós precisamos ter é gestão, porque nós temos esse conhecimento. O conheci-mento técnico pode ser obtido com facilidade, chamando para a empresa os técnicos que já trabalham nas empresas tercei-rizadas que prestam serviços à Embasa”, disse.
Mata de São João é conhecida pela recorrente falta de água. A Prefeitura do município diz ser possível acabar com esta situação
Segundo Marcelo Oliveira, técnicos terceirizados da Embasa serão contratados pela Emas
Oposicionistas acusam prefeito de não discutir adequadamente a mudança com a população
“É obscuro. A Embasa tem uma rotina muito criteriosa”
Janaína Santos, gerente da unidade Camaçari da Embasa
yordam bosco/divulgacao
reproducao/facebook
yordam bosco/divulgacao
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 2017 7
O Hapvida fica muito feliz pela nova parceria com a Costa do Sauípe. Uma empresa que sabe valorizar
o que há de mais importante: a qualidade. Por isso, escolheu o Hapvida como plano de saúde dos seus
colaboradores. Um sistema de saúde que é apaixonado por cuidar bem das pessoas.
#hapaixonados
Bem-vinda, Costa do Sauípe,somos
por cuidar da saúde dosseus colaboradores.
www.hapvida.com.br/hapvidasaude /hapvida.saude
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 20178
“Essa solução, tal como está concebida, está um pouco ultrapassada”
Paulo Ormindo, arquiteto
BRT PODE JÁ NASCERVELHO Segundo dois dos mais renomados espe-
cialistas em arquitetura e urbanismo do estado, BRT de Salvador é uma solução “ultrapassada” e que “vai se esgotar” como modelo de transporte público
Se os planos da Prefeitura se cumprirem, até o final de 2019, Salvador terá a primeira par-te do Bus Rapid Transit (BRT) em funcionamento. De acordo com o anteprojeto encomenda-do pelo Município e criado pela empresa Prado Valladares, a pri-meira fase terá investimento de R$ 408 milhões e construção de corredores exclusivos que vão li-gar o Parque da Cidade à região da rodoviária, fazendo a inte-
gração com os modais. No total, já incluindo a se-
gunda fase do projeto, serão construídas 12 estações, 12 km de via e oito conjuntos de via-dutos ao longo da Av. Vasco da Gama, Rua Lucaia, Av. Juracy Magalhães e Av. ACM, desde a entrada da Estação da Lapa até a Estação de Integração Iguatemi. Mas grandes arquitetos baianos questionam a real utilidade do modal e dos viadutos, que estão sendo abandonados por cidades do Brasil e do mundo.
Em Bogotá, sistema de BRT é apontado como problemático menos de 20 anos após sua implementação. Futuro será sem o modal
O BRT de Salvador terá 12 km de vias e oito conjuntos de viadutos ao longo de quatro das principais avenidas da capital baiana
Bahia
O BRT deve chegar em Salvador com 19 anos de atraso em relação a Bogotá, na Colômbia. Por lá, o cha-mado Transmilênio, ins-talado em 2000, durante a gestão do prefeito Enrique Peñalosa, já é considerado defasado e não atende mais os 2 milhões passageiros di-ários da cidade.
De acordo com o gover-
no, apesar de grandes fisica-mente, os veículos possuem poucos assentos. Em pé, via-jam 190 passageiros, tota-lizando uma capacidade de 291 pessoas.
Para tentar solucionar a questão, a gestão estuda implantar o SITP (Sistema Integrado de Transporte), também formado por ônibus e micro-ônibus.
COLÔMBIA: BRT VAI FICAR NO PASSADO
reproducao/youtube
divulgação
reproducao/youtube
Texto Bárbara [email protected]
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 2017 9
Obras deverão ter custo de no máximo
R$ 408 milhões
BRT PODE JÁ NASCER
Construção de elevados e viadutos como solução de mobilidade é questionada por urbanistas
Bahia
Membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU/BA), Paulo Or-mindo avaliou o BRT de Salva-dor como uma ideia defasada. “Hoje, no primeiro mundo você tem linhas de ônibus expressas que correm em faixa exclusiva, mas que não se precisa fazer viaduto. Essa solução, como está concebida, é um pouco ul-trapassada”, avaliou.
Carl Von Hauenschild, mem-bro do Instituto de Arquitetos do Brasil, afirmou que a insti-tuição também tem ressalvas sobre o projeto. “Muitas vezes, as coisas que se faz a curto pra-zo, mais baratas, viram muito caras no futuro”, pontuou.
O chamado “emaranhado de viadutos” previstos também foi criticado por Paulo Ormin-do, que lembrou o movimento de retirada de viadutos que começa a ser feito por Rio de Janeiro e São Paulo. “O Rio tirou os viadutos ali na Pra-ça Mauá e botou como túnel para permitir essa circulação da população em direção ao
mar, a paisagem. Um viaduto desse gera uma desvalorização tremenda dos imóveis ao lado, porque cria uma zona de som-breamento, onde, inevitavel-mente, vão dormir mendigos e pessoas sem teto. E isso acaba criando uma desvalorização do uso social. Em São Paulo, eles estão querendo demolir o Mi-nhocão”, comparou.
Gerente de Projetos Es-tratégicos da Semob, Roberto Mussalem coordenou a elabo-ração do anteprojeto do BRT. À Metrópole, ele rebateu as de-núncias sobre os inúmeros via-dutos. “Esse anteprojeto é de responsabilidade da Prefeitura,
no qual houve uma grande par-ticipação da Semob, coordena-do pela Casa Civil. Não serão 12 viadutos, porque contamos mão e contramão. No primeiro trecho são três pares de viadu-tos, mais uma alça de ligação. Em vez de 12, são 7”, disse.
Hauenschild explica ainda que o BRT de Salvador, assim como em Bogotá e em Curiti-ba, vai se esgotar. Ainda se-gundo o membro do Instituto de Arquitetura, Salvador peca em não planejar o futuro.
“No Plano Salvador 500, que é um plano com visão de médio e longo prazo, a gente teria a visão do que a cida-de precisa, até uma rede de
transporte coletivo de alta e média capacidade — tudo que a gente não tem. Hoje nin-guém pode calcular [o esgo-tamento], essa base técnica de dados não está definida. Até um plano de mobilida-de, que está sendo iniciado, tem um enorme problema de não ter esse plano para dizer em quanto tempo se esgota”, criticou.
“AS COISAS QUE SÃO FEITAS A CURTO PRAZO, MAIS BARATAS, VIRAM MUITO CARAS NO FUTURO”
VIADUTOS NA CONTRAMÃO DE RJ E SP: “DESVALORIZAÇÃO”
PREFEITURA REBATE NÚMERO
BRT VAI SE ESGOTAR COMO MODAL
12estações terá o sistema de BRT de Salvador, que vai integrar Lapa e Iguatemi
Procurado pelo Jornal da Metrópole, o secretário mu-nicipal de Mobilidade, Fábio Mota, que havia afirmado des-conhecer a autoria do projeto, afirmou que a escolha da em-presa que será responsável pela execução da obra vai acontecer em breve, já que o edital de li-citação já foi publicado.
O processo de seleção é o Regime Diferenciado de Con-tratações (RDC), que determi-na a escolha pelo critério de menor preço, melhores tecno-logias e maior e melhor retor-no econômico.
EMPRESA SERÁ ESCOLHIDA EM BREVE
Questionado no início da semana, o secretário Fábio Mota disse não saber quem criou o projeto do BRT
reproducao/youtube
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 201710
Texto Felipe [email protected]
O advogado criminalista Ga-mil Föppel foi entrevistado por Chico Kertész na última segun-da (24), quando criticou proble-mas no rito processual por parte da Justiça, citando casos ligados à Operação Lava Jato.
“A gente que advoga, quan-do pede um meio de prova, às vezes ouve a expressão ‘chicana processual’. É como se alguém estivesse dizendo que estamos fazendo um tipo de moleca-
gem. Às vezes, um promotor fica quatro, cinco meses com autos de investigação para ofe-recer uma denúncia. No mo-mento em que a denúncia é recebida, o prazo da defesa é de dez dias. Atuei num caso que só de horas de interceptação tele-fônica, havia 800 horas. Como eu posso fazer uma defesa em dez dias? Aí você não ouve di-zer que isso é uma chicana com a defesa. Você não ouve o mes-mo inconformismo. O proces-so não pode ser encarado com predisposições”, disse.
Entrevista
“O PROCESSO NÃO PODE SER ENCARADO COM PREDISPOSIÇÕES”Föppel, um dos penalistas mais destacados do país, analisou o andamento dos processos da Lava Jato
Gamil Föppel, advogado
Föppel analisou também a pressão para que sejam acele-rados os processos da Lava Jato. “Me causou bastante estranheza um oficio do presidente nacio-nal da OAB [Cláudio Lamacchia] requerindo que a ministra pre-sidente do Supremo [Tribunal Federal, Carmem Lúcia] acelere
os processos da Operação Lava Jato. O Supremo tem ‘n’ proces-sos pendentes em julgamento. Por que a predileção por este em particular? Não há outros pro-cessos importantes pendentes? É só esse processo importante que o Supremo tem? É necessá-ria a voz do equilíbrio”, falou.
O advogado criticou ainda a determinação do juiz Sérgio Moro de que o ex-presidente Lula com-pareça a todas as audiências de instrução do seu caso: “A presença do réu é um direito. Ele não pode ser compelido a participar. Ao meu ver, houve erro. Não se pode que-rer, entre aspas, retaliar o réu por arrolar 80 e tantas testemunhas.”
PRESSA QUESTIONADA “HOUVE ERRO”
Polêmica determinação do juiz Sérgio Moro foi criticada por Gamil Föppel
Foto Tácio Moreira
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abr
Jornal da Metrópole, Salvador, 27 de abril de 2017 11
Texto Felipe [email protected]
Leia mais no
www.metro1.com.br
Entrevista
Mário Kertész reuniu, na última terça-feira (25), nos estúdios da Metrópole, Levi Vasconcelos, diretor do site Bahia.Ba, e Osvaldo Lyra, diretor-geral da TV Câmara, e Raul Monteiro, diretor do site Política Livre, para um debate sobre os efeitos da crise política e da Operação Lava Jato no futuro do país e nas eleições de 2018.
Levi, que também é titu-lar da coluna Tempo Presen-
te, do jornal A Tarde, acre-dita que o país vai “sangrar até 2018”. “É uma situação complicada. Estamos em um sistema político eleito neste modelo que agora está sendo criminalizado. Este já era o jogo, desde muito tempo. De uma hora pra outra, tudo isso virou crime, e a representa-ção política que temos é esta. A única regra certa para 2018 é que as campanhas não vão ter dinheiro, e o povo está dizendo: ‘Vou votar a favor da reforma da Previdência a troco de quê?’”, opinou.
Para Osvaldo, uma das maiores dificuldades que o Brasil vai enfrentar para superar a crise política é a ausência de soluções cla-ras. “Qual o modelo que nós vamos seguir? Vamos conseguir fazer mudanças até 2018? Acho muito difí-cil acontecer algum avanço
até o próximo ano. Quero ver como um candidato a governador vai pegar avião para fazer campanha no estado. De onde vai vir o dinheiro? Quem vai pagar a conta? Não tem uma so-lução”, afirmou Lyra, que também é colunista do jor-nal Tribuna da Bahia.
Um dos tópicos debatidos pelos jornalistas foi a possi-bilidade de o atual prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), ser candidato a presidente na eleição de 2018. Compa-rando Doria a Jânio Quadros, Levi afirmou: “O que Doria representa no Nordeste? Se botar Lula, dá de goleada. Se
Lula ficar impedido, tem Ciro Gomes. É o plano B do PT. E a oposição tem o quê? Dória?”.
Já para Raul, Doria é im-previsível. “Não acho João Do-ria a réplica de Jânio Quadros, mas é imprevisível. Ele é o único que, por não ter estado antes na política, não vai ter vínculo”, declarou.
“NÃO TEM UMA SOLUÇÃO”, AFIRMA LYRA LULA DARIA “GOLEADA” EM DÓRIA
Foto Tácio Moreira
A CRISE POLÍTICA BRASILEIRA DEBATIDA POR ESPECIALISTAS
Mário Kertész, Levi Vasconcelos, Os-valdo Lyra e Raul Monteiro conversa-ram sobre os desafios da política em meio à Operação Lava Jato e diante da aproximação das eleições de 2018
Levi Vasconcelos, Osvaldo Lyra e Raul Monteiro, jornalistas