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Ed. 5 do jornal da NCST/Paraná
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NCST/Paraná realiza Plenária Estadual em Foz do Iguaçu
NCST/Paraná saúda os Servidores Públicos 25/11: Dia de Combate à Violência Contra a Mulher
Ed. 5 - novembro de 2011
Nova Central terá 53 delegados na 1.ª Conferência Estadual do Emprego e Trabalho Decente
PALAVRA DO PRESIDENTE
EXPEDIENTE
Tem momentos em que a gente para e olha com atenção o trabalho que
vem construindo e vê com alegria e satisfação que as coisas caminham para
o caminho certo. Nossa plenária foi um sinal disso. Mais de 150 dirigentes de
todo o estado reunidos, trocando experiência e debatendo os rumos da nossa
entidade. Essa disposição toda é uma demonstração de que não somos uma
central de uma pessoa ou de um grupo fechado, mas que é construída na base,
cotidianamente, por companheiras e companheiros de todo o estado.
Não é por acaso que hoje temos a necessidade de criar secretarias para o fun-
cionalismo público, metalúrgicos, trabalhadores e setor de alimentação. É mais
uma prova de que nosso trabalho está se ampliando e é para marcar isso que
dedicamos um texto desta edição em especial para os funcionários do serviço
público, falando de sua importância e convidando-os a somarem nessa luta.
Uma importante caminhada que traçamos foi a participação nas Conferên-
cias Macrorregionais do Trabalho Decente. Novamente em todo o estado nos-
sos sindicatos marcaram presença e alcançamos uma delegação imponente:
seremos 30% dos delegados representantes de trabalhadores na Conferência
Estadual. Relatamos aqui também a audiência organizada pelo FST e CFT na
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná para marcar a defesa da CLT.
E como a tarefa de uma central é abranger todas as lutas dos trabalhadores,
lembramos aqui duas datas que não podem passar batidas: o Dia da Consci-
ência Negra e o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher.
Apesar de parecerem questões específicas, para nós são temas que devem estar
na agenda de todo trabalhador e sindicalista. Seguimos com desafios, como a
luta para a consolidação do mínimo regional, mas com segurança de saber que
não estamos sozinhos nestas batalhas.
28 e 29/11Denilson Pestana toma posse como representante da NCST
nacional na Comissão Tripartite Paritária e Permanente (CTPP)
Brasília
30/11Seminário Nacional de Organização da NCST
Representante do PR: Alcir Ganassini
Brasília
01/12Reunião da Direção Nacional
da NCSTBrasília
02/12Plenária do Conselho
Deliberativo da NCST nacionalBrasília
05/122ª rodada de negociação do
piso mínimo regional Curitiba
5 a 9/12Encerramento do Curso de
Formaçãode Dirigentes Sindicais
RodoviáriosMonte Sião, BR 277 Km 147
08/12Reunião da diretoria da
FetraconsparCuritiba
12 e 13/12Reunião da Contricom
Brasília
AGENDA
Denilson Pestana da Costa é presidente da NCST/Paraná
Jornal da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado do ParanáPraça General Osório, n.º 45, Sala 806/807 Curitiba - Paraná (41) 3022-2410 [email protected] | www.ncstpr.org.brTiragem: 3 mil exemplares
Redação, projeto gráfico e diagramação:Banquinho PublicaçõesRua Fernandes de Barros, n.º 55Curitiba - Paranábanquinho@banquinhopublicacoes.com.brwww.banquinhopublicacoes.com.br
Colaboração Márcio Andrade.
ESTAMOS DE OLHODepois de três meses de enrolação da patronal, finalmente acon-
teceu a primeira reunião de negociação de uma política perma-
nente para o piso mínimo regional do Paraná, no último dia 16/11.
A Nova Central foi indicada pelas outras centrais para representar
os trabalhadores e vai estar alerta para não permitir que o mínimo
regional vá para a geladeira.
JORNAL DA NCST/PARANÁ 3
NCST/Paraná terá 53 delegados na 1.ª Conferência Estadual do Trabalho Decente
Seis conferências macrorregionais
sobre o Trabalho Decente foram re-
alizadas em outubro e novembro em
Pato Branco, Cascavel, Maringá, Lon-
drina, Matinhos e Ponta Grossa, reu-
nindo mais de 2 mil pessoas em deba-
tes sobre as relações de trabalho e os
pontos que necessitam ser debatidos
para se avançar na consolidação do
Trabalho Decente no estado.
Nas Conferências Macrorregionais
580 delegados representantes de ins-
tituições governamentais, entidades
representantes de trabalhadores e
empregadores, assim como de ou-
tras organizações da sociedade civil,
legalmente constituídas, interessadas
e comprometidas com o tema foram
eleitos para I Conferência Paranaense
do Emprego e Trabalho Decente. Des-
te total, 30% (174) são da bancada dos
trabalhadores, sendo que desta ban-
cada 30% (53) são de representantes
da NCST/Paraná.
De todos estes 580 delegados, 50
representarão o Paraná na Conferên-
cia Nacional do Trabalho Decente,
programada para maio de 2012.
AvaliaçãoA realização das conferências ma-
crorregionais foi um grande avanço
para o Paraná, pois dá sustentação
para a organização da Conferência
Estadual, permitindo a construção de
uma política de proteção, com o ob-
jetivo de garantir que os direitos dos
trabalhadores não sejam violados.
Os debates em nível regional pos-
sibilitaram avanços, de forma abran-
gente, nas questões que envolvem o
combate à informalidade, ao trabalho
escravo, à exploração sexual de crian-
ças e adolescentes e à pobreza extre-
ma, que ainda penaliza a população.
As centrais sindicais se reuniram
na sede da NCST/Paraná após a rea-
lização de todas as conferências re-
gionais para avaliar a participação da
bancada trabalhista e as propostas
eleitas nestes encontros e que serão
debatidas na conferência estadual.
Representantes das centrais se reunem na sede da Nova Central para avaliar conferências regionais
4 JORNAL DA NCST/PARANÁ
NCST/Paraná realiza Plenária Estadual em Foz do Iguaçu
Ocorreu nos dias 17 e 18 de outubro em Foz do Igua-
çu, a Plenária Estadual da Nova Central Sindical de Traba-
lhadores do Estado do Paraná (NCST/Paraná). O evento
realizado no Hotel Carimã contou com a presença de
mais de 150 dirigentes sindicais em todo o estado.
O cientista político e diretor de documentação do
Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap), Antônio Augusto de Queiroz, fez uma análise
do governo Dilma Roussef, do Congresso Nacional e da
Agenda Trabalhista das Centrais Sindicais. Ele traçou um
panorama da conjuntura política e econômica fazendo
um paralelo com a agenda das centrais, que têm como
objetivo principal a redução da jornada de trabalho de
44 para 40 horas semanais; o investimento de 10% do PIB
em educação; a valorização do salário mínimo e a regula-
mentação da terceirização.
O Dr. Sandro Lunard Nicoladeli, advogado trabalhista,
ministrou palestra sobre a Agenda do Emprego e Traba-
lho Decente. Apesar de possuir legislação sobre o tema,
o Paraná ainda possuí problemas no campo trabalhista,
como argumenta o presidente da Nova Central, Denílson
Pestana da Costa: “não podemos permitir que um dos
estados mais ricos da federação tenha trabalho infantil e
trabalhadores em regime análogo à escravidão”.
PAUTA E NOVAS SECRETARIASA pauta da plenária foi a discussão e aprovação do re-
latório de atividades praticadas pelo presidente e direto-
ria da Nova Central e da prestação de contas da entidade,
referentes ao exercício de 2012. Para o debate das contas,
que foram aprovadas por unanimidade, houve apresen-
tação de balancetes e do parecer do Conselho Fiscal.
Outro momento importante foi a instituição, eleição
e posse dos membros das Secretárias Estaduais do Plano
dos Servidores Públicos, da Alimentação, Agricultura e
dos Metalúrgicos. Para a Secretaria Estadual dos Traba-
lhadores Metalúrgicos foi nomeado Carlesso, do Sindi-
movec (Campo Largo). Há 13 anos o sindicalista batalha
na busca de melhores condições aos trabalhadores da
base e pela liberação do registro sindical.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos
Municipais de Campo Largo, Juliano Castagnoli, foi no-
meado secretário adjunto na Secretaria Estadual de Ser-
vidores Públicos. Para ele a NCST/Paraná deu um passo
importante de aproximação com este setor no apoio
dado à greve dos guardas municipais de Campo Largo.
(Leia mais sobre atuação no serviço público na página 4).
Jairo Tavares, integrante do Sindicato dos Trabalha-
dores Rurais de Maringá, passa a ser o responsável pela
Secretaria Estadual dos Trabalhadores Rurais da NCST/
Paraná. Tavares explica que com a modernização da agri-
cultura, também mudaram as relações de trabalho, o que
gera uma necessidade de atualização por parte do sin-
dicalismo “os estatutos dos sindicatos de trabalhadores
rurais foram feitos por trabalhadores de 50 anos atrás,
mas hoje você tem operadores de trator, colheitadeira,
máquinas que custam centenas de milhares de reais. A
responsabilidade é muito maior”.
Foi ainda nomeado como Secretário Estadual dos Tra-
balhadores na Alimentação da NCST/Paraná o represen-
tante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da
Alimentação de Paranaguá (Stia), Sergio Aparecido Mari-
nho, que agradeceu a confiança depositada e assumiu o
compromisso de mobilizar toda a categoria para a soma
de companheiros nessa luta.
A plenária, que reafirmou a luta pela aprovação dos
projetos de interesse dos trabalhadores constantes da
agenda trabalhista das centrais sindicais, contou ainda
com a ilustre presença do Presidente da Nova Central
Nacional, José Calixto Ramos, que fez um balanço geral
sobre o plano de ação da NCST e falou também sobre a
crise econômica mundial e os impactos desta nas nego-
ciações salariais.
Acima: Denilson apresenta as novas secretarias da Nova Central; na direita: 150 dirigentes participaram da plenária.
Carta de Foz do Iguaçu, 18 de outubro de 2011
A NCST/PR (Nova Central Sindi-
cal de Trabalhadores do Paraná), em
Plenária Estadual realizada na cidade
de Foz do Iguaçu-PR, nos dias 17 e 18
de outubro de 2011, com o objetivo
de realizar um balanço de suas ações
a nível Estadual e Nacional e reafir-
mar compromissos, traçar um pla-
no de ação com base na conjuntura,
que norteiem as ações das entidades
filiadas e dos dirigentes sindicais vin-
culados a Central, que nasceu pela
vontade dos trabalhadores com inde-
pendência política e comprometida
com a defesa da unicidade sindical,
representação por categoria, inclu-
sive diferenciada e dos direitos e rei-
vindicações da classe trabalhadora
brasileira, como forma de incremen-
tar o desenvolvimento e fazer justiça
social, ratificando os pontos funda-
mentais de seus princípios.
Ano passado a NCST-PR teve um
papel determinante para que o governo
Beto Richa não retrocedesse na institui-
ção no piso mínimo regional, com atu-
ação firme, garantiu aos trabalhadores
do Estado a manutenção do maior piso
regional do Brasil, mantendo a diferen-
ça do salário mínimo nacional em 30%.
Neste ano recebeu a tarefa das demais
Centrais Sindicais do Estado de repre-
sentar os trabalhadores nas negocia-
ções da política de valorização do piso
mínimo regional. Diante disso, a NCST-
-PR, exigirá do Governo e dos Patrões,
que os avanços conquistados até o pre-
sente momento sejam mantidos, e que
seja estabelecida uma política perma-
nente de reajustamento do piso míni-
mo regional, com base na reposição da
inflação de acordo com o INPC e com
aumento real baseado no PIB Estadual.
A plenária reafirmou a luta pela
aprovação de projetos de interes-
ses dos trabalhadores constantes da
agenda trabalhista das centrais sindi-
cais, e realizará campanha junto aos
Deputados Federais e Senadores do
Paraná pela redução da jornada de
trabalho - sem redução de salários -
de 44 para 40 horas semanais; pelo
fim do fator previdenciário; pela valo-
rização do trabalho; pela contribuição
compulsória em favor das entidades
sindicais brasileiras, regulamentação
da terceirização, regulamentação da
Convenção 151 da OIT, não aprova-
ção da PEC 369, mudança da política
econômica com a redução da taxa de
juros, fortalecimento da economia in-
terna, ratificação da convenção 158
da OIT – fim das demissões imotiva-
das, reforma agrária e valorização da
agricultura familiar, revogação de dis-
positivo da emenda 45 que estabelece
o comum acordo para o ajuizamento
de dissídio coletivo. Ratificou a ne-
cessidade de participação ativa dos
líderes sindicais na Conferência do
Emprego e do Trabalho Decente.
A Nova Central, autônoma e in-
dependente em relação a partidos e
governos, terá um papel estratégico
nas eleições de 2012, incentivando
os dirigentes sindicais e militantes a
se engajarem como candidatos nas
eleições para prefeito, vice-prefeito
e vereadores. Realizará no inicio de
2012, Seminário com o tema A Nova
Central Sindical de Trabalhadores do
Paraná e as Eleições 2012, elaborando
uma plataforma a ser defendida pelos
candidatos nas eleições vindouras.
Investirá ainda na formação política
dos seus dirigentes, visando maior in-
teração e participação dos dirigentes
sindicais na política partidária.
No plano interno da Nova Central-
-PR, a perspectiva de crescimento da en-
tidade continua elevada. A criação das
secretarias estaduais dos trabalhadores
metalúrgicos, na alimentação, rurais e
dos serviços públicos e o estabelecimen-
to de políticas para estas categorias, sig-
nificam um novo marco na atuação da
central para os próximos anos.
Por fim, a Plenária resolve indicar
os seguintes pontos de atuação para a
Nova Central Sindical no âmbito esta-
dual e nacional: Investindo na política
de comunicação com a modernização
do site na internet; investindo na con-
tratação de profissionais de imprensa,
assessoria econômica e jurídica (in-
clusive realizando encontro de asses-
soria jurídica das entidades filiadas), a
fim de dar mais visibilidade as bandei-
ras de luta da NCST, realizando reuni-
ões periódicas com os seus dirigentes
nacionais e os presidentes das NCST
Estaduais. Estabelecer uma ação estra-
tégica com planejamento de ativida-
des para consolidação da política de
gênero no âmbito da central. Indicar
como prioridade para a Nova Central
a intervenção no âmbito do Merco-
sul, com a necessária filiação na Co-
ordenadoria das Centrais Sindicais do
Cone Sul, visando qualificar e interna-
cionalizar sua ação sindical. Incorpo-
rar a agenda do trabalho decente para
o enfrentamento das desigualdades
sociais e econômicas, qualificando a
intervenção e a luta sindical dos tra-
balhadores. Retomar a pressão junto
ao Congresso Nacional com o objetivo
de aprovar a PEC 248 que trata da con-
tribuição negocial, impedir a aprovação
pelo Congresso Nacional dos seguin-
tes Projetos de Lei: PL 4.330/2004, que
regulamenta a terceirização, precariza
direitos e desobriga o contratante de
responsabilidade solidária; PL 948/2011
que tem por finalidade impedir que o
empregado demitido possa reclamar
na justiça do trabalho qualquer direi-
to trabalhista que não tenha sido ex-
pressamente da rescisão contratual; PL
951/2011, que cria o simples trabalhis-
ta para as pequenas e micro empresas,
com redução de direitos trabalhistas
dos empregados desses estabeleci-
mentos; PL 1.463/2011, que cria o có-
digo de trabalho com prevalência do
negociado sobre o legislado; PEC 369,
que trata da reforma sindical, por fim,
radicalizar na defesa da estabilidade
dos dirigentes sindicais.
Foz do Iguaçu, 18 de outubro de 2011.
Diretores e delegados presentes à Plenária da Nova Central Sindical de Trabalhadores do Estado do Paraná
JORNAL DA NCST/PARANÁ 5
A NCST/PR, autônoma e independente em relação a partidos e governos, incentivará os dirigentes sindicais e militantes a serem candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores. Realizará no início de 2012, um seminário com o tema "A Nova Central Sindical de Trabalhadores do Paraná e as Eleições 2012".
6 JORNAL DA NCST/PARANÁ
NCST/Paraná saúda os Servidores Públicos
Denilson Pestana e Juliano Castagnoli participam de audiência em defesa da regulamentação da Convenção 151 da OIT, em Brasília.
No dia 28 de outubro comemorou-se o Dia do Ser-
vidor Público — trabalhador essencial para o funcio-
namento dos serviços mais necessários para o povo
brasileiro. A Nova Central, desde a sua fundação, se
preocupa em lutar pela valorização do funcionalismo
público, seja ele federal, estadual ou municipal. Prova
disso é que entre os principais pilares que compõem
a NCST desde sua fundação, está a Confederação Na-
cional dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), enti-
dade sindical de terceiro grau que tem encabeçado as
principais discussões em defesa destes trabalhadores
no Congresso Nacional.
Muitos sindicatos de servidores públicos não estão
filiados a nenhuma central sindical por não concorda-
rem com a incoerência como algumas tem se porta-
do. A Nova Central tem como uma de suas premissas
principais não ter vínculo partidário, o que garante
idoneidade para apoiar abertamente os trabalhadores,
independente de qual partido esteja no poder.
Secretaria Estadual dos Servidores PúblicosDurante a realização da Plenária Estadual da
NCST/Paraná deste ano foi criada a Secretaria Es-
tadual dos Servidores Públicos, que tem à frente os
companheiros William José da Silva Costa (Secretá-
rio) e Juliano Castagnoli (Secretário Adjunto). Ape-
nas uma semana depois da criação da pasta, o novo
secretário adjunto já esteve em Brasília para acompa-
nhar a audiência pública sobre a regulamentação da
Convenção 151 da OIT.
Dinamismo e luta incondicional pelo avanço dos
trabalhadores tem sido a marca da Nova Central no
Paraná. Com os Servidores Públicos não será diferen-
te. Neste dia tão especial, saudamos todos os servi-
dores e conclamamos todos os sindicatos que os re-
presentam a conhecer o trabalho da NCST/Paraná.
Estamos de portas abertas e prontos a dar toda a as-
sistência necessária para a luta por melhores salários
e condições de trabalho desta categoria.
CRIAÇÃO DA SECRETARIA ESTADUAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA NOVA CENTRAL REITERA COMPROMISSO DA ENTIDADE COM A LUTA DO FUNCIONALISMO PÚBLICO
JORNAL DA NCST/PARANÁ 7
O dia 20 de novembro foi escolhido para ser o Dia da Consci-
ência Negra por que nesta data, há mais de 300 anos atrás, mor-
reu o líder negro Zumbi dos Palmares. Zumbi foi assassinado
por lutar contra a escravidão com a criação e manutenção do
Quilombo dos Palmares, comunidade em que os negros viviam
livres escondidos no interior da Bahia (hoje Alagoas).
Zumbi nos dá esperança e nos faz lembrar a importância
da luta do povo negro. Não basta que nossa Constituição Fe-
deral garanta direitos iguais para todos se por quatro séculos
existiu escravidão em nosso país. Pelos números do Censo do
IBGE negros e pardos ganham por mês em média metade (R$
834,00) do que ganham os brancos (R$ 1.538,00). Esta diferença
é inadmissível e é preciso acabar com ela para esta igualdade
ser verdadeira.
Para alterar esta estrutura, acreditamos que o acesso à edu-
cação cumpre um papel fundamental. Por isso a NCST/Paraná
na figura do diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-
trias da Construção e do Mobiliário de Londrina (Sintracom
Londrina), José Aparecido Martins, faz parte do Conselho Uni-
versitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde
recentemente contribuiu para a ampliação do sistema de cotas
da Universidade. A partir de agora 20% das vagas de todos os
cursos serão destinadas à população negra oriunda de escola
pública.
A escola também deve trabalhar para combater o preconceito
que, infelizmente, ainda existe na nossa sociedade. As iniciativas
que obrigam o ensino da história dos povos africanos são impor-
tantes para o reconhecimento deste grupo na história do Brasil.
Mas outro dado do Censo é motivo para comemorarmos:
pela primeira vez menos da metade da população brasileira se
auto-declarou branca. Não é que o país esteja "enegrecendo",
mas cada vez mais negros e pardos perdem a vergonha e pas-
sam a ter orgulho de sua cor.
A NCST/Paraná se orgulha da luta do negro contra a discri-
minaçãol e está ativamente em busca de igualdade de oportu-
nidades e de salários entre negros, brancos, pardos, amarelos e
qualquer outra etnia, contra qualquer tipo de preconceito.
Uma audiência pública em defesa da Con-
solidação das Leis Trabalhistas (CLT) ocorreu
em 31 de outubro no plenarinho da Assem-
bleia Legislativa do Paraná (Alep) a partir de
proposição do deputado Reni Pereira (PSB), 2º
secretário da casa. A mesa foi presidida pelo
coordenador do Fórum Sindical de Trabalha-
dores (FST) Nacional, Lourenço Prado, e é par-
te da Campanha Nacional em Defesa da CLT
lançada pelo fórum em agosto.
A NCST/PR foi a única central a apoiar e
estar presente no evento. Além do presidente
Denilson Pestana, compareceu o presidente
da Fetraconspar e vice-presidente nacional da
NCST, Geraldo Ranthum, em conjunto com
diversos outros dirigentes sindicais regionais e
nacionais. No encerramento o professor de Di-
reito da UFPR, Dr. Sandro Lunard, citou o histó-
rico da CLT e alertou "ou temos a CLT ou temos
a barbárie".
Passados 68 anos da vigência da CLT -o
diploma legal que garante a cidadania e a
dignidade do trabalhador brasileiro- não fal-
ta quem queira revogá-la. Os patrões usam o
argumento de que flexibilizando a legislação
trabalhista a economia vai gerar mais empre-
gos, o que é uma mentira, pois não é aten-
tando contra os direitos dos trabalhadores e
contra os seus rendimentos que seremos uma
nação forte.
As bandeiras de luta da campanha são:- pela rejeição do atual PL 1.463/2011, que
cria o Código de Trabalho e flexibiliza os di-
reitos trabalhistas;
- pelo fim das práticas antissindicais;
- pela redução da Jornada de Trabalho;
- pela regulamentação da Contribuição As-
sistencial - PL 6.708/2009;
- pela Manutenção da Contribuição Sindical
compulsória;
- pela estabilidade para os Dirigentes Sindicais
e Membros Eleitos da CIPA PL 6.706/2009;
- pelo Fim do Fator Previdenciário;
- pela Reforma Política e Tributária;
- pela Regulamentação da Lei de Greve e,
pela extinção do Interdito Proibitório;
- pela revogação do Inciso IX, § 2º, do Artº 114
da Constituição Federal (Comum Acordo);
- pela Segurança e Saúde do Trabalhador.
Dia da Consciência Negra: a luta pela igualdade e contra o racismo não pode parar
NCST/PR participa de audiência pública em defesa da CLT no Paraná
8 JORNAL DA NCST/PARANÁ
Em 25 de novembro de 1960 as ir-
mãs dominicanas Patria, Minerva de
Maria Mirabal –conhecidas como Las
Mariposas – foram brutalmente assassi-
nadas por fazerem oposição à ditadura
militar daquele país. Para marcar o sacri-
fício destas e de tantas outras mulheres
guerreiras a data foi instituída pela ONU
em 2009 como Dia Internacional da Eli-
minação da Violência Contra a Mulher.
Não é um momento de comemo-
rarmos, mas de nos perguntar: por que
precisamos falar da violência contra
a mulher em pleno século 21? É uma
pena, mas deve-
mos aproveitar
este momento
para ficarmos vi-
gilantes e atentos
ao que tem sido
feito para minimi-
zar a desigualdade
entre os sexos em
nosso país.
Um importante
avanço em 2006 foi a promulgação da
Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor
na punição de agressões domésticas e
familiares. Para que tal lei não seja letra
morta, duas coisas são fundamentais:
ela ser propagandeada entre a popula-
ção e a criação de delegacias especializa-
das, juizados e instrumentos desse tipo.
Avançamos a passos lentos. São
84 novas Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (DEAM) desde
o início da Lei até agora, sendo 491 em
todo o Brasil e 13 no Paraná, segundo
dados da Secretaria de Políticas para as
Mulheres do Governo Federal (SPM).
Como este número é pequeno, muitos
casos acabam nas delegacias comuns e
é frequente que as agredidas sejam des-
qualificadas por juízes e policiais quan-
do vão dar queixa.
Além do aumento do número de
Delegacias da Mulher,
a Nova Central Sindical
de Trabalhadores defen-
de que elas funcionem
24 horas por dia, pois o
maior índice de violên-
cia doméstica ocorre de
noite ou de madrugada.
Isso porque o principal
lugar em que a violência
ocorre é dentro de casa,
por parte do próprio namorado, esposo
ou companheiro, como verificou o Se-
gundo Anuário das Mulheres Brasileiras
do Dieese. Por isso é importante que dia
e noite a delegacia ofereça todos os ser-
viços e não apenas registre queixa. Alem
disso é necessário unidades no interior
e nos bairros afastados das pequenas ci-
dades para garantir o acesso das mulhe-
res mesmo de madrugada.
Diante disso, também são neces-
sários outros equipamentos públicos
como as casas abrigo que podem aco-
lher as vítimas e seus filhos, porém só há
cinco no Paraná e 72 em todo o país.
A falta de ampliação destes serviços
nos preocupa, em especial se conside-
rarmos que a SPM teve uma redução de
orçamento de 51,5% considerando o que
foi gasto de janeiro até agora, comparado
com o mesmo período do ano passado.
Não podemos deixar
de citar um fato que,
mesmo que indireta-
mente, gera violência
contra a mulher — a di-
ferença entre os salários
de homens e mulheres. É
um absurdo pensar que
isso ainda exista, mas
está lá no Censo 2010
que o salário médio das
mulheres (R$ 983,00) corresponde a
apenas 70,6% do salário médio dos ho-
mens (R$ 1.392,00).
Além de ser uma violência indireta,
a diferença salarial reforça a dependên-
cia feminina em relação aos homens, o
que torna mais difícil que ela denuncie
um agressor caso necessário. A situação
é ainda mais triste se considerarmos que
as mulheres negras chegam a ganhar 40%
do que ganham os homens brancos.
Também temos que estar unidos na
luta contra o assédio moral, que não é
exclusividade feminina, mas que no caso
das mulheres é muitas vezes pior ainda
por coexistir com o assédio sexual. Esta
luta deve ser coletiva, de mulheres e ho-
mens em conjunto com os sindicatos
para não permitir estas atitudes em am-
biente de trabalho.
Não podemos tolerar um Brasil em
que cinco mulheres
são espancadas a
cada dois minutos
e dez mulheres são
mortas por dia,
como ocorre hoje.
Neste dia 25 todos
devemos reforçar
esta luta que é de
toda a sociedade.
Denilson Pestana da Costa, presi-dente da NCST/Paraná
Nádia Beatriz Graff, diretora para Assuntos da Mulher, do Idoso, da Ju-ventude, de Gênero e da Igualdade Racial da NCST/Paraná
25/11: Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher
‘‘MUITOS CASOS
ACABAM NAS DELEGACIAS
COMUNS E AGREDIDAS SÃO
DESQUALIFICADAS POR JUÍZES E
POLICIAIS ‘‘TEMOS QUE ESTAR
TODOS UNIDOS NA LUTA CONTRA O
ASSÉDIO MORAL, QUE PODE SER
PIOR POR COEXISTIR COM O
ASSÉDIO SEXUAL