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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinha jornal abrantes de JUNHO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5532 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA GRATUITO EM ABRANTES FESTA É FESTA CADEIAS VELHAS MAÇÃO Municípios de Constância e Sardoal transformam antigas prisões em polos culturais. Pág. 27 Governo quer práticas florestais de Mação, assentes no minifúndio, replicadas em todo o país. Pág. 9 Entre 9 e 14 de junho, Vila Nova da Barquinha não vai parar! O espaço premiado do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no centro histórico da António Zambujo, Expensive Soul, Diabo na Cruz e David Antunes são os cabeças de cartaz das Festas de Abrantes. De 9 a 14 de junho são esperados milhares de visitantes atraídos às praças do centro histórico, onde decorrem os espetáculos a diferentes horas do dia e da noite, todos com entrada livre. Pág.13 Com este número do Jornal de Abrantes chega mais uma edição do ESTAJornal, o jornal laboratório feito pelos estudantes de Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA). Miguel Araújo, Virgem Suta e muita animação na Feira do Tejo vila, vai acolher mais uma edição do maior evento anual em Vila Nova da Barquinha. A entrada é livre. Pág. 21

Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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Jornal de Abrantes, Sardoal, Mação, Vila de Rei, Constância e VN Barquinha

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Mação, Sardoal, Vila de Rei, Abrantes, Constância e Vila Nova da Barquinhajornal abrantesde

JUNHO 2015 · Diretora HÁLIA COSTA SANTOS · MENSAL · Nº 5532 · ANO 115 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITAGRATUITO

EM ABRANTES FESTA É FESTA

CADEIAS VELHASMAÇÃO

Municípios de Constância e Sardoal transformam antigas prisões em polos culturais. Pág. 27

Governo quer práticas florestais de Mação, assentes no minifúndio, replicadas em todo o país. Pág. 9

Entre 9 e 14 de junho, Vila Nova da Barquinha não vai parar! O espaço premiado do Parque de Escultura Contemporânea Almourol, no centro histórico da

António Zambujo, Expensive Soul, Diabo na Cruz e David Antunes são os cabeças de cartaz das Festas de Abrantes. De 9 a 14 de junho são esperados milhares de visitantes atraídos às praças do centro histórico, onde decorrem os espetáculos a diferentes horas do dia e da noite, todos com entrada livre. Pág.13

Com este número do Jornal de Abrantes chega mais uma edição do ESTAJornal, o jornal laboratório feito pelos estudantes de Comunicação Social da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA).

Miguel Araújo, Virgem Suta e muita animação na Feira do Tejo

vila, vai acolher mais uma edição do maior evento anual em Vila Nova da Barquinha. A entrada é livre. Pág. 21

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2 JUNHO 20152015ABERTURA

O castelo de Abrantes, fortaleza ex-libris da cidade que está a assinalar 99 anos, é, tão só, o monumento mais visitado da fl orida e fresca Abrantes. Em época de festa, e porque os visi-tantes, turistas e residentes, continuam a querer visitar tão grandioso monumento e os seus ma-jestosos jardins, não deveria ser descurada a sua segurança. E são só necessários uns quantos ti-jolos e um pouco de cimento para dar outra ima-gem da nossa cidade e evitar um qualquer inci-dente menos agradável.

Governar também

é fazer opçõesAs Festas de Abrantes continuam

com a aposta em valorizar o centro histórico. A autarquia entende que o modelo funciona, embora algu-mas conversas na cidade apontem para outros gostos. Sim, talvez os grandes concertos pudessem ser feitos noutros espaços, como já fo-ram. Mas, se assim fosse, perdia-se em ambiente. Uma praça comple-tamente cheia proporciona espec-táculos mais próximos, com mais ligação entre os músicos e o público. A moldura humana fi ca mais com-posta e a verdade é que tem havido lugar para todos.

Por outro lado, talvez alguns abrantinos gostassem de voltar a ter o artesanato concentrado no mesmo espaço, para passar de bar-raquinha em barraquinha. Mas o ar-gumento da autarquia também faz sentido. A distribuição dos artesãos e dos criativos pelo centro histórico, inclusivamente por lojas devolutas, funciona como um convite para que as pessoas circulem pelas ruas, dando uma vida especial à cidade.

Tudo é discutível e opiniões con-trárias certamente que terão aos seus fundamentos. Mas governar também signifi ca fazer opções. E al-gumas nem sempre são compreen-didas no momento…

FICHA TÉCNICA

DiretoraHália Costa Santos

(TE-865)[email protected]

RedaçãoJoana Margarida Carvalho

(CP.9319)[email protected]

Mário Rui Fonseca (CP.4306)

[email protected]

ColaboradoresAlves Jana, André Lopes

e Paulo Delgado

PublicidadeMiguel Ângelo

962 108 [email protected]

Cristina [email protected]

Departamento FinanceiroÂngela Gil (Direção) Catarina Branquinho

244 819 [email protected]

Produção gráficaSemanário REGIÃO DE LEIRIA

Design gráfico António Vieira

ImpressãoUnipress Centro Gráfico, Lda.

ContactosTel: 241 360 170Fax: 241 360 179

[email protected]

Editora e proprietáriaMedia On

- Comunicação Social, Lda.Capital Social: 50.000 eurosNº Contribuinte: 505 500 094

Av. General Humberto Delgado Edf. Mira Rio,

Apartado 652204-909 Abrantes

Detentores do capital socialLena Comunicação SGPS, S.A. 80%

Empresa Jornalística Região de Leiria, Lda. 20%

GerênciaFrancisco Rebelo dos Santos,

Joaquim Paulo Cordeiro da Conceição e Paulo Miguel

Gonçalves da Silva Reis.

Tiragem 15.000 exemplaresDistribuição gratuitaDep. Legal 219397/04

Nº Registo no ICS: 124617

jornal abrantesde

Joaquina Nunes80 anos, Abrantes

Eu gosto de ver tudo e percorrer todas as praças, embora com a mi-nha idade já seja difícil ir a todo o lado. Só não gosto das bandas de garagem. É muito barulho para a minha idade. Mas adoro ver o ar-tesanato, o folclore e as pessoas, e faço sempre questão de comprar mel e um ou outro docinho.

Maria Marques48 anos, Abrantes

A parte que eu mais gosto das fes-tas da cidade é a zona dos comes e bebes. Mas gosto de tudo, de uma maneira geral. Gosto de passear pe-los largos, ver o movimento e falar com as pessoas conhecidas. Mas agora, com tudo separado pelas vá-rias praças, já não me dá para ir a todo o lado.

Fátima Joaquim47 anos, Abrantes

Eu gostava mais do outro modelo de festa, quando estava tudo con-centrado num único sítio e não tão disperso. Era melhor e penso que era mais benéfi co para todos. Gosto da parte do artesanato e dos petis-cos mas não vou aos concertos. Não gosto de ver muita gente junta. Este ano venho com a família e a minha filha vem de propósito da Alema-nha para estar presente nas nossas festas.

FOTO DO MÊS

INQUÉRITO

EDITORIAL

O que mais gostam os abrantinos nas suas festas e o que mais procuram durante estes dias?

IDADE36 anoNTURALIDADE/RESIDÊNCIA Nasci em Cruxifi xo-Tramagal e vivo há uns anos em Toronto - Canadá PROFISSÃO Jornalista na CIRV-FM e correspondente Lusa/CanadáUMA POVOAÇ ÃO A minha: Crucifi xo, na freguesia do Tramagal UM CAFÉ Um “Capuccino” no Chave

d’Ouro e um café no Aquapólis em AbrantesPRATO PREFERIDO Um bacalhau com natas vem sempre a calharUM RECANTO PARA DESCOBRIR Algures na Cidade do Quebeque UM DISCO U2, “The Joshua Tree” - comprei este cd UM FILME GladiadorUMA VIAGEM Flórida, South Beach...UMA FIGURA DA HISTÓRIA Aristides de Sousa Mendes. O Cônsul de Portugal em Bordéus. Era o diplomata português durante a invasão da Alemanha a França durante a Segunda Grande Guerra. O cônsul, contrariando as ordens de António Oliveira Salazar, concedeu mais de 30 mil vistos a judeus e refugiados de várias nacionalidades. Foi o “Schindler” português. É certamente uma fi gura importante

na história portuguesa salvando milhares de vidas. UM MOMENTO MARCANTE? Em termos pessoais, a minha vinda para o Canadá. Em dezembro de 2011. Umas simples férias, tornaram-se numa nova vida, num novo mundo. Há que acreditar que conseguimos superar todas as difi culdades, apesar da distância, apesar das adversidades. Nunca devemos desistir. Deixei a rádio Tágide, os Amigos, a família e vim. Estou feliz. A distância pode separar dois olhares, mas nunca os corações, como diz o principezinho de Antoine de Saint Exupery.UM PROVÉRBIO Somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. Estamos só de passagem. O nosso objetivo é observar, crescer, amar… E depois vamos para casa.UM SONHO A vida é feita de sonho, agora há que escolhermos

e fazermos deles a razão dos nosso dias. Segundo o poeta cubano José Martí “Há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um fi lho e escrever um livro”. Já plantei árvores, “ter”, neste caso fazer um filho, o futuro o dirá, e quanto a escrever um livro, certamente será um dos objetivos a cumprir nesta ‘missão que me foi dada’. UMA PROPOSTA PARA UM DIA DIFERENTE NA REGIÃO Bem próximo de Abrantes temos lugares fantásticos para passarmos um dia agradável visto que as temperaturas agora também estão agradáveis. A praia fl uvial no Alamal (Gavião), será um local aprazível para passarmos um dia algo diferente, numa área com uma paisagem impressionante… e lá no horizonte... o castelo de Belver. Um Alentejo diferente…

SUGESTÕES

Sérgio Mourato

Hália Costa Santos, Diretora

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3JUNHO 20152015 ENTREVISTA

Músico, especializado em guitarra clássica. Professor de guitarra na Escola Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, onde é responsável pelo Curso Básico de Música. Composi-tor para guitarra e concertista ou executante em recitais. Tem desen-volvido um importante trabalho no ensino da música nesta região – e não só. José Horta é um mestre.

ALVES JANA

Como apareces na música?Tinha uns oito ou nove anos, um dos

membros d’ Os Canários, do Pego, era da minha família e eu e um primo meu começámos a mexer nos instru-mentos e… Foi assim.

Mas optar pela música, nessa al-tura, não era normal.

Quando começamos a trabalhar um instrumento, a praticar e a estu-dar, muitas vezes nem temos a am-bição de vir a ser músicos. É apenas algo que nos interessa muito, que nos apaixona, que nos faz dedicar-lhe muito tempo, mas mais para nos di-vertirmos. Depois vamos evoluindo. Na altura não existia aqui ensino ofi -cial da música, mas abriu o Conserva-tório Regional de Tomar. Então apro-veitei e fi z o curso todo, de oito anos. Ficou uma paixão para a vida. Depois lecionei nesse conservatório, como noutros, e a carreira foi feita assim. A opção foi por lecionar, mais que to-car em grupos ou fazer carreira como concertista, pois estas são difíceis de gerir com a família e com as aulas.

A música, além de te dar pão para a boca, o ordenado, que te traz mais?

Traz-me prazer, paixão, um mo-tivo para lutar todos os dias. Hoje, com esta idade, continuo a estudar [Doutoramento, na Universidade de Évora]. Não quer dizer que o único estudo válido seja o das universida-des, mas contraria a tendência para cruzar os braços. Não é frequente em música, ao contrário de muitas outras áreas, uma pessoa fazer um curso e deixar de estudar. Na música é como no atletismo de alta competição: se não continuarmos a trabalhar com regularidade, passadas duas semanas já não se faz recital nenhum. Eu, hoje, com o meu historial e com os estudos

que tenho, se marcar um recital para daqui a dois meses, tenho de tocar quatro ou cinco horas por dia. Tenho de roubar essas horas ao tempo de descanso. Não se pode parar. Mesmo sem atividade de concertista, exige duas ou três horas de trabalho diário. Não é algo que esteja adquirido.

Estás a fazer um doutoramento em música – interpretação. O que ainda procuras?

Às vezes nem sei bem. (Risos) Nunca foi um objetivo: ter um doutoramento. Procuro a novidade, não parar, ad-quirir mais conhecimentos, trocar

ideias…

Composição e concertos…Estou a preparar um recital para o

doutoramento e… continuo a com-por algumas coisas, que quero ver se deixo registadas.

O que é para ti a viola ou gui-tarra?

É inspiração, é arte, é um mundo, é por vezes o espaço de refúgio, é pai-xão, é uma congregação de emoções e amizades, é divertimento, é traba-lho, é prazer...

Alve

s Ja

na

Alve

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• José Horta, compositor, concertista, executante e professor de música

• A Orquestra de Guitarras toca o “Hino da Alegria”, de Beethoven, na ESTA

A guitarra é “uma congregação de emoções e amizades”

O Curso Básico vai do 5º ao 9º ano e está nesta escola em resultado de um grande trabalho que fizemos para o conquistar. Em princípio, embora ainda não tenham sido tomadas deci-sões, depois queremos ter o secundário, que dá equivalência aos oito anos do Conservatório. O que nós temos aqui é o Conservatório, mas em regime integrado, isto é, as disciplinas vocacio-nais, neste caso a música, integradas com as dis-ciplinas gerais. É uma das poucas escolas ofi ciais do país com este curso.

Qual é o balanço do primeiro ano?É muito bom. Foi muito trabalhoso. Tive-

mos parcerias com a [Fundação Calouste] Gulbenkian, com o [Teatro Nacional de] S. Carlos, com a ESE de Santarém e com a ESART, de Castelo Branco… Isso permitiu-nos levar a

turma duas vezes ao S. Carlos e outras duas à Gulbenkian. Fizemos uma Orquestra de Guitar-ras e eles já foram convidados para tocar três ve-zes, a última delas na Semana da Comunicação da ESTA. [Como não havia horário letivo para trabalhar a orquestra, o prof. José Horta assegu-rou o projeto do seu tempo livre.]

Há um trabalho que teve de ser feito: mental-izá-los de que têm de estudar com regularidade. Muitos terão pensado na música mais como ocupação dos tempos livres. Ora, não é isso. Isto é o curso do Conservatório, com professores qualifi cados, tem de ser a sério.

Para o próximo ano já temos 70 candidatos para mais uma turma de 30 alunos. Vamos, como é normal num curso de artes, fazer os tes-tes para apurar se têm aptidão.

O Curso Básico de Música – ensino integrado na Escola Dr. Manuel Fernandes

José HortaNaturalidade: Pego, 53 anosResidência: TramagalProfessor de Música, na Escola Dr. Manuel FernandesFormação:Curso de Guitarra (Conservatório Regional de Tomar)Conservatório Superior de BadajozLicenciatura em Música (ESART - Castelo Branco)Mestrado em Música - Guitarra (ESART - Castelo Branco)Doutorando em Música - Interpretação (Univ. Évora)Atividade letiva - Guitarra:Conservatório Regional de TomarEscola Superior de Artes Aplicadas (I. P. Castelo Branco)Choral Phydellius, Torres NovasOrfeão de LeiriaCanto Firme, TomarCantar Nosso na GolegãOrfeão de Abrantes

Concertos em várias cidadesTomar, Santarém, Abrantes, Leiria, Lisboa, Coimbra, Alcobaça, Cas-telo Branco, Vila Real, Vila Nova de Ourém, Entroncamento, Torres Novas, Golegã, Sardoal, Badajoz, Paris (entre outras)

Atualmente É professor de Guitarra no Agrupa-mento de Escolas Dr. Manuel Fer-nandes, no Curso Básico de Mú-sica.E anualmente orienta o Estágio de Guitarra no Coral Sinfónico de Portugal.

E aindaNo seu repertório apresenta obras “eruditas” e obras de sua autoria.Foi um dos membros fundadores do grupo musical Quinta do Bill.

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4 JUNHO 20152015DESTAQUE

AUTARQUIA ABRANTINA REJEITA CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO SOBRE FALTA DE MANUTENÇÃO DO AÇUDE INSUFLÁVEL

O açude insufl ável de Abran-tes foi um dos temas centrais da última sessão da Assem-bleia Municipal, onde a crí-tica à maneira como o execu-tivo abrantino de maioria PS conduziu o processo foi uma constante.

JOANA MARGARIDA CARVALHO E MÁRIO RUI FONSECA

Armindo Silveira, do BE, re-feriu que as questões ambi-entais têm representado o “falhanço da maioria socia-lista”. Nas palavras do repre-sentante, a mortandade dos peixes, registada no passado dia 3 de abril, foi um “autên-tico crime ambiental”.

Armindo Silveira exigiu à Câmara Municipal uma res-truturação nas questões am-bientais do concelho. “O BE não aceita que a mortandade dos peixes esteja associada ao baixo caudal. O que acon-teceu deveu-se aos proble-mas que as comportas do açude apresentam. O açude não é monitorizado todos os dias. A não instalação de um sistema de monotorização deve-se a pura negligência”, acusou o deputado munici-pal.

Por sua vez, a líder da ban-cada do PSD, Margarida Tog-tema, adiantou que o açude só se encontra desinsufl ado por opção da autarquia, mos-trando uma carta das Estra-das de Portugal (EP), do dia 17 de abril, que, em resposta à deputada, esclarece que as EP pediram para que o açude permanecesse vazio por um período entre seis a oito me-ses.

Na carta, as EP explicam que “a situação do açude foi um dos assuntos que mere-ceu abordagem específica tendo em consideração que este não poderá estar insu-flado quando da realização dos trabalhos de reforço de fundações, de embasamento dos pilares e encontros, da execução de tapetes de enro-camento e da regularização do leito do rio”. As EP acres-

centam que, “nos dias 2,3 e 4 de julho de 2014, foram rea-lizados trabalhos de prospe-ção arqueológica, tendo sido solicitado o esvaziamento dos insufl áveis” e que no pas-sado dia 7 de abril foi solici-tado “à Câmara Municipal de Abrantes que o açude per-manecesse por insuflar du-rante um período de cerca de oito meses, com início na cor-rente semana”.

Margarida Togtema refor-çou que a opinião de que a mortandade dos peixes ocor-rida foi da inteira responsabi-lidade do município: “O que aconteceu no açude deveu-se exclusivamente à falta de manutenção e monitorização do equipamento, tarefas que competem à proprietária do mesmo, que neste caso, é a Câmara de Abrantes.” E acres-centou que “a culpa do suce-dido não é do baixo caudal, que já está baixo há muito tempo. Se assim fosse, ti-nham morrido peixes antes e

já se tinha repetido”.Maria do Céu Albuquer-

que, presidente da Câmara de Abrantes, voltou a afi rmar que os únicos problemas que têm acontecido no açude são os atos de vandalismo no lo-cal e que a manutenção tem sido garantida, não havendo qualquer anomalia na es-trutura. A presidente garan-tiu que o açude está desin-flulado devido às obras na ponte e não por opção da au-tarquia. “O que nos pediram as Estradas de Portugal foi que tivéssemos o açude em baixo durante a realização da obra. O açude tem estado em baixo desde setembro pas-sado e fi cará até à conclusão da obra.”

Deputados do PSD querem saber quem está a poluir o Tejo

Na última reunião do exe-cutivo camarário de Abran-tes, o rio Tejo foi um dos te-

mas em destaque. Maria do Céu Albuquerque afirmou que a poluição no rio tem sido notória e que “é neces-sário, junto da Agência Por-tuguesa do Ambiente, apu-rar de uma vez o que está acontecer a montante de Belver”, uma vez que “ já che-gámos à conclusão que não há problema de contamina-ção entre Belver e o Açude de Abrantes”. A autarca consi-dera “lamentável o que acon-teceu na Ortiga, onde decor-reu uma mortandade de pei-xes, pois a qualidade da água está muito abaixo daquilo que é espectável”.

O deputado Duarte Mar-ques, natural de Mação, de-fendeu ser “urgente uma in-vestigação profunda às mar-gens do rio Tejo a montante da Barragem de Belver/Or-tiga, bem como a todas as entidades públicas e priva-das que possam ser gerado-ras de poluição para o rio”.

Numa carta enviada ao mi-

nistro do Ambiente, o de-putado lembrou o episó-dio ocorrido no dia anterior, quando foi detetado um ele-vado número de peixes mor-tos no rio Tejo, mais concre-tamente junto à barragem de Ortiga/Belver, nos conce-lhos de Mação e de Gavião, um episódio semelhante ao ocorrido em Abrantes, no dia de Páscoa.

“Mação é um concelho em que não existe qualquer in-dústria poluidora que possa causar ou ter causado esta poluição, pelo que se exige uma investigação ao suce-dido, a responsabilização de quem provocou esta ocor-rência e medidas que evi-tem que uma situação seme-lhante volte a acontecer”, vin-cou.

Deputados do PS questionam Governo sobre baixos caudais no rio Tejo

Entretanto, os deputados

do PS eleitos por Santarém questionaram o primeiro-mi-nistro, Passos Coelho, sobre os baixos caudais e os episó-dios de poluição do rio Tejo, afirmando temer que o Go-verno esteja a negligenciar a Convenção de Albufeira, que defi ne normas para proteção e desenvolvimento susten-tável das águas transfrontei-riças.

“Estes problemas têm sido levantados pelo PS de forma frequente e as respostas que o Ministério do Ambiente nos dá vão no sentido de que os caudais estão a ser respeita-dos”, disse a deputada do PS - Idália Serrão. No entanto, a resposta “não coincide com o que está à vista de todos, que são caudais cada vez mais re-duzidos. Se estão a ser cum-pridos, o que estranhamos, então a Convenção de Albu-feira é inefi caz. A ser assim, o que perguntamos é se vai ser revista”.

• O que está a causar a poluição no Rio Tejo?

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Discórdia e polémica na Assembleia Municipal

Page 5: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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5JUNHO 20152015 SAÚDE

O Conselho Regional do Sul da Or-dem dos Médicos (CRSOM) criti-cou o regime de complementari-dade de valências nos hospitais do Médio Tejo, modelo que, afirmou, “atenta contra a ética profissional e os bons cuidados de saúde à po-pulação”.

MÁRIO RUI FONSECA

Jaime Mendes, presidente da CR-SOM, realizou no dia 19 de maio uma visita ao hospital de Abrantes, uni-dade hospitalar integrada no Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), a par das unidades de Tomar e Torres Novas, tendo reunido com a admi-nistração do hospital para “abordar aspetos graves de funcionamento”.

“São várias as áreas críticas de fun-cionamento neste CHMT, com de-núncias, queixas e participações que não se coadunam com a mais básica e elementar forma de gestão, com especial destaque para a Tomografi a Axial Computorizada (TAC), o serviço de Oncologia, o da Urgência Méd-ico-Cirúrgica, mas também o de pe-diatria e neonatologia, entre outros”, destacou Jaime Mendes.

Num relatório enviado ao Bastonário da Ordem dos Médicos, a que a agência Lusa teve acesso, pode ler-se que “existem falhas gra-víssimas e erros absurdos nos rela-tórios da TAC, com documentos a omitirem tumores e aneurismas vo-lumosos e a identifi carem uma pró-tese como sendo um nódulo. Tais si-tuações tornam impossível qualquer exercício de estudo fundamentado ou diagnóstico com um mínimo de segurança”, acrescenta.

Ao nível da Pediatria, que funciona em Torres Novas, Jaime Mendes de-fendeu que o serviço “deveria estar concentrado em Abrantes, onde está a maternidade”, tendo igualmente de-fendido a concentração do serviço de Cirurgia, atualmente em Tomar, na uni-dade hospitalar de Abrantes, “onde está Urgência Médico-Cirúrgica”.

O documento, que dá outros exemplos de “erros gravíssimos e fa-lhas absurdas”, apela a uma rever-são da degradação na prestação de cuidados médicos, desde logo com uma alteração ao modelo em vigor no CHMT de complementaridade de valências e dispersão de serviços.

“Dantes, havia três hospitais que funcionavam e serviam as popula-ções. Agora, temos três hospitais me-tidos num centro Hospitalar, onde praticamente nada funciona”, vin-cou, tendo feito notar que o regime de complementaridade de valências em vigor “atenta contra a ética pro-fi ssional, contra os bons princípios e contra a prestação de bons cuidados

de saúde à população”.“E não se poupa dinheiro nenhum,

ao contrário do que se poderia pen-sar”, disse ainda Jaime Mendes, tendo feito notar que “problemas de igual gravidade são sentidos em outros centros hospitalares, como os do Algarve ou do Norte Alentejano”.

Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo rejeita críticas da Ordem dos Médicos

A administração do Centro Hospi-talar do Médio Tejo rejeitou as críti-cas feitas pelo Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos sobre a situação daqueles hospitais, admi-

tindo que existem debilidades mas que são idênticas às de outros esta-belecimentos. “As acusações não re-fl etem a situação do CHMT”, afi rmou o administração, em comunicado.

Por outro lado, fez ainda notar, ape-sar de os hospitais de Tomar e de Torres Novas serem de construção mais recente, a unidade hospitalar de Abrantes “funciona numa estru-tura com mais de 30 anos sem que tenha existido, nas últimas décadas, qualquer plano de intervenção con-sistente, por forma a minimizar os constrangimentos”.

O conselho de administração do CHMT, presidido por Carlos Andrade, destaca ainda a existência de “dinâ-

micas de funcionamento hospitalar que sempre requerem aperfeiçoa-mento”, tendo referido que o traba-lho que tem desenvolvido assenta na “reestruturação das unidades fun-cionais e reforço dos recursos huma-nos, nomeadamente através a con-tratação de profi ssionais de saúde”.

Para a prossecução destes objeti-vos, a administração do CHMT lem-bra que tem a decorrer um concurso para a contratação de 27 novos mé-dicos repartidos nas áreas de Anes-tesiologia, Cardiologia, Cirurgia Ge-ral, Gastrenterologia, Ginecologia/Obstetrícia, Imunohemoterapia, Ne-frologia, Oftalmologia, Ortopedia e Urologia.

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• “Erros gravíssimos e falhas absurdas” apresentados numa visita ao CHMT são rejeitados pela Administração

Ordem dos Médicos critica dispersão de valências nos hospitais do Médio Tejo

Page 6: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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6 JUNHO 20152015

O Centro Humanitário Abrantes - Tomar (CHAT) terá um projeto na plataforma de Crowdfunding do Novo Banco. Este projeto tem como suporte um vídeo institucio-nal denominado “Dar Vida ao Coração: Cada Minuto Conta”, produzido pelos estudantes de Comunicação Social da ESTA. A fi nalidade da ação na plataforma de crowdfunding do Novo Banco é a angaria-ção de fundos para a compra de um Desfibrilhador Auto-mático Externo (DAE) para o CHAT.

O modo de pagamento do seu donativo pode ser feito por multibanco, transferência bancária (apenas para donati-vos superiores a €10,00), conta

de PayPal (recomendado a quem reside no estrangeiro) e, fi nalmente, cartão de crédito via PayPal (não é obrigatório ter conta PayPal pois no mo-

mento irá ter várias opções de pagamento, como por exem-plo, cartão de crédito).

Para ajudar o Centro Hu-manitário Abrantes – Tomar

(CHAT) basta ir ao site do crowdfunding do Novo Banco e procurar pelo projeto “Dar Vida ao Coração: Cada Minuto Conta”.

SAÚDE

Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM da Abrantes, anunciou que a Unidade de Saúde Familiar (USF), que se encontra em obra no centro histórico da cidade, está avan-çar a bom ritmo. O anúncio foi realizado numa visita à nova estrutura, situada na rua de Nossa Senhora da Conceição.

A autarca avançou que para ingressar a nova estrutura de saúde, orçada em 1 milhão e 48 mil euros, já está confi r-mada a vinda de uma médica, até próximo mês de setem-bro, que terá a oportunidade de construir a sua equipa de profissionais de saúde na nova USF.

“Com esta unidade preten-

demos que grande parte dos nossos utentes voltem a ter médico de família. Também é a nossa intenção trazer mais serviços para o centro his-tórico. Com esta USF, com o mercado e o Welcome Center, o centro da cidade vai ganhar uma nova centralidade”, refe-riu a autarca.

O novo equipamento conta com três pisos: um primeiro destinado a sediar uma Loja do Cidadão e possivelmente a Segurança Social, o rés do chão para instalar a USF e um piso subterrâneo que está destinado ao estacionamento de 40 veículos ligeiros.

Maria do Céu Albuquerque explicou que a USF está in-

tegrada no projeto de Rege-neração Urbana da cidade. A nova estrutura conta com oito gabinetes para consultas, um gabinete para consulta de in-ternos, quatro gabinetes para enfermagem, duas salas de tratamento, uma sala de ina-loterapia e uma de saúde oral. O espaço é composto ainda por áreas administrativas, sala de espera, zona de higiene para bebés, salas de apoio e serviço social e, por último, sa-las de trabalho. No primeiro piso, que não será fi nalizado nesta primeira fase, encontra-se um espaço destinado aos serviços de natureza coletiva ou social.

O novo equipamento é fi-

nanciado pelo PRODER em 85% e a sua conclusão está prevista para o final do mês de julho. Maria do Céu Albu-querque admitiu, contudo, que duvida que a conclusão das obras seja possível para essa altura, mas “o encerra-mento da obra é necessário, sob pena de perdermos os financiamentos”, explicou a presidente.

Na visita, que aconteceu no passado dia 15 de maio, tam-bém marcou presença Sofia Theriaga, diretora do ACES do Médio Tejo, e Luís Pisco, vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Joana Margarida Carvalho

• Para não colocar o fi nanciamento em causa, a obra tem que estar pronta até ao fi nal de julho

• Na visita à USF, Maria do Céu Albuquerque lembrou que o objetivo é que “grande parte dos nossos utentes voltem a ter médico de família”

USF avança no centro da cidade de Abrantes

Cruz Vermelha lança projeto de Crowdfunding

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JÁ TEM OUTRA VIDACOM A FIBRA DO MEO

16 200 | LOJAS MEO | meo.ptADIRA JÁ

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8 JUNHO 20152015

O primeiro lobista acredi-tado em Bruxelas, Joaquim Martins Lampreia, esteve na Escola Superior de Tecno-logia de Abrantes (ESTA), a convite da licenciatura em Comunicação Social, para apresentar uma palestra so-bre “O Lóbi e a Inteligência Competitiva em Public Af-fairs”. Perante uma plateia constituída maioritaria-mente por estudantes, o re-conhecido profi ssional dei-xou uma boa notícia: quem começar desde já a compre-ender o que é o Lóbi poderá vir a ter uma possibilidade de entrar, profi ssionalmente, nesta atividade. O lobista desconstruiu a ideia nega-tiva que a generalidade das pessoas tem acerca do Lóbi. Trata-se de “um conjunto de atividades que, num sis-tema democrático, visam influenciar os poderes po-líticos”, nomeadamente ao nível da conceção de leis. E esta é uma atividade que deve ser vista como natural,

se for transparente e devida-mente enquadrada. Martins Lampreia lembrou que “o Lóbi é a segunda profi ssão mais antiga do mundo”, mas Portugal está ainda muito atrás da generalidade dos países europeus no que diz respeito à sua prática. Este profi ssional, que é também presidente da Omniconsul e autor de vários livros, é um defensor da regulamenta-ção do Lóbi, que se espera

para breve. Até porque, de-fende, a ideia negativa que associa o Lóbi a “tráfico de influências e a corrupção acontece mais nos lobistas não acreditados e não ofi ci-ais”. A palestra contou ainda com a participação de Pe-dro Esteves, especialista nas áreas das informações e se-gurança, que apresentou os principais conceitos da Inte-ligência Competitiva.

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Secção de Família e Menores pode regressar à cidade de Abrantes

Decorreu em Abrantes a primeira reunião descentra-lizada do Conselho Consul-tivo do Tribunal Judicial da Comarca de Santarém. An-tes do início da sessão de tra-balho, João Guilherme Silva, Juiz Presidente da Comarca, afi rmou que “Abrantes pode vir a ter, no futuro, uma ter-ceira Secção de Família e Menores, desmembrando, no fundo, aquela que é se-gunda secção, sediada em Tomar”.

“É um facto que estas situa-ções dependem sempre do poder político, mas a minha opinião é que se justifica a criação de uma terceira a sec-ção a sediar em Abrantes. A Reforma Judicial tem muitas dimensões positivas, o que não signifi ca que não tenha a necessidade de alguns ajus-tamentos, como é este caso de Abrantes”, acrescentou João Guilherme da Silva. Re-corde-se que Abrantes tinha

perdido a Secção de Família e Menores com aplicação da Reforma Judicial em Setem-bro de 2014.

Na primeira reunião do Con-selho Consultivo, que se reali-zou no dia 25 de maio, foram tratados assuntos como o plano de atividades e a evo-lução da resposta do Tribunal

de Abrantes relativamente às expetativas dos cidadãos e a Reforma Judicial.

O Conselho, que tem uma função consultiva, é com-posto por vários represen-tantes, desde autarcas, solici-tadores, advogados, um pro-curador e um juiz eleito.

Joana Margarida Carvalho

• Conselho Consultivo do Tribunal Judicial da Comarca da Santarém em reunião

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Estudantes de Comunicação têmmais uma saída profi ssional

JUSTIÇA

• Martins Lampreia desconstrói imagem negativa associada ao Lóbi

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9JUNHO 20152015 SOCIEDADE

Os modelos de gestão do território agrícola e fl orestal assente em minifúndio, que estão a ser desenvolvidos em Mação, são “exempla-res e devem ser exportados para todo o país”, defendeu o secretário de Estado da Administração Interna.

MÁRIO RUI FONSECA“Aquilo que está aqui a ser

desenvolvido é exemplar em termos de boas práticas, e deve configurar um pro-jeto-piloto a nível nacional porque pode ajudar a resol-ver dois grandes problemas estruturais da nossa fl oresta”, defendeu João Almeida, em declarações aos jornalistas no dia 28 de maio, após a apresentação das propostas do município de Mação para o Setor Florestal e Proteção Civil.

“Um dos problemas que pode ajudar a resolver é o do cadastro florestal e da identifi cação dos proprietá-rios, o outro tem a ver com

a escala ao nível da gestão fl orestal, e que aqui já se faz, com o agregar de proprietá-rios para partilhar os custos da prevenção. Com mais al-guns apoios, a nível gover-namental e comunitários, este modelo poderá ser ex-portado para todo o país”, defendeu.

O conceito apresentado ao secretário de Estado da Administração Interna, um projeto-piloto de gestão to-tal de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), assenta numa lógica de agregação funcio-nal e total das ZIF e de todas as pequenas parcelas de ter-reno e dos seus proprietá-rios, e visa estruturar e orde-nar a fl oresta, visando a cria-ção de riqueza e a proteção da mesma contra os incên-dios fl orestais.

O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse, por sua vez, que a ideia as-senta na “agregação de ter-ritórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares,

ganhando escala e estrutu-rando empresarialmente o conceito de gestão do terri-tório, com a abertura a fun-dos de investimento e com solidez jurídica, respeitando a propriedade privada, e de-finindo racionalmente mo-delos de utilização agrícola e fl orestal dos espaços”.

Com 41 mil hectares de área, 80% de mancha fl ores-tal, e 122 lugares e aldeias onde residem cerca de 8.000 habitantes, o cadastro ter-ritorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de ter-reno (minifúndio), com 0,7 hectares de dimensão mé-dia.

O ordenamento fl orestal é “uma das maiores preocu-pações” dos responsáveis autárquicos, face ao historial de grandes incêndios fl ores-tais, tendo o vereador ob-servado que o conceito apli-cado em Mação “já foi apre-sentado a sete secretários de Estado” diferentes.

Boas práticas fl orestais de Mação devem ser replicadas em todo o país

Delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos alargada a 44 concelhos

Uma “maior participação e intervenção e a defesa do ambiente construído como um bem público estratégico para o país” são objetivos do novo mandato que o pre-sidente da Ordem dos Ar-quitetos da região Centro, Pedro Costa, elencou em Abrantes.

“Participar e intervir mais, numa região maior e com mais desafios, apoiar mais os arquitetos, numa época que atinge duramente a profi ssão, e continuar a pro-mover e defender um bem público estratégico para o país que é a qualidade do seu ambiente construído”, concretizou o arquiteto.

A delegação de Abrantes da Ordem dos Arquitetos vai abranger 44 concelhos na zona Centro Sul do país e mais de um milhar de ar-quitetos inscritos, e passa, doravante, a designar-se de

delegação do Centro da Or-dem dos Arquitetos, depois da recente redefi nição geo-gráfi ca das delegações pro-movida pela Ordem dos Ar-quitetos.

A partir desta data, são de-sativadas as instalações da extinta delegação de Cas-telo Branco, passando a De-legação do Centro da Ordem dos Arquitetos a funcionar nas instalações da antiga delegação de Abrantes.

A nova direção da dele-gação do Centro da Ordem dos Arquitetos - Secção Re-gional do Sul, é constituída pelos arquitetos Pedro Costa (presidente), Sara Morgado (secretária), Ricardo Cabrita (tesoureiro) e Miguel Silva (vogal). O projeto e equipa diretiva foram apresentados no dia 29 de maio, no Edifí-cio do Mercado Municipal, Welcome Center, em Abran-tes. MRF

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• Secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, em Mação

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10 JUNHO 20152015SOCIEDADE

Instituto da Reabilitação faz queixa de discoteca de Abrantes que barrou entrada a pessoa com trissomia XXIO Instituto Nacional para a Reabili-tação (INR) apresentou queixa con-tra uma discoteca de Abrantes por esta, alegadamente, ter cometido um ato discriminatório ao impedir de entrar nas suas instalações uma pessoa com trissomia XXI

O teor da queixa que o INR enviou para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), en-tidade com competência nesta matéria, a que a agência Lusa teve acesso, assenta “na sequência da publicação de notícias relativas à discriminação de Francisco Gonçal-ves, pessoa com trissomia XXI, que foi impedido de entrar na discoteca AquaClub, em Abrantes”.

“A queixa foi apresentada com base na eventual discriminação em razão da defi ciência, proibida e pu-nida nos termos da Lei n.º 46/2006, de 28 de agosto e pelo Decreto-Lei n.º 34/2007, de 15 de fevereiro”, sus-tenta o INR, no documento de par-ticipação de queixa.

Contactada pela agência Lusa, o

advogado da gerência do estabe-lecimento em questão, localizado na zona ribeirinha de Abrantes, re-meteu para um comunicado que acabaria por enviar minutos de-pois, e onde se pode ler que “não corresponde à verdade o que tem sido veiculado e tornado público”, e ainda que “não houve qualquer dis-criminação de um cidadão, em ra-zão da sua defi ciência”.

Segundo noticiado pelo jornal re-gional ‘O Mirante’, do dia 7 de maio, “o caso, que se passou na noite de 24 de abril, provocou bastante po-lémica em Abrantes e motivou re-ações de estupefação nas redes so-ciais dado que Francisco Gonçal-ves, morador no Pego e conhecido como “Tita”, é bastante querido en-tre a comunidade”.

No comunicado enviado pelo ad-vogado da gerência da Catarino & Mateus, L.da, entidade concessi-onária do espaço de diversão no-turna “AquaClub”, que funciona em espaço público arrendado pela Câ-mara Municipal de Abrantes,” pode

ler-se que “o inquérito interno rea-lizado, que inclusivamente levou à suspensão preventiva da colabora-dora envolvida, e o contacto com o acompanhante do Sr. Francisco “Tita” permite-nos afi rmar que não corresponde à verdade o que tem sido veiculado e tornado público: Não houve qualquer discriminação de um cidadão, em razão da sua de-fi ciência”.

Na declaração, apresentada como sendo conjunta da gerência do AquaClub e de António Larguinho,

que acompanhava Francisco na ocasião, é ainda afi rmado que “logo que tomou conhecimento do su-cedido, a gerência do AquaClub de imediato fez um pedido de descul-pas público e contactou o Sr. Antó-nio Larguinho, sendo de imediato esclarecida e ultrapassada a ques-tão, tendo-se apurado não ter exis-tido qualquer ato discriminatório”, pode ler-se no comunicado.

Contactado pela Lusa, António Larguinho não confi rmou estas de-clarações, tendo afirmado que o

seu acompanhante “foi impedido” de entrar na discoteca.

“Não houve discriminação? Então, se ele não entrou”, reagiu António Larguinho, empresário de restau-ração.

“À entrada, a porteira apontou para o Francisco e disse: ele não en-tra. Tentei perceber quais os moti-vos para não o deixarem entrar ao que a mulher afirmou serem nor-mas da casa. E disse-lhe que acei-tava mas que não concordava”, con-tou.

Na legislação consideram-se “prá-ticas discriminatórias contra pes-soas com defi ciência” as ações que violem o princípio da igualdade, como “a recusa de fornecimento ou o impedimento de fruição de bens ou serviços” ou “a limitação de acesso ao meio edifi cado ou a locais públicos ou abertos ao público”.

O Instituto Nacional para a Reabi-litação diz que “estará atento ao de-senvolvimento desta situação.”

Mário Rui Fonseca

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12 JUNHO 20152015

era o de melhorar o tempo do ano passado, e reduzi esse tempo de resposta de 42,5 para os 33,6. Foi muito bom e foi mesmo o melhor tempo mundial, de entre todos os participantes da edição deste ano”, disse à Antena Livre o jo-vem estudante da Escola Se-cundária de Abrantes, resul-tado que atribuiu ao “trabalho e ao treino”.

João Bento, residente em Alferrarede, no concelho de Abrantes, teve um tempo mé-dio de resposta às 15 pergun-tas de 2 segundos e 22 milési-mos de segundo, totalizando 33,6 segundos, recorde mun-dial em todos os escalões da competição. O segundo clas-sifi cado do seu escalão fi cou a uma distância de 12 segun-dos, tendo obtido o tempo de 46,2 segundos. O décimo clas-sifi cado, um britânico, demo-rou 51:37 segundos a resolver mentalmente os problemas matemáticos apresentados no concurso.

“O João Bento tem uma ve-locidade cálculo mental ina-creditável, desde pequeno que demonstrava ter esta ca-pacidade, que é inata”, disse à Lusa o pai de João Bento, Jorge Bento, tendo observado que o seu filho “é um aluno mediano, um pouco nervoso,

mas muito metódico”.“Obter o recorde da prova

em todos os escalões e dar 12 segundos de avanço ao se-gundo classifi cado do seu es-calão é revelador do seu po-tencial. Este ano trabalhou mais, preparou-se melhor, e obteve este resultado fantás-tico”, declarou, tendo revelado que gostaria de ver o seu fi lho “poder continuar a evoluir”.

A 9ª edição do SuperTmatic contou este ano com a par-ticipação de mais de 278 mil alunos provenientes de 65 pa-íses.

A vitória no ano passado deu a João Bento um troféu de cristal e a possibilidade de jan-tar com o Presidente da Repú-blica, Cavaco Silva, a convite deste. “O jantar foi bom. Se me convidar, vou outra vez”, antecipou o campeão.

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EDUCAÇÃO

João Silva Bento, 13 anos, estudante do 7º ano na Es-cola Secundária Dr. Manuel Fernandes, em Abrantes, sa-grou-se campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo, tendo ob-tido o recorde mundial da prova deste ano.

Num ano em que Portugal ficou em primeiro lugar na geral do SuperTmatic - con-curso de cálculo mental com

jogo de cartas destinado ao treino das operações básicas da matemática -, e com vá-rios estudantes lusos a con-quistarem posições cimeiras nos diversos escalões etários, João Bento conquistou o 1º lugar no seu escalão e o me-lhor tempo mundial, com um tempo de resolução de 33,66 segundos às 15 equações que lhe foram apresentadas.

“Estou muito feliz porque consegui o meu objetivo, que

Foram anunciados e entre-gues, no Tagus Valley – Tec-nopolo do Vale do Tejo, em Abrantes, os prémios aos três primeiros classificados do Concurso de Projetos Empre-sariais INOV.POINT, destinado a ideias de negócios nos se-tores Agroalimentar, Metalo-mecânica, Energia e Tecnolo-gias de Informação e Comu-nicação.

O primeiro classificado foi o projeto “Carnes do Monte”, em segundo lugar ficou a ideia de negócio “Eco Hostel Tubucci” e em terceiro o pro-jeto “Biocélio”.

Numa primeira fase, apre-sentaram-se a concurso 27 projetos, através de 34 pro-motores de todo o país. Numa segunda etapa, foram selecio-nados 19 projetos que resul-taram em três primeiros clas-sifi cados.

André Raposo, responsá-vel pelo projeto “Carnes do Monte”, referiu ao JA que foi com surpresa que alcançou o primeiro lugar e que este pro-jeto surgiu numa altura em que não tinha ocupação pro-fissional. “Estava desempre-

gado e acabei por concorrer em conjunto com a minha na-morada. O desafio foi supe-rado e não podia ter sido fi na-lizado da melhor forma”, ad-mitiu o jovem empresário.

Maria do Céu Albuquerque, presidente da direção do Ta-gus Valley, referiu que “é ne-cessário continuar a estimular a curiosidade, o aparecimento de mais projetos inovadores e com isso criar valor para Abrantes e para o nosso país”.

Os prémios atribuídos aos vencedores do concurso pas-sam pela prestação de servi-

ços prestados pelo Tecnopolo ao nível do apoio no desen-volvimento da ideia apresen-tada, na realização de um plano de negócios, no acesso a redes de apoio à internacio-nalização/expansão do negó-cio e ainda na possibilidade da incubação do projeto no INOV.POINT pelo período de um ano para o 1º classifi cado e de seis meses para o 2º e 3º classifi cados.

A cerimónia decorreu no passado dia 28 de maio.

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• “É necessário continuar a estimular a curiosidade e o aparecimento de mais projetos inovadores”

• João Bento, estudante de Abrantes, “tem uma velocidade cálculo mental inacreditável”

Campeão mundial de cálculo mental pelo segundo ano consecutivo

III CONCURSO DE PROJETOS EMPRESARIAIS

Tagus Valley anunciou os três primeiros classifi cados

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Abrantes faz-te festas! De 9 a 14 de junho

E as Festas de Abrantes aqui estão de novo!Com um programa diversifi cado, feito a pensar em todos e em todas.As ruas e praças do centro histórico voltam a ser o palco principal das

Festas.A música e a animação, o desporto e o artesanato, o colorido das pes-

soas e a sua alegria vão de novo invadir a cidade.Quase 100 anos depois, voltamos a celebrar a nossa história, o nosso

passado, a nossa identidade.Com os olhos postos no futuro! É Festa ! É Festa !

Maria do Céu Albuquerque, presidente

Page 14: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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14 JUNHO 20152015ESPECIAL ABRANTES

António Zambujo, Expensive Soul, Diabo na Cruz e David Antunes são os cabeças de cartaz das Festas de Abrantes. De 9 a 14 de junho são esperados milhares de visitantes atraídos às praças do Centro Histórico, onde decorrem os espetáculos a diferentes horas do dia e da noite, todos com entrada livre.

A Câmara de Abrantes preparou um programa diversifi cado que pretende agradar a diferentes públicos, fazendo do prin-cipal evento cultural e desportivo do concelho uma festa para todos.

O foco do certame está também direcionado para as indús-trias criativas de Abrantes e da região e no envolvimento do movimento associativo concelhio. Concertos com bandas de garagem, laboratórios de arte que por esses dias ocupam es-paços devolutos no Centro Histórico e artesanato ao vivo, são motivos de atração.

O desporto será uma das fortes componentes do programa, com destaque para uma prova nacional de Hipismo, ativida-des náuticas, downhill urbano, carrinhos de rolamentos, stunt e torneios de xadrez, sueca e matraquilhos.

A edição 2015 das Festas de Abrantes será a porta de en-trada para as comemorações do centenário da elevação de Abrantes à categoria de cidade, data que se assinalará no dia 14 de junho de 2016.

MÚSICAAbrantes tem vindo a ser terra de projeção de novos talentos

musicais em diferentes áreas que nestas festas vão integrar o seu cartaz, como por exemplo:

KWANTTA

Os Kwantta acabam de lançar, ofi cialmente, com o apoio da rádio Antena 3, o seu novo single, intitulado “Espelho”. A es-treia foi feita pela mão de Joana Dias no programa Zona J. Os Kwantta tiveram oportunidade de transformar, mesmo, o es-túdio da 3 em mesa de esplanada e num ambiente informal e familiar, mostraram ao mundo mais uma novidade. Aproveita-ram, também, a ocasião para apresentar ao grande público o videoclip deste tema.

O Folk, o reggae, o ska, o jazz e o rock continuam a ser as di-versas infl uências musicais desta banda e que estão presen-tes também neste single. E o principal objetivo continua a ser: transmitir a energia e o espírito positivo com que os Kwantta encaram a música.

SALOMÉ SILVEIRA & BANDSer fi nalista no The Voice Kids signifi cou alcançar o seu so-

nho, cantar. E isso deu-lhe a força necessária para seguir em frente. Agora, acompanhada com a sua banda, Salomé Sil-veira apresenta um projeto mais maduro, um reportório mais comercial, com arranjos muito singulares e que nos transpor-tam para o blues, o jazz e o soul. Com o seu inconfundível, característico e genuíno estilo, canta temas de artistas como John Legend, Marron 5, Katy Perry, Meghan Trainor, passando por Amália Rodrigues, Deolinda, Maria Guinot entre muitos outros.

WAKE UP MARYWake Up Mary é uma banda de covers de Abrantes, com ver-

sões de várias músicas dentro do género Pop/Rock, Rock, Al-ternativo e Acústico, de diversas bandas, como por exemplo:

The Goo Goo Dols, Incubus, Foo Fighters, Bon Jovi, Mr. Big Paramore, Green Day, Lady Antebellum, Jason Mraz, John Mayer, 3 Doors Down, Kings Of Leon, João Pedro Pais, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso, etc...

A banda foi criada em meados de 2012. J á teve alguns espe-táculos ao vivo e em 2013 lançou-se em maior divulgação, ini-ciando gravações de alguns covers em estúdio e dando conti-nuidade aos seus concertos.

DJ MOSSY [2000´s]Mossy tem Ep’s editados em várias editoras como a Universal

Music, 4kenzo, Piston Recordings, Tanira, Pacemaker Digital, e remixes para nomes como Deadmau5, Madonna, Jesus Luz, Alexx Wolfe, Katy Perry e Mango. Já partilhou a cabine com Di-ego Miranda, Mastiksoul, Stereo Addiction, Rui da Silva, Carlos Manaça, Von Di Carlo. As suas músicas são tocadas por gran-des nomes como Laurent Garnier, Tiesto, ATB, Carl Cox, Roger Sanchez, Paul Van Dyk, Jaytech, Markus Schulz, entre muitos outros.

HOLLOW PAGE

A banda Hollow Page iniciou o seu percurso quando um grupo de amigos se decidiu juntar e começar a tocar algu-mas músicas, ainda sem experiência musical e também sem vocalista.

Depois de se conseguirem juntar todos os elementos, a banda tem vindo a crescer, juntando-se à banda o seu mana-

ger Ricardo Barra.

ROLETA 37Os Roleta 37 é uma banda com cerca de três anos de exis-

tência. A banda tem como principais referências musicais o Reggae, o Ska, o Funk e o Rock e encontraram na língua portu-guesa forma de dar letra e signifi cado às suas músicas, acredi-tando na força que o português tem para chegar às pessoas.

DJ DI ROSATO [80´s]Bruno Rosado A.K.A. Dj Di Rosato é natural de Pego. Com

gosto desde cedo pela música de dança, aos 21 anos toca pela primeira vez numa festa universitária e desde então tem vindo a tocar em algumas das mais importantes festas universitárias, tais como, Lata de Coimbra, Comboio do Caloiro da F.A.P., Se-mana do Caloiro da FCT/UNL, numa versatilidade de vários es-tilos musicais, em especial todos os géneros dentro da House Music ou da música dos anos 70, 80 e 90.

TIME - TRIBUTO A PINK FLOYD

Um espetáculo de tributo à banda que estabeleceu um marco na história da música do século XX. TIME recorda uma sequência de temas que nas décadas de 70 a 90, onde se ou-vem temas de sempre, como Breathe, Another brick in the wall, Time, Shine on you crazy diamond, Dogs, Wish you were here, Brain Damage, Eclipse, High Hopes, num ambiente mul-timédia que evoca os cenários grandiosos dos concertos desta banda.

Fotos: CM Abrantes

Abrantes / Festas 2015

Page 15: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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15JUNHO 20152015 ESPECIAL ABRANTES

Numa vertente mais popular, são diversos os grupos musicais de música popular portuguesa que vão animar os bailes de rua nas festas Abrantes 2015, numa verdadeira demonstra-ção da versatilidade e da qualidade que os artistas de Abran-tes imprimem aos seus projetos.

F&M

Um duo Musical, composto por Acordéon Eletrónico, Saxo-fone Tenor, Trompete e Voz! Prestes a comemorar o 30 aniver-sário de carreira.

CARLOS CATARINO

Carlos Catarino tem um portfolio musical bastante diversi-fi cado desde música popular portuguesa, pop-rock, música brasileira passando pelas músicas de salão como o pasodoble e o mambo até ao rock n’roll.

STREET BAND

O grupo existe desde 1981 com a junção de 4 amigos, que tinham em comum o mesmo gosto pela música, numa época em que se deu o boom do rock português. Participaram em festivais e concursos de rock da altura, como o Só Rock em Co-imbra ou o Seven UP em Santarém.

O grupo toca todo o tipo de música, popular, brasileira, qui-zomba e rock, como se dizia nos anos 80 “ Street Band, A força do Rock na Rua”.

Na sua formação atual não existe nenhum elemento funda-dor em palco que é agora ocupado pelos seus descendentes, fi lhos, sobrinhos e um elemento que vem da 3ª formação.

REMÉDIU SANTUIntitulam-se como “uma equipa composta por 5 elementos

licenciados na Medicina Musical” que não pertence a equipas como as “do Drº. House, nem fazemos parte da Anatomia de Grey, Médicos sem Fronteiras também não o somos, mas sim REMÉDIU SANTU de Abrantes”.

CANT’ABRANTESÉ um grupo de música de raiz tradicional formado no seio da

associação de Cultura e Recreio Orfeão de Abrantes.

PROJETO VIVER A MÚSICAUma banda com origem no Tramagal há cerca de três anos e

meio, composta por 16 elementos (em palco 13) oriundos de vários locais da região, com espetáculos personalizados e dife-rentes de ano para ano, procurando assim trazer aos palcos as mais variadas versões musicais, representativas de um deter-minado conjunto de critérios, a que chamam “TEMA”.

E Abrantes será presenteada também nas suas festas 2015 com a música das Sociedades Filarmónicas um pouco espa-lhadas por todo o Concelho e que percorrem ao longo do ano todo o País com os seus espetáculos.

SOCIEDADE FILARMÓNICA DE EDUCAÇÃO E BENEFICÊNCIA RIOMOINHENSE

Uma coletividade que pertencente à Freguesia de Rio de Moinhos e, conforme informações de um passado longínquo, a sua formação terá origens no início do século XIX, através de uma ação concertada pela Paróquia Riomoinhense. Hoje a Banda de Música é formada por 30 elementos e dirigida pelo Maestro Aníbal Miguel Costa Lobato.

BANDA FILARMÓNICA MOURISQUENSEA Banda Filarmónica Mourisquense nasceu com a criação de

uma associação em 3/5/1995. Em 1981 deu os primeiros pas-sos por iniciativa de dois amigos em conversa ocasional. Re-sultado da criação de uma escola de música que abriu sob a orientação e regência do maestro Sr. Francelino Lopes Pereira, surgiu a banda em Mouriscas. Desde a fundação da Associa-ção, a Banda teve sempre entre 30 a 45 elementos. Tem atual-mente 430 sócios.

BANDA FILARMÓNICA ALVEGUENSE A Banda de Alvega foi fundada em 1 de Janeiro de 1938 e

tem percorrido o país de norte a sul, destacando-se as par-ticipações em Feiras de Artesanato, Mostras Gastronómicas, Festivais de Bandas de Música Civis, para além de concertos e desfi les em arraiais e festejos populares, contando igualmente com uma presença em Espanha. A banda tem mantido a fun-cionar a Escola de Música, suporte artístico do grupo, que pos-sibilita a substituição de músicos, sempre que é necessário.

SOCIEDADE INSTRUÇÃO MUSICAL ROSSIENSEFundada a 10 de Novembro de 1915, a sua primeira sede

foi no Largo Peralva no Rossio ao Sul do Tejo. Ao longo destas nove décadas destacam-se a criação de Tuna (1926), Orfeão (1932), Teatro (1932-1973), participa em Receções Oficiais (Membros do Governo e Entidades Estrangeiras), Concertos, Atos Religiosos, Romarias, Encontros de Bandas, etc. Atual-mente tem como Maestro Francisco Lamarosa.

E porque as nossas raízes também se cantam, as “Saias e Fan-dango” é um projeto que dá a conhecer os ranchos folclóricos do concelho que atuam por este País fora e também no es-trangeiro, com atividades que recuperam e divulgam saberes e hábitos de antigamente:

Saias e Fandango. Ranchos FolclóricosRANCHO FOLCLÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA E CULTURAL DE ARRECIADAS

Desde Julho de 1987 que “um grupo de carolas” da aldeia cri-aram o Rancho Folclórico, que tem levado as nossas tradições e a nossa cultura aos mais variados locais de Portugal, ou a pa-íses europeus como o exemplo de França.

GRUPO ETNOGRÁFICO “OS ESPARTEIROS” DAS MOURISCASO Grupo Etnográfi co “Os Esparteiros” de Mouriscas do con-

celho de Abrantes foi fundado em Agosto de 1975 e repre-senta o seu povo entre a época de 1890 e 1920. As suas ati-vidades recuperam e divulgam saberes e hábitos de antiga-mente, como a matança do porco, descamisadas, serração da velha, cortejos etnográfi cos, mercados, mostras de Fandango. Participam em festivais nacionais e internacionais de folclore em todo o continente e ilhas, bem como no estrangeiro.

RANCHO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DE CASAIS DE REVELHOS

O Rancho Folclórico e Etnográfi co de Casais de Revelhos foi fundado em fevereiro de 1985 e tem como objetivo a pes-quisa, recolha, preservação, e divulgação do património et-nográfi co e folclórico de casais de revelhos e sua região do fi nal do século XIX princípio do século XX, através das modas que eram cantadas e bailadas nos campos, nas eiras, nos lar-gos e nas denominadas “casas de fora”, onde se realizavam os bailes.

RANCHO FOLCLÓRICO E ETNOGRÁFICO DA CASA DO POVO DE ARRECIADAS

Fundado em agosto de 1987, na aldeia de Arreciadas, o ran-cho divulga cantares e danças típicas do Ribatejo, bem como os trajes típicos da aldeia. A sua etnografi a é comporta pelos trajes típicos das profi ssões da aldeia como: tirador de cortiça, pastor, tirador de carvão, apanha da azeitona, para além dos trajes de trabalho conta com trajes domingueiros, noivos e traje de ir à missa. Conta com várias deslocações em festivais de folclore por todo o país.

RANCHO FOLCLÓRICO DA CASA DO POVO DE S. MIGUEL DO RIO TORTO

O Rancho Folclórico da Casa do Povo de São Miguel do Rio Torto foi fundado em outubro de 1985. Desde a sua fundação que o Rancho Folclórico continua a sua permanente pesquisa dos usos e costumes, danças, cantares e tradições da sua terra, tendo já atuado em variados festivais de folclore e conta com três gravações feitas em cassete e uma em CD.

RANCHO FOLCLÓRICO DA CASA DO POVO DE TRAMAGALO Rancho é um verdadeiro embaixador da cultura tramaga-

lense há quase 30 anos. As suas danças e cantares são o teste-munho de outros tempos, quando o trabalho no campo ocu-pava uma boa parte da população tramagalense.

Fotos: CM Abrantes

Street Band

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jornaldeabrantes

16 JUNHO 20152015ESPECIAL ABRANTES

HÁLIA COSTA SANTOS, MARIANA COSTA E SARA COSTA

A propósito das Festas da Cidade 2015, Maria do Céu Albuquerque, fala sobre questões pertinentes para o concelho. Sobre as escolhas para os cabeças-de-cartaz para a edição deste ano das Festas da Ci-dade, explica que o primeiro crité-rio foi tentar perceber o que é no-vidade, mas com “uma baliza que é essencial, que são os custos”. As es-colhas são feitas, também, em fun-ção do modelo de Festas adotado: “Se nós pensássemos trazer outro tipo de artistas, teríamos que pen-sar num palco maior, numa praça maior. Por outro lado, ao pensar em espetáculos mais intimistas, pode-riam ser no Cineteatro, mas esse não é esse o modelo de Festas que nós queremos.” O que se pretende é animar o centro histórico e o Aqua-polis. “Temos um cartaz que agrada a todos e com isso esperamos capi-talizar para Abrantes, entre os dias de 9 a 14 de junho, não só os nossos residentes, as suas famílias e ami-gos que vivam fora, mas também os habitantes dos concelhos à volta, que têm a oportunidade de usu-fruir das nossas Festas.” Tudo com um orçamento equivalente ao do ano passado.

As festas da cidade deste ano são em moldes idênticos do ano pas-sado. Isso quer dizer que as op-ções de formatos e de locais es-tão a funcionar?

Este é um modelo que importa va-lorizar, para revitalizar o centro his-tórico. Temos vindo aperfeiçoá-lo, concentrando cada vez mais num núcleo no centro histórico, nas pra-ças principais, e alargámos ao cas-telo, até para podermos ter um ho-rário mais alargado das festas.

Nestes dias das Festas de Abran-tes, a nossa intenção é que as pes-soas venham ao centro histórico e percebam o que é possível fazer aqui, não só para estimularmos o comércio local, como também para as pessoas poderem vir visitar os nossos monumentos e também participarem nas nossas iniciativas.

Uma delas é o Concurso de Saltos, no Aquapolis, um evento que nos importa manter associado às festas, até porque a competição é acom-panhada por um outro valor que é o convívio, o companheirismo. Im-porta valorizar porque atrai mais pessoas que, para acompanharem as provas, também vão às nossas

tasquinhas, aos nossos concertos e aproveitam também o facto de co-mércio estar aberto até mais tarde.

Há um conjunto de provas des-portivas que vão acontecer um pouco por toda a cidade, mas tam-bém aproveitando as infraestrutu-ras criadas, tendo como centro o Tejo, seja a descida do rio, seja nos campos de futebol. Todas estas in-fraestruturas estão a ser rentabili-zadas e mobilizadas para as iniciati-vas desportivas, como o donwill ur-bano e os carrinhos de rolamento, que já são uma tradição.

Temos uma praça para as tas-quinhas, o Jardim da República, e aquele espaço próximo da biblio-teca. Cedemos, gratuitamente, o es-paço às associações para poderem fazer o seu negócio. Infelizmente, não temos espaço e condições para todas as associações do nosso con-celho. Fazemos um sorteio, tendo por base aquelas que apresentam propostas.

As noites esperam-se quentes, animadas e começam desde cedo com um conjunto de iniciativas lo-cais naquela praça, com bandas que animam bailes e festas e com alguma tradição dos nossos grupos folclóricos. O final da tarde será o primeiro pretexto para as pessoas virem para a nossa cidade depois de acabarem as provas desportivas.

Depois da comida e da bebida, desce-se para Praça Barão da Ba-talha, onde existe o primeiro con-certo, que é o principal do dia, aberto a todas as faixas etárias. A seguir, passamos para a Praça da Câmara, onde temos as bandas lo-cais e, mais tarde, na Praça D. Fran-cisco de Almeida, o acesso ao cas-telo, onde teremos DJ’s até quase de manhã.

Temos ainda um conjunto de ini-ciativas para as crianças. No fundo, criámos condições para todas as faixas etárias. Todos os gostos têm aqui a sua oportunidade de conví-vio durante as festas. A par disso, temos também o célebre e tradici-onal artesanato, hoje numa com-ponente mais contemporânea, em banca de rua.

O novo espaço de exposições - QUARTEL- acha que foi uma aposta ganha?

Recordo-me quando abrimos aquele espaço com uma grande exposição de tapeçarias de Porta-legre. A sensação que tive quando entrei lá é que aquela galeria tanto pode estar em Abrantes como em Paris ou em Nova Iorque. Tem um potencial muito grande e é uma aposta ganhadora. A par das expo-sições, há outras duas componen-tes essenciais: criar hábitos, ajudar

os nossos cidadãos a criar o gosto por este tipo de Arte; estimular os vários públicos, nomeadamente os mais jovens, para poderem desen-volver mais competências e mais gosto nesta matéria. É um projeto claramente ganhador, aliás vem de acordo com uma estratégia que temos para a cidade de criar um centro cultural, não num edifício único, mas sim com um conjunto de equipamentos que se interligam para poderem ser oferta cultural de Abrantes, num contexto regional.

Qual é o balanço que faz do ci-nema comercial do Millenium?

Neste momento é positivo, temos 350 pessoas por semana a ver ci-nema. Isto signifi ca que estas pes-soas ou não iam ao cinema ou iam a outro concelhos. Estamos a falar de um cinema comercial, de estreias que acontecem, sempre que há es-treias nacionais, existe aqui tam-bém e do ponto de vista da valori-zação do cinema e do cinema co-mercial é uma mais-valia.

As divergências com o Espalha Fi-tas já foram resolvidas?

Do nosso ponto de vista, não há divergências com o Espalha Fitas. Aquilo que propusemos à Associa-ção Palha de Abrantes é que vamos criar condições para que o seu nú-

cleo de cinema, Espalha Fitas, possa passar cinema alternativo, uma vez por semana, naquela sala do edifí-cio Millenium em vez de ser no Ci-neteatro, onde tinha uma média de dez espectadores semanais. To-das as iniciativas que o Espalha Fi-tas queira fazer poderão ser feitas no Cineteatro. Se houver uma ses-são em que é expectável que haja uma grande infl uência, faz se cá em cima, é isto que faz sentido. O que nós queremos é rentabilizar espa-ços e adequá-los à procura. É isto que se espera de qualquer bom gestor, é que adeque as condições de trabalho.

O espaço Millennium e o projeto ‘Bairro Convida’ estão a alcançar os objetivos inicialmente propos-tos?

Encontrámos um conjunto de par-ceiros que connosco queriam ali desenvolver de intervenção social. Existem neste momento no ‘Bairro Convida’ várias valências já insta-ladas e outras a serem instaladas. A avaliação já é positiva, mas são projetos que não têm resultados imediatos. É preciso tempo para consolidar práticas para que as pes-soas voltem acreditar que é possível existir segurança e condições na-quele bairro.

MARIA DO CÉU ALBUQUERQUE, PRESIDENTE DA CÂMARA DE ABRANTES, DIZ QUE O MODELO DAS FESTAS ESTÁ CONSOLIDADO

“Temos um cartaz que agrada a todos”

• “As noites esperam-se quentes, animadas e começam desde cedo”, dando vida ao centro histórico e ao Aquapolis

CM

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s

Page 17: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

JUNHO DE 2015EDIÇÃO Nº 36www.estajornal.com

JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DE ABRANTES

F p. 4 F p. 3 F p. 6

A mais recente iniciativa da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes foi o patrocínio de obras de requalificação do Hospital desta cidade, com o apoio da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de contributos de empresas. Luís Fernandes, o presidente da Liga, lembra que a “palavra amiga” dos voluntários consegue “minorar os efeitos da estadia no hospital”.

DIRETORA: HÁLIA COSTA SANTOS DIRETORA ADJUNTA: RAQUEL BOTELHO

O voluntariado e outros contributos da Liga dos Amigos do Hospital

Queijos de leite 100% de cabra distinguem- -se pela criatividade

“O futsal é claramente a grande modalidade de pavilhão”Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting, acredita que o sucesso da sua equipa reside em “jogadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resultem”. Depois de ter passado por outros clubes, como o CSKA de Moscovo, o treinador diz que no Sporting o objetivo é “ganhar todos os jogos, todos os troféus e sermos campeões nacionais”.

Na queijaria artesanal Brejo da Gaia, todos os queijos pas-sam pelas mãos de Susana Carrolo, a engenheira zootécnica que está a concretizar um sonho. Na Quinta da Beata, em Tramagal, Abrantes, há mais de 500 cabras, criadas com paixão. O leite que produzem dá origem a queijos que apos-tam no mercado gourmet, desde os que são embebidos em vinho até aos bombons de queijo.

Abrantes vista e desenhada por

Eduardo SalavisaF p. 2

Testemunhos de alunos de Comunicação Social F p. 8

Page 18: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

02 ESTA JORNALJUNHO 2015

MÁRCIA GOMESESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

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FOTOGRAFIA JOÃO VIEGAS

EDUARDO SALAVISA, ou “Aquele que De-senha”, como prefere ser tratado, não se diz artista, mas esteve em Abrantes para a sua exposição “Diário Gráfico--Estar Atento ao que nos Rodeia”. Cerca de 70 dos seus cadernos estive-ram em exposição, outros tantos não couberam. Já lhe roubaram cadernos e já fez viagens só para as desenhar. A mãe perguntava-se o que ele fazia e ele respondia que ia falar de desenho, “dizer às pessoas que é fácil desenhar”. Também é professor, mas diz que o pa-pel é inspirar, incentivar ao construir. Trouxe workshops à cidade. Gosta de ruelas e Abrantes foi uma agradável surpresa. Para além das exposições que faz, também mostra o seu trabalho na internet: www.diariografico.com.

Como é a aventura de pintar o mundo ao lado de quem lhes tira tantas fo-tografias?As pessoas não têm atenção ao sítio onde estão, quase que usufruem da viagem ou o que quer que seja depois (com as fotos). O desenho é uma postura diferente, tem de se olhar muito, ver o que está a acontecer. Mas isto não é uma oposição à fotografia. Só acho que fotografada, assim, é um bocado aleatória. As pessoas acabam por ficar intimidadas na fotografia. No

Eduardo Salavisa, “Aquele que Desenha”, esteve em Abrantes a convite da Biblioteca Municipal António Botto

“Aprende-sea desenhar, desenhando-se”

L A entrevista ao ESTAJornal também foi pretexto para um desenho

Mas o Eduardo é um artista!Não! Eu sou uma pessoa que dese-nha. O que eu faço, por exemplo, nesta exposição(que esteve patente na Biblioteca Municipal de Abran-tes, António Botto) não são obras de arte.Então são o quê?São registos que poderiam depois, talvez, vir a sê-lo.Mas em algum momento da sua vida entendeu que era o Eduardo Salavi-sa…Não, eu já tentei ser artista, depois vi que era muito difícil e desisti. Fiz várias exposições de desenho, pin-turas... Depois achei que não era aí que queria estar, é um mundo com muitos fatores. Depois optei por este registo diário e envolvi-o com a via-gem. O que eu tento transmitir é que se tenha a postura de viagem duran-te o dia a dia para estarem mais dis-poníveis, terem mais curiosidade.O facto de ter criado o blogue também foi uma maneira de fazer chegar o seu trabalho às pessoas que não sabem desenhar?Criei o site em 2001, uma coisa di-dática com toda a informação que eu captava. Isto apareceu quando quis tirar a minha licença sabática. Tinha talvez uns 17 anos (de traba-lho) e, para ter direito (à licença sabática) tinha de ter um projeto. Fui então fazer uma viagem pela Europa: três meses para desenhar e perceber as minhas faculdades

em viagem. Até levei três cadernos diferentes para perceber o mais cómodo. Pesquisei outros artis-tas e entrevistei-os. Fui a escolas partilhar essa informação e depois pedia-lhes que, no fim do ano, me mostrassem o que é que os alunos fizeram com os diários gráficos. E isso fez ainda surgir a oportunida-de de fazer o livro que é a cópia de um caderno meu.O que é que os seus pais dizem das suas obras?O meu pai ainda soube que eu que-ria ser artista, mas era engenheiro, tinha essa cabeça de que (uma coi-sa) tem de ter utilidade ou não tem muito interesse. Mas é curioso que a minha mãe perguntava-me sem-pre o que é que eu fazia. Quando eu ia às escolas falar, ela perguntava--me sempre: “Mas o que é que lá vais dizer?”Eu respondia: “Vou falar de desenho, dizer às pessoas que é fácil desenhar.”Mas os seus estudos nunca foram dire-cionados para as artes. Como foi o seu percurso académico?Não tenho um percurso académico direito, fui um péssimo aluno no li-ceu. Só nas Belas Artes é que fui bom aluno, mas entrei tarde, chumbei algumas vezes. Era para ir para Ar-quitetura, mas fui para Design. Mas nunca desenhei muito! Só depois de entrar nas Belas Artes. Não desenhava muito?!Eu entrei nas Belas Artes porque

sempre gostei de desenhar e as pessoas diziam que eu desenhava bem. Mas era preguiçoso, não o fazia muito porque não era minha preo-cupação. Mas sabia que um dia me dedicaria a isto, só quando comecei a dar aulas é que senti o “clique”.E o Design como ficou na sua vida? Conciliava o Design com o lecionar. Só quando comecei a dar aulas de Desenho (antes ainda dei outras de Design e História de Arte para o 12º ano) é que surge o diário gráfi-co. Achei que era uma maneira de conseguir ter os alunos a desenhar fora da sala de aula.O que acabou por se tornar a sua fer-ramenta de trabalho como professor...Sim, como professor comecei a achar que os professores não têm de ensinar a desenhar, mas sim a tomar o gosto pelo desenho. Aprende-se a desenhar, dese-nhando-se. Um professor ensina muito pouco, as pessoas é que têm de crer. E falo pelo meu exemplo: fui um péssimo aluno, mas bom nas Belas Artes. Os cadernos são a preferência para o desenho. Quantos tem?Tenho 72 em exposições, depois te-nho mais 30 que não cabiam, tenho 100 e tal cadernos. Mas há quem tenha muitos mais!Há alguma seleção naquilo que escolhe desenhar? O meu livro “Diário Gráfico 2” foi base de uma viagem de nove meses à América Latina. Mas aconteceu uma desgraça, roubaram-me os cader-nos na Colômbia, e eu vinha com a ideia de fazer um livro sobre isso. Depois decidi-me pelo segundo li-vro que, ao invés de ser com pessoas a contar o que fazem com os diários no dia a dia, são então viajantes que me contam as suas experiências. Lá falo sobre a inutilidade do desenho, que é a característica deste tipo, é que não serve para nada.Há vezes em que não gosta dos seus desenhos?Sim, por exemplo, aqui (em Abran-tes), como foi uma encomenda, o resultado era importante. Portan-to, houve alguns que nem os pintei, nem aproveitei para nada. Não se considerando artista e pondo de parte esta designação, então com o vou tratar?(risos) Essa é uma pergunta engra-çada! Por acaso fui ao programa “Nas Nuvens”, do CanalQ, fui ao lado do Mário Carvalho, escritor, e do Zam-bujo, que é músico. O Nuno Artur Silva (entrevistador), a certa altura pergunta-me: “Ouve lá, como é que queres que apareça?” E eu respondi: “Olha, põe assim: Eduardo Salavisa, Aquele que Desenha.”Então é assim que quer que o trate?Sim, mas entre aspas!

L “No desenho vai se conversando, talvez seja mais real” (do que a fotografia)

desenho vai se conversando, talvez seja mais real.O que é que encontrou na cidade de Abrantes que não esperava?Eu não conhecia Abrantes, só de passagem porque parte da minha família é de Castelo Branco. Mas foi uma agradável surpresa porque tem muitas zonas pedestres. Claro que sofre o mal de muitas cidades portuguesas, que é uma certa de-sertificação no centro, mas parece--me que as pessoas da cidade estão preocupadas com isso!Como é que foi a receção dos abranti-nos à sua presença?Os abrantinos reagiram bem à mi-nha presença, mas às vezes fingem que não veem, nunca se metem eu também sou um bocado assim, o que é ótimo para desenhar! Fui dar uma aula à Universidade Sénior e a pessoas comentaram comigo que me tinham visto a desenhar, mas não vieram falar comigo. Mas são um povo muito simpático, embora não muito comunicativo.Consegue colocar uma pessoa sem jeito a desenhar?A ideia é essa, desmistificar a ideia de que, como não se desenha, já não se tem jeito. Há ideia do parecido. Se não fazemos parecido, já não sabe-mos desenhar. Há outras particu-laridades que se calhar até são mais interessantes que essa. Por exemplo, nos meus desenhos, às vezes, as pes-soas não ficam iguais!

Page 19: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

03WWW.ESTAJORNAL.COM

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FOTOGRAFIA HÁLIA COSTA SANTOS

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FOTOGRAFIA BRUNA LOPES

Mais de 500 cabras numa quinta explorada com paixão

Dois irmãos apostam num negócio de leite de cabra e queijos gourmet

MARIANA COSTAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Ao chegar, vê-se uma quantida-de quase infinita de ervas, que rodeiam o pavilhão, casa de 545 cabras de raça murciana, pro-dutoras de leite que dá origem a queijos feitos com paixão. As pri-meiras cabras, vindas de longe, encontraram, na freguesia do Tra-magal, um abrigo. A reprodução faz aumentar a família, três vezes por ano.As habitantes daquele espaço contam com a proteção de dois cães de grande porte, que são os dois outros amores da dona, Su-sana Carrolo, engenheira zootéc-nica. Obedientes e brincalhões, passeiam e correm até à queijaria, mal veem alguém seguir nessa di-reção. Susana Carrolo escolheu a raça murciana (de Múrcia, Espanha) sobretudo pela sua qualidade: têm “um corpo pequenino, assim re-chonchudinho”, mas têm “um alimento carcaça brutal”. E são boas produtoras de leite, aquilo que mais interessa neste caso, porque nele começa a produção do queijo artesanal Brejo da Gaia.Tudo se passa na Quinta da Beata, um espaço com três pavilhões: um principal, dividido em três lotes de produção: Natal, Páscoa e Ve-rão. Susana Carrolo explica que, assim, “consegue-se equilibrar a quantidade de leite durante todo o ano”.Além das 545 cabras, existem outros membros da família, 150 cabras em recria e 200 cabritos em cria. Susana conta que os seus bo-des, filhos das melhores fêmeas, são cobiçados por outros produ-tores de leite de cabra, porque são excelentes reprodutores de ani-mais de qualidade.Naquele sítio, as cabras são aca-rinhadas pelos donos e quase to-das têm nome próprio. Nomes de humanos. Os animais respondem com carinhos. A Rita e a Rosa são duas cabras, já velhas, mas que re-cebem todo o carinho. A Rosa está no seu descanso e, ao ouvir Susa-na, a chamá-la vem em sua direção e mostra toda a sua felicidade. Pedro Carrolo é irmão e acompa-nha Susana nesta aventura pro-fissional, mas também pessoal. Sentiu o gosto pela criação deste tipo de animais, por influência de um amigo. Explica o início desta caminhada, que já dura 11 anos: “Eu conclui o meu curso (de En-genharia Zootécnica) e a minha irmã também. Na altura tínha-mos uma ideia de criar um proje-to, mas não sabíamos bem o quê.

L Susana Carrolo, a engenheira zootécnica, que dá nome às suas cabras

L A queijaria tradicional de onde saem os queijos gourmet

Os dois irmãos, com este gosto, escolhem as melhores cabras para retirar o leite e este ser comercia-lizado para alguns dos produtores de queijos de cabra. Para descrever todo o sacrifício do negócio dos dois irmãos, enge-nheiros zootécnicos, Pedro Car-rolo, confessa que “tem sido uma luta diária”. E acrescenta: “No início foi complicado, envolve alguns investimentos, o retorno financeiro não é imediato.” A pouca distância da Quinta das Beatas, vemos uma pequena casa, que prende a atenção com o gran-de logótipo da queijaria Brejo da Gaia, colado numa das paredes dessa casa. Susana Carrolo criou o maior sonho da sua vida: “A queijaria, para além de um sonho, é tentar ajudar a exploração a so-breviver.” Brejo da Gaia é a marca da queijaria desta amante da sua profissão, que produz queijos de cabra, mas sublinha que os seus queijos têm elevada qualidade, tendo em conta que são feitos com 100 % de leite de cabra, produzido na Quinta da Beata. “Uma peque-na parte do leite é para fazer os meus queijos. No futuro, o objeti-vo é deixar o queijo saloio e utili-zar o leite nos meus queijos, fazer um ciclo fechado.” Direcionada para o mercado gourmet, Brejo da Gaia, com um ano de funciona-mento, tem tido um crescimento favorável. As noites são as melhores amigas desta produtora, uma vez que é nessa altura do dia em que Susa-na produz os seus queijos. Com orgulho diz que são todos feitos artesanalmente e todos passam pelas suas mãos. Embora produza o queijo mais tradicional e o quei-jo fresco, para além de utilizar exclusivamente leite de cabra, a diferença passa pela criatividade. E as experiências têm sido bem acolhidas, como queijo embebido em vinho do Casal da Coelheira, produtor de vinho, também do Tramagal. Susana criou um pro-duto especial que se orgulha, a Cabrada, que é um folhado de cabra. Os bombons de queijo são também um produto de sucesso. E ainda há queijo com orégãos e queijo com pimentão.Para atingir o êxito, a produto-ra dos queijos de cabra do Brejo da Gaia, pretende ganhar escala: “Produzo 200 litros por semana, 200 queijos secos. Estou a vender 9 a 10 dúzias de queijos frescos por semana. O objetivo é vender essas 9 a 10 dúzias por dia. Vendo 400 queijos de 100 gramas. No míni-mo, 10 mil queijos por mês.”Susana Carrolo, em relação à sua queijaria, deseja a produção em grandes quantidades, mas con-tinuar com o fabrico artesanal. E que os seus clientes vejam o seu produto como um produto de qualidade. Os seus queijos são vendidos na mercearia “Merceneta”, na loja da Tagus, Associação para o Desen-volvimento Integrado do Ribatejo Interior (no Mercado Criativo) e no Intermaché do Tramagal. Al-guns restaurantes, como o Manjar dos Templários, o Pezinhos do Rio e a Cascata, também já servem es-tes produtos. Susana, quase sem tempo para respirar, ainda vende os seus queijos, feitos com pai-xão, na feira semanal do Trama-gal, aos sábados de manhã. Mas os horizontes começam agora a ser alargados...

Surgiu a ideia das cabras, porque na altura tinha um amigo que en-trou neste negócio, das cabras. No início tinha algum prazer em acompanhá-lo e criei o ‘bichinho’ das cabras.”No processo de ordenha, que ocu-pa muitas horas dos produtores, cada cabra tem o seu lugar e todo o processo é feito para a extração do leite. Pedro e Susana contam com a ajuda de um funcionário a tempo inteiro, e outro em proces-so de estágio. “O espaço de orde-nha, no pavilhão principal, conta com uma sala de ordenha com 36 pontes, assim podemos ordenhar 36 cabras de cada vez”, esclarece Susana Carrolo.

Queijos embebidos em vinho. Folhados de queijo. Bombons de queijo. Estas são sugestões feitas a partir de uma quinta onde as cabras, que produzem o leite que lhes dá origem, são tratadas com amor. Brejo da Gaia é a marca dos queijos feitos exclusivamente com leite de cabra, produzido pelos animais da Quinta da Beata.

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04 ESTA JORNALJUNHO 2015

SARA COSTAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

L Ӄ muito gratificante

sabermos que depois de

uma missão da Liga houve

colaboração da comunidade

para o fim em vista.”

D

FOTOGRAFIA MARIANA COSTA

LUÍS FERNANDES foi médico-cirurgião e ao mesmo tempo, durante 17 anos, diretor do Centro Hospitalar de Abran-tes. Atualmente é diretor da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes, uma estrutura de apoio que iniciou as suas atividades em 2002. As faces mais vi-síveis da Liga dos Amigos talvez sejam o voluntariado e o bar do Hospital de Abrantes, mas as atividades da equipa liderada por Luís Fernandes são mais vastas. A mais recente atividade da Liga foi o patrocínio de obras de re-qualificação do Hospital de Abrantes, com o apoio da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de empresas.

A Liga iniciou a sua atividade quando e qual é a sua missão?A missão é muito vasta, mas re-sumidamente alguns objetivos da Liga são os seguintes: promove a colaboração da comunidade e suas instituições no bem-estar do doente e a sua promoção cultural, promove a melhoria das condições de acolhimento de internamento, por forma a garantir a permanência das suas relações pessoais e sociais; colabora ativamente com os órgãos de gestão do hospital nas orienta-ções nas políticas de saúde tendo em vista a dignificação da pessoa do doente através da permanência de defesa dos seus direitos; colabo-ra na dignificação da atividade dos trabalhadores do hospital através da colaboração e apoio a todas as iniciativas de caráter cultural, so-cial e profissional com o objetivo de contribuir para o bem-estar do doente e promove, por último, a organização de iniciativas basea-das no princípio da cooperação tendendo a obter a autonomia eco-nómica e financeira da instituição.Quais são as dificuldades e vantagens em ser diretor da Liga?As dificuldades, às vezes, passam por ter a colaboração da sociedade civil para ajudar nos projetos que temos, porque a Liga, sem o apoio dela e também da administração do Centro Hospitalar, não tem possi-bilidades de os desenvolver.Não há vantagens, a única é na dis-ponibilidade em ser diretor e tentar angariar e incentivar outras pessoas que me rodeiam para não deixar morrer a Liga.Considera que a Liga dos Amigos pre-cisa de mais apoio e divulgação? Sim, a Liga precisa de divulgação, apoio e incentivos da comunida-de. Precisa sobretudo de apoios na disponibilidade das pessoas para desenvolver as atividades, nomea-damente o voluntariado.O que já fizeram enquanto Liga?Temos feito bastantes coisas, a úl-tima foi patrocinar as obras de re-

Luís Fernandes, diretor da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes

“Ajudar a passar o tempo que às vezes é muito constrangido no internamento do hospital”

qualificação do hospital com a ajuda preciosa da Câmara Municipal e da sociedade civil, através de várias empresas. As outras é apetrechar do hospital com equipamento diverso nos serviços com a finalidade de do-tar os profissionais de melhor con-dições técnicas de tratar doentes.O que motiva as empresas a dar apoio à Liga? O que motiva são os objetivos de cidadania ativa. As empresas que estão sediadas na área de influência do hospital sabem que, ajudando o hospital a ter melhores condições de acolhimento e melhores condi-ções técnicas, no futuro, em caso de necessidade, os seus trabalhadores

serão melhor tratados. O apoio dado pelas empresas é muito importante, sobretudo pelos donativos que já nos deram para as obras do hospital. Mas também já deram donativos substanciais para o apetrechamento total do serviço de esterilização.Qual é a ligação da Câmara Municipal de Abrantes? A Câmara tem a noção, de facto, que o seu hospital deve ser prote-gido.Qual o papel dos voluntários? Os voluntários têm de dar apoio aos doentes de várias formas: moral, social e cultural. Ajudam a passar o tempo que, às vezes, é muito cons-

trangido, no internamento do hos-pital. Há doentes que, por serem de espaços rurais, não têm visitas diárias. Então, os voluntários, com uma palavra amiga e de incentivo, conseguem de facto minorar os efeitos da estadia no hospital.Considera que o voluntariado em meio hospitalar é uma missão exigente?É preciso disponibilidade. E, de-pois, é exigente, porque não basta vir aqui ajudar os doentes a mino-rar o seu sofrimento de ânimo leve. Os voluntários têm de ter uma for-mação específica e, mesmo assim, são direcionados conforme as suas aptidões e preferências para deter-minado serviço. Suponhamos um

serviço de doenças oncológicas... Neste caso, nem todos os voluntá-rios têm um perfil para lidar e con-versar com doentes oncológicos.As pessoas que quiserem ajudar, como podem fazer? Por exemplo, podem contribuir inscrevendo-se como sócios da Liga dos Amigos do Hospital de Abran-tes. Outra opção é inscreverem-se para fazer voluntariado. Depois da inscrição é feita uma entrevista para profundar a disponibilidade e as pre-ferências. Os candidatos são sujeitos a uma formação e, depois, se conti-nuarem interessadas são aceites.Quais são os sentimentos que surgem após uma missão cumprida?É muito gratificante sabermos que depois de uma missão da Liga hou-ve colaboração da comunidade para o fim em vista.“Acompanhar os doentes com uma palavra ou um simples gesto é funda-mental no voluntariado”. O que acha desta frase? Interessante. E, na minha opinião, condiz com o objetivo que o volun-tário deve ter. Numa mensagem para os jovens, o que diria?Eu diria que se despeguem um pou-co da vida diária e que dediquem um pouco do seu tempo aos outros, sobretudo aos doentes.

Maria Ramiro Godinho, conhecida como a dona Mira, voluntária de 94, relata um caso de um doente:“Tenho por costumo comprar umas medalhinhas da nossa senhora do Carmo para os doentes, e prender na cama, mas nunca antes de perguntar se o doente quer. Nenhum se negou à exceção de um, que era um rapaz chamado Jorge, um excelente rapaz que me disse:

- Sabe, senhora Mira, eu não sou nada dado a essas coisas, mas como é oferecido pela senhora, aceito. - Onde queres que ponha a meda-lhinha? - Olhe, pendure-a na cama.Fez um tratamento que lhe rebentou a boca e mandavam que chupasse gelo, era desagradável. Lembrei-me de pôr sumo de fruta na cuvete e, assim, ele chupava cubos de sumo.

Um dia chego à enfermaria e digo à enfermeira:- Está aqui a cuvete do Jorge. Mas eu estranhei. Quando ia para entrar no quarto, ela diz para não ir porque lhe estavam a fazer a higiene. - É verdade Dona Mira, ele faleceu esta noite e sabe o que ele tinha na mão? A medalhinha. Ele coitadinho, diz a dona Mira, viu--se aflito e lembrou-se de mim.”

Uma história de D. Mira, a voluntária

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FOTOGRAFIADR

L Isabel Miliciano recebe diploma de mérito atribuído ao jornal ‘O Templário’

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“Isto é quase como um vício. Mete-se no corpo e depois

apaixonamo-nos”

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“Há uma grande proximidade entre

a população e o jornalista”

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“Eu aprendi que o jornalismo é contar

histórias”

SÉRGIO ALELUIAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

Como é que o jornalismo entrou na sua vida?O jornalismo entrou na minha vida de forma acidental. Tinha cerca de 20 anos e tinha surgido na altu-ra um novo projeto no distrito de Santarém que era o jornal “O Ri-batejo”, ao qual estive ligada du-rante muitos anos. Era necessário alguém que fizesse cobertura no concelho de Tomar. Este jornal ti-nha a pretensão de ser um projeto distrital e, assim, em cada cida-de havia uma pessoa responsável por todos os acontecimentos que ocorressem em cada concelho. Foi assim que comecei a fazer jorna-lismo. As pessoas ligadas ao projeto sa-biam que eu gostava de escrever, que tinha jeito, que era uma pessoa interessada nas questões sociais e políticas e que gostava de acom-panhar os acontecimentos. Então, foi-me proposto este desafio. Foi um projeto que teve a gran-de preocupação na formação dos seus correspondentes. Tivemos aulas com Adelino Gomes, com o Sena Santos, que curiosamente é hoje colaborador de “O Templá-rio”, com o Orlando Raimundo, um jornalista conceituado do “Ex-presso”, e com o Emídio Rangel. Eram pessoas muito bem formadas e com a consciência do seu papel. Tivemos, portanto, um painel de formadores, todos eles ligados à área, e que me incutiram o ‘bichi-nho’ do jornalismo. Isto é quase como um vício. Mete-se no corpo e depois apaixonamo-nos (risos).Comecei então a escrever os meus primeiros textos para “O Ribatejo” e comecei a acompanhar os acon-tecimentos culturais e económi-cos. Só nunca acompanhei muito a parte desportiva, mas hoje até gosto porque tenho mesmo que a acompanhar (risos).Não tinha intenção de se tornar jor-nalista, mas quando o ‘bichinho’ en-trou, entrou?Sim. Nunca me passou pela cabeça vir a trabalhar no jornalismo. É, no fundo, uma profissão que tem uma rotina relativa porque todos os dias há assuntos e coisas novas. Todos os dias aprendemos, todos os dias há um mundo novo para descobrir. É um conjunto de situa-ções diárias que tornam esta uma rotina relativa. Eu pessoalmente não gosto muito de lidar com a ro-tina. Tenho um espírito mais livre e mais aventureiro.Muitas vezes olho para trás e pen-so: já ando nisto há 30 anos… E não sinto o peso dos 30 anos!Tendo presente as dificuldades cau-sadas pela conjuntura económica, quais são as maiores vantagens que uma publicação regional tem?Eu peguei neste jornal quando es-tava falido e sem leitores. O jor-nal esteve fechado durante qua-tro meses e as vendas estavam de rastos. Eu e mais algumas pessoas conseguimos pegar neste projeto e tornámo-lo o jornal mais lido no concelho de Tomar. Por isso, é um motivo de grande orgulho para mim. Hoje “O Templário” é o jor-nal mais lido, com mais páginas e com mais conteúdo.Nos últimos anos, com a questão da internet, os jornais tiveram alguma quebra nas suas vendas, pois hoje existem muitas vias de comunicação. Antes a informa-

Isabel Miliciano, diretora do jornal “O Templário”

“O que faz sobreviver o jornalismo regional são as notícias de proximidade”

PerfilIsabel Miliciano tem 51 anos e é colaboradora do jornal “O Templário” desde 2002 até ao presente, sendo que em 2013 assumiu o lugar de direção. Foi correspondente do Diário de Notícias e passou também pelas redações d’O Ribatejo’ e do jornal “Cidade de Tomar”. À sua carreira jornalística soma-se também a passagem por uma rádio local.Foi vereadora da Câmara Municipal de Tomar durante dois anos e meio, mas rapidamente voltou a exercer a sua paixão, o jornalismo.

ção era mais escassa. Hoje há uma massificação que é assustadora. A velocidade das ‘autoestradas da informação’ torna as coisas mais rápidas (risos).Por isso é normal que os jornais tenham tido menos procura. No entanto, continuam a ter o seu lugar, a sua procura e a sua força. Há estudos que comprovam que as publicações nacionais perderam alguns leitores e as únicas publi-cações que iriam crescer, a nível nacional, seriam os regionais.Nos jornais nacionais, as notícias dizem pouco aos seus leitores, mas se houver algo que indique que a Câmara Municipal vai aumentar o preço da água, ou que vai apoiar

uma empresa, ou que vai pavi-mentar uma estrada, nesse caso as pessoas interessam-se. As pes-soas querem saber o que se passa à sua volta, num raio geográfico mais pequeno.O que faz sobreviver o jornalismo regional são as notícias de proxi-midade. O jornalismo regional tem esta grande vantagem e é procu-rado por isso. Outra vantagem é que as pessoas sabem quem é que escreve a notícia. As pessoas saem à rua e conhecem o indivíduo que a escreveu. Há uma grande pro-ximidade entre a população e o jornalista.Os jovens que pretendem entrar no mundo do jornalismo enfrentam

muitos e variados obstáculos. No seu ponto de vista, qual é a chave para um jovem ser bem sucedido hoje em dia?Quer em jornalismo, quer em qualquer profissão, há algo que as pessoas têm de se mentalizar: tra-balho, trabalho, trabalho! Podemos ter algumas limitações, podemos ter alguma dificuldade, mas há três coisas que se tem que ter na vida: humildade, trabalho e originalidade. Humildade no sentido em que quando não se sabe, pergunta-se e pede-se opinião, procuram-se pontos de vista diferentes. Trabalho porque estou convencida que apesar de existir uma massifi-

É jornalista há quase 30 anos e no seu currículo somam-se passagens por vários órgãos de Comunicação Social do país, tais como o “Diário de Notícias” e o jornal “O Ribatejo”. Isabel Miliciano é atualmente a diretora do jornal “O Templário”, garantindo que se trata da publicação mais lida no concelho de Tomar, com uma tiragem semanal de 5000 exemplares.Foi numa das secretárias da sua redação que falou sobre as vantagens da imprensa regional, assumindo que a proximidade é uma delas. Isabel Miliciano deixa um conselho aos jovens que querem ser jornalistas: “Humildade, trabalho e originalidade”. Assume que o jornalismo é uma profissão cujo produto nunca está acabado.

cação dos cursos de comunicação social, alguém que quer ser jorna-lista deve ter vocação. Para além disso, deve ter espírito de sacrifí-cio e capacidade de trabalho. Originalidade no sentido em que os jornalistas hoje devem ten-tar ser originais nas histórias. Eu aprendi que o jornalismo é contar histórias. Histórias da vida, his-tórias reais! Aqui está a grande dificuldade: ser-se original, fazer diferente. Eu acredito muito que os projetos futuros vão passar pela originalidade!Numa frase, o que é para si o jorna-lismo?É uma profissão cujo produto nun-ca está acabado!

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06 ESTA JORNALJUNHO 201506 ESTA JORNAL

“A minha relação com a equipa técnica é muito boa, trabalhamos todos como um só.” Esta é a filosofia que Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting, preza para o caminho do sucesso individual e coletivo. Foi a partir da experiência no Instituto D. João V que ingressou numa carreira profissional no estran-geiro, na equipa CSKA de Moscovo. Sobre o sucesso da sua equipa, abre o jogo: “Temos um grupo que, para mim, são os mais importantes, que são os jo-gadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resul-tem. Por mais que a equipa técnica e o departamento sejam organizados, se quem executa não tiver qualidade, não conseguimos resultados nenhuns.”

Antes de vir para o Sporting foi ad-junto de Paulo Tavares, no CSKA de Moscovo. Como descreve essa ex-periência?Eu fui adjunto, mas quando o Pau-lo me convidou para ir com ele, não era numa tarefa de adjunto, mas como alguém que fazia parte de uma equipa técnica e a dividir

L “Estar num clube grande como o Sporting obriga-nos a trabalhar sempre na máxima força e com a máxima perfeição”

Nuno Dias, treinador de futsal do Sporting

“O futsal atingiu um patamar que é claramente a grande modalidade de pavilhão”

MARIANA COSTAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

tarefas. Era um trabalho dividido em que tudo estava bem definido. Nunca me vi, nem nunca me revi, como um adjunto, vi-me parte in-tegrante de uma equipa técnica. Ao nível da experiência, foi uma experiência excelente, um país di-ferente a todos os níveis: cultural, desportivo. Foi uma experiência muito interessante e enrique-cedora, principalmente ao nível desportivo porque participámos numa das ligas mais competitivas do mundo, em que todos os jogos são imprevisíveis. Tudo tinha de ser preparado ao ínfimo pormenor, para que as coisas resultassem. Em termos financeiros, obviamente foi um passo importante porque será muito difícil, em qualquer outro tipo de liga, auferir valores ao nível do que a liga russa aufere. Conheci uma nova cultura, um país diferen-te, com um povo diferente e uma língua muito difícil de aprender. Recordo com agrado as coisas po-sitivas que aprendi.Considera que a sua experiência no estrangeiro foi importante para ser contratado pelo Sporting?Sinceramente não sei, eu sei que a minha passagem foi importan-

te, no sentido de ter sido a minha primeira experiência profissional. Sei que o meu nome já tinha sido indicado para o Sporting em anos anteriores. Mas não me passava pela cabeça, naquela altura, dei-xar o ensino e deixar o Instituto D. João V também para abraçar um projeto profissional. Quando en-trei no Sporting soube que o meu nome surgiu, várias vezes, nas lis-tas como possível contratação para o Sporting. Nunca foi para a frente porque estava ligado ao ensino e pensaram que eu não iria abdicar dessa condição. Perceberam que isso (a contratação) era uma possi-bilidade porque tinha abraçado um projeto profissional no estrangei-ro. Acho que foi por isso que abriu uma porta e vim para o Sporting.Sentiu que a contratação para trei-nador do Sporting de futsal foi um desafio para a sua carreira?Foi, porque os objetivos passaram a ser diferentes daqueles a que eu estava habituado. Mas, indepen-dentemente do objetivo ser dife-rente, acho que todos os clubes por onde passei e todas as tarefas por que desempenhei, sempre tive objetivos ambiciosos, tanto

no Instituto como nas equipas de formação, como o Coimbrão. Nós temos sempre que ambicionar atingir algo e temos que trabalhar sempre nesse sentido. No Insti-tuto, os objetivos não poderiam ser os mesmos que no Sporting. Aqui lutamos para ganhar todos os jogos, todos os troféus e ser campeões nacionais. No Institu-to passava por numa fase inicial, atingir play-offs, depois atingir as meias-finais. Os objetivos diferen-tes. Estar num clube grande como o Sporting, com um historial de conquistas, obriga-nos a trabalhar sempre na máxima força e com a máxima perfeição para atingir es-ses mesmos patamares.Quais são as vantagens e dificuldades de treinar a equipa do Sporting?Eu acho que, ao mesmo tempo que é vantagem, é dificuldade, o facto de se estar num clube onde não se pode errar e em que a vitória tem que fa-zer parte integrante daquilo que é o nosso sentimento. Semana após semana, exige-se o máximo, sem-pre em todos os jogos e em todas as competições. Se, por um lado, isso pode ser uma desvantagem porque nos acresce a pressão, por outro lado

considero isso como positivo porque a pressão de ganhar é uma pressão boa. Quando estamos num clube com todas as condições, habituado a ganhar, em que os jogadores são totalmente profissionais, o nosso grau de exigência pode ser outro, sabemos que temos os melhores.Considera que o futsal é uma moda-lidade que necessita mais de divul-gação e apoio?O futsal atingiu um patamar que é claramente a grande modalidade de pavilhão. Não acredito que haja uma modalidade com tanta visibilidade, nem que envolva tantos praticantes, portanto, acho que os Média têm tido um papel fundamental, prin-cipalmente a televisão. O futsal é a única modalidade que tem um jogo transmitido em canal aberto todos os fins de semana. É importante frisar que a aposta que é feita numa modalidade, que provavelmente é aquela que é mais mediática e que chama mais pessoas, não só para ve-rem na televisão mas também para ir aos pavilhões. Se esta parceria com os Média terminar, neste caso com a RTP, obviamente que o futsal tem a perder. Se os meios de co-municação continuarem a divulgar da forma como divulgam, eu acho que o futsal vai continuar a ser o expoente máximo das modalidades ao nível de pavilhão.A equipa que dirige é considerada uma das melhores equipas de fut-sal da Europa. Qual é o segredo do sucesso?Não há segredos, há um trabalho sério e um conjunto de situações que se uniram, todas elas resul-tam juntas, desde o staff ao de-partamento bem organizado e em que tudo é muito bem coordena-do. As tarefas são bem definidas, cada um sabe exatamente qual é o seu papel dentro do departa-mento, temos uma equipa técni-ca, liderada por mim, onde toda a gente tem um papel fundamental. Temos um grupo que, para mim, são os mais importantes, que são os jogadores de qualidade e que trabalham nos limites para que as coisas resultem. Por mais que a equipa técnica e o departamento sejam organizados, se quem exe-cuta não tiver qualidade, não con-seguimos resultados nenhuns. Por isso, é um grupo de coisas que, todas reunidas, todas juntas, re-sultaram muito bem.Para haver uma boa relação entre o treinador e os jogadores tem de ha-ver comunicação. Como descreve a relação com os seus jogadores e a equipa técnica?Uma relação normal e positiva. Acho que temos um grupo inte-ligente e bem formado que nos ajuda também nesse tipo de rela-cionamento. Sabem exatamente quando é que estão a falar com o Nuno Dias e quando é que estão a falar com o treinador. O facto de eles serem inteligentes e enten-derem essa diferença permite-nos também a nós, enquanto equipa técnica, gerir bem os relaciona-mentos. Quanto à forma de co-municar, acho que resulta bem. Obviamente que, como em todos os lados, poderá sempre haver um jogador menos satisfeito, porque joga menos tempo. A minha rela-ção com a equipa técnica é muito boa, trabalhamos todos como um só. Cada um sabe exatamente qual é o seu papel e dentro desse seu papel acho que tenta fazer ao má-ximo que as coisas resultem e que funcionem.

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FOTOGRAFIA ANDRÉ FERNANDES

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A história de amor entre João e Laura inspirou Sara Santos a fazer SABA. A estudante de Vídeo e Ci-nema Documental da ESTA apre-sentou o seu filme o ano passado no Lisbon & Estoril Film Festival, onde conseguiu uma menção hon-rosa. O prémio deu-lhe ainda mais vontade de partilhar o seu filme. Sara acabou por levá-lo também ao Encontro de Cinema de Viana, onde conseguiu o prémio PrimeiroOlhar.“Sempre me fascinaram as fotos, cartas e filmes de família mesmo quando são de outras pessoas. Acho que já nasci nostálgica, não há cura para isto!” - revela Sara explicando a origem do seu filme. “Quando co-nheci a história do Sr. João e da sua querida esposa Laura fiquei muito sensibilizada, especialmente pela forma tão bela e dignificadora como ele a descreveu”.SABA relata a história de um amor impossível entre um homem e a sua esposa, que sofre de Alzhei-mer. A história é contada através de imagens de arquivo, uma casa em ruínas, cartas e relatos.A memória é a principal ferramen-ta do trabalho de Sara, é através

Aluna de Vídeo e Cinema Documental vence prémio PrimeiroOlhar

Da ESTA, com amor

L Prova de produtos regionais na Sala dos Azulejos da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes

L SABA, um filme de Sara Santos, relata a história de um amor impossível entre um homem e a sua esposa

Nos passados dias 20, 21 e 22, reali-zou-se na Escola Superior de Tecno-logia de Abrantes (ESTA), o Encontro De Comunicação 2015. Contou com diferentes temáticas, como painéis de jornalismo e de comunicação empresarial, workshops, prova de vinhos e degustação de produtos regionais e, para terminar um con-certo solidário. O painel de “Jornalismo Desportivo” contou com a presença da jornalista Andreia Sofia Matos da TVI, Paulo Cin-trão da TSF e Valter Marques do jornal Record. Andreia sofia Matos defende que, “quando o jornalista desporti-vo está bem preparado, é capaz de fazer todo o tipo de jornalismo, ao contrário poderá não ser possível.” Duas ideias que sobressaíram neste painel foram o facto de o jornalista desportivo ser um jornalista igual-mente preparado para tratar de ou-tros assuntos e a certeza de que os jornalistas desportivos estão sujeitos a maior crítica. No painel sobre jornalismo de inves-tigação, Miguel Carvalho, da revista Visão, frisou que as redações estão

Encontro de Comunicação da ESTA: desde os painéis de áreas temáticas até ao concerto solidário, passando por um workshop

“Não havendo dinheiro, não há jornalismo”

captar a atenção do júri e vencer o primeiro lugar. “Ganhar o prémio Primeirolhar com este filme, que me diz tanto e onde dei tudo de mim, só me deu ainda mais força para querer continuar com novos projetos e mostrar cada vez mais e melhor aquilo que quero passar aos outros”.O orgulho estendeu-se até à insti-tuição que acolheu e formou Sara durante a sua licenciatura em Ví-deo e Cinema Documental. Sofia Mota, diretora da instituição, de-monstra o orgulho que sente no prémio atribuído a Sara. “É uma situação que nos orgulha a todos, quer a mim, quer ao curso de VCD da ESTA, quer ao Instituto Politéc-nico de Tomar.”Este orgulho fez com que a escola fosse a principal difusora da no-tícia. “Recebemos a notícia num domingo, fizemos questão de con-tactar a Sara para ela nos dar to-dos os dados que fossem possíveis para fazermos a maior divulgação possível do feito que ela conseguiu brilhantemente realizar. Estamos muito orgulhosos pelo seu feito”, conta Sofia Mota.Depois deste prémio Sara conti-nuará a apostar na área do cinema. “Neste momento estou a desenvol-ver um projeto para um novo fil-me. Irá também abordar a comple-xidade da Memória na construção da identidade e do próprio cinema, mas com uma ambiência diferente de SABA.”O cinema de Sara Santos irá conti-nuar, e a ESTA também, orgulhosa a ver os seus alunos colher os lou-ros do seu sucesso.

é físico nem cronológico.”O Lisbon & Estoril Film Festival foi o primeiro passo no mundo das premiações do cinema. A menção honrosa deixou Sara ainda mais orgulhosa no seu trabalho: “Senti

uma imensa satisfação por ver o meu trabalho reconhecido e ad-mirado, especialmente por duas grandes senhoras do panorama artístico e cultural do nosso país: Graça Castanheira e Dulce Maria Cardoso.”Com uma menção honrosa no currículo Sara continuou a insis-tir no seu trabalho, e, a convite da ESTA, decidiu também concorrer ao Encontro de Cinema de Viana. Dos 19 filmes de diferentes países presentes a concurso para o prémio PrimeiroOlhar, SABA conseguiu

dela que conta as suas histórias e as consegue tornar tão marcan-tes. “Penso que a própria Memó-ria funciona como um filme que se vai montando, desmontando e remontando num espaço que nem

GUALTER SANTOSESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

com JOANA MADEIRA, MÁRCIA GOMES,SARA COSTA E SÉRGIO ALELUIA

MARIANA COSTAESTA D COMUNICAÇÃO SOCIAL

“reduzidas ao osso”, acrescentan-do que o jornalismo de investigação tem custos que hoje em dia os órgãos de comunicação social não conse-guem suportar como antigamente. Conceição Queiroz, da TVI, lembrou que existem várias condicionantes no jornalismo de investigação, como as audiências. Dando o exemplo das grandes reportagens na TVI, a jorna-lista contou que numa reportagem de 40 minutos o tema tem de ser obri-gatoriamente interessante e, mesmo assim, é considerado um risco.No painel “Realidade do jornalis-mo- dificuldades de ser jornalista em tempos de crise”, Rita Marrafa de Carvalho, da RTP, defendeu que “não havendo dinheiro, não há jorna-lismo”. E Bárbara Wong, do Público, aconselhou os estudantes: “Não po-dem ter medo de perguntar. Não po-demos ter medo de sermos chatos!” No painel “Marketing de Guerrilha” Bruno Nunes, da Orange PopCorn, e Sérgio Camilo Conceição abordaram o tema sob perspectivas divergentes. Em causa esteve a discussão sobre a base deste tipo de Marketing, se deve ou não ser associada a campanhas criativas com baixos orçamentos.Abordando o tema “Empreendedo-rismo e Comunicação”, José Diogo, da VF Comunicação, afirmou que “para quem não sabe onde quer

chegar todos os caminhos são erra-dos”. Andreia Almeida, da Dial Reset, acrescentou que trabalhar na área da Comunicação, no interior do país é possível, num ritmo especial: “Não é para se fazer, é para se ir fazen-do, mas com calma.” Joana Borda d’Água explicou o conceito da Mer-cearia Nova, uma empresa familiar que recuperou.A ESTA recebeu também ex-alunos dos anos 2001/2006 no painel “Per-cursos de Sucesso de licenciados em Comunicação Social pela ESTA”. Os convidados foram Fátima Camilo, Sofia Ascenso, Gabriel Soeiro Men-

des e Daniela Areia, via Skype. Todos reconheceram as mais-valias de te-rem frequentado o ensino superior em Abrantes.No âmbito do Encontro de Comu-nicação 2015 houve ainda espaço e tempo para outras iniciativas, como o workshop intitulado “Comunicação de Risco: Crise e emergência”, com a participação de três membros dos Bombeiros Voluntários de Abrantes e de Gisela Oliveira, responsável pelo respectivo Gabinete de Comunica-ção. Foram vários os casos práticos demonstrados em conjunto com si-mulações de situações do quotidiano. Gisela Oliveira lembrou que “é extre-mamente importante trabalharmos e darmos uma informação cada vez mais cuidada”. Relativamente aos episódios de agressividade que se vi-

ram entre adeptos do Benfica e polí-cias, frisa que é importante “que nós pensemos que comunicação é esta, que estamos a fazer”. Assim como “que situações de emergência são estas que nos levam a captar imagens muitas vezes não editadas e a inter-ferir em áreas privadas das pessoas”.Na Sala dos Azulejos da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes decorreu uma prova de vinhos e degustação de produtos regionais, que contou com a presença de cerca de 50 pessoas. “Eu já fui a algumas provas de vinhos e achei que esta, embora mais peque-na, foi das melhores tendo em conta o meio em que estamos inseridos”, confidenciou Miguel Canaverde, um dos participantes. O resultado das receitas obtidas com as entradas deste fim da tarde bem regado re-sultou numa ajuda à Santa Casa da Misericórdia de Abrantes.Humberto Felício apresentou o seu novo projeto a solo “FEL”. Mas este não foi o único momento musical da programação do Encontro. Também a Orquestra de Guitarras da Escola Dr. Manuel Fernandes marcou pre-sença. E, para fechar, a organização do evento, assumida pelos alunos do 2ºano de Comunicação Social, entre-gou o valor das entradas do Concerto Solidário ao Centro de Recuperação e Integração de Abrantes e aos Bom-beiros Humanitários de Abrantes. Os anfitriões foram Nelson Boni-to, DJ Carlos Catarino e os Kwantta que colaboraram com este evento solidário.

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FOTOGRAFIA HÁLIA COSTA SANTOS

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08 ESTA JORNALJUNHO 2015Última

Tudo começou em 2011, a nova etapa de estudar no ensino su-perior, experiência que iria mu-dar a minha vida. Para tal escolhi ingressar num Politécnico, mais concretamente a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, com

o intuito de experienciar um ensino com uma for-te componente prática, que me permitisse ob-ter as bases necessárias para ingressar no mer-cado de trabalho, que, cada vez mais, espera dos licenciados uma rápida adaptação. Foi precisamente essa ex-periência que obtive, numa aprendizagem que, para além de unidades curricula-res teóricas, permite a utilização de casos

Há quem diga que na vida há saltos difíceis ou até mesmo impossíveis de alcançar!? Eu prefiro dizer que na vida tudo é difícil e impossível, mas só se nós fizermos por isso. Entrei na ESTA com a vontade de sair o mais depressa possível, pois, para mim, o trampolim que eu tan-to precisava para dar o tão desejado salto não se encontrava nesta insti-tuição. Engano meu! O trampolim estava ali para mim e todos os dias foi dando o ar da sua graça.Conhecimento adquiro e muita vontade de começar. Está na hora de dar o salto! Chamada feita, pre-parar, iniciar, saltar e por fim ater-rar…agora era só viver o sonho. O sonho de estagiar durante meio ano, naquela a que muitos con-sideram como a maior e melhor redação de uma estação televisiva portuguesa. A redação da SIC.Entre equipa de agenda, equipa do Primeiro Jornal e Madrugadas, os seis meses passaram a voar. Voa-ram tão rápido como a tempo de preparação para o salto. Tenho que admitir que o medo de falhar era mais que muito. Mas uma coisa é certa: mais do que mostrar conhe-cimento estava ali para aprender e podem ter a certeza que foi isso que fiz.

Fim da licenciatura. O momento em que conceitos como emprego e mercado de trabalho se tornam vo-cabulário de utilização diária, quan-do, até então, frequências e exames eram o extremo das preocupações.Uma mudança radical que pode ser amenizada através de uma primeira experiência no mercado de traba-lho através de um estágio curricu-lar, onde o rigor exigido é inferior aos restantes trabalhadores, mas a dedicação e a responsabilidade aplicadas devem ser inversamente proporcional.A minha primeira experiência pro-fissional adveio da licenciatura em Comunicação Social da Escola Su-perior de Tecnologia de Abrantes. Independentemente da preparação consistente que é proporcionada ao longo da licenciatura, o medo de não corresponder às expetativas e o medo de falhar são constantes.A minha experiência no estágio, em assessoria de imprensa, teve a difi-culdade acrescida de ser na área da saúde. Um mundo sério e obscuro onde a comunicação se resume a doenças e possíveis tratamentos. Exigente e difícil, mas um setor cativante que me concedeu uma

“Fui desafiado a ingressar na empresa que me acolheu no estágio curricular”

Da ESTA para a SIC, um salto radical mas muito saboroso

“Interesse em aprender, humildade para admitir que não sabemos tudo”

MARISA GOUVEIA

Amo o meu país, a minha bandeira, a terra que o destino escolheu para mim e, apesar das dificuldades dos tempos que correm, acredito que ainda existem vagas de sucesso para quem dá o melhor de si no mundo profissional. Apesar de parecer cada vez mais estreito, ainda continua a ter espaço para grandes jovens li-cenciados em todas as áreas. Nas barreiras que aumentam de altura dia após dia, tento sempre procurar motivação, aprender mais para su-perar desafios e ter alguma dose

de calculismo para conseguir alcançar pequenas metas que fazem grande diferença. Escolher um canal regional e de pro-ximidade (Porto Canal) para fazer o meu estágio foi algo pensado ao mais pequeno pormenor. Cla-ro que a minha ambição pro-fissional vai bem mais lon-ge, mas optei por um canal onde a opor-

tunidade de colocar em prática tudo o que aprendi e estudei fosse maior, com mais vi-sibilidade e onde o contacto com o

meio do local do estágio fosse mais próximo.Sentia-me preparada, tinha as ba-ses, a teoria e a prática. Precisava apenas de começar para ter a certe-za que era capaz de alcançar o nível de capacidade e empenho ao qual me auto propus no início do desa-fio. Chegada a altura de colocar em prática tudo o que aprendi ao longo da licenciatura, comprovei que cada cadeira do curso está rigorosamente programada para nos dar bagagem enquanto profissionais no terreno. A teoria e a prática completam-se sem deixar qualquer folga ou espaço vazio. Sem estes dois fatores nenhu-ma vocação por si só é suficiente. Cabe a cada um tirar frutos da aprendizagem e, mais importante ainda, é ter sede de querer saber cada vez mais. Os três meses de experiência real colocaram à pro-va todas as minhas capacidades enquanto aluna, enquanto profis-sional e, principalmente, enquanto pessoa. À parte isso, basta apenas esforço, dedicação e paixão pelo jornalismo. As oportunidades sur-gem, os contactos multiplicam-se, a força de vontade ultrapassa bar-reiras e o ‘bichinho’ de querer ser uma grande jornalista cresce sem limites tornando-se viciante.Decidi começar a minha travessia profissional pelo rio com a esperan-ça e convicção de que essas são águas que um dia me levarão a alto mar.

“Coloquei à prova todas as minhas capacidades”

JOÃO SANTOS

JOSÉ BRÍZIDA

TERESA FRANCO

Foram mui-tas as notí-cias agen-dadas (um mês e duas semanas na Agen-da) duas semanas de madru-gadas, e dedicação a 100% ao Primeiro Jornal da SIC. Saídas em reportagem foram mais que mui-tas. Não há nada tão bom como sair em reportagem, chegar à redação, escrever a minha própria peça, montá-la e, na hora certa, ir para o ar. Mais que um estagiário senti--me um jornalista como qualquer um que faz parte da SIC. Foram seis meses de aprendizagem, de muito trabalho, admito que cheguei ao final cansado, muito cansado, mas foram seis meses saborosíssimos.

visão única sobre a vasta área da comunicação.O estágio curri-cular é uma ex-tensão com um valor incalculá-vel para a licen-ciatura e que, no meu caso, foi também a alavanca para o início de uma carreira. Os seis meses de aprendizagem enquanto estagiária culminaram com a proposta para uma estadia mais prolongada e, aí sim, como verdadeira integrante do mercado de trabalho.Interesse em aprender mais, hu-mildade para admitir que não sabe-mos tudo e a mesma dedicação em todas as tarefas executadas permi-tem uma maior evolução durante o tempo de estágio. E estas são ca-racterísticas que mantenho nesta carreira que ainda agora começou.

práticos e concretos.Três anos passaram e, em 2014, chegou a última etapa do curso, o estágio, que permitiu o meu pri-meiro contacto com o mercado de trabalho. Permitiu sentir-me inte-grado numa equipa, ser desafiado a fazer mais e melhor e, acima de tudo, colocar em prática todos os conceitos que adquiri nos três anos transatos.O estágio foi, sem dúvida, o cul-minar de um percurso, mas, acima de tudo, o início de outro: o con-tacto com o mercado de trabalho permitiu-me abrir horizontes e mostrou-se ser uma experiência en-riquecedora em todos os níveis. Foi também ver o trabalho de três anos dar resultados e ser reconhecido.Com o fim do estágio e, por sua vez, da licenciatura, fui desafiado a ingressar a empresa que me aco-lheu no meu estágio curricular. E agora, passados quatro anos, faço uma retrospetiva e sinto que a ESTA me proporcionou um ensino de ex-celência.

FICHA TÉCNICA | DIRETORA: Hália Costa Santos DIRETORA ADJUNTA: Raquel Botelho REDATORES: Gualter Santos, Joana Madeira, Márcia Gomes, Mariana Costa, Sara Costa, Sérgio Aleluia REVISÃO: Joana Madeira com Mariana Costa, Sara Costa e Sérgio Aleluia PROJETO GRÁFICO: José Gregório Luís PAGINAÇÃO: João Pereira Tiragem: 15000 exemplares

Testemunhos de alunos de Comunicação Social

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jornaldeabrantes

17JUNHO 20152015 ESPECIAL ABRANTES

Dois anos depois, o Mercado Diá-rio valeu a pena?

Valeu a pena! É uma intervenção muito arrojada, difícil, numa pri-meira fase, de perceber pelos cida-dãos. É uma intervenção de arqui-tetura contemporânea. Hoje não se consegue fazer remendos. Ou se rasga com aquilo que é o tradi-cional ou então fazem-se interven-ções que não valorizam em nada os nossos centros históricos. Há um rasgo efetivo, assumidamente. Há uma nova vocação para um edifício muito importante, com a valoriza-ção do comércio tradicional, num local de privilégio, numa das ruas mais emblemáticas do ponto de vista comercial, que é a Rua Nossa Sra. da Conceição. Há uma ligação direta a uma bolsa de estaciona-mento, que é o Largo 1º de Maio, que pode ser feita por dentro ou por fora. E isto é muito importante para a dinâmica do centro histórico. E depois há a ligação à nova Uni-dade de Saúde Familiar que está a ser construída em frente, aprovei-tando também uma operação de reabilitação urbana, com a possibi-lidade de instalar uma Loja do Cida-dão por cima e, mais acima ainda, a possibilidade de termos o Núcleo do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, criando uma nova dinâmica no centro histórico. Em breve apre-sentaremos uma intervenção na esplanada 1º de Maio, qualifi cando também aquele espaço, dando um ar mais atual, mais utilizável, tam-bém para estacionamento.

A nova Unidade de Saúde Fami-liar pode ser uma solução para o problema de acesso a cuidados primários dos abrantinos?

Apetece-me dizer que sim, mas,

em bom rigor, o problema da sa-úde só se resolve com profi ssionais. Neste momento temos uma mé-dica que já pediu transferência para vir para Abrantes para começar a criar uma USF. Queremos crer que em setembro lhe será dada essa mobilidade e que a primeira USF será criada aqui e Abrantes. Acre-ditamos que este modelo, em que os profi ssionais se organizam e que, por objetivos, conseguem fazer di-ferente para os nossos cidadãos. É com expetativa que aguardamos a conclusão da obra e que a primeira equipa seja concluída e que, com isso, possamos aumentar os cuida-dos de saúde primários.

Que balanço é que faz de dez anos de TagusValley?

É um balanço francamente po-sitivo. Muitas foram as empresas que ali foram incubadas e desen-volvidas. Ao longo destes dez anos, foram criadas as condições para a infraestruturação da primeira fase daquele espaço, faltando a instala-ção da ESTA, para podermos ligar os alunos, os professores e os inves-tigadores à comunidade empresa-rial. É um projeto que, para nós, é determinante. A par desta fase das infraestruturas, fomos criando con-dições para o desenvolvimento de ideias inovadoras, de ideias de ne-gócios, de transferência de conhe-cimento, de tecnologia e de inova-ção, sempre a o serviço das empre-sas. E os projetos falam por si.

Agora o desafi o que temos é dar o salto, para que a TagusValley deixe de ser uma instituição do conce-lho de Abrantes, para passar a ser

uma instituição regional, que serve os municípios do Médio Tejo, mas que tem uma dimensão nacional. E isso vê-se pelas redes nacionais e in-ternacionais que a TagusValley que já desenvolveu, e que lhe permitiu ser eleita para a presidência da Di-reção dos Parques Tecnológicas de Portugal.

Acredita que o Portugal 20-20 vai ser uma oportunidade para ala-vancar projetos importantes no concelho?

Sinceramente, neste momento acabo por estar desacreditada em relação a isso. Gostava de ter um discurso mais otimista em relação a esta matéria, mas aquilo que va-mos conhecendo relativamente ao Portugal 20-20 é que, para o de-senvolvimento local e regional, traz muito pouco mesmo. Os recursos foram claramente diminuídos. O Investimento Territorial Integrado (ITI), que acaba por ser a contratu-alização com os municípios, aquilo que o Médio Tejo perspetiva é que seja metade daquilo que foi contra-tualizado no ciclo de investimento 2007/2014, ou seja, no Qren. Isto vem diminuir a nossa capacidade de intervenção. E este é um pro-blema. A minha esperança é que ainda haja condições para se alterar as regras do programa quando, da-qui a dois anos, se fi zer a avaliação intercalar do programa, e se perce-ber que não estamos a ter execução nem a introduzir dinheiro na econo-mia nacional. Tenho esperança que se perceba que se nada for feito va-mos devolver dinheiro a Bruxelas.

“Uma nova dinâmica no centro histórico”

“Abrantes tem uma presidente que se chama Maria do Céu Albu-querque, que gosta muito de ser presidente da Câmara de Abran-tes, que quer e que vai continuar a ser presidente. Claro que o futuro a Deus pertence, mas não está nos meus objetivos deixar a Câmara de Abrantes. Acho que pude dei-xar claro ao longo de toda esta entrevista o entusiasmo, o gosto e os projetos que temos em car-teira. E muitos deles, são o rosto da presidente de Câmara. Lidero uma equipa de gente jovem, muito empenhada, muito traba-lhadora e muito capaz. É este tra-balho que eu gosto de fazer. As-sumi um compromisso a 12 anos com as pessoas, sendo que, de quatro em quatro, vamos reno-vando. Há dois anos renovei esse compromisso com os nossos ci-dadãos. E é nesse compromisso em que continuo empenhadís-

sima a trabalhar. Pese embora te-nha assumido outras responsa-bilidades, nomeadamente ao ní-vel do Secretariado Nacional do Partido Socialista, que também muito me agrada. E é com grande sentido de responsabilidade que me sinto em representação da co-munidade abrantina e da Comu-nidade Intermunicipal do Médio Tejo naquele órgão de decisão na-cional. Claro que espero que o Dr. António Costa ganhe as eleições. Trabalharei pessoalmente ao seu lado para que isso aconteça. Tra-balharei aqui, em Abrantes e no Médio Tejo, para que isso acon-teça. E espero que, com essa vitó-ria, consiga capitalizar para Abran-tes e para o Médio Tejo, aquilo que são as aspirações dos abrantinos, que é a esses que respondo pri-meiro, e depois de toda a comuni-dade do Médio Tejo.”

Maria do Céu Albuquerque

“É no compromisso com os cidadãos que continuo empenhadíssima”

• “ Em breve apresentaremos uma intervenção na esplanada 1º de Maio”

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18 JUNHO 20152015ESPECIAL ABRANTES

ABTemTALENTOSolta o artista que há em ti

Uma atividade que tem como propósito encontrar novos ta-lentos e dá-los a conhecer.

MIAA – ANTEVISÃO VIIO homem e o território. 7000 Anos de estratégias de ocu-pação do território de Abrantes

Estratégia signifi ca usar os meios à disposição com vista a alcançar certos objetivos de acordo com as necessidades e os acontecimentos do momento. O pensamento estratégico é um fator constante que tem acompanhado o Homem ao longo da sua história: só há diferenças nas suas diversas apli-cações ao longo do tempo. Escolhas estratégicas foram feitas no território de Abrantes desde o Neolítico até à Idade Mo-derna relativamente ao uso do território, à exploração das ma-térias-primas, às exigências de defesa, aos eixos de comunica-ção, à produção de bens e ao simbolismo da posse da terra. Esta exposição permite uma viagem à construção da paisa-gem abrantina seguindo as estratégias dos nossos antepassa-dos, por meio da rica coleção do Museu D. Lopo de Almeida e de novas tecnologias ligadas à fotografi a.

A new call for creative camp 2015Abrantes vai acolher de 5 a 12 de julho mais um campo cri-ativo do Canal180

Para além da presença de cerca de 60 artistas e de work-shops dedicados a diferentes áreas criativas, o evento ante-cipa um programa de 10 concertos de vários estilos musicais em “locais inusitados da cidade”.

Colaborações criativas em media arts é o principal tema da edição deste ano do Creative Camp, evento organizado pelo Canal180 e que volta a reunir em Abrantes vídeo, música, fo-tografi a, design, arquitetura e arte urbana.

O festival, que vai na sua 5ª edição e decorre pela terceira vez con-secutiva em Abrantes, pretende interagir com os comerciantes do centro histórico e ocupar vários espaços da cidade na semana de 5 a 12 de julho, realizando, paralelamente, e pelo segundo ano, dois concursos de ideias para intervenções urbanas na cidade.

“Hoje se formos às redes sociais escrevemos Creative Camp

Abrantes 2015, vamos perceber que um pouco por todo o mundo se fala desta iniciativa. Ao fi m de duas iniciativas, nós podemos dizer que vale a pena o investimento porque, por um lado estamos a construir uma marca, uma identidade, e estamos a construir com isso um registo nacional diferencia-dor, destacou Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câ-mara Municipal de Abrantes.

Quando a iniciativa foi me apresentada, há três anos, achei que esta era uma iniciativa que fazia a diferença. Existem mui-tos festivais, um pouco por todo o país, um festival de rock, outro de música alternativa, e outros, mais comerciais, e na re-alidade muitas cidades foram criando uma marca, uma identi-dade à base desse evento.

“Nós optámos por apostar em criar algo novo, que criasse identidade, e fosse diferenciador”, vincou.

Segundo contou a autarca, aquilo que na altura foi proposto ao Canal 180 “não era para decorrer uma única vez, mas que fosse uma iniciativa que acontecesse em 2013, 2014, 2015, 2016, e que criasse, assim, uma marca identitária, um evento de referência nacional e internacional”, lembrou.

“Satisfaz-nos bastante perceber que, quando se lança uma chamada internacional, existem países de todo o mundo a es-tudar o que é Abrantes e a apresentar propostas de interven-ção urbana, de arte efémera, e saber que, com isso, nós esta-mos a reforçar este projeto”, observou a autarca.

Segundo Maria do Céu Albuquerque, o desafi o “é que a co-munidade abrantina também se aproprie deste projeto, para que possamos cumprir os objetivos a que nos propomos. Também nos satisfaz, particularmente, quando percebemos que esta iniciativa, pela mesma identidade, já está a ser feita noutro países, e que também a União europeia já reconhece este projeto e esta organização”, o Canal 180.

“Em matéria de cultura e de arte, estas coisas não nascem do dia para a noite, há uma semente, há que regar essa semente, cuidar para que a fl or possa existir, e o fruto nasça a seguir, e é nesse sen-tido que nós queremos continuar a investir neste projeto cultural diferenciador”, concretizou, a propósito de um evento que dá en-trada na cidade após as Festas de Abrantes 2015.

Mário Rui Fonseca com Mariana Costa e Sara CostaFotos: CM Abrantes

Abrantes em festa com arte e cultura

O Professor Doutor Fernando Ca-troga, natural de São Miguel do Rio Torto, aceitou o convite da Câmara de Abrantes para assumir o cargo de coordenador das comemora-ções do Centenário da Elevação de Abrantes à condição de cidade,

efeméride que será celebrada no dia 14 junho de 2016.

A notícia foi avançada pela presi-dente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque, na reunião de exe-cutivo, estando o anúncio público agendado para o Dia da Cidade, dia

14 de junho, no decorrer das ceri-mónias que vão decorrer nos jar-dins do castelo.

Fernando José de Almeida Ca-troga é licenciado em Filosofia, e Doutor em História Moderna e Contemporânea pela Faculdade de

Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). O investigador, nascido em 1945, doutorou-se aos 43 anos na FLUC, onde lecionou até se jubilar, cerimónia que decorreu no preté-rito mês de maio.

Fernando Catroga vai coordenar programa do Centenário de Abrantes

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19JUNHO 20152015 ESPECIAL ABRANTES

O desporto é rei nas festas de Abrantes 2015. São muitas as atividades que se realizam durante este período e de onde se destacam algumas atividades:

CONCURSO NACIONAL DE SALTOS B DE ABRANTES – HIPISMO

O Concurso Hípico de Abrantes regressa ao relvado dos Mourões, em Rossio ao Sul do Tejo, com o patrocínio da Câ-mara Municipal de Abrantes.

O evento tem início dia 12 de junho (sexta-feira) e prolon-ga-se até dia 14 (domingo), integrando provas para todos os escalões de 90cm a 1,30m, com um prize-money de 12.500 euros.

Para domingo está marcado o Grande Prémio Câmara Mu-nicipal de Abrantes.

DOWNHILL URBANOOs concorrentes vão percorrer 1Km pedalando desde o Cas-

telo de Abrantes, descendo a toda a velocidade, até ao Largo do chafariz, cruzando escadas, ruas com declives acentuados e becos estreitos do Centro Histórico. Durante o percurso es-tarão preparados alguns obstáculos dando ainda mais espe-tacularidade às manobras com bicicletas todo o terreno, es-tando a prova aberta à participação de todos.

1º UPHILL CIDADE DE ABRANTESA primeira prova de Uphill cidade de Abrantes realiza-se este

ano integrado nas festas de 2015 e consta da escalada em bi-cicleta, com início na Calçada de São José e términus naquele mesmo lugar, numa distância de 500m e uma inclinação mé-dia de 16% e um Prize Money de 1000€, com troféus para os três primeiros classifi cados por escalão.

Para a prova está confi rmada a presença do ciclista Ricardo Marinheiro, uma aquisição do Projeto Olímpico do Ben-fi ca, que tem como objetivo “ajudar Portugal a conseguir a qualifi cação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016”.

CAMINHO (S) DO TEJOAtividades de canoagem e BTT com percursos que vão

desde Alvega à margem sul do Aquapolis: CANOAGEM - Percurso 1: Estação de Canoagem de Alvega //

Aquapolis Margem sulCANOAGEM - Percurso 2: Tomada de água – Central Termoe-

létrica do Pego // Aquapolis Margem sulBTT – Percurso - Estação de Canoagem de Alvega // Aqua-

polis Margem sul

DEMONSTRAÇÃO DE STUNT – TÓ MENDESPara o abrantino Tó Mendes, o “stunt consiste em técnicas

de equilíbrio em cima de uma mota com diferentes graus de difi culdade em cada manobra que é executada, num estilo li-vre que permite inovar, arriscar e proporcionar um diferente nível de adrenalina quer ao piloto quer aos espetadores, ten-tando nunca por em causa a integridade física nem do piloto nem do publico”.

Desporto nas festas de Abrantes

CAMPEONATO NACIONAL DE CARRINHOS DE ROLAMENTOSA tradicional prova de carrinhos de rolamentos nas festas de

Abrantes é organizada pelo Núcleo Sportinguista de Alferra-rede e Trilhos do Zêzere e tem a designação de CNCR - Cam-peonato Nacional de Carrinhos de Rolamentos, uma marca nacional da entidade também organizadora Trilhos do Zê-zere.

Esta prova de corridas de carrinhos de rolamentos é consi-derada para a organização uma potencialidade para a promo-ção turística do nosso país.

Ainda no âmbito da génese das festas de Abrantes, este ano de 2015 vai continuar a contar com a realização de torneios em diversas modalidades, organizados por associações e clu-bes, designadamente:

TORNEIO DE XADREZOrg: Sporting Clube de Abrantes

TORNEIO DE SUECAOrg: Casa do Benfi ca de Abrantes

TORNEIO DE MATRAQUILHOSOrg: Associação de Matraquilhos de Santarém

Fotos: CM Abrantes

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Entre 10 e 14 de Junho, o espaço do Parque de Escultura Contem-porânea Almourol acolhe milha-res de visitantes para mais uma edição da Feira do Tejo, com deze-nas de expositores de artesanato e as tradicionais tasquinhas.

Vila Nova da Barquinha promove o seu maior evento anual, onde para além dos tradicionais festejos religiosos a Santo António, o santo

padroeiro de Vila Nova da Barqui-nha, não faltará a animação de rua, teatro, dança, música, folclore, marchas populares, pirotecnia, hi-pismo, natação, futebol, exposi-ções, sem esquecer as atividades para os mais novos - insufláveis, pinturas, cinema, jogos e balão de ar quente.

Para além da animação os visi-tantes poderão apreciar um es-

paço com o melhor da escultura contemporânea portuguesa, o Parque de Escultura Contempo-rânea Almourol ao ar livre, des-cansar nos 7 hectares do Parque e apreciar a beleza incomensurável do Tejo que aqui vive desde tem-pos imemoriais.

Organizadas e dinamizadas por órgãos diferentes, as festas são fei-tas a pensar nas associações e para

as coletividades. Este ano criámos um programa de animação vari-ado proporcionando aos visitan-tes, miúdos e graúdos, momen-tos de convívio, partilha e alegria únicos, numa oferta diversifi cada de modo a abranger todas as fai-xas etárias.

Certo é que dos tempos remotos aos mais recentes, a tradição reinv-enta-se, ganha novas facetas e ob-

jetivos. Mas a alegria das pessoas, o convívio, a troca de saberes são sempre o fundamental da Feira. Perdem-se uns costumes mas ga-nham-se outros. Da mudança se faz a vida. A Feira irá ser um su-cesso nesta terra tão bela onde o Tejo demora e enamora o Parque Ribeirinho e as suas gentes.

Fernando Freirepresidente da CM de VN Barquinha

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Vila Nova da Barquinha em festa de 9 a 14 de junho

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JUNHO 201522 VILA NOVA DA BARQUINHA ESPECIAL

JOANA MARGARIDA CARVALHO

A meio de um mandato, Fernando Freire, presidente da autarquia barquinhense, admite ao JA que o seu concelho está atrativo ao turismo e a novos investimentos. Prova disso, foram as várias unida-des hoteleiras inauguradas recen-temente. Para estas festas, consi-dera que o envolvimento das ins-tituições e das coletividades do concelho é determinante, numa promoção dos produtos endóge-nos.

Qual é o objetivo da Feira do Tejo 2015 - festas do concelho de Vila Nova da Barquinha?

O objetivo destes festejos passa sempre pela promoção dos produ-tos endógenos do concelho e da região. Em torno do rio Tejo, este é um momento que envolve sempre as coletividades, as instituições do concelho como sejam as IPSS, os Bombeiros, as Escolas, as associa-ções, etc. Ou seja, temos a preocu-pação em dar a conhecer o que é nosso e o que é a nossa atividade anual.

Durante os próximos dias, há toda uma panóplia de atividades que vão ser promovidas e dinamizadas pelas coletividades, desde provas desportivas, momentos culturais, as próprias tasquinhas com a gas-tronomia mais típica, workshops, etc. Há, assim, uma simbiose entre a festa em si e o convívio que se gere em torno das pessoas de cá e os vi-sitantes.

O que destaca da programação desta Feira do Tejo 2015 a decor-rer de 9 a 14 de junho?

Vamos ter muita música com Miguel Araújo, Ricardo Costa, Com-panhia Algazarra, várias tunas, Classics Band, Arregaita, Orques-tra Ligeira do Exercito, Virgem Suta num concerto sincronizado com pirotecnia, entre outros. Vamos ter muito desporto com as provas ibé-ricas de hipismo, a pesca despor-tiva, o campeonato de natação e de canoagem. No âmbito cultural, vai decorrer a inauguração da Galeria de Santo António, junta à Igreja Ma-triz, com duas salas de exposição. É um equipamento totalmente recu-perado que vai abrir com a exposi-ção evocativa dos 90 anos dos Bom-beiros Voluntários de VN Barquinha. Vamos ter ainda corrida de touros, teatro de marionetas, marchas po-

pulares e, graças à colaboração do exército português, um balão de ar quente destinado às crianças e aos adultos que o ano passado teve uma grande adesão. Em seis dias de festa, temos um orçamento pre-visto de 80 mil euros.

Como está o seu concelho? Temos a noção que a Barquinha

está bastante atrativa para o tu-rismo e para o setor empresarial, a par da qualidade de vida que se ga-rante por cá. As próprias coletivida-des têm potenciado várias ativida-des culturais, durante todo o ano, e isso tem criado uma grande dinâ-mica no concelho.

Como se encontra o Parque de Negócios do concelho? Há novos interessados?

Há cerca de cinco interessados a sediarem-se no nosso Parque de Negócios. Dos nove que estão ins-talados alguns estão-se a expandir, estão a adquirir novos lotes, o que é muito bom.

Quais são os principais projetos do município?

São vários. No âmbito turístico, o nosso número de camas triplicou. Inaugurámos cinco novas unidades hoteleiras, o que traduz mais de 100 camas disponíveis. Estamos a falar de alguns projetos privados, o que quer dizer que os privados acredi-

tam na Barquinha.Inaugurámos uma nova Loja So-

cial na Praia do Ribatejo. Ficámos agora com dois equipamentos deste género no concelho, uma vez que já tínhamos uma loja na vila desde 2013. A Loja Social da Praia do Ribatejo tem uma cozinha, uma valência diferenciadora que possibi-lita aos técnicos confecionarem al-guns produtos alimentares para os mais carenciados. Esta nova estru-tura tem ainda uma lavandaria, bal-neares, banco de livros e a habitual distribuição de roupas e alimentos. Neste ponto, gostaria de dar desta-que ao trabalho voluntariado, que possibilita a existência destas casas, num puro serviço à comunidade.

Vamos continuar com as interven-ções no Castelo de Almourol, com a sua musealização, que está em concurso público, até ao dia 30 de junho. Neste momento, estamos a concluir uma das promessas eleito-rais que tínhamos, fi cando a faltar o arranjo paisagístico da ilha. Toda a intervenção na ilha implica que se-jam utilizadas técnicas ambientais. O objetivo é que se crie uma estru-tura que não permita uma derro-cada ou a própria erosão devido ao rio. Neste momento, o Castelo de Almourol está aberto todos os dias devido à sua excelente procura.

Vamos inaugurar o Centro Comu-nitário de Atalaia para o próximo mês de julho, um equipamento que

resultou numa recuperação de uma escola básica, onde vão ser criados alguns serviços e espaços para as colectividades, bem como para ou-tro tipo de ações.

Qual é a principal carência de Vila Nova da Barquinha?

A Regeneração Urbana da vila é sem dúvida determinante. Faz todo o sentido criar alguns incentivos às empresas, no âmbito fi scal, na isen-ção de taxas e no apoio às candida-turas, para que possam contribuir na requalifi cação da zona baixa, co-laborando numa maior dinâmica comercial e habitacional. Posto isto, e fazendo a ligação entre o Parque Ribeirinho e uma Regeneração Ur-bana concluída, temos aqui uma vila cinco estrelas.

Recentemente, qual tem sido o trabalho realizado nas fregue-sias?

Na Praia do Ribatejo tem sido uma preocupação garantir maior proxi-midade da população aos serviços básicos. Nesta freguesia, estamos a construir a nova ETAR e, por isso, faz todo o sentido concluir o sane-amento básico nas Limeiras e nas Madeiras. É uma das prioridades. Vamos ver até que ponto há fun-dos comunitários para fi nalizar esta questão. Gostaríamos de apoiar na ampliação do lar e centro de dia da Fundação Dr. Francisco Cruz e me-

lhorar o centro de dia das Madeiras, entre outras intervenções.

Qual é o ponto de situação do Turismo Militar?

Neste âmbito, já foi criado o Insti-tuto de Turismo Militar, uma asso-ciação nacional que fi cará sediada na Barquinha. Nesta entidade es-tão presentes o município barqui-nhense, o Exército Português e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT). O objetivo é sempre a promoção do património militar, como também fi nalizar o processo que irá possibi-litar a visitação de algumas unida-des militares. Quanto à base área número 3, sediada na Praia do Riba-tejo, é nossa intenção criar ali uma nova dinâmica. Pretendemos aber-tura do aeroporto militar de Tancos para um serviço lowcost. Um ser-viço que contribua no desenvolvi-mento turístico de Fátima e da re-gião.

Como analisa este Quadro Co-munitário de Apoio 2014/2020?

É um quadro que não está direcio-nado para cada concelho, está dire-cionado para a região, para as em-presas e para a inovação. Enquanto autarcas, temos de saber trabalhar projetos comuns e já temos alguns previstos, como os percursos ribeiri-nhos da região, a Médio Tejo online e um trabalho que incide na promo-ção do património.

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FERNANDO FREIRE, PRESIDENTE DA CM DE VN BARQUINHA

“Com uma Regeneração Urbana concluída, temos aqui uma vila cinco estrelas”

• Fernando Freire salienta a “simbiose entre a festa em si e o convívio que se gere em torno das pessoas”

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JUNHO 2015 ESPECIAL VILA NOVA DA BARQUINHA 23Fo

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O concelho de Vila Nova da Bar-quinha triplicou no mês de maio e neste início de junho a oferta de camas em turismo rural, oca-sião em que foram inauguradas três novas unidades hoteleiras na sede do município, uma Quinta e um Albergue da Juventude, na lo-calidade de Tancos.

As primeiras duas unidades, inau-guradas no dia 9 de maio, repre-sentaram um investimento privado na ordem dos 900 mil euros e con-taram com o apoio de fundos co-munitários, no âmbito do PRODER

(programa de apoio de desenvolvi-mento rural).

No total, são 27 as novas camas disponíveis na “Barquinha Nature House” e “Art Inn Barquinha”, espa-ços que apostam num serviço re-quintado, paredes meias com o Par-que de Escultura Contemporânea Almourol, no coração do centro his-tórico de Vila Nova da Barquinha.

No passado dia 23 de maio, foi a vez da “Quinta do Ribeiro Tan-quinhos” ser inaugurada. O novo equipamento, sediado na fregue-sia de Tancos, num local tranquilo e envolto pela natureza num cená-

rio campestre, está a escassos mi-nutos do Castelo de Almourol. A nova uma unidade de alojamento tem quatro quartos e a gerência pretende proporcionar também ati-vidades rurais turísticas e pedagógi-cas. O investimento de cerca de 150 mil euros foi apoiado pelo Sub Pro-grama 3 da ADIRN – PRODER.

Por sua vez, a autarquia apostou na reconversão da antiga escola pri-mária da localidade de Tancos em Albergue de Juventude e Centro de Convívio, uma unidade de alo-jamento local que foi inaugurada no dia 30 de maio, representando

um investimento de 300 mil euros e que se traduziu na disponibilização de mais 30 camas. A partir do novo edifício é possível desfrutar de uma reconfortante paisagem sobre o rio Tejo, o Castelo de Almourol e as en-costas envolventes.

Pelas mãos da Sociedade Sonetos do Tejo também abriu portas uma nova unidade turística com sede Vila Nova da Barquinha. A inaugu-ração que decorreu no passado dia 7 junho representou um investi-mento de cerca de 276 mil euros.

O mês de maio e início de junho transformaram-se num marco na

história da oferta turística no conce-lho de Vila Nova da Barquinha, uma vez que este concelho ribeirinho do Médio Tejo viu as suas camas tripli-carem, com a abertura ao público de várias unidades hoteleiras.

Fernando Freire, presidente da au-tarquia, referiu ao JA que “para se dar vida ao território é necessário haver infraestruturas e estas uni-dades são bons exemplos. O inves-timento privado é a prova que os privados acreditam em Vila Nova da Barquinha, na nossa aposta na arte, na cultura e na criação de riqueza para a região”. JMC

TURISMO

Vila Nova da Barquinha triplica número de camas

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JUNHO 201524 VILA NOVA DA BARQUINHA ESPECIAL

Durante os próximos seis dias, Vila Nova da Barquinha vai vestir-se de festa. O Barquinha Parque recebe a Feira do Tejo 2015, que este ano conta com 70 exposito-res de artesanato, tasquinhas e muita anima-ção, complementada com um programa di-versifi cado para todas as idades.

No primeiro dia do certame, Miguel Ara-újo, um dos grandes nomes da música portu-guesa da atualidade, vai abrir os festejos. Para este primeiro dia, está ainda prevista a inau-guração da Galeria de St. António e a exposi-ção do Instituto Politécnico de Tomar.

No feriado nacional, 10 de junho, a ale-gria dos Kumpania Algazarra promete animar a noite, depois de espalharem alegria e boa disposição pelo recinto de festa, no período da tarde. Para este dia, esperam-se vários mo-mentos, entre os quais: um teatro intitulado “A Tempestade”, um teatrinho de marionetas para crianças, a atuação da Tuna do Clube União de Recreios, um Sunset no Parque Ri-beirinho, etc.

Segue-se o dia 11, onde os destaques mu-sicais vão para os Classics Band e os Fun2Rock. Pinturas ao ar livre, Passeio Fotográfi co, apre-sentação de projetos de empreendedorismo pelos alunos do Agrupamento de Escolas são outros momentos que estão previstos.

O 12 de junho vai fi car reservado para os Arregaita, uma banda de Vila Nova da Bar-quinha, que assinala 35 anos de carreira. É esperada a I Edição dos Prémios Almourol, as marchas populares, as curtas-metragens para crianças, a atuação de Pedro Dionísio, entre outros momentos.

O dia 13 inicia-se com vários momentos desportivos. Workshops de canoagem e dança, ateliês, um festival com vários grupos de folclore, a abertura de uma exposição de fotografi a no CEAC e um balão de ar quente, que irá fazer as delícias dos mais novos e dos mais graúdos, são as atrações previstas. A ma-gia da Orquestra Ligeira do Exército (OLE) está também agendada para este dia bem como atuação dos Royal Pandemonium.

Os Virgem Suta irão encerrar o evento, num concerto sincronizado com pirotecnia no do-mingo. Para o último dia da festividade, o des-porto não vai parar com zumba, BTT, descida de canoas, passeio de charrete, etc. Também, os ateliês, as pinturas, o teatrinho com ma-rionetas para crianças e as tunas regressam neste dia. São ainda esperados outros mo-mentos que serão preenchidos com danças de salão, entregas de diplomas, concentração de vespas e muita animação com os Xaral’s Dixie que vão animar a Feira do Tejo.

A completar a festa, não vai faltar a gastro-nomia típica e os momentos religiosos. Ficam assim lançados os ingredientes necessários para seis dias de animação à beira rio de en-trada livre.

Joana Margarida Carvalho

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FESTA DE 9 A 14 DE JUNHO

Feira do Tejo para todos os gostos e idades

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Miguel Araújo

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25JUNHO 20152015 REGIÃO

O Centro Porta Aberta, no edifício Millenium, em Abran-tes, foi inaugurado pela Asso-ciação Juvenil de Vale de Rãs, como refl exo de um trabalho de construção de um bairro que cresce com as medidas de intervenção comunitária e de inclusão social, ideia de-fendida pela presidente da autarquia, Maria do Céu Al-buquerque, na ocasião.

“É para nós muito relevante sentir a comunidade toda en-volvida neste projeto. Trata-se de um espaço onde todos e todas, independentemente da idade, podem ter o seu papel ativo”, vincou autarca.

Em declarações à Antena Livre, Fábio Barrocas, presi-dente da direção da Associ-ação Juvenil de Vale de Rãs, disse na inauguração do novo espaço que o mesmo refl ete uma ação continuada de um projeto que não só se

pretende afi rmar, como tam-bém promover, valorizar e confirmar, o talento dos jo-vens da comunidade onde está inserido.

“Este é um espaço aberto e gratuito para toda a comuni-dade do bairro e da cidade. Vai estar disponível com vá-rios equipamentos, tais como: computadores para acesso à internet, jogos de tabuleiro e vídeos jogos, vários livros e jornais por forma a termos um espaço de leitura, etc. Ainda e no âmbito da formação, va-mos ter uma professora que vai estar connosco a dar aulas de Português”, explicou.

“Este é o projeto da vida da associação. No futuro espero que com ele seja possível ga-rantir oportunidades profi ssi-onais para alguns membros da associação que se encon-tram desempregados”, afir-mou o presidente da Asso-

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A PSP do distrito de San-tarém assinalou os seus 139 anos de existência de ser-viço na região. A cerimónia, que decorreu no passado dia 19 de maio, no Jardim da Re-pública e no auditório da Es-cola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), contou com um conjunto de enti-dades e com a atribuição de condecorações e louvores. Exemplo disso foi António Paulo Pereira, Agente Prin-cipal da Esquadra de Abran-tes, que recebeu a medalha de ouro.

Paula Peneda, comandante do Comando Distrital da PSP

de Santarém, destacou o tra-balho efetuado ao longo dos anos e as ações que a PSP tem desenvolvido junto da comunidade, admitindo que a criminalidade no distrito tem tendência a diminuir.

“A criminalidade geral tem tendência a diminuir e a cri-minalidade violenta e grave regista uma propensão para decrescer. O Comando de Santarém tem vindo ocupar um lugar de destaque nas ações de apoio comunitá-rio e social. O nosso objetivo é sempre a segurança dos cidadãos”, referiu a respon-sável.

A Câmara Municipal de Abrantes atribuiu este ano mais de meio milhão de eu-ros a 88 coletividades do con-celho, no âmbito dos contra-tos do FINABRANTES, pro-grama de apoio às atividades a desenvolver pelas coletivi-dades ao longo do ano 2015.

A verba, que este ano as-cendeu aos 509 mil euros, mais 50 mil euros do que no ano passado, foi atribuída para um total de 120 candi-daturas aprovadas nas ativi-dades a desenvolver ao nível do desporto, cultura, juven-tude, social e eventos.

PSP assinala 139 anos em Abrantes

Meio milhão de euros para coletividades

Centro Porta Aberta no edifício Milllenium

ciação. A inauguração do Centro

Porta Aberta que decorreu no passado dia 10 de maio, às 16h00, contou com muita

animação, com palhaços, es-tátuas humanas, pinturas fa-ciais, teatro e ainda espetá-culo de fogo.

Page 34: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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26 JUNHO 20152015REGIÃO

A Escola Octávio Duarte Ferreira, de Tramagal, do Agrupamento de Escolas nº 2 de Abrantes, conquistou este ano o 1º prémio a nível na-cional no concurso das Eco-escolas denominado “Sim, as grandes ideias fl orescem na primavera”.

Direcionado para as esco-las pertencentes à rede Eco-Escolas, da Associação Ban-deira Azul da Europa (ABAE), o desafi o consistiu em cons-truir um jardim original com

embalagens da Tetra Pak. O objetivo era chamar a aten-ção para a importância de deposição das embalagens para alimentos líquidos no ecoponto amarelo e, ainda, para o símbolo FSC®, cons-tante das embalagens da Te-tra Pak utilizadas pela marca Compal.

Estiveram envolvidos alunos do 2º e 3º ciclos, níveis de en-sino lecionados na escola que aproveitaram os tempos livres para a construção do jardim.

“Saba”, o documentário de Sara Santos, aluna de Ví-deo e Cinema Documen-tal da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), venceu o “Prémio Primeiro Olhar 2015” dos XV Encontros de Cinema de Viana do Castelo.

O documentário retrata a perda de memória, par-tindo de um caso de Al-zheimer, de um casal, sem realçar a componente da tristeza, mas o do amor

que todos os dias é trans-mitido.

Sara Santos refere que a história deste casal é “como se fosse uma histó-ria de amor impossível, a fazer lembrar Romeu e Ju-lieta”, em que uma das par-tes não reconhece o outro, mas que todos os dias se sente amada por aquele homem que lhe é estra-nho.

Joana Margarida Carvalho e Mário Rui Fonseca

Escola ganha concurso nacional das Eco-Escolas

Aluna da ESTA ganha prémio de cinema

A Praia Fluvial de Aldeia do Mato, em Abrantes, e do Carvoeiro, em Mação, fo-ram distinguidas este ano com o galardão Bandeira Azul, símbolo de referência de qualidade ambiental.

Ao aprovar a candidatura apresentada pelos municí-pios de Abrantes e Mação, o júri europeu e a Comis-são Nacional da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) certifi caram a quali-dade ambiental e reconhe-ceram o esforço de diver-sas entidades, no sentido da melhoria do ambiente no local onde se situam.

A Bandeira Azul da Eu-ropa é um importante ga-

lardão que distingue as praias fl uviais pela sua qua-lidade, segurança e equi-pamentos. É igualmente sinónimo de qualidade, ambiental reconhecido in-ternacionalmente, e impõe condições rígidas em ma-téria de qualidade da água, informação e educação ambiental, gestão ambien-tal e equipamentos. A qua-lidade da água é o princi-pal critério para a obtenção deste símbolo.

No distrito de Santarém, as únicas praias fluviais que vão hastear a Bandeira Azul são de Aldeia do Mato (Abrantes) e Carvoeiro (Ma-ção).

Com o objetivo de desen-volverem projetos e ativida-des de cooperação sócio eco-nómicas que impulsionem o desenvolvimento de territó-rios, as comunidades do Mé-dio Tejo e Interpal, da zona de Palencia, Espanha, protocola-ram acordos de cooperação.

Em nota de imprensa, pode ler-se que os Agrupamentos Europeus de Cooperação Ter-ritorial (AECT) servem como um instrumento de coopera-ção a nível da UE para ultra-passar os obstáculos à coo-peração transfronteiriça, uma vez que as AECT são prioritá-

rias nos programas de coo-peração.

O acordo, destaca ainda a mesma nota, “é um primeiro

passo que permitirá obter mais fundos comunitários e desenvolver projetos de co-laboração”, tendo a autarca

portuguesa, Maria do Céu Albuquerque, salientado os setores da agricultura, meio ambiente, cultura, turismo, património, políticas sociais e emprego, como áreas com grande potencial que ambas as entidades têm para poder trabalhar em conjunto.

O protocolo de colabora-ção para a implementação do AECT Médio Tejo-Interp-al foi assinado no dia 8 de maio pelas suas presidentes, Maria do Céu Albuquerque e Ana Maria Asenjo, respeti-vamente.

Praias Fluviais com Bandeira Azul

Autarquias assinam protocolo com congénere espanhola

Page 35: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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27JUNHO 20152015 CULTURA

Municípios de Constância e Sardoal transformam antigas prisões em polos culturais

As antigas prisões muni-cipais de Constância e Sar-doal, datadas dos séculos XVI e XVII, foram transformadas pelas respetivas autarquias em espaços de liberdade e dinamização cultural, um projeto que Vila de Rei tam-bém anunciou ir replicar.

Em Constância, a reabertura da Antiga Cadeia, situada no centro histórico da vila, acon-teceu em 2010, em resultado de um investimento de 80 mil euros na reabilitação de um antigo edifício de dois pi-sos, com mais de três séculos de existência e um dos pou-cos exemplares construídos de raiz para ser prisão, tendo reaberto com duas salas para pequenos colóquios, concer-tos e exposições.

“Na maior parte dos casos,

as cadeias funcionavam nos baixos dos Paços do Conce-lho ou de outros edifícios mu-nicipais. Noutras situações, bem mais raras, foram cons-truídos edifícios expressa-mente para essa função. Foi o caso da Cadeia de Constân-cia, um dos poucos que sub-sistem em Portugal ”, conta António Matias Coelho, his-toriador.

“Normalmente as cadeias fi -cavam no centro das vilas por causa da alimentação dos presos, algo que não era as-segurado pelos municípios. Quem tinha meios, pagava a comida que lhe era entregue através das grades da prisão. Quem não tinha dinheiro, vi-via da caridade das pessoas que por ali passavam”, explica o historiador.

Durante quase um século, o prédio serviu de arrecadação e continuou a degradar-se, até que o município decidiu readquiri-lo e proceder à sua recuperação. “Este edifício foi alvo de requalifi cação, man-tendo a sua traça e a suas grades originais nas janelas, e isso ainda hoje desperta muita curiosidade nas pes-soas e nos turistas. É um bom exemplo de como se pode transformar uma prisão em espaço de liberdade e cultura em pleno centro histórico”, defendeu, por sua vez, a atual presidente da Câmara Muni-cipal, Júlia Amorim.

Processo idêntico vai ser desenvolvido na antiga Ca-deia de Vila de Rei, tendo a autarquia anunciado um in-vestimento de 25 mil euros

para obras de remodelação e reabilitação com vista à transformação daquele es-paço num polo cultural con-celhio, tendo o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires, defendido a manuten-ção dos principais traços da velha prisão.

Em Sardoal, a Cadeia Ve-lha, como ali é designada, foi transformada em 1989 em Centro de Artes, acolhendo no rés-do-chão uma escola de pintura e, no primeiro an-dar, o ateliê de pintura de Ál-varo Mendes.

“Foi o casamento perfeito, a união da memória da uma velha prisão com a dinâmica de um Centro de Artes, per-mitindo que vários artistas possam aqui desenvolver os seus talentos”, disse o presi-

dente da Câmara de Sardoal, Miguel Borges.

“É importante recuperar o património mas também é importante regenerar, e a Ca-

deia Velha permitiu dar vida ao local da zona urbana onde se encontra”, destacou.

Mário Rui Fonseca

O Cruzeiro Religioso e Cul-tural do Tejo tem como obje-tivos celebrar a religiosidade das comunidades ribeirinhas do Tejo, promover a Cultura Avieira a Património Nacional Imaterial e da Unesco, bem como evidenciar as potencia-lidades do Rio Tejo.

A Comissão Organizadora do III Cruzeiro Religioso e Cul-tural do Tejo, com o apoio e a colaboração de outros or-ganismos, instituições e as-sociações, está a realizar o III Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo, entre Vila Velha de Ródão e Oeiras, em honra da Nossa Senhora dos Avieiros e do Tejo, evento que começou no dia 30 de maio e se pro-longa até 14 de junho.

Esta peregrinação fl uvial que percorre o curso do Tejo, en-volvendo 37 paróquias, 30 fre-guesias e 20 concelhos, tem a característica de que alguns dos barcos que irão fazer todo o cruzeiro desde o seu início até ao fi nal são barcos tradici-onais avieiros, as bateiras, em madeira. E um dos barcos tem perto de 50 anos de idade.

O Cruzeiro Religioso e Cul-tural do Tejo tem como ob-

jetivos específicos reforçar a identidade das comunidades, aproximando-as através da partilha cultural e religiosa, e transformar as comunidades ribeirinhas em elementos di-vulgadores das potencialida-des do rio na área do Turismo Sustentável e das Culturas a ele associadas.

Durante as sete etapas suce-dem-se diversas paragens e

pernoitas dos peregrinos em comunidades ribeirinhas ao longo do Tejo, com cerimó-nias religiosas e eventos cul-turais organizados pelas as-sociações locais em parceria com as Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Agrupa-mentos de Escolas e entida-des privadas.

MRF

III Cruzeiro Religioso e Cultural do Tejo liga Rodão a Oeiras

• Aproximar as comunidades do Tejo em torno da partilha cultural e religiosa

DR

• Cadeia Velha de Sardoal acolhe escola de pintura

Page 36: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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28 JUNHO 20152015CULTURA

Carrilhão itinerante com 63 sinos já chegou a Constância Composto por 63 sinos, um peso bruto de 18 toneladas e 350 mil euros de investi-mento, o primeiro carrilhão itinerante da Península Ibé-rica vai começar a percorrer o país, deslocando-se por camião.

MÁRIO RUI FONSECACom sede em Constância,

o Centro Internacional do Órgão e do Carrilhão (CICO), fundado pelo tramagalense Alberto Elias e as suas fi lhas Ana e Sara, “únicas irmãs no mundo a tocar carrilhão a quatro mãos”, levou a que o carrilhão itinerante tivesse adquirido “contornos de projeto” após a obtenção do 1.º lugar no concurso Milé-nio em 2004, um prémio que visa distinguir projetos ino-vadores e relevantes para a

sociedade portuguesa. “Ganhámos 50 mil euros

e incentivo para continuar com a ideia de divulgar o carrilhão, a sua música e a arte de o tocar. Demorámos 11 anos a chegar ao dia de hoje”, lembrou ao JA Alberto Elias, presidente da Funda-ção CICO, no momento em que chegou da Holanda com o carrilhão Lusitanus, local onde aquele equipa-mento foi construído após concurso internacional, e após um apoio de 75% dos fundos comunidades.

Acompanhado desde a fronteira por algumas de-zenas de motards e popula-res, o Lusitanus, “o segundo maior carrilhão itinerante do mundo e o 19.º carrilhão iti-nerante”, chegou a Constân-cia no dia 10 de maio, ao fi -

nal da tarde, junto ao edi-fício da Câmara Municipal, onde foi calorosamente re-cebido pela população.

“Divulgar o carrilhão e o ór-gão, a sua música e arte de os tocar” é o lema da CICO”, destacaram as irmãs carri-

lhanistas, Ana e Sara Elias, mestrandas em carrilhão, tendo Ana Elias feito notar que é em Constância que têm a funcionar “a única es-cola de música de carrilhão em atividade na Península Ibérica, e uma das poucas no

mundo”.“O objetivo, agora, é inse-

rir o carrilhão no ensino pro-fissional português, no se-cundário, e ampliar para ní-veis do ensino superior, ao nível de mestrados interna-cionais”, acrescentou a car-

rilhanista, que tirou a carta de pesados para ela própria poder ser a condutora do ca-mião que leva o Lusitanus atrelado. “Eu gosto de con-duzir e o carrilhão, sendo iti-nerante, precisa de quem o conduza”, observou.

Obras de Bual, Cruzeiro Sei-xas, José de Guimarães, Lima de Freitas, Mário Cesariny ou Nadir Afonso já podem ser apreciadas na Galeria Muni-cipal de Arte de Abrantes até ao próximo dia 26 de junho.

Chama-se NEUPERGAMA e é o nome da exposição que re-úne trabalhos de um conjunto de pintores e pintoras consa-grados. Uma mostra que foi inaugurada, no passado dia 23 de maio, com uma sala cheia de convidados que se junta-ram para dar início à exposi-

ção composta com cerca de 40 obras de 26 artistas.

Luis Filipe Dias, vereador com o pelouro da Cultura, re-feriu que foi com orgulho que a Galeria de Arte de Abrantes recebeu trabalhos dos mai-ores nomes da pintura con-temporânea, “numa grande afi rmação cultural da cidade de Abrantes”.

A exposição resultou da ce-dência de parte do espólio da galeria NEUPERGAMA, si-tuada em Torres Novas há mais de três décadas, galeria

que apostou em grandes vul-tos da arte contemporânea para os divulgar naquela ga-leria, estando nela represen-tados autores como Álvaro Lapa, António Sena, Artur Bual, Cargaleiro, Cruzeiro Sei-xas, José de Guimarães, Má-rio Cesariny, Nadir Afonso, entre outros.

A inauguração da “ NEU-PARGAMA em Abrantes” con-tou com a presença de Sofi a Areal, uma das pintoras res-ponsável pela exposição.

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Artistas consagrados em Abrantes

• NEUPERGAMA para visitar até dia 26 de junho

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• O Lusitanus fez uma viagem de camião, acompanhado por motards e populares

• Alberto Elias e as duas fi lhas são os impulsionadores do projeto

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Page 37: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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29JUNHO 20152015 DIVULGAÇÃO

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Tendo sido Maio o Mês dedi-cado ao Coração, importa aqui salientar questões de extrema im-portância na prevenção das Do-enças Cardiovasculares. Ninguém poderá esquecer que é na Infância que se alicerçam as determinantes do futuro Adulto. Então, se as do-enças cardiovasculares são res-ponsáveis por cerca de 1/3 das mortes na população adulta por-tuguesa, que têm as crianças a ver com isto? A prática de uma alimentação saudável é determinante para o bom desenvolvimento físico e intelectual. Esta preocupação deve ser permanente e da responsabilidade dos pais/educadores (esco-las), sendo que estes têm o papel principal nas es-colhas alimentares das nossas crianças. Os hábitos alimentares aprendidos na infância determinam os comportamentos alimentares na idade adulta. E nunca podemos esquecer que as crianças apren-dem observando os adultos em todas as vertentes da vida. Entre os seis e os nove anos de idade, acon-tecem mudanças signifi cativas no desenvolvimento e crescimento social, intelectual, cognitivo e afetivo das crianças. As diferenças entre a massa gorda e massa magra entre “meninos” e “meninas” acentua-se, acompanhada do aumento da estatura. Esta é uma fase de extrema importância nos comporta-

mentos de prevenção do ex-cesso de peso/obesidade. Est-ima-se que 1/3 das crianças portuguesas desta idade te-nham excesso de peso. A não adoção de medidas preven-tivas e comportamentos sau-dáveis nesta idade, levarão de-certo a que estas crianças se tornem adultos obesos. En-tão “Que têm as Crianças a ver com isto?”

A prevenção das doenças cardiovasculares co-meça com as crianças. Os pais/educadores devem promover nas crianças:

• A prática de uma alimentação saudável e equili-brada, promovendo neles e preparando com eles refeições baseadas na Roda dos Alimentos

• A prática de exercício físico regular, incentivando-os a brincar na rua, correr com amigos, andar de bi-cicleta, trepar às árvores…. Reduzindo a permanên-cia no sofá a ver TV e/ou a jogar no computador

• A abolição do Tabagismo, ensinando-lhes desde cedo os perigos e malefícios do tabaco, tanto para eles como para o meio ambiente, e se os adultos fo-rem fumadores, não fumar em frente às crianças.

Nunca esquecer que: As crianças aprendem pela observação dos adultos!

Nélia Costa (Enfª Unidade Saúde Pública Médio Tejo)

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ESPAÇO DA RESPONSABILIDADE DA UNIDADE DE SAÚDE PÚBLICA DO MÉDIO TEJO

Que têm as crianças a ver com isto?

Rotary Club de Abrantes prepara novo Curso de Liderança de jovens

O Rotary Clube de Abrantes (RCA), em parceria com o Núcleo Preparatório/Re-gimento de Apoio Militar de Emergência (NP/RAME), está a organizar o VI Curso de Liderança para jovens, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos (nascidos entre 1 de Janeiro de 1993 e 31 de Dezembro de 1998).

O curso terá a duração de seis dias, en-tre 3 e 8 de setembro. Os alunos fi carão alojados nas instalações do NP/RAME em Abrantes. É objetivo do Curso “com-plementar e valorizar a formação cívica dos jovens da nossa comunidade, sens-ibilizando-os e motivando-os para os te-mas da liderança e iniciando-os no de-senvolvimento das capacidades pessoais de liderança, indispensáveis ao sucesso

da sua futura inserção no mundo do tra-balho”.

Para além deste objetivo principal, o curso tem ainda como objetivos secundá-rios, mas não menos importantes: “desen-volver no seio da comunidade, principal-mente entre os jovens, o conhecimento do Movimento Rotário Internacional” e ainda “estimular de forma organizada o companheirismo entre os jovens”.

O curso é principalmente prático, com-portando, no entanto, algumas palestras sobre liderança e temas relacionados. As atividades a desenvolver serão orienta-das por entidades convidadas pelo RCA e pelo NP/RAME e também pelo Corpo de Ofi ciais deste Regimento com larga expe-riência neste tipo de ações.

Page 38: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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30 JUNHO 20152015CULTURACOORDENAÇÃO DE ANDRÉ LOPES

Abrantes

Até 15 de junho – Exposição de pintura e artes decorativas dos alunos da UTIA – Biblioteca Municipal António BottoAté 26 de junho – “A Neupergama em Abrantes”, exposição de pintura - quARTel – Galeria Municipal de Arte Até 19 de julho – Exposição “Pontes em Abrantes” – Arquivo Municipal Eduardo Campos9 a 14 de junho – Festas de Abrantes – cultura, património, desporto, artesanato, gastronomia, design e criatividade – Centro histórico 13 de junho a 31 de outubro – VII Antevisão do MIIA “O homem e o território. 7000 anos de estratégias de ocupação do território de Abrantes” – Museu D. Lopo de Almeida, Castelo de Abrantes23 de junho – “Entre nós e as palavras com…” Mário Cláudio – Biblioteca António Botto, 21h30 25 de junho – Encontro Gerontolímpico – Parque Urbano de São Lourenço, 10h Cinema Millenium – 18h e 21h3011 a 17 de junho – “Mundo Jurássico”

Constância

Até 23 de agosto – XXIX Feira do Livro – venda de livros, música, poesia, ateliês, teatro de rua, sessões de autógrafos – Antiga Cadeia (Praça Alexandre Herculano)6 de junho – 2º aniversário do Borboletário Tropical – visitas guiadas (10h e 17h30) e inauguração de uma exposição de pintura digital – Parque Ambiental de Santa Margarida 9 e 10 de junho – XX Pomonas Camonianas – Mercado Quinhentista, música, poesia, exposição de fotografi a

Mação

A partir de 28 de maio – Exposição “O povo Huaorani na Amazónia equatoriana em Mação”, de Mariluz Paredes – Centro de Saúde10 de junho – Comemorações do 10 de junho com arruada pela Banda da Filarmónica União Maçaense e almoço convívio 14 de junho – Os quintais nas praças do pinhal – venda de produtos das hortas e animação – Largo dos Combatentes, entre as 9h e as 18h19 e 20 de junho – Baja TT – Proença-a-Nova, Mação, Oleiros27 de junho – Workshop de kizomba por Nádia Mileu – Pavilhão Municipal Prof. José Maia Marques, 15h – participação gratuita

Sardoal

Até 13 de setembro – Exposição “Olaria – João Morgado” – Espaço Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente10 de junho – Concerto de Piano por Galina Zukova – Centro Cultural Gil Vicente, 18h13 de junho – Percurso Pedestre “No Trilho da Floresta” conduzido por Tiago Lopes – partida (9h) e chegada: Praça da República19 de junho – Prova de Cerveja Artesanal Ermida – Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, 19h 20 de junho – Workshop de “Introdução à Olaria – Vidrados” por Ricardo Triães – Cá da Terra, Centro Cultural Gil Vicente, 15h – 5€27 de junho – Concerto com Noiserv – Centro Cultural Gil Vicente, 21h30 27 de junho – Marchas Populares – Praça da República Vila de Rei Até 27 de julho – Exposição “Mãe, Família, e Mês do Rosário” com trabalhos das crianças das creches e jardins-de-Infância do concelho – Museu MunicipalAté 30 de agosto – Exposição “Rosa dos Ventos” com trabalhos dos alunos do 7º da disciplina de Geografia – Museu da Geodesia

Vila Nova da Barquinha

7 de junho – Mercado do Parque – animação, artesanato e venda de velharias – Barquinha Parque 9 a 14 de junho – Feira do Tejo 2015 – animação, artesanato e gastronomia

AGENDA DO MÊS

O músico português David Santos, co-nhecido como Noiserv, vai atuar no Cen-tro Cultural Gil Vicente, em Sardoal, a 27 de junho, pelas 21h30. O músico tem-se afi rmado como um dos mais criativos e estimulantes projetos musicais surgidos em Portugal na última década, criando canções que retratam vivências, mo-mentos e memórias intrincadas entre a realidade e o sonho.

Noiserv, que se apresenta sozinho em palco, rodeado de vários instrumentos, tem andado em digressão por Portugal e pelo estrangeiro e está a trabalhar em novas ideias para um terceiro disco de originais. Da discografia do cantor fa-

zem parte os discos Almost Visible Or-chestra (2013), One hundred miles from thoughtlessness (2008), o DVD gravado ao vivo Everything Should Be Perfect Even if no One’s There e dois extended play (EP) em início de carreira.

David Santos, que também integra o grupo You Can’t Win Charlie Brown, já compôs para teatro, cinema e dança. Os bilhetes para o concerto custam 3€ e estão à venda no Centro Cultural Gil Vicente, de terça a sexta-feira, das 16h às 18h, ao sábado, das 15h às 18h, ou 45 minutos antes do início do espetáculo.

Noiserv, músico multi-instrumentista, apresenta disco em Sardoal

As Pomonas Camonianas começaram Constância, em 1994, na ocasião do 10 de junho, com venda de flores e fru-tos mencionados por Camões nas suas obras. Este ano, a XX edição do evento não esqueceu o propósito inicial: evo-car a época em que Camões viveu e os tempos em que o poeta passou nesta vila ribatejana. Nos dias 9 e 10 de junho, a memória de Camões é perpetuada através da recriação de um ambiente quinhentista, de uma exposição-venda de fl ores e de frutos, de teatro de rua, de animação d’ época, do III Festival Hípico de Constância, da feira de antiguidades e velharias, de uma prova de orientação noturna, de várias exposições e de uma taberna quinhentista.

A abertura das Pomonas Camonianas acontece no dia 9, às 18 horas, junto ao monumento de Camões com a decla-mação de poemas e danças quinhentis-tas. Pelas 21h30, na zona ribeirinha, em

frente ao rio Zêzere, haverá teatro de rua e, posteriormente, no mesmo local, terá lugar um concerto de Carrilhão, pela CICO. O desporto também faz parte do programa do evento com uma prova de Orientação Noturna, às 24h.

Durante o dia 10 de junho, o centro histórico da vila recebe a Feira de Anti-guidades e Velharias, enquanto a zona ribeirinha acolhe o IV Festival Hípico de Constância, das 10h às 17h. No pe-ríodo da tarde, haverá declamação de

poemas, inauguração da escultura “O Olimpo – Retiro dos Deuses”, do escul-tor José Coelho, na Casa-Memória de Camões. O concurso “A Poesia e as Cores de Constância” admite candidaturas até às 12h do dia 10, habilitando o vencedor a um prémio de 750€.

As Pomonas Camonianas são uma or-ganização conjunta da Câmara Muni-cipal de Constância, do Agrupamento de Escolas do concelho e da Associação Casa-Memória de Camões.

Mário Cláudio é o escritor convidado de “Entre nós e as palavras”, que de-corre na Biblioteca António Botto, em Abrantes, dia 23 de junho, pelas 21h30. O autor vai apresentar o livro “O Fotó-grafo e a Rapariga” (Dom Quixote), lan-çado no início de 2015, que recua até à Inglaterra do século XIX para reconstituir uma das mais prodigiosas ligações da vida ao romance.

Com “O Fotógrafo e a Rapariga”, o autor conclui uma trilogia dedicada às relações entre pessoas de idades muito diferentes, iniciada em 2008 com “Boa Noite, Senhor Soares” e continuada em 2014 com “Re-

trato de Rapaz”. Mário Cláudio aborda o tema da pedofi lia, re-visitando a re-lação amorosa que houve en-tre Charles Dog-son, ou melhor, Lewis Carroll, o célebre autor de Alice no País das Maravilhas, e a própria Alice, que existiu mesmo.

Mário Cláudio nasceu no Porto com o nome Rui Manuel Pinto Barbot Costa. Ficcionista, poeta, dramaturgo e ensa-ísta, é formado em Direito pela Universi-

dade de Coimbra, diplomado com o Curso de Bibliot-ecário-Arquivista, da Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Master of Arts em Biblioteconomia e

Ciências Documentais, pela Universi-dade de Londres. É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a fi c-ção, a crónica, a poesia, a dramaturgia e o ensaio e se encontra traduzida em vá-rias línguas.

Camões é perpetuado há 20 anos nas Pomonas Camonianas em Constância

Escritor Mário Cláudio apresenta livro em Abrantes

Lewis Carroll o célebre

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Page 39: Jornal de Abrantes - Edição Junho 2015

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Seguros Acidentes Pessoais, MultiCare, Tranquilidade Seguros etc.

Tapada Chafariz, Lote 6 r/c Esq.- 2200-235 ABRANTESTelef. 241 371 715 - 932 904 773

Fax 241 371 715 - [email protected]

ACORDOS E CONVENÇÕES ARS (SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE) ADSE ADMG ADMMEDIS MINISTÉRIO DA JUSTIÇA PSP PT-ACS SAMS MULTICARE CAIXA GERALDE DEPÓSITOS ALLIANZ MEDICASSURMEDICINA NO TRABALHO MITSUBISHI FUSO TRUK CAIMA - INDÚSTRIA DE CELULOSE

BOSCH SISAV - SISTEMA INTEGRADO DE TRATAMENTO E ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS PEGOP

HORÁRIO 2ª a 6ª das 8h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00 Sábado das 9h00 às 12h00 (colheitas até às 11h00)

PONTOS DE RECOLHA Sardoal Mouriscas Vila do Rei Vale das Mós Gavião Chamusca Longomel Carregueira Montalvo Stª Margarida Pego Belver

SEDE Avenida 25 de Abril, Edifício S. João, 1.º Frente Dto/Esq 2200 - 355, Abrantes Telf. 241 366 339 Fax 241 361 075

CENTRO MÉDICO E DE ENFERMAGEM DE ABRANTESLargo de S. João, N.º 1 - Telefones 241 371 566 - 241 371 690

ACUPUNCTURA Dr.ª Elisabete Serra

ALERGOLOGIADr. Mário de Almeida; Dr.ª Cristina Santa Marta

CARDIOLOGIADr.ª Maria João Carvalho

CIRURGIA Dr. Francisco Rufi no

CLÍNICA GERALDr. Pereira Ambrósio; Dr. António Prôa

DERMATOLOGIADr.ª Maria João Silva

GASTROENTERELOGIA E ENDOSCOPIA DIGESTIVADr. Rui Mesquita; Dr.ª Cláudia Sequeira

MEDICINA INTERNADr. Matoso Ferreira

REUMATOLOGIADr. Jorge Garcia

NEUROCIRURGIADr. Armando Lopes

NEUROLOGIADr.ª Isabel Luzeiro; Dr.ª Amélia Guilherme

NUTRIÇÃO Dr.ª Mariana Torres

OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIADr.ª Lígia Ribeiro, Dr. João Pinhel

OFTALMOLOGIA Dr. Luís Cardiga

ORTOPEDIA Dr. Matos Melo

OTORRINOLARINGOLOGIADr. João Eloi

PNEUMOLOGIA Dr. Carlos Luís Lousada

PROV. FUNÇÃO RESPIRATÓRIAPatricia Gerra

PSICOLOGIADr.ª Odete Vieira; Dr. Michael Knoch;Dr.ª Maria Conceição Calado

PSIQUIATRIADr. Carlos Roldão Vieira; Dr.ª Fátima Palma

UROLOGIA Dr. Rafael Passarinho

NUTRICIONISTA Dr.ª Carla Louro

SERVIÇO DE ENFERMAGEMMaria João

TERAPEUTA DA FALADr.ª Susana Martins

CONSULTAS POR MARCAÇÃO

Novena a Santa ClaraOh Santa Clara que seguiste a Cristo com a sua vida de pobreza e oração, faz que entregando-nos confiantes à Providência do Pai Celeste no inteiro abandono, aceitemos serenamente Sua Divina Vontade. Ámen. Rezar esta oração e nove Avé-Marias durante nove dias com uma vela acesa e no nono dia deixar a vela queimar até ao fim. Fazer três pedidos, dois impossíveis e um de negócios. C.S.

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Morada: R. de Angola, nº 35 - 2205-674 Tramagal - AbrantesTel. 241 890 330 - Fax: 241 890 333 - Tm: 91 499 27 19

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