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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº132 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS MAIO 2011 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUB José Cabrita é Prove- dor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim desde 2009. Mostra-se um profundo conhecedor das necessidades sociais do concelho de Castro Marim, até porque a sua vida profissional foi sempre feita na ajuda ao outro. TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE

Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

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Edição de Maio - Entrevista Provedor Sta. Casa Misericórdia Castro Marim, Escola Activa no Baixo Guadiana

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº132

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

MAIO 2011

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

pub

José Cabrita é Prove-dor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim desde 2009. Mostra-se um profundo conhecedor das necessidades sociais do concelho de Castro Marim, até porque a sua vida profissional foi sempre feita na ajuda ao outro.

TAXA PAGAPORTUGAL

CEM NORTE

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

Democracia e Desenvolvimento

R: Está muito difícil a situação e, sinceramente, não sei qual vai ser a realidade com o resgate do FMI. Vamos esperar para ver...

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos brito,Joana Germano,Victoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana brásAna DiasAna Lúcia GonçalvesHumberto FernandesJoão RaimundoJosé Carlos barrosRui RosaSusana CorreiaAssociação AlcanceAssociação GuADIe Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

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Impressão:postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:4.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

JbG online:http://issuu.com/jornalbaixoguadiana

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Os tempos que correm são de um País em grande parte paralisado em resultado das eleições de 5 de Junho e suspenso nas decisões das negociações com o FMI e o Banco Central Europeu; esmagado com notícias que diariamente nos anun-ciam uma montanha de dificuldades envolvidas num calendário que mais se assemelha a um labirinto no qual não vislumbramos saída; só a claridade dos dias a marcar a presença da Primavera, nos motiva para enfrentar as agruras do dia seguinte.

Mas neste mar de incertezas que nos envolvem em dias penosos onde os pobres se tornam mais pobres porque a pobreza aumenta à sua volta, aos jovens se oferece a precariedade e a emigração, e os velhos se tornam mais velhos na sua imensa solidão, talvez fosse importante discutir o futuro. Sem ignorarmos as dificuldades que enfrentamos mas também sem nos deixarmos condicionar pelo presente.

E no futuro haverá certamente que ter presente o que não podemos repe-tir do passado. Temos seguramente de abandonar caminhos que nos conduziram à ilusão de que era mais

vantajoso, porque mas barato, comprar fora o que por nós poderia ser feito. E assim abandonamos campos e mares. Na mesma lógica nos convenceram que no turismo e nos serviços estava a solu-ção do País; o que nos conduziu a más soluções na valorização e consolidação de destinos e produtos turísticos, ao abandono de áreas na indústria onde tínhamos fortes tradições, saberes e mercados e ao desaproveitamento de recursos endógenos, que todos reconhecemos como potenciais para assegurar linhas do nosso desenvol-vimento.

Com uma administração pública central ou desconcentrada amarrada a complexas dependências e teias burocráticas, em não poucas circuns-tâncias funcionando igualmente como biombos para protecção de jogos de poder, foram-se tomando decisões longe das realidades, boicotando reformas e, como consequência, dando origem a instrumentos de planeamento numa lógica que não teve presente as naturais diferenças e necessidades que cada território integra.

No aprofundar da democracia e em novas soluções para assegurar

o nosso desenvolvimento como País independente estarão seguramente as chaves do futuro. Aprofundar a democracia, favorecendo a interven-ção da cidadania, reestruturando e racionalizando todo o aparelho de Estado no quadro de uma reforma administrativa apontada para a eliminação de estruturas caducas e projectando uma nova organiza-ção espacial do território na qual se deveria inserir a constituição das Regiões Administrativas, processo a iniciar com a criação da Região Piloto do Algarve.

Numa revisita ao passado e sem deixar de considerar de forma valora-tiva, apesar de todos os erros come-

tidos, o País novo e melhor que hoje somos, trinta e sete anos depois do 25 de Abril, é urgente voltar a apostar nos recursos que temos; seguramente no turismo mas também na agricultura, nas pescas, na indústria, sem que estas opções possam ser impeditivas de acolher iniciativas associadas às novas tecnologias. Significa que temos de erguer novas opções, consolidar novos caminhos que nos conduzam a um outro paradigma. Trata-se de erguer um novo processo de desenvolvimento. Só assim poderemos sair do labirinto.

Carlos Luis [email protected]

JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Quais as perspectivas que tem para o futuro agora que portugal pediu ajuda ao FMI?

Vox Pop

R: Não estou muito esperançado no futuro. Isto está tão mau e acho que ainda vai ficar pior... Sócrates levou o país ao fundo e abandonou o barco.

Nome: João Henrique Rosa Aluno «Cidadania e Profissionalidade» Esc. Sec. VRSA

Nome: José de BritoPresidente do Clube «Glória»

R: Estou contra o FMI em Portugal; já está a colocar em causa o futuro de todos, em particular dos jovens. Tanto eu, como os meus dois irmãos ,que-remos trabalhar e não conseguimos arranjar trabalho. E de certeza que para a frente vai ser pior...

Nome: Maria FilomenaAluna «Cidadania e Profissionalidade»

Esc. Sec. VRSA

R: Estamos numa fase muito difí-cil. O «25 de Abril» deveria ter tra-zido mais direitos, nomeadamente aos trabalhadores, mas o panorama está cada vez mais negro. Qual vai ser o nosso futuro?!

Nome: Tiago RosaAluno «Cidadania e Profissionali-

dade» Esc. Sec. VRSA

Participantes da tertúlia «25 de Abril : Democracia, liberdade, direitos e cidadania»

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 3

CRÓNICAS

Enquanto Portugal aguarda, impa-cientemente e de mão estendida, pelo empréstimo que está a ser negociado com a «Troika» - leia-se Fundo Monetá-rio Internacional (FMI), União Europeia (EU) e Banco Central Europeu (BCE) - para pôr as contas públicas na ordem, Otelo Saraiva de Carvalho clama por “um homem com a inteligência e a hones-tidade do ponto de vista do Salazar”; Eduardo Catroga, o ex-ministro das Finanças de Cavaco Silva afirma “o Governo de José Sócrates devia ir a Tribunal. O «fartar vilanagem» foi uma

Não se compreende logo. O carro segue pela avenida marginal e as esplanadas de Tetuan estão cheias de gente. As cadeiras alinhadas como numa sala de cinema, todos os rostos virados na direcção de um plasma televisivo. Também eu, pouco depois, antes ainda do check-in, estou sentado no meio de um grupo que ocupa a totalidade dos lugares sentados e se espalha, de pé, em redor das mesas e dos maples. É uma sensação difícil de explicar.

tragédia nacional e a «Operação Páscoa 2011» registou os piores números de sinistralidade dos últimos cinco anos: 10 mortes e 747 acidentes.

Neste país que gira ao contrário, nesta Páscoa, as nossas estradas ceifaram a vida a 10 pessoas, tingindo de negro e sofri-mento as suas famílias, tudo por causa do consumo excessivo de álcool e excesso de velocidade, segundo o Comando-Geral da GNR.

Não obstante, todo o investimento que a Prevenção Rodoviária Portuguesa

Fascinante. Estranha. O comentador da televisão marroquina a relatar as jogadas em árabe, um ou outro nome familiar, do Real Madrid, do Barcelona, a descobrir-se por entre as frases intan-gíveis. E imagino, de súbito, o mundo todo suspenso do jogo da bola. Como se não houvesse outra ideologia. Como se não existisse um outro motivo de dissensão ou encontro. Como se apenas o futebol unisse ou separasse. Como se os diferentes povos e as diferentes culturas se juntassem, cúmplices, por via de uma desmarcação rápida pela esquerda, uma finta, um cruzamento atrasado, um remate de primeira. Ou como se, num ápice, a comemoração

tem vindo a fazer na difusão massiva de mensagens como esta «Mortes na estrada – Vamos travar este drama», porque será que não conseguimos reduzir o número de acidentes de viação e de vítimas mor-tais?

Esta equação que nem os teoremas matemáticos mais apurados conseguem resolver, radica em vários factores. Um deles, é a impreparação de muitos auto-mobilistas em Portugal, que não sabem conduzir, devido à falta de rigor e exi-gência nos exames de condução, o que

de um golo pudesse erguer fronteiras difusas, distanciar, dividir.

O mais certo é que celebremos, cada um de nós, coisas diversas. Uma autonomia ou um reino, um sonho de infância, o retrato de uma equipa guar-dado há muito entre as páginas de um livro de versos, o herói que poderíamos ter sido neste ou num outro jogo, neste ou num outro campo. Eu vejo apenas Cristiano Ronaldo, Pepe, Mourinho. Orgulhoso, não obstante rendido à suspeita de que talvez apenas pelo jogo da bola possamos já, portugueses, cumprir um destino que chegou a estar escrito, anunciado, de um modo certa-mente mais nobre, edificante. Mas os

faz com que quando confrontados com a mudança do piso ou alterações das condi-ções climatéricas não estejam preparados para uma condução segura. Outro factor que não ajuda a que os condutores façam o seu percurso em segurança é a inexis-tência de sinalização adequada nas estra-das, isto é, há sinalização de proibição a mais e sinais de informação a menos. Outra questão fulcral na condução é o excesso de velocidade e o patrulhamento das vias de comunicação por parte dos agentes da autoridade. Gostaria que me

tempos mudam. E é o futebol, como talvez mais nada, o que agora une e separa, o que permite a mais profunda lágrima ou a exaltação.

Mas o Cristiano não marca e perde no confronto com Messi. Pepe, esfor-çado em manter uma tradição, é posto no olho da rua. Mourinho segui-lo-á quase logo a seguir. E a equipa dos portugueses, a equipa que é tempora-riamente a minha equipa pelo orgulho de a representarem o melhor jogador do mundo e o melhor treinador do mundo, perde no seu próprio estádio por duas bolas a zero.

Será do nosso fado. Sermos os melhores do mundo e perdermos. E

explicassem porque é que os radares da GNR são colocados escondidos em rectas seguras e não em pontos negros onde ocorrem acidentes?

Do meu ponto de vista, a resposta é simples. Os militares da GNR e os seus dirigentes fazem o combate à sinistrali-dade da forma mais simplista, através da repressão, vulgarmente, chamada “caça à multa”, e menos na prevenção, cultivando nos condutores o medo e, ao mesmo tempo, uma atitude de despeito pelas autoridades.

Para que não continuemos a ter Páscoas ainda mais amargas nas estra-das portuguesas, manchadas de sangue, é preciso que o combate à tragédia da sinistralidade seja encarado como impe-rativo moral e um dever de cidadania. As mil mortes na estrada em 2010 devem constituir um sério aviso aos portugueses para que adoptem uma condução mais segura e responsável, mas também ao Ministério da Administração Interna e aos militares da GNR, para que o seu modelo operacional seja preventivo, pois a sua presença é fundamental para a segurança de condutores e peões.

não haver nenhum drama, mas apenas grandeza, nas perdas. Perder um rei em Alcácer Quibir e saber que o rei regressará um dia por entre o nevo-eiro ou a penumbra do crepúsculo. Perder um Império e termos a certeza mística de que um outro se anuncia por não podermos deixar de vir de novo a ser o que já fomos. Perder um jogo de futebol e saber que a genialidade aca-bará por impor-se: na segunda volta, no próximo ano, num passe de mágica, numa táctica de milagre.

De Tetuan passaremos a Alcácer Seguer. A visitar os restos, as memó-rias de uma Praça que foi nossa e que abandonámos voluntariamente quando por inteiro nos pertencia. Porque Alcácer Seguer significa a pequena Alcácer. E nós desejávamos a outra. A grande. Mesmo que fosse preciso deixar um rei no seu labirinto para que regressasse um dia. Quando mais precisássemos dele. Como hoje.

Vítor Madeira

José Carlos Barros

O insubmisso

Quando mais precisássemos

Quando se chega a uma terra que não é a nossa, muita coisa pode aconte-cer… Podemos sentir-nos explendi-damente ou muito mal; podemos não gostar do clima, mas adorar o estilo de vida; podemos, até, sentir-nos bem recebidos, mas sofrer com saudades do local de onde viemos… Já fui uma forasteira nesta terra onde vivemos: comecei a passar largos períodos da minha vida no Sotavento Algarvio há cerca de quinze anos e, quanto mais para cá vinha mais vontade tinha de ficar.

A descoberta de uma realidade

para fazer bolos em fornos a lenha; galinhas essas que matam, depois, no Entrudo e na Páscoa, para fazer os guisados com que recebem os filhos e netos que foram morar para a cidade. Essas mesmas velhotas, fortes e deci-didas, que conhecem a vida de todos e dominam ainda artes da cestaria, do dedal e de tantos ofícios prestes a perder-se para sempre.

Vi-me, de repente, num mundo em que os areais são imponentes e mar manso e quente; num mundo onde se pode sair do trabalho a meio do dia e passar a hora de almoço no mar ou,

nos meses de Maio e Junho, ir buscar as crianças à escola e brincar com elas na praia, apanhando à beira mar o repasto do jantar; no mesmo mundo onde o marisco é sempre fresco e o peixe se pode comprar, ainda agitado, nos barcos que o pescaram…

Foi neste fabuloso entorno que expe-rimentei, pela primeira vez, a sensação de conhecer toda a gente e de toda a gente saber quem sou ( quando se vem da cidade, o processo de habituação a tal facto pode ser algo moroso e con-turbado). Aqui não há desconhecidos: desde o padeiro, às senhoras dos mer-

cados; dos vendedores das tascas aos funcionários públicos que, simpáticos, lá perguntam pelos meninos e como vai o negócio… Neste local tranquilo, (onde os agentes da autoridade nos sorriem porque todos se conhecem e onde os Presidentes das Câmaras não têm mãos suficientes para acenar e cumprimentar todos quantos com eles se cruzam), a vida corre com um pulsar diferente, como se todos fizessem parte de um gigantesco organismo…

A localização perfeita completa o cenário idílico: não estando demasiado afastado das grandes urbes, permite um rápido acesso às grandes cidades e a Espanha, com tudo o que tal propor-ciona, mas deixa-nos a tranquilidade e a segurança na qual queremos que os nossos filhos cresçam…

Por estes e tantos outros motivos foi aqui, no Sotavento Algarvio, que senti algo nunca antes sentido: uma sensação de pertença e de raízes, de tal forma plena e forte que, quando me perguntam de onde sou, nada mais posso dizer a não ser: “Sou daqui…”

… Agora sou forasteira, mas na terra onde nasci...

ímpar assoberbou os meus dias; as mais pequenas coisas espantavam-me e encantavam-me. Ria com gosto das grandes “diferenças” entre quem é de Vila Nova de Cacela ou da Manta Rota; de Castro Marim ou Monte Gordo; das Cevadeiras ou do Barrocal… Se eu perguntasse, em Altura, – “ O Sr. também é daqui?” – a emocionada res-posta podia muito bem ser : – “ Não menina! Eu sou de São Bartolomeu!” (como se fosse de outro país!)

Encantei-me com as velhotas que conhecem todas as ervas do campo e criam galinhas cujos ovos utilizam

Ana Dias

Forasteira

Páscoa amarga nas estradas portuguesas

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A Universidade dos Tempos Livres precisa aumentar os preços das propinas para fazer face às dificuldades económico-financeiras da gestora SGU, empresa municipal. Aumentos estão a ser avaliados em concertação com os alunos.

Entre Fevereiro e Março passados decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo de VRSA a formação «Práticas de Cozinha Saudável». A iniciativa foi da edilidade local e o público-alvo foram cozinheiros das escolas do concelho e pais dos alunos.

EDUCAÇÃO

Para comemorar o «Dia Internacio-nal dos Monumentos e Sítios», a 18 de Abril, o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela [CIIPC], em conjunto com a autar-quia vilarealense, não deixou a data passar em branco, proporcionando uma actividade destinada a crianças e jovens. O tema foi a «Água: cultura e património»; como tal, nada mais apropriado que andar de bicicleta ao mesmo tempo que se visitam patrimónios relacionados com a água - como fontes, poços, noras, cisternas e canhas.

A actividade intitulou-se «Descobrir os patrimónios da água a pedalar» e decorreu na manhã do dia 18 de Abril tendo como ponto de partida o Largo Manuel Cabanas em Vila Nova de Cacela. Ao longo de 10 quilómetros foram 17 os jovens de 2º ciclo (5º e 6º anos) que em período de férias escolares se levantaram cedo para de uma forma lúdica e pedagógica conhecerem os patrimónios locais . Os participantes foram acompanha-dos por três monitores e por uma viatura da protecção civil , sendo-lhes disponibilizado um roteiro com pontos de interesse na zona.

A adesão foi muito positiva. “Em tempo de férias lectivas o balanço foi muito bom, conseguimos reunir alguns jovens e ao pedalar pelo concelho praticou-se actividade física e conhecemos e visitámos patrimónios muito importantes, e que muitos têm nas suas memórias, como por exem-plo as noras e os poços”, evidenciou Miguel Godinho do CIIPC.

Quanto ao tema da água o respon-sável lembrou que o CIIPC já realizou inúmeros levantamentos deste tema e visto que já haviam realizado um projecto educativo neste âmbito, a organização da actividade foi mais facilitada. Recorde-se que a água é um bem essencial e é indispensável como meio de subsistência, fonte de energia e matéria-prima.

Jovens uniram o lazer à pedagogia e em plenas férias escolares foram conhecer o património de Vila Nova de Cacela e Santa Rita.

UTL aumenta propinas em concertação com alunos

Descobrir património a pedalar

Cozinha saudável e mais barata

bendo as suas dificuldades”. A direc-tora acredita que o aumento será um processo pacífico, e refere que para os alunos com maiores carências “haverá, como sempre houve, apoios para o pagamento das propinas”.

1000 alunos neste ano lectivo

Actualmente com cerca de 1000 alunos, a UTL conta com vários pólos, o que permite que haja uma cobertura total do concelho. Inicialmente o público-alvo desta unidade fixava-se acima dos 55 anos, mas não demorou muito para que os mais novos descobrissem as opor-tunidades de aprendizagem, sobre-tudo na área da música e da dança. “Não se trata de uma concorrência ao Conservatório, até porque aqui não se atribuem diplomas”, esclarece pronta-mente Maria do Rosário Proença.

A UTL de Vila Real de Santo Antó-nio permite a frequência de jovens a partir dos 15 anos. Há até acontecem aulas de equitação para os mais novos

e também pai e filho a frequentar aulas de música juntos.

Estrangeiros aprendem português

Um dos fenómenos que se está a registar nesta UTL é a frequência de cada vez mais estrangeiros no curso de português. “São muitos e com nacionalidades distintas, como espanhóis, holandeses e italianos”, destaca Maria do R. Proença.

Esta instituição permite também que se aprendam línguas estrangeiras e informática, por exemplo, de forma isolada “algo que a escola oficial não permite”, apresentando-se esta moda-lidade como bastante atractiva, sobre-tudo para adultos. “Um papel social que é muito importante e que temos de preservar”, defende a responsável. No total a UTL tem disponíveis cerca de 30 cursos, contando com a colabo-ração de perto de 60 formadores.

Maria do Rosário Proença admite que as dificuldades financeiras da SGU – Empresa Municipal de VRSA,têm provocado atrasos nos pagamentos aos formadores, mas garante, também, que não está em causa o encerramento da UTL. “Há realmente atrasos que temos tentado diminuir, além disso a autarquia reconhece o importante papel que desenvolvemos e por isso o objectivo é regularizar a situação e continuar”, afiança.

física.A formação decorreu em horá-

rio pós-laboral e até há quem se tenha voluntariado para continuar a contribuir nas escolas, nomeadamente, na ajuda à sensibilização para esta «luta» tão ocidental.

Obesidade abaixo da média regional

Carlos Afonso, que lidera o grupo de trabalho do executivo para o combate da obesidade infantil, nomeadamente através do projecto regional «Escola Activa», avança que a obesidade das crianças e jovens de Vila Real de Santo António “está abaixo da média regional [30%], fixando-se nos 25%”. Garante,

Maria do Rosário Proença é directora da Universidade dos Tempos Livres (UTL) de Vila Real de Santo António e não tem dúvidas em afirmar que o preço de 35 euros anuais, por dois cursos, na instituição que lidera “é um valor muito baixo que chega a ser ridí-culo”. A responsável defende que a UTL “tem um papel muito importante

a cumprir” e tem da parte da câmara municipal local “todo o apoio” para encontrar as melhores soluções para a sustentabilidade daquela instituição. As propinas vão aumentar para o ano lectivo 2011/2012, embora ainda não esteja definido de que aumento se trata. “Estamos, inclusivé, a analisar com os alunos esse aumento, perce-

As equipas das cozinhas dos refeitó-rios das escolas e os encarregados de educação de alguns alunos vilarealenses, tiveram oportunidade de participar numa formação gratuita cujo grande objectivo foi sensibilizar para a confecção saudável da comida. Numa altura em que a obesidade afecta cada vez mais crianças e jovens de VRSA surge uma estratégia municipal de combate à obesidade no concelho.

As «Práticas de Cozinha Saudá-vel» não são medidas isoladas, até porque o executivo liderado pelo social democrata Luís Gomes desde 2005, tem vindo a implementar medidas de combate à obesidade, bem como a promover hábitos de vida saudável através, nomeadamente, da actividade

Em VRSA

Novas tendências

As propinas serão aumentadas, mas a partir do próximo ano lectivo

Formação «Práticas de Cozinha Saudável» vai ter segunda edição

Jovens descobriram o património

ainda, que os jovens já estão bastante sensibilizados sobre a problemática da obesidade e para as mais-valias da actividade física. No total, são cerca de 1000 os alunos que participam em por aqui no projecto «Escola Activa».

Comer bem e barato

A crise tem atirado cada vez mais famílias para a pobreza e por isso nas escolas há cada vez mais estudantes a beneficiarem do «Escalão A». Esta for-mação contemplou também técnicas que ensinam a «Comer bem e Barato».

Conceição Cabrita, vereadora com o pelouro da educação, admite que esta formação poderá vir a ser ministrada a munícipes abrangidos pelos apoios sociais da autarquia “pois aprenderão a comer melhor e dentro das suas possibilidades financeiras”, adian-tou.

A formação de Práticas de Cozinha Saudável contou com as parcerias da EHT VRSA e do Agrupamento de Cen-tros de Saúde do Sotavento.

Já estão abertas inscrições para mais formações. Saiba mais através de: www.cm-vrsa.pt

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 5

A ideia do projecto «Mundo Azul» é dar mais cor aos dias das crianças e jovens. Seja em colónia de férias em Alcoutim ou simplesmente numa ida ao restaurante mais a litoral.

Villas-Boas lança fortes críticas à protecção da criança em Portugal

«Mundo Azul» para pais e filhos

“A palavra acolhimento foi pros-tituída”, acusou Luís Villas- Boas, defendendo que as famílias de aco-lhimento para crianças com menos de cinco anos deveriam acabar. “Acolhimento sim, mas a partir dos 6 anos, quando as crianças já podem perceber que aquelas pessoas não lhe pertencem, nem ela a eles”, explicou.

As actuações “são tardias”

Para Luís Villas-Boas a protecção das crianças “é tardia, provocada pela má organização institucional e a falta de meios das CPCJ’s (Comissões de Protecção de Crianças e Jovens)”. Descontente com a intervenção rea-lizada no país em casos de maus tratos infantis, na sua comunicação que foi absorvida por muitos técnicos de apoio à criança, Luís Villas-Boas

O concelho de Alcoutim vai ter já a partir do próximo mês de Junho colónias de férias para os mais novos, produzidas pelo pro-jecto «Mundo Azul»; que promete envolver os participantes em sema-nas de muita actividade e à des-coberta do território. Também os preços deverão ser mais acessíveis do que é habitual nestes pacotes. Carla Gomes, uma das mentoras do projecto avança que por semana, com tudo incluído, cada jovem pagará entre os 150/180 euros. “Sabemos que há muitas colónias de férias que praticam em média valores a rondar os 300 euros e o que pretendemos é tornar as nossas semanas mais acessíveis a todos”, explica.

As colónias de férias vão decor-rer com actividades diversifica-das, ligadas à actividade física, exploração do conhecimento e do território do Baixo Guadiana. “Estamos a projectar que os jovens tenham uma semana rica em con-

debruçou-se sobre a adopção,

Alcoolismo faz aumentar violência infantil

A sessão foi aberta pelo presidente da câmara municipal de Alcoutim, Francisco Amaral, que se referiu ao alcoolismo como a génese dos maus tratos a crianças no concelho, acrescentando que “este problema ainda não é tratado a nível nacio-nal como uma dependência”. O autarca relatou o trabalho do muni-cípio no combate às dependências, nomeadamente a do alcoolismo, sublinhando que o caminho traçado em Alcoutim “é eficaz”, referindo-se ao acompanhamento médico e à ocupação salutar dos tempos livres.

As jornadas contaram também com a intervenção de Martine Cara-peto que explicou o que são maus

vívio, descobertas e captação de mais informação e conhecimento que lhes será útil pela vida fora”. Carla G. afiança que a equipa peda-gógica «a postos» para entrar em acção nas férias escolares dos mais novos “será multidisciplinar; desde professor de educação física, animador social, psicólogo, entre outros”. Por cada grupo de 25 crianças vão estar disponíveis três monitores.

Até ao final de Maio a divulgação destas colónias vão ser feitas, via on-line, mas não só. Numa parce-ria com a Movijovem o projecto vai instalar-se no Verão na Pousada da Juventude de Alcoutim

«Fins-de-semana» dedicados à comunicação»

Neste recém-criado projecto «Mundo Azul», que conta com a fun-dação também de Marta Páscoa, estão previstos «Fins-de-Semana da Comunicação». “O nome poderá

JUVENTUDE

A câmara municipal de Alcoutim aprovou, na reunião de câmara de 30 de Março, um subsídio para apoiar a recuperação do Centro de Desenvolvimento Cultural e Social de Martinlongo, conhecida por «Casa da Criança», uma instituição de animação infantil sem fins lucrativos.

Uma vez que 75% da obra de recuperação foi apoiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural [PRODER], o Centro de Desenvolvimento Cultu-ral e Social de Martinlongo solicitou à autarquia local o financiamento dos restantes 25%, o que resultou na com-participação de 11.612, 26 euros.

A recuperação deste espaço inte-gra a compra de mobiliário para o refeitório e para as salas de activida-des, o isolamento do tecto da área total da instituição, a pavimentação das salas de actividades, a aplicação de azulejos na parede do refeitório e de pavimento vinílico nas paredes das salas de actividades e a colocação de portadas nas janelas. O custo total da obra é de 51.610, 10 euros.

“A concretização destes projectos é imprescindível ao bom funcionamento da instituição que actualmente recebe cerca de 60 crianças do concelho de Alcoutim”, diz em comunicado a autar-quia..

Recuperação «Casa da Criança»

Colónia de férias em Alcoutim

Villas-Boas diz que a palavraacolhi-mento “foi prostituída”

Marta Páscoa e Carla Gomes já começaram no apoio aos mais jovens no espaço de restauração «Sem Espinhas Guadiana»

tratos, como detectá-los e sinalizá-los, lembrando que a denúncia é uma obrigação moral, social e legal.

Esta «Jornada de Maus Tratos a Crianças» sensibilizou elementos das CPCJ’s, técnicos de intervenção social, educadores, técnicos de saúde e ele-mentos das forças de segurança, para a necessidade de reconhecer, sinalizar e actuar em situações de risco.

não ser este, mas a essência não estar mais bem definida”, afiança Carla Gomes que explica que o que se pretende é juntar a família para dois dias diferentes onde a comu-nicação seja mote para pais e filhos estar unidos e em momentos que os liguem ainda mais”. A responsável avança que esta ideia “foi muito bem aceite pela Movijovem e a pousada da juventude de Alcoutim vai ser a primeira do país a ter este programa familiar”.

«Mundo Azul» começou actividade na restauração

Os primeiros passos do projecto que uniu Carla Gomes e Marta Páscoa foram dados no recém-inau-gurado «Sem Espinhas Guadiana», em plena avenida da República, em Vila Real de Santo António. Num espaço exclusivamente dedicado às crianças estas são convidadas a ter momentos bem divertidos enquanto os pais tomam a sua refeição. “Temos

tido uma aceitação muito boa da parte dos clientes deste restaurante; há quem repita aqui as refeições não só pela qualidade do serviço, mas em parte também porque gostam da dinâmica que proporcionamos aos mais novos”, conta Marta P..

As crianças e jovens têm à sua disposição material didático e peda-gógico. “Queremos dar momentos de qualidade tanto aos pais, bem

como aos filhos” que assim fazem da ida ao restaurante uma “autêntica aventura”

Ali, desde o chão apropriado para as mais diversas brincadei-ras, passando pelos lápis e canetas coloridos, plasticina e os desafios à imaginação vale tudo sempre com o olhar posto no lazer aliado à pedagogia.

O objectivo destas duas respon-sáveis é alargar a equipa e alargar o serviço noutros espaços de res-tauração, “para já vamos fazê-lo nos restantes deste grupo” [«Sem Espinhas Manta Rota» e «Sem Espi-nhas Cabeço»].

O fundador da Emergência Infantil em Portugal, foi crítico em relação à Protecção da Criança em Portugal. Nas jornadas de trabalho dedicadas ao tema «Maus Tratos a Crianças», realizada em Alcoutim a 6 de Abril, o responsável do Refúgio Aboim Ascensão em Faro não poupou críticas ao «sistema».

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Las Cofradías andaluzas de semana santa o pasión

Carlos Rosa, pintor ayamontino expone por segunda vez en Aya-monte con veinticinco obras de variada temática y formato.

“Su aguda visión como observador de su tierra natal, le proporciona su inspiración, autodidacta, plateado de años y de trayectorias artísticas.

Expone una vez más, como ya lo hiciera en Madrid, Gijón y otras ciudades, en su pueblo, Ayamonte, al que volvió al fin después de una larga ausencia.

Calles, plazas y paisajes prima-verales andaluces y asturianos, son para el espectador ventanas de par en par para su gozo sentimental…”

observada, y los gremios artesanos tenían su propia cofradía.

Con el tiempo, las cofradías deja-ron de ser una manifestación reli-giosa para pasar a ser la expresión cultural de los pueblos y de esta forma están, actualmente, identi-ficadas con la ciudad, o barrio de la misma como la Macarena o el Cachorro en los barrios típicos de Sevilla.

En Huelva capital hay 22 herman-dades que realizan las estaciones de penitencia desde el Domingo de Ramos hasta el Viernes Santo donde participan cofradías como la de los estudiantes o la de los gitanos.

En la Ciudad fronteriza de Aya-monte, la Semana de Pasión, está declarada “Fiesta de Interés Turís-tico Nacional”por la Consejería de Turismo de la Junta de Andalucía. De las nueve hermandades procesio-nales las más antiguas, en el tiempo, son la cofradía de Vera Cruz fundada en el año 1550, y la de Padre Jesús Nazareno fundada en 1596.

nes.Aunque secundarias, figuras

como las de anarquista húngaro, expertísimo falsificador de docu-mentos; la del camarero parisino cómplice de los emigrantes o la del anciano negro capaz de resistir a los represores, añaden un plus de interés. No faltarán leves apari-ciones de apariciones de hombres famosos, como Lezama Lima u Otelo Saraiva. Lisboa, Luanda y París son los escenarios por donde se conduce la narración, que rompe una y otra vez las secuencias espa-ciotemporales mediante saltos retrospectivos hasta urdir una trama de notable complejidad. Ocasio-nalmente, encontraremos la ciudad de Badajoz, donde hallan el primer refugio los desertores (p. 74); se hacen visitas médicas p. (120); se organizan excursiones (p. 342) o residen personas de izquierdas relacionadas con los revoluciona-rios lusos (p. 357). Desde luego, hay quien sigue demandando una “Olivenza portuguesa” (p. 252) y no se olvida la muerte alevosa de Humberto Delgado en las proximi-dades de la ciudad.

Crónica del profesor y crítico litera-rio Manuel Pecellin Lancharro desde Badajoz

Manuel Moya es poeta reconocido en España,

Francia, Estados Unidos, México y Portugal.

Una cofradía de Semana Santa o Pasión es la asociación de fieles, generalmente laicos que se unen para la contemplación de la pasión y muerte de la figura de Cristo y para imitar los dolores de su pasión y muerte por medio de una peniten-cia pública.

El inicio de estas cofradías fue a principios del siglo XVI, y la repre-sentación de la Pasión se hacía en los pórticos de las iglesias o en las plazas cercanas.

Fue después de la Reconquista contra los sarracenos que, en Anda-lucía, se iniciaron estas hermandades en casi todas las provincias andalu-zas.

Las predicaciones del dominico san Vicente Ferrer, en 1411, hizo apa-recer la figura de los disciplinantes o personas, que, sin distinción de sexos, se auto flagelaban con cade-nas y látigos hasta provocarse heridas que sangraban abundantemente.

Un pueblo sensual y exuberante como el andaluz llevó la esceno-

Manuel Moya, que gusta presen-tarse como profesor de técnicas narrativas, narrador, traductor y articulista, es también poeta reco-nocido, con presencias en antolog-ías publicadas en España, Francia, Estados Unidos, México y Portugal. Ese culto a la belleza del lenguaje, la voluntad de estilo, el uso metafó-rico de las palabras, la búsqueda de imágenes expresivas que se presupo-nen a todo creador de poemas, son también perceptibles en este extenso relato (498 páginas), cuyo título, Las cenizas de abril, hacen referen-cia a la “Revolución de los claveles” (1974), finalmente no consumada. Por lo demás, el autor, onubense de nacimiento, ha declarado en repe-tidas ocasiones su interés por país vecino, como habitante próximo a la “Raya”.

En torno a los acontecimientos ocurridos en Portugal aquel inolvi-dable 25 de abril se nuclea la obra, que obtuvo el XII Premio Fernando Quiñones 2010. No se trata sin embargo de una novela histórica, aunque se conduzca por determi-nados contextos (actividades de los grupos antisistema; lucha de los guerrilleros anticolonialistas; ines-perada sublevación de los capitanes; euforias y declive del periodo cons-tituyente postinsurrecional). Lo que prima en esta apasionante narración no son las ineludibles alusiones al acontecer real, sino el juego de unas personas imaginadas, envueltas de forma bien distinta en las peripecias revolucionarias. Claro que todos

Carlos Rosa expone en Ayamonte

Manuel Moya gana el premio Fernando Quiñones con “Las Cenizas de Abril”

grafía de la pasión de Cristo a tales extremos que el Concilio de Trento promulgó disposiciones como la prohibición de los disciplinantes, el adorno del pelo natural en las imá-genes, los bordados de las túnicas, las coronas de plata y otros metales preciosos, las procesiones nocturnas, los bailes delante de las imágenes y los rostros tapados…

En cuanto a las Vírgenes que par-ticipaban en las procesiones, se pro-hibieron los follajes en las mangas y túnicas o bordados y puntillas así como las alhajas de plata y oro. Dis-posición que el pueblo nunca cum-plió, como se ha visto, hasta nuestros días.

Allá por 1700, había, sólo, en el Reino de Sevilla, al que pertenecía el condado de Huelva, 426 herman-dades, 374 cofradías y 50 congre-gaciones.

En los inicios de éstas no podían pertenecer a ella personas de origen morisco o conversos de judíos: la lim-pieza de sangre era rigurosamente

ellos, perfectamente verosímiles, se constituyes en otras tantas represen-taciones de los grupos sociales com-prometidos en aquel la sorprendente convulsión sociopolítica.

Lo más valioso de la novela es seguir cómo se desenvuelve y reac-ciona cada ante situaciones con las que unos habían soñado, a favor de las cuales trabajaban en la clandes-tinidad; el modo en que procuran detenerlas los comprometidos con el régimen salazar-caetanista; la forma en que van implicándose o no) quienes no estaban al tanto de las agitaciones y la metamorfosis que todos experimentarán según vayan desarrollándose las etapas de una convulsión repleta de luces y sombras.

Por eso es sobre todo una novela de personajes, cuyos protagonistas son: un obrero que, destinado a hacer la mili en las colonias africa-nas, opta por desertar y afincarse en París; el policía de la PIDE, cruel y cínico, aunque con inesperado toques de ternura; el líder estudian-til, a las postre también convertido en cenizas, como su novia, Sophia, amiga del primero, la universitaria que va paulatinamente conciencián-dose y comprometiéndose , bien que esté signada por una contradicción familiar insufrible (su propio padre fue uno de los máximos dirigentes de las fuerzas represivas coloniales). La maleta que dejó al suicidarse se constituye en el recurso narrativo clave de en esta obra de amores, odios, soledades y otras frustracio-

Sus pinturas están expuestas en el Parador de Turismo de la ciudad fronteriza hasta el 30 de Abril

La Semana de Pasión, está declarada “Fiesta de Interés Turís-tico Nacional”

Palabra Ibérica 2011Este año, el encuentro Palabra Ibérica se ha realizado en la ciudad de Tavira, organizado por el Regimiento de Infantería y la Asociación de Artistas Plásticos del Algarve, en el ámbito del Proyecto ARTALAIA. Cuenta, también, con la colaboración de la Asociación Lenguaje de Calculo y del Movi-miento Internacional Lusófono -MIL-, y el apoyo de la Cámara Municipal de Tavira y de la Región de Turismo del Algarve en cola-boración con el Ayuntamiento de Punta Umbria e Huelva.

El encuentro Palabra Ibérica nació en 2006, como un encuentro literario entre escritores andaluces y algarvios y entre las ciudades de Punta Umbria y Vila-Real de Sto. Antonio.

La ultima edición fue en 2009 en el municipio de Punta Umbria. Fue en el marco de este evento. la presentación de la obra premiada del escritor onubense Manuel Moya titulada “Las cenizas de Abril”.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 7

LOCAL

Cabo Verde assinou cooperação com VRSA

Cabo Verde quer relação tripartida aliando-se a VRSA e Cuba

No passado dia 28 de Abril, um encontro entre a comitiva da câmara municipal do Sal presidida pelo edil, Jorge Figueiredo e o presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, permitiu definir a futura troca de experiências nas áreas do desenvolvimento sócio cultural, turístico e económico. Foi assinado nesse dia, no salão nobre da câmara, um acordo de cooperação entre Sal e VRSA.

Na ilha mais turística de Cabo Verde o maior desafio político tem sido levar a cabo a concretização de melhores condições de vida para a população; isso mesmo foi contextualizado pelo edil do Sal na cerimónia.

O responsável político esteve em VRSA sete meses depois do edil vilarealense ter-se deslocado no ano passado à ilha do Sal para o «Encontro Internacional sobre o Turismo». Na ocasião, Luís Gomes

falou sobre as medidas instaladas para a melhoria da qualidade de vida, nomeadamente ao nível da saúde pública.

Sensibilizado pelo trabalho que está a ser feito a esse nível em VRSA, o autarca do Sal, que é médico, lançou o repto a Luís Gomes para estreitarem relações. Em Cabo Verde “é preciso investir muito nos cuida-dos primários de saúde; é preciso continuar a investir na qualidade dos serviços de saúde”. O governo central de Cabo Verde tem desde a independência daquele país africano uma relação estreita com Cuba. E nessa perspectiva o autarca, que elogiou os efeitos práticos da geminação entre VRSA e o município cubano de La Playa, acredita também que nesta parceria poderá ser estabelecida uma relação tripartida entre VRSA-Cabo Verde-Cuba.

O autarca afirmou que a visita de três dias que fez a terras pom-

Comitiva do município da ilha do Sal, República de Cabo Verde, esteve três dias em Vila Real de Santo António onde «bebeu» experiência de terras pombalinas. Foi assinado protocolo de cooperação para a maior troca de experiências em áreas como a saúde, geriatria, turismo e desporto.

Algarve Film Comission dinamiza Interior com «Documentar»

Cozinha ao Vivo no Festival de

Atum

«Primavera com Gosto»

Eduardo Pinto é um dos membros da direcção da «Algarve Film Comission», mas também o responsável pelos conteúdos desta associação. À margem da apresentação da segunda edição do livro «Filmando a Luz» - que aconteceu na biblioteca de Faro em Abril - deu conta que o projecto «Documentar» já arrancou e um dos objectivos é revitalizar o Interior, documentando-o no audiovisual, recorrendo a mão-de-obra local, para que esta seja integrada num novo mundo de oportunidades.

Para «Documentar» já está a ser levada a cabo a inventariação dos pontos de interesse nas freguesias abrangidas – Castro Marim, Alcou-tim, Vila Nova de Cacela, Tavira, Paderne e Faro Interior. As reco-lhas de imagens estão para breve e Eduardo Pinto refere que a AFC vai apostar nos potenciais profissionais, ou simplesmente amantes, do mundo do audiovisual e que habitam nas fre-guesias mais interiorizadas.

O Festival do Atum realiza-se entre 4 e 8 de Maio. No dia 8 o Festival

sai do Centro Cultural António Aleixo para a Praça Marquês

de Pombal, para a confecção da Estupeta Gigante que a organiza-ção quer que atinja em 2011 uma

tonelada.A Organização é da Confraria do

Atum e conta com diversos apoios de entidades públicas e empresas

privadas da restauração e hotelaria.Chefes de cozinha de Hotéis e

Restaurantes de Vila Real e Monte Gordo vão ser protagonistas neste

Festival com demonstrações de cozinha ao vivo (live-cocking).

Um certame que vai propor-cionar também futebol em ecrã

gigante, música e surpresas, avança a Confraria.

Numa iniciativa de crescente promo-ção do potencial do território do Baixo Guadiana, a Associação Odiana lança a iniciativa «Primavera com Gosto». A actividade pretende ser uma montra aberta aos vários eventos da região nesta Primavera.

Trata-se de uma pequena amos-tra do território e do que tem para oferecer nos meses mais floridos do ano. O objectivo é convidar residentes e turistas não apenas para o tradicional sol e praia do Algarve, mas a conhecer a tipicidade cultural da região através da natureza, etno-grafia, gastronomia. O slogan da campanha aposta no genuíno da região: “Porque no autêntico reside o bom gosto, visite o Baixo Guadiana nesta Primavera”.

No folheto que sublinha os eventos mais marcantes desta primavera constam a «Terra de Maio» no Azinhal, «Feira de Artesa-nato de Alcoutim», «Passos Conta-dos de Cacela», «Festival Islâmico» em Mértola e a «Mostra de Doces em Granado», Espanha.

Esta actividade surge no âmbito do projecto GUADITER – Itinerários do Baixo Guadiana, é uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Pro-grama de Cooperação Transfrontei-riça Portugal – Espanha [POCTEP].

Neste projecto vai estar a trabalhar uma equipa de profissionais da região e a estes vão juntar-se talentosos na área da fotografia, realização, produ-ção, documentarismo e até guionis-tas. Vão realizar-se «masterclass» para fornecer conhecimento de modo a que quem tenha vocação ou curiosidade pelo mundo do cinema possa colaborar no projecto «Documentar» e, quem sabe, ir mais longe na formação a este nível.

Film Comission no Algarve

A «Algarve Film Comission» nasceu em 2007 e o grande objectivo da sua actuação é promover o Algarve para rodagens. Actualmente têm um protocolo de cooperação com a ETIC [Escola Técnica de Imagem e Comunicação]. Têm também par-ticipações em escolas internacio-nais, como a London Film Academy, articulando a atribuição de bolsas no estrangeiro.

Um jovem talento

Uma das funções desta associação é também captar talentos algarvios do cinema e do audiovisual. Na apresentação de «Filmando a Luz» foi destacado o trabalho de Patrí-cio Faísca, da independente «New Light Pictures», sediada em Alman-cil. Este jovem lidera uma equipa que produziu um dos mais recentes videoclips da banda de Rap «Tribruto» - a música «Money Comes To You» -, com honras de transmissão televisiva. A curta «Agente K7» está também já em pós-produção. Veja mais em: http://www.newlightpictures.net/

A Algarve Film Comission (AFC) tem em mãos o projecto «Documentar». O Interior do Algarve é retratado no audiovisual, mas este projecto, com o apoio do PRODER, promete revitalizar a memória do lugar e ajudar ao aumento de oportunidades.

Entre Alentejo, Algarve e Andaluzia

Eduardo Pinto da AFC acredita nas potencialidades do projecto que vai estar no Baixo Guadiana

A AFC apresentou a segunda edição do livro «Filmando a Luz». A importância desta edição é reforçar o papel da primeira edição – de 2007 -, ou seja reportar para dentro e fora do Algarve, as rodagens que são feitas na região. O livro é um autêntico inventário desses filmes. A coordenação é de Eduardo Pinto da AFC e Paulo Correia, com tese feita em inves-tigação cinematográfica.

«Filmando a Luz»

balinas “superou as expectativas, nomeadamente ao nível das acessibilidades e em matéria das criações para que o turismo evolua em VRSA”. Há sete anos “que se trabalha neste sentido na ilha do Sal”, garantiu o edil, acreditando que a cooperação vai ajudar a um melhor desenvolvimento daquela ilha. mO autarca espera mesmo conseguir reproduzir “com as as devidas adaptações”, a experiência na área dos cuidados primários de saúde, geriatria e desporto.

Solidariedade e Trabalho

“Este acordo estabelece um compromisso de trabalho e não

se esgota em meras visitas. Tem um plano de trabalho definido e nos próximos tempos irá uma delegação composta por duas vereadoras a Cabo Verde para colaborar na criação da «Casa do Avô» no Sal e a câmara vai disponibilizar um psicólogo para auxiliar nesse trabalho”, afirmou Luís Gomes. O autarca português disse ainda que irá também ao Sal “um técnico de desporto para dar apoio na criação do complexo desportivo, que é uma pretensão do presidente da câmara, ajudando com a experi-ência de VRSA na construção destas infraestruturas e na gestão de está-gios desportivos”.

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GRANDE REPORTAGEM

Quem observa, a voo de pás-saro, aprecia uma similitude que termina onde o gigantismo desproporcionado do projecto onubense contrasta com a comedida urbanização em solo português. Espraia-se aquele, por diversos montes, assumindo a dimensão de uma pequena cidade que, caso estivesse já hoje plenamente habitada, teria população superior a Vila Real de Santo António, Monte Gordo e Castro Marim, no conjunto.

Para este empreendimento previa-se, antes do estrondo global da bolha imobiliária, a construção de milhares de vivendas, campos de golfe, hotéis e um porto de recreio. Durante a fase inicial, todos puderam apreciar que a construção crescia a olhos vistos. Não faltou sequer quem, perante este feérico levantar, tivesse exclamado com admiração que «aquilo, sim, era o desenvolvimento!». Tanto mais que o contraste com o lado de cá era os projectos continuarem a vegetar, de parecer em parecer, ou enredados nos meandros de uma burocracia que todos conhecem, mas ninguém parece ter a solução para que, caso não se possa eliminar, pelo menos se possa evitar que entorpeça. E, depois, também se navega por cá na incerteza sobre os caminhos ideais ao desenvolvimento sustentado que a desmesura de área coberta pela Rede Natura 2000 ainda acentua.

descomunal; uma sensação de vazio e impotência, em vista destas opções erradas, que afectam uma área tão grande de tão elevado valor poten-cial.

A Internet dá ainda testemu-nho, com fotos aliciantes, da pro-paganda de vendas da área que pomposamente lhe chamam de Spanish Algarve, tirando partido de duas marcas de relevo no marketing internacional do turismo.

A ambição do projecto

O objectivo da Martinsa-Fadesa era formar colunas de vivendas de tipo mediterrânico, com diferentes tipologias, dois campos de golfe, três hotéis de luxo e amplas zonas de comércio e lazer. Na rede, dava-se nota da dimensão do projecto de centro comercial aberto com 15.500 metros quadrados de área bruta de estabelecimento, uma praça com fontes, dois pisos. O rés-do-chão estava destinado a comércio, supermercado e lojas de moda. O primeiro andar a restaurantes, bares e um pequeno casino. Teria a servi-lo mil lugares de estaciona-mento subterrâneo. A inaugura-ção que, claro, nunca chegou a acontecer estava prevista para o Verão de 2008. Antes da quebra, a situação em que se encontra-vam as obras era de tal forma chamativa que atraiu mais investi-dores. Sinalizaram, mas não con-cluíram a compra.

A marina como salvação

Com este enquadramento de grande dúvida quanto ao futuro da «Costa Esuri», em 2009 surgiu uma nova esperança (ou será uma nova ilusão?). A Junta da Anda-luzia aprovou o estudo de viabili-dade e o anteprojecto daquilo que é designado por porto de recreio Marina Esuri, com a aprovação do município de Ayamonte. O andamento deste projecto faz mesmo parte do programa eleitoral do PSOE para as autárquicas de 22 de Maio próximo.

O investimento previsto é de 40 milhões de euros, destinados a construir 1.400 postos de amarra-ção para barcos e iates de enverga-dura de 6 a 60 metros e todas as

A bolha imobiliária

A construção na «Costa Esuri» parou repentinamente no ano de 2008, quando as dívidas da Matinsa-Fadesa ascenderam aos 7 mil milhões de euros e a empresa se colocou praticamente nas mãos dos credores. Há sinais que quer retomar a actividade; após uma substancial redução das perdas no ano de 2010, face ao ano anterior. Têm surgido sintomas de opti-mismo, em especial entre os sindi-catos da UGT-Huelva que vêem com bons olhos uma possibilidade de redução do desemprego no sector da construção civil. Emprego tive-ram naquele empreendimento alguns trabalhadores do Baixo-Gua-diana. Não tendo sido, no entanto, possível quantificar este concurso para o projecto da mão-de-obra portuguesa.

A obra está praticamente paralisada. Tem sido apontada como exemplo negativo e demons-trativo de como se projectou de uma forma tão ambiciosa, a contar com um mercado que ou não existia à partida ou, com a crise interna-cional, deixou de existir. Muitos consideram que foi um caso extremado de especulação imobiliária que correu muito mal.

Ao passear-se por este complexo experimenta-se uma sensação de abandono, de obra inacabada face a este problema de grandeza

Costa Esuri é uma urbanização com dimensões fora do comum, concebida como o grande projecto imobiliário para a província de Huelva. Situa-se a norte da cidade de Ayamonte, nas imediações do nó da Ponte Internacional do Guadiana. Tem na sua frente, como

paisagem principal, a margem portuguesa. O rio Guadiana mais parece um elemento estruturante, que lhe dá continuidade até ao campo de golfe da Quinta do Vale, no concelho de Castro Marim.

MARINA NA OUTRA MARGEM

José Cruz (Texto e fotografia)

Para a «Costa Esuri» estava projectado um Centro Comercial que abasteria a urbanização

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 9

GRANDE REPORTAGEM

infraestruturas de apoio em terra.Caso venha a tornar-se realidade

será, sem dúvida, um dos maio-res de Andaluzia, não havendo do lado ocidental da região outro de igual tamanho. Terá grande impacto no emprego, repercussão no arrancar de novo do projecto «Costa Esuri», na dinamização de Ayamonte e até mesmo em todo o Baixo-Guadiana.

O porto desportivo já percorreu a tramitação administrativa e tem condições propícias para se transformar em realidade, já que a Espanha volta a crescer no sector turístico. Como se disse, está apro-vado o estudo de viabilidade e o anteprojecto.

A marina ficará situada a norte, aos pés do viaduto da Ponte Internacional do Guadiana, a cerca de seis quilómetros da barra, ideal para o descanso dos veleiros em águas interiores abrigadas do eventual mau tempo.

Contrariedades e oportunidades

Esta é, porém, uma rosa ainda com muitos espinhos que dificul-tam a sua colheita. Para além da situação financeira dos promo-tores, há a considerar o actual assoreamento da barra do Guadiana, de há décadas impróprio para barcos com o calado pretendido.

A resolução do problema implica também da parte portuguesa uma atenção diferente, centrada na oportunidade de, a propó-sito, encontrar, desta vez, as autoridades espanholas também interessadas numa solução comum para as dragagens. Pode ser necessário um novo enquadramento para os projectos de valorização das áreas ribeirinhas do rio Guadiana e das marginais dos concelhos de Vila Real de Santo António e Castro Marim.

Actualmente, na área a cons-truir, encontra-se instalada uma exploração de aquacultura, a funcionar em exploração extensiva, ocupando cerca de 60 hectares. Foi apoiada com fundos públi-cos e pertence à empresa galega «Pescanova», que detém todo o capital. Este é outro dos espinhos, já que terá de ser desmantelada e transformada numa outra

exploração mais pequena de natureza intensiva, não ocupando mais de quatro hectares, para dar lugar à lâmina de água da marina.

Os vários protestos

Em 2008 proprietários da «Costa Esuri» levaram a Martinsa-Fadesa a tribunal, devido à situa-ção de abandono da urbanização. Nessa ocasião, uma das grandes preocupações era a paralisação das obras do centro comercial, logo a seguir a uma vetusta apresenta-ção do empreendimento a uma numerosa representação do comércio de Ayamonte. É que o centro comercial constitui para os moradores a esperança de se abas-tecerem, sem terem de se deslocar a Ayamonte de automóvel, dado que não existem carreiras de autocarro. Outro dos medos era a deterioração do megacomplexo, após a retirada dos trabalhadores da manutenção.

O grupo «Ecologistas em Acção» outorgou a “cenoura vitaminada” à Marina Esuri SL pelo projecto do porto de recreio, em Janeiro de 2010. Sustentam que a construção desta estrutura suporia a ocupa-ção e transformação dos sapais da desembocadura da ribeira de Predraza e a extinção das instalações existentes da aquacultura, com reflexos na diminuição dos postos de traba-lho. Alegaram que não existem na província de Huelva portos de recreio dessa envergadura e que os promotores não tiveram melhor ideia que construir num espaço protegido

Costa Esuri é uma urbanização com dimensões fora do comum, concebida como o grande projecto imobiliário para a província de Huelva. Situa-se a norte da cidade de Ayamonte, nas imediações do nó da Ponte Internacional do Guadiana. Tem na sua frente, como

paisagem principal, a margem portuguesa. O rio Guadiana mais parece um elemento estruturante, que lhe dá continuidade até ao campo de golfe da Quinta do Vale, no concelho de Castro Marim.

MARINA NA OUTRA MARGEM

da Rede Natura 2000, proposto para parque natural. Protestam ainda pelo facto da «Aquinova» ter beneficiado de importantes apoios públicos e de ter tido o privilégio de utilizar zona pública de sapais que abandona para a marina.

Problemas activos

Entretanto a delegação provin-cial (Huelva) apresentou ao muni-cípio de Ayamonte, e às famílias residentes na urbanização «Costa Esuri», soluções para que os alunos, filhos das famílias residentes, possam solicitar o acesso ao serviços de transporte escolar, para frequentarem os centros de educação infantil e a primária na cidade fronteiriça.

A manutenção dos serviços é assegurada em conjunto pelo município, pelos moradores e pela Martinsa, associados numa «Entidade urbanística de Conser-vação», onde o município e os moradores estão a pagar uma parte que deveria ser assegurada pela empresa.

Aspecto do campo de golfe com o Guadiana ao fundo

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LOCAL

Enfrentar a crise com novos serviços

A delegação de Vila Real de Santo António da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) adquiriu uma nova carrinha com capacidade para oito utentes. O objectivo é transportar de forma personalizada e a preços acessíveis.

Com este serviço a CVP de VRSA encontrou um novo modelo para assegurar a sustentabili-dade financeira em tempos de crise aguda, mas é também uma solução para combater o isolamento e as barreiras da mobilidade dos munícipes vilarealenses.

Projecto Tampinhas

Numa cerimónia de entrega de material ortopédico no Centro de Educação Ambiental da Algar, em Albufeira, resultante do projecto tampinhas, foi entregue a esta delegação: 2 pares de canadianas; 3 cadeiras de rodas; 3 camas articu-ladas e 3 colchões anti-esacaras.

Maria Judite de Sousa, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa de Vila Real de Santo António, teme o futuro da Instituição Particular de Solida-riedade Social (IPSS) que dirige. As dificuldades são muitas e a viabilidade financeira desta delegação está em causa. “A crise está a afectar de sobremaneira estas instituições e há risco de fecharmos as portas”. A enfer-meira esclarece que há muitos sócios que não pagam as quotas, numa altura em que esta IPSS dá apoio regular a cerca de 300 famílias, ao nível de roupa e alimentação.

Mais recentemente foi adquirida uma carrinha de transporte de utentes para fazer face à crise que a CVP vive, e o grande objectivo é rentabilizar este projecto.

Trata-se de um transporte personali-zado dos utentes que tenham que se deslocar no concelho de Vila Real de Santo António ou fora dele.

Uma ida a Faro fica por 15 euros, mas para além do transporte há um acompanhamento da técnica da CVP. “O utente paga, mas tem direito a conforto e a um acompa-nhamento personalizado”, frisa a enfermeira. Mas nem só de idas ao médico viverá este serviço. As viagens podem ser para uma ida ao cabeleireiro ou até para as compras. “O nosso grande objectivo é prestar um serviço útil a pessoas que têm muitas dificuldades em se deslocar sozinhas”. O serviço completo vai buscar e levar os utentes a casa.

Cruz Vermelha tem novo serviço de transporte

A carrinha de transporte leva utentes a consultas e outros afazeres

Mercado Solidário

Marco Rotário

II JornadasSociais

No passado dia 6 de Abril Cacela Velha recebeu o primeiro «Mercado Solidário». Ali não houve espaço para o dinheiro; trocou-se um produto por outro de forma a fomentar a solida-riedade entre as pessoas.

Sílvia Madeira, com o pelouro da acção social na câmara municipal de Vila Real de Santo António, recordou que Cacela Velha é já um local de mer-cado quinzenal e que tal facto permi-tiu canalizar as pessoas para uma ida até ao mercado solidário, que contou assim com bastante adesão.

Os produtos para a troca foram os mais variados possíveis, desde favas, camisolas, livros, doces, massagens, entre muitos outros...

O objectivo é levar a cabo mais edições deste mercado da solidariedade.

O Rotary Club de Vila Real de Santo António, com o objectivo de promover a sua imagem pública na comuni-dade, (re) inaugurou no passado dia 30 de Abril um Marco Rotário, situado na Avenida da Republica em Vila Real de Santo António.

Participaram na cerimónia, além dos sócios do Club, os três Governadores-Assistentes do Algarve, os Clubes Rotá-rios de Tavira, Olhão, Almancil, Loulé e Lagos, o vereador João Rodrigues da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, a Dr.ª Filomena Sintra, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim e Valter Matias em representação da Odiana - Associa-ção para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana.

O Presidente do Club, depois de saudar os presentes, expressou a sua vontade de alargar a área de interven-ção do Club a todo o Baixo Guadiana em colaboração com as respectivas autarquias e a Associação Odiana, a terminar a cerimónia, convidou os representantes autárquicos e o compº Presidente de 1991 para descerrarem o Marco Rotário, consumando-se assim a sua (re)inauguração.

Seguiu-se um almoço temático de atum, para divulgação da gastronomia regional, durante o qual foi proferida uma palestra por José Alexandre Pires a quem foi atribuida a categoria de sócio honorário do Rotary Club de Vila Real de Santo António ao pales-trante.

Dia 20 de Maio decorre a II edição das «Jornadas Sociais do Baixo Gua-diana». Num território envelhecido o tema é exactamente o «Idoso», assunto que vai ser debatido na Biblioteca Municipal de Castro Marim sob a orga-nização do «+Inclusão», projecto do Contrato Local de Desenvolvimento Social da Associação Odiana .

Num dos territórios mais deprimidos e envelhecidos da União Europeia, os objectivos passam por uma maior articulação de informação entre as instituições e uma mobilização dos agentes locais para a criação de mais e melhores práticas sociais; um espaço onde as instituições possam ter voz para as necessidades e expec-tativas.

No painel de oradores já constam Luísa Pimentel docente do Curso de Ciências Sociais em Leiria, João Martins da REAPN de Beja e mentor do projecto «Aldeias Lar». Ainda por confirmar está a presença do jornalista Hernâni Carvalho, entre outros. A encerrar o seminário a apresentação do trabalho levado a cabo pelos inúmeros CLDS’s do país, exposição de fotografias e trabalhos. A este nível, a organização encontra-se em contactos com editoras de modo a obter algumas das obras relevantes neste âmbito.

Recorde-se que em 2010 foi a primeira edição da iniciativa sob o tema «Reflectir para Intervir», no «Ano Europeu de Combate à Pobreza e Exclusão Social».

Os 18 utentes da Unidade de Cuida-dos Continuados de Longa Duração e Manutenção da Santa Casa da Miseri-córdia de Vila Real de Santo António tiveram uma tarde mais animada no passado dia 28 de Abril. Foi produzida pelo Programa Integrado de Polícia e Proximidade (PIIP) que levou um músico e uma cantora para dar mais alegria a quem passa os dias nesa unidade.

Tal como nos explicou a Chefe Helena, da esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP) de VRSA, “esta actividade surge numa dinâmica de proximidade com a população, neste caso estamos perto de quem está doente e precisa ainda mais de calor humano”.

O objectivo deste programa “é, de facto, mostrar que estamos próximos também noutras acções, ficando ultra-passada a ideia de que a polícia só actua para multar ou deter”, diz a responsável.

Este PIIP faz-se diariamente no apoio ao comércio, na «Escola Segura», com o grupo «Violência Doméstica», no apoio a idosos, no posto de aten-dimento ao turista e no policiamento apeado ou de bicileta.

A moeda de troca foram os produ-tos existentes no mercado

Rastreio de cancro em Alcoutim

Decorreu no final de Abril a terceira fase do rastreio de cancro e outras doenças de pele no conce-lho de Alcoutim. A iniciativa é da Câmara Municipal de Alcoutim, que já organizou acções anteriores.

Nos três rastreios foram examina-das cerca de 1800 pessoas, desco-bertos dezenas de cancros de pele, encaminhados urgentemente para o Hospital de Faro, e mais de três centenas de lesões pré-cancerígenas (queratoses actínicas), que foram tratadas com equipamento adqui-rido pela autarquia de Alcoutim, por Manuela Aguiar, médica dermatolo-gista que se voluntariazou por esta causa,

Foi feito novo rastreio de cancro de pele em Alcoutim

Equipa da PSP ofereceu tarde diferente a utentes da UCC

PSP Solidária

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 11

LOCAL

Às centenas no Peddy Paper de Alta Mora

Avenida Poente de Castro Marim em Construção

Um peregrino por terras de Alcoutim

Paisagem natural do território e espírito aventureiro da prova tem garantido inúmeros visitantes à região Caminhante há um ano, a próxima paragem para Peter Hirsch será Roma

Desporto, cultura, lazer, natureza e património foram a base de mais um Peddy Paper que juntou quatro centenas de pessoas no interior serrano castromarinense. Gentes e produtos locais foram promovidos.

Vão surgir duas novas rotundas entre a entrada Poente da vila castromarinense e a Espargosa. O objectivo é a obra de reperfilamento da E.M. 125-6.

A câmara municipal castroma-rinense tem em curso a obra de reperfilamento da E.M. 125-6 entre a entrada Poente de Castro Marim e a Espargosa, numa exten-são de 650 metros, que inclui a construção de duas rotundas, uma na extremidade Nascente e outra na intersecção da Av. Dr. José Afonso Gomes. A intervanção surge surgeno âmbito do «Plano de Pormenor da Área de Lazer». O reperfilamento terá deslocação para norte.

Duas faixas de rodagem e ciclovia

No total a nova artéria de penetração na vila representa um

Peter Hirsch tem 31 anos e é natural da República Checa. Percorreu a pé o caminho para Santiago de Compostela, mas não parou por aí. Caminhante há um ano, e de passagem por Alcoutim, Peter falou sobre esta transformação da sua vida. “Por detrás do sentimento de que devia caminhar, estava o sentimento de infelicidade na minha vida”, revela quando questionado sobre os motivos que o levaram a encetar esta jornada. “Hoje a minha felicidade é estar em paz comigo, o que significa que não estou preocupado com o que vai acontecer daqui a dez minutos”, acrescenta.

Com um sorriso aberto, Peter realça a bondade das pessoas que encontra na viagem, “encontro sempre muita hospitalidade, sobretudo nas pessoas do campo”. Falar com as pessoas é, aliás, o que de melhor lhe pode acontecer; “estar sempre sozi-nho, falando comigo mesmo, pode tornar-se muito irritante”. Dos

A10 de Abril foi dia da VIII edição do Peddy Paper na Cumeada de Alta Mora. A tradição é ao domingo, e assim foi; um evento cultural e recreativo que começou por juntar poucas dezenas de início mas que tem ganho destaque tanto no território como fora dele. Em 2011 juntaram-se quase 400 pessoas, entre participantes e outros que realizaram apenas o percurso pedestre.

O Peddy Paper já está no mapa dos eventos recreativos e culturais do Baixo Guadiana e tem ganho adeptos por todo o Algarve e cada vez mais junto dos vizinhos espa-nhóis que já não dispensam a caminhada e as diversas provas durante o percurso.

Foram 48 equipas com um máximo de seis elementos, que partiram por trilhos pedestres com inúmeras actividades por superar, charadas por desvendar, e que, aliados à resistência física e espírito aventureiro, garantiram o sucesso deste evento desportivo-cultural. Desde identificar ervas aromáti-cas, preparar cortiços, lavar roupa, cavar a terra, jogar ao berlinde e ao pião, construir uma cabana, puxar

uma carroça, atravessar a ribeira e responder a muitas questões do interior serrano e de cultura geral.

O ambiente foi de convívio como tem vindo a ser habitual e, após um percurso de 8km com muitas provas e questões à mistura, finalmente

o descanso. Para os vencedores o prémio foi um fim-de-semana no Baixo Guadiana e um baile bem animado.

A organização está convicta do sucesso do evento, além-fronteiras e da crescente promoção do Baixo Guadiana.

investimento na ordem dos 750 mil e euros. Vai ser constituída por duas faixas de rodagem de 7 metros por sentido com separador central, englobando a construção de passeios laterais, uma ciclovia no passeio com 2,5 m de largura, a arborização das rotundas e ilumi-nação em toda a sua extensão.

A intervenção contempla, ainda, a implantação de uma rede de rega, a drenagem pluvial e as liga-ções da rede doméstica, de modo a potenciar a futura expansão urbanística do local.

A autarquia garante que a cons-trução desta obra, cujo prazo de execução é de sete meses, “além de melhorar substancialmente as acessibilidades à vila, traz consigo

um rasgo de modernidade para a sede concelhia”, pode ler-se em

comunicado enviado às redac-ções.

Iluminação decorativa da Igreja de Nª.Sª. dos Mártires

Em Junho deverá estar concluída a iluminação da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Mártires, levada a cabo pela câmara municipal de Castro Marim. Os trabalhos em curso, avaliados em 26 mil euros, prevêem a instalação de mais de 30 projectores nas fachadas desta igreja, cuja construção data do século XVI, tendo sido restaurada e ampliada nos finais do século XVIII e início do século XIX, sob a responsabi-lidade do arquitecto João Lopes do Rosário.

Esta intervenção insere-se na política de promoção e de valorização do património histórico edificado que o executivo está a levar a cabo com o propósito de projectar cultural e turisticamente a vila de Castro Marim.

melhores momentos da longa cami-nhada lembra ainda o dia da chegada a Santiago; sobretudo quando a mãe lhe disse, por telefone, que estava orgulhosa dele, “nesse momento percebi porque estava ali”, contou.

Tem aventuras perigosas, mas nada de mau aconteceu neste ano de viagem. Uma vez perdeu-se nas montanhas em França e, já em Portugal, no Cabo da Roca, acor-dou a meio da noite cercado de água… tinha estimado mal a subida da maré e teve de se refugiar numas rochas até ao amanhecer. As saudades do seu país natal, da família e dos amigos já apertam, mas diz que vai tentar resistir. Continua a caminhar, à procura de algumas respostas que ainda não encontrou. A próxima meta é Roma, em Itália. De Alcoutim guarda a tranquili-dade e beleza da vila e leva “bons sentimentos da atmosfera daqui”.

Ana Lúcia Gonçalves

Entre Castro Marim e a Espargosa vão surgir novas rotundas

Investimento de 750 mil euros

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 13

LOCAL

Economia aliada à arte promove o têxtil-lar

Perdiz à Algarvia e Muxama nas «7 Maravilhas da Gastronomia»

Novidades na «Terra de Maio»

Feira «Doces d’Avó» animou Páscoa em Alcoutim

Têxtil em obras de arte: valorizar o produto e ajudar a combater a crise

Alunos do ensino básico tiveram oportunidade de dar asas à sua imaginação e pintar um exemplar de cabra de raça algarvia

«Perdiz à Algarvia» e «Muxama» foram seleccionados para a fase seguinte do concurso gastronómico. Riqueza cinegética e costume do Atum são tradições gastronómicas locais e regionais que destacam o território.

Apresentações gastronómicas, feira de produtos tradicionais e o concurso da cabra de raça algarvia, são alguns dos eventos que a IV edição da «Terra de Maio» acolhe na localidade do Azinhal. A grande novidade é a presença do Chefe Chakall.

Está nas ruas do centro histórico de VRSA a «ARTÊXTIL», uma exposição composta por 14 telas de grandes dimensões. O têxtil é apresentado em obras de arte para valorizar o produto e ajudar a combater a crise de mercado em Vila Real de Santo António.

Apesar do têxtil em VRSA ser altamente competitivo já vai tendo concorrentes, nomeadamente dos produtos «made in China». A confirmação é feita por António Guedes responsável da ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve- no Sotavento. O responsá-vel lembra que o preço da matéria-prima, como é o caso do algodão, está muito elevado e a concorrência apresenta-se, embora com “pouca qualidade”, afiança.

Fazer frente à crise passa pela “modernização e promoção interna”, defende, avançando que a ACRAL tem em marcha por todo o Algarve um projecto de monitorização da actividade comercial. Fiscalizar ao jeito da ASAE, mas num espírito de sensibilização é o objectivo. Os comerciantes que desenvolvam a sua actividade na base das boas práticas vão ter um selo na porta, distintivo de «comércio de qualidade».

Impulso à inovação

A «Artêxtil» é uma iniciativa da autarquia iluminista com o apoio da associação cultural «Riso do Rio». Pretende-se promover e mostrar que o comércio do concelho está na moda,

com as ruas da cidade percorridas diariamente por um elevado número de visitantes nacionais e estrangei-ros. “Pretendemos incrementar a atractividade da nossa cidade, como local de eleição para se efectuarem compras no comércio local, não só por uma antiga tradição neste domínio e pelos excelentes produtos que oferece, como pelas características ímpares do seu urbanismo iluminista”, refe-riu Luís Gomes, edil vilarealense, na inauguração da exposição.

Cultura precisa da economia e vice-versa

Pedro Nabais, presidente da associação cultural «Riso do Rio», depois de uma vida profissional onde teve a arte de fundir a econo-mia e a cultura, fixou-se em VRSA. A «ARTÊXTIL» “é a primeira de muitas iniciativas” que espera con-seguir implementar. Defendendo a promoção da arte como motor de desenvolvimento de economia, quer trazer inovações. “Faz falta um espaço cultural para a faixa etária entre os 30 e os 50 anos…”, diagnostica antevendo que uma próxima incursão na dinamização da cultura, aliada à economia, deve passar por um projecto a este nível.

No dia 7 de Abril foram dadas a conhe-cer os 70 pré-finalistas da eleição das «7 Maravilhas da Gastronomia». Alcoutim conseguiu ser seleccionado para a fase seguinte – a segunda - com o prato «Perdiz à Algarvia».

Pelos restaurantes do município encontram-se menus de caça, onde a perdiz tem a sua “montra” de desta-que, sendo também alvo de promoção na «Feira da Perdiz», evento que se realiza todos os anos, no mês de Outu-bro, na aldeia de Martinlongo.

A «Muxama de Atum» também garantiu o apuramento para mais uma fase neste concurso. Luís Cama-rada, presidente da «Confraria do Atum», lembra que o apuramento “é já uma grande vitória porque como todos sabemos nestes concursos existem muitos lobbys e não é fácil

atingir determinados patamares, mas conseguimos”.

Alentejo vai na frente A região com mais pratos eleitos é o Alentejo com doze, seguindo-se a região de Lisboa e Setúbal com nove. Esta primeira selecção foi realizada por um painel de 70 especialistas, entre as 433 candidaturas apresentadas por diversas instituições regionais do país.

Durante Abril e início de Maio, o conselho vai reunir para eleger as 21 finalistas, que são votadas publica-mente a partir de 7 de Maio. Da lista constam pratos com elevada noto-riedade, como o «Pastel de Belém» e o «Cozido à Portuguesa» - de Lisboa e Setúbal - e outros, eventualmente

De 13 a 15 de Maio o concelho castromarinense recebe mais uma edição do certame «Terra de Maio» no Centro Multiusos do Azinhal. A organização é da câmara munici-pal em conjunto com a junta de freguesia local num evento que se traduz como uma mostra e montra viva do mundo rural, bem como um espaço de encontro de tradições e acti-vidades com saberes e sabores.

O certame apresenta um vasto programa com feira e exposição de produtos tradicionais, mais uma edição do «Laboratório de Gostos» – onde será feita a apresentação e degustação de produtos presentes no certame; também o atelier de Pão e do Queijo, sem esquecer a música e o folclore que vão ser uma constante.

Este ano a grande novidade nas apresentações gastronómicas é a vinda do célebre chefe de cozinha Chakall, cuja imagem de marca é o turbante.

O fim de semana foi chuvoso, mas os gulosos apareceram numa cor-rida aos doces tradicionais da serra algarvia na VI Feira «Doces d’Avó« a 23 e 24 de Abril em Alcoutim. O balanço foi de sucesso, sendo que foram aos milhares que acorreram ao certame de doçaria.

Foram mais de uma dezena de barraquinhas que estiverem presen-tes na festa da doçaria; os doces, com pastéis de nata e amêndoa, tortas, tartes, filhós e os tradicionais fola-res, também os chás e os licores de alfarroba, poejo, limão e laranja. Para os pequenos o ateliê de pintu-ras de ovos de Páscoa, entre outras. Uma novidade na doçaria foram as «galinhas» de figo, amêndoa e base do morgado em formato de galinha criados especificamente para o evento e criados pela D. Bárbara;

menos conhecidos, como «Sopa de Castanhas» - da Madeira - e «Cavaco Cozido com Molho Verde» - dos Açores.

Final em Setembro

As «7 Maravilhas da Gastronomia» vão ser reveladas no dia 10 de Setem-bro em Santarém, cidade anfitriã do projecto. No decorrer da iniciativa será lançado um livro com as 70 pré-finalis-tas e, no final, um com as «7 Maravi-lhas da Gastronomia». A par disso, está a ser preparado um guia gastronómico em parceria com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias.

Para já a «ARTÊXTIL» foi um pontapé de saída para algo que um dia, tanto a autarquia como Pedro Nabais, esperam que venha a ser de maior expressão. A exposição vai estar patente durante os próximos tempos e, tal como informou José Carlos Barros, verea-dor da cultura, “enquanto resistir aos actos de vandalismo que se registam na cidade”.

«ReCria a Cabra»

Há ainda espaço para o atelier e passeio de burro, a coutada pedagó-gica, o concurso da Cabra de raça algarvia e a já tão mediática exposição «Cabra Parade» que assenta na promoção do mundo rural.

Por último, a autarquia lançou a iniciativa «Recria a Cabra» para os alunos do 1º, 2º e 3º ciclo das escolas do Algarve. Tratou-se de um desa-fio à criatividade e ao talento dos jovens da região que, a partir de um molde da Cabra de Raça Algarvia, pintaram e recriaram motivos que definem esta espécie tão caracterís-tica do Nordeste Algarvio. Os trabalhos da operação «Recria a Cabra» vão ser apresentados numa Exposição Colectiva, no Centro Multiusos do Azinhal, durante o certame.

Para mais informações consulte: www.cm-castromarim.pt

o doce foi aprovado e rápido acabou na vitrina.

Cocktail oficial de Alcoutim

Na inauguração da feira o lançamento do «Almareado» [sumo de laranja, aguardente de figo e amarguinha e mel], o cocktail oficial de Alcoutim, criado pelos alunos do curso de Restauração da Escola Básica Integrada de Alcoutim. Todos os visitantes provaram a recente bebida acompanhados de uma fatia de folar gigante. Para já o cocktail vai ser confeccionado em cafés e bares do concelho de Alcoutim.

A animação também não faltou e destacaram-se os Groove Vila, uma banda de Aveiro com géneros musi-cais desde os blues, jazz, pop rock ao funky.

«Perdiz à Algarvia»

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LOCAL

O Dia da Liberdade

O Desenvolvimento continua a ser pecha histórica de Portugal

25 de Abril de 1974

Comemoraram-se 37 anos da Revolução dos Cravos que implantou a Democracia em Portugal. Por todo o país a data foi celebrada e no Baixo Guadiana a comemoração fez-se com sessões solenes, desporto, música, dança e muita animação.

A 25 de Abril de 1974 o país mudou e ficou para sempre um marco histórico na sociedade portuguesa; o dia em que foi instaurada a democracia em Por-tugal. O golpe de Estado, conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), depôs o regime ditatorial e a revolução implantou o regime democrático com a entrada em vigor de uma nova constituição a 25 de Abril dois anos mais tarde - 1976.O dia e tudo o que representa é anualmente celebrado e também no Baixo Guadiana se festejou o simbolismo do dia. Em Alcoutim a tradicional comemoração do «25 de Abril» foi descentralizada para a localidade do Pereiro, onde simultaneamente se realizava a tradicional feira de S. Marcos. Pela manhã a tradicional arruada, o içar da bandeira e a sessão solene. Todos os oradores que usaram da palavra aproveitaram para expressar o lamento pela actual situação económica e social depois de uma Revolução “que quis mais e melhor para o país”.

O edil alcoutenejo encerrou a cerimónia com apelo a um «novo 25 de Abril», que livre a país da péssima gestão financeira de que tem sido alvo nos últimos anos. “De certeza que não foi para isto que os capitães de Abril fizeram a Revolução dos Cravos”.

Carlos Brito, antigo militante e diri-gente do Partido Comunista Portu-guês, um lutador anti-fascista, e que fundou em 2000 o JBG, mostra-se hoje, passados 37 anos da Revolução dos Cravos, “frustrado” pelo facto de o 25 de Abril de 1974 não ter sido o passo maior para o Desenvolvimento do país.

O membro-fundador da Renovação Comunista foi convidado especial de uma tertúlia, que decorreu na biblio-teca municipal de Vila Real de Santo António, organizada pelo mensário local «Jornal do Baixo Guadiana», a 15 de Abril, onde frisou a “pecha com séculos de história e que continua a ser o nosso Desenvolvimento”.

No entanto, e as mesmas conside-rações fez à Lusa, frisando que não partilha da opinião de Otelo Saraiva de Carvalho que “exagerou” ao dizer que actualmente não faria o 25 de Abril; reconhecendo, contudo, a “frustração” de não se ter cumprido a meta do Desenvolvimento.

O antigo dirigente comunista, que esteve preso durante a ditadura

Celebrar os valores de Abril

A autarquia castromarinense organizou um programa alusivo à comemoração com desporto, dança e música. Como tem vindo a ser tradição a jornada começou bem cedo pela manhã com a alvorada e o lançamento de morteiros, segui-dos do hastear da bandeira nacional nos Paços do Concelho e a simbólica largada de pombos. A Banda Musical castromarinense fez as honras da casa com a tradicional arruada pelas ruas da vila.

Na localidade mais turística do concelho, Altura, teve lugar um passeio de bicicleta de famílias que reuniu centenas de pais e filhos que pedalaram pela freguesia. Pela tarde o habitual jogo de futebol entre seniores com adeptos do Benfica versus Spor-ting, onde a equipa da Luz venceu 3 – 1 aos Leões.

De recordar que a localidade esteve em celebração do atletismo nos dias 22, 23 e 24 através do Challenge de Corrida Algarve 2011 que reuniu cerca de duas centenas de atletas na fre-guesia [ver notícia pág.31]. Pela noite e a encerrar mais um aniversário da Revolução dos Cravos um

espectáculo de dança na sede de concelho, na biblioteca municipal com as participações da Companhia de Dança da Ucrânia, dos alunos de Hip Hop da UTL «Mix Dance» e o grupo de dança ARUTLA, que encheram a plateia da biblioteca para assistir a profissionais e amadores da arte de dançar.

Cravos ecológicos

No concelho pombalino as comemorações estenderam-se a todas as freguesias com a alvorada e arruada, a largada de pombos e a distribuição de cravos aos residentes, bem como aos tantos turistas que se fizeram notar no território [férias de Páscoa].

Na cidade iluminista, e com organização da junta de freguesia

local, o Centro Cultural António Aleixo recebeu a sessão solene da Assembleia Municipal, mas foi pelo meio da manhã que a animação se fez sentir na Praça Marquês de Pombal com uma recriação ao vivo de uma intervenção do MFA e a distribui-ção de cravos pelos «soldados». De tarde, e apesar da chuva, assistiu-se ao peddy paper da Associação Juve-nil Ganda Cena, jogos de tabuleiro, matraquilhos, o tradicional jogo do burro. Uma novidade ecológica a des-tacar, e com vista a sensibilizar, foram os cravos reciclados pela Associação «II Acto».

Uma das grandes atracções foi a pintura de um mural alusivo ao 25 de Abril; um espaço único para dar largas à criatividade dos mais pequenos. No encerramento das actividades a dança com a actuação das Splash e de uma

Companhia de Dança Ucraniana, a actuação da Tuna Juvenil da Freguesia de VRSA e um concerto com o grupo Cantar de Amigos que contou com a colaboração do grupo de teatro II Acto, desta vez com as «Mulheres da Luta», e histórias das já afamadas personagens Indalécia Cadela Brava e Esménia de Jesus - que em tom sarcástico e bem humorado recordaram o 25 de Abril e não esqueceram a crise económica e política nacional actual. De acordo com Luís Romão, presidente da Junta de Freguesia de VRSA “apesar do tempo não ter ajudado, a população aderiu demonstrando que continua a existir uma vontade enorme de feste-jar uma das datas mais importantes da nossa História”, disse.

Tertúlia com Carlos Brito fomentou o espírito crítico

e estava na clandestinidade quando foi a revolução, disse ainda que a visão manifestada por Otelo “não tem que ver com tudo aquilo que representou o 25 de Abril, que trouxe um dos períodos mais felizes da história dos portugueses ao longo dos séculos”. Considerou “um exagero”, lembrando que “primeiro que tudo ele foi um pro-tagonista importantíssimo do 25 de Abril, mas não foi o único, porque foi um movimento de militares, mas de centenas de oficiais do quadro perma-nente”, afirmou.

“Foi um período extraordinário onde se conseguiram conquistas impor-tantíssimas, e estou a pensar desde a saúde até ao saneamento básico, pas-sando pelo nível de vida. A vida dos portugueses mudou completamente”, defendeu Brito, que deixou o PCP e integra a Renovação Comunista.

Carlos Brito frisou, no entanto, que depois o país “não soube sustentar a situação” e disse compreender Otelo por a situação nacional “não está de maneira nenhuma no sentido de não provocar desgosto e profunda insatis-

fação” a todos aqueles que, como ele, “lutaram contra a ditadura, abrindo caminho a um regime que trouxesse desenvolvimento ao país”.

“Dos três Dês que o 25 de Abril fixava como objectivos - a Descolo-nização, a Democratização e o Desen-volvimento -, podemos dizer que a

Democratização foi conquistada, a Descolonização foi conseguida e o Desenvolvimento é uma das nossas pechas, e já vem de há séculos atrás”, acrescentou.

Brito considerou que “mais uma vez não se esteve à altura, nem dos desa-fios ou possibilidades que se criaram

com o 25 de Abril e tudo aquilo que se fez depois”, sublinhando que “é esse um sentimento também de frustração que não podem deixar de ter todos aqueles que trabalharam e lutaram, nas mais difíceis condições, para pro-porcionar que o país encontrasse o caminho do Desenvolvimento”.

Alcoutim celebrou com cerimónia solene, em VRSA houve espaço para um mural infantil e a dança esteve em destaque em Castro Marim

Page 15: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 15

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Page 16: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

O projecto «Escola Activa» no Algarve existe há dois anos e meio mas já muito trabalho é feito para educar as crianças desde a tenra idade para uma alimentação saudável e para a actividade física. O sedentarismo é quase uma patologia do século XXI e os valores de obesidade infantil registados no país em 2004 rondavam os 11,3% (31,6% excesso de peso). No Baixo Guadiana trabalha-se para inverter esses valores.

Uma viagem em movimento pela Escola Activa

O acentuado sedentarismo visí-vel no século XXI e as suas profun-das influências, desde a era do fast food, às maratonas de videojogos, foi o motivo para surgir a «Escola Activa».

“Nos tempos modernos as crian-ças brincam mais em casa, mexem-se menos e logicamente ficam mais pesadas”, dizem referindo que se “detectou que em crianças e jovens o valor do Índice de Massa Corpo-ral (IMC) é superior ao valor de há anos atrás para a mesma faixa etária”, salienta Hélder S.. Mas no que toca a esta parte Carlos A. é peremptório. “É notório que o fenómeno da Maddie afectou o comportamento dos pais”, diz justificando que se sentem mais seguros com os miúdos a brincar em casa. Alerta ainda para algo importante. “Gastar calorias, antes era normal e mais fácil, e visto que o organismo tudo o que não con-some armazena, cada vez temos o peso e o perímetro abdominal mais elevado”.

As restrições de doces e refrige-rantes nos bares escolares é já uma forma de combate, mas há outras. “Por exemplo a autarquia de VRSA aderiu ao «Regime Europeu de Distribuição de Frutas nas Esco-las», diz recordando que dois dias por semana as crianças do 1º ciclo recebem uma peça de fruta e há quem já seja adepto, sob o lema «Comer fruta é fixe».

Aquisição de Balanças e Estadiómetros

E porque para fazer uma avaliação mais correcta do IMC são necessários instrumentos de trabalho, foram adquiridas através do Programa de Desenvolvimento Rural [PRODER] balanças e estadiómetros para registar o peso e altura para os agrupamentos escolares do Baixo Guadiana. “A

finalidade é tentar conhecer a realidade e intervir correctamente, construindo uma plataforma online para que no final do ano lectivo seja mais fácil aceder aos registos das várias turmas intervindo e verificando mais facilmente a evolução aos longo dos anos”, assegura Hélder S. que adianta que “Antes esta avaliação era feita, mas cada um tinha o seu material e utilizava o seu registo individual; agora tendo o mesmo material e utilizando a plataforma podemos ter uma percepção melhor e mais rigorosa do estado das nossas crianças”, reforça o coordenador. Para já uma das últimas inovações da Escola Activa é a criação de condições para que os centros de saúde recebam os dados de cada escola. O coorde-nador da EA de cada escola envia para o centro de saúde os registos dos alunos referenciados com obesidade e magreza extrema. Paralelamente os pais recebem da escola um relatório que sugere a deslocação com o seu educando ao médico de família; caso o processo funcione por esta via, após a ava-liação, a criança é encaminhada para os gabinetes de prescrição de actividade física. “A criança pode precisar de mais actividade física ou de algum cuidado alimentar e é esse gabinete de prescrição que vai dar a resposta”, evidência.

Trabalho em rede

Todo o trabalho em rede das escolas, autarquias e centro de saúde demonstram que é neces-sário uma equipa multidisciplinar para combater a obesidade. “Não são só os médicos nem os pro-fessores de educação física que conseguem isoladamente resolver os problemas da obesidade, é sim todo um trabalho em rede, e principalmente, muita informa-

ção e educação”, atesta Carlos Afonso. “No fundo é fundamental saber escolher a actividade física, a alimentação e o tipo de vida, é isso a escola activa”, garante. Para completar a equipa e o trabalho em rede contam também com a colaboração fundamental da die-tista - Cecília Santos que percorre os concelhos do Baixo Guadiana prestando o apoio possível ao pro-jecto e a outros relacionados com o combate à obesidade.

Algarve na frente do pelo-tão

Mas se todas estas actividades ganham espaço e forma no recinto escolar, então e nas férias lectivas? “Sabemos que a quantidade de actividade física realizada pelos alunos é bem menor” referem ambos os professores que demons-tram preocupação na dificuldade de intervenção, contudo garantem que “o trabalho que as autarquias e as juntas de freguesia realizam durante as férias em oferecer a possibilidade dos jovens realiza-rem mais actividade física é uma boa solução”. Carlos Afonso asse-gura que na questão da obesidade o Algarve vai um pouco à frente em termos de estratégias em equipa. “Aqui já muito se faz com-parativamente ao resto do país; o Algarve é pioneiro em muitas iniciativas na tentativa de com-bate à obesidade ”.Pelo território já se encontram muitos exem-plos de Escola Activa, em VRSA o «Salta», em Castro Marim foi criado um percurso sinalizado no recinto escolar para pais e alunos; em Alcoutim existem circuitos de Natureza construídos para os pais e alunos realizarem em conjunto mais actividade física. No final do ano lectivo nestes três concelhos há um dia sempre dedicado à Escola Activa.

O consenso em torno da proble-mática da obesidade infantil levou a Administração Regional de Saúde do Algarve, a Escola Supe-rior de Saúde e a Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve a conce-berem o Programa de Combate à Obesidade Infantil no Algarve e o Projecto «Escola Activa».

A «Escola Activa» começa a sua implementação na Direcção Regional de Educação do Algarve [DREA] com a coordenação regional do Professor Eduardo Fernandes, tendo actualmente a sua intervenção desde o ensino pré-escolar até ao 3º ciclo.

No Baixo Guadiana a tarefa de coordenador da Escola Activa cabe a Hélder Silva, professor de Educação Física que lecciona no Agrupamento de Escolas de Castro Marim; a ele cabe a coordenação do projecto nas escolas do sota-vento. Já Carlos Afonso pertence à divisão de Desporto e Saúde da autarquia vilarealense detendo um papel primordial na implementa-ção do projecto no concelho.

A DREA coordena regional-mente o projecto enviando ferra-mentas de trabalho aos diversos coordenadores escolares, que por sua vez enviam-nas para as escolas e respectivos professores titulares de turma. A meta é envolver toda a comunidade escolar, e mais que isso é educar os alunos e chegar até aos encarregados de educação.

Actividade Física três vezes por semana

No Baixo Guadiana mais que um projecto a Escola Activa está a tornar-se uma filosofia de vida e o conceito é abrangente. “Trabalha-mos para que as crianças tenham um estilo mais activo e próximo da natureza; não é só fazer mais actividade física, é saber fazer uma alimentação mais saudável, ter as famílias mais próximas destes temas e alertar para o consumo de ecrã [consumo de televisão, com-putadores, videojogos]”, explica Carlos Afonso.

E se um dos objectivos é que as crianças e jovens tenham mais actividade física, até ao momento o balanço é positivo. “No ano lec-tivo passado verificámos que em média as actividades desportivas escolares perfaziam um total de

três vezes por semana; depois, fora do horário escolar constatámos quase todos os alunos praticavam pelo menos uma modalidade des-portiva e ao somar tudo já eram pelos menos 5 vezes por semana”, garante o responsável funda-mentando que de acordo com a Associação Europeia para o Estudo da Obesidade as recomendações sugerem uma hora por dia, todos os dias da semana.

«Salta» nos intervalos das aulas

E como a Escola Activa é constituída por muitas actividades cognitivas e comportamentais, o programa «Salta 2011» é só um dos exemplos. A autarquia ilumi-nista teve a ideia e os professores passaram à concretização para incentivar os alunos do ensino pré-escolar e 1º ciclo a saltar à corda nos intervalos escolares. “No «Salta 2011» as crianças foram avaliadas inicialmente (Março 2011) e também será avaliada e premiada a sua evolução no final do ano lectivo. O «Salta» acontece no intervalo, é informal, não tem nota e pretende ser contagiante em toda a comunidade escolar. O objectivo é aumentar a actividade física diária dos jovens.

Algo importante a reter é que são, sobretudo os professores titulares de turma, os professores de Educação Física e os respec-tivos coordenadores de escola os responsáveis para que tudo aconteça, e não apenas do «Salta», mas de toda a «Escola Activa». “São os professores titulares que todos os dias trabalham com os alunos desde a sua entrada na escola; desde composições de texto sobre a alimentação saudável, sobre actividade física, através de desenhos, pintura, literatura (…)”, conta o técnico relembrando que é preciso aprender a ser saudável e isso faz-se desde cedo. Também o trabalho com os pais é de grande importância. “É essencial realizar actividades teóricas e práticas que os envolvam e debater temas relacionados e essa é uma preocu-pação constante de toda a equipa coordenativa”.

Sedentarismo e restrições alimentares

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Prevalência da Pré-Obesidade dos 7 aos 9 anos - Concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo AntónioAno Lectivo 2010/2011

Page 17: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 17

Bert Konincx é um professor belga, recém licenciado, nas áreas da Geografia e Biologia.

Nas férias da Páscoa os alunos de Castro Marim ocuparam o interregno com diversas actividades, desde aulas de piano a passeios de burro.

Assistente Comenius na EB Integrada de Alcoutim

«Férias Activas» com novidades

No presente ano lectivo, a Escola Básica Integrada de Alcoutim conta com a presença de um professor belga; Bert Konincx é formado nas áreas da Geografia e Biologia.

O professor, oriundo da região flamenga de Lovaina, vai estar na escola até ao dia 15 de Maio e tem dinamizado actividades transver-sais em língua inglesa. A sua vinda decorre de um projecto apresentado à «Agência Nacional de Aprendi-zagem ao Longo da Vida» e cuja candidatura foi aceite no início do presente ano lectivo.

O objectivo é tornar mais inte-ressante a aprendizagem da língua inglesa, em particular, e motivar os alunos para as suas vivências escola-res, em geral.

O contacto quotidiano com um professor estrangeiro, a necessi-

De 11 a 21 de Abril, alunos desde os 6 aos 12 anos (1º e 2º ciclos), de segunda a sexta -feira, percorreram o concelho castromarinense com dias repletos de actividades pro-porcionadas pelas «Férias Activas». Esta é uma iniciativa da autarquia castromarinense que engloba activi-dades sociais, culturais e recreativas durante as interrupções lectivas da Páscoa e Verão. O objectivo é ocupar de forma saudável os tempos livres das crianças e proporcionar ajuda às famílias que têm dificuldades em

dade de comunicar com o mesmo na língua inglesa e a inclusão de um novo elemento na comunidade escolar, serve para tornar diferente o desenvolvimento de determinadas competências, sejam na disciplina de Inglês ou noutras áreas. Ainda na escola o Assistente vai desenvolver um projecto em colaboração directa com uma escola da República Checa, subordinada à temática das relações interpessoais, desenvolvi-mento de competências sociais e cooperação entre alunos.

Até ao presente momento, o pro-fessor Bert Koninckx desenvolveu actividades de divulgação do seu país e participou em actividades com os alunos do primeiro ciclo. Para além destas, espera-se que a sua intergação passe, também, pela sua acção na comunidade envolvente.

Para mim «Olho Crítico» é criticar as coisas que estão bem e que estão mal.

O que eu tenho para dizer de mal sobre a escola é:

- Não cortar os pinheiros;- Não pôr redes balizas do campo;- Não ter cacifos para todos os alunos;- Ter cacifos só para professores; - Não haver funcionáriossuficien-tes;- Não deixar jogar à bola na rua; - Só deixar jogar à bola no campo de futebol.

O que tenho a dizer de bom é:

- Ter campos de futebol;- Ter pavilhão;- Ter professores fixes (alguns);- E muitas mais coisas…

Eu não queria que a escola fechasse.

João Agostinho 6º ano EBI

Alcoutim Turma: A

O Estatuto do Aluno

Assistente belga vai estar em Alcoutim até 15 de Maio

As mensagens dos nossos leitores devem ser enviadas para: [email protected]

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«À Descoberta das 4 Cidades»Projecto em VRSA tem despertado interesse para o património natural e cultural.

O Projecto «À Descoberta das 4 Cidades» tem tido um papel fulcral no desenvolvimento sócio-edu-cacional e cultural dos alunos do 1.º ciclo do Ensino Básico de Vila Real de Santo António, na medida em que contribuI para despertar o interesse e curiosidade para o património natural e cultural do país, e em particular das cidades que integram o projecto, nomeada-mente, Fundão, VRSA, Montemor-o-Novo e Marinha Grande.

Este projecto já contou com várias acções educativas que visam aproximar alunos, professores, famílias e os vários agentes locais das cidades irmãs, como é o caso de «Cheiros e Sabores» e «Patri-mónios do nosso brincar» que con-tribuíram para o enriquecimento cultural de todos os intervenientes; «Personagens e datas com Histó-ria», que teve como objectivo dar a conhecer, através da pesquisa, a história local de cada uma das

cidades envolvidas; e por fim, «Património Construído» que reúne alunos, professores e técni-cos das autarquias na construção de puzzles a apresentar publica-mente no final do ano lectivo.

«Bicharada, Ervas e Companhia – À descoberta da fauna e flora das 4 cidades» é a proposta que este projecto vai assumir nos próximos três anos lectivos.

Esta acção tem como objectivo contribuir para um maior grau de conhecimento da região onde cada um vive, bem como das cidades que integram este projecto de geminação, recorrendo para isso ao reconhecimento das áreas protegidas em cada concelho; à identificação as principais espé-cies de fauna e flora; à pesquisa de habitats, descrição e hábitos; à pesquisa de usos humanos associa-dos; e, ainda, à pesquisa de contos, provérbios, lengalengas, cantigas, versos com plantas e animais.

Uma iniciativa para os alunos do 1 º ciclo do ensino básico

Alunos aprenderam também nestas férias a jogar Xadrez

acompanhar os seus educandos nas férias lectivas.

Foram 122 crianças divididas em grupos, de acordo com a faixa etária e ano de escolaridade enquadrados em dois núcleos: o de Altura (crian-ças da freguesia) e Castro Marim (alunos das freguesias de Castro Marim, Azinhal e Odeleite). Entre as várias actividades desportivas cons-taram o futebol, a ginástica e nata-ção no pavilhão e piscina municipal, e ainda uma visita ao Mundialito de Futebol em VRSA. Na biblio-

teca municipal houve tempo para o cinema, jogos lúdico-pedagógicos e um ateliê de artes plásticas no qual pintaram e recriaram uma «Cabra de Raça Algarvia».

Mas o que encantou os mais pequenos foram as aulas de xadrez orientadas por profissionais do Glória Futebol Clube e a iniciação ao piano pelo professor João Pereira. Ainda no âmbito do «Dia Internacional dos Monumentos e Sítios» os vários meninos passaram o dia no Moinho das Pernadas em Odeleite com jogos tradicionais da malha e pião, um passeio de burro junto à ribeira e, para reviver as antigas tradições, o funcionamento do moinho onde puderam ajudar a fazer o pão.

Recorde-se que as «Férias Activas» surgem como forma de prevenir situações de abandono escolar, sensi-bilizar para a importância da prática desportiva, cidadania, preservação do meio ambiente e actividades sobre o património histórico e cultural.

Page 18: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

Estudantes oferecem material escolar ao CAT «Gente Pequena»

A Escola E.B.2.3.D. José I de Vila Real

de Santo António saiu à rua em

solidariedade com o Centro de

Acolhimento Temporário «Gente

Pequena» no dia 31 de Março.

A entrega de material escolar aos

meninos do CAT foi a conclusão de

um desafio lançado pelas professoras

de Geografia (Sandra Alves e Cláudia

Adão) aos alunos do 2.º e do 3.º ciclos

durante o 1.º período. A actividade

que se designou

«Um Natal Verde e Solidário»

pretendia que os alunos elaborassem

um marcador de Natal com materiais

recicláveis. Aliado ao desafio

ecológico, esteve também a

solidariedade, ou seja, ao elaborarem

um marcador, cada aluno

disponibilizou o seu trabalho para

uma venda de Natal que teve uma

grande procura por parte de alunos e

professores. A receita obtida permitiu

a aquisição de material escolar que os

alunos quiseram oferecer aos

meninos do CAT de VRSA. No «Gente

Pequena» receberam os alunos de

forma calorosa. No fim houve um

lanche oferecido pelo centro de

acolhimento e convívio entre todos.

A Santa Casa da Misericórdia

agradeceu o gesto simples, mas com

grande significado.

Trata-se de uma iniciativa do Centro Nacional de Cultura, apoiada pelo Instituto Português da Juventude (IPJ), que tem como objectivo estimular o trabalho criativo dos jovens nas diversas áreas das Artes e das Letras. Pretende-se com as Bolsas Jovens Criadores incentivar e apoiar o trabalho criativo dos jovens de nacionalidade portuguesa nas diversas áreas das artes e das letras, nomeadamente nas áreas de Música, Artes Visuais, Literatura e Artes do Espectáculo. Deves estar atento à data do concurso anual para atribuição de bolsas Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura. Sítio da Internet do Centro Nacional de Cultura: http://www.cnc.ptInformação específica - Bolsas Jovens Criadores, no CNC

VRSA

CASTROMARIM

ALCOUTIM

fériasactivas

Page 19: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 19

Apelo às pessoas

que peçam a ajuda

que lhes faz falta

ENTREVISTA

Irmão da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim há 30 anosMembro do núcleo executivo do Rendimento Social de Insersão

Provedor Santa Casa de Castro Marim

José CabritaPresidente da Junta de Freguesia de Castro Marim ao longo de 24 anos

Page 20: Jornal do Baixo Guadiana - Maio 2011

20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

Jornal do Baixo Guadiana: Antes de ser Provedor desta Santa Casa foi ao longo de mais de duas décadas presidente da Junta de Freguesia de Castro Marim. Como conseguiu ir resis-tindo ao passar dos anos?

José Cabrita: A minha maneira de estar é sempre a mesma, e por isso aquela com que me encontra aqui nesta Santa Casa. Tenho vontade de trabalhar para os outros. E foi isso que eu fiz e que farei sempre.

JBG: Era um funcionário da Segurança Social que não queria nada com a política... Como surge a oportunidade?

J.C. Estávamos em 1985 ou 86... É uma história muito engraçada porque nunca pensei fazer uma carreira na política. Naquela altura o senhor presidente José Guilhermino Ana-cleto convidou-me para concorrer a presidente de junta de freguesia. Eu disse logo que não; naquela altura não estava disposto, não sabia o que aquilo era, nem queria saber de política. Mas ele fez-me uma proposta muito engraçada... Tenho um familiar que trabalhava naquela altura no castelo, na vigilância, e ele disse-me que se eu aceitasse o meu familiar entraria para os quadros da câmara municipal de Castro Marim. E, claro, ponderando os prós e contras decidi-me pelo bem-estar do meu familiar, que me era próximo, e eu aceitei de imediato ser presidente da Junta (risos).

JBG: E a partir daí ficou de pedra e cal na política...

JC: A partir daí estive estes anos todos a servir a população de Castro Marim. Gostava muito daquilo e, palavra, que senti muito quando

abandonei; habituei-me às pessoas e aos funcionários.

Para além de estar a trabalhar ali, eu era já funcionário da Segu-rança Social em Castro Marim. Por isso, já vivia muito os problemas da população, que conhecia bem.

JBG: Reformou-se cedo. Isso possibilitou-lhe dedicar-se mais de corpo e alma à presidência da junta...

JC: Reformei-me com 47 anos, mas comecei a trabalhar muito cedo. O meu pai, que era um homem pobre, tinha algumas dificuldades financeiras e aos 11 anos, quando acabei a antiga quarta classe, ele achou por bem meter-me na câmara. Na altura estive lá e fazia uns mandados. E lá estive até fazer 17 anos. Depois abriu uma vaga na Casa do Povo de Castro Marim para onde fui. Mais tarde a Segurança Social fez um acordo com a Casa do Povo e passou a funcionar ali; estávamos em 1971. Anos depois os funcionários da Casa do Povo passaram a fazer parte dos quadros da Segurança Social. E então contaram-me todos os anos e paguei os anos em que estive na câmara e reformei-me cedo...

JBG: E durante quanto tempo se manteve na Junta e na Segu-rança Social em simultâneo?

JC: Praticamente 20 anos.

JBG: Esse contacto permitiu-lhe conhecer cada vez melhor a população da freguesia?...

JC: Claro! Era um grande instru-mento estar nos dois lados porque me permitia apoiar melhor a população.

JBG: E hoje, nesta Santa Casa, contacta, certamente, com população que na altura

também apoiava..JC: Exactamente. São pessoas

idosas que fazem parte da Santa Casa da Misericórdia e que já conheço há muito tempo.

JBG: Há 30 anos as necessidades eram totalmente diferentes...

JC: Eram, claro que sim. Fui funcionário da Casa da Povo e da Segu-rança Social antes de Abril de 1974. De maneira que conheci o antes e o pós 25 de Abril. Este tempo não tem nada a ver, e ainda bem que assim o é.

JBG: Mas no âmbito das come-morações do «25 de Abril» houve quem afirmasse que o Estado Social que se ganhou em 1974 está-se a perder. O que tem a dizer relativamente a isso?

JC: Admito que sim. Recordo-me que antes de 1971 não havia reforma para ninguém. Era a Casa do Povo que pagava: a quem tinha um filho pagava 25 ou 50 escudos... E era o que tínhamos.

A partir de Julho de 1974 as pes-soas passaram a receber as suas refor-mas. Claro, que agora surgiu-nos este problema económico e financeiro... É bom que na altura dos discursos bonitos, que passam na televisão, haja coragem para apontar os culpados desta situação.

JBG: Tem dificuldades em fazer face às despesas desta instituição?

JC: Em todas as instituições do concelho está-se a passar o mesmo.

Porque as pessoas têm cada vez menos possibilidades de pagar o apoio que lhes prestamos. E há já muitas a prescindir do apoio domiciliário. Há muitos idosos a ficar sozinhos em casa sem condições para viver. E isso preocupa-me imenso e espero que as atenções se voltem para esta realidade, pois há muita gente a deixar o apoio domiciliário. Além de que há muitos idosos, não só na serra, mas também mais para baixo, que o pouco que têm serve para ajudar a orientar a vida dos filhos. Tenho muito receio pela forma como os idosos estão a ser tratados em casa.

JBG: Quando os utentes, ou os seus familiares, vêm renunciar ao apoio domiciliário, são sinceros ou escondem as dificuldades?

JC: Disfarçam, não assumem as dificuldades. Sabemos que uma boa parte da população de Castro Marim tem dificuldades, mas se for perguntar ninguém lhe diz. Na verdade, é muito difícil ajudar essas pessoas porque não assumem. Eu agradecia que as pes-soas perdessem essa tal vergonha e peçam a ajuda que lhes faz falta. Não é vergonha pedir; eu já o tenho feito na minha vida; nas minhas funções profissionais e não me senti mal por isso, pelo contrário.

JBG: As pessoas estão desam-paradas...

JC: Não há dúvidas, e que o Estado Social está a desaparecer, o que é muito triste; sobretudo para quem lutou tanto por ele...

ENTREVISTA

Santa Casa solidifica presente e recupera espólio de 500 anos

JBG: Há muitos castromarinsense que vivem com pequenas reformas ou apoios mínimos...

JC: Têm baixas reformas e já não conseguem tirar da terra o seu sustento, como faziam em novos. Além de que gastam cada vez mais em medicamentos. Ainda bem que há um apoio na câmara municipal para ajudar a este nível quem mais pre-cisa. Eu digo-lhe que prefiro não ver algumas festas na minha terra, onde se gasta muito dinheiro, e aplicar-se o dinheiro nas pessoas e nas suas necessidades.

JBG: Para além dos idosos terem menos apoios são cada vez menos apoiados pelos próprios familiares...

JC: Exactamente. Os familiares não têm possibilidades de os apoiar. A construção civil no nosso concelho é praticamente inexistente, e a maior parte da população vivia desse ramo e ficou desempregada. As pessoas têm de sobreviver e o Rendimento Social de Insersão (RSI) não é suficiente. Eu sei-o porque faço parte do núcleo executivo do RSI e conheço bem as necessidades de muitos que usufruem destes apoios. Se não fosse aquele pequeno subsídio que têm passavam muito, muito mal.

JBG: Mas também assume que este rendimento possa estar mal distribuído?

JC: Também. O problema foi que o RSI ao ser posto em prática faltou perceber-se, efectivamente, como

José Cabrita é provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim desde 2009. Mostra-se um profundo conhecedor das carências sociais do concelho, até porque a sua vida profissional foi sempre feita na ajuda ao outro. Primeiro na Casa do Povo de Castro Marim, depois na Segurança Social local e mais tarde na Junta de Freguesia da sede de concelho. Agora nesta Santa Casa está empenhado em melhorar os serviços e revitalizar a história da instituição.

Susana de Sousa

Provedor está empenhado em aumentar a qualidade e diversidade de serviços

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 21

recuperar a antiga tradição da «Pro-cissão do Chinelo», que era a procis-são na Semana Santa. Era uma coisa lindíssima e acabaram com ela há 30 anos.

JBG: E pretende que sejam realizadas missas de novo nesta igreja.

JC: Não fazia sentido de outra maneira. Esta é uma das igrejas mais bonitas do concelho. Fico estupe-facto por terem deixado aquela igreja degradar-se tanto. E sabe porque é que o deixaram? Porque as pessoas que por cá passaram não são de Castro Marim ,e eu sou.

JBG: E esse amor à causa tem-lhe dado força para con-tinuar...

JC: Claro que tem dado.

JBG: Depois de cuidar dos utentes o seu objectivo é, cla-ramente, recuperar o espólio desta Casa.

JC: Sem dúvida que é. Trata-se da nossa história.

Na igreja temos ban-deiras lindíssimas que estavam num avançado estado de degradação. Alguém ainda tentou recuperar, na melhor das intenções, aquelas telas, mas agora a tinta que foi colocada está a ser retirada pelos restauradores.

JBG: Com a crise económica como conseguiu arranjar dinheiro para esta recuperação?

JC: A vida não esteve sempre como está agora. Era mais fácil as pessoas pagarem, havia donativos, o que agora está muito mais escasso. O que foi permitindo que se amealhasse algum dinheiro para este tempo que já se previa. As mesas de Assembleia que por cá passaram foram sempre poupando. O que nos permite que façamos estas obras sem retirar dos nossos utentes.

JBG: Já me contou que há muito tempo que procurava a história desta Santa Casa...

JC: É verdade. Antes ninguém me sabia dizer onde estava o espólio desta Santa Casa. E um dia, já Provedor, eu e mais dois colegas da Mesa da Assem-bleia, revirámos este edifício e desco-brimos actas deo ano de 1800 e livros de 1640, veja bem!

JBG: E onde estava toda essa história?

JC: Estava num caixote todo cheio de bichos e encostado a um canto que ninguém lhe tocava. Nunguém sabia do espólio desta casa e eu dediquei dias e dias à procura desse patrimó-nio. Agora estamos a recuperá-lo e a colocar em lugares dignos.

JBG: Tem descoberto muitas relíquias...

é que as pessoas vivem. Nós temos apenas uma assistente social no con-celho que vem de Faro três ou quatro vezes por mês e isso é insuficiente face às dificuldades. Era preciso saber o que se passa na casa de cada um. Acredito que muitos dos processos deferidos não tenham cabimento e há muita gente que não o merece. E há pessoas que necessitam e não têm acesso... E isso sei eu que conheço o concelho como ninguém.

JBG: É um dos irmãos fundadores do Lar da Santa Casa, em 1988. Portanto, a sua história nesta instituição já começou há muito tempo...

JC: Pois já. Trabalhei imenso para a abertura do Lar, como membro da Mesa da Assembleia; aliás ajudei o Provedor na altura para que este Lar fosse uma realidade o mais rápido possível.

JBG: Depois fez um inter-regno nesta instituição. O que o afastou?

JC: O nosso compromisso tem no artigo 88 uma normativa que diz que nós, Mesários, não podemos celebrar contratos com os nossos familiares. E nesse caso o Secretário e Prove-dor acharam que eu não podia con-tinuar porque a minha mulher era funcionária aqui. E tive que me ir embora, com bastante pena minha.

Mas disse-o na altura, que quando pudesse, haveria de voltar à Santa Casa da Misericórdia. Achei sempre que as pessoas que estavam a ocupar o cargo de Provedor não tinham tempo para fazer aquilo que os utentes necessitavam. Isso deixava-me doente.

Mais tarde voltei como Secretário e aqui fiquei sempre com o intuito de ser Provedor; e disse-o ao então provedor José Luís Domingos.

JBG: Queria mudar muita coisa?

JC: Era necessário, sobretudo, ter mais tempo para os utentes. O José Luís trabalhava no Alentejo, não tinha tempo suficiente para esta ocupação e os idosos precisam de mais atenção. Eu não digo que os tratassem mal, pelo contrário. Tenho o melhor quadro de colaboradores do país... Tenho pena de não poderem ganhar muito mais. Se as pessoas conhecessem o nosso trabalho falavam menos e ajudavam mais. Tenho uma rapa-riga que se ofereceu para fazer voluntariado; recebêmo-la de braços abertos; mais houvesse. Algumas das pessoas que se metem à porta da praça a falar mal dos outros deviam dar duas horas do seu dia à Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim...

JBG: É uma crítica e um apelo...

JC: Sem dúvida.

JBG: E que novidades conse-guiu introduzir nesta instuitui-ção?

JC: Antes de mais era preciso mudar a ideia de que isto é um antro para a morte.

Fazemos trabalhos manuais, vamos almoçar no campo, fazemos visitas a outras terras. Era isto, e muito mais, que eu queria introduzir nesta Santa Casa. Não podemos apenas fazer os serviços de higiene e de refeições, porque há que dar a maior qualidade de vida aos idosos.

Também contamos com o apoio da câmara municipal que nos cedeu um professor de ginástica que tem sido incansável. Trabalhamos muito a fisioterapia e temos ajudado muitos idosos na sua mobilidade.

JBG: Tem recebido retorno dessas inovações?

JC: Temos. Os idosos têm aderido às actividades mais do que estávamos à espera; estão muito motivados. As visitas dos familiares têm sido mais assíduas e os elogios ao trabalho dos funcionários também têm sido bastan-tes, o que é gratificante.

JBG: A capacidade do Lar está esgotada?

JC: Temos mais duas pessoas do que a nossa capacidade. Temos 47 idosos e são 45 em acordo [com a Segurança Social]. Mas vamos conseguindo sobreviver com a ajuda de uns e outros.

JBG: E o que é que lhe faz mais falta?

JC: Estamos muito empenhados em levar a cabo a restauração da nossa Igreja de São Sebastião. Contamos que os trabalhos estejam concluídos em Junho e possamos abrir as portas.

JBG: Há quanto tempo iniciou as obras?

JC: Iniciámos em Fevereiro e contámos com o apoio da câmara para a cedência do espaço, para as dormidas e também para o trabalho de carpintaria.

JBG: E a restauração foi muito significativa?

JC: A igreja estava num estado de degradação muito avançado. Serviu durante muitos anos de armazém do hospital, que existiu antes no espaço que é hoje a Santa Casa. A igreja esteve fechada há muitos anos e a humidade foi comendo as pinturas e a madeira.

Gostávamos que depois de recuperada a igreja pudéssemos

JC: Veja bem ao estado a que isto chegou, e ao estado a que deixaram isto chegar... Eu encontrei na Igreja de São Sebastião uma vara de prata, com um metro e muito de altura. Tinha a Nossa Senhora em relevo e estava enterrada. Vara essa que nos foi ofer-tada pela Comissão da Nossa Senhora dos Mártires, que quando se extinguiu ofereceu À nossa instituição. Era esta vara que acompanhava as procissões na Semana Santa, a tal «Procissão do Chinelo».

“O que nós queremos é aumentar a capacidade das valências e a diversidade”

JBG: E para além de recuperar a história da instituição por que passam os projectos futuros?

JC: O que nós queremos é aumen-tar a capacidade das valências e a diversidade. Tudo farei para o conseguir, apesar de estarmos em tempos muito difíceis. A mesa administrativa é muito dinâmica e temos muitas ideias que daqui a uns meses poderemos falar...

JBG: Com valências de Lar, Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Apoio à Saúde - este com parceria do Centro de Saúde - no total tem quantos utentes?

JC: À volta de 100 utentes. Temos um pólo em Odeleite numas instalações, que nos são gentilmente cedidas pela junta de freguesia local, mas que não têm as condições necessárias. A este propósito tive, ainda com o anterior Provedor, uma

ENTREVISTA

Santa Casa solidifica presente e recupera espólio de 500 anos

reunião com o presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, que nos prometeu um prédio que está devoluto em Odeleite, mas a verdade é que à parte das promessas, esqueceu-se de nós. Espero que se esqueçam dele também no próximo dia 5 de Junho, tal como ele se esqueceu da Santa Casa da Misericórdia e dos seus idosos. Mentiu-nos e o prédio está em autêntica ruína, sem que lhe seja dado um uso digno.

JBG: Há uma reclamação que faz insistentemente à Direcção Regional da Segu-rança Social que tem a ver com a majoração para prestar serviços aos fins de semana e feriados. Daqui também não tem obtido res-posta...

JC: Exactamente e já é uma reclamação de longos anos. É legítimo pedirmos essa majoração porque nos permitiria servir mais e melhor os nossos utentes. Mas já nos disseram que os tempos estão difíceis...

JBG: Tem perdido utentes por essa razão?

JC: Infelizmente temos, mas compreendemos a necessidade dos utentes em procurar respostas também para os fins-de-semana e feriados. Não aceitamos é que não nos seja dada essa majoração que é legítima. Agora dizem-nos que está muito difícil devido à crise. Agora é a crise e antes que razão foi?!...

JBG: Mais recente-mente esta Santa Casa da Misericórdia viveu um episódio caricato, por estar a receber da Segurança Social Notificações de dívidas avultadíssimas que afinal não existiam. A situação já está resolvida?

JC: É verdade. Dívidas que ascendiam aos 50 mil euros, e também outras, mais baixas, que nos íam chegando mensalmente. Tratou-se de um lapso do sistema informático da Direcção Regional, embora tenhamos efectivamente pequenas dívidas que resultam de uma enorme confusão que foi criada com uma majoração que nos era dada por empregarmos pessoas com mais de 55 anos. Acontece que essa majoração em 2010, foi cortada por causa dos pacotes de austeridade do Governo. A verdade é que houve da nossa parte alguma falha na interpretação da lei e do lado da Direcção Regional falhas do sistema. No entanto, as coisas estão a ser esclarecidas. Trocamos regularmente e-mails e tiro o chapéu à sensibilidade do Dr. Arnaldo Oliveira, que espero que fique por muitos anos à frente deste instituto porque está a fazer um óptimo trabalho.

Defendo \que os bons técnicos e directores deveriam manter-se à parte de toda a política que envolve as Direcções Regionais, nomeadamente.

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

DESENVOLVIMENTO

A entrada do Fundo tornou-se inevitável após uma intensa crise económico-financeira que foi agravada com a crise política gerada pelo chumbo do PEC IV pela Assembleia da República e consequente demissão do Governo liderado por José Sócrates. O cenário é grave e muitos especialistas consideram que a entrada do Fundo Monetário Internacional tornava-se neces sária, sendo que Portugal não é

O Partido Socialista votou contra o Relatório e Conta de Gerência 2010 da Câmara de Vila Real de Santo António “por estes testemu-nhar, a situação financeira gravosa a que chegou o Município pela mão do actual executivo PSD, liderado por Luís Gomes”, pode ler-se num comunicado enviado às redac-ções.O PS diz que o Relatório e Conta de Gerência 2010 do Município de VRSA, apresentado em reunião de Assembleia Municipal realizada no passado dia 27 de Abril, “vieram demonstrar a deriva financeira em que se encontra este Município” e “o documento apresentado não cruza as contas da Câmara com o sector empresarial local, vulgo

Muitos portugueses recordam-se bem das duas anteriores intervenções em Portugal do Fundo Monetário Internacional (FMI). José dos Santos lembra que tanto em 1977 com em 1983 “já se vivia em crise” e é por isso que considera que “ também por isso agora este resgate vai custar mais”. Também era dos que previa a entrada do FMI porque, de acordo com a sua opinião, “o país avançou muito, mas sem produção nenhuma”. E lamenta-se: “O que é que a gente produz? Nada... E toda a gente a pedir dinheiro...”. Foi sempre motorista profissional e “felizmente o FMI nunca tirou o emprego”. Mas também lembra que em 1983 “o salário não pas-

capaz de pagar o endividamento externo. O primeiro-ministro demis-sionário comunicou em Março a decisão de pedir ajuda financeira à União Europeia que em conjunto com o FMI se prontificou a socorrer a nação. O FMI aterrou em Portugal pela terceira vez, depois de inter-venções em 1977 e 1983.

Entrada em Portugal

A primeira vez que o FMI visi-

tou Portugal foi em 1977. A taxa de desemprego era supe-rior a 7%, inflação crescente, conflitualidade política e o escudo desvalorizado. O FMI interveio com redução de salários e subida de impostos, entre outras medi-das. Em 1983 o desemprego estava acima dos 11% e uma dívida externa galopante; o FMI emprestou 750 milhões de dóla-res e novamente impôs cortes nos salários da Função Pública, aumen-tos de preços, travão ao investi-mento público e cortes nos subsídios de Natal.

Nos dias que correm as semelhanças com o passado são muitas. “A dificuldade de Portu-gal em aceder em condições de normalidade ao financiamento dos mercados de crédito inter-nacionais tornou-se uma ameaça real ao financiamento do Estado, do sistema bancário e da econo-mia nacional”, admitiu Sócrates, justificando o pedido de ajuda externa. Actualmente a taxa de desemprego ultrapassa os 11%, a inflação é crescente, a crise política é visível. Portugal soma então o 3º lugar, após a Grécia e Irlanda terem sido os primeiros da zona euro a receber ajuda do FMI.

O que é o FMI?

Esta é uma organização interna-cional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pela monitorização das taxas de câmbio e da balança de pagamen-tos. Nasceu na pós-segunda guerra mundial em 1945, com sede actual nos EUA e conta 187 países membros. O FMI tem como meta, evitar que desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros pre-judiquem a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacio-nais.

Existem inúmeras críticas a esta organização, sendo a principal as fortes medidas de contenção de gastos públicos que a organização impõe aos países em dificuldades. As críticas estendem-se a diversos economistas que não se coíbem de afirmar que os interesses do FMI são também políticos – quase tanto como económicos, havendo mesmo quem não hesite dizer que o Fundo tem uma agenda própria e age muito mais em função dela que dos países onde intervém.

No dia 4 de Maio, em que sai esta edição, a Troika deverá apresentar o plano de resgate a Portugal.

FMI já está em Portugal

PS VRSA não aprovou contas do executivo

Num tempo de crise política e financeira, e a dívida pública a aumentar a olhos vistos, a entrada do FMI em território luso, dizem os especialistas, era inevitável. Primeiro nos anos 70, depois nos anos 80; em Portugal a História repete-se, agora, pela terceira vez. Para já o resgate está na ordem dos 75 mil milhões de euros e o dinheiro pode chegar de três em três meses.

Relatório da UE sobre a educação: bons progressos, mas são necessários mais esforços para atingir as metas Os países da UE melhoraram os seus sistemas de ensino em áreas-chave ao longo da última década, mas só conseguiram atingir um dos cinco valores de referência fixados para 2010, revela o relatório da Comissão Europeia sobre os novos progressos em matéria de educação e formação. A UE alcançou o seu objectivo de aumentar o número de diplomados em matemática, ciências e tecnologia, com um aumento de 37% desde 2000 – tendo facil-mente superado a meta dos 15%. Significa-tivos, mas insuficientes, foram os progressos alcançados na redução da taxa de abandono escolar, no aumento do número de alunos que concluem o ensino secundário, na melhoria das competências em leitura e no aumento da percentagem dos adultos que participam no ensino ou na formação.

Auxílios estatais: Regime temporá-rio de apoio aos agricultores até um montante máximo de 15 000 EUR

A Comissão Europeia autorizou recente-mente um regime dotado com um orçamento de 50 milhões de EUR destinado a apoiar os agricultores portugueses em dificuldade na sequência da crise económica. O auxílio ao abrigo deste regime pode ser concedido até 31 de Dezembro de 2011 e assumirá a forma de bonificações de juros. O regime insere-se na aplicação do quadro temporário da Comissão relativo às medidas de auxílio estatal desti-nadas a apoiar o acesso ao financiamento durante a actual crise financeira e económica, adoptado em Dezembro de 2010 , a fim de permitir aos Estados-Membros a concessão de montantes limitados de auxílio aos produtores agrícolas primários.

Consulta pública sobre Cartão da Juventude em Movimento [CJM]

A Direcção Geral para a Educação e Cultura lançou uma consulta pública aberta a todos os cidadãos, às instituição públicas e privadas, às autoridades locais e regionais, assim como aos ministérios e ao sector da juventude. Até dia 4 de Junho a Comissão espera ouvir a opinião pública sobre cartões jovens à luz de prepara-ção para uma das 10 acções alvo da iniciativa emblemática da JM: CJM, com vista a facilitar a participação de todos os jovens.Já existem vários cartões que apoiam a juventude, como da mobilidade ou a nível cultural, oferecendo descontos, acesso a informação e a redes de informação. A ideia do Cartão não é substituir os existentes, mas construir e cooperar na forma de uma marca que acrescentaria valor europeu, oferecendo mais descontos, acesso a informação e a redes, bem como a novos recursos como permitir que os cartões tenham um valor prático, social e legal para os seus utilizadores (qualquer pessoa na Europa entre os 13 e os 30 anos).

empresa municipal SGU, este facto viola o artigo 46.º da Lei das finan-ças Locais e omite a verdadeira realidade dos compromissos finan-ceiros da Câmara Municipal já que a empresa é detida a 100% pela Autarquia” Para o PS “o documento é pouco transparente em algumas rubricas, designadamente nas ope-rações efectuadas com a empresa municipal SGU, e nas vendas de bens de investimento”.Esta concelhia liderada por Jovita Ladeira acusa o passivo do muni-cípio de VRSA de ascender aos 112 milhões de euros. “O alto valor da dívida registado no documento começa a colocar em causa a sol-vabilidade e sustentabilidade do próprio Município”, afirmam.

sava dos 35/40 contos [cerca de 200 euros mensais].Este cidadão não está confiante na recuperação da agricultura nem da pesca até porque, como diz, “quem poderia recuperar já não está em idade para isso e os jovens não sabem e não querem...”. Cri-tica “as mordomias que foram sendo dadas, nomeadamente os créditos fáceis para tudo”, acusa, aconselhando os jovens a fazer “um pé de meia, que por pouco que seja, faz sempre falta”.José dos Santos está reformado, mas se tivesse 20 anos não hesi-tava em emigrar. França, Alema-nha e Suiça seriam alguns dos destinos, concerteza. “Quisemos fazer disto um país rico quando não o somos”, remata.

A equipa do FMI é chefiada pelo dinamarquês Poul Thomsen, que liderou as negociações do fundo com a Grécia e a Islândia.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Reclama maior transparência

Diz quem se lembra dos anteriores resgates

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 23

DESENVOLVIMENTO

Andaluzes juntaram-se a algarvios contra as portagens

PRODER está executado em 30%

Desenvolvimento Empresarial Ibérico

Bin Laden morto em operação dos EUA no Paquistão

Para além dos algarvios, os espanhóis também se manifestaram contra as portagens

Frederico Folque com membros da equipa

A fronteira de Castro Marim/Vila Real de Santo António foi palco de uma manifestação que juntou cerca de 100 automóveis, sendo que um terço de matrícula espanhola. Protesto contra as portagens não foi o último, garantiu a organização.

O ministro da agricultura, António Serrano, visitou o Algarve, nomeadamente algumas empresas financiadas pelo PRODER.

O ministro da Agricultura, Desenvol-vimento Rural e Pescas, António Ser-rano, esteve no Algarve no início de Abril para testemunhar investimentos com verba PRODER. O programa tem actualmente uma taxa de compro-misso de 53 por cento, com 1,6 mil milhões de euros contratados e 1,3 mil milhões pagos, declarou António Serrano, durante a visita que fez a diversos investimentos do PRODER no Algarve, nomeadamente àPlantalgarve, em Faro, e à Vitacresse, Loulé. O governante adiantou que 31 por cento do programa PRODER está executado.

A primeira empresa que o minis-tro visitou hoje no Algarve, a «Plantalgarve – Viceiros Agrícolas», de Faro, empresa que produz plan-tas hortícolas há 25 anos, com 18 trabalhadores efectivos e que rece-beu cerca de um milhão de euros do PRODER nos últimos quatro anos, disse à agência Lusa Fernando Fernandes, director-geral da empresa. Pimento, tomate, melancia, melão ou cebolinho são apenas algumas das plantas produzidas pela empresa com capacidade para fazer 22 milhões de plantas de dois em dois meses.

Empresa cresce 13% no início de 2011

A «Vitacresse», empresa do grupo RAR, e líder europeu na produção de agrião, tomate fresco, ervas fres-cas aromáticas, saladas e espinafres, nasceu em 1983 e cresceu 13 por cento no primeiro trimestre deste ano em relação ao período homólogo do 2010, tendo no ano passado crescido 17 por cento.

Este é um bom exemplo de sucesso da agricultura no Algarve. A empresa, que abastece Portugal e exporta para Espanha e Reino Unido, garante cerca de 300 postos de trabalho. O volume de negócios ronda os “mil milhões de euros por ano”, indicou o director-geral Luís Mesquita Dias, acrescentando que querem exportar para o Norte da Europa e estão a fazer ensaios, com sucesso, de exportação de frescos para Angola.

Com 750 hectares de produção (70 hectares são de estufas), a Vitacress tem capacidade para cortar as plan-tas e colocá-las à venda nos super-mercados do Reino Unido em apenas “72 horas”, conta o director.

No âmbito do projecto PIDETRANS - Plano Integral para o Desenvolvimento Empresarial Transfronteiriço - Portu-gal e Espanha, parceiros no projecto, apresentaram no dia 11 de Abril em Sevilha, o «Documento Estratégico» para a região transfronteiriça Baixo Guadiana-Huelva. O estudo deveu-se à necessidade de uma análise actual do território e de uma estratégia con-junta de intervenção que beneficie o crescimento das economias locais transfronteiriças.

O «Documento Estratégico» define os actores chave para o desenvolvi-mento do território nos sectores do turismo-comércio-serviços, iden-tifica actividades estratégicas e de intervenção para a região e sublinha oportunidades de desenvolvimento no território e apoios /programas de financiamento existentes em ambos os lados da fronteira. A apresentação oficial contou com apresentações de Antonio Palacios, Secretário do Con-sejo andaluz de câmaras de Comercio, Indústria e Navegación; e do lado luso Valter Matias, Director da Associação Odiana, Paulo Bernardo, Director da ANJE.

Recorde-se que o projecto tem como chefe de Fila a Odiana e incide na promoção territorial do Baixo Gua-diana com um investimento na ordem dos dois milhões de euros. Consulte e faça o download do estudo em: www.pidetrans.com

Osama bin Laden, fundador e líder da organização terrorista Al Qaeda, foi abatido por forças especiais dos Esta-dos Unidos durante uma operação ter-restre a norte da capital do Paquistão, Islamabad. Quase uma década após o 11 de Setembro de 2001, o inimigo número um da América é eliminado numa missão cirúrgica que não terá sido coordenada com as autoridades paquistanesas.

Após quase dez anos de incerteza e especulação quanto ao paradeiro do líder da Al Qaeda, a organização que orquestrou os atentados de 2001 em Nova Iorque e Washington, Osama bin Laden foi localizado em Abbot-tabad.Quatro helicópteros transpor-taram uma equipa antiterrorista dos EUA até ao complexo que servia de abrigo ao terrorista. Morreram pelo menos cinco pessoas no tiroteio que se seguiu à invasão; o corpo de Bin Laden ficou na posse das forças norte-americanas.

Na madrugada de 2 de Maio em Lisboa, Barack Obama escolheu a televisão para confirmar a morte do terrorista.

«A luta continua». É assim que a Comissão de Utentes da A22 e o movimento «Algarve - Portagens na A22 não» promete avançar; num protesto que se vira contra a instala-ção de portagens na Via do Infante. Os utentes não acreditam que o adiamento das portagens signifique a sua anulação, sendo de registar que as estruturas dos pórticos, bem como os preçários, já estão a ser instalados na A22. “O adiamento por dois meses [altura das eleições legislativas em Junho] não resolve a situação”, disse João Vasconcelos que promete lutar “até ao fim”. A comissão está a ponderar levar a cabo medidas mais radicais para fazer ouvir o protesto algarvio.

O protesto, que tal como o ante-rior [19 de Março entre VRSA e

Lagos] foi convocado pela Comissão de Utentes da A22 e o movimento «Algarve - Portagens na A22 não», tinha como intenção bloquear a Ponte Internacional do Guadiana, objectivo que não chegou a ser alcançado.

Fraca adesão de autarcas

João Vasconcelos, líder no pro-testo, estava desapontado com a falta de adesão dos autarcas algarvios ao protesto de sábado, que deu pelo nome de «Marcha do Guadiana». A protestar estiveram os autarcas José Estevens (Castro Marim) e Francisco Amaral (Alcoutim).

Francisco Amaral teve oportuni-dade de “condenar mais uma aldra-bice deste Governo”, e acredita que

Alcoutim vai perder “muitos dos espanhóis que visitam esta terra”. Também as idas a Faro vão sair mais caras, “sobretudo para os idosos e doentes que regularmente têm de se deslocar ao Hospital”, lembra o autarca que é também médico.

Atraso de 30 anos

António Rodriguez, Alcalde de Ayamonte, afirmou que a introdu-ção das portagens na Via do Infante representa um atraso de 30 anos no desenvolvimento económico e social entre Algarve e Andaluzia. Por isso teme “ a forte penalização socioe-conómica, não só para os vizinhos portugueses, mas também para toda a província de Huelva”.

Lentamente, cerca de uma centena de automóveis, na maioria portugue-ses, fizeram a travessia que passou a fronteira. À hora marcada [16h] saíam do nó de Altura a caminho de Ayamonte.

Recorde-se dias depois os pórticos da A22 foram incendiados, sem que tenham sido atribuídos culpados.

A Avenida da República viu abertas as portas de um dos mais elaborados espaços da restauração local. O «Sem Espinhas Guadiana» do empresá-rio Frederico Folque representa um “investimento avultado” para vingar na restauração na cidade depois dos dois outros Sem Espinhas «Manta Rota» e «Cabeço», na ria formosa e praia de Castro Marim, respectivamente. “A aposta é para vingar, claro, através da qualidade do serviço”, afiança. Uma cozinha mediterrânica mais elaborada onde os olhos também comem. Na cozinha conta com “excelente ex-alunos da escola de hotelaria local que se mostram óptimos profissionais”, garante.

«Sem Espinhas Guadiana»já abriu

Última hora

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CULTURA & TRADIÇÃO

Tradição do «Maio» cumpriu-se em Castro Marim

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

Comemorações do Dia do Trabalhador 1 MaioLocais: Bentos, Giões, AlcoutimOrg: JF Vaqueiros, Associação Grito d’Alegria, CM Alcoutim

Exposição «Do Tear à agulha», por Salomé Gonçalves1 Maio04 Maio a 14 JunhoLocal: Casa dos Condes

Inauguração da Casa do Ferreiro8 Maio Local: Pereiro

Comemoração do Mês do Coração8 Maio Local: Pereiro Org: CM Alcoutim, JF Pereiro e Associação Estrela Pereirense

II Festival do Atum4 a 8 MaioCentro Cultural António Aleixo

Comemoração do Dia Mundial dos Museus18 Maio Local: Alcoutim

Concerto da Orquestra do Algarve 21 de Maio, 18hLocal: Igreja Matriz de Vaqueiros

Festa da Maia 28 e 29 de Maio Local: Montinho dos Balurcos Org: Ass. Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos

Alcoutim

E V E N T O S

Comemoração «Dia dos Vizinhos»27 MaioAltura, Monte Francisco e Furnazinhas

Feira Terra de Maio13 a 15 MaioCentro Multiusos Azinhal

Espectáculo Teatro «Treze»13 de MaioBiblioteca CM

1º de MaioOdeleite

Excursão Santuário de Fátima14 e 15 Maio – Freguesias Odeleite e Castro Marim21 e 22 Maio – Freguesias Azinhal e Altura

Festival Internacional do Caracol3 a 5 JunhoCastro Marim

Aulas de FolcloreCasa do Povo de AzinhalInscrições Abertas na JF Azinhal

Palestra «VRSA e o Urbanismo Iluminista» 11 Maio, 15hUTL

Recital de Poesia 9 Maio, 14h30Biblioteca

Encontro de Bandas Filarmónicas 15 Maio, 15h30Centro Cultural António Aleixo

«Cabaret» – Espectáculo de Teatro/Dança/Magia21 Maio, 22hCentro Cultural António Aleixo

«Clube de Leitura «Livros Mexidos»26 Maio, 18hBiblioteca Municipal Vicente Campinas

Espectáculo de Dança «O Teu Cantinho» Pelos Alunos da Escola de Dança da Associação Pó de Sonhos27 Maio, 22hCentro Cultural António Aleixo

IV Encontro de Pintura rápida ao Ar Livre29 MaioCentro histórico da cidadeCentro Cultural António Aleixo

Comemorações da Fundação VRSAX Cortejo Histórico e Etnográfico – Séc. XVIII, XIX e XX13 Maio, 18hCentro Histórico de VRSA

Castro Marim

VRSA

A discussão estava acesa e interes-sante de se ouvir. Graciete Viegas, Isabel Bonança Evagelista, Raquel Agostinho e, Maria Felicidade Viegas e Maria do Rosário Palma são responsáveis por não deixar morrer o «Maio» de Castro Marim. “Era uma pena todos terem um «Maio» e nós não”, defendiam em vésperas de comemoração do «1.º de Maio». Nestas lides de fazer um «Maio», bem ao jeito da tradição, não é fácil chegar-se a consensos, mas com a colaboração de uma e outra lá se foram entendendo e criando o seu «Maio».“Este ano não estava previsto haver em Castro Marim porque as senho-ras daqui não quiseram fazer, mas lá nos juntámos nós, sendo que a maioria é de Altura, e lancámos mãos à obra”, explica Isabel B. Evangelista, que mesmo de pé partido, aceitou o desafio e ainda teve tempo de fazer migas para as amigas passarem melhor as horas de criação do «Maio» que foi feito noite dentro nas

instalações da Casa do Povo de Castro Marim. As cinco obreiras do «Maio» de Castro Marim têm em comum a Universidade do Tempo Livre (UTL) local.

Odeleite reaviva tradição

A tradição é antiga e todos os anos é reavivada pela grande festa do 1.º de Maio de Odeleite. De cada canto vem um «Maio» e o difícil é escolher. A competição é feroz, mas pretende-se sempre saudá-vel. A localidade de Odeleite fica ainda mais florida, e preenchida por «Maios» mostra-se em dia de festa singular.Percorrer Odeleite e apreciar os bonecos é a prova de que as tradições podem ser o que eram e que vale a pena não as deixar morrer.

Melhores classificações

Em 2011 o concurso atribui as

melhores classificações, respecti-vamente, aos Maios «A Lavadeira» (Maria Isabel Cristo), «Ceifeira»

Os «Maios» são bonecos vestidos como gente. Representam figuras de pessoas em tamanho natural, vestidos e calçados com a roupa habitual das pessoas represen-tadas e representam cenas do quotidiano, seja do passado ou actual.No dia 1 de Maio, logo pela madrugada, os bonecos são colo-cados junto das portas, janelas, varandas, quintais ou ruas. Junto de cada boneco é colocada uma fala, ou o pensamento do sujeito representado; como que um teatro da vida real.Estas narrativas, ou mesmo o dizer de cada figura, apresentam-se maioritariamente na forma de versos, enquadrados em estrofes de formato popular.Os bonecos e as narrativas, por vezes bem revestidas de humor, têm um sentido crítico, sob a forma de sátira, ou sarcasmo, em especial quando há motivo para isso na comunidade local ou regio-nal, mas na maioria das vezes são apenas uma celebração saudável do quotidiano.

A tradição...

(Pólo Junqueira da UTL) e «A Cis-serona» (Furnazinhas) e «Guarda Fiscal» (UTL Monte Francisco)

Tertúlia «A importância dos Órgãos de Comunicação

Social»

Dia 27 de Maio, pelas 17h30, a Biblioteca Municipal Vicente Campinas em Vila Real de Santo António recebe mais uma tertú-lia com selo do «Jornal do Baixo Guadiana».

O tema é actual e o objectivo é falar sobre a grande importância da comunicação social na comunidade local. A proximidade aos assuntos locais e que mais interessam à população e aos leitores, a presença assídua dos media na comunidade e o ouvir a voz do povo é a grande tónica da tertúlia que pretende juntar muitas vozes num espaço que se quer de conversa, crítica, mas também de debate.

Para mais informações contacte 96 690 2856 ou [email protected].

Alunas e formadora da Universidade do Tempo Livre fizeram o «Maio» de Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 25

CULTURA

«Luas de Alcoutim» na Casa dos Condes

Aldeia Florida em Odeleite

Festival Internacional de Dança

A galeria de exposições da Casa dos Condes em Alcoutim recebe, até 30 de Maio, a exposição “Luas de Alcoutim”, da ceramista Isabel Ferreira.

A artista é natural do monte de Cortes Pereiras, concelho de Alcou-tim e trabalha em cerâmica há 34 anos, tendo-se fixado há 14 anos nas Cortes Pereiras, onde abriu o seu atelier «Cerâmicas de Alcoutim».

A exposição «Luas de Alcoutim» é sobre a natureza humana. “O lado bom e o lado mau das pessoas, numa metáfora visual”. Isabel Fer-reira diz que se inspirou também na lua que se pode ver de Alcoutim; “nunca vi lua mais bonita que a que vejo daqui”.

Para além das exposições, que realiza anualmente na Casa dos Condes, Isabel Ferreira vende em feiras de artesanato e trabalha por encomendas. As «Cerâmicas de Alcoutim» continuam a crescer e a trabalhar na marca Alcoutim.

Pode visitar o trabalho da artista de Segunda a Sexta-Feira, entre as 09h e as 18h.

O concurso «Aldeia Florida», ini-ciativa da Junta de Freguesia de Odeleite, executada através da Associação Social da Freguesia de Odeleite, teve mais uma edição em 2011.

Os moradores da aldeia parti-ciparam em força para mostrar a beleza desta aldeia que fica ainda mais bonita em Maio.

Este ano os primeiros prémios foram atribuídos a:

1.º Maria Florinda da Pala Santos

2.º Maria José Santos3.º Maria Teresa Cavaco

Anna Avramenko é líder da Associação Cultural «Animashow» e também mentora do projecto de dança «Splash» - que de grupo passou em 2010 a uma academia de escola onde se aprende Ballet, Hip Hop e Dança Contemporânea. A sede pela dança fê-la lutar pelo «Arte sem Fronteiras», o I Festival Internacional de Dança de Vila Real de Santo António.

Realizou-de entre 26 e 30 de Abril e permitiu a partilha de muita cultura de dança entre culturas tãom dife renciadas, nomeadamente nacionais, Moldávia e Ucrânia.

Crise orçamental não limitou

A dança contemporânea, o Hip Hop, o ballet e danças tradicionais marcaram presença ao longo de quatro dias, sempre depois das 22 horas no Centro Cultural António Aleixo. Apesar dos cortes orçamentais, o festival fez-se com toda a dignidade e até teve mais apoios do que à partida a organização esperava. De acordo com a mentora do evento “correu melhor do que à partida estava perspectivado”, confessa Anna A. que recorda “muitos apoios que surgiram de particulares e das autarquias locais”.

Três workshop’s

E porque para além dos profissionais há também os apreciadores e aman-

No total passaram pelo Centro Cultural António Aleixo cerca de 200 bailarinos. A internacionalização do Festival foi pioneira e em ano inaugural superou expectativas.

A exposição «Luas de Alcoutim» é sobre a natureza humana

Os bailarinos de «Madeira Ballet Theatre» no estilo contemporâneo

tes da dança que estão, normalmente, do lado da plateia, a organização preparou uma maratona de workshops que na manhã de 30 de Abril marcou um momento distinto deste evento, com público de todas as idades.

Meia hora para cada estilo: tradi-cional, contemporâneo e Hip Hop. Os workshops foram ministrados por coreógrafos profissionais que partici-param na mostra de dança.

«Mix Dance» Hip Hop

Os vizinhos de Castro Marim «Mix Dance» - grupo de Hip Hop da Universidade do Tempo Livre (UTL) local- também marcaram presença neste festival. A experiência de partilha promete ter continuidade entre bailarinos que estão lado a lado no território e na paixão pela dança.

A fundação de Vila Real de Santo António, a maior e mais significa-tiva realização iluminista efectuada em Portugal, resultou da estratégia política, económica e territorial con-cebida pelo Marquês de Pombal, em finais de 1773, visando a afirmação do Estado Português face ao Estado Espanhol. Já em 1982 dizia o Prof. Doutor José Eduardo Horta Correia, na Comunicação apresentada no 2º Simpósio de Urbanismo e História Urbana, em Madrid: “Vila real de Santo António, construída em 1774 num areal desértico perto da faz do Guadiana, constitui um exemplo muito interessante de urbanismo iluminista e o único caso de edificação de uma cidade «ex-voto» da época pombalina, depois da reconstrução de Lisboa de 1755”. Com efeito, a edificação da cidade foi bastante rápida; em 17 de Março de 1774 foi lançada a primeira pedra e no dia 6 de Agosto do mesmo ano já estavam terminadas as Casas da Câmara e da Alfândega, e começava-se a construção da igreja. Os edifícios foram construídos da mesma forma que os da baixa de Lisboa, à base de peças pré-fabricadas que depois eram aplicadas no local, tornando a constru-ção mais rápida e uniforme. A cidade desenvolvia-se numa malha urbana ortogonal perfeita, centrada na Praça Marquês de Pombal. Uma grande mar-ginal percorria as várias centenas de metros que separavam o aglomerado urbano do rio Guadiana. A nova vila iluminista, voltada estrategicamente para Espanha, viria a ser inaugurada a 13 de Maio de 1776, assinalando o aniversário de Sebastião José de Car-valho e Melo e reforçando a barreira natural que marca a divisão política e administrativa de uma fronteira que remonta à segunda metade do século XIII, aquando da conquista do Reino do Algarve aos Mouros por D. Afonso III. Deste modo, a nova vila régia desempenharia as funções do extinto aglomerado populacional de Santo António de Arenilha, povoação criada através de uma antiga Carta de Privilégio concedida por D. Manuel em 8 de Fevereiro de 1513 e despovo-ada nos inícios do séc. XVII em virtude das investidas da pirataria moura e da ameaça do avanço das águas do mar. Por outro lado, a fundação da nova vila régia impediria também o contrabando, a evasão fiscal, e a livre pesca castelhana praticada no mar de Monte Gordo, permitindo ao Estado português o aproveitamento das potencialidades internas da região e aumentando a produção nacional através do Plano de Restauração do Reino do Algarve.

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Fernando Pessanha Músico / CEPHA

Da fundação de Vila Real de Santo António

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |MAIO 2011

CULTURA

para si “a pintura é a arte maior, a arte nobre”.A pintura é um passatempo e uma

Foi uma semana movimentada com teatro, ciências, desporto, poesia, fantoches, actividade física, astro-nomia, música, exposições, dança e peddy paper num agrupamento que não descura a dinâmica. Na vertente mais lúdica, os desfiles de moda e o karaoke; sem esquecer os mais remotos saberes etnográ-ficos e os deliciosos sabores do concelho.Esta foi a primeira edição da semana cultural sob a organiza-ção da professora Ana Felício. “Temos feito várias coisas activi-dades ao longo dos anos lectivos e este ano resolvemos fazer uma semana cultural, concentrar todas as actividades numa semana só, o que correu muito bem”, contou a responsável.Na escola receberam o delegado de

A EB 1 de Altura realizou o «Chá das Letras» a 1 de Abril. Todos os alunos do 1º ciclo fizeram apre-sentações poéticas, entre poemas de Álvaro Magalhães, José Jorge Letria, LD Soares e vários textos originais.O serão foi enriquecido com a pre-sença do cantor e poeta Afonso Dias que, mais uma vez, presen-teou com belas palavras todos aqueles que encheram a sala. Os alunos que se destacaram nas sessões de leitura na biblioteca escolar e nos desenhos digitais receberam prémios.O evento terminou com um gene-roso serviço de chá, bolos e biscoi-tos. Decorreram na escola, até ao final do período lectivo, a Feira do Livro e exposições poéticas.

saúde da região com uma palestra que alertou os alunos do 3º ciclo para a prevenção e perigos do HIV; também dois astrofísicos visitaram a escola à noite e para ensinar a ver os diferentes astros no céu. Foram dedicados dias a temas dife-rentes com a participação assídua de grupos etnográficos e ranchos folclóricos do território, em suma “foi um sucesso; para o ano ainda não se sabe, mas o balanço é muito positivo, como tal vamos estudar a situação”.Todos os alunos participaram, desde o pré-escolar até ao 3º ciclo e a adesão dos pais foi maciça. “Ficámos agradavelmente surpre-endidos pela grande participação dos pais, o que é muito bom e prova o interesse de toda a comu-nidade escolar”, rematou.

As primeiras alegrias de Maria Felicidade Viegas surgiram com a publicação de dois livros poéticos. O primeiro, «Cinzas» foi editado pela autarquia castromarinense em 1998. “O título foi escolhido como uma rela-ção às minhas recordações de infân-cia”, conta. Em 2002 seguiu-se nova antologia poética sobre o concelho que a acolheu com o título «Alana», o nome árabe de Alenquer; “uma homenagem ao concelho onde passei grande parte da minha vida”.Para Maria Felicidade Viegas a idade não traz barreiras e aos 40 anos concluiu o ensino secundário e a universidade tornou-se uma ambição. “Ingressei no curso de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e gostei muito, infelizmente devido a problemas familiares apenas fiz dois anos do curso, faltavam outros dois”. O curso era um sonho mas a pintura dar-lhe-ia mais alegrias.

A pintura

O gosto pelas Belas Artes nasceu desde miúda, ainda na escola, mas o sonho foi adiado e muitos anos mais tarde, a viver no Carregado, decidiu ter aulas de pintura. Primeiro aulas particulares e depois cursos anuais de pintura disponibilizados pela autarquia de Alenquer. Após a reforma voltou para o Algarve, para a localidade de Altura e a pintura con-tinuou, mas agora na UTL de VRSA e com uma vontade de aprender que nunca cessou. “A pintura é muito passível de críticas, mas gosto sempre do conselho e opinião dos que sabem mais que eu”, conta dizendo que

Semana Cultural«Saberes e Sabores»

Pintura, a «arte nobre»

«Chá das Letras» para jovens

De 4 a 8 de Abril a semana cultural do agrupamento escolar castromarinense salientou uma diversidade de actividades que uniram o lazer à pedagogia.

Maria Felicidade Viegas é natural de Castro Marim, mas já passou pelo Carregado onde viveu cerca de 40 anos da sua vida e descobriu a poesia e a pintura. No entanto o amor que tem à sua vila Natal, Castro Marim, é mais forte e isso é visível nos quadros que pinta.

«O Sapo Apaixonado» foi uma das peças de teatro representada por alunos do 2º ciclo e acompanhados com voz e instrumento

Pintar a Igraja Matriz de Castro Marim é o próximo objectivo da artista

Os alunos que se destacaram rece-beram prémios

terapia. “Eu pinto em série, acabo um e começo logo outro; demoro cerca de um mês, isto porque a tela demora

a secar”, explica revelando que pega no cavalete, tela, tintas e pincel e fica pela noite dentro a dar asas à sua imaginação. Monet e a sua vertente impressionista é a corrente artística com que mais se identifica.

Exposições

Quadros já lhes perdeu a conta, em casa tem 40, mas muitos foram oferecidos, outros expostos e alguns vendidos. De momento tem uma exposição de 22 quadros a decorrer no Centro de Formação «Procuradís-simo» em VRSA, já expôs também na Casa da Música em Castro Marim e outros ficaram expostos em Alen-quer, isto sem esquecer as exposições colectivas de pintura da UTL pombalina, onde é formanda. “Gosto de pintar as coisas típicas do Algarve, paisagens e sobretudo a minha terra, Castro Marim”, sendo que actualmente está a concluir um quadro sobre a Igreja Matriz da Vila. “Foi naquela igreja que fui baptizada e me casei, o que me traz muita nostal-gia”. garantindo que “todos os quadros que faço são um pedaço de mim aos quais dedico muito tempo e amor”.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 27

SAÚDE & AMBIENTE

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, contratou 13 médicos colombianos, por um período de três anos.

Resolução recomenda a adopção de meios eficazes de controlo da reprodução

«Hora do Planeta» viu duplicar adesão

Parlamento defende que os animais recolhidos não devem ser abatidos

Médicos colombianos no Algarve

Tertúlia em Alcoutim: «Porque adoecemos?»

Em Faro dois enormes interrupto-res foram montados para apagar as luzes; apagaram-se as luzes da Praça de Sé, Parque de Manuel Bivar, Arco da Vila, Praça do Mercado e muralhas da cidade. Em Lisboa, um interruptor gigantesco foi instalado no Mosteiro dos Jeróni-mos que apagou as luzes de vários ícones da cidade incluindo o mosteiro, o Museu da Electricidade, Chafariz da Luz, Castelo de São Jorge e o Cristo-Rei de Almada.

Pelo mundo fora

Pelo mundo a «Hora do Planeta» foi também cumprida em muitos países. Na Noruega a queda em consumo de energia foi equivalente a 6 milhões de lâmpadas de 40 watts sendo apagados. Resorts de ski, bem como a maioria das cidades, apagaram as luzes pela primeira vez este ano. A Juventude de Podgorica, Montene-gro, foi instrumental para a «Hora do Planeta 2010». Os alunos das escolas iniciaram a campanha ao fazerem o número «60» num espectáculo com lâmpadas solares. De recordar que o país abriu o seu primeiro jardim-de-infância movido a luz solar na oca-sião. Uma das grandes histórias foi a ini-ciativa em Marrocos encabeçada por um grupo de estudantes universitários, amigos e associados que se volunta-riaram parte do seu tempo sensibili-

A Assembleia da República defende que os animais errantes recolhidos nos centros oficiais não devem ser abatidos e propõe a criação do conceito de cão ou gato comunitário.

Através de uma resolução publicada a 4 de Abril em Diário da República, a Assembleia da República (AR) avança um conjunto de recomendações ao Governo com o objectivo de criar uma nova política de controlo das popula-ções de animais errantes, promovendo “o não abate” daqueles que estão nos centros de recolha oficiais.

O Governo é aconselhado a corri-gir as falhas existentes nos sistemas de registo dos animais, como o Sistema de Identificação de Caninos e Felinos (SICAFE), e a promover a articula-ção entre as várias bases de dados de identificação de cães e gatos. Entre as propostas da portaria, está a criação Os médicos sul-americanos foram con-

tratados ao abrigo de um Protocolo estabelecido entre os Ministérios da saúde de Portugal e Colômbia. Vão trabalhar nos Centros de Saúde de Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Silves, Albufeira, Loulé e Olhão, exer-cendo ainda funções nos Serviços de Urgência Básicos de Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António. “Os 13 profissionais que vão dar médico de família a mais 22 mil pessoas, estão já inscritos na Ordem, possuindo todas as habilitações necessárias para exercício livre da Medicina em Portugal”, escla-rece a ARS em comunicado.A entidade acrescenta ainda que o Ministério da tutela tem vindo a tomar medidas para colmatar a falta de médicos, entre elas o aumento das vagas no curso de Medicina e criação do curso na Universidade do Algarve; o aumento de médicos na especialidade de Medicina Geral; e por último a reor-ganização dos serviços através da cria-ção de Unidades de Saúde Familiar.

A última «Palavra Sexta à Noite», reali-zada na Casa dos Condes, a 8 de Abril, falou ao público sobre as causas que nos põem doentes. A conduzir este encontro esteve Soares Albergaria, médico de clínica geral e docente na Universidade da Terceira Idade de Faro. O médico evidenciou a importância do diálogo médico/doente, corroborada pelo edil de Alcoutim, que também marcou presença no serão. Ambos lamentaram que actualmente não se converse com os doentes, às vezes porque não há tempo, e outras porque não se quer, conduzindo a um uso excessivo de fármacos em patologias que facilmente poderiam ser dispensa-dos. O autarca exemplificou algumas das iniciativas concelhias na área da saúde para traduzir o benefício que o diálogo aberto com os pacientes e o

zando empresas, governos locais e uma extensa rede social virtual para garantir que o país estivesse represen-tado na maior acção mundial contra as mudanças climáticas. Tamanhos esforços fizeram com que famosos monumentos em Casablanca fossem apagados.Na Irlanda, em Dublin, o ministro do meio ambiente fez um discurso pela televisão ao qual assistiram 300 mil espectadores a partir de um grande hotel onde as luzes se apagaram. Na Inglaterra os destaques foram o Big Ben, o Palácio de Buckingham e o Número 10 da 10 Downing Street. As pessoas também se reuniram para ver Piccadilly Circus apagar as luzes, o que aconteceu apenas pela quinta vez desde a Segunda Guerra Mundial. Vários cidadãos de Londres juntaram-se na Praça de Trafalgar frente a um enorme relógio que lembrava a todos que, embora o tempo passe, ainda há tempo para agir.Recorde-se que a «Hora do Planeta» aconteceu a 26 de Março entre as 20h30 e as 21h30 e foi uma organi-zação da WWF. Em Portugal, 27 cidades participa-ram na iniciativa «Hora do Planeta» de 2011.

Consulte o vídeo: http://ea r thhour.panda .o rg/videos/2010/2/28/lights-out-in-lisbon.html

O médico Soares Albergaria despertou o público para a importância de exercitar o cérebro

conhecimento da sua realidade pode trazer.A questão lançou para o debate algu-

mas das causas das patologias, sobre-tudo as de foro psicológico, cada vez mais frequentes nos dias que correm.

A educação das crianças, a mudança de paradigma social, o abandono de costumes, valores e morais que asse-guravam determinada estabilidade social, foram algumas das vertentes da discussão, que se estendeu noite dentro. O autarca e médico Francisco Amaral evidenciou a falta de diálogo, o fim dos serões “ao pé do fogo”, as refei-ções agora partilhadas com a televisão, como fonte da ausência de diálogo e consequentes problemas de saúde ligados à depressão. Para o autarca, o combate passa por políticas culturais que estimulem o convívio e a activi-dade física, como bailes de acordeão e o recente campeonato municipal de futebol 11. Soares Albergaria trouxe ainda à tertú-lia alguns textos de diferentes autores e uma poesia de Miguel Torga, onde se notou a intenção de despertar o público para a importância de se exercitar o cérebro, que, ajuda a manter a saúde mental, prolonga a esperança de vida e estimula a literacia.

do conceito de “cão ou gato comuni-tário” para garantir a protecção legal dos animais cuidados num espaço ou via pública limitada cuja guarda, detenção, alimentação e cuidados médico-veterinários são assegurados por parte de uma comunidade local de moradores.

É também recomendada a adopção de meios eficazes de controlo da repro-dução, mas também o reforço da fisca-lização e o licenciamento dos centros de recolha oficiais de modo a assegu-rar que “são cumpridas as normas de saúde e bem-estar animal”. O Governo é aconselhado a disponibilizar meios para que estes centros tenham condi-ções de alojamento “adequadas” e rea-lizem tratamentos médico-veterinários, tal como “a esterilização dos animais errantes recolhidos”.

Contratação a abrigo de proto-colo entre Portugal e Colômbia

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COLABORADORES

A Formiga A SolidãoLembrar o Amor da vida

Ó Castro Marim sempre queridoAo lembrar o tempo de criança

Hoje como a lua já perdidaQue ficou-me de muita lembrança

à porta da minha avóEm noites quentes de Verão

Ao ouvir cantar os cucusHoje enche-me o coração

Vejo sombras por aí na terraQue me falam e não conheço

Vem percorrendo as nossas ruasMinha imagem de bem não mereço

As terras da minha IgrejaMuito altas e bem caiadas

As pessoas traídas vão sorrindoA quem vai passando na estrada

A cantar num rancho cantigasÉ lembrar saudades de recordações

Dançar todas as noites com raparigasAndar com elas nos nossos corações

Muitas não pensarão a saudadeMas quem seria que inventou

A primeira vez que alguém disse Essas pessoas certamente até chorou

É sina da pessoa bem sentidaDuma minha ave muito inquietaA dita ave foi fazer o seu ninho

Numa casa, mas no beiral do poeta.

António Victor Severo Martins

Como é possível que passados quase 40 anos da «Revolução dos Cravos», esta se encontre enfraque-cida. A Democracia está hoje à pro-cura de si própria e talvez de uma nova forma. Onde está a clareza e a exactidão dos símbolos anun-ciados? A tendência para uma unidade está contrariada pelo individualismo. O ser humano, sejam quais forem as convicções políticas, filosóficas ou religiosas merecem respeito. É com esse sentimento que estas linhas foram escritas. É fantástica a forma como somos enganados, quando ouvimos uma determinada pessoa falar, não sonhamos que todo o discurso foi estudado, não só o que dizem, mas a forma como o dizem, a postura, a voz, o olhar. A maioria de nós não sabe que está a ser levado, nada daquilo faz parte da personalidade do orador, tudo falso, mas á bom resultado. O ser humano pensa que tem a capacidade de tudo saber, quando chega lá, o falhanço é enorme, ai, até perde a capacidade de saber; que rumo? De que lado está a verdade. Tudo é feito de forma que

ilude o nosso cérebro. A primeira impressão vale muito, quer esteja certa ou errada, ai está a vitória dos políticos por exemplo. O ser humano está capacitado com o 6º sentido, aquela sensação, intuição que nos diz, se vamos fazer bem ou mal, mas perante uma argumentação tão forte, o cérebro fica confuso. Vê, mas não vê, ouve e não entende, cheira e confunde, apalpa e duvida. Será que tudo é uma ilusão? Mas eu tenho a minha personalidade! Então porque admiro este ou aquele que é tão diferente? Como proceder? Terá sido a minha vida um erro? Não tenho domínio nos meus senti-mentos? Tem sim. Mas não reze à noite, pois sonha que saiu de um sonho. Faça uma analise para o ano inteiro. Quando votar, não vá por partidos, estude o líder e os outros que com ele irão trabalhar. Não vá em cantigas de “eu vou fazer” pois nem eles sabem se poderão fazer. Os partidos não se importam com o que cada um pensa, têm a sua filosofia, obedecem a uma politica que vai para além de Portugal, nem eles sabem quem manda. Acabo como comecei quanto mais ouço, menos acredito e se quero

acreditar, faço uma divisão, quero dizer acredito em metade, faço o meu próprio resumo, mas como o meu cérebro é como os outros, por vezes acredito no lado errado.

Nota de referência - O CEREBRO - Obra citada enciclopédia Lello O CEREBRO O cérebro é uma massa de substân-cia nervosa, que ocupa o crânio. É a sede das sensações e o centro dos movimentos voluntários. O cérebro é o órgão mais importante do sistema nervoso e que, no ser humano, está alojado na caixa craniana. Tem vários pontos a que se deu o nome de localizações cerebrais que são a sede da audição, da visão, do gosto, da palavra ou dos membros superiores e dos membros inferiores. No homem, sulcado de numerosas saliências. O sangue é levado ao cérebro pelas duas artérias carótidas internas e pelas duas artérias cerebrais pos-teriores. O cérebro pode ser a sede de numerosas doenças, contando-se entre as principais a congestão, as hemorragias, o amolecimento e os tumores Pode até ser hipnotizado “sono provocado por meio de sugestão” que

pode ser levado ao estado catalép-tico. Hipnose, sono provocado por meios artificiais. Hipnotismo, con-junto dos fenómenos que constituem o sono arterial provocado. Processo de provocar esse sono: O hipnotismo favorece a sugestão. Desde Mesmer e especialmente depois de Braid, que deu ao meme-rismo e ao magnetismo animal o seu nome moderno, o hipnotismo fez progressos consideráveis. A escola de Salpêtrière, com Charcot, Richet,Féré etc, estabeleceram, estudando a sugestão, uma classificação e uma explicação cientifica de todos os factos observados. Distinguem-se o grande hipnotismo ou hipnose histérica e o pequeno hipnotismo. No grande hipnotismo observam-se em primeiro lugar, três fases: A letargia, a catalepsia eo sonambulismo provocado. Sono hipnótico é provocado pela fixação do olhar, a oclusão das pál-pebras, etc, enquanto que a catalep-sia é produzida pela projecção súbita de uma luz viva ou por um ruído intenso. O hipnotismo deu lugar a numerosas aplicações terapêuticas; emprega-se sobretudo, com êxito, no tratamento de doenças mentais. A prática do hipnotismo tem, contudo, muitos perigos. Nem todas as pessoas podem ser hipnotizadas; é preciso ter um sistema nervoso muito sensível e muito impressionável.

Manuel Tomaz

SegredoEu sei um segredo

Ma não o posso dizerNem dar a conhecer!

Eu sei um segredoQue me disse o mar

Mas não o posso contar!

Mas eu insistiE às águas pedi

Que me deixassem contarAos pássaros do arAos peixes do mar

Aos homens do lugarQue o meu segredo é amar…

Ilda Ferreira

Vê uma casa branquinhaE entra por baixo da portaUma pequena formigaCom humanos não se importa

Entra para a dispensaVai espreitar o grãoÉ pequena, mas pensaTão grande assim, não

Vai à prateleira Trepa-a devagarinhoVê o arroz à beiraE rouba um baguinho

Vai de marcha-a-réSempre de finca péAté ao seu buraquinhoMas ainda pede ajudaA meio do caminho

Vem de lá outra formigaQueres ajuda amigaResponde-lhe a primeiraIsto é uma canseiraO calor não findaUma ajuda á maneira É sempre benvinda

Comentários das formigas

Começámos na primaveraEspreitando as sementes da heraE chegámos à conclusãoBoa semente a do seseirão «erva daninha»

Vamos procurar num baldioOu até num rossioUma espiga de aveiaP´ro almoço e prá ceiaTrigo Rombo esse nãoJá está em extinção.

Mas junto à flor do cardoEstá uma espiga de centeioAntes dela entrar no fardoVamos dividi-la ao meio

Acarretá-la para o celeiroPara o nosso formigueiroÉ uma boa sugestãoAproveitar os meses de verãoChove o inverno inteiroFormiga com chuva não

Mas junto à flor do cardoEstá uma espiga de centeioAntes dela entrar no fardoVamos dividi-la ao meio

Acarretá-la para o celeiroPara o nosso formigueiroÉ uma boa sugestãoAproveitar os meses de verãoDepois chove o inverno inteiroFormiga...com chuva não

Já o dizia a ceifeiraA formiga é trabalhadeiraRouba a sementeda eiraPor ser pequena a formigaNão deixa de ter barriga.

É um insecto eleganteNuma corrida constante

Anjos .P. Silva

Chamavam-lhe «A Solidão» e com ela convivia,Apartada do Mundo e da família que partiu;

Os anos foram passando e, sozinha, envelheciaNa casa isolada onde nasceu à beira-rio

Muito jovem ainda casou, mas o marido adoecia;Contra a doença lutou, porém, não resistiu;

Foi definhando e, pouco anos depois, morria;Fica com três filhos p’ra criar, mas conseguiu.

Cresceram e a outras paragens ruaram, mas não os viu; Por países estrangeiros, os netos, também ficaram;

Seus bisnetos, a sua existência ignoraram.

Naquele ermo perdida, visita-a quando tem fome, um cão vadio;Ali, recorda os tempos de menina amada, que não voltaram,

Chorando desesperada, a situação de abandono, em que a deixaram.

Manuel Palma

Continuamos a Acreditar

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 29

PASSATEMPOS & LAZER

Quadratim - n.º83

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Jogo da Paciência n.º 89

“NOMES E APELIDOS”PORTUGAL é um grande país, já quase milionário, soberano e independente, mas pode e deve ser melhor, onde se viva com alegria e bem-estar. Para isso Portugal precisa de todos os cidadãos, homens e mulheres, crianças e adolescentes e de uma excelente comunicação social que informe com rigor, transparência e verdade, ao invés de notícias que provocam o pânico, a instabilidade emocio-nal nos cidadãos, principalmente nas classes mais desfavorecidas. Não deixe que decidam por si, por isso é necessário, que todos os cidadãos com direito a voto, votem no dia 5 de Junho.O seu voto é muito importante para Portugal, para si e para todos. Portugal depende de si e todos precisamos de Portugal!

Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro da sua mesa de voto - VOTAR!

A fritura é uma téc-nica culinária que utiliza a gordura como meio de transporte de calor, e é um processo rápido (minutos) devido às altas tempe-

raturas a que esta se encontra. Sendo pouco saudável, deve ser utilizada apenas esporadicamente, no entanto, é possível tornar esta técnica culinária num “mal menor”; pode-se minimizar a absorção de gordura se se respeitarem algumas regras durante a fritura, tais como:

1. Utilizar apenas óleos e outras gorduras que resistam bem a altas temperaturas, sem se degradarem. Óleos ricos em gorduras monoinsaturadas e saturadas: azeite, óleo de amendoim e banha;

2. O volume de gordura utilizado deve ser pelo menos três vezes o do alimento;

3. Não utilizar um óleo que, depois de quente, comece a libertar cheiro intenso e fumo escuro;

4. Aquecer bem o óleo a 160º-180ºC, e introduzir o alimento apenas quando o óleo estiver na temperatura certa;

5. Sempre que possível, secar bem o alimento antes de o introduzir no óleo quente, para evitar que a água à superfície deste faça baixar muito a temperatura do óleo;

6. Colocar pouca quantidade de alimento de cada vez, mais uma vez para não diminuir a temperatura óptima do óleo;

7. Quando retirar o alimento, deixar escorrer bem o óleo na escumadeira e colocá-lo sobre papel de cozinha absorvente;

8. Nunca juntar nova gordura a outra que já foi aquecida;9. Depois de arrefecer, filtrar cuidadosamente o óleo uti-

lizado;10. Não utilizar a mesma gordura mais de 3 vezes.

Regras para uma boa fritura

´ ´

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

Soluções Jogo da Paciência - n.º88

Ana Brásdietista

A Guadi agradece o cres-cente interesse demonstrado pelos animais que vivem no Centro de Recolha Animal – Canil/Gatil de VRSA.

Só com a vossa ajuda a Guadi poderá continuar esta difícil e incessante luta de ajudar os animais abando-nados e contribuir para a mudança das mentalidades,

no sentido de um dia todos compreendermos que o direito a viver em condições dignas não é apenas um direito humano.

Obrigado pelo vosso apoio !

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]

O uso racional dos medicamentos depende, em muito, do folheto que os acompanha. O folheto funciona como um documento de consulta, pois contém as principais informa-ções a reter pelo doente depois de deixar o médico ou a farmácia.

Através de um estudo realizado a DECO pôde concluir que, apesar de os folhetos serem vistos como um factor de segurança, muitos consumidores lêem-nos apenas na dia-gonal. Em termos globais, a informação nos folhetos é con-siderada difícil de compreender pelo consumidor comum. Para esta conclusão, contribuem diversos aspectos: lingua-gem técnica em excesso, textos confusos, superabundância de dados e má organização.

A apresentação gráfica também não convida à leitura: folhetos muito grandes criam a imediata sensação de um conteúdo aborrecido. Outro problema é a letra quase microscópica, em textos densos, que traz problemas a quem tem dificuldades visuais.

Para resolver estes problemas, a DECO quer rever folhe-tos com o INFARMED. O nosso estudo mostra que é possí-vel obter folhetos completos e legíveis. Estas são as nossas reivindicações:

- O folheto deve ser organizado pela seguinte ordem: identificação do medicamento, indicações terapêuticas, contra-indicações, posologia, efeitos adversos, precauções e outras informações;

- Os títulos informativos devem ser destacados com cor, sombreado ou negrito, para simplificar a procura de infor-mação;

- Os títulos devem estar sob a forma de perguntas uma vez que tornam o folheto mais compreensível;

- A linguagem deve ser simples, com frases curtas e aces-síveis, sem termos técnicos complexos;

- A posologia deve estar numa tabela pois torna a leitura mais imediata e evita erros.

Com estas mudanças, a DECO acredita que a segurança dos doentes sairá reforçada.

a GUADI apela

Susana Correiajurista

a DECO informa

“Os folhetos dos medicamentos são grandes e com letra demasiado pequena, dá vontade de desistir de os ler! A DECO não toma posição quanto a esta situação?”

1) Acácio2) Amorim3) Ana4) Angélica5) Faustino

6) Ilda7) Ivone8) Jácome9) Laurinda10) Leonel11) Matoso12) Olívia

13) Pires14) Rómulo15) Rosália16) Rosário17) Sandra18) Sara19) Vieira20) Viriato

Fémea+- 10 anos

Macho 6/7 anos

SebastiãoMacho adulto

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CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic: António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeitos de publicação que por escritura de 23 de Março de 2011, exarada a folhas 141 do Iivro de notas deste Cartório número 79 — A, Henrique Cavaco Pereira, divorciado, natural da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residente na Praceta do Lagar, n.° 1, 4.° Frente, freguesia de Casal de São Brás, concelho de Amadora, contribuinte fiscal número 139 699 775, declara-se dono e legítimo pos-suidor, com exclusão de outrém, do prédio urbano térreo com uma divisão, destinado a habitação, com logradouro, com a área coberta de trinta metros quadrados e descoberta de sessenta e três metros quadrados, confrontando do Norte com Alda Machado, do Sul com António Romeira, do Nascente com via pública e do Poente com António Custodio, sito em Tenência, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, inscrito na respectiva matriz, em nome do justificante, sob o artigo 2721, com o valor patrimonial tributável de dois mil cento e trinta euros, a que atribui igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim.Que entrou na posse do referido prédio, ainda no estado de solteiro (tendo posteriormente casado com Teresa de Jesus Carvalho sob o regime da comunhão de adquiridos, de quem se encontra divorciado), por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, por óbito de seu pai Henrique Pereira, casado que foi com Isabel Antónia sob o regime da comunhão geral, residente no dito sítio de Tenência; e que sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado ele, justificante, na posse do referido prédio, cuidando da sua manutenção e habitando-o, pagando contribuições e impostos, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacifica, porque sem violência, e continua, pelo que adquiriu o prédio por usu-capião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, titulo extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme:

Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca,Iote 1, r/c, aos 23 de Março de 2011

O Colaborador com competência delegada

Ao abrigo do art° 8 do Dec.Lei n° 26/2004 de 4/02(Carlos Eduardo Mendonça Viegas) ON nº 222/1

Conta registada sob o n° 543/2011

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte de Abril de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e quinze a folhas cento e de-zasseis verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quinze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: José Rita Custódio e mulher, Maria José Custódio, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, ela da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde residem, na Corte Pequena, Caixa Postal 21, contribuintes fiscais números 159 143 683 e 195 597 400, e pelos outorgantes foi dito, que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho:a) Prédio rústico sito na Portela dos Fortes, composto por amendoeiras, cultura arven-se, oliveiras e mato, com a área de catorze mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Alzinda Maria, a Sul com Manuel José, a Nascente com Amândio Martins e a Poente com Casimiro Agostinho, inscrito na matriz sob o artigo 17, secção DJ, com o valor patrimonial tributável de cento e trinta e dois euros e quarenta e quatro cêntimos, igual ao atribuído;b) Prédio rústico sito no Cerro Alto, composto por cultura arvense, com a área de oito mil e quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Horta, a Sul com herdeiros de Manuel Bento, a Nascente com Manuel José e a Poente com Casimiro Rosa, inscrito na matriz sob o artigo 221, secção DL, com o valor patrimonial tributável de cinquenta e cinco euros e cinquenta e nove cêntimos, igual ao atribuído; ec) Prédio rústico sito no Pomar, composto por cultura arvense, com a área de quatro mil e duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel José, a Sul com Casimiro Agostinho, a Nascente com Casimiro Rosa e a Poente com António Afonso, inscrito na matriz sob o artigo 54, secção DL, com o valor patrimonial tributável de vinte e sete euros e oitenta cêntimos, igual ao atribuído.Que atribuem aos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de duzentos e quinze euros e oitenta e três cêntimos.Que os referidos prédios lhes pertencem, por os terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta, feita a Agostinho Lourenço Mestre Pereira casado com Maria Dilar Mestre Cardeira sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Soudes, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem vio-lência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 20 de Abril de 2011.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no

artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 76/04Factura / Recibo n.º 2059

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte de Abril de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e dezanove a folhas cento e vinte verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quinze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Cláudia Maria da Costa Vicente e marido, David Almeida Vicente, casa-dos sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, onde residem, na Rua de Angola, n.º 31, contribuintes fiscais números 195 251 920 e 165 351 128, e pela outorgante foi dito, que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do direito a metade do prédio urbano sito na Rua de Angola, na cidade, freguesia e concelho de Vila Real de Santo António, composto por edifício térreo e logradouro, com a área total de cento e quarenta e seis metros quadrados, dos quais trinta e três são de área coberta, descrito na Conservatória do Registo Predial daquele concelho sob o número dois mil seiscentos e sessenta, conforme consta das inscrições AP. cinco mil e cinquenta e seis e AP. cinco mil e setenta e cinco, ambas de dezanove de Junho de dois mil e nove, inscrito na matriz predial sob o artigo 1095, com o valor patrimonial tributável de quatro mil novecentos e cinquenta euros, igual ao atribuído.Que no referido prédio se encontram ainda registadas:- a aquisição a favor de António Nóbrega Laborde, conforme inscrição AP. três, de trinta de Outubro de mil novecentos e trinta e quatro;- e ainda a aquisição, na proporção de dois dezasseis avos, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Maria Cecília Pires Perpétua, Catarina Cecília Perpétua, Edviges Perpétua e Maria da Conceição Neves dos Santos, conforme inscrição AP. mil setecentos e quarenta e sete, de dezanove de Agosto de dois mil e nove.Que, para além do dito direito a metade sobre o referido prédio, pertence ainda à primeira outorgante mulher, com exclusão de outrem, o direito a três oitavos do referido prédio, direito este que lhe adveio por usucapião, que expressamente invoca, por ocupar o imóvel há mais de quarenta anos, sem qualquer oposição, desde o início, sem interrupção e ostensivamente, na convicção de que também aquele direito sobre o prédio lhe pertencia, com conhecimento e acatamento de todos, pois desde que nasceu, tem vivido ininterruptamente no dito prédio, inicialmente com a sua avó Silvéria da Costa, casada que foi, sob o regime da comunhão geral, com o referido António Nóbrega Laborde, ora titular inscrito, em segundas núpcias dele, posteriormente com a sua mãe, Maria Assunção da Costa, perfilhada pelo referido António Nóbrega Laborde e que lhe sucedeu como única herdeira, e posteriormente com seu marido e filhos, desde mil nove-centos e oitenta e oito, ano em que se casou, e mil novecentos e oitenta e nove, ano do nascimento do seu primeiro filho, até à presente data, desfrutando do prédio como coisa própria, autónoma e exclusiva, dele retirando as vantagens de que é susceptível, pagando os respectivos impostos e nele praticando os actos materiais correspondentes ao direito de propriedade, na convicção de não lesar o direito de outrem, pelo que, desta forma, através desta posse pacífica, pública, contínua e de boa fé, adquiriu o dito direito a três oitavos indivisos do prédio por usucapião, o que expressamente invoca.Está conforme o original. Castro Marim, aos 20 de Abril de 2011.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/1, conforme despacho de autorização da

Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado

e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 81/04Factura / Recibo n.º 2062

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2011

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia vinte de Abril de dois mil e onze, de folhas cinquenta e três a folhas cinquenta e quatro verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e um – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: ANTÓNIO JOSÉ TOMÁS PIRES, NIF 104.625.112 e mulher ISABEL MARIA NUNES PIRES, NIF 104.625.120, ambos naturais da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua das Flores, número 13, Pereiro, Alcoutim, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, todos situados na freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a saber: a) Prédio urbano, sito na aldeia de Pereiro, composto por edifício térreo com um compartimento, destinado a armazém e a actividade industrial, a confrontar do norte e nascente com via pública, do sul com Barranco da aldeia e do poente com António Manuel da Conceição, com a área de trinta e quatro virgula cinquenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 1.058, com o valor patrimonial tributário e atribuído de QUATRO MIL NOVECENTOS E TRINTA E OITO EUROS E OITENTA E SETE CÊNTIMOS; b) Prédio rústico, composto por cultura arvense e leito e curso de água, sito em Charcão, a confrontar do norte e nascente com via pública, do sul com António Francisco Margarida e do poente com Ana Rita Romão Martins Silva, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 24 da secção 041, com o valor patrimonial tributário e atribuído de VINTE E SETE EUROS E NOVENTA CÊNTIMOS;c) Prédio rústico, composto por cultura arvense de sequeiro, oliveiras e leito e curso de água, sito em Horta do Cerro Pelado, a confrontar do norte com via pública, do sul e poente com herdeiros de Teodoro Martins e do nascente com Maria José Mendes Cavaco Guerreiro, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 14 da secção 042, com o valor patrimonial tributário e atribuído de CENTO E SESSENTA EUROS E SESSENTA E OITO CÊNTIMOS; d) Prédio rústico, composto por horta e leito e curso de água, sito em Pereiro, a confrontar do norte com Maria Catarina Palma, do sul e poente com José Manuel Silvério e de nascente com a via pública, com a área de cento e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 26 da secção 046, com o valor patrimonial tributário e atribuído de DEZ EUROS E SESSENTA CÊNTIMOS;e) Prédio rústico, composto por cultura arvense de sequeiro e leito e curso de água, sito em Pereiro, a confrontar do norte, sul e poente com via pública e do nascente com Maria Claudina Afonso Silvestre, com a área de cem metros qua-drados, inscrito na matriz sob o artigo número 61 da secção 049, com o valor patrimonial tributário e atribuído de OITO EUROS E DOZE CÊNTIMOS.Que adquiriram os prédios indicados nas alíneas a), d) e e), já no estado de casados, por lhes terem sido adjudicados em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta, por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito da mãe da justificante mulher, Maria Antónia, residente que foi no dito sitio de Pereiro. Que adquiriram os prédios indicados nas alíneas b) e c), também já no estado de casados, por lhes terem sido adjudicados em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta e cinco, por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito dos pais do justificante marido, José António Pires e Custódia Isabel, residentes que foram no dito sitio de Pereiro.Que desde esses anos possuem os prédios em nome próprio, cuidando e culti-vando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, utilizando o urbano e nele fazendo obras de conservação e reparação necessárias, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensiva-mente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, aos 20 de Abril de 2011

A funcionária por delegação de poderes;

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1)

Conta registada sob o nº. PAO 607/2011 Factura nº.0609

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2011

CARTÓRIO NOTARIAL DE VILA REAL DE SANTO ANTÓNIOA CARGO LIC. MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO,

NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO

Nos termos do Art° 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e um de Fevereiro de dois mil e onze foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e oito a folhas sessenta do Livro de Notas para Es-crituras Diversas numero quatro, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Albertino José Teixeira de Figueiredo e mulher, Maria do Rosário Reis Cortes Amaro Teixeira de Figueiredo, casados sob o regime da comu-nhão de adquiridos, naturais, ele de Angola, ela da freguesia e concelho de Almodôvar, residentes na Praça de Londres, número 11, 3° Esq., em Lisboa, contribuintes fiscais números 127 144 684 e 113 677 219, e César João Santos Gomes e mulher, Aurora Castilho Pereira Santos Gomes, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Alfezeirão, concelho de Alcobaça, ela da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, residentes na Rua D. Filipa de Vilhena, número 11, 3° esquerdo, em Lisboa, contribuintes fiscais números 103 410 252 e 154 380 920, que declararam serem donos e legítimos possuidores, na proporção de metade para os primeiros e igual proporção para os segundos, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Manta Rota, na freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, composto por parcela de terreno para construção urbana, com a área de duzentos e dois metros quadrados, a confrontar a Norte com arruamento de acesso, a Sul com domínio público marítimo, a Nascente e Poente com os próprios, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2742, com o valor patrimonial tributável atribuído de dez mil cento e dezasseis euros e oitenta e sete cêntimos.Pelos primeiros outorgantes foi dito:Que são ainda donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Manta Rota, na referida freguesia d0 Vila Nova de Cacela, composto por edifício de dois pisos e dois fogos e Iogradouro, destinados a habitação, com a área de duzentos e quarenta e nove me-tros quadrados, dos quais cento e catorze virgula setenta e cinco são de área coberta, a confrontar a Norte com arruamento de acesso, a Sul com domínio publico marítimo, a Nascente com o próprio e a Poente com a “Segredoásis, Lda.”, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2214, com o valor patrimonial tributável atribuído de setenta e seis mil seiscentos e setenta e nove euros e vinte e cinco cêntimos. Pelos segundos outorgantes foi dito: Que são donos e legítimos possui-dores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Manta Rota, na dita freguesia de Vila Nova de Cacela, composto por edifício de dois pisos e um só fogo e logradouro, destinado a habitação, com a área de duzentos e quarenta e nove metros quadrados, dos quais cento e seis virgula quarenta metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com “Segredoasis, Lda.”, a Sul com domínio público marítimo, a Nascente com herdeiros de José Luís Trinité Rosa, e a Poente com o próprio, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste conce-lho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 1875, com o valor patrimonial tributável e atribuído de catorze mil quatrocentos e quinze euros e setenta e um cêntimos. Que os referidos prédios, ainda como parcelas de terreno para construção, entraram na posse, respectivamente, dos referidos primeiros e segundos outorgantes por compras verbais, nunca reduzidas a escrito, a vinte e oito de Abril de mil novecentos e oitenta e um, feitas a Pedro José Serafim e mulher, Clementina Maria Nogueira Serafim, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Avenida du Bocage, n° 61, 2. ° direito, no Barreiro. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacifica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extraju-diciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original:

Vila Real de Santo António, aos 21 de Fevereiro de 2011.A Colaboradora,

(Joana Isabel da Silva de Gouveia e Sousa)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/2, conforme despacho de autorização da Notária supra citada, publicado a 01.02.2011, no portal da Ordem dos Notários, srmos do disposto no artigo 8° do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de

Janeiro)

Conta registada sob o nº 106/02 Factura/ Recibo nº 860Jornal do Baixo Guadiana, 01 Maio 2011

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | MAIO 2011| 31

DESPORTO

«Challenge» com mais atletas em Castro Marim

Numa organização do Clube Recrea-tivo Alturense e da Xistarca [empresa de serviços na área desportiva], o concelho de Castro Marim, de 22 a 24 de Abril, foi palco do «Challenge de Corrida Algarve 2011». Foi uma forma diferente de passar a Páscoa no Algarve: a praticar desporto.

Este foi o 2º ano consecutivo do evento no concelho castromarinense que reuniu muitos mais participantes; 190 com precisão, desde o Algarve, correndo todo o país e até da vizinha Espanha. Foram na realidade três dias e três propostas diferentes de corri-das numa competição original que se desenvolveu em três superfícies: corta-mato, praia e estrada e em três distâncias diferentes. Um desafio para os atletas e também para os amantes da corrida, que puderam participar na totalidade das provas, ou apenas numa.

O Challenge teve início no dia 22 de Abril, com a Corrida de Corta-Mato, na vila de Castro Marim,

numa distância de 8 Km; o segundo foi dedicado à Prova de Praia em Altura numa distância de 5 km. E a encerrar, no dia 24 de Abril, Dia de Páscoa, a Meia-Maratona Castro Marim- Altura -Castro Marim, numa distância de 21.097 Km, com a par-ticipação de uma centena e meia de Atletas, representando as principais equipas nacionais de atletismo.

Feitas as contas o vencedor do Corta-mato foi Rui Muga do FC Mogadourense, seguido de perto pelo atleta Bruno Paixão do AC Portale-gre, apenas 4 segundos separaram os dois primeiros. No sector feminino a vencedora foi Vera Nunes do SL Benfica com o tempo de 17.08 segun-dos. Manuel Ferraz do CR Alturense, atleta da casa foi o Vencedor da Meia Maratona e do Challenge. Conheça os resultados em: www.xistarca.pt

De acordo com a Xistarca o evento superou as expectativas iniciais. “O Challenge bateu o recorde de inscri-tos da edição anterior e congregou

A competição foi renhida e sem dúvida um desafio diversificado para os amantes da corrida que participaram em três superfícies: corta-mato, praia e estrada.

Challenge 2011 bateu recorde de inscritos em prova algarvia

Vaqueiros vence Municipal de Futebol 11

«II Campus de Guarda-Redes» em Junho

A equipa «Clube Desportivo de Vaquei-ros» ganhou a final do Campeonato Municipal de Futebol 11 de Alcoutim, disputada no dia 10 de Abril contra a equipa «Restaurante O Soeiro».

Esta terceira edição do Campeo-

A Actividade da Associação Escolinha de Guarda-Redes de Futebol Luís Rodrigues não cessa no seu empenho por melhorar, formar e fazer crescer os desportistas, nomeadamente os Guarda-Redes.De 26 de Junho a 2 de

Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma edição do «Futebolân-dia»! Tenho vários temas para abordar, mas o principal é uma dúvida que me assiste e quero partilhar convosco. Quem é que tem verdadeiramente o único frango com “cocorocó”? Uma superfície comercial conhecida ou o Benfica com o guarda-redes Roberto?

O guarda-redes do Benfica teve pelo menos quatro fran-gos com “cocorocó”, o último dos quais frente ao PSV na Liga Europa; é com cada um que muito dificilmente alguém con-segue ter o verdadeiro frango com “cocorocó” a não ser o Benfica.

Agora, gostaria de falar de dois temas que nada têm a ver com futebol, mas com os quais fiquei surpreendido e preocu-pado. O primeiro tem a ver com um agente da PSP que obteve um louvor por fazer arranjos e centros de mesa durante dezassete anos e, ainda por cima, com flores do jardim do posto… Quando soube desta notícia fui invadido pela tris-teza. Desde pequenino que tinha a ideia que os polícias recebiam louvores por apanhar “bandidos” ou coisa parecida; afinal é por serem floristas.

O outro tem a ver também com a PSP. Soube através das notícias que nem têm dinheiro para papel higiénico; já come-cei uma campanha de angaria-ção do dito papel, eu ofereço pelo menos quatro rolos, nestes momentos difíceis não pode-mos deixar que os agentes da autoridade não tenham acesso à “celulose”.

Resta-me desejar as felicida-des ao Porto, Braga e Benfica por fazerem história na Liga Europa, só por isso dá gosto ser português!

Um abraço do tamanho do Mundo e até à próxima!!!

Eusébio Costa, radialista e estudante de ciências da comunicação

[email protected]

crónica

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

Nesta edição do JBG fazemos um balanço do ciclismo e as suas moda-lidades no Baixo Guadiana.Já com a época a decorrer, são vários os grupos, clubes e atletas a represen-tar o Baixo Guadiana das diferentes modalidades que compõem o ciclismo (Ciclismo de Estrada ao BTT, Ciclo-turismo e DownHill) e nas diferentes

provas que se disputam por todo o país, e mesmo além-fronteiras.Como maior destaque, e que levam as cores do Baixo Guadiana mais longe, estão os ciclistas profissionais de estrada, Ricardo Mestre (natural da Cortelha), Samuel Caldeira (Manta Rota) e Amaro Antunes (VRSA). Mas não menos importantes são todos aqueles que pedalam nas estradas dos três conselhos algarvios que partilham o rio Guadiana. Esta época registados na Associação de Ciclismo do Algarve estão oito clubes entre os quais, o

Nuc Sport de Vila Real Stº António, Campesino R. F. Clube ( Castro Marim), Casa do Benfica de VRSA, Clube Recreativo Alturense (Altura - Castro Marim), Grupo Desportivo Os Galitos (VRSA), Grupo D. R. C. Leões do Sul F. C. (Castro Marim), Clube Cicloturismo Águias do Guadiana (VRSA) e Moto Clube do Guadiana (VRSA). Para além destes clubes também os Inter-vivos, naturais de Alcoutim, têm um papel fundamental na modalidade na região. De salientar no passado mês de Abril a excelente e prestigiante vitoria obtida por Amaro Antunes, em Itália ao ser-

viço da selecção nacional, onde venceu a ultima etapa da Volta a Toscana e onde terminou num honroso 10º lugar da geral.Nas próximas edições vamos dar des-taque aos eventos e resultados mais significantes da região e dos seus atle-tas, esperando promover este óptimo desporto e os seus intervenientes. No mês de Maio vai disputar-se a prova da Taça de Portugal de estrada (Grande Premio Restaurante Alpen-dre) para Elites e Sub23 que se realiza no dia 21 de Maio, com partida junto ao Restaurante Alpendre em plena N125, e chegada a Vila Nova de Cacela. Esta prova vai trazer os melhores ciclistas do panorama nacional e vai passar por várias freguesias do Baixo Guadiana.

ainda mais participantes para a Meia Maratona de Castro Marim, o que é pouco usual nas provas algarvias”, disse a empresa caracterizando o evento como uma «verdadeira

Julho de 2011, vai decorrer no Com-plexo Desportivo de VRSA, o II Campus de Guarda-Redes. Esta iniciativa tem por base a aprendizagem de novos métodos de treino. Os participantes devem ter idades compreendidas

nato Municipal de Futebol 11 contou com a participação de cerca de 50 jovens do concelho de Alcoutim, que durante vários Domingos disputaram a vitória no campo de relva sintética da vila.

entre os 8 e os 12 anos e o mínimo de guarda-redes inscritos deverá ser 15 e o máximo 40.De 27 de Junho a 1 de Julho, decorre também no Complexo Desportivo de VRSA, o II Clinic de Treinadores de

Guarda-Redes, que consiste na recolha prática de formação para treinadores. O máximo permitido é 10 treinado-res.Consulte mais informação em: www.escolinhaguardaredes.com

aventura». Recorde-se que O Chal-lenge da Corrida Algarve 2011 contou com o apoio da câmara municipal local e a Associação de Atletismo do Algarve.

Amaro Antunes ganhou em Itália

Humberto Fernandes

50 jovens participaram no torneio

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Não deixe correr a água enquanto lava os dentes ou faz a barba; abrir e fechar a torneira várias vezes é melhor do que deixar correr água sem necessidade. Quando está a tomar banho ou duche feche a torneira enquanto se ensaboa, pois poupará muita água. Prefira o duche ao banho de imersão.

Com idades entre os 7 e os 12 anos o Mundialito de Futebol Juvenil 2011 reuniu o maior número de atletas de sempre, com 3500 pequenos desportistas que de 16 a 23 de Abril deram cor, emoção e muitos golos ao imenso público nas bancadas.

Com um número recorde de participantes (mais mil que em 2010), o torneio de sete infantil recebeu mais de 600 jogos nos escalões pré-escolar, escola e infantis. Este ano Vila Real de Santo António dividiu o palco dos jogos com a cidade vizinha de Ayamonte, visto que este ano houve mais 30 equipas em campo. Não obstante, é VRSA que continua a receber as cerimónias de abertura, entrega de prémios e finais. O Estádio Ciudad de Aymonte acolheu em dois campos uma centena de jogos, já os 14 relvados de VRSA receberam 521 jogos.

Para o evento foi feito um investimento de um milhão de euros, verba que a organização viu compensada através de inscrições e patrocínios, visto que a autarquia pombalina retirou 25% do apoio financeiro ao evento. Face a tantos atle-tas o número de visitantes presentes entre as cidades anfitriãs atingiu as 10 mil pessoas. O edil Luís Gomes enfatizou a prova como «um cartão-de-visita turístico» sem precedentes na região e que este ano esgotou a capacidade hoteleira do concelho.

A edição de 2011 do Mundialito voltou a contar com equipas da ribalta, como o FC Barcelona, Real Madrid de Espanha, Ben-fica, Sporting, Porto, Ajax (Holanda), AC Milan (Itália), Everton (Ingalterra), Spartak Moscovo (Rússia), Vasco da Gama (Brasil) e equipas da África do Sul e Guiné-Bissau, entre muitas.

Da final resultaram as vitórias do S. L. Benfica, Sevilha F.C. e Sporting Clube de Portugal, nas categorias de infantis, esco-las e pré-escolas respectivamente. De salientar que no desfile inaugural das equipas a mensagem de Paz no mundo fez-se notar pelos mais pequenos.

No total foram 30 países com atletas de 170 clubes desportivos na 18ª edição do evento, realizada pela 5ª vez em solo pombalino.

3500 pequenos atletas no Mundialito

Cartoon ECOdica

Sotavento Algarvio

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Celebrou-se Abril com mais força em 2011. Mais vozes unidas por uma comemoração que nos faz pensar nos ideiais nobres da liberdade e democracia.

FMI está em Portugal. Portugal vive o pior resgate de sempre. As dificuldades já sentidas vão agudizar-se mais nos próximos anos.

Em 2011 a adesão à iniciativa «Hora do Planeta» duplicou. Mostra que os portugueses estão mais sensibilizados e conscientes das questões ambientais.