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Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais Ano I - Edição 03 Tiragem: 4.700 2 1 d e Ag osto de 20 09 Aposentados pressionam pelo fim da cobrança previdenciária Páginas 3 e 7 Ação pede aposentadoria especial para trabalho insalubre ou periculoso Página 3 Direção do Sindicato vai atuar de forma coletiva Página 3 Reunião da Fenajufe suspende luta por carreira e limita campanha à revisão do PCS Sindicato considera um erro a decisão, que contraria proposta aprovada na assembleia de Minas; mas convocará as mobilizações e defenderá que a tabela base seja a aprovada pela categoria e que o vencimento básico seja valorizado Páginas 4 e 5 Economista mostra que tribunais têm como remanejar saldos para pagar passivos Página 8 Renato Araújo Sindicato leva reivindicações de Minas ao TRF-1 em Brasília Página 6 Sindicato na audiência no TRF-1 O economista Washington Lima Servidores de Minas, junto com outras bancadas, votam na reunião ampliada, em Brasília, onde defenderam a proposta de plano de carreira, que inclui revisão salarial, conforme aprovado na assembleia geral da categoria

Jornal do SITRAEMG nº03 - 2010

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Reunião da Fenajufe suspende luta por carreira e limita campanha à revisão do PCS

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Page 1: Jornal do SITRAEMG nº03 - 2010

Sindicato dos Trabalhadores do Poder

Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais

Ano I - Edição 03Tiragem: 4.700

21 de Agosto de 2009

Aposentados pressionam pelo fim da cobrança

previdenciáriaPáginas 3 e 7

Ação pede aposentadoria especial para trabalho insalubre ou periculoso

Página 3

Direção do Sindicato vai atuar de forma

coletivaPágina 3

Reunião da Fenajufe suspende luta por carreira e limita campanha à revisão do PCS

Sindicato considera um erro a decisão, que contraria proposta aprovada na assembleia de Minas; mas convocará as mobilizações e defenderá que a tabela base seja a aprovada pela categoria e que o vencimento básico seja valorizado

Páginas 4 e 5

Economista mostra que tribunais têm como remanejar

saldos para pagar passivos

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Sindicato leva reivindicações de Minas ao

TRF-1 em Brasília

Página 6Sindicato na audiência no TRF-1

O economista Washington Lima

Servidores de Minas, junto com outras bancadas, votam na reunião ampliada, em Brasília, onde defenderam a

proposta de plano de carreira, que inclui revisão salarial, conforme aprovado na assembleia geral da categoria

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2ANO I - EDIÇÃO 03

JORNAL DO SITRAEMG

OPINIÃO DO SITRAEMG Aposentados prestigiam a primeira reunião do segmento na atual gestão

Sindicato destaca importância dos aposentados nas lutas da categoria, como na luta pela paridade e

isonomia; próxima reunião será dia 27

Cerca de 30 pessoas participa-ram da primeira reunião mensal dos aposentados e pensionistas da atual gestão, realizada em 30 de julho, na sede do SITRAEMG. As diretoras Etur Zehuri e Gilda Fal-coni, responsáveis pelo Núcleo de Aposentados, saudaram os colegas presentes. Gilda Falconi falou sobre o andamento das PECs de interes-se dos servidores públicos aposen-tados e pensionistas em tramitação no Congresso Nacional. Foi ainda realizada uma dinâmica de grupo para integrar os filiados e discutir as perspectivas do segmento para os próximos dois anos.

O presidente do Sindicato, Ale-xandre Brandi, ressaltou a impor-tância da união do segmento. Fa-lando sobre questões de interesse de todos os servidores, destacou o Plano de Carreira, salientando que são grandes os entraves que estão sendo encontrados na luta pela aprovação da proposta de pro-jeto de lei para criação do plano, e

Atentado ao trabalho

APOSENTADOS E PENSIONISTAS

A pandemia no Brasil sem-saúde

Em tempos neoliberais, a Justi-ça do Trabalho, leis e direitos tra-balhistas são alvos frequentes de ataques por parte de governantes e setores empresariais. Desde a ten-tativa de extinção pura e simples da JT, passando pela flexibilização de direitos, até a mudança nas leis trabalhistas.

Estamos dian-te de mais uma dessas investidas: o fechamento de varas trabalhis-tas, determinado pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), com volume de processos supostamente bai-xos, o que em Minas Gerais pode atingir a JT em cinco municípios

A pandemia de gripe A, co-nhecida como gripe suína, expõe dois aspectos graves relacionados à saúde: a crônica deficiência de nossa rede hospitalar pública; e a indefensável relação mercantil que faz com que laboratórios privados faturem alto em meio a tragédias humanitárias.

Não bastasse isso, à população brasileira são impostas medidas no mínimo duvidosas, quiçá crimi-nosas, como a tentativa inicial de tratar a nova gripe como se fosse a gripe comum, a restrição na oferta de oseltamivir, nome genérico do Tamiflu, que pa-rece abrandar os efeitos do vírus A (H1N1), a pouca prioridade dada à produção da vacina para gripe suína e a demora no reconhecimento da gravidade da situação.

Tais políticas têm conseqüência práticas e foram dolorosas para a família do estudante paulista Re-nan Esteves. Jovem saudável até então, ele faleceu no dia 10 de julho vítima da gripe apesar de ter tido assistência médica. Não recebeu a medicação indicada para combater

- Guanhães, Unaí, Patrocínio, Con-gonhas (2ª VT) e Aimorés.

O desrespeito aos direitos tra-balhistas no Brasil é gigantesco, a fiscalização é precária, não há ce-leridade na Justiça. A ordem do CSJN de extinguir varas trabalhis-tas diante deste quadro ganha ar

de atentado ao trabalho, que a administração do TRT não pode le-var adiante.

O movimento contra a extinção

das varas trabalhistas é de todos, não só dos servidores agora atin-gidos. Afinal, a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores é de to-dos nós.

A luta contra a extinção de varas trabalhistas

também é dos servidores de todos os tribunais

A gripe suína expõe a crise da saúde pública e a busca do lucro em meio a perda de vidas humanas

o vírus e nem foi submetido logo ao exame específico porque não se encontrava, àquela altura, no gru-po de risco: não estivera no exte-rior e nem mantivera contato com viajantes. O hospital alega que, naquele momento, a orientação do Ministério da Saúde era de que o vírus ainda não circulava livremen-te pelo país, o que descartaria a gri-pe suína.

A epidemia já fez mais de 380 mortos no país. O vírus pode atin-gir milhões nas próximas sema-nas. Algumas medidas apontadas por epidemiologistas nos parecem

e m e r g e n c i a i s para enfrentar o problema: dispo-nibilizar a medi-cação para todos, como fizeram o Chile, a Ingla-terra, os EUA e

outros países; quebrar a patente do remédio e produzi-lo (não é admissível que seres humanos te-nham que morrer para preservar os lucros da multinacional Rocha); vacinar a população; convocar pro-fissionais de saúde aprovados em concursos para melhorar a capaci-dade de atendimento do SUS, já tão deficiente em tempos normais.

defendeu a proposta aprovada na XV Plenária Nacional como a que melhor atende aos anseios da cate-goria.

As diretoras do Núcleo de Apo-sentados fizeram uma avaliação po-sitiva da primeira reunião. “Fiquei satisfeita com a presença expressiva de aposentados e percebi que todos estão muito motivados e dispostos a continuar na luta pelas nossas causas comuns”, disse Etur. Gilda Falconi destacou que esse tipo de reunião acontece desde o início das atividades do Sindicato e explicou o porquê da resposta positiva dos colegas aposentados ao convite para a reunião: “Preparamos este encontro com muito carinho”.

As reuniões dos aposentados e pensionistas são realizadas sempre na última quinta-feira do mês, às 15 horas. A próxima será no dia 27 de agosto, na sede do Sindicato. Todos estão convidados.

SITRAEMG - Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais •Endereço Rua Euclides da Cunha, 14 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-010 •Telefones (31) 4501-1500 ou 0800.283.4302 •Site www.sitraemg.org.br •Diretoria Colegiada

Alexandre Brandi, Alexandre Magnus, Célio Izidoro, César Augusto, Etur Zehuri, Eva do Nascimento, Fernando Neves, Gilda Falconi, Luiz Fernando, Mário Alves, Mauro Sales, Sebastião Edmar •Reportagens

Generosa Gonçalves - Mtb 13265 e Gil Carlos Dias (colaboração Hélcio Lourenço Duarte Filho - Mtb JP16379RJ) •Edição Gil Carlos Dias - Reg.

Mtb. MG 01759 •Projeto Gráfico e Editoração Flávio Faustino

EXPEDIENTE

Por Generosa Gonçalves Da Redação do SITRAEMG

Os aposentados e pensionistas se confraternizaram com antigos colegas e conheceram a atual diretoria do Sindicato

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3JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

o qual “Aquele que, sem justa causa, se enriquecer a custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamen-te auferido, feita a atualização dos valores monetários”, e o artigo 4º da Lei 112/90, que diz que “é proibi-da a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei”.

APOSENTADORIA

Sindicato vai ao STF por contagem especial para trabalho insalubre ou periculoso

Servidores filiados podem reivindicar diferenças por desvio de função

Mandados de injunção abrangem servidores filiados ao Sindicato; não filiados devem se associar já para serem incluídos

Cumprindo o compromisso as-sumido pela Diretoria Colegiada do SITRAEMG e corroborado pela categoria durante assembleia geral realizada em Juiz de Fora, em 18 de julho, a assessoria jurídica do Sindi-cato impetrou, no último dia 31, no Supremo Tribunal Federal (STF), mandados de injunção pleiteando aposentadoria especial para os filia-dos que atuam como agente de se-gurança e oficial de justiça, por pe-riculosidade, ou que trabalhem em serviços insalubres.

O processo em que é pleitea-da a insalubridade (MI 1653) teve movimentação no dia 18 de agosto. Foram expedidos ofícios ao Senado, Câmara dos Deputados e Presidên-cia da República para informações a respeito do pleito. Após o protocolo das manifestações, o processo deve-rá ir à conclusão, para decisão.

Só terão direito a essas ações os servidores que forem filiados ao Sindicato. Quem ainda não é filiado, mas quer usufruir desse benefício, deve se filiar o mais rápido possível.

Detalhes das ações Agentes de Segurança/Ofi-

O SITRAEMG está pronto para ajuizar ação reclamando diferenças decorrentes de desvio de função. Mas os filiados interessados devem, primeiro, entrar em contato com o Jurídico do Sindicato para saber se sua situação se enquadra em casos de desvio de função. Caso se encai-xe, receberá do Jurídico as orien-tações e a relação de documentos necessários para entrada de docu-mentos necessários ao processo.

As explicações sobre essa ação foram dadas pela advogada Elaine Ferreira, da assessoria jurídica do SITRAEMG, durante a palestra “Desvio de função e Súmula 378 do STJ“, proferida por ela no Sábado Jurídico promovido pelo Sindicato, no dia 18 julho, em Juiz de Fora. A ação visa ao recebimento de dife-

A proposta de ajuizamento de ação pela aposentadoria especial foi aprovada pelos filiados na AGE realizada em Juiz de Fora, em julho

A advogada Elaine Ferreira explica a ação sobre “Desvio de Função”, em evento do

SITRAEMG em Juiz de Fora

ciais de Justiça - Os mandados de injunção se fundamentam no estabele-cimento de critérios dife-renciados para a obtenção de aposentadoria especial para os servidores que exercem atividades de risco, conferido pelo artigo 40 da Constituição Federal - porém, no caso dos servidores, ainda carente de regulamentação. O STF pode suprir a lacuna e regulamentar a aposentadoria especial para os fi-liados do Sindicato. O pedido é para que a aposentadoria seja per-mitida com 15 anos de atividade de risco, ou 20, caso este não seja deferido. Para os oficiais de justi-ça, o número do mandado de in-junção é MI 1655 e tem como re-lator o ministro Joaquim Barbosa. No caso dos agentes de segurança, o número é MI 1654 e tem como relatora a ministra Carmen Lúcia.

Insalubridade - Pede a apo-sentadoria especial para os filiados que trabalham em condições insa-lubres. Tramita com o número MI 1653 e tem com relator o ministro Ricardo Lewandowski. Também se fundamenta na previsão do arti-go 40 da Constituição, não regula-mentado. A hipótese mais comum é a dos servidores que trabalham em ambientes insalubres. Confor-me o agente insalubre, o servidor teria direito a se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de atividade, sem necessidade de tempo com-plementar.

renças de vencimento decorrentes de atividades realizadas pelos servi-dores fora das atribuições inerentes ao cargo no qual é lotado em um dos tribunais do Judiciário Federal, ou seja, em desvio de função.

Segundo a advogada, o desvio de função tem sido analisado pela justi-ça brasileira sob alguns aspectos po-lêmicos. Porém, a Súmula 378, do Superior Tribunal de Justiça, asse-gura que “reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferen-ças salariais decorrentes”. Ela tam-bém enumera decisões nesse senti-do proferidas pelo STJ, anteriores à súmula, citando, entre outras, seis favoráveis ao estado do Rio Grande do Sul e uma ao Amapá.

Ainda entre os dispositivos le-gais em que se baseia a ação, estão o artigo 884 do Código Civil, segundo

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Decisão favorável na ação por isenção de IR

de "creche"

Direção do Sindicato atuará de forma

colegiada

ESCLARECIMENT0

Foi publicado no dia 24 de ju-lho o acórdão da Sétima Turma do TRF da 1ª Região com decisão que reconhece a ilegalidade do descon-to do Imposto de Renda sobre as parcelas denominadas auxílio-cre-che e/ou auxílio pré-escolar nos contracheques dos filiados do SI-TRAEMG que recebem tais bene-fícios. A decisão determina, ainda, a restituição dos valores indevida-mente recolhidos.

A União pode recorrer ou não.

Cumprindo compromissos as-sumidos na campanha eleitoral, a atual diretoria do SITRAEMG informa que atuará de forma co-legiada ao longo dos dois anos de gestão e convida a todos para suas reuniões semanais que se realizam sempre às sextas-feiras, às 15 ho-ras, na sede do Sindicato.

Nas reuniões, os diretores dis-cutem e deliberam sobre os as-suntos pautados na semana. A execução do que é deliberado fica a cargo das diretorias setoriais: de Administração, Finanças e Pa-trimônio; Jurídica; de Formação Sindical e de Políticas Sociais; de Saúde e Qualidade de Vida (Nú-cleo de Aposentados); e de Co-municação. O objetivo é instaurar modelo democrático e transparen-te de gestão.

A Diretoria Colegiada do SI-TRAEMG entende que a dispo-nibilização de diárias em hotéis da capital para filiados do interior não condiz com a política sindical. Por esta razão, decidiu suspendê-la logo no início da atual gestão com a finalidade de estudar detalhada-mente o regulamento e os custos decorrentes deste benefício. Pos-teriormente, após análises e ma-nifestações de filiados, resolveu retomá-la, porém com redução no número de diárias e em hotéis me-nos dispendiosos. Esclarecemos, ainda, que o assunto deverá ser le-vado para discussão em assembleia a ser marcada.

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4 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

Luta por carreira é suspensa e servidores de Minas cobram respeito às decisões da categoria

‘Vamos construir as mobilizações e defender a tabela da categoria’

Reunião ampliada da Fenajufe muda decisão da plenária estatutária e aprova prioridade só para revisão do PCS; mobilização nacional é marcada para 10 de setembro

A reunião ampliada da federa-ção nacional, realizada em Brasília, aprovou por maioria a proposta do setor majoritário na direção da Fenajufe de priorizar a luta pela revisão salarial e deixar o plano de carreira para outro momento.

O tema polarizou o encontro que reuniu quase 140 delegados representando sindicatos de todo país nos dias 15 e 16 de agosto. O SITRAEMG participou com nove delegados e dois observadores. Os trabalhadores aprovaram organi-zar, em 10 de setembro, um Dia Nacional de Luta.

Prosseguir com a luta pela car-reira, que inclui revisão salarial, defendida por servidores e sindi-

Os defensores do plano de car-reira da categoria lamentaram a decisão que arquivou esta luta, mas reafirmaram que vão construir as mobilizações. Não só pela revisão salarial, mas também por propostas que resgatem pontos do plano de carreira, como combater o assédio moral e valorizar o vencimento base e não gratificações e funções comis-sionadas.

Os representantes do SITRAEMG na reunião ampliada

da Fenajufe

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Por Hélcio Duarte FilhoEnviado a Brasília pelo Luta Fenajufe

catos que integram o movimento Luta Fenajufe, obteve 49 votos, contra 82 do texto aprovado.

Os debates foram marcados por duras críticas aos representan-tes dos trabalhadores na Comissão Interdisciplinar criada pelo STF para tratar do plano de carreira, Ramiro Lopez (Fenajufe) e Rober-to Policarpo (Sindsjus-DF).

O servidor Claudio Klein, diretor da federação, defendeu mudar a comissão de negociação, ampliando-a, e propôs o que cha-mou de “programa mínimo” para atuação da diretoria da Fenajufe: “respeitar as decisões das instân-cias” da categoria.

A crítica deve-se ao fato de os

representantes dos servi-dores, do setor majoritá-rio que controla a Fena-jufe, terem tido consenso com a proposta formula-da pelos assessores dos tribunais na Comissão Interdisciplinar. Contra-riaram, assim, a plenária estatutária de junho, em Manaus, quando se apro-vou o plano de carreira a ser defendido nacional-mente.

‘Carreira é uma resolução da

categoria’

“[Eles] tinham que dizer: não, nós temos plano de carreira para entrar em debate, não rebaixar o debate”, criticou Saulo Arcangeli, dirigente da

Fenajufe e servidor do Maranhão.

No primeiro dia da reunião, muitos servidores se pro-

nunciaram a favor do plano de car-reira. Quem defendia deixar a car-reira para depois alegava que não havia tempo hábil para aprová-la no Congresso Nacional e que é preciso amadurecer algo consen-sual na categoria sobre o tema.

A proposta de carreira, no entanto, foi finalizada em junho com consenso na plenária esta-tutária. Já o problema do tempo era contestado com o argumento de que o item mais difícil de se aprovar num projeto de lei são os recursos orçamentários, e não os demais. “Não estamos defendendo proposta de um grupo, [mas] uma resolução da plenária estatutária, uma resolução de nosso Congres-so [em Gramado]”, disse Ana Lui-za Gomes, servidora de São Paulo e ex-diretora da federação.

“Vamos defender que a revisão seja pela tabela do nosso plano de carreira e questões como assédio moral, terceirização, nepotismo”, disse Paulo Rios, dirigente da fede-ração. O servidor Alexandre Brandi, dirigente do SITRAEMG, criticou o resultado que “passa por cima de uma decisão da plenária da catego-ria”, mas ressaltou que o Sindica-to convocará as mobilizações, sem

abandonar aspectos defendidos no plano de carreira.

Também diretor do Sindicato, Alexandre Magnus viu com tristeza o que ocorreu. “Na assembleia de Minas Gerais os servidores decidi-ram por unanimidade apoiar o plano de carreira aprovado pela categoria, pelos 28 sindicatos, que já discutiam há mais de dois anos”, recordou. Agora, disse, é preciso tentar avan-çar na proposta, “apesar das perdas”.

Para o diretor do SITRAEMG Mário Alves, é necessário divulgar o que lamentavelmente aconteceu em Brasília, mas é preciso organi-zar os servidores para melhorar a proposta que está em pauta: “Sem mobilização não vamos conseguir nada, vamos continuar brigando e mostrando que pode ser melhor”. O próximo passo é preparar o Dia Nacional de Luta, 10 de setembro. Dois dias depois, acontece nova reu-nião ampliada. (HDF)

Os diretores da federação Klein, do Luta Fenajufe, e Policarpo (primeiro plano, do setor majoritário da direção da Fenajufe) fazem contagem de votação na reunião; ao fundo, servidores, incluindo representantes de Minas, protestam com "nariz de palhaço" pelo desrespeito aos fóruns de decisão da categoria

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5JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

“O movimento só está inician-do, mas com a união da cate-goria e a pres-são corporati-vista e política dos sindicatos, aguardamos

um final promissor para o novo pla-no”

Hernani Cardoso Mares, Justiça Federal/BH

“Apoio a mobilização do SITRAE-MG em defesa da proposta aprovada na XV Plenária Nacional, por esta valorizar a questão da pa-ridade e tam-bém o comba-te ao assédio moral, fato que tem sido verificado constantemente no Judiciário”

Paulo Márcio, TRE/MG

Pontos principais da resolução aprovada na reunião da Fenajufe

NOTAS

- Garantir a revisão salarial e a con-tinuidade do debate sobre a carreira.

- Rechaçar a proposta dos Direto-res Gerais, em especial a gratificação de desempenho.

- Defesa da paridade.- Diminuir a diferença salarial atu-

al entre os cargos (auxiliares, técnicos e analistas), tendo como parâmetro a tabela da Fenajufe.

- Priorizar o incremento do ven-cimento básico em relação a gratifica-

JF de Passos: moção de solidariedade

A reunião ampliada da fe-deração nacional declarou so-lidariedade aos servidores da Vara Federal de Passos, que estariam sendo vítimas de prá-ticas de assédio moral.

Na moção aprovada tam-bém é manifestado apoio às ex-dirigentes do Sindicato Sô-nia Peres e Rosarlete Roedel, interpeladas pelo juiz federal Ivanil Cesar Junior, de Passos, após denunciarem o caso.

A moção, apresentada pela atual direção do SITRAEMG, está na página do Sindicato na internet(www.sitraemg.org.br).

Votação do recessoO PLC 6/07, que trata do

recesso forense no Judiciário, seguiu no dia 4 de agosto para a Secretaria Geral da Mesa do Senado, onde foi anexado às notas técnicas enviadas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Ajufe (Associa-ção dos Juízes Federais) com parecer sobre a matéria. O projeto retornou à Comissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ) para ser ree-xaminada. Mais informações no portal do Sindicato (www.sitraemg.org.br, 07/08/2009).

Gripe suína: licença para grávidas

Os tribunais do Judiciário Federal em Minas editaram portarias dispensando servi-doras grávidas do trabalho, até 31 de agosto, por pertencerem ao grupo mais suscetível a de-senvolver complicações na gri-pe causada pelo vírus influen-za A (H1N1). O SITRAEMG protocolara requerimento nes-te sentido nos tribunais. Mais no portal do Sindicato (www.sitraemg.org.br, 21/08/2009).

ções.- Manter o pagamento da GAS e

da GAE, inclusive cumulativamente com a GR, se a mesma for criada.

- Questionar o aumento dos CJs.- Defender a composição paritária

do Conselho Consultivo, explicitar atribuições que garantam o estudo e a elaboração de propostas para quali-ficar a carreira e garantir na lei prazo para sua implantação.

- Reenquadramento dos auxiliares

judiciários.- Criação dos cargos de Oficial de

Justiça, Agente de Segurança e Inspe-tor de Segurança.

- Rejeitar quaisquer propostas que tragam perda de direitos.

- Convocação de nova Reunião Ampliada da Fenajufe, imediatamen-te após novo posicionamento dos Tri-bunais sobre o projeto (...)

*A cobertura completa está em www.sitraemg.org.br

Protestos nos estados marcam o dia de luta pela aprovação do plano de carreira

Por Gil CarlosDa Redação do SITRAEMG

Servidores do Judiciário Federal em todo o país organizaram diversas atividades no Dia Nacional de Para-lisação, 14 de agosto, em defesa do Plano de Carreira. Houve paralisa-ção, de uma ou duas horas, na Bahia, Mato Grosso, Amazonas, Santa Ca-tarina, Paraná e região de Campinas (SP). No Rio Grande do Sul, São Paulo, Alagoas e Ceará, aconteceram atos públicos. Em Brasília (DF), os servidores participaram de ato unifi-cado promovido pelas centrais sindi-cais e movimentos sociais, que reu-niu mais de cinco mil pessoas contra o desemprego e por medidas que protejam os trabalhadores da crise econômica.

Em Minas, servidores usaram tar-ja preta nos locais de trabalho. Foi a opção escolhida pela própria catego-ria em pesquisa feita pelo Sindicato. “O próximo dia 14 de agosto é o Dia Nacional de Paralisação em defesa do Plano de Carreira dos servidores do Judiciário. O que você faria?”, foi a indagação feita pelo SITRAEMG. A maioria, 729 pessoas, indicou que “Usaria uma tarja preta durante o horário de trabalho”; 381 preferiam a paralisação de um dia; enquanto 254 optaram por paralisar os traba-lhos por uma hora.

Ao longo da semana e, principal-mente no dia 14, membros da Dire-toria Colegiada do Sindicato convo-caram a categoria, através de carro de som e percorrendo os tribunais em Belo Horizonte e algumas cidades próximas, onde dialogaram sobre o Plano de Carreira e defenderam a proposta aprovada na XV Plenária Nacional da Fenajufe.

Palavra do ServidorQual a sua opinião sobre a

atuação do SITRAEMG em rela-ção à mobilização pelo Plano de Carreira da Carreira da Cate-goria?

“Excelente. Es-tou satisfeita com a luta des-ta gestão”

Leda Oliveira Santos, TRT/Contagem

“Importante, porque defen-de a propos-ta que é mais a b r a n g e n t e para a cate-goria. A nossa proposta é a melhor”

José Perpétuo Leal, TRT/Betim

O diretor do Sindicato Luiz Fernando fala sobre o Plano de Carreira com os servidores durante mobilização de 14 de agosto

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6 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

JUSTIÇA FEDERAL

Sindicato vai a Brasília e leva reivindicações ao TRF-1

Sindicato pede mais uma vara trabalhista para Sete Lagoas

Documento entregue ao presidente do TRF-1 trata das novas varas federais, jornada de 30h, assédio moral e outras reivindicações

O SITRAEMG protocolou, em 28 de julho, na administração do TRT, Pedido Administrativo so-licitando a criação e implantação de mais uma Vara do Trabalho em Sete Lagoas, que hoje conta com apenas duas. No pedido, o Sindi-cato lembra que o mesmo pleito já havia sido formulado pelos pró-prios servidores da Justiça do Tra-

Em audiência, dia 17 de agos-to, com o presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Ji-rair Aram Megueriam, em Brasília (DF), membros da diretoria cole-giada do SITRAEMG - Alexandre Brandi, Mário Alves, Mauro Sa-les, Sebastião Edmar e Fernando Neves - entregaram a Megueriam um documento com reivindica-ções em benefício dos servido-res da Justiça Federal em Minas. Também esteve presente a coor-denadora geral da Fenajufe Lúcia Bernardes e Alysson Bastos, que integra o quadro de reserva do úl-timo concurso nacional da Justiça Federal e aguarda nomeação.

O ducumento entregue ao presidente do TRF-1 contém as seguintes reivindicações: 1) Insta-lação de Varas Federais em Minas

SITRAEMG NA INTERNET

Mobilização dos agentes de segurança

Eleitos pelos colegas durante reu-nião do segmento realizado na sede do SITRAEMG, em 5 de agosto, os filiados João Elias de Abreu (TRE) e Sérgio Luiz Procópio (TRT) represen-taram o Sindicato no V Seminário Na-cional dos Agentes de Segurança, ocor-rido em Brasília (DF), nos dias 13,14 e 15 de agosto. Mais informações em www.sitraemg.org.br

Equiparação entre técnicos e analistas

Acesse o portal do Sindicato para ler texto publicado em 4 de agosto com a posição da diretoria colegiada do SI-TRAEMG em relação a reportagem do “Estado de Minas” sobre suposta pro-posta em estudo no STF de elevação de nível médio para superior da escola-ridade mínima para ingresso no cargo de técnico judiciário. De acordo com a reportagem, com a proposta, que se-ria incluída no anteprojeto do Plano de Carreira elaborado pela Comissão Interdisciplinar do STF, 70 mil técni-cos teriam seus vencimentos igualados aos dos analistas. Em depoimentos ao “Correio Braziliense”, dois dias depois, o diretor geral do STF e o presidente da comissão desmentiram a informa-ção. A diretoria colegiada do Sindicato contestou o enfoque capcioso da re-portagem e as fontes por ela utilizadas.

Reestruturação de cargos do TRT

A 17ª Vara Federal da Seção Judici-ária de Minas Gerais julgou procedente ação ajuizada pelo SITRAEMG contra decisão, que estava suspensa, do Tribu-nal de Contas da União (TCU), de 30 de novembro de 2005, que obrigou o TRT da 3ª Região a anular a reestrutu-ração de cargos promovidas por meio das Resoluções 246/1993 e 99/1995. Tais resoluções transformaram em técnico judiciário os cargos de auxi-liar operacional, de serviços diversos, telefonista e artífice. A íntegra desta notícia, publicada em 30 de julho, está disponível na página do Sindicato na internet.

* A íntegra dos textos desta coluna po-dem ser lidos em www.sitraemg.org.br

Acima e abaixo, diretores do sindicato e da federação na audiência com o desembargador Jirair Megueriam

balho de Sete Lagoas, em janeiro deste ano. Também a subseção local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) havia chamado a atenção do TRT para a necessi-dade de mais uma VT para aquela jurisdição.

O pedido foi motivado por reclamações apresentadas pelos servidores da JT em Sete Lagoas,

quando visitados pelo diretor do Sindicato Mário Alves, em julho. O diretor esteve também com os servidores locais da JF e da Justiça Eleitoral. As visitas fazem parte do projeto da Diretoria Colegiada de interiorização do SITRAEMG, vi-sando facilitar o acesso dos filiados do interior ao Sindicato e serviços e benefícios por ele oferecidos.

Gerais; 2) Implantação e regula-mentação da jornada de 30 sema-nais; 3) Recesso forense uniforme

no Judiciá-rio (apoio; p o s i ç ã o c o n f o r -mada às m a n i f e s -tações de várias en-t idades); 4) Medi-das para i m p l e -mentar as

determinações contidas na Porta-ria 103/2009, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça); 5) Concurso Nacional (da Justiça Federal); 6) Comunicação de fatos e Pedido de Providências relacionados aos te-mas Assédio Moral e Nepotismo.

Os dirigentes sindicais já es-tavam em Brasília para participar da reunião ampliada da federação nacional.

Leia a íntegra do documento na página do SITRAEMG na in-ternet (publicada na seção Notí-cias, em 20 de agoto)

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7JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

Presidente da Câmara foge para não instalar comissão

Guanhães convocará audiência e Congonhas divulga carta contra extinção de varas

LUTA CONTRA EXTINÇÃO DE VTS

APOSENTADORIA

Servidores pediram apoio de deputados a projeto que põe fim à taxação das aposentadorias

Os próximos passos da mobilização pela manutenção das cinco varas trabalhistas ameaçadas em Minas Gerais

A diretora e coordenadora do Núcleo dos Aposentados do SI-TRAEMG, Gilda Bandeira Falconi, e a servidora Solange Rocha de Melo Moreira, com representantes de ou-tras entidades filiadas ao Mosap, participaram de diversas atividades em Brasília (DF), nos dias 11 e 12 de agosto, em defesa de questões de interesse dos servidores públicos aposentados e pensionistas.

A principal foi a mobilização na Câmara dos Deputados em torno das Propostas de Emendas Constitu-cionais 555/06 e 270/08. A primeira acaba com a cobrança da contribui-ção previdenciária dos servidores que se aposentaram antes da edição da Emenda Constitucional nº 41, de

A mobilização de iniciativa do SITRAEMG em defesa da manu-tenção das Varas do Trabalho de Aimorés, Congonhas (2ª VT), Guanhães, Patrocínio e Unaí prossegue, depois de breve inter-regno no mês de julho, em razão

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2003. A outra resgata para ca-sos de invalidez per manente o direito a pro-ventos integrais, com paridade.

Os aposen-tados colheram assinaturas de lideranças dos partidos em re-querimento que solicita ao presi-dente da Câma-ra dos Deputados, Michel Temer, a instalação da Comissão Especial para apreciar a PEC 555/06.

Porém, sempre que eles se diri-

giam ao gabinete do parlamentar ou a local em que diziam que ele pode-ria estar, eram informados que ele já estava em outro lugar. Conseguiram breve contato com o deputado ape-nas em um dos elevadores da Câmara

do recesso no Legislativo. Con-forme prometido durante reu-nião realizada no Legislativo de Guanhães, em julho, o presidente da Câmara do município, Demé-trio Miranda Ayala, informa que convocará uma audiência pública

para debater a tentativa de trans-ferência da VT daquele municí-pio para a cidade de Iturama, no Triângulo Mineiro. Segundo o vereador, só falta o TRT indicar seu representante para o evento que ele marcará a data. Prefeitos e presidentes de câmaras de to-dos os municípios da jurisdição, garante Demétrio, já confirma-ram presença. O SITRAEMG estará lá.

Para melhor fundamentar a defesa da manutenção das VTs, a Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB/MG), segundo o diretor João Carlos Gontijo de Amorim, está fazendo um levantamento para verificação dos possíveis impactos que pode-rão advir das alterações propostas pela Corregedoria do TRT. A ex-pectativa é de que essas propostas sejam votadas em setembro, pelo Pleno do Tribunal.

"Servidores precisam ser consultados"

Em “carta de intenções” da-tada de 3 de agosto, o presidente da Câmara Municipal de Congo-nhas cita os principais encami-nhamentos definidos pelos par-ticipantes da reunião realizada naquela Casa, também em julho, nas articulações pela manuten-ção da 2ª VT congonhense. En-tre eles, reforçar o argumento de que a Justiça de Trabalho da ci-dade precisa é se estruturar ainda mais para atender a crescente de-manda de causas trabalhistas, em razão da presença de empresas de grande porte, como a CSN, Ger-dau e Valourec, na região; traba-lhar para que o Tribunal reflita sobre a importância da 2ª VT de Congonhas e de valorizar e ouvir os servidores antes de tomar uma medida como essa, que afetam a si próprios e suas famílias.

Depois da reunião realizada em julho, o Legislativo de Guanhães promoverá audiência pública em defesa da manutenção de sua VT

Por Gil Carlos DiasDa Redação do SITRAEMG

e, aconselhados por ele, entregaram posteriormente ao secretário-geral da Mesa, senhor Mozart, o ofício di-recionado à presidência da Casa

Mais detalhes no portal do SI-TRAEMG (em 19/08/2009).

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8 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 03

ENTREVISTA – Washington Moura Lima, economista

Saldos orçamentários podem quitar dívidas com servidores, afirma economista

Especialista em orçamentos públicos, o economista Washington Lima vai assessorar o SITRAEMG na campanha para que os tribunais paguem o que devem aos servidores

As administrações dos tribunais têm como remanejar sobras orça-mentárias para pagar passivos tra-balhistas devidos aos servidores, reajustar benefícios ou melhorar as condições de trabalho. Quem afirma é o economista Washington Moura Lima, autor de estudos so-bre orçamentos públicos e com larga experiên cia na assessoria a entidades sindicais do Judiciário Federal.

Ao contrário do que as admi-nistrações costumam argumentar, a Lei Orçamentária Anual dá uma grande margem a remanejamentos, explica o economista, que acaba de firmar contrato com o SITRAEMG para prestar assessoria no acompa-nhamento dos orçamentos dos tri-bunais.

Os estudos vão apontar as revi-sões orçamentárias dos tribunais em Minas Gerais. O objetivo é levantar dados que auxiliem a entidade na campanha pelo pagamento dos pas-sivos, como os 11,98% e os quintos, no reajuste de benefícios e na me-lhoria das condições de trabalho. A seguir, a entrevista concedida pelo economista, por email, ao jornalista Hélcio Duarte Filho.

JORNAL DO SITRAEMG - Qual a importância de acompanhar os orçamentos dos tribunais?

Washington Lima - São várias as razões para se acompanhar o or-çamento. O principal é poder de-tectar possibilidades de pagamentos de passivos devidos aos servidores, como juros e principal dos 11,98%, dos quintos, dentre outros. Outro aspecto fundamental é a possibili-dade da melhoria e de aumento dos valores dos benefícios sociais como assistência médica e odontológica, auxílio creche e auxílio alimentação, a partir da estimava de sobras orça-mentárias. Também é possível me-lhorar as condições de trabalho em geral dos servidores, desde o mate-rial de trabalho, equipamentos ergo-nômicos, computadores, etc.

JORNAL DO SITRAEMG - É comum as administrações dos tribu-nais alegarem que não podem usar saldos orçamentários para quitar dí-vidas trabalhistas com os servidores porque a legislação não permite o remanejamento das verbas. Por que você diz que isso não é verdade?

Washington - Porque a Lei Or-çamentária Anual (LOA) permite amplas possibilidades de remaneja-mentos.

JORNAL DO SITRAEMG - Quais os limites para que sejam fei-tos os remanejamentos orçamentá-rios?

Washington - Claro que existem alguns limites. Um deles é relativo aos prazos. Outros são os limites de valores orçamentários. Por exem-plo, pode-se reforçar com até 30% do valor do chamado subtítulo ou “rubrica” sendo cortado de outro(s) do mesmo programa. Quase 80% do orçamento da Justiça do Trabalho é do chamado programa “Prestação Jurisdicional Trabalhista”, ou seja, pode-se movimentar até 30% entre as rubricas em praticamente 80% de todo o orçamento. Sem falar de ou-tras possibilidades.

JORNAL DO SITRAEMG -

Como será o estudo que você desen-volverá para o SITRAEMG?

Washington - Os estudos têm

como objetivo a verificação de sal-dos no orçamento para pagamento de passivos e de melhorias dos bene-fícios sociais – auxílio alimentação, auxílio e assistência médica, e das condições de trabalho.

JORNAL DO SITRAEMG - Você pode adiantar algo com relação à situação orçamentária dos tribu-nais?

Washington - O contrato foi recém-assinado, não tenho nenhum estudo mais recente atualizado es-pecificamente sobre os tribunais no Estado de Minas Gerais. Mas posso adiantar que em nível nacional há saldos expressivos no orçamento de pessoal na Justiça Federal, Justiça Eleitoral, Justiça Militar. Nesses já elaborei os cálculos. Na Justiça do Trabalho, nacionalmente, não foi possível concluir o estudo, mas tudo indica que também haverá um saldo significativo.

Esse quadro permitiria, indepen-dentemente da situação orçamen-

tária particular dos tribunais no es-tado, serem pagos passivos devidos aos servidores de Minas Gerais.

JORNAL DO SITRAEMG - O

TRT de Minas Gerais até hoje não quitou a dívida dos 11,98%, a URV. Como você analisa isso?

Washington - É uma situação grave, pois na Justiça do Trabalho, na maior parte do país, pelo menos o principal da URV já foi quitado, e, em muitos casos, já se começou a pa-gar os juros. E há casos em que os ju-ros estão praticamente quitados. Na Justiça Eleitoral, Federal e Militar, praticamente toda dívida está quita-da dos 11,98%, incluindo principal e juros. E no TRT de Minas Gerais ainda não se terminou o pagamen-to sequer do principal dessa dívida. Sendo o TRT de Minas Gerais um dos tribunais que estão com os paga-mentos mais atrasados dos 11,98%, de todo Poder Judiciário. Eviden-temente que essa situação tem que mudar, e como deverá haver uma boa margem no orçamento, pelo menos em nível nacional da Justiça do Trabalho, a mobilização dos ser-vidores é decisiva para que sejam pa-gos, ao menos o que a maior parte dos servidores da JT já recebeu em outros tribunais.

“Os estudos têm como objetivo a verificação de

saldos no orçamento para pagamento de passivos,

melhoria de benefícios sociais e das condições de trabalho”

Sindicato obtém vitória em ação contra desconto de IR e PSS sobre juros da URV

Ao deferir tutela antecipada para ação ajuizada pelo SITRAEMG, a Justiça Federal proibiu a União de descontar, administrativa e judi-cialmente, o Imposto de Renda e a contribuição social para o Plano da Seguridade Social (PSS) de todos os filiados do Sindicato a título de juros de mora sobre o reajuste de 11,98%. Como tem caráter liminar, a decisão apenas "suspende" o desconto.

A ação, no entanto, aguarda o julgamento do mérito, prosseguin-do com os seguintes pedidos: decla-ração da não incidência do IR e da Contribuição para o Plano de Segu-ridade Social sobre as parcelas rece-bidas a título de juros de mora inci-

dentes sobre o reajuste de 11,98%; a não incidência de IR e PSS sobre os juros de mora do reajuste de 11,98%; a restituição da quantia incididos so-bre o reajuste de 11,98%; e a atuali-zação monetária dos créditos.

O pleito da não incidência do IR sobre pagamento dos juros de mora decorrentes do atraso do pagamento da diferença da URV também foi fei-to pelo SITRAEMG através de Pedi-dos Administrativos encaminhados ao TRE/MG, ao TRT da 3ª Região e à Seção Judiciária de Minas Gerais ( Justiça Federal), em favor dos ser-vidores dos respectivos tribunais. No dia 16 de julho foi publicada distri-buição para decisão do TRE/MG.

O economista Washington Moura Lima, que já assessorou

a federação nacional (Fenajufe)