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Eme r g ê ncia Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do RS Ano XI – N° 85 Março /2011 Implementar uma rona de en- contros, onde as mulheres da saú- de possam trocar idéias e discur suas angúsas e necessidades foi um dos pontos for - tes do Seminário Saúde: um Universo Feminino. O tema saúde da trabalhadora foi apresentado pela pedagoga Sonia Gomes e pela Enfer - meira Luana Machado, com SINDISAÚDE RS APRESENTA Os trabalhadores em saúde para a categoria SEMINÁRIO REFORÇA IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DA MULHER dinâmicas de sensibilização, reforçando a importância das mulheres se valorizarem. À tarde com a teóloga Li- lian de Lira e a assessora de projetos da Secretaria Esta- dual de Mulheres, Sandra Maciel o grupo integrado de homens e mulheres da saúde, fez um exercício de conver - sa e sensibilização sobre o tema a Situ- ação das Mulheres nos Dias de Hoje. Um olhar para as diferenças, buscan- do a igualdade de Direitos e Oportunidades, com um Enfoque em Gênero, inter- secção em Raça e Etnia. Com o tema “As Mulheres Podem”, as trabalhadores em saúde abriram o desfile das Campeãs de Porto Alegre, no bloco promovido pelo Fórum do Movimento de Mulheres e Ilê Mulher. Página Central

Jornal Emergência Ano XI Nº. 85

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Jornal impresso pelo SINDISAÙDE/RS

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SAno XI – N° 85

Março /2011

Implementar uma rotina de en-contros, onde as mulheres da saú-de possam trocar idéias e discutir suas angústias e necessidades foi um dos pontos for-tes do Seminário Saúde: um Universo Feminino. O tema saúde da trabalhadora foi apresentado pela pedagoga Sonia Gomes e pela Enfer-meira Luana Machado, com

SINDISAÚDE RS APRESENTA Os trabalhadores em saúde para a categoria

SEMINÁRIO REFORÇA IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DA MULHER

dinâmicas de sensibilização, reforçando a importância das mulheres se valorizarem.

À tarde com a teóloga Li-lian de Lira e a assessora de projetos da Secretaria Esta-

dual de Mulheres, Sandra Maciel o grupo integrado de homens e mulheres da saúde, fez um exercício de conver-sa e sensibilização sobre o tema a Situ-ação das Mulheres

nos Dias de Hoje. Um olhar para as diferenças, buscan-do a igualdade de Direitos e Oportunidades, com um Enfoque em Gênero, inter-secção em Raça e Etnia.

Com o tema “As Mulheres Podem”, as trabalhadores em saúde

abriram o desfile das Campeãs de Porto Alegre, no bloco promovido

pelo Fórum do Movimento de Mulheres e Ilê Mulher.

Página Central

2No dia 27 de

janeiro, em As-sembléia Geral E x t r a o r d i n á r i a , os trabalhadores aprovaram a mu-dança nos critérios para cobrança da mensalidade sin-dical. A partir de agora, todos os só-cios contribuirão com 1% dos seus salários base.

Gilmar França, presidente do SIN-DISAÚDE-RS, explica que os valores não eram reajustados há dez anos, e que ao cobrar por porcentagem será feita jus-tiça social, já que cada profissional con-tribuirá de acordo com a sua remune-ração. “Não achamos justo que todos paguem o mesmo valor de mensalida-de. Através do INPC cada trabalhador tem um reajuste salarial diferente, já

Por unanimidade, os trabalhadores do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) aprovaram o acordo relativo ao processo dos 15 minutos, que envolve cerca de 600 profissionais. A proposta apresentada pelo SINDISAÚDE-RS, em Assembleia Geral no dia 18/02, prevê o repasse dos valores em parcela única e com redução de 3% do total a que cada funcionário tem direito.

A lista dos trabalhadores que aderi-ram ao acordo foi encaminhada à justi-ça, para que seja fornecido o alvará de pagamento. Em seguida, os profissionais

CATEgORIA APROVA ALTERAÇÃO NA CObRANÇA DA MENSALIDADE

TRAbALHADORES DO HOSPITAL CONCEIÇÃO APROVAM ACORDO jUDICIAL EM AÇÃO DOS 15 MINUTOS

Presidente: gilmar Luis de França - Vice-Presidente: josé Elvanir Vidal da Silva - Secretário-Geral: Vilma Fernandes Ribeiro Santana - Tesoureiro: Ricardo Sousa Martins - Diretor Jurídico: Claudio Roberto de Lima - Diretor de Imprensa e Divulgação: julio Cesar Duarte - Diretor de Cultura, Esporte e Lazer: Rudinei Ribeiro da Silva - Diretor de Patrimônio: Ma-ria Luiza Dornelles Alves - Diretor de Formação Sindical: gilnei Rachinhas borges - Diretor de Saúde do Trabalhador: Emerson Cordeiro Pacheco - Diretor de Assuntos de Gênero, Raça e Diversidade Sexual: Helena Mari Rocha da Costa - Diretor de Assuntos do Interior: Elenita Maria FloresSuplentes Da Diretoria: Claiton Agnaldo Ribeiro Santos, genilda gomes,Marcos Cipriano Pereira, Marcelo Ramos garcia, josé Luciano da Silva Soares, Artur Francisco Silveira XavierConselho Fiscal: josé Antonio de Mello (1º Conselheiro), Mauro Roberto Leal Rosemberg (2º Conselheiro), Elizete beatriz glória gonçalves (3º Conselheiro)Suplentes: Francisco Carlos Alves Cavalheiro (1º Conselheiro), Anitamar Maciel Lencina (2º Conselheiro),Sueli Lurdes Poltronieri (3º Conselheiro)Representantes Junto a Federação: josé Ricardo da Silva Vieira (1º Representante),Vander Luis Nascimento Charmes (2º Representante).Suplentes Junto a Federação: Albino Ferreira da Silva (1º Suplente), Alexandre de Moura Neves (2º Suplente).Esta publicação é de responsabilidade do Sindisaúde-RS – Rua joão guimarães 37 e 41 – Santa Cecília – Porto Alegre/RS – CEP 90630-170 – (51) 3378.6600 – 3378.6601Clínica: Rua Vicente da Fontoura, 2222 – Fone: (51) 3333.1916 – www.sindisaude.org.br – email: [email protected] – CNPj: 92962745/0001-50Edição: Plena Comunicação Integrada – Diagramação: bia Martau (MTb - 4955) – Textos: graziele Corrêa (14.890) e Rosa Pitsch (5015) – Edição: Inara Claro (5490) – Impressão: gráfica Relâmpago – Tiragem: 10 mil exemplares – Contato: [email protected]

EDIT

ORI

AL O PERFIL DO TRAbALHADOR DA SAÚDE

A partir deste número, o jornal Emergência está trazendo uma novida-de. Passa a retratar cada uma das fun-ções que fazem parte da estrutura de um hospital.

A cada edição, traz o relato de um dos profissionais sobre as suas tarefas, o seu dia-a-dia. A intenção do Sindicato também é a de mostrar à sociedade o contingente humano que está por traz da estrutura técnica, administrativa ou de hotelaria das instituições.

A direção do Sindicato sente que os desafios estão sendo vencidos em con-junto com a categoria. A unanimidade na aprovação das propostas de acordo como, no caso do processo dos 15 mi-nutos do GHC, mostra que estamos no caminho certo.

E foi com o apoio dos trabalhadores que demos um passo inédito, realizan-do manifestações em Torres e Capão da Canoa, denunciando a diferença de tra-tamento do Grupo Mãe de Deus entre os funcionários de seu hospital-modelo e os do Litoral Norte.

Por outro lado, para os demitidos da ULBRA foram conquistadas duas importantes vitórias: a liberação do sa-que do FGTS e do Seguro Desemprego e o bloqueio de valores que poderão ser utilizados no pagamento futuro de suas indenizações.

Mas, o mês de março inspira home-nagens. É nele que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Batalhadoras incansáveis. Destemidas. Discrimina-das. Condutoras da família e matrizes da educação. Parabéns companheiras e amigas de caminhada e da vida.

Gilmar FrançaPresidente do SINDISAÚDE-RS

que o índice é aplicado por percentu-alidade. A alteração visou nivelar da mesma forma a contribuição sindical”, esclarece.

Com a mudança, somente os tra-balhadores com salários acima de R$ 1.000 terão algum acréscimo na con-tribuição. Todos os profissionais com folha salarial abaixo deste valor terão um desconto nos próximos repasses, conforme a aplicação do percentual.

serão chamados pelo Sindicato para que seja feita a quitação dos valores. José Vidal, vice-presidente da entidade sindical, esclarece que não há como de-terminar um prazo para esta etapa do processo. “Este procedimento depende exclusivamente da justiça”, afirma.

A adesão ao acordo foi individual e o Sindicato aguardou três dias úteis após a realização da assembléia para que os trabalhadores contrários à negociação se manifestassem, no entanto, a aceitação foi geral. O sindicato encaminhou o docu-mento para a Justiça no dia 03 de março.

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Dezenas de trabalhado-res de nível médio dos hos-pitais Nossa Senhora dos Na-vegantes, de Torres, e Santa Luzia, de Capão da Canoa, participaram da Vigília Pela Saúde no Litoral, realizada nos dias 15 e 17 de fevereiro, respectivamente.

O ato denunciou o trata-mento desigual dispensado aos profissionais que atuam nas entidades administradas pelo Grupo Mãe de Deus. Nos locais, o salário pago aos funcionários é a metade dos praticados na instituição hospitalar de Porto Alegre.

Durante as passeatas realizadas pelas ruas das ci-dades, os profissionais en-tregaram uma Carta Aberta à população, que explicava a situação de discriminação em que se encontram e so-licitava que todos se mobili-zassem em defesa da valori-zação da categoria.

A Superintendência Re-gional do Trabalho e Emprego do RS (SRTE) interditou o se-tor de Serviço de Arquivo Mé-dico (SAME) do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre.

Efetuada no dia 22/12/2010, a ação foi reali-zada após a solicitação feita pelo SINDISAÚDE-RS, que verificou problemas na rede elétrica, na fiação telefônica e no deslocamento dos traba-lhadores que precisavam se esgueirar entre as tubulações de esgoto, que apresentavam vazamento. No setor, situado no subsolo, não havia disposi-tivo de detecção de fumaça, combate a incêndio, alarme e

TRAbALHADORES DO LITORAL PROTESTAM CONTRA A DESIgUALDADE SALARIAL

De acordo com Gilnei Ra-chinhas Borges, diretor de formação sindical do SINDI-SAÚDE-RS, alguns profissio-nais chegam a receber R$ 527,00, valor abaixo do Piso Mínimo Regional. “Isso é uma clara afronta à legislação e aos princípios éticos e de con-duta humanista, de que tanto os administradores do Mãe de Deus dizem se orgulhar. Diante deste fato, somente os trabalhadores podem se envaidecer da excelência nos serviços prestados”, afirmou.

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SUPERINTENDêNCIA REgIONAL DO TRAbALHO INTERDITA SETOR

NO HOSPITAL MÃE DE DEUS

CARTA AbERTA FOI ENTREgUE AOS gESTORES PÚbLICOSOs diretores do Sindicato entregaram o documento de reivindica-

ção para o prefeito de Capão da Canoa, Amauri Magnus Germano. Para o gestor municipal, que alegou achar justa a manifestação

de defesa aos salários dos trabalhadores, o Grupo Mãe de Deus tam-bém enfrenta problemas no atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Neste ano, o repasse da prefeitura para o hospital passou de R$ 117 mil para R$ 128 mil. Não me importaria se o aumento refletisse na qualidade dos serviços. Mas ouço apenas críticas dos moradores”, afirmou.

Em Torres, a Carta Aberta foi entregue para o secretário de go-verno, Antônio Carlos de Azevedo. Na reunião realizada na Prefei-tura da cidade, o representante ouviu as explanações e prometeu encaminhá-las ao gestor municipal, João Machado Cardoso, que estava viajando.

MÃE DE DEUS

saída de emergência. No documento, assinado

pelo auditor fiscal do Traba-lho, Môsiris Pereira, foi veri-ficada “situação de grave e iminente risco à segurança e saúde dos empregados”.

O TERMO DE INTERDIÇÃO DETERMINOU A ADOÇÃO DAS SEgUINTES MEDIDAS:

• Instalação de iluminação de emergência;• Instalação de extintores de combate a incêndio contra fogo de Classe C;• Instalação de sistema de alarme;• Instalação de detectores de incêndio;• Imediata limpeza geral no ambiente;• Instalação de eletrodutos (tubos de aço) para fiação exposta elétrica e telefônica;• Fechamento de caixas elétricas sem tampa original;• Instalação de sinalização de entrada e saída;• Adequação da estrutura física do ambiente para corrigir acessos antiergonômicos;• Monitoramento da qualidade do ar periodicamente;• Elaboração de procedimentos escritos de emergência;• Proibição do trabalho individual sem que haja a presença de vigia externo;• Instalação de rota de fuga (casa de bombas, por exemplo).

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http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/us/

Muito mais do que uma simples data no calendário, o 8 de março foi instituído num momento marcante. Em 1857, operárias de uma fábrica têxtil de Nova Iorque entraram em greve, ocuparam a empresa e, morreram trancadas no prédio incendiado propositalmente. O saldo: 130 mulheres foram carbonizadas.

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PERSISTêNCIA“Sempre me identifiquei com a área da saúde, não me vejo fazendo outra coisa.” ANDRéA PATIkOwSkI, 38 anos, é rápida na resposta, mas só começou a trabalhar como técnica de enfermagem há oito anos, embora tenha iniciado sua vida profissional aos 21 anos. Andréa precisou convencer o pai e o marido de que queria ingressar na saúde. “Ainda existe um estigma de má imagem para as mulheres da área que precisa ser superado pela sociedade”, avalia. Determinada, pretende cursar o superior de enfermagem. Mas, por hora, os planos tiveram que ser postergados. A prioridade foi a compra da casa própria, há seis anos.Desde que iniciou no Hospital Vila Nova ela atuou em outras áreas e, há dois anos, um “baita” desafio: o setor de Dependência Química. E foi neste ambiente, onde enfrenta muitos desafios, que “os colegas viraram verdadeiros amigos”.

FAMíLIAHá quatro anos, MARINEIDE DO PRADO descobriu no teatro mais uma paixão. Além do trabalho, a agente administrativa, de 44 anos, divide seus dias com o marido, o filho e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Para ela, está tudo em família, porque o marido também trabalha no local e o filho de 8 anos só saiu da creche do HCPA aos seis.Verdadeiros amigos, compadres e comadres: foi isto que ela acumulou ao longo dos 24 anos na casa. O teatro, ela também conheceu no hospital, no Grupo Refletir.“é muito bom trabalhar lá. Me achei, gosto do meu trabalho”, conta. E é junto com os colegas que Marineide tem mais uma ocupação: trabalho voluntário. “Antes do filho, sobrava mais tempo, mas, agora, toda a vez que me procuram, mobilizo o pessoal e eles ajudam prontamente”, observa.Marineide é assim, muitas ocupações, mas o lugar que mais gosta no Clínicas é o Financeiro, na área de investimentos, tratando de grandes obras e compra de equipamentos.

SAÚDE: UM UNIVERSO FEMININOSAÚDE: UM UNIVERSO FEMININO

Dos cem mil profissionais da saúde do Rio Grande do Sul, em torno de 80% fazem parte do universo feminino. As mulheres enfrentam um desafio constante na busca da igualdade de condições e oportunidades.

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VITóRIAANDRéA GARCIA DOS SANTOS, 37 anos, se considera vitoriosa. A técnica de enfermagem descobriu sua vocação entre uma e outra cirurgia de correção da perna esquerda, conseqüência de uma meningite.Apesar da doença, venceu uma barreira e tanto: hoje, são 2,5cm de uma perna para outra. Já foram 15cm. “Tenho orgulho. Minha deficiência não me impede de trabalhar. Tem gente que é perfeita, tem saúde, trabalha só seis horas e está sempre se queixando.” Para realizar seu sonho, trabalhou como cobradora de ônibus e pagou o curso técnico. Há quatro anos atua no Ernesto Dorneles, no quarto andar, e no Mãe de Deus, na Radiologia. A jornada diária é longa: vai das 5h50min e às 21h50min.Os dois filhos, um menino de dez anos e uma adolescente de 16, são sua maior realização. “Eles tem pensamentos bons. Meu sacrifício vale a pena”, avalia. E conta, faceira, que há quatro meses conseguiu comprar a casa própria e ensina: “Se a gente lutar, vai conseguir. é só ir em busca dos nossos sonhos”.

TROFéU MARIA TEREzINHA GOMES MACHADO tem um troféu na parede da sala: um quadro com uma foto sua, cheia de dedicatórias dos 12 irmãos e de uma filha. Lembrança da festa-surpresa, quando completou seus 50 anos.Todos são filhos do coração que ela terminou de criar, sozinha, depois que a mãe morreu. Uma história sofrida, sem tréguas. Mãe solteira aos 17 anos, ela seguiu trabalhando para criar os irmãos e a primeira filha, que morreu em um acidente de carro, em 1996.Terezinha já é avó de três netos e, agora, que a filha mais nova casou, revela um sonho secreto: terminar o ensino fundamental e fazer um curso técnico na área da saúde. “Dar um tempo na dureza”, pois passou três anos trabalhando na higienização, à noite, no Hospital Nossa Senhora das Graças. Saindo para faxinar depois do plantão: “cansei de ficar 30 e poucas horas sem dormir.”Como é trabalhar na saúde? As colegas são como irmãs e com os pacientes ela procura ser atenciosa, a mesma atenção que gostaria que sua família tivesse na dor.

SAÚDE: UM UNIVERSO FEMININOSAÚDE: UM UNIVERSO FEMININOHoje, ainda sofrem discriminação e assédio moral no trabalho, mas, aos poucos, as conquistas vão se consolidando. No entanto, algumas lideranças já são reconhecidas e um batalhão de incansáveis batalhadoras se destaca entre as trabalhadoras da saúde.

Para homenagear este exército de mulheres em uma sociedade que só reconhece diplomas e hierarquias, destacamos quatro delas para representar a cada uma das que formam a base de nossa categoria.

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No dia 24 de fevereiro, em re-união com a Chefe da Casa Civil do RS em exercício, Mari Perusso, o presidente da Fed-eração dos Trabal-hadores em Saúde (FEESSERS), Milton kempfer, solicitou que no Projeto de Lei de Reajuste do Salário Mínimo Regional a ser enviado à Assembléia Legislativa, seja incluída a mudança de faixa salarial para os profis-sionais, assegurando um piso maior.

No documento entregue, a en-tidade pede que a categoria, hoje en-quadrada na faixa II, passe a fazer par-te da faixa IV. Com isso, caso o índice de 11,6% seja aprovado e a alteração também passe no plenário da Assem-bléia, o piso dos trabalhadores passará de R$ 559 para R$ 663.

Para kempfer, o pedido, que deve

FEESSERS qUER ALTERAÇÃO DA FAIXA SALARIAL DO PISO REgIONAL PARA OS TRAbALHADORES EM SAÚDE

maneira proporcional a quantidade de horas trabalhadas. A Constituição permite que as empresas façam esse cálculo e conseqüentemente, reduzam o salário da categoria, onde muitos recebem valores abaixo do proposto pelo Estado”, explica.

VEjA qUEM RECEbE COM bASE NO SALÁRIO MíNIMO REgIONAL

De acordo com a Lei Complementar nº 103/2000, os trabalhadores abrangidos pelo salário mínimo regional

são aqueles que não possuem piso salarial definido em lei

federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, pois estes recebem os salários fixados em

lei ou pela entidade sindical representativa da categoria.

afetar diretamente 30 mil trabalha-dores no Estado, se justifica pela com-plexidade e alta responsabilidade nos serviços prestados. Gilmar França, presidente do SINDISAÚDE-RS, tam-bém participou da reunião. “O Piso Mínino Regional é fixado para a jor-nada de 220 horas mensais. Por esse motivo, para os trabalhadores contrat-ados para jornadas inferiores, como muitos da área da saúde que trabal-ham sob carga horária de 180 horas, a remuneração pode ser calculada de

TRAbALHADORES DO HCPA PODERÃO RECEbER

AUXíLIO-ALIMENTAÇÃOA gestão do Hospital de Clíni cas de Porto Alegre

(HCPA) encaminhou para o SINDISAÚDE-RS uma

proposta de Acordo Coletivo de Trabalho que

prevê a concessão de auxílio-alimentação para os trabalhadores

no valor de R$ 350. Se firmado, o benefício será fornecido

mensalmente, sob a forma de crédito em cartão magnético e poderá ser usado somente pelos

funcionários para compra de alimentos em supermercados e rede conveniada. O profissional que aderir ao auxílio-alimentação terá o desconto

no seu contracheque de 5% sobre o valor total. O SINDISAÚDE-RS já solicitou uma reunião

com a direção do hospital para discutir alguns pontos do acordo coletivo. Após o encontro, a

entidade sindical apresentará a proposta final aos trabalhadores para apreciação em assembléia.

bENEFíCIOS

Após dez horas de debate, o plenário da Câmara de Porto Ale-gre aprovou, por 26 votos contra 10, no dia 14/02, o projeto do Exe-cutivo que cria o Instituto Muni-cipal de Saúde da Família (Imesf), fundação pública de direito priva-do que deverá gerir a atenção à saúde básica da Capital.

Na luta para impedir a medida, o SINDISAÚDE-RS apoiou os traba-lhadores ao longo de todo o perío-do de mobilização e protestos.

PREFEITURA DERROTA TRAbALHADORES DO ESF E CRIA IMESF

Na Câmara, a votação do Imesf foi marcada pela troca de acusa-ções entre simpatizantes da pro-posta e as entidades contrárias ao projeto do Poder Executivo. Nas galerias do plenário, os favoráveis à fundação e os contrários travaram uma guerra de palavras de ordem contra o projeto. Os vereadores, sob vaias e aplausos do público, tentavam mostrar as vantagens e desvantagens da implantação do instituto na Capital.

7qUEM SOMOS NóS

Para o pleno funcionamento de um hospital é fundamental que exista uma equipe multidisciplinar em ação. Cada trabalhador representa uma peça chave na gestão estratégica de cada empresa.

“Nenhum paciente se recupera apenas com o atendimento de um profissional. O sucesso de qualquer procedimento médico depende da competência de todos os trabalhado-res. Isso vai desde a alimentação for-necida ao usuário até a manutenção dos aparelhos utilizados em muitos tratamentos vitais”, afirma Gilnei Ra-chinhas Borges, diretor de formação

Há seis anos, uma auxiliar de enfer-magem do Hospital Conceição espera na fila do Banco de Remanejo uma chance para trocar de turno. Para ela, além de aumentar a sua renda, significa concluir o ensino superior, na área da saúde.

Funcionária do GHC há oito anos, questiona quais os verdadeiros critérios para que um trabalhador consiga rea-lizar a troca. Diz ela, ter sido informada pela gerência que a estratégia é remane-jar apenas os técnicos em enfermagem para o turno da noite, deixando os auxi-liares para o período da manhã e tarde.

Incrédula, diz ter dúvidas sobre uma

“Sei do meu valor e da importância que tenho

dentro do sistema”Tornar limpo, remover sujeira e assear. No dicionário, esses e outros conceitos definem a

palavra “higienizar”. No entanto, mais do que simplesmente

executar a limpeza de um hospital, os auxiliares de higienização,

exercem um papel fundamental na promoção da saúde da população.

gaúcha, natural de Canudos do Vale, bernadete Fátima Villa (foto), 36 anos, é auxiliar de higienização

do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) há três anos. Ela revela que sua rotina vai além

de limpar os diversos corredores de uma das maiores instituições

hospitalares do Estado e recolher o lixo produzido por milhares de trabalhadores, pacientes e

visitantes.“Todos os profissionais da área da assistência tem o seu valor,

trabalham para promover a vida. Mas, a saúde dos usuários também está ligada diretamente a nossa colaboração. No meio da sujeira ninguém se recupera de

uma doença. Nós temos um papel fundamental no restabelecimento da saúde dos pacientes”, afirma a

funcionária. Para bernadete, que tem a formação em técnico de

enfermagem e sonha em passar em um concurso na área, os

profissionais da higienização não são valorizados como deveriam. “Sou feliz fazendo o que faço e

me sinto muito bem trabalhando no HCPA. Porém, a descriminação

ainda é grande. Há colegas, que por terem um nível maior de estudo nos tratam como se

fossemos inferiores. Independente de qualquer coisa, sei do meu

valor e da importância que tenho dentro do sistema”, observa.

SAÚDE, UM TRAbALHO EM EqUIPE

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TRAbALHADORES qUESTIONAM bANCO DE REMANEjO DO gHC

possível oportunidade no futuro. Ain-da segunda a funcionária do GHC, em julho de 2010, foi disponibilizada uma “Atualização das Normas Regulamenta-doras para Remanejo de Empregados no Grupo Hospitalar Conceição”. Neste documento constam os objetivos e for-mas de remanejo, assim como critérios para este fim.

Mas, ainda segundo ela, apesar de existir um protocolo, na prática não acontece e há pessoas com apenas dois anos de empresa, que já furaram a fila.

O nome da funcionária não foi cita-do para evitar constrangimentos.

A comemoração dos 66 anos do SIN-DISAÚDE-RS foi marcada por reveren-ciar a origem da entidade. No dia 31/01, a diretoria recebeu Eni Bahia, uma das integrantes da Junta Governativa, que com zélia Maria Fontoura e José Nides da Silva, administraram o Sindicato en-tre os anos de 1985 e 1990. De acordo com a administradora hospitalar, o con-vite para gerenciar o Sindicato partiu de Almir Pazzianoto, na época Ministro do Trabalho, e foi a solução encontrada para amenizar a situação delicada em que se encontrava a entidade.

Também houve a inauguração de uma placa alusiva a compra do imóvel da entidade sindical. Com data de abril de 1989, o objeto foi encontrado pela diretoria durante uma reorganização

do SINDISAÚDE-RS. Hoje, o Sindicato representa 40 mil

trabalhadores da saúde em todo o Es-tado. A entidade sindical abrange pro-fissões tão diversas que, por vezes, até mesmo os próprios profissionais não sabem que fazem parte desta ca-tegoria.

Por isso, a cada edição, o Sindicato apresentará a história de um profis-sional da área, que através de sua ati-vidade auxilia para que um hospital se mantenha na sua plenitude. A inten-ção é fazer com que você, trabalhador da saúde, entenda a sua importância dentro de um trabalho em equipe.

RESgATE HISTóRICO MARCA O 66º ANIVERSÁRIO DO SINDICATO

na sede. Emocionado, Gilmar França, presidente do SINDISAÚDE-RS, decla-rou que a comemoração visou buscar as origens da entidade, um passado recente e que reflete diretamente no movimento atual. “Preservar a história do Sindicato é resguardar e evidenciar a importância da luta de todos os traba-lhadores da saúde”, afirmou.

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No dia 16/02, a 3ª Vara da Justiça do Trabalho de Ca-noas concedeu liminar a uma ação do SINDISAÚDE-RS, li-

CObRANÇA INDEVIDA DO COREN PODE SER REVISTA NA jUSTIÇA

Os profissionais li ga dos à área da en-fermagem podem so-li citar que as mensa-lidades cobradas pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren) sejam revisadas na justiça.

Através de uma ação judicial, auxilia-res e técnicos de en-fermagem, têm a chance de reaver os valores pagos indevidamente ao órgão fis-calizador dos trabalhadores.

O Conselho, criado pela Lei n°5.905, de 12 de julho de 1973, tem como objetivo fiscalizar o exercício da pro-fissão, podendo exigir uma contribuição para sustentar o sistema fiscalizatório. De acordo com o assessor ju-rídico do SINDISAÚDE-RS, Roberto Chamis, a Lei n°

6.994/82 prevê a forma de cobrança e o valor máximo da anuidade. Porém, por meio de Decisão Adminis-trativa, a entidade fixa va-lores acima dos permitidos atualmente.

“De acordo com o Índi-ce Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-Especial (IPCA-E) de 2010, o Coren poderia cobrar até R$ 70,30 pela taxa de anuidade. No entanto, auxiliares e técni-

cos de enfermagem desembolsaram anu-almente R$ 114 e R$ 165, respectivamen-te”, observa o espe-cialista.

Segundo Chamis, qualquer trabalhador pode ingressar com a ação contra as cobran-ças indevidas e tem grandes chances de

reaver as diferenças finan-ceiras, além de passar a pa-gar o valor estipulado em lei. “Em todos os casos, a justiça determinou que o conselho devolvesse os valores aos profissionais”, afirma.

* Há um ano e meio, o SINDISAÚDE-Rs contratou o advogado Roberto Chamis exclusivamente para tratar das questões relativas ao Coren. Para mais informações, agende uma consulta pelo telefone: 33115343 (Federação dos Trabalhadores da Saúde do RS).

FgTS E SEgURO DESEMPREgO PARA DEMITIDOS DA ULbRA

jUSTIÇA

Roberto Chamis, assessor jurídico do SINDISAÚDE RS

VACINAÇÃOA Norma Regulamentadora que estabelece as diretrizes para as

medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores em

serviços de Saúde determina que a empresa deve fornecer

a vacinação (tétano, hepatite e outras doenças recomendadas pela Organização Mundial da

Saúde).

UNIFORME A NR-32 também obriga os

hospitais, clinicas, laboratórios e consultórios médicos a fornecer,

gratuitamente, uniformes completos, desde o jaleco, a

calça, o calçado, até o material de uso na função. A higienização dos uniformes também deve ser providenciada pela instituição.

berando o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Seguro Desemprego para 40 traba-

lhadores que in-gressaram com os processos. No dia seguinte a deci-são, os primeiros beneficiados já compareceram ao local para re-ceber o Alvará de liberação dos va-lores.

Uma semana após a conces-são da medida provisória, Josi Paz Gomes, ex-funcionária do Hospital Univer-sitário, conseguiu

sacar os valores deposita-dos relativos ao FGTS e se prepara para encaminhar a solicitação do benefício pre-videnciário.

“Mesmo sem previsão de pagamento, nunca cogitei em aceitar o possível parce-lamento da minha rescisão. Por quatro anos contribuí para que a Ulbra se manti-vesse em funcionamento. Por isso, tenho que exigir o cumprimento dos meus di-reitos trabalhistas”, afirma a profissional.

Em outra liminar, o ma-gistrado bloqueou valores que poderão ser utilizados no pagamento futuro das in-denizações dos trabalhado-res de nível médio demitidos dos três hospitais da ULBRA.

NR-32

FEESSERS REALIZA IX CONgRESSO

ESTADUALDia 25 de março,

na sede da entidadeCongresso Estadual. Esse

Congresso é Extraordinário e foi solicitado pelo Conselho

de Representantes dos SINDISAÚDES FILIADOS. O objetivo é de realizar uma

adequação estatutária, onde serão definidos claramente em dois artigos, os critérios

para candidatar-se aos cargos de Direção bem como serão criadas quatro novas pastas na Diretoria Executiva. São

elas: Diretoria da Mulher, do Aposentado, do Esporte e

Lazer e dos jovens. O Congresso também trará

um balanço das negociações na Saúde e um Debate

sobre as fundações publicas privadas.