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FEDERAL  J orn al do Jornal do Conselho Federal de Psicologia - Ano XIX nº 84 - maio de 20 06 Conselho Federal de Psicologia  Maior encontro da Psicologia Brasileira acontece em setembro, pág. 5 Psi cólogos discutem problemática da terra, pág. 3  faz inspeção em todo o país  pág. 8

Jornal Federal 84

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  • FEDERALJornal do

    Jornal do Conselho Federal de Psicologia - Ano XIX n 84 - maio de 2006

    ConselhoFederal dePsicologia

    Maior encontro da Psicologia Brasileira acontece em setembro, pg. 5

    Psiclogos discutem problemtica da terra, pg. 3

    faz inspeo em todo o pas pg. 8

  • 2Jornal do Federal 05/2006

    DIRETORIA

    Ana Mercs Bahia BockPresidenteMarcus Vincius de Oliveira SilvaVice-presidenteMaria Christina Barbosa VerasSecretriaAndr Isnard LeonardiTesoureiro

    CONSELHEIROS EFETIVOS

    Iolete Ribeiro da SilvaAdriana de Alencar Gomes PinheiroNanci Soares de CarvalhoAccia Aparecida Angeli dos SantosAna Maria Pereira Lopes

    PSICLOGOS CONVIDADOS

    Regina Helena de Freitas CamposVera Lcia Giraldez Canabrava

    CONSELHEIROS SUPLENTES

    Odair FurtadoMaria de Ftima Lobo BoschiGiovani CantarelliRejane Maria Oliveira CavalcantiRodolfo Valentim Carvalho NascimentoMonalisa Nascimento dos Santos BarrosAlexandra Ayach AnacheAndra dos Santos Nascimento

    PSICLOGA CONVIDADA SUPLENTE

    Maria Luiza Moura Oliveira

    COMISSO EDITORIAL

    Accia Aparecida Angeli dos SantosMonalisa Nascimento dos Santos BarrosVera Lcia Giraldez Canabrava

    JORNALISTA RESPONSVEL

    Erika Carlucci Pioli RP 4892JP/DF.

    REPORTAGEM

    Andrea Ventura RP 3096JP/[email protected]

    ESTAGIRIA DE COMUNICAO

    Sarah Barros

    PROJETO GRFICO E DIAGRAMAO

    Ad People Comunicao

    CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

    SRTVN 702 - Ed. Braslia Rdio Center,sala 4024 A - Braslia, DF, CEP 70.719-900Tel.: (61) 2109-0100 Fax: (61) 2109-0150 www.pol.org.br

    Edito

    rial

    Expe

    diente

    Carta

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    Os Conselhos de Psicologia decidi-ram tomar como eixo de suas principais intervenes, em 2006, o tema da sade. Sade que rene a maior parte das ati-vidades profissionais da categoria; sade que tem orientado os psiclogos nos tra-balhos teraputicos, de preveno e de promoo; sade que uma das urgn-cias nacionais; sade que prioridade do MEC e do Ministrio da Sade para a construo dos projetos curriculares dos cursos de Psicologia. A partir desta constatao, os Conselhos estaro rea-lizando, neste ano, o I Frum Nacional de Psicologia e Sade Pblica. O evento comea em todos os cantos do pas e vai se concentrando para a realizao dos F-runs regionais e, em seguida, desemboca no Frum Nacional, formado por delega-dos de todos os 16 Conselhos Regionais. O tema do Frum: Contribuies Tc-nicas e Polticas dos psiclogos para avan-ar o SUS - Sistema nico de Sade o compromisso da Psicologia com o aten-dimento pblico de qualidade na rea da sade, que deve ser o objeto de trabalho e reflexo neste Frum. Queremos estar presentes no servio pblico que atende maioria da populao; queremos colo-car nossos servios disposio de quem dele precisa. Os Conselhos de Psicologia ainda, na realizao do Frum, fazem parceria com a Associao Brasileira de Ensino de Psicologia - ABEP para que se possa concomitantemente debater a presena da psicologia no SUS e qualifi-car a formao dos psiclogos.

    Alm disso, os Conselhos trataro de vrios assuntos e aspectos relacionados atuao dos psiclogos na rea da sade, como a psicoterapia, os critrios da AN-VISA, as regulamentaes da ANS que interessam de perto Psicologia, como a presena da Psicologia nos convnios de sade, a sade mental e a busca de formas novas de trabalho neste campo, a reforma psiquitrica, entre outros.

    A sade ser tambm o primeiro tema do Centro de Referncia Tcni-ca de Psicologia e Polticas Pblicas. O CREPOP foi lanado em todos os CRPs em agosto do ano passado e ago-ra comea a funcionar a todo vapor. A primeira tarefa do Centro realizar um georeferenciamento dos psiclogos nas polticas pblicas em todas as re-as, ou seja, mapear os psiclogos que atuam nas polticas pblicas, para em seguida comear a navegar no campo da sade e com esta rea disparar o CREPOP, que, em seguida, dever percorrer outras reas da Psicologia.

    Os Conselhos j indicaram 2007 como ano da Psicologia e Educao.

    O ano tem-tico no signi-fica restrio da atuao dos Conselhos que-la rea; significa concentrao de esforos. A pro-fisso, em todos os seus campos, continuar obje-

    to de ateno dos Conselhos. 2006 tambm ano do II Con-

    gresso Brasileiro Psicologia Cincia e Profisso. O tema do evento, Enfren-tando as dvidas histricas da socieda-de brasileira, orientador dos debates e contribuies, apresentando-se como um desafio para a Psicologia. A socie-dade brasileira tem, a cada dia, maior clareza da necessidade de rever sua trajetria e apontar as dvidas que se constituram a partir de uma histria de escravido, de explorao, de polti-cas mesquinhas voltadas aos interesses de grupos dominantes. A Psicologia se colocar ao lado de todos que estejam, hoje, lutando para enfrentar e refazer esta histria. O II Congresso apresen-tar as contribuies, os projetos, os sonhos de uma categoria profissional que se empenha na construo de uma profisso comprometida com os interesses da maioria da populao brasileira.

    Nota de Falecimento

    O Conselho Federal de Psicologia comunica o falecimento da psicloga Yone Caldas. Yone era do Rio de Janeiro e presidiu o CFP durante a gesto 1989-1992.

  • 305/2006 Jornal do Federal

    Even

    tos

    Jornal do Federal

    3

    Profissionais com prtica na questo da terra discutem desafios e experincias

    Emergncias e Desastres: qual o papel do psiclogo?

    O Conselho Federal de Psicolo-gia - CFP promover, nos dias 20 a 22 de julho, o Seminrio Nacional: A Questo da Terra: Desafios para a Psicologia. A idia estabelecer bases para a investigao e o tra-balho dos psiclogos, no sentido de desenvolver as competncias da Psicologia nesta temtica.

    Esta uma das questes mais sintomticas da sociedade brasilei-ra, onde se expressam muitas desi-gualdades, e sua impossibilidade de acesso leva sofrimento e misria, explica o coordenador do evento e vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia - CFP, Marcus Vincius de Oliveira. Alm disso, ele acres-centa que ter a experincia de viver em situaes desumanas interfere em vrios aspectos da vida, inclusive no desenvolvimento da criana.

    Desde a colonizao at o presen-te, a terra o centro por meio do qual se constri a nossa realidade econmi-ca, poltica, social e cultural, pontua a psicloga e componente da comisso organizadora Magda Gebrim. Segun-do ela, para que os psiclogos possam intervir mais e com maior qualidade sobre problemas que atingem toda a coletividade brasileira, preciso conhe-cer melhor a realidade do pas, assim como a cultura popular brasileira. Com este objetivo, durante o evento haver momentos culturais que retratam a realidade das comunidades, grupos e movimentos ligados questo da terra. Independente de ser ou no militante de uma causa, o desafio do psiclogo pensar em o que ele pode acrescen-tar dentro destas estruturas enquanto profissional, ressalta.

    A psicloga Maria Ins Gasparetto,

    tambm parte da comisso orga-nizadora, acrescenta que debater questes que ultrapassam as te-mticas internas da Psicologia aproxima o profissional do sujeito contemporneo. preciso ampliar o conceito de sade e bem-estar para que sejam encontradas solues para os problemas dos sujeitos, no per-dendo de vista o fenmeno psicolgico inerente problemtica da terra e ao uso social dela, afirma.

    O seminrio, sediado em Braslia, ter trs mesas-redondas sobre as pers-pectivas histricas e epistemolgicas da temtica da terra, a relao da psicolo-gia com o tema e a viso dos movimen-tos sociais; alm de um painel de relato de experincias em que participaro pessoas ligadas a grupos da terra, des-dobrando-se em grupos de trabalho.

    O Conselho Federal de Psicolo-gia, em parceria com o Ministrio da Integrao Nacional e a Defesa Civil, promover, entre os dias 8 e 10 de junho, em Braslia, o 1 Seminrio Nacional: Psicologia das Emergncias e dos Desas-tres: Contribuies para a Construo de Comunidades Mais Seguras. O evento tem o objetivo de discutir a aplicao da Psicologia no desenvolvimento de uma conscincia social a cerca dos problemas das enchentes e dos desastres, tanto no que diz respeito preveno quanto na ateno s vtimas em situaes ou eminncia de desastres, alm de estimular o desenvolvimento da rea no Brasil. A atuao da Psicologia nestas situaes j desenvolvida em vrios pases da Amrica Latina e tem mostrado bons resultados. No Brasil, ainda existe uma cultura da imprevidncia, ou seja, as po-lticas baseadas na preveno deste tipo de evento so recentes e frgeis. Neste contexto, a poltica nacional de Defesa Civil busca mobilizar a populao para a construo de comunidades mais seguras.

    O vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, Marcus Vincius de Oliveira, ressalta que os psiclogos

    devem ser treinados para agir antes, durante e aps estas situaes de emer-gncia. As situaes de desastres geram estresse ps traumtico, levando a uma profunda sensao de medo e insegu-rana. Esta condio exige a presena dos psiclogos. Alm disso, h todo um trabalho preventivo para a construo de comunidades mais seguras, que pode e deve ser realizado com a contribuio

    do psiclogo, afirma. Aps o semi-nrio, ser produzida uma publicao indita, que servir de base para a formao dos futuros profissionais.

    No encontro haver a presena de profissionais internacionais com larga experincia sobre o assunto. Entre eles, esto representantes do Chile, da Espa-nha, do Mxico, de Cuba, dos Estados Unidos, da Costa Rica, do Equador, da Colmbia, de Porto Rico, da Associao Peruana de Psicologia das Emergncias e dos Desastres, da Sociedade Argentina de Psicologia em Emergncias e Desas-tres e de universidades brasileiras.

    Durante o evento, ser lanado o site do Movimento Psiclogos sem Frontei-ras, com o intuito de divulgar a iniciativa entre os psiclogos e a sociedade. Lan-ado durante o I Congresso da Unio Latino-americana de Psicologia - Ulapsi, em abril de 2005, o movimento visa contribuir para a melhoria das condi-es de vida das populaes pobres que vivem em situao de risco permanente de desastres. As inscries para o evento acontecem de 20/05 a 01/06/06 e podem ser feitas no site: www.pol.org.br/psicologiadosdesastres.

    Um dia antes do 1 Seminrio Nacional: Psi-cologia das Emergncias e dos Desastres, acontecer a Reunio Internacional Por Uma Formao Especializada em Psicologia das Emergn-cias e dos Desastres: aspectos tericos, metodolgicos e tcnicos. A reunio contar com representantes interna-cionais que iro discutir qual a formao necessria e como a Psicologia poder se preparar para auxiliar em situaes de desastres. Ser uma prvia do seminrio, onde os represen-tantes trocaro experincias sobre o assunto.

    Conhea mais sobre a Ulapsi: www.ulapsi.org

    Acesse o site oficial do evento: www.pol.org.br/seminariodaterra

    Inscries de trabalhos: 30/03 a 12/06/2006

    Inscries de participantes: 30/03 a 01/07/2006

  • 4Jornal do Federal 05/2006

    Sad

    e men

    tal

    O Conselho Federal de Psicologia promove entre os dias 13 e 16 de julho, na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, em Belo Horizonte, o Encontro Nacional de Sade Mental - A Reforma Psiquitrica que queremos: Por uma Clnica An-timanicomial.

    O evento discutir a abordagem de temas e conceitos indispensveis clnica antimani-comial, os servios substitutivos ao hospital psiquitrico e as polticas pblicas que devem assegurar o acesso a esta clnica a todos os cidados brasileiros.

    Sero contempladas no encontro discusses como: questes do coti-diano, tenses da sociedade contem-pornea, prticas teraputicas que sustentam a Clnica Antimanicomial, formao e preparo para esta clnica, poltica de reforma psiquitrica an-timanicomial, questes ticas, tcni-cas e ideolgicas em sade mental e Direitos Humanos.

    Para debater essas e vrias outras questes so esperados trabalhadores de servios substitutivos, alm de docentes e pesquisadores desta rea. O perodo de inscrio de trabalhos vai at 30 de maio, j as inscries para participar do encontro vo at 30 de junho. Os interessados podem se inscrever no site: www.pol.org.br/saudemental.

    Psiclogos discutem prticas teraputicas na clnica antimanicomial

    Clnica Antimanicomial - So as diversas formas de atendimento ao portador de sofrimento mental guia-das pelos princpios antimanicomiais, ou seja, o convite ao paciente para que ele tenha a palavra, aborde suas questes, tome suas decises, construa um projeto de vida, consentindo com seu tratamento e participando dele, em regime de liberdade. Esta clnica no compatvel com estruturas institucio-nais autoritrias e excludentes, como o hospital psiquitrico. Portanto, para exercer-la, so necessrias uma rede de servios e aes de sade mental substitutivos ao hospital (CAPS, aten-dimento em unidades bsicas, centros de convivncia, grupos de produo solidria, cooperativas), e organizao social e poltica dos usurios e fami-liares, sempre preservando e recons-truindo os laos sociais dos portadores de sofrimento mental, explica a psiquiatra e professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Ana Marta Lobosque.

    A clnica antimanicomial est em processo de construo. Demanda es-paos livres de cuidados. baseada no acolhimento, na escuta e no vnculo. Exige dos profissionais, que atuam nos servios substitutivos, novas habilida-des e desafia a produzir coletivamente. Tambm requer recursos clnicos ca-pazes de abarcar dimenses subjetivas, sociais, polticas e culturais.

    A partir da luta em prol de uma reforma psiquitrica, vrias conquistas foram obtidas. De acordo com dados oficiais do Ministrio da Sade, at 1988, havia no pas 105.765 leitos psi-quitricos. A partir do final dcada de 90, houve uma reduo significativa

    desses leitos, chegando em 1999, com 66.393. Atualmente ainda existem no pas 42.076 leitos.

    A implantao de servios subs-titutivos ao hospital psiquitrico, comeou no final dos anos 80. At 1989, existiam no pas 10 Centros de Ateno Psicossocial - CAPS. Dez anos depois, esse nmero passou para 179. Atualmente, o pas conta com 800 CAPS. H tambm, no Brasil, 393 Residncias Teraputicas, alm de Centros de Convivncias e iniciativas de gerao de renda.

    Em 2001, foi aprovada a Lei Federal n 10.216, que dispe sobre a proteo e os direitos das pessoas por-tadoras de transtornos mentais e redi-reciona o modelo assistencial em sade mental. Alm dessa Lei, foi institudo um conjunto de outros dispositivos legais referentes reestruturao da assistncia em sade mental no Brasil.

    Programas de incluso do portador de transtorno mental infrator rede de cuidados em sade mental j so realidade em alguns estados. Embo-ra os avanos se faam notar, ainda restam mais de quarenta e dois mil leitos psiquitricos a serem substitu-dos e continuam ocorrendo violaes aos direitos humanos das pessoas com sofrimento mental. Os servios substi-tutivos ainda so insuficientes. Alm disso, preciso investimento em aes intersetoriais, que viabilizem acesso habitao, educao, cultura, espor-te, lazer e trabalho, afirma Deusdet Martins, que integra a Comisso Na-cional em Sade Mental e a Comisso Organizadora do Encontro Nacional de Sade Mental: Por uma clnica antimanicomial.

    Durante o II Congresso Nacional dos Trabalhadores em Sade Mental, realizado em 1987, em Bauru, traba-lhadores em sade mental, a partir de um questionamento profundo das instituies manicomiais, organiza-ram a primeira manifestao pblica no Brasil, pela extino dos manic-mios, com o lema: Por uma So-

    ciedade Sem Manicmios. Nasceu assim o Movimento Antimanciomial e instituiu-se o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

    O I Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, realizado em 1993, proporcionou a organizao nacional do movimento e traou estratgias e eixos de lutas para superao dos

    manicmios. A partir da, foram realizados manifestaes pblicas, eventos nacionais, vistorias em insti-tuies psiquitricas e denncias de violaes aos direitos humanos das pessoas portadores de sofrimento mental e intervenes nos diferen-tes fruns de definies de polticas pblicas.

    18 de maio: Dia Nacional da Luta Antimanicomial

    ENCONTRO NACION

    AL EM SADE MENTA

    L

    A Reforma Psiquitric

    a que queremos:

    Por uma Clnica Antim

    anicomial!

    Universidade Federal

    de Minas Gerais - UFM

    G

    Belo Horizonte MG

    13 a 16 de julho de 20

    06

    Informaes e Inscri

    es: www.pol.org.br

    Inscries de trabalho

    s: 30/03 a 30/05/2006

    Inscries de particip

    antes: 30/03 a 30/06/2

    006

    REALIZAO:

    Conselho

    Federal de

    Psicologia

    Conselhos

    Regionais

    de Psicolog

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    Universidade

    Federal de

    Minas Gerais

    Rede Nacional

    Interncleos d

    a Luta

    Antimanicomia

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  • 505/2006 Jornal do Federal

    Dilo

    go

    II Congresso rene psiclogos de todo o pas

    O II Congresso Brasileiro Psi-cologia: Cincia e Profisso, maior encontro nacional da Psicologia, est prximo. O evento, organizado pelo Frum de Entidades Nacionais de Psicologia - FENPB, composto por 17 entidades, ser realizado de 05 a 09 de setembro de 2006, em So Paulo, nas dependncias da Uninove - Universidade Nove de Julho e no Memorial da Amrica Latina.

    As inscries j esto abertas. Dia 19 de maio o prazo final para a inscrio de trabalhos. Para participar do Congresso, as inscries podem ser feitas at o dia do evento, consulte a tabela de valores no site oficial do evento.

    A temtica do II Congresso ser Enfrentando as dvidas histricas da sociedade brasileira. De acordo com a coordenadora da Secretaria Executiva do evento e presidente do CFP, Ana Bock, a escolha demonstra o interesse dos psiclogos em colocarem a sua profisso e seu conhecimento dispo-sio para a construo de um Brasil melhor. Os psiclogos, estudantes, professores e pesquisadores de psicolo-

    gia no podem faltar a este espao de encontro e debate, acrescenta.

    O I CBP, realizado em setembro de 2002, em So Paulo, contou com a participao de 7000 pessoas. A organizao do Congresso espera a participao de psiclogos de todo o

    pas. o maior evento brasileiro na rea de psicologia e rene profissio-nais, estudantes e pesquisadores de todas as reas, concepes tericas e metodolgicas. Assim, torna-se um evento nico, no s por respeitar, mas por estimular a diversidade e a pluralidade de idias e de prticas profissionais que existe em nossa rea, afirma uma das componentes da Comisso Cientfica do evento, Accia Aparecida dos Santos.

    O Congresso oferecer dois grupos de atividades, as propostas

    Entidades que compem o Frum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira: ABEP, ABOP, ABPJ, ABRANEP, ABRAPEE, ABRAPSO, ANPEPP, ASBRo, CFP, CONEP, FENAPSI, IBAP, SBPD, SBPH, SBPOT, SBPP, SOBRAPA.

    exclusivamente pelas entidades integrantes do Frum de Entidades Nacionais da Psicologia - que so as conferncias; os cursos; os simpsios Cincia e Profisso e os Conversan-do sobre... e Como eu fao...., e as atividades que podem ser submetidas

    por profissionais, pesquisadores, e estudantes de Psicologia ou de reas afins que podero propor diversos tipos de trabalhos: ps-teres que abordem pesquisas ou relatos de experincia profissio-nal; mesas-redondas e simpsios.

    O Congresso Cincia e Pro-fisso se prope a ser o lugar do desenvolvimento do compromisso

    da Psicologia com as necessidades da sociedade brasileira. Assim, pretende atingir esse objetivo no s com as atividades cientficas e de desenvol-vimento profissional, como tambm oportunizando encontros das diversas associaes cientficas e profissionais, bem como a ocorrncia de atividades culturais e artsticas que enriquecero os diferentes espaos do evento.

    Informaes e inscries por meio do site: www.cienciaeprofissao.com.br ou pelo telefone 0800-7706605.

    Acesso informao imprescindvel no processo da subjetividade

    No dia 26 de abril, o Frum Nacional pela Democratizao da Comunicao realizou seminrio em Porto Alegre como parte da iniciati-va que visa revitalizar os 12 comits regionais da entidade. O objetivo que, em dois anos, sejam realizados seminrios semelhantes a este em to-das as capitais brasileiras. Como parte da executiva do FNDC, o Conselho Federal de Psicologia est atento aos debates e, por meio dos Conselhos Regionais, tem participado ativamen-te da realizao dos eventos.

    A participao dos psiclogos nesta luta de grande importncia na medida que o acesso s infor-maes, alm de ser direito de

    todos, aspecto fundamental no processo de produo dos sujeitos, das subjetividades e das identidades

    culturais, enfatiza a conselheira do CFP e representante da autarquia no FNDC, Vera Canabrava.

    O primeiro seminrio foi reali-zado no dia 15 de fevereiro, no Rio de Janeiro. J no dia 15 de maro, o FNDC esteve em So Paulo para o seminrio da Democratizao Digitalizao das Comunicaes. A proposta disseminar a luta pela democratizao da comunicao e fortalecer a atuao das entidades articuladas em torno dos comits regionais do Frum, especialmente neste momento histrico em que o governo federal decide sobre o modelo de TV Digital a ser implan-tado no Brasil.

    Novo prazo para inscrio de

    trabalhos: 19 de maio.No deixe de participar do

    II Congresso Brasileiro dePsicologia, Cincia eProfisso!

  • 6Jornal do Federal 05/2006

    Proc

    esso

    s tic

    os

    Processos ticosCFP N 3461/04 - ORIGEM: CRP-08ArquivamentoEmenta Recurso contra deciso do Conselho Regional que determinou o arquivamento da denncia. Manuteno da deciso do Conselho Regional.I A Recorrente apresentou denncia sob o argumento de que o seu marido teria sido submetido a atendimento psicolgico onde teria ocorrido um prolongamento desnecessrio do tratamento, cobrana desmedida de honorrios e inadequado mtodo profissional. II A prolongao do tratamento alm do prazo previsto encontra justificativa, nos autos, em face dos reiterados surtos psicolgicos que acometeram o paciente. III O recorrido demonstra, no que se refere aos preos praticados, que se encontram nos limites sugeridos pelo Conselho Federal de Psicologia e no mbito do que praticado na localidade do atendimento. Deciso (CRP): Arquivamento.Deciso(CFP): Mantida.Data do julgamento: 02/12/2005.Presidente: Ana Mercs Bahia Bock.Relatora: Iolete Ribeiro da Silva.

    CFP N 3712/04 - ORIGEM: CRP-06ArquivamentoEmenta Processo tico Profissional. Recurso interposto. Inexistncia de violao s normas e princpios do Cdigo de tica Profissional. Recurso conhecido e improvido.I Nos termos da denncia e aps o cotejo com os esclarecimentos colocados pela psicloga em sua defesa prvia, no foi possvel configurar a ocorrncia da infrao indicada na pea acusatria.II A denunciante no trouxe elementos que comprovassem a infrao ao Cdigo de tica. Ao contrrio, a denunciada fez prova robusta dos procedimentos adotados, inclusive a juntada de documentos que no consubstanciam quaisquer indcios de infrao.Deciso (CRP): Arquivamento do processo tico.Deciso (CFP): Mantida.Data do julgamento: 30/09/2005.Presidente: Marcus Vincius de Oliveira.Relator: Rodolfo Valentim Carvalho.

    CFP N 4228/04 - ORIGEM: CRP-04ArquivamentoEmenta Recurso contra deciso do Conselho Regional que determinou o arquivamento da denncia. Manuteno da deciso do Conselho Regional.I A Recorrente apresentou denncia baseada em questionamentos acerca da conduta tica da psicloga. Ausncia de materialidade da conduta a ensejar a instaurao de processo tico.II Denota-se, da anlise dos autos e das

    provas produzidas, que a psicloga buscou, dentro de sua competncia, garantir atendimento adequado paciente, inclusive consultando seus filhos sobre a forma como a famlia estava acompanhando o seu tratamento. Deciso (CRP): Arquivamento.Deciso (CFP): Arquivamento.Data do julgamento: 04/11/2005.Presidente: Ana Mercs Bahia Bock.Relator: Odair Furtado.

    CFP N 4460/04 - ORIGEM: CRP-04ArquivamentoEmenta Recurso contra deciso do Conselho Regional que determinou o arquivamento da denncia. Manuteno da deciso do Conselho Regional.I Na anlise dos elementos de prova constante dos autos, no h indcios suficientes a justificar a instaurao do processo tico. Ademais, a denunciante, ora recorrente, deixou de indicar na representao o profissional que teria violado o Cdigo de tica, como tambm no apresentou uma descrio circunstanciada do fato, ocasionando a excluso liminar da denncia. Inteligncia do art. 17, da Resoluo CFP n 006/01 (Cdigo de Processamento Disciplinar). Deciso (CRP): Arquivamento.Decio (CFP): Arquivamento.Data do julgamento: 04/11/2005.Presidente: Ana Mercs Bahia Bock.Relatora: Accia Aparecida Angeli.

    CFP N 4508/04 - ORIGEM: CRP-06Psicloga Avany Vanzeto FonziCassao do exerccio profissional Ementa Processo tico Profissional. Reexame Necessrio. Incidncia dos Arts. 1 alnea c, art. 2 alneas h e n, e art. 21, alm do Princpio Fundamental n I do Cdigo de tica dos Psiclogos. Manuteno da deciso do CRP-06 quanto aplicao da pena de cassao do exerccio profissional.I Comete falta tica a psicloga que excede os limites de sua competncia profissional, notadamente ao envolver-se em questes financeira com a pessoa atendida e, atravs de pessoas de seu crculo de amizade, passa a se utilizar de procedimentos no reconhecidos como pertencentes prtica profissional da Psicologia.II Viola o disposto no art. 21 do Cdigo de tica a psicloga que ao atender diferentes membros da famlia, tece comentrios que caracterizam rompimento do sigilo profissional.III A psicloga, ao se utilizar de sua condio profissional para usufruir de vantagens sobre aquele que deposita confiana no seu trabalho, viola o inc. I, dos Princpios Fundamentais do Cdigo de tica. Deciso (CRP): Cassao do Exerccio

    Profissional.Deciso (CFP): Mantida.Data do julgamento: 04/11/2005.Presidente: Marcus Vincius de Oliveira.Relatora: Alexandra Ayach Anache.

    CFP N 5095/04 - ORIGEM: CRP-02Psiclogo Jurandir Cavalvanti de ArajoSuspenso do exerccio profissional por 30 dias.Ementa Processo tico-Profissional. Reexame Necessrio. Infringncia ao item I, dos Princpios Fundamentais, e do art. 1, alneas a e c do Cdigo de tica Profissional do Psiclogo. I Comete infrao tica o psiclogo que pratica ato incompatvel com os preceitos ticos e legais da profisso, devendo respeitar a dignidade e integridade do paciente. II Incide em infrao tica o psiclogo que se permite examinar fisicamente um paciente sem estar capacitado tecnicamente para tal funo. Deciso (CRP): Suspenso do Exerccio Profissional por 30 dias. Deciso (CFP): Mantida.Data do julgamento: 02/12/2005.Presidente: Ana Mercs Bahia Bock.Relator: Giovani Cantarelli.

    CFP N 2500/05 - ORIGEM: CRP-06Psicloga Eliana Guimares PinCensuraEmenta Processo tico-Profissional. Recurso apresentado pela psicloga denunciada. Manuteno da deciso do Conselho Regional que julgou procedente a Representao para condenar a denunciada pena de Censura por infrao ao disposto no Art. 1, Letra c, Art. 2, letra b, Art. 6,caput, e 1, 2 e 3, Art. 9 e Art. 38, letra d do Cdigo de tica Profissional. I Infringe o Cdigo de tica a psicloga que se utiliza de tcnicas no reconhecidas pela cincia, tal como a iridologia. II Alm disso, comete infrao tica a psicloga que se utiliza de ttulos que no possua, bem como quando no garante o carter confidencial das informaes que vier a saber, tal quando afirma que houve o extravio dos pronturios de atendimento. III Por ltimo, incide em delito tico a psicloga scia de profissional que prescreve e vende medicamentos sem registro no Ministrio da Sade. IV Recurso conhecido e Improvido. Manuteno da deciso do Conselho Regional. Pena (CRP): Censura Pblica.Deciso (CFP): Mantida.Data do julgamento: 02/02/2006.Presidente: Marcus Vincius de Oliveira.Relatora: Rejane Maria Cavalcanti.

  • 705/2006 Jornal do Federal

    Prti

    ca

    Psicologia Intensivista: uma rea emergenteAo lidar com o sofrimento, a dor e

    a morte iminente nos deparamos com situaes que geram tenso, angstia e conflitos emocionais, onde mecanis-mos de defesa psicolgicos so ativados tanto nos cuidadores como nos pacien-tes e familiares, na tentativa de evitar ou aliviar a ansiedade.

    As diversas reaes psicolgicas dos indivduos frente a acontecimentos de alto impacto emocional e de risco iminente de morte vem modificando as formas de pensar e agir, influen-ciando assim nas formas de atuao dos psiclogos. Da a necessidade do intensivismo, que uma especialidade interdisciplinar voltada para o cuidado da pessoa em estado crtico, de forma ininterrupta, por uma equipe de pro-fissionais de sade com treinamento e competncias especficas.

    Nesse mbito de atuao, o psiclogo precisa estar instrumentali-zado para lidar com episdios diversos de crises existenciais/acidentais com repercusses emocionais, onde o sofri-mento psquico apresenta-se modifica-do devido s vivncias no contempo-rneo e s diferentes percepes dos

    grupos sociais, ressalta a presidente do Departamento de Psicologia da Asso-ciao de Medicina Intensiva Brasileira - AMIB, Ana Maria Magalhes.

    O psiclogo intensivista o profis-sional que desenvolve e aplica instru-mentos de atuao dentro de diversas especificidades de ateno, priorizando sempre a avaliao e a clnica psicolgi-ca, procurando alcanar metas e objeti-vos propostos a cada servio de cuidados intensivos, tendo como compromisso participar do cenrio de transformaes sociais favorecendo as condies de sade da comunidade como um todo.

    Os servios de cuidados intensivos tm se caracterizado por serem ambien-tes de decises difceis, que implicam as pessoas com o limite vida-morte. Observa-se, no entanto, que nveis de tenso controlados, de alguma forma, so necessrios manuteno do equi-lbrio e funcionamento psquico.

    Principais Atribuies do Psic-logo Intensivista: Atuar junto equipe interdisci-plinar, acompanhando processos de acolhimento e reflexo sobre a tarefa assistencial dentro do projeto e especi-

    ficidade de atuao; Realizar observao, avaliao e acom-panhamento dos pacientes e familiares dentro de uma rotina de atendimento; Registrar o histrico, a evoluo e as intervenes com o enfermo em pronturio individual; Acolher, preparar e acompanhar os fa-miliares para que participem do processo de cuidados do enfermo, junto equipe; Coordenar grupos com os familiares; Acompanhar as informaes mdicas/equipes buscando facilitar o processo de comunicao/compreen-so desde a rotina de admisso at o encaminhamento para atendimento em enfermaria ou domiciliar, ps-UTI; Atuar junto equipe no sentido de promover discusses, reflexes e aes sobre o cuidado/humanizao; Aplicar questionrios peridicos vi-sando avaliar cuidados/ humanizao da assistncia; Viabilizar campo para estgio, con-tribuindo com a formao de novos profissionais; Desenvolver estudos e pesquisas partindo de avaliao de protocolos assistenciais.

    A Organizao Mundial de Sade - OMS define Cuidados Paliativos como a abordagem para melhorar a qualida-de de vida dos pacientes com doenas crnico-evolutivas, quando o organismo no responde aos tratamentos curativos, tornando prioridade o controle da dor e de sintomas psicolgicos, sociais e espirituais. Desta forma, os cuidados paliativos promo-vem o bem-estar geral do paciente, de seus familiares e da comunidade que o cerca.

    Dados da OMS apontam que, at 2015, 15 milhes de novos casos de cncer no mundo sero registrados, resul-tando em 9 milhes de mortes, sendo 6 milhes em pases em desenvolvimento. Segundo a fundadora da Associao Brasileira de Cuidados Paliativos - ABCP, a psicloga Ana Gergia Cavalcanti de Melo, a introduo de cuidados paliativos em hospitais pblicos e privados brasilei-ros est relacionada crescente demanda de pacientes em doenas avanadas. A partir desta demanda, profissionais bus-caram conhecer, por meio de formao e

    Reumanizao do processo de morrercursos de especializao, tcnicas efetivas para cuidar do paciente como um ser humano que sofre, afirma.

    A diretora da Unidade de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional de Cncer - Inca, Cludia Naylor, acrescenta que o objetivo a preveno do sofrimento dos pacientes, para que eles no tenham uma morte sofrida. Os pacientes no podem ser abandonados por terem doenas, muitas vezes, incurveis. E, ao buscar a qualidade de vida do paciente, alcanamos a da fam-lia tambm, diz. Segundo a mdica, obri-gao das equipes que atuam nos cuidados paliativos trabalhar o lado social, psicolgi-co e espiritual. Para que o paciente tenha uma qualidade de vida, no basta atuar na dimenso fsica e orgnica, observa.

    O Inca, rgo do Ministrio da Sade, possui o nico hospital do Brasil com unida-de exclusiva de cuidados paliativos. Loca-lizado no Rio de Janeiro, o instituto conta com 56 leitos e atende, em mdia, 1.200 pacientes por ms. O trabalho das unidades de cuidados paliativos multiprofissional,

    envolve mdicos, enfermeiros, psiclogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e nutri-cionistas. A atuao do psiclogo, especi-ficamente, pode favorecer a manuteno da auto-estima, a preservao relativa do auto conceito e a aceitao da doena e dos tratamentos seguidos, avalia Ana Gergia.

    Embora ainda precise avanar em muitos aspectos, o Brasil j conta com vrias unidades voltadas para a atividade de cuidados paliativos. A ABCD conta com cadastro de 31 servios oriundos dos chamados Servios de Dor, implementados nos hospitais. Entretanto, no h ainda a prtica do ensino na graduao e na ps-graduao em Medicina Paliativa e Cuidados Paliativos, como j acontece em muitos pases da Europa e Amrica Latina. Este um dos obstculos observados por Ana Gergia para a implementao de outras unidades. Tambm existe a ausncia de uma poltica nacional nesta rea, alm de carncia de recursos fi-nanceiros para a pesquisa e desenvolvi-mento em cuidados paliativos, pontua.

    Ser realizado em Curitiba, de 19 a 21 de outubro de 2006, o II Congresso Internacional de Cuidados Paliativos e Dor. O congresso, que tem como tema Arte e Cincia no Cuidar , uma realizao do Instituto Nacional de Cncer, Hospital Erasto Gaertner (Curitiba) e Academia Nacional de Cuida-dos Paliativos - ANCP. Mais informaes podem ser obtidas pelo telefone (41) 3361-5167 ou por meio do endereo eletrnico [email protected].

  • 8Jornal do Federal 05/2006

    Caravana de Direitos Humanos mobiliza 145 profissionais

    simultaneamente em todo o pas

    Cara

    vana

    s

    Violaes graves contra os Dire-tos Humanos foram relatadas durante inspeo nas unidades de internao para adolescentes realizada pela Comis-so Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia - CFP e pelas Comisses de Direitos Humanos e da Criana e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, em todo o pas, em maro.

    As inspees aconteceram de forma surpresa em 27 estados, incluindo o Distrito Federal e cerca de 40 unidades foram vistoriadas pelos 145 tcnicos en-viados. Segundo relato das equipes que visitaram as localidades em todo o pas, o desrespeito aos Direitos Humanos e ao Estatuto da Criana e do Adolescentes - ECA aconteceu na maior parte das unidades vistoriadas. Foram constata-dos indcios de abuso sexual, unidades alagadas com fios eltricos descobertos, locais sujos, comida estragada, falta de atendimento mdico, superlotao, ausncia de atividades scio-educati-vas, sinais de tortura em adolescentes, instalaes com a presena de ratos e baratas, espancamentos, entre ou-tros. Uma das unidades em que foram encontradas violaes mais graves foi na Paraba, onde nenhuma cela possui vaso sanitrio, obrigando os internos a fazerem suas necessidades em sacos pls-ticos e garrafas de refrigerantes. J em So Paulo, os tcnicos foram impedidos de entrar nas unidades. Aps uma longa espera, alguns puderam entrar, mas o local tinha sido lavado.

    Para Monalisa Barros, da Comisso de Direitos Humanos do CFP a con-

    tnua violao aos Direitos Humanos da criana e do adolescente traz uma reflexo. Diante do quadro encon-trado a indagao que fica : Ser que a sociedade brasileira no tem nada melhor a oferecer sua juventude do que o encarceramento, onde se sofre violaes de todos os tipos?, questio-na a conselheira do Conselho Federal de Psicologia - CFP. Entretanto, os tcnicos no encontraram somente

    unidades em mau estado. Alguns locais vistoriados estavam em situao legal, com instalaes adequadas, como foi o caso da unidade do Paran, que os tcnicos consideraram irrepreensvel. Os internos ocupam alojamentos indivi-duais e refeitrios limpos, alm de no existirem queixas sobre a qualidade da comida. Quadro satisfatrio tambm foi apresentado em Mato Grosso do Sul, onde a unidade visitada estava com as condies sanitrias adequadas, ausn-cia de queixa de tortura e a presena de diversos profissionais de sade para atender os adolescentes.

    Mas apesar disto, os representantes dos Diretos Humanos so categricos: a

    denncia no pode ficar no esquecimen-to. No queremos nos limitar apenas denncia, queremos que a sociedade se envolva e exija o cumprimento do Estatuto da Criana e do Adolescente por inteiro, afirma a coordenadora da Comisso Nacional de Direitos Huma-nos do CFP, Esther Arantes.

    A inspeo realizada em todo o Bra-sil faz parte da campanha anual 2005/2006 desenvolvida pelo CFP O Que feito para excluir, no pode incluir! Pelo Fim da Violncia nas Prticas de Privao da Liberdade!. O CFP e os 16 CRPs que estiveram envolvidos nas vis-torias consideram inadivel a reviso das formas de tratamento que o Estado est dando aos jovens e tm sido enftico ao colocar que os encarceramentos no so e no podem ser formas de resolver as questes sociais. Os Conselhos tm se posicionado firmemente contra qualquer tipo de encarceramento.

    Representantes do CFP e da OAB entregaram s autoridades brasileiras, em abril, relatrio conclusivo com as estatsticas e a situao das unidades de internao de adolescentes de todo o pas. A idia que os governos reconhe-am as violaes denunciadas e acei-tem a parceria dos representantes dos Direitos Humanos para o cumprimento integral do Estatuto da Criana e do Adolescente. O ECA tem que ser cum-prido integralmente, com unidades pos-suidoras de oficinas profissionalizantes, e que ofeream aos adolescentes esporte, educao e lazer, decreta o membro da Comisso Nacional de Direitos Huma-nos da OAB, Joelson Dias.

    As visitas s unidades de inter-nao adolescentes tiveram como parmetro o cumprimento de artigos do Estatuto da Criana e do Adoles-cente. Citamos aqui alguns deles:

    Art. 4 - dever da famlia, da co-munidade, da sociedade em geral e do poder pblico assegurar, com absoluta prioridade, a efetivao dos direitos referentes vida, sade, alimen-tao, educao, ao esporte, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e

    convivncia familiar e comunitria.Art. 106 - Nenhum adolescente

    ser privado de sua liberdade seno em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciria competente.

    Art. 110 - Nenhum adolescente ser privado de liberdade sem o devi-do processo legal.

    Art. 121 - A internao constitui medida privativa de liberdade, sujeita aos princpios de brevidade, excepcio-nalidade e respeito condio pecu-

    liar de pessoa em desenvolvimento.Art. 123 - A internao dever

    ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedeci-da rigorosa separao por critrios de idade, compleio fsica e gravidade da infrao.

    Art. 125 - dever do Estado zelar pela integridade fsica e mental dos internos, cabendo-lhes adotar as medidas adequadas de conteno e segurana.

    Cenam - Sergipe

    Fundaq - Pernambuco

    Fundaq - Pernambuco

    Delegacia Especializadade Assistncia aoAdolescente Infrator- Amazonas

    Delegacia Especializadade Assistncia aoAdolescente Infrator- Amazonas

    Fundaq - Pernambuco

    Ser que a sociedade bra-

    sileira no tem nada melhor

    a oferecer sua juventude do

    que o encarceramento, onde

    se sofrem violaes de todos

    os tipos? Monalisa Barros.

  • 905/2006 Jornal do Federal

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    O Conselho Federal de Psicologia, mais uma vez, marcou presena no F-rum Social Mundial, desta vez realizado em Caracas (Venezuela), representando os 16 Conselhos Regionais de Psico-logia. Com o objetivo de criar uma Frente Mundial contra os Manicmios e as Prises, o Sistema Conselhos de Psicologia promoveu na sexta edio do Frum Social Mundial, realizado entre os dias 24 e 29 de janeiro, em Caracas, a oficina: Grades no so soluo para a vida; queremos outra sada.

    O vice-presidente do CFP, Marcus Vincius de Oliveira, ressaltou a impor-tncia da participao do Sistema Con-selhos no VI Frum Social Mundial: O Frum Social Mundial um espao de convergncia de idias, utopias e pen-samento crtico. Em edies anteriores realizamos oficinas sobre temas mais te-ricos. Em 2006 inovamos ao levar uma proposta concreta de reflexo sobre um tema delicado, importante e complexo, que a luta pelo fim dos manicmios e das prises, disse o vice-presidente.

    Representantes de mais 10 pases participaram da oficina proposta pelo CFP. Para a coordenadora da Comis-so Nacional de Direitos Humanos do CFP, Esther Arantes, a participao no debate possibilitou maior visibilidade para o lanamento da Campanha do Sistema Conselhos de Psicologia, e pos-sibilitou a visibilidade para as pessoas e entidades presentes no FSM que se interessavam pelo tema. A partir deste

    CFP encabea Frente Mundial contra manicmios e prises, em Caracas

    primeiro contato, alm de realizarmos nossa oficina com bastante pblico, tambm participamos das oficinas organizadas por entidades de outros pases, explicou a coordenadora.

    Esther Arantes afirmou ainda que o Sistema Conselhos de Psicologia do Brasil foi bastante elogiado por sua iniciativa. Todos os presentes concor-daram com a urgncia, a relevncia e a oportunidade de se discutir o fim dos presdios e manicmios no Frum. Mesmo ponderando a dificuldade de uma tal empreitada, foi voz corrente que a questo tem que ser colocada e debatida pela sociedade em geral e pelos diversos profissionais, em particular, dada a banalizao da violao dos direitos humanos nas prises, incluindo largamente a prtica de tortura.

    A repercusso do evento foi to positiva que os representantes da dele-gao do Conselho Federal de Psico-logia foram convidados a participar de um debate, de 40 minutos de durao, sobre o tema do encarceramento, no programa Construyendo Repblica, da TV estatal venezuelana (Vive Tele-visin), de alcance nacional. Esse foi um indicativo de que a atividade valeu a pena, foi bem sucedida, afirmou Marcus Vincius.

    Com base no que foi discutido

    durante o Frum Social Mundial, o CFP agora est trabalhando na produo de um site da Frente Mundial contra os Manicmios e as Prises, que ser um ponto de encontro para quem quiser de-nunciar violaes de direitos humanos e tambm divulgar solues inovadoras e alternativas para essa questo.

    O CFP recebeu um convite da delegao espanhola para que apresente a mesma atividade no Frum Social Europeu, que ser realizado entre os dias 04 e 07 de maio, em Atenas, na Grcia.

    Durante a oficina, realizada no dia 26 de janeiro, foram exibidos os vdeos Tribunal dos Crimes da Paz, sobre manicmios, e De Dentro para Fora, da Srie No o que Parece, que trata das prises, os quais foram distribudos aos participantes.

    Para a Juza Maria Lcia Karam, que participou da oficina convite do CFP, encontrou-se uma boa recep-tividade, um canal aberto para se desenvolver a Frente Mundial contra os Manicmios e as Prises. A juza Maria Lcia mais uma defensora do fim dos encarceramentos em nossa so-ciedade. inadmissvel, se pensarmos logicamente, a possibilidade de haver uma ressocializao tirando a pessoa da sociedade. Esse tipo de pena, no fim das contas, causa maiores danos, uma vez que o indivduo ficou mais desadaptado e com o sentimento de que pagou mais do que se devia.

    Conforme a juza, surtiria mais efei-to se o dinheiro gasto com os presdios fosse investido na gerao de emprego e renda. Ela no acredita tambm que as penas alternativas sejam uma soluo para o problema dos encarceramentos. As penas alternativas no so suficien-tes, pois no so substitutivas da priso, mas sim novos tipos de penalidade, novas formas de controle. A pena de priso no afetada, no reduzida com as alternativas. preciso se discu-tir a abolio do sistema penal.

    Maria Lcia lembra que a pena pri-vativa da liberdade no existiu sempre. Foi uma evoluo se levarmos em con-ta as penalidades aplicadas antigamente, como a tortura e a pena de morte; mas uma evoluo verdadeira seria a supera-o da idia de excluso, defende.

    Objetivos da Frente Mundial contra os Manicmios e as

    Prises:Manter um banco de dados

    e diagnsticos a respeito da situao manicomial e

    prisional nos diversos pases; Estabelecer vigilncia contra

    a violao dos direitos humanos nos manicmios e

    prises; Apoiar iniciativas de exigncias

    de uma anistia imediata de todos os presos por crimes

    que no envolvam violncia entre as pessoas.

    O Frum Social Mundial um espao internacional para reflexo e articulao de Movimentos Sociais, Redes, ONGS e outras organizaes da sociedade civil que buscam uma alternativa s polticas neoliberais.

    O FSM se reuniu pela primeira vez em Porto Ale-gre, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2001, com o objetivo de se contrapor ao Frum Econmico Mundial de Davos, na Sua. Em 2004, o evento foi transferido para Mumbai, na ndia. Em 2005 voltou para Porto Alegre. J, em 2006, o Frum aconte-ceu em trs sedes: Bamako (Mali), Caracas (Venezuela) e Karachi (Paquisto).

    Comitiva do Conselho Federal de Psicologia presente no Frum Social Mundial/Venezuela: Vice-presidente do CFP, Marcus Vincius; Presidente da ABEP, Mar-cos Ferreira; Coordenadora da CNDH, Esther Arantes; Coordenadora da CDH do CRPRJ, Beatriz S Leito; Presidente do CRPRJ, Jos Novaes. A convite do CFP, tambm compareceu ao FSM, a juza Maria Lcia Karam.

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    Jornal do Federal 05/2006

    Form

    ao

    profi

    ssion

    al

    Os avanos da Cincia Psi-colgica tm propiciado o apa-recimento de reas de conheci-mento especfico para a atuao do profissional de Psicologia. Por esta razo, o Conselho Federal de Psicologia concede, desde

    2002, o ttulo profissional de especialista, sendo que, a partir de 2004, passaram a ser oferecidas onze modalidades. Sua ob-teno atesta comprovada prtica na rea de especializao almejada, consistindo em um direito do psiclogo. Conforme as resolues editadas pelo CFP, o psiclogo pode ser portador de at dois ttulos de es-pecialista junto ao seu Conselho Regional de Psicologia, podendo, a qualquer tempo, modific-los.

    Existem dois tipos de especializao: uma se refere a uma especializao profis-sional, ou seja, no exerccio da profisso, e outra que acadmica. A especializao profissional pode, quando devidamente comprovada, justificar a obteno de um ttulo de especialista autorizado pelos Conselhos de Psicologia, segundo normas estabelecidas na Resoluo n 014/00, alterada e regulamentada pela Resoluo n 02/01. Cerca de 16 mil psiclogos j possuem este tipo de ttulo. O outro tipo de especializao acadmica e justifica ttulos como mestre e doutor oferecidos por meio de cursos de Ps-graduao strito sensu em instituies de ensino superior reconhecidas pelo MEC ou cer-tificados que atestam realizao de curso de especializao com 360 horas.

    Os cursos de especializao lato sensu oferecem apenas certificados de concluso de curso de especializao e podem ser especializaes profissionais. Neste casos, seus portadores, podem buscar o ttulo junto aos seus conse-lhos profissionais. Para isto, no caso

    da Psicologia, os cursos precisam estar credenciados junto ao Conselho Fede-ral de Psicologia e estar organizados de acordo com as exigncias aprovadas pelos Conselhos. Estes cursos devem ser de 500 horas e ter parte delas em prtica profissional, se diferenciando dos cursos de especializao acadmica.

    As especializaes acadmicas no permitem ttulo de especialista, apesar da reconhecida especializao. Isto porque o MEC entende que o ttulo de especialista

    existe apenas nas profisses em que os Conselhos Profissionais o regulamenta-ram. No caso dos ttulo acadmicos, fica comprovada a qualificao do psiclogo para a docncia e pesquisa e no para a profisso, explica a conselheira do CFP e doutora em Psicologia, Iolete Ribeiro.

    Entretanto, h casos em que profis-sionais dedicados pesquisa e docncia solicitam a concesso de ttulo profissio-nal de especialista. O motivo principal o fato deste profissional ser reconhecido muitas vezes como referncia em sua rea de saber. No entanto, preciso que se esclarea que o CFP s autoriza ttulos de especialista para profissionais que exercem a profisso de psiclogo em uma das reas regulamentadas, afirma Iolete. Os professores podem solicitar seu ttulo de especialista somente quando exerce-ram, nos cursos de Psicologia, a funo de supervisores de estgio por 5 anos. Esta modalidade de registro de ttulo, no

    entanto, vigora apenas durante 270 dias depois de regulamentado o ttulo na rea.

    reas de EspecializaoAs modalidades nas quais o profis-

    sional pode se obter o ttulo de especia-lista so: Psicologia Escolar/Educacional; Psicologia Organizacional e do Traba-lho; Psicologia de Trnsito; Psicologia Jurdica; Psicologia do Esporte; Psico-logia Clnica; Psicologia Hospitalar; Psicopedagogia; e Psicomotricidade; alm de Psicologia Social, reconhecida em 2003 e Neuropsicologia, que forma a lista desde 2004. Quando surgem novas especialidades, o interessado tem at 270 dias a partir da data de vigncia da resoluo para comprovar prtica de cinco anos na rea. Neste caso, este o nico requisito, informa a conselheira. Em 2006, este tipo de processo, seguido pela maioria dos psiclogos que tem o ttulo, no est aberto para nenhuma das especialidades oferecidas.

    Em 2006, a obteno do ttulo pode ser efetivada por meio de concluso de curso de especializao (modalidade que vigora sempre) ou por concurso (realizada anualmente). Com elas, alm de com-provao de prtica profissional exigida de dois anos, o conhecimento terico avaliado. Para ter validade no processo de concesso do ttulo, o certificado ou diploma de concluso de curso de especializao deve ter sido conferido por instituies de ensino superior reconhe-cidas pelo MEC ou por pessoa jurdica habilitada para este fim. A habilitao depende de credenciamento no CFP, que j cadastrou 50 ncleos formadores. Para sua concluso, exigida a apresentao de monografia com temtica voltada para a rea a que a especialidade se destina. At dezembro do ano passado, 123 psiclogos obtiveram o ttulo por este processo.

    Ttulo de especialista atesta prtica profissional

    Concurso de provas para ttulo de especialista ser no dia 10 de setembro,

    em So Paulo.

    Em 2006, o Conselho Federal de Psicologia realiza no dia 10 de setembro o Concurso para Concesso do Ttulo de Especialista, em So Paulo, logo aps o II Congresso Brasileiro de Psicologia: Cincia e Profisso. Qualquer psiclogo, mesmo que sua solicitao por tempo de experincia de cinco anos tenha sido negada por falta de documentao, pode se submeter prova.

    As provas sero objetivas e discur-

    sivas. O edital do concurso, que ser organizado pela VUNESP, para obten-o de ttulo de especialista, contendo perodo de inscrio, horrio e local das provas, est previsto para sair em abril. Haver divulgao antecipada da bibliografia exigida para a prova. O resultado final sair em dezembro.

    Os psiclogos que fizerem o teste devero apresentar tambm alguns do-cumentos comprobatrios de atuao

    na rea por pelo menos dois anos, alm de requisitos formais de sua condio profissional.

    O ttulo de especialista no obri-gatrio, um direito. Ele referncia a dedicao do profissional na rea de especialidade, no consistindo condio para o exerccio profissional.

    Verifique no site www.pol.org.br tudo sobre o concurso de provas e ttulos.

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    05/2006 Jornal do Federal

    Educ

    ao

    H uma preocupao dos profissionais da Psicolo-gia sobre a construo e implementao de pr-ticas que visam promo-ver o desenvolvimento integral de pessoas que

    apresentam necessidades educacionais especiais.

    A Cincia Psicolgica ao longo dos trs ltimos sculos se manifes-tou sobre a educao das pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais, seja no marco de referncia conceitual, seja no mbito das prticas dos profissionais da rea ou mesmo de reas que se utilizam das constru-es dos conhecimentos a respeito da populao que apresenta caractersti-cas fsicas, psicolgicas e sociais que destoam da maioria de seu grupo.

    bom lembrar que os conceitos de normalidade e anormalidade so mar-cados pelo padro de referncia cultural de um determinado grupo, produzido mediante as condies concretas de vida. Desse modo, h uma preocupao dos profissionais da Psicologia sobre a construo e implementao de prticas que visam promover o desenvolvimento integral de pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais.

    Nesta perspectiva, o compromisso do profissional com a Promoo de Sade das pessoas, o que implica em um primeiro momento assumir que a sade no se define pela ausncia de doena, mas como um processo qualitativo que se constitui na e pelas

    condies de vida. Assim, no h uma ciso entre corpo e psqu, entre o nor-mal e o patolgico, h sim, um estado de tenso permanente que forma a unidade - a pessoa. Esse movimento, que ocorre nos diferentes espaos de relao, e dentre eles a instituio es-

    Portanto, impres-cindvel, a construo de aes coletivas e permanentes junto s pessoas, que lhes permitam a compreenso das diferentes informaes oriundas de diversas fontes, dentre elas a sade, a educao, sobretudo s relacionadas s deficincias, s patologias, aos transtornos de condutas e de diversas manifestaes comportamentais que venham perturbar a ordem vigente.

    Alm disso, e com isso, o(a) psiclogo(a), mediante as especiais necessidades dos estudantes, precisa encontrar nas impossibilidades, os desafios, para que prticas criativas se apresentem nos servios de educao e sade, que muitas vezes se expres-sam nos pareceres dos diagnsticos, nas omisses, bem como em atuaes exclusivistas, que alm de fragmentar as relaes, tambm nos fragmenta.

    cola, pode permitir aos seus integran-tes (professores, estudantes, familiares, e demais profissionais), oportunidade de transformao, qual seja, a melhoria da qualidade de vida dos membros do grupo a qual este parte.

    BVS-Psi cada vez mais procurada para pesquisas bibliogrficas

    Referncia internacional na dispo-nibilizao de dados sobre Psicologia na Internet, a Biblioteca Virtual em Sade - Psicologia - BVS-Psi, mantida pelo Siste-ma Conselhos, tem o objetivo de reunir, organizar e disseminar o conhecimento publicado em revistas, teses, e outros tipos de suportes. Formado por bases de dados especializadas e acessveis pelo site www.bvs-psi.org.br, o acervo digital voltado para psiclogos, pesquisado-res, estudantes e outros interessados que buscam material atualizado para a prtica profissional do psiclogo ou para o avano da pesquisa cientfica no Brasil e na Amrica Latina.

    Facilidade de acesso a informaes atualizadas e disponibilizao de novas ferramentas tornam a BVS-Psi um

    meio de capacitao e desenvolvimento cientfico de profissionais na rea de Psicologia. A base de dados Entre na Rede, implementada em 2005, per-mite o acesso a resumos de pesquisas, concludas ou em andamento, e de prticas profissionais desenvolvidas por profissionais, pesquisadores, professores e estudantes de Psicologia, na perspecti-va do compromisso social. Alm disso, a ferramenta possibilita o contato entre o internauta e os autores desses trabalhos para eventual troca de experincias ou solicitao de mais informaes.

    J o PePSIC, fruto da parceria entre a BVS-Psi e a Associao Brasileira de Editores Cientficos de Psicologia - ABECIP, tem a meta de ampliar o acesso produo cientfica em Psicolo-

    gia e reas afins por meio da publicao de peridicos em formato eletrnico e sua disponibilizao gratuita na Inter-net. Atualmente, o PePSIC conta com 16 ttulos publicados, com mais de 30 fascculos que podem ser acessados de qualquer computador conectado rede mundial de computadores.

    A Biblioteca Virtual utilizada, no Brasil, como modelo para a implementa-o de sistemas semelhantes em outras reas do conhecimento. Internacional-mente, o modelo brasileiro tem inspirado a criao da Biblioteca Virtual da Unio Latino-americana de Psicologia - BVS-ULAPSI. Alm disso, os pases sul-ameri-canos Peru e Colmbia implantaro suas bibliotecas virtuais na rea de Psicologia criadas a partir da experincia brasileira.

    Contribuies no desenvolvimento integral de pessoas com necessidades especiais

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    Jornal do Federal 05/2006

    A cada ano, a ABEP promover uma oficina nacional sobre alguma dimenso da prtica profissional dos psiclogos, que deva referenciar a formao dos futuros profissionais. Pretende-se diminuir a dis-tncia entre o que ensinado nos cursos e aquilo que os psiclogos encontram como desafio no seu cotidiano profissional.

    Em 2006, ocorrer a I Oficina Nacio-nal da ABEP sobre a formao dos futuros profissionais para atuarem na rea da sade pblica e mais especificamente no SUS. Sua etapa nacional ocorrer no ms de agosto em Braslia. A etapa regional ocorrer at final de junho e ter pelo menos 30 oficinas, sendo

    que em alguns estados haver mais de uma.Todo o esforo se dirige para facilitar

    ao mximo a participao de psiclogos, coordenadores de cursos, professores e estudantes s atividades. Ser promovida uma reflexo sobre o incremento da quali-dade da presena da Psicologia no SUS, por meio de modificaes curriculares que aumentem o envolvimento dos alunos de psicologia com essa temtica.

    As oficinas ocorrem em parceria com os Conselhos Federal e Regionais de Psicologia e com o Ministrio da Sade. Os Conselhos decidiram que as oficinas sero eventos preparatrios para o Frum

    Nacional de Psicologia e Sade Pblica, dando uma contribuio fundamental na construo das oficinas em cada estado e regio. Alm disso, essas oficinas resultam da relao entre o Ministrio da Sade e o Frum Nacional de Educao das Profis-ses na rea da Sade - FNEPAS, do qual a ABEP faz parte.

    A contribuio de todos os interessados no presente e no futuro da psicologia in-dispensvel. Essa contribuio pode ocorrer tanto pela participao nas oficinas quanto pelo incentivo para que todos os coordena-dores de curso, professores e estudantes efeti-vamente estejam inseridos nesse processo.

    Colun

    a da A

    bep

    Oficina Nacional da Abep: Psicologia e Sade Pblica

    Livro sobre a formao de psiclogos

    Um grupo de Coordenadores de Cursos de Psicologia est produzindo recomendaes sobre formas de apoiar estudantes com neces-sidades especiais na formao de psiclogos. O grupo estuda procedimentos para a ateno a alunos com deficincia visual. A iniciativa surgiu nos debates realizados numa lista de

    discusso criada pela ABEP, da qual partici-pam coordenadores de curso de todo o pas.

    Pretende-se que sejam incorporados ao grupo psiclogos portadores desse tipo de deficincia. Alm disso, est sendo negociado um convnio com o Instituto Benjamin Constant - MEC. A seguir,

    pretende-se estabelecer grupos de traba-lho visando a ateno a estudantes de psicologia portadores de deficincias de locomoo grave e alunos com deficin-cias de audio. Um terceiro grupo dever estudar formas de apoiar alunos usurios de servios de sade mental.

    Ateno a estudantes com necessidades especiais

    Pesquisa sobre prtica profissional de psiclogos no SUSEm fevereiro ocorreu o Seminrio

    de Pesquisa: Prtica Profissional, Psicologia e Sade Pblica. Promovido em colaborao entre a ABEP, o Conselho Federal de Psico-logia, o Ministrio da Sade e a Universidade de Braslia. O objetivo foi produzir definies que dem sustentao para as pesquisas sobre a prtica profissional, a comear pelo estudo da atuao dos psiclogos no SUS.

    O evento contou com a participao de profissionais e pesquisadores de todo o pas, dos quais ser importante ressaltar dois: a cole-

    ga Mary Jane Spink, convidada pela diretoria da ABEP para conduzir a pesquisa promovida pela ABEP; e o colega Marcus Vincius de Oliveira, vice-presidente do CFP e coordena-dor do CREPOP - Centro de Referncia em Polticas Pblicas e Psicologia. A diretoria da ABEP decidiu que a pesquisa financiada pelo Ministrio da Sade seja realizada em colabo-rao com o CREPOP, por entender que essa iniciativa dos Conselhos de Psicologia uma novidade importante para a construo de novas dimenses para a Psicologia no pas.

    O projeto de pesquisa conduzido por Mary Jane tem duas vertentes. A primeira refere-se ao estudo daquilo que os psiclo-gos efetivamente esto fazendo no mbito do SUS. A segunda vertente envolve um processo de sistematizao da produo acadmica sobre a presena da Psicologia na rea da Sade Pblica. Para as duas ver-tentes estamos buscando simpatia e apoio de todos os colegas procurados por nossa equipe de pesquisa no sentido de colaborar na coleta de informaes.

    A convite do Ministrio da Educao - Instituto Nacional de Estudos e Pesqui-sas Ansio Teixeira - INEP e do Ministrio da Sade (Secretaria de Gesto do Tra-balho e da Educao na Sade - SGTES e Departamento de Gesto da Educao da Sade - DEGES), a ABEP est partici-pando da elaborao de um volume sobre a trajetria da formao de psiclogos

    no Brasil na ltima dcada e meia. A iniciativa envolve outras treze profisses que atuam na rea da sade, e est sendo organizada em colaborao com o Frum Nacional de Educao das Profisses na rea da Sade - FNEPAS.

    A ABEP recolheu indicaes de no-mes junto ao Frum de Entidades Nacio-nais da Psicologia Brasileira para compor o

    grupo de trabalho para elaborar o texto que seria publicado. O grupo tem se reunido e em breve poderemos conhecer esse texto. O material bsico para elaborao do livro refere-se aos dados sobre os cursos de psi-cologia recolhidos no Censo da Educao Superior entre os anos de 1991 e 2004.

    O lanamento est previsto para o incio de maro de 2006.

    A ABEP j conta com uma sala de situao sobre a formao de psiclogos no Brasil. A Sala de Situao consiste na reunio de todo tipo de informao sobre os cursos de Psicologia, desde o parecer dos avaliadores que visitaram a instituio, at o nmero de formandos

    por turma. H espao para informaes sobre problemas de funcionamento e sobre as decises que rgos governa-mentais vo tomando sobre os cursos.

    A base de dados foi criada a partir dos cadastros de cursos de graduao realizado pelo INEP, pelo Conselho

    Federal de Psicologia e pela prpria ABEP. Com ela, ser possvel traar avaliaes e identificar tendncias a todo momento. Desta forma, pesquisa-dores podero se beneficiar desta reu-nio de informaes sem precedentes na histria da Psicologia no pas.

    Sala de situao sobre a formao de psiclogos no Brasil

    Ativi-dades

    Oficinas Regionais

    Oficinas Nacionais

    Ms

    Abril TO, GO, AP, SC, AL, PB, DF, PR

    Maio PR, ES, MG, BA CE, RS, SP, PA, PI, RN

    Junho GO, SP, MA, PR, RS, ES, PO, PE, RJ, SP, MS, MT

    Agosto DF

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    05/2006 Jornal do Federal

    Sad

    e Pb

    lica

    Atuao no SUS exige mudanas na formao profissional

    Psiclogos debatem atuao no SUSDiante do desafio de ampliar sua

    presena no Sistema nico de Sade - SUS, profissionais de Psicologia dis-cutem sobre a poltica pblica de sade implantada no Brasil, levantando os principais problemas e identificando es-paos de trabalho ainda no explorados. O ambiente de debate ser o I Frum Nacional de Psicologia e Sade Pblica, entre os dias 20 e 22 de outubro deste ano, que ser precedido por reunies preparatrias e por fruns regionais. Du-rante todo o primeiro semestre, psiclo-gos iro refletir sobre os desdobramentos do tema central Contribuies tcnicas e polticas dos psiclogos para avanar o Sistema nico de Sade - SUS.

    Atualmente, a maior parte da populao brasileira no tem acesso aos consultrios particulares, enquanto os registros ambulatoriais da rede pblica de sade na rea de Psicologia so gen-ricos e restritos a atendimentos e consul-tas, a terapias individuais e em grupo e a psicodiagnstico. Tambm existe a pre-ocupao de buscar melhoramentos na formao dos psiclogos que trabalham no SUS de maneira a possibilitar um melhor aproveitamento deste profissional no atendimento populao.

    Para oferecer servios de qualida-de a um maior nmero de pessoas e permitir a atuao de psiclogos nas mais diversas reas relativas a Sade

    Pblica, a iniciativa do Sistema Conse-lhos promover os fruns e debates com os seguintes eixos temticos: Desafios Polticos; A prtica da Psicologia no SUS; Contribuies da Psicologia para Avanar o SUS; e A questo da forma-o dos psiclogos em Sade Pblica.

    PreparatriosAt o dia 30 de junho, os Con-

    selhos Regionais de Psicologia iro realizar eventos preparatrios sobre as demandas da rede pblica para a Psicologia, as possibilidades de inter-venes e as necessidades no mbito da formao. Os debates so importantes

    A Associao Brasileira de Ensino de Psicologia - ABEP promove durante todo o primeiro semestre, mais de 30 oficinas regionais com o intuito de debater sobre a melhoria da atuao de psiclogos no Sistema nico de Sade - SUS, por meio de uma formao acadmica de qualidade. Estes eventos, que contam com o apoio do Conselho Federal de Psicologia e do Ministrio da Sade, iro culminar na Oficina Nacional da ABEP, programada para os dias 3 e 4 de agosto, em Braslia. O tema da oficina Uma presena qualificada no SUS como um desafio para a Psicologia.

    Os conselhos regionais de Psicolo-gia esto participando da organizao e realizao das oficinas que tiveram

    incio em maro. Inicialmente seriam realizadas 17 oficinas regionais da ABEP, entretanto, vrios CRPs am-pliaram o nmero de oficinas diante da importncia de discutir a formao dos futuros profissionais, principal-mente no tocante a polticas pblicas de modo geral e a sade pblica de modo particular. Estes debates tambm iro subsidiar as discusses do I Frum Nacional de Psicologia e Sade Pbli-ca, promovido pelos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia.

    As reunies so abertas a todos os interessados, principalmente professo-res, estudantes, pesquisadores e profis-sionais que atuam na rea de Polticas Pblicas de Sade. Entre estes, estaro presentes Coordenadores de Cursos de

    Psicologia para discutir a forma de dar ateno sade pblica a partir das orientaes das Diretrizes Curriculares para os cursos de Psicologia.

    As oficinas tero dois momentos: um primeiro em que haver reflexo sobre a contribuio da Psicologia para a rede pblica de sade e os modos de fortalecer a Psicologia a partir des-sa interface. No segundo momento sero debatidos os modos de ampliar a ateno formao para o SUS nos diversos Cursos de Psicologia. A programao inclui debates, palestras e conferncias com profissionais convi-dados.

    Para obter informaes sobre as datas e locais das oficinas, acesse o site www.abepsi.org.br/encontro.

    para inspirar e motivar reflexes sobre a realidade profissional e a formao recebida pelos futuros psiclogos que iro atuar na rea de Sade Pblica.

    As informaes reunidas iro sub-sidiar a elaborao das teses que sero apresentadas nos fruns regionais e nacional. A programao ser desen-volvida e divulgada pelos conselhos regionais de Psicologia. As reunies so abertas a psiclogos, usurios de servios de Psicologia e profissionais de reas afins e o acesso gratuito.

    Nos Fruns Regionais, que devero ocorrer at o dia 28 de agosto, as teses desenvolvidas durante todo o primeiro semestre sero apreciadas e, aquelas que forem aprovadas, sero debatidas pelo Frum Nacional, em outubro. Na etapa regional, os fruns so voltados para psiclogos e representaes de estudantes da Psicologia.

    O Frum Nacional ser compos-to por delegados eleitos nos Fruns Regionais. O evento culminar na produo de documentos sobre o exerccio profissional do psiclogo na rea de sade pblica e na definio de diretrizes na interveno do Sistema Conselhos neste assunto.

    Por isso, fique atento e contribua com a construo de propostas para trazer mais visibilidade e mais qualida-de nossa atuao no SUS.

    www . p o l . o r g . b r

    20 a 22 de outubro de 2006

    Bras l ia - DF

    I F r u m N a c i o n a ld e P s i c o l o g i a eS a d e P b l i c a :

    c o n t r i b u i e s t c n i c a s epo l t i c a s pa r a a v ana r o SUS

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    Jornal do Federal 05/2006

    Ques

    to de

    gne

    ro

    Psicologia usa batom

    Desde 1975, 8 de Maro come-morado pelas Naes Unidas como

    o Dia Internacional da Mulher. Antes disso, no ano de 1857, as operrias txteis de uma fbrica de Nova Iorque entraram em greve para reivindi-carem a reduo de um horrio de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operrias, que recebiam menos de um tero do salrio dos homens, foram fechadas na fbrica onde, entre-tanto, se declarara um incndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferncia in-ternacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em home-nagem quelas mulheres, comemorar o 8 de Maro como Dia Internacional da Mulher. Aps tantas lutas e conquistas, as mulheres ainda lutam para ter igualdade de di-

    reitos, e na vida profissional no dife-rente. Na psicologia, as mulheres so maioria na profisso. Em sua ltima pesquisa para avaliar o perfil do psic-logo brasileiro, o Conselho Federal de Psicologia concluiu que a profisso

    em sua maioria exercida pelas mulhe-res: 92,2% dos entrevistados eram do sexo feminino, contra apenas 7,8% de homens que exerciam a profisso.

    Para a coordenadora do curso de Mestrado de Psicologia da PUC Minas, professora Maria Ins, a razo da profisso de Psicologia atrair mais mulheres do que homens pode ser ex-plicada pelo fato da Psicologia ser uma profisso ligada ao cuidado do outro e a atividade do cuidado tomada por uma atividade de gnero feminino, usualmente atribuda s mulheres. As mulheres so socializadas no sentido de cuidar do outro. E no senso comum, a profisso de Psicologia tambm est ligada idia de sensibilidade, que considerada um atributo feminino, habitualmente atribudo s mulheres, afirmou a coordenadora.

    Tal fato, traz uma indagao. Quais so as conseqncias da profis-so ser eminentemente feminina? A psicloga e professora da Universidade de Braslia, Glucia Diniz acredita que pode haver uma desvalorizao social. Em geral as profisses ditas femininas, e mesmo as subreas de determinadas profisses, como a pediatria dentro da medicina, que so vistas tambm como femininas, tendem a ser menos valorizadas socialmente. Consequen-temente, os salrios das profissionais destas reas tendem a ser menores e o acesso a cargos de direo e poder de deciso tendem a ser mais difceis,

    explica. Para Glucia comum o fenmeno chamado Teto de Vidro, que refere-se ao fato de que as mulheres apesar de terem nvel educacional mais alto, recebem salrios inferiores aos dos homens e tm mais dificuldade de acesso a cargos de gerenciamento, seja no setor pblico ou privado.

    Afinal, por que existem tantas psiclogas? Primeiro foi o fato da dcada de 80, ter sido uma poca de expanso das matrculas femininas nos cursos superiores em geral. A Psico-logia aparece ento como uma opo por ser um curso flexvel que por sua generalidade permite um leque de opes profissionais para algum que ter que lutar para se estabilizar no mercado. Alm disso, um curso que oferece conhecimentos polivalentes que podem ser utilizados no cotidiano, e por fim, no exerccio profissional, que por suas caractersticas concilia as atividades familiares com o exerccio de uma profisso. A psicloga Flvia Rosemberg, explicou em um artigo publicado nos anos 80, na revista Psi-cologia Cincia e Profisso que ...moas tambm escolhem cursos assistenciais, ligados rea de educao ou para-mdicos, no apenas porque sua socia-lizao conduziu-as a preferirem papis expressivos; ou por seu passado escolar que privilegiou as humanidades, mas tambm pelo ajustamento de tais cur-sos ambivalncia de sua condio, concluiu a psicloga, poca.

    Contran reconsidera e retoma as seis Cmaras TemticasO Conselho Nacional de Trnsito

    - Contran reconsiderou a reduo das Cmaras Temticas e, no dia 16 de fevereiro de 2006, foi dada a posse aos novos integrantes das 06 Cma-ras Temticas. Em novembro do ano passado o Contran havia acatado a deciso do Departamento Nacional de Trnsito - Denatran de reduzir para trs o nmero de cmaras, limi-tando o debate a tica restrita da via, do veculo e do fator humano.

    Considerando que as Cmaras Te-

    mticas tm o objetivo de estudar e ofe-recer sugestes e embasamento tcnico sobre assuntos especficos para decises do Contran, naquela ocasio, o Conse-lho Federal de Psicologia, ante o impas-se, defendeu a posio conceitual de trs Cmaras, cujo marco referencial est de acordo com a Poltica Nacional de Trnsito - PNT: Segurana no Trnsito, Educao para a Cidadania no Trnsito e Mobilidade e Qualidade de Vida.

    Com a manuteno das seis c-maras, ser possvel dar continuidade

    a discusso em campos mais amplos relacionados ao trnsito. A represen-tao do CFP nas Cmaras de Sade e Meio Ambiente e de Educao para o Trnsito e Cidadania recoloca a abordagem do trnsito como um problema de sade pblica e posiciona a educao de forma estratgica e in-clusiva, que pactue com a populao a co-responsabilidade pelo convvio social no espao pblico e pelo bem-estar coletivo na construo de um trnsito seguro para todos.

    Representantes do CFP:Cmara de Sade e Meio Ambiente Maria Solange Flix Pereira - TitularAndra Santos Nascimento - Suplente Cmara de Educao para o Trnsito e CidadaniaGislene Maia de Macedo - TitularCristina Armani Madeira - Suplente

    Psicologia atrai cada vez mais mulheres. Especialistas apontamconseqncias para profisso eminentemente feminina

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    05/2006 Jornal do Federal

    Notas

    O Conselho Federal de Psicologia, juntamente com os Conselhos Regio-nais da 5, 6 e 12 regies e com o Frum de Educao Inclusiva de So Paulo, promoveu o Seminrio Educa-o Inclusiva: Por uma Escola Mundo Onde Caibam Todos os Mundos, em maro. O evento comps as 300 ativi-dades desenvolvidas durante o Frum Mundial de Educao, promovido entre os dias 23 e 26 de maro em Nova Iguau, Rio de Janeiro.

    O seminrio realizado pelo CFP buscou trabalhar para que a Psicolo-gia esteja a servio da educao inclu-siva no Brasil e pelo fortalecimento da organizao e participao dos psiclogos no movimento. O nmero de inscries atingiu a capacidade total do auditrio e as expectativas foram atendidas, afirma a conselhei-

    ra do CFP e tambm palestrante do encontro, Iolete Ribeiro.

    O evento, que contou com a participao de dois intrpretes da Lngua Brasileira de Sinais - Libras, comeou com a apresentao de uma pea de teatro do grupo Os inclusos e os sisos - teatro de mobilizao pela diversidade. Em seguida aconteceram as palestras de Claudia Werneck, da ONG Escola de Gente, Fbio Meireles, do Conselho Nacional da Juventude, e Fbio Adiron, do Frum Permanente de Educao Inclusiva/SP. Tambm foram palestrantes Wagner Rana, do CRP-6, Rosilene Cerqueira, do CRP-5, e Fbio Tondin, do CRP-12.

    O Frum Mundial de Educa-o reuniu cerca de 30 mil pessoas entre educadores, militantes sociais,

    estudantes e delegados de 25 pases para debater o tema Educao Cidad para uma Cidade Educadora. Em um espao aberto e plural, os princpios e lemas das edies anteriores do evento, realizadas em Porto Alegre, So Paulo, Crdoba (Espanha) e Ca-racas (Venezuela), foram reforados e os participantes buscaram contribuir para a construo de um processo de mobilizao e de luta pela defesa ir-restrita da educao como um direito humano e social. No final do evento foi divulgado um documento intitu-lado Carta de Nova Iguau onde os presentes reafirmaram o compromisso com a defesa e a transformao de-mocrtica da escola pblica, gratuita, laica e de qualidade para todos e todas. Confira a carta na ntegra no site www.pol.org.br, no link notcias.

    Frum Mundial de Educao refora luta pela democratizao

    Com o objetivo de monitorar a implementao da Conveno dos Direitos da Criana - CDC e das reco-mendaes do Comit dos Direitos da Criana no Brasil e estimular a forma-o de uma coalizo de organizaes, redes e movimentos da sociedade civil para o monitoramento da Conveno dos Direitos da Criana - CDC, a Associao Nacional dos Centros de Defesa da Criana e do Adolescente - ANCED, em parceria com Save the Children-Sucia, organizaram nos dias 19 e 20 de dezembro de 2005 a Oficina Nacional Monitoramento da Implementao da Conveno sobre os Direitos da Criana e das Recomenda-es do Comit da ONU ao Brasil.

    No evento, que contou com a presena de Rosa Ortiz, integrante do Comit dos Direitos da Criana das Naes Unidas, foram apresentados relatos sobre o processo de monitora-mento da CDC no Brasil e realizadas discusses sobre os Direitos da Crian-a luz dos Direitos Humanos. A principal tarefa dos participantes foi fazer uma anlise das recomendaes,

    apresentadas pelo Comit dos Direi-tos da Criana das Naes Unidas ao Governo Brasileiro para implementa-o da CDC para apontar aquelas que devem ser monitoradas pela sociedade civil brasileira para elaborao do prximo relatrio alternativo que deve estar pronto em 2007.

    Participaram da oficina vinte instituies brasileiras que atuam na defesa dos direitos da criana e do adolescente, entre elas o Conselho Fe-deral de Psicologia. A partir do debate sobre a experincia das organizaes com o monitoramento de direitos e da elaborao de uma proposta de traba-lho foram estabelecidos pactos finais e agenda para monitoramento.

    Elaborada pela ONU em 1989, a Conveno dos Direitos da Criana - CDC foi ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de 1990. Ao ratificar essa Conveno, o Brasil assumiu o compromisso de apresentar ao Comit para os Direitos da Criana relatrios sobre as medidas que tenha adotado para efetivao dos direitos reconhe-cidos na Conveno bem como dos

    resultados e dos progressos alcana-dos, especificando as exatas circuns-tncias e as dificuldades enfrentadas para sua consecuo.

    O primeiro relatrio deve ser en-tregue aps dois anos da data em que a Conveno entrar em vigor para cada pas. Aps o primeiro relatrio, a cada cinco anos devem ser apre-sentados os relatrios subsequentes, podendo o Comit solicitar informa-es complementares. Tais relatrios devem ser colocados amplamente disposio do pblico de seus respec-tivos pases. Alm do relatrio oficial, a sociedade civil pode elaborar um relatrio alternativo que tambm fornecer informaes sobre a imple-mentao do CDC. Ao analisar os relatrios, o Comit formula sugestes e recomendaes gerais aos esta-dos-partes, com base nos relatrios apresentados periodicamente.

    Apesar do Brasil haver ratificado a Conveno, no cumpriu os prazos para apresentao dos relatrios e somente apresentou o primeiro rela-trio no ano de 2004.

    CFP participar do monitoramento em recomendaes do comit da infncia

    14 de abril: Dia Nacional da Luta pela Educao Inclusiva

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    Jornal do Federal 05/2006

    IMPRESSO

    CFP tem novo nmero de telefone: ANOTE!Fone: (61) 2109-0100Fax: (61) 2109-0150SRTVN 702 - Ed. Braslia Rdio Center - sala 4024-ACEP 70.719-900 e-mail: [email protected] - home page: www.pol.org.br

    100049/2005-DR/BSB

    C.F.P

    Agen

    da 16 Congresso Internacional de Psicoterapia de GrupoTema: Grupos - Conectando Indivduos, Comunidades e CulturasData: 17 a 22 de julho de 2006 Cidade: So Paulo - SP - BrasilTelefone: (11) 3361-3056 Fax: (11) 3361-3089 E-mail: [email protected]: http://www.eventus.com.br/iagp

    II CBPOT Congresso Brasileiro de Psicologia Organizacional e do TrabalhoData: 26 a 29 de julho de 2006Cidade: Braslia - DF - BrasilE-mail: [email protected]: http://www.sbpot.org.br/iicbpot/

    VII Congresso Brasileiro de Terapia Familiar e II En-contro de Pesquisadores da AbratefTema: Tecendo Redes e Construindo Pontes entre Teorias, Prticas e ContextosData: 26 a 29 de julho de 2006Cidade: So Paulo - SP - BrasilTelefone: (11) 3361-3056E-mail: [email protected]: www.abratef.org.br/congresso

    Colquio Internacional de Psicanlise Tema : A Escrita na PsicanliseData: 3 a 6 de agosto de 2006Cidade: Belo Horizonte - MG - BrasilTelefax: (31) 3281-9605E-mail: [email protected] Site: www.alephescoladepsicanalise.com.br

    11 Congresso Mundial de Sade Pblica e 8 Congresso Brasileiro de Sade ColetivaTema: Sade Coletiva em um Mundo Globalizado: Rompendo Barreiras Sociais, Econmicas e PolticasData: 21 a 25 de agosto de 2006 Cidade: Rio de Janeiro - RJ - BrasilE-mail: [email protected] Site: http://www.saudecoletiva2006.com.br/

    III Congresso Brasileiro Ramain-ThiersTema: O ser da atualidade: Pensamento, Ao e EmooData: 07 a 09 de setembro de 2006Local: Campo Grande - MS - BrasilTelefone: (67) 3356-3822E-mail: [email protected]

    II Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e VII Congresso Brasileiro de Psicopatologia FundamentalData: 07 a 10 de setembro de 2006Cidade: Belm - PA - BrasilTelefone: (11) 3661-6519E-mail: psicopatologiafundamental@uol.com.brwww.psicopatologiafundamental.org

    II Encontro Candango de Abordagem Gestltica Data: 20 a 22 de outubro de 2006 Cidade: Braslia - DF - BrasilTelefone: (61) 3274-0061 / 3328-5731Email: [email protected]

    Publi

    ca

    es Cadernos JunguianosO peridico Cadernos Junguianos, lana-do pela Associao Junguiana do Brasil, tem o objetivo de levar a um pblico leitor cada vez mais numeroso a perspectiva do pensamento junguiano. A revista, que tem periodicidade anual prope-se a ser um frum permanente para a exposio, a troca e a discusso de trabalhos e reflexes por meio de artigos e resenhas originais, de autores nacionais e estrangeiros. Este material poder contribuir para fazer do pensamento junguiano parte da vida intelectual e do ambiente cientfico do pas, como fonte renovada no aprofundamento das questes mais relevantes da aventura cultural e psicolgica do homem. Para adquiri-lo, entre em contato com os institutos junguianos regionais.Informaes: (21) 2245-9292

    Psicologia Jurdica no BrasilProfissionais das reas de Psicologia, Direito e

    Assistncia Social so autores de nove textos escritos para o livro Psicologia Jurdica no Brasil, publicado pela Nau Editora. A proposta indicar caminhos para a realizao de um trabalho tico e em respei-to pela cidadania e os Direitos Humanos. Entre os autores est a coordenadora da Comisso Nacional dos Direitos Humanos do Conselho Federal de Psico-logia, Esther Arantes. Ao todo, so 343 pginas que apresentam de forma didtica este ramo da Psicologia em franca expanso e desenvolvimento. Os organiza-dores da obra, Hebe Signorini Gonalves e Eduardo Ponte Brando, apontam que essa demanda coloca exigncias especficas, ditadas pelo Direito, mas o ingresso da Psicologia no mundo jurdico precisa encontrar seu motor prprio, j que sua impulso advm do compromisso com o sujeito que , por excelncia, de outra ordem.

    II Congresso Brasileiro Psicologia: Cincia e ProfissoData: 05 a 09 de setembro de 2006 Cidade: So Paulo - UNINOVE - Campus Memorial - Av. Dr. Adolfo Pinto,109 e Memorial da Amrica Latina - Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra FundaE-mail: [email protected]:www.cienciaeprofissao.com.br/

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