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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ Espaço nobre em Petrópolis PÁG. 3 COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ Elsa Brasil: 1.784 servidores da Fundação participam de pesquisa pioneira Grupos de corrida em Manguinhos Fiocruz inaugura Palácio Itaboraí com fórum de política, ciência e cultura PÁG. 6 PÁG. 10 PÁG. 9 Procuradoria divulga modelos de licitação PÁG. 12 Novos projetos na Cooperação Social

Jornal Linha Direta Edição 5

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COMUNICAÇÃO INTERNA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Espaço nobreem Petrópolis

PÁG. 3

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL | PRESIDÊNCIA | FIOCRUZ

Elsa Brasil: 1.784 servidores da Fundação participam de pesquisa pioneira

Grupos decorrida emManguinhos

Fiocruz inaugura Palácio Itaboraí comfórum de política, ciência e cultura

PÁG. 6

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Procuradoriadivulga modelosde licitação

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Novos projetosna CooperaçãoSocial

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O crescimento urbanodesordenado de Manaus, as-sociado às precárias condi-ções de saneamento e aomanejo inadequado do lixo,têm sido causa da prolifera-ção de roedores nas cidades,principais os transmissores daleptospirose - doença infecci-osa aguda que acomete o ho-mem e os animais, causadapela bactéria leptospira. Se-gundo os dados da Divisão deVigilância Epidemiológica daSecretaria Municipal de Saú-de (Semsa), em 2007 foramnotificados 98 casos da do-ença só em Manaus, a maio-ria em pessoas que residempróximas a igarapés.

Diante desse quadro,pesquisadores do InstitutoLeônidas e Maria Deane(ILMD/Fiocruz Amazônia),estão realizando análisesde amostras de sangue depessoas que residem ou cir-culam em áreas de risco decontágio, como margensde igarapés e feiras públi-cas, ao mesmo tempo emque promovem ações edu-cativas para a prevenção

Livro da EditoraFiocruz conquistaPrêmio Jabuti

COMUNICAÇÃO INTERNA DA FIOCRUZJORNAL LINHA DIRETA Nº 5 - NOVEMBRO/2011Coordenadoria de Comunicação Social (CCS)

Coordenação - Wagner de OliveiraEdição - Claudia Lima e Wagner de Oliveira

Redação e reportagem - Glauber Queiroz, Leonardo Azevedo,Mara Figueira, Renata Melo, Renata Moehlecke, Ricardo

Valverde, Sandra Amâncio e Talita BarrocoRevisão - Claudia Lima

Projeto gráfico e edição de arte - Guto MesquitaFotografia - Peter Ilicciev e Arquivo CCSSugestões de matéria: [email protected]

Controle da leptospiroseda leptospirose. Em muitoscasos a doença pode pas-sar despercebida, com sin-tomas leves, e em outros,causar a morte. A pesqui-sa tem por objetivo estu-dar a incidência e aprevalência da doença nacapital do Amazonas.

Essas ações são par-te do projeto Epidemio-log ia da l ep tosp i ro sehumana no munic íp iode Manaus, Amazonas– Brasi l , real izado pelaFiocruz com o apoio doPrograma Pesquisa parao SUS: Gestão Compar-t i lhada em Saúde (PP-SUS – FAPEAM/SUSAM/MS/CNPq), com a cola-boração da Divisão deVigilância Epidemiológi-ca da Semsa, do Depar-tamento de Zoonose deManaus , da Fundaçãode Vigilância em Saúde(FVS) do Amazonas e doLaboratório de Referên-cia Nacional para Lep-tosp i rose do Inst i tutoOswaldo Cruz ( IOC/Fio-cruz Rio de Janeiro).

A Secretaria de Estado deSaúde (SES) do Rio de Janeirodoou oito equipamentos aoInstituto Fernandes Figueira(IFF/Fiocruz), referência noatendimento materno-infantil.Entre os equipamentos estãodois monitores multiparâme-tros, três desfibriladores, doiscarros de anestesia e um apa-relho de ultrassom.

“Esta doação é umaunião de esforços para refor-

IFF recebe equipamento da Secretaria Estadual de Saúdeçar o atendimento de mãese bebês, já que o estado uti-liza a estrutura do IFF paraatender pacientes da popu-lação fluminense”, disse osecretário estadual de Saú-de do Rio de Janeiro, SérgioCôrtes. Para o diretor do IFF,Carlos Maciel, a parceria re-presenta um avanço na re-lação entre gestores doSistema Único de Saúde(SUS), com o trabalho em

conjunto entre diferentes es-feras públicas.

O presidente da Fiocruz,Paulo Gadelha, enfatizou a im-portância de ações estratégicase bem direcionadas. Gadelhadisse que o projeto de constru-ção da nova sede do IFF, em SãoCristóvão, na Zona Norte do Rio,faz parte do próximo Plano Plu-rianual (PPA). O local abrigarátambém o Instituto de PesquisaClínica Evandro Chagas (Ipec).

Autora do melhortrabalho apresentado naFiocruz Pernambucodurante a 19ª ReuniãoAnual de Iniciação Ci-entífica (Raic) da Fun-dação, a estudante Na-thaly Alexandre doNascimento (foto) rece-beu o prêmio FredericoAbath, um vale de R$500 para compra de li-vros. A Raic é um even-to anual promovido no segun-do semestre de cada ano pelaVice-presidência de Pesquisa eLaboratórios de Referência daFiocruz. A proposta é expor ediscutir trabalhos de bolsistas deiniciação científica e iniciaçãotecnológica. Durante todo omês de outubro, ocorreramapresentações nas unidades da

Prêmio para a iniciação científica

Fundação e os alunos que sedestacaram apresentarão no-vamente seus trabalhos no fimdo ano, no auditório do Mu-seu da Vida, no campus deManguinhos, no Rio de Janei-ro, em busca do prêmio demelhor trabalho de toda a Fio-cruz. O vencedor receberá umamedalha e um certificado.

Com o objetivo de aten-der às necessidades de for-mação de recursos humanos,a Fiocruz Bahia está ofere-cendo aos servidores cursotécnico de inglês, voltadopara as atividades realizadasna instituição. A iniciativaconta com 21 alunos, dividi-dos em duas turmas, de ní-vel básico e intermediário.De acordo com Rosecarla Oli-veira, servidora do Serviçode Recursos Humanos (SRH),a iniciativa surgiu a partir daexperiência da Associaçãodos Servidores da FundaçãoOswaldo Cruz, que contrata-va um professor para daraulas. Há três anos, a FiocruzBahia assumiu a responsabi-

Inglês para os profissionais da Bahialidade e passou a fornecer,gratuitamente, capacitaçãoaos servidores.

O engenheiro de manu-tenção do Serviço de Infraes-trutura Roni Vinhas acreditaque o curso é importante paraauxiliar não só no trabalho.“Você precisa do inglês parafazer um curso de mestrado,de doutorado, além de facili-tar a sua estada durante via-gens a outros países”, ressalta.Para a aluna e pesquisadoraMaria Lúcia Moreno, a capa-citação é um grande incenti-vo para os funcionários. “Amaioria dos trabalhos está eminglês e, se a pessoa não do-mina a língua, acaba ficandopara trás”, disse.

Ana Paula Gioia

O livro Impactos da violên-cia na escola: um diálogo comprofessores, da Editora Fiocruz,foi o vencedor na categoria Edu-cação do 53º Prêmio Jabuti2011. Criado em 1958, o Jabu-ti é considerada a mais tradici-onal premiação de livro noBrasil. Em 30 de novembro,acontece a cerimônia de entre-ga dos prêmios aos vencedoresde cada uma das 29 categoriasdo Jabuti, quando também se-rão anunciados o Livro de AnoFicção e o Livro do Ano Não Fic-ção, prêmios máximos. De acor-do com o regulamento, por sera vencedora na categoria Edu-cação, a obra Impactos da vio-lência na escola é uma dasfinalistas para a escolha do Li-vro do Ano Não Ficção. Tam-bém publicados pela EditoraFiocruz, o livro Biologia, manejoe medicina de primatas nãohumanos na pesquisa biomé-dica ficou em 3º lugar na cate-goria Ciências Naturais e o livroRupturas e encontros: desafiosda reforma psiquiátrica brasi-leira ficou em 9º lugar na ca-tegoria Psicologia e Psicanálise.No total, 2.619 publicaçõesconcorriam ao Jabuti 2011.

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Uma pista de corrida chamada FiocruzMara Figueira

provável que você já te-nha cruzado com elesao sair para o almoço

ou ao chegar mais cedo notrabalho. E talvez tenha suspi-rado diante de tanta disposi-ção - além de comer um pou-co de poeira. Afinal, cerca de60 trabalhadores da Fiocruzfazem parte atualmente degrupos de corrida que treinamno campus de Manguinhos.Pessoas como a técnica emmetrologia Natália Gonçalves,do Instituto de Tecnologia emImunobiológicos (Biomangui-nhos). “Eu pensava que nun-ca ia conseguir correr: cansa-va muito depressa, mas que-brei limites”, conta.

Desde outubro de 2010,Natália faz parte do grupo decorrida mantido pela unidadeda Fiocruz responsável pelaprodução de vacinas. Criadoem 2009 como parte do Pro-grama de Qualidade de Vidade Biomanguinhos, conta com30 participantes, que treinamtrês vezes por semana, no ho-rário do almoço. Às segundas,quartas e sextas, entre 11h15

“Fazemos o percurso em umcenário perfeito: tem muitoverde”, conta a vencedora dacorrida Carbono Zero desteano na categoria feminina eassistente administrativa na Di-retoria de Recursos Humanos,Simone Quintella. Atualmen-te ela integra o grupo de corri-da da Asfoc, mas começou atreinar na Fiocruz com o deBiomanguinhos.

Para os que estão pensan-do em calçar o tênis e se juntaraos corredores da Fundaçãonesse cenário fica o incentivo dequem já levou amigos do traba-lho para correr no campus deManguinhos. “Vale a pena ven-cer a inércia, por mais compli-cado que seja sair da zona deconforto, de estar em uma salacom ar refrigerado, em frenteao computador”, diz o tecnolo-gista de Biomanguinhos, Ivanil-do Pedro de Sousa. “É muitobom treinar aqui. Você quebraa rotina, espairece, não lembraque está no trabalho. Corre, sediverte, faz amizade. No final,volta ao trabalho renovado, dan-do outro ar no dia a dia”, lista atécnica em metrologia NatáliaGonçalves, da mesma unidade.

e 12h45, no campo de futebol,uma professora de educaçãofísica orienta os corredores.

“A ideia é oferecer de 30a 40 minutos de treinamentoa cada um. Então, chegandoaté meio-dia, dá para trei-nar”, conta o gestor doCentro de Saúde do Tra-balhador de Biomangui-nhos, Eder Vaz Lobo, co-ordenador do Programade Qualidade de Vida daunidade e, administrativa-mente, do grupo de corri-da. “Corremos em torno docampo de futebol e, para que-brar a rotina, fazemos percur-sos pelo campus também”, ex-plica Natália.

Funcionária de Biomangui-nhos, a bióloga Denise Pereiracomeçou a treinar com o gru-po da unidade, mas se transfe-riu para o do Sindicato dos Tra-balhadores da Fundação Oswa-do Cruz (Asfoc-SN) por contade sua agenda. Como ela, cer-ca de 30 pessoas se dividementre os treinos, que aconte-cem às terças e quintas, pelamanhã (de 7h às 9h) e no ho-rário de almoço (de 12h às 13h).“Acho bom correr aqui na Fun-

dação: é dentro do trabalho,então você não precisa sairpara nada”, opina.

Coordenador de esportesda Asfoc, o professor de edu-cação física Luiz Claudio Con-ti explica que, para participardo grupo de corrida, é precisoser sócio do sindicato e apre-sentar um atestado médico. Ostreinos são realizados no cam-po de futebol e também pelocampus. “Às vezes, há pesso-as que não conhecem deter-minado lugar. É uma formatambém de integrá-las ao cam-pus”, acredita. Conti conside-ra Manguinhos uma boa pista

de corrida, já que permite ex-plorar percursos diferenciados,com trechos planos, de ladei-ra e outros em que é possívelmanter um ritmo de prova.“No entanto, é preciso ter cui-

dado com o calçamento deparalelepípedos, que nãoé interessante na corridapor conta dos desníveis”,alerta.

É o que faz o funcio-nário do DepartamentoAdministrativo e Financei-ro da Diretoria de Adminis-

tração, Josinaldo da SilvaDias. Na mais recente corrida

Carbono Zero, realizada anual-mente pela Asfoc, o corredor se-guia por onde havia calçadapara evitar contusões. Integran-te do grupo de corrida do sindi-cato desde que surgiu, em maiodeste ano, Josinaldo conhecebem os trechos do campus quefazem suar a camisa. “Os maispuxados são a subida do Caste-lo e a do pavilhão de cursos (Ar-tur Neiva). A professora põe agente lá, não dá mole, não”,conta, brincando.

Quando o treino aperta, noentanto, estar em um ambien-te agradável faz a diferença.

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Atletas de Biomanguinhos treinam no campus. No destaque, a vencedora da Corrida Carbono Zero, Simone Quintella, integrante do grupo da Asfoc

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Renata Moehlecke

Instituto de PesquisaClínica Evandro Cha-gas (Ipec/Fiocruz) re-

cebeu certificação favorávelcomo hospital de ensino peloMinistério da Saúde, em con-junto com o Ministério da Edu-cação. Para obter o parecer,o instituto passou por extensaavaliação, que leva em consi-deração diversos aspectos re-lacionados à qualidade naassistência, ensino e pesquisa.No Estado do Rio de Janeiro,com o Ipec, 19 hospitais têmessa certificação, incluindo oInstituto Fernandes Figueira.

“O Ipec já se configuravacomo hospital de ensino hápraticamente 15 anos, maspelo fato de somente ofere-cer quatro vagas por ano naresidência não se habilitava aesta certificação. O mínimoexigido para obter a certifica-

ção é cinco vagas. Uma sériede reformulações na gestão,ou seja, um bom planejamen-to estratégico, fez com queconseguíssemos postular nos-sa candidatura”, explicou oinfectologista Alejandro Has-slocher, vice-diretor de Pesqui-sa Clínica do Ipec.

Segundo o pesquisador, oIpec já fazia parte da Rede dePesquisa Clínica em Hospitaisde Ensino, antes mesmo dacertificação. “Esta certifica-ção é importante porque oIpec agora passa a ser reco-nhecido formalmente comohospital de ensino, consoli-dando o trabalho que temsido feito não só na assistên-cia, mas principalmente napós-graduação”, comentaHasslocher. Desde 2004, oIpec oferece mestrado e dou-torado em Pesquisa Clínica emDoenças Infecciosas, de cará-ter multiprofissional, contando

atualmente com um quadrodocente de 25 doutores, e ain-da com residência médica naárea de infectologia.

Além disso, o hospital re-aliza anualmente cerca de580 internações, 80 mil aten-dimentos ambulatoriais e 400mil exames. O Ipec possuidois laboratórios de referên-cia na Coordenação Geral deLaboratórios em Saúde Públi-ca (CGLAB/MS), em micolo-gia (estudo de fungos) eleishmaniose, e realiza acom-panhamento de aproximada-mente 2.500 portadores deHIV, 1.500 portadores dadoença de Chagas, 800 deHTLV, bem como de grandenúmero de portadores deesporotricose. O Institutotambém tem contribuídocom ações de promoção desaúde pública em casos dedengue, H1N1, Antrax e do-enças febris agudas.

Leonardo Azevedo

deslocamento nocampus de Man-guinhos para os

pacientes não é fácil, prin-

Ipec recebe certificação como hospital de ensino

Transporte especial para pacientes

cipalmente para aquelescom dificuldades de loco-moção. Atividades considera-das simples, como atravessaruma rua, se tornam obstácu-los diários. Com o objetivo de

melhorar o acesso e o bem-estar desses usuários, a Dire-toria de Administração doCampus (Dirac) implantou umprojeto piloto de transporteespecial em carro elétrico.

Iniciado em junho, o ser-viço realiza em média 30 vi-agens por dia. De julho asetembro já foram mais de1.600 deslocamentos. Otransporte é feito entre asportarias e as unidades comcentros de assistência, comoo Instituto de Pesquisas Clí-nicas Evandro Chagas (Ipec)e o Centro de Saúde da Es-cola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (Ensp).

Os amigos Felipe dos San-tos Muniz, 32 anos, e Mar-cos Antônio Bezerra Pires, 30,pacientes desde março doIpec, sempre utilizam o servi-ço. “Esse transporte caiu docéu. Muitas vezes chegamosfracos e cansados para a con-sulta”, afirma Marcos. É o

Mudançasprevistas

O transporte é acionado narecepção das portarias e dasunidades, pelas recepcionistase vigilantes. Segundo o chefedo Departamento de ServiçosGerais da Dirac, Claudionor daSilva, a área planeja incluir oserviço no Projeto Básico doGrupo de Combate a Incêndi-os (GCI). Dessa forma, o trans-porte ficaria como atividade dogrupo, que conta com profissi-onais com capacitação em pri-meiros socorros e resgate.

Também será incluída noprojeto a contratação de dois ve-ículos elétricos específicos: umpara portadores de necessidadesespeciais e com cadeiras de ro-das, e outro para pacientes comcasos de mal súbito. “Este trans-porte veio beneficiar esses usu-ários, que têm um atendimentoespecializado e de qualidade nainstituição”, completou.

O serviço é oferecido desegunda a sexta-feira, das7h às 16h.

O

O

mesmo sentimento da donade casa Edivânia Maria deSousa, 37, moradora de Quei-mados. “Chego exausta.Além do tempo que gastopara chegar aqui, ainda temo ponto de ônibus da Aveni-da Brasil que fica distante daportaria”, desabafa.

Para o condutor do veí-culo, o motorista Jorge JoséNascimento Filho, a maiorrecompensa do trabalho é ocarinho dos pacientes queutilizam o transporte. Entreidas e vindas, algumas histó-rias chamam a atenção. É ocaso da paciente que ligoupara a filha dizendo que es-tava andando no “carro doProjac”, uma alusão à Cen-tral Globo de Produção, ondeo transporte também é feitoem carros elétricos. “Essa éuma questão de humanida-de, de respeito. Poder ver osorriso dessas pessoas é mui-to gratificante”, diz.

Peter Ilicciev

Talit

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rroc

o

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Leonardo Azevedo

iariamente os frequen-tadores do campus deManguinhos e aque-

les que percorrem as principaisvias de acesso às zonas Nor-te e Oeste da cidade do Riode Janeiro encontram no ca-minho várias construções daFiocruz - como o CasteloMourisco, única edificaçãoneo-mourisca existente nomunicípio. A partir do traba-lho de uma equipe multipro-fissional da Casa de OswaldoCruz (COC), uma importanteparte desse patrimônio estáacessível para funcionários e

estudiosos no DVD Constru-ções, registros e interven-ções: inventário do acervo dedocumentos cartográficos doFundo Presidência da Fiocruz– Seção Diretoria de Admi-nistração do Campus (Dirac).

Durante dois anos, aequipe fez um levantamen-to na documentação doacervo institucional da Fun-dação, sob custódia do De-partamento de Arquivo eDocumentação (DAD), bemcomo em acervos de outrasinstituições detentoras dedocumentação similar. Nototal foram catalogadas2.072 plantas, com projetos

Patrimônio preservado

Trabalho deidentificação

A primeira fase do tra-balho foi realizada naidentificação das plantas ede suas características prin-cipais, como o históricodas edificações, as datasde produção e dimensões,além do levantamento dosprofissionais responsáveispelos projetos arquitetôni-cos do campus. Tambémfazem parte do acervo pro-jetos do Instituto FernandesFigueira (IFF) e do InstitutoNacional de Endemias Ru-rais, já extinto.

Toda essa documenta-ção foi classificada em 51séries identificadas pelosnomes dos pavilhões.Como muitas dessas cons-truções sofreram mudan-ças físicas e de nome como passar dos anos, as séri-es receberam a denomina-ção mais atual dos prédios.É o caso do Pavilhão Leô-nidas Deane, que já foichamado de Pavilhão 26e de Hospital Evandro Cha-gas. Foram criadas aindasubdivisões dentro dessasséries – arquitetura, estru-tura, infraestrutura e insta-lação – para facilitar otrabalho de pesquisa.

“O acesso à história deuma instituição tão com-plexa e importante no paísé vital para democratizaro conhecimento e oferecerao público a oportunidadede ser parte, de se ver re-fletido e integrante dessaprópria história”, destaca atecnologista da COC Lau-rinda Rosa Maciel, umadas integrantes da equipe.

O DVD, lançado em se-tembro, traz a descrição deplantas de engenharia e ar-quitetura, além de duas en-trevistas realizadas com osarquitetos Floroaldo Albanoe Jorge de Azevedo Castro.O acervo está disponívelgratuitamente no sitewww.arch.coc.fiocruz.br.O trabalho é fruto da parce-ria entre os departamentosde Arquivo e Documenta-ção e de Patrimônio Históri-co da COC.

produzidos entre 1946 e1996, por especialistas daentão Divisão de Obras doMinistério da Educação eSaúde e da própria equipe daFundação, responsável pelotrabalho após o fim do setor.

Para o chefe do Núcleode Estudos de Urbanismo eArquitetura em Saúde daCOC, Renato Gama-Rosa, amaior dificuldade encontradafoi na identificação das plan-tas e a falta de trabalhos deregistros do mesmo tipo noBrasil. “Esse patrimônio nãoé apenas da Fiocruz, mas detoda a história da saúde pú-blica brasileira”, diz.

Durante o trabalho, a equi-pe descobriu que alguns proje-tos foram alterados. É o casoda fachada do Pavilhão ArthurNeiva, também conhecidocomo Pavilhão de Cursos. Naplanta feita pelo arquiteto Jor-ge Ferreira, estava previsto queo painel do artista plástico Ro-berto Burle Marx ficaria volta-do para o interior da Fiocruz,e não para a parte externa,como é atualmente. SegundoRenato Gama-Rosa, tudo indi-ca que a mudança tenha ocor-rido devido à obra de duplicaçãoda Avenida Brasil – que aproxi-mou a via do prédio e dariamais visibilidade à obra.

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Equipe multiprofissional da Casa de Oswaldo Cruz faz inventário de documentos cartográficos da FundaçãoRe

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Mara Figueira

studo científico não é novidade para a servidora públicaMárcia Lazaro Carvalho. Pesquisadora da Escola Nacio-nal de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), ela se dedi-

ca à área de saúde materno-infantil e já participou de váriostrabalhos, entrevistando mães sobre questões ligadas ao partoou a serviços de saúde. Pela primeira vez em 25 anos na Fio-cruz, no entanto, Márcia experimenta o outro lado de umapesquisa científica: ela é voluntária do Estudo Longitudinal daSaúde do Adulto (Elsa), que investiga a incidência e os fatoresde risco para doenças cardiovasculares e diabetes - duas dasprincipais causas de adoecimento e morte no país.

Por suas características, o Elsa é uma pesquisa pioneira noBrasil: a proposta é acompanhar, ao longo de ao menos umadécada, 15.100 servidores públicos, com idade entre 35 e 74anos, de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisadas regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país, entre elas, a Fio-cruz (saiba quais são as demais no quadro Pelo país). “O estu-do pretende acompanhar a ocorrência, os casos novos, dedoenças do coração e diabetes”, explica a coordenadora doElsa no Rio de Janeiro, a médica Dóra Chor, que também éprofessora da Ensp e trabalha na Fiocruz há 30 anos. “A ideiaé acompanhar as pessoas saudáveis e aquelas que vierem adesenvolver esses tipos de doença para ter informações sobreos indivíduos antes da ocorrência do caso”.

Quando servoluntário fazparte do jeitoFiocruz de serServidores da Fundação participam deestudo pioneiro, que investiga incidênciae fatores de risco para doençascardiovasculares e diabetes no país

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Estudos como o Elsa fo-ram feitos em vários países de-senvolvidos e seus resultadosserviram de base para muitasrecomendações sobre alimen-tação, exercício físico, contro-le do estresse e prevenção dedoenças. Entretanto, estes es-tudos não contemplam as di-versidades sociais, culturais eétnicas específicas da popula-ção brasileira. “Até hoje agente tem informações deoutros países sobre doenças docoração e diabetes. Agora nósvamos ter números de brasi-leiros para cuidar da saúde debrasileiros”, explica Dóra Chor.

Em prolda saúde

Dos 4.327 servidores pú-blicos da Fiocruz, 1.784 parti-cipam do Elsa. Um deles éMárcia. “A minha participa-ção é uma gotinha no meiode um oceano de pessoas ede dados que estão sendo pro-duzidos e que vão ser muitoimportantes”, explica.

Como ela, a pesquisadorado Instituto Oswaldo Cruz Lú-cia Rotenberg, na Fiocruz há 25anos, vivencia pela primeiravez a experiência de ser volun-tária em um estudo científico.“Resolvi participar porque achoque o Elsa é o maior projetode pesquisa epidemiológicaem doenças crônicas no Brasile me sinto orgulhosa de sersujeito Elsa, como eles falam”,conta Lúcia, que conheceu oestudo por meio do processode divulgação feito para cha-mar voluntários. “Nós consegui-mos que quase metade dosservidores públicos da Fiocruzfosse voluntária do Elsa. Tive-mos acolhimento e receptivida-de estrondosos”, diz Dóra Chor.

No momento, o Elsa seprepara para entrar em suasegunda fase: no primeiro se-mestre de 2012, na chamadaonda 2, os milhares de parti-cipantes do estudo retornamaos centros para uma novaleva de exames e entrevistas(a primeira ocorreu entre 2008e 2010). “Trata-se de umacompanhamento sofisticado,tecnologicamente de ponta”,explica Dóra.

Na primeira etapa do es-tudo, chamada onda 1, foramfeitos desde exames que cos-tumam ser prescritos rotinei-ramente por médicos emconsultórios, como eletrocardi-ograma e teste de tolerânciaà glicose, quanto outros ain-da não incorporados à clínicamédica. São exames utilizadosem estudos semelhantes emoutros países, como o de ve-locidade de onda de pulso –que mede o grau de enrijeci-mento das artérias – e o devariabilidade da frequênciacardíaca. Tanto os testes quan-to as entrevistas são feitos nochamado Centro de Investiga-ção Elsa Rio de Janeiro, nocampus de Manguinhos.

“O fato de poder fazeros exames gratuitamentenão foi relevante para euparticipar, pois tenho planode saúde, mas o fato de elesserem realizados aqui dentroda instituição, próximo aomeu local de trabalho, issosim contou a favor”, explicao chefe do serviço de segu-rança da Fiocruz, RonaldoGomes, que trabalha há 24anos na Fundação e é um dosparticipantes do Elsa. “É fei-to tudo no mesmo dia: vocêchega de manhã cedo e saipor volta de duas da tarde”.

“Na primeira fase, os exa-mes abrangeram o corpo in-teiro e também respondemosa um extenso questionário”,acrescenta o engenheiro Vic-tor Aderne de Almeida Gomes,que trabalha na Divisão de Pro-jetos e Obras de Biomangui-nhos. Assim como acontececom a rotina de exames, aentrevista também reflete apreocupação do Elsa com ainovação e a precisão. “O

questionário que serviu de ins-trumento para a entrevista fei-ta com os participantes levoudois anos para ser elaborado,testado, modificado, testadode novo, enquanto a gentevasculhava a literatura mun-dial para ver o que era impor-tante incluir, no contextobrasileiro”, explica Dóra Chor.“Como foi aplicado entre 2008e 2010, com os primeiros re-sultados esperados para 2012,era preciso ver o que estavana fronteira, porque, quandoos resultados saem, já não éalgo original”.

Por conta disso, o questi-onário trouxe uma escala (sé-rie de perguntas) sobre ascaracterísticas do local demoradia do participante paraavaliar sua influência sobre aocorrência de doenças cardi-ovasculares e diabete - algoque havia sido elaborado e fei-to nos Estados Unidos, comefeitos comprovados, mas queainda não tinha sido realizadono Brasil e nem em Portugal.

Para aplicar as perguntas,no entanto, o trabalho é lon-go. É preciso escolher a esca-la que será utilizada (nãoexiste apenas uma) e fazeruma adaptação transcultural,o que está bem distante deuma tradução livre. Primeiroa escala é traduzida para o por-tuguês, a seguir é retraduzidapara o inglês e as duas ver-sões são comparadas por umcomitê de especialistas.

“Para mim, participar doElsa tem sido excelente. Oatendimento lá é padrão e eupercebi que há uma padroni-zação nos procedimentos. Hápesquisadores participando,pessoal da manutenção, todomundo misturado e o trata-

mento é igual para todos”,destaca Ronaldo Gomes.

Ser o foco de uma entre-vista minuciosa e de examesavançados pode até mudar arelação do voluntário com asaúde. “Os cuidados que eutinha com a saúde não mu-daram, pois já tinha essa pre-ocupação, mas eu conheçouma pessoa que se descobriudiabética por causa do Elsae agora está se cuidando. Éalgo muito bom e importan-te e que eu acredito que te-nha ocorrido com outraspessoas também, já que es-sas doenças você nem sem-pre sabe que tem”, contaLúcia Rotenberg.

É importante destacar, noentanto, que o Elsa não temo objetivo de diagnosticar e tra-tar doenças, mas, sim, de fa-zer pesquisa. “No entanto, éclaro que, por questões huma-nas e médicas, diante de umresultado alterado, se fosse deinteresse do participante, omédico diretor do centro depesquisa marcava um encon-tro para explicar o que tinhaacontecido, até mesmo paranão assustar o participante. Opedido era sempre para queo voluntário procurasse a se-guir o seu médico”, contaDóra Chor.

Respostasque só o Brasilpode dar

A realização de um estu-do como o Elsa é importantepor diversos motivos, a come-çar pela formação de recur-sos humanos. “Jovens estãotendo a possibilidade de se in-corporar a grupos com maisexperiência. Então, apren-dem coisas que não estão emlivro nenhum”, explica a co-ordenadora do estudo no Rio

de Janeiro. A formação vaialém de pesquisadores e in-clui a área de gestão em pes-quisa: a de pessoal treinadoem gerir aspectos do estudocomo os ligados à aplicaçãode recursos financeiros, algoque ainda não existe no Bra-sil, mas presente nos paísesdesenvolvidos.

“Do ponto de vista cientí-fico, existem questões que sópodem ser respondidas no Bra-sil, já que temos um contextomuito particular, e é nisso queo Elsa contribui: poder dar res-postas nesse contexto deAmérica Latina e de país

emergente, que podem ounão ser as mesmas dos resul-tados de estudos já realizadosem países desenvolvidos”,explica Dóra Chor.

Essa é uma expectativacompartilhada pelos voluntári-os da Fiocruz. “Eu acho que oElsa vai produzir conhecimen-to novos. Vamos conhecermelhor as doenças cardiovas-culares e diabetes e ver queexistem fatores que a genteem geral não leva em conta”,diz Lúcia Rotenberg.

Elsa pelo paísConheça as outras instituições que, com a Fiocruz,formam o consórcio responsável pelo Elsa:

Universidade Federal da BahiaUniversidade Federal do Espírito SantoUniversidade de Minas GeraisUniversidade Federal do Rio Grande do SulUniversidade de São Paulo

Futuro à frenteA logomarca do Elsa são pessoas andando para

frente para representar a proposta do estudo: acom-panhar os voluntários ao longo de muito tempo. “Aideia dos pesquisadores envolvidos é que o estudo dureno mínimo dez anos, para valer o investimento feitopelo país”, explica Dóra Chor. No entanto, tudo de-pende de financiamento a ser obtido. Com o que seconseguiu até o momento foi possível realizar a onda1, a primeira fase do trabalho, que ocorreu entre 2008e 2010, e está garantida a segunda etapa do estudo,que começa no primeiro semestre de 2012.

Somenteservidores: por quê?

Coordenadora do Elsano Rio de Janeiro, DóraChor explica que o estudoestá focado em servidorespor uma questão prática: achance de perder o conta-to com esse público é me-nor, já que é possívellocalizá-los, seja por meiodos recursos humanos dainstituição, seja pelos da-dos que os participantespassam diretamente.

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Talita Barroco

mpliação da coletade esgoto, destina-ção correta de água

pluvial, redução de bolsõesd’água em áreas planas e pre-servação das edificações. Es-tes são os principais benefíciosgerados pelas obras de recu-peração da rede de esgoto eáguas pluviais no campus deManguinhos. O crescimentourbano e a necessidade demodernização da rede foramos principais motivos para o in-vestimento, que começou pe-las áreas mais críticas. Até ofim de 2013, todo o campusde Manguinhos terá passadopor obras.

O trabalho começou emjaneiro deste ano, no entorno

Obras na rede de esgotoEscola Nacional de Saúde Pú-blica Sergio Arouca (Ensp) edo prédio Joaquim Cardoso deMello e está em fase de sina-lização. Os primeiros resulta-dos já foram percebidos comas chuvas de outubro, com adiminuição de bolsões d’águana área. O trecho da Estaçãode Tratamento de Esgoto aoPavilhão Lauro Travassos seráexecutado em três fases devi-do ao grande fluxo de veícu-los no local. A interdição atingediretamente as atividades doCentro de Criação de Animaisde Laboratório (Cecal).

A primeira fase, da Esta-ção de Tratamento de Esgotoao Pavilhão de Animais deMédio e Grande Porte do Ce-cal, começou em agosto.Quando finalizada, a moderni-

A

ara diminuir os transtor-nos gerados pela trans-ferência do ponto de

ônibus da Avenida Brasil - queaté março deste ano ficava aolado da portaria principal docampus de Manguinhos -, aDiretoria de Administração doCampus (Dirac) está constru-indo uma passagem para pe-destres em frente às novasparadas de ônibus criadaspela Prefeitura do Rio. A novaportaria na Avenida Brasil fi-cará localizada em frente aoAmbulatório Souza Araújo, doInstituto Oswaldo Cruz, que tra-ta pacientes de hanseníase.

A expectativa é que esteacesso esteja disponível até o fimdo ano, mas o cumprimento doprazo depende de compra demateriais e das condições dotempo. “O atendimento segui-rá o mesmo padrão utilizadopara nas portarias da AvenidaBrasil e Leopoldo Bulhões”, res-salta Ronaldo Gomes, chefe doServiço de Segurança da Dirac.A construção da nova portaria éresultado do trabalho de equi-pes multidisciplinares da Direto-

Nova portaria para pedestres na Avenida Brasilria de Administração. O projetofoi feito pelo Departamento deProjetos e Obras e a obra estásendo executada pelo Serviço deAdequações Físicas para agilizaro processo.

O projeto visa fornecermais conforto e segurança aosprofissionais e visitantes dainstituição. “Fiquei satisfeitacom a novidade. Esta iniciati-va me beneficiará, já quemoro na Baixada. Muitas pes-soas, principalmente pacien-tes, utilizarão esta portaria aodescer no ponto de ônibus”,comentou Ana Paula de Sou-za, mãe de um paciente doInstituto de Pesquisas EvandroChagas (Ipec). A portaria Car-gas Pesadas voltará a funcio-nar apenas para veículosquando a nova entrada esti-ver funcionando.

A transferência do pontode ônibus realizada pela Pre-feitura para melhorar o fluxodo trânsito na área dificultouo acesso dos pedestres que sedeslocam em direção ao Cen-tro e a saída das pessoas quebuscam transporte no mesmo

sentido. Muitos pacientes comproblemas de saúde e de lo-comoção entram pela Aveni-da Brasil, e o acesso agora émais difícil. Representantes daDirac fizeram vários contatoscom os responsáveis pela obrapara tentar minimizar os im-pactos da mudança, que au-mentou a distância entre oponto de ônibus e a portariaprincipal, mas o projeto nãofoi modificado.

A alternativa provisória foiliberar a portaria de Cargas Pe-sadas para entrada de pessoase foram feitas adaptações paraabrigar a atividade de identifi-cação e circulação de pedes-tres. Mesmo assim, o local nãoé adequado para esse acolhi-mento. A Dirac encaminhouofícios e entrou em contatocom a Prefeitura, ressaltando osproblemas identificados na re-gião que dificultam o dia a diados usuários da Fiocruz. Em úl-tima orientação, a Prefeiturainformou também que a cons-trução de nova passarela naárea da baia de ônibus não fazparte do projeto.

zação da rede segue em dire-ção ao prédio da Diretoria deAdministração do Campus (Di-rac) e do Instituto Nacional deControle da INCQS e depoispara o Pavilhão Lauro Travas-sos. A expectativa é que a obraseja concluída no segundo tri-mestre de 2012.

Hoje, a rede de esgoto eáguas pluviais do campus émista. Com as obras será feitoum sistema separador absolu-to, em que cada um terá suaprópria tubulação. As águaspluviais serão levadas direta-mente para o Rio Faria Timbóe haverá ampliação na coletae tratamento do esgoto. Ade-quações de urbanismo comdelimitação de faixas e mode-radores de velocidade tambémfazem parte do projeto.

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Até 2013, sistema do campus de Manguinhos será todo modernizado

Peter Ilicciev

Peter Ilicciev

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Glauber Queiroz

pesquisa interna paraimplantação do servi-ço de transporte emlinhas especiais de

ônibus - com itinerários diretosentre as unidades da Fundaçãoe os bairros de residência dostrabalhadores da Fiocruz - ob-teve quase 2,5 mil resposta,entre servidores e colabora-dores terceirizados que atu-am nas unidades do Rio deJaneiro. As informações rece-

Pesquisa de transporte recebe 2,5 mil respostasA maioria dos trabalhadores se interessa por linhas especiais de ônibus entre casa e trabalho

A

Claudia Lima

eguir todas as regras enormas legais na horade preparar uma licita-

ção é tarefa complicada. Para

Modelos para licitaçõesProcuradoria Federal da Fundação e unidades criam minutas de editais e contratos para agilizar processos

Sauxiliar o trabalho dos profis-sionais da Fiocruz responsáveispelos editais de pregão eletrô-nico, notas de empenho e con-tratos, estão disponíveis nosite da Diretoria de Adminis-

bidas estão sendo proces-sadas pela Diretoria deRecursos Humanos (Direh)para que as rotas e os iti-nerários sejam traçados,viabilizando a elaboraçãodo processo de contrata-ção do serviço. A previsãoinicial da Presidência éque o serviço seja implan-tado ainda em 2011, ao me-nos para as rotas principais.

Entre os respondentes56,5% são terceirizados e43,5%, servidores. O serviço

seria utilizado diariamentepor 85% desses trabalhado-res. Sobre trocar o carro par-ticular pelo ônibus, 29,5%dos participantes afirmaram

que o fariam, enquanto69% não responderam.Aproximadamente 1,5%recusariam a troca. A am-pliação do serviço de trans-portes na Fundação, quehoje já funciona em Bio-manguinhos, visa cumprirdois dos principais objetivosdo Programa Fiocruz Sau-

dável: conforto do trabalha-dor e consciência ambiental,uma vez que possibilita mai-or comodidade no desloca-mento dos funcionários e

busca diminuir o número deveículos circulando nos cam-pi da Fundação.

A Presidência constitui-rá Grupo de Trabalho coor-denado pela Direh paraestudar, com as própriasunidades regionais, a viabi-lidade e alternativas da ex-tensão do benefíc io. Ospróximos passos dessa ini-ciativa institucional serãoinformados aos trabalhado-res assim houver dados maisrefinados da pesquisa.

tração (www.dirad.fiocruz.br)11 novos modelos desses do-cumentos. As minutas foramelaboradas pela ProcuradoriaFederal da Fundação em par-ceria com as unidades.

Os modelos seguem todas asexigências da Lei 8.666/93 -que institui normas para lici-tações e contratos da admi-nistração pública – e incluemas mudanças mais recentesda legislação. “Começamosem junho um processo de atu-alização mais participativo epromovemos reuniões com 18unidades gestoras. O resulta-do foi excelente”, avalia o co-ordenador de Licitações eContratos da Procuradoria Fe-deral da Fiocruz, Luiz OtávioLaxe Vilela.

Ouvir quem cuida deprocessos licitatórios comfinalidades diversas foi umimpor tante d i fe renc ia l .“Tentamos atender às ne-cessidades típicas de cadaunidade e consolidamos to-dos os pleitos, com o cui-dado de avaliar o amparolegal dos pedidos de inclu-são”, explica Vilela. A ini-ciativa inédita tem caráterpermanente. “Não é umtrabalho fechado. Ainda es-tamos recebendo críticasno sentido de aperfeiçoa-mento”, afirma o coorde-nador, in formando que

novos documentos serãofeitos, de acordo com a ne-cessidade.

Usar os modelos padroni-zados não é obrigatório, masagiliza o trabalho. Quando asnormas deixam de ser segui-das pelas unidades, a Procu-radoria, responsável legal pelaanálise jurídica dos processoslicitatórios, tem de pedir a cor-reção dos documentos caso acaso. Uma importante mudan-ça nas minutas atuais foi asimplificação da linguagem,sem uso de jargões jurídicos,para facilitar a compreensãodas normas.

“Percebi que, com a polí-tica do governo de inclusão daspequenas e médias empresas,esses empresários ficavam ex-cluídos dos procedimentos lici-tatórios por não entenderemo regulamento”, conta LuizOtávio Vilela. O coordena-dor faz um apelo para queos profissionais da Fundaçãoadotem os modelos. “O novosempre causa certa resistên-cia, mas é importante com-preender que essa mudançavai agilizar o trabalho dasunidades e da Procuradoria”.

Reprodução da internet

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Ricardo ValverdeColaborou: Mara Figueira

F iocruz acaba dedar um valioso pre-sente à população

e, em particular, aos mora-dores de Petrópolis: depoisde minuciosas e cuidadosasobras, financiadas pela Pe-trobras e pelo Banco Nacio-nal de Desenvolv imentoSocial (BNDES), foi concluí-da a restauração do PalácioItaboraí, na cidade serrana.O prédio, que no passado foiresidência de verão dos go-vernadores do Estado do Riode Janeiro, passa a ser a

sede do Fórum Itaboraí: Po-lítica, Ciência e Cultura naSaúde, um programa da Pre-sidência da Fiocruz.

Inaugurado oficialmenteem cerimônia realizada em18/10, o palácio abriu as por-tas para o público na Sema-na Nacional de Ciência eTecnologia, que aconteceu de17 a 23/10, com uma exposi-ção sobre plantas (medicinais,nutricionais, aromáticas, or-namentais e tóxicas) encon-tradas no entorno; outradedicada à Coleção Entomo-lógica do Instituto OswaldoCruz (IOC/Fiocruz), a mostraVida de inseto, do Museu da

Fiocruz finca suas raízes na serra fluminense

AVida; e ainda outra sobre co-leta seletiva de lixo.

O Fórum Itaboraí, que con-tou com o apoio da Finep paraser implantado, passará a teruma variada agenda de ativi-dades que incluirá a edição, acada dois meses, dos CadernosItaboraí - publicação que reu-nirá os debates realizados nolocal, com acadêmicos e ges-tores da área da saúde. Coma inauguração, a Fiocruz recu-pera e renova a sua relaçãocom Petrópolis, município queteve como prefeito o patronoda Fundação, Oswaldo Cruz.

“Petrópolis é um localcom o qual a Fiocruz tem re-

ferências históricas e afeti-vas”, diz o presidente da ins-tituição, Paulo Gadelha. “Nósvimos esse palácio já bastan-te degradado e mesmo assimpercebemos o quanto já eraum bem precioso esse patri-mônio da cidade de Petrópo-lis e do Estado do Rio deJaneiro”. De acordo com odiretor do Fórum Itaboraí, Fe-lix Rosenberg, há quatro prin-cipais linhas de atuação paraesse programa da Presidência.

A primeira delas é que ofórum seja um centro de re-flexão. “Vamos convocar re-presentantes da academia, dapolítica e da comunidade para

discutir temas como as manei-ras de reduzir o impacto dasdesigualdades sociais e econô-micas na saúde. E outros te-mas como, por exemplo, osdesafios e dilemas da atençãobásica em regiões em que fal-tam médicos, o acesso a me-dicamentos, a autonomia e adependência tecnológica nasaúde, a educação como trans-formadora social, a saúde e adiplomacia”, afirma Rosen-berg. Os encontros ocorrerão acada dois meses e os debatesvão gerar os Cadernos.

Outra vertente do FórumItaboraí será o espaço dedi-cado a exposições, com ên-

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fase na interface entre a ci-ência e a cultura. Um doscarros-chefe será a trilha dabiodiversidade vegetal naMata Atlântica. O terceirofoco será a relação com acomunidade. O palácio terásalas dedicadas a cursos deinserção digital, além de vi-deoteca e biblioteca virtual,que poderão ser consultadaspela população. “Tambémqueremos promover oficinascom o Conservatório Nacio-nal de Música, cursos pararestauradores, sessões de ci-nema e iniciação ao xadrez.O fórum já faz parte da RedeSaúde e Cultura, uma parce-ria entre a Fiocruz e o Minis-tério da Cultura”, pontuaRosenberg.

Para o prefeito de Petró-polis, Paulo Mustrangi, umainiciativa muito bem-vinda.“Estamos tendo a oportunida-de de receber de volta esseprédio histórico totalmente res-taurado, um ponto fundamen-tal para a cultura da cidade:um local onde a sociedade pe-tropolitana vai poder refletirsobre questões ligadas ao seudia a dia, à saúde e ao co-nhecimento popular”, disse.Durante a cerimônia de inau-guração, o presidente da Fio-cruz, Paulo Gadelha, e oprefeito de Petrópolis, PauloMustrangi, assinaram um acor-do de cooperação técnico ci-entífica, que prevê os diversosusos e atividades que vão terlugar no Palácio Itaboraí.

Como quarto eixo princi-pal de sua atuação, o fórumtambém dará apoio a instân-cias dirigentes da Fundação,como o Conselho Deliberati-vo (CD) da instituição e osCDs das unidades. De acordocom Rosenberg, que foi dire-tor do Instituto Nacional deControle de Qualidade emSaúde (INCQS) de 1994 a 1999e da Diretoria de Planejamen-to (Diplan) de 2004 a 2010, oItaboraí terá uma estruturapara a realização de seminá-rios e reuniões.

A abertura do Fórum Ita-boraí já começa a render fru-tos para a Fundação. Rosenbergdiz que a instalação da Funda-ção no município rendeu o con-vite para que a instituição

integre o Comitê Gestor doMovimento Petrópolis-Tecnó-polis, que reúne órgãos públi-cos e privados, a maioria daárea de tecnologia de informa-ção e cuja liderança está como Laboratório Nacional deComputação Científica(LNCC), vinculado ao Ministé-rio de Ciência e Tecnologia esediado na cidade serrana.

O palácioe seus usos

Parte do atual terrenoonde está o Palácio Itaboraí foiadquirido em 1891 pelo enge-nheiro italiano Antonio Jannu-zzi, na esquina da Rua Elisacom Avenida Moura, atuaisErnesto Paixão e Visconde deItaboraí. Jannuzzi, autor doprojeto de várias construçõesoriginais da Avenida Central(atual Rio Branco, no Centrodo Rio de Janeiro), construiu opalácio em 1892, em estiloeclético, para ser sua residên-cia de verão. Esse uso duroupouco, pois Januzzi se des-fez do palácio e, de 1894 a1920, o Itaboraí sediou oColégio Americano. Mais tar-de foi instalada ali a primei-ra faculdade de direito domunicípio de Petrópolis.

Os terrenos laterais do pa-lácio, com as construções exis-tentes, foram incorporados em1938 e em 1944 pelo governodo Estado do Rio de Janeiro,quando o prédio foi adquiridopara ser utilizado como residên-cia de verão dos governadores.Até 1998, funcionavam emsuas dependências quatro ór-gãos estaduais: a antiga Fun-dação Estadual de Engenhariado Meio Ambiente (Feema), aCoordenadoria da Região Ser-rana 2, o Centro de EstudosSupletivos de Petrópolis e aFundação Leão XIII.

VisitasO Palácio Itaboraí

pode ser visitado desegunda-feira a sábado,

de 9h às 17h.No caso de visitas emgrupo, é necessário

agendar previamente pelotelefone (24) 2231-3137.

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Sandra Amâncio e Renata Melo

paixão pela fotogra-fia e a vontade defazer da imagem

uma ferramenta para discu-tir a realidade é o que têmem comum dez jovens mo-radores do Complexo deManguinhos inscritos no cur-so audiovisual na RedeCCAP– Oscip (Organização da So-ciedade Civil de Interesse Pú-

bl ico), em Manguinhos,apoiada por convênio com aCooperação Social da Presi-dência da Fiocruz. Desdemaio, os alunos aprendem afotografar e filmar, mas ocurso não se limita ao apren-dizado audiovisual: os parti-cipantes também passampor uma formação política.

Encantada pela fotogra-fia, Priscila Correia, de 19anos, viu no curso a oportuni-

dade de aperfeiçoar a técnicae a edição fotográfica. A jo-vem queria fazer faculdade deAdministração, mas hoje já vêa atividade como possibilida-de de profissão. “Já me sintouma fotógrafa”, diz. Além dasatisfação pessoal, os alunosacreditam que a imagem podeimpactar os próprios morado-res de Manguinhos. “Comomoradores, podemos e deve-mos retratar com a fotografia

Olhares sobre ManguinhosCurso gratuito oferecido a jovens da comunidadeensina técnicas de fotografia e filmagem

as coisas boas da comunida-de, que não são divulgadaspelos grandes meios de comu-nicação”, acredita.

A ideia de subverter os va-lores negativos que Mangui-nhos tem por outros positivosé, segundo o coordenador Fe-lipe Eugênio, um dos objeti-vos do curso. Felipe esperaque, a partir da imagem, osalunos possam discutir ques-tões da sociedade e expressarseus pontos de vista. Os alu-nos que tiverem maior desem-penho sairão do curso comemprego de documentaris-tas no Ponto de Cultura doEcomuseu Manguinhos. Elesparticiparão do projeto doEcomuseu, que produzirádez documentários.

Entre os temas estão asolidariedade entre os mora-dores de Manguinhos duran-te as enchentes e a história doClube 21, uma casa de músi-ca que existia na comunidadenos anos de 1960 e que eramuito frequentada pelos mo-radores. Os curtas-metragensserão produzidos nos próximosdois anos. Diego Ignácio, 25anos, é um dos alunos seleci-onados para trabalhar no Eco-museu. “Seguir trabalhandona área de audiovisual é oque eu mais quero, porqueessa é uma área que alcançamuitas pessoas”.

Convidado a ministraruma aula de Política e Memó-ria, o historiador AlessandroVentura aprovou a experiên-cia. “É uma das iniciativasmais interessantes a que eutive acesso. A proposta de fa-zer com que os alunos tenhamacesso à dimensão técnica ali-ada ao debate político é deuma riqueza difícil de encon-trar, o que torna os alunosmais interessantes”, disse oprofessor universitário.

Para Diego, o grande dife-rencial do curso são as aulasde Política e Memória, por per-mitirem aos alunos a possibili-dade de questionamento dasociedade. “Com essas aulasa gente consegue compreen-der melhor a política de Man-guinhos. Questionamos se tudoque acontece aqui é natural ecomeçamos a ver que é algoimposto a nós”, avalia.

CooperaçãoSocial apoianovos projetos

Coleta solidária e recicla-gem de óleo de cozinha, pro-dução agroecológica de plantasmedicinais e promoção de co-munidades livres de amianto.Esses são temas de alguns dos20 projetos selecionados esteano por meio do edital lançadopela Cooperação Social da Pre-sidência da Fiocruz, que temcomo objetivo apoiar trabalhosque produzam mudanças qua-litativas na saúde e nas condi-ções de vida de moradores decomunidades. Cada projeto re-ceberá apoio de até R$ 50 mil.

A Comissão de Análise eSeleção do edital (CSDT 002/2011) recebeu 64 projetos.Metade dos selecionados con-templa territórios circunvizinhosaos campi de Manguinhos eMata Atlântica, com o objetivode reforçar as políticas sociaispromovidas pelo Programa deAceleração do Crescimento(PAC) nesses locais. As outrasiniciativas serão desenvolvidasem outras regiões.

O número de propostasinscritas este ano superou odo edital de 2010, quando 46concorreram e 16 foram es-colhidas. Entre os resultadosdos trabalhos apoiados no anopassado estão a ampliação dacapacidade organizativa dosmoradores para a participa-ção no Conselho Gestor Inter-setorial do Teias/Manguinhose a implementação de melho-rias no abastecimento deágua no Vale do Jequitinho-nha (Minas Gerais).

Para o processo seletivo,a Comissão foi composta pa-ritariamente por pareceristasinternos, indicados pela dire-ção das unidades, e convida-dos - vinculados ao Ministérioda Saúde; às universidadesfederais do Rio de Janeiro eFluminense (UFRJ e UFF); àPontifícia Universidade Cató-lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); ao Banco do Brasil; àPetrobras; à Finep, ao Movi-mento Nacional de DireitosHumanos/RJ, ao Banco da Pro-vidência e à Comunidade Edu-cativa (CEDAC).

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