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Maranduba, 27 de Setembro de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 41 A primavera chegou! Época em que a natureza mostra seu lado mais bonito

Jornal Maranduba News #41

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Notícias da Regiao Sul de Ubatuba

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Maranduba, 27 de Setembro de 2012 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 3 - Edição 41

A primavera chegou!Época em que a natureza mostra seu lado mais bonito

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Editorial:

Não venda seu voto

CONVOCAÇÃO

A APASU - Associação Protetora dos Animais da Re-gião Sul de Ubatuba realizará dia 27 de outubro de 2012 às (16:00 hs 1a. chamada, e 16:30 hs 2a. chamada) ASSEM-BLÉIA PARA ELEIÇÃO DE NOVA DIRETORIA - BIÊNIO 2012/2014Local: Quiosque Boemio Bar, Av. Marginal, 1749 - Bairro Maranduba

Heide Negretti1a. Tesoureira APASU

EDITAL DE COMVOCAÇÃO

A Associação Quilombola União dos Morros- Quilombo Caçandoquinha convoca a todos para participarem de reunião extraordinária para eleição de nova diretoria desta associação que acontecerá no dia 14 de outubro, domingo, com primeira chamada as 14 horas e segunda chamada as 14 e 30 horas em sua sede.

PresidênciaAssociação União dos Morros-Caçandoquinha,

Esse ano é um ano de re-novação. Teremos eleições municipais por todo Brasil, e nós cidadãos conscientes, de-vemos ficar atentos as condu-tas de algumas políticos deso-nestos, que querem chegar ao poder comprando voto.

Qual é o preço do seu voto? Esta é uma questão a ser dis-cutida por nós que queremos um País mais justo, iguali-tário e honesto, entretanto, estamos atordoados com tan-ta corrupção e favorecimentos ilícitos em nossa política.

Não venda seu voto, se você vende seu voto estará contri-buindo para colocar os corrup-tos no poder. Com a aproxi-mação das eleições, será fácil ver os possíveis candidatos oferecendo uma parte sucu-lenta agora e a outra, se elei-to forem - cuidando com esta proposta, você poderá estar contribuindo para a prolifera-ção dos corruptos no cenário político.

Analisando conscientemente esta questão da venda do seu voto, quem paga pelo seu erro, é a sua cidade. Você deve estar agora se perguntando como minha cidade irá pagar por eu

ter vendido um simples voto? Muita calma nesta hora? Va-mos saber agora os prejuízos que sua cidade terá se você vender seu voto: Avalie se o dinheiro público está sendo gasto com excesso de cargos de confiança, se existe inves-timentos durante toda gestão do candidato que comprou seu voto, na área da educação, saúde, esporte, laser, cultu-ra, social, lembre-se avalie os quatro anos do candidato que você vendeu seu voto?

É muito importante que você não venda seu voto, seja consciente, não se iluda por proposta de candidatos que querem chegara ao poder a todo custo, ou aqueles que estão a três, quatro ou cinco mandatos á frente de qual-quer legislativo por esse Bra-sil a fora, comprando votos, e quando vence as eleições, vestem a farda da corrupção e se transformam em verda-deiros soldados, em defesa da corrupção.

Esse ano seja um cidadão inteligente, dê uma lição de ci-dadania, não venda seu voto! Afinal voto não tem preço, tem conseqüência.

Emilio CampiEditor

Obra parada na MarandubaSe já não bastasse a ponte so-bre o Rio Maranduba parada por falta de dinheiro, mal pla-nejada pela secretaria e falta de fiscalização da mesma e legislativo, causando ao povo profundo temor pelo que po-derá acontecer com a vinda das grandes chuvas de verão próximo, em 23.08.12 mais uma obra parou, com retirada de material pela empreiteira, por falta de pagamento há 3 meses , segundo comentários dos peões.É a segunda reforma meia boca em menos de dois anos que acontecia na Unidade de Saúde da Regional Sul, na Ala de atendimento do PSF Lagoinha e Maranduba, in-cluindo a parte Odontológica, que parou o atendimento, já com acúmulo para mais de dois anos em fila de espera. Os funcionários do PSF estão atendendo numa saleta, prá-ticamente amontoados, fican-do a sala de espera no saguão da ambulância.o Povo pergunta: onde foi pa-rar o dinheiro? Será que sem enchente já rolou água abai-xo?

Maria CruzMaranduba

Espaço do Leitor:

Cartas

MINI FESTA DO GENGIBRE

O Centro de Integração Rural irá promover nos próximos dias 20 e 21 de outubro a Mini Festa do Gengibre com bazar beneficente, pechincha e doação de produtos novos e semi-novos. Grande variedade de produtos. Das 16 às 21h.Local: Sítio do Gengibre - Araribá.Compareçam e prestigiem mais esta iniciativa!

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail [email protected]

DIA 7 DE OUTUBRO VOTE CONSCIENTE - NÃO VENDA SEU VOTO

Agenda:

Acontece na Região Sul

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 3

Festa no lançamento do livro do Grupo SaírasPROMATA

No último dia 22 de setembro o Grupo Saíras do Bonete fes-tejou finalmente o lançamento do Livro intitulado Saíras do Bonete. Após meses de espera e preparação o grupo de mu-lheres pode realizar seu antigo sonho.O evento que foi uma tarde

de autógrafos que contou com quitutes e chás da gastrono-mia local. Muito bem organi-zado a mesa de autógrafos foi composta pelas guerreiras do Bonete, no tablado as falas de agradecimentos e de emoções sobre a conquista. Com temas caiçaras o local

esteve devidamente enfeita-do com uma canoa de frutas, flores e folhas da região. Na capela o resultado do trabalho da maos habilidosas de suas integrantes, peças exclusi-vas de artesanato que conta a trajetória histórica de cada integrante. Tudo chamava a atenção do público que pode presenciar o maior evento lite-rario do municpio nas últimas

décadas. A beleza natural, o charme regional, a esponte-neidade das pessoas, mora-dores, turistas e convidados deram o ar da graça naquela tarde de sabado. A festa também contou com

a presença do Grupo Musical Ubacunhã (Uba-Canoa+Nhã--Menina Moça) que alegrou ainda mais a festividades com seus contos musicados e músi-cas regionais de primeira linha. Por conta da chuva na manhã do evento muitos deixaram de comparecer, mesmo assim cerca de 80 pessoas foram sa-ciar a curiosidade e ser teste-munhas do grande evento. O grupo Promata enviou re-

presentantes em apoio e re-conhecimento do brilhante trabalho realizado. O livro que custa R$ 30,00 possui 132 paginas de muita história, be-las fotos e de um verdadeiro sentido as mulheres daquela bela localidade. Ele vem ainda com o autógrafo e dedicatórias exclusivas das integrantes do Grupo em sua contra-capa.

O projeto foi realizado pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo-PROAC

do Governo do Estado e na capa está a foto do primeiro trabalho das meninas- a tão

famosa colcha de retalhos ou de histórias de vida como di-zem suas integrantes.

Cumprindo uma promessa ao pároco local,o padre e can-tor Antonio Maria partiocipará de uma celebração no bairro do Sertão da Quina no próxi-mo dia 4 de outubro. O evento acontecerá as 19:30 horas na Capela de Nossa Senhora das Graças cujo interior foi refor-mada recentemente.

Será a segunda apresentação do padre cantor em Ubatuba na região sul. A primeira vinda aconteceu no Morro do Emaús na tradicional missa do dia 8, naquela noite o padre, convi-dados foram jantar na casa do paroquiano e violeiro Manoel Miguel no mesmo bairro. As suas canções e sermões são

Padre Antonio Maria celebrará missa no Sertão da Quinaouvidas em todo o país e fora dele. Famoso pela simplicidade e serenidade na condução dos fiéis, sua presença se deve a respeitabilidade do padre com a região e dos fiéis com os tra-balhos dele mundo afora. Para Padre Carlos, é mais que uma benção a vinda de padre Anto-nio Maria a nossa paróquia.

O padre cantor conduz um im-portante trabalho social no Vale do Paraíba e se manifestou fa-vorável ao retorno já na primei-ra visita que fez a estas terras, o que vai acontecer no próximo dia 4. Moradores, visitantes, tu-ristas e fiéis aguardam sua visita e preparam uma recepção calo-rosa de boas vindas a ele.

Foto: Fábio de Souza/PROMATA

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Página 4 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

Vereadores revogam taxa de iluminação públicaPor unanimidade, os dez ve-

readores de Ubatuba revoga-ram, na sessão de terça feira, a lei 3.283 de 2009 que criou uma “contribuição para o cus-teio do serviço de iluminação pública –CIP”. A taxa vinha cobrada na conta de luz.A arrecadação paga o con-

sumo de energia elétrica pela iluminação de vias, logradou-ros, praças, jardins ou monu-mentos além das previsões com instalação, manutenção, melhoramento e expansão da rede.Segundo informações pas-

sada pela Elektro, a conces-sionária de energia que aten-de o Litoral Norte, Ubatuba gastou no ano passado R$ 1.860.000,00 com esse tipo de iluminação. Não há infor-mações sobre investimentos em expansão da rede ou em reposição de luminárias. Pedido de desculpasA proposta de autoria do

vereador Silvinho Brandão (PSB), da base governista, gerou discussões em plenário. Três vereadores que sempre se colocaram contra a criação da taxa em 2009 e 2010 pe-diram explicações sobre como os recursos desta arrecadação foram aplicados.Segundo cálculos de Rogério

Frediani (PSDB), tomando-se por base 60 mil ligações co-brando-se a média de R$ 4,00

por casa, pode chegar a R$ 3 milhões/ano “sem que se veja investimentos em novas lumi-nárias ou expansão da rede”. O vereador Mauro Barros

(PSC) há duas semanas havia entrado com pedido de infor-mação sobre a aplicação dos recursos em luminárias.O vereador Gérson Biguá

(PSD) perguntou porque a re-vogação não veio antes, clas-sificando a proposta de “elei-toreira”. O presidente da mesa, ve-

reador Romerson de Oliveira (PSB), também da base do Governo, chegou a pedir des-culpas à população explican-do que votou favoravelmente à criação da taxa em 2009 acreditando que os recursos seriam aplicados em expansão de rede. Segundo ele, até que sua re-

gião foi contemplada mas não na escala esperada. Foram instaladas 17 luminárias na marginal do Perequê Mirim. Ubatuba utiliza lâmpadas a vapor de sódio (VS) que po-dem custar de R$ 480,00 até R$ 670,0 a unidade, depen-dendo da potência.Os recursos, conforme o

artigo 7º da lei, iriam para um Fundo Municipal de Ilu-minação e as despesas com iluminação pública deveriam sair do dinheiro disponível no Fundo. No primeiro semestre

o departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estân-cias –Dade- liberou R$ 160 mil para iluminação pública na orla da praia do Itaguá.Quando vereador, o atual

prefeito Eduardo César (sem partido) votou contra a taxa de iluminação pública e che-gou a entrar com liminar na

Justiça para impedir que ela fosse cobrada. A ação teve causa ganha, mas o prefeito Paulo Ramos cassou a liminar. Árvore na calçadaAlém desta proposta foram

votados, ainda projeto do vereador Rogério Frediani (PSDB) de incentivo ao plan-tio de árvore nas calçadas de

bairros, outro do vereador Mauro Barros (PSC) sobre a divulgação de avaliação do Ideb –Índice de Desenvolvi-mento da Educação Básica- pelas escolas e um terceiro, do vereador Silvinho Brandão (PSB) incluindo no calendário de eventos do município uma Festa Nordestina.

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 5

Uma baleia franca que veio visitar o litoral brasileiro aca-bou ficando na costa do lito-ral norte paulista em frente a vários núcleos de moradores tradicionais, principalmente de Ubatuba. Desta vez ela veio com seu filhote e para al-

Moradores tradicionais fotografam baleia franca

gumas pessoas se mostrando saudável e forte. Na tarde do dia 22/09, no período do al-moço, ela apareceu com sua cria entre o Bonete e Ponta Grossa-Caçandoca. Noticiada em telejornais e revistas de todo país ela resolveu mos-

trar a uns poucos privilegiados as artes realizadas pelo mais novo membro da família. Se-gundo o fotografo e membro da Promata Fabio de Souza, 37, “um dado momento o fi-lhote se afastou da mãe, en-tão ela deu salto de um lado

para o outro, jogando água para cima e nas laterais num ritmo frenético, como se esti-vesse procurando sua cria”. Fabio lembra ainda de que

por estar com o filhote, é im-portante manter-se a uma dis-tancia segura para o mamífero

e os tripulantes da embarca-ção, dando ao mamífero a li-berdade de que tanto precisa para “educar” seu filhote. A embarcação sob o coman-

dado do morador Marcelo de Jesus-Bonete seguiu as orien-tações dos mais velhos e pu-deram com segurança realizar belos registros desta espécie. Puderam observar ainda que a baleia ao brincar com o filhote levanta lodo e areia do fundo do mar onde estava. Segundo os antigos era comum encon-trar baleias por aqui das varias espécies e que se lembram de nunca haver um incidente en-tre homem e esta espécie de mamífero. Outros contam que nesta “épa” ninguém colocava “espinhé” (espinhel) no cami-nho delas. Contam ainda de que ela vinha sempre nas cos-tas da Ilha do Pontal por ser um local com mais profundidade, lá amamentavam seus filhotes e davam as primeiras orienta-ções sobre a vida no mar, tal-vez por isso, esteja no DNA de algumas a rota á Ubatuba.

Foto: Fábio de Souza/PROMATA

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Página 6 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

EZEQUIEL DOS SANTOSO aposentado Orlando dos

Santos, 75, morador do Sertão da Quina ganhou uma muda de maracujá, ao plantar mal sabia ele que se tratava de uma espécie onde cada fruta daria pelo menos seis copos de batida. Segundo o mora-dor a fruta anterior a da foto pesou 2,920 Kg e que no ano de 2011 colheu 10 unidades e em 2010 cerca de 8 unidades. Em seu quintal tem de tudo plantado. Orlando diz que esta fruta é melhor para fazer do-ces. Os degustadores de “mé” agora buscam mudas de uma cana gigante para fazer a ca-chaça, limão para a caipirinha, já que o maracujá já desco-briram. Desta vez a festa vai bombar! Haja açúcar!

Maracujá gigante no Sertão da Quina

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 7

Alunos do Projeto Guri de Ubatuba participaram de apresentação em PindaNo último sábado, 22, alu-nos do polo do Projeto Guri de Ubatuba participaram do Encontro de Dedilhadas da AAPG (Associação de Amigos do Projeto Guri), realizado na Anhanguera Educacional em Pindamonhangaba. Represen-taram Ubatuba no encontro12 alunos do curso de violão que foram acompanhados do edu-cador Paulo Carvalhal e da coordenadora do polo, Joana Lemos. O evento teve como objetivo promover e integrar diferen-tes ritmos e estilos, bem como proporcionar aos alunos a tro-ca de experiências artísticas e pedagógicas por meio da apresentação dos grupos de cordas dedilhadas.O Projeto Guri, uma iniciativa

do Governo do Estado, é um programa socioeducativo que oferece desde 1995 continua-mente, nos períodos de con-traturno escolar, cursos de iniciação e teoria musical, co-ral e instrumentos de cordas, madeiras, sopro e percussão. Hoje são mais de 360 polos distribuídos pelo in-terior e litoral do Estado. Em Ubatuba, o polo Ubatuba/Prefeitura está localizado no Sobradão do Porto, ofere-cendo cursos de canto-coral, violão e percussão. As aulas acontecem todas as terças e quintas-feiras no período da tarde. Mais informações so-bre o funcionamento do polo Ubatuba com a coordenado-ra Joana pelo telefone (12) 3833-7237. (Fonte: ACS/PMU)

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

A história da PrimaveraFotos: Adelina Fernandes

ADELINA FERNANDESNestes dias em que se cele-bra o Equinócio da Primavera faz todo o sentido lembrar a história da primeira Primave-ra. E esta história passa-se numa época em que os campos esta-vam inundados de flores todos os dias do ano e os homens desfrutavam de um tempo sem tempo, onde a natureza tudo lhes dava. Não havia, por isso, estações do ano e os dias eram todos agradáveis como convinha à condição divina. A responsável por este feliz estado de coisas era Ceres, uma das esposas de Jupiter, filha de Crono e Reia e Senho-ra das colheitas, da terra cul-tivada e das estações do ano. Mas, até para os Deuses, nem sempre tudo corre de feição... Um dia, a sua filha, Proser-pina, que brincava num cam-po cheio de belas e cheirosas flores, foi avistada por Plutão que, desde logo, se apaixonou pela sua beleza e, com um acordo secreto com Júpiter, se apressou a carregá-la no seu carro levando-a consigo para o seu reino. Desesperada, na sua dor de mãe, Ceres recu-sou-se a continuar a alimentar os campos e partiu em busca da sua amada filha. Entregues a esse abandono, os campos foram secando e nada voltou a crescer. Vendo os homens padecer de fome, Júpiter resolveu inter-ceder junto do poderoso Plu-tão e ajudar Ceres a resgatar a bela refém. Acontece que Proserpina já tinha comido al-guns grãos deuma certa romã e já não era possível voltar à sua condição anterior, pois mantinha-se ligada a Plutão... Procuraram assim uma solu-ção de consenso, a solução

A felicidade de Ceres ou a volta das flores!

possível. Ela passaria 6 meses com a sua mãe na superfície e os restantes meses com o seu senhor no mundo das trevas. Mesmo não conseguindo res-gatar inteiramente a sua filha, numa demonstração de ale-gria, Ceres voltou a cobrir a terra de flores. Como então, nesta época que vivemos cele-bramos esse momento de ale-gria em que a terra, paralisada pelo frio, renasce e floresce. Nesta época lembramos que os ciclos se sucedem, que após a dor e a paralisia vem de novo a vida numa mani-festação cheia de aromas e texturas que inunda os nossos sentidos. Na nossa vida quan-

tas dores nos fazem gelar os campos e paralisar? Lembre-mos assim que está na nossas mãos fazer como Ceres e não desistir de procurar o alívio da nossa dor. E porque não fazer como Ce-res que, mesmo perante uma vitória curta ou incompleta, dado que só podia abraçar a sua amada filha 6 meses em cada ano, usou o seu poder para a receber em alegria?... Desta forma, nós, pobres e comuns mortais, podemos to-dos os anos, ao menos nesta época, celebrar a vitória da vida que explode e vence as trevas.Palavras de Eduardo Leal.

Cena comum na Primavera: Ipê amarelo todo florido em pleno centro de Ubatuba. Abaixo, detalhe das flores.

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 9

A estação das floresADELINA FERNANDES

A primavera é uma das qua-tro estações do ano. Ela ocor-re após o inverno e antes do verão. No hemisfério sul, onde está localizado o Brasil, a pri-mavera tem início em 23 de setembro e termina no dia 21 de dezembro.É uma época em que ocorre

o florescimento de várias es-pécies de plantas. Portanto, é um período em que a nature-za fica bela, presenteando o ser humano com flores colo-ridas e perfumadas. A função deste florescimento é o início da época de reprodução de muitas espécies de árvores e plantas.No tocante a astronomia, a

primavera ocorre no equinó-

cio de setembro (momento do ano em que o dia e a noite possuem a mesma duração, 12 horas cada). Já com relação a mudan-

ças climáticas, é um período em que as temperaturas vão, aos poucos, aumentando. O mesmo ocorre com as águas do mar. As temperaturas, em grande parte dos países do hemisfério sul, ficam amenas.Flores que se destacam na

primavera: rosa, girassol, margaridinha, orquídea, jas-mim, hortênsia, helicônia, ala-manda, clívia, gérbera, hibis-co, gazânia, jasmim-estrela, lágrima-de-cristo, boca-de--leão, crisântemo, frésia, este-fânia, narciso, violeta, dedalei-ra, dama-da-noite.

Fotos: Adelina Fernandes

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Gente da Nossa História: Antonio Alves de Santana: pá e areia como sustento da família

EZEQUIEL DOS SANTOSNascido num lugar chamado Volta Comprida, distrito de Bairro Alto, Município de Na-tividade da Serra no dia 14 de agosto de 1940, estreava para o mundo mais um guerreiro deste Brasil que Deus dá. Fi-lho de João Alves de Santana e Paula Maria de Jesus, mal sabia ele que conheceria em sua vida o mar. Junto a seus irmãos Pedro, Maria, Virgílio, Benedito, Geralda, Sebastião, Izabel, João, Domingos e José aprendeu cedo as responsabi-lidades agora esquecidas. Cer-cado de florestas, de “mata virge”, aves e muita caça, An-tônio sabia que antes de nas-cer o sol já era hora de ajudar os pais com a roça e criação. De vida simples, aprendeu de seus pais o real sentido da vida e a importância da ho-nestidade. Onde morava não havia estrada e apenas uma trilha ligava este local ao resto do mundo. No caminho, mui-tos os pequenos riachos que tinham de atravessar, antes de existir a balsa a travessia do Rio Paraíba eram feita de canoa e no lugar do remo usa-vam o tal de “varejão”, que na realidade era uma vara de bambu. Antônio trabalhou como comerciante (mascate) de animais e venda de farinha de mandioca, já que o que produzia na roça era tão so-mente para sustentar a casa e o dinheiro extra vinha da venda de animais. A merca-doria era levada no lombo de burro ao litoral pela trilha da Cachoeira dos Macacos, senão por outras trilhas com as mer-cadorias nas costas. Seu An-tônio fala que seu irmão Dito veio na frente fazer uma roça de bananas na antiga área de Miguel Generosa entre o Sito Santa Cruz e o Quebra Pé

Grande, quando voltou falou das oportunidades que tinham por aqui. Antônio então tra-tou logo de casar. O casório foi em 1963 com Laurentina de Jesus Santana. Deste ma-trimonio nasceram José, Ma-ria, Sebastiana, João, Geni, Roseli, Carlos, Sérgio, André e Júlio, os quatro últimos nas-ceram em Ubatuba. Antônio conta ainda com 14 netos e quatro bisnetos. Quando che-gou aqui seu primeiro e últi-mo serviço foi retirar areia no leito dos rios. Depois do casó-rio mudou-se definitivamente para o Sertão da Quina onde

mora até hoje, ficou lá o ter-reno e o gado vendido depois. O caminho por onde desceu Seu Antônio existe até hoje e ainda é utilizado como forma de cortar caminho a “serra--acima” e recordação histórica das façanhas e dificuldades dos antigos moradores. Aten-cioso, educado e calmo Seu Antônio é figura respeitada na região, sinônimo de trabalha-dor foi a segunda pessoa na

região a explorar a retirada de areia por estas bandas. Ele, conta seus amigos que tra-balhava de 1º de janeiro a 1º de janeiro, todos os dias, com chuva ou sol. Conta-nos que quem estimulou a atividade foi à necessidade, já que na época só havia pedreiras em Jambeiro e São Sebastião. O condomínio da praia Vermelha foi quem procurou material para uso, na realidade conta Seu Antônio que eles procu-ravam pedras para as obras, depois areia. Seu Antônio ainda se recorda dos grandes bananais, aonde seus mora-

dores carregavam 30 dúzias da fruta nas costas para ser embarcado no caminhão. Re-corda que no caminho antigo da serra-acima tinha os bana-nais de Dito João, Luiz Celino, Mané Adolfo, João Ambrósio, tinha também cana, mandioca e muito mais coisa. De uma coisa ele se lembra muito bem foi quando chegou por aqui, “Fui muito bem recebido na região, tive muitos compa-

nheiros, nunca tive um inimi-go, não tenho o que falar dos antigos daqui, só me alembro de coisa boa deste povo”, co-menta Seu Antônio. “Por um tempo eu assistia “futebór”, participei das procissões, aju-dei com material pra capela, não gostava das confusões na beira do campo”, reitera sua fala. Lembra-se ainda dos primeiros caminhões a gasoli-na que eram de carroceria e que o primeiro caminhão com caçamba foi a do Galvão, isto sem contar os da Sudelpa. Da época do fio de bigode conta--nos que viu uma folha de

cheque pela primeira vez em 1965, como é que uma folha de papel valia dinheiro. Bom para receber tinha de pedir a sua sobrinha para assinar atrás da folha para receber no banco. Fala ainda de que os caminhões leiteiros que iam até as roças buscar leite tinham correntes nos pneus, parece até uma coisa normal, porém, usavam todos os dias. Trabalhou também na manu-

tenção do trecho da serra de Ubatuba. Era responsável por equipe de “camaradas” para arrumar, limpar e cortar o barranco para descer a tropa, era o trecho da serra até sua metade, segundo Seu Antônio o responsável pelo pagamen-to era o “tar” de Cipriano que foi o primeiro açougueiro de Ubatuba. Era uma empreita-da de uma vez por ano, assim trabalhou quatro anos ainda no governo de Wilson Abira-ched. Muita história tem Seu Antônio para contar, tenho o maior respeito por este gran-de homem, sua esposa e seus filhos a qual tenho a honra de conhecê-los. Porém conto um pouco da vida e trajetória des-te homem que começou como areeiro e terminou como are-eiro, porém toda história não caberia nestas linhas, mas prometo contar ainda mais de um homem que trabalha como um relógio e que é exemplo de superação, honestidade, de grande pai, tio, avô e bisavô. Homem de um tempo em que trabalhar era orgulho, do tem-po em que palavra dada era palavra cumprida. Para nossa sorte, Seu Antônio resiste ao tempo e a história. Lucido, sereno e muito simpático me deu nesta data a honra de um “dedinho” de prosa, mes-mo sabendo que para contar tudo o que sabe e viu preci-saria de uma “mão” gigante. Quero aqui agradecer a Deus por conhecer este homem e por sempre ser bem recebido em sua casa, sentar junto aos seus, bem próximo do fogão a lenha. Quero aqui, junto a ou-tros que consultei manifestar minha alegria de dizer a to-dos que conheci Seu Antônio Alves de Santana- Um grande homem. Muito Obrigado Seu Antônio.

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 11

As décadas de 80 e 90 fo-ram notadamente marcadas pela profusão de campeo-natos de surfe realizados na região, inclusive, como palco de praticamente a totalidade dos eventos promovidos pe-los surfistas de Caraguatatuba que, aliás, até o surgimento do movimento local, reina-vam quase que absolutos nas areias do Sapê, não fosse a presença, embora tímida, dos mais antigos já mencionados. Como resultado positivo,

quase que imediato dessa aparente brincadeira, Kiko, entre todos, destacou-se e teve uma breve, mas, me-morável e promissora carrei-ra em eventos de níveis na-cional, estadual e municipal, conquistando patrocinadores e obtendo importantes títulos e vitórias sobre atletas consa-grados como Tadeu Pereira, Narciso de Oliveira, Mariano Tucat, Paulo Motta, Alfredi-nho Bischof, Alexandre Costi-nha, Richinha, Renan Rocha, Eric Miyacawa e outros mais. Nesse ritmo frenético e conta-giante, novas safras de surfis-tas surgiram, trazendo para o cenário Ricardo Oliveira Cos-ta – Cacau, os irmãos Cícero e Donizete dos Santos, Juan e João da Mata, Wellington e Ricardinho Oliveira, Mar-cio Luís do Prado, Henrique Enes Virgilio Junior, Wagner Martinez, Edson Obara, Da-niel Santos e Rafael Amorim, da Maranduba, que foi outro grande destaque, mais recen-te e que obteve os títulos mais importantes para comunidade da região sul de Ubatuba, sagrando-se Vice-campeão Brasileiro Junior 93, em sua primeira participação no Cir-cuito Brasileiro e Campeão Brasileiro Junior 94, Zequi-

História do Surf na Região Sul - Parte IInha, Totonho e o Lu, do Ser-tão da Quina, Glebson Nenê, de Santo André, Fernando Ra-mos – Chaca, Alexandre Pin-tado, Alexandre Capa, Marcelo Frigi e Baranov, de São José dos Campos, os irmãos Ale-xandre, Rodrigo e Guilherme Souto, carinhosamente conhe-cidos como “Os Neguinhos”, os irmãos Alexandre, Rodrigo e Marcelo Pitón, não menos carinhosamente chamados de “Os Pinto”, Giancarlo e Fa-brício Ferro, os irmãos Alex e Digão, os irmãos Marcelo e Jonas, Marcus Vinicius de Ca-milo – Feijão, de São Paulo, o punk Bigal, de São José dos Campos, Alexandre Costinha, do centro, José Carlos Cação, do Promirim e tantos outros, não necessariamente nessa ordem, cuja lembrança requer maiores esforços. Garotos so-nhadores, livres e felizes, en-tre 13 e 18 anos de idade cuja imaginação e poder de reali-zação transcendiam quaisquer limites ou impossibilidades. Tudo no surfe era muito di-

fícil, muito misterioso, muito inacessível, muito inspirador e mágico. Não havia sites de previsão de ondas, as notícias levavam meses, não havia si-tes de transmissão ao vivo de megacampeonatos em plenos arquipélagos perdidos no meio do Oceano Pacífico, não havia sequer telefone celular quan-to mais Internet. A previsão era no olfato – cheiro do mar, cheiro da costeira, cheiro da terra, cheiro da mata. Era no tato – areia, água,

sal, sol e vento na pele. Era na visão – enxergar, decifrar e entender o céu, o mar e o ho-rizonte. Era na audição – sen-sibilidade para captar os sons mais sutis e delicados da terra, do mar, do ar e do coração.

Era na intuição – conversar com o sol, com a lua, com o vento, com a chuva, com as estações, com as marés e com os seres marinhos. Mas, era muito mais. Era com total resignação e humildade na in-cansável espera, mas, sobre-tudo, era no prazer da surpre-sa e na satisfação da certeza. Mera nostalgia, saudosismo talvez. Nada contra os avan-ços da tecnologia, desde que utilizados para fins pacíficos e humanitários. Tudo a favor do desenvolvimento sustentável. Mas, como não poderia deixar de ser, da semente plantada na areia da praia e regada com água do mar, efetiva-mente, brotaram vários cam-peonatos amadores e até uma associação de fato, com pa-lanque fixo, equipamentos de som, material de escritório e diretoria eleita, durante as dé-cadas de 80 e 90. Festivais de Inverno, Torneios de Primave-ra, Copas de Verão, circuitos locais e diversos surfe treinos foram promovidos, graças ao

apoio dos empresários e afi-cionados locais. Contudo, em certo momen-

to, a vida nos exigiu decisões e escolhas que nos levaram por outros caminhos, não obs-tante graças a Deus, o surfe e a possibilidade de praticá-lo permanecessem. Hoje, a ima-ginária, sonhadora, imbatível e eterna Equipe Zulu é cons-tituída por pais de família, en-genheiros, arquitetos, dentis-tas, publicitários, fotógrafos, advogados, diretores de em-presas, empresários, comer-ciantes, comerciários, ban-cários, funcionários públicos, construtores, prestadores de serviços, profissionais liberais e até promotor de justiça. Os mesmos meninos “corredores” de onda. Nenhum campeão mundial de surfe ainda, mas, com toda a certeza, todos dignos vencedores de suas baterias nas disputas da vida, detentores de inúmeros títu-los em pioneirismo, amor pela natureza, consciência comuni-tária, fé, espírito de amizade,

simplicidade, convicção, soli-dariedade e gratidão a Deus pela benção de ser surfista. E com esse espírito renova-

do, quase trinta anos depois, surge a Boraposurf, equipe promotora de eventos sociais, desportivos e ambientais, idealizada e constituída pe-los membros da comunidade Carlos Cesar Geisger e Robson Enes Virgilio, ligada à Promata Ubatuba – Associação de Mo-radores para a Recuperação e Preservação da Mata Atlân-tica e à AMMA – Associação de Moradores de Maranduba e Amigos, com o objetivo de promover a inclusão social dos jovens, crianças e adolescen-tes através da prática do sur-fe, fomentar o esporte local e o turismo de base comunitá-ria, gerar trabalho e renda, es-timular a indústria, o comércio e a economia, principalmente em períodos de baixa tempo-rada, e inserir, definitivamen-te, a região sul de Ubatuba no cenário nacional das competi-ções.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 11

Fonte: PEQUENO DICIO-NÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra re-gistrada sob nº 377.947-Liv.701. Fls. 107 na Fun-dação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .

ENFARADO - ( adj. ) - enjoa-do; enfastiado.ENFARO - ( s.m. ) - enjôo; re-pugnância; fastio.ENFERRUSCADO – ( adj. ) – enfezado; irritadiço; aborreci-do, amolado, irritado.ENFURNADO - (adj.) - escon-dido; afastado do convívio so-cial; isolado; retraído.ENGASGA-GATO- ( s.m. ) - ca-chaça ou farofa de carne seca em pedaços graúdos.ENGOLE-ELE - (adj./ s.m. ) - roupa folgada em excesso.ENJOAÇãO - ( s.m. ) - enjôo; náuseas.ENJOAMENTO - (s.m. - enjôo; enjoação; náuseas.ENLEIá - ( v.t. ) - enlear , en-roscar. “ o pexe tá tudo inlea-do na rede “ENLEIADO – (adj.) enlea-do, pessoa embaraçada, confusa,complicada. “ Do jeito que ela é inleiada pra se ar-rumá, tão cedo nós não saímo de casa hoje “ENSACADOR - ( s.m.) - saco de algumas redes de pesca de arrasto, para onde vão os camarões e os peixes captura-dos.ENTERTIDO - ( adj.) - entreti-do; atraído; concentrado.“ a paca fica boba, fica enter-tida cá luz do fraxilaite; daí é só atirá ‘‘ENTOJO - ( s.m./adj. ) - nojo;

repugnância; pessoa chata; nojenta.ENTRALHá - (v.i ) - colocar as malhas da rede na tralha da cortiça ou do chumbeiro;trabalhar no conserto das ma-lhas quebradas da rede.ENTRALHAMENTO - ( s.m. ) - operação que consiste em acondicionar nos cordameslaterais e terminais das redes a tralha da cortiça e a tralha do chumbeiro.ENTRALHO - ( s.m. ) - fio ou cabo fino, com que prende o tralho á rede de pesca.ENTRE PRA DENTRO - (loc.v. ) - forma de se convidar a en-trar em casa.ENTUPIMENTO - ( s.m. ) - in-testino preso. “ comê goiaba verde quira da entupimento “ENXERGãO - ( s.m. ) - estrado de arame, colocado nas ca-mas tipo patente.ENXUGá A MASSA - (loc. v. ) - prensar o tipiti cheio de massa verde, entre a coroa e amesa, na arataca ou no fuso para espremer o caldo da massa da mandioca sevada eenxugá- la para o peneiramen-to e o forneamento, no fabrico da farinha de mandioca.“Arataca prá que serve ? “ Prá enxugá a massa...”.ENXUGA-PóÇA - ( adj.) - apeli-do dado à alpercata, tipo anti-go de calçado.ERMá MULHER - ( s.f. ) - irmã.ERMãO HOME - ( s.m.) - ir-mão.ESBANDALHADO - (adj.) - es-pedaçado; destruído ; estra-gado.ESBODEGADO - ( adj. )- can-sado; exausto ; esbaforido; esbandalhado ; escangalhado.ESCADEIRA - ( s.f.) - anca.ESCALá - ( v.t.) - cortar o pei-xe em fatias horizontais; ope-ração de limpar e cortar opeixe para cozê-lo ou salgá--lo; salgar o peixe para levar

ao sol.“ escalava ele, né , abria ele no meio anssim, escalava, co-locava sár e botava no sór pra secá “ESCALABRADO - ( adj.) - com a pele escoriada.ESCALER - ( s.m. ) - pequeno embarcação; bote salva-vidas.ESCAMá - ( v.t.) - tirar as es-camas do peixe.ESCAMOSO - ( adj.) - indiví-duo metido, desagradável, in-tolerável, intragável.ESCANGALHADO - ( adj. ) - estragado; arruinado.ESCARAFUNCHá - ( v.t.) - re-mexer; procurar.ESCARCéU - ( s.m. ) - gritaria ; alarido; alvoroço.ESCARDA-Pé - ( s.m. ) - es-calda-pés; banho nos pés com água muito quente ; pedilúvioESCARDAMENTO - ( s.m. ) - escarda-pé; tratamento da medicina caiçara que consisteno banho dos pés com água bem quente, a propósito de curar alguma nevralgia,distensão muscular ou resfria-do. A aplicação faz-se antes de deitar, e exige resguardode friagem no dia seguinte.ESCARRADO - ( adj. ) - igual ; idêntico.“ é a cara do pai , iscrito e es-carrado “ESCARRANCHADO - ( adj. ) - sentado ou deitado com as pernas abertas.ESCONSO - ( s.m. ) - inclina-do; torto; meio caído; pendido para um lado.ESCORA - ( s.f.) - pau roliço e resistente que se usa para sustentar alguma coisa .ESCORá - ( v.t. ) - durar; aguentar; resistir.“ Dermevau não vai escorá essa vida “ESCOTA - ( s.f.) - cabo para governar a vela na embarca-ção.ESCRACHO - ( s.m. ) - escula-

cho; esculhambação.ESCRAMENTADO - (adj. ) - o mesmo que escarmentado; experiente; provado.ESCULHAMBá - ( v.t.) - des-moralizar ; avacalhar ; escula-char.ESCUMA - ( s.f.) - mesmo que espuma.ESCURO DA LUA - ( s.m.) - fase minguante da lua, quan-do ela não aparece a noite.ESCUSADO - ( s.m. ) - inútil ; desnecessário.ESCUSOU - (v.t.) - negou; re-cusou.ESFARFADO - ( adj.) - esfal-fado ; cansado; extenuado; estafado.ESFOGUETEADO - ( adj.) - es-tabanado; estouvado ; traves-so ; irrequieto.ESFREGA - ( s.f.) - levar uma esfrega ; levar um surra; re-preensão ; ( estar numa) ;trabalho duro e cansativo.ESFREGãO - ( s.m. ) - pano ou vassoura de esfregar o chão.ESGAÇá - (v.t.) - desfiar o te-cido.ESGANADO - (adj. ) - morto de fome; indivíduo faminto.ESGAZEADO - ( adj. ) - diz--se do céu límpido e claro, nos dias frios.ESGOTá - ( v.t. ) - tirar a água; escoar a água da canoa.ESGUELHA - ( s.f.) - olhar de esguelha; olhar de través; de soslaio ; de viésESMOLA DO DIVINO- ( s.f.) - esmola que se dá para os fes-

tejos da Bandeira do Divino.ESMOLá - ( v.t.) - parte do ri-tual das festas do Divino, em que a Bandeira vai de casaem casa pedindo dinheiro ou alguma prenda para os feste-josESPARRAME - ( s.m. ) - espa-lhafato; barulho; briga ;rolo.ESPARRELA - (s.f.) - armadi-lha para caçar pássaros, atra-vés de uma laçada de cipóou corda, que está ligada ao içador envergando-o e pren-dendo-o aos pauzinhos, detal forma que, no momento que a ave tocam esse disposi-tivo, são laçados pelo içador;logro; cilada.

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 13

AFFONSO R. SANT’ANNAHá um período em que os

pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores, tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença. Crescem como a inflação, independen-te do governo e da vontade popular. Entre os estupros dos preços, os disparos dos discursos e o assalto das es-tações, elas crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância.

Mas não crescem todos os dias, de igual maneira; cres-cem, de repente.

Um dia se assentam perto de você no terraço e dizem uma frase de tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.

Onde e como andou cres-cendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite so-bre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uni-forme do maternal?

Ela está crescendo num ri-tual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apa-reça. Ali estão muitos pais, ao volante, esperando que saiam esfuziantes sobre patins, ca-belos soltos sobre as ancas. Essas são as nossas filhas, em pleno cio, lindas potrancas.

Entre hambúrgueres e re-frigerantes nas esquinas, lá estão elas, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros ou, então com a suéter amar-rada na cintura. Está quente,

a gente diz que vão estragar a suéter, mas não tem jeito, é o emblema da geração.

Pois ali estamos, depois do primeiro e do segundo casa-mento, com essa barba de jovem executivo ou intelectual em ascensão, as mães, às ve-zes, já com a primeira plástica e o casamento recomposto. Essas são as filhas que conse-guimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das co-lheitas, das notícias e da dita-dura das horas. E elas crescem meio amestradas, vendo como redigimos nossas teses e nos doutoramos nos nossos erros.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.

Longe já vai o momento em que o primeiro mênstruo foi recebido como um impac-to de rosas vermelhas. Não mais as colheremos nas por-tas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, da cultura francesa e inglesa. Saíram do banco de

trás e passaram para o volan-te de suas próprias vidas. Só nos resta dizer “bonne route, bonne route”, como naquela canção francesa narrando a emoção do pai quando a filha oferece o primeiro jantar no apartamento dela.

Deveríamos ter ido mais ve-zes à cama delas ao anoitecer para ouvir sua alma respiran-do conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de co-lagens, posteres e agendas coloridas de pilô. Não, não as levamos suficientemente ao maldito “drive-in”, ao Ta-blado para ver “Pluft”, não lhes demos suficientes ham-búrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas merecidas.

Elas cresceram sem que es-gotássemos nelas todo o nos-so afeto.

No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, comidas, engarra-famentos, natais, páscoas, pis-

cinas e amiguinhas. Sim, havia as brigas dentro do carro, a dis-puta pela janela, os pedidos de sorvetes e sanduíches infantis. Depois chegou a idade em que subir para a casa de campo com os pais começou a ser um es-forço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma aqui na praia e os primeiros namo-rados. Esse exílio dos pais, esse divórcio dos filhos, vai durar sete anos bíblicos. Agora é hora de os pais na montanha terem a solidão que queriam, mas, de repente, exalarem contagiosa saudade daquelas pestes.

O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exer-cido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso, os avós são tão desme-surados e distribuem tão in-controlável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.

Por isso, é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam.

Antes que elas cresçam

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 27 Setembro 2012

Sólo do píer do Saco da Ribeira não tem contaminação, afirma CETESBUbatuba, Estado de São Pau-

lo, Brasil possui um presente Divino que se chama Saco da Ribeira. Sua beleza natural, sua localização geográfica, lhe confere sem sombra de dúvidas, o destaque de um dos melhores senão o melhor porto natural do Brasil. Sendo assim aconteceu o que era na-tural e atendendo a essa vo-cação aqui se instalarem ativi-dades voltadas à náutica. Esse crescimento se deu de forma desordenada pela ausência à época de uma política ambien-talista global. No ano de 1976 o então go-

vernador Paulo Egydio cons-truiu o Píer do Saco da Ribeira, que passou a ser administrada pela SUDELPA, SUPERINTEN-DÊNCIA DO DESENVOLVI-MENTO DO LITORAL PAULIS-TA, recém criada através do decreto nº 7.639 de 27 de fe-vereiro do mesmo ano. A ativi-dade pesqueira se desenvolve e paralelamente a atividade náutica voltada ao turismo e laser. A partir daí uma fonte de renda e mercado de trabalho surge e faz com que em tempo bastante curto o Saco da Ri-beira se torne o segundo pólo gerador de renda e empregos do município. Em 28 de Setembro de 1993

o então governador Antonio Fleury Filho, através do decre-to nº 37546/93 torna extinta a SUDELPA. Sem definição à quem caberia a administração do Píer, a administração pas-sou a ser provisória por indi-cação do próprio governo. No transcorrer do ano de 1996 pelo fato da indefinição de quem assumiria a Fundação para Conservação e a Produ-ção Florestal do Estado de São Paulo solicitou ao governo a administração do Píer usando como exposição de motivos apoio ao Parque Estadual da Ilha Anchieta. Em 20 de Se-tembro de 1996 o então gover-nador Mario Covas, através do decreto nº 41.166, passando o píer à referida Fundação. Co-meça aí um oceano de absur-dos que resultou naquilo que estamos presenciando agora. Porque e como justificar uma área de aproximadamente

10.000 m2 para dar apoio ao Parque Estadual da Ilha An-chieta. É bom lembrar que o escritório central da referida Fundação ocupa uma área de 273 m2 no centro da cidade. Ao assumir o Píer a área já

era ocupada por embarcações ( lanchas ) na condição de mensalistas, assim como ofici-nas de caldeiraria, marcenaria, tornearia, pintura, mecânica e toda a estrutura necessá-ria voltada para a atividades náuticas tanto profissional como amadora. Todos paga-vam mensalidades para terem esses direitos e apesar disso nenhuma melhoria foi feita. Como era de se esperar o que se viu foi total incompetência dos administradores do Píer inclusive para questões am-bientais. A degradação do bem público foi total. Equipamentos importantes com hidrantes de incêndio deixaram de ter man-gueiras e ferramentas para en-gate de emergência. Isso seria o suficiente para o Corpo de Bombeiros interditasse a área. O serviço de rádio que se pres-ta a salvaguarda à quem nave-ga pela nossa costa deixou de existir. Luz de navegação ain-da se encontra desativada. As melhorias que ali aconteceram ficaram por conta dos usuários através de sua Associação AU-MAR. Há alguns anos atrás começa

a se sentir um certo interesse da Fundação em extinguir a utilização do Píer por embar-cações de esporte recreio. As que estavam poderiam per-manecer e embora houvesse espaço não aceitavam novas

embarcações. Isso tinha com conseqüência um atraso para o turismo náutico e esporte recreio. Em 25 de Março de 2008 a

resolução SMA 21 estabelece procedimentos para licencia-mento ambiental de todas as marinas. Essa resolução fez com que a maioria das marinas do litoral norte do estado se adequassem. O espaço públi-co que é gerido pelo governo estadual, não teve capacida-de para cumprir o que deter-minava a referida resolução. Ou por falta de capacidade administrativa ou interesses outros que nós da comunida-de, usuários e prestadores de serviços ainda não sabemos quais. No ano de 2010 a Fun-dação foi autuada pelo Ibama e ministério Público pelo não cumprimento da resolução. A Fundação nada fez e em maio de 2011 receberam documen-to assinado pelo Ibama e Mi-nistério Público determinando a suspensão de todas as ati-vidades.Em 01 de Novembro de 2011,

o Jornal 0 VALE, em entrevista à Sra. Simone Siqueira, a en-tão diretora Administrativa Fi-nanceira da Fundação Flores-tal Sra. Ivonete Alves declara ter recebido verba de R$ 379 mil para recuperação da área do Píer. Em determinando momento da entrevista essa senhora se diz preocupada porque está prevista a retirada de 30 caminhões de resíduos e não sabem o destino que da-rão . Ainda, segunda ela pedi-ram orientação da Cetesb e o próximo passo seria discussão

com a Petrobras quanto a esse descarte.Em Dezembro de 2011 ou

seja um mês depois a Cetesb em reposta a solicitação tanto da Fundação como dos usuá-rios do píer passou a Funda-ção a INFORMAÇÃO TÉCNICA Nº 007/CAAA/11, onde de-monstra que nos pontos de amostragem analisados não apresentam níveis condená-veis de poluição. Além disso, o texto é claro ao afirmar que “ a investigação detectou con-taminação em área de pouca abrangência e significância. Para finalizar o resultado do laudo não recomenda a conti-nuidade da investigação. E agora, como justificar tanta

truculência a nossa comunida-de. Qual será a próxima farsa da Fundação para tentar jogar embaixo do tapete toda sua incompetência, incompetên-cia essa que gerou o deses-pero do desemprego, da falta de expectativa de futuro não só para a nossa comunidade como para a cidade pois, é aqui que está o grande poten-cial, pesqueiro e turístico de Ubatuba. Enquanto esses fa-tos lamentáveis ocorriam aqui no Saco da Ribeira, o ilustre Secretário do Meio Ambiente Sr. Bruno Covas passeava pela cidade em campanha política. Nesse frenesi de decisões

absurdas, sem apoio a náuti-ca uma grande quantidade de freqüentadores proprietários principalmente de veleiros se vêem obrigados a migrarem para outras cidades. Aqueles que potencialmente poluem aqui, ao invés de serem orien-tados para que aqui perma-necessem respeitando regras ambientais, acabam poluindo em outros locais e o meio am-biente que deve ser encarado de forma global e não local continuará sofrendo. Finalizando, ao longo de

meus 70 anos de idade, de ter vivido e resistido toda a trucu-lência de mais de 20 anos de regime militar, fico estarrecido com o que vejo. Tentaremos resistir mais esse golpe.

Carlos Alberto BarretoSaco da Ribeira

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27 Setembro 2012 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Campi

Essências diferentes

Cantinho da Poesia

“Oração de um Piloto”

Deus!Se for verdade que você existe e se realmente houver vida

após a morte, quero lhe pedir um favor.Numa próxima encarnação, me dê asas, me deixe voar.

Mesmo que isso represente uma involução espiritual, quero estar lá no alto, um pouco mais perto de você.

Não faço escolhas, deixo ao seu inteiro critério. Mas me dê asas!Posso ser uma gaivota, mesmo tendo que roubar sobras dos

barcos pesqueiros para me alimentar.Não me importo em ser um urubu, me alimentando de carniça, enojando a todos, mas tendo apenas um enorme privilégio, que o mais bem sucedido dos homens não tem: O privilégio de voar!Com imenso prazer eu seria uma andorinha, voando mais alto

ou mais baixo, de acordo com a pressão atmosférica, mas estaria sempre voando.

Se você preferir, meu Deus, deixe-me ser um falcão! Se você me der essa sorte, eu lhe prometo que serei o primei-

ro falcão vegetariano neste mundo. Não vou matar ninguém. Mas me deixe voar!

Se eu puder ser uma águia, com aqueles olhos que podem ver todo o universo, reportarei para você todas as maldades que os homens fazem e tentarei fazer deste mundo um mundo melhor.Talvez me deixe ser uma garça, estampando em minhas penas

toda a brancura da paz que existe em você.Se eu for uma fragata, vou navegar contra os ventos, vou

olhar sempre o horizonte e agradecer a você o sublime dom que me deu: Voar!

Talvez você queira fazer de mim um fraco.Dê-me a fragilidade e a leveza de uma borboleta com seus dois

pares de asas. Eu lhe prometo levar o pólen para todas as flores que estive-

rem ao meu alcance, mas me deixe voar!Se todos esses meus desejos merecerem algum castigo, pode transformar-me num inseto, mas, ainda assim, me deixe voar!

Como inseto não vou voar tão alto como eu gostaria, mas vou respeitar a sua vontade.

Talvez eu acabe servindo de alimento para aquela andorinha que você não me deixou ser.

Mas mesmo assim terei um grande prazer, meu Deus! Você terá me permitido voar...

Manoel Del Valle Neto

O pássaro e o homem tem essências diferentes.O homem vive à sombra de

leis e tradições por ele inven-tadas; o pássaro vive segundo a lei universal que faz girar os mundos.Acreditar é uma coisa; viver

conforme o que se acredita é outra.Muitos falam como o mar,

mas vivem como os pântanos.Muitos levantam a cabeça

acima dos montes; mas sua alma jaz nas trevas das caver-nas.A civilização é uma arvore

idosa e carcomida, cujas flo-res são a cobiça e o engano e cujas frutas são a infelicidade e o desassossego.Deus criou os corpos para

serem os templos das almas.Devemos cuidar desses tem-

plos para que sejam dignos da divindade que neles mora.Procurei a solidão para fugir

dos homens, de suas leis, de suas tradições e de seu baru-lho.Os endinheirados pensam

que o sol e a lua e as estrelas se levantam dos seus cofres e se deitam nos seus bolsos.Os políticos enchem os olhos

dos povos com poeira doura-da e seus ouvidos com falsas promessas.Os sacerdotes aconselham

os outros, mas não aconse-lham a si mesmos, e exigem dos outros o que não exigem de si mesmos.Vã é a civilização. E tudo o

que está nela é vão.As descobertas e invenções

nada são senão brinquedos com a mente se diverte no seu tédio.Cortar as distâncias, nivelar

as montanhas, vencer os ma-res, tudo isso não passa de aparências enganadoras, que não alimentam o coração e

nem elevam a alma.Quanto a esses quebra-ca-

beças, chamados ciências e artes, nada são senão cadeias douradas com os quais o ho-mem se acorrenta, deslumbra-dos com seu brilho e tilintar.São os fios da tela que o ho-

mem tece desde o inicio do tempo sem saber que, quando terminar sua obra, terá cons-truído a prisão dentro da qual ficará preso.Uma coisa só merece nosso

amor e nossa dedicação, uma coisa só...É o despertar de algo no fun-

do dos fundos da alma.Quem o sente não o pode ex-

pressar em palavras.E quem não o sente, não po-

derá nunca conhecê-lo através de palavras.Faço votos para que apren-

das a amar as tempestades em vez de fugir delas.Autor: Khalil Gibran

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