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Maranduba, Abril 2016 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 7 - Edição 83 Estrada de Ferro Norte de São Paulo (Ubatuba- Taubaté -1874/1931) que ficou a ver “navios” passou pela região Foto: Roberto Pituí/PROMATA

Jornal Maranduba News #83

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Notícias da Região Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #83

Maranduba, Abril 2016 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano 7 - Edição 83

Estrada de Ferro Norte de São Paulo (Ubatuba- Taubaté -1874/1931)

que ficou a ver “navios” passou pela região

Foto: Roberto Pituí/PROMATA

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Página 2 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Fones: (12) 3832.6688 (12) 99714.5678 e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: mensal

Editor: Emilio CampiJornalista Responsável: Ezequiel dos Santos - MTB 76477/SP

Colaborador: Pedro dos Santos Raymundo - MTB 0063810/SPConsultor Jurídico - Dr. Robson Ennes Virgílio - OAB/SP 169.801

Consultor Ambiental - Fernando Novais - Engº Florestal CREA/SP 5062880961

Colaboradora: Adelina Fernandes Rodrigues

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

Envie seu evento, edital, convocação ou aviso para esta seção atraves do e-mail [email protected]

Convido a todos a participar de Assembleia Geral para reu-nião de ideias e discussões so-bre os novos rumos e passos a serem seguidos pela Associa-ção da Enseada do Mar Virado a ser realizada em: 07/04/2016 – QUINTA – FEI-RA ÀS 19:00hLOCAL: POUSADA ONDAS DO MAR AV. TENENTE MANUEL BAR-BOSA, 406, MARANDUBA – UBATUBA – SPContamos com a presença de todos e colocamo-nos à dispo-sição de todos para maiores esclarecimentos sobre a nossa associaçãoUbatuba, 29 de março de 2016

Atenciosamente,Cecília

ConviteConvocação

Associação da Enseada do Mar Virado

O Pássaro Cativo Olavo Bilac

“Não quero o teu alpiste! Gosto mais do alimento que procuro

Na Mata Livre em que a voar me viste;Tenho água fresca num recanto escuro

Da selva em que nasci;Da mata entre os verdores,

Tenho frutos e flores,Sem precisar de Ti!

Não quero sua esplendida gaiola!Pois nenhuma riqueza me consola

De haver perdido aquilo que perdi...Prefiro o ninho humilde, construído

De folhas secas, plácido e escondidoEntre galhos das árvores amigas...

Solta-me ao vento e ao sol!Com que direito a escravidão me obrigas?

Quero saudar as pompas do arrebol!Quero, ao cair da tarde,

Entoar minhas tristíssimas cantigas!Porque me prendes?Solta-me covarde!

Deus me deu por gaiola a imensidade;Não me roubes a minha liberdade...

Quero voar! voar!”

Uma mensagem de poucas palavras enviada via rede social pelo produtor rural Amarildo Pazzeli, do Sitio Recanto da Paz, em relação a proteção das aves:

“Não use Gaiola, plante uma árvore

que o pássaro vem!”

Jornal Maranduba News

ANUNCIEAQUI

(12) 99714-5678(12) 3832-6688

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 3

Projeto de agricultura urbana incentiva produção orgânica em UbatubaComunicação PMU

Para atender a demanda dos moradores e possibilitar a geração de renda, amplia-ção do acesso e produção de alimentos em Ubatuba, foi elaborado um projeto de Lei que cria o Programa de Agricultura Urbana e Pe-riurbana na cidade. Após a aprovação da propositura pelo Legislativo, que aconte-ceu no dia 15 de março, será necessária a criação de um decreto para regulamentar o funcionamento da iniciativa no município.“A Lei apenas cria o siste-

ma, mas os procedimentos precisam ser estabelecidos”, esclarece a secretária adjunta de Agricultura, Pesca e Abas-tecimento, Carolina Lima.O projeto 10/2016 cria opor-

tunidade para a produção de hortas comunitárias e a garantia de segurança ali-mentar. “Nesse sentido que criamos a Lei – para permi-tir a produção de alimentos, geração de emprego e renda, zeladoria da cidade e prevenir os focos da dengue por man-ter os terrenos limpos”, afir-ma o secretário de Agricultu-ra, Pesca e Abastecimento, Maurici Romeu da Silva.Onde“É necessário planejar e

definir aspectos relativos ao sistema de levantamento e cadastro, culminando em um banco de dados das áreas pú-blicas e privadas apropriadas e autorizadas para implanta-ção do programa”, exemplifi-cou Carolina.Uma das necessidades de se

estabelecer uma legislação foi para garantir e preservar os direitos dos proprietários so-bre a área, no caso de local privado.

“O primeiro passo é cadas-trar os imóveis cujos proprie-tários têm interesse em ceder para agricultura urbana, por exemplo, para fazerem zela-doria de seu terreno, e assim auxiliar no combate à dengue, porque não vai ter mato cres-cendo, lixo jogado… É uma questão, inclusive, de saúde pública”, alertou Maurici.IncentivoA Lei estimula outros pro-

gramas de incentivo. Com a mobilização dos produtores, se organizados em associa-ção ou cooperativa, podem fornecer a colheita para um banco de alimentos – outro projeto de Lei que precisará ser implantado.O Banco de Alimentos con-

siste em um espaço onde será possível tanto arrecadar alimentos de doação quanto

adquirir de produtores, cujo pagamento é efetuado pela Conab – Companhia Nacional de Abastecimento).“A Conab pode comprar os

alimentos de produtores orga-nizados formalmente, porém, eles precisarão se enquadrar na agricultura familiar, pos-suindo a DAP- Declaração de Aptidão do PRONAF, utilizada como instrumento de identi-ficação do agricultor familiar para acessar diversas políticas públicas, como o Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar – PRO-NAF, que é o financiamento para a produção”, pontuou Carolina.Mais um benefício está rela-

cionado às pessoas contem-pladas pelo programa Bolsa Família – com a produção agrícola, elas também pode-

rão se enquadrar em outros programas, como o Pronaf- grupo B e o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos , a partir de agora com o progra-ma Brasil sem Miséria. Agricultura UrbanaA agricultura urbana carac-

teriza toda atividade destina-da ao cultivo de hortaliças, legumes, plantas medicinais, plantas frutíferas e flores, produção artesanal de ali-mentos e produtos de artesa-nato no âmbito do município.RessalvaDurante discussão do pro-

jeto na Câmara Municipal de Ubatuba, em Sessão Ordiná-ria, foi aprovada uma emenda que vetou a criação de pe-quenos animais, como coelho, codorna, galinha dentre ou-tros – criações que, segundo Maurici, poderiam ser estabe-

lecidas em locais Periurbanos, gerando emprego e renda.“A dúzia do ovo da galinha

caipira hoje, custa em torno de R$ 10, o que possibilita-ria ampliação da renda além da venda dos vegetais. A Lei é um instrumento que poste-riormente é regida por decre-to. Então não tivesse sido reti-rada a produção de pequenos animais, poderia regulamen-tar quais animais seriam cria-dos e onde. Quando se veta, é retirada a possibilidade de ter um ganho econômico e uma segurança alimentar para es-sas famílias”, argumentou.O que ainda faltaSegundo a secretaria, o pró-

ximo passo é a formação do Conselho Municipal de Segu-rança Alimentar, para consoli-dar e aderir ao SISAN – Siste-ma de Segurança Alimentar e Nutricional, que o possibilitará celebrar convênios e repasses com os governos Estadual e Federal para implantar os programas de Segurança Ali-mentar e Nutricional.Onde já deu certoSegundo informações do site

Portal Brasil, as populações em vulnerabilidade social de 42 municípios brasileiros pu-deram cultivar hortas comu-nitárias, beneficiar produtos e até comercializá-los com o apoio do MDS – Ministério do Desenvolvimento Social, com investimento de até R$ 11,1 milhões em 2012.Em Pindamonhangaba, mo-

radores de uma rua do bairro Alto Tabaú se uniram e, com o consentimento do proprie-tário de um terreno baldio que era depósito de lixo e entulho, limparam o local e transformaram em uma horta comunitária, onde estão dis-poníveis mais de 20 culturas

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Página 4 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

Monitores da região conduzem alunos da escola municipal da Lagoinha no aniversario da Ilha Anchieta

Policia Militar divulga resultados da Operação Verão 2015/2016

A Operação Verão 2015/2016 desenvolvida no Litoral Norte no período de 18 de dezem-bro de 2015 a 15 de fevereiro 2016, teve um balanço positi-vo, atraindo aproximadamen-te 01 (um) milhão de pesso-as em todo o Litoral Norte Paulista.Alicerçado em um bom plane-

jamento estratégico, na dispo-nibilização de efetivo de refor-ço, no emprego de 100% de nossos profissionais de Polícia, totalizando 1.130 (mil cento e trinta) do efetivo PMs e ainda 712 (setecentos e doze) PMs do reforço, e ações conjuntas com as Prefeituras locais.O policiamento teve como

foco garantir a segurança dos moradores e turistas do litoral norte paulista prevenindo a incidência de delitos. Foram realizadas 05 (cinco) modali-dades de Operações Policiais Militares durante este período do sendo Bloqueios, Satura-ção, Visibilidade, Direção Se-gura e policiamento ostensivo a pé e motorizado.Como resultado, ocorreram

queda nos indicadores do Li-toral Norte neste período, no-tadamente nos delitos de ho-micídios.Veículos vistoriadosCarros e Motos:de 32.898 para 33.125;Bares vistoriados: de 351 para 762;Quantidade de flagrantes: de 150 para 185;Qtd. de pessoas presas: de 193 para 253;Menores apreendidos: de 70 para 84;Procurados recapturados: de 16 para 37;Armas apreendidas: de 15 para 41.Nesse quesito destaca-se

que a estratégia de emprego operacional voltada às abor-dagens aos bares e operações, refletiu em um considerável aumento da produtividade, números esses que demons-tram o sucesso da estratégia operacional adotada na Ope-ração Verão 2015/201.Fonte: Seção de Comunicação

Social do Vigésimo Batalhão de Polícia Militar do Interior

Fotos: Isaura MonteiroNa última terça-feira, 29,

quem fez aniversário foi o Par-que Estadual da Ilha Anchieta – PEIA, mas quem ganhou o presente foram os alunos da escola municipal Agostinho Alves da Silva do bairro da Lagoinha. A escola recebeu o convite

da Unidade de Conservação levando um total de 33 alunos entre a quarta e quinta séries. Lá participaram de palestras, visitaram os prédios históricos, ouviram o histórico sobre o le-vante com a associação Filhos da Ilha, realizaram plantios de mudas de arvores e lanche. Os monitores foram Carolina

Lemos, Gabriel, Jéssica dos Santos e a voluntaria Isaura Monteiro, alguns fazem parte do curso de monitoria que a administração e conselho do Parque promovem. Neste ani-versario o PEIA completa 39 anos e foi criado pelo Decreto 9.629, de 29/03/1977. Os alu-nos não esperavam melhores atividades educacionais e re-creativas.

A IlhaA Ilha Anchieta, assim deno-

minada a partir de 1934, era conhecida inicialmente como Ilha do Porcos. Essa Ilha foi palco de importantes aconte-cimentos da história brasileira. No século XVI a Ilha foi ha-

bitada por Índios da tribo Tupinambás, chefiada pelo cacique Cunhambebe, remon-tando mais de cinco séculos de ocupação. Atualmente, o Parque Esta-

dual da Ilha Anchieta (PEIA) é um dos principais atrativos históricos e ecoturisticos de Ubatuba.

Sua parte histórica, tomba-da pelo CONDEPHAAT, possui mais de 2.000 m² de edifica-ções conservadas, juntamente com as ruínas antigo Presídio, Quartel e Vila Civil pertencentes à Colônia Correcional do Porto das Palmas. Em 1945 o Grupo Shindo Renmei foi recolhido à Ilha como prisioneiros políti-cos. Funcionou como presídio para presos comuns até 1955, quando aconteceu uma gran-de rebelião de presos. Em 29 de março de 1977 por meio de decretos e leis 9.629, a Ilha se transforma em Parque Estadual da Ilha Anchieta.

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 5

Estudo de pesquisadores brasileiros sobre a região sul é publicado em formato digital de renomada revista inglesa

O que seria apenas uma contribuição a ciência sobre o geoturismo dentro dos es-tudos da geografia mundial se tornou um célebre artigo de uma das mais renomadas revistas sobre o tema na In-glaterra e no mundo – a Ge-ograpy Review. A revista que é uma pu-

blicação da Universidade de Manchester - Inglaterra apresenta o estudo de dois pontos de interesses turísti-cos, geográficos e ambien-tais deste território: o ca-minho da Água Branca e a trilha Sete Praias. Muito bem explicado, boa

diagramação, fácil entendi-mento o trabalho tem qua-tro páginas e é considerada uma conquista significativa a qualquer cientista. Tem como primeira autora

a doutoranda Maria do Car-mo Oliveira - UFRJ- morado-ra do Araribá, segundo au-tor o professor Dr. Antonio Guerra - UFRJ e o pesquisa-dor britânico e especialista em geografia Michael Fullen. Na revista o Geoturismo

é apresentado como uma nova ferramenta de trans-formação social, ambiental e comunitária do ponto de vista ecológico - econômico e cultural. A pesquisadora Maria do

Carmo explica que o “Ge-oturismo é um novo setor no país e que esta atividade permite que as comunidades locais desenvolvam praticas econômicas sustentáveis que possibilitem a conserva-ção da biodiversidade regio-nal, dos artefatos históricos e da cultura local”. Por outro lado ela reitera

que isto também incentiva os visitantes em saber mais sobre o espaço geológico e os processos geomorfológi-cos, tanto do passado quan-to do presente na região. O estudo enfatiza também

sobre a transformação das paisagens que não são es-táticas, mas sim dinâmicas; isso ajuda todos a entender a geodiversidade e a geo-conservação regional. Por Ubatuba viver quase

que exclusivamente do tu-rismo, mesmo sendo apenas das belezas naturais – no caso da ausência de infraes-trutura, essa visitação causa potencial degradação das trilhas, por exemplo. O estudo publicado mostra

como a compreensão da ge-omorfologia pode contribuir significativamente com o desenvolvimento do turismo sustentável da região, prin-cipalmente que se trata de temas ligadas ao conheci-mento e ao desenvolvimen-to de construção conjunta, que chamou a atenção da revista. Aos técnicos de plantão a

publicação traz informações privilegiadas e de qualida-de sobre a formação do lugar, interessantes desde aos operadores do turismo a gestão pública, principal-mente a quem mora na re-gião. Como diz o ditado: res-

peitamos aquilo que co-nhecemos - a publicação é uma oportunidade ímpar de conhecer melhor a região, consequentemente respei-tá-la cada vez mais já que é ela que dá a todos o pão de cada dia.

Dois importantes livros so-bre geografia no país foram doados a biblioteca Doracy na PROAMATA. Um deles trata das últimas três décadas de abor-dagens geográficas sobre Ero-são dos Solos e Movimentos de Massa (Antonio José Teixeira Guerra), outro trata da Fito-geografia do Brasil (Orlando Graef). São publicações consi-deradas chaves a ciência já que o primeiro trata dos problemas ambientais que causam inú-meros prejuízos econômicos, ambientais e sociais – como recentemente aconteceu em Mariana-MG. O livro atenta para proble-

mas que tem tirado milhares de vida nos últimos 30 anos e da preocupação da diminuição de sua intensidade a fim de que a sociedade possa ter melhor qualidade de vida. O segundo

PROMATA recebe livros autografados para biblioteca Doraci

livro estabelece bases para o desenvolvimento das ciências naturais (incluindo a geologia, a geografia e a biologia). É con-siderado, nas devidas propor-ções, antecessor dos estudos de Charles Darwin e Alexander von Humboldt, tamanha sua importância ao conhecimento

natural. Os dois livros podem ser considerados guias a qual-quer área do conhecimento que deseja entender melhor o siste-ma natural e as consequências do mau uso, também sobre a formação das belas paisagens naturais que ainda sobrevivem em nossas regiões.

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Página 6 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

Pinha - uma fruta para todos os gostos e utilidadesIsaura Monteiro

PROMATAMoradores tradicionais são

verdadeiros conhecedores da fruta chamada Pinha. Era co-mum encontrar em toda re-gião árvores desta fruta, que pelo perfume que exalava quando caía no chão era fácil de achar seu paradeiro. Além de ser deliciosa, doce e apeti-tosa, ela é importante ao meio ambiente, principalmente a fauna já que alimenta aves e outros animais. Dizem ainda que possui propriedades me-dicinais e princípios ativos. Imaginar que tudo começou por causa de uma foto que pu-bliquei no grupo do Watszap da PROMATA sobre a colheita realizada em minha proprieda-de e a pergunta sobre o que fazer com tanta fruta. OrigemAo que foi apurado, esta

fruta (Annona squamosa), também chamada de Fruta do Conde, chegou a Bahia no sec. 17, pertencente à família das Anonáceas, a mesma da graviola. Originária das Antilhas ela

está muito bem adaptada em terras brasileiras. A Pinha vem de uma pequena árvore que pode alcançar até 8 metros de altura, que apresenta a casca castanho-acinzentada, peque-nas flores brancas e fruto de formato globoso quase esfé-rico. Graças às suas vitaminas e

minerais, a pinha proporciona inúmeros benefícios à nossa saúde. Conta à história que no ano de 1626 Salvador ainda era capital do Brasil e a Bahia há pouco tinha sido retomada pelos portugueses das mãos de ingleses e holandeses, que pretendiam usar a região como base para dominar o

Atlântico Sul. Palco da disputa dos colonizadores europeus, as terras baianas também fo-ram as primeiras a registrar o plantio de uma nova fruteira trazida naquele ano pelo por-tuguês Conde de Miranda, que acabou emprestando seu títu-lo ao nome da fruta. Em São Paulo foi difundi-

da nos anos 60 e se tornou mercadoria importante aos pequenos produtores, já que tudo dela se aproveita, da raiz até as folhas.Usos e utilidades As partes utilizadas des-

ta fruta são as suas folhas, sementes, frutos, casca do tronco e raízes - (folhas: as folhas podem ser usadas no preparo de chás, com a fi-nalidade de acalmar espas-

mos e cãibras, além de tratar anemia, colite e desnutrição; Cascas: as cascas na forma de decocção são indicadas para tratar a colite crônica, além de servir como fortifi-cante para o estômago e in-testino; Sementes: as semen-tes servem para combater a caspa (macerado das semen-tes pulverizadas em álcool), além de soltar o intestino e produzir vômitos; Raízes: as raízes servem como purgante enérgico e a fruta madura é usada para tratar fraqueza, anemia e desnutrição). Os princípios ativos da fruta do conde são os seguintes: car-boidratos; fósforo; ferro; cál-cio; proteínas; sais minerais; hidratos de carbono e vita-minas A, B1, B2, B5 e C. A

fruta apresenta propriedades adstringente, diurética, in-seticida, aperiente, anti-hel-míntica, anti-inflamatória, antirreumática, antiespas-módica, purgantee enérgico. Uma peculiaridade da fruta é a venda apenas in natura, já que a polpa escurece no pro-cesso industrial. Com advento da tecnologia,

esta fruta, junto a outras, é um potencial de produção e proteção no entorno ou mes-mo dentro das Unidades de Conservação. Ela compõe vá-rios projetos sobre a produção de frutíferas em comunidades, como é caso do projeto inti-tulado “Extensão Rural Pública para Viabilizar Ecoagriculturas Para além da Visão Sistêmica Rumo as Estratégias de Convi-

vência no Cotidiano” do Agrô-nomo Antonio Marchiori e par-ceiros da CATI Ubatuba. Sua produção é possível colher até 6 toneladas por hectare/ano. ContraindicaçõesEmbora a fruta apresen-

te muitas propriedades be-néficas à nossa saúde, esta fruta não deve ser ingeri-da por diabéticos devido ao seu elevado teor de glicose. Lembre-se sempre da impor-tância de consultar um médi-co antes de realizar qualquer tratamento, ainda que natu-ral! Apenas um profissional é capaz de orientar sobre estas propriedades. Enquanto isso, como uso

culinário é bem vindo no con-sumo in natura, refrescos, sorvetes, mousses e licores. O mais importante é que a fru-ta tem sabor de saudosismo, das grandes roças, de fartura, dos caminhos limpos e livres, sabor de infância pra muitos. Que ela é uma delícia, sem dúvida, quem provar dirá.

Isaura Monteiro – Ges-tora Ambiental, Observadora de Aves, Técnica em Turismo Rural, membro fundadora da PROMATA, entusiasta dos sa-beres culinários regionais, co-laboradora do JMN e demais itens da cultura local e regio-nal.

Fontes: revistagloborural.globo.com, José Emilio Bettiol Neto, engenheiro agrônomo, pesquisador do Capta - Frutas (IAC), http://redequallyhor-tifruti.com.br/, remedio-ca-seiro.com, saudedica.com.br, plantasquecuram.com.br, po-derdasfrutas.com, engenhei-ro agrônomo Antonio Carlos Caetano Marchiori - CATI Ubatuba.

Colheita manual da Pinha no sitio traz satisfação e alegria

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 7

No último dia 10, a Asso-ciação Cunhambebe da Ilha Anchieta e Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Nor-te lançaram o livro “Planeja-mento Ambiental da Bacia do Ubatumirim – Instrumento de Justiça socioambiental” nas dependências da UNITAU em Ubatuba. Com 113 paginas e mil

exemplares, o livro é interes-sante não só do ponto de vista técnico, mas também da con-quista para o diálogo e troca de experiências, tema que a comunidade buscou desde o inicio da implantação oficial da restrição ambiental sobre suas vidas na década de 1970. Muito bem diagramado, de

fácil entendimento, a obra traz belas fotos e interessantes te-mas que muitos já haviam dei-xado de imaginar existir. Personagens e temas co-

muns figuram suas páginas entrelaçadas por depoimentos e textos que falam de uma vida simples, prazerosa e pos-sível, além das informações sobre a vida passada, presen-te e futura nesta microbacia hidrográfica.

Sertão do Ubatumirim lança livro que trata do inícioda justiça socioambiental na comunidade depois de décadas de sofrimento

O sucesso da publicação se deu, em grande parte, da par-ceria de técnicos com os ato-res da comunidade, que pude-ram expressar o sentimento de perda do aprendizado dos últimos três séculos de tradi-ção em algumas décadas por conta de uma “tal” conserva-ção fora da realidade regional. Depois da apresentação dos

métodos o produto final no ca-pitulo “resultado e produtos” são de uma riqueza de deta-lhes, tanto que o leitor parece esta lá contando os resultados deste trabalho como se ele já conhecesse o processo. Por outro lado os dados ajudam a planejar melhor o futuro das águas, da vida das pessoas, da cultura secular remanes-cente e da auto-estima da população local, que em con-trapartida receberá com bom olhos os projetos vindouros a bem da comunidade e do meio ambiente como deveriam ser décadas atrás. O livro remete o leitor a uma

leitura muito agradável, vale a pena recordar as lutas e con-quistas de um povo que se mostrou “cérne”.

“Hoje bem “cidinho” antes do “só despontá”

lá naquela serra verdejante que não me canso de “olha”

...Nesse Sertão, do qual não abro mão,

vou vivendo de mansinho, escutando os passarinhos e

alegrando o coração”

Juninho Caiçara Sertão do Ubatumirim

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Página 8 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

Estrada de Ferro Norte de São Paulo (Ubatuba- Taubaté -1874/1931) que ficou a ver “navios” passou pela região – Parte I

Texto: Ezequiel dos Santos

Fotos: Luiz Pavão

Roberto “Pituí” PROMATA

Por causa de um pequeno li-vro de oito páginas estimulou--se a curiosidade em saber mais sobre a “quase” cons-trução de uma linha férrea entre o Litoral Norte e o Vale do Paraíba, que passaria por cima de nossas cabeças. Um companheiro de trabalho

da caiçara Saiury Prado Olivei-ra entregou a ela um algo que talvez o seu pai João Correa de Oliveira – Jango – pudes-se matar ainda mais a curio-sidade e lapidar melhor seu conhecimento sobre a região. Agora, Jango compartilha

com os leitores do JMN algo que estava adormecido por estas paragens.

O caminhoComo descreve o renoma-

do historiador Capistrano de Abreu em seu livro Caminhos do Brasil, o litoral norte não era algo que pudesse ser es-quecido, ele é parte integran-te do processo civilizatório na-cional e como tal sofre hoje a recusa dos que desconhecem a formação de espaço/tempo/manejo/ambiente/patrimônios da cultura regional. Este lugar foi muito impor-

tante na estratégia do cres-cimento do Brasil de épocas atrás, haja vista a quantidade de ruínas, caminhos antigos e remanescentes de culturas. Uma delas, a fim de alavan-

car o desenvolvimento do lito-ral foi o desejo de governan-tes, políticos e investidores de se estabelecer um caminho férreo entre o litoral e o terri-tório mineiro, através do Vale

do Paraíba. Na realidade, sua construção, tamanha vontade e necessidade, tornou-se uma obsessão. Como era financia-do por capital privado criaram o Banco de Taubaté. Os trilhos foram importados da Inglater-ra e seriam assentados em duas frentes: uma partindo de Taubaté e outra de Ubatuba. Por conta desta importância

o projeto da Estrada de Ferro Norte de São Paulo Taubaté – Ubatuba foi criada através do Decreto Imperial, n° 10.150, de 05 de janeiro de 1889, com rubrica do Imperador e tudo. Na realidade era um ramal do projeto da Rodovia D. Pedro II, um projeto de maior gran-deza.

TraçadoO traçado aproximado qual

seria seguido pela Estrada de Ferro Norte de São Paulo - EFNSP, a partir de Ubatuba, iniciava-se no cais do porto da Ponta Grossa, promontório quase península, na baía de Ubatuba, ao sul da cidade. Seguia 4 km até o núcleo ur-

bano para seguir a rumo apro-ximado de 70° SE, em terreno praticamente todo plano até o local que atualmente chama--se estrada do Monte Valério e liga a cidade de Ubatuba até a Praia Dura, rota que segue alinhada até o local no alto da serra do mar (Sertão da San-ta até norte da Vila de Santo Antonio) chamado de Moco-ca, localizado a 854 metros de altitude, onde a serra seria transposta após longo trecho em aclive da EFNSP com incli-nação máxima de 3%. O mapa é parte do “Mapa Ge-

ral da Viação Férrea do Estado de São Paulo”, publicado pela Superintendência de Obras Públicas do Estado de São Paulo, em 1895. Há pelo me-nos três décadas atrás alguns funcionários da antiga Sudelpa e prefeitura retiraram partes dos trilhos que ficavam entre o Colégio Anchieta e o posto de combustível Kamome chagan-do na cidade, parte desta es-trutura ladeava o rio próximo que hoje esta sufocando.

Estrutura em pedras onde seriam colocados os trilhos

Inauguração do tunel da Mantiqueira - Visita da Familia Real. Todos aguardavam um evento desses em Ubatuba

Partindo de Cruzeiro a Minas Gerais - no meio do caminho haveria de encontrar os trilhos a Ubatuba

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 9

Por aqui, o lugar ficou conhecido como “rodage” Nesta região, o caminho

aberto na floresta para inicio das obras é chamado pelos antigos de “rodage”, conta o caiçara Zeca Pedro, 76 anos. Ela serviu depois como pon-

to de referencia pra tudo, da caça a busca de matéria--prima. “Num certo local havia um inicio de um túnel, onde o pessoal mais velho deu o nome de “tune””. Zeca Pedro tem toda razão

já que nos registros de enge-nharia da ferrovia consta que o traçado aprovado previa a perfuração de 48 túneis, dos quais 43 em rocha e cinco em terra. O morador fala ainda que

foi encontrada no trecho uma panela de ferro que servia para preparar alimento aos camaradas que lá trabalha-vam. Esta peça esta próxima a uma baixada perto do Morro do Peixe-Galo ao lado de uma cachoeirinha pequena. “Antes da Garganta do Taquarussu, a gente varava num trecho da “rodage”, andava um pou-co e saia na panela de ferro”, descreve o caiçara. Acrescen-ta ainda que “essa trilha era

grande, uns trechos estreitas e outras bem largas, no final ela chega debaixo da Cacho-eira do Tombo da Mococa, perto daqui”, acrescenta Zeca Pedro. Ele acredita que após uma grande tempestade de chuva que assolou o lugar em meados das décadas de 1970, muito da estrada foi destru-ída, outros a floresta já se recompôs e outros já foram esquecidos. Ele afirma que se a chuva

não tivesse acontecido pode-ria ser observadas ao longe as marcas do trabalho braçal do pessoal, “seria o melhor ca-minho pra andar na floresta” finaliza Zeca Pedro. A história é longa e muito

interessante e tudo por causa de um pequeno livro, em pre-to e branco. Até a próxima.FONTES: APA, Coleção de Leis da Re-

pública do Brasil –Tipografia Nacional, Rio de Janeiro, 1901http://ubatubense.blogspot.

com.br/http://cihe.fflch.usp.br/h t t p : / /www . a l . s p . g o v .

b r / r e p o s i t o r i o / l e g i s l a -cao/decreto/1897/decre-

Por onde passaria a estrada Ubatuba-Taubaté.Alguns trechos são velhos conhecidos na região sul

O que sobrou de uma ponte por onde passariam os vagões, que em linha reta sairam no Pico do Corocovado.jpg

AutografadoOnde tudo começou

to-469-14.08.1897.htmlwww.revistas.usp.brhttp://www.anpf.com.br/

cia-sp-rjhttp://www.paraty.com.br/

caminho_do_ouro.asphttp://saopaulotremjeito.

blogspot.com.br/http://redescobrindoovale.

blogspot.com.br/

Tunel de escoamento de agua

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Página 10 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

Prefeitura melhora acesso após moradores tomarem iniciativa

Gírias do Surf pra galera que está começando a pegar onda

Ubatuba foi tão importante que embora houvesse alguns campeonatos de surf em 1965 em São Vicente e 1967 no Guarujá, foi em 1972 que aconteceu o primeiro evento nacional, um marco na his-tória do surf brasileiro, foi o Campeonato de Ubatuba de 1972.Ubatuba e o país não esta-

vam tão avançados quanto Havaí, Califórnia, Austrália e Peru, mas já tinha moral e ondas para um campeonato de ponta. Era o desponta-mento e oportunidade de tro-cas de experiências, já que o surfe engatinhava nas mídias. Sem um circuito brasileiro

ainda consolidado, seus ven-cedores, conquistavam res-peito de “Campeão Nacional de Surf”. A sensação entre as feras do surf da época é que esta moral valia muito mais que a grana que é dis-tribuída hoje. Os cartazes não passavam de cartolinas e eram distribuídas em fuscas pelos points e comércios nos centros das cidades do litoral. Pelo jeito funcionou... Bom! Vamos ao dicionário, quem

sabe alguém arrisca alguma história da época por nossa região.. Expression Session - Campe-

onato onde todos os surfistas entram na água e o vencedor é aquele que realiza a melhor manobra entre os competido-res. Flat - Mar liso, sem ondas. Floater - Manobra em que

o surfista flutua, quase sem contato, com a crista da onda, quando ela já está que-brando. Free surfer - Surfista que

não entra em campeonatos regularmente. Surfa por puro

prazer e de preferência, longe do crowd. Front side - é quando o sur-

fista pega onda posicionando--se de frente para ela. Grab rail - Manobra que o

surfista coloca a mão na bor-da da prancha para pegar um tubo de back side.Goofy - Surfista que pisa

com o pé direito na frente (base Goofy).Gun - Prancha grande, para

ondas grandes. Haole - Expressão havaiana

para surfista de fora do local onde está surfando.Inside - Qualquer lugar den-

tro da arrebentação, ou seja, a própria arrebentação.ISA - International Surfing

Association. Kaô - Papo furado. Larica - Qualquer tipo de co-

mida de preparo instantâneo ou pronta que mate sua fome após o surf ou outras ativida-des. Leash - Corda utilizada para

prender a prancha ao pé do surfista.Leque - Manobra na qual o

surfista sobe ao lip da onda e quando puxa a prancha com toda força faz com que a mes-ma destrua o lip jogando água fazendo a forma de um leque. Lip - Crista da onda. Localismo - Espécie de rin-

cha entre os surfistas, res-ponsável por muitas brigas e confusões dentro da água, nas disputas pelas ondas. Os surfistas locais (moradores) pensam que têm mais direito ao oceano. Long John - Roupa de borra-

cha para proteger do frio. Mar Gordo - Quando o mar

está com onda largas, que são difíceis de pegar quando se está muito perto do início

da mesma. Maral - Vento que sopra do

mar em direção a areia, geral-mente aumenta o mar. Marola - Parte mais rasa do

mar e com ondas menores. Maroleiro - Surfista que gos-

ta de ondas pequenas. Mer-reca – Onda com condições ruins para o Surf. Merrequeiro - Surfista que só

pega ondas pequenas. Morra - onda grande e gigante. Terral - Vento lateral da ter-

ra para o mar. Outside - Qualquer local

para fora da arrebentação. Pico - Mesmo que Point, lo-

cal bom para ser freqüenta-do / Parte mais alta de uma onda. Pipocar - amarelar, ficar com

medo de um mar grande ou similar. Point - Qualquer local ou lu-

gar que as pessoas conside-rem interessante. Point Break - Praia com fun-

do de pedra, ondas de pico. Prego - Surfista que não

sabe pegar onda muito bem. Pro - Surfista profissional,

competidor e que ganha di-nheiro com o esporte. Rabeador - Surfista que dro-

pa no rabo da onda de outro. Quebra-coco - Onda oca e

rápida que se forma depois da onda principal estourando bem próximo da praia. Quilha - dá segurança a

prancha, direcionando-a na onda e proporcionando ma-nobras. Quiver - pranchas. Rabear - É quando um sur-

fista entra na frente da onda de um outro surfista que já está dropando a mesma e acaba por quebrar o lip.Fonte: Atalaia Click Surf –

blog do Dragão

No último dia 8, quem pas-sou pela estrada municipal do Sertão do Ingá, puderam ob-servar moradores e usuários realizando o reparo nos pon-tos mais críticos da estrada, eles empreendendo por inicia-tiva próprias melhorias emer-genciais. Famílias inteiras amanhe-

ceram o dia na tentativa de amenizar a situação caótica em que se encontrava a es-trada. Outros trouxeram suas próprias caminhonetas para ajudar em outros pontos. O esforço foi por conta do

tempo em que o acesso se en-contrava deficitário, sendo em alguns pontos intransitáveis.

As chuvas colaboraram com o agravamento da situação. Se houvesse o reparo imedia-to ao estrago não estaria tão ruim o acesso, conta um mo-rador que trabalhou no local. Os entrevistados dizem sen-

tir falta de um profissional que não existe mais – cantoneiro - profissional que mantinha o acesso em boas condições, principalmente trabalhando na prevenção. Apenas duas semanas após a

iniciativa popular a prefeitura mandou nivelar o acesso, co-brindo assim alguns buracos e falhas que tornavam o acesso desanimador para seus usuá-rios.

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 11

Aves da nossa rica Mata Atlântica – Araçari-poca Ajude a APASU!

Latinhas descartáveis ajudarão no bem estar dos animais da Região Sul.

Local para entrega: Boêmio Bar

Foto: Aguinaldo JoséPROMATA

Segundo moradores antigos, pode-se dizer que esta bela ave faz parte do sistema natural de meteorologia. É que quando eles promovem sua algazarra, batendo o bico é sinal que o tempo vai virar, é comum as pessoas que frequentam a flo-resta ou mora no entorno delas saber do tempo também atra-vés desta ave. Típica da Mata Atlântica, ela

apresenta penas bastante co-loridas. O macho é ainda mais vistoso, com penas amarelo--vivo, verdes, pretas e verme-lhas. Seu bico longo e curvado revela seu parentesco com o tucano, uma vez que ambas as aves pertencem à família Ramphastidae. O Araçari-poca (Selenidera maculirostris) cos-tuma habitar a copa de flores-tas úmidas, em seu interior e nas bordas. Em poucas palavras seu nome

científico significa “ave da lua com colar e bico manchado”, basta admira-lo pra ver porque

este nome. Quando o araçari canta, o som que ele emite é muito engraçado, algo como “kulik-kulik-kulik”, sempre pela madrugada ou à tarde. Esta ave é um importante dispersor de sementes nas florestas. Ela ao comer o fruto cospe a se-mente para suas árvores pos-sam desenvolver e recuperar áreas florestais. Alimenta-se de brotos e insetos, também são temidos “pilhadores de ninhos”. Quando atacam uma colônia de Guaxos (Cacicus haemorrous) só param de comer seus ovos e filhotes quando “empanturra-dos”, fazendo assim um grande estragofilhotes de outras aves. Seus ninhos são construídos nas cavidades das arvores, põe de 2 a 4 ovos brancos. A incubação é realizada pelo

casal e dura em média 16 dias. Mede cerca de 33 cm de com-primento e pesa por volta de 170 g. O macho apresenta ca-beça, garganta e peito pretos, os quais são marrons na fê-mea. Tem de três a cinco riscos tranversais no bico, que variam

de formato de indivíduo para indivíduo. Tem um tufo de pe-nas pós-oculares de cor ama-relo-ouro. Possui uma grande mancha escura na íris, anterior e posterior à pupila, comum ao gênero Selenidera. Os Araçaris, assim como os

tucanos, são facilmente reco-nhecidos pelo público em geral por uma característica singular e inconfundível: o enorme bico; que, aliás, apesar de forte é muito sensível, sendo também de grande eficiência, podendo trabalhar até com pequenos frutos, mostrando uma incrível destreza da ave. Duas características suas

servem para identificar as es-pécies desta família: o grande bico e o vôo “reto” com o bater de asas intercaladas com uma rápida parada, retomando logo em seguida. Quanto mais Ara-çaris, mais árvores teremos, principalmente as frutíferas.Fonte: Wikiaves, Coaves,

Ubatubabirds, Promata, Proje-to A Ultima Arca de Noé. http://diretodareserva.tumblr.com/

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Página 12 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

“Chacina na Ilha Anchieta - Tiroteio na invasão e retomada da Ilha” Parte 24Jornais da época enviaram seus melhores repórteres para descrever a maior rebelião do planeta que aconteceu em nossa região, sobreviventes ajudam a contar a história.

Ezequiel dos Santos“Revista Igarati – Ano 1 –

nº 10 – Ubatuba, outubro de 1993, página 13”, Cabo Su-dário continua a contar sua experiência, amarga por sinal. Diz que depois de gritar e ser apanhado por um barco ami-go seguiram para a Praia do Saco da Ribeira, no continen-te. Sudário corre para a estra-

da na esperança de encontrar algum meio de ir ao centro para avisar do ocorrido. Não havia nenhum meio de comu-nicação na época para este momento. Um caminhão de romeiros que se preparava para ir a Aparecida do Norte foi a sua salvação. Ordenou ao motorista que dirigisse a Caraguatatuba. Chegando lá telegrafou a

Taubaté solicitando reforços. Na dúvida se o reforço poderia chegar, continuou a seguir em direção ao Vale do Paraíba. Na altura de Paraibuna en-

controu um contingente. Lá relatou os fatos ao seu supe-rior imediato e foi avisado que seu aviso havia chegado ao quartel em Taubaté. Naquele momento os refor-

ços desciam pela estrada que hoje conhecemos como Rodo-via Oswaldo Cruz em direção a Ubatuba. Na Ilha o levante seguia seu

curso, segundo relatos, uma mulher estava em trabalho de parto naquela noite em meio ao caos, ela sentia as dores do parto, seu filho estava pra nascer. Imediatamente os presos improvisaram uma pa-rede de camas (colocando-as em pé), fizeram o parto, con-tam que a criança nasceu sau-dável, bem e sem problemas. Uma turma de presos, che-

fiada por Faria Júnior, reco-

lheu as famílias dos funcio-nários a um dos pavilhões, detentos armados guardavam as portas para evitar que fos-sem molestados. Em meio ao inferno Pereira

Lima tomou a embarcação Carneiro da Fonte, que ser-via de transporte ao pessoal da ilha. Eram sessenta ho-mens num barco com capa-cidade para vinte. Durante a fuga alguns foram jogados na água, para diminuir o peso. O que sobrou na embarcação conseguiu chegar a Praia do Ubatumirim, lá o barco afun-dou e os homens embrenha-ram mata adentro. Dizem que a intenção ori-

ginal era fugir em outra em-barcação – Ubatubinha – que atracava as sextas-feiras por volta das onze horas da ma-nhã e trazia víveres do conti-nente para a ilha. Mas algo deu errado no ca-

minho e a barca chegou mais cedo à baía da ilha, o capitão ouviu os tiros e se evadiu do lugar. De volta ao continente, comunicou as autoridades.

Carneiro da Fonte usado para a fuga até Ubatumirim

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 13

Fundação Florestal publica Portaria que trata de Observação de Aves em Unidades de Conservação em todo Estado

A Fundação Florestal publi-ca no Diário Oficial do Esta-do Portaria Normativa FF/DE 236/16 que dispõe sobre os procedimentos para realização da atividade de observação de aves nas UCs da FF. A portaria, de nove páginas e

12 artigos vem acompanhado de três anexos, uma declara-ção e uma recomendação - o termo de reconhecimento de risco, o de responsabilidade, o cadastro de observador de aves, a declaração de ciência e conhecimento das normas e procedimentos da atividade dentro da UC e as recomen-dações de conduta para o ob-

servador. Vários atores contribuíram

com o tema, de discussões acaloradas, trocas de gentile-zas, centenas de propostas, tudo contribui para a formata-ção final do produto. Segundo Mauro Castex do Núcleo de Negócios e Parcerias para a Sustentabilidade da FF, “tra-ta-se momento procuramos atender da melhor forma pos-sível os documentos de gestão das unidades com as necessi-dades dos observadores de aves. Esse será nosso ponto de

partida, e seu aprimoramento virá com sua aplicação no dia

a dia das unidades” comenta através de e-mail. Por enquan-to a Portaria estabelece proce-dimentos transitórios e deve-rão ser ajustados conforme trabalho participativo que está sendo desenvolvido junto aos principais atores do segmento de observação de aves. Por isso é muito importante que o observador de aves e demais atores comentem e participem a Unidade de Conservação de sua opinião e sugestões para aprimorar o processo, tanto para amadores, profissionais ou comunitários. Discussões a parte quem

tem que ganhar são as aves, que proporcionam aos seres humanos esta vivencia dife-renciada e um prazer sem me-didas. “Simbora” fazer uns registros?

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Página 14 Jornal MARANDUBA News Abril 2016

TV da Infância Missionária e paroquianos homenageiam Pe. Daniel em seu aniversárioNo último dia 24, na capela

de Nossa Senhora das Graças – Sertão da Quina, a comuni-dade católica da região sul se reuniu pra homenagear 40º aniversario de Padre Daniel Inácio. A celebração correu bem e

nos minutos finais o padre é avisado que a comunidade havia preparado uma surpre-sa a ele. Apagam-se as luzes e a produção começa a cha-mar os atores mirins. O grupo da Infância Missionária mos-trou mais uma vez sua per-formance desenrolando num fictício programa de televisão uma entrevista com o religio-so aniversariante. O padre teve até assesso-

ria particular contendo ma-quiadores e pessoal de apoio exclusivo. A TV contou com cabo man, câmeras, dois re-pórteres, diretora, platéia, garçom, figurantes, equipe de apoio, operador de áudio e vídeo, cenário entre outras atividades. Enquanto ocorria a entre-

vista um grupo de covers se preparava na sala atrás do al-tar. Num dado momento apa-rece a versão miniaturizada de Raul Seixas e suas backing vocals para dublar a musica “metamorfose ambulante” sucesso de Raul curtida pelo padre na época em que era roqueiro e agora também. Ao final o aniversariante ganhou uma caneca com sua foto. O acontecimento foi acom-

panhado pelo Padre Manoel e Padre Beto, também pelos seminaristas. Foi mostrado no telão o depoimento das várias lideranças pastorais que en-globam a paróquia da região. Depois da entrevista, todos

foram convidados para um jantar a frente da cantina, após os comes e bebes foi

cantado o tradicional para-béns pra você e servido bolo com refrigerante.

Baleias-de-bryde são avistadas no entorno do Parque Estadual

Ilha Anchieta em Ubatuba

RadarlitoralNo último mês, dois indi-

víduos de baleias-de-bryde (Balaenoptera edeni) foram avistados no entorno do Par-que Estadual da Ilha Anchie-ta, dentro do território da Área de Proteção Ambiental Marinha Litoral Norte (APA-MLN). Segundo os técnicos da Unidade de Conservação, estes avistamentos têm sido muito comuns nas últimas semanas, para quem percor-re o caminho até o Parque.A explicação para a visita

ilustre é que no período entre o verão e o outono, os car-dumes de sardinha-brasileira (Sardinella brasiliensis) – um dos alimentos da baleia-de--bryde - aproximam-se da costa, em busca abrigo em regiões próximas a ilhas e costeiras para se alimentar e

crescer. Por ser uma área de exclusão de pesca no entor-no da ilha, o local se torna propício à sobrevivência das sardinhas e, consequente-mente, à aproximação das baleias nesta época do ano.A baleia-de-brydeA baleia-de-bryde (Balae-

noptera edeni) pode chegar a 15,5m, chegando a pesar 16 toneladas. Seus filhotes nascem com cerca de 4m, após 11 meses de gestação. Ela pode consumir até 660 kg de sardinha em um úni-co dia. Esta espécie não cos-tuma se reunir em grandes grupos e não fazem gran-des migrações. Seus hábitos ainda são pouco estudados, não sendo conhecidas ainda informações como a sua lon-gevidade e padrões de des-locamento

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Abril 2016 Jornal MARANDUBA News Página 15

Coluna da

Adelina Fernandes

Outono: tempo de perdas e ganhos

COMUNICAÇÃO PMU Com apoio da Fundação de Arte e Cultura da Prefeitura de Ubatuba, a Encenação da Paixão de Cristo aconteceu na última sexta-feira (25) na Pra-ça da Matriz.O evento é uma união de forças do poder público com a sociedade civil, através da Pastoral Fé e Cultura da Pa-

Encenação da Paixão de Cristo

róquia Nossa Senhora de Fá-tima, no Ipiranguinha, com apoio da Paróquia Exaltação à Santa Cruz e direção de Adria-no Corrêa.Apesar da chuva fraca, o pú-blico compareceu em bom nú-mero para prestigiar a apre-sentação, que mais uma vez emocionou os presentes.Fotos: Disney Ferreira / PMU

RadarlitoralNesta semana, a pedido do

Analista Ambiental da ESEC Tupinambás Geraldo Ottoni, o Instituto Argonauta através da equipe embarcada do Projeto Monitoramento de Praias PMP--BS, prestou apoio náutico e operacional para a retirada de uma rede fantasma que estava na área da Estação Ecológica, localizada no Litoral Norte. A operação foi realizada com su-cesso e a rede de 140m de ex-tensão por 2m de altura foi re-tirada da água. Os animais que

Instituto Argonauta e Estação Ecológi-ca de Tupinambás realizam “Operação

Rede-Fantasma” no Litoral Norte

foram encontrados ainda com vida foram soltos pela equipe que realizou a operação.As redes perdidas, abando-

nadas ou descartadas no oce-ano são chamadas de “Redes fantasmas” e representam uma grande ameaça à vida marinha. A ESEC de Tupinambás

abrange os municípios de Ubatuba e São Sebastião e tem por objetivos a preserva-ção da natureza, a realização de pesquisas científicas e Edu-cação Ambiental.

Se prestarmos mais atenção aos detalhes da natureza, per-ceberemos que cada estação do ano traz mensagens e con-vites específicos. No entanto, muitas vezes não consegui-mos enxergar esses sinais por-que insistimos em achar que não somos parte integrante do meio ambiente. Cada estação do ano nos convida a novas posturas e nos oferece uma série de aprendizados para a vida. O outono, é uma época especialmente recheada de significados que podem en-riquecer nossas percepções. Esse período chega logo após o verão, aquela estação de tempo quente, aberto, de ple-na luz e em que nossos mo-vimentos tendem para o mun-do externo. Não é à toa que para chegar a uma estação intermediária precisamos das “águas de março”, uma chu-vinha persistente que vai res-friando o tempo aos poucos.O outono é uma época de

transição entre os extremos de temperatura verão-inver-no. Qual é a principal imagem que lhe vem à mente quando pensa em outono? É bastan-te provável que a maioria das pessoas responda a essa per-gunta lembrando da clássica imagem das árvores perdendo suas folhas. Mas você sabe por que acontece essa perda? Se as árvores não as deixas-sem ir, não sobreviveriam à próxima estação. As folhas se queimariam com o frio do inverno e, assim, os ciclos de

respiração da árvore se finda-riam bruscamente, o que re-sultaria no fim da vida. A natu-reza nos mostra mais uma vez a beleza de sua sabedoria: é preciso entrega, é preciso dei-xar ir o que não serve mais, para proteger o que é mais importante.O que a princípio pode pare-

cer uma perda é na verdade um ganho: ela ganha mais tempo de vida, e chega reno-vada às próximas estações.Reflita a partir disso: o que

você precisa deixar ir, do que você precisa abrir mão para seguir firme para os próximos ciclos, para continuar a cres-cer? O outono é também es-tação de amadurecimento dos frutos. É o tempo de deixar ir inclusive os resultados de nos-sos esforços, para que novas forças possam gestar outros futuros projetos.Durante essa época é válido

observar quais elementos em você precisam ser sacrificados para que o mais sagrado para sua vida seja preservado ou resgatado. Pense na palavra sacrifício a partir de sua eti-mologia: é um sagrado ofício, um trabalho, uma ação que possui um caráter sagrado, para além do superficial, que transcende o banal, que tem um significado maior.ABRA-SE AO NASCER DE UM

NOVO TEMPONo outono, é importan-

te questionar se o medo e a dúvida estão impedindo seus ideais maiores de serem reali-

zados. Reflita se alguns com-portamentos repetitivos lhe afastam do seu real potencial criativo. Talvez seja chegado o momento de tomar cons-ciência e assumir uma atitu-de de compromisso consigo, desapegando-se daquilo que não lhe serve mais, daquilo que esteja impedindo seus passos rumo às próximas es-tações de seu crescimento.Não é simples, nem fácil,

mas também não é impossí-vel. Como tudo na natureza, nossos processos de mudan-ça carecem de tempo para se instalarem. Tempo para ir amadurecendo, até que seja o momento da colheita. Passo a passo, reflita sobre os pesos desnecessários que podem estar atrasando seu caminhar, vá se desapegando e deixan-do ir.Lembro agora as palavras

de Tom Jobim: “São as águas de março fechando o verão, é promessa de vida no meu co-ração”. Mesmo que as águas pareçam dar fim ao melhor da festa do verão, na verdade, elas estão nos mostrando que a vida segue e novas estações virão! Acredite: observando a natureza podemos concluir que depois da noite sempre vem o dia. Acredite que vale a pena se libertar para deixar nascer um novo tempo.

Por: Juliana Garciahttp://www.personare.com.br/outono-tempo-de-perdas--e-ganhos-m1327

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