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Informativo do Colégio Santa Marcelina Ano VI - Nº 17 - Setembro de 2011 O Ícone – espelho visível de uma realidade invisível 6 e 7 PÁGINAS Tunga: arte e trajetória 10 PÁGINA Projeto “O mágico de Oz” 5 PÁGINA Galinha Interior 9 PÁGINA Santa Marcelina em notícias

Jornal Setembro

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Setembro de 2011

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Informativo do Colégio Santa MarcelinaAno VI - Nº 17 - Setembro de 2011

O Ícone – espelho visível de uma realidade

invisível

6 e 7p á g i n a S

Tunga: arte e

trajetória

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Projeto “O mágico de Oz”

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Galinha Interior

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Santa Marcelinaem notícias

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R E F L E X Õ E S

EXpEDiEnTE – SanTa MaRCELina EM nOTÍCiaS – anO 6, nº 17Diretora Pedagógica: Irmã Roseli Teresinha Hart – Diretora Administrativa: Irmã Marinez Rossato – Editor e Revisor: Igor Freitas de Queiroz – Revisora final: Ilmar Maria Aparecida dos Santos Coelho – Tiragem trimestral: 2000 exemplares – Endereço: Alameda das Falcatas, 505, São Luiz, Pampulha, CEP 31275-070 – Belo Horizonte / MG. Fone: (31) 34414988 – Fax (31) 34974189 – Homepage: www.colegiosantamarcelina.com.br - Arte, Im-pressão e Fotolito: Lanna Projetos Gráficos Ltda. E-mail para contribuições: [email protected]

EDITORIAL

Profa. Maria Luiza Silva Borges

a pluralidade linguística do português falado no Brasil é inegável, assim como o fato de que uma parte significativa de seus falantes tangencia a nor-ma culta – a “forma certa” de falar. neste editorial, faço um convite: observe com atenção as conversas das pessoas ao seu redor. Você constatará que independente da classe social, da região, da idade ou da formação desse indivíduo, a maioria esmagadora dos brasileiros, na fala, não segue à risca todas as regras da norma culta.

Revelar essas realidades linguísticas brasileiras é exatamente o que o livro didático intensamente criticado no último mês de maio faz. por isso, a polêmica de que o livro “por uma vida melhor” distribuído pelo Ministério da Educação como material didático a alunos de escolas públicas, ensina estes a “falar errado” foi considerada despropósito . as críticas que pulularam em artigos de opinião e em comentários nas redes sociais são infundadas e baseadas em apenas uma página do material que defende, ainda, o incentivo à leitura e ensina a produzir e a revisar textos.

O livro didático em questão não ensina erroneamente, mas apresenta aos educandos utilizações específicas da língua, em situações específicas distintas daquelas em que o uso da normatização é exigido. Esses usos são frequentes nos eventos comunicativos vivenciados por 190.732.694 falan-tes do português brasileiro. além disso, a intenção do material não é ensinar a linguagem oral, pois os alunos já a conhecem. O fragmento de capítulo al-vejado pela mídia apenas revela ao aluno variações da língua e como utilizá-las em determinadas situações.

alguns jornalistas e pseudo-especialistas afirmaram que essa oralidade prejudica a eficácia da comunicação entre os falantes e que dificulta a cons-quista de um bom emprego ou a ascensão profissional. Vejamos o excerto publicado pela Revista Veja: “O lado perverso desse desvario é que, com isso, se justifica o não fornecimento, às pessoas que mais precisam deles, dos códigos que lhes permitiriam alcançar uma vida melhor.” (Edição 2218, nº 21, 25 de maio de 2011, p.14) O discurso de Veja é marcado pelo precon-ceito linguístico, normalmente, sofrido por pessoas das classes desfavoreci-das. a intenção do livro “por uma vida melhor” era justamente fazer com que os alunos provenientes dessas classes se reconhecessem no material didá-tico e não se sentissem alvo de preconceito, como faz essa revista semanal.

É uma pena constatar disparates como os lidos acima sendo difundidos sem cerimônia. E eu não sou a única a pensar assim: a associação Brasileira de Linguística e linguistas reconhecidos internacionalmente, alguns, inclusi-ve, autores de gramáticas e de livros didáticos, Magda Soares, Marcos Bag-no, Carlos alberto Faraco, Luiz Carlos Cagliari, Sírio possenti, pedro perini. Todos esses profissionais manifestaram-se em defesa do livro didático “por uma vida melhor” e das coordenadas do MEC no que diz respeito ao assunto.

as críticas ao livro não possuem consistência e são baseados na inter-pretação equivocada de uma página dentro de um material que didatiza o ensino da chamada norma padrão, evidenciando sua importância. Embora o incidente que colocou a variação linguística na mídia seja infeliz, as semanas em que o tema foi debatido foram frutíferas para a esclarecer à população sobre o que é e como banir o preconceito linguístico. para terminar, cito José Saramago, expressivo intelectual português: “não há uma Língua portugue-sa, há línguas em português”. Com a certeza, uma língua não é possível com o peso do preconceito e as rígidas maneiras da normatização.

Dentre todas as formas de li-berdade, como a de pensamento, escolha, etc., temos a liberdade de imprensa, que é um dos princípios pelos quais um Estado democrático assegura a liberdade de expressão aos seus cidadãos, principalmente no que diz respeito a quaisquer publicações que possam cir-cular. O Brasil é um país democrático, portanto, assegura o direito à liberdade de imprensa, mas esse direito não está garantido por completo.

Um exemplo claro para ilustrar essa falta de compromisso para com os direitos do cidadão é o caso do Senador de Minas gerais, aécio neves, que vem ressuscitando uma prática muito comum durante a ditadura militar no Brasil: a perseguição a jornais e jornalistas mineiros. Sem levar em conta as preferên-cias políticas, não está certo proibir veículos de comunicação como o jornal Es-tado de Minas, a rádio itatiaia, jornalistas da TV globo, entre outros, de publicar informações que comprometam o caráter e a imagem do Senador.

Tendo em vista esse acontecimento, fica claro que a liberdade tão almeja-da pelos nossos pais, avós e bisavós ainda tem muito que melhorar, pois até aqueles que têm contato direto com a lei não a põem em prática, o que reafirma a ideia de que temos que cobrar de todos um respeito aos direitos e também aos deveres de cada um.

Liberdade de imprensa

Liberdade é um conceito discutido há séculos. Muito se fala sobre a virtude de ser livre, sobre a luta incessante pela liberdade, sobre o direito à liberdade, sobre morrer pela liberdade, porém pouco se reflete sobre nossas condições reais como seres livres hoje. ainda existe liberdade? (Se é que já existira). Estamos, atualmente, presos a ideias alheias, nascemos já com liberdade acor-rentada.

O Estado, ao nos conceder o direito de sermos livres, denota controle so-bre nossa liberdade. Mas, se sou livre, ninguém deveria me controlar, não? O mesmo faz a mídia, que, indiretamente, controla nosso comportamento e pensamento. Sem que percebamos, somos influenciados completamente por tudo o que a internet, a televisão, os jornais e as revistas nos bombardeiam. Quantas vezes mudei minhas teses ao ler a opinião de um jornalista de renome sobre um determinado assunto... E sabe-se lá se ele escreve o que realmente pensa, visto que há ainda muitos monstros da censura rondando a imprensa, mascarados.

Já não somos mais quem verdadeiramente somos, o mundo constrói nossas opiniões e ideais. a liberdade se perdeu há muito. as autoridades, a mídia e a sociedade nos controlam! não existe liberdade, existem prisões diferentes. até os que se dizem livres estão, na verdade, presos a um ideal (utópico) de liberdade. a nós, resta escolher a qual prisão vamos aderir.

A polêmica em torno do livro didático e as realidades linguísticas

Sérsie Lessa Antunes Costa Almeida – 1°Ano A – EM

Liberdade?Isadora Lasmar Savaget – 1º ano B - EM

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O P I N I Ã O

O assassinato do líder terrorista, Osama Bin Laden, por agen-tes americanos comandados pelo presidente Barack Obama, na última semana, gerou diferentes reações. a mais divulgada foi a de comemoração e de alívio dos americanos por se livrarem do motivo que tinha causado grande tensão entre eles desde o ano de 2001, quando Bin Laden “atacou” as Torres gêmeas em nova iorque. É provável, entretanto, que essa comemoração ainda seja antecipada, visto que quem foi morto foi “apenas” o líder da al Qaeda e isso poderá gerar uma grande revolta dos outros mem-bros do grupo terrorista, abrindo espaço para novos ataques nos Estados Unidos e em seus países aliados.

Bin Laden foi um símbolo de perigo para os americanos e, ao mesmo tempo, foi considerado um herói para aqueles que defendem os ideais da al Qaeda, por estar por trás de atos vio-lentos marcantes do grupo em prol da luta contra o autoritarismo americano em países muçulmanos.

a decisão de Obama de mandar matar o terrorista não foi a melhor, pois, além de ter o feito para beneficiar-se em sua cam-panha política nas futuras eleições presidenciais, ainda se vingou de Bin Laden após seu país sofrer tanto prejuízo com seus ata-ques. Com isso, o presidente só deu mais motivos para os Esta-dos Unidos voltarem a ser cenário de novos ataques, provocando mais tensões em sua população.

após 10 anos de procura, os EUa encontraram Bin Laden, responsável pelo ataque terrorista às torres gêmeas em nova iorque. O fato representou um marco histórico no processo de invasão estadunidense ao afeganistão. Os norte-americanos, agora, comemoram e ostentam os militares responsáveis pelo assassinato, entretanto, a morte de Bin Laden pode provocar sentimentos de revolta por parte dos integrantes da al-Qaeda.

O membro da organização terrorista era considerado um líder da luta con-tra a invasão ocidental ao mundo islâmico. Com sua morte, ele é agora um már-tir, modelo a ser seguido. assim, seus atos de incentivo ao terrorismo podem orientar, principalmente, jovens a tomarem atitudes violentas contra potências capitalistas ocidentais.

Os EUa, foco de atenção da al-Qaeda, pode ser o mais prejudicado. Obama está comemorando o episódio por meio de homenagens às vítimas no marco zero, parecendo que a ameaça terrorista chegou ao fim. Essa euforia gera um sentimento vingativo mais forte e a al-Qaeda já anunciou a intensificação de ataques.

Os Estados Unidos investem em ações militares, alegando uma defesa mundial da democracia e do bem-estar. além do afeganistão e do iraque, hou-ve também invasão ao panamá (1989) e ao Haiti (1999). Essas atitudes não passam de uma preocupação em interesses que favorecem exclusivamente os EUa, mesmo que resulte em episódios trágicos envolvendo ataques armados em outros locais do planeta. Essa postura deve acabar para que se evitem novos problemas mundiais que ferem direitos humanos.

E, então, desapareceu. Ele não mais o via. Não sabia como se lembrar. A única coi-sa que esse pobre homem esfarrapado sabia era que agora, já que ninguém mais o reco-nheceria, estava destinado a na mendicância para sempre viver.

Sua família rica e feliz jamais saberia que o menos obscuro de seus membros, e o mais forte, viveria para sempre no escuro, embaixo de mais um viaduto sob a luz do luar. A luz do luar, que no início via apenas um jovem quase adulto se reunindo com a

turma nas boates, para dançar e namorar. A luz do luar, que vira o fatídico dia em que ele pegou o atalho pelo beco e sentiu o cheiro. A luz do luar, que viu o dia em que ele esboçou uma reação, mas os que já estavam sem con-trole de sua própria vontade impediram-no. A luz do luar, que o vira sendo sequestrado e indo para aquele maldito campo minado disfarçado de cafezal. A luz do luar, que o vira capinando o seu próprio inimigo.

Mas, agora, a não-força ia se esvaindo dele. Agora, ele se lembrava como fugiu

de onde era tratado como um reles escra-vo e voltou para a cidade. Lembrou-se como fora perseguido, espancado e então, aquele servo do inimigo desapareceu levando seus bens.

Tudo aquilo, todo aquele sofrimento, não apenas dele, mas das milhares de pes-soas que haviam sido sequestradas como ele, era causado apenas por um vegetal, à primeira vista, era apenas uma plantinha inofensiva. Uma plantinha que só agora ele recordava o nome: maconha.

O maior inimigo do jovem de hojeFelipe Sarsur de Lanna Machado – 6º ano C – EFII

Obama “matou” Osama: e agora? Aline Murta Azevedo – 3º ano A – EM

Bin Laden morreu e um novo problema apareceu Rafael Amato – 3° ano A – EM

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P R O j E T O S

a ida ao supermercado é uma prática que faz parte da vida desde a mais tenra idade. não existe idade para acompanhar os pais na ida ao banco, ao supermercado, à padaria e, ainda mui-to pequenas, as crianças descobrem o sabor do consumo. pensando nessa prática, a equipe do 3º período desenvolveu o “projeto Supermercado”, contribuindo para que os alunos criassem hábitos de consumo mais conscientes e responsáveis.

Durante o projeto, foram realizadas ativida-des voltadas para o desenvolvimento da lingua-gem oral e escrita, para a aquisição de conceitos matemáticos e reconhecimento social dos núme-ros, bem como noções de cidadania, conceitos de grande importância para o aprendizado das crianças de cinco anos. aproveitamos para reali-

zar um trabalho de campo em um Supermercado da região, possibilitando ao grupo perceber a or-ganização e funcionamento do local, assim como outros fatores importantes em nossos estudos.

O tema permitiu que simulássemos situações práticas na escola, como a montagem de um su-permercado, abordando os conteúdos de forma lúdica, despertando o interesse e a satisfação das crianças, uma vez que o faz de conta faz par-te do universo infantil. as crianças experimenta-ram situações de compra e venda e aprenderam lições de cidadania como: partilhar, combater o desperdício e a compra de supérfluos, se orga-nizar, conhecer e saber lidar com nossa moeda.

Confiram alguns momentos!

na disciplina de Ensino Religioso, trabalhamos a te-mática “Vida do planeta” que abrange vários aspectos relacionados com o tema da Campanha da Fraternidade de 2011.

através dessa atividade, desejávamos que os alunos se sentissem convidados a tomar atitudes direcionadas ao bem da vida e que se tornassem seres comprometi-dos com a consciência planetária.

Com esse objetivo, desenvolvemos um trabalho com os 8ºs anos em que eles expressaram em seus textos como sentem a natureza e o que devemos fazer para saber cuidar da vida que há dentro de nós e em todo o planeta: atitude que requer a nossa prática diária do bem a todas as espécies vivas.

Dentre os diversos textos, seguem os seguintes:

Vida do PlanetaProfa. Déa Lúcia Dayrell Ferreira

O planeta precisa de ajuda que venha do coração

então vamos dar as mãos enos unir em mutirão.

ajudar a todos que precisam

e fazer uma oraçãopara juntos podermos viver

em paz e com união

União da PopulaçãoMarina Miranda e Silva – 8º ano a – EFii

Criação DestrutivaJoão Victor Barros – 8º ano a – EFiinuma visão lá de cimaVemos muita alegriaMas, em compensaçãoMuita destruiçãopobre natureza

indefesaDe rios de impurezaDe árvores morrendoO que está acontecendo?Salve a naturezaSalve a plantaçãoSalve esse nosso mundão

“Eu vejo árvores verdes e rosas vermelhas,

vejo o azul do céu se abrindo. Vejo amigos

se cumprimentando, uma mãe acalmando seu

bebê. Vejo gente no parque brincando, pesso-

as se amando. E eu penso comigo: que mundo

maravilhoso!”

Jade Tavares de Souza – 8º ano a – EFii

Projeto SupermercadoFabiana Pires, Fernanda Melgaço, Ingrid Morow (professoras do 3° período) - EFI

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P R O j E T O S

Constitui parte integrante do projeto pastoral-peda-gógico do Colégio Santa Marcelina promover o contato dos alunos com o objeto do conhecimento, para além dos limites da sala de aula.

O 3º ano do Ensino Fundamental i estuda a história de BELO HORiZOnTE para conhecer, apreciar, valorizar e preservar a cidade onde vive, estabelecendo uma rela-ção entre o passado e o presente.

Com o objetivo de ampliar e enriquecer esse estudo, os alunos realizaram um Trabalho de Campo “Tour BH”. passaram pelos principais pontos turísticos da cidade, conhecendo a cultura e a história do lugar onde vivem, a qual encanta a todos que a conhecem e nela moram.

Eles foram acompanhados das professoras Carmen, Rosângela, Sandra, Silvia, ir. geralda e ir. ignêz por todo

o trajeto de ônibus e a visita a alguns pontos turísticos da cidade foi assessorada por monitores. priorizou-se visitar a praça do papa, a praça da Liberdade e a Cate-dral nossa Senhora da Boa Viagem.

Os alunos se encantaram com a beleza peculiar de cada lugar. O que mais chamou a atenção, entretanto, foi a Catedral nossa Senhora da Boa Viagem, a primeira igreja da capital. Destacou-se por sua arquitetura, pelos traços neogóticos, e pelos belos jardins.

Esse foi um trabalho planejado para entretenimen-to, descoberta e enriquecimento do conteúdo sobre a história da nossa cidade. Essa experiência suscitou em nossos alunos um momento de aprendizagem enrique-cido pela assessoria constante dos monitores, profes-sores e irmãs.

O trabalho com histórias favo-rece a manifestação de ideias, a expressão de fantasias, instigando a curiosidade e a imaginação. portan-to, por ser um rico instrumento no desenvolvimento das crianças, reali-zamos com as turmas do 1° ano EF o projeto “O mágico de Oz”.

Durante os meses de junho e julho, personagens como bruxa, mágico, espantalho falante, homem de lata e leão medroso povoaram as tardes e a imaginação das crianças. Durante esse período, proporciona-mos o contato com a história nar-rada de diversas maneiras: através de livros, de ilustrações e de filmes, fazendo com que as crianças inte-ragissem com a história de maneira prazerosa, reconhecendo-a como fonte de múltiplas informações e en-tretenimento.

as histórias levam as crianças a conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, cos-tumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não o seu. a partir daí, ela pode estabelecer relações com a

sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual perten-ce.

além de estimular a leitura e a escrita, as atividades propostas durante o projeto tiveram como objetivo fazer com que as crianças estabelecessem relações entre a história e a realidade, confrontando interpretações e compartilhando ex-periências. assim, cada criança teve a oportunidade de criar hipóteses sobre como se sentiria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situ-ações dos personagens, desenvol-vendo, dessa maneira, estratégias de argumentação para defender suas ideias e pontos de vista.

proporcionar o contato com his-tórias é sustentar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em rela-ção a muitas perguntas, é encontrar ideias para solucionar questões, é uma possibilidade de descobrir o mundo intenso de conflitos, de im-passes, das soluções que todos vi-vemos e atravessamos através dos problemas que, de acordo com as possibilidades, vão sendo enfrenta-

dos e resolvidos pelos personagens de cada história.

“O mágico de Oz” nos permitiu ampliar os conhecimentos acerca de um determinado assunto e estimular o desejo do conhecimento através de temáticas originadas da história: o coração (homem de lata), o cére-bro e meio ambiente (espantalho), valores e virtudes (leão).

por tudo isso, o trabalho com as histórias deve ser entendido como um dos recursos mais importantes para o desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças.

“TOUR BH”

Projeto “O mágico de Oz”

Equipe do 3º ano – EFI

Janaína, Márcia, Rochelli, Rose e Tatiana (Professoras do 1º ano - EFI)

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a palavra ícone deriva do termo grego, “Ei-kón”, que significa imagem. É reservada a uma pintura, geralmente portátil, de gênero sagrado, executada sobre madeira com uma técnica parti-cular, e segundo uma tradição transmitida atra-vés dos séculos. O berço do ícone é o Oriente Bizantino que, com desvelo, conservou obras primas artísticas de grande valor espiritual, que chegaram até nós. Os ícones representam Jesus Cristo, a Mãe de Deus, os anjos, os santos e ou-tros temas religiosos.

O ícone é muito mais que uma simples figura-ção. não é arte sacra, no sentido que lhe damos no ocidente: não é um quadro com tema religio-so. Ícone, também não é a expressão de senti-mentos, imitação da natureza. Ícone é o espelho visível de uma realidade invisível. É uma visão do mundo transfigurado. É um convite a uma via-gem. Reaviva a saudade de um mundo banhado na luz da graça. Sua confecção obedece a se-veros cânones, tradições, simbolismos herdados dos primeiros séculos do cristianismo.

Jean-Yves Leloup em seu livro: “O Ícone, uma escola do olhar” diz: “O iconógrafo escreve uma “visão” que não é a sua própria, mas que é aquela da tradição, esclarecida com todos os olhares que o precederam na contemplação do inefável: e para ele, bem como para essa tradi-ção, o que “falta” no ícone é a pessoa que apa-rece àquele que o olha, e é em direção a esse invisível presente que se voltam a inteligência, o coração e suas diferentes formas de veneração.”

Arte litúrgica – O ícone é o reflexo e o eco da Liturgia perene que se celebra no Céu. Uma arte que nasce do silêncio, não gosta de palavras vazias. não é pintura narrativa. É uma forma de oração e de contemplação.

a arte iconográfica se fundamenta em três elementos: a estilização dos personagens, a perspectiva inversa, e o fundo dourado, às vezes substituído pelo amarelo ouro.

• Estilização dos personagens – olhos pe-quenos, orelhas grandes, prontas para ouvir. Os personagens dos ícones bem pouco se parecem com pessoas reais, são figuras já libertas do peso da vida neste mundo. O que vemos não são retra-tos ou fotografias realistas, são imagens de uma humanidade redimida, resgatada definitivamente do pecado, purificada transfigurada, deíficada, re-vestida de beleza incorruptível do Reino de Deus. São imagem de pessoa humana transformada em ícone vivo de Deus. São rostos restaurados à sua verdadeira identidade: livres de qualquer máscara, não precisam mais representar.

• A perspectiva invertida – recorda-nos a existência de um mundo no qual não valem mais as leis da física ou os teoremas da geometria euclidiana. Vêem-se, então, aquelas paisagens e casas que parecem estar em pé por milagre, aquelas formas que desafiam a lei da gravidade, lançando-se rumo ao céu. personagens muito pequenas ou muito grandes, desproporcionais em relação ao resto da cena. isso nos diz que o ícone não é arte da aparência, mas da trans-parência, uma transparência não idólatra, por-que nos remete sempre a um Outro, é sinal de uma realidade que “agora vemos confusamente, como num espelho” de águas turvas e que no Reino “veremos face a face”.

• Por fim, a cor do ouro, usado como fun-do – simboliza a luz do Tabor, que já inunda a criação. não é somente um elemento decorativo, mas um elemento teológico, ao lado dos outros dois vistos acima.

Teologia da Imagem

O ícone é mais que uma imagem religiosa, é uma presença, e é preciso sensibilidade espiritu-al para percebê-la.

a força do ícone não está na beleza “esté-tica”, embora possa tê-la, mas na sua verdade.

O ícone é para ser contemplado. É para eu “olhá-lo como ele me olha” e assim estabelecer um diálogo interpessoal que me leva a alcançar meu protótipo divino. Ele me ajuda a alcançar a deíficação.

A luz em um ícone

no ícone não há um foco externo de luz diri-gido a ele, produzindo sombras. a luz no ícone brota das pessoas divinas ou dos santos nele representados. Todas elas brilham. as auréolas têm este sentido. Representam a luminosidade que Deus e seus santos emanam.

O fundo dourado fala-nos de eternidade

O ouro é o metal da “pureza”, praticamen-te incapaz de oxidar-se. Representa a pureza e permanência do mundo transcendente, da eter-nidade.

Esse fundo permite “ver” o ser humano transfigurado, valorizando sua natureza essen-cial. É o “corpo espiritual”, no dizer de S. paulo.

Simbolismo do corpo nos ícones

• O corpo alongado: simboliza que foi espiritualizado. pintar Jesus, como se fosse um retrato, seria perceber e re-presentar apenas sua natureza humana. O ícone deve ser capaz de transmitir as duas naturezas: a divina e a humana.

ir. Zélia Mendes Maria Maranhas Dias Leite O Ícone – espelho visível de uma realidade invisível

arte noFaço

A Intercessora – escrito pelo Padre Gleición e Ir. Zélia. Técnica: cera

emulsionada sobre tela.

Pantocrátor – escrito pelo Padre Gleición e Ir. Zélia. Técnica: cera

emulsionada sobre tela.

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(1ª parte) O Ícone – espelho visível de uma realidade invisível

arte noSanta

• O rosto é o centro de todo ícone. Deve representar um rosto transfigurado que leve, a quem o contempla, a experimen-tar que é olhado também.

• Os ícones olham de frente, interpelando o orante e manifestando-lhe seu estado interior.

• Os olhos são fundamentais, revelam a “alma”.

• O nariz fino e longo: indica o sopro (“Rouah”) de vida do Espírito Divino.

• a boca pequena e estilizada, isenta de toda sensualidade mundana, está sem-pre fechada, pois a contemplação do

Mistério exige silêncio.• as orelhas apenas esboçadas, realçam o

canal auditivo, significando a prontidão para escutar a palavra de Deus.

• as mãos e os dedos, como o corpo, são alongados e estilizados, abençoam ou convidam a aproximar-se do Mistério.

Simbolismo das cores nos ícones

• Branco: claridade, pureza, luz do Tabor.• Vermelho: dinamismo vital, essência

da vida terrestre (sangue). Símbolo do

amor, do sacrifício, do serviço. Como ala-ranjado simboliza a Verdade.

• púrpura: realeza, autoridade, dignidade.• amarelo: falta de vida, enfermidade. Às

vezes é o “ouro dos pobres”.• Verde: cor da natureza, da renovação da

vida, do Espírito Santo.• azul: transparência, complemento e pleni-

ficação do branco. Referência à luz divina. Em alternância com o vermelho/púrpura transmite uma sensação de equilíbrio e harmonia. Harmonia entre o humano e o divino. É a cor das túnicas e dos mantos de Jesus e da Virgem (em ordem inversa). O manto de Jesus é azul, a túnica verme-lha ou púrpura; o de Maria é vermelho e a túnica azul.

• Marrom (cor terra): barro, criação terrena, cosmos inanimado.

• negro: o nada, morte, caos. pode servir como contraste para que a vida seja inten-samente admirada (ícones da natividade, da Ressurreição, etc.). Está presente em quase todos os ícones da vida de Cristo e da igreja: o bem está sempre oposto ao mal, mas, no final, triunfará sobre ele.

Iconografía

não se pintam ícones, escrevem-se ícones. Os ícones não são pintados, são “escritos” (referên-cia à sua categoria de Sagrada Escritura plástica). Daí o termo iconografia (escritura de ícones) e iconógrafo (escritor de ícones).

A vocação de iconógrafo

É uma vocação muito apreciada e implica uma séria responsabilidade.

O autor verdadeiro de um ícone é o Espírito Santo, o iconógrafo é co-autor. Deve desenvolver um estado espiritual interior que lhe permita prestar ser-viço à igreja.

O ícone não surge da destreza artística do ico-nógrafo, ainda que esta seja desejável, nem de sua genialidade, mas da sua experiência mística.

a personalidade do iconógrafo não deve fazer-se presente na obra. não é obra sua, mas do Espírito Santo.

antes de iniciar seu trabalho (que pode durar desde alguns dias até anos), o iconógrafo deve en-contrar a imagem plasmada em seu coração através da oração, do jejum, do silêncio, da prática da cari-dade, pois o que nasce de seu trabalho tem como destinatários todos os crentes. É um serviço à igreja.

Toda a obra iconográfica deve realizar-se em um espírito de oração e admiração ante o mistério de Deus.

Pantocrátor – escrito pelo Padre Gleición e Ir. Zélia. Técnica: cera emulsionada sobre tela.

CONTINUA NA PRóXIMA EDIçÃO...

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N O V O S L I T E R A T O S

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Fomos ao Museu das Minas e do Metal e lá observei tudo com muita atenção, mas duas coi-sas me chamaram mais a atenção.

Estrelas e livros são meus melhores amigos. Levo os livros para todo lugar e as estrelas... Bem, não levo as estrelas, pois elas já estão em todo lugar.

por isso, gostei tanto de saber mais sobre minhas amiguinhas estrelas!

Bem, voltando ao assunto, a primeira “coi-

sa” que vimos foi uma projeção de um vídeo, é, acho que era uma projeção de vídeo, enfim, essa projeção me chamou muita atenção, pois foi apresentada de uma forma tão bonita, tão sentimental...

a segunda “coisa” que me chamou mais a atenção foi o chão de estrelas. a monitora que nos acompanhou nos disse que as estrelas são pedras preciosas que flutuam no céu. gostei desse comentário, pois sempre considerei as

estrelas pedras preciosas e fiquei feliz de saber que isso é verdade.

não gostaria de dar fim ao texto, pois não gosto de textos com fim, sei que isso é estranho, mas é verdade!

Enfim, adorei o passeio ao museu e gostei muito de aprender mais sobre minhas amigas estelas...

* Texto produzido a partir da visita ao Mu-seu das Minas e do Metal, em junho de 2011.

Um dia, fiquei me perguntando o que seria a amizade.Depois de tanto pensar, percebi que a amizade é a fé que você deposita no outro; o amor

do outro que te faz sentir como se você fosse ele; o apoio que você dá sem receber nada em troca; a flor que você dá apenas para sentir o cheiro; o carinho que você dá apenas para apenas vê-lo crescer; uma torre que você constrói com a ajuda do outro e espera que ela nunca seja derrubada; o quadro que você pinta, mas não pintaria sem a tinta; o espelho que você compra e espera ver refletida nele uma pessoa diferente de você; um calendário que você consulta todo dia, senão perde a noção dos dias.

no final, concluí que a amizade é tudo na vida. Sem amigos não seríamos absolutamente nada. É como se fosse uma árvore, quanto mais cresce, mais bonita fica. nunca jogue um grande amigo fora, pois um dia você precisará dele.

Desfrute de uma amizade, porque talvez o seu amigo um dia possa não estar mais pre-sente para ser desfrutado.

Quando acordo, eu vejo um pobre jardineiroque molha um jardim quase seco.percebo em minha janela que a cidade parece feita de gize quase tenho a impressão que fui eu que a fiz.Vejo percevejos que passam pelo muro e um gato que os procura no escuro.acho lindas as borboletas que andam par a partodas lindas e brancas conseguem me acalmar.O que mais gosto é de ver que tudo está do seu jeitoassim como sempre vejo.Se conto essa história a alguém, uns nem acreditammas outros me dão parabéns. nem ligo para o que pensam e sim para minha opinião: tudo que sei e saberei é o mundo, ok?

Minas, metais e descobertas*Sarah Barbosa Leal – 5º C – EF I

O mundo opina na visão da imaginação Laura Detoni – 6° ano D - EFII

A amizadeAlana Milo Campos - 6º ano C - EFII

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N O V O S L I T E R A T O S

Era um domingo normal, daqueles em que nunca se têm muita coisa para fazer e sempre fica-mos na tentativa frustrada de achar alguma coisa boa na televisão. Bem, para falar a verdade não era um domingo tão comum assim: era páscoa.

não era bem o que poderia mudar a monoto-nia que a maioria das pessoas sente nesse infeliz dia da semana.

Eu estava sozinha em casa, sem absolutamen-te nada para fazer (tinha literalmente brigado com o controle da TV) e decidi dormir, ali mesmo, no sofá da sala, que me parecia extremamente atra-ente depois de ficar acordada a noite inteira de sábado. Mais ou menos meia hora se passa e eu sou acordada, sem dó nem piedade, pela minha avó, aos cutucões:

– Comprei uma coisa pra você no Mercado Central! – diz ela, apontando para uma caixa em cima do outro sofá.

Levantei. Olhei para a caixa, para minha avó, pro relógio, novamente para a caixa. não... não podia ser um ovo de chocolate! (O que se poderia dar de presente em plena páscoa, além disso?). andei até a caixa e abri: dois pintinhos.

na verdade, eram praticamente dois frangos, meio magrelos, depenados e completamente de-sesperados para saírem da caixa.

– É um seu e outro da sua irmã. Escolhe aí qual você quer, que eu vou levar lá pra baixo – disse minha avó e desceu, deixando-me sozinha com os dois projetinhos de cheester.

até aí, eu já tinha me conformado com a li-geira falta de lucidez da minha avó de trazer dois pintinhos pra casa. normal.

Olhei bem pra caixa com os frangos dentro: um pretinho, que não parava de piar e dar puli-nhos para tentar sair da caixa, e não deu a mínima pra mim; o outro era bege que, quando eu olhei pra caixa, parou de pular e ficou me encarando de frente!

De frente! achei o máximo o pintinho me olhar de frente, nos meus olhos. Fiquei com o bege.

O pintinho da minha

irmã morreu no dia seguinte. acho que por falta de amor, porque ela nem ligou muito pra ele. O meu ficava na área de passar roupa, junto com a Bianca, minha cadela.

na verdade, sempre que a porta estava aber-ta, ele subia a escada, aos pulinhos, e ficava an-dando atrás da gente. acabou que fazia tudo igual às pessoas: assistia televisão, sentava no sofá e reclamava piando, quando a gente o colocava lá fora.

Decidimos não deixá-lo mais entrar, com medo de o bicho achar que era, realmente, gente. Desse dia em diante, ele começou a andar atrás da Bianca.

Já tinha mais ou menos dois meses que eu havia ganhado o pintinho e ainda não sabia se era macho ou fêmea (é mais difícil do que parece sa-ber dessas coisas quando se trata de uma ave): ele cantava igual a um macho, mas a sua fisio-nomia não parecia ser de um galo. Já deveria ter uma crista.

até que, um dia, ele botou um ovo e finalmente descobri-mos que era uma fêmea. En-tão eu batizei de Fernanda, por causa de um livro do Fer-nando Sabino, “O Menino do Espelho”, em que a galinha se chamava Fernanda.

Desde o dia em que ela botou o ovo, Fernanda ficou um pouco tempera-mental e bicava a Bianca todos os dias. Decidi co-locá-la no viveiro. Deu-se que ela começou a achar que era um periqui-to: dormia no puleiro (periquito-periquito-

Fernanda-periquito) e comia painço.Minha avó, no objetivo de determinar uma

identidade para a galinha, comprou um galo na mão da minha tia, que eu batizei de Tomphinson (longa história).

Fiquei um pouco temerosa quanto à reação dela, mas para a felicidade geral, foi amor a pri-meira vista.

Fernanda finalmente descobriu sua “galinha interior” e eles estão juntos até hoje, com mui-tos pintinhos que, estranhamente, encaram-me de frente.

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(A carta acima foi desenvolvida a partir da leitura do livro de car-

tas de “Ana e Pedro”, de Ronald Claver e Vivina de Assis. Os alunos

tiveram que incorporar os personagens principais na composição de

seus textos.)

Sofia Morgan - 6º ano A - EFII

Uma Carta

Galinha InteriorMarina Wenceslau - 8°ano C – EFII

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j O V E N S L I T E R A T O S

adriana Varejão vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde nasceu. Frenquentou cursos livres na Es-cola de artes Visuais do parque Lage entre 1981 e 1985 e, antes de se dedicar definitivamente à arte, estudou engenharia indus-trial e comunicação visual. adria-na identifica duas viagens como determinantes na escolha profis-sional: em nova York, visitou mu-seus e ficou impressionada com a explosão da materialiedade que caracterizava a obra de certos artistas como anselm Kiefer e, no Brasil, visitou cidades históricas e se apaixonou pelo barroco.

a artista consagrou-se por obras viscerais, trilhou um novo caminho pela combinação de arte e arquitetura. Suas fontes e influências são mui-tas: a arte barroca, a história colonial, ruínas de arquitetura, ciências na-turais e teatro, além da tradição Yakusa japonesa com corpos tatuados e a utilização da hena, que remete às culturas árabe e indiana. adriana Varejão já realizou exposições por todo o mundo e hoje conta com uma pavilhão permanente no Centro de arte Contemporânea de inhotim, inaugurado em 2008.

É em inhotim que se encontra a obra “Celacanto provoca Maremoto”, trabalho em óleo e gesso sobre a tela, que se vale do barroco e da azule-jaria portuguesa como principais referências históricas, além da própria história colonial que une portugal e Brasil.

Dispostos nos painéis formando um grid, os azulejões fazem re-ferência à maneira desordenada e casual com a qual são reconstrui-dos os azulejos quebrados dos antigos painéis barrocos. assim, o maremoto e as feições angelicais impressas nas pinturas formam essa calculada arquitetura do caos, com modulações cromáticas e compositivas, remetendo à cadência entre ritmo e melodia.

a densidade simbólica de Varejão chega a escandalizar os es-pectadores, mas, ao mesmo tempo, é responsável pela admiração e respeito por parte de críticos internacionais de arte. a artista tra-balha de um jeito inovador, com obras vigorosas e impactantes, com evidente sentido metafórico que nos remete à realidade em que nos inserimos.

nascido em 1952, em palmares, pernambuco, antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, mais fa-moso como Tunga, é um dos artistas contemporâneos mais reconhecidos tanto nacional quanto internacional-mente. Seu estilo é fundamentado em duas escolas vanguardistas: a dadaísta, com seu conceito de ca-sualidade, e a surrealista, que se caracteriza por explorar o onírico.

É interessante observar a cons-tante construção de metáforas em suas obras, por meio da associa-ção entre diversos materiais, que, a princípio, parecem incompatíveis (ímã, cobre, madeira, vidro), em busca de novas significações. para realizar seu trabalho, várias áreas de conhecimento são investiga-das, como a literatura, filosofia, psicanálise, teatro, ciências exatas e biológicas.

“True Rouge”, por exemplo, é uma peça inspirada em um poema homônimo do escritor inglês Simon Lane. na inauguração da insta-lação, atores desnudados interagiram com objetos que pendem por fios.

Muitas estruturas são côncavas, remetendo ao órgão uterino, e contêm líquidos e materiais com coloração avermelhada (redes, vi-dros soprados, madeira, pérolas e esferas de cristal, esponjas do mar, escovas limpa-garrafa, feltro e bolas de sinuca) aludindo aos ci-clos vitais. a obra é móvel, fazendo referência a um grande teatro de marionetes: uma escultura de manipulação que se vale da gravidade, não chegando, contanto, a tocar o chão.

a composição já foi exposta em vários lugares do Brasil, como em porto alegre, durante a ii Bienal do Mercosul, realizada em novembro de 1999, e em São paulo, no pavilhão da Bienal, que aconteceu em 2008. atualmente, porém, encontra-se em uma galeria permanen-te, no instituto Cultural inhotim (complexo museológico que Tunga ajudou a idealizar conjuntamente com o empresário Bernardo paz), localizado em Brumadinho, Minas gerais.

Tunga: arte e trajetóriaAdriana Moreira, Ana Caroline Guimarães, Bárbara Louzada, Fer-

nanda Lasmar, Melissa Bravo e Paula Lara – 3ª ano A

ADRIANA VAREjÃO : “Celacanto Provoca Maremoto”

Bruna Vultaggio, Felipe G., Natália Branco e Raquel Lemos – 3º ano B

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j O V E N S L I T E R A T O S

Nos últimos meses, o assunto em Brasília e em todo o país é apenas um: a aprovação ou não do Novo Código Florestal. Essa discussão vem causando grandes impasses entre ambientalis-tas e ruralistas, estes últimos interessados apenas no benefício próprio, uma vez que maioria deles é composta de grandes pro-prietários de terras.

Diante da situação em que vivemos, presenciamos catástrofes ambientais causadas pelo desequilíbrio ecológico, é um absur-do que se tente aprovar uma lei que permita o desmatamento, para a implantação do agronegócio, uma vez que o desmata-mento descontrolado causará a diminuição de espécies nativas. A expansão do agronegócio, pretendida pelos ruralistas, poderá causar uma contaminação de cursos d’água com agrotóxicos usa-dos no cultivo, sem contar que a diminuição da área preservada ao redor dos rios poderá causar o assoreamento dos mesmos, porém o mais grave problema decorrente da aprovação do Novo Código Florestal e do desmatamento gerado por ele é o aumento do aquecimento global e um desequilíbrio na quantidade de CO2 na atmosfera, uma vez que a Amazônia é chamada de “Pulmão do Mundo”, justamente por absorver grande quantidade de CO2.

É indispensável que o Novo Código Florestal seja vetado, para pelo menos não aumentar o desequilíbrio ecológico no mundo. Para que isso ocorra de modo a beneficiar tanto ruralis-tas quanto ambientalistas, a melhor opção seria a criação de um fundo de crédito destinado aos agricultores, para o investimento em modernização da produção e, consequentimente, o aumento dessa sem que para isso seja necessário desmatar.

O Brasil, tradicionalmente, é um país onde o desmatamento ocorre com frequência. Desde a sua descoberta, em 1500, as florestas bra-sileiras têm sido desmatadas, gerando profundas mudanças na fauna e na flora da região.

Recentemente, veio à tona um assunto bastante polêmico: a vota-ção de um novo Código Florestal, apoiada, principalmente, por rura-listas e contestada por ambientalistas e cientistas.

Esse novo código representará a “legalização” do desmatamento e nós, o povo brasileiro, temos que impedir essa aprovação. Caso não consigamos e ele seja aprovado, será permitido, dentre outras me-didas, o uso de determinadas áreas de encostas e preservação para cultivo agrícola. Dessa forma, regiões como a Mata Atlântica, que atu-almente apresenta apenas 7,91% de sua área original, poderão desa-parecer. Além disso, o bioma brasileiro é um de nossos principais bens e não pode ser trocado por dinheiro.

Como está bem claro que o principal interesse dos ruralistas é eco-nômico, possíveis soluções seriam o investimento do próprio gover-no em pesquisas voltadas para o aumento da produtividade agrícola, possibilitando maior produção sem necessidade de desmatar áreas, e a utilização de terras abandonadas – que, por sinal, são abundantes no Brasil – para cultivo, podendo, inclusive, cedê-las a pessoas que tenham interesse e não possuam moradia, seguindo o preceito de que todos os cidadãos têm direito a uma moradia.

O bioma brasileiro, considerado por muitos como o “pulmão do mundo”, está seriamente ameaçado e precisamos restaurá-lo logo, antes que seja tarde.

SALVEM O BRASIL!Nicola A. – 3º ano B – EM

O verde corre perigo!Pedro Henrique Andrade dos Santos – 3° ano B – EM

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R e s e n h a s

Do diretor David Fincher, The Social network, que em português se traduz como a Rede Social, é baseado na obra de Ben Mezrich, The acciden-tal billionaires, cujo contexto se cruza com o pri-meiro. a Rede Social é classificado como drama e se passa em 190 minutos, narrando a grande iniciativa de Mark Zuckerberg, o qual, no drama, é interpretado por Jesse Eisenberg.

além de um grande diretor, o filme conta com uma trilha sonora com clássicos dos Beatles até Dead Kennedys, com presença de faixas também de Trent Reznor & atticus Ross, que permeiam praticamente todo o filme.

a história do drama tem início no outono de 2003, quando Mark, conhecedor da programa-ção de computadores e recém-graduado na uni-

versidade mais renomada do mundo, Harvard, inicia a execução de mais uma de suas brilhantes ideias.

Entretanto, Mark não sabe o quão longe pode chegar a partir de sua criatividade. Zucker-berg concentra-se nos blogs e em toda a com-plexidade das programações, o que culmina em uma nova rede social.

no início, o sucesso de Mark é imprevisível, porém, mais tarde, o jovem nerd conquista a po-sição de um grande bilionário do mundo, como resultado da criação de uma rede social global: Facebook. Embora tenha feito em apenas seis anos cerca de quinhentos milhões de amigos, Mark torna-se alvo de críticas cercadas de com-plicações, resultando em centenas de inimigos.

Baseado na obra homônima de graciliano Ra-mos, o longa metragem “Vidas Secas” foi dirigido em 1963 por nelson pereira dos Santos, produtor vinculado ao Cinema novo, estilo cinematográfico que tem como princípio a abordagem de aspectos sociais: a estética da fome, a procura pela iden-tidade nacional e a busca pela honra e liberdade contra os anos de Chumbo.

O filme apresenta-se como uma reinterpreta-ção da vida sertaneja marcada pelo pouco e pelo árido. a escassez de falas, também presente no livro, revela a secura dos personagens, sendo es-

ses a metonímia concreta de muitas famílias nor-destinas e a brutalidade adquirida e moldada pelo sol e pelas atrocidades de uma realidade.

Em algumas cenas do filme, é interessante perceber como a imutabilidade social está arrai-gada tanto no destino quanto no pensamento dos retirantes. O que resta na vida daqueles que já nascem desfavorecidos e oprimidos pelo meio se-não vaquejar e obedecer à lei?

De forma magistral, graciliano e nelson traba-lham na demonstração de um cenário/história que carrega em si mais do que a inanidade da vida,

mas a crítica ao descaso do go-verno perante essas pessoas que, devido a esse aban-dono, se tornam ani-mais.

As implicações das redes sociaisJuliana Gomes da Silva - 2° ano A – EM

Secas VidasMelissa Bravo – 3° ano A - EM