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SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS EMPRESAS MONTADORAS DE VEÍCULOS, CHASSIS E MOTORES DE CAMPO LARGO Jornal do Sindimovec - Edição 02 - junho de 2012 EM PRÁTICA ANTISSINDICAL, FIAT DEMITE TRABALHADOR SINDICALIZADO Filiado à: SINDIMOVEC SINDIMOVEC Na tarde do último dia 30 de maio ocorreu a demissão de um trabalhador sindicali- zado na Fiat. Ocorre que este mesmo funcionário havia sido eleito e empossado para um cargo na diretoria do sindicato em 22 de maio, por meio de um procedimento específico permitido pelo estatuto da entidade. Uma semana após a empresa ter conhecimento por escrito sobre a eleição complemen- tar, tratou de se livrar deste funcionário. Querem exem- plo de conduta antissindical maior do que esta? O departamento jurídico do sindicato está tomando as providências cabíveis para o caso. Esta sentença do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná comprova que a empresa não pode mandar embora por perseguição política nenhum trabalhador, seja ele ligado ou não ao sindicato: TRT-PR-27-06-2008 – DES- PEDIDA DISCRIMINATÓRIA – Militante Sindical – Configurada despedida abusiva - ofensa à garantia da livre associação sindical – Art. 8º, caput, CF – Rein- tegração. A despedida dis- criminatória de trabalhador por militância sindical enseja disciplina análoga ao do dirigente sindical, porquanto ofende o princípio da livre associação sindical (Art. 8º, Caput, CF), aplicando-se extensivamente as leis que protegem o desempenho de atividades sindicais, bem como direitos e garantias expressos nos trabalhos internacionais celebrados pelo Brasil (Art. 5º, §§ 1º, 2º e 3º, CF c/c Art. 1º, Con- venção 98 OIT). TRT-PR- 00067-2005-654-09-00-9- ACO-21910-2008-3ª TURMA – Relator: ARCHIMEDES CASTRO CAMPOR JÚNIOR – Publicado no DJPR em 27-06-2008. (grifo nosso) Trabalhadores! Chegou a hora de aprendermos o quanto somos descartáveis para os patrões e lutarmos em favor dos nossos direitos! Em caso de assédio moral por parte da chefia, ligue imediatamente para o sindicato pelo telefone: 3032-2231, ou denuncie no site do Ministério Público do Trabalho: www.prt9.mpt.gov.br

Jornal Sindimovec Junho 2012

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Jornal Sindimovec Junho 2012

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Page 1: Jornal Sindimovec Junho 2012

Sindicato doS trabalhadoreS naS empreSaS montadoraS de veículoS, chaSSiS e motoreS de campo largo

Jornal do Sindimovec - Edição 02 - junho de 2012

Em prática antissindical, Fiat dEmitE trabalhador sindicalizado

Filiado à:

SINDIMOVEC

SINDIMOVECNa tarde do último dia 30

de maio ocorreu a demissão de um trabalhador sindicali-zado na Fiat. Ocorre que este mesmo funcionário havia sido eleito e empossado para um cargo na diretoria do sindicato em 22 de maio, por meio de um procedimento específico permitido pelo estatuto da entidade.Uma semana após a empresa

ter conhecimento por escrito sobre a eleição complemen-tar, tratou de se livrar deste funcionário. Querem exem-plo de conduta antissindical maior do que esta?O departamento jurídico do

sindicato está tomando as providências cabíveis para o caso.Esta sentença do Tribunal

Regional do Trabalho do Paraná comprova que a empresa não pode mandar embora por perseguição política nenhum trabalhador, seja ele ligado ou não ao sindicato:TRT-PR-27-06-2008 – DES-

PEDIDA DISCRIMINATÓRIA – Militante Sindical– Configurada despedida abusiva - ofensa à garantia da livre associação sindical – Art. 8º, caput, CF – Rein-tegração. A despedida dis-criminatória de trabalhador

por militância sindical enseja disciplina análoga ao do dirigente sindical, porquanto ofende o princípio da livre associação sindical (Art. 8º, Caput, CF), aplicando-se extensivamente as leis que protegem o desempenho de atividades sindicais, bem como direitos e garantias expressos nos trabalhos internacionais celebrados pelo Brasil (Art. 5º, §§ 1º,

2º e 3º, CF c/c Art. 1º, Con-venção 98 OIT). TRT-PR-00067-2005-654-09-00-9-ACO-21910-2008-3ª TURMA – Relator: ARCHIMEDES CASTRO CAMPOR JÚNIOR – Publicado no DJPR em 27-06-2008. (grifo nosso)Trabalhadores! Chegou

a hora de aprendermos o quanto somos descartáveis para os patrões e lutarmos em favor dos nossos direitos!

Em caso de assédio moral por parte da chefia, ligue imediatamente para o sindicato pelo telefone: 3032-2231, ou denuncie no site do Ministério Público do Trabalho:

www.prt9.mpt.gov.br

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Fiat vira as costas para todos os sEus EmprEgados, sEjam trabalhadorEs ou lídErEs

O ImpérIO rOmanO FIca aquI!

Há algum tempo atrás...Existiu em Roma um governo

que oferecia a seu povo um grande espetáculo: reúnia gladiadores em uma arena e os colocava para lutar até a morte. O povo ficava entretido e com isso permanecia cego às ações de seus governantes.Para cegar a população ainda

mais, durante os espetáculos eram distribuídos pães aos espectadores, como forma de mostrar a generosidade do governo.A alegria de quem compa-

recia aos espetáculos era enorme. Mas, mal sabia o povo que aqueles que morriam na arena eram muitas vezes seus colegas e parentes. Foi aí que surgiu a política do pão e circo.Nos tempos atuais...Muitas empresas costumam

rechear a carta de benefí-cios dos seus trabalhadores, fazendo festinhas, pagando cursos, dando prêmios por boas ideias.Por outro lado, na “arena

do trabalho”, não existe tanta gentileza assim. O que muitas empresas fazem é sorrir quando exigem que os funcionários fiquem ao seu lado, e virar as costas quando estes já não servem mais para o emprego.

DOIs pesOs, Duas meDIDas

Recentemente o sindicato recebeu várias denúncias de trabalhadores da Fiat que

vinham fazendo horas extras ilegais, mais do que as 10h diá-rias permitidas por lei. Como a política do Sindimovec é de sempre buscar resolver com diálogo, na mesa de negocia-ção, procurou a empresa para alertar que o problema deveria ser resolvido, destacando que se houvesse fiscalização do Ministério Trabalho, a empresa correria o risco de ser autuada.

Infelizmente a solicitação não foi atendida e a empresa foi autuada em recente visita dos fiscais da Superintendên-cia Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), que repre-senta o Ministério do Traba-lho no Paraná. A Fiat então informou ao Sindimovec que, para resolver a situação, iria demitir qualquer líder que permitisse que um funcionário trabalhasse mais de dez horas por dia.Não dá para entender: a

mesma empresa que na época do indicativo de greve do sin-dicato exigiu que seus líderes trabalhassem por 12h por dia agora ameaçam demití-los pelo mesmo motivo?

LíDer também é gLaDIaDOr

Dias depois da visita da SRTE a Fiat cumpriu com a sua pala-vra e demitiu um líder que permitiu que um funcionário batesse o cartão 12 minutos depois da décima hora tra-balhada por um dia no mês e, curiosamente, este empre-gado também foi demitido.Isso significa que a lei vale

apenas para o trabalhador do chão de fábrica? Há quem diga que no período do indicativo de greve todos os líderes entravam às 6h da manhã e trabalhavam até às 17h48, e eram orientados a não bater o cartão (sob pena de sofrerem consequências).Ou seja: o líder é punido se

permitir que o funcionário trabalhe mais de dez horas, porém é obrigado a ficar mais de dez horas na empresa e não bater o cartão, para agradar a empresa.A verdade é que este líder

percebeu que ele também é gladiador. Embora a empresa tente enganá-lo dizendo que está ao seu lado, quando é preciso, ela vira as costas.Somos todos gladiadores! E

temos o dever de ajudarmos uns aos outros. As vezes o tempo que demoramos para entender isto pode nos custar caro, nos tirando o emprego.Recebemos o pão, o que é

necessário para o sustento de nossas famílias. Porém deve-mos abrir os olhos para os com-panheiros que perdemos no espetáculo e unir esforços para mudarmos nossa realidade.Como disse o músico Gabriel,

o Pensador: é mudando o presente que a gente molda o futuro!Talvez na próxima negociação

conturbada que tivermos, os líderes que nos “caçaram” em frente à fábrica em uma quarta--feira de abril, não permitindo que os trabalhadores tivessem contato com o sindicato, enten-dam isso e trabalhem em favor de si próprios!

PALAVRA DO PRESIDENTE TRAGÉDIA!

Para garantir sua filia-ção basta preencher a ficha fornecida pelo sindicato com todos os seus dados, inclusive contatos de email e telefone, e entregar no RH da empresa ou na sede do Sindimovec. Você automaticamente passa a ser um asso-ciado, com custo de R$ 15,00 por mês.

como Filiar-sE

Para toda ação existe uma reação. A lei da física parece ter lá seus reflexos no sindicalismo. É só ver os fatos: o sindicato endureceu com a Fiat, comunicou indicativo de greve quando a empresa se negava a estabelecer uma boa negociação, e a resposta da mon-tadora foi... perseguição política.A empresa cometer práticas

antissindicais é algo muito grave que não diz respeito só a nós do sindicato, mas a toda a categoria. Se pararmos para pensar, quando as ações sindicais são impedidas significa que para a empresa o trabalhador não tem o direito de pensar, de se organizar, de emitir suas opiniões.A diretoria do Sindimovec deve

cumprir um duplo papel: de mobi-lizar o setor jurídico para denunciar isto na justiça, e divulgar para toda a base o que está acontecendo.Por isto este jornal, porque as

questões sobre o trabalho não devem ficar entre as quatro paredes de uma mesa de nego-ciação. Devem ser parte de um debate coletivo, de uma reflexão. É importante que todos saibam o que está acontecendo.

adriano carlesso é presidente do sindimovec

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AbuSO

trabalhadorEs dEnunciam maltrato por partE dE lídEr E EmprEsa Faz dEscaso totalUm grupo de trabalha-

dores da Fiat procurou o Sindimovec em 29 de maio para denunciar os maus tratos que vinham sofrendo seguidamente por parte de um líder que havia recente-mente assumido a equipe. Para o grupo o sindicato era o último recurso "ou vamos pedir demissão em massa do setor".Imediatamente o sindicato

procurou o departamento que trata destes assuntos na empresa para, de forma tran-quila, entender a situação e tentar resolver o problema, e expôs à Fiat que não iria tolerar qualquer postura desleal da chefia para com os trabalhadores.Incrivelmente, a resposta

dada por tal departamento foi a seguinte:“Estes trabalhadores estão

acostumados com o chefe anterior, que era um ‘paizão’ e passava a mão na cabeça deles. Agora tem um chefe que realmente exige traba-lho, então é normal os ‘caras’ sentirem a diferença.”Não bastasse dar a enten-

der que era normal a situ-ação de humilhação a que os trabalhadores estavam submetidos, a empresa ainda declarou que “quem não estiver disposto a tra-balhar, pede pra sair! Não nos importamos em perder estes profissionais!”.A dúvida que fica é: tem

cabimento uma coisa dessas ocorrer em uma empresa renomada como a Fiat?

ATENçãO

Lembram daqueles jornais distribuídos pelo sindicado em que pedíamos para quem sofresse abuso ou coação da liderança denunciasse para o Ministério do Trabalho?Pois é! Temos o conheci-

mento de que um determi-nado gerente saiu com o jornal do sindicato em mãos na empresa questionando os empregados do porquê de certos funcionários terem comparecido à festa do sin-dicato, em janeiro. Como se este gerente tivesse algum direito de mandar na vida pessoal dos trabalhadores. Vamos ver se os mesmos líderes conseguem se enxer-gar neste jornal.

RECADO AOS SENHORES GERENTES:

A vida pessoal do trabalha-dor só cabe a ele. Nenhum gerente pode determinar o que o trabalhador faz ou deixa de fazer após o expe-diente de trabalho, principal-mente nos finais de semana. Se o trabalhador tiver que dar satisfação para alguém, é para sua mulher, e não para o gerente!E se algum gerente ainda

não aprendeu, é bom que saiba que a sindicalização é um direito que está na Constituição, e nenhum tra-balhador deve ser orientado ou questionado sobre este seu direito, sob pena de o gerente ter que responder judicialmente por tal ato.

Empresa Gontijo Transporte Rodoviário pagará R$300 mil de danos morais coletivos por atitudeantissindical

A Empresa Gontijo Transportes Rodoviário terá de pagar R$ 300 mil por danos morais coletivos aoagir contra o direito à liberdade sindical de seus empregados. A Segunda Turma do Tribunal Superiordo Trabalho, ao não conhecer do recurso da Gontijo, manteve acórdão do Tribunal Regional da 3ªRegião (MG) que condenou a empresa a pagar R$ 300 mil, a partir de uma ação civil públicaproposta pelo Ministério Público do Trabalho da 3ª Região (MG).

(RR-51500-08.2005.5.03.0007)

Seg, 06 de Dezembro de 2010 08:26 TST

fonte: NCST/Paraná

Segundo a petição da ação civil, a empresa, ao contratar os seus empregados, exigia que eles assinassemdeclaração de não fazerem parte de diretoria ou organização sindical. O MPT considerou essa conduta daempresa como ofensa à liberdade sindical e ao direito de associação estabelecido na Constituição Federal(incisos XX do art. 5º e V do art. 8º). Além disso, para o MPT, essa exigência repres

Veja notícia recente de empresa que Foi condenada a pagar indenização por ação antissindical: