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Créditos: Agência de Comunicação do Centro Acadêmico Afonso Lisboa. Publicação: junho 2015.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS Palmeira dos Índios, junho de 2015 ● nº 02
UNIVERSIDADE: Atrasos no pagamento das bolsas am eaça perm anência dos estudantes na UFAL. P3
CULTURA EM MOVIMENTO: Projeto que surgiu de um a inquietação coletiva acerca da falta de espaços na Uni-
versidade para a reflexão e produção no campo das artes, faz a sua décima edição na Casa Museu Graciliano Ramos . p6
A expansão do ensino superi-
or brasileiro foi responsável
pela consolidação do movi-
mento estudantil (ME), como
um importante ator político.
O aumento das vagas oferta-
das pelas faculdades e uni-
versidades resultou numa
comunidade estudantil que
chegara a 214mil em 1968.
A partir da década de 1960
aconteceu o Movimento pela
Reforma Universitária no
Brasil, que representou a
mais importante luta do ME.
p9
MOVIMENTO ESTUDANTIL: Um apanhado histórico da atuação do Movimento Estudantil na época da ditadura
OPINIÃO
Antonio César
“A greve é o instrumento
que ainda nos é legítimo, e
paralisamos nossas ativi-
dades cotidianas já preju-
dicadas e em profunda
precarização para desen-
volver atividades de mobi-
lização!” p4
UNIDADE
Prof. Saulo Luders realiza oficina
“Identidades em jogo: configura-
ções ético-políticas para as rela-
ções étnico-raciais” p5
SERVIÇO SOCIAL
Dia do Assistente Social tem co-
memoração nas cidade de Arapi-
raca e na capital, Maceió. p8
JU: Obrigado! A nossa edição de lançam ento
foi um sucesso p2
Obrigada! A nossa primeira edição foi um sucesso e você, estudante, motivou-nos a dar mais um passo.
Chegamos à segunda edição do Jornal Universitário, dessa vez, totalmente produzida pela ACAL juntamente ao Centro
Acadêmico Afonso Lisboa. A alegria é imensa de poder compartilhar com os estudantes o trabalho da ACAL, que é fruto
de persistência, reuniões e uma comunicação capaz de criar laços cujo objetivo é ser o jornal da e para a Universidade.
Conduzimos esta edição sob os princípios e valores do Centro Acadêmico em sua atual gestão - Integração -, valorizando
a ética, o respeito e a necessidade de defender os interesses da comunidade estudantil. Dessa forma, manteremos a estru-
tura da primeira edição dando destaque às notícias referentes à UFAL Unidade Palmeira dos Índios, da qual este jor-
nal é fruto.
Por fim, agradeço ao empenho de todos que construíram e revisaram as matérias,
principalmente porque são estudantes e mais do que ninguém conhecem a reali-
dade de nossa instituição. Assim, esperamos que esta segunda edição possa firmar
o compromisso do CA em estreitar laços de comunicação com a comunidade aca-
dêmica e garantir seu espaço de voz e de luta.
Muito obrigada pela visita e aproveite! Anne Maia Vice-presidente do CAAL
EXPEDIENTE
Elaborado pela ACAL - Agência de Co-
municação do Centro Acadêmico
Afonso Lisboa / Universidade Fede-
ral de Alagoas, campus Arapiraca, unida-
de educacional de Palmeira dos Índios.
Rua Sonho Verde s/n, Eucalipto, Palmei-
ra dos Índios - AL.
Elton SDL, Giuliano Ramos e Victor
Matos: Editores
Jadiel da Silva e Liliane Santos:
Repórteres
Beatriz Cedraz e Aryana Lorraynne:
Fotógrafas
Adelaide Pacheco, Alinne Ferreira,
Danielle Vanderlei e Hemile Dan-
tas: Revisoras
Karlla Vanessa: Diagram adora
Joanir de Queiroz (Presidente); Anne Maia
(vice-presidente); Clariana Rodrigues
(Secretária); Wellington José (Tesoureiro);
Rodrigo Dantas (Dir. Comunicação) José Bar-
bosa (Dir. Form. em Psicologia); Laís Costa
(Dir. Assuntos Externos)
Palmeira dos Índios, junho de 2015 p2
Na edição de lan-
çamento do Jornal
Universitário, pu-
blicamos uma ma-
téria sobre a situa-
ção dos transpor-
tes dos estudantes
de Arapiraca e,
nesta, colocamos
Associação dos
Municípios de
Arapiraca (AMA),
enquanto que a
sigla refere-se à
ASSOCIAÇÃO
DOS MUNICÍ-
PIOS DE ALAGO-
AS (AMA).
Lamentamos o
ocorrido e pedi-
mos aos leitores
que quaisquer
correções podem
ser enviadas ao
nosso e-mail.
Edição de lançamento le-
vou uma sigla errada
Além dos mem-
bros da ACAL e do
Centro Acadêmico,
os leitores podem
nos enviar maté-
rias e/ou publica-
ções.
Na terceira edição
do JU, será criado
um espaço para
comentários de
leitores, que deve-
rão ser enviados
através dos e-
mails cagestaoin-
om ou jornaluni-
versitário.acal@g
mail.com.
Espaço do JU é franquea-
do aos leitores
Palmeira dos Índios, junho de 2015 p3
UNIVERSIDADE: Atrasos no pagam ento das bolsas am eaça perm anência dos estudantes na UFAL
Além das provas, prazos de
entrega de trabalhos, proje-
tos e demais compromissos
acadêmicos, outra preocupa-
ção vem povoando a cabeça
dos estudantes da UFAL Pal-
meira dos Índios desde o
começo do ano letivo de
2015: o atraso no pagamento
das bolsas.
A economia nacional vem
passando por um momento
de ajustes financeiros, efetu-
ando diversos cortes nas
verbas destinadas à educação
e outras reduções de gastos.
Isso impacta diretamente no
modo como o subsídio estu-
dantil está sendo administra-
do. Apesar da redução no
número de bolsistas e na
criação de novas bolsas, é
fato bem sabido que muitos
alunos dependem de alguma
espécie de auxílio financeiro
para manterem-se na univer-
sidade: bolsa pró-graduando,
auxílio moradia, auxílio ali-
mentação, dentre outros.
Atrasos esporádicos sempre
foram comuns nos pagamen-
tos aos bolsistas, mas, neste
ano, a situação ficou mais
acirrada.
Com isso, tornou-se dúvida
comum entre os bolsistas
saber qual o real motivo dessa
onda de atrasos – que tanto
prejudica os compromissos
dos estudantes e ameaça até
mesmo suas permanências na
universidade. Alguns especu-
lam problemas no repasse de
verbas por parte do MEC,
outros falam de impasses na
gestão interna da própria uni-
versidade. A fim de encontrar
uma resposta definitiva, a
equipe da ACAL entrou em
contato com Laura Almeida,
Assistente Social responsável
pelo NAE Palmeira – que
ficou responsável por enca-
minhar algumas perguntas
ao setor responsável pelo
pagamento, em Maceió, no
entanto não obtivemos retor-
no.
Em nota emitida no portal da
UFAL no último dia 16 de
junho, o pró-reitor estudantil
Pedro Nelson esclareceu
algumas questões sobre o
assunto. As universidades
federais em greve garantiram
a continuidade do pagamen-
to das bolsas, mesmo com a
paralisação. O atraso, contu-
do, ocorre pela falta de re-
passe do Ministério da Edu-
cação, o MEC. Esse problema
não é exclusivo da UFAL,
mas algo que ocorre em di-
versas universidades federais
espalhadas pelo país. Na
matéria publicada pela jor-
nalista Simoneide Araújo,
Pedro Nelson salienta: “Não
é a UFAL que tem deixado
essa questão de lado, pelo
contrário, temos procurado
priorizar o pagamento dos
nossos bolsistas assim que
recebemos os recursos. E
isso não é algo que acontece
apenas na nossa Universida-
de; outras instituições públi-
cas também passam pelo
mesmo problema.”
O MEC prevê que a situação
esteja regularizada até o dia
19/06. Até lá, resta aos bol-
sistas acompanhar o desen-
rolar de mais um capítulo de
uma grande novela de atra-
sos, aguardar seu desfecho e,
se necessário, lutar mais uma
vez por seus direitos.
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ELTON SDL
EDITOR
Palmeira dos Índios, junho de 2015
p4
As opiniões contidas nesta páginas não expressam necessariamen-te a opinião do JORNAL UNIVERSITÁRIO. Participe desta também: e-mail: [email protected]
Para que fazer greve
se está tudo bem?
E lá vamos nós, nova-
mente, vivenciarmos outra
greve! Tenho me depara-
do, desde o início, com
muitos questionamentos
(às vezes, na forma de
afirmação), nos debates
presenciais, nas redes so-
ciais, nas assembleias,
corredores... E também
me deparo com os silenci-
amentos e as apatias.
Quando questionam, entre
nós docentes, técnicos e
estudantes “para que fazer
greve?”, eu só posso consi-
derar que esse debate não
faz parte do cotidiano de
quem faz esse questiona-
mento, o que é lastimável.
Quais as pautas que
estão sendo vivencia-
das?
Mas como não se afetar se
todas as pautas estão sen-
do vivenciadas por nós?
São elas: carreira (em des-
truição), aumento salarial
(que não acompanha a
constante perda do poder
aquisitivo), estrutura da
universidade (sempre na
base de arranjos e do cli-
entelismo!) e os cortes de
recursos (a administração
oficial da miséria na uni-
versidade pública).
E quando nos questionam
se “a greve realmente re-
solve alguma coisa? A gre-
ve é o instrumento mais
eficaz?”, eu geralmente
devolvo (coisa de psicólo-
go, não tem jeito) com
outra questão: e qual é o
instrumento mais eficaz
quando nossos pares nos
sindicatos (sim, os sindi-
calistas também são pro-
fessores!) esgotam todas
as possibi-
lidades de
negocia-
ção?
E a greve
resolve?
Já inventa-
ram algum
instrumen-
to que mo-
bilize mais
do que a
greve, ape-
sar de toda
crise que
vivemos
neste instrumento de luta
desde os anos 1990? E o
que nós, docentes, esta-
mos ensinando para os
futuros psicólogos em ter-
mos de mobilização da
categoria na busca de seus
direitos trabalhistas? Va-
mos analisar o mundo do
trabalho ao nosso redor?
Os campos de estágio já
nos dizem muita coisa!
GREVE X AJUSTE FIS-
CAL
que já pagamos, dos ar-
ranjos no nosso cotidiano
de estudo e trabalho na
universidade pública, ga-
nhe fôlego e tome conta,
de fato, das nossas estru-
turas, tal qual já aconteceu
na educação básica desde
os anos 1960? Não há o
que esperar, e não existe
mobilização nas férias!
A greve como um ins-
trumento legítimo
Como eu já disse em sala
de aula, a greve nada mais
é do que a exarcebação
dos prejuízos. A greve é o
instrumento que ainda
nos é legítimo, e paralisa-
mos nossas atividades
cotidianas já prejudicadas
e em profunda precariza-
ção para desenvolver ativi-
dades de mobilização! Na
verdade, todo educador
que se preze sabe que nes-
se momento estamos as-
sumindo a multiplicação
do nosso trabalho:
A importância da mo-
bilização
a atual mobilização, des-
gastante e necessária, e as
futuras reposições. Além
das primeiras iniciativas
de diálogo demandadas
sempre por nós, trabalha-
dores, eu ainda não co-
nheci outra forma além da
greve (opa, rede social não
vale!). Você conhece?
Perguntar se a greve “é
oportuna, já que estamos
vivendo o ajuste fiscal?” é
ignorar a necessidade de
enfrentamento diante da
retirada abrupta, unilate-
ral e autoritária de recur-
sos da universidade públi-
ca. É legitimar a precariza-
ção e aceitar de forma pas-
siva que não temos a capa-
cidade
de ques-
tionar e
enfren-
tar os
gestores
públicos.
É não
correla-
cionar o
corte de
recursos
na edu-
cação e
outras
áreas
com o surgimento de uma
política de financiamento
de obras públicas que se-
rão entregues à iniciativa
privada, que passarão a
cobrar por serviços que já
pagamos, sob o argumen-
to de “concessão”, que na
verdade significa a privati-
zação!
Vamos deixar que essa
lógica da precarização, dos
cortes, de destruição da
educação pública brasilei-
ra, da privatização daquilo
A greve é o instru-
mento que ainda
nos é legítimo, e
paralisamos nos-
sas atividades co-
tidianas já preju-
dicadas e em pro-
funda precariza-
ção para desen-
volver atividades
de mobilização!
* Antonio César é m estre em Educação Brasileira e professor de Psicologia da
UFAL—Unidadade de Palmeira dos Índios - na área de Psicologia Escolar/Educacional.
O PORQUÊ DA GREVE
Palmeira dos Índios, junho de 2015
p5
UNIDADE DE PALMEIRA: Professor Saulo Luders realiza oficina para discussões sobre relações étnico -raciais
Partindo do pressuposto de
que o jornal universitário é
um órgão de conscientiza-
ção do corpo estudantil,
temos como intenção neste
primeiro texto fomentar o
debate sobre relações de
opressão. No Brasil, existe
um vasto histórico de desi-
gualdades sociais, e discutir
essas relações de opressão
de gênero, raça e classe é
indispensável para a forma-
ção do acadêmico que busca
lidar com os problemas
sociais. Porém, não há dis-
ciplina específica que enfo-
que tais temas no currículo
desses cursos (em nosso
caso, Psicologia e Serviço
Social). A única forma de
trazer essas discussões para
a universidade está sendo
através de cursos, grupos de
estudos, roda de debates,
entre outros eventos e in-
tervenções.
Recentemente, aconteceu
em nosso pólo, a oficina
“Identidades em jogo: con-
figurações ético-políticas
para as relações étnico-
raciais”, ministrada pelo
Prof. Ms. Saulo Lurdes Fer-
nandes. Após as dinâmicas
grupais, foi feita uma entre-
vista com o orientador do
curso. A entrevista segue
adiante:
Qual a finalidade do
curso?
Este curso se desenvolveu,
primeiro, pela carência das
discussões sobre relações
étnico-raciais na Psicolo-
gia, não temos disciplinas
e sobre esses aconte-
cimentos trazer toda
uma reflexão, da
experiência de vida
sobre a categoria
raça e etnia. O obje-
tivo central é esse:
pensar nas relações
étnico-raciais se
inserindo no campo
do cotidiano, você
traz esse jogo para
uma prática reflexi-
va vivencial.
Você teve um re-
sultado satisfató-
rio? Era o que
você esperava?
Quando vamos coor-
denar um grupo,
ficamos com expectativas.
Não tem como não ter, ape-
sar de tentarmos conter
nossa ansiedade para deixar
o processo do grupo aconte-
cer pelos seus componen-
tes. Nesta prática de grupo
não temos objetivos certos a
atingir, mas sim a produção
de um esquema sensível e
vivencial, configurados pe-
las experiências, modos de
viver daqueles que com-
põem o grupo. Diante disso,
eu gostei da forma como foi
realizada, as pessoas conse-
guiram se envolver e se
dispor para a atividade que
foi proposta. A psicóloga
Júlia Minossi, que não pôde
estar aqui presente, que
organizou a estrutura do
grupo, eu só construí alguns
elementos.
específicas que discutam
sobre o tema, as vezes apa-
rece, mas em um texto ou
outro de forma esporádica,
por exemplo na aula de
Psicologia Social, talvez
apareça, na Psicologia Co-
munitária, mas não existe
disciplina específica que
discuta a problemática,
sendo que é de suma impor-
tância, principalmente em
Palmeira dos Índios, que é a
região que a gente está,
pensando na diversidade
étnica que existe aqui, tanto
no rural como no urbano.
Então, foi por esse caminho
que eu fui pensando no
nosso processo de grupo; a
prática vai para além da
discussão racionalista, teó-
rica, ela vai passar muito
mais pela questão do corpo,
da experiência, da vivência
LIL IANE SANTOS REP ÓRTER
HEMILE DANTAS REVISORA
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: Acerv
o A
CA
L
Palmeira dos Índios, junho de 2015 p6
De tempos em tempos, em
meio à rotina acadêmica da
UFAL Palmeira dos Índios,
algo inusitado acontece. Entre
o corre-corre de alunos e pro-
fessores que circulam pelo
campus; música, poesia e cine-
ma invadem os pátios da uni-
versidade, ganhando volume,
adentrando as salas de aula,
espalhando-se pelas ruas da
cidade. Quem são esses – san-
tos, para uns, vagabundos
(iluminados) para outros –
que ousam macular a tão per-
feita ordem e monotonia da
cátedra universitária? Ora, são
os membros do Cultura em
Movimento.
O Cultura em Movimento é um
grupo de pesquisa e extensão
da Universidade Federal de
Alagoas, Unidade Palmeira
dos Índios. Nasceu em 2012,
encabeçado pelo Prof. Dr. Ma-
yk Nascimento e integrado
pelos alunos de Psicologia e
Serviço Social. “Ele surgiu de
uma inquietação coletiva acer-
ca da falta de espaços na Uni-
versidade para a reflexão e
produção no campo das artes.
Em parceria com um grupo de
alunos interessados na temáti-
ca, montamos o projeto que
segue em duas linhas parale-
las: um grupo de estudos regu-
lar que discute temas do uni-
verso da cultura e das artes e a
organização de eventos cultu-
rais com poesia, fotografia,
cinema e música. A ideia era
construir um grupo que unisse
alunos e comunidade para a
discussão de temas relaciona-
dos à arte e à cultura, em suas
diversas formas, sempre alian-
do os debates com o contexto
político e histórico”, afirma
Mayk Nascimento.
Os temas atravessam as diver-
sas formas de arte (literatura,
música, cinema), de forma
‘intercomplementar’, muito
embora elenque um tema espe-
cífico como eixo. Em 2014, o
grupo elegeu a música em suas
discussões teóricas. Foi debati-
do todo panorama histórico, de
1950 até os dias atuais, e com
base nisso, estudou-se a música
nacional e mundial, suas impli-
cações éticas, estéticas e políti-
cas. Este ano está sendo realiza-
do o mesmo percurso histórico,
mas dessa vez com o cinema
nacional. O grupo começou a
discutir os movimentos da séti-
ma arte brasileira, tais como:
cinema novo, cinema marginal,
cinema documental, etc., até
desembocar nas produções
contemporâneas.
Um exemplo desse intertexto
entre teoria/pesquisa e prática
de extensão, foi o minicurso
sobre o cinema de Cláudio Assis
– que ocorreu no mês de maio,
entre os dias 25 e 27. O mini-
curso foi conduzido pelo Prof.
Dr. Romero Venâncio, e pro-
movido pelo Cultura em Mo-
vimento. Romero é filósofo e
atua no departamento de
filosofia da UFS, o que garan-
tiu um curso bastante trans-
versal que, tendo como base a
produção cinematográfica do
diretor pernambucano Cláu-
dio Assis, especialmente o seu
filme “Febre do Rato”, traçou
interlocuções com diversos
campos: estética, política e
poesia.
Além de eleger o espaço uni-
versitário como local de inter-
venção, o grupo tem a inten-
ção de promover eventos ar-
tístico-culturais na própria
cidade. Existem reuniões
quinzenais para discussão
teórica e para o planejamento
dos eventos. Os eventos em
são realizados a cada dois
meses, aproximadamente.
Neles, são promovidos saraus
livres, apresentações musi-
cais, exposição de fotografias
e artes plásticas, exibição de
filmes, minicursos, palestras,
oficinas, e o que mais der na
telha. Um espaço livre e de-
mocrático, aberto também
para a participação da comu-
nidade local.
É levantando a bandeira de
levar arte e cultura para além
do ambiente acadêmico que o
grupo não apenas convida a
população para a universidade,
como também se infiltra pela
própria cidade de Palmeira dos
Índios. Prova disso foi sua dé-
cima edição, que aconteceu no
dia 13 de junho, na Casa Museu
Graciliano Ramos.
O X Cultura em Movimento
contou com a participação de
uma vasta equipe que deu visi-
bilidade a segmentos artísticos
plurais. O evento teve início
com o sarau de poesia, ganhan-
do forma através de variados
intérpretes, que encarnaram
textos autorais e/ou homena-
gens a poetas diversos. A exibi-
ção de curtas – Água Barrenta
(Thiago Penna, 2010); Zumbi-
fication (Ganapati Pictures,
2015); Surf Kaeté (Scoria Fil-
mes, 2015); e Exu: Além do
bem e do mal (Werner Sales
Bagetti, 2012) – aconteceu
paralelamente ao recital, para
que os presentes escolhessem,
e pudessem usufruir da mani-
festação artística que mais lhes
apetecesse. Passado o momen-
to poético-cinematográfico, a
banda Ametista deu início aos
shows da noite, trazendo um
repertório autoral inédito, que
teve ótima recepção e apoio do
público. Em seguida, a dupla
Som de Luar agraciou a todos
com sua primeira apresentação
pública; interpretando covers
da música popular brasileira de
maneira singular. Contrabalan-
ceando a suavidade acústica
que inebriou a noite, apresen-
“Ele [o Cultura em Movimento] surgiu de
uma inquietação coletiva acerca da falta de
espaços na Universidade para a reflexão e
produção no campo das artes”
CULTURA EM MOVIMENTO: Projeto com em ora a sua décim a edição com intervenções pela cidade
Os dados do Cultura em Movimento são resultado do levantamento da
nossa equipe, bem como da entrevista realizada com o Prof. Dr.
Mayk Nascimento; fotos: acervo do Projeto, Clariana Rodrigues.
ELTON SDL | HEMILE DANTAS
EDITOR | REVISORA
Palmeira dos Índios, junho de 2015 p7
taram-se as bandas Iron Fist,
de Palmeira dos Índios,
(tocando um bom e velho
heavy metal que contemplou
nomes como Black Sabbath e
Iron Maiden), e Oldscratch,
de Maceió – grupo de punk
rock feminista composto
exclusivamente por mulhe-
res. Foram
momentos de pura energia,
que encerraram a festa do
Cultura em Movimento e
encheram a casa do Mestre
Graça de vida. Além de todas
essas formas de expressão,
contamos com a presença do
artista plástico Manoel Alves
Neto, que coloriu o espaço
com suas obras, retratando o
cotidiano e o imaginário da
cultura regional.
O projeto tem dado certo.
Segundo Mayk Nascimento:
“Após algumas experiências
podemos observar que os
conteúdos trabalhados nos
eventos e debatidos nas dis-
cussões teóricas foram apro-
priados pelos estudantes e
atualmente temos um ambi-
ente acadêmico mais recepti-
vo às temáticas até então
tidas como marginais. Apesar
das dificuldades enfrentadas,
temos percebido que o proje-
to está ajudando a criar um
terreno fértil de onde come-
çam a germinar parcerias,
produções que irão sacudir a
cena cultural da região. As
principais dificuldades são
estruturais. Primeiramente é
preciso situar o contexto on-
de o projeto está inserido.
Estamos em uma unidade
acadêmica do Campus Arapi-
raca que sofre com os efeitos
da expansão e interiorização
das Instituições de Ensino
superior do Brasil. Estamos
em uma Unidade que ainda
não possui um restaurante e
uma residência universitária,
o que dificulta a formação de
um ambiente acadêmico di-
nâmico e de uma vida cultu-
ral ativa e intensa. Também
não possuímos uma estrutura
adequada para a realização
de atividades culturais, como
um auditório, um anfiteatro,
uma sala adequada para exi-
bição de filmes, etc. Além
disso, a falta de recursos e
equipamentos para o desen-
volvimento das atividades de
extensão prejudica a elabora-
ção de eventos de maior por-
te com a participação mais
intensa de artistas da região.”
Apesar disso, o Cultura em
Movimento chega a seu ter-
ceiro ano de atividades, con-
tando com a ajuda de alunos,
apoio financeiro institucional
e de patrocinadores diversos.
E é bom que continue, já que
a existência de um movimen-
to como esse nos pátios e nas
ruas é essencial.
Se o projeto é relevante? É o
próprio Mayk que o diz:
“Extremamente relevante. O
contato com o universo das
artes é profundamente enri-
quecedor para a trajetória
individual de um jovem uni-
versitário e de qualquer ser
humano. A arte consegue
provocar uma transformação
no nosso olhar e acredito que
quanto mais contato tivermos
com este universo (assistindo
filmes, recitando e aprecian-
do poesia, ouvindo música e
etc.) mais enriquecedor será
o nosso olhar sobre o mundo
e a experiência humana. Ver
com olhos livres, já dizia o
poeta Fernando Pessoa.”
Os dados do Cultura em Movimento são resultado do levantamento da
nossa equipe, bem como da entrevista realizada com o Prof. Dr.
Mayk Nascimento; fotos: acervo do Projeto, Clariana Rodrigues.
Palmeira dos Índios, junho de 2015
p8
SERVIÇO SOCIAL: Dia do Assistente Social tem com emoração nas cidade de Arapiraca e na capital, Maceió.
Em comemoração ao Dia do
Assistente Social (celebrado
em 15 de maio), o CRESS-AL
(Conselho Regional de Servi-
ço Social de Alagoas), reali-
zou a Semana do/a Assisten-
te Social de Alagoas – evento
este realizado entre os dias
13, 14 e 15 de maio de 2015,
nas cidades de Maceió e Ara-
piraca, transformando tal
comemoração no Mês de
Luta e Mobilizações em De-
fesa do Serviço Social e das
Políticas Públicas (campanha
ampliada em Alagoas).
Em Maceió o evento se deu
nos dias 13 e 15/05, no Ma-
ceió Atlantic Suítes (Antigo
Hotel Meliá, na Jatiúca) e em
Arapiraca o evento ocorreu
no dia 14/05, no Planetário
de Arapiraca (Lago da Peru-
caba). As Mesas de Abertura
contaram com a participação
de representantes do CRESS,
CFESS, SASEAL, ABEPSS e
ENESSO. Algumas ações
realizadas pelo CRESS 16ª
Região/AL foram apresenta-
das pela Conselheira Presi-
dente Analice Dantas Santos.
O evento, com um todo, pro-
curou debater sobre as difi-
culdades quanto ao enfrenta-
mento das problemáticas
advindas da execução do
projeto profissional do Servi-
ço Social nos dias de hoje;
sobre as atribuições e com-
petências profissionais, no
trato das Políticas Públicas; e
sobre a precarização da pro-
fissão, no quadro das atribui-
ções profissionais que são
reconfiguradas pela divisão
social do trabalho assalaria-
do, como consequência das
contradições inerentes ao
desenvolvimento econômico
do sistema capitalista. As
conferências e debates foram
realizados por representan-
tes da UERJ, UFAL, UFS,
UNESP e SASEAL.
Também contou com a expo-
sição de banners, que parti-
am de TCCs indicados pelas
Unidades de Formação Pro-
fissional e com exposições de
painéis que tratavam da rea-
lidade quanto a formação
profissional em Serviço Soci-
al no Estado de Alagoas e
sobre temáticas referentes à
tal formação (tais como: Tra-
balho e Política Social). O
evento também abrigou a
posse da nova gestão do SA-
SEAL e o lançamento da Re-
vista SASEAL.
Tal evento contou ainda com
a participação de profissio-
nais da área, professores e
alunos do curso de Serviço
Social das Unidades de For-
mação Profissional do Esta-
do de Alagoas.
Sua realização se deu pelo
CRESS-AL, SASEAL,
ABEPSS, Faculdade de Servi-
ço Social da UFAL/Maceió,
Faculdade de Serviço Social
da UFAL/Palmeira dos Ín-
dios e pela ENESSO. Como
apoio estavam o CFESS, SE-
ADES/AL e cursos de Serviço
Social da UNIT/Maceió, da
FRM/Maceió, do IESC/
Arapiraca e do CESMAC/
Maceió.
TAINÁ ROCHA
ESTUDANTE DO 5º PERÍODO DE
SERVIÇO SOCIAL E SECRETÁRIA DO
CA DO CURSO
FO
TO
: CR
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MOVIMENTO Palmeira dos Índios, junho de 2015
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Movimento Estudantil e ditadura: a força e importância do movimento estudantil
JADIEL DA SILVA
REPÓRTER
DANIELLE VANDERLEY REVISORA
Nesta matéria pretendemos
trazer à comunidade acadê-
mica uma breve explanação
da força e importância do
movimento estudantil brasi-
leiro, tendo como ponto de
partida a década de 1950
com o aumento das vagas
nas universidades brasilei-
ras.
A expansão do ensino superi-
or brasileiro foi responsável
pela consolidação do movi-
mento estudantil (ME), co-
mo um importante ator polí-
tico. O aumento das vagas
ofertadas pelas faculdades e
universidades resultou numa
comunidade estudantil que
chegara a 214mil em 1968.
A partir da década de 1960
aconteceu o Movimento pela
Reforma Universitária no
Brasil, que representou a
mais importante luta do ME.
Nessa reforma se apresenta-
va algumas propostas de
universidade, porém nos
limitaremos, por enquanto, à
proposição denominada radi-
cal de reforma universitária.
Essa proposta, representada
pela União Nacional dos Estu-
dantes (UNE) e pelo filósofo
Álvaro Vieira Pinto, tinha
como objetivo uma universi-
dade que propusesse soluções
na direção socialista.
O Ditadura Empresarial Mili-
tar instaurada em 1º de abril
de 1964, apoiado pelos Esta-
dos Unidos da América que
buscava o desenvolvimento
capitalista dependente ao
capitalismo norte americano e
necessitava assegurar o au-
mento da extração da mais
valia do assalariado em favor
da burguesia, viu a proposta
de uma universidade que pen-
sa soluções nacionalistas e
socialistas para a sociedade
como algo ameaçador e elegeu
a Luta Estudantil, encabeçada
pela UNE, como alvo.
Nessa conjuntura em que se
apresentavam as propostas
para uma nova universidade,
o governo Empresarial Militar
procurou apressar a Reforma
Universitária em um rumo
que fosse diferente ao que
pretendia o ME. Para isto,
adotou como medidas os
decretos 53, de 18/11/1966 e
252, de 28/02/1967, que
estabeleceram as diretrizes
para a reestruturação das
universidades brasileiras.
Apesar da proposta do movi-
mento estudantil, encabeça-
do pela UNE, ter sido predo-
minante nos debates por
uma nova Universidade, o
governo Empresarial Militar
atendeu aos interesses dos
grupos dominantes, levando
a universidade a atender as
necessidades do capital na
década de 1960, através da
lei 5540/68.
No auge da repressão militar,
as organizações estudantis
foram desarticuladas, inicial-
mente jogando a UNE à ile-
galidade e posteriormente
proibindo as organizações
estudantis dentro das univer-
sidades (UEEs e DCEs). Ape-
nas a partir da década de
1970 o movimento estudantil
começou a se reestruturar,
tendo seu ápice em 1977,
com a saída de milhares de
estudantes às ruas com rei-
vindicações pela defesa das
liberdades individuais, fim
das prisões e torturas e anis-
tia aos presos políticos. Essas
reivindicações se tornaram
um importante motor da
mobilização estudantil.
Apesar da derrota imposta
pelo governo Empresarial
Militar na Reforma Universi-
tária, e do ME ter sido abala-
do diversas outras vezes, não
se pode negar em nenhuma
circunstância a importância
que os movimentos estudan-
tis tiveram para o processo
de conscientização da juven-
tude e comunidade do perío-
do ditatorial Empresarial
Militar e para a redemocrati-
zação do país. Atualmente
também se faz necessária a
articulação de um movimen-
to estudantil de base forte
que busque pensar a Univer-
sidade e sua função social,
para que possamos assim
conhecer para onde devemos
seguir e lutar por nossos
objetivos de forma mais con-
tundente e eficaz.
Fonte: http://ditaduranuncamais.cnte.org.br/. Acesso em 16 de jun. 2015
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CONGRESSO ANEL: Estudantes da Unidade de Palm eira dos Índios levam representatividade ao congresso,
em Campinas—SP
Por experiência de vida,
sabemos muito bem que
“tudo o que é sólido des-
mancha no ar”. Por isso, as
mais diversas obras e cria-
ções humanas passam por
diversos processos de ma-
nutenção e conservação.
Isso não vale só para o que é
estritamente físico: os co-
nhecimentos também ne-
cessitam de reformulações
constantes para que não se
tornem obsoletos com os
desenvolvimentos da pró-
pria sociedade em que exis-
tem.
É dentro dessa ideia de
“finitude das coisas” que
tentamos entender os atuais
parâmetros educacionais do
Brasil, levando em conside-
ração as pautas discutidas
no 3º Congresso da Assem-
bleia Nacional dos Estudan-
tes – Livre (ANEL); assem-
bleia esta que nasce em opo-
sição a União Nacional dos
Estudantes (UNE), julgando
que, ao passo em que a UNE
decide se associar ao Gover-
no Federal e a partidos em-
poderados politicamente,
perde todo o seu cunho de
movimento estudantil. E
por quê? Porque os movi-
mentos sociais precisam ser
apartidários, livres das
amarras políticas que o atu-
al cenário econômico acaba
por lhes impor.
Os recentes cortes nos
“gastos” da União, planeja-
dos pelo empresário neoli-
beralista e Ministro da Fa-
zenda Joaquim Levy, e
aprovados pela Presidente
Dilma evidenciam que não
somos nós (estudantes, tra-
balhadores, mulheres, ne-
gros, LGBTT*s, etc.) o
“povo” desta democracia.
Ao primeiro sinal de crise
econômica, é tirado de nós
os serviços públicos mais
essenciais (saúde e educa-
ção) em benefício de bancos
e de outras multinacionais.
O plano de educação – da
básica a superior – começa
a ruir. É necessária a sua
manutenção e conservação.
Mas quando? Ao que pare-
ce, agora não. E talvez não
tão cedo.
É preciso parar o Brasil. É
preciso que a Greve Geral
seja deflagrada. O Estado
precisa ver que nós existi-
mos além do domingo em
Outubro. É preciso mostrar
que existe um “Gigante”
muito além do Gigante Pau-
lista de Junho. E acima de
tudo, é preciso entender:
greves não são férias.
NOTA SOBRE A PARTI-
CIPAÇÃO DE PALMEI-
RA DOS ÍNDIOS NO 3º
CONGRESSO NACIO-
NAL DA ANEL:
A estudante Hemile Dantas,
do 2º período, também elei-
ta delegada, não participou
do Congresso por razões de
(má) organização da Delega-
ção de Alagoas, centralizada
em Maceió. A interiorização
alagoana só contou com três
delegados: um de Palmeira e
dois de Penedo; enquanto 44
outros delegados estavam
divididos entre UFAL, IFAL e
UNCISAL. Todos de Maceió.
Fica aí um exemplo claro para
se questionar: o quanto a ca-
pital realmente se importa
com a interiorização, se até
mesmo o movimento estudan-
til, que busca ser inclusivo,
exclui os estudantes das pe-
quenas cidades?
Desta forma, apenas Giuliano
Ramos (4º período de Psico-
logia), também eleito delega-
do, representou a Unidade de
Palmeira dos Índios, apresen-
tando uma proposta de espe-
cificidade da luta do Movi-
mento Estudantil pela expan-
são e manutenção dos proces-
sos de interiorização da uni-
versidade pública.
GIULIANO RAMOS
EDITOR
HEMILE DANTAS
REVISORA
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lga
ção
AN
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VICTOR MATOS
EDITOR
ADELAIDE PACHECO REVISORA
Recentemente, a Câmara dos
Deputados aprovou o texto
do projeto de Lei referente à
Terceirização, o famoso PL
4330/04. Conforme as dis-
posições deste projeto de lei,
levantam-se questões que
dizem respeito às relações de
trabalho firmadas em contra-
tos terceirizados. Isso signifi-
ca dizer que as empresas, de
uma forma geral, podem
terceirizar seus serviços e
demandas, inclusive a ativi-
dade-fim.
O projeto de lei ainda está
em tramitação, contudo, se
for aprovado nas duas Casas
Legislativas, quais sejam,
Câmara dos Deputados e Se-
nado Federal e consequente-
mente sancionado pela Presi-
dente, isto poderá abrir prece-
dentes para uma terceirização
mais ampla no futuro. Feliz-
mente, o serviço público foi
excluído deste projeto, no
entanto este setor poderá ser
alcançado num momento
posterior trazendo ainda mais
precarização onde já se en-
contram fadadas às omissões
governamentais.
Todos os setores terceirizados
implicam uma perca impac-
tante dos encargos laborais,
uma vez que o serviço tercei-
rizado comporta um contrato
temporário de prestação de
serviços, o que o difere de um
contrato efetivo assim por se
dizer. A educação pública,
por sua vez, já se encontra
com enormes déficits e sem
professores efetivos nas Uni-
versidades, por exemplo.
Portanto isso seria ainda
mais devastador.
Sem dúvidas, o ano de 2015
trouxe uma onda de insatis-
fações por parte da popula-
ção. Os cortes financeiros na
educação já mostram efetiva-
mente o quanto essas
“reformas econômicas” do
governo estão refletindo no
cotidiano dos estudantes e
professores de todo o país.
Então nosso ordenamento
jurídico não deveria acompa-
nhar as demandas sociais?
Oferecer-nos segurança jurí-
dica? Na realidade, o que
vem sendo observado ulti-
mamente é que, ao invés
disso, há prevalência do
“dever ser” que muito se so-
bressai ao “ser”, o dever do
Estado.
A educação ainda não foi
afetada por essas propostas
que, à espreita, ameaçam o
serviço público, no entanto
não é algo que esteja definiti-
vamente resolvido. O foco
que se tem nesse sistema
capitalista é apenas o lucro,
e, sendo assim, os emprega-
dores estariam ganhando
sobre a exploração de um
trabalho que não tem muito
a oferecer a classe trabalha-
dora. A terceirização de to-
das as atividades não é evo-
lução, é retrocesso.
PL 4330/04: Um olhar sobre o projeto de lei que visa a terceirização do serviço público. F
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Palmeira dos Índios, junho de 2015
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Revolucionar e refletir:
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