20
PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 16 – nº 122 Distribuição Gratuita Nesta edição: A Instituição Família Qual o significado do Natal? Aborto: O Papel do Homem Abreviar a Vida de um Doente - Eutanásia Orgulho X Humildade, Egoísmo X Caridade Livros: Construção do Amor; Meditações Diárias José de Anchieta Primeira parte

José de Anchieta - espiritismoeluz · E para fortalecer a equipe que já havia iniciado a missão de recompor os habitantes da Terra, pela Companhia de Jesus, fundada por Inácio

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 16 – nº 122Distribuição Gratuita

Nesta edição:A Instituição FamíliaQual o significado do Natal?Aborto: O Papel do HomemAbreviar a Vida de um Doente - EutanásiaOrgulho X Humildade, Egoísmo X CaridadeLivros: Construção do Amor; Meditações Diárias

José de AnchietaPrimeira parte

2

Editorialeditorial

ÍNDICE

Publicação TrimestralDoutrinária-espírita

Ano 16 – nº 122Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas “Amor e Esperança”CNPJ: 03.880.975/0001-40

Inscrição Estadual: 146.209.029.115

Seareiro é uma publicação trimestral, destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e a manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua dos Marimbás, 220

Vila GuacuriSão Paulo – SP – Brasil

CEP: 04475-240Tel: (11) 2758-6345

E-mail: [email protected]: www.espiritismoeluz.org.br

Conselho EditorialCassiano Ribeiro Nogueira

Reinaldo GimenezRosangela Araújo NevesSilvana S.F.X. Gimenez

Vanda NovickasWilson Adolpho

RevisãoConselho Editorial

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433

Diagramação e ArteReinaldo Gimenez

Silvana S.F.X. Gimenez

Imagem da Capahttp://thedialog.org/wp-content/

uploads/2014/04/0403.Brazil.saint_.jpg

ImpressãoPauliceia Gráfica e Editora Ltda.

Rua Terceiro Sargento João Lopes, 138 – São Paulo – SP

(11) 2631-9308CNPJ: 05.497.861/0001-40

Tiragem9.000 exemplares

Distribuição Gratuita

Grandes Pioneiros: José de Anchieta - Primeira parte - p. 3

Trabalhos da Casa: Reconstrução Educativa - p. 10

Kardec em Estudo: Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou

simpáticos - p. 10

Tema Livre: Orgulho X Humildade, Egoísmo X Caridade - p. 12

Cantinho do Verso em Prosa: Painel do Natal - p. 13

Atualidade: Abreviar a Vida de um Doente - Eutanásia - p. 14

Aborto: O Papel do Homem - p 14

Clube do Livro: Meditações Diárias - p. 15

Contos: Qual o significado do Natal? - p. 16

Livro em Foco: Construção do Amor - p. 18

Canal Aberto: O Esplendor das Aves nos Céus e dos Lírios nos Campos... - p. 19

Família: A Instituição Família - p.19

A Doutrina Espírita foi fundamentada sobre três bases: religião, filosofia e ciência.

Allan Kardec desenvolveu a organização das obras básicas no século XIX, estabelecendo estes três direcionamentos, e ainda, deixa claro o espírito progressista que a doutrina deveria ter, ou seja, com o progresso e evolução da humanidade e com o surgimento de novas situações, a Doutrina Espírita deveria estar atenta e gerar discussões sobre todos os assuntos, achando o embasamento espiritual para tudo.

Foi assim com o surgimento da clonagem, com a fertilização “in vitro”, com as catástrofes naturais e tantas outras situações que o homem em séculos passados não se tinha sequer sonhado que poderia acontecer.

Em A Gênese já consta o aviso de que a Doutrina Espírita não se tornaria ultrapassada pois deveria acompanhar a Ciência, com a descoberta de novas situações, diga-se de passagem, todas naturais, sem a aura de sobrenaturais, somente até então não explicadas. (A Gênese, capítulo I, item 55)

Na atualidade, vemos um grande número de pesquisas científicas tendo por objeto de estudo os fenômenos espirituais, principalmente a mediunidade, com as psicografias, “cirurgias” e tratamentos através de médicos espirituais, etc.

Devemos acompanhar atentamente todos estes assuntos, discutir nos grupos de estudo, usar as ferramentas que hoje nos são proporcionadas com facilidade para trocar opiniões com companheiros de doutrina (principalmente a internet), mas, nunca devemos perder de vista que, qualquer progresso deve ser estudado e comparado com os ensinamentos de nosso Mestre Maior que é Jesus, que trouxe a principal mensagem que o nosso planeta, apesar de todo o progresso já efetuado, ainda está demorando a entender:

“Amarás a Deus sobre todas as coisas e a seu próximo como a ti mesmo.”

Equipe Seareiro

3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

José de Anchieta, nobre figura do Brasil Colônia!Missionário, junto a outros Espíritos reencarna sob a direção do Plano Espiritual, para

reacender entre os povos a fé em Deus.O orgulho, o egoísmo e a maldade traziam os povos cativos de governantes ávidos

pelo poder. As guerras faziam vítimas entre as nações, deixando as criaturas endureci-das em seus sentimentos.

A Espanha surgia detentora de lutas gigantescas entre os celtas e os iberos. Cada povo queria manter a qualquer custo as riquezas dessa terra. Porém, outros povos co-meçaram a se infiltrar nesse país já famoso pelas lutas sanguinolentas, como os fenícios, os gregos, os cartagineses, os romanos, sendo que estes últimos começaram a desistir e se afastaram por iniciarem a ouvir os cristãos que, embora às escondidas, falavam de fé e da presença de Deus. Com isso, outros chegavam, como os árabes sob o comando do Califado de Córdova, numa batalha que se intitulou de Guadalete, cuja duração foi de setenta anos, depois da era cristã. Entre estes, os mouros se colocavam entre os perseguidores do Cristianismo.

O século XV, com o comando do rei Fernando V de Aragão, começou a dar novos sinais de firmeza para os cristãos. Sob a sua égide o cristianismo tomava vulto. Diante desse procedimento, Fernando vem a conhecer a rainha Isabel I, de Castela, que após algum tempo casaram-se, fortalecendo a união entre os reinados de Aragão e Castela.

A união desses reinados deu mais confiança e coragem aos cristãos, que consegui-ram expulsar os mouros e os revoltados da península, fazendo voltar o povo espanhol às suas origens.

Os Espíritos missionários, já reencarnados, começavam a se fazer notar em vários lugares, como São Domingos de Gusmão, que ficou conhecido em todo o ocidente por divulgar o culto do Rosário à Virgem.

São Domingos dava exemplos aos seguidores do Rosário à Virgem Santíssima, con-clamando-os a exaltar a fé através da oração da Ave Maria.

Por algum tempo, perdido pelas perturbações terrenas, o povo havia se afastado da Mãe Santíssima. São Domingos visitava os lares tristes, principalmente, os lares enluta-dos pelos males das guerras. Com o Rosário da Virgem e pela sua autêntica devoção, São Domingos ficou conhecido como o Santo São Domingos de Gusmão, porque conse-guia com sua alegria em Jesus devolver aos sofredores a vontade de viver.

Outro missionário dessa época foi São Pascoal Bayão. Ele ardorosamente lutou para que o clero sentisse a necessidade de criar o movimento dos Congressos Eucarísticos. Com essa ideia partiu ele por todas as nações e, após grandes esforços, conseguiu reunir muitos adeptos a essa causa e os povos foram alertados à vigília constante em orações, para favorecer, junto a Jesus, a redenção e a salvação do mundo.

São Francisco Xavier, conhecido como o apóstolo das Índias, reencarna como cris-tão fiel aos princípios de Jesus. O budismo criava confusões pelos caminhos da Índia e muitos rituais e meditações sem efeito positivo entre os povos. Percorreu várias regiões como Goa, Málaca, procurando acender a luz nos corações ausentes de fé. Dedicou sua vida divulgando e esclarecendo aqueles que vagavam sem rumo a irem ao encontro de Deus.

Santo Inácio de Loióla fora instruído, pelo Plano Espiritual Superior, a reencarnar na Terra junto aos Espíritos idealizadores e promissores jesuítas. Caberia a ele ser o fun-dador da Companhia de Jesus. Porém, reencarnando numa família nobre, não deixou de ser também nobre em seus sentimentos. Levado pelos familiares, foi soldado em sua mocidade, mas, em consequência das lutas dos franceses, num cerco às regiões de Pamplona foi ferido e, diante dos graves problemas físicos, que conseguira superar, dei-xou o militarismo, despertando suas tendências de se tornar um missionário do Senhor. Partindo desse princípio ele chega a Montmartre e com a ajuda de outros missionários, como os já citados, galhardamente, funda a Companhia de Jesus.

Munidos pela força e coragem, esses missionários levavam para todo o mundo a Cruz e o Evangelho, atendendo aos desesperados, ensinando-os a enfrentar o perigo e as catástrofes, com o auxílio de Deus Todo Poderoso.

O Brasil, por essa época, mostrava ao mundo a sua paisagem pelo verde das flores-tas, o clima saudável, seus rios e seus mares.

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

José de Anchieta Primeira parte

Inácio de Loióla

Domingos de Gusmão

Francisco Xavier

Pascoal Bayão

Fernando V de Aragão

As nações mais poderosas que começa-ram a ter notícias das terras brasileiras fo-ram despertadas por tudo o que havia de bom nesse país, principalmente, a madeira refletida nos imensos troncos daquelas ár-vores que, com o passar dos anos, seriam conhecidas como pau-brasil.

Quais seriam os habitantes dessas ter-ras? Eram selvagens rudes, comedores de carne humana e beberrões, pois faziam suas bebidas produzidas pelas frutas áci-das, principalmente o vinho tirado do caju e de entorpecentes provindos de ervas cha-madas santas, pelo prazer deixado em suas euforias, com danças e atos exteriores, que se misturavam com o fumo, também tirados das ervas como o tal de petígma, a erva santa.

Andavam nus, cobrindo o corpo com tintas retiradas dos frutos que encontravam pelas matas. Faziam rituais com danças, que eram diferenciados pelo clima de guerra ou de festejos próprios de cada tribo.

Cantavam imitando pássaros, batendo os pés no chão, balançando o corpo e a cabeça, conforme as batidas dos instrumentos que eles mesmos faziam das cascas do coco, das palmeiras, etc. Caçavam com arco e flecha, também armas como facões, sendo a flecha o principal instrumento, tanto para matar as aves e outros bichos da mata, como aqueles que se atrevessem a desrespeitá-los ou outros sel-vagens que surgissem entre as diferentes tribos. Tudo era motivo de guerras entre eles.

Os indígenas, que eram habitantes das terras brasilei-ras, foram classificados pelos historiadores pela seguinte ordem: Os tapuias ocupavam do Amazonas ao Jaguaribe; os potiguaras, do Jaguaribe às costas da Parnaíba; os ca-etés, da Paraíba ao Rio São Francisco; os tupinambás, do Rio São Francisco ao sul da Bahia de Todos os Santos; os tupiniquins ocupavam as margens do Rio Camamú até o Rio Cricaré. Outras tribos encontradas, como os prapanás e aimorés, situavam-se no sul da Bahia e Ilhéus até Porto Seguro. Os goitacazes viviam nas margens do Rio Reritiba, no Espírito Santo; os tamoios, entre o Cabo de São Tomé e Angra dos Reis; os goianazes espalhavam-se até Cananéia e os carijós, eram encontrados na Lagoa dos Patos, tam-bém em Cananéia, até o Rio da Prata. Isto não é classifica-do como certo, mas, é para se ter uma ideia das tribos que povoavam o Brasil, por essa era do chamado Brasil Colo-nial. Com o descobrimento dessas terras, por Pedro Álvares Cabral, em 1500, veio o Brasil a ficar conhecido como Pira-tininga, nome esse dado pelos seus primeiros habitantes, os indígenas.

A Providência Divina continuava a fazer contatos com os Espíritos Superiores, para que o Brasil pudesse crescer com a humanização do seu povo. E para fortalecer a equipe que já havia iniciado a missão de recompor os habitantes da Terra, pela Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loiola, reencarna em terras estrangeiras aquele que seria o grande catequista dos indígenas e que viria como emissá-rio de Jesus no Brasil, José de Anchieta. Foi no dia 19 de março de 1534, dia da festa de São José, em São Cristovão da Laguna, capital da Ilha de Tenerife, do arquipélago de-nominado das Fortunadas, hoje conhecido como Ilha das Canárias, que José de Anchieta nasceu.

O pai de José de Anchieta era de origem biscaia e a mãe, nascida na então Ilha da Grã Canária. Como os pais eram profundamente dedicados à religião católica, o batismo era o primeiro passo a ser dado na recém vida do bebê, portan-to, no dia 7 de abril de 1534, na igreja paroquial de Nossa Senhora dos Remédios, José de Anchieta era confirmado pelo batismo, recebendo o nome do patrono da cidade onde

nascera.Foi sua infância muito feliz e cheia de

fartura material. Quando terminou o pri-meiro estágio da escola, foi mandado junto com um de seus irmãos a estudar na Uni-versidade de Coimbra.

A inteligência de José de Anchieta era notada nas escolas dos padres da Compa-nhia de Jesus devido à facilidade com que compunha versos e pela absorção com-pleta nas matérias gerais. Como católico, tinha admiração por Nossa Senhora, che-gando a dedicar-lhe versos, chamando a atenção dos mestres e colegas de classe que o apelidaram de canário.

Ao completar o curso de filosofia, José de Anchieta mostrava-se muito debilitado. Os professores da Companhia de Jesus estavam muito preocupados com seu abatimento físico, mas, ele não se deixava abater e re-agia continuando a oferecer sua vida a Jesus. Tanto, que ao completar dezoito anos, no dia 1º de maio de 1551, iniciou o noviciado na Companhia de Jesus. Seu propósito era se tornar um dos missionários que se arriscavam a trabalhar na Ásia, África ou na América, isto, porque José de Anchieta sentia algo em seu interior que o impelia para uma atua-ção mais junto aos seres que talvez estivessem afastados de Deus. Seu afastamento da Universidade de Coimbra foi muito lamentada pelos professores, mas, seu ingresso na Companhia de Jesus, como noviço, trouxe mais vigor ao físico de José e alegria ao seu semblante.

Os trabalhos materiais, os estudos e os exercícios que compunham as disciplinas do noviciado deixavam-no esgo-tado, mas, quando ele se recolhia em preces, seu coração unia-se a Jesus e tudo o que pertencia à matéria, ficava esquecido.

A alegria de José era poder prestar sua ajuda nas missas que eram rezadas de seis a sete horas por dia. Ele fazia questão de levar as pessoas deficientes até o altar e orar com elas, pedindo as bênçãos do Pai.

Com o passar dos anos, José de Anchieta veio a sofrer de dores agudas na coluna vertebral. Consultado pelo médi-co do noviciado, foi constatada uma astenia muscular, quer dizer, uma fraqueza nos ossos. Os padres da Companhia, porém, achavam que talvez esse acontecimento fosse fruto de uma queda que ele sofrera, quando uma escada de ma-deira caíra sobre seus rins, o que resultou numa deforma-ção em sua coluna. Mas, pela visão médica, era realmente a doença muscular que o deixara inválido por dois anos.

O estado de saúde de Anchieta preocupava o provincial de Portugal, padre Simão Rodrigues de Azevedo, e os jesu-ítas em geral. Todos oravam para que houvesse um meio de ajudar ao companheiro tão querido, diante da imensa tristeza em seu semblante por achar-se inútil e impedido de

Pedro Álvares Cabral

São Cristovão da Laguna, 1880 - Tenerife

4

5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

movimentar-se. Mas a espiritualidade es-tava alerta.

Certa feita o provincial padre Simão estava à procura de uns documentos do mosteiro, quando ele encontra, entre a papelada, uma carta do padre Manoel da Nóbrega. Preocupado com Anchieta, ele havia esquecido da importante missiva em que Nóbrega contava da beleza das terras brasileiras, do clima pelo aroma das matas, pelas fontes cristalinas e os saborosos frutos das árvores frondosas, num quadro magnífico onde a presença de Deus era profundamente sentida. Esse trecho chama-lhe a atenção. Não seria esse local apropriado para que Anchieta viesse a se recuperar? Lembrou-se que o padre Manoel da Nóbrega visitara o Bra-sil, levando os primeiros jesuítas para ter contato com os índios dessa nova terra descoberta por Pedro Álvares Cabral. E veio em sua mente que entre esses je-suítas estava um primo de Anchieta, o padre Aspicuelta Na-varro, que acompanhara Nóbrega, aceitando esse trabalho por já ter conhecimento da língua euskara. Essa língua faci-litava a comunicação com os aborígenes. Com a carta entre as mãos, após essas reflexões, pediu que Anchieta fosse conduzido a sua presença. Os padres Antonio Pires e Vi-cente Rodrigues, de imediato buscaram Anchieta, que como sempre, estava em oração. Com todo cuidado, os padres o carregaram numa cadeira improvisada até o provincial, que ao vê-lo o abraça com todo carinho. Após esse cumprimen-to, o providencial falou serenamente com Anchieta:

— Filho José, tenho cá em mãos uma linda carta do pa-dre Manoel da Nóbrega, grande empreendedor da Compa-nhia dos Jesuítas, do qual já ouviste falar. Pois bem, ele descreve o Brasil como terra saudável e muito propícia em seus valores nutritivos e benéfico em águas cristalinas. Sa-bes que estamos providenciando uma equipe de jesuítas que logo mais estará partindo para essa terra. Gostaria que fosses incluído a eles. Queres?

— Não penses que estou a rejeitá-lo por teu estado. Ao contrário, quero ver-te bem, como todos teus companhei-ros deste mosteiro. Porém, tu saberás decidir-te. Se queres poderás ler a carta do padre Nóbrega. É bela e condizente com as descrições das demais enviadas pelos jesuítas que lá estão.

Anchieta, de posse da extensa missiva de Nóbrega, após lê-la, sob o olhar tranquilo do provincial, falou reticente:

— Agradeço-te o carinho e peço-te per-dão pelas preocupações que te causei. Creio que tomarei este aconselhamento como o leme certo para o meu destino futuro. Irei ter com estes filhos de outras terras e procurarei ser útil sob as bênçãos do Senhor. Assim feito, no dia 08 de maio de 1553, partiu Anchieta de Lisboa para o Brasil em companhia dos religiosos que eram os padres: Luís da Grã, ex-reitor do Colégio de Coimbra, Brás Lourenço, Am-brosio Pires e os irmãos, João Gonçal-ves, Antonio Blasques e Gregório Serrão. Foram eles acompanhados por D. Duarte da Costa, segundo Governador do Brasil.

Durante a viagem, o missionário José de Anchieta admirava a paisagem das ondas, onde ele orava agradecendo a Deus pelas novas oportunidades que com a fé ardente de seu coração, coloca-

va-se a serviço do Senhor. Faria todos os esforços para saber levar as palavras de

Jesus àqueles que foram os primeiros habitantes das terras de Piratininga, nome dado pelos selvagens antes do país ter o nome de Brasil.

Anchieta, mesmo antes de pisar no solo brasileiro, duran-te o percurso da viagem, falava aos navegantes no convés do navio. Ensinava-os a orar para que o mar continuasse calmo e nunca viessem a perder a fé em Deus. Todos ou-viam assombrados por vê-lo tão frágil, mas tão forte no fa-lar. Com o passar dos dias seu rosto pálido começava a ter novas cores. E ao desembarcar na Bahia, no dia 13 de julho de 1553, seu semblante era outro. Para todos os jesuítas que o acompanharam na viagem, parecia-lhes que Anchieta rejuvenescera.

Os primeiros missionários que estavam junto a Manoel da Nóbrega já haviam fundado a Casa Companhia dos Je-suítas, em São Vicente, onde também estavam os padres Leonardo Nunes e Diogo Jácome. Em Pernambuco estava à frente da catequese o padre Antônio Pires. Com a direção do padre Manoel da Nóbrega, outras Casas da Companhia dos Jesuítas foram aparecendo. O padre Aspicuelta de Na-varro, primo de José de Anchieta, estava à frente da Casa dos Jesuítas em Porto Seguro e Afonso Braz, no Espírito Santo.

José de Anchieta, já revigorado junto dos que vieram da Europa, de imediato realizou a obra de transformar uma an-tiga casa abandonada em Colégio, com várias classes, onde ele pregava a ideia da religiosidade com muita dificuldade,

Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas!

Informe-se através:[email protected] ou [email protected] – www.espiritismoeluz.org.br (11) 2758-6345 – Rua dos Marimbás, 220 – Vila Guacuri – São Paulo – SP – Brasil – CEP 04475-240

Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

Fique sócio(a) do Clube do Livro e receba mensalmente um livro espírita. O livro é criteriosamente escolhido, sendo sempre uma obra fiel aos ensinamentos espírita-cristãos, à codificação de Kardec e ao nosso Mestre Jesus.

Não há taxa de inscrição e você pode se desligar do Clube a qualquer momento e sem custo, mediante comunicado ao Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, com 30 dias de antecedência. Não há despesa nenhuma de envio pelo correio, e o boleto pode ser pago em qualquer banco ou casa lotérica até o vencimento. O livro é enviado em torno do dia 22 de cada mês e o pagamento do boleto é no dia 20 do mês seguinte.

Caso se interesse em se associar e/ou queira presentear alguém todo mês com uma obra, são necessários o preenchimento de todos os campos do formulário que poderá ser obtido no site www.espiritismoeluz.org.br e o envio para o nosso e-mail ou endereço abaixo. Você pode ainda preenchê-lo diretamente em nosso site.

Manoel da Nóbrega

pois, as tribos desconfiadas sentiam a invasão dos brancos em suas terras. Mas, pelas vestes dos padres, procuravam entender o que se passava.

José de Anchieta ficou pouco tempo na Bahia, porque Manoel da Nóbrega enviou o padre Leonardo Nunes para buscar Anchieta, a fim de que juntos realizassem a obra do Senhor, com relação à catequese dos índios. Para fluir mais rápido, Nóbrega tinha por intuição que ele e José de Anchie-ta deveriam caminhar juntos.

Eram duas embarcações que levariam os padres jesu-ítas até Nóbrega. Ao todo, eram quatro religiosos. Porém, quando a embarcação alcançou Abrolhos, uma terrível tem-pestade quase os levou à morte. Os ventos rasgaram as velas, os mastros partiram-se e o pior quase acontece com Anchieta, mas os padres mais fortalecidos conseguiram segurá-lo. Passada a tormenta, com a sobra de madeiras das embarcações, improvisaram remos onde puderam se apoiar e conseguiram com muita dificuldade alcançar o li-toral, chegando ao Espírito Santo. Oravam muito, pois as tribos dessas regiões eram ameaçadoras, porque ainda não confiavam nesse povo desconhecido. Depois de tanto tu-multo chegaram à praia de Caravelas. Estavam cansados e famintos, mas, agradecidos a Deus por estarem vivos. Após breve descanso e de se alimentarem de frutos silves-tres, seguiram com os destroços dos barcos, em péssimo estado, para São Vicente. E exatamente no dia 24 de de-zembro de 1553 chegaram e foram recebidos com muita alegria pelos jesuítas, principalmente, pelo padre Manoel da Nóbrega que, reconhecendo a singela figura de José de Anchieta, o aperta em seus braços como se reencontrasse seu dileto discípulo e por estar sempre pronto às tarefas do Senhor. Por essa época o padre Manoel da Nóbrega era o vice-provincial subordinado ao provincial de Portugal. Após a chegada dos jesuítas e sentindo a afinidade existente en-tre ele e Anchieta, o padre Nóbrega desenvolveu com mais ênfase o trabalho junto aos indígenas. Assim, Portugal ou-torgou a ele o título de provincial para dirigir com proprieda-de o destino da catequese. Juntos fundaram o Colégio de Piratininga para que essas criaturas aborígenes pudessem encontrar nova luz em suas vidas, através da conversão e da educação.

José de Anchieta e o padre Manoel da Nóbrega trabalha-vam intensamente e procuravam cada vez mais conhecer a todos e a tudo que trouxesse a eles campo, para continuar o desenvolvimento dos nativos em várias regiões. E numa ocasião, quando o padre Manoel da Nóbrega remexia a ga-veta de um antigo móvel, vem a encontrar uma carta escrita pelo padre Serafim Leite, na qual ele contava que na aldeia da Borda do Campo vivia um homem branco, chamado João Ramalho, que era casado ou vivia com uma índia. Com ela teve muitos filhos. “Acreditamos”, narrava o missivista, “que João Ramalho fosse o primeiro homem branco a vir habitar estas paragens. Ele também é de origem portuguesa, viven-do aqui bem antes da chegada de Martim Afonso”.

Esses apontamentos, descritos pelo padre Serafim Leite, deram a Nóbrega e a Anchieta o início de novos progressos para essas regiões, porque João Ramalho liderava o comér-

cio vindo pelos navios que traziam objetos e quinquilharias que atraíam os índios. Orientados pelos jesuítas, Nóbrega e Anchieta souberam cativar a amizade de João Ramalho, e muitas trocas de produtos artesanais, que eram fabrica-dos pelos índios, principalmente pelas mulheres, como ins-trumentos musicais e ornamentos para o corpo, eram per-mutados por comidas ou algo de mais importância para as regiões. Desse modo, os padres, a cada dia, em grandes caminhadas, conseguiram chegar até o sul de Cananeia e ali vieram a conhecer o famoso Caramuru entre os índios, porque diziam estes que ele era o nativo mais poderoso, por saber lidar com arma de fogo. Procurando a origem des-se fato, Nóbrega e Anchieta descobriram, por narrativas de João Ramalho, que Caramuru, soubera trocar objetos como o arco e a flecha por arma de fogo, isto é, espingardas e que suas caças eram mortas com essa arma e, produzindo estampido e fumaça, ficou Caramuru conhecido como o ho-mem do fogo e do trovão. Ele conseguira essa troca pelos navios que ali em Cananeia aportavam.

A permuta entre eles e os índios também os fazia conhe-cer línguas e costumes. Ficaram sabendo que o nome de Piratininga, na linguagem nativa, queria dizer peixe seco. Os índios pescavam muitos peixes para se alimentar e para não estragar e servir por muitos dias, sem que eles ficassem só na pesca todos os dias, deixavam os peixes ao sol para secar.

Quando as tribos tinham seus povos doentes, principal-mente os velhos e as crianças, ou no momento das índias darem a luz aos seus rebentos, não tinha um lugar para serem cuidados pelos pajés, que eram os curandeiros das tribos.

Nóbrega e Anchieta desenvolveram uma forma de ensi-narem os jovens a construir um galpão, onde muitos catres fossem também construídos, servindo de cama e amparo para os doentes poderem receber assistência. Assim, foi construída uma sede que ficou conhecida e espalhada por outras regiões; cozinhas e refeitórios foram anexados para dar mais conforto a quem precisasse dessa espécie de hos-pital. Os jovens aprenderam a fabricar o material dessas construções com torrão de terra, palha seca das flores e folhas das árvores e palmeiras misturados com a água dos rios e amassados com os pés e as mãos dos nativos. As casinhas e as escolas passaram a ser construídas para mui-tos dos índios que estavam aprendendo a ler e a escrever. Achavam mais fácil estar perto da escola do que ficarem nas ocas que, muitas vezes, ficavam distantes do trabalho que os jesuítas desenvolviam.

Anchieta, com o passar dos anos, conseguiu formar um grupo teatral e um belo coral que se apresentavam em fes-tividades, como no final do ano letivo e nas missas, que se realizavam sempre, principalmente, quando havia alguma morte. Anchieta, aos poucos, ensinava-os a orar, ajoelha-dos, sem gritos e sem armas, substituindo os rituais de guerra ou provocações a outras tribos. Mas isto tudo foi mo-tivo de muitas ameaças e desconfianças dos indígenas para com os jesuítas. Eles sofreram muitos ataques físicos por diversas tribos guerreiras. Outro fato difícil para os jesuítas

6

7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

era com respeito aos alucinógenos que os índios usavam, tirados das ervas. Eles perdiam o raciocínio e, levados pe-los prazeres ilusórios produzidos pelos tóxicos, partiam para os exageros. Por vezes guerras e muitas mortes, estupros e outras cenas deploráveis com provocações entre tribos contrárias ao desenvolvimento físico. Anchieta, após os de-sequilíbrios passados, procurava adverti-los quanto aos ma-les feitos que deixavam marcas tristes entre eles. Anchie-ta passou a exigir mais trabalho para que tivessem outras preocupações, não só caças e rituais efêmeros, mas sim, a utilizarem o tempo em construir mais habitações.

Com dificuldades pelos caminhos íngremes, Anchieta caminhava léguas, abrindo corredores entre a mata para chegar aos vilarejos, onde outras tribos viviam sem parti-cipar da troca de favores, bem como da troca de utensílios de cozinha, feitos de barro, instrumentos manuais que An-chieta ensinava-os para servir de acompanhamento musical nas aulas de teatro e canto, enfim, tudo que pudesse ser feito para educá-los, desenvolvendo-os em todas as áreas evolutivas. Anchieta e Nóbrega não sentiam fadigas porque eles sabiam da importância do exemplo contínuo, sempre mostrando a cada triboo verdadeiro amorde Deus. Por to-das as tribos a palavra de Deus permanecia no coração dos indígenas. Anchieta orava pelos doentes e os ensinava a fazerem o mesmo.

Muitos indígenas observavam em silêncio a atitude dos padres com relação aos doentes. Quando previam que os pajés não conseguiam reter a enfermidade dos nativos, corriam para que Anchieta viesse a orar por eles. O nobre pacificador colocava as mãos sobre o enfermo e orava em voz alta para que os parentes ouvissem a prece dirigida a Deus. Quando o doente se recuperava mostrando sinais de melhoras, erguiam as mãos e diziam que o padre Anchie-ta era o santo milagroso, mas ele, com toda serenidade, procurava alertá-los de que se o doente conseguisse sarar, era por permissão do Pai Criador de todo o Universo e por merecimento do doente ter outra oportunidade de viver. Só que para isso era preciso continuar a espalhar a paz e a união entre as tribos. Todos ouviam atentos porque as tri-bos, sob os comandos dos índios Tibiriçá e Caiubi, viviam se guerreando e eram contínuas as provocações. Durante tempos as mortes distribuídas pelas aldeias trouxeram uma peste que levou uma boa parte desses povos à morte. Nó-brega e Anchieta aproveitaram a ocasião e demonstraram o mal das provocações em roubando e fazendo arruaças com crianças, velhos e estupros às mulheres. Era preciso ver que Deus estava muito triste com a falta de amor e respeito entre eles. Precisavam sentir que a doença nos corpos era o chamado de Deus para sanar as feridas abertas que os

levava à morte e que era a consequência das guerras, que se tornavam inúteis pelas perdas entre as tribos, por falta de união. Persistente na pregação, Anchieta conseguiu apa-ziguar os ânimos dos que se salvaram da peste. Para que apreciassem o bem, quando há vontade no ser humano de mudar, Anchieta pediu para que viessem de São Vicente os jovens índios alfabetizados, para a festa que seria o marco de paz entre as tribos guerreiras. Mostraram esses jovens o cântico e a peça teatral dirigida por Anchieta, os quais mos-travam Jesus amparando os doentes e perturbados.

Todos que assistiram se emocionaram e nova luz acen-deu em seus corações

Mas havia a ferocidade das tribos tupi, que não aceita-vam a paz.

José de Anchieta, diante de tantas maldades e flagela-ções, ajoelhou-se e pediu em terna oração que Deus viesse em socorro daquele povo, ainda desprovido de fé. Repen-tinamente, um clarão rasga o céu e Anchieta ouve a voz do Senhor:

— Filho, chame a todos para seguirem em procissão, orando e cantando os versos que tu ensinaste às crianças, rogando à Mãe Santíssima a piedade de Deus aos pecado-res.

Anchieta, sob forte emoção, levanta-se e chama a todas as tribos que se reunissem para a grande procissão, que ele determinouer a luta do bem contra o mal. Apesar das dificul-dades, Anchieta orava seu cântico a Maria de Nazaré e aos poucos a multidão de homens e crianças foi crescendo e até os doentes se juntaram a eles.

Após esse ato, a epidemia e os recursos precários dos jesuítas foram sanados. Mas, as tribos guerreiras não que-riam a paz e incitavam os indígenas já catequizados a lutas mortíferas. E diante dos horrendos ataques, uma indígena, seguidora da fé cristã, gritou em meio ao conflito:

— Que fazem vocês dos ensinamentos que o padre José de Anchieta demonstrou e, há poucos dias atrás, nos sarou da epidemia que tomou conta das tribos e levou embora nossos parentes? Por que ao invés dos tacapes, não le-vantam as mãos para benzerem-se com o sinal da cruz? O silêncio se fez entre espanto e respeito pela coragem da-quela jovem nativa. Juntos, José de Anchieta e Nóbrega, viram a moça envolta em fluidos que se espargiam sobre os índios, acalmando-os em suas ferocidades. Aproveitan-do o momento, os jesuítas oravam agradecendo a Deus. Suas vozes se alteravam e foram acompanhados por todos que baixaram as armas e em se recompondo, ajoelhados, imitando os gestos dos padres, compenetraram-se nas ora-ções, seguindo-os nas palavras do Pai Nosso.

Anchieta e Nóbrega trabalhavam intensamente junto às tribos guerreiras. Era preciso fazê-los perder o hábito de comer a carne daqueles que morriam em combate. Era co-mum, após essa violência, acenderem fogueiras para as-sar as carnes, com rituais de danças em comemoração à vitória. Anchieta e Nóbrega, não aceitando esse processo, foram quase vítimas desse ato após soltarem um prisioneiro que estava sendo levado para servir de comida à tribo ven-cedora, depois da briga entre os guaianases. Muitas vezes, os indígenas realizavam esses atos como afronta aos jesu-ítas, porque muitos dos nativos os achavam invasores de suas terras. Mas, José de Anchieta era inabalável em sua fé e, ao lado de Manoel da Nóbrega, conseguia apaziguar os ânimos. Muitos, arrependidos, pediam as bênçãos da paz, vencidos pela serenidade e a brandura naquelas vozes que se misturavam com os Espíritos Superiores, em preces ar-dentes a Jesus. Eram as energias manipuladas para cessar os instintos primitivos dos primeiros habitantes desta pro-missora escola terrena.

Anchieta e Nóbrega se preocupavam muito com o po-der dos habitantes mais velhos, esparramados por todas

8

as regiões dessa imensa nação Como, por exemplo, a aldeia de Santo André da Borda do Campo fora formada pelos descenden-tes de João Ramalho, que eram conheci-dos como mamelucos, por serem filhos de índios com brancos. Muitos dos índios e negros eram mantidos em cativeiros pelos mamelucos, que os incentivavam a guerrear contra os jesuítas, porque estes os faziam ser fracos através das pregações e rezas que os deixavam ao abandono das forças de grandes guerreiros.

Por essa época, os invasores franceses estavam aquartelados numa ilha da baía da Guanabara, comandados por Nicolau Ville-gaignon. Sabedores das investidas dos ma-melucos contra os jesuítas, Villegaignon aproximou-se das tribos dos tamoios, que lutavam para ter as terras de São Vicente e, estabelecido um plano de ação, começaram as ameaças contra os habitantes de São Vicente, que lutavam tanto na terra, como no mar, onde poderosas expedições se formavam para os ataques.

O rei de Portugal, D. João III, foi avisado de todo esse acontecimento.

Com a descoberta do Brasil, em 1500, fora designado como Governador Geral do Brasil, Mm de Sá, que sabendo dos fatos, chegou à Bahia em 1558, com uma esquadra de dois navios e várias embarcações.

Manoel da Nóbrega, avisado pelos jesuítas que se reve-zavam entre as oportunidades de viagens com o auxílio da Companhia de Loyola, esperou o desembarque do governa-dor na Guanabara. Sentindo a força dos franceses aliados aos mamelucos e aos tamoios, Mm de Sá pediu a Nóbrega, reforço com mais canoas e mais gente habituadaaos costu-mes da região. Nóbrega e Anchieta providenciaram de ime-diato os reforços necessários e a fortaleza dos franceses foi arrasada. A grande vitória foi muito comemorada por todas as regiões. As tribos aliadas às ordens dos jesuítas canta-ram e festejaram de acordo com seus costumes.

Passado a mais esse período aflitivo, José de Anchieta mostrava-se saudoso das tarefas que ele administra-va na região de Piratinin-ga. Por isso, despediu-se do governador e do padre Manoel da Nóbrega, que ficariam em São Vicente. José de Anchieta procu-ra um caminho mais fácil para chegar ao planalto e conseguiu abrir trilhas en-tre a mata fechada com o auxílio dos nativos, que deram o nome do caminho aberto por Anchieta, de Ca-minho do Padre José, que ficou sendo conhecido até a posteridade. Diziam os mais recentes que por ali passavam, ser uma obra muito avançada pelas con-dições da época, em tudo tão precária.

O retorno de Anchieta à Vila Piratininga foi fes-tejada pelos indígenas. As crianças corriam para abraçá-lo e os jovens an-siavam para retornarem

ao aprendizado e aos esclarecimentos da religião, em busca da paz. Todos estavam saudosos das preces e do carinho que An-chieta irradiava, porque havia algo de es-pecial em seu olhar. Aliás, tudo no padre José de Anchieta era diferente. Certa feita, quando estavam construindo a estrada de São Vicente para a Vila Piratininga, uma forte tempestade desabou sobre a região obrigando os trabalhadores a procurarem um abrigo. Passada a tempestade encon-traram o padre José recolhido a um canto da mata em oração, porém, o espanto dos trabalhadores era que o padre Anchieta le-vitava. Seus pés estavam no ar e seu sem-blante irradiava intensa luz!

Como explicar àqueles homens rudes e de rostos mar-cados pelos sofrimentos de tantas lutas esse fato? Aos que mantinham a fé e os ensinamentos que Anchieta passava, em ter Deus nos corações, acreditavam ser milagre e ajoe-lharam-se diante do padre e bradavam em altas vozes que o padre José de Anchieta era um santo enviado por Jesus, para ajudá-los na salvação de suas vidas. Muitos foram os fatos que evidenciavam o espírito elevado do padre José de Anchieta.

Atendendo a um pedido do padre Manoel da Nóbrega, Anchieta escreveu uma peça a ser encenada com os jovens indígenas, com o título de Pregação Universal. Essa peça trazia ensinamentos que serviam tanto aos índios, como para os portugueses que já se misturavam entre as aldeias. No dia da representação da peça, o átrio da igreja de São Vicente estava repleta dos moradores locais e adjacências quando uma grande nuvem negra começou a trazer ventos fortes, anunciando um temporal prestes a desabar no local. Todos os assistentes apavorados procuravam abrigos, mas, o padre Anchieta, saindo por de trás do palco, improvisado, gritou:

— Calma meus filhos, nada vai acontecer, o temporal só cairá quando o último ato da peça se fizer acontecer. Te-nham fé.

A peça teve duração de três horas. Todos se emo-cionaram a cada palavra dos atores que se entre-garam em seus papéis. E só depois de serem aplau-didos é que a chuva desa-bou, mas o povo já havia se dispersado. Mais uma vez, Anchieta foi designa-do como o Santo de todas as horas, dos aflitos e dos alucinados.

Anchieta sentia-se en-fraquecido. Seu físico demonstrava a cada dia, maiores dificuldades para suas atividades cotidia-nas.

O nobre espírito de José de Anchieta precisava se recompor. Foram tantas as lutas, as andanças por tantos lugares, abrindo caminhos, enfrentando o primitivismo dos povos in-dígenas, os habitantes da mata virgem e colocando, junto com todos os jesu-

Mem de Sá

Nóbrega abençoando as tropas, que partiam para reconquistar a Guanabara e ajoelhado está José de Anchieta

9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

• WANTUIL, Zeus. Charles Rcihet - Grandes Espíritas do Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1969.

• Imagens:• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2d/Michel_

Sittow_004.jpg • http://dev.arautos.org.br/arautos.org.br/resources/file_97214_

domingos_gusmao_top.jpg• http://it.arautos.org/resource/view?&image=93282&size=1• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/Taufe_eines_

Barbarenf%C3%BCrsten_durch_den_Heiligen_Franziskus_18Jh.jpg• http://tljesuit.org/images/ign.jpg• http://1.bp.blogspot.com/_Zm71pWyfMsU/S8t3QZl2VfI/

AAAAAAAAB_s/vpAbC85BBtI/s1600/pedro_alvares_cabral.jpg• http://en.wikipedia.org/wiki/Canary_Islands#mediaviewer/File:Urville-

Laguna.jpg• http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_S%C3%A1#mediaviewer/http://

www.abim.inf.br/wp-content/uploads/2014/04/Manoel-da-Nobrega.jpg• http://dev.arautos.org.br/arautos.org.br/resources/file_94127_jose_

anchieta-botton.jpg• http://2.bp.blogspot.com/-ImnKBaesPtE/U27b3qbv8SI/

AAAAAAAAI7E/qalzG8XMZgI/s1600/Anchieta+4.jpg• http://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_S%C3%A1#mediaviewer/

File:Mem-de-sa.jpg• http://1.bp.blogspot.com/-_PFhVOW1MVg/U27UnQ87lGI/

AAAAAAAAI5s/L0w4eY3Jjto/s1600/Anchieta+3.jpg• http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Jos%C3%A9_de_

Anchieta?uselang=pt#mediaviewer/File:Estatua_do_lado_do_aqu%C3%A1rio.JPG

Biblio

graf

iaítas, as próprias vi-das, para que viesse a prevalecer a fé em Jesus. Mas, pensava Anchieta que ainda era pouco diante da confiança que o plano divino depositava em cada pessoa daquela caravana do Bem. E Anchieta, em oração, continuava suas re-cordações.

Tendo em mente homenagear Paulo de Tarso, levado pelo entusiasmo do padre Manoel da Nóbrega, em 25 de janeiro de 1554 fundaram São Paulo, pois este foi o dia da conversão de Paulo de Tarso ao cristianismo.

Durante oito anos ele serviu como pro-vincial, mas seu limite físico não suportava mais as tarefas extenuantes. Pediu então ao padre Nóbrega para passar esse trabalho a outro jesuíta, pois eram todos capazes de dar continuidade às viagens de ensino e catequese, princi-palmente, às crianças espalhadas por várias tribos. Agora ele estava em Reritiba, onde por muitas e muitas vezes aí estivera. Que belos dias! Em sua memória revia as crian-ças e os jovens ensaiando as peças teatrais e os cantos para serem levados em dias de festa e seu semblante ir-radiava alegria, mas, repentinamente a Vila de Vitória in-vadiu sua mente. Também era um dia de festa e o povo indígena acompanhava o teatro ao ar livre, onde as crianças representavam a vinda de Jesus à Terra, era o dia de Natal! Mas ele não pudera ver o final da peça, pois sentiu-se mal e perdeu os sentidos. Quando acordou, viu-se carregado por quatro índios, numa espécie de rede improvisada. Re-cobrando os sentidos, pediu que o colocasse no chão e de imediato pôs-se a andar. Os índios ficaram espantados por vê-lo caminhar tão rápido que o apelidaram de Caraibebé, quer dizer, homem de asas.

O colégio de Reritiba localizava-se numa colina, junto à foz do rio Benevente. A cela, moradia de Anchieta, ficava na ala sul e da janela, na parte oeste, o padre Anchieta fitava o rio com suas águas cristalinas onde, com o tempo seco, se transformava num lodaçal até a volta das chuvas, que faziam os olhos de Anchieta brilharem pela bela paisagem, porque pelo lado leste essas águas seguiam e lá pela frente Anchieta podia ver o mar.

Anchieta gostava de ver as grossas paredes do colégio, junto do qual fora construída a Capela de Nossa Senhora da Assunção, com uma torre onde podia se ver e ouvir tocar os sinos que todos os dias batiam com sonoridade, lembrando a Ave Maria. A beirada toda da colina fora reforçada por um

muro de arrimo para segurar o barranco e, principalmente, como defesa pelos ataques dos piratas, dos corsários e das tribos indígenas mais ferozes. Diante da-quela visão, Anchieta lembrou-se do padre Manoel da Nóbrega. Seu encontro com esse companheiro, que o recebeu com tanto carinho e entu-siasmo, parecia-lhe um reencontro. Mas como, pensava?! Po-rém, Anchieta agra-decia a Deus, pois sem a parceria de Nóbrega, pelas expe-riências já vividas por ele com relação a ca-tequese, seria difícil a tarefa de contato com

os índios. Sem o auxílio desse emérito batalhador pouco teria feito.

Nóbrega estudara Ciências Humanas na Universidade de Salamanca e, também, se formara em Direito Canônico na Universidade de Coimbra, em 1541. Em 1554 ele ingres-sa na Companhia de Jesus, atendendo ao pedido do rei de Portugal, que o aponta como chefe da primeira missão dos jesuítas no Brasil. Antes desse acontecimento, no ano de 1549, Nóbrega chega à Bahia, na comitiva do primeiro Go-vernador Geral do Brasil, Tomé de Souza.

As recordações de Anchieta passavam pelos seus olhos como se fosse um filme e, mentalmente, reverenciava a Nó-brega, pois foi junto a ele que foi alcançada a pacificação dos tamoios, que eram inimigos implacáveis dos portugue-ses. Nóbrega acreditava na catequese católica, por isso ele sempre fazia o que achava certo. Era urgente trazer a fé no coração do povo das terras de Piratininga ou Pindora-ma. Quando o padre Manoel da Nóbrega percebeu que em Salvador,não iria conseguir apoio algum pela interferência política do próprio clero do bispado, de imediato partiu para São Vicente e organizou a sede da evangelização dos gen-tios e, unindo as forças, com ele estava Anchieta.

Como o padre José de Anchieta agradecia a Deus por ver aquelas belas paisagens e ter tão belos momentos gra-vados em sua memória! Morreria ali, feliz, onde viveu com toda simplicidade, com seus trajes rústicos, remendados, mas fiel a Jesus.

Embora combalido Anchieta não se deixava dominar pela doença, nem pelas feridas abertas em suas pernas, às quais dificultavam seu caminhar. Quando melhorava, lá ia ele, mantendo-se pela fé, a exercer a caridade.

Final da primeira parte.Eloísa

Monumento do escultor Caetano Fraccarolli, inaugurado em 25 de janeiro de 1961, evocando o IV Centenário da Morte de Anchieta, está situado em Santos, próximo ao Aquário Municipal

10

Podemos dar como exemplo o trabalho que ocorre em uma casa espiritaespírita. Esse trabalho sempre deve ser executado com a orientação dos espíritos benevolentes. Quando nós tomamos a posição contrária e ignoramos a orientação do lado espiritual, simplesmente estamos à pró-pria sorte, pois cortamos a conexão com o Alto.

Os espíritos do bem, quando não encontram outra so-lução, afastam-se de nós. Imediatamente, entramos na lei universal que diz que, quando não praticamos o bem já es-tamos alimentando o mal. E quando estamos sendo negli-gentes, automaticamente entramos em conexão com uma faixa inferior do mundo espiritual, e estaremos à mercê de espíritos manipuladores que, através de nossa vaidade e do

nosso egoísmo, nos trarão a inspiração da discórdia e da destruição e o comprometimento para com a vida futura.

Sabemos que a vida continua e o que fizermos aqui na Terra levaremos para a vida verdadeira, que é a vida espi-ritual, por isso, o verdadeiro cristão tem que estar atento às suas atitudes perante o próximo e vigiando constantemente a si mesmo, pois a grande batalha é travada de dentro para fora, ou seja, é a luta interna da reforma íntima.

O caminho mais simples, embora exija mais de nós, é a caridade e o estudo da Doutrina de Jesus; sendo que, para adquirirmos a humildade é necessário que estejamos sem-pre trabalhando no auxílio ao próximo.

Cassiano

O LivrO dOs EspíritOsCapítulo IX - Da Intervenção dos Espíritos

496. O espírito, que abandona o seu protegido, que deixa de lhe fazer bem, pode lhe fazer mal?“Os bons espíritos nunca fazem mal. Deixam aqueles que lhes tomam o lugar fazerem o que quiser. Vocês costumam

deixar a conta da sorte todas as desgraças que vós oprimem, mas só as sofrem por culpa de vocês mesmos”.

Kardec em Estudokardec em estudo

Anjos de guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos

Trabalhos da Casatrabalhos da casa

Reconstrução EducativaBuscando promover o conhecimento e a conscientização

de assuntos atuais e de grande importância social na evolução das crianças, começamos em maio desenvolver o Projeto Água, onde procuramos não só conscientizar as crianças e jovens sobre a cultura de preservação e economia da água, mas também a sua importância na natureza e no nosso organismo como um todo.

Foram exibidos vídeos explicativos, confecção de cartazes, atividades lúdicas, dinâmicas e experiências, como forma de fixar o conteúdo. Ainda aproveitando o tema, estudamos sobre água fluidificada, esclarecendo e conscientizando sobre sua importância para nós, espíritas.

Encerramos o projeto com uma linda apresentação das crianças para seus familiares, onde eles cantaram as músicas “Planeta Água” e “Economizar Água”.

Dando continuidade a temas sociais, iniciamos o Projeto Drogas, um dos grandes, se não for o maior, problema social que estamos enfrentando em todas as regiões, o pontapé inicial do projeto foi a esclarecedora Palestra

“Conversando sobre Drogas”, ministrada por um amigo do Projeto, Reinaldo Gimenez, e demos continuidade com imagens e vídeos, esclarecendo sobre os malefícios no corpo físico e espiritual, assim como as consequências nesta reencarnação e nas próximas. As crianças realizaram diversas dinâmicas e trabalhos em grupo orientados pelos trabalhadores da reconstrução. Também houve a sessão pipoca, onde eles assistiram ao curta metragem “Sozinho”, e puderam observar a ação da Espiritualidade Inferior, sobre quem faz uso do álcool e outras drogas, rejeitando assim o auxílio dos Espíritos Superiores.

No dia em que finalizamos o projeto convidamos para um bate papo com um ex-usuário de drogas, que contou a todos como foi o seu grande sofrimento no mundo das drogas e a sua luta diária para vencer esse vício. Todos tiveram a liberdade para tirar suas dúvidas e curiosidades e após esse bate papo as crianças finalizaram cantando a música “O Careta”, apresentando ao convidado e aos trabalhadores da casa.

Equipe Seareiro

Você poderá obter informações sobre o Espiritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá

também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.

VISITE NOSSO SITE www.espiritismoeluz.org.br

Enviamos pelo correio.

Consulte condições!

Estas são páginas do coração.Menos que uma biografia, são apontamentos de uma vida inteiramente entregue à vivência da caridade, por alguém que abriu um rasgo de luz entre as trevas da Terra e as estâncias celestiais.Aqui temos alguns traços de nosso Fabiano de Cristo, para servir-nos de guia para a prática da virtude de todas as virtudes: a caridade.Leia-as, como as anotamos: com toda a sua alma generosa!

LUZ NO LAR

Esta é uma obra consagrada na literatura Espírita, pela abordagem simples e direta da terapia do passe.Capítulos que abordam, um a um, todos os ângulos em que a atividade do passe poderá e deverá ser conhecida.Excluindo todo comportamento estranho e exótico, sem mistérios e sem fantasias, você se encontra com princípios redentores do Cristianismo redivivo!

É com muita alegria que relançamos O Lobo Mau Reencarnado de autoria de Roque Jacintho.Na década de 70, O Lobo Mau Reencarnado foi o primeiro livro espírita infantil lançado no Brasil e no mundo.Agora em 2014, no relançamento desta obra Espírita-infantil, foram incorporadas novas ilustrações e novo formato.O livro aborda as oportunidades que o Lobo Mau terá para ressarcir suas dívidas de amor.Excelente livro para crianças, jovens e adultos!

Judas Iscariotes

Passe e Passista

Fabiano de Cristo,o Peregrino da Caridade

Preços Especiaispara distribuidoras e livrarias.

Consulte-nos!

Quer saber mais?Estamos à disposição!

E-mail: [email protected]

Telefone: (11) 2758-6345

www.luznolar.com.br

Rua dos Marimbás, 220 - Guacuri

São Paulo - SP - CEP 04475-240

Judas Iscariotes é retratado nesta obra, desde sua juventude, apresentando anseios ambiciosos que não seriam alcançados se permanecesse na casa paterna. Relata também seu encontro com Jesus, sua vida no apostolado, a traição ao Mestre. Posteriormente, o despertar e o amargo arrependimento, que o leva a dilacerante dor moral e espiritual.Logo em seguida é resgatado por Jesus, na emocionante assistência de infinito perdão e misericórdia.

O Lobo Mau Reencarnado

A maior parte das misérias da vida provém do egoísmo.O homem querendo satisfazer seus interesses prejudica

os dos outros, contribuindo, por vezes, para o alastramento das misérias humanas.

EGOÍSMO – FILHO DO ORGULHOA causa do orgulho está na crença que o homem tem, da

sua superioridade individual.Nome de família, títulos, beleza física, riqueza material e

mesmo a inteligência (se for usada para o mal), constituem bens da Terra e podem ser retirados a qualquer tempo.

“O quê?! — Exclamará você — Eu, nascido de boa família,um dos grandes da Terra, ser igual a um destes mi-seráveis cobertos de trapos e sujeiras?! Essa é uma vã filo-sofia de falsos filósofos! Se fôssemos iguais, por que Deus os teria colocado tão abaixo e a mim em tão alta posição?”

O homem só crendo nas coisas materiais, tem-se que acredita ser poderoso e feliz se as possuir, passando por cima dos seus semelhantes nas mínimas coisas, para alcan-çá-las.

Geralmente os que nada têm, temem menos a perda e compartilham mais. (ex. comunidades carentes que se aju-dam mutuamente).

“Se a caridade reinasse sobre a Terra o mal não imperaria nela. O mal fugiria envergonhado, ocultando-se, porque em

toda parte se sentiria deslocado. O mal, então desapareceria da Terra, fiquem bem compenetrados nisso.” Pascal, Sens, 1862.

Quem sofre calúnias, acusações injustas e suporta com coragem, sem revidar, reconhecendo no opositor um doente da alma, pratica a verdadeira caridade/humildade.

Que Deus idealizamos? Aquele que atende aos nossos interesses? Quantas vezes utilizamos o Evangelho Cristão, adicionando o nosso “MAS”, para justificar os desvios de nossa interpretação?

O altar do orgulho, em geral, é chamado de “personalida-de”. Se acreditamos que o Cristo veio à Terra, entendamos que o objetivo foi e é o de banirmos de nós os componentes nocivos que ainda impedem a Paz Universal.

O orgulho e o egoísmo são armas que carregamos dentro de nós e das quais precisamos nos libertar – somos nossos próprios inimigos.

Para que a caridade seja bem praticada é preciso amor.Para haver amor é preciso eliminar o egoísmo de nossos

corações.Mas... como combater o orgulho e consequentemente o

egoísmo?Segundo Kardec, crer em Deus e na vida futura - principal

condição para quebrar o orgulho; preexistência da alma; re-encarnação, prática da caridade; fé raciocinada.

Saber que somos todos filhos de um mesmo Pai; que não somos mais, nem melhor que as outras pessoas; que pode-mos renascer em diferentes condições sociais, quer como expiação, quer como prova e que depende de nós mesmos a busca da plena felicidade individual e social.

“Uma vez encaminhados por esta larga via, não daremos mais ao orgulho e ao egoísmo o pasto, que os alimenta, resultando daí o seu aniquilamen-to progressivo e a modificação de todos os laços sociais pela caridade e pela fraternidade bem com-preendidas.”

EDUCAÇÃO“(...) quando, enfim, uma geração inteira vier ali-

mentada por ideias que a razão fortificará em vez de debilitar? (...) Sob o império dessas ideias, que serão mandamentos de fé racional para todos, o progresso, limpando a estrada de egoísmo e orgu-lho, penetrará nas instituições que se reformarão a si mesmas, e a humanidade caminhará rapida-mente para os destinos que lhe são prometidos na terra, enquanto não chega a hora de alcançar o céu.”

RosangelaBibliografia: KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Es-piritismo.Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar, 2010.KARDEC, Allan. Obras Póstumas. Rio de Janeiro: FEB.Imagem: http://2.bp.blogspot.com/-1f1v9I4WSdM/Ufs8Da-XmfI/AA-AAAAAAM2Y/DZDSyTinKKk/s640/Eliseu-Antonio-Gomes_Belvere-de_charge_orgulho+e+humildade.jpg

Tema Livretema livre

Orgulho X HumildadeEgoísmo X Caridade

12

13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Painel do NatalCantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Natal!...A paz se renova. Ante o mundo a percebê-la. A esperança em cada face Tem o fulgor de uma estrela.

A luz da simplicidade Envolve milhões de vidas. As queixas e as desavenças Passam a ser esquecidas.

Reúnem-se as criaturas Sem farpas de divisão, Acima do raciocínio, Destaca-se o coração.

O adulto diz à criança: — “Deus te guarde e te abençoe”

Depois recorda pensando No tempo que já se foi.

As preces do mundo inteiro Parecem flamas no ar, Muitos pais abraçam filhos Que chegam de volta ao lar...

Choram-se ausentes queridos No amor que ninguém traduz. Mas o pranto cai dos olhos lembrando gotas de luz.

Da casa estreita à mais ampla. A alegria apareceu. Entrecortada de vozes. Cantando: “Jesus nasceu!...”

Companheiros vão às ruas. Fazem o bem sem ruído. Socorro surge a quem sofre. Todo pão é repartido.

Em quase todo lugar. Unem-se os passos e as mãos, Legendas falam brilhando: — “Nós todos somos irmãos”.

Natal!...E a fé sempre nova Proclama, em ato de louvor — “Jesus está construindo” O mundo pleno de amor!

Meimei

Na época do Natal Jesus se aproxima mais do nosso planeta Terra. Os homens se voltam um pouco mais para o semelhante. Apesar de toda a nossa ganância e egoísmo, nesta época, dificilmente, alguém nega um alimento para quem pede.

É o que chamamos de “espírito de Natal”. Inconscientemente, todos sentimos que somos irmãos, sem quais-quer distinções. Nos aproximamos mais do Bem; Jesus consegue estar mais próximo de nossos corações. A es-perança está no ar. Só nos resta a vontade em ação para mantermos as mesmas vibrações durante o novo marco que se inicia.

RosangelaBibliografia: AUTORES DIVERSOS. Psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Os Dois Maiores Amores. GEEM.

14

O que é a Vida? A quem ela pertence?Estes questionamentos são necessários para podermos

formar a nossa opinião sobre a eutanásia, que é o ato de abreviar a vida de alguém que sofre uma doença grave.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo o Espírito Luís nos pergunta: Quem lhes daria o direito de prejulgar os de-sígnios de Deus? Não pode Deus conduzir o homem até a beira de um precipício, para daí o retirar, a fim de fazê-lo des-pertar para si mesmo e trazê-lo para outro modo de pensar sobre os valores da verdadeira vida?

Neste assunto, não devemos ficar questionando os mo-tivos de Deus para que os acontecimentos terem tomado o rumo que tomaram, chegando a uma doença terminal ou um acidente grave. Devemos questionar quais são os nossos motivos para pensar em eutanásia.

Será que estamos pensando no bem estar do doente ou estamos sem paciência no momento da dor?

Sobre a paciência, em O Evangelho Segundo o Espiritis-mo, nos é recomendado: “A paciência é também, uma cari-dade e vocês devem praticar a lei da caridade ensinada pelo Cristo, o enviado de Deus”, “mas é necessário olhar os de-

veres que nos são impostos e para as consolações e compensações que recebemos por outro lado”

Lembremos o sublime exemplo de Jesus que, ao se encontrar com a família de Lázaro, que es-tava triste pela morte dele, vai até o túmulo e lhe chama de volta à vida.

Jesus nos deixou através deste ato, a recomen-dação que devemos lutar pela Vida, movimentando todo o nosso potencial para amparar e ajudar aqueles que estão passando por momentos de sofrimento.

Saibamos nos comportar como verdadeiros cristãos quando nos depararmos com a situação de alguém que se encontra em estado grave de saúde. Evitemos o pensamen-to de abreviar o sofrimento, pois nada poderá ser feito. Por acaso a ciência, através dos médicos, nunca se enganou?

Quantos casos foram diagnosticados como irreversíveis e tiveram uma recuperação em que os médicos dizem não ser possível?

“E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível.” (Mateus, 19:26)

Deus conhece a necessidade espiritual de cada um de nós e, às vezes, providencia o remédio amargo que será a cura dos males espirituais.

Confiemos, amparemos com nossas orações; é só isso que Deus nos pede.

Wilson

Abreviar a Vida de um Doente - Eutanásia

AtualidadeAtualidade

Abortoaborto

O Papel do HomemMuito temos comentado sobre a responsabilidade e con-

sequências que o aborto traz para a mulher que o provoca.Quando Allan Kardec quis abordar o tema, elaborou a per-

gunta 358 em O Livro dos Espíritos:“Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer pe-

ríodo da gestação?“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma

mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida de uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que

serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”

Reparemos que a resposta dada pelos Es-píritos é de que, cometerá crime uma mãe, ou quem quer que seja.

Refletindo mais além nesta questão, sabemos que a mu-lher, sozinha, não consegue gerar um filho. É necessária a participação de um homem, o pai.

Para que esta gravidez vá adiante, é muito importante que a mãe seja orientada sobre a importância da oportunidade que o Espírito que habita o corpo de seu filho ganhou de Deus.

A mulher, nesta fase da vida, necessita de muito apoio para que não vacile e resolva partir para a prática de um

crime: o aborto.Neste ponto, as responsabilidades são

divididas, ou seja, o pai da criança deve ser presente e apoiar a mulher para que a decisão tomada seja a de continuar com a gravidez, haja o que houver.

Do contrário, quando o homem foge às suas responsabilidades, largando a deci-são somente à cargo da mulher, qualquer atitude a ser tomada, também é de res-ponsabilidade deste homem, pois ninguém pode “lavar as mãos” de suas responsabi-lidades.

Deus vê tudo, inclusive conhece todas as nossas intenções e motivos.

Era uma casa abençoada,Não tinha teto, não tinha nada.

Pedimos sua ajuda para continuarmos construindo a sede do nosso Núcleo de Estudos. Precisamos de qualquer tipo de colaboração, desde materiais de construção a apoio �nanceiro.O óbolo da viúva é sempre bem-vindo!

O terreno onde está sendo construída a nossa casa �ca na rua dos Marimbás, 220 - Vila Guacuri - São Paulo - SP.

Ninguém podia entrar nela não, porque precisamos da sua colaboração!

Sua doação pode ser feita em nome do Núcleo de Estudos Espiritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40 - Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0

15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Meditações Diárias, pelo Espírito André Luiz e Meditações Diárias, por Emmanuel da mesma forma que Meditações Diárias, por Bezerra & Meimei, este último também enviado pelo Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, foram psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier.

Meditações Diárias, pelo Espírito André Luiz

Este tem na capa, como símbolo, uma folha orvalhada, representando a Natureza em uma de suas formas de beleza e simplicidade.

A cada tópico, trechos de mensagens selecionadas de vários outros livros nos convidam à reflexão.

“Você pode:ter cometido muitos desatinos e viver agora em aflitiva

atmosfera de culpa (...)... Mas se você deseja livrar-se disso, deve

compreender, antes de tudo, que precisa de esclarecimento e de amparo. Entretanto, para que você obtenha luz e auxílio é indispensável adote duas atitudes fundamentais:

• estudar e raciocinar a fim de se instruir;• trabalhar e servir para merecer.”

Eis um dos tópicos deste livro, “Terapêutica Desobsessiva”.Na parte final desta obra, assim como nas outras desta

mesma série, acima descritas, há uma pequena biografia sobre o autor espiritual, por Hércio M. C. Arantes.

Meditações Diárias, pelo Espírito EmmanuelHarmonizando-se com o período em que o livro foi recebido,

data comemorativa em homenagem à árvore, a capa é ilustrada com bucólica paisagem arborizada. Lembrando, ainda, que seu autor espiritual, Emmanuel, utiliza muito a Natureza, bem como, a árvore, em suas mensagens, para nos exemplificar e incentivar a força, a resignação e a função dadivosa da criação divina.

Hércio M. C. Arantes selecionou de vários livros, tais como, Caminho Espírita; Caridade; Encontro de Paz; Fonte de Paz; Mãos Marcadas; Passos da Vida; Paz e Renovação; Seara de Fé; Servidores no Além; Tempo de Luz e Visão Nova, o que considerou as melhores mensagens de Emmanuel.

A maioria das obras citadas, sempre em parceria com o querido médium Chico Xavier, também foram enviadas pelo Clube do Livro.

Trecho da mensagem “Aprendamos a dividir”:“(...) Observemos a Natureza. “(...) A árvore divide o fruto com os homens e os

homens lhe estendem a espécie, através do espaço e do tempo.

“(...) Aprendamos a dividir os depósitos do senhor, enquanto é hoje, a fim de que o amparo Divino mais intensamente nos envolva, enriquecendo-nos o espírito para que venhamos a receber com os outros e pelos outros a nossa perfeita felicidade amanhã.”

Que estas mensagens possam servir de amparo, luz, esperança ou direção para nossas vidas ou para nossas vidas e a de nosso próximo.

O Clube do Livro também envia romances aos seus associados, tais como: O Cardeal, psicografado por Walace Fernando Neves, em que narra a participação de um Espírito denominado como Cardeal, em um dos mais terríveis movimentos da história humana, a inquisição espanhola; e França Um Romance No Tempo Dos Cátaros, pelo Espírito Liz, psicografado por Mônica Dabus, narrando a missão da civilização Cátara e a perseguição pelos que se opunham ao Cristianismo.

Trabalho no campo do Bem para que as mãos se façam úteis e estudo para que o raciocínio não se embote.

Ler sempre para saber o porquê, indagar e, quem sabe, encontrar respostas em nós mesmos!!!

Rosangela

Clube do Livroclube do livro

Meditações Diárias

ANDRÉ LUIZ - Meditações Diárias

Francisco Cândido XavierAndré Luiz

IDE

EMMANUEL - Meditações Diárias

Francisco Cândido XavierEmmanuel

IDE

Como homens e, principalmente, como cristãos, não de-vemos deixar que o mal seja praticado contra uma criança, somente porque ignoramos o fato.

Quando deixamos de fazer o bem, estamos fazendo o mal.

Se não enfrentarmos as nossas responsabilidades agora, no futuro, todo o mal que ocorra baterá à nossa porta.

Um Espírito abortado cobrará da mãe a violência sofrida, mas cobrará igualmente do pai todo o mal recebido pelo descaso.

E o que dizer dos pais que, ao saberem que suas filhas estão grávidas, ameaçam a colocá-las para fora de casa, forçando-as a provocar o aborto, muitas vezes, com conse-quências desastrosas para a saúde da mãe?

Todos temos mãe, irmãs, filhas, sobrinhas, etc. e temos o dever moral de ampará-las em momentos de dúvida.

Sejamos presentes, o ombro amigo que apóia.Repetimos: Deus vê tudo.

Adolpho

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e

pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – CNPJ: 03.880.975/0001-40

Caixa Econômica Federal – Agência 2960 – C/C 744-7 – Op 003Banco Itaú SA Agência – 0257 – C/C 46852-0

Era manhã do dia 24 de dezembro, Carlota e Rubens já estão na sala, ela observando a árvore e dando os toques finais, ele arrumando-se para ir trabalhar. Enquanto deslumbra-se com os seus enfeites, Carlota comenta:

— Nossa! Essa árvore que eu mandei trazer de Paris é simplesmente um arraso! Aposto que todos vão morrer de inveja! Você não acha?

Rubens, perdido em meio a seus afazeres, não dá muita atenção para os assuntos da esposa.

— Claro querida, claro... mas vamos logo com esses detalhes finais para a ceia, porque senão vou me atrasar!

Antes mesmo que conseguisse buscar a lista de convidados, Cadu e Júlia se aproximam discutindo e Júlia corre até a mãe perguntando:

— Qual o significado do Natal?Crente que tem certeza da resposta, os olhos de Carlota

brilham ao dizer:— Ah, filhos! Natal é época de fazer grandes festas, e têm

que ser ótimas para ninguém sair reclamando, têm que ter as melhores comidas, as melhores bebidas, usamos roupas novas e caras...

Enquanto isso, no quintal da grande casa, Cadu tenta conter a decepção da irmã caçula com a resposta da sua mãe.

— Acho que a mamãe está errada! O Natal não pode ser só isso! Mas não se preocupe Júlia eu vou descobrir isso para você!

O sorriso da pequena volta a aparecer.Em outro canto da cidade, não tão longe do bairro rico

da família de Cadu, mas com um abismo econômico, Ana e João passam os enfeites para seus pais, Maria e José, que vão arrumando a árvore.

Maria se sentia tão feliz naquele momento!

— Que bom que seu patrão lhe deu essa árvore José, vai deixar nossa noite de Natal mais bonita!

José concordava mentalmente enquanto admirava a beleza de um enfeite em formato de estrela.

Ana, a filha mais velha do casal, também não conseguia conter a sua felicidade de estar pela primeira vez enfeitando uma árvore de Natal.

— É verdade! E olha que no ano passado nem tínhamos árvore! Nem enfeites... Nem nada!

A mãe se encantava com a alegria da filha, mas acha importante explicar para os filhos que o Natal representava muito mais que uma árvore.

— Realmente, uma árvore bem enfeitada deixa essa noite especial mais bonita, mas vocês devem saber que não é esse o verdadeiro significado do Natal! É importante saberem que o Natal não é só uma festa!

Ana e João não entendem muito bem aquela observação da mãe e resolvem indagar.

— Mas não é? Então o que significa o Natal?Maria aproveita aquelas indagações e aquele momento

de harmonia familiar para evangelizar os seus pequenos.— Hum... Então eu e o papai vamos contar a vocês a

história do Natal!— Isso mesmo, assim vocês sempre se lembrarão do

verdadeiro significado do Natal e poderão contar para seus amigos!

— Há muitos anos atrás... Deus mandou a Terra um Espírito de luz chamado Gabriel que veio visitar na Terra uma moça muito bondosa e humilde chamada Maria...

— Igual a você mamãe! — Observa o contente João.— Isso mesmo, minha mãe me deu esse nome em

homenagem a essa Maria da história!

Contoscontos

Qual o significado do Natal?

16

17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

Maria e José continuaram com a história e ao terminar, Maria nota que falta algo para a ceia de logo mais.

— Filha, você pode ir para a mamãe até o acougue? Gostaria de comprar um peru para a ceia, mas... acho que não vai dar. Bem, mas não importa... compra um frango mesmo... que vou prepará-lo com muito amor!

— Vou sim, mamãe e não tem problema, o que importa é que agora sabemos o real significado do Natal!

Caminhando pelas ruas comerciais do bairro, ainda em busca do significado do Natal, Cadu vai até a loja de brinquedos, acreditando que lá as pessoas podem lhe explicar isso. Ao chegar à loja, logo é atendido por uma vendedora que vê nele a chance de uma boa comissão.

— Olá! Em que posso ajudar?— Bem... Queria saber o significado do Natal.— Ah! Natal é época de presentes! É quando as crianças

vêm aqui e escolhem os brinquedos que querem de Natal! Você não quer fazer o mesmo?

— Hum... Ah acho que não... Mas obrigado....Cadu sai da loja triste, pela falta de resposta, pois não

consegue acreditar que o Natal seja só aquilo. Resolve caminhar até a adega, que se encontrava cheia de clientes, ainda assim logo apareceu um vendedor para verificar o que aquela criança queria ali.

— Olá pequeno rapaz, em que posso ajudar?— Então... Queria saber qual o significado do Natal...— Hum Natal significa fazer festas com vários tipos de

bebida... Temos champagne, vinho branco, vinho tinto, licores... E para você meu rapaz, temos sucos de todas as frutas!

— Hum... Ok... Bem... Obrigado!Cadu mais uma vez não acha que o Natal verdadeiro

seja aquilo. Observa do outro lado da rua uma loja de enfeites Natalinos e acredita que ali seja um bom lugar para explicarem para ele. Uma vendedora, sabendo que se trata do filho de uma das suas melhores clientes, logo atende Cadu.

— Pois não jovem Cadu! Em que posso ser útil?— É... Que eu queria saber qual o significado do Natal...— Natal é época de deixar a casa mais bonita, comprar

uma bela árvore de Natal e enchê-la de enfeites! E, claro, colocar uma ponteira bem bonita em formato de estrela!

— É... Ok... Obrigado!Cadu, já desacreditando que conseguiria saber o

significado que ele e sua irmã tanto procuravam, resolve seguir até o açougue antes de voltar para casa. Lá o açougueiro questiona o garoto.

— Mamãe te mandou aqui para comprar guloseimas para a ceia?

— Não...é que eu queria saber o significado do Natal...Antes mesmo do açougueiro poder responder, chega Ana

e pede a ele o frango que sua mãe mandou comprar.— Ok! Já separo para você, e, meu querido rapaz, Natal

significa uma ceia cheia de comidas gostosas! Castanhas, nozes, frutas secas, panetones e, claro, não pode faltar um belo peru!

Cadu mais uma vez agradece, e, muito desanimado, por ter que voltar para a casa sem a resposta para sua irmãzinha, nem percebe que Ana corria atrás dele.

— Ei, menino tudo bem? O meu nome é Ana, prazer e eu sei a verdadeira história do Natal!

Cadu não acredita muito que aquela menina que devia ter a mesma idade dele soubesse responder, mas ainda assim resolve ouvi-la.

Ana conta a ele a mesma história que seus pais tinham lhe contado pela manhã

Cadu ao fim da história, se sente muito feliz por, finalmente, alguém ter lhe explicado o verdadeiro significado do Natal. E resolve chamar Ana para a ceia em sua casa, ela promete que irá, e vai levar sua família.

Quando então as 12 badaladas do relógio anunciam a tão esperada meia noite, começam as trocas de presente, com todos sentados ao redor da árvore. E Cadu pede para começar.

— Bem... O meu presente para a minha querida irmã é o significado do Natal!

— Como assim filho?— Você vai ver papai! Há muitos anos atrás... Deus

mandou a Terra um espírito de luz chamado Gabriel que veio visitar uma moça muito bondosa e humilde chamada Maria e avisou que ela iria ter um um filho, enviado por Deus para ensinar o amor à Humanidade, e que seu nome seria Jesus!

Ela ficou muito feliz por Deus tê-la escolhido. Passaram--se nove meses e a barriga de Maria já havia crescido, en-tão ela e seu esposo, José, tiveram que viajar para Belém para participar do censo da época.

E quando chegaram a Belém, a cidade estava cheia, havia gente de toda a parte, e por isso José não achou nenhuma vaga nos hotéis da cidade. Só tinha então o estábulo onde ficavam os animaizinhos, e como Maria estava prestes a dar a luz, resolveram ficar por lá mesmo.

E ali, naquele lugar humilde, ela deu a luz ao menino Jesus; por não haver berço, ele foi colocado em uma manjedoura!

E assim nascia Jesus, o maior Espírito de Luz que já viveu na Terra, que veio nos deixar os seus grandes exemplos.

E tudo isso aconteceu no dia 25 de dezembro. O Natal então significa o nascimento de Jesus!— Significa paz, esperança, renovação, alegria e

principalmente amor ao próximo!O coração da pequena Júlia dava pulos de alegria com

toda aquela história, aquele sem dúvida ficaria marcado como o melhor Natal de sua vida.

JaquelineImagem: http://adquartaparada.files.wordpress.com/2009/12/mangedoura.jpg

Hospital do Fogo selvagem

pede aJUda!

O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que atende a portadores do Pênfigo (Fogo Selvagem) e também a 150 crianças, precisa de doações.

Caso queira fazer doações em dinheiro, o depósito pode ser feito em nome do LAR DA CARIDADE - CNPJ 25.440.835/0001-93, através dos seguintes bancos:

• Bradesco – agência 0264-0 – c/c 14572-6

• Banco do Brasil – agência 3278-6 – c/c 3724-9Maiores informações: Telefone (34) 3318-2900 – E-mail: [email protected]

18

Em nossa vida terrena lutamos muito para a construção de uma vida feliz, mas, Emmanuel, com a colaboração de nosso Francisco Cândido Xavier, vem nos lembrar de uma construção muito mais importante, que nem o vento ou a ferrugem irão atingi-la: a construção do amor.

Difícil ainda para nós entendermos o “amor” que eles nos falam. Para começar-mos a conhecê-lo, devemos iniciar pela nossa renovação íntima, buscarmos re-conhecer nossas falhas para que perdoemos as falhas daqueles que nos cercam, observando antes de tudo, nosso tino de julgamento, qual se estivéssemos com a toga da sabedoria.

“Todos nós nos encontramos à face do julgamento, pelo delito de lesa-consciên-cia, de vez que temos adulterado a mensagem do Divino Benfeitor de mil modos, em cada romagem no mundo.”

Trabalhamos muito para a construção de nossa casa material e nunca nos es-quecemos dos tijolos, colocados um a um, sabedores que não poderia faltar ne-nhum. Quando pronta, fechamos os olhos e falamos... finalmente a casa tão espe-rada! Mas devemos antes nos perguntar: com quais tijolos a erguemos? Seriam do egoísmo, do ciúme ou talvez da desilusão ou, quem sabe, da possessão?

Quando pronta, no entanto, esquecemo-nos de dizer: finalmente a casa que Deus nos permitiu construir para abrigar o nosso lar e de todos que dela necessi-tarem!

Assim como há a necessidade de tijolo por tijolo, para construir uma casa ma-terial, a Construção do Amor nos pede os tijolos da paciência, da lealdade, da renúncia, dis cuidados, dos trabalhos, entre tantos outros.

Falamos no agradecimento, porém, um simples reconhecimento é muito pouco. Devemos lembrar-nos da leitura contínua do Evangelho de Jesus para que o ambiente se renove, renovando, dessa forma, também a todos que ali se ajustam, na determinação do bem de cada um.

Justificamos nossas falhas nessa construção, alegando-a impossível, porém, adiantando-se a nos ajudar, Emmanuel, pre-faciando o livro, nos dá todas as condições, indicando-nos cada tijolo que deveremos usar, fortalecendo toda a obra Divina.

“A alegria reside no coração que ama e serve” e quem não quer a alegria em seu lar?Lendo essa preciosa obra, com certeza atingiremos esse objetivo.Agradecemos a Jesus e a esses Espíritos tão especiais aos nossos corações, conceder-nos a lição para a Construção do

Amor, no amor verdadeiro.Anna

Livro em Focolivro em foco

Construção do Amor

CONSTRUÇÃO DO AMOR

Francisco Cândido XavierEspírito Emmanuel

CEU

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas2ª, 3ª e 6ª, às 14h30

Domingo, às 10 horas

O passe se inicia 30 min. antes das reuniões

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Artesanato: Sábado, das 13h30 às 16h30Atendimento às Gestantes: nas reuniões de 2ª e 6ªEvangelização Infantil: ocorre em conjunto com as reuniõesTerapia de apoio espiritual aos dependentes químicos e doentes em geral: 6ª, às 19h30Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45

6ª, às 14h45Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horas

DIA LIVROS ESTUDADOS

2ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*

3ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

4ª Vida e Sexo - Emmanuel*; Passe e Passista - Roque Jacintho

5ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Seara dos Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec

6ªO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho

Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

Já estamos oferecendo os cursos de: Reconstrução Educativa, Informática Básica e Inglês.

Rua dos Marimbás, 220Vila Guacuri – São Paulo – SP

Tel.: (11) [email protected]

www.espiritismoeluz.org.br

19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas “Amor e Esperança”

O Esplendor das Aves nos Céus e dos Lírios nos Campos...Na madrugada do dia 02 de abril de 1910, nascia

Francisco Cândido Xavier, aquele que se tornaria ao longo da sua vida o mais autêntico arauto da Perfeição Cristã e da Mediunidade de Jesus.

A própria Mãe Natureza recebeu-o em festa.O Pai providenciou naquela manhã, uma revoada de gar-

ças de “alvura sacra” que refletiam a luz do sol, no anilado céu da pequenina Pedro Leopoldo. Aqueles bandos de aves, tendo emigrado não se sabe de onde, aninharam-se nos campos das várzeas, cobertas de lírios, que circundavam a Fazenda Modelo. O vento recolheu o perfume dos cálices dos alvos lírios e espargiu-o fartamente sobre a encantadora

cidadezinha.O certo é que nesse dias, o Céu ficou mais próximo da

Terra.Sobrevindo a noite, as estrelas brilharam com tamanha

força, que sua luminosidade parecia atravessar grandes lu-pas de cristal.

As descrições acima se baseiam em depoimentos verbais, hoje lendários, de antigos moradores, como Sá Tomasia, Donana Preta, o Velho do Caminho Vera Cruz e outros sem registro nominal.

Estava iniciada a “Era do Espírito”.Josyan Courté

Bibliografia: HARLEI, Jhon Harlei. O vôo da GarçaImagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/83/L.amabile_var.

luteum.JPG

Canal Abertocanal aberto

O Esplendor das Aves nos Céus e dos Lírios nos Campos...

A Instituição Famíliafamilia

Família

Muitos afirmam que a família, o casamento, são institui-ções falidas!

Ledo engano!É bem verdade que a preocupação, hoje, de grande parte

das famílias parece ser apenas o seu bem estar material e visual, onde o mais importante é ter e mostrar: o melhor car-ro, a melhor casa, o melhor celular, as melhores roupas etc. Uma vida de aparências!

Claro, não estamos proibidos de progredir materialmente, entretanto, a real finalidade de se possuir tudo isso que é equivocada! Em grande parte das vezes, a obtenção destes bens é apenas para satisfazer um desejo quase sempre sem propósito! E, ainda, não citamos algumas formas como são obtidos (corrompendo-se e corrompendo).

Junta-se a isso, os prazeres carnais de comer inadequa-damente, beber desenfreadamente, o sexo desequilibrado, ou seja, sem qualquer tipo de disciplina.

Atualmente, algumas esposas não mais valorizam aque-les maridos que defendem o lar e atendem suas necessida-des básicas (amorosas e materiais). O desequilíbrio dentro do lar se instala e, somados a indiferença do marido, o ex-cesso ou a monotonia de trabalho, elas buscam prazeres fora do casamento com novos parceiros, bem como, outros prazeres que podem levar ao uso de álcool e drogas, entre outros desregramentos.

O marido segue esta mesma linha da esposa e, como forma de justificar sua ausência no lar devido ao trabalho, preenche a vida dos filhos com presentes desnecessários.

Por sua vez, os filhos, além de receberem o que menos precisam (bens materiais em excesso), não recebem o prin-cipal, que é a educação moral (os princípios éticos cristãos e de respeito ao próximo), que é a educação do Espírito!

São por estes motivos que, há um bom tempo, vemos o

surgimento de um novo tipo de família, aquela baseada em interesses e indiferentes uns aos outros!

A falta de amor leva a tudo isso que citamos!A constituição e a manutenção da família tem que ser ba-

seada no amor e não em interesses egoístas.O diálogo, a comunicação afetiva (componentes princi-

pais de qualquer relação – de pais para filhos, de marido para mulher e vice-versa) são substituídos pelas mídias cha-madas “sociais” onde, tanto pais como filhos, parecem assu-mir o papel de avatares na vida cibernética transportando tal comportamento, inclusive, para a vida real.

Neste sentido, cabe ao Espiritismo levar aos seres huma-nos os princípios de educação dos sentimentos, ensinando e mostrando que o lar é local sagrado e adequado para a re-generação destes sentimentos, de conceitos e de responsa-bilidades esquecidos e abandonados, sobre o papel de cada um diante daquela sociedade que, aqui, chamamos Família.

A Família é a única instituição capaz de modificar toda a esfera terrestre, ensinando à seus “filhos” a disciplina , a ordem, os limites e, acima de tudo, o respeito mútuo!

Portanto, falível é o ser humano! A Família, onde há leal-dade, diálogo, respeito recíproco, paciência, tolerância, re-núncia e entendimento, não tem como falir. A Família é uma das poucas formas de se resgatar tudo aquilo que, hoje, pa-rece perdido.

Por fim, marido e mulher têm a magnífica responsabilida-de de amarem-se e de amar a seus filhos, cuidando uns dos outros, primando pelo ensinamento do Mestre Jesus:

“Não façais aos outros, o que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, ao contrário, todo o bem que esteja ao vosso alcance fazer”.

ReinaldoBibliografia: Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.Tradução de Roque Jacintho. 8 ed. São Paulo: Luz no Lar, 2010.

Órg

ão d

ivul

gado

r do

Núc

leo

de E

stud

os E

spíri

tas

“Am

or e

Esp

eran

ça”

Rua

dos

Mar

imbá

s, 2

20S

ão P

aulo

– S

P04

475-

240

Des

tinat

ário

FEC

HA

MEN

TO A

UTO

RIZ

AD

O –

Pod

e se

r abe

rto p

ela

EC

T

9912

2840

46-D

R/S

PM

N

UC

LEO

ES

PIR

ITA