Jose Cretella Junior - 1000 Perguntas e Respostas - Direito Do Trabalho

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    1000 Perguntas e Respostas de

    Direito Trabalhista

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    Jos Cretella JniorProfessor Titular de Direito Administrativo da Faculdade de Direito da USP

    Jos Cretella NetoAdvogado em So Paulo

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO

    Para as provas das Faculdades de Direito Para os Exames da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil Para Concursos Pblicos

    Respostas de acordo com a Constituio Federal de 05.10. 1988 e oDecreto-Lei n 5.452, de 01.03.1943 (Consolidao das Leis do Trabalho - CLT)

    2 edio

    EDITORAFORENSE

    Rio de Janeiro1999

    SUMRIO

    Abreviaturas e siglas usadas . . . . . . . . . . . . . . . . VIIApresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . IXNota explicativa 2 edio. . . . . . . . . . . XI

    Captulo 1 - NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO ............. 11.l. Princpios.................... 11.2. Identificao Profissional. Durao do Trabalho. Salrio Mnimo. Frias Anuais. Segurana e

    Medicina do Trabalho . . . . . . . .................. 16

    Captulo 2 - NORMAS ESPECIAIS DA TUTELA DO TRABALHO .................... 392.1. Disposies Especiais sobre Determinadas Categorias Profissionais ............. 392.2. Durao e Condies de Trabalho. Proteo do Trabalho da Mulher e do Menor ............. 42

    Captulo 3 - CONTRATO INDIVIDUAL DO TRABALHO ..................... 51

    Captulo 4 - ORGANIZAO SINDICAL. . . . . . . . . . . . . . . 77

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    Captulo 5 - CONVENES COLETIVAS DE TRABALHO. ....... . 87

    Captulo 6 - MULTAS ADMINISTRATIVAS. ................... 91

    Captulo 7 - JUSTIA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . 93

    7.1. Juntas de Conciliao e Julgamento. Juzos de Direito. Tribunais Regionais do Trabalho.

    Tribunal Superior do Trabalho. Servios Auxiliares da Justia do Trabalho. . . . . . . . . . . 937.2. Greve e Lock out .. . . ........ 104

    Captulo 8 - MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO . . . . . . . . .111

    Captulo 9 - PROCESSO DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

    9.l. Generalidades. Princpios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1159.2. Custas. Partes e Procuradores. Atos, Termos e Prazos Processuais ................... 1179.3. Nulidades. Excees. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1329.4. Conflito de Competncia. Audincias. Provas. Deciso Judicial e sua Eficcia (Coisa Julgada).

    Dissdios Individuais. . . . . . . . . . . 1389.5. Dissdios Coletivos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1549.6. Liqidao. Execuo. Medidas Cautelares. . . . . . . . . . . 1589.7. Recursos . . . . . . . . . . . . . . . .. 165

    Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179

    ABREVIATURAS E SIGLAS USADAS

    ADCT Ato das Disposies Constitucionais Transitriasart. artigoCC Cdigo CivilCF Constituio FederalCIPA Comisso Interna de Preveno de AcidentesCLT Consolidao das Leis do TrabalhoCNPL Confederao Nacional dos Profissionais LiberaisCP Cdigo PenalCPC Cdigo de Processo CivilCPF Cadastro de Pessoa FsicaCTPS Carteira de Trabalho e Previdncia SocialEC Emenda Constitucionaled. EdioEd. Editoraex. exemploFGTS Fundo de Garantia do Tempo de ServioFinsocial Financiamento da Seguridade Socialh horaINSS Instituto Nacional de Seguridade SocialKm quilmetroLER Leso por Esforo Repetitivo

    Ltda. LimitadaMP Ministrio PblicoMT Ministrio do Trabalhon nmeroNR Norma Regulamentadora

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    OAB Ordem dos Advogados do BrasilOIT Organizao Internacional do TrabalhoONU Organizao das Naes UnidasPASEP Programa de Formao do Patrimnio do Servidor PblicoPIS Programa de Integrao SocialPLR Participao nos Lucros ou Resultados

    VIII JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    RAIS Relao Anual de Informaes SociaisS/A Sociedade AnnimaSDC Seo de Dissdios ColetivosSDI Seo de Dissdios Individuaisseg. seguinteSENAC Servio Nacional de Aprendizagem ComercialSESC Servio Social do ComrcioSESI Servio Social da Indstria

    SENA1 Servio Nacional de Aprendizagem IndustrialSFH Sistema Financeiro de HabitaoSTF Supremo Tribunal FederalSTJ Superior Tribunal de JustiaTRT Tribunal Regional do TrabalhoTST Tribunal Superior do TrabalhoUFIR Unidade Fiscal de RefernciaURSS Unio das Repblicas Socialistas Soviticasvol. volume

    APRESENTAO

    A seleo, a defesa e a disciplina da classe dos advogados, em toda a Repblica, feita pelaOAB - Ordem dos Advogados do Brasil - criada pelo art.17 do Decreto n 19.408, de 18.11.1930.

    O texto do art. 17 o seguinte: "Fica criada a Ordem dos Advogados do Brasil, rgo de disciplinae seleo dos advogados, que se reger pelos Estatutos que forem votados pelo Instituto da Ordemdos Estados e aprovados pelo Governo".

    A OAB constitui servio pblico federal e, pois, tem natureza de autarquia, que no vem,entretanto, declarada no texto em exame, mas que se deve construo jurisprudencial e doutrina, mediante reiteradas e unnimes manifestaes a respeito.

    Para a inscrio, como advogado militante, necessria a aprovao em Exame de Ordem (art.8, IV, da Lei n 8.906, de 04.07.1994, atual Estatuto da OAB).

    Por esse motivo, periodicamente, em todo o Pas, so realizadas provas, destinadas seleodos futuros profissionais do Direito, que s podem requerer inscrio, nos quadros da respectivaSeo Estadual da OAB, aps aprovao no mencionado Exame de Ordem.

    O Exame de Ordem regulamentado em Provimento do Conselho Federal da OAB (art. 8, 1).Est em curso, em So Paulo, uma alterao nos exames da OAB, que so agora realizados em

    duas etapas, ambas escritas, quando anteriormente a primeira etapa consistia em prova escrita, e a

    segunda, em prova oral.Na primeira fase, so formuladas questes sobre as 10 mais importantes matrias que compemo curso de Direito, a includo o Direito do Trabalho.

    Ultrapassada essa fase, o candidato ser submetido prova mais especfica, em que deveroptar por uma das quatro possveis reas: Penal, Civil, Trabalhista ou Tributrio.

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    Optando pela rea Trabalhista, o candidato dever elaborar uma pea (peties, recursos, etc.)privativa de advogado trabalhista - que envolve questo de Direito do Trabalho, no plano material, eelaborada segundo as normas de Processo do Trabalho -, alm de responder a quatro questes,duas de Processo do Trabalho e duas de Direito doTrabalho.

    O presente volume traz nada menos do que 1.000 questes de Direito de Trabalho, que podem ecostumam ser objeto das provas propostas pela OAB, nas duas fases do Exame de Ordem.

    Procurou-se facilitar o estudo, organizando as perguntas segundo uma estrutura lgica,

    abordando todos os temas pertinentes matria, seguindo quase risca a seqncia dos captulose artigos da CLT.

    X JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    Assim, o candidato poder preparar-se de modo racional, enfocando as partes em que se sentirmais inseguro, mas sem perder de vista o sistema jurdico codificado, que consiste em interpretardispositivos no de forma isolada, mas em consonncia com todo o conjunto normativo.

    Os Autores

    CAPTULO 1 - NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO

    1.l. PRINCPIOS

    1) Em que consiste e qual o objeto do Direito do Trabalho?R.: Direito do Trabalho o conjunto de princpios e normas que regulam no s as relaes laboraissubordinadas, pactuadas entre empregados e empregadores, como tambm as relaes jurdicasentre estes e o Estado, a determinao dos sujeitos dessas relaes e a regulamentao dasorganizaes destinadas proteo desse trabalho, quanto sua estrutura e forma de atuao.

    2) As normas do Direito do Trabalho pertencem ao direito privado ou ao direito pblico?R.: H normas pertencentes ao direito privado (ex.: as referentes ao contrato de trabalho) e outras,ao direito pblico (ex. : as referentes ao processo trabalhista).

    3) Qual a relao entre o Direito do Trabalho e o Direito Constitucional, no mbito do ordenamentojurdico brasileiro?R.: Desde 1934, as Constituies Federais brasileiras trazem normas fundamentais relacionadas aoDireito do Trabalho. Algumas dessas normas tm contedo programtico e ideolgico, outrasdefinem a estrutura bsica dos rgos governamentais envolvidos nas relaes de trabalho, eoutras, ainda, referem-se ao e organizao sindicais.

    4) Porque possvel afirmar-se que o Direito do Trabalho ramo autnomo do Direito?R.: Porque o Direito do Trabalho possui autonomia: a) legislativa, j que regulamentado pornormas jurdicas prprias e independentes, embora em harmonia com o restante do ordenamentojurdico; b) doutrinria,

    2 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    revelada pela existncia de princpios que lhe so peculiares, e por bibliografia especializada; c)didtica, demonstrada pela existncia, em todas as faculdades de Direito, e muitas faculdades de

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    Economia, Administrao de Empresas e Servio Social, de cadeira prpria; e d) jurisdicional, namedida em que os assuntos relativos a esse ramo do Direito so julgados com exclusividade poruma justia especial, a Justia do Trabalho. Em outras palavras, o Direito do Trabalho pode serconsiderado ramo autnomo do Direito porque atende aos requisitos preconizados para tal, que,segundo o jurista italiano Alfredo Rocco, so: i) ser ele bastante amplo; ii) ter mtodo prprio; e iii)conter doutrinas homogneas, informadas por princpios prprios, distintos dos que informam outrasdisciplinas.

    5) Qual a origem e a evoluo histrica do Direito do Trabalho, no mundo?R.: A origem remota do Direito do Trabalho pode ser localizada nos Estatutos das Corporaes deOfcio (guilder), na Idade Mdia. Posteriormente, no sculo XVIII, quando a Revoluo Industrialprovocou migraes macias de trabalhadores do campo para as cidades, principalmente naInglaterra, e depois na Frana e na Alemanha, organizaram-se movimentos de trabalhadores, com oobjetivo de lutar por sua proteo legal, bem como pela melhoria das condies de trabalho. Nosculo XIX, surgem os primeiros sindicatos, na Inglaterra, reconhecidos oficialmente, desde 1871,com a Lei dos Sindicatos. As Constituies do Mxico (1917) e de Weimar (1919) j contmpreceitos trabalhistas. A Carta del Lavoro (1927), na Itlia, o documento fundamental queestabelece uma ordem poltica e trabalhista, na Itlia, sob forte influncia estatal.

    6) Qual a origem e a evoluo histrica do Direito do Trabalho, no Brasil?R.: Abolida a escravido, em 1888, os trabalhadores nas indstrias emergentes, muitos delesimigrantes, com tradio sindicalista europia, passaram a exigir medidas de proteo legal. Atcerca de 1920, a ao dos anarquistas repercutiu fortemente no movimento trabalhista. As primeirasnormas jurdicas sobre sindicatos so do incio do sculo XX. O Cdigo Civil, de 1916, que entrouem vigor no ano seguinte, dispunha sobre locao de servios, e considerado o antecedentehistrico do contrato individual de trabalho na legislao posterior. Na dcada de 30.

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    com a poltica trabalhista de Getlio Vargas, influenciada pelo modelo corporativista italiano,

    reestruturou-se a ordem jurdica trabalhista no Brasil.

    7) Qual o principal diploma legislativo que rege as relaes de trabalho, no Brasil?R.: O principal diploma legislativo brasileiro, que regulamenta as relaes de trabalho, o Decreto-Lei n 5.452, de 01.03.1943, a Consolidao das Leis do Trabalho - CLT, que passou a vigorar apartir de 10.11.1943.

    8) Qual a estrutura da CLT?R.: A CLT dividida em onze partes ("Ttulos"): I) Introduo (arts. 1 a 12); II) Normas Gerais deTutela do Trabalho (arts. 13 a 223); III) Normas Especiais de Tutela do Trabalho (arts. 224 a 441 );IV) Contrato Individual do Trabalho (arts. 442 a 510); V) Organizao Sindical (arts. 511 a 610); VI)Convenes Coletivas de Trabalho (arts. 611 a 625); VII) Processo de Multas Administrativas (arts.626 a 642); VIII) Justia do Trabalho (arts. 643 a 735); IX) Ministrio Pblico do Trabalho (arts. 736 a762); X) Processo Judicirio do Trabalho (arts. 763 a 910); e XI)Disposies Finais e Transitrias (arts. 911 a 922).

    9) correta a afirmao de que a CLT um verdadeiro Cdigo trabalhista?R.: Sim. Embora a CLT no seja elaborao normativa absolutamente original, apresentouinovaes importantes, alm da reunio da legislao trabalhista at ento existente; por outro lado,no incluiu matria relativa a acidentes do trabalho nem previdncia social, objeto de legislaoespecial, em separado. O termo "Consolidao" apropriado para uma mera compilao, reunindo

    leis, sem qualquer inovao. Portanto, pode-se considerar a CLT como verdadeiro Cdigo doTrabalho.

    10) Em que contrastavam a CLT e a CF de 1946?

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    R.: A CLT, elaborada em bases corporativistas, contrastava com a CF de 1946, que tinha cunhosocial-democrtico, de inspirao neoliberal, consagrando princpios da autonomia privada coletiva,prpria do perodo aps a Segunda Guerra Mundial.

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    11) Quais os mais importantes diplomas legais trabalhistas no consolidados?R.: So: a) a Lei n 3.807, de 26.08.1960, e suas alteraes posteriores, que organiza a Previdncia

    Social; e b) o Decreto-Lei n 7.036, de 10. I 1.1944, ainda parcialmente em vigor, mas bastantealterado pela legislao posterior, conhecido como Lei dos Acidentes do Trabalho.

    12) Citar outros importantes diplomas legais posteriores CF de 1946, no mbito do Direito doTrabalho.R.: Lei n 605, de 05.01.1949 (repouso semanal remunerado e feriados); Lei n 4.090, de 13.07.1962(13 salrio); Lei n 4.214, de 02.03.1963 (trabalho rural); Lei n 4.266, de 03.10.1963 (salrio-famlia); Lei n 5.107, de 13.09.1966 (FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Servio); LeiComplementar n 7, de 07.09.1970 (PIS - Programa de Integrao Social) ; Lei n 6.514, de22.12.1977 (modificou o Captulo V do Ttulo II da CLT, sobre Segurana e Medicina do Trabalho); eLei n 7.783, de 28.06.1989.

    13) Quais as principais inovaes introduzidas pela CF de 1988, no mbito do Direito do Trabalho?R.: A CF de 1988, particularmente nos arts. 7 a 11, introduziu diversas inovaes, dentre as quaisse destacam: a) auto-organizao sindical e autonomia de administrao dos sindicatos,reformulando o relacionamento entre sindicatos e Estado; b) incentivo negociao coletiva; c)ampliao do direito de greve; d) reduo da jornada de trabalho, de 48 para 44 horas; e)generalizao do regime do FGTS. eliminando-se a estabilidade decenal; f) aumento em 1/3 daremunerao das frias; g) ampliao da licena-maternidade para 120 dias: h) criao da licenapaternidade, de 5 dias; i) incluso de trs estabilidades especiais: das empregadas gestantes, dosdirigentes sindicais e dos dirigentes das CIPA's - Comisso Interna de Preveno de Acidentes.

    14) Quais os diplomas legais regulamentadores de normas da CF de 1988?R.: Destacam-se: Lei no 7.783, de 28.06.1989 (Lei de Greve); Lei n 7.788, de 03.07.1989 (sobrepoltica salarial); Lei no 7.789, de 03.07.1985 (sobre salrio mnimo); e Lei n" 8.036, de 11.05.1990(sobre o FGTS).

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    15) Qual a principal fonte do Direito do Trabalho?R.: A fonte primria (e a nica voluntria; as demais so imperativas) do Direito do Trabalho avontade das partes, pois do contrato de trabalho que nasce o vnculo empregatcio.

    16) Como se classificam as fontes imperativas do Direito do Trabalho?R.: As fontes imperativas do Direito do Trabalho so classificadas segundo sua origem ecomposio dos rgos que as produzem: estatal, profissional, mista e internacional.

    17) permitido ao Juiz da Justia do Trabalho decidir com base nos usos e costumes?R.: Sim. O art. 8o da CLT refere-se especificamente aos usos e costumes como fonte formal doDireito do Trabalho.

    18) Em que casos no poder o Juiz lanar mo dos usos e costumes para decidir a controvrsia?R.: Sempre que sua aplicao no implique que interesses de classe ou particulares prevaleam

    sobre o interesse pblico.

    19) O que a OIT - Organizao Internacional do Trabalho?R.: A OIT organismo especializado, competente para elaborar e fazer cumprir normas jurdicasinternacionais, no mbito do Direito do Trabalho. Foi fundada em 1919, por ocasio do Tratado de

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    Versalhes, sendo reconhecida pela ONU - Organizao das Naes Unidas -, desde 1946. Seusprincpios e objetivos constam da chamada Declarao de Filadlfia, de 10.05.1944.

    20) Qual a composio da OIT?R.: A OIT composta por trs rgos: a) Conferncia (ou Assemblia Geral), rgo deliberativo; b)Conselho de Administrao, rgo de funo executiva, composto por representantes dos governos,de empregadores e de empregados; e c) Repartio Internacional do Trabalho, que funciona comosecretaria permanente, centro de documentao e rgo de divulgao das atividades da OIT,

    mediante publicaes prprias.

    6 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    21) O que so as convenes internacionais da OIT?R.: So normas jurdicas elaboradas pela Conferncia Internacional, para cumprimento por parte

    dos Estados deliberantes, que as incluem nos respectivos ordenamentos internos, em consonnciacom suas Constituies.

    22) As convenes internacionais so imediatamente aplicveis ao ordenamento jurdico de cadaEstado deliberante?

    R.: No. A incorporao das convenes ao ordenamento jurdico interno de cada pas dependedas disposies constitucionais de cada um, geralmente necessitando de ratificao por rgocompetente para tal.

    23) Em que consiste a concepo autotutelar do Direito do Trabalho?R.: Consiste na idia de que a tutela jurdica do trabalhador deve ser efetuada, concomitantemente,pelo Estado, e pelos prprios trabalhadores. Surgiu como reao antiestatal, defendida, emdeterminados pases, pelos anarcossindicalistas, que consideravam as leis trabalhistas um conjuntode medidas repressivas da classe trabalhadora, e, em outros pases, pelos liberais, que defendiam oretraimento da atuao do Estado, para que os prprios agentes envolvidos na relao laboralcompusessem seus conflitos.

    24) De que formas se refletiu nas relaes trabalhistas a concepo autotutelar do Direito doTrabalho?R.: Embora a autotutela do Direito do Trabalho no tenha sido a concepo vitoriosa em nenhumpas, exerceu influncia marcante nas relaes laborais, destacando-se: a) participao dostrabalhadores na empresa; b) participao dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa,inclusive como acionistas; c) surgimento de convenes coletivas de trabalho, sobrepondo-se sclusulas dos contratos individuais.

    25) Em que consiste a concepo da autonomia privada coletiva?R.: Consiste na idia de que os fundamentos da ordem sindical devem basear-se em princpios deliberdade e democracia, opondo-se orientao corporativista, sem interferncia da legislaoestatal.

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    26) Em que consiste a concepo da desregulamentao do Direito do Trabalho?R.: Consiste na idia de que o espao legal deve ser diminudo ou suprimido, naquilo que dizrespeito s relaes coletivas do trabalho, inexistindo normas de organizao sindical, denegociao coletiva e de greve, expressando-se em acordos tais como os denominados "pactossociais, em que governo, sindicatos e empresrios estabelecem as bases

    de seu relacionamento.

    27) Em que consiste a concepo econmica da flexibilizao do Direito do Trabalho?R.: Consiste em um tratamento das questes trabalhistas que leva em considerao a situaoconjuntural da economia, das empresas e dos trabalhadores, visando a preservao de postos de

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    trabalho ou, ao menos, a minimizao das dispensas de trabalhadores, em pocas de baixademanda do mercado. A flexibilizao do Direito do Trabalho contempla o tratamento jurdicodiferenciado entre pequenas, mdias e grandes empresas, bem como nveis diferenciados deempregados, cabendo a cada categoria uma srie diversa de direitos.

    28) O que so negociaes trabalhistas individuais?R.: Negociaes trabalhistas individuais so aquelas empreendidas diretamente, entre empregado eempregador, singularmente considerados, visando o ajuste de clusulas do contrato de trabalho

    entre ambos.

    29) O que so negociaes trabalhistas coletivas?R.: Negociaes trabalhistas coletivas so aquelas empregadas por trabalhadores e empregadores,visando a autocomposio de seus conflitos coletivos de trabalho.

    30) Em que poca podem ser conduzidas as negociaes trabalhistas individuais?R.: Podem ser conduzidas na poca de formao do vnculo empregatcio, durante odesenvolvimento do contrato de trabalho e tambm por ocasio de sua extino.

    31) Qual a posio dos sindicatos durante as negociaes trabalhistas coletivas?

    R.: O art. 8, VI, da CF de 1988 impe participao obrigatria dos sindicatos, por ocasio dasnegociaes coletivas.

    8 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    32) Quem tem competncia para legislar sobre Direito do Trabalho?R.: Segundo a CF de l 988, art. 22, I, cabe a competncia Unio Federal. Lei complementar,entretanto, poder autorizar os Estados da Federao a legislar sobre questes especficas deDireito do Trabalho.

    33) Quem o legislador considera empregador, para fins trabalhistas?

    R.: Empregador toda entidade que se utiliza de trabalhadores subordinados, prestando servioscontnuos, em troca de salrio, podendo ser pessoa fsica ou jurdica.

    34) Quem o legislador considera empregado, para fins trabalhistas?R.: Empregado qualquer pessoa fsica que presta servios de forma permanente (ou por tempodeterminado, mas no eventual) a empregador, de forma subordinada, individual e medianteremunerao.

    35) Todo trabalhador empregado?R.: No. Todo empregado trabalhador, mas a recproca no verdadeira. Por exemplo: oempregado dever prestar servios pessoalmente a terceiro; se delegar a tarefa, no serconsiderado empregado. Alm disso, trabalhos executados voluntariamente por qualquer pessoa,profissional qualificado ou no, no a caracterizam como empregado.

    36) Em que consiste o poder de direo do empregador?R.: Consiste na faculdade de determinar o modo pelo qual a atividade do empregado deve serexercida, em decorrncia do contrato de trabalho.

    37) De que formas se manifesta o poder de direo do empregador?R.: O poder de direo manifesta-se como poder de organizao, poder de controle sobre otrabalho, e poder disciplinar sobre o empregado.

    38) Em que consiste o poder de organizao do empregador?R.: Consiste na ordenao das atividades do empregado, inserindo-as no conjunto das atividades daproduo, visando a obteno dos objetivos econmicos e sociais da empresa. A empresa poderter um regulamento interno para tal.

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    39) Em que consiste o poder de controle sobre o trabalho?R.: Consiste na fiscalizao do trabalho do empregado, que compreende o modo pelo qual otrabalho prestado e tambm ao comportamento do empregado, poder esse que deve ser exercidosem atingir a dignidade humana do funcionrio. So exemplos: a revista pessoal do empregado aodeixar o local de trabalho, a marcao dos horrios de entrada e sada, e a prestao de contas.

    40) Em que consiste o poder disciplinar do empregador?R.: Consiste no direito de impor sanes disciplinares ao empregado, de forma convencional(previstas em conveno coletiva) ou estatutria (previstas no regulamento da empresa),subordinadas forma legal.

    41) Em que consiste o princpio da continuidade da empresa?R.: O princpio da continuidade da empresa consiste em considerar que as alteraes relativas pessoa do empresrio no afetam o contrato de trabalho e tambm no fato de que, dissolvida aempresa, ocorre extino do contrato de trabalho.

    42) Em que consiste o princpio da solidariedade de empresas?R.: O principio da solidariedade de empresas consiste em considerar que, existindo empresasjuridicamente autnomas, mas pertencentes ao mesmo grupo econmico (geralmente controlado poruma holding company), existe solidariedade legal para efeitos da relao trabalhista entre umempregado de qualquer uma delas e o grupo econmico. A implicao prtica desse princpio aseguinte: se uma das empresas se extinguir, quaisquer delas podem ser demandadas perante aJustia do Trabalho.

    43) Em que condies fica caracterizada a relao de emprego?R.: A relao de emprego fica caracterizada quando o trabalho executadoapresentar as seguintes caractersticas: pessoalidade, subordinao, continuidade, onerosidade e

    exclusividade.

    44) Quais as teorias existentes para explicar a natureza jurdica da relao de emprego?R.: Das diversas teorias existentes, destacam-se as seguintes: a) contratualista - o contrato entreempregado e empregador funda-se na autonomia das vontades; b) anticontratualista - a relao detrabalho prescinde

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    de contrato, formando-se com o mero engajamento humano; c) ato-condio - o vnculo criadopela vontade, mas os efeitos j esto predeterminados pelas normas jurdicas.

    45) O que so empregados-intermedirios?R.: Empregados-intermedirios so aqueles que exercem sua atividade praticando atos que ora seinserem no esquema de contrato de trabalho, ora em outros de natureza diversa. categoriaconstituda, principalmente, pelos chamados empregados-mandatrios e pelos empregados-scios.

    46) De que formas pode ser manifestada a vontade das partes contratantes, na formao da relaode emprego?R.: A vontade das partes pode ser manifestada: a) de forma escrita; b) de forma oral (ou verbal); e c)de forma tcita.

    47) Quais as teorias existentes para explicar a natureza jurdica do contrato de experincia (oucontrato de prova)?R.: As seguintes teorias so oferecidas pela doutrina: a) teoria do contrato autnomo - no existeunidade entre o contrato de experincia e o contrato de trabalho propriamente dito; b) teoria da

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    experincia como clusula do contrato de trabalho - o contrato de experincia no tem autonomia,sendo utilizado para avaliar as habilidades do empregadopelo empregador.

    48) Como a CLT disciplina o contrato de experincia?R.: O contrato de experincia considerado pela CLT, no art. 443, como uma das modalidades docontrato de trabalho a prazo.

    49) Qual a durao mxima do contrato de experincia?R.: 90 dias.

    50) Quais as espcies existentes de contrato de trabalho?R.: O contrato de trabalho pode ser individual, coletivo ou de equipe.

    51) O que contrato de trabalho individual?R.: Contrato de trabalho individual o acordo, tcito ou expresso, firmado entre empregador eempregado, para a prestao de servio pessoal, contendo os elementos que caracterizam umarelao de emprego.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 11

    52) O que contrato de trabalho coletivo?R.: Contrato de trabalho coletivo (ou Conveno Coletiva de Trabalho) o acordo de carternormativo, firmado por uma ou mais empresas com entidades sindicais representativas dosempregados de determinadas categorias, visando a autocomposio de seus conflitos coletivos.

    53) Qual o fundamento jurdico da conveno coletiva de trabalho?R.: O fundamento o pluralismo jurdico do Direito do Trabalho, com a criao espontnea denormas diretamente pelos grupos sociais interessados, segundo o princpio, admitido pelo Estado,da autonomia privada coletiva.

    54) possvel haver negociao coletiva entre o empregador e os trabalhadores, diretamente?R.: Antes da CF de 1988, a CLT permitia (art. 617, 1) essa forma de entendimento direto, mas oart. 8, VI, da CF dispe que obrigatria a participao dos sindicatos representativos da categoria,nas negociaes coletivas.

    55) O que contrato de trabalho de equipe?R.: Contrato de trabalho de equipe aquele firmado entre a empresa e um conjunto de empregados,representados por um chefe, de modo que o empregador no tem sobre os trabalhadores do grupoos mesmos direitos que teria sobre cada indivduo (no caso de contrato individual), diminuindo,assim, a responsabilidade da empresa. forma contratual no prevista expressamente nalegislao trabalhista brasileira, mas aceita pela doutrina e pela jurisprudncia.

    56) Em que condies ser computado o tempo de servio militar do empregado?R.: Se o empregado for convocado para o servio militar, o tempo da convocao ser computado;se o empregado for voluntrio, no ser.

    57) Pessoa jurdica pode ser considerada empregado?R.: No. Empregado somente pode ser pessoa fsica. A prestao de servios por pessoa jurdica regulada por contrato de prestao de servios, fora do mbito da CLT.

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    58) Ficar caracterizada a relao de emprego, caso um trabalhador eventual substitua empregadoregular?

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    R.: Sim. A jurisprudncia considera que a prestao de servios por trabalhador individual, emlugar de um trabalhador regular, caracteriza relao de emprego.

    59) O trabalho caritativo, exercido a ttulo gratuito, caracteriza relao de emprego?R.: No. Trabalho caritativo, executado por solidariedade, humanidade ou por qualquer outra razo,

    no caracteriza relao de emprego.

    60) Quais as espcies de punio aplicveis pelo empregador ao empregado?

    R.: O empregador pode punir o empregado com advertncia, suspenso e dispensa (ou demisso).

    61) Quais os limites aplicao de punio ao empregado?R.: A punio deve ser nica, por falta cometida; a falta punida deve ser atual; a punio somente

    poder ser modificada por expressa concordncia do empregado; no pode consistir emrebaixamento de funo ou deremunerao, nem de multa; no pode consistir em transferncia do empregado; no caso de

    suspenso, o prazo mximo admitido de i0 dias.

    62) O que se considera como tempo de servio efetivo, para fins trabalhistas?R.: Considera-se tempo de servio efetivo a soma dos perodos de vigncia do contrato de trabalho,

    em que o empregado executa seu trabalho ou aguarda ordens superiores, e tambm aqueles aosquais a lei confere os mesmos efeitos, parcial ou totalmente, como nos casos de suspenso ouinterrupo.

    63) Uma costureira recebe, em seu domiclio, todas as semanas, cortes de tecido, para seremtransformados em roupas prontas, que devem ser entregues, aps alguns dias, a uma mesmaempresa, que se encarrega de revend-las. Ficar caracterizada a relao de emprego mesmonunca tendo a costureira trabalhado no interior do estabelecimento?R.: Sim. As leis trabalhistas no distinguem entre o trabalho realizado no estabelecimento doempregador e o executado no prprio domiclio

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 13

    do empregado, desde que o trabalho realizado caracterize a existncia de uma relao laboral. Nocaso, a costureira no tem contato com o consumidor e seu trabalho reveste-se das caractersticastpicas da relao de emprego.

    64) Quem a CLT expressamente exclui de sua tutela jurisdicional?R.: O art. 7 da CLT exclui expressamente: a) os empregados domsticos; b) os trabalhadores rurais(embora a revogao do Estatuto do Trabalhador Rural, pela Lei no 5.889/73, regulamentada peloDecreto no 73.626, de 01.02.1976 especifique quais artigos da CLT sejam aplicveis ao trabalhadorrural); c) os funcionrios pblicos; e d) os servidores de autarquias paraestatais, desde que seuregime de proteo ao trabalho os equipare a funcionrios pblicos, para esse fim.

    65) permitido o trabalho de um empregado para duas empresas?R.: Sim. No existe vedao legal a que o empregado trabalhe para duas empresas.

    66) A esposa pode ser empregada do marido?R.: A esposa no pode ser empregada do marido, enquanto pessoa fsica; somente poder serempregada de pessoa jurdica, em que o marido for scio.

    67) Quem o legislador considera empregado domstico, para fins trabalhistas?

    R.: Empregado domstico qualquer pessoa fsica que presta servios contnuos a um ou maisempregadores, em suas residncias, de forma no eventual, contnua, subordinada, individual emediante remunerao, sem fins lucrativos.

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    68) Qual o diploma legal especfico que regulamenta as relaes de trabalho do empregadodomstico?R.: a Lei no 5.859/72, denominada Lei dos Domsticos. A CF de 1988 ampliou os direitos doempregado domstico.

    69) Quais os direitos concedidos ao empregado domstico, introduzidos pela CF de 1988?R.: Ao empregado domstico, foram concedidos os seguintes direitos: a) salrio mnimo; b)pagamento da Previdncia Social; c) dcimo terceiro salrio com base na remunerao integral ou

    na aposentadoria; d) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; e) frias

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    anuais remuneradas com pelo menos um tero a mais do que o salrio normal; f) licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com durao de 120 dias; g) licena-paternidade; h)aviso prvio proporcional; i) aposentadoria por tempo de servio; e j) irredutibilidade de vencimentos.

    70) Como feita a inscrio previdenciria do empregado domstico?R.: O prprio empregado dever inscrever-se, dirigindo-se aos postos da Previdncia Social ou s

    agncias dos Correios, e apresentando a CTPS j preenchida pelo empregador, documento de

    identidade, certido de nascimento, CPF e ttulo de eleitor.

    7l) Como efetuado o recolhimento previdencirio do empregado domstico?R: o empregador domstico dever recolher 12% sobre o Salrio de contribuio do empregado.

    Esse pagamento, e o desconto de 8%, 9% ou 10%, conforme o salrio de contribuio, devero serefetuados simultaneamente, utilizando-se o carn de contribuintes individuais.

    72) Uma faxineira faz a limpeza de uma residncia duas vezes por semana, em dias determinados.Seu trabalho estar amparado pela lei dos domsticos?R.: Em princpio, a lei dos domsticos no ampara o diarista, que presta servios de formaintermitente, pois a lei se refere ao servio "de natureza contnua". Ultimamente, no entanto, alguns

    julgados isolados tm entendido que a proteo jurdica deve ser a eles estendida.

    73) Quem poder contratar empregados domsticos?R.: Somente pessoa fsica, uma vez que o trabalho dever ser executado no mbito da residncia doempregador.

    74) Sero devidos salrios, por parte do empregador, ao empregado domstico que adoecer e seafastar do trabalho?R.: Somente por 15 dias. Devendo afastar-se por perodo superior a 15 dias, e tendo contribudo porno mnimo 12 meses para a Previdncia Social, poder o empregado domstico requerer o benefciodiretamente ao rgo previdencirio.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 15

    75) Poder ser demitida a empregada domstica grvida, afastada do trabalho e recebendo salrio-maternidade?R.: No. A CF de 1988 garante empregada domstica gestante estabilidade provisria no empregodurante o perodo de 120 dias de afastamento.

    76) A que est obrigado o empregador domstico durante o afastamento da empregada gestante,por licena maternidade?

    R.: A Previdncia Social efetua os pagamentos gestante, durante seu afastamento. Assim, oempregador no estar obrigado ao pagamento de salrios, devendo somente recolhermensalmente, o encargo de 12% sobre o salrio de contribuio da empregada domstica.

    77) Quando ter o empregado domstico direito a frias?

  • 7/21/2019 Jose Cretella Junior - 1000 Perguntas e Respostas - Direito Do Trabalho

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    R.: Para cada empregador, o empregado adquire direito a frias aps 12 meses de trabalho.

    78) Como devem ser pagas as frias do empregado domstico?R.: O empregador dever pagar o valor correspondente a 20 dias teis, mais um tero (inovao daCF de 1988) sobre esse valor. Alm disso, devero ser pagos, tambm, como saldo de salrios, osdomingos e feriados intercorrentes no perodo de frias, sobre os quais no incide o teroconstitucional.

    79) O que empregado rural?R.: Empregado rural aquele que executa seu trabalho, no compreendido na CLT, em propriedaderural ou prdio rstico, subordinado a empregador rural, isto , aquele que exerce atividadeagroeconmica.

    80) Qual o diploma legal especfico que regulamenta as relaes de trabalho do empregado rural?R.: a Lei n 5.889/73 (Lei do Trabalho Rural), regulamentada pelo Decreto n 73.626, de12.02.1974. A CF de 1988 equiparou o trabalhador rural ao urbano, o que amplia o amparo legal aessa categoria. A CLT aplicvel, como disposio geral, subsidiariamente.

    81) O que servidor de autarquia paraestatal, excludo da proteo da CLT ?

    R.: Servidor de autarquia paraestatal aquele que tem regime estatutrio prprio.

    16 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    82) Os servidores pblicos podem ser sindicalizados?R.: Sim. A partir da CF de I 988, a sindicalizao dos servidores pblicos passou a ser permitida.

    83) Em que consiste o livro de registro de empregados?R.: livro de uso obrigatrio, por parte do empregador, onde devem ser anotados os dadospessoais do empregado, sua qualificao, seu histrico na empresa, frias, acidentes de trabalho edemais fatos dignos de meno.

    84) Empresa comercial, cuja estrutura societria de sociedade por quotas de responsabilidadelimitada (Ltda.), pretende abrir seu capital, colocando aes em Bolsa de Valores, devendo, para tal,transformar-se em Sociedade Annima (S/A). De que maneira ficaro afetados os direitostrabalhistas adquiridos, de seus empregados?R.: A transformao societria no atinge os direitos adquiridos pelos trabalhadores da empresa.

    85) Qual o prazo de prescrio da ao para a cobrana de crditos trabalhistas, devidos aotrabalhador urbano?R.: Pelo art. 7o, ci, da CF, o prazo de 2 anos aps a extino do contrato de trabalho, podendo serreclamados crditos dos 5 anos anteriores.

    1.2. IDENTIFICAO PROFISSIONAL. DURAO DO TRABALHO. SALRIO MNIMO, FRIASANUAIS.

    SEGURANA E MEDICINA DO TRABALHO

    86) Para que serve a Carteira de Trabalho e Previdncia Social (CTPS)?R.: A CTPS serve como meio de prova: a) da relao de emprego; b) de clusulas importantes ouno usuais contidas no contrato de trabalho, que no se presumem; c) de participao em fundoespecial (como o PIS); e d) dados de interesse da Previdncia Social. A CTPS serve como provadas relaes empregatcias anteriores e seu tempo de durao, refletindo a vida profissional do

    trabalhador.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 17

    87) As anotaes efetuadas na CTPS so tidas como absolutamente verdadeiras?

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    R.: No. Tanto a jurisprudncia quanto a doutrina consideram as anotaes efetuadas na CTPScomo gozando de presuno juris tantum, isto , relativa, admitindo prova em contrrio.

    88) Como pode ser provada a existncia de relao empregatcia, se o trabalhador no dispuser deCTPS?R.: O contrato de trabalho pode ser provado por todos os meios em Direito admitidos, inclusive provatestemunhal.

    89) O trabalhador pode comear a trabalhar sem dispor de CTPS?R.: No. O empregado no poder ser admitido se no dispuser de CTPS.

    90) Quanto tempo ter o empregador, para devolver ao empregado, a CTPS recebida paraanotaes?R.: O empregador ter 48 horas de prazo para proceder s anotaes, aps sua apresentao,contra recibo.

    91) Qual o prazo dado para o empregador, para devolver ao empregado, a CTPS recebida paraanotaes, nas localidades em que inexistir rgo emissor do documento?R.: Inexistindo rgo emissor da CTPS, o prazo de 30 dias.

    92) Qual o rgo responsvel pela emisso da CTPS?R.: O rgo emissor a Delegacia Regional do Trabalho. Podero ser emitidas por qualquer rgofederal, estadual ou municipal, da administrao direta ou indireta, mediante convnio. Inexistindoconvnio com essas entidades, poder ser firmado com o sindicato.

    93) Quem emitir a CTPS para estrangeiro que tenham obtido visto provisrio para permanecer etrabalhar no Brasil?R.: O rgo emissor a Secretaria de Imigrao, conforme determina o Decreto n 96.998/88.

    94) Em que momentos so feitas as anotaes na CTPS?

    R.: As anotaes devem ser feitas: a) na data-base da categoria; b) no momento da rescisocontratual; c) quando houver necessidade de comprovao perante a Previdncia Social; e d) aqualquer tempo, sempre que solicitado pelo empregado.

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    95) Qual a sano a que est sujeito o empregador que no efetua as anotaes corretas naCTPS, ou que se recusa a efetu-las nos casos previstos em lei?

    R.: O empregador estar sujeito a autuao, por Fiscal do Trabalho, que comunicar a falta deanotao ao rgo competente, para que seja instaurado o processo correspondente.

    96) Dar exemplos de anotaes tpicas e usuais, feitas pelo empregador na CTPS do empregado.R.: Salrio, data de admisso, condies especiais (tempo de experincia, contrato por tempo

    determinado), frias, acidentes do trabalho banco depositrio do FGTS, CGC do empregador.

    97) Que tipo de anotaes so vedadas ao empregador efetuar?R.: O empregador no poder fazer anotaes na CTPS, desabonadoras conduta do empregado,

    o que traria ao empregado evidente prejuzo.

    98) Que direito assiste ao empregado que, tendo entre que sua CTPS empresa, recebe-a devolta sem as anotaes devidas, ou ento tem o documento retido por prazo superior ao legal?

    R.: O empregado poder comparecer perante a Delegacia Regional do Trabalho ou o rgoautorizado, pessoalmente ou por meio do sindicato da categoria, devendo ser lavrado termo dereclamao, a fim de ser realizada diligncia para instruo do feito.

    99) Como se desenvolve o processo administrativo instaurado aps a diligncia de instruo?

  • 7/21/2019 Jose Cretella Junior - 1000 Perguntas e Respostas - Direito Do Trabalho

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    R.: A empresa ser notificada para prestar esclarecimentos ou efetuar as devidas anotaes ouentregar a CTPS. No comparecendo, ser o reclamado considerado revel e confesso, e asanotaes sero feitas por despacho da autoridadeque processou a reclamao. Se o empregador comparecer e continuar se recusando a fazer asanotaes, ser lavradoum termo de comparecimento, sendo-lhe assegurado prazo de 48 horas para apresentao dedefesa. Aps o prazo, o processo subir autoridade administrativa de primeira instncia, paranovas diligncias ou julgamento do feito.

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    100) O que ocorrer se as alegaes do reclamado versarem sobre a no-existncia da relaoempregatcia, ou se,for impossvel verificar essa condio por meios administrativos?R.: O processo dever ser encaminhado Justia do Trabalho, ficando sobrestado o processoadministrativo.

    101) Qual a penalidade imposta ao empregador que retiver a CTPS por mais de 5 dias?R.: De acordo com a Lei n" 5.553/68, ficar caracterizada contraveno penal, punida com priso emulta.

    102) De que formas se extingue o procedimento administrativo?R.: O procedimento administrativo se extingue: a) pela confisso do reclamado, que comparece eprocede s anotaes devidas; b) com a revelia do reclamado, presumindo-se verdadeiros os fatosalegados pelo empregado, e procedendo-se s anotaes revelia do empregador; e c) com aimpugnao da relao de emprego, pelo reclamado, sendo osautos, neste caso, remetidos Justia do Trabalho.

    103) Remetidos os autos Justia do Trabalho, como se desenvolve o processo judicial?R.: A petio inicial ser o prprio termo de comparecimento; o objeto da causa, o requerido perantea autoridade administrativa. O procedimento o da ao trabalhista comum, caracterstico dos

    julgamentos individuais. O procedimento administrativo no vincula o juiz, que dever apreciar o queconstar dos autos como um simples fato, a ser avaliado em conjunto com os demais.

    104) Qual a penalidade a que est sujeito o empregador que mantiver empregado no registrado?R.: O empregador estar sujeito a multa de valor igual a 30 vezes o valor de referncia regional.Diversas leis dispem sobre os valores de referncia, que devem ser sempre atualizados segundoos ndices oficiais.

    105) O que se considera jornada normal de trabalho?R.: A jornada normal de trabalho ser o espao de tempo durante o qual o empregado deverprestar servio ou permanecer disposio do empregador, com habitualidade, excetuadas ashoras extraordinrias. Nos termos da CF, art. 7, XIII, sua durao dever ser de at 8 horas dirias,e 44 horas semanais.

    20 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    106) Como poder ser efetuada a reduo legal da jornada de trabalho?R.: A reduo da jornada de trabalho poder ser feita: a) pelas partes de comum acordo; b) porconveno coletiva; e c) pela lei.

    107) Qual dever ser a jornada de trabalho no caso de empregado que trabalhem em turnosininterruptos de revezamento?R.: Dever ser de 6 horas, no caso de turnos que se sucedem, substituindo-se sempre no mesmoposto de trabalho, salvo negociao coletiva.

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    108) Dar exemplos de jornadas dirias normais, de durao diversas das de 8 ou de 6 horas, paracategorias profissionais especficas.R.: Aeronautas: 15 horas, com limite mximo de 85 ou 100 horas/ms jornalistas, 5 horas; mdicos,4 horas.

    109) O que se consideram horas extras?R.: Horas extras so aquelas trabalhadas alm da jornada normal de cada empregado, comum oureduzida.

    110) O empregado pode recusar-se a trabalhar horas extras?R.: Sim. A recusa ser legtima, salvo em caso de fora maior ou dentro de limites estritos, quando anecessidade for imperativa. Para que empregador possa legitimamente exigir trabalho em horassuplementares, dever haver acordo escrito entre as partes ou norma coletiva.

    111) Como pode ser prorrogada a jornada normal de trabalho?R.: A jornada normal de trabalho somente poder ser prorrogada: a) at duas horas, exceto noscasos de fora maior ou necessidade imperativa; b) nas empresas que tenham reduzido os salriosem funo de conjuntura econmica desfavorvel, aps seis meses de restalebelecimento dosvalores anteriores; c) no caso de menores de 18 anos.

    somente por motivo de fora maior.

    112) De que forma dever ser remunerada a hora extra?R.: Por determinao constitucional (CF, art. 7. XVI), dever a hora extra ser remunerada, nomnimo, em 50% acima do valor da hora normal, percentual esse que poder ser maior, por fora delei, de acordo coletivo, de acordo individual ou de sentena normativa.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 21

    113) O empregado que permanece em sua prpria casa, munido de "bip" ou telefone celular cedidos

    pela empresa, que atende chamados e avisa outros empregados que devero executardeterminados servios, ser considerado como estando disposio do empregador, para efeitos depagamento de horas extras?R.: O juiz dever examinar, no caso concreto, a real participao do empregado, fixando valoresintermedirios entre o limite de 24 horas dirias e os minutos de sua efetiva interveno, a fim dedeterminar a exata disponibilidade do empregado.

    114) As horas da jornada normal podem ser compensadas?R.: Sim. Embora o horrio de compensao tenha sido previsto para ser cumprido no sbado, nadaimpede que sejam compensadas as horas em outro dia da semana, desde que o limite dirio noultrapasse 10 horas.

    115) Como calculado o salrio-hora normal, no caso de empregado mensalista?R.: O clculo efetuado, dividindo-se o salrio mensal correspondente durao, em horas, dotrabalho (art. 58 da CLT), por 30 vezes o nmero de horas dessa durao, no caso de 30 dias detrabalho, ou do nmero correspondente ao de dias de trabalho por ms, caso inferior a 30.

    116) Como calculado o salrio-hora normal, no caso de empregado diarista?R.: O clculo efetuado, dividindo-se o salrio dirio correspondente durao, em horas, dotrabalho (art. 58 da CLT) pelo nmero de horas de efetivo trabalho.

    117) Qual o impacto da CF de 1988 sobre o clculo da hora normal?R.: Anteriormente CF, a jornada diria era de 8 horas, sem limite de 44 horas semanais,chegando-se a 240 horas mensais. Aps a CF, o clculo se baseia na jornada semanal, de 44 horas,alcanando o valor de 220 horas mensais. Assim sendo, a jornada normal atual de 7 horas e 20minutos, valor que se obtm dividindo-se 44 horas por 6 dias teis.

  • 7/21/2019 Jose Cretella Junior - 1000 Perguntas e Respostas - Direito Do Trabalho

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    118) Em que consiste o descanso semanal remunerado?R.: Descanso semanal a folga a que tem direito o empregado, aps determinado nmero de diasou de horas de trabalho por semana, medida de carter social, higinico e recreativo, visando arecuperao fsica e mental do trabalhador. folga paga pelo empregador.

    22 JOS CRETELLA JNIOR E JOS CRETELLA NETO

    119) Como deve ser gozado o descanso semanal?R.: Em princpio, o perodo deve ser de 24 horas consecutivas, que devero coincidir,preferencialmente (CF, art. 7, XIII), no todo ou em parte, com o domingo. Nos servios que exigiremtrabalho aos domingo (exceo feita aos elencos de teatro e congneres), o descanso semanadever ser efetuado em sistema de revezamento, constante de escala mensalmente organizada esujeita fiscalizao, necessitando de autorizao prvia da autoridade competente em matria detrabalho.

    120) Quais os dispositivos legais que regulam o descanso semanal?R.: Alm da CF, o descanso semanal regulado pela CLT e pela Lei n 605/49.

    121) Se o empregado faltar, injustificadamente, em um dos seis dia que antecedem o descansosemanal, perder o direito a ele?R. : No. O empregado continuar a ter direito ao descanso, que matria de ordem social,perdendo, contudo, o direito remunerao pelo dia de descanso semanal.

    122) No caso de revezamento mensal, o que determina a lei quanto ao descanso semanalremunerado?R.: A portaria MT n" 417/66 determina que, no caso de revezamento mensal, os empregadospossam usufruir, ao menos uma vez por ms, de descanso semanal que recaia em um domingo.

    l23) Por que, no caso de mecangrafos, a cada 90 minutos de trabalho, dever ser efetuado repouso

    de 10 minutos, e esse descanso computado na durao do trabalho?R.: Porque o trabalho do mecangrafo, bem como o de outras categorias (tais como datilgrafos,pianistas, digitadores permanentes, etc.), no continuo, e sim, consecutivo. O intervalo pararepouso necessrio devido prpria natureza do trabalho, que considerado possvel causa dedoenas do trabalho, tais como tenossinovite e Leso por Esforo Repetitivo (LER).

    124) Qual a conseqncia, para o empregador, que deixar de conceder intervalo para descanso,conforme estipulado pela lei?R.: A remunerao do empregado ser acrescida, considerando-se que a violao da norma, peloempregador, acalreta que o tempo de trabalho seja equiparado hora extra ilegal.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 23

    125) Qual o perodo considerado noturno, perante a legislao trabalhista?R.: Para o trabalho urbano, considera-se noturno aquele realizado entre as 22 horas de um dia, e as5 horas do dia seguinte; para o trabalho agrcola, entre 21 e 5 horas; para o trabalho pecurio, entre20 e 4 horas.

    126) Qual o valor do acrscimo remunerao do trabalhador urbano, que realiza tarefa no perodonoturno?R.: O acrscimo (chamado adicional noturno) de 20%, exceto se executado em revezamento

    semanal ou quinzenal, percentagem que incide sobre quaisquer valores, tais como frias,13" salrio,FGT,S, etc.

    127) O que significa a expresso "hora de 52 minutos e 30 segundos"?

  • 7/21/2019 Jose Cretella Junior - 1000 Perguntas e Respostas - Direito Do Trabalho

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    R.: Considera-se que o trabalho realizado no perodo noturno, durante 7 horas, equivale a 8;conseqentemente, a hora de trabalho noturno equivale a 52 minutos e 30 segundos, resultado quese obtm multiplicando-se 7 horas por 60 minutos = 420 minutos, e dividindo-se por 8 horas. Oclculo da remunerao leva essa equivalncia em conta, sem prejuzo do adicional noturno devido,de 20%.

    128) Como se distingue salrio de remunerao?R.: Embora os dois termos sejam utilizados indistintamente, a diferena feita pela doutrina a

    seguinte: salrio a importncia paga diretamente pelo empregador ao empregado, enquantoremunerao o conjunto dos valores que o empregado recebe, direta ou indiretamente (caso degorjetas, por exemplo), pelo trabalho realizado.

    129) De que formas pode ser estabelecido o salrio?R.: O salrio pode ser estabelecido por unidade de tempo - mensal, semanal, dirio, por hora -, porunidade de produo (ou de obra) - por pea produzida, por metro cbico de material removido, porcomisso sobre venda -, ou misto (ou por tarefa) - uma parte estabelecida por tempo, e outra, porproduo.

    130) Como se efetua o clculo do salrio misto ou por tarefa?

    R.: Dois elementos so levados em conta: a durao e o resultado. Assim, por exemplo, tome-se ocaso de empregado que deve produzir determinado nmero de peas em certa unidade de tempo. Oempregado pode cessar o trabalho se atingir a meta antes do tempo. recebendo a remuneraonormal (caso seja esse o acordo), ou pode prosseguir

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    produzindo at atingir o limite de tempo. No primeiro caso, no ter interesse em aumentar aproduo. No segundo caso, receber, alm salrio, um prmio, destinado a estimular maiorproduo.

    131) A gorjeta considerada parte integrante do salrio, para demais efeitos legais?R.: Sim, embora no esteja inserida em clusula do contrato de trabalho pois consiste em valorimprevisvel e varivel, ser considerada como parte integrante do salrio para praticamente todosos efeitos legais, inclusive para as leis da Previdncia Social e de acidentes do trabalho.

    132) O que se entende por salrio "in natura"?R.: Salrio in natura aquele pago em utilidades, tais como transporte, alimentos, ou habitao, eno em dinheiro.

    133) O que significa salrio complessivo?R.: Salrio complessivo (ou "completivo") aquele que engloba, em uma importncia fixa ouproporcional ao ganho bsico. a remunerao conjunta de vrios institutos, sem sua individuao.Assim, a remunera inclui horas extras, trabalho noturno, descanso semanal remunerado, comisses,etc.

    134) A Justia do Trabalho permite o salrio complessivo?R.: No. A jurisprudncia no o admite, exceto em hipteses excepcionais, devendo o juiz avaliarcada caso, em concreto.

    135) Em que consiste o princpio da irredutibilidade do salrio?R.: O princpio da irredutibilidade consiste na garantia constitucional(CF, art. 7, VI) de assegurar

    que o salrio dever ser pago de forma integral, afastando-se a possibilidade de diminuio doquantum, ou de injustificados descontos, retenes ou compensaes.

    136) Qua1 a importncia da garantia da irredutibilidade do salrio?

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    R.: Indiscutivelmente, possui o salrio carter alimentar, e qualquer forma de retardar-lhe opagamento, ou de diminuir o valor devido, constitui sria ameaa ao equilbrio do oramentodomstico do empregado.

    1.000 PERGUNTAS E RESPOSTAS DE DIREITO DO TRABALHO 25

    137) Em que casos possvel excepcionar o princpio da irredutibilidade?R.: A fim de evitar abusos, permite-se, em casos excepcionais, que o empregador efetue certos

    descontos, por motivos especficos, sempre amparados por dispositivo legal, por contrato individualde trabalho (desde que no atentem contra direitos indisponveis) ou conforme conveno coletivade trabalho.

    138) Com que finalidades podem ser efetuados os descontos no salrio do empregado?R.: Os descontos no salrio podem ser efetuados com as seguintes finalidades: a) interesse do

    empregador; b) necessidade do empregado; c) interesse do empregado; e d) cumprimento deobrigao legal por parte do empregado.

    139) Em que consiste o "truck system"?R.: Truck system a forma de pagamento de salrios, em voga na Europa, no sculo XIX e,

    ainda, no interior do Brasil, em reas no inspecionadas pelo MT, pelo qual o empregador no utilizaa moeda corrente do pas para satisfazer sua obrigao.

    140) De que formas se efetua o pagamento pelo "truck system"?R.: O truck system utilizado de duas formas: a) o salrio integralmente pago em utilidades; ou

    b) o salrio pago mediante quaisquer smbolos representativos e equivalentes moeda, tais comobnus, fichas ou vales.

    141) Permite a lei o pagamento do salrio por meio de cheque bancrio?R.: Sim, com limitaes. O empregado no dever ter quaisquer gastos com transporte para

    descontar o cheque no banco; o empregador dever permitir a ausncia do empregado para ir at o

    banco descontar o cheque; e a forma de pagamento com cheque no dever ocasionar nenhumatraso no recebimento do salrio.

    142) Permite a lei o pagamento do salrio em moeda estrangeira?R.: No, salvo a tcnicos estrangeiros, na forma da legislao aplicvel, o Decreto-Lei n 691, de

    18.07.1969.

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    143) O salrio penhorvel?R.: No, exceto se a penhora visar ao cumprimento de penso alimentcia. Contudo, a vedao penhora do salrio no consta na CLT, e sim, no Cdigo de Processo Civil, art. 649, que atuasubsidiariamente CIT.

    144) Qual o fundamento para a impenhorabitidade do salrio?R.: O salrio impenhorvel devido a seu carter alimentar.

    145) A impenhorabilidade dos salrios absoluta?R.: No. No caso de empregados, que recebem salrios elevados, admite-se a penhorabilidadeparcial ou progressiva. Outra exceo o caso de dvidas com o fisco, podendo o salrio serarrestado, penhorado ou seqestrado, no caso de dvidas cobradas judicialmente pela Fazenda

    Pblica.

    146) A participao nos lucros ou nos resultados pode ser penhorada?R.: Sim, pois no tem natureza jurdica de salrio, no se vinculando remunerao, e, portanto,no protegida pela impenhorabilidade.

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    147) O que salrio mnimo?R.: Salrio mnimo o menor valor da contraprestao devida e paga pelo empregador a todotrabalhador, para que atenda s suas necessidades bsicas e s de sua famlia com moradia,alimentao, sade, lazer, vesturio, higiene, transporte e Previdncia Social.

    l48) De que espcies pode ser o salrio mnimo?R.: O salrio mnimo pode ser mensal, dirio (mnimo mensal dividido por 30) ou horrio (mnimo

    mensal dividido por 220).

    149) Levam-se em conta as gorjetas, no clculo do salrio mnimo?R.: No. A gorjeta valor pago por terceiros. No clculo do salrio mnimo, somente socomputados os valores pagos diretamente pelo empregador ao empregado.

    150) O que salrio mnimo profissional?R.: o menor valor a ser pago a empregados, geralmente profissionais liberais, pertencentes adeterminadas categorias profissionais.

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    151) Qual a conseqncia, para o empregador, que paga salrio inferior ao mnimo, para oempregado?R.: O empregado pode rescindir o contrato, pela falta de cumprimento de obrigao legal; o contratono ser todo nulo, e sim, somente as clusulas ilegais, como a que estipula salrio inferior aomnimo vigente. O empregador estar sujeito multa, de 3 a 120 valores de referncia regionais, aoinfringir qualquer dispositivo relativo a salrio mnimo, multa que ser dobrada em caso dereincidncia.

    152) O empregador poder pagar menos de um salrio mnimo para trabalhador menor de 18 anos?R.: Atualmente no mais existe distino entre maiores e menores de idade quanto ao salrio a ser

    pago, para a mesma tarefa. A nica exceo o menor aprendiz, que receber pelo menos meiosalrio mnimo durante a primeira metade da durao mxima prevista para seu aprendizado, e pelomenos 2!3 do salrio mnimo, na segunda metade.

    153) Qual o conceito de menor aprendiz, na legislao trabalhista?R.: Considera-se aprendiz o menor de 12 a 18 anos, sujeito formao profissional metdica doofcio em que exera o trabalho. Essa a nova redao do art. 80, pargrafo nico da CLT, dada pelaLei n 6.086, de 15.07.1974.

    154) Qual o mximo percentual, calculado sobre o salrio mnimo, que pode ser pago emutilidades?R.: O mximo de 70% sobre o salrio mnimo.

    155) Qual a importante inovao introduzida pela CF de 1988, relativamente s frias anuais?R.: A CF estipula em seu art. 7, XVII, remunerao de frias em valor superior, em pelo menos umtero, ao valor do salrio normal, regra anteriormente inexistente.

    156) Qual o perodo de frias anuais?R.: O perodo de frias anuais deve ser de 30 dias corridos, se o trabalhador no tiver faltadoinjustificadamente, mais de 5 vezes ao servio.

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    157) De quantos dias devero ser as frias, no caso de o trabalhador faltar injustificadamente, maisde 5 vezes no ano?

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    R.: Se o trabalhador faltar de 6 a 14 vezes, ser de 24 dias corridos; se faltar de 15 a 23 dias, de 18dias corridos; se faltar de 24 a 32 dias, de12 dias corridos; acima de 32 faltas: no ter oempregado, direito a frias. As faltas do empregado ao servio no sero descontadas das frias.

    158) Um empregado tem seu contrato de trabalho suspenso por 15 dias; falta, durante o ano, 7 dias,injustificadamente. Ter direito quantos dias de frias?R.: O requisito para que o empregado adquira direito a frias a vigncia do contrato de trabalho,no o nmero de dias efetivamente trabalhados. Assim, os dias em que o empregado no

    comparecer por motivo da suspenso (ou da interrupo) do contrato, so computados como setivessem sido efetivamente trabalhados. Logo, o trabalhador ter direito a 24 dias corridos de frias,j que ter somente 7 faltas assinaladas.

    159) Citar cinco exemplos de ausncias do empregado ao trabalho, permitidas pela legislao, queno so computadas como faltas ao servio.R.: As seguintes ausncias so permitidas: a) at 2 dias consecutivos, no caso de falecimento decnjuge, ascendente, descendente, irmo ou dependente econmico declarado como tal na CTPS;b) at 3 dias consecutivos, por motivo de casamento; c) 1 dia, durante a primeira semana, aps onascimento de filho; d) 1 dia, a cada 12 meses, paradoao de sangue comprovada; e e) durante a suspenso preventiva, para responder a inqurito

    administrativo ou de priso preventiva, quando for impronunciado ou absolvido.

    160) O tempo de trabalho anterior apresentao do empregado para servio militar obrigatrio computado no perodo aquisitivo?R.: Sim, desde que o empregado comparea empresa dentro de 90 dias aps ter dado baixa noservio militar.

    161) Citar trs hipteses em que a falta do trabalhador acarreta perda do direito a frias.R.: O trabalhador perder o direito a frias, caso: a) deixe o emprego,

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    no sendo readmitido nos 60 dias subseqentes sua sada; b) permanea em gozo de licena,recebendo salrios, por mais de 30 dias; e c) tenha recebido na Previdncia Social prestaes deacidente de trabalho ou de auxilio-doena por mais de 6 meses, mesmo descontnuos.

    162) Quem tem direito fixao do perodo de frias?R.: As frias so concedidas pelo empregador, e por ele fixadas durante o perodo subseqente de12 meses aps a aquisio do direito pelo empregado.

    163) As frias devem ser concedidas obrigatoriamente, em um s perodo?R.: Para os menores de 18 anos e maiores de 50 anos, obrigatrio o gozo de frias em um sperodo. Para os demais trabalhadores, em geral, as frias devero ser concedidas para seremgozadas, tambm, em um s perodo. Excepcionalmente, o empregador poder conceder frias emdois perodos, um deles nunca inferior a 10 dias corridos.

    164) A concesso de frias depende de pedido ou do consentimento do empregado?R.: No. A concesso de frias independe de pedido ou de consentimento do trabalhador, pois atoexclusivo do empregador.

    165) Como devero ser concedidas as frias, se mais de um membro de uma famlia trabalhar namesma empresa?

    R.: Os membros de uma famlia que trabalharem na mesma empresa, tero direito fixao de suasfrias no mesmo perodo, se disso no resultar prejuzo para o servio.

    166) Como devero ser concedidas as frias de empregado estudante, menor de 18 anos?

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    R.: O empregado estudante, menor de 18 anos, ter direito a perodo de frias coincidente com o desuas frias escolares.

    167) Qual a conseqncia, para o empregador, da concesso de frias aps o perodo de 12 mesessubseqentes aquisio do direito a goz-las?R.: O empregador dever pagar em dobro a respectiva remunerao, caso no conceda frias aoempregado, no perodo devido.

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    168) O empregador fixa o perodo de frias do empregado, para que as goze 2 meses aps otrmino do perodo subseqente aquisio do direito. Ao receber seu contra-cheque, e darquitao dos valores, o empregado nota que o empregador somente lhe pagara o valor normal dasfrias. Apesar de dar quitao dos valores, incluindo frias, ter o empregado direito a exigir opagamento integral da diferena?R.: Sim. O direito ao dobro do valor permanece, apesar da quitao.

    l69) De que forma podem ser concedidas frias coletivas, numa empresa?R.: Podem ser concedidas a todos os trabalhadores, a determinados estabelecimentos, ou somente

    a certos setores da empresa, para serem gozadas em dois perodos anuais, nenhum deles inferior a10 dias corridos.

    170) Qual dever ser o procedimento da empresa que desejar conceder frias coletivas a seusempregados?R.: A empresa dever comunicar ao rgo local do Ministrio do Trabalho, com antecednciamnima de 15 dias, enviando cpia da comunicao aos sindicatos representativos da respectivacategoria profissional, e afixando cpia de aviso nos locais de trabalho. Dessa comunicao ao MTesto isentas as microempresas e as empresas de pequeno porte.

    171) Como fica a situao dos empregados admitidos h menos de 12 meses, no caso de frias

    coletivas?R.: Suas frias sero computadas proporcionalmente; ao trmino das frias, iniciar-se- a contagemde novo perodo aquisitivo.

    l72) O que abono de frias?R.: a converso parcial em dinheiro, correspondente a, no mximo, 1/3 da remunerao que seriadevida ao empregado, dos dias correspondentes s frias, que pode ser requerido, facultativamente,ao empregador, at 15 dias antes do trmino do perodo aquisitivo.

    173) A converso da remunerao de frias em dinheiro depende de concordncia do empregador?R.: No. direito do empregado, que pode ou no exerc-lo. Se desejar receber abono de frias, oempregador no poder recusar-se a pag-lo.

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    174) possvel o pagamento do abono de frias aos trabalhadores, no caso de frias coletivas?R.: No caso de frias coletivas, o abono de frias dever ser objeto de acordo entre o empregador eo sindicato da categoria.

    175) Quando dever ser efetuado o pagamento da remunerao das frias?R.: O pagamento da remunerao de frias e do abono, se for o caso, dever ser efetuado at ?

    dias antes do incio do perodo fixado pelo empregador. para as frias do empregado.

    176) De que formas pode cessar o contrato de trabalho?R.: O contrato de trabalho pode cessar: a) por iniciativa do empregador; b) por iniciativa doempregado: c) pelo decurso do tempo do contrato, no caso de ser por prazo determinado; e d) pela

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    morte do empregado. Nas hipteses a e b, pode cessar o contrato por justa causa ou sem justacausa.

    177) Qual a remunerao de frias devida ao empregado, que j completou o perodo aquisitivo,sem ainda goz-lo, quando da cessao do contrato de trabalho, qualquer que seja a causa?R.: A remunerao de frias dever ser igual remunerao simples, ou em dobro, conforme ocaso, sendo correspondente ao perodo cujo direito tenha adquirido.

    178) Um empregado trabalhou 31 meses e 16 dias em determinada empresa, sendo que gozou doisperodos de frias, no 13 ms e no 25 ms. Foi, ento, despedido sem justa causa. Qual aremunerao de frias que lhe devida?R.: Supondo-se que as duas frias gozadas tenham sido regularmente pagas, e tendo ele trabalhado7 meses e 16 dias durante o terceiro perodo aquisitivo, dever, portanto, receber ?/3(correspondentes a 8 meses trabalhados sobre 12) da remunerao simples. Os 16 dias socontados como ms completo, conforme estipula a lei ("frao superior a 14 dias" - art.146,pargrafo nico, da CLT).

    179) Em que casos o empregado que trabalhou menos de 12 meses na empresa tem direito aremunerao proporcional ao tempo de trabalho?

    R.: Trabalhando o empregado menos de 12 meses na empresa, receber remunerao proporcionalnos seguintes casos: a) extino do contrato

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    de trabalho por prazo determinado, quando decorrido o tempo do contrato; b) despedida sem justacausa. Se despedido por justa causa, ou se pediu demisso, no ter direito a remuneraoproporcional.

    180) Quando prescreve o direito de reclamar a concesso de frias e o pagamento da respectivaremunerao?

    R.: Prescreve em 5 anos, a partir do dia em que o pagamento deveria ter sido efetuado, ou do dia dacessao do contrato de trabalho.

    181) Qual o campo de atuao da Medicina do Trabalho?R.: A Medicina do Trabalho compreende o estudo dos modos de proteo sade do trabalhador,durante a execuo de suas tarefas, visando a indicao de medidas preventivas e a cura dosefeitos nocivos do exerccio profissional. Tem, portanto, aspectos preventivos e curativos,relativamente s doenas do trabalho.

    182) A segurana do trabalho ramo da Medicina do Trabalho?R.: No. considerada ramo da Engenharia do Trabalho, uma vez que envolve aspectostraumticos (acidentes do trabalho), e no patognicos do exerccio profissional. Embora no faaparte, , sem dvida, estreitamente ligada Medicina do Trabalho.

    183) Quais as obrigaes da empresa, relativamente segurana e Medicina do Trabalho?R.: So obrigaes da empresa: a) cumprir e fazer cumprir as normas de segurana e Medicina doTrabalho; b) instruir os empregados, por meio de ordens de servio, relativamente s precaues atomarem no sentido de evitar acidentes de trabalho e doenas ocupacionais; c) adotar as medidasdeterminadas pelo rgo regional competente; e d) facilitar o exerccio da fiscalizao pelaautoridade competente.

    184) Quais as obrigaes do empregado, relativamente segurana e Medicina do Trabalho?R.: So obrigaes do empregado: a) observar as normas de segurana e Medicina do Trabalho,inclusive quanto s precaues a tomar no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenasocupacionais; e b) colaborar com a empresa na aplicao dos dispositivos legais envolvendosegurana e Medicina do Trabalho.

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    185) Qual a conseqncia, para o empregado, da recusa injustificada em observar as instrues doempregador quanto s precaues a tomar, para evitar acidentes do trabalho ou doenasocupacionais, ou ainda, a usar os equipamentos de proteo individual fornecidos pela empresa?R.: O empregado que assim procede, no adotando as normas de segurana e higiene do trabalho,ou recusando-se a usar os equipamentos de proteo, comete ato faltoso, cuja conseqncia

    depende da gravidade das circunstncias. Pode ter, por conseqncia, simples advertncia,suspenso, ou resciso do contrato de trabalho, at mesmo por justacausa.

    186) Que tipo de estabelecimento dever ser inspecionado pela autoridade regional competente emsegurana e Medicina do Trabalho?R.: Antigamente, somente as indstrias estavam sujeitas inspeo. Atualmente, todo tipo deestabelecimento, comercial ou industrial, somente poder iniciar suas atividades aps a inspeo daautoridade competente.

    187) A inspeo feita nos estabelecimentos vale definitivamente?

    R.: No. Dever ser feita sempre que ocorrer significativa alterao das instalaes, inclusiveequipamentos, cuja montagem dever ser comunicada, obrigatoriamente, DRT.

    188) O que poder fazer o Delegado Regional do Trabalho ao receber o laudo tcnico do serviocompetente?R.: Se constatar que existe risco grave e iminente para o trabalhador, poder interditar oestabelecimento, setor de servio, mquina ou equipamento, ou, ainda, embargar a obra. Deverindicar, ainda, as providncias a serem tomadas para a preveno de acidentes de trabalho.

    189) Quem tem competncia para requerer a interdio ou o embargo?R.: Alm da DRT, a interdio ou o embargo podero ser requeridos por agente da inspeo do

    trabalho, ou por entidade sindical.

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    190) O que poder fazer o dono do estabetecimento ou o interessado, se discordar da deciso deinterdio ou de embargo?R.: Poder interpor recurso administrativo, no prazo de 10 dias, dirigido ao rgo de mbito nacional,competente em matria de segurana e Medicina do Trabalho, que poder dar efeito suspensivo aorecurso.

    191) Qual a sano aplicvel quele que desobedecer a ordem de interdio ou embargo, no casode ocorrerem danos a terceiros, causados pelo funcionamento do estabelecimento ou de um deseus setores, ou a utilizao de mquina ou equipamento, ou, ainda, o prosseguimento da obra?R.: Se forem causados danos a terceiros, alm das reparaes civis, o responsvel estar sujeito amultas trabalhistas e responsabilidade penal.

    192) Qual a situao dos empregados de estabelecimento ou obra interditada ou embargada?R.: Os empregados continuaro a receber seus salrios e demais benefcios, como se estivessemtrabalhando normalmente. Se a interrupo for superior a 30 dias, os empregados no mais terodireito a frias.

    193) O que a CIPA - Comisso Interna de Preveno de Acidentes?R.: rgo interno obrigatrio em empresas com nmero de empregados superior a 50, constitudade acordo com instrues expedidas pelo Ministrio do Trabalho, composta de representantes daempresa e dos empregados.

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    194) Como so indicados os membros das CIPA's?R.: Os representantes dos empregadores so por eles designados, inclusive os suplentes; osrepresentantes dos empregados so eleitos em votao secreta, pelos empregados interessados,independentemente filiao sindical.

    195) Qual a durao do mandato dos membros eleitos das CIPA's?R.: A durao de um ano, sendo permitida uma nica reeleio.

    196) Qual o alcance da estabilidade do empregado, membro titular eleito da CIPA?R.: A CF, no art. 10 do ADCT - Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. estabelece que otitular eleito para as CIPA's no pode ser

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    dispensado de forma arbitrria ou sem justa causa, a partir do momento do registro de suacandidatura, e at um ano aps o final de seu mandato.

    l97) Qual a responsabilidade do empregador, no fornecimento dos equipamentos de proteoindividual aos empregados, cujo uso se torna necessrio pelo fato de as medidas de ordem geral

    no oferecerem completa proteo contra riscos de acidentes e danos sade?R.: Os equipamentos, que somente podero ser aqueles regularmente vendidos no mercado ou

    utilizados, com Certido de Aprovao do MT, sero fornecidos gratuitamente aos empregados,devendo apresentar perfeito estado de conservao e funcionamento.

    198) Quais os fatores de risco que mais causam acidentes do trabalho?R.: Os mais comuns so: a) mquinas desprotegidas; b) falta de higiene no local de trabalho; c)excesso de horas extras, principalmente de mulheres e de menores; e d) falta de equipamentosadequados para a proteo individual e coletiva do trabalhador.

    199) Quando so obrigatrios os exames mdicos, por conta do empregador, a que devem

    submeter-se os empregados?R.: Os exames mdicos devem ser realizados na admisso, na demisso e periodicamente,conforme instrues do MT.

    200) Qual a abrangncia das normas contidas na CLT, relativas preveno de acidentes dotrabalho e de doenas profissionais?R.: A CLT contm normas relativas s edificaes (arts. 170 a 174), iluminao (art.175), aoconforto trmico (arts. I 76 a 178 ), s instalaes eltricas (arts. 179 a 181 ), movimentao,armazenagem e manuseio de materiais (arts. 182 e 183), a mquinas e equipamentos (arts. 184 a186), e as caldeiras, fornos e recipientes sobre presso (art.187), que so complementadas pordiversas leis, decretos, NR - Normas Regulamentadoras e portarias.

    201) O que so atividades insalubres?R.: Atividades insalubres so aquelas que expem os empregados a agentes nocivos sade,acima dos limites legais permitidos. Juridicamente, a insalubridade somente reconhecida quando aatividade ou operao passa a ser includa em relao baixada pelo Ministrio do Trabalho.

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    202) Qual a exigncia legal, para que a jornada de trabalho do empregado, que executa atividade

    insalubre, possa ser prorrogada?R.: Exige-se licena prvia das autoridades competentes em higiene do trabalho.

    203) Qual a conseqncia do exerccio de trabalho em condies de insalubridade, acima doslimites de tolerncia estabelecidos pelo MT, sobre o salrio do empregado?

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    R.: O empregado receber, alm do salrio normal, um adicional correspondente insalubridade,calculado em 40%, 20% ou 10% sobre o salrio mnimo da regio, conforme o grau deinsalubridade.

    204) Como se remuneram as horas extras do trabalhador horista, quanto ao adicional deinsalubridade?R.: A hora extra, a ser paga ao empregado que trabalha em condies de insalubridade, pagacalculando-se o adicional sobre o valor do salrio mnimo horrio da regio, nos percentuais de 40,

    20 ou 10%, conforme o grau.

    205) Qual a tipificao legal de periculosidade?R.: A lei considera atividades ou operaes perigosas todas aquelas que, pela natureza ou mtodosde trabalho, coloquem o trabalhador em contato permanente com explosivos, eletricidade, materiaisionizantes, substncias radioativas, ou materiais inflamveis, em condies de risco acentuado.

    206) Qual diploma legal dispe sobre insalubridade e periculosidade?R.: A Lei n 6.514, de 22.12.1977.

    207) Qual a percentagem correspondente ao adicional de periculosidade?

    R.: Para inflamveis e explosivos: 30%c sobre o salrio bsico, excludas gratificaes, prmios eparticipao nos lucros; para eletricidade, de 30% sobre o salrio recebido, no caso de permannciahabitual em rea de risco, desde que a exposio no seja eventual.

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    208) possvel ao empregado receber simultaneamente adicionais de insalubridade epericulosidade?R: No. A lei permite somente o pagamento de um dos dois, escolha do empregado.

    209) O fornecimento de equipamento de proteo a empregado, trabalhando em condies de

    insalubridade, gera a cessao do pagamento dos adicionais respectivos?R.: No, obrigatoriamente. Os pagamentos somente cessaro se os equipamentos forem usados, aempresa efetuar a fiscalizao de seu emprego, e a insalubridade ou a periculosidade forem,efetivamente, eliminadas do ambiente de trabalho.

    210) Como feita a caracterizao da insalubridade e da periculosidade?R.: A caracterizao feita por meio de percia, a cargo de mdico ou de engenheiro do trabalho,segundo as normas do MT.

    211) Quem pode solicitar a realizao de percias para a caracterizao de insalubridade oupericulosidade?R.: Alm dos rgos oficiais competentes, que podem e devem realiz-las ex officio, tambmempresas e sindicatos das categorias podem solicitar a realizao de percias.

    212) Quem tem competncia para determinar a elaborao do laudo pericial?R.: Tanto o Poder Executivo quanto o Poder Judicirio, sempre que acionados para tal.

    213) A partir de que momento passam a incidir sobre a remunerao do empregado os adicionais deinsalubridade ou de periculosidade?R.: A partir do momento em que a atividade includa nos quadros aprovados pelo MT.

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    214) O que dispe a CLT sobre as indicaes que devem trazer, no rtulo, todas as substncias emateriais quando perigosos ou nocivos sade, destinados manipulao ou transportes no localde trabalho?

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    R.: A CLT dispe que o rtulo dever conter: a) composio; b) recomendaes de socorro imediato;e c) smbolo de perigo correspondente, segundo padro internacional.

    215) Qual a punio prevista em lei quele que infringir normas relativas Medicina do Trabalho,constantes da CLT?R.: A legislao prev multa de 30 a 300 vezes o valor de referncia previsto, que consta de tabelapublicada pelo MT, atualmente fixado e UFIR - Unidade Fiscal de Referncia.

    CAPTULO 2 - NORMAS ESPECIAIS DA TUTELADO TRABALHO

    2.l. DISPOSIES ESPECIAIS SOBRE DETERMINADAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS

    216) Citar cinco categorias profissionais para os quais a durao e as condies de trabalho soreguladas pela CLT.R.: Bancrios, empregados de telefonia, msicos profissionais, operadores cinematogrficos eprofessores.

    217) Citar cinco categorias profissionais para os quais a durao e as condies de trabalho soreguladas por leis extravagantes.R.: Advogado (Lei n 8.906/94), aerovirio (Decreto n 1.232/62), engenheiro (Leis n 4.950-A/66,5.194/66, 6.496/77 e 6.619/78; Decreto n 241/67; Decretos-Leis ns 602/69 e 711/66),fonoaudilogo (Decreto n 8.7218/82) e leiloeiro (Decreto n 21.981/32).

    218) Qual a jornada de trabalho dos bancrios?R.: A jornada normal do trabalho dos bancrios de 6 horas contnuas nos dias teis, exceto nossbados, e o total semanal deve ser de 30 horas, trabalhadas entre s 7:00 h e s 22:00 h, com 15minutos para almoo.

    219) Para efeitos de jornada de trabalho, que outras categorias se equiparam aos bancrios?R.: Tambm os empregados de empresas de crdito, financiamento e investimento soconsiderados bancrios, para efeitos trabalhistas. O regime de 6 horas ainda se aplica aosempregados de portaria e limpeza, tais como porteiros, telefonistas, contnuos e serventes debancos.

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    220) A jornada de trabalho dos bancrios aplicvel a todos os empregados de bancos e deinstituies financeiras?

    R.: No. Esto excludos da categoria, para fins de aplicao dos direitos trabalhistas, osempregados que exercem funo de direo, gerncia, fiscalizao, chefia e equivalentes, e aindaaqueles que ocupam cargos de confiana, cuja gratificao igual ou superior a um tero do salrioefetivo. Esto tambm excludos os empregados de distribuidoras ttulos e valores mobilirios, decrdito mobilirio, de cooperativas habitacionais e de empresas de seguros.

    22l) A jornada normal de trabalho dos bancrios pode ser prorrogada?R.: A CLT permite prorrogao at 8 horas dirias, incluindo os sbados, no excedendo 40 horassemanais. A prorrogao at 40 horas semanais implica pagamento acrescido de 50%, conforme aCF, art. 7, XVI.

    222) Como se calcula o valor do salrio-hora do bancrio sujeito jornada de trabalho de 8 horas?R.: A jurisprudncia posterior CF de 1988 fixou o entendimento de que o clculo efetuadodividindo-se o salrio normal por 220 horas, e no mais por 240, como anteriormente.

    223) Qual a jornada de trabalho normal para telefonistas?

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    R.: A jornada normal de trabalho de 6 horas contnuas por dia e 36 horas por semana. Acima de 6horas, devero receber 50% a mais do que o salrio normal.

    224) Quais as condies para que o professor exera a profsso em estabelecimento particular deensino?R.: A Lei n 7.855/89, que modificou o art. 317 da CLT, exige somente habilitao legal e registro noMinistrio da Educao.

    225) Quando estaro os professores legalmente amparados pela legislao trabalhista?R.: Os professores estaro amparados pela legislao trabalhista quando no so funcionriospblicos ou no se encontrem em situao anloga, ou ainda, quando no gozem de proteoespecial, por imposio da CF de 1988 (art. 37, XVI e XVII - professores de escolas pblicasfederais, estaduais, do Distrito Federal, municipais e paraestatais).

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    226) Como deve ser a jornada normal de trabalho do professor?R: O professor somente poder ministrar, no mximo, quatro aulas consecutivas, ou seisintercaladas, no mesmo estabelecimento de ensino. Pela Portaria n 204/45, o tempo de aula de

    50 minutos durante o dia e de 40 minutos durante a noite, nos estabelecimentos de grau mdio ousuperior, e de 60 minutos, nos demais.

    227) Como remunerado o adicional noturno dos professores?R.: A reduo do tempo de aula, noite, paga sem reduo sobre o valor da aula ministrada noperodo diurno, funciona como pagamento de adicional noturno.

    228) Qual a base de clculo do salrio dos professores?R.: Calcula-se o salrio dos professores com base no nmero de aulas ministradas. Por isso, ajurisprudncia considera o professor no como um trabalhador horista, e sim, aulista.

    229) Como devem ser remunerados os professores, no perodo de exames e de frias escolares?R.: Devem ser remunerados conforme o valor percebido durante o perodo de aulas, de acordo coma nova redao do art. 322 da CLT, dada pela Lei n 9.013/95.

    230) Se um professor for dispensado, sem justa causa, aps o trmino das aulas e antes do inciodos exames, ter direito ao pagamento das frias escolares seguintes?R.: Sim. Ter direito ao pagamento correspondente ao perodo de exames e frias escolares, pois,durante o perodo de frias escolares, o professor est disposio da escola, no se confundindoesse perodo com o das frias do prprio professor.

    231) lcito o contrato de trabalho de professores apenas para o perodo letivo, de fevereiro anovembro?R.: No. H evidente fraude lei, pois tal contrato visa evitar pagamento da remuneraocorrespondente ao perodo de frias escolares e de outras verbas.

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    232) Permanece vlida a norma do art. 352 da CLT, que dispe que as empresas so obrigadas amanter, no quadro de pessoal, determinada proporo de empregados brasileiros em relao aempregados estrangeiros?

    R.: No. Esse artigo no foi revogado pelas Constituies Federais de 1946 e de 1967, nem pela

    EC n 1, de 1969, que permitiam certas discriminaes por determinadas causas, dentre as quaispelo fato de ser algum estrangeiro. A CF de 1988, no entanto, veda a discriminao contraestrangeiros, subsistindo somente algumas restries, em nmero reduzido, relativas a cargos,empregos e funes pblicas, recursos minerais, transporte naval e empresas jornalsticas. Assim, o

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    art. 352, em face da nova Carta Magna, inconstitucional, bem como quaisquer artigos quediscriminem estrangeiros, tais como o art. 353 e segs.

    2.2. DURAO E CONDIES DE TRABALHO. PROTEO DO TRABALHO DA MULHER E DOMENOR

    233) De que forma o trabalho feminino amparado pela legislao trabalhista?R.: Quando no especficas, e por fora da igualdade entre homens mulheres, constitucionalmente

    assegurada (CF, art. 5, I), as normas trabalhistas se aplicam sem distino. Quando necessriaproteo especial, assegurada por lei extravagante, esta prevalecer. Se a mulher for menor de 18anos, aplicam-se prioritariamente as leis de proteo aomenores de idade. vedada a discriminao de salrio por motivo de sexo e de trabalho insalubres mulheres, que gozam, ainda, de proteo maternidade e aposentadoria.

    234) Pode a mulher trabalhar em horrio noturno e em condies de insalubridade?R.: Sim. Tendo a CF abolido a diferenciao entre homens e mulheres, permitido, comdeterminadas restries, o trabalho noturno e em condies de insalubridade.

    235) Pode o menor trabalhar em horrio noturno e em condies de insalubridade?

    R.: No. A CF no autoriza o trabalho noturno nem o insalubre para menores, de ambos os sexos.

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    236) O que a licena-maternidade?R.: Licena-maternidade (ou licena-gestante) benefcio de carter previdencirio, introduzido pelaCF de 1988 (art. 7, XVII), que consiste em conceder, mulher que deu luz, licena remuneradade 120 dias.

    237) A licena-maternidade encargo direto do empregador?R.: Atualmente, no. Os salrios (denominados salrio-maternidade