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JUAZEIRO BAHIA IBGE - CONSE LH O NACIONAL DE ESTATiSTICA

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JUAZEIRO BAHIA

IBGE - CONSELHO NACIONAL DE ESTATiSTICA

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ColtfiiO dt M0110grajills- N.o 146

' JUAZEIRO

BAHIA

* ASPECTOS FlSICOS - Area: 6 976 km' (1956); altitude: 372 m,· temperatura media em °C das mdximas: 34; das mint­mas: 16; precipt~ao anual: 392 mm.

* POPULA(}AO - 41935 habttantes (esttma­ttva para 1957) ; densidade demogrtittca: 6 habttantes por qutl6metro quadrado.

* ATIVIDADES PRINCIPAlS - Importante centro dtstrtbutdor ( comercto atacadtsta desenvolvtdo com entroncamento fltlvfo­ferrovttirtoJ.

* EST ABELECIMENTOS BANCARIOS - 4 agenctas.

* VElCULOS REGISTRADOS fna Pretettura Municipal) - 35 automOvets e 53 cami­nh6es.

• * ASPECTOS URBANOS (sede) - 1280 Ztga­~6es ezetrtcas, 5 hoteis, 7 pens6es, 2 ci­nemas.

* ASSISTENCIA MEDICA (sede} - 2 hospt­tais gerais com 73 lettos; 15 medicos no exercicio da proftssao. •

*ASPECTOS CULTURAIS -129 untdades es­colares de ensino primtirio fundamental -comum, 2 estabelecimento§ de ensino medio, 4 tipograji as, 2 ltvrartas, 4 biblio­tecas e 4 jornats.

* OR(}AMENTO MUNICIPAL PARA 1956 fmi­lhares de cruzeiros) - recetta prevista total : 5 552; recetta trtbutarta: 2 727; des­pesa: 5 552.

* REPRESENTA(}AO POL!TICA - 12 verea­dores em exercfcio.

Texto de Roberto Rodrigues Monteiro e desenho da capa de Marcos Vinicius da Ro­cha, da Dlretoria de Documenta~ao e Divul­ga~ao do CNE.

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ASPECTOS HIST6RICOS

U M dos fa tos mar can tes relacionados com a expansao dos currais de gado da Casa da

Torre atraves dos sert6es da Bahia e das ter­ras ao norte do Sao Francisco foi a abertura de uma estrada que passou a ligar a metro­pole de entao aos principals centros do Nor­deste.

Juazeiro, pela sua posi<;ao geografica, teria constituido uma das portas de entrada para o Piaui e Maranhao, sendo, ao mesmo tempo, etapa obrigat6ria para os que, proce­dentes daquelas regi6es e de outros pontos, procuravam o Reconcavo Baiano. Capistrano de Abreu incluiu o caminho de Juazeiro entre os menos antigos, vendo nele mais uma "via de vazao que de penetra<;ao".

Tem-se como certo, no entanto, que no lugar denominado Juazeiro Velho, a margem direita do Sao Francisco, ponto de travessia da referida estrada e pouso de viajantes e tropeiros, estabeleceu-se, em 1706, missao de franciscanos que aldearam indios Rodelas existentes na regiao.

Em 1710, com o prop6sito de se firmarem em definitivo, os franciscanos construiram um convento e erigiram uma igreja consa­grada a invocagao de Nossa Senhora das Gro­tas, em local que pode ser identificado como a atual rua Entrada do Horto, na zona subur­bana. For essa epoca Juazeiro apresentava as primeiras caracteristicas de nucleo colonizado, dedicando-se seus habitantes ao cultivo da cana-de-a<;ucar e a criagao de gado.

No inicio do seculo passado era grande a importancia de Juazeiro. Aires de Casal refe­re-se ao arraial como "uma das passagens mais freqiientadas da Bahia para Piaui".

Spix e Martius admiraram-se da intensi­dade do transito de gado, naquela locali­dade, com destino ao Reconcavo, na media anual de 20 000 cabe<;as. 0 povoado teria entao umas 50 casas e uns 200 habitantes.

Elevado a julgado, em 1766, sob a juris­di<;ao da Camara de Jacobina, somente em 9 de maio de 1833 foi criada a Vila de Jua­zeiro, constituindo-se como sede do Munici­pio. Pela Lei provincial n.0 1 814, de 15 de julho de 1878, adquiriu foros de cidade.

Teodoro Sampaio, que ali esteve em 1879, recolheu excelente impressao de algumas construg6es, em que via certo gosto arquitet6-

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nico - a nova igreja matriz e o teatro -, bem como das ruas extensas e do comercio animado da cidade. Chegou mesmo a afirmar que Juazeiro lhe parecera uma "pequena corte" em pleno sertao e considerou-a o !oco mais poderoso da civiliz~ao e riqueza daquela parte do Brasil.

Nessa epoca sua populat;ao ja se elevava a mais ou menos 3 000 habitantes e sua in­fluencia comercial estendia-se desde cabrob6 ate Januaria, alcant;ando tambem os sertOes do Piaui e Golas.

0 ano de 1894 e assinalado como marco decisivo para o futuro da cidade. E alcanc;ada pelos trilhos da Vlat;ao Federal Leste Bra­silelro que a llgam a capital do Estado.

0 desenvolvimento de Juazeiro tem sido constante. Desfruta destacada posic;ao eco­n6mica entre os municipios do Medio Sao Francisco, poslc;li.o esta que conserva ha mais de um seculo.

A comarca de Juazeiro foi criada pela Lei n.o 650, de 14 de dezembro de 1857. 0 Decreto Estadual n.o 175, de 2 de julho de 1949, ele­vou-a a terceira entrancla.

Segundo o quadro administratlvo do Pais, vigente a 1.0 de julho de 1957, Juazeiro e cons­tituido dos distritos de Juazeiro, camaiba do Sertao, Itamotinga, Junco, Juremal e Massa­roc a.

LOCALIZAf;AO DO MUNICIPIO

J uA.zEmo pertence ao conjunto dos munici­plos que integram a chamada Zona Flsio­

graflca do Medio Sao Francisco. Llmita-se com os munlcipios baianos de Curac;a, Jagua­rari, Campo Formoso, Sento Se, Casa Nova e com o Estado de Pernambuco.

A sede municipal, que dista 446 km (em linha reta) de Salvador, possul as seguintes coordenadas geogra!icas: go 24' 38" de lati­tude sul e 40o 30' 26" de longitude W. Gr.

ASPECTOS FISICOS

J UAZEIRO tem 6 976 km1 de area total, intei­ramente situada dentro da area do Poli­

gono das Secas. Esta assentado em uma pla­nura, numa altitude que se aproxlma de 400 metros s6bre o nivel do mar. Os terrenos pre­domlnantes sao OS cristalinos.

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0 clima apresenta os mais baixos indices de pluviosidade, pois ja se registraram 400 e ate 200 milimetros somente, no espac;o de um ano. o ar atmosferico e extraordinariamente seco e as temperaturas elevadas. Todavia, o que melhor caracteriza o clima local sao as grandes variac;oes diurnas, com repentinas quedas termometricas no decorrer da noite.

Predomina, em todo o Municipio, a vege­ta<;iio tipica da caatinga: favela, catingueiro, umburama, juazeiro de que se originou o nome da comuna - e numerosos cactos, tais como palmat6ria, cabec;a-de-frade, mandacaru e xiquexique, sendo que este ultimo, alem de constituir boa forragem para 0 gado, e ainda aproveitado na alimentac;iio dos pobres du­rante as grandes secas.

0 rio Sao Francisco banha o Municipio, correndo francamente, na direc;ao oeste-este. Marc;o e o mes em que, em geral, apresenta sua maior descarga, atlngindo cerca de 6 000 a 7 000 m• por segundo. Nessa epoca, trans­borda, invadindo e fertilizando as vazantes marginais. Durante a estiagem, periodo que vai de maio a dezembro, a descarga se reduz sensivelmente, alcanc;ando, em media, 1 200 m• por segundo.

Nada obstante o grande caudal que ba­nha o Municipio num consideravel percurso, vive a populac;ao em luta permanente com a falta de agua.

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ASPECTOS DEMOGRAFICOS

J uA.zEmo contava, na data do Recensea­mento Oeral de 1950, 34 416 habitantes

- 16 045 homens e 18 371 mulheres. Na discriminac;ao da populac;ao segundo a

religiao, verifica-se que o Municipio reflete, aproximadamente, a composic;ao do conjunto estadual (97% de cat6licos em Juazeiro con­tra 98% em todo o Estado).

Em relac;ao a cor, a composic;ao municipal reflete, do mesmo mod.o, a do quadro esta­dual, com cerca de 57% de pardos, 30% de brancos e 12% de pretos, contrapondo-se a quota estadual de 51%, 30% e 19%, respecti­vamente.

Quanto a nacionalidade, Juazeiro apre­senta uma quota de estrangelros e naturaliza­dos de 0,1 % ou seja, a metade da corres­pondente percenta­gem para o Estado.

A cidade de Jua­zeiro (quadros urba­no e suburbano do distrito-sede) con­grega 46% dos habi­tantes do Municipio e as vilas de Itamo­

46% -tinga, Junco, Jure- cr OA DE mal, Massaroca e Carnaiba do Sertao, VILAS em conjunto, ape-nas 5% . · QUAORO RURAL ~ 49%

Enquanto em todo o Estado da Bahia se encontram aproximadamente 74% de seus ha­bitantes no quadro rural, Juazeiro assinala. nesse mesmo quadro, apenas 49% de sua po­pulac;ao.

PRINCIP AIS ATIVIDADES

ECONOMICAS

A coMPosxc;;A.o dos habitantes de Juazeiro, segundo as principals atividades, reflete

a func;ao comercial do Municipio. Cs ramos "agricultura, pecuaria e silvicul­

tura" "industrias de transformacao" "co­mercia de mercadorias" e "transporte, comu­nicac;oes e armazenagem" congregam o maior numero de pessoas ativas.

Conslderando-se o total de pessoas de 10 anos e mais e, dentre estas, o contlngente das que exercem atividades economlcas, pode-se

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estimar a quota dos que estao em atividades nos ramos "agricultura, pecuaria e silvicul­tura", "industrias de transforma~ao", "comer­cio de mercadorias" e "transporte, comunlca­~oes e armazenagem" em 36%, 13%, 11% e 10%, respectivamente (percentagens calcula­das SObre 0 referido total, exclusive OS inatl­VOS, os que exercem atividades domesticas nao remuneradas e atividades discentes e os que nao puderam ser incluidos em alguns outros ramos).

Observe-se que as quotas de pessoas que trabalham no "comercio" e "transporte, co­munlca~oes e armazenagem", sao bern eleva­das em confronto com outros municiplos. Para cada grupo de 10 pessoas que exercem atividades economlcas na -indUstria e na la­voura correspondem 4 pessoas que trabalham naqueles dois ramos.

Agricultura e pecuaria

A "AGRICULTURA, pecuaria e sllvicultura" e 0 ramo que congrega o maior numero de

pessoas no Municipio. Como ja foi assinalado, no entanto, Jua­

zeiro nao e urn municipio agricola e sim uma pra~a comercial de relatlva lmportancla no quadro estadual.

A agricultura e pouco desenvolvlda. Ape­nas estreitas faixas de terras as margens do rio Salitre e Sao. Francisco sao cultlvadas com regularidade, nelas predomlnando as culturas da cebola, batata-doce, algodao, cana-de­-a~ucar, etc.

De acordo com o Servi~o de Estatl.stlca da Produ~ao, os principals produtos agricolas em 1955, foram os segulntes:

VALOR OA PRODUCAO

PRODUTOS AOftiCOLAS N6merva % aGbre abtoiUIMI o total

(CrS 1 000)

Cebola . . ... . . .. ... . ... . .......... ..... . 2 220 31,2'i Batata-doce ... .. .. .. ............ , ... .. . 1 376 19,37 Al~odlio _ ... .. .. ............ . .. .... _ .. . JrTO 12,26

1166 9,38 660 7,76

Cana-de-ap1lcar ... . __ ......... ......... . caco-da-bala .. -.. ... .. ...... .... -... .. .

313 4,41 210 2,96 ~:;J:~:::::::: :::: ::::::::::::::::::::

Uva ....... . ..... .... ........ . ...... .. . 180 2,64 Lanmia ... . .... .... .. ......... .. .. -.. - . 160 2,26 Melancta ... ..... . . . . .. . . ..... ......... . 160 2,11 <\lho . .... ... .. .. .. ...... .. . . ... .. .... . 160 2,11 Outroo ... .... . _. _. _ .. ....... . . .. . .... .. 266 3,60

TOTAL .. ..... .. ............ ...... . 7 100 100,00

.JUAzEIRO - 7

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Jml.zeiro exporta cebola para Salvador e Recife. Os demais produtos sao consumidos quase que exclusivamente no proprio Muni­cipio.

Quanta a pecuaria, estavam assim discri­minados, em 31-XII-1955, os rebanhos do Mu­nicipio:

Quantlda de Valor (cabecas) (Cr$ 1 000)

Bovlnos .. 28 000 22 400 Caprlnos .. 60000 9 000 Sulnoe . .. 12 000 4 800 Ovlnoe · ·· · ··· · ··· · · · ·· · · 20 000 3 000 Muares . . ... ....... . . .. . 4 000 2800 EqUinos .. ... ... .... . . 3 800 1900 Aslnlnos . . .. ······ · ···· · 3 000 1200

A exportac;;ao. de gada nao alcanc;;a volume que mere<;a men<;ao.

A quase totalidade (62%) dos estabeleci­mentos agropecuarios se dedica unicamente a pecuaria; apenas 12% a agricultura e os res­tantes tem modalidade mista de explorac;;ao.

A area dos estabelecimentos que se ocupam exclusivamente com a pecuaria e 8 vezes maior do que a area conjunta dos esta­belecimentos que exercem atividades mistas e agricolas.

lndustrias de transformat;iio

EM 1955, segundo resultados do Registro Industrial, contava o Municipio 18 esta­

belecimentos industrials (o referido Registro investigou apenas os estabelecimentos que ocupavam 5 ou mais pessoas) .

:l!:sses estabelecimentos ocupavam 93 ope­rarios e apresentaram uma produc;;ao cujo valor ascendeu a 8 383 milhares de cruzeiros.

A maiorla dos operarios (40) trabalha na industria de produtos alimentares, cujo valor da produ<;ao atingiu 2 854 milhares de cru­zeiros (34% do total) .

Destaca-se ainda a industria de couros e peles e produtos similares com a produ<;ao de 2 250 milhares de cruzeiros (27% do total) .

As industrias de bebidas e do mobiliario apresentam, tambem, valor de produ<;ao ele­vado.

MEIOS DE TRANSPORTE

CoMo ja foi assinalado, e elevado o contin­gente de pessoas que trabalham no ramo

"transporte, comunicac;;oes e armazenagem".

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Juazeiro constitui verdadeiro entronca­mento de duas grandes vias de comunica~;ao: a via fluvial e a via ferrea. A navega~;ao no Sao Francisco tern ali, praticamente, seu ponto inicial, em dire~;ao a montante. ~ ser­vido por linhas regulares de navega~;ao, per­tencentes as empresas: Cia. Industria e Via­~;ao Pirapora, Navega~;ao Mineira do Sao Fran­cisco e Via~;ao Baiana do sao Francisco. Por outro lado, vapores menores e barcas de vela trafegam de maneira mals ou menos ativa nas aguas do grande rio. 0 Municipio esta ll­gado a capital do Estado pelos trilhos da Via~;ao Ferrea Federal Leste Braslleiro, da qual esta separada por 578 km.

Juazeiro liga-se aos municipios vizinhos e as capitals estadual e federal pelos seguin­tea me los de transporte:

Campo Formoso- 1) Rodoviario: 222 km; 2) Ferroviarlo: 163 km.

Casa Nova - Fluvial: 75 km. Cura(!ti - 1) Fluvial: 117 km; 2) Rodo­

viario: 96 km. Jaguarari - 1> Rodoviario: 100 km; 2)

Ferroviario: 104 km. Sento Se - 1) Fluvial: 102 km; 2) Rodo­

viarlo: 144 km. Capital Estadual - 1) Rodoviario: 670

km; 2) Ferrovlario: 578 km; 3) Misto : a) rodoviario, ate Petrolina, PE: 2 km; bl aereo: 465 km.

Capital Federal - 1) Misto: a) fluvial, ate Plrapora: 1371 km; b) ferroviario: 1 006 km; 2l Misto: a) rodovlarlo, ate Petrolina, PE: 2 km; b) aereo: 1 709 km.

SALARJOS

0 SALAuO-MfNIMO em Vigor desde l,O de agosto de 1956 foi flxado para as Unl­

dades da Federac;ao. segundo as regioes em que as ~esmas foram divldidas.

Ao Estado da Bahia, compreendido na n.a regiao, corresponde urn salario-minimo variavel do maximo de Cr$ 2 700,00, na 1.a sub-regiao, ate a minimo de Cr$ 2 ooo,oo na 4.a. Na 2.a sub-regiao, onde esta situado Juazeiro, o salarlo fixado foi de Cr$ 2 400,00.

COMERCIO E BANCOS

J uAzEIRo apresenta todas as caracteristicas de uma "cidade-mercado". 0 carater co­

mercial patenteia-se no movimento do porto,

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na abundancia de suas casas de comercio, na importancia de seu mercado.

A comuna funciona tambem como centro dl.stribuidor nao s6 dos municipios baianos como de outros Estados. De Minas Gerais re­cebe manufaturas diversas (tecidos, ferra­gens, etc.)' que sao distribuidas para 0 Piaui e o Ceara. Do Rio Grande do Norte, chegam ali importantes carregamentos de sal, que sao distribuidos rio acima e alcan~;am Minas Gerais e Goias. Tambem a~ucar, cafe, cimento, madeiras e bebidas aparecem nesse trafico.

Em 1950, segundo o ultimo Recensea­mento Geral, havia 24 estabelecimentos ata­cadistas e 260 varejistas com valor de vendas de 54193 e 24 961 milhares de cruzeiros, res­pectivamente. Os estabelecimentos atacadis­tas ocupavam 137 pessoas, os varejistas, 385. Em 1956 o numero de estabelecimento.s ata­cadistas era de 21 e o de varejistas atin­gia 454.

Em 1955, o giro comercial de Juazeiro atingiu 124 milhoes de cruzeiros, ou seja, cerca de 1% do da capital do Estado.

No quadro estadual, o movimento banca­rio de Juazeiro ocupa Iugar de relativo des­taque.

Os dados correspondentes aos saldos das contas de maior expressao no movimento bancario de Juazeiro representam elevadas percentagens sabre os correspondentes ele­mentos referentes ao Municipio de Feira de Santana, que e uma das pra~;as comercials lmportantes do Estado da Bahia.

3ALDOS EM 30-IV-195: % de (Cr$1 000)

Juazelro CO NT AS aObre

M~nlclplo de Municipio de Falra de Juantro Falra de Santana

Santana

Empreetimoa em C/C . .... . . . .. 2 376 85 181 2,8 Tltuloa deecontadoa . . . . .... . ... 61 014 123 231 50,0 Dep6sitoa a vi•ta e a curta pruo 30 899 lll 147 27,8 Dep6eitos a pra1o ... .......... 2 022 5 482 36,9

INSTRUl;AO POBLICA

C oM base nos dados censltarios de 1950, pode-se estimar que, atualmente, a per­

centagem de pessoas alfabetlzadas no Mun1-

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cipio seja superior a 44%, quota observada naquele ano (calculada sabre o total das pes­soas presentes de 10 anos e mats). A percen­tagem correspondente para o Estado da Ba­hia era de 32%.

Ensino

EM 1955, havia os seguintes estabelecimen­tos de ensino nao prim arlo: Gimisio de

Juazeiro, onde funclonam, · anexos, a Escola Tecnica de Comercio e a Escola Normal, e Ginasio Ruy Barbosa.

Nos estabelecimentos que ministram curso ginasial estavam matriculados 390 alu­nos; estudavam tecnica de comercio 77 alu­nos; na Escola Normal estavam matriculados 41 alunos.

Conta Juazeiro 129 unidades escolares de ensino primario fundamental comum.

FINANf;AS PUBLICAS

E M 1956, a receita total orc;ada foi de 5 552 milhares de cruzeiros dos quais 2 727 cor­

respondentes a tributaria; a despesa. prevista nesse ano foi de 5 552 milhares de cruzeiros.

No periodo 1951!56, as financ;as do Mu­nicipio atlngiram as seguintes cifras (dados fomecidos pelo Conselho Tecnico de Eco­nomia e Financ;as):

FINANCAS (Cr$ 1 000)

ANOS Renita arrecadada Saldo ou Despesa reallzada "deficit"

Total Trlbu!Arla do balanco

1951 .. ........... 2 681 1 624 ~ 7no - 216 1962 . ............ 2 630 1 649 2 646 + 86 1963 ............. 3 342 1 940 3 141 + 201 1954 ........... .. 2 692 1 714 3183 - 491 1055 ...... .... ... 4 692 3326 4 680 + 12 1968 (1) ......... . 6 552 2 727 6 552 -

(1) Dados referentee ao oreamento.

As principals contas em que se decom­poe a receita total para 1956 sao as seguintes (dados em milhares de cruzeiros) : .

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Tributll.ria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 2 727 Impastos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 418

Territorial . .. . . .. .. . . . . .. . . . . . . . . . ... . . 30 Predial .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 250 SObre lndustrlas e proflss6es . . . . . . . . . 1 700

De llcen~;as . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • 210 Jogos e DlversOes . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . 50 Selos .................................. 5 Outros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173

Taxas ........................ . .......... 309 Asstst@ncla e seguran~;a soclal . . . . . . . 50 Expedlente .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 25 Flscallze.~;l!.o e servl~;os d.! versos • . . . . . . 15 Llmpeza publica . . . . . .. .. .. .. . . . . . . . . . 24 Vla~;l!.o .... ...... ...................... 20 Melhoramentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 Outras . . . . . . . .. . .. .. . . . . . .. . . . . . . . . . . . 30

A despesa municipal, em 1956, estava assim distribuida:

(Czt 1 000)

Despesa total .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 5 552 Admlnlstrac;;l!.o geral • . . . . . . . . . • . . . . . . . f119 Exa~;l!.o e flscallzac;;l!.o flnancelra . • • . . 235 Seguranc;;a publica e asslsMncla social 141 Educac;;l!.o publica .. .. . . . .. . .. .. .. .. . . . 680 Saucte publica . . . .. . . .. .. .. . . .. .. . .. .. 169 Fomento ............... ............... 90 Servlc;;os Industrials . . .. . . . . .. . .. .. . .. 151 Dfvlda publica .. .. . .. .. .. .. .. .. . . .. . . . 153 Servl~;os de utU1dade publica . . . . . . . . 2 693 Encargos dlversos .. . . . .. . . . . . . . .. .. .. . 561

A arrecada~tao da receita federal, estadual e municipal apresentou os seguintes dados para o periodo 1951!56, segundo a Inspetoria Regio­nal de Estatistica Municipal e a Diretoria das Rendas Internas:

RECEITA ARRECADADA (Cr$1 000) ANOS

Federal Es!aduAI Municipal

1961. .............. .. .. . 39 4 213 2 581 1952 .... ..... .......... . 564 4 016 2 630 1963 .. ... .. ............. 690 5 937 3242 1954 ..... .. .. .. .. .. ..... 092 5 631 2 692 1956 ....... .. ........... 2 178 7 136 4 592 1966 .. ............... . .. 2 553 5 552

Confrontando-se os dados, verifica-se que para o erario estadual val a maior parte da quantia arrecadada. Em parte, deve-se isto aos

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tributos estaduais de vendas e consignac;oes e de exportac;ao, que incidem s6bre os produtos negociados nesse centro de comercio baiano.

DIVERSOS ASPECTOS

J v!zEIRo esta situado a margem direita do rio Sao Francisco, a uns 372 metros de al­

titude sobre o nivel do mar. Acha-se ligado a cidade vizinha de Petrolina por meio de ponte rodo-ferroviaria, recentemente construida.

As enchentes do rio costumam castigar Juazeiro. 0 trecho oriental, mais baixo, e 0 que mais sofre, chegando as aguas do rio a isolar boa parte da cidade.

E deficiente o sistema produtor de energia eletrica, nao havendo mesmo perspectiva de maior desenvolvimento senao atraves da exten­sao da recte de Paulo Afonso, ou da amplia­c;ao da usina termeletrica da Ilha do Fogo, de propriedade da Comissao do Vale do Sao Francisco.

Dois terc;os da cidade sao abastecidos cie luz pela referida usina. A Prefeitura, que abas­tece o terc;o restante, possui urn motor a 6leo Diesel de 150 liP, conjugado a um gerador de 100 kVA. :E precaria a ilumlnac;ao e o fome­cimento de forc;a, para pequenas industrias, e insuficiente. Existem 1 280 ligac;6es eletricas.

No interior do Municipio, a Prefeitura mantem servic;o de luz em Carnaiba do Ser­tao, Juremal, Massaroca e Itamotinga, com motores a oleo Diesel de 30 liP, conjugados a geradores de 26 kV A.

A pavimentac;8.o da cldade e feita de pa­ralelepipedos. Exlstem 43 logradouros calc;a­dos, alguns deles arborizados.

Ha 4 peri6dicos em circulac;ao: "Voz do sao Francisco", "0 Juazeiro", "Juazeiro Espirita" e "Cruzados".

Existem 4 bibliotecas, todas elas com acervo de mais de mil volumes. Sao elas a biblioteca do "Clube Comercial de Juazeiro", da "Loja Mac;onica Harmonia e Amor", "Loja Mac;onlca Segredo, F6rc;a, Uniii.o" e a da Pre­feitura Municipal.

0 Municipio possui uma estac;ao radio­transmissora: "Radio Juazeiro". Funciona com freqtiencia de 1 250 kc, seu maximo de po­tencia an6dica e de 2 500 W, na antena 250 W. 0 numero total de horas de irradia<;ao, no ano de 1955, atingiu 2 885.

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No campo da assistencia hospitalar o Hospital Regional de Juazeiro, mantido pelo Servi~o Especial de Saude Publica e a Mater­nidade Sao Jose, mantida pela Santa Casa de Misericordia de Juazeiro, prestam relevantes servi~os nao s6 a popula~ao juazeirense como a dos municipios vizlnhos. Ha 15 medicos e 5 dentistas no exercicio da proflssao.

0 principal festej 0 popular e a tradicional "Festa dos Congas", realizada cada ano no dia 31 de outubro, por ocasiao das cerimonias religiosas consagradas a Nossa Senhora do Ro­sario. Os "congas" acompanham t6das as ceri­monias trajando roupas vistosas, quase sem­pre cal~a branca com triso em cores e blusao a marinheira, de cores variadas. Nas proxlmi­dades da festa, reu.nem-se em ensaios notur­nos, tocando pandeiro e cantando musicas regionais.

Na cidade acha-se instalada uma Agencia Municipal de Estatistica, 6rgao integrante da recte do mGE.

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E STA publicaptio jaz parte da serte de monografia municipais organtzada pela Dtretorta de Documen

taplio e Divulga.;:ao do Conselho Naciona! de Estatfstica A nota introdut6ria, sObre aspectos da evoluctio Ms t6rica do Munictpto, corresponde a uma tentatt'lla n sent>ido de stntetizar, oom adequada ststemattzac4o ell!mentos esparsos em dt/erentes documentos . Ocor rem, em alguns casos, dtverg~ctas de optnilio, comun em assuntos dessa natureza, n4o sendo raros os equt vocos e erros nas pr6prias tontes de pesquisa. Por isso o CNE acolheria com o mator inter~sse qualquer cola bora(;lio, especialmente de historiadores e ge6grajos, Jtm de que se possa dtvulgar de futuro, sem receio d controversies, o esc6r(;o hist6rico e geogr6.Jico dos mu ntctpios brastleiros.