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Lazer ANO 17 Número 277 Agosto de 2012 a Fevereiro de 2013 Stefanello é lembrado com respeito pelos colegas Mais LÄJPL nte do Brasil, Magistratura do RS J umpre importante função s VJPHS , mas está entre as mais mal remuneradas do País OEA solicita ao Brasil informações sobre o Presídio Central JUIZ VALORIZADO : Cidadania GARANTIDA

JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

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Page 1: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Lazer

ANO 17 Número 277 Agosto de 2012 a Fevereiro de 2013

Stefanello é lembrado com respeito pelos colegas

Mais LÄJPLnte do Brasil, Magistratura do RS Jumpre

importante função sVJPHS, mas está entre as mais mal

remuneradas do País

OEA solicita ao Brasil

informações sobre o

Presídio Central

JUIZVALORIZADO:

Cidadania GARANTIDA

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Chega a ser um truísmo dizer-se que o Judiciário é funda-mental para a democracia. Essa é uma verdade estabelecida há pelo menos dois séculos, e ninguém defenderia publica-

mente posição distinta.

Por outro lado, talvez por ser o poder com menor visibilidade, tal-vez porque permanece na imaginação das pessoas a ideia de um

-cimento de sua imprescindibilidade.

A valorização do Judiciário – e, por consequência, da Magistratu-ra – passa pela exposição do que ele faz. Ações coletivas, que be-

Executivo, para que observe suas mais comezinhas obrigações, como a de assegurar acesso à saúde e à educação; decisões ino-vadoras, que dão legitimidade jurídica a novos valores sociais; ou mesmo o ativismo social de magistrados, que dedicam parte sig-

isso faz parte do dia a dia do Judiciário e não costuma ser visto.

que a sociedade compreenda que o Judiciário é imprescindível, e assim lhe dê o valor correspondente ao de seu papel social.

Esta edição do Jornal da AJURIS tem por objetivo mostrar um pouco do que faz o Judiciário gaúcho, tantas vezes reconhecido por sua produtividade e pelo pioneirismo de suas iniciativas. Es-peramos que seja uma contribuição ao resgate do prestígio de um poder tão pouco conhecido e de uma Magistratura tantas vezes incompreendida.

Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul

Presidente:

Pio Giovani Dresch

Vice-presidente Administrativo:

Eugênio Couto Terra

Vice-presidente de Patrimônio e Finanças:

André Luís de Moraes Pinto

Vice-presidente Cultural:

Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues

Vice-presidente Social:

José Antônio Azambuja Flores

Jornal da AJURIS

Diretora de Comunicação:

Rute dos Santos Rossato

Subdiretora de Comunicação:

Elisabete Maria Kirschke

Conselho de Comunicação:

Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra

Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia

Mercio Cachapuz, Carlos Alberto Ectheverry

Jornalista-chefe:

Ivana Ritter

Equipe de jornalismo:

Alexandre Volkweis, Grasiela Duarte

PrQLGVQ�IT½ƂEQ�G�FKCITCOCÿQ��Rodrigo Moraes - Esparta Design

Tiragem: 2.000 exemplares

Endereço:

Rua Celeste Gobbato, nº 81

Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160

Telefone: (51) 3284-9100 Fax: (51) 3284-9132

E-mail: [email protected]

Site: www.ajuris.org.br

EXPEDIENTE:

Boa leitura!

Institucional

Pio Giovani DreschPresidente

2 JORNAL DA AJURIS

Page 3: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que vitimou 241 pessoas (número atualizado até o fechamento da edição) mobilizou o Poder

Judiciário do Rio Grande do Sul e principalmente da comarca local. Após a tragédia que chocou o Brasil e o mundo na madrugada do domingo (27/1), magistrados e servidores se empenharam em atender imediata-mente às necessidades da população.

O serviço de plantão judiciário, assistentes sociais e psicólogos passaram a atuar incansavelmente no atendimento mais urgente até a madrugada da segunda-feira (28/1). O grupo de apoio psicológico atuou no Centro Desportivo Municipal, onde foi ins-talado o Centro de Gerenciamento da Crise, local de reconhecimento das vítimas.

Segundo Rafael Pagnon Cunha, diretor do Foro de San-ta Maria, um dos primeiros passos foi acionar o Registro

usuários e, posteriormente, registrar os óbitos. Ainda no domingo, Cunha determinou a suspensão das ativi-dades do Foro, e dos prazos processuais, por três dias. O objetivo foi direcionar os esforços de trabalho para o que era realmente necessário naquele momento.

Para dar celeridade ao processo de liberação dos cor-pos para os atos fúnebres, foi articulado, em conjunto com a Defensoria Pública e o Ministério Público, um pedido coletivo de alvarás judiciais para cremação – a autorização judicial é necessária quando a morte não é natural. Conforme o juiz plantonista Régis Bertolini, que entregou pessoalmente as autorizações, todas foram concedidas no domingo. Para tanto, de comum acordo, foi aceita apenas a declaração de que esse era o desejo das famílias. Também foi concedida autoriza-ção para um translado ao Rio de Janeiro.

Os magistrados Rafael Cunha e Régis Bertolini também acompanharam o presidente do Tribunal de Justiça do RS (TJRS), Marcelo Bandeira Pereira, que esteve na cidade e participou de ações do Comitê de Gestão de Crise, além de visitar o Centro Desportivo, onde ocorreu o reconhecimento das vítimas.

Mais tarde, o presidente do TJRS admitiu a possibilidade de que as ações individuais para reparação de danos possam ser transformadas em ações coletivas, para dar

sobre o mesmo objeto. “Vamos fazer estudos para dar vazão a essas demandas, em que um processo só possa

Solidários com o sofrimento das famílias das vítimas, os integrantes do Judiciário sentiram-se consternados com o falecimento de quatro servidores que atuavam na

o estagiário Augusto Sérgio Kraspenhauer da Silva, a telefonista Natana Pereira Canto, os três do Foro de San-ta Maria; e, do Foro de Três Passos, Luiz Eduardo Viegas

A AJURIS também se mobilizou e colocou-se à disposição para auxiliar no que fosse necessário. Em nota, a entidade manifestou pesar pelo ocorrido e prestou solidariedade aos familiares das vítimas. A posição foi

foi decidido o encaminhamento de manifestação, com o mesmo teor, a todas as famílias das vítimas.

Tragédia de Santa Maria

mobiliza judiciário

AJURIS presta solidariedade

Cunha e Bertolini (acima) acompanharam a visita do presidente do TJRS à cidade e empenharam-se desde os primeiros momentos que se seguiram à tragédia em prestar atendimento à população

3JORNAL DA AJURIS

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Crise do Presídio Central chega à OEA

A luta em busca de solução para a crise em que se encontra o Presídio Central tem um novo capítulo neste ano. A maioria das entidades

que compõem o Fórum da Questão Penitenciária denunciou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Ame-ricanos (OEA) a grave situação em que se encontra o Presídio Central de Porto Alegre (PCPA). O documen-to de 104 páginas, assinado por oito organizações civis integrantes do Fórum, foi enviado no dia 10 de janeiro ao organismo interamericano. A CIDH já tomou uma primeira medida. No dia 11 de fevereiro, solicitou à União informações sobre o Presí-dio Central, estabelecendo prazo de 20 dias para que o Governo Federal responda que medidas de controle as autoridades pertinentes desenvolvem, no interior do Presídio, para proteger a vida e a integridade pessoal dos apenados; sobre a assistência médica que é pro-porcionada aos detentos (em especial, às pessoas com doenças infectocontagiosas); se estão sendo adotadas

-duzir, num curto prazo, a superpopulação do Presídio;

Comissão Interamericana de Direitos Humanos já se manifestou sobre

representação enviada por oito entidades civis gaúchas, solicitando

informações à União sobre a situação da casa de detenção

e se existem planos de emergência contra incêndios no estabelecimento prisional. O presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, explicou à imprensa, durante divulgação do documento, que a denúncia foi formulada contra a República Federativa do Brasil, porque é a União que tem personalidade internacional e responde perante os organismos in-ternacionais. Dresch esclareceu que as entidades não estão combatendo determinado governo. Segundo ele, muitas gestões estaduais e federais passaram desde a primeira interdição do Central, em 1995, e a situação caótica do Presídio segue sem solução. “Não há uma crítica a governo A ou B, mas uma constata-ção acerca de uma omissão que é histórica e que tem que ser enfrentada.”

O documento denuncia superlotação, defasagem es-trutural, falta de saneamento, além do desmando no interior das galerias e a institucionalização de uma per-versa relação de comprometimento entre os detentos do Presídio Central, um reprodutor de criminalidade. O objetivo das entidades civis é que a OEA, a exemplo

Documento com 104 páginas foi apresentado à imprensa em janeiro

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ção Criminal do Ministério Público do RS (MPRS), Gil-

Presídio Central: “O mais dramático de tudo isso é que esse universo ali dentro acaba servindo para fomentar mais o crime, porque é como se fosse um dínamo da criminalidade. A lógica ali dentro é da brutalização.”

Medidas cautelaresAs entidades remeteram à CIDH pedido de outorga de 20 medidas cautelares que poderão ser impostas ao governo brasileiro para tutelar os direitos dos presos e prevenir novas ofensas aos direitos à vida, à integrida-de pessoal, às garantias judiciais e ao devido processo, seguindo os padrões interamericanos. Além disso, na discussão do mérito, os autores solicitam o exame da denúncia, recomendando à República Federativa do Brasil quatro medidas de adequação (veja quadro).

Se não forem cumpridas as recomendações, o pedido é que o caso seja submetido à Corte Interamericana de

-sabilidade internacional da República Federativa do Brasil. Schäfer explicou que o trabalho foi extenso para mostrar que, no caso, se esgotaram todos os recursos possíveis no âmbito interno e que as tentativas frus-tradas em busca de solução remeteram a questão ao plano internacional.

Adoção das medidas necessárias, dentre as quais,

no mínimo, as postuladas como medidas cautelares,

para que o Presídio Central de Porto Alegre (PCPA)

obedeça aos padrões interamericanos de tratamento

de pessoas privadas de liberdade, garantindo a vida,

a integridade pessoal, o acesso à Justiça, à saúde,

ao bem-estar, à educação, à alimentação, e ao

tratamento humano aos detentos

- Adoção das medidas necessárias para a gradual

substituição da administração e pessoal militar do

Presídio por administração e pessoal civil

das adequações necessárias em face das condições

da construção ou no caso de não adoção das

medidas necessárias em prazo razoável, observar a

recomendação da Comissão Parlamentar de Inquérito

(CPI) do Sistema Carcerário e desativar o Presídio Central

- Indenizar adequadamente as violações de direitos

reconhecidas, nas dimensões material e moral

Recomendações de mérito postuladas na Representação

-AJURIS

-Associação do Ministério Público do RS (AMPRS)

-Associação dos Defensores Públicos do Estado do RS (ADPERGS)

-Conselho Regional de Medicina do Estado do RS (Cremers)

-Conselho da Comunidade de Porto Alegre

-Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape)

-Instituto Transdisciplinar de Estudos Criminais (Itec)

-Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero

Signatários:

do que já fez em casos semelhantes de violação dos direitos dos presos, possa pressionar a União a obrigar o Estado a cumprir as sanções estabelecidas.

As entidades civis signatárias entendem que, ao melhorar o sistema prisional, busca-se melhorar a segurança para toda a sociedade. O Diretor do Departamento de Assuntos Constitucionais da AJURIS, Gilberto Schäfer, que integra a comissão redatora da Representação, ao apresentar o texto, pontuou que o PCPA não é o único caso problemático, mas é o símbolo deste momento. Schäfer também mencionou o depoimento do titular da Promotoria de Controle e Execu-

Ao aprimorar o sistema prisional,

busca-se proporcionar segurança para toda

a sociedade.

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Congresso analisará projeto que altera indexador da dívida DO RS

Desde janeiro, tramita na Câmara dos Depu-tados o Projeto de Lei Complementar (PLC) 238/2013, que altera o indexador da dívida

de estados e municípios com a União. Antiga reivin-dicação de entidades civis, governadores e prefeitos, a revisão dos débitos foi pauta de mobilização, que, em 2012, envolveu o movimento Dívida do RS: vamos passar a limpo esta conta!, com participação de quase uma centena de entidades.

O texto, entregue à Câmara pelo Poder Executivo, pro-põe que a atualização monetária seja calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Am-plo (IPCA) e que os juros passem a 4% ao ano; caso o somatório dos encargos ultrapasse a variação da taxa básica de juros (Selic) do mês, esta será usada para a atualização. O Governo alega que, com isso, serão cor-rigidas distorções causadas por mudanças na economia. Atualmente, o saldo devedor dos estados e municípios é atualizado pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), índice bem mais volátil, mais juros que vão de 6% a 9% ao ano.

No RS, a dívida passou de R$ 10 bilhões em 1998 para mais de 40 bilhões em 2011, embora nesse período os pagamentos tenham somado R$ 15 bilhões. O de-sequilíbrio foi causado pelos encargos, que somaram

-

leitura dos números do Estado: em 2011 foram aplica-dos R$ 1,1 bilhão em investimentos e R$ 2,5 bilhões no pagamento da dívida.

Por ocasião da remessa do PLC, o ministro da Fazenda, -

tadas por estados e municípios. Os números por ele apresentados indicam que, em 2011, o somatório da atualização monetária mais os juros dos contratos da dívida variaram entre 17,98% e 21,32%, contra uma taxa Selic limitada a 9,78%.

Para o presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, a nova regra é um avanço em relação ao estabelecido na repac-tuação da dívida gaúcha com a União em 1998: “Hoje, a taxa Selic está bem menor do que o IGP-DI mais 6% e menor até que a fórmula IPCA mais 4%. Penso que,

A proposta do governo impede que a dívida exploda em 2028, mas só a redução do limite daria um fôlego imediato para reduzir o comprometimento da receita do Estado.

Pio Giovani DreschPresidente da Ajuris

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passando essa regra, a Selic será, efetivamente, o inde-xador, pois as taxas básicas de juros deverão se man-ter mais baixas. Mesmo assim, a iniciativa do Governo Federal de acrescentar o IPCA mais 4% é uma garantia caso a Selic volte a crescer.”

Por outro lado, embora reconheça que a proposta repre-senta um avanço, Pio Dresch destaca que ela não enfren-ta o problema do estoque da dívida, porque o patamar superior a R$ 40 bilhões impede que, mesmo com a redução dos encargos, nos próximos anos haja uma re-

A decisão da equipe econômica é vista como resultado da pressão que se exerceu nos últimos anos, principalmente ao longo de 2012. Além da campanha Dívida do RS: vamos passar a limpo essa conta!, que contou com a forte adesão da AJURIS, o tema vem sendo enfrentado por entidades de vários estados e também por governadores, prefeitos e parlamentares. Em novembro, representantes das entidades signatárias da campanha estiveram na capital federal para tratar do assunto com a bancada gaúcha no Congresso Nacional. O grupo também se reuniu com o presidente do Senado, José Sarney, que recebeu manifesto em favor da renegociação da dívida gaúcha, assinado pelas 70 entidades engajadas na mobilização. O documento também foi entregue no Ministério da Fazenda.

A campanha das entidades gaúchas envolveu um conjunto de atividades, entre as quais um ato público realizado na Assembleia Legislativa em 14 de agosto, a criação de um site (www.dividapublicars.com.br), de um abaixo-assinado (www.peticaopublica.com.br), a divulgação de spots de rádios em parceria com a Agert, e a realização de atos públicos em Passo Fundo, Lajeado e Pelotas.

que o Planalto sinalize com a redução do saldo, reven-do os juros incidentes sobre os pagamentos feitos até

revisão dos juros daqui para trás”, pondera.

O presidente da AJURIS critica ainda o fato de que o PLC 238/2013 mantém o limite dos pagamentos mensais em 13% da receita líquida real do Estado. “A proposta do go-verno impede que a dívida exploda em 2028, mas só a redução do limite daria um fôlego imediato para reduzir o comprometimento da receita do Estado.”

O contrato estabeleceu que o pagamento da dívida ocor-reria em trinta anos, ou seja, até 2028. Foi ajustado ainda

que os valores que, por excederem o limite de 13% então estabelecido, deixassem de ser pagos, formariam um re-síduo a ser liquidado em dez anos, a contar de 2028, sem nenhum limitador ao valor das parcelas. Segundo Pio Dresch, a revisão da dívida deveria contemplar três itens: a redução do valor atual da dívida, por meio da revisão dos encargos passados; a redução dos encargos para o futuro; a diminuição do valor das prestações. “Das três, o governo se dispõe a mexer somente na segunda.” Outros projetos de lei já em tramitação, como o PLS 86/2012, do senador Francisco Dornelles, e o PLS 618/2011, do sena-dor Lindberg Farias, contemplam esses três pontos.

Mobilização surtiu efeito

Entidades engajadas na campanha pela redução da dívida do RS estiveram em Brasília para angariar apoio da bancada gaúcha e do Senado. Grupo também esteve no Ministério da Fazenda

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8 JORNAL DA AJURIS

Justiça do RS desempenha papel relevante na sociedade ao garantir que leis sejam aplicadas e direitos constitucionais, cumpridos. É a

pioneiras e práticas que melhoram a prestação jurisdicional. Ainda assim, os juízes e desembargadores gaúchos recebem menos que os magistrados da maioria dos outros estados

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O Cededica dá suporte à formação dos operadores na execução das medidas socioeducativas em meio aberto realizadas pelos Centros de Referência de Assistência So-cial (Creas), coordena o programa de Semiliberdade de Santo Ângelo - por meio de convênio com a Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RS (Fase/RS) - e realiza ações na área de proteção a crianças e adolescentes am-parados pelo sistema de garantia de direitos.

Já em Porto Xavier, o Juizado da Infância e Juventude criou o Projeto Cidadão do Amanhã, voltado a crianças e adolescentes abrigados na casa de passagem do muni-

culinária e preparatórias para o mercado de trabalho.

Campanha de valorização

pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para

promover a valorização da Magistratura e

otimizar as relações do Judiciário com a imprensa

e a sociedade civil repercutiu imediatamente no

Judiciário gaúcho, que prontamente se empenhou

em sediar o Encontro Estadual do Programa

Valorização - Juiz Valorizado, Justiça Completa!,

realizado em setembro, em Porto Alegre.

O encontro, realizado na Escola Superior da

Magistratura, teve a participação do conselheiro

José Lúcio Munhoz, idealizador da iniciativa. O

evento foi oportunidade para discutir a estrutura

interna do Poder Judiciário e os mecanismos para

incrementar a comunicação com a sociedade,

inclusive buscando maneiras de demonstrar a

importância da Magistratura no contexto social.

Um dos palestrantes, o presidente da AJURIS,

Pio Giovani Dresch, explicou que a entidade

a opinião pública tem da Justiça. “Temos um

sentimento de desvalia no modo como somos

tratados pela sociedade, pela imprensa e nos

demos conta da necessidade de trabalhar em

uma pauta positiva”, disse.

A -nista de decisões e práticas inovadoras com re-percussão nacional, o Judiciário do RS desempe-

nha uma tarefa relevante como instituição responsável -

cionais - um papel fundamental no Estado democrático - e, assim, contribuir para promover a cidadania.

Além disso, com base em um paradigma de Justiça me-nos formalista e mais comprometido com a transforma-ção da sociedade, visando ao bem-estar comum - a partir do qual o juiz passa a dimensionar o impacto social das suas sentenças -, a Magistratura gaúcha vem consolidan-do sua função social atendendo a demandas cada vez mais ocorrentes, em decisões que garantem, por exem-plo, vagas em creches e escolas e o direito a leitos em hospitais, a medicamentos e procedimentos médicos não fornecidos ou disponibilizados pelo Estado.

O Judiciário gaúcho é reconhecido por decisões que

Projeto Poupança, que proporcionou celeridade no jul-gamento de milhares de demandas individuais (que foram suspensas para que fossem iniciadas ações cole-tivas) cobrando diferenças de índices aplicados à corre-ção da Caderneta de Poupança em decorrência de pla-nos econômicos. A iniciativa, idealizada por magistrados gaúchos, serviu de modelo ao Projeto de Lei 5.139/09, em tramitação no Congresso Nacional, que disciplina as ações coletivas para demandas de massa.

A Justiça estadual gaúcha também tem-se notabilizado por decisões de caráter inovador envolvendo questões que garantem a aplicação de direitos civis de casais homoafetivos, como a que permitiu a adoção de duas crianças por um casal de mulheres de Bagé. O Tribunal de Justiça do RS (TJRS), por sinal, é considerado pioneiro na abordagem desses temas.

Neste caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão relatada pelo desembargador Luiz Felipe Santos Brasil que manteve sentença do juiz da Vara da Infância e da Juventude de Bagé, Marcos Danilo Edson Franco, em 2005, concedendo registro de adoção de duas crianças a duas mulheres homossexuais.

Práticas que possibilitam mais agilidade na prestação jurisdicional também merecem destaque. Em nosso Estado, por exemplo, tiveram início os juizados espe-ciais cíveis, criados para proporcionar acesso simples e

-nor complexidade.

Os magistrados gaúchos também vêm consolidando seu compromisso social com uma série de projetos voltados à comunidade em todo o Estado. Em Santo Ângelo, o Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adoles-cente (Cededica) atua para garantir a efetividade da apli-cação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Projetos sociais

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É muito frequente a comparação entre a repercussão -

vestimentos em outras áreas do setor público – como a segurança, por exemplo. Convém lembrar, contudo, que de nada adiantará um número maior de viaturas para efetuar prisões se não houver juízes motivados para de-

A título de ilustração, é importante mencionar que o rea-

o último reajuste dos subsídios da Magistratura do RS, ocorrido no início de 2010. De fevereiro de 2010 até o mesmo mês de 2013, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado foi de 20,4%.

Sem uma remuneração adequada, a Magistratura gaú-cha corre o risco de perder seus melhores nomes, seduzi-dos por salários mais altos em outros estados e em outras carreiras jurídicas. Dos judiciários estaduais das regiões Sul e Sudeste, a Magistratura gaúcha é a que, proporcio-

iniciativas e práticas de gestão inovadoras e socialmen-te comprometida, a Magistratura estadual gaúcha está entre as mais mal remuneradas do País. A defasagem é causada basicamente pela falta de dois mecanismos que têm garantido à maioria dos tribunais estaduais um patamar remuneratório melhor: a automaticidade do re-ajuste dos subsídios e o percentual de 5% de diferença entre os valores de remuneração em cada entrância (no

Ainda que aliviada pelo anúncio do reajuste dos subsí-dios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), no início deste ano, a situação salarial dos juízes gaú-chos tem, por enquanto, uma pequena perspectiva de melhora, já que o reajuste proporcional ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiram au-mento escalonado de 5% ao ano até 2015, ainda carece de aprovação de lei estadual, justamente pela falta de mecanismo que garanta reajuste automático. O projeto tramita na Assembleia Legislativa.

No âmbito da Justiça estadual, o RS é um dos poucos estados em que a diferença percentual da remuneração entre as entrâncias é de 10% - na maioria das unidades da Federação, a diferença é de 5%. Isso faz com que o valor recebido por um juiz, em nosso Estado, seja menor do que na maioria dos outros judiciários – o que torna menos atrativa a carreira de juiz de Direito por aqui.

A defasagem se torna ainda mais marcante se conside-rado o fato de que a maioria dos estados tem o reajus-te vinculado ao aumento dos subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Desde 1º de janeiro, quando entrou em vigor a Lei 12.771, que estabeleceu reajuste escalonado de 5% ao ano até 2015 para os mi-nistros do Supremo, os magistrados daqueles estados obtiveram aumento junto com a Magistratura federal, o que acirrou as perdas salariais dos juízes no Estado.

O desequilíbrio de remuneração entre o RS e os estados com diferença de 5% entre as entrâncias e automatici-dade chegou a um ponto em que o subsídio do juiz de direito de entrância inicial daquelas unidades federativas

Brasil, há somente dois estados na mesma situação que o nosso: Paraíba e Roraima.

10 JORNAL DA AJURIS

Desequilíbrio

Perda de talentos

Entrância Diferença de 5% *

* Não considerado o reajuste automático vinculado ao aumento dos subsídios dos ministros do STF

Rio Grandedo Sul

Defasagem

Desembargador 24.117,62 24.117,62 0%

Final 22.911,74 21.705,86 - 5,26%

Intermediária 21.766,15 19.535,27 - 10,25%

Inicial 20.677,85 17.581,75 - 14,97%

Defasagemdos subsídios do RS antes da Lei 12.771

Entrância Diferença de 5% *

* já considerado o reajuste automático vinculado ao aumento dos subsídios dos ministros do STF

Rio Grandedo Sul

Defasagem

Desembargador 25.322,60 24.117,62 0%

Final 24.056,47 21.705,86 - 9,77%

Intermediária 22.853,65 19.535,27 - 14,52%

Inicial 21.710,96 17.581,75 - 19,01%

Defasagemdos subsídios do RS após a Lei 12.771

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Page 11: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

nalmente, menos atrai candidatos aos concursos para juiz de direito (veja tabela). De todos esses tribunais, o do TJRS é o que oferece menor remuneração inicial.

Essa situação prejudica a captação de novos talentos, inclusive oriundos de outras carreiras públicas, que poderiam incrementar o quadro de magistrados com conhecimento e experiências diversas. Porém esses candidatos deixam de prestar concurso, porque a Ma-gistratura do RS, embora prestigiada, não é atraente do ponto de vista remuneratório.

TJSC – 125 candidatos/vaga (3.128 inscritos - 25 vagas) TJPR - 120 candidatos/vaga (5.648 inscritos - 47 vagas) TJSP - 92 candidatos/vaga (17.852 inscritos - 193 vagas) TJRJ - 111 candidatos/vaga (5.552 inscritos - 50 vagas) TJES - 130 candidatos/vaga (3.917 inscritos - 30 vagas) TJMG – 350 candidatos/vaga (4.898 inscritos – 14 vagas) TJRS – 71 candidatos/vaga (4.268 inscritos - 60 vagas)

* dados referentes aos últimos concursos para juiz de Direito promovidos pelos tribunais estaduaisFonte: tribunais dos estados

Ciente desse sentimento de desvalor na Magistratura do RS, a AJURIS vem desenvolvendo ações pela aprovação de projetos de lei que estabelecem novas regras para a remuneração dos magistrados gaúchos e que garante reposição salarial imediata. Na Assembleia Legislativa,

tramitam duas propostas: o projeto de lei (PL) 255/2012, que prevê a automaticidade do reajuste dos subsídios, e

e o mesmo índice para os próximos dois anos. Proposta que altera a diferença percentual de remuneração entre as entrâncias para 5% já tramita no Tribunal de Justiça e também será enviada ao Legislativo.

O encaminhamento das matérias que tratam da automa-ticidade e da redução da diferença entre as entrâncias são resultado da deliberação da Assembleia Geral Permanen-te realizada em outubro (a que teve maior participação nos últimos dez anos, reunindo cerca de 200 magistrados no auditório da Escola Superior da Magistratura). A mobi-lização terá continuidade em março.

Ante a urgência dessas questões remuneratórias, um grupo de mais de 70 juízes esteve com o presidente do Tribunal, Marcelo Bandeira Pereira, para entregar as rei-vindicações, manifestando a necessidade de urgência no encaminhamento dos pleitos.

Assembleia e mobilização

“No Rio Grande do Sul, um juiz só vai ganhar como um juiz do Acre, por exemplo, quando for desembargador. Aqui, o subsídio da entrância inicial é o mais baixo do País, porque a diferença de remuneração entre as entrâncias ainda é de 10%, enquanto na maioria dos estados a distância é de 5%”

EUGÊNIO COUTO TERRA Vice-presidente Administrativo da AJURIS

Concorrência*

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12 JORNAL DA AJURIS

Unidades judicias como a 2ª Vara da Fazenda Pública do Fórum Central de Porto Alegre, abarrotadas de processos, angustiam juízes pelo excesso de trabalho

Outro aspecto importante a respeito da valorização da classe são os mecanismos de suporte e apoio à atividade judicial. Sobretudo se for considerada a sobrecarga de trabalho a que os juízes estão submetidos – o levanta-mento Justiça em Números revela que, no Brasil, em mé-dia, 1,3 mil novos processos por magistrado são ajuiza-dos por ano. “Quase dez vezes uma média europeia por ano. O juiz está assoberbado de trabalho, trabalhando à exaustão”, adverte o conselheiro do CNJ José Lúcio Mu-nhoz. No RS, há hoje cerca de 4 milhões de processos aguardando julgamento.

Porém o assessoramento disponibilizado aos juízes nos -

gar tantos processos. Na 12ª Vara da Fazenda Pública do Foro Regional do Partenon, em Porto Alegre, há mais de 89 mil processos aguardando decisão judicial e 13 ser-vidores atuando. Já na Vara Cível do Foro Regional da Tristeza, também na capital gaúcha, são cerca de 12 mil processos e 16 servidores para atender à demanda. No interior do RS, a situação se repete: a 5ª Vara Cível do Foro de Caxias do Sul tem mais de 13 mil processos em anda-mento, mas conta com 12 funcionários.

Para o corregedor-geral da Justiça do RS, Orlando Hee-mann Júnior, o problema tem se agravado com os desfal-ques provocados pelas licenças-saúde, solicitadas pelos servidores de forma cada vez mais frequente. “O nosso grande problema é volume de ações e a angústia que isso causa. Essa questão também está afetando o pró-prio servidor, com muita intensidade, porque ele é que está no embate com o advogado, com a parte. Então, têm acontecido muitos casos de estresse nos funcioná-rios, pessoas entrando em quadro de depressão e muitas licenças para tratamento de saúde”, comenta.

Condições de trabalho

Atento às condições de trabalho dos magistrados, o

Departamento de Estudos de Condições Laborais da

AJURIS está promovendo uma campanha entre os

associados, com base em uma pesquisa elaborada

pela PHD em estresse Ana Maria Rossi que revela o

nível de estresse dos juízes gaúchos.

As informações foram colhidas de testes distribuídos

pela especialista a 104 magistrados, durante palestra

sobre o tema realizada em outubro do ano passado na

Escola Superior da Magistratura. A ideia é estabelecer

grupos que, sob orientação da especialista,

desenvolvam técnicas de gerenciamento do estresse.

Além da defesa das questões remuneratórias,

a AJURIS cumpre um importante papel político

nos cenários gaúcho e brasileiro, atuando como

protagonista e parceira de outras entidades

de classe e organizações civis na defesa de

bandeiras como a divisão dos royalties do Pré-

Sal, a repactuação da dívida do Estado com

a União e o alerta para a situação caótica do

Presídio Central de Porto Alegre.

Estresse

Atuação política

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Mix:

]

Desde agosto de 2012, a AJURIS mantém sua fan page no Facebook, a rede social mais popular do planeta. Iniciativa do Departamento de Comunica-ção Social, a página tem o objetivo de aproximar a entidade de seus associados e da própria socieda-de, informando, atualizando e estreitando os laços de comunicação. Para conhecê-la, acesse: www.facebook.com/ajuris.magistraturars.

Em meio às comemorações da Semana Farroupilha, em setembro, processos reais foram julgados em au-diências crioulas realizadas pelo Estado. Nas oportu-nidades, juízes, promotores e servidores comparece-ram vestidos a caráter e se pronunciaram na forma de versos. As audiências ocorreram em Centros de Tradições Gaúchas e, no caso de Taquaruçu do Sul, no Acampamento Farrapo.

As sentenças dos magistrados também foram profe-ridas em versos, tornando a ocasião ainda mais espe-cial. Em Taquaruçu do Sul, na comarca de Frederico Westphalen, a audiência foi presidida pelo juiz José Luiz Leal Vieira; em Carazinho, pela juíza Marlene Mar-lei de Souza; e em Gaurama, pela juíza Marilde Angéli-ca Webber Goldschmidt.

AJURIS no Facebook

Audiências crioulas marcam Semana Farroupilha

Em Carazinho, assim como em outras comarcas, juíza Marlene presidiu a audiência vestida com roupa típica

Magistrados participam de missões internacionais

13JORNAL DA AJURIS

Em 2012, a Radioweb AJURIS ganhou mais um des-taque na programação: o novo Sala de Audiência. Depois de mais de dez anos no ar na televisão, o pro-grama migrou para rádio e radioweb, acompanhando a tendência midiática de convergência tecnológica. O Sala, que visa aproximar a Magistratura da sociedade, é produzido pelo Departamento de Comunicação So-cial da AJURIS e apresentado pelas magistradas Rosa-na Garbin e Elisabete Kirschke, integrantes da Direto-ria. Os programas são disponibilizados para emissoras vinculadas à AGERT, que podem incluí-los na grade de programação. O Sala de Audiência vai ao ar na Radio-web AJURIS, quinzenalmente, nas segundas-feiras, às 17h, com horário alternativo nas quartas-feiras, às 10h.Acesse: www.ajuris.org.br.

No ano que passou, magistrados gaúchos destacaram--se em missões de observação a convite de organizações internacionais, em outubro. No México, o ex-presidente da AJURIS João Ricardo dos Santos Costa participou do Ciclo de Conferências e Intercâmbio de Conhecimentos e Experiências da Rede Ibero-americana de Direitos Hu-manos, acompanhando a tomada de depoimentos de pessoas ligadas ao movimento, coletando documentos e visitando autoridades mexicanas.

O Informe, relatório resultante dos trabalhos de observa-ção, foi enviado a organismos que atuam na proteção e garantia dos direitos humanos e também para a Organi-zação dos Estados Americanos (OEA).

Na Venezuela, o desembargador Rui Portanova atuou como observador no Programa de Acompanhamento Internacional Eleitoral nas eleições presidenciais daquele país. Entre outras atividades, o magistrado visitou cen-tros de votação para acompanhar o desenvolvimento do pleito e, posteriormente, o encerramento das mesas.

As magistradas Rosana e Elisabete, com a apresentadora do extinto Sala na TV, Carolina Grigol

Sala de Audiência em versão radiofônica

Page 14: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Aumento da alíquota da previdência foi suspenso

Em mais uma batalha vitoriosa na luta

contra o aumento da alíquota da previdência,

a União Gaúcha em Defesa da Previdência

Social e Pública (UG) obteve a suspensão do

desconto de 13,5% na Folha de Pagamento

dos servidores públicos. O reajuste – de 11%

para 13,5% - foi aprovado na Assembleia

Legislativa em outubro do ano passado. Mas, um mês depois, os desembargadores do Órgão Es-pecial do Tribunal de Justiça do RS (TJRS) votaram a fa-vor do pedido liminar de suspensão da cobrança, feito pela União Gaúcha na Ação Direta de Inconstitucionali-dade (ADI) que contesta o reajuste. A expectativa agora é para o julgamento do mérito, ainda sem data prevista.

O principal argumento da ação proposta pela União Gaúcha é o desrespeito aos artigos 40 e 201 da Consti-tuição Federal, que exigem a existência de cálculo atua-rial para o aumento de alíquota previdenciária.

14 JORNAL DA AJURIS

Não é a primeira vez que o governo atual busca aumen-tar a alíquota da contribuição previdenciária dos servi-dores públicos e acaba derrotado. Em 2011, o Executivo conseguiu aprovar na Assembleia projeto aumentando o percentual de desconto, de 11% para 14%, para os servidores que recebem salário superior a R$ 3.689,66. A iniciativa gerou protestos de entidades de servidores e uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), que utilizou estudo elaborado pela União Gaúcha (a entidade civil ingressou no processo como amicus curiae).

À época, por unanimidade, o Pleno do TJRS julgou in-constitucional a lei que aumentava a contribuição pre-videnciária. Na decisão, o Tribunal considerou a pro-gressividade do reajuste (os redutores que devolveriam parte dos descontos aos servidores que ganham abaixo de R$ 3.689,66 implicariam tributações diferentes para diferentes grupos de funcionários públicos), o que é ve-dado pela Constituição Federal.

Segunda tentativa

União Gaúcha e servidores obtêm, na Justiça, mais uma vitória

na luta contra o reajuste do percentual das contribuições

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Page 15: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

O envolvimento de entidades como a AJURIS é funda-mental, sobretudo neste momento em que o Governo Federal tem incentivado, muito fortemente, o reconhe-cimento pela sociedade dos direitos humanos de todas as pessoas, especialmente da população LGBT. Como o Brasil tem dimensões continentais, é determinante o apoio de todos e todas que lutam pela implementação de políticas de direitos humanos. Esse é um passo extre-mamente importante para a mobilização da sociedade brasileira em torno da situação de grave violência que vivenciam os LGBT em nosso país.

Um relatório sobre denúncias de casos ho-

mofóbicos foi apresentado aos integrantes do

Observatório. Como avalia a situação dessa

violência no RS?

A homofobia no Brasil é estrutural, operando de forma a desumanizar expressões de sexualidade divergentes da heterossexual e podendo ser encontrada nos mais diver-sos espaços, desde os institucionais até o familiar. Os da-dos denunciam que nossa sociedade ainda é machista e

RS nossa iniciativa foi muito bem acolhida. Esperamos

das violências homofóbicas no Estado.

Que ações podem ser efetivadas para cons-

cientizar a população, evitando a violência

contra a diversidade sexual?

O Governo Federal tem estimulado a disseminação do conhecimento sobre os direitos humanos de todas

as pessoas e a necessidade de convivermos em uma so-ciedade baseada no respeito e que valorize a diversida-de. Com isso, procuramos demonstrar que essa prática atinge negativamente toda a sociedade. Esse não pode ser um problema apenas do movimento LGBT, e sim de todos os brasileiros e brasileiras.

Engajada na defesa dos Direitos Humanos, a AJURIS propôs a criação de um Observatório para moni-torar as situações de homofobia no Rio Grande do

dezembro, com audiência pública que reuniu entidades da sociedade civil, governo e cidadãos em defesa da liberdade e diversidade sexual. O Observatório contra a Homofobia se propõe a acompanhar a apuração de práticas delitivas e discriminatórias contra integrantes da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, traves-

Comitê Estadual de Enfrentamento à Homofobia.

Os números da violência homofóbica no Brasil preocu-pam. Em visita à AJURIS em setembro, representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Re-pública apresentou dados de relatório produzido com base em denúncias registradas pelo governo. Segundo o levantamento, em média, são reportados 18,65 casos por dia no País sobre violações de direitos dos LGBT. A violência, em sua maioria, ocorre na casa da vítima (42%) ou na rua (30,8%).

Qual é a sua percepção sobre o envolvimento

de uma associação de classe como a AJURIS

no combate à homofobia?

AJURIS institui Observatório

Contra a Homofobia

Entrevista com Maria do Rosário Ministra-Chefe da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República

15JORNAL DA AJURIS

Foto

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Page 16: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

14

“Usava uma rubrica ilegível e

enovelada imensa, ocupando espaço

correspondente a seis linhas no papel.

Certa feita, sendo ele juiz eleitoral,

assinou o título de uma eleitora idosa,

de espera para receber o documento.

Quando ela recebeu o título, indignou-

se com o que haviam feito com ele,

todo riscado, e disse querer falar com

o juiz para reclamar do ocorrido.

O juiz era o próprio Stefanello.”

Um dos nomes referenciais da Magistra-tura gaúcha, o desembargador Osvaldo Stefanello morreu no dia 13 de setembro,

aos 74 anos. Ele presidiu a AJURIS, o Tribunal de Justiça do RS (TJRS) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RS). Também foi vice-presidente da Associa-ção dos Magistrados Brasileiros (AMB).

Lembrado com carinho e respeito por amigos e colegas, Stefanello deixa como memória a ima-gem de um magistrado altivo e contundente ao emitir julgamentos e opiniões pessoais. “Era uma pessoa muito transparente e exteriorizava isso com muita independência, com muita liberdade. Ao se manifestar, fazia com bastante veemência. Um exemplo de seriedade, independência, cor-reção e grandeza de alma”, lembra o advogado e desembargador aposentado Ivo Gabriel Corrêa da Cunha. “Ele era amigo e franco; uma pessoa libe-ral, afável e muito benquista, inclusive entre ser-vidores e advogados”, comenta o desembargador aposentado Elvio Schuch Pinto.

Para o Presidente da AJURIS, Pio Giovani Dresch, “o Stefanello foi um nome fundamental para a Associação, não só pelo fato de ter sido presiden-te da entidade, mas por integrar um movimento que permitiu uma abertura para o conjunto dos magistrados numa época em que as direções da Associação saíam de articulações feitas no Tribu-nal de Justiça. Ele representou, junto com aquele grupo, um avanço democrático extremamente importante para a AJURIS.”

Pio Dresch se refere ao Movimento dos Jagunços, grupo que, após décadas de hegemonia dos de-sembargadores na direção da entidade, conse-guiu eleger representantes dos juízes estaduais à

Stefanello deixa legado de entusiasmo pela Magistratura

Na ativa, no Tribunal

JORNAL DA AJURIS HOMENAGEM16 JORNAL DA AJURIS

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Page 17: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Diretoria Executiva. A conquista, além de outras iniciativas e lutas do movimento, teve atuação de-cisiva de Stefanello. “Desde o início, ele se identi-

-to a ver (as conquistas obtidas pelos Jagunços) com as manifestações e a postura do Stefanello, desde 1975 até culminar com a eleição do Ivo, em 1985. Ele sempre foi uma voz alta e altiva nas as-sembleias e sempre foi muito positivo ao dizer as coisas”, diz Elvio Schuch Pinto.

Ele também teve papel importante na criação do Departamento de Assistência à Saúde (DAS). “(...) Foi durante minha gestão, como presidente, que foi fundado o Departamento de Assistência à Saú-de, do qual fui diretor. O DAS é providencial na vida de todos nós; não há nenhum plano de saúde que rivalize ou chegue perto do nosso, principalmente pela retribuição que os associados recebem”, disse o ex-magistrado, em depoimento ao Memorial do Judiciário transcrito no livro AJURIS 60 Anos – O Fazer-se da Magistratura Gaúcha.

Ex-integrante da Diretoria do Departamento, Luiz Fernando Koch destaca que Stefanello “era um juiz vocacionado, muito corajoso, e um colega estimado por todos. Tinha a Magistratura como

mas também em cargos de direção e em relação à classe, como presidente da AJURIS e como dire-tor do DAS, quando teve uma participação muito importante.”

O “gringo”, como era chamado por colegas mais próximos, destacou-se, ainda, por incentivar boas práticas de gestão no Judiciário, quando esteve à frente do TJRS. O Desembargador Ney Wiede-mann Neto, vice-presidente do Núcleo de Inova-ção e Administração Judiciária (NIAJ), lembra que Stefanello era o presidente do Tribunal gaúcho quando foi assinado o convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que proporcionou a oportu-nidade de juízes gaúchos cursarem mestrado em Administração do Judiciário. “Muitas pessoas que

mestrado no Rio de Janeiro”, comenta.

“Era hábito seu, sempre

que encontrando um amigo,

indagar: e daí, tchê!?”

“Era apaixonado por um

antigo Opalão, que ainda usava

eventualmente, nos últimos tempos.”

“Noutra feita, despachando

petição cível em caso que, no seu

juízo, diante da pletora de serviço

assoberbando o Judiciário, indeferiu

a inicial e concluiu o indeferimento

com um sonoro ‘é dose!’.”

Detalhes curiosos relembrados por Ivo Gabriel Corrêa da Cunha

O Papai Noel da família

Uma das últimas fotos em vida

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Page 18: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Juiz sério e íntegro. Foi o que escreveram nos jornais -

cilmente haveria algo mais relevante a mencionar.

Sério, porque pessoalmente envolvido com a formação de sua convicção, baseada em valores próprios e em análise criteriosa dos elementos informativos dos autos.

Íntegro, porque independente e ético, em níveis super-lativos, capacidade de indignação preservada até o úl-timo dos julgamentos dos quais participou.

Sempre foi assim, desde quando, na preparação do concurso para ingresso na Magistratura de carreira, re-velava receio de discriminação por força de seu estado civil. O Tribunal rejeitava candidatos, então, sem moti-var, e um juiz desquitado era algo temido pelos pensa-mentos mais conservadores.

Para o bem da Justiça e do Judiciário, as partes pude-ram contar com a elevada qualidade de sua contribui-ção, humana e técnica, na solução de litígios. Quem quer que o tenha conhecido lembrará que, em sua pre-sença, não duravam mornas as sessões de julgamento, não raro agitadas pela veemência com que revelava suas conclusões a respeito do caso. Não era de seu feitio ignorar aspectos candentes ou curiosos, jamais, contudo, abrindo mão da serenidade e da imparciali-

-te, pensamento crítico, agir solidário, não tardou em envolver-se com os interesses coletivos da Magistratu-ra, companheiro de chapa, para honra minha, e na di-reção da AJURIS, como vice-presidente e, depois, como presidente. Foi o líder da primeira greve da Magistratu-

-tura severa com os padrões tradicionais de discrição e isenção dos juízes. Nunca mais deixou de colaborar na condução dos mais diversos setores da Associação, destacando-se a importância de seu concurso para a criação e consolidação do DAS.

Não seria de estranhar, pois, sua ascensão aos cargos mais elevados da Administração do Judiciário Estadual, investido que foi na Presidência do Tribunal de Justiça do Estado, culminância da brilhante carreira iniciada nos idos de 1968.

Para nós, seus amigos, sempre foi o “gringo”, colecio-nador de whisky (que compartilhava com prazer) em rodadas memoráveis em sua casa com Eliza, quando repassávamos a vida associativa e alçávamos voos bus-cando a prevalência de nossos ideais.

Fará falta o “gringo”, exemplo de colega e parceiro. Me-nos mal que sua memória continuará entre nós, que tivemos a felicidade de conviver com ele.

Stefanello

Desembargador aposentado e advogadoIvo Gabriel Corrêa da Cunha

18 JORNAL DA AJURIS

Page 19: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

-va têm chegado também aos ambientes escolares, o que demonstra o crescimento do seu espaço no Estado. Baseadas nessa concepção, algumas instituições gaúchas têm utilizado práticas restau-

alunos. São os chamados Círculos de Paz, reuniões promovidas com o objetivo de harmonizar as rela-ções entre os jovens, geralmente cercados por um ambiente violento. Escolas de Caxias do Sul e de Porto Alegre, por exemplo, já apostaram na inicia-tiva para avaliar e resolver desavenças, tentando

Valorização do diálogo nas -

vendo o encontro, o consenso e a convergência entre os envolvidos e prevenindo, assim, futuros crimes. Em poucas palavras, esse é o princípio da Jus-tiça Restaurativa, prática implantada de forma pioneira no País pelo Judiciário gaúcho.

Embora essa concepção venha sendo empregada no exterior há 30 anos, ela chegou ao Brasil em 2005, adotada por meio do Projeto Justiça para o Século 21 –iniciativa interinstitucional liderada pela AJURIS que objetiva difundir a Justiça Restaurativa pelo Estado.Coordenador do Projeto e do Núcleo de Estudos em Infância e Juventude e Justiça Restaurativa da Esco-la Superior da Magistratura (ESM), Leoberto Narciso Brancher foi o primeiro a aplicá-la no Rio Grande do Sul. Segundo ele, “Justiça Restaurativa não é exatamente sobre Justiça, mas sobre democracia, sobre a resolução

-ca uma estratégia de compartilhamento do poder num processo de construção colaborativa das soluções por aqueles que têm as respostas, mas que não têm a opor-tunidade de oferecê-las ou não sabem como chegar até elas”. Em outubro de 2012, o magistrado coordenou o 3º Simpósio Internacional de Justiça Restaurativa, que trouxe à Capital gaúcha especialistas do Brasil, Estados Unidos e Canadá para discutir o futuro da prática e trocar experiências.

Antes dos encontros, os palestrantes foram recepciona-dos pela direção da AJURIS. O único brasileiro do grupo foi João Batista Salm, que atua no Centro de Mediação e Justiça Restaurativa da cidade de Edmonton, capital da província canadense de Alberta. Além dele, palestra-ram a estadunidense Carolyn Boyes-Watson, diretora-

University; Barry Stuart, que foi juiz no território de Yokon/Canadá e responsável por aplicar os Círculos de Construção de Paz, em 1980; e Catherine Bargen, coordenadora de Justiça Restaurativa do Ministério da Justiça da província de British Columbia, no Canadá. Os encontros do Simpósio ocorreram também em Caxias do Sul, São Paulo (SP) e Belém (PA).

AJURIS promove

A Justiça Restaurativa

06

Prática restaurativa nas escolas

19JORNAL DA AJURIS

Page 20: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Pinacoteca da AJURIS recebe exposição de gravuras

Dando continuidade ao projeto Café Cultural, o Departamento Cultural da AJURIS promoveu mais dois encontros durante o segundo semestre de 2012. O médico psiquiatra e psicanalista José Outeiral foi o convidado da segunda edição do Café, ocorrida em julho. Ele palestrou sobre as recentes transformações na organização das famílias e da sociedade e sobre o impacto dos novos paradigmas comportamentais

de 50 pessoas na cafeteria Flor de Lis, no subsolo da Escola Superior da Magistratura da AJURIS.

Em setembro, foi a vez do terceiro encontro. Cerca de 60 participantes estiveram na cafeteria para debater o tema da indenização por abandono afetivo. A pales-trante foi a psicanalista Viviane de Freitas Souto, que confrontou as perspectivas jurídica e psicanalítica sobre o tema. O ponto de partida da discussão foi uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que obri-

por abandono afetivo.

O Café Cultural é uma iniciativa da atual gestão e sua proposta é promover o encontro entre magistrados, sociedade e pensadores de áreas como Comunicação,

disponíveis na Radioweb AJURIS, que pode ser acessa-da no site da Associação.

Entre outubro e dezembro, a Pinacoteca da AJU-RIS, na Escola Superior da Magistratura, recebeu a exposição Ao Belchior, que reuniu gravuras e anti-guidades. Na mostra, inspirada nas antigas lojas de brechó, os visitantes puderam apreciar obras dos artistas plásticos Cylene Dalegrave, Eda Lani Fabris, Lília Manfroi, Mabel Fontana, Marcos Sanches e Maria Tomaselli. Os visitantes interessados tinham a possibilidade de adquirir as gravuras expostas, com ou sem a opção da moldura – antigas ou envelheci-das em processos realizados pelos artistas.

Café Cultural promove debates com especialistas

Outeiral (à esq.)

sobre a postura dos pais diante de mudanças drásticas na sociedade, que envolvem as famílias

Mostra foi inspirada nas antigas lojas de brechó

Sessão de autógrafos foi realizada no Memorial do RS em novembro

20 JORNAL DA AJURIS

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Page 21: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

Caderno de

Literatura é lançado

na Feira do Livro

Associação presente no

lançamento do projeto

que celebra 50 anos de

O Tempo e o Vento

Tradições gaúchas celebradas no Piquete da AJURIS

Uma sessão de autógrafos na 58ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, em novembro,

do Caderno de Literatura. A coletânea reúne contos, crônicas e poemas de magistrados e outros autores. O encontro entre escritores e leitores ocorreu no Memorial do Rio Grande do Sul, na Praça da Alfândega, e contou com a presença de um grupo de abrigados do Asi-lo Padre Cacique, que foram agraciados com exemplares do livro.

Na ocasião, para receber um exemplar da obra, bastava doar um quilo de alimento não perecí-vel. Os donativos arrecadados foram entregues ao Asilo. Entre os que participam da 21ª edição estão nomes consagrados como Luiz Coronel, patrono da Feira em 2012, Luiz Antonio Assis Brasil, Claudia Tajes, Diana Corso, Juremir Ma-chado da Silva, Martha Medeiros e Rosa Maria Weber, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), entre outros. A obra, publicada pela Edi-tora Praça da Matriz, é organizada pelo Depar-tamento Cultural da AJURIS e tem coordena-ção de Adair Philippsen, integrante do Núcleo de Resgate Histórico, e de Rosana Broglio Gar-bin, subdiretora do Departamento Cultural na área de Literatura.

A AJURIS, representada pela vice-presidente cultural, Maria Lu-cia Boutros Buchain Zoch Rodrigues, prestigiou o lançamento

o Vento, ocorrido em agosto no Theatro São Pedro. A iniciativa visa homenagear o escritor e difundir sua obra por meio da do-ação de livros a escolas públicas gaúchas e apresentações da peça teatral O Sobrado.

Na ocasião, estiveram presentes autoridades e personalidades ligadas à cultura, como o escritor Luiz Fernando Verissimo (foto) e o cineasta Jorge Furtado. No lançamento, também foi apre-sentada a peça O Sobrado, adaptação do grupo gaúcho Cerco para sete capítulos de O Continente, um dos livros da trilogia.

Em setembro, o já tradicional Piquete da AJURIS no Acampamento Farroupilha, organizado todos os anos pelo Departamento de Cultura Gaúcha, promoveu atividades sociais, musicais e gastronô-micas. A celebração das tradições de nosso Estado ocorreu durante a Semana Farroupilha, com direi-to a churrasco, música gauchesca e muita anima-ção. Os que passaram por lá foram recebidos pelo diretor do Departamento e patrão do Piquete, Nelson Souza Soares Rassier.

O galpão crioulo sediou, entre outros eventos, a reunião do Conselho Executivo da AJURIS, jantar dos aposentados e um encontro festivo entre in-tegrantes da Diretoria da Associação e da Mesa Diretora do Tribunal de Justiça do RS (TJRS), com a presença do presidente do TJRS, Marcelo Bandeira Pereira, acompanhado de membros da Adminis-tração do Poder Judiciário. O Piquete também re-cebeu 57 alunos do Colégio Estadual Engenheiro Ildo Meneghetti, do bairro Restinga, que puderam aprender mais sobre a cultura do Estado.

Durante o jantar dos aposentados, o tradicionalista Vilmar Romera falou sobre a Cavalgada do Mar

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Page 22: JUIZ VALORIZADO: Cidadania GARANTIDA

22 JORNAL DA AJURIS

Futebol da AJURIS é consagrado campeãoO ano que passou foi de festa para as equipes de futebol da AJURIS. O time sênior conquistou o título do 16º Cam-peonato Nacional da Associação dos Magistrados Brasilei-ros da categoria, disputado em novembro em Fortaleza (CE). Assim, a equipe sagrou-se nada menos que octacam-peã da competição!

Já na categoria Super Sênior, o time da AJURIS foi o ven-cedor do Campeonato Nacional de Futebol, disputado no mês de setembro em Maceió (AL). A taça foi conquis-tada com uma vitória sobre a equipe da Associação dos Magistrados Paranaenses. Além do título, os gaúchos trouxeram para casa os troféus de artilheiro, para Pedro Bossle, e de goleiro menos vazado, para Luís Carlos Rosa.

Longe das competições, mas mantendo o espírito de riva-lidade, os associados futebolistas da AJURIS organizaram um Gre-Nal no Estádio Olímpico, em meio às despedidas da antiga casa do tricolor gaúcho, em novembro. A dispu-ta foi acirrada, e o amistoso terminou em 3 a 3 – mas com a promessa de revanche.

Requinte marca o 66º Jantar dos AposentadosOs salões do Plaza São Rafael foram o cenário do 66º Jan-tar dos Aposentados, em novembro, evento realizado com requinte pelo Departamento de Aposentados da AJURIS. A noite de festa contou com homenagens aos magistrados que se aposentaram no último ano e sorteio de brindes com apoio do Sicredi/AJURIS.

Baile de Aniversário agita magistrados e convidadosUma noite de festa, confraternização e muita comemora-ção. Assim foi o Baile de Aniversário da AJURIS, realizado em agosto no Salão Hannover da Sogipa. A animação

de sucesso, shows temáticos e covers de artistas como Michael Jackson e Elvis Presley. Em 2012, a Associação completou 68 anos.

Público dançou ao som da banda VogaFoto: Gilberto Pinto

Evento ocorreu nos salões do Plaza São RafaelFoto: Gilberto Pinto

mbatível, o time sênior sagrou-se octacampeão do certame nacional em Fortaleza

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A Associação dos Magistrados Brasileiros

edição dos Jogos Nacionais da Magistratura (Olimpíada). As provas serão disputas no novo Complexo Esportivo do Ibirapuera, em São Paulo, de 17 a 21 de abril.

poderão participar (exceto na modalidade futsal). As provas de atletismo e natação serão disputadas em três categorias: livre, master e sênior.

O vice-presidente social da AJURIS, José Antônio Azambuja Flores, solicita que os interessados manifestem o mais rápido possível sua intenção de participar dos Jogos para que a entidade possa proceder as inscrições na AMB e organizar os treinos das equipes, que começarão em março.

Inscrições na Central de Eventos da AJURIS pelo telefones 3284-9126, 3284- 9140 e 3284-9119 ou pelo e-mail [email protected].

MODALIDADES ESPORTIVAS

Natação (livre, master e sênior)Tiro (livre)Vôlei (livre)Basquete (livre) Futsal (livre e, possivelmente, master)Tênis de mesa (livre)

Xadrez (livre) Sinuca (livre)Atletismo- Corrida (100m, 200m e 400m; revezamento 4x100m; 1.000m, 1.400m e 10.000m)- Salto em altura- Salto triplo

2013 é ano de Olimpíada

da MagistraturaA Sede Campestre da AJURIS foi o palco de diversas celebrações no segundo semestre de 2012. Inicia-tivas do Departamento Social da Associação, os eventos reuniram magistrados, familiares e convi-dados em clima de festa e de descontração.

Um desses encontros ocorreu no Dia dos Pais, em agosto. Durante as comemorações, foram reali-zadas atividades recreativas e show de talentos, com números musicais e declamações de poemas

Criança, em outubro, os pequenos se divertiram

em balão, mesa de guloseimas e apresentação do mágico Grande Hablich.

temporada de piscinas, com a participação de pro-fessores de educação física, e a segunda edição da Tertúlia Gauchesca, promovida pelo Departamento de Cultura Gaúcha da AJURIS. A noite tradicionalista teve comida e boa música, interpretada por músicos como Wilson Paim e Fátima Gimenez, aos moldes das peñas criollas, encontros musicais interativos realizados no Uruguai e na Argentina. O evento estendeu-se até a madrugada e teve declamações do vice-presidente social da AJURIS, José Antônio Azambuja Flores, e do subdiretor do Departamento de Cultura Gaúcha, Dorval Bráulio Marques.

Em novembro foi a vez da Festa do Hawaii, que reu-niu mais de 200 pessoas em um ambiente decorado,

de ano teve shows das bandas Judges, Eletro Acústi-co e Retrofâmicos, que apresentaram um repertório com o melhor do pop rock nacional e internacional. Houve ainda sorteio de um pacote de viagem para Maceió e show de fogos de artifício.

No mês seguinte, mais de 160 pessoas comparece-ram à Sede Campestre para lembrar o Dia da Justi-ça. Na ocasião, houve o descerramento da foto do ex-presidente da AJURIS João Ricardo dos Santos Costa (Gestão 2010/2011), atual diretor dos De-partamentos de Coordenação de Processos Judi-ciais e de Processos Administrativos. Logo após a cerimônia, associados e suas famílias almoçaram churrasco no restaurante da Sede.

E para fechar o ano com muita alegria, o Papai Noel chegou à Sede Campestre para fazer a festa com de-

foi garantida com uma série de atividades recreati-vas e com o espetáculo infantil Rádio Chulé.

Sede Campestre é palco de celebraçoes

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