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ULGAMENTO DIRETO DO MÉRITO (ART. 515, § 3º) EDUARDO ALMEIDA Essa postagem tem como tema a análise do mérito pelo tribunal, após afastar o motivo da extinção do processo em primeiro grau. O artigo do código de processo civil a ser examinado por mim é o 515, par. 3°, estabelece que: Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 3° Nos casos de extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. Antes da reforma que trouxe o regime da Lei n° 10.352, era exatamento o descrito acima que ocorria. Não se devolvia ao tibunal o conhecimento de matéria estranha ao julgamento do órgão a quo. Sendo assim, quando apelada uma sentença terminativa, ou seja, aquela baseada no art. 267 do CPC, não era certo que o órgão ad quem fosse analisar o mérito da questão, mas tão somente o fosse fazer um novo juízo de admissibilidade da causa, afim de reformar ou não aquela decisão puramente formal. Analisar o mérito, neste caso, seria uma afronta ao principio do duplo grau de jurisdição, assim como o art. 463 do CPC, já que quando não analisado o mérito pelo Juiz de primeiro grau, não se considerava a sua função jurisdicional finda. Sendo portanto os autos, obrigatoriamente, restituídos ao Juízo de primeiro grau para analise do mérito, claro que somente se a apelação reformasse a sentença terminativa. Todavia, a reforma trazida pela Lei supra citada incluiu um grande “problema” no nosso código. Qual seja, o § 3°. Isso porque uma sentença terminativa em primeiro grau pode, se apelada, ser substituída por um acórdão que verse sobre o mérito. Isso porque, uma sentença terminativa, quando apelada, e devolvida ao tribunal pode ter o seu mérito analisado. Não é mais necessário que o tribunal restitua os autos ao juízo de primeira instância para que ele analise o mérito da causa, desde que de posse dos autos, o tribunal, se a questão for “exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento”, pode proceder com a analise do mérito.

Julgamento Direto Do Mérito

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ulgamento direto do mrito (art. 515, 3)EDUARDO ALMEIDA

Essa postagem tem como tema a anlise do mrito pelo tribunal, aps afastar o motivo da extino do processo em primeiro grau.

O artigo do cdigo de processo civil a ser examinado por mim o 515, par. 3, estabelece que:

Art. 515. A apelao devolver ao tribunal o conhecimento da matria impugnada. 3 Nos casos de extino do processo sem julgamento de mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento.

Antes da reforma que trouxe o regime da Lei n 10.352, era exatamento o descrito acima que ocorria. No se devolvia ao tibunal o conhecimento de matria estranha ao julgamento do rgo a quo. Sendo assim, quando apelada uma sentena terminativa, ou seja, aquela baseada no art. 267 do CPC, no era certo que o rgo ad quem fosse analisar o mrito da questo, mas to somente o fosse fazer um novo juzo de admissibilidade da causa, afim de reformar ou no aquela deciso puramente formal.

Analisar o mrito, neste caso, seria uma afronta ao principio do duplo grau de jurisdio, assim como o art. 463 do CPC, j que quando no analisado o mrito pelo Juiz de primeiro grau, no se considerava a sua funo jurisdicional finda. Sendo portanto os autos, obrigatoriamente, restitudos ao Juzo de primeiro grau para analise do mrito, claro que somente se a apelao reformasse a sentena terminativa.

Todavia, a reforma trazida pela Lei supra citada incluiu um grande problema no nosso cdigo. Qual seja, o 3. Isso porque uma sentena terminativa em primeiro grau pode, se apelada, ser substituda por um acrdo que verse sobre o mrito.

Isso porque, uma sentena terminativa, quando apelada, e devolvida ao tribunal pode ter o seu mrito analisado. No mais necessrio que o tribunal restitua os autos ao juzo de primeira instncia para que ele analise o mrito da causa, desde que de posse dos autos, o tribunal, se a questo for exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento, pode proceder com a analise do mrito.

Isso significa que sempre que o tribunal ache que no existe mais provas a se produzir nos autos alem daquelas j produzidas, e se a questo, da pra frente apenas se tratar de direito, ele poder analisar o mrito, mesmo que ainda no tenha sido analisado em primeiro grau.

Essa mudana faz com que toda a doutrina se reflita acerca do princpio do duplo grau de jurisdio, que no se encontra positivado em qualquer dispositivo legal; alm da proibio ao reformatio in pejus; a limitao da atividade cognitiva do tribunal parte da sentena que haja sido objeto de impugnao (cf. art. 505 do CPC); assim como da impossibilidade de inovar a causa no juzo da apelao, em que vedado parte pedir o que no pedira perante o rgo a quo.

Analisando todos esses problemas, que alguns doutrinadores desenvolveram a tese de que a aplicao do novo pargrafo 3 do art. 515depende do requerimento expresso do apelante. o caso deFreddie Dider Jr. Leonardo Jos Carneiro da Cunha, Curso vol. III; Flvio Cheim Jorge, in Flavio Cheim Jorge Fredie Didier Marcelo Abelha Rodrogues, A nova reforma processual, pgs. 146/148; Ricardo de Carvalho Aprigliano, A apelao e seus Efeitos, pgs. 158 e segs.

Resumindo as suas posies, Didier:

Como j se viu, a devolutividade da apelao e, de resto, a de qualquer recurso definida pela parte recorrente. Assim, cabe ao apelante fixar a extenso do efeito devolutivo de sua apelao, diferentemente da profundidade que estabelecida em lei. Em relao apelao, a profundidade de seu efeito de seu efeito devolutivo ampla, em virtude da regra contida nos 1 e 2 do art. 515 do CPC. J a extenso , repita-se fixada pelo recorrente, nas razes de seu apelo. Ento, o tribunal, concordando ser caso de anlise de mrito, somente poder dele conhecer, aps dar provimento ao apelo na parte que impugna a sentena terminativa, na hiptese de o apelante requer-lo expressamente em suas razes recursais.

Outra parte da doutrina se fia na tese de que entendendo o tribunal que deve ser julgado o mrito da questo, no necessrio o expresso pedido da parte para que incida o art. 515, 3, como se pode analisar nas lies deJos Carlos Barbosa Moreira, Luis Rodrigues Wambier Teresa Arruda Alvim Wambier, Breves comentrios 2 fase da reforma do CPC, Sergio Ricardo Arruda Fernandes, Comentrios apelao Cvel e Gervsio Lopes da Silva, Julgamento direto do mrito na instncia recursal.

Na lio de Luis Rodrigues Wambier Teresa Arruda Alvim Wambier:

No nos parece seja necessrio pedido da parte para que incida o art. 515, 3. Pensamos que a agilidade e a celeridade dos processos , sobretudo, de interesse pblico, e as partes devem, ao interpor a apelao, contar essa possibilidade, que, de qualquer modo, lhes traria benefcios, j que no h interesse legitimo em que os processos sejam morosos!

* Gostaria de saber se nesse espao posso escrever minha opinio e saber se posso fazer comentrios acerca da supresso dos embargos infringentes nesse caso e sobre a incidencia do enunciado 7 da sumula do STJ nos Recursos especiais!Para comeo de conversa, imperioso se faz analisar a extenso do efeito devolutivo inerentes aos recursos. Cunhado pela expresso em latim tantum devolutum quantum appellatum, esse fenmeno nos leva a crer que somente devolvido ao tribunal o conhecimento da matria impugnada.

EDUARDO OLIVEIRA - Julgamento Direto do Mrito pelo Tribunal (Art. 515, 3, CPC) - Jurisprudncia.

Dividirei meu trabalho em trs itens - STF, STJ e TJRJ- e, dentro destes itens, dois subitens. Como a postagem sobre jurisprudncia no pode se limitar incluso das ementas dos julgados selecionados, i)descreverei as concluses que podem ser extradas dos julgamento por cada um dos rgos e ii) disponibilizarei as ementas que permitiram tais concluses.1. STF - Concluses:i) H a inaplicabilidade da Teoria da Causa Madura - 515, 3, CPC- em sede de julgamento extraordinrio, uma vez que, aps a promulgao da CF88, o STF passou a analisar exclusivamente questes de direito de estatura constitucional.

ii) Desta forma, h, tambm, inaplicabilidade do art. 515, 3, do CPC, aos casos de Recurso Ordinrio em Mandado de Segurana no STF, visto que h competncia expressamente prevista na CF88 (105, I, b, CF88) para o STJ.

iii) Ou seja, aquela Teoria no tem aplicao em sede extraordinria, pois a funo do STF, ps 1988, passou a ser de guadio da Constituio e no mais de corte revisora das decises dos demais tribunais do pas.

1.1. STF - Ementas Julgados:1.AI-AgR632596 / SP - SO PAULOAG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTORelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKIJulgamento: 23/10/2007 rgo Julgador: Primeira TurmaPublicaoDJe-142 DIVULG 13-11-2007 PUBLIC 14-11-2007DJ 14-11-2007 PP-00046 EMENT VOL-02299-06 PP-01125LEXSTF v. 30, n. 352, 2008, p. 142-145Parte(s)AGTE.(S): INOCNCIO GALDINO LEITEADV.(A/S): AMANDA MENEZES DE ANDRADE RIBEIRO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S): LUCIANA MARTINS BARBOSAAGDO.(A/S): PRENSAS SCHULER S/AADV.(A/S): LIRIAN SOUSA SOARES E OUTRO(A/S)Ementa

EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. DECLARAO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 453, CAPUT E 1, DA CLT. DEVOLUO DOS AUTOS CORTE DE ORIGEM PARA PROSSEGUIMENTO DO FEITO. PRINCPIO DA CAUSA MADURA. INAPLICABILIDADE EM SEDE EXTRAORDINRIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - Tratando-se de interpretao diversa dada pelo Tribunal Superior do Trabalho a norma declarada inconstitucional pelo STF, incumbe Corte de origem dar prosseguimento ao feito como entender de direito. II - Compete ao Tribunal a quo apreciar a questo referente s verbas rescisrias e multa de 40% sobre o FGTS, nos moldes em que determinado na deciso ora agravada. III - Agravo regimental improvido.DecisoA Turma negou provimento ao agravo regimental no agravo deinstrumento, nos termos do voto do Relator. Unnime. 1. Turma,23.10.2007

2.RE-AgR 483191 / RS - RIO GRANDE DO SULAG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINRIORelator(a): Min. EROS GRAUJulgamento: 20/03/2007 rgo Julgador: Segunda TurmaPublicaoDJe-004 DIVULG 26-04-2007 PUBLIC 27-04-2007DJ 27-04-2007 PP-00103EMENT VOL-02273-11 PP-02272Parte(s)AGTE.(S): PEDRO ALFREDO LOEFF E OUTRO(A/S)ADV.(A/S): LUCIANA MARTINS BARBOSA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S): COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELTRICA - CEEEADV.(A/S): MARCO FRIDOLIN SOMMER SANTOS E OUTRO(A/S)Ementa

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINRIO. APOSENTADORIA ESPONTNEA. EXTINO. CONTRATO DE TRABALHO. RETORNO DOS AUTOS ORIGEM. 1. Aps a promulgao da Constituio do Brasil, a nica questo de direito a ser examinada por este Tribunal a de estatura constitucional. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento.DecisoA Turma, por votao unnime, negou provimento ao recurso de agravo,nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, nestejulgamento, o Senhor Ministro Gilmar Mendes. 2 Turma, 20.03.2007.

3.RMS 22180 / DF - DISTRITO FEDERALRECURSO EM MANDADO DE SEGURANARelator(a): Min. EROS GRAUJulgamento: 22/06/2005 rgo Julgador: Primeira TurmaPublicaoDJ 12-08-2005 PP-00011 EMENT VOL-02200-1 PP-00001RTJ VOL-00194-03 PP-00893Parte(s)RECTE.: ALVARO JOSE TELES PACHECOADV.(A/S): ANTHONY DE SOUZA SOARES E OUTROSRECDO.: UNIO FEDERALEmenta

EMENTA: RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PASSIVA. SECRETRIO DE ADMINISTRAO FEDERAL. IMVEL FUNCIONAL. LEI N. 8.025/90. ART. 515, 3, DO CPC. INAPLICABILIDADE AO RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. 1. O Secretrio de Administrao Federal parte legtima para figurar como autoridade coatora em mandado de segurana quando administrador do imvel funcional na data de publicao da Medida Provisria n. 149, convertida na Lei n. 8.025/90. 2. O direito, do ocupante, ao recadastramento, avaliao, manifestao do direito de preferncia e aquisio do imvel funcional consuma-se na data de publicao da MP n. 149, tornando irrelevante a posterior transferncia da administrao do bem. Precedentes [RMS n. 22.095, Ministro OCTAVIO GALLOTTI, DJ 08.03.96 e RMS n. 22.977, Relator o Ministro NELSON JOBIM, DJ 01.03.2000]. 3. Inaplicabilidade do art. 515, 3, do CPC --- inserido no captulo da apelao --- aos casos de recurso ordinrio em mandado de segurana, visto tratar-se de competncia definida no texto constitucional. Precedentes [RMS n. 24.309, Relator o Ministro Marco Aurlio, DJ 30.04.2004 e RMS n. 24.789, Relator o Ministro EROS GRAU, DJ 26.11.2004]. 4. Recurso ordinrio julgado parcialmente procedente, determinando-se a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justia para apreciao do mrito da impetrao.DecisoA Turma deu parcial provimento ao recurso ordinrio em mandado desegurana, nos termos do voto do Relator. Unnime. 1a. Turma,22.06.2005.

2. STJ - Concluses:

i) Se preenchidos todos os requisitos expressos no 515,3- extino do processo sem julgamento do mrito pela instncia inferior, causa versar exclusivamente sobre questes de direito e estiver em condies de imediato julgamento- e nestas circunstncias ocorrer o julgamento do mrito pelo tribunal no haver violao do duplo grau de jurisdio e nem supresso de instncia. Ademais, h decises que falam que se o tribunal receber uma causa em condies de pronto julgamento, tem um dever-poder de julg-la, e no uma mera possibilidade.

ii) Quanto reformatio in pejus, to discutida em sala, o entendimento dominante aquele partilhado, por exemplo, por Dinamarco, pois predomina o entendimento de que o julgamento de mrito que se faz nestas circunstncias o mesmo que seria feito se fosse devolvido ao primeiro grau, fazendo-se, assim, desta forma um atalho, em busca de celeridade sem que isto cause prejuzos a alguma das partes.

iii)Outro ponto interessante, adicional discusso que tivemos em sala de aula, que tendo em vista esta expressa possibilidade de julgamento do mrito pelo tribunal, para que se torne possvel levar questo discutida ao STJ e/ou STF, que o prequestionamento ocorra j nesta apelao, da qual poder resultar a sentena.

iv) O julgamento do mrito da causa pelo Tribunal de segundo grau nos termos do artigo 515, 3, CPC, no se limita s questes exclusivamente de direito, alcanando todos os pontos relativos "causa madura", ou seja, j prontas para julgamento - feito j devidamente instrudo.

v) No ocorre julgamento ultra ou extra petita, quando o tribunal resolve analisar diretamente o mrito da causa por fora da autorizao contida no art. 515, 3 do CPC. Da mesma forma mesmo que o apelante no tenha requerido, se ele considerar que a causa ainda no est madura para julgamento pode determinar a baixa dos autos ao juzo singular,sem qualquer violao ao devido processo legal.

vi) No h supresso de instncia em casos nas hipteses quais a prescrio foi reconhecida pelo Juzo de primeira instncia, e afastada pelo tribunal, podendo o tribunal julgar decidir sobre as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena de 1 grau no as tenha julgado por inteiro, observada a necessidade de a causa estar suficientemente debatida e instruda, causa madura.

vii) H supresso de instncia quanto a causa ainda no est suficientemente madura para julgamento e ocorre julgamento do mrito pelo tribunal. Nesses casos , a causa deve voltar para o juzo a quo.

viii) Efetividade, celeridade e economia processual so os princpios mais utilizados para defender a utilizao de tal instrumento processual.

ix) H casos de aplicao anloga do art. 515, 3. Por exemplo, um caso de mandado de segurana contra deciso irrecorrvel de Juiz singular do Juizado Especial., no qual o STJ decidiu que se presentes os pressupostos estabelecidos no 3, do art. 515 do Cdigo de Processo Civil, aplica-o por analogia ao recurso ordinrio de mandado de segurana, apreciando-se, portanto, desde logo o mrito da impetrao.x) Entretanto, no h possibilidade de interpretao extensiva ao artigo 515, 3, do CPC, em casos de sentenas citra petita , uma vez que nestes casos nem sequer houve, na sentena, extino do processo sem julgamento do mrito, requisito aplicao do artigo 515, 3. Desta forma, se no suprida a falha mediante embargos de declarao, o caso ser de anulao pelo tribunal, com devoluo dos autos ao rgo a quo. No possvel entender art. 515, 3, autorize o rgo ad quem a julgar a apelao, e 'completar' a sentena de primeiro grau, acrescentando-lhe novo(s) captulo(s).

xi) Ou, o Superior Tribunal de Justia se manifestou no sentido de que no possvel interpretar-se extensivamente a regra contida no art. 515, 3, do Cdigo de Processo Civil, no caso de sentena que julga o mrito da demanda, sendo que a extino do processo sem o julgamento do mrito requisito essencial aplicao do referido dispositivo pelos Tribunais;

xii) Outra concluso que vale pena apontar refere-se a casos em que existam dois argumentos, sendo que apenas um deles demanda dilao probatria, nos quais ocorra um julgamento do mrito pelo tribunal. Nestes casos se o tribunal acolher o argumento que no necessita de prova e reformar a deciso dever analisar o outro argumento. Todavia, ao perceber que este demanda a produo de provas, no possvel, com base no 515,3 julgar diretamente este caso. Desta forma, deve devolver o processo para o primeiro grau para concluso da fase probatria. Contudo, esta devoluo j ser com a, eventual, sentena j reformada.

xiii) Por fim, vale destacar de acordo com o princpio tempus regit actum, a lei processual nova tem eficcia imediata, incidindo sobre os atos praticados a partir do momento em que se torna obrigatria, no alcanando, todavia, os atos consumados sob a gide da legislao anterior, sob pena de retroagir para prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgadaAssim, a lei vigente poca da prolao da deciso que se pretende reformar que rege o cabimento e a admissibilidade do recurso, desta forma o art. 515,3 do CPC s pode produzir efeitos para sentenas terminativas proferidas a partir de 28 de maro de 2002, data que passou a produzir efeitos, pois que antes da vigncia da Lei 10.35201, que acrescentou o 3 ao art. 515 do CPC, no havia permisso legal para que os tribunais do pas, ao julgar o recurso de apelao, apreciassem diretamente o mrito da causa se a sentena apelada havia-se limitado a extinguir o processo sem exame de natureza meritria.

2.1. STJ - Ementas Julgados:

1.AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO N 867.885 - MG (20070043261-9)RELATOR: MINISTRO HLIO QUAGLIA BARBOSAAGRAVANTE: FLIKS INDSTRIA E COMRCIO LTDAADVOGADO: ROBERTA CURY KAWENCKI E OUTRO(S)AGRAVADO: BRADESCO SEGUROS SAADVOGADO: RITA ALCYONE SOARES NAVARRO E OUTRO(S)EMENTAAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ALEGADA VIOLAO DO ARTIGO 515, 3, DO CPC NO CONFIGURADA. CAUSA MADURA. AFERIO DE CONDIO DE JULGAMENTO E REJEIO DE PRODUO DE PROVAS IMPERTINENTES PELO TRIBUNAL LOCAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. VEDAO. ALEGADA OFENSA A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. COMPETNCIA DO STF. APLICAO DO CDC. AUSNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INVERSO DO NUS DA PROVA. FUNDAMENTO DO ACRDO RECORRIDO NO IMPUGNADO. AUSNCIA DE INTERESSE RECURSAL. AGRAVO IMPROVIDO.1. A reforma processual instituda pela Lei n. 10.3522001 passou a autorizar, expressamente, a apreciao do mrito da causa pelo rgo superior, nas hipteses elencadas pelo artigo 515, 3, do Cdigo de Processo Civil, verbis: "Art. 515. [...] 3 Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento." Dessa forma, no h violao do duplo grau de jurisdio nem indevida supresso de instncia.2. Tambm no h reformatio in pejus, pois "o julgamento de meritis que o tribunal fizer nessa oportunidade ser o mesmo que faria se houvesse mandado o processo de volta ao primeiro grau, l ele recebesse sentena, o autor apelasse contra esta e ele, tribunal, afinal voltasse a julgar o mrito. A novidade representada pelo 3 do art. 515 do Cdigo de Processo Civil nada mais do que um atalho, legitimado pela aptido a acelerar os resultados do processo e desejvel sempre que isso for feito sem prejuzo a qualquer das partes; ela constituiu mais um lance da luta do legislador contra os males do tempo e representa a ruptura com um velho dogma, o do duplo grau de jurisdio, que por sua vez s se legitima quando for capaz de trazer benefcios, no demoras desnecessrias. Por outro lado, se agora as regras so essas e so conhecidas de todo operador do direito, o autor que apelar contra a sentena terminativa f-lo- com a conscincia do risco que corre; no h infrao garantia constitucional do due process porque as regras do jogo so claras e isso fator de segurana das partes, capaz de evitar surpresas" (DINAMARCO, Cndido Rangel. Nova Era do Processo Civil. 2. ed. So Paulo: Malheiros, 2007, pp. 177181).3. "Diante da expressa possibilidade de o julgamento da causa ser feito pelo tribunal que acolher a apelao contra sentena terminativa, nus de ambas as partes prequestionar em razes ou contra-razes recursais todos os pontos que depois pretendam levar ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justia. Eles o faro, do mesmo modo como fariam se a apelao houvesse sido interposta contra uma sentena de mrito. Assim o sistema posto e no se vislumbra o menor risco de mcula garantia constitucional do due process of law, porque a lei do conhecimento geral e a ningum aproveita a alegao de desconhec-la, ou de no ter previsto a ocorrncia de fatos que ela autoriza (LICC, art. 3)" (DINAMARCO. idem).4. O julgamento do mrito da causa pelo Tribunal de segundo grau nos termos do artigo 515, 3, da Lei de Ritos, no se limita s questes exclusivamente de direito, mas alcana, outrossim, aquelas cuja instruo probatria esteja completa ou seja desnecessria, de acordo com a convico do julgador. o que se convencionou chamar de "causa madura", ou seja, pronta para julgamento, semelhana do que ocorre com o julgamento antecipado da lide. Assim, diante da concluso do Tribunal a quo de que a causa possua condies de julgamento e que eventual pedido de produo de prova testemunhal era impertinente, no possvel a este Superior rever tais concluses, sob pena de reapreciao do contexto ftico-probatrio, delineado pelas instncias de origem, o que vedado em sede de recurso especial.5. Agravo improvido.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas, por unanimidade, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Massami Uyeda, Fernando Gonalves e Aldir Passarinho Junior votaram com o Sr. Ministro Relator.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Hlio Quaglia Barbosa.Braslia (DF), 25 de setembro de 2007.

MINISTRO HLIO QUAGLIA BARBOSA, RelatorDocumento: 3418830 EMENTA / ACORDO - DJ: 22/10/2007

2.RECURSO ESPECIAL N 657.407 - RS (20040061843-7)RELATOR: MINISTRO CASTRO MEIRARECORRENTE: MACHADINHO ENERGTICA SA - MAESA E OUTROADVOGADO: ANDR RIBAS DE ALMEIDA E OUTROSRECORRIDO: ANSELMO CARVALHO DA SILVAADVOGADO: ALMO JORGE BRANDO E OUTROEMENTAPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. INDENIZAO. USINA HIDRELTRICA. PREQUESTIONAMENTO. ARTS. 514, 515 E 535 DO CPC.

1. O Tribunal a quo resolveu a controvrsia de maneira slida e fundamentada, apenas no adotando a tese dos recorrentes, o que afasta a alegada violao ao art. 535 do CPC.2. Ausncia de prequestionamento dos artigos 267, 3, e 301, 4 do Cdigo de Processo Civil, requisito viabilizador do acesso s instncias especiais.3. Aps a Lei n. 10.3522001, que imprimiu profundas modificaes no Cdigo de Processo Civil, houve um abrandamento do princpio "tantum devolutum quantum appellatum", j que o art. 515, 3, permitiu ao Tribunal, nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito, "julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento".4. "Havendo requerimento expresso do apelante, obrigatrio ao tribunal, aplicando o 3 do art. 515 do CPC, j conhecer do mrito da demanda, ao prover a apelao interposta contra a sentena terminativa, a no ser que a matria ainda reclame alguma providncia ou prova a ser produzida no juzo singular" (Leonardo Jos Carneiro da Cunha in Inovaes no Processo Civil: Comentrios s Leis 10.352 e 10.3582001, Dialtica, So Paulo, 2002, pp. 85-86).5. Se o tribunal pode analisar diretamente o mrito da causa, afastada a alegao de julgamento ultra ou extra petita, por fora da autorizao contida no art. 515, 3 do CPC, igualmente pode determinar a baixa dos autos ao juzo singular, ainda que o apelante no tenha requerido, sem que isso importe em violao ao postulado do devido processo legal.6. Recurso especial conhecido em parte e improvido.

ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia "A Turma, por unanimidade, conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, negou-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator." Os Srs. Ministros Francisco Peanha Martins, Eliana Calmon, Franciulli Netto e Joo Otvio de Noronha votaram com o Sr. Ministro Relator.Braslia, 21 de junho de 2005 (data do julgamento)

Ministro Castro MeiraRelator

Documento: 1908706 EMENTA / ACORDO - DJ: 05/09/2005

3.RECURSO ESPECIAL N 719.462 - SP (20050011011-7)RELATOR: MINISTRO JORGE SCARTEZZINIRECORRENTE: COMPANHIA DE SEGUROS ALIANA DO BRASIL SAADVOGADO: GENIVALDO DE OLIVEIRA SILVA E OUTROSRECORRIDO: LUIZ CARLOS REZENDE DA SILVAADVOGADO: APARECIDA VOINE DE SOUZA NERI E OUTROEMENTAPROCESSO CIVIL - PRESCRIO - SENTENA - EXTINO DO PROCESSO - APELAO - AFASTAMENTO DA PRESCRIO - RESTANTES QUESTES DE MRITO - EXAME PELO TRIBUNAL AD QUEM.1 - O 3 do art. 515 do CPC, includo pela Lei 10.3522001, passou a permitir que o Tribunal, nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito, possa julgar desde logo a lide, em se tratando de questo exclusivamente de direito ou quando devidamente instrudo o feito ("causa madura");2 - In casu, tendo sido reconhecida a prescrio pelo Juzo de primeira instncia, o mero efeito devolutivo da apelao faz com que as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado por inteiro, possam ser conhecidas pelo Tribunal, que poder decidir todo o mrito quando do julgamento da apelao, tendo afastado a prescrio;3 - A Corte Especial do STJ decidiu, em hiptese semelhante (REsp 274.736DF, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, DJU 01.09.2003), que estando o processo cabalmente instrudo, e havendo elementos suficientes para que o Eg. Tribunal a quo aprecie a questo controvertida, permite o art. 515, 1 do CPC que o Tribunal avance no julgamento de mrito, sem que isso importe em supresso de instncia;4 - Nos termos do v. acrdo recorrido, as provas produzidas mostram-se suficientes composio da lide e dispensam realizao de percia, de forma que o processo est cabalmente instrudo, havendo elementos suficientes para que o Eg. Tribunal a quo complete o julgamento de mrito.5 - Recurso no conhecido.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, em no conhecer do recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, com quem votaram os Srs. Ministros BARROS MONTEIRO, FERNANDO GONALVES e ALDIR PASSARINHO JNIOR. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro CSAR ASFOR ROCHA.Braslia, DF, 20 de setembro de 2005(data do julgamento).

MINISTRO JORGE SCARTEZZINIRelator

Documento: 2026980 EMENTA / ACORDO - DJ: 07/11/2005

4.EMBARGOS DE DIVERGNCIA EM RESP N 89.240 - RJ (20000089111-8)RELATOR: MINISTRO SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRAEMBARGANTE: MASA PARTICIPAES METALRGICAS LTDAADVOGADO: MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA E OUTROSEMBARGADO: PETRLEO BRASILEIRO SA - PETROBRSADVOGADO: CNDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO E OUTROSINTERES.: ISHIKAWAJIMA DO BRASIL ESTALEIROS SA ISHIBRASADVOGADO: ALEXANDRE J SELVA CARNEIRO MONTEIRO E OUTROS

EMENTA

PROCESSO CIVIL. PRESCRIO AFASTADA NO 2 GRAU. EXAME DAS DEMAIS QUESTES NO MESMO JULGAMENTO. POSSIBILIDADE, DESDE SUFICIENTEMENTE DEBATIDA E INSTRUDA A CAUSA. DIVERGNCIA DOUTRINRIA E JURISPRUDENCIAL. EXEGESE DO ART. 515, CAPUT, CPC. PRECEDENTES DO TRIBUNAL E DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. LEI N. 10.3522001. INTRODUO DO 3 DO ART. 515. EMBARGOS REJEITADOS.

I - Reformando o tribunal a sentena que acolhera a preliminar de prescrio, no pode o mesmo ingressar no mrito propriamente dito, salvo quando suficientemente debatida e instruda a causa.II - Nesse caso, encontrando-se "madura" a causa, permitido ao rgo ad quem adentrar o mrito da controvrsia, julgando as demais questes, ainda que no apreciadas diretamente em primeiro grau.II - Nos termos do 3 do art. 515, CPC, introduzido pela Lei n. 10.3522001, "o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento".

ACRDO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, conhecer dos embargos de divergncia e, por maioria, os rejeitar. Votaram com o Relator os Ministros Humberto Gomes de Barros, Milton Luiz Pereira, Cesar Asfor Rocha, Ruy Rosado de Aguiar, Vicente Leal, Ari Pargendler, Jos Delgado, Jos Arnaldo da Fonseca, Fernando Gonalves, Eliana Calmon, Francisco Falco, Nilson Naves e Garcia Vieira. Votaram vencidos os Ministros Felix Fischer, Antnio de Pdua Ribeiro, Edson Vidigal, Fontes de Alencar, Barros Monteiro e Francisco Peanha Martins.Braslia, 06 de maro de 2002(data do julgamento)

MINISTRO PAULO COSTA LEITE, Presidente

MINISTRO SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Relator

Documento: 290617 EMENTA / ACORDO - DJ: 10/03/2003

5.RECURSO ESPECIAL N 274.736 - DF (20000087098-6)RELATOR: MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROSRECORRENTE: AKEMI HASSUDA E OUTROSADVOGADO: EDEWYLTON WAGNER SOARES E OUTRORECORRIDO: UNIOEMENTA

PROCESSUAL PRESCRIO SENTENA - EXTINO DO PROCESSO INSTRUO CONSUMADA APELAO AFASTAMENTO DA PRESCRIO RESTANTES QUESTES DE MRITO -EXAME PELO TRIBUNAL AD QUEM CPC, ART. 515, 1.- O 1 do Art. 515 suficientemente claro, ao dizer que devem ser apreciadas pelo tribunal de segundo grau todas as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado por inteiro.- Se o Tribunal ad quem afasta a prescrio, deve prosseguir no julgamento da causa.

ACRDO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justia na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, conhecer do recurso especial e lhe dar provimento nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Ruy Rosado de Aguiar, Jos Delgado, Jos Arnaldo da Fonseca, Fernando Gonalves, Felix Fischer, Gilson Dipp, Hamilton Carvalhido, Francisco Falco, Edson Vidigal, Fontes de Alencar, Slvio de Figueiredo Teixeira, Barros Monteiro e Francisco Peanha Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Jorge Scartezzini. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Ari Pargendler e Franciulli Netto.Braslia (DF), 01 de agosto de 2003 (Data do Julgamento).

MINISTRO NILSON NAVESPresidente

MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROSRelator

Documento: 848387 EMENTA / ACORDO - DJ: 01/09/2003

6.RECURSO ESPECIAL N 523.904 - SP (20030041590-5)RELATOR: MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKIRECORRENTE: PGASO TXTIL LTDA E OUTROSADVOGADO: HAMILTON DIAS DE SOUZA E OUTROSRECORRIDO: BANCO CENTRAL DO BRASILPROCURADOR: FRANCISCO SIQUEIRA E OUTROS

EMENTAPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA DE PRESTAO JURISDICIONAL NO CONFIGURADA. CRUZADOS BLOQUEADOS. CORREO MONETRIA. MANDADO DE SEGURANA. CABIMENTO. BTNF. CARNCIA DA AO AFASTADA. APRECIAO DO MRITO. ART. 515, 3, DO CPC.

1. No h omisso do julgado se o Tribunal a quo aprecia suficientemente todas as questes postas em discusso nos autos para formao do seu convencimento.2. cabvel a discusso, em sede de mandado de segurana, sobre a determinao do ndice aplicvel correo dos cruzados novos bloqueados em cadernetas de poupana, por ocasio do Plano Collor.3. Aplica-se o BTNF como ndice de correo monetria dos saldos de cruzados novos bloqueados, a teor do disposto no art. 6, 2, da Lei 8.02490 (ERESP 169.940SC, Corte Especial).4. Afastada a carncia da ao pela inadequao da via eleita, no h empeo a que esta Corte aprecie o mrito da controvrsia, que versa sobre matria eminentemente de direito (clculo da correo das cadernetas de poupana das contas disposio do BACEN), evitando determinar o retorno dos autos origem, em respeito aos princpios da efetividade do processo e da economia processual, conforme previso do 3, art. 515, do CPC, acrescentado pela Lei 10.3522001, que possibilita ao Tribunal julgar, desde logo, todas as questes de direito discutidas no processo, ainda que no tenha sido apreciada em sua ntegra pela instncia de origem.5. Recurso especial desprovido.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Gomes de Barros, Jos Delgado, Francisco Falco e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator.Braslia, 04 de novembro de 2003.

MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKIRelator(*) Republicado por ter sado com incorreo do original, publicado no DJ do dia 24112003.

7.RECURSO ORDINRIO EM MS N 15.877 - DF (20030005223-3)RELATOR: MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKIRECORRENTE: IONARA PACHECO LACERDA GAIOSOADVOGADO: JOAQUIM JAIR XIMENES AGUIARRECORRENTE: PEDRO HENRIQUE TEIXEIRAADVOGADO: FRANCISCO CARNEIRO NOBRE DE LACERDA NETOT.ORIGEM: TRIBUNAL DE JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOSIMPETRADO: DESEMBARGADOR CORREGEDOR DO TRIBUNAL DE JUSTIA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITRIOSRECORRIDO: DISTRITO FEDERALLITIS.PAS: MAURCIO GOMES DE LEMOSLITIS.PAS: GOIANIO BORGES TEIXEIRALITIS.PAS: CARLOS MAGNO DE ALVARENGAADVOGADO: MARCOS JORGE CALDAS PEREIRAEMENTA

MANDADO DE SEGURANA. OFICIAL DO CARTRIO DE PROTESTOS DE TTULOS DO DISTRITO FEDERAL. IMPETRAO EM DEFESA DAS PRERROGATIVAS DO CARGO.1. Em mandado de segurana, admite-se personalidade judiciria a rgo sem personalidade jurdica prpria, quando a impetrao tem por objeto a tutela dos chamados direitos-funo.2. Admite-se, conseqentemente, a legitimidade dos sucessores no cargo para assumir o polo ativo da impetrao em caso de remoo ou morte do impetrante originrio.

RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. REFORMA DO ACRDO QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MRITO. VIABILIDADE DO IMEDIATO EXAME DO MRITO DA IMPETRAO, ATENDIDOS OS PRESSUPOSTOS DO ART. 515, 3 DO CPC.1. Reformando o acrdo que extingue o processo sem julgamento de mrito, cumpre ao STJ apreciar, desde logo, o mrito da impetrao, se presentes os pressupostos do art. 515, 3 do CPC, aplicvel por analogia.2. No caso dos autos, a questo de mrito exclusivamente de direito e no h empecilho ou pendncia a inviabilizar a sua apreciao.

ADMINISTRATIVO. PROTESTO DE TTULOS NO DISTRITO FEDERAL. PROVIMENTO 1090 DA CORREGEDORIA DE JUSTIA, ATRIBUINDO AOS TABELIES DE NOTAS A COMPETNCIA PARA LAVRAR PROTESTOS. ILEGITIMIDADE.1.Segundo decidiu o STF, "o artigo 1 do Decreto-lei 24667, versando sobre competncia de serventias extrajudiciais, foi revogado pela Lei 6.75079, que dispe sobre a nova Organizao Judiciria do Distrito Federal e dos Territrios" (Agravo Reg. na Reclamao 344-2DF, Min. Maurcio Corra, julgada em 06.12.2001).2. Por ser incompatvel com a Lei 6.75079, ilegtimo o Provimento 1090 da Corregedoria de Justia do Distrito Federal que conferiu aos Cartrios de Notas atribuies para protestar ttulos.3. Recurso ordinrio provido para conceder a ordem.

ACRDO

Vistos e relatados estes autos em que so partes as acima indicadas, decide a Egrgia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, dar provimento ao recurso para conceder a segurana, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Denise Arruda, Jos Delgado (voto-vista) e Luiz Fux votaram com o Sr. Ministro Relator.Braslia, 18 de maio de 2004.

MINISTRO TEORI ALBINO ZAVASCKIRelator

Documento: 1254063 EMENTA / ACORDO - DJ: 21/06/2004

8.RECURSO ORDINRIO EM MS N 17.220 - RJ (20030188412-5)RELATORA: MINISTRA ELIANA CALMONRECORRENTE: TURISMO TRANSMIL LTDA E OUTROSADVOGADO: FERNANDO JOS BARBOSA DE OLIVEIRA E OUTROST.ORIGEM: TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROIMPETRADO: DESEMBARGADOR RELATOR DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 20000026902 DA 3A CMARA CVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRORECORRIDO: COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO RODOVIRIO E TERMINAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CODERTEEMENTA

PROCESSUAL CIVIL - MANDADO DE SEGURANA CONTRA ATO JUDICIAL TERATOLGICO E ILEGAL - APLICAO DO PRINCPIO DA CAUSA MADURA (ART. 515, 3, DO CPC) - CONCESSO DA SEGURANA.1. Hiptese excepcional dos autos, que autoriza o cabimento de mandado de segurana, ajuizado perante o rgo especial do Tribunal Estadual, contra ato solitrio do relator integrante do rgo fracionrio.2. Tratando os autos de questo eminentemente de direito, devidamente instruda pela prova pr-constituda juntada na inicial do mandamus, deve ser aplicada espcie a Teoria da Causa Madura, consagrada no art. 515, 3, do CPC, prestigiando-se, assim, os princpios da celeridade, da economia processual e da efetividade do processo, informadores do Direito Processual Civil Moderno.3. Ato teratolgico e ilegal do impetrado, que decidiu isoladamente, sem submeter ao rgo fracionrio ao qual pertence, embargos de declarao opostos de acrdo da Cmara Cvel e agravo regimental interposto de deciso solitria, violando, assim, a sistemtica processual do julgamento dos recursos e aplicando indevidamente o art. 557 do CPC - Precedente.4. Recurso ordinrio provido para a concesso da segurana, determinando-se o julgamento colegiado dos embargos de declarao opostos de acrdo proferido no julgamento do Agravo de Instrumento 2000.002.06902, tornando sem efeito todas as penalidades aplicadas solitariamente pelo relator aos impetrantes, ora recorrentes.ACRDO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia "A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso ordinrio, nos termos do voto da Sra. Ministra-Relatora." Os Srs. Ministros Franciulli Netto, Joo Otvio de Noronha, Castro Meira e Francisco Peanha Martins votaram com a Sra. Ministra Relatora.Braslia-DF, 28 de setembro de 2004 (Data do Julgamento)

MINISTRA ELIANA CALMONRelatora

Documento: 1390712 EMENTA / ACORDO - DJ: 13/12/2004

9.RECURSO ESPECIAL N 756.844 - SC (20050093677-8)

RELATOR: MINISTRO JOS ARNALDO DA FONSECARECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR: JESUS PEREIRA E OUTROSRECORRIDO: HUGO WOLMERADVOGADO: ROSELILCE FRANCELI CAMPANA E OUTROEMENTA

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL A QUO DE JULGAMENTO EXTRA PETITA. JULGAMENTO DO MRITO. INTERPRETAO EXTENSIVA DO ARTIGO 515, 3 DO CPC. INAPLICABILIDADE. ERROR IN PROCEDENDO. SUPRESSO PELO JUIZ SINGULAR E NO PELO TRIBUNAL. SUPRESSO DE INSTNCIA.A sentena proferida citra petita padece de error in procedendo. Se no suprida a falha mediante embargos de declarao, o caso de anulao pelo tribunal, com devoluo ao rgo a quo, para novo pronunciamento. De modo nenhum se pode entender que o art. 515, 3, autorize o rgo ad quem, no julgamento da apelao, a 'completar' a sentena de primeiro grau, acrescentando-lhe novo(s) captulo(s).In casu, no h que se falar em interpretao extensiva ao artigo 515, 3, do CPC, quando nem sequer houve, na sentena, extino do processo sem julgamento do mrito, requisito este essencial aplicao do artigo 515, 3, da Lei Processual Civil.Recurso provido.

ACRDO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia: "A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso e lhe deu provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator." Os Srs. Ministros Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.

Braslia (DF), 15 de setembro de 2005 (Data do Julgamento)

MINISTRO JOS ARNALDO DA FONSECARelator

Documento: 2024307 EMENTA / ACORDO - DJ: 17/10/2005

10.RECURSO ESPECIAL N 591.805 - DF (20030163927-7)RELATOR: MINISTRO FRANCISCO FALCORECORRENTE: BIGIO DE AGUIAR SANTOROADVOGADO: IRINEU DE OLIVEIRA E OUTROSRECORRIDO: DISTRITO FEDERALPROCURADOR: LENARD VIEIRA DE CARVALHO E OUTROSEMENTA

PROCESSO CIVIL. MEDIDA CAUTELAR DE ATENTADO. SENTENA DE EXTINO DO PROCESSO. APELAO. JULGAMENTO DA LIDE PELO TRIBUNAL. QUESTES DE FATO E DE DIREITO SUFICIENTES PARA O DEFINITIVO DESATE DA LIDE. POSSIBILIDADE. INTERPRETAO SISTEMTICA DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 515 E PARGRAFOS.I - Muito embora o art. 879, III, do CPC tenha sido objeto de discusso na formao do aresto recorrido, verifica-se a impossibilidade de conhecimento do Recurso, neste ponto, porquanto para que se possa acolher a tese de que houve violao ao referido dispositivo, revela-se necessrio o reexame do conjunto ftico-probatrio acostado aos autos, o que defeso em sede de Recurso Especial, em face do bice imposto pela Smula 07STJ, visto que o aludido dispositivo estabelece a possibilidade da Medida Cautelar de Atentado nos casos de alterao no estado de fato da coisa litigiosa.II - A ao foi ajuizada para suspender a realizao de obras e o parcelamento do solo de rea urbana, sem a devida autorizao do Poder Pblico.III - O Colegiado a quo considerou que a causa reunia condies para julgamento imediato, embora tenha a ao sido julgada extinta, sem julgamento do mrito.IV - O 3 do art. 515 do CPC, sem dvida, busca afastar os embaraos prestao jurisdicional clere, desde que a causa rena condies de imediato julgamento. Em outras palavras, utilizando-me de expresso consagrada em boa parte da doutrina, desde que a causa esteja "madura" para imediato julgamento.V - Desse modo, cumprem-se os anseios da sociedade, por uma Justia mais clere, e menos entravada de questes tcnicas.VI - Recurso Especial parcialmente conhecido e, nesta parte, improvido.

ACRDOVistos e relatados os autos em que so partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, conhecer parcialmente do recurso especial e, nessa parte, negar-lhe provimento, na forma do relatrio e notas taquigrficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Os Srs. Ministros LUIZ FUX, TEORI ALBINO ZAVASCKI, DENISE ARRUDA e JOS DELGADO votaram com o Sr. Ministro Relator. Custas, como de lei.

Braslia(DF), 07 de fevereiro de 2006 (data do julgamento).

MINISTRO FRANCISCO FALCORelator

11.EDcl no RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 16.421 - GO (20030087006-6)RELATOR: MINISTRO FELIX FISCHEREMBARGANTE: NIEDA DE SOUZA COELHOADVOGADO: JUSCIMAR PINTO RIBEIROEMBARGADO: ESTADO DE GOIS E OUTROPROCURADOR: ANA PAULA LIMA FLORENTINO A FERREIRA E OUTROSEMENTA

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATRIOS. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. OMISSO INEXISTENTE. RETORNO DOS AUTOS A ORIGEM PARA ANLISE DO MRITO DO MANDAMUS, NOS TERMOS CONSIGNADOS NO ACRDO EMBARGADO.I- O recurso ordinrio foi provido, em parte, exatamente para que o Tribunal a quo analise o mrito do mandamus.II- Mesmo que ficasse reconhecida a omisso apontada pela parte, ainda assim seria necessrio o retorno dos autos origem, a fim de evitar-se a supresso de instncia, porquanto a matria aqui discutida no est suficientemente madura (art. 515, 3, CPC), a autorizar, de logo, o exame do mrito pela instncia ad quem.III- Embargos declaratrios rejeitados.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, rejeitar os embargos. Os Srs. Ministros Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.

Braslia (DF), 09 de maro de 2006 (Data do Julgamento).

MINISTRO FELIX FISCHERRelator

Documento: 2306829 EMENTA / ACORDO - DJ: 03/04/2006

12.RECURSO ESPECIAL N 819.165 - ES (20060029854-0)RELATOR: MINISTRO LUIZ FUXRECORRENTE: ESPRITO SANTO ELTRICAS SA ESCELSAADVOGADO: LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(S)RECORRENTE: CASSARO SA INDSTRIA E COMRCIOADVOGADO: RODRIGO REIS MAZZEI E OUTRO(S)RECORRIDO: OS MESMOSEMENTA

PROCESSUAL CIVIL. CUSTAS INICIAIS NO RECOLHIDAS NO MOMENTO DA DISTRIBUIO. EXTINO DO PROCESSO. CANCELAMENTO DA DISTRIBUIO. NECESSIDADE DE PRVIA INTIMAO PESSOAL DA PARTE (ARTS. 257 E 267, 1, DO CPC). APELAO CVEL. EFEITO DEVOLUTIVO. ARTIGO 515, 3 DO CPC. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. PRODUO DAS PROVAS. OFENSA AO ART. 535, DO CPC. INEXISTNCIA.1. Revela-se desarrazoado o cancelamento, e conseqente extino do processo, nas hipteses de no recolhimento das custas iniciais no momento da distribuio, antes da intimao pessoal e prvia da parte, na forma do artigo 267, 1, do CPC, a fim de que reste configurada sua inrcia em sanar a irregularidade apontada, mxime quando j efetuado o pagamento das mesmas. Precedentes desta Corte: RESP 676601PR, DJ de 10.10.2005; RESP 770981RS, DJ DE 26.09.2005; AgRg no RESP 628595MG, DJ de 13.09.2004 e ERESP 199117RJ, DJ de 04.08.2003.2. Ao Ordinria ajuizada por empresa particular, em face da concessionria de energia eltrica, objetivando a declarao de ilegalidade da cobrana de multa moratria diria, no percentual de 0,35%, incidente sobre as contas de energia eltrica, estabelecida pela Portaria n 44898 do Departamento Nacional de guas e Energia Eltrica (DNAEE), bem como o reconhecimento da impossibilidade de corte no fornecimento de energia eltrica na hiptese de inadimplncia.3. A legislao confere ao rgo jurisdicional superior, por fora da autorizao contida no art. 515, 3 do CPC, autorizao para proceder anlise do mrito, independentemente de pedido da parte e, a fortiori, permite ao tribunal determinar a baixa dos autos ao juzo singular, independentemente da vontade do litigante, evidenciada a necessidade objetiva da prova.4. In casu, o tribunal local, com ampla cognio ftico-probatria, reconheceu a ausncia de maturidade da causa para os fins colimados no art. 515, 3 do CPC, qual seja, a apreciao do meritum causae, com muito mais razo interdita-se esse exame em sede de recurso especial, ante o bice erigido pela Smula 07STJ.5. Inexiste ofensa ao art. 535, I e II, CPC, quando o Tribunal de origem pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a questo posta nos autos, cujo decisum revela-se devidamente fundamentado. Ademais, o magistrado no est obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a deciso. Precedente desta Corte: RESP 658.859RS, publicado no DJ de 09.05.2005.6. Recursos especiais interpostos por Esprito Santo Eltricas SA Escelsa e Cessaro SA Indstria e Comrcio desprovidos.

ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, negar provimento aos recursos especiais, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda e Francisco Falco votaram com o Sr. Ministro Relator.Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Jos Delgado.Braslia (DF), 19 de junho de 2007(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIZ FUXRelatorDocumento: 3208149 EMENTA / ACORDO - DJ: 09/08/2007

13.RECURSO ESPECIAL N 828.342 - SP (20060059680-8)

RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHIRECORRENTE: EMPREEDIMENTOS IMOBILIRIOS SO CARLOS SAADVOGADO: ADRIANE BONILLO DOS SANTOS E OUTRO(S)RECORRIDO: BANCO BRADESCO SAADVOGADO: SELMA BRILHANTE TALLARICO DA SILVA E OUTRO(S)EMENTA

Processo civil. Ao de prestao de contas. Primeira fase. Impugnao da pretenso, por um dos rus, com base em dois argumentos independentes, dos quais um demanda dilao probatria. Julgamento antecipado do processo, acolhendo tese de ilegitimidade cuja prova era exclusivamente documental. Recurso de apelao interposto. Reforma da deciso, pelo Tribunal, e condenao de todos os rus prestao de contas, sem anlise do fundamento subsidirio que demanda instruo processual. Impossibilidade. Acrdo reformado.- Na hiptese de julgamento antecipado do processo, com o acolhimento de um argumento que no demanda dilao probatria, se o Tribunal reformar a deciso dever apreciar os argumentos subsidiariamente desenvolvidos pelas partes nas contestaes. Na hiptese em que algum desses argumentos demande produo de provas, no ser possvel, com base no art. 515, 3, do CPC, que o Tribunal julgue diretamente a lide. Dever reformar a sentena e devolver o processo ao primeiro grau para que se ingresse na fase probatria.Recurso especial conhecido e provido.

ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas constantes dos autos, por unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Massami Uyeda e Sidnei Beneti votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Ari Pargendler.Braslia (DF), 15 de maio de 2008 (data do julgamento).

MINISTRA NANCY ANDRIGHIRelatoraDocumento: 3910564 EMENTA / ACORDO - DJe: 23/09/2008

14.RECURSO ESPECIAL N 721.023 - PR (20050015260-5)RELATOR: MINISTRO LUIZ FUXRECORRENTE: MINISTRIO PBLICO FEDERALRECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAO E REFORMA AGRRIA INCRAPROCURADOR: LCIA HELENA BERTASO GOLDANI E OUTROSRECORRIDO: ESTADO DO PARANPROCURADOR: CSAR AUGUSTO BINDER E OUTROSRECORRIDO: JUVENAL DA CUNHAADVOGADO: RENATO MARTINS LOPESEMENTARECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. VIOLAO DO ART. 535, II, DO CPC. INOCORRNCIA. PRINCPIO DO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELATUM. DEVIDO PROCESSO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAO EX OFFICIO PELO TRIBUNAL A QUO AO PAGAMENTO DE INDENIZAO PELO IMVEL DESAPROPRIADO. ERROR IN PROCEDENDO. NULIDADE DO ACRDO RECORRIDO.1. A questo dominial, quando controversa em sede de ao expropriatria, implica o depsito do preo na forma do art. 34 do DL 336541.2. A faixa de fronteira pertencente Unio no pode ser expropriada pela mesma posto encerrar a hiptese, impossibilidade jurdica do pedido, cognoscvel ex officio pelo Tribunal de apelao (art. 267, 3 do CPC: O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos ns. IV, V e Vl; todavia, o ru que a no alegar, na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos autos, responder pelas custas de retardamento.)3. A interveno do Estado alienante para fazer firme e valiosa a alienao que empreendeu equivale ao recurso de terceiro (art. 499, 2 do CPC: O Ministrio Pblico tem legitimidade para recorrer assim no processo em que parte, como naqueles em que oficiou como fiscal da lei.) que devolve ao Tribunal a matria deduzida e a dedutvel ex officio (art. 514 e do CPC: A apelao devolver ao tribunal o conhecimento da matria impugnada. 1 Sero, porm, objeto de apreciao e julgamento pelo tribunal todas as questes suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentena no as tenha julgado por inteiro; 2 Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelao devolver ao tribunal o conhecimento dos demais; 3 Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento. (Includo pela Lei n 10.352, de 26.12.2001); 4 Constatando a ocorrncia de nulidade sanvel, o tribunal poder determinar a realizao ou renovao do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligncia, sempre que possvel prosseguir o julgamento da apelao. (Includo pela Lei n 11.276, de 2006)4. Concluindo o julgado originrio que a rea expropriada era de propriedade do prprio poder expropriante cumpria-lhe julgar extinto o processo, sem anlise do mrito, por fora da confuso (art. 267, X do CPC) e no, consolidar o domnio nas mos da Unio, em manifesta deciso extra petita.5. A apelao no caso sub examine oferecida pelo Estado alienante acaso provida, quando muito deveria ter cassado a deciso a quo e determinado a continuao do devido processo legal, mas, jamais fixar indenizao que no foi objeto de devoluo, e nem poderia s-lo, na forma do novel 3 do artigo 515, porquanto de mrito a resoluo de primeiro grau.6. Violao manifesta do artigo 515 e pargrafos do CPC, determinando-se a nulidade do aresto a quo, que deve limitar-se, em acolhendo o apelo do Estado, determinar prossiga o feito em primeiro grau, obedecendo o due process of law.7. Recursos Especiais providos.

ACRDO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, dar provimento aos recursos especiais, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise Arruda, Jos Delgado e Francisco Falco votaram com o Sr. Ministro Relator.

Braslia (DF), 19 de setembro de 2006 (Data do Julgamento).

MINISTRO LUIZ FUXRelator

Documento: 2641151 EMENTA / ACORDO - DJ: 28/09/2006

15.RECURSO ORDINRIO EM MS N 17.113 - MG (20030171424-2)RELATORA: MINISTRA LAURITA VAZRECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR: ISABELA GUEDES DANTAS E OUTROST.ORIGEM: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1A REGIOIMPETRADO: JUZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CVEL E CRIMINAL DE JANURIA - MGRECORRIDO: JOO GONALVES DE DEUSADVOGADO: AURO NOGUEIRA DE BARROSEMENTAPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIRIO. RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA. IMPETRAO DO MANDAMUS CONTRA ATO DE JUIZ SINGULAR DO JUIZADO ESPECIAL. CABIMENTO. EXTINO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MRITO. REFORMA DO JULGADO. POSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA MATRIA MERITRIA POR ESTA CORTE. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 515, 3, DO CPC. AO PREVIDENCIRIA AJUIZADA NO JUIZADO ESPECIAL ESTADUAL. UTILIZAO DO RITO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. POSSIBILIDADE. VEDAO DO ART. 20 DA LEI N. 10.2592001. NO-APLICAO S CAUSAS PREVIDENCIRIAS. ART. 109, 3, DA CONSTITUIO FEDERAL.1. Cabvel a impetrao do mandado de segurana contra deciso irrecorrvel de Juiz singular do Juizado Especial.2. Presentes os pressupostos estabelecidos no 3, do art. 515 do Cdigo de Processo Civil, aplica-o por analogia ao recurso ordinrio de mandado de segurana, apreciando-se, portanto, desde logo o mrito da impetrao.3. A proibio expressa na parte final do art. 20 da Lei dos Juizados Especiais Federais no se aplica s causas previdencirias, diante do que dispe o 3, do art. 109 da Carta Magna. Precedente desta Corte.4. Na interpretao do novo texto infraconstitucional importante observar o princpio da supremacia da Constituio, bem como a viabilizao do acesso justia.5. Recurso conhecido, mas desprovido.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Os Srs. Ministros Arnaldo Esteves Lima, Jos Arnaldo da Fonseca, Felix Fischer e Gilson Dipp votaram com a Sra. Ministra Relatora.Braslia (DF), 24 de agosto de 2004 (Data do Julgamento)MINISTRA LAURITA VAZRelatoraDocumento: 1379281 EMENTA / ACORDO - DJ: 13/09/2004

16.RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 25.462 - RJ (20070247038-2)RELATORA: MINISTRA NANCY ANDRIGHIRECORRENTE: SOCIEDADE INDEPENDENTE DE COMPOSITORES E AUTORES MUSICAIS - SICAMADVOGADO: AMAURY SOARES MARQUES JUNIOR E OUTRO(S)RECORRIDO: SRGIO GUILHERME NUNES SARACENI E OUTROSADVOGADO: SONIA LIMA DE AQUINO E OUTRO(S)EMENTA

PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANA. TERCEIRO PREJUDICADO. CABIMENTO. SMULA 202STJ. PROCESSO EXTINTO SEM O JULGAMENTO DO MRITO. ART. 515, 3, DO CPC. APLICAO POR ANALOGIA. LIMINAR. DEFERIMENTO. AUSNCIA DE FUNDAMENTAO. NULIDADE DA DECISO.- De acordo com a Smula n 202 do STJ, a impetrao de segurana por terceiro, contra ato judicial, no se condiciona interposio de recurso.- Aplica-se, por analogia, o art. 515, 3, do CPC, ao recurso ordinrio em mandado de segurana, viabilizando, por conseguinte, a apreciao do mrito do writ, desde que este no tenha sido instrudo com complexo conjunto de provas, a exigir detalhado exame.- No obstante o art. 165 do CPC admita a motivao sucinta, tal conciso no se confunde com a ausncia de fundamentao, inviabilizadora do amplo exerccio do direito de defesa.- nula a deciso concessiva de liminar que se limita a dizer estarem presentes os requisitos autorizadores da concesso, sem, no entanto, discorrer em que consiste o fumus boni iuris e qual o periculum in mora.Recurso provido.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas constantes dos autos, prosseguindo no julgamento, aps o voto-vista do Sr. Ministro Sidnei Beneti, por unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Massami Uyeda e Sidnei Beneti votaram com a Sra. Ministra Relatora.Braslia (DF), 02 de outubro de 2008 (data do julgamento).MINISTRA NANCY ANDRIGHIRelatoraDocumento: 4226070 EMENTA / ACORDO - DJe: 20/10/2008

17.EMBARGOS DE DIVERGNCIA EM RESP N 299.246 - PE (20010111355-3)RELATOR:MINISTRO RUY ROSADO DE AGUIAREMBARGANTE:NILZAN DA SILVA BARRETOADVOGADO:FERNANDO VIANNA PAES DE BARROS E OUTROSEMBARGADO:ESTADO DE PERNAMBUCOPROCURADOR:LARISSA MEDEIROS SANTOS E OUTROSEMENTAAPELAO. Prescrio. Mrito da causa. mbito do julgamento do segundo grau.Afastada a prescrio aceita no primeiro grau, o Tribunal deve julgar o mrito da causa, se em condies de ser apreciado. Art. 515 do CPC.Embargos acolhidos e providos.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, "prosseguindo no julgamento, por unanimidade, conhecer dos embargos de divergncia e os receber, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Retificou o seu voto o Sr. Ministro Jos Arnaldo de Fonseca. Os Srs. Ministros Vicente Leal, Jos Delgado, Jos Arnaldo da Fonseca, Fernando Gonalves, Felix Fischer, Eliana Calmon, Francisco Falco, Antnio de Pdua Ribeiro, Nilson Naves, Garcia Vieira, Fontes de Alencar, Slvio de Figueiredo Teixeira, Barros Monteiro, Francisco Peanha Martins, Humberto Gomes de Barros, Milton Luiz Pereira e Cesar Asfor Rocha votaram com o Sr. Ministro-Relator. Os Srs. Ministros Edson Vidigal e Ari Pargendler no participaram do julgamento (RISTJ, art. 162 2).Braslia (DF), 06 de maro de 2002(Data do Julgamento).Ministro Paulo Costa LeitePresidenteMinistro Ruy Rosado de Aguiar

18.RECURSO ORDINRIO EM MS N 18.056 - RS (20040044572-2)

RELATORA: MINISTRA ELIANA CALMONRECORRENTE: BRASIL TELECOM SAADVOGADO: GUILHERME RIZZO AMARAL E OUTROST.ORIGEM: TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULIMPETRADO: SECRETRIO DO TRABALHO CIDADANIA E ASSISTNCIA SOCIAL - STCASIMPETRADO: SECRETRIO DE FAZENDA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SULRECORRIDO: ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADVOGADO: PAULO MOURA JARDIM E OUTROSEMENTA

PROCESSO CIVIL MANDADO DE SEGURANA VIABILIDADE - INAPLICABILIDADE DO PRINCPIO DA CAUSA MADURA ( 3 DO ART. 515 DO CPC) HIPTESE DOS AUTOS - RETORNO DO PROCESSO AO TRIBUNAL DE ORIGEM.1. Ataque a vcios formais de processo administrativo, comprovados por documento, plenamente compatvel com a via estreita da ao de segurana.2. Irregularidade da Administrao, que examinou em bloco diversas reclamaes formuladas por usurios distintos, sujeitos a poltica de tarifao diferenciada.3. Inaplicabilidade do Princpio da Causa Madura hiptese dos autos, que demanda apurado exame da prova pr-constituda juntada na inicial, devendo incidir o 3 do art. 515 do CPC somente nas causas onde a questo versar exclusivamente sobre matria de direito.4. Recurso ordinrio parcialmente provido - Retorno dos autos ao Tribunal de origem para a continuidade do julgamento.

ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia "A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso ordinrio, nos termos do voto da Sra. Ministra-Relatora." Os Srs. Ministros Franciulli Netto, Joo Otvio de Noronha, Castro Meira e Francisco Peanha Martins votaram com a Sra. Ministra Relatora.Braslia-DF, 07 de dezembro de 2004 (Data do Julgamento)

MINISTRA ELIANA CALMONRelatora

19.RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 25.619 - BA (20070264118-0)RELATOR: MINISTRO FERNANDO GONALVESRECORRENTE: MINERAO URANDI SA E OUTROADVOGADO: RAFAEL SANTOS DE OLIVEIRARECORRIDO: ESTADO DA BAHIAPROCURADOR: CAIO DRUSO DE CASTRO PENALVA VITA E OUTRO(S)EMENTARECURSO ORDINRIO. MANDADO DE SEGURANA. CONVERSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RETIDO. CABIMENTO DO WRIT NA ESPCIE. MRITO. RETORNO DOS AUTOS PARA A ORIGEM.1. No havendo previso de recurso contra deciso que determina a converso de agravo de instrumento em agravo retido, deve ser admitido o manejo do mandado de segurana. Precedentes.2. No tendo sido apresentadas as informaes pela autoridade impetrada e havendo necessidade de exame da prova pr-constituda acostada aos autos, no de se aplicar, espcie, a teoria da causa madura.3. Recurso ordinrio parcialmente provido para determinar o retorno dos autos origem.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso ordinrio em mandado de segurana. Os Ministros Aldir Passarinho Junior, Luis Felipe Salomo e Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF 1 Regio) votaram com o Ministro Relator. Ausente, ocasionalmente, o Ministro Joo Otvio de Noronha.Braslia, 21 de agosto de 2008. (data de julgamento)MINISTRO FERNANDO GONALVES, RelatorDocumento: 4055182 EMENTA / ACORDO - DJe: 01/09/2008

20.RECURSO ESPECIAL N 894.767 - SE (20060229439-5)RELATORA: MINISTRA ELIANA CALMONRECORRENTE: ESTADO DE SERGIPEPROCURADOR: MARCOS AURLIO DE A BARROS E OUTRO(S)RECORRIDO: DJALMA RODRIGUES FARIAS - MICROEMPRESAADVOGADO: LILIA REJANE LIMA OLIVEIRA E OUTRO(S)EMENTA

PROCESSO CIVIL AO MONITRIA COBRANA PELO FORNECIMENTO DE MERCADORIA FATURA: DOCUMENTO HBIL APLICAO DO ART. 515, 3, DO CPC: POSSIBILIDADE.1. Correta a aplicao da denominada Teoria da Causa Madura, prevista no 3 do art. 515 do CPC, porque desnecessria a produo de outras provas.2. Doutrina e jurisprudncia, inclusive do STJ, tm entendido que ttulo hbil para cobrana, documento escrito que prove, de forma razovel, a obrigao, podendo, a depender do caso, ter sido produzido unilateralmente pelo credor.3. perfeitamente vivel instruir ao monitria ajuizada por concessionria de energia eltrica com cpia de faturas para cobrana por servios prestados, sendo desnecessria, na hiptese, a assinatura do devedor.4. Recurso especial no provido.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Castro Meira, Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques votaram com a Sra. Ministra Relatora.Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Humberto Martins.

Braslia-DF, 19 de agosto de 2008 (Data do Julgamento)MINISTRA ELIANA CALMONRelatoraDocumento: 4037450 EMENTA / ACORDO - DJe: 24/09/2008

21.AgRg no RECURSO ESPECIAL N 1.018.466 - SP (20070309299-0)RELATOR: MINISTRO JOS DELGADOAGRAVANTE: PRIMICIA S A INDUSTRIA E COMERCIOADVOGADOS: RUBENS JOS NOVAKOSKI F VELLOZA E OUTRO(S)LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTOAGRAVADO: FAZENDA NACIONALPROCURADOR: DJEMILE NAOMI KODAMA E OUTRO(S)

EMENTAPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AUSNCIA DE OMISSO, CONTRADIO OU FALTA DE MOTIVAO NO ACRDO A QUO. SENTENA CITRA-PETITA. CAUSA COMPLEXA E NO-MADURA. INAPLICABILIDADE DO ART. 515, 3, DO CPC.1. Agravo regimental contra deciso que negou seguimento a recurso especial.2. Acrdo a quo segundo o qual no havendo correlao lgica entre pedido e sentena, esta deve ser anulada ou reduzida a fim de que os impetrantes tenham apenas o seu pedido examinado, recebendo a adequada prestao jurisdicional. No existindo o pronunciamento jurisdicional quanto a um dos pedidos formulados expressamente perante o Juzo "a quo", no pode o Tribunal examin-lo sob pena de supresso de um grau de jurisdio.3. Deciso a quo clara e ntida, sem omisses, obscuridades, contradies ou ausncia de motivao. O no-acatamento das teses do recurso no implica cerceamento de defesa. Ao juiz cabe apreciar a questo de acordo com o que entender atinente lide. No est obrigado a julg-la conforme o pleiteado pelas partes, mas sim com seu livre convencimento (CPC, art. 131), usando fatos, provas, jurisprudncia, aspectos atinentes ao tema e legislao que entender aplicveis ao caso. No obstante a oposio de embargos declaratrios, no so eles mero expediente para forar o ingresso na instncia especial, se no h vcio para suprir. No h ofensa ao art. 535, II, do CPC quando a matria devidamente abordada no aresto a quo.4. O art. 515, 3, do CPC estatui que nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento. No entanto, no se tratando de matria exclusivamente de direito, com causa complexa e no estando madura suficiente para ser julgada de pronto, no se aplica o referido dispositivo, devendo os autos retornarem ao juzo de origem para novo pronunciamento.5. Agravo regimental no-provido.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falco, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda (Presidenta) votaram com o Sr. Ministro Relator.Braslia (DF), 20 de maio de 2008 (Data do Julgamento)MINISTRO JOS DELGADORelatorDocumento: 4007926 EMENTA / ACORDO - DJe: 19/06/2008

22.RECURSO ESPECIAL N 877.612 - MG (20060181298-7)RELATOR: MINISTRO MASSAMI UYEDARECORRENTE: STTE SERVIOS TCNICOS DE TELECOMUNICAES E ENGENHARIA LTDAADVOGADO: RENATO LUS MARQUES PESSOA E OUTRO(S)RECORRIDO: BANCO SUDAMERIS BRASIL SAADVOGADO: JOS ANTNIO SOARES E OUTRO(S)EMENTARECURSO ESPECIAL - AO DE BUSCA E APREENSO - EMBARGOS DE DECLARAO - INTUITO DE PREQUESTIONAMENTO - FIXAO DE MULTA - DESCABIMENTO - AFASTAMENTO - NECESSIDADE - INCIDNCIA DO ENUNCIADO N. 98 DA SMULASTJ - ART. 515, 3, DO CPC - INAPLICABILIDADE PERANTE OS TRIBUNAIS EM CASO DE SENTENA DE EXTINO DO PROCESSO COM JULGAMENTO DE MRITO - OBSERVNCIA DO PRINCPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIO - PRECEDENTE DESTA CORTE.I - O Superior Tribunal de Justia j se manifestou no sentido de que no possvel interpretar-se extensivamente a regra contida no art. 515, 3, do Cdigo de Processo Civil, no caso de sentena que julga o mrito da demanda, sendo que a extino do processo sem o julgamento do mrito requisito essencial aplicao do referido dispositivo pelos Tribunais;II - Tendo o v. acrdo hostilizado entendido que a sentena de primeiro grau afrontou aos princpios do contraditrio e da ampla defesa ao omitir-se na anlise das matrias alegadas em sede de contestao ao de busca e apreenso, no caberia ao Tribunal de origem, por conta do princpio do duplo grau de jurisdio, suprir tais omisses e aplicar o direito espcie, mas simplesmente declarar a nulidade da sentena e determinar o retorno dos autos origem para a apreciao das matrias suscitadas na contestao;III - Recurso Especial provido.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, a Turma, por unanimidade, conhecer do recurso especial e deu-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Sidnei Beneti e Ari Pargendler votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, a Sra. Ministra Nancy Andrighi.Braslia, 20 de maio de 2008(data do julgamento)MINISTRO MASSAMI UYEDARelatorDocumento: 3984231 EMENTA / ACORDO - DJe: 08/10/2008

23.EMBARGOS DE DIVERGNCIA EM RESP N 410.616 - PR (20050144043-0)RELATOR: MINISTRO LUIZ FUXEMBARGANTE: ESTADO DO PARANPROCURADOR: CESAR AUGUSTO BINDER E OUTRO(S)EMBARGADO: MASSA FALIDA DE HERMES MACEDO SAADVOGADO: JOSAFA ANTONIO LEMES E OUTRO(S)REPR. POR: MARCELO ZANON SIMO - SNDICO

EMENTAPROCESSUAL CIVIL. APELAO CIVIL. EFEITO DEVOLUTIVO. ARTIGO 515, DO CPC. 3 INSERIDO PELA LEI 10.3522001. "TEORIA DA CAUSA MADURA". SUPRESSO DE INSTNCIA. DIREITO SUPERVENIENTE. ARTIGO 1.211, DO CPC. PRINCPIO TEMPUS REGIT ACTUM. APLICAO.1. O artigo 515, do Cdigo de Processo Civil, restou modificado pela Lei 10.352, de 26 de dezembro de 2001, que lhe inseriu o 3, segundo o qual: "Nos casos de extino do processo sem julgamento do mrito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questo exclusivamente de direito e estiver em condies de imediato julgamento" (cognominada "Teoria da Causa Madura").2. Entrementes, a adoo do princpio tempus regit actum, ex vi do artigo 1.211, do Codex Processual, impe o respeito aos atos praticados sob o plio da lei revogada, bem como aos seus efeitos, impossibilitando a retroao da lei nova.3. A lei vigente poca da prolao da deciso que se pretende reformar que rege o cabimento e a admissibilidade do recurso.4. In casu, a sentena terminativa foi proferida em 31.05.1999, sobrevindo em 15.08.2000 o acrdo que julgou a apelao manejada, razo pela qual se revela inaplicvel a norma processual ( 3) includa no artigo 515, do CPC, pela Lei 10.35201, que iniciou a produo de efeitos em 28 de maro de 2002.5. Embargos de divergncia providos, para anular o acrdo regional, ante a supresso de instncia constatada, devendo ser o meritum causae, primeiramente, apreciado pelo Juzo Singular.ACRDOVistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA SEO do Superior Tribunal de Justia acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, conhecer dos embargos e lhes dar provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins, Herman Benjamin, Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF 1 Regio), Jos Delgado, Eliana Calmon e Francisco Falco votaram com o Sr. Ministro Relator.Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavascki.Braslia (DF), 23 de abril de 2008(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIZ FUXRelator

Documento: 3899050 EMENTA / ACORDO - DJe: 16/06/2008

24.RECURSO ESPECIAL N 1.014.444 - RJ (20070294039-4)RELATOR: MINISTRO CASTRO MEIRARECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROCURADOR: LEILA ROSA BASTO GRUMBACH PEREIRA E OUTRO(S)RECORRIDO: OCEANUS AGNCIA MARTIMA SAADVOGADO: GODOFREDO MENDES VIANNA E OUTRO(S)EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. ART. 515, 3, DO CPC, ACRESCIDO PELA LEI 10.35201. APLICAO NO TEMPO. PRINCPIO TEMPUS REGIT ACTUM.1. As regras de direito intertemporal consagram o princpio tempus regit actum, de modo que a lei processual nova tem eficcia imediata, incidindo sobre os atos praticados a partir do momento em que se torna obrigatria, no alcanando, todavia, os atos consumados sob o imprio da legislao anterior, sob pena de retroagir para prejudicar o direito adquirido, o ato jurdico perfeito e a coisa julgada.2. Antes da vigncia da Lei 10.35201, que acrescentou o 3 ao art. 515 do CPC, no havia permisso legal para que os tribunais do pas, ao julgar o recurso de apelao, apreciassem diretamente o mrito da causa se a sentena apelada havia-se limitado a extinguir o processo sem exame de natureza meritria.3. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Pblico.4. Recurso especial provido.

ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justia, por unanimidade, dar provimento ao recurso nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Humberto Martins, Herman Benjamin, Carlos Fernando Mathias (Juiz convocado do TRF 1 Regio) e Eliana Calmon votaram com o Sr. Ministro Relator. Sustentou oralmente Dr. Lycia Braz Moreira, pela parte RECORRIDA: OCEANUS AGNCIA MARTIMA SA e DEN.ANT.: LACHMANN AGNCIAS MARTIMAS SABraslia, 19 de fevereiro de 2008 (data do julgamento).Ministro Castro MeiraRelatorDocumento: 3717599 EMENTA / ACORDO - DJe: 06/03/2008

25.AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO N 836.287 - DF (20060258847-7)

RELATOR: MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROSAGRAVANTE: RONALDO CARDOSO GARCIA FILHOADVOGADO: SEBASTIO MORAES DA CUNHA E OUTRO(S)AGRAVADO: BANCO DO BRASIL SAADVOGADOS: EDIMAR LUIZ DA SILVA E OUTRO(S)MAGDA MONTENEGRO E OUTRO(S)E M E N T A

AGRAVO REGIMENTAL. JULGAMENTO DE MRITO DA CAUSA PELO TRIBUNAL LOCAL. POSSIBILIDADE. ART. 515, 3, DO CPC.- O Tribunal revisor, ao reformar a sentena que extingue o processo sem exame do mrito, tem o dever-poder de julgar imediatamente o mrito do litgio, quando o feito encontrar-se em condies de pronto julgamento.ACRDOVistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Ministros da TERCEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justia na conformidade dos votos e das notas taquigrficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.Os Srs. Ministros Ari Pargendler e Nancy Andrighi votaram com o Sr. Ministro Relator.Braslia (DF), 18 de outubro de 2007 (Data do Julgamento).

MINISTRO HUMBERTO GOMES DE BARROSPresidente e RelatorDocumento: 3471752 EMENTA / ACORDO - DJ: 31/10/20

3. TJRJ - Concluses:

i)A apresentao sobre as concluses de aplicao do disposto no art. 515,3 do CPC ser diferente quando comparada abordagem que vem sendo dada at este momento nas decises dos outros rgos jurisdicionais. Os parmetros de pesquisa jurisprudencial do TJRJ no so dos mais eficientes, o que resulta numa enorme dificuldade de se encontrar decises interessantes.Desta forma, apresentarei 14 decises, que serviro, apenas, para a verificao que a teoria da causa madura, art. 515, 3 do CPC, vem sendo largamente utilizada pelo nosso tribunal de justia estadual nas hipteses em que no haja necessidade de nova ou maior- dilao probatria.Ademais, s devo destacar as decises ns. 1, 12 e 13extremamente interessantes. Estas abordam a relao entre a aplicao do art. 515,3 e a questo da reformatio in pejus.Por fim, vale destacar que, assim como no STJ, se o processo estiver devidamente intrudo, possibilitando o julgamento da lide, h, pelo 3 do art. 515, a possibilidade de julgamento pelo tribunal. Checar sobre isso a deciso 14.

3.1. TJRJ - Ementas Julgados:

1.2008.001.03123 - APELACAO - 1 Ementa DES. MARIA HENRIQUETA LOBO - Julgamento: 27/02/2008 - SETIMA CAMARA CIVELExecuo fiscal.Embargos.IPTU, taxa de coleta de lixo e limpeza pblica (TCLLP) e taxa de iluminao pblica (TIP).Legitimidade passiva.O possuidor, na qualidade de promitente-comprador, pode ser considerado contribuinte do IPTU, conjuntamente com o proprietrio do imvel, responsvel pelo seu pagamento.Precedentes do Superior Tribunal de Justia.Embargos.Causa madura.Matria exclusivamente de direito.Aplicao do artigo 515 1 e 3 do Cdigo de Processo Civil para exame do mrito dos embargos ofertados pela apelada.Possibilidade de julgamento do mrito em desfavor do nico apelante, sem que isso constitua reformatio in pejus, eis que o julgamento de meritis que o tribunal fizer nessa oportunidade ser o mesmo que faria se houvesse mandado o processo de volta ao primeiro grau, l ele recebesse sentena, o autor apelasse contra esta e ele, tribunal, afinal voltasse a julgar o mrito.A novidade representada pelo 3 do art. 515 do Cdigo de Processo Civil nada mais do que um atalho, legitimado pela aptido a acelerar os resultados do processo e desejvel sempre que isso for feito sem prejuzo a qualquer das partes; ela constituiu mais um lance da luta do legislador contra os males do tempo e representa a ruptura com um velho dogma, o do duplo grau de jurisdio, que por sua vez s se legitima quando for capaz de trazer benefcios, no demoras desnecessrias. Por outro lado, se agora as regras so essas e so conhecidas de todo operador do direito, o autor que apelar contra a sentena terminativa f-lo- com a conscincia do risco que corre; no h infrao garantia constitucional do due process porque as regras do jogo so claras e isso fator de segurana das partes, capaz de evitar surpresas.IPTU. Alquotas progressivas. inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional 29/2000, alquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da funo social da propriedade urbana. Smula 668 do Supremo Tribunal Federal.Taxas fundirias (TIP e TCLLP).A taxa de iluminao pblica e a taxa de coleta de lixo e limpeza urbana padecem de dupla inconstitucionalidade: ferem o disposto no pargrafo 2 do artigo 145 e o pargrafo 3 do artigo 155 da Constituio Federal.Ausncia de carter de divisibilidade dos servios que o Municpio pretendeu elevar a fato gerador dos tributos.Proveito insuscetvel de ser individualmente mensurado, por servio prestado a pessoas indeterminadas.Carter universal que no se compadece com o de taxa (Constituio Federal, artigo 145, inciso II).A par disso, a sobrevinda Emenda Constitucional 39/2002, que introduziu o artigo 149-A da Constituio da Repblica, no tornou constitucional a cobrana da taxa de iluminao pblica, j que trouxe a possibilidade de cobrana, respeitados os princpios da legalidade e anterioridade, de contribuio para o custeio do servio de iluminao pblica, que se trata, evidentemente, de exao diversa.Recurso manifestamente improcedente a que se nega seguimento, com base no artigo 557, c/c 515 1 e 3, todos do Cdigo de Processo Civil, restando mantida a sentena de procedncia dos embargos, por outros fundamentos, e, de conseqncia, extinta a execuo fiscal.

2.2009.001.01119 - APELACAO - 1 Ementa DES. CELSO FERREIRA FILHO - Julgamento: 10/02/2009 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVELOBRIGAO DE FAZER C/C INDENIZATRIA. Aplicao do pargrafo 3 do art. 515 do CPC, que discorre sobre a possibilidade de julgamento imediato do mrito pelo tribunal, quando a causa tiver sido resolvida no primeiro grau por deciso terminativa. Exaurimento da fase instrutria na instncia inferior. Teoria da Causa Madura. A nosso ver, com todas as vnias, fez o autor prova do fato constitutivo do seu direito atravs dos documentos de fls. 17/18, demonstrando que foram quitadas todas as 240 parcelas do financiamento, bem como a resistncia do Banco ru em fornecer o "Termo de Liberao da Garantia Hipotecria", fatos que, isoladamente, consubstanciam o interesse de agir. A discusso que se processa na esfera do Tribunal Regional Federal limita-se a discutir a correta aplicao do "Plano de Equivalncia Salarial - PES" sobre o valor das referidas prestaes. Verifica-se que a sentena proferida naquele processo julgou procedente o pedido de aplicao do PES ao contrato sob examine e, a remota hiptese de sua reforma em sede de recurso, poderia resultar apenas em responsabilidade sobre diminuta parcela do dbito residual, o que no pode justificar a manuteno do gravame hipotecrio. Dano moral. Inocorrncia. Danos materiais que no foram devidamente comprovados. APELO PARCIALMENTE PROVIDO

3.2009.001.04370 - APELACAO - 1 Ementa DES. CELIA MELIGA PESSOA - Julgamento: 10/02/2009 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVELINDENIZATRIA. RITO SUMRIO. INDENIZAO DO SEGU-RO DPVAT. INVALIDEZ PERMANENTE. PRESCRIO. DE-CRETAO DE PLANO PELO JUZO. TERMO A QUO. CIN-CIA DA INCAPACIDADE. LAUDO DO IML. PRELIMINAR DE MRITO AFASTADA. SMULA 278 DO STJ. Ao indenizatria de seguro DPVAT, por invalidez permanente decorrente de acidente automobilstico, no qual o autor sofreu perda do membro inferior esquerdo. Aplicao do prazo prescri-cional previsto no art. 206, 3, IX e no a do art. 177 do Cdigo de 1916, sendo o prazo trienal, nos termos do art. 2028 do atual Cdigo Civil, cujo termo a quo deve observar o disposto no e-nunciado da Smula 278 do STJ. A prescrio pressupe a exis-tncia de uma pretenso, que na hiptese somente passou a e-xistir quando surgiu a causa que habilita o autor a receber a in-denizao, que a invalidez permanente, somente conhecida pelo autor, no caso vertente, pelo laudo do IML. Assim, a sen-tena merece reforma tendo em vista que a pretenso do autor no se encontra prescrita. Isso porque considerou a data do si-nistro (20-05-2000) e no a data da concluso do laudo do IML (20-08/2007) como termo inicial do prazo prescricional, momento em que o autor teve cincia de sua invalidez permanente, tendo sido a ao proposta em 13-12-2007. Apesar de afastada a pre-liminar de mrito, a causa no se encontra madura para julga-mento, sendo defesa a apreciao da matria de fundo por esta Corte, por supresso de instncia, uma vez que o ru apesar de citado, ainda no houve o momento para a apresentao de resposta, eis que ainda no foi realizada a audincia prevista no art. 277 do CPC, por se tratar de rito sumrio. Jurisprudncia dominante desta Corte. Smula do STJ. Anulao da sentena. Aplicao do art. 557, 1-A, do CPC. PROVIMENTO DO RE-CURSO.

4.2009.001.05111 - APELACAO - 1 Ementa DES. ELTON LEME - Julgamento: 18/03/2009 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVELAPELAO CVEL. RITO SUMRIO. INDENIZAO POR DANOS MORAIS. BLOQUEIO DE SERVIOS TELEFNICOS. SENTENA QUE JULGOU EXTINTO O PROCESSO, SEM RESOLUO DO MRITO, NA FORMA DO ART. 267, INCISO VI, DO CPC, POR FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. INCONFORMISMO DA AUTORA. EXISTNCIA DE AO ANTERIORMENTE AJUIZADA CONTRA A R PERANTE O JUIZADO ESPECIAL CVEL COM A CONDENAO EM DANOS MORAIS E ORDEM DE RESTABELECIMENTO DO SERVIO. SENTENA EXECUTADA E PROCESSO FINDO. APLICAO DA TEORIA DA CAUSA MADURA. AUSNCIA DE PROVAS DOS FATOS ALEGADOS NA INICIAL. DANOS MORAIS NO CONFIGURADOS. IMPROCEDNCIA DO PEDIDO. 1. Assiste razo apelante no que se refere alegao de que no objetiva nesta demanda o cumprimento do julgado proferido no Juizado Especial Cvel, onde j houve inclusive a execuo da sentena, mas apenas pretende a reparao do dano em virtude da reincidncia da r, que supostamente persiste na m prestao do servio, inocorrendo a causa de extino do processo sem resoluo do mrito com base no art. 267, VI, do CPC. 2. Entretanto, diante da causa madura e aplicando-se o disposto no art. 515, 3, do CPC, possvel avanar na anlise do mrito e constatar que deixou a parte autora de comprovar a ocorrncia dos fatos constitutivos de seu direito, ou seja, a m prestao dos servios pela r, tendo dispensado a produo de provas. 3. Inocorrendo a falha na prestao dos servios, no h que se falar em danos morais diante da ausncia de ilcito. 4 Provimento do recurso para, no mrito, julgar improcedente a ao.

5.2007.001.66476 - APELACAO - 1 Ementa DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 26/02/2008 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVELAPELAO CVEL. SENTENA EXTINTIVA. ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE LEGITIMIDADE PASSIVA. CARTRIO EXTRAJUDICIAL. PERSONALIDADE JUDICIRIA. PRECEDENTES (STJ E TJRJ). DECISO ANULADA. PROVIMENTO DO RECURSO.O cartrio extrajudicial, conquanto no ostente personalidade jurdica, dotado de personalidade judiciria, a exemplo do esplio, da massa falida e do condomnio, no se tratando de serventia da administrao direta, mas antes de servio pblico delegado, prestado em carter privado, guisa do art. 236 da CF. Pode, portanto, figurar no plo passivo de ao com pedido de reparao de danos.Proferida a sentena antes mesmo da fase de especificao de provas, no se deve aplicar a teoria da causa madura, sob pena de cerceamento de defesa.

6.2009.001.01316 - APELACAO - 1 Ementa DES. ELTON LEME - Julgamento: 04/02/2009 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVELAPELAO CVEL. AO INDENIZATRIA. CONSRCIO PARA AQUISIO DE VECULO. ONEROSIDADE EXCESSIVA. INEXISTNCIA. CLUSULAS CONTRATUAIS. INALTERAO. EQUILBRIO CONTRATUAL. AUSNCIA DE CONDUTA ILCITA. RESOLUO DO CONTRATO E DEVOLUO DAS PARCELAS NOS TERMOS DO AJUSTE. DANO MORAL NO CONFIGURADO. 1. Uma vez que o juzo monocrtico entendeu estar a causa madura para julgamento, por se tratar de matria puramente de direito, sendo desnecessria a dilao probatria, inexiste o alegado cerceamento de defesa. 2. Ingresso no consrcio para aquisio de automvel com opo pela modalidade light, prevendo um recolhimento mensal ao fundo comum do grupo reduzido em 25% at a data da contemplao e aps passando a prestao a corresponder a 100% do valor do rateio, com base no valor total do bem objeto do plano, contendo o contrato clusula clara nesse sentido. 3. Inocorrncia de onerosidade excessiva ou irregularidade, posto que a administradora de consrcio atendeu s disposies que asseguram o equilbrio contratual entre as partes e possibilitam a aquisio do bem por todos os consorciados. 4. Contrato celebrado com observncia s normas do BACEN que disciplinam a matria e ao Cdigo de Defesa do Consumidor, informando de forma clara e precisa sobre o produto e servio, ratificando a autora os termos do ajuste no momento da assinatura. 5. Resciso contratual a que faz jus a autora, sem culpa de ambas as partes, vez que demonstrada a inviabilidade econmica da manuteno do contrato. 6. Devoluo que, em caso de desistncia, deve observar o prazo de 30 dias a contar do encerramento do plano, com a devida correo, deduzida a taxa de administrao, conforme disposto no art. 53, 3, do CDC. 7. Ausncia de conduta ilcita e ofensa honra da autora, no configurando o dano moral, o que afasta a obrigao de indenizar. 8. Sucumbncia recproca, com aplicao do art. 21 do CPC. 9. Provimento parcial do recurso.

7.2009.001.01619 - APELACAO - 1 Ementa DES. ELISABETE FILIZZOLA - Julgamento: 04/02/2009 - SEGUNDA CAMARA CIVELAPELAO CVEL. AO MONITRIA. EXTINO DO FEITO POR FALTA DE INTERESSE DE AGIR. DESCABIMENTO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRDITO EM CONTA CORRENTE NO CONSTITUI TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. INTERESSE DE AGIR CONFIGURADO. VERBETES SUMULARES N. 233 E 247 DO STJ. CAUSA MADURA. APLICAO DO ART. 515, 3, CPC. PROCEDNCIA DO PEDIDO. Versa a controvrsia recursal acerca da aferio da fora executiva do contrato de abertura de crdito em conta corrente, bem como acerca da utilizao do referido instrumento contratual para fins de instruo de ao monitria movida pelo Banco, ora Apelante, em face de suas respectivas correntistas, ora Apeladas. entendimento pacificado atravs do verbete n. 247 do C. STJ que: "O contrato de abertura de crdito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de dbito, constitui documento hbil para o ajuizamento da ao monitria".No h como se manter sentena terminativa que considerou faltar ao requerente interesse de agir na propositura da ao monitria. No caso, entretanto, verifica-se que o feito encontra-se maduro para julgamento, j tendo sido expressamente encerrada a respectiva fase de instruo probatria, o que torna aplicvel a regra do art. 515, 3, do CPC.No h dvidas quanto relao jurdico-contratual estabelecida entre as partes, sendo incontroversa a contratao dos servios de crdito ofertados pelo Banco, bem como a utilizao do respectivo crdito por parte das correntistas. Logo, no h qualquer questionamento acerca do an debeatur.No que tange ao montante do dbito, embora aleguem as rs/embargantes, ora Apeladas, que teria o Banco, ora Apelante, praticado juros abusivos e capitalizados, certo que a comprovao de tais alegaes s poderia ser feita atravs da competente percia contbil; prova tcnica que, embora tenha sido requerida e deferida pelo juzo, culminou por no ser realizada por culpa das prprias embargantes, que deixaram de promover o recolhimento dos honorrios periciais. Tendo sido decretada a perda da prova pericial mediante deciso irrecorrida e no havendo qualquer demonstrao de que o montante cobrado pelo Banco haja sido apurado em dissonncia aos termos contratuais e ao ordenamento jurdico vigente, mister se faz o acolhimento dos clculos que embasaram a inicial, fixando-se, assim, o respectivo quantum debeatur.Sentena que se reforma, julgando-se procedente o pedido monitrio, a fim de reconhecer a existncia do crdito em favor do Banco autor, ora Apelante e constituindo-se em seu favor o respectivo ttulo executivo judicial, com o prosseguimento do feito na forma que determina o art. 1.102-C, do CPC. RECURSO PROVIDO.

8. 2008.001.65587 - APELACAO - 1 Ementa DES. FERNANDO FOCH LEMOS - Julgamento: 06/03/2007 - DECIMA NONA CAMARA CIVELPROCESSUAL CIVIL. Ao cautelar de busca e apreenso, sobre a qual o autor, na pea preambular, afirmou ter natureza satisfativa. Sentena que de plano indefere a petio inicial por entender que o pedido juridicamente impossvel, e julga extinto o processo sem resoluo do mrito. Ainda que no pudesse haver ao cautelar satisfativa - e pode, certo que a da hiptese no o - e mesmo que o juiz da causa persevere em entendimento contrrio, a hiptese no de impossibilidade jurdica do pedido porque no h vedao expressa ou implcita na ordem jurdica ao provimento do pedido, mas de falta de interesse processual, o que, se percebido ab initio, torna imperativa a aplicao do art. 284 do CPC. Prejuzo evidente da parte. O pargrafo 3. do art. 515 do CPC s se aplica quando a causa est madura, o que no ocorre quando h apenas indcios da plausibilidade do direito invocado. Nulidade manifesta da sentena. Apelo conhecido e parcialmente provido

9.2007.001.02471 - APELACAO - 1 Ementa DES. ORLANDO SECCO - Julgamento: 17/03/2009 - OITAVA CAMARA CIVELAO DE SEGURO OBRIGATRIO DPVAT. PRESCRIO. NO OCORRNCIA. PAGAMENTO PARCIAL. Ao de cobrana de seguro obrigatrio DPVAT pleiteada em decorrncia do falecimento do irmo dos Autores, ocorrido em 14/12/1990, tendo havido pagamento apenas parcial da indenizao. Sentena que reconhece a prescrio e julga improcedente o pedido. Apelao dos Autores. Precedentes desta Corte Estadual e do S.T.J. no sentido de que, nas aes de cobrana de seguro em que se discute apenas o valor do pagamento da indenizao, tendo o sinistro ocorrido na vigncia do Cdigo Civil de 1916, o prazo prescricional aplicvel aquele atinente s aes pessoais e, assim, no h que se falar em prescrio no caso vertente. Possibilidade de anlise, pelo Tribunal "ad quem", das questes de mrito, na forma de precedentes do S.T.J., eis que a causa se encontra madura para julgamento. Configurado o direito ao recebimento da diferena do seguro, no afastado pelo pagamento administrativo. Recurso ao qual se d provimento, para o fim de afastar a prescrio e julgar procedente o pedido, condenando a R ao pagamento de R$ 7.075,75 (sete mil e setenta e cinco reais e setenta e cinco centavos), corrigidos monetariamente a partir da data deste julgado e acrescidos de juros de mora de 1% ao ms a partir da citao at a data do efetivo pagamento, arcando a R, ainda, com o pagamento das custas