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Foto: Cristiano Sant Anna www.joaoxxiii.com.br - 2016 Junho, Julho Única escola comunitária do Rio Gran- de do Sul, o Colégio João XXIII foi mais comunitário do que nunca na Festa Juni- na, que este ano teve até quadrilha. O en- contro poderia ser comparado com uma reunião familiar, se não fosse a multidão de participantes – 3.500 pessoas – capazes de lotar o pátio, formar longas filas diante das barracas e agrupar-se em um grande círcu- lo tribal ao redor da fogueira. Festa Comunitária

Junho e Julho de 2016

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- 2016Junho, Julho

Única escola comunitária do Rio Gran-de do Sul, o Colégio João XXIII foi mais comunitário do que nunca na Festa Juni-na, que este ano teve até quadrilha. O en-contro poderia ser comparado com uma reunião familiar, se não fosse a multidão de participantes – 3.500 pessoas – capazes de lotar o pátio, formar longas fi las diante das barracas e agrupar-se em um grande círcu-lo tribal ao redor da fogueira.

Festa Comunitária

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Jornal do Colégio João XXIIIFUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Laura Maria Da C. Eifler SilvaVice Presidente: Tuchaua Pereira RodriguesDiretor Financeiro: Jose Alencar LummertzDiretor de Obras e Patrimônio: Demétrio Luis GuadagninDiretor Jurídico: Candice Orlandin Premaor GulloDiretor de Comunicação: Edgar Da Silva AristimunhoINSTITUTO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIDiretora Geral: Anelori LangeVice-Diretora: Maria Tereza CoelhoJornalista Responsável: Rosina Duarte Assessoria de Imprensa: Luana Dalzotto Castro AlvesDiagramação e editoração: Patrick de MedeirosFotos: Audiovisual João XXIII

Os 50 novos membros do Conselho De-liberante tomaram posse no dia 31 de maio, durante a reunião ordinária do Conselho. Antes da cerimônia, a Diretoria apresentou--os aos demais integrantes do Conselho, além de detalhar a estrutura organizacional e os projetos prioritários. O sistema de ges-tão participativa existe desde a fundação do Colégio, há 50 anos, e respalda a proposta de escola comunitária do João XXIII.

Conselheiros Titulares:• Denise Bairros Barbosa• Bibiana Sampaio De Oliveira Fam• Carolina Netto Jardine• Antonia Milanez Balestra• Marcus Vinicius Kssesinski• Aline Kopplin• Silvio Luiz Braga E Silva• Ana Paula Da Rocha Freitas • Rubens Carpes Mazzucco• Sabrina Soares Costa Simões• Flávio Sant’anna Xavier

Novos conselheiros tomam posse

Boletim do Conselho

• Tiago Mallmann Sulzbach• Daniele Ciepanski Lopes Da Silva• Daniel Maia• Etiene Walesko De Freitas Roncato• Daniel Juliano Doederlein Soares• Cristiane Dussin• Ingrid Johann• Alexandre Ozorio Kloppemburg• Luciana Machado Ritterbusch Nagel• José Carlos Monteiro Da Conceição• Simone Aparecida Da Silva Linch• Marta Beatriz Tavares Taborda• Lídia Georg • Paula Da Costa Lisbôa• Sérgio Schardong Filho• Paulo Freire Mello• Fábio Junges Subtil• Ricardo João Paz Do Nascimento• José Cassio Soares Rogrigues• Janine Scharlau Stoever• Miguel Reis Ninov• Daniel Souza Baptista• Lígia Beatriz Echenique Becker• Renato Leão De Araújo• Renata Castilhos Severini• Telmo Morsch Dos Reis• João Batista Santafé Aguiar• Ronaldo Sajonc Genta• Michele Toniolo Oliveira• Liane Elisa Fristch• João Alves Corrêa Neto• Marília Conter Johnson Cavalcante• Rafael Paludo• Martin Brack• Paulo Robinson Da Silva Samuel• Taís Dorneles De Castro• Rovena Gobbato Marshall

Conselheiros Suplentes:• Ariadne Scaf Resing• Andrea Tabajara Bichinho Trajano• Letícia Casarotto Troian• Juliana Dutra Da Silveira Jobim

• Joice Pavek Figueiró• Nalu Ribeiro Biasus• Renoir Da Silva Cunha• Rodrigo Fardin Do Nascimento

Ricciardi • Robinson Casagrande• Fabiano Santos Goldoni• Gediel Luchetta• Cintia Brito Carvalho Dos Santos• Carla Colombo• Liziane De Castro Heidrich• Thais Oliveira Dos Santos• Eduardo Barcellos Da Silveira• Beatriz De Lima Abrahão• Viviane De Brito Silva Peroni• Cristiane Jung Abarno Dias• Lisandra Lazaretti Driemeyer• Carina Rodrigues Moresco• Angélica Carvalho Da Silva Armani• Claudia Backes Tonon• Cristiane De Paula Vieira• Carla Lisiane Utzig Do Amaral

Padilha• Alexandre Brasil Balbão• Fernando Zorzi• Gilberto Pinto Vieira• Amanda Dos Santos Duarte Rosa• Lisane Cristina Fontoura Berlato• Maria Luiza Pont• Clarisse Alabarce Nery• Isabela Hartley Lisboa Da Silva• Vivian Cristiane Schaefer• Lucimar Fátima Siqueira• Frederico Roberto Vasconcellos

Ritter• Alex Sandro Ramos Vaghertti • Andréa Guimarães Gregianin• Renato Scapin• Jaqueline Moll• Márcia Pereira• Karin Silva Jarros Zonta• Rubem Pechansky• Marta Gleich• Hugo Debiasi Coluzzi

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Mesmo sendo um colégio laico, o João nunca deixa de prestar sua homenagem ao seu xará, São João – e também a Santo Antônio e a São Pedro –, todos comemorados anual-mente na Festa Junina. Tradição nacional, a festa assume a mes-ma feição popular na Escola, onde as famílias unidas formam uma grande comunidade.

A tarde gelada do dia 18 de junho não foi suficiente para espantar ninguém da come-moração. O pátio- ornamen-tado com bandeiras multicolo-ridas- lotou, e as filas logo se formaram diante das barracas onde eram vendidos vales para a compra dos quitutes juninos. Os assíduos pinhões, rapadu-rinhas de amendoim, bolos de milho, pipocas e quentão sem álcool eram disputadíssi-mos, apesar de contarem com concorrentes de peso, como a maçã do amor, os branquinhos,

Festa de João, Pedro e Antônio reúne 3.500 participantes

os negrinhos, os bolos de ce-noura e chocolate, os churros e até o churrasquinho.

Bigodes de rolha, sardas feitas com o lápis de sobran-celha da mãe, dentes pretos, marias-chiquinhas, chapéus de palha, saias rodadas e retalhos coloridos igualmente se fize-ram presentes, especialmente nas indumentárias das crianças, que no meio da festa já apo-sentavam metade das fantasias para correrem livres entre as barracas, sempre sob o olhar vigilante dos pais e educadores.

Entre as brincadeiras or-ganizadas no Ginásio, uma das mais populares era a “cadeia”, montada próxima ao espaço do Grêmio. Mas também fez sucesso a foto com a moldura falsa do Instagram, já registran-do 1.522 curtidas, idealizada pela secretária da Direção, Carla Nunes Martins. O casal Anamaria de Agosto e Adilson

Luzzi fizeram questão de re-gistrarem o momento junto à filha Isabela, do 4D. Anamaria recordou o tempo em que era aluna do João e os colegas a chamavam Neca. Já adulta, ao selecionar um colégio para a fi-lha, a boa lembrança foi decisi-va. Mas é o pai, Adilson, quem explica a escolha: “O João tem a ver com a personalidade da Isabela, que é criativa, curio-sa, e gosta de interagir com as pessoas”.

A estreia da Quadrilha

O João foi palco de uma estreia. Pela primeira vez a co-munidade escolar aplaudiu uma quadrilha, dança tradicional das festas juninas. A novidade foi in-troduzida por um paraibano, é claro, no caso, o professor Mar-cello Soares. Mas, como não

poderia deixar de ser, a apre-sentação teve um toque local: a presença de uma “prenda” entre os bailarinos, todos eles alunos do 9º ano. Outro detalhe singular foi a composição dos pares. Além dos casais de guris e gurias, alguns eram formados apenas por meninos ou por me-ninas, anunciando a diversidade e a disposição da gurizada em quebrar preconceitos.

Conforme o professor Marcello, a quadrilha vincu-lou-se à disciplina de Música e, em especial, ao estudo da Etnomusicologia, que anali-sa a música como fenômeno cultural e antropológico. “Foi uma experiência de imersão e recriação dos métodos uti-lizados no estudo etnomu-sicológico”, explica ele, que fez questão de conduzir pes-soalmente a dança na quadra poliesportiva localizada na entrada da Escola.

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Os viajantes do Programa Férias In-teligentes estão de malas prontas – ou quase – e contando os dias para o come-ço da excursão de estudos, marcada para o período de 23 de julho a 8 de agosto. E eles sabem que a bagagem não pode conter apenas moletons, jeans, bermuda, chinelo e tênis. Precisam levar muito mais, como orientam os professores de Língua Inglesa Helena Cesar e Mateus Moura, seus acompanhantes no percurso. Entre os itens necessários constam responsabili-dade, vontade de aprender, capacidade de resolver problemas, abertura para novas experiências, adaptação a uma cultura di-ferente, educação e gentileza. Trata-se de uma bagagem emocional bem mais pesada do que os 32 quilos permitidos para a mala. Mas também educativa e transformadora, capaz de preparar os adolescentes para al-çarem voos mais altos.

O programa de Férias Inteligentes começou em 2012, quando foi firmada a parceria com a agência de intercâmbio World Study, responsável pela orien-tação, suporte e monitoramento das

Malas prontasviagens até hoje. Naquele mesmo ano, partiu a primeira turma em direção a Oakland/Estados Unidos. De lá para cá, outros grupos vivenciaram a experiência nos anos de 2013 (Londres/Inglaterra) e 2014 (Vancouver/ Canadá). Em 2015, devido à alta do dólar, o programa não aconteceu. Desde o início, os objetivos permaneceram os mesmos: proporcio-nar umas férias culturais, aprimorar o idioma Inglês, contribuir para o amadu-recimento/ autonomia/responsabilidade dos participantes e abrir horizontes.

Dito assim, parece simples, mas no dia a dia de uma viagem como essa as variá-veis formam um compêndio que requer muito planejamento, calma e criatividade. Helena e Mateus sabem muito bem disso, pois encaram o desafio pela segunda vez. Eles cumprem o papel de tour leaders, que vai muito além da função de guia. Durante todo o período em que os 20 adolescentes estão sob sua responsabili-dade são também o suporte para as mais variadas demandas da gurizada. Medos, inseguranças, saudade, entusiasmo em

excesso, isolamento, frustrações, rebel-dia, acidentes de percurso e até corações partidos passam por eles. Mas, igualmen-te, muito aprendizado e diversão. “A gen-te sempre brincava: qual será a surpresa do dia de hoje?”. O importante, ensina Helena, é estar atenta às peculiaridades de cada um. Mas é fundamental manter a firmeza nas combinações e propostas do programa, além de exercitar o afeto, a na-turalidade e a franqueza, observa.

O caminho até Toronto é trilhado passo a passo e com meticulosidade. As reuniões com a agência de intercâmbio são várias e, no dia 23 de junho os viajan-tes e seus professores confraternizaram almoçando pizza . Um dia antes, ocor-reu um encontro na própria Escola com a presença dos familiares, dos estudantes, dos professores e das representantes da World Study. Na ocasião, foram esclare-cidas as dúvidas, distribuídas orientações e, principalmente, debatida a “bagagem emocional”, ou seja, como lidar com a saudade, com a ansiedade, com a preo-cupação e com outros sentimentos não convidados, que visitam tanto os adoles-centes quanto os pais.

Algumas dicas úteis aos excursionis-tas: dê uma volta na quadra com sua mala para ver se aguenta o peso, pois é você que vai carregá-la; faça contatos breves ao

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João Gabriel Pezzini Corrêa (9º C) já ouviu muitas vezes o comen-tário de que é parecido com Frodo Bolseiro – interpretado pelo ator norte-americano Elijah Wood – que viaja pela Terra Média no fi lme Se-nhor dos Anéis. Como o persona-gem fi ctício, ele também se prepara para viajar, só que seu destino é o Canadá, e sua aliança é com o João e com os colegas que o acompa-nharão na viagem de estudos.

Com apenas 14 anos, João já conhece Inglaterra, França, Chile e Escócia. Mas em todos esses luga-res estava acompanhado pelos pais. Ao falar sobre a expectativa de via-jar sem a família pela primeira vez, é bem econômico: “Ir junto com a galera vai ser uma experiência nova. Legal”. Mas a mãe, Rosânge-la Pezzini, garante que o fi lho está muito animado e tranquilo. Ela, entretanto, confessa sentir um frio na barriga e diz já estar “treinando” João Gabriel em questões práticas, como o cuidado com o dinheiro, o manuseio do cartão de crédito e a organização dos pertences. E já prevê: “Vou morrer de saudade”.

Primeira viagem,mas nem tanto

telefone e fi que o mínimo possível conec-tado para que possa viver plenamente a experiência; prepare-se para experimen-tar novos sabores porque em Toronto não vai encontrar arroz, feijão e bife no prato; conforme-se em não beber bebida alcoó-lica porque no Canadá ela é proibida para menores de 21 anos e, em caso de desobe-diência, a complicação é grande; se não faz isso normalmente, treine arrumar a cama e colocar a roupa na máquina, acordar so-zinho com o despertador, lidar com cartão de crédito e zelar pelos seus pertences. Os pais também receberam instruções, sendo informados com detalhes a respeito dos cuidados e da garantia de que terão notí-cias diárias, além de uma foto de toda a turma a cada dois dias.

Esperanto de hoje

Maior cidade do Canadá e a quarta maior da América do Norte, Toronto a capital da província de Ontário, situa-se à margem de um lago. Lá o grupo ficará alojado em uma residência universitária e terá contato com outros intercambistas. O programa prevê aulas e diversas atividades educativas, além de passeios pela região. Um dos principais conteúdos é o aperfei-çoamento da língua inglesa.

O idioma, que já foi sinônimo da do-minação americana no Brasil e repudiado pelos jovens nos anos 60 e 70, é hoje uma espécie de esperanto da atualidade. Lín-gua artifi cial criada pelo polonês Ludwig Lazar Zamenhof, por volta de 1887, o es-peranto possui gramática muito simples e regular, utilizando as raízes das línguas europeias mais faladas, além de raízes la-tinas e gregas. O sonho de Zamenhof e de seus seguidores era criar uma comu-nicação universal, porém isso acabou não acontecendo. O inglês acabou assumindo esse papel pois, em quase todos os países é compreendido.

Helena costuma debater o papel do idioma durante as aulas. “Falo para eles (os alunos) que saber inglês é uma maneira de ler o mundo sem tradução, porque mui-tas informações encontradas em sites e blogs não são traduzidas para o portu-guês”, explica. A professora também chama a atenção para o fato de que a língua é um instrumento de comunicação tão im-portante que fará toda a diferença durante as viagens ao exterior. “Posso viajar pelo mundo inteiro sem falar inglês, mas a mi-nha viagem será completamente diferente se eu me comunicar, conversar, trocar, ou não fi zer nada disso e apenas olhar”. Para ela, a Língua Inglesa é, hoje, um passaporte para o mundo globalizado.

manuseio do cartão de crédito e a organização dos pertences. E já prevê: “Vou morrer de saudade”.

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As férias inteligentes e a primeira via-gem de estudos do primeiro ano fazem parte da proposta pedagógica do João, que envolve saídas de campo em várias etapas da vida escolar. A partir do currículo, a equi-pe técnica, os coordenadores e professo-res selecionam os destinos adequados às faixas etárias e aos conteúdos trabalhados em sala de aula, oxigenando o aprendizado com novos ares e novos mundos. Assim, os alunos sentem, olham, cheiram, ouvem e provam o mundo.

Em maio, por exemplo, a turma 4F, da professora Melissa Klein, fl utuou so-bre as águas a bordo de um barco da Pe-trobrás que, para frustração das demais turmas de quarto ano, deixou de fazer o trajeto logo após. Mas no mês de no-vembro todos poderão compartilhar a incrível experiência de pisar na terra dos índios, ou seja: fazer uma saída de campo

Novos ares, novos mundos

às Missões. Nessa ocasião, deverão per-noitar, passando a primeira noite de suas vidas longe das famílias.

Mesmo para os mais velhos – muitos deles acostumados a viajar com os pais – as saídas de campo em companhia apenas dos educadores e dos colegas é uma aventura. Que o diga a gurizada da 3ª série do Ensino Médio que, no dia 28 de junho, rumou para a Serra, onde conheceram os segredos da fabricação do chocolate, do cristal e dos calçados, visitando fábricas da região. Na excursão de estudos estavam acompanha-dos pelos professores Paula Poli, de Quí-mica; Roberta Fraga, de Biologia; Artur Bergelt, de Geografi a; e pela orientadora educacional, Silvia Hervella. Nesse caso especial, além do aprendizado, a excursão tem um sabor de despedida, pois esse é o derradeiro ano na Escola, antes que par-tam para uma nova experiência de vida.

Com 700 anos de tradição aca-dêmica, a cidade portuguesa de Coimbra é invariavelmente rela-cionada com excelência em ensino universitário. E agora os alunos do João terão acesso facilitado a esse seleto reduto cultural. Utilizando as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes pode-rão fazer graduação na Universida-de de Coimbra. A parceria resultou da visita de uma representante da Instituição, Isabel Mouta, que veio ao Brasil para divulgar a proposta e fazer o convite a uma exígua lis-ta de estabelecimentos de ensino selecionados no País, entre eles o Colégio João XXIII.

Durante o encontro – que acon-teceu no dia 14 de junho – Mouta apresentou à 3ª série do Ensino Médio o sistema de candidaturas à Universidade via Enem. Os interes-sados devem ter concluído o Ensino Médio, sendo aceita a pontuação do Enem realizado até três anos antes da inscrição. A Universidade de Coimbra oferece mais de 40 cursos e possibilidade de graduação, além de oportunizar mestrado e douto-rado. Se o estudante não tiver in-teresse em cursar toda a faculdade em Portugal, pode optar pelo sis-tema de intercâmbio, desde que a instituição de origem seja parceira da Universidade.

João faz parceria comUniversidade de Coimbra

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Sexta feira 13, com olhos vendadosLabirintos são misteriosos e simbóli-

cos. Embrenhar-se neles significa aceitar um desafio, enfrentar o medo, exercitar o raciocínio, crescer. Na mitologia grega Te-seu entrou para confrontar o Minotauro; no famoso filme “O iluminado”, de Stan-ley Kubrik, um menino fez o mesmo para salvar-se do pai possuído. E, mais recente-mente, na produção “O Labirinto do Fau-no”, dirigida por Gillermo Del Toro, uma menina que vive sob o regime nazista flana por um mundo paralelo habitado por um fauno que lhe mostra o verdadeiro signifi-cado da vida.

Pois as crianças do primeiro ano do João também passaram pela provação do labirinto percorrido em uma data pertur-badora - sexta-feira, 13 de maio- em um dos seus ritos de passagem: a viagem à Quinta da Estância, de Viamão. Instalado no local, o Labirinto das Sensações é con-traditoriamente desvendado com os olhos fechados, obrigando quem entra nele a exercitar os demais sentidos. E esse é ape-nas um entre os muitos aprendizados dos viajantes. A absoluta maioria nunca passou um dia inteiro longe dos pais ou encarre-gou-se da organização da própria mochila. Assim, a excursão pedagógica é quase um

batismo de independência. As atividades começaram cedinho e se

estenderam pelo dia inteiro. A criançada chegou às primeiras horas da manhã car-regando todos os itens relacionados com antecedência pelas professoras Maristela Sebrão, Bernadete Sambaqui, Narayana Correia Lima Araújo e Bárbara Durgande, que também se encarregam de preparar as famílias. Mesmo assim, pais e mães compa-recem em massa no horário da partida e ficam acenando até o ônibus desaparecer na esquina. Também para eles a primeira viagem dos filhos é um rito de passagem. Exercendo papel duplo, a professora Cris-tiane Prado, do 3B, despediu-se da filha Júlia com um sorriso, mas, assim que o ônibus partiu, não conteve a emoção. E argumentou: “Agora eu sou só mãe”.

O entusiasmo chegou a roubar o sono de alguns meninos e meninas na noite an-terior, como o foi o caso de Maria Clara, da 1F, que não dormiu direito na véspera da viagem. Na volta, porém, nem parecia cansada. “Trouxe relatos das atividades realizadas, das comidas e dos bichos que viram”, relata a mãe, Flávia Dutra.

A Quinta da Estância é uma das maio-res fazendas de turismo rural pedagógico

do Brasil. Com 103 hectares, recebe por ano em torno de 90 mil visitantes, que des-frutam atividades pedagógicas, ecológicas e de lazer. Bosques, lagos e 170 espécies de animais, além de uma figueira de 350 anos, fazem parte dessas novas experiên-cias vividas pelas crianças. Mas a principal atração para a maioria dos visitantes é o Jardim dos Sentidos. Dentro dele está lo-calizado o Labirinto das Sensações, onde é preciso entrar vendado. Ao percorrê-lo exercitam o tato (tocam objetos, sentin-do a forma, a textura, o calor), a audição (ouvem instrumentos feitos com material reciclado), o olfato (sentem o perfume de flores e ervas e tentam identificá-las), o paladar (degustam diferentes sabores e aprendem que suas línguas possuem mi-lhares de papilas degustativas).

As possibilidades de aprendizagem em uma viagem como essa são tão diversifi-cadas e importantes quanto às da sala de aula. “As saídas de campo são fonte funda-mental do trabalho nas áreas das Ciências Humanas e da Natureza. É uma vivência in-loco das aprendizagens de forma in-terdisciplinar e contextualizada”, explica Ianne Ely Godoi Vieira, coordenadora pe-dagógica da Etapa.

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Nos inúmeros espaços de socializa-ção que os alunos do Colégio João XXIII dispõem e que com o passar do tempo estabelecem como seus está a Cantina. O “bar do colégio”, como é conhecido, é um espaço privilegiado de trocas: estão lá as mesas, os avisos, o tempo para as conversas, e o alimento. No inverno, esse espaço ganha um contorno todo especial, todo acolhedor. É para lá que vamos jun-tos hoje nesta crônica.

Os dias são hoje: inverno. Quase fi nal

de semestre. Muitos correndo para a próxi-ma prova, apanhar o lanche e respirar, tem mais aula, meio da manhã, frio. No calor da multidão que se aglomera nos balcões da Cantina da Escola, mais ou menos aí pelas dez horas e pouco da manhã, posso ver que não é apenas o movimento dos alunos que me encanta, aquilo de pedir o lanche, matar a fome, e logo-logo fazer outra coisa (mesmo que essa coisa seja não fazer nada). Afi nal, é hora do intervalo, e entre a fome e a vonta-de de comer há inúmeros assuntos, detalhes, conversas, trocas. O lanche é a fome; a fome é de conversar, socializar, e depois correr li-geirinho de volta para o sol.

Sim, o sol. É ele o centro de tudo nessas manhãs frias de inverno, em que vejo uma multidão de pequenos e grandes adolescen-tes debruçarem-se no balcão da Cantina, gri-tando daqui e dali, o meu, sou eu, aqui, minha vez, numa tentativa de resolver rápido isso de apanhar o lanche, a refeição, matar a fome e depois sentar, relaxar, os últimos minutos de folga do intervalo, resolver aquele assun-to, ontem tu viu a fulana? Como foi na prova? E aí vai no ensaio hoje? Essas coisas que são

as coisas e a vida dos adolescentes, e que para nós, pais, parecem desaparecidos na memórias dos anos que se foram. Esses aqui hoje que têm fome, fome ou calor, e o calor e a fome eles matam na fi la, no meio da multidão, o encontro, esbarra num, oi, tudo bom?, daí sim parece que começa mesmo o dia, o camarada que eu queria tanto encontrar, a colega, sim, que eu tinha que ver e falar e contar com ela hoje. São tantos os interesses nesse instante único em que todos, em coro, pedem o seu lanche. Mas sabemos, são os amigos que farão valer a pena este em-preitada chamada “apanhar o lanche”, o encontro, o empurra-empurra, esse mo-vimento, a multidão.

Nesses dias de inverno, de cafés e chocolates quentes, nada melhor do que o abraço amigo na fi la do bar. Ali, onde tudo se decide em poucos minutos, saciar a encontrar os colegas, trocar, socializar. Sempre ali, no calor desta fome.

Edgar Aristimunhopai do Mateus do 8C

NO CALOR DESTA FOME

O WhatsApp anda na boca do povo pelo mundo a fora e também foi o centro das atenções em uma das reuniões criativas entre educadores e famílias ocorridas na etapa do1º ao 5º ano. Na entrega das ava-liações, o texto “Mães e pais: precisamos conversar sobre WhatsApp”, de Fernanda Flores, pontuou a refl exão e o debate so-bre o uso dessa ferramenta como meio de comunicação da comunidade escolar.

Na busca de formas menos conven-cionais e mais calorosas, as educadoras e educadores desenvolvem dinâmicas surpreendentes, como aconteceu na acolhida aos pais dos alunos do 2º ano. Eles encontraram seus lugares marcados com autorretratos dos fi lhos e precisa-ram procurar- reconhecendo os dese-nhos- antes de ocupar os assentos que lhes eram reservados.

No 5º ano, a pauta girou em torno de uma novidade na vida escolar da gu-rizada: a prova. Pela primeira vez, seus

Reuniões criativas e calorosasaproximam pais e professores

conhecimentos serão testados, e é pre-ciso se preparar para isso. Em outras pa-lavras: estudar. Nessa passagem, os pais são fundamentais.

Especialíssima, ainda, foi a primeira reunião com “pais novos”, cujos fi lhos in-

gressarão no 1º ano em 2017. Mesmo ten-do cursado a Educação Infantil, o período de alfabetização e letramento é um marco na vida escolar e, por isso, as famílias re-ceberam atenção especial, com acolhida cuidadosa, no dia 24 de junho.

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O Manual das “madres”

Mosquitosou grilos?

Uma nuvem de mosqui-tos invadiu o João. Os insetos enormes que permanecem na área escolar desde o dia 12 de maio, porém, são inofensivos. Esses aedes aegypti do bem foram montados com sucata pelos alunos do Joãozinho Le-gal e, inicialmente, decoraram a exposição-tenda “Xô Ae-des – João XXIII atitude”, que reuniu trabalhos de diferentes anos e séries no pátio. Ainda “voando” em diversas áreas do Colégio, hoje eles se encar-regam de lembrar a todos que é preciso estar atento e não re-laxar em relação à prevenção mesmo no inverno. Espécies de Grilos Falantes, funcionam como consciência coletiva da comunidade escolar.

Para quem pensa que nos meses de frio os cuidados com o mosquito transmissor da dengue, da zika vírus e da febre chikungunya podem pa-rar, o Colégio João XXIII avisa: a batalha preventiva prosse-gue, principalmente nos cria-douros do inseto. Em um dos estudos – realizado na área de Sociologia no 2º ano do Ensi-

no Médio – os estudantes se encarregaram de rastrear e fotografar os principais locais de risco, agregando recomen-dações sobre qual a melhor forma de prevenção para cada caso. Entre as orientações, fi-gurou a necessidade de colo-car telas nos ralos, providência já tomada pela Escola.

Quem conferiu de perto a exposição ganhou, além de in-formações completas sobre o mosquito, larvicida e repelen-te naturais feitos pelos alunos do Ensino Médio. Além disso, conheceu as mosquitoeiras - armadilhas criadas pela guri-zadinha do Joãozinho Legal-, adesivos feitos pelos alunos e diversos outros trabalhos pensados e realizados com a finalidade de informar e cons-cientizar a comunidade esco-lar. Todos os trabalhos fazem parte de uma grande campa-nha deflagrada antes mesmo do início das aulas, que pros-segue em caráter permanen-te, disseminada por todas as séries, turmas, disciplinas e áreas de conhecimento.

O WhatsApp pode ser uma faca de dois gumes. Útil, mas perigoso. Por essa razão, o uso da ferramenta tem sido ob-jeto de reflexão no Colégio João XXIII. Quando abordam o tema, as psicólogas Denise Azevedo Simões Lopes, orienta-dora educacional do 6º, 7º e 8º ano do EF e Maria Fernanda Soledade Hennemann, Psicóloga Escolar, tomam por base um trabalho elaborado por mães argentinas de estudantes do Colégio Beth Palermo, de Buenos Aires, que viralizou nas redes sociais logo após a sua publicação. O trabalho é uma espécie de manual familiar para uso do whats e pode ser vi-sualizado no G1(g1.globo.com) com o título “Mães argentinas popularizam ‘manual’ para WhatsApp escolar”. Os conselhos arrolados pelas “madres” também serve para outras tecno-logias. Confira:

Informação sim, fofoca nãoO grupo é muito útil para trocar informações sobre seu filho e os alunos de sua sala. Não o transforme em um local de fofoca.

Responda apenas se for contribuirPor exemplo, se alguém pergunta “de quem é o casaco azul que esqueceram em casa?” não responda para dizer “meu não é”.

Não seja a agenda de seu filhoSe ele faltou a aula, não peça a tarefa pelo grupo, ajude-o para que ele assuma suas responsabilidades.

Pense duas vezes antes de escreverNão escreva algo que não diria pessoalmente e saiba que a palavra escrita pode ser facilmente mal interpretada.

Não critique o professor no grupoSe surgir algum problema com o professor, converse pessoal-mente para também poder escutar seus argumentos.

Respeite a privacidadeNão compartilhe conteúdos que violem a privacidade de alguém ou que sejam ofensivos para os outros.

Não ridicularize ninguémEvite os comentários que exponham ao ridículo outros pais de crianças ou professores.

Mantenha sua identidadeNão permita que seu filho responda se fazendo passar por você.

Não exagere nas carinhasHá coisas que precisam de esclarecimentos. Nem sempre uma imagem vale mais que mil palavras.

Use seu próprio critérioNem tudo o que se diz no grupo é certo. Leia, avalie e ex-presse sua opinião se você discordar.

Para quem se interessa pelo assunto, outros textos podem auxiliar na reflexão:“Os 3 pecados que mães cometem em grupos de escola no WhatsApp”, de Fabiana Sparremberger. O conteúdo pode ser acessado no ClicRBS (www.clicrbs.com.br/rs); e “Mães e pais: precisamos conversar sobre WhatsApp”, de Fernanda Flo-res no Blog da Vila (www.escoladavila.com.br).

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Os alunos do João podem mergulhar nos oceanos abis-sais ou deixar que a imaginação pegue carona em uma cauda de cometa. Apenas neste pri-meiro semestre um tubarão gi-gantesco assustou Leifr Harry Subtil, do 5A, um foguete en-cantou a gurizada do 3F ao ser lançado na quadra de piche, e um cometa atrapalhado se aca-nhou na hora de alçar voo. O trio faz parte da cultura inven-tiva da Escola, onde crianças e adolescentes são educados com criatividade, imaginação e incentivo à pesquisa científica.

Leitor inveterado do site Manual do Mundo, Leifr teve a ideia de construir um óculos 3D na prática de Ideias de Inven-ções, coordenada pela profes-sora de Física Ana Anna Maria Daniele Adriano, responsável pelo projeto socioambiental

Tem tubarão, cometa e foguete no João

permanente “O Mundo Passa-do a Limpo”. Espécie de clone da “Rainha da Sucata”, ela tem o armário cheio de “cacare-cos”, e geralmente dá conta das demandas dos alunos mais curiosos. Por isso, os óculos puderam ser construídos usan-do uma singela caixa de pape-lão e lentes biconvexas. De-pois, foi só acoplar o artefato ao celular, baixar um programa VR e escolher o universo a ser visitado. Um deles foi o mundo submarino, onde a aparição do gigantesco peixe foi tão súbita e real que provocou o susto do inventor Leifr. Mas ele se re-cuperou rápido, e agora quer uma luneta

Tão curioso e imaginativo quanto o colega, João Miguel Jungues Oliveira, do 5E apa-receu um belo dia com uma Impressora HD equipada com

três motores em seu interior. “Quero fazer uma máquina de algodão doce”, anunciou. Desmontada e catalogada por partes pelos alunos e pela pro-fessora, a impressora forneceu quase tudo o que é necessá-rio para concretizar o sonho de João. Mas uma peça bem pequena e aparentemente in-significante revelou-se indis-pensável: uma antena velha de televisão. “Estou procurando, se alguém tiver, avise” – anun-cia Anna, que incentiva os es-tudantes a descreverem minu-ciosamente suas experiências com critério e meticulosidade. “A ciência precisa ser registra-da”, aconselha.

Incansável no incentivo à criatividade infantil, foi Anna quem sugeriu às dinamizadoras do Joãozinho Legal que montas-sem uma atividade para que as

crianças construíssem seus pró-prios brinquedos. Motivadas, Jacqueline Sequeira e Sabrina Brino compartilharam a inicia-tiva com os com os alunos do 7º ano - na prática “Atitudes e Experiências Solidárias”- desen-volvendo um bilboquê feito com garrafa pet. Da oficina também resultou um “vai e vem” e ou-tras invenções. “Eles adoraram construir o próprio brinquedo e se sentiram estimulados a pes-quisar outras possibilidades de brincadeiras e jogos de sucata”, comemorou Jacqueline.

Ao infinito e além

Igualmente feito com mate-rial reciclável, um foguete alçou o céu, cortando o ar gelado, no dia 28 de abril. A nave decolou da quadra de piche, onde as quatro turmas de 3º ano do EF se reuniram para assistir à ex-periência científica coordena-da pelos professores de Física do Colégio Militar, Luis Carlos Gomes e Victor Sardinha Be-xiga. A atividade surgiu a par-tir da curiosidade da gurizada pelas invenções. “Eles criaram o Clubinho de Experiências e, durante o recreio, fazem expe-rimentações com água, que é o foco do trabalho deste semes-tre”, relata a professora Maria-na Montano, do 3D.

Pensando em incentivá-los ainda mais, Mariana convidou a mãe da aluna Manuela, Letícia Homrich – professora de Bio-logia do Colégio Militar- para planejar algo instigante. “Por ser um experimento lúdico, o foguete caiu como uma luva para a criançada”, analisa Le-tícia. No Colégio Militar, ele é usado na disciplina de Física do Ensino Médio, durante o aprendizado da Cinemática e da Termodinâmica. Ao ser apresentado aos alunos do João, o foguete gerou a refle-xão sobre a necessidade e a autilidade de cada um dos ele-mentos e etapas do processo. “Me senti uma pessoa do 6º, porque é uma experiência de gente grande, que ensina mui-tas coisas”, alegrou-se Eduarda Ortigara, do 3D.

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Um peão pode ser coroado no jogo de xadrez que, ao contrário do que po-dem pensar os desavisados, não reproduz apenas uma estrutura hierárquica ponti-ficada por reis e rainhas protegidos por uma corte inteira. Também enganoso é o preto no branco do tabuleiro. Uma disputa pode conter todas as cores do arco-íris ou, em outras palavras, revelar muito mais do que habilidade, concentração, pensamen-to lógico e dedutivo, embora todos esses elementos estejam presentes. A imagina-ção, a criatividade, a paciência e a cordia-lidade também fazem parte do duelo. “As 64 casas oferecem infinitas possibilidades. Trata-se de um espaço de criatividade, de encontros e desencontros, onde são re-velados muitos aspectos da personalidade dos jogadores”, opina a psicóloga Maria Fernanda Hennemann, lembrando que o famoso enxadrista Kasparov precisou tra-tar a sua impetuosidade para enfrentar a fleuma do maior adversário, Karpov, cuja persistência e o sangue frio- mais do que a habilidade – garantiam vitórias.

Com essa perspectiva funciona o pro-jeto de xadrez do João, organizado como uma legítima comunidade. Iniciado no En-sino Médio , em 2014, foi inicialmente ba-tizado “Dúvida e Razão do Xadrez” e teve Descartes- pai da Matemática e da Filosofia modernas- como “padrinho”. Atualmente reúne alunos do Ensino Fundamental I e II, e “engordou” ainda mais neste ano, quan-do aconteceu o III Torneio, realizado em 29 de junho, das 11h30min às 17 horas, no Ginásio de Esportes.

Assumido pelas professoras Maria Apa-recida Maia Hilzendeger, de Matemática,

Comunidade Xadrez realiza torneio

Com a pontualidade de um bri-tânico – embora seja italiano – o educador Aldo Fortunatti retorna ao João e a Porto Alegre no mês de agosto, precisamente um ano após sua primeira passagem por aqui. A Diretoria da Fundação Educacional João XXIII esteve com a secretária municipal de Educação, Cleci Ma-ria Jurach, no dia 14 de junho para acertar detalhes quanto à filantropia e, na ocasião, a Diretora Geral Ane-lori Lange também “sacramentou” a parceria para a vinda de Fortunat-ti, presidente do Centro de Pesqui-sa e Documentação sobre a Infância La Bottega di Geppetto. A coorde-nadora da Educação Infantil, Márcia Valiati, e a orientadora Hildair Gar-cia Camera são as principais articu-ladoras do evento.

A passagem de Aldo Fortunat-ti no ano passado agitou o Colégio e a cidade, mas também teve forte repercussão na Itália. Prova disso foi o texto publicado no site da Insti-tuição (www.bottegadigeppetto.it). “A visita contribuiu para a consoli-dação de uma rede de relações in-ternacionais”, afirmou. O educador esteve no João por dois dias, tempo suficiente para perceber que “nesta Escola o direito da criança tornou-se realidade”. E foi ainda mais longe ao complementar: “Muitas das palavras chaves que utilizo quando procuro teorizar uma orientação sobre um projeto de espaço aqui são uma rea-lidade. Aqui tudo continua a girar em torno da criança, mesmo quando há saberes disciplinares e programas mais definidos”.

A avaliação não é pouca, se for considerado que ele é um dos mais respeitados nomes internacio-nais em Educação Infantil e que o município italiano de San Miniato é reconhecido mundialmente pela qualidade da sua educação. Com um projeto pedagógico consolida-do a partir de métodos embasados no protagonismo da criança, a cida-de virou referência e, desde 1999, abriga o Centro de Pesquisa e Do-cumentação sobre as crianças La Bottega di Geppetto.

Bem-vindo de volta, Aldo

“O fundamental é encontrar nosso próprio caminho para alcançar nossos limites, desenvolver nosso talento, melhorar nossas habilidades, buscar e conquistar desafios”.

(Garry Kasparov, enxadrista russo)

e Adriane Correa Ramalho, de Sociologia/Filosofia, Maria Fernanda Hennemann, do Serviço de Orientação Educacional, e Psi-

cológica e pelo Serviço de Coordenação Pedagógica, o projeto conta com a parceria do Metrópole Xadrez Clube e do enxadris-ta Homero Araújo Gomes, que dá aulas para os estudantes do 1º ao 5º ano . Além da equipe da linha de frente, envolvem-se as professoras da etapa, que trocam ideias com os alunos sobre os jogos e, se possuem tabuleiros na sala de aula, os emprestam para os torneios. A preparação para o tor-neio envolveu jogos monitorados com alu-nos do 4º ano e também da faixa do 5º ano à 3ª série do Ensino Médio. Vendo-os jogar na área vizinha ao Grêmio, até as crianças menores se candidatavam para aprender.

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O 9º Anuário Brasileiro de Seguran-ça Pública de 2014 registrou um estupro a cada 11 minutos no país. E as mulhe-res estão dispostas a dar um basta a esses crimes. Entre elas, estão as gurias do João que, no dia 1º de junho, organizaram uma manifestação contra a cultura do estupro. As mentoras da iniciativa foram Alice Gra-ziuso, Fernanda Nygard, Isabela Menuzzi, Laura Moresco, Rafaela Tavares e Sofia Cit-ton. O protesto contou, ainda, com meni-nos conscientes do seu papel na sociedade. “Nós queremos igualdade, e não colocar a mulher no centro. Queremos ter liberdade

para não termos nossa privacidade invadi-da nas ruas”, afirmou Rafaela.

O tema também foi um dos destaques do Seminário de Ciências Humanas, reali-zado no dia 2 de julho, com os alunos do 9º ano ao Ensino Médio. Além de debaterem “Cultura do Estupro, misoginia e homofo-bia”, os participantes refletiram, informa-ram-se e opinaram sobre: “A imagem a partir da inclusão pelas políticas públicas: cotas, gêneros e etnias”, “Orientação, gê-nero e cidadania: direitos sem preconcei-tos”, “Quilombolas: herança e questão ra-cial” e “Sociedade Inclusiva: o que é isso?”

Abaixo a cultura do estupro, o racismo e todos os preconceitos

“Tudo começou numa aula de História em que falávamos da atual situação do índio brasileiro, relem-brando o tempo do descobrimento do Brasil e os índios das Missões. Analisamos o artigo da Constituição Brasileira (que garante os direitos indígenas). Sendo assim, três alunas do 5º A - Júlia Mello, Júlia Aguiar e Maria Eduarda - me procuraram, com o propósito de fazer uma cam-panha para ajudar os índios de Porto Alegre. Deixei com elas a iniciativa e imediatamente foram às turmas de 5º ano e pediram ajuda para a cam-panha. A ajuda foi bastante significa-tiva, pois trouxeram muitas roupas, brinquedos, carrinho de bebê etc. Juntaram tudo, e a distribuição foi feita em 23 de junho, no Morro do Osso (zona sul de Porto Alegre)”.

(Thaís Meditsch, professora do 5 A)

Solidariedade aos índios

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