Upload
vuongkhanh
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
06
jun
ho
/ ju
lho
201
0 D
IST
RIB
uIÇ
Ão
GR
AT
uIT
A
BIM
eS
TR
Al
fomos ao tapete com
Telma Monteiro
vamos ter rankings no ensino superior?
bandas, tunas e festas
Novidades
e-learning
Curso à hora
do almoço
a referência em Lisboa, Algés e Almada
Patric
ia Aju
da
Aprende o FrAncêsnA AlliAnce FrAnçAise
63 anos de experiência no ensino do francês em lisboaAulas em pequenos grupos (12 níveis)Horário diurno e pós-laboral durante a semana, ou aos sábadospreparação para os exames oficiais delF e dAlF (6 níveis)
alliance Françaiseavenida Luís Bívar, 91 1069-141 LisboaTel: 213 111 484/482e-mail: [email protected]
10%
* Válido 14 dias após a publicação do anuncio. Não são aceites fotocópias
desconto para novas
inscrições com apresentação
da publicidade *
Se, numa entrevista de emprego, te dis-serem que a tua universidade ou politéc-nico não vale nada, tu tens argumentos contrários, certo?
Sorri, porque no meio da maior crise dos últimos 80 anos e com a taxa de desem-prego a subir, tu estás a ser rankinguizado numa lista que te vai tirar toda a argumen-tação e que vai pôr preto no branco o que vale a tua universidade.
Que ela não vale muito no campeonato internacional, já não é novidade nenhuma. São raríssimas as instituições de ensino portuguesas que aparecem nos rankin-gs actuais. Mas a novidade é esta: com o novo ranking europeu vais ser compara-do até com os estudantes de instituições portuguesas. E comparado sem apelo nem agravo, com critérios objectivos (que estão, enquanto lês, a ser cozinhados).
Acabou a contra-argumentação nas en-trevistas de emprego. Aliás, o assunto nem chega à entrevista: antes disso já foste esco-lhido ou excluído com base nesse critério.
Certo, certinho é que vem aí mais uma crise de confiança. Desta vez não é entre os empresários nem entre os consumidores, é entre os académicos. Vamos ter mais uns
quantos momentos telejornalísticos do género «Portugal está na cauda da Europa em termos de...»
O lado bom é que tudo isto vai trazer mais dinâmica ao teu politécnico ou uni-versidade. Com um pouco de sorte até pode acontecer que te comecem a per-guntar o que pensas da tua instituição de ensino. A vergonha de se estar tão em bai-xo nos rankings vai seguramente oferecer uma nova vida a muitas instituições.
Além disso, para estimular a criatividade e a invenção, não há nada como uma guer-ra ou o ócio. Não temos guerra, mas vamos ter mais esta crise, que, numa sociedade pacífica, faz as vezes da guerra. Não temos ócio aristocrático, mas temos agora as fé-rias, as grandes férias, para desanuviarmos e acordarmos uma bela manhã, com novas ideias. Afinal, de contas, a criatividade é o que os portugueses têm de melhor e se a criatividade é o futuro (e a exportação) e se já não falta crise e se até há férias, então, o que nos falta para darmos a volta a isto?
Bora lá encher os pulmões de ideias fres-cas e trazer a luz da praia de volta às uni-versidades. O país bem precisa.
A tua universidade não vale nada
aulamagna
EDITORIAL
imagem de capa José Miguel Soares
Parcerias
aulam
agna
03
Dire
cção
Luís
Oeira
s Fer
nand
esCo
orde
naçã
o de
Com
unica
ção
Cata
rina
Ferre
ira A
mar
al (F
CSH
UNL)
Grup
o de
Foto
jorn
alism
oGo
nçal
o Fil
ipe
Mat
a (FC
UL)
Mig
uel C
unha
l (IS
T-UT
L)Ra
quel
Ferre
ira (F
BAUL
)Ri
card
o Te
ixeira
(FCS
H-UN
L)Es
crev
em 0
6Jo
ão P
edro
Bar
ros
Luís
Rica
rdo
Duar
teIm
agen
s 06
Gonç
alo
Filip
e M
ata
(FCUL
)In
ês P
edro
so Fe
rreira
(FBA
UL)
José
Mig
uel S
oare
sM
aria
Roq
ue d
os S
anto
s (UL
HT)
Mig
uel C
unha
l (IS
T-UT
L)Ra
quel
Ferre
ira (F
BAUL
)Ri
card
o Te
ixeira
(FCS
H-UN
L)Pa
gina
m 0
6Fil
ipa
Lour
enço
(FBA
UL)
Proj
ecto
grá
fico
(pap
el)
Mar
isa R
odrig
ues (
FBAU
L)Es
tudo
par
a pr
ojec
to g
ráfic
o (p
apel
)Eu
nice
Oliv
eira
(FBA
UL)
Sara
de
Cast
ela
Coel
ho (F
BAUL
)M
arisa
Rod
rigue
s (FB
AUL)
Prop
rietá
rioM
agna
Est
udan
til –
Pub
licaç
ões S
.A.
R. N
ewto
n, n
.º 12
– 1
.º D,
Lisb
oaCR
C Lis
boa/
NIF:
5086
4255
8Re
dacç
ão e
pub
licid
ade
Av. V
iscon
de V
alm
or, n
.º 41
– 2
.º Es
q.10
50-2
37 Li
sboa
Tel.
21 7
80 0
2 80
Fax.
21 7
80 0
2 82
ww
w.a
ulam
agna
.pt
Regi
sto
na E
RC12
5586
Assin
atur
a an
ual
5 eu
ros
Cons
elho
de
adm
inist
raçã
oLu
ís Oe
iras F
erna
ndes
Mig
uel T
apad
aVa
nda
Mat
ias F
erna
ndes
Dire
cção
de
Form
ação
José
Mig
uel S
oare
sM
arke
ting
e pu
blici
dade
Sérg
io Lo
boAs
siste
nte
Coor
dena
dora
Chris
telle
Nev
es (U
AL)
Cons
ulto
res d
e Ed
ição
Anick
Bilr
eiro
Filip
e M
ateu
sLu
ís Ri
card
o Du
arte
Cons
ulto
ra d
e Gr
afism
oFil
ipa
Lour
enço
(FBA
UL)
Cons
ulto
res d
e In
tern
etAb
ílio
Sant
osJo
rge
Mar
tins
Este
pro
ject
o be
nefic
ia d
o ap
oio
do p
rogr
ama
Finici
a e
é pa
rticip
ado
pela
Inov
Capi
tal.
Impr
essã
oLis
gráfi
caRu
a Co
nsig
lieri
Pedr
oso,
n.º
90, C
asal
de
Sta.
Le
opol
dina
, Bar
care
naPe
riodi
cidad
eBi
mes
tral
Tirag
em60
mil
exem
plar
es
Mem
bro
daAP
CTAP
Impr
ensa
As opiniões veiculadas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não reflectem necessariamente a opinião da revista ou dos seus colaboradores. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos ou imagens por quaisquer meios e para quaisquer fins.
Colabora. Participa com os teus textos e fotos. Inscreve-te em www.aulamagna.pt
Agenda
AlgarveF-Ciências Humanas e Sociais da U-AlgarveComplexo Pedagógico da U-AlgarveDia da Psicologia Forense e do Comportamento Desviante na U-Algarve (Junho de 2010)Principais oradores:- José Nuno Pinto da Costa, da U-Porto- Nuno Marreiros, docente de Psicologia Forense no ISMAT em Portimão, vogal na Comissão para a Dissuasão da Toxicodependência e colaborador do Instituto da Droga e da Toxicodependência- Miriam Pina, docente na Escola de Criminologia da F-Direito da U-Portosessão de abertura com:- João Guerreiro, reitor da U-Algarve- António Branco, director da F-Ciências Humanas e Sociais da U-Algarve - Luís Sérgio Vieira, director do Dep-Psicologia da U-Algarve- Pedro Lobo, presidente da Direcção do Núcleo de Estudantes de Psicologia, da U-AlgarveSex, 18 Jun 2010 Abertura do secretariado: às 12hGrande auditórioSócios do NEPsi: Inscrição gra-tuita; Estudantes de Psicologia da U-Algarve: 5 euros; Outros estu-dantes: 7,50 euros; Profissionais: 10 eurosOrg: Núcleo de Estudantes de Psicologia da U-Algarve (NEPsi)
Castelo BrancoES-Agrária do IP-Castelo BrancoEncontro de Sistemas de Infor-mação Geográfica - Aplicações SIG nos recursos agro-florestais e ambientaisSerão apresentadas e discutidas
No Estádio do BessaRugby universitário
Há outro campeonato do mundo este mês de Junho. E não é na África do Sul, onde está a decorrer o Mundial de Futebol. A U-Porto rece-be, entre os próximos dias 21 e 24 de Julho, a 4.ª edição do Campeonato Internacional Universitário de Rugby Sevens. Trata-se da maior competição da modalidade ao nível do en-sino superior, promovida pela International University Sports Federation, com a organização da Federação Académica de Desporto Universitário e da U-Porto. Reúne equipas dos quatro continentes, tanto mas-culinas como femininas. Os jo-gos realizam-se no estádio do Bessa, à Avenida da Boavista, no Porto. E é garantido: mes-mo sabendo que a bola não é
redonda e que não são onze para cada lado (neste segmen-to do rugby são sete contra sete) o resultado é sempre im-previsível. Na competição feminina, Por-tugal ficou no grupo A, jun-tamente com Itália, Brasil e Rússia. No B ficaram Canadá, Grã-Bretanha, Guame e Noruenga, sendo o C consti-tuído por Espanha, França, África do Sul, Ucrânia. Já na competição masculina, Portugal integra o grupo D, com Quénia, Canadá, Hungria. África do Sul, França, Japão e Bélgica compõem o grupo E e a Grã-Bretanha, Marrocos, República da China e Polónia o F. Os dois outros grupos integram Espanha, Itália, E.U.A., Ucrânia (o G) e Rússia, Austrália, Líbano, Noruega (o H). Emoção garantida dentro e fora das quatro linhas. No Porto e na África do Sul.
metodologias de Sistemas de Infor-mação Geográfica nas seguintes áreas: Gestão Municipal e Distrital, Proteção Cívil, Ordenamento do território, Ambiente, Planeamento e Gestão Florestal e Agricultura.Destinado a estudantes e profissio-nais com interesse na área do SIG.Sex, 25 Jun 2010Das 9h às 17h30Auditório A1Estudantes: 5 eurosPúblico geral: 10 euros
ÉvoraU-ÉvoraColégio Luis Antonio Verney (U-Évora)Jornadas de Física por ocasião da jubilação do professor Rui Namorado Rosa1º dia14h30 às 15h30 – Última lição do Prof. Namorado Rosa15h30 às 16h30 – Intervenções ins-titucionais17h00 às 18h30-Namorado Rosa na universidade portuguesa, por Eduardo Chitas (F-Letras da U-Lisboa)-Da ciência aos sistemas de inova-ção, por Frederico Carvalho (ITN/OTC)-Energia nuclear e paz mundial, por João Manuel Gaspar Caraça (Director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian)2º diaManhã-The peak of peaks or the peak peak, por Jean Laherrère (Presidente da ASPO, França)-As Energias Renováveis e a Sustentabilidade, os próximos 50 anos, por Collares Pereira (LNEG/IS-Técnico da U-Técnica de Lisboa/DREEN)-Las energías renovables en la pe-nínsula ibérica: escenarios de futu-ro, por Francisco Cuadros Blázquez (U-Extremadura, Espanha)-Para uma Cultura Integral: o con-tributo da História da Ciência, por Nunes dos Santos (F-Ciências e
Técnologia da U-Nova de Lisboa)Tarde-O Universo invisível, por Jorge Dias de Deus (IS-Técnico da U-Técnica de Lisboa, Portugal)-The Maule Mw 8.8Ter, 15 Jun 2010, às 14h30Qua, 16 Jun 2010 às 18h30Org: Dep-Física da U-Évora
LisboaF-Letras da U-LisboaAlameda da Universidade+351 21 792 00 00 A escrita dos clássicosCurso livre com três módulos de Crítica Textual, centrados em au-tógrafos (manuscritos originais) de escritores portugueses, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós, Almeida Garrett ou Camilo Castelo Branco. Formadores: Ivo Castro, João Dionísio, Jerónimo Pizarro, Cristina Sobral, Carlota Pimenta, Luiz Fagundes Duarte, Irene Fialho e Isabel Rocheta. De 1 a 29 de Jul de 2010, às qui, das 18h às 20hOrg: F-Letras da U-LisboaF-Engenharia da U-Católica Portuguesa F-Engenharia da U-Católica (campus de Sintra)A engenharia do século xxiA revisão do plano regional de ordenamento do território da área metropolitana de Lisboa’ (colóquios)O último colóquio que integra o ciclo de colóquios «A engenharia no século XXI), organizado pela F-Engenharia da U-Católica Portuguesa (FEUCP), realiza-se a 17 de Junho de 2010, neste mesma faculdade. A temática centrar-se-á na «A revisão do plano regional de ordenamento do território da área metropolitana de Lisboa», que Rui Florentino comentará. Termina assim o ciclo de colóquios organi-zados pela FEUCP, no ano lectivo 2009/2010.Qui, 17 Jun 2010Das 14h às 15h
Anfiteatro 12-AEntrada LivreBar Real República de CoimbraParque das Nações, LisboaConcerto com os Mob of GodSáb, 26 Jun 2010, às 22hFestas de LisboaTerreiro do Paço - LisboaPost Hit Concerto no Lisboa Pride 2010Lisboa Pride 2010Seg, 26 Jul 2010, às 22hEntrada livre
MatosinhosES-Artes e DesignProjecto Singular PluralO projecto Singular Plural desafia todos os artistas portugueses a de-senvolverem um cartaz em formato 50×70cm, onde se explore a comu-nicação visual enquanto contentor de vontades, fruto de um pensa-mento ou ideal, pessoal ou colec-tivo, que não pretende manipular mas fazer agir.Os melhores trabalhos serão com-pilados num catálogo e apresenta-dos numa exposição.Os projectos deverão ser enviados para o email [email protected] até 30 de Junho de 2010.Qua, 30 Jun 2010Org: Mestrado em Cultura Visual, Comunicação e Multimédia da ES-Artes e Design (Matosinhos)
PortoF-Arquitectura da U-Porto Via Panorâmica, Edgar Cardoso +351 22 605 71 00 [email protected] e Cinema, curso livre de Dietrich Neumann, da U-Brown (EUA) De 28 Jun a 9 de Jul de 2010, de seg a sex, das 18h às 20h Org: F-Arquitectura da U-PortoF-Letras da U-PortoBiblioteca Municipal Almeida Garrett (Porto)F-Letras da U-PortoRua de Entrequintas, 268
+351 22 608 10 00Deslocações CriativasNa F-Letras da U-Porto (FLUP) e na Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG), nos Dias 18 e 19 de Junho vai decorrer um conjun-to de eventos subordinado ao tema deslocações criativas. Uma iniciati-va do Inst-Literatura Comparada Margarida Losa.-Colóquio internacional e interdis-ciplinar – dias 18 e 19 de Junho, na FLUP-Conversas Cruzadas, encontros com criadores – dia 19 de Junho, na BMAG-Próspero Morreu, leitura encena-da, por Ana Luísa Amaral – dia 19 de Junho, na BMAG-Cenas deslocadas, exposição fo-tográfica, por João Tuna – de 16 a 30 de Junho na BMAGQua, 16 Jun 2010 a Qua, 30 Jun 2010 Org: Inst-Literatura Comparada Margarida Losa da F-Letras da U-Porto
Vila RealMuseu de Geologia da U-Trás-os-Montes e Alto DouroApartado 10135001-801 Vila Real+351 259 350 000 www.utad.ptExposição: Evolução %!? Ver o presenteA exposição aborda vários temas relacionados, especialmente, com o ambiente, a energia e a sustentabi-lidade do planeta. Uma mostra que pretende consciencializar todo o pú-blico que visitar o espaço, através da análise de números que poucos con-seguem decifrar, mas muito impor-tantes para todo o planeta: milhões de gigawatts/hora, megatoneladas, quilómetros cúbicos…01 Out 2009 a 31 Jul 2010 Das 9h30 às 12h00 e das 14h00 às 17h00Auditório de geociências e espaço de exposições
aula
mag
na 0
4
AnfITEATRO
Are you a high-tech start-upor spin-out under 5 years old?...or want to join a teamor get involved as a catalyst?
Interested in up to €1M in support: €400k to the grand track finalist; €200k in each 3 other tracks;
to execute your go-to-market plan?...and get access to the MIT ecosystem?
ISCTE-IUL MIT PORTUGAL VENTURE COMPETITION
Candidaturas online abertas | mitportugal-iei.orgISCTE-Instituto Universitário de Lisboa and MIT Portugal Venture Competition
Data limite: 27 de Maio de 2010 18 de Junho de 2010(Apresentação de candidaturas em língua inglesa)
Organização Apoio Financeiro
É uma start-up tecnológica com menos de 5 anos?...ou quer aderir a uma equipa ou participar como promotor?Está interessado em apoio financeiro até €1M (€400k para o finalista absoluto e €200k para os restantes finalistas de área) para desencadearo plano de entrada no mercado?...e ter acesso ao ecossistema do MIT?
aula
mag
na 0
6
Pode um ranking mudar o ensino superior europeu?
Qualidade do ensino
Face ao domínio das universidades dos EUA nos principais rankings mun-diais de prestígio, a Europa decidiu reagir. Em 2011, vai surgir uma nova classificação, cuja iniciativa partiu da Comissão Europeia. No entanto, o processo não é pacífico e os críticos mais ferozes consideram que ela pode alterar para sempre a matriz do ensino superior no Velho Continente
texto João Pedro Barros
O mundo é cada vez mais global e as instituições de ensino superior não fogem à regra. Nos últimos anos, o número de jovens que escolhe uma universidade es-trangeira para prosseguir os estudos tem aumentado de uma forma exponencial, de tal forma que já se pode falar num merca-do internacional de estudantes. As mentes mais brilhantes acabam por escolher o seu destino com base em marcas de prestígio, e é aqui que entram em cena os rankin-gs, que servem de orientação a muitos candidatos. Apesar de existirem dezenas de classificações internacionais, há duas que se distinguem e funcionam como re-ferencial: o Times Higher Education World University Rankings, do Reino Unido, e o Shanghai Jiao Tong University Academic Ranking of World Universities, produzi-do na China. Entre eles, há diferenças (o ranking britânico atribui uma importân-cia muito grande à opinião dos pares), mas também uma semelhança fundamental: as instituições de língua inglesa levam uma grande vantagem e os Estados Unidos são dominantes. No ranking do Times Higher Education temos de chegar à posição nú-mero 17 para encontrar uma universidade fora dos Estados Unidos e do Reino Unido e ela é… australiana. No estudo da univer-sidade chinesa, passa-se algo semelhante, já que temos de percorrer a lista até vigésima posição para ler o nome da Universidade
AnfITEATRO
Parece-me importante que haja um ranking eu-ropeu, não há que ter medo. Penso que todas
as universidades do país desempenham um papel importante em certas áreas. Não estou a ver o governo a favorecer umas em detrimento de outras. Nós já fazemos auto-avaliação há muito tempo, e isso vai dar-nos mais dados.
José Fernando MendesVice-reitor da U-Aveiro
DR
de Tóquio. No Academic Ranking of World Universities, o domínio norte-americano é absolutamente avassalador, com 17 uni-versidades entre as 20 primeiras.
Estes dados preocupam, obviamente, os políticos do Velho Continente, que é deixado para trás, apesar da enorme tra-dição cultural e científica. A situação tor-nou-se ainda mais premente depois de o Processo de Bolonha ter criado um espaço europeu de ensino superior, com 46 países aderentes. Por isso, a Comissão Europeia lançou um concurso para a produção de um novo ranking, vencido em Junho de 2009 pelo consórcio CHERPA, que agru-pa instituições alemãs, holandesas, belgas e francesas. Actualmente a ser testada em 150 instituições das áreas da engenharia e
economia, esta classificação deve ver a luz do dia em meados de 2011. A proposta do consórcio releva a necessidade de se tomar em consideração os contextos linguísticos, culturais e históricos dos sistemas educa-cionais, comparando apenas aquilo que é comparável. Ou seja, serão criados vários rankings, dedicados a diferentes áreas de ensino e a aspectos particulares (como, por exemplo, a internacionalização). Qual será a forma final de tudo isto? Ainda pouco se sabe, mas a recolha de dados será glo-bal, com um enfoque, fora da Europa, na América do Norte, Ásia e Austrália.
Chegado a este ponto, o leitor da Aula Magna deve estar a fazer as seguintes per-guntas: o que é que isto tem a ver comigo e o que é que pode mudar? A resposta não é linear e desde já assumimos que também não nos é possível responder à questão do título. No entanto, fomos à procura de respostas e deparamo-nos com cenários quase catastrofistas de um lado e dúvidas sobre a própria conclusão do processo, por outro. No fundo, abordar este tema ainda
Abordar este tema ainda envolve um pouco de futurologia. Ouvimos recusas da parte de algumas instituições, que preferem não se pronunciar
aulam
agna
07
envolve um pouco de futurologia e a na-vegação por areias movediças. Por isso, ouvimos recusas da parte de algumas ins-tituições, que preferem não se pronunciar sobre o tema. Uma delas veio do CRUP (Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas), que, amavelmente, nos re-meteu para entrevistas recentes do seu presidente, António Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa. A 9 de Março, dia da tomada de posse, declara-va ao Público que o assunto ainda estava numa «fase de discussão». «Todas as ins-tituições têm essa informação, o que está em causa é arranjar um leque de indica-dores que possa permitir ver que as uni-versidades não são todas iguais», declarou.
As divergências A ausência de um consenso europeu é facilmente detectável pela observação da declaração conjunta dos ministros europeus responsáveis pelo ensino superior no espaço de Bolonha. Em 2009, ainda havia uma ténue referên-cia a «ferramentas multidisciplinares para a transparência». Em 2010, a declaração foi omissa. Um dos principais receios é a criação de um fosso entre instituições de primeira e de segunda, e Portugal pode es-tar numa situação particularmente frágil, em que perderá mais facilmente alguns dos seus «crânios», em direcção ao Centro e Norte da Europa. «Há um risco grande.
Um dos principais receios é a criação de um fosso entre instituições de primeira e de segunda, e Portugal pode estar numa situação frágil
Vejamos uma situação limite: sou um estu-dante de Lisboa e tenho o mesmo mestrado no Porto e em Praga. Lá, não gasto mais di-nheiro do que em Portugal, tenho uma ex-periência internacional e maior prestígio, numa instituição melhor posicionada no ranking. Tudo isto tem de ser gerido com muito cuidado e racionalidade», avança Bruno Carapinha, que deixou em Março o cargo de presidente do Registo Europeu da Garantia da Qualidade (EQAR). O or-ganismo – que acredita as agências que avaliam os sistemas de ensino superior em cada país – já se pronunciou sobre a criação do ranking europeu, chamando a atenção da Comissão Europeia para o seu carác-ter «redutor». «Acreditamos que os vários parceiros devem discutir os critérios, para que um organismo externo não venha di-zer que é preciso rectificar os índices B e C. Isso seria um retrocesso no sistema de garantia de qualidade de ensino que tem
vindo a ser criado». No fundo, esta será a visão mais catastrofista, que tem o seu re-verso nos responsáveis que acreditam que novos nichos podem surgir para as insti-tuições nacionais. António Rendas, na en-trevista já citada, coloca-se desse lado: «O objectivo é perceber o leque da oferta do ensino superior no espaço europeu e que as instituições são diferentes umas das ou-tras. Essa é uma iniciativa que tem de ser aceite. É importante que Portugal não te-nha uma atitude de suspeita».
Porém, os critérios que presidem à orde-nação – necessariamente subjectivos, mas nem sempre percepcionados dessa forma – são um grande alvo de críticas. André Moz Caldas, presidente da Associação Académica da Universidade de Lisboa (AAUL), discorre sobre estas «incongru-ências»: «O que é qualidade? Quais são os rankings diferenciadores? O sucesso do ranking de Xangai baseia-se no facto de re-produzir aquela que é a percepção univer-sal da qualidade de ensino, ou seja, trans-forma uma ideia pré-concebida em algo mensurável. A Universidade de Lisboa é a única portuguesa que aparece no ranking, devido a um Prémio Nobel atribuído em 1949. Que eu saiba, o Professor Egas Moniz já não lecciona em nenhuma universidade portuguesa há alguns anos. Temos de tentar encontrar instrumentos que não sejam fá-ceis de iludir». Para os politécnicos, e tendo
GONçALO FILIPE MATA
Ensino Superior | Nos últimos anos, o número de jovens que escolhe uma universidade estrangeira para prosseguir os estudos tem aumentado de uma forma exponencial
aula
mag
na 0
8
em conta a importância que será dada aos números relacionados com a investigação, a machadada poderá ser violenta.
Do lado das associações académicas, é fácil perceber o sentimento de suspeita face ao processo. Rui Carvalho, vice-presidente da Associação Académica de Coimbra, não dá ainda o processo como definitivo: «Não temos bases sólidas que nos permitam di-zer que isto será uma realidade dentro de dois anos. Se tivéssemos essa ideia, já esta-ríamos a agir politicamente para que isso não acontecesse. A ser levado a cabo, não é consensual, até porque a palavra ‘ranking’ não existe, quer no Bologna Follow-up Group (estrutura de acompanhamen-to permanente e de desenvolvimento do Processo de Bolonha), quer nas declara-ções dos ministros europeus. Os rankings podem trazer implicações nos planos estra-tégicos das instituições e nas políticas pe-dagógicas e científicas». O dirigente asso-ciativo põe-se ao lado da ESU (Associação de Estudantes Europeus), que emitiu, em 2009, uma declaração rejeitando os rankin-gs – uma «ameaça à dimensão social das insituições» – e exortando os ministros do espaço de Bolonha a trabalhar na qualidade dos sistemas de ensino. No entanto, Bruno Carapinha toma esta iniciativa como «im-parável» – «a Comissão Europeia avançou, e os governos não pararam o processo» – e pensa que as universidades que se manti-verem «passivas» terão forçosamente «con-sequências». Em Portugal, como poderá ser? «Não tenho a minha dúvida de que as políticas vão ser orientadas para os crité-rios definidos. Temos uma tradição nesse sentido: sempre que qualquer coisa permi-ta fazer evoluir uma estatística, aposta-se nisso, mesmo que não corresponda a algo de relevante. Os rankings têm benefícios escassos e riscos claramente superiores», observa Moz Caldas.
Já fui a favor de abolir todos os rankings. Ago-ra, acho que deve haver
muitos, para se perceber que há projec-tos educativos distintos, mas não piores ou melhores. Só que tudo o que vem da Comissão Europeia tem um peso tre-mendo. Vemos isso quando os políticos nacionais esgrimem números europeus como se fossem verdades absolutas. O peso de um ranking pago, feio e anun-ciado pela Comissão será brutal.
Bruno CarapinhaEx-presidente do Registo Europeu da Garantia da Qualidade
MAR
INA
ROqU
E
Somos a favor da pro-dução de conhecimen-to, independentemente
da repercussão económica imediata. É essa a tradição europeia. Mas, des-de 2005 que, em Portugal, assistimos a uma enorme pressão do governo no sentido de privilegiar as áreas científica e tecnológica, o que se pode verificar, por exemplo, nos concursos de bolsas de doutoramento da Fundação para a Ci-ência e a Tecnologia (FCT)
Rui CarvalhoVice-presidente da Associação Académica de Coimbra
DR
A tecnologia no topo? Entre esses ris-cos está a perda de identidade dos sistemas de ensino nacionais, como faz questão de sublinhar Rui Carvalho. Bruno Carapinha
fala em «hierarquização vertical» de uni-versidades quando aborda os rankings e não tem dúvidas do rumo apontado: «isto vai ser uma pressão para as instituições se organizarem mais como empresas. As uni-versidades são o sector menos receptivo a uma organização empresarial e vai querer incentivar-se a competição por recursos e pessoas. E para isso é preciso um mercado». A nível europeu e nacional, pode gerar-se a tendência para a concentração do inves-timento num número reduzido de institui-ções de referência. Em consequência, estas instituições sentir-se-ão tentadas a acolher apenas os alunos excepcionais. Ou seja, es-taria em causa um fenómeno de elitização. A procura de recursos privados e a subi-da de propinas são outras consequências possíveis neste cenário. «A concorrência não será apenas dentro da Europa, mas igualmente com as universidades asiáticas, por exemplo. O lençol é curto e temo que acabe por destapar em algum lado ou exi-gir uma maior contribuição financeira dos estudantes», acrescenta.
Em Aveiro, porém, a mais do que pro-vável chegada dos rankings não perturba a equipa reitoral. «É mais um facto, não vejo muita novidade», salienta José Fernando Mendes, vice-reitor responsável pela in-ternacionalização na universidade local. No entanto, o vice-reitor salienta que «há que saber ler» os dados e comparar ape-nas o comparável. «É como no ranking das escolas secundárias: não se pode pôr lado a lado um colégio privado que leva 30 ou 40 alunos a exame, seleccionando os melhores, e uma escola secundária que propõe 1.000, sem selecção». Aliás, mesmo os cépticos vewêm méritos nesta seriação. «Pode ser um exercício até muito impor-tante, porque sem fazer comparações tere-mos sempre universidades a dizer que são as melhores do mundo. Assim, terão uma oportunidade para tomar medidas. Mas a tendência será para que as universidades bem classificadas usem a primeira boa notícia como marketing e para as outras porem em causa os critérios. Os líderes e o governo têm de aprender a lidar com os números», aponta Bruno Carapinha. Seja como for, a discussão acerca dos rankings está no início e muita água ainda irá correr debaixo das pontes.
MIGUEL CUNHAL
A concorrência não será apenasdentro da Europa,mas igualmente comas universidades asiáticas, por exemplo.O lençol é curto
Ranking | Os critérios que presidem à ordenação são um grande alvo de críticas
Um passo de judo, outro de estudo
Telma Monteiro
aula
mag
na 1
0
aulam
agna
11
Nem no ginásio, nem na universidade. Foi na Costa de Caparica, em Almada, mais pre-cisamente na praia da Rainha, que a encon-tramos. A agenda apertada ditou o inespera-do local para a entrevista. E também um as-pecto curioso. A par de todas as cadeiras teó-ricas do curso de Educação Física e Desporto, da U-Lusófona de Lisboa, Telma Monteiro tem várias disciplinas práticas. Uma delas é... Surf. Isso mesmo: Surf. À sua espera já está o prof. Sandro Maximiliano, 35 anos, com o seu ar bronzeado a denunciar uma época balnear que não conhece pausas lectivas. Em Telma Monteiro identificou imediatamente as qualidades e a preparação física de uma desportista de alta competição (dedica-se ao judo desde os 14 anos). «Conseguiu por-se de pé na prancha logo no primeiro dia», ati-ra. E acrescenta: «Há quem leve semanas». Essa é a marca desta judoca que, aos 24 anos, já conta com duas participações nos Jogos Olímpicos e várias medalhas, inclusivamen-te de ouro, nos campeonatos nacionais, eu-ropeus e mundiais da modalidade. Agora, inicia o caminho para Londres 2012, onde espera conquistar o ouro olímpico que lhe falta. Nos entretantos, é possível encontrá-la com livros e cadernos na mão. É que o seu combate é diário. Faz-se de treinos e de au-las. E de uma persistência oceânica.
O que mais gostas no Judo?Se tivesse de escolher um aspecto diria a competição. Gosto do desporto em si, de treinar, mas grande parte do gozo vem da possibilidade de entrar em competições.
Não sendo um desporto com tradição em Portugal, como o escolheste?Foi muito simples: havia uma escola de judo ao pé da minha casa. Incentivada pela minha irmã, que o praticava, tive uma pri-meira experiência aos 12 anos. Mas na al-tura não me agarrou muito. Aos 14 dei-lhe uma segunda oportunidade. E ainda bem.
Foi quase um acaso, no início. Sim e tornou-se um prazer muito gran-
de. Cheguei a experimentar atletismo e futebol, mas nos dois casos a competição não era frequente, ou porque estava mal organizada, ou porque tinha de jogar com raparigas mais velhas. Essa componente competitiva foi de facto determinante.
Em que pensas quando pisas o tapete para um combate? No que tenho de fazer para contrariar a mi-nha adversária e qual a melhor estratégia para ganhar. Não penso em mais nada, nem nas implicações da vitória, nem na projec-ção mediática que às vezes resulta de che-gar a um certo nível desportivo. Apenas no combate e no que posso fazer para chegar ao próximo.
És como aqueles jogadores de xadrez que estão várias jogadas adiantados, sempre a pensar no movimento seguinte?Sim, temos de ter essa capacidade de anteci-pação. Perceber o que vai fazer o nosso ad-versário e encontrar a melhor solução para ultrapassar as dificuldades que ele nos colo-
E como preparas um torneio, como os que agora começas a ter para atingires os mínimos olímpicos?Com treinos técnicos e físicos de manhã e à tarde. O meu dia começa normalmente às seis e meia da manhã, para me preparar para o primeiro treino, às oito. Depois vou para a aulas. Volto a treinar ao final do dia.
É uma preparação muito diferente da que um exame requer? Para um exame não preciso de tanta prepa-ração... Às vezes, basta estudar uma semana, ou nem isso. No judo não se pode facilitar, nem parar. Temos de estar sempre a traba-lhar. Normalmente só tenho três semanas de férias. O resto do ano é para treinar.
Consegues aplicar nas aulas o que apren-des no judo?Provavelmente, os desportistas conseguem lidar mais facilmente com a pressão ine-rente aos exames. Têm de ser pessoas or-ganizadas e disciplinadas, qualidades que beneficiam muito o estudante. Aprende-se a conciliar as duas actividades e também a saber gerir uma carreira desportiva.
O segredo é trabalhar por objectivos?Exactamente. E a partir de certa altura tor-na-se fácil, quase um estilo de vida ou um hábito. Até porque começamos muito cedo e cresce-se mais depressa.
Então és daqueles alunos que nunca fi-cam nervosos antes de um exame, nem roem as unas. Roer, sempre ruí as unhas. É um vício. E cla-ro que fico nervosa, mas não preocupada.
Parece que tens um botão que te permite estar constantemente concentrada. Basta ser persistente e pensar que temos de fazer as coisas por maior que seja a pressão. E depois começar. Às vezes, os trabalhos não ficam como eu gostaria, ou as notas não são as melhores, mas faz parte do pro-cesso. Acontece. Mas quando uma coisa é boa para nós, e gostamos dela, não se deve desistir facilmente.
Mesmo com uma carreira de alta compe-tição, já com duas presenças nos Jogos
Um passo de judo, outro de estudo
É uma das nossas melhores atletas e prova-o em cada competição, mesmo quando não ganha medalhas. Ninguém a pode acusar de não dar sempre tudo, de não lutar até ao fim e de não representar as cores nacionais e as do seu clube, o Benfica, com o profissionalismo que se exige em alta compe-tição. Só não sabíamos que faz o mesmo nas aulas, em cada exame e tra-balho da licenciatura em Educação Física e Desporto. Convidámos Telma Monteiro, 24 anos, para um duelo verbal. E fomos ao tapete. KO técnico
texto Luís Ricardo Duartefotografias José Miguel Soares
Para um exame não preciso de tanta preparação... Às vezes, basta estudar uma semana, ou nem isso. No judo não se pode facilitar, nem parar
ca. Muitas pessoas não têm consciência dis-so, mas há uma componente táctica muito forte no judo, além de toda a técnica.
Neste caso, aprende-se fundamental-mente com o adversário?Sim, não há volta a dar. Temos sempre de treinar com alguém. E quanto mais fortes forem as pessoas com quem treinamos maior será a nossa evolução. E quanto mais variadas foram essas pessoas maior será a nossa preparação para as diversas situações que surgem num combate.
LAbORATóRIO
aula
mag
na 1
2
Olímpicos, nunca abdicaste do ensino superior. É uma valorização pessoal?É um curso que faço por mim. Sei que fi-nanceiramente não me vai trazer muita se-gurança, mas é importante para aumentar o meu leque de conhecimentos e a minha experiência, até porque gostava de, no fu-turo, abrir uma escola de judo. Além disso, é bom ter qualquer coisa fora do desporto.
A U-Lusófona é a tua segunda universi-dade. O que aconteceu na F-Motricidade Humana da U-Técnica de Lisboa?Essa experiência coincidiu com a minha primeira participação nos Jogos Olímpicos, em Atenas, em 2004. Só consegui fazer um semestre e na verdade não me adaptei mui-to bem. Não quero estar a dizer que uma faculdade é melhor do que a outra, mas os horários eram pouco compatíveis para quem fazia alta competição e não encon-trei professores que por sua iniciativa se mostrassem compreensivos para com a minha situação. Também não sou pessoa de pedir nada, por isso não correu bem.
Notas diferenças entre o ensino público e o privado? No início confesso que estava com receio de ir para o ensino privado, pensava que ia ser muito mais fácil. Mas tenho verificado o contrário. Os professores são interessa-dos e exigentes, também porque correm o risco de, se não ensinarem bem, ser despe-didos... Mas a principal diferença é ao ní-vel da secretaria, que para um desportista é muito importante: são menos burocráticos e mais flexíveis.
O ensino superior beneficiaria se tivesse uma estrutura mais competitiva, no bom sentido, como o desporto? Acho que sim. Era bom que houvesse essa consciência. Sempre que vou a uma esco-la digo isso: um teste é como uma com-petição. Sentir-nos-emos mais tranquilos e confiantes se soubermos que fizemos o que tínhamos a fazer. É o famoso ditado: quem dá o que tem a mais não é obriga-do. No judo, treinar, na aulas, estudar. Esta perspectiva aumenta a nossa autoestima. Se eu fosse para uma competição de judo
Fala-se muitas vezes do descrédito do ensino superior, com a falta de verbas e de empregos. Sentes os alunos desmo-tivados?Pelo contrário: acho que o nível é cada vez mais exigente. Com a crise em que vivemos, uma licenciatura já não é sufi-ciente, como se calhar era há dez anos. A concorrência é maior e só o doutoramen-to começa a fazer a diferença no mercado actual.
Qual o teu lema de vida desportivo e uni-versitário?Acreditar. Porque quem acredita e traba-lha em função dessa crença acaba sempre por merecer as suas conquistas. Uma forte componente psicológica é fundamental para se ter sucesso. E para isso é preciso acreditar.
Telma Monteiro | Quem acredita e trabalha em função dessa crença acaba sempre por merecer as suas conquistas
sem treinar, como já fui uma vez – e arre-pendi-me –, o meu estado de espírito não seria o mesmo.
Durante o ano lectivo, participas na vida universiária, nas RGA e afins?Não, estou muito fora desse ambiente.
Por falta de tempo?Sim, mas também porque não é muito a minha onda. Gosto de estar com os meus colegas, fazer os meus trabalhos, tentar passar nas cadeiras e pouco mais.
Por isso, nunca te encontraremos à frente da Assembleia da República a dizer mal de um ministro?Não... Mas acho bem que existam pessoas que se interessem por esses temas e que de-fendam os interesses dos alunos.
Uma licenciatura já não é suficiente, como se calhar era há dez anos. A concorrência é maior e só o doutoramento começa a fazer a diferença no mercado actual
aulam
agna
13
bAnDAS ESTuDAnTIS.TunAS.PÁTIO
Os Post Hit são, definitiva-mente, uma banda estudantil – os dois membros estudam na F-Belas-Artes da U-Lisboa –, mas não têm propriamente o estatuto de principiantes. Em Setembro, preparam-se para lançar o segundo álbum de originais, denominado Hit Music, e o primeiro single, Paradox, já roda nas rádios. «Há uma continuidade em re-lação ao primeiro disco, como não podia deixar de ser, por-que se trata da nossa marca, do que gostamos de fazer. Somos agora um duo, mas continua-mos a trabalhar de forma algo diferente de um line up tradi-cional: para compor, usamos programações, computadores, teclados. Este é um trabalho mais maduro, mais elabora-
do do ponto de vista das le-tras», revela o vocalista Paulo Scavullo. O disco está ainda a ser concluído, com produção de Quico Serrano, dos Plaza.
NOME«É uma brincadeira com os post-it, um objecto popular por excelência, mas efémero. Sentimos que a nossa existên-cia faz sentido, mas um dia também vamos desaparecer»
GÉNEROPop electrónica
DATA DE CRIAÇÃOFinal de 2002
MEMBROS DA BANDAPaulo Scavullo (voz) e Sebastião Teixeira (guitarra e teclados)
RICARDO TEIxEIRA
Post Hit
Estão «a cantar desde 1995» e «nada voltou a ser como dan-tes». Para as integrantes da T-Única, é indiscutível que o projecto deu um novo alento às tradições académicas na Faculdade de Letras. Fomos conhecer um pouco melhor
esta tuna, com o auxílio da ve-terana Cátia «Catita» Afonso.
DATA DE CRIAÇÃO12 de Maio de 1995
CONCERTOS MEMORÁVEISCátia Afonso ainda não fazia
T-Única
DISCOGRAFIAEm 2005, editaram o álbum Post Hit e os singles Vanishing Boys e Glamorama, que atin-giram o primeiro lugar do top da Antena 3
PRÓXIMO CONCERTO Lisboa Pride 2010, na Praça do
Comércio, em Lisboa, 26/07, às 23h00. Os Post Hit vão já tocar alguns temas de Hit Music
SÍTIO OFICIALwww.myspace.com/posthit
Mais fotografias e informações em www.aulamagna.pt
RAqUEL FERREIRA
parte da tuna, mas perduram os ecos de uma deslocação à Madeira, algures entre 2006 e 2007. «Criaram-se novos laços, aumentou-se a família. Houve muitos debates para sedimen-tar o que se passou. Porém, as nossas actuações são sempre especiais, devido às passagens de pré-caloiras a caloiras ou de caloiras a veteranas»
RENOVAÇÃO«Houve uma altura compli-cada, mas este ano apostámos bastante na publicidade às nossas audições e consegui-mos angariar novos elemen-tos. Entraram 10 pessoas no-vas, o que é óptimo para uma tuna considerada pequena»
ENSAIOSTerças, quartas e sextas-feiras à noite, na faculdade
PRÓXIMO CONCERTO12 de Junho, na Junta de Fre-guesia do Pedrógão de S. Pe-ydro, a convite do rancho local
SÍTIO OFICIALwww.t-unica.tk
FILOSOFIA«O mais importante são os laços que se criam. Há dife-renças entre as gerações, mas consideramo-nos uma famí-lia. Sou algarvia e senti algu-mas dificuldades quando vim para Lisboa. A tuna foi um grande apoio»
HINO«Se à noite as colinas de Lisboa/ Se juntarem de mãos dadas para ouvir/ A canção que em cada esquina ecoa/ O pregão que ao Castelo quer su-bir/ Vais saber que hoje a noi-te é de folia/ Que as guitarras vão tocar até ser dia/ Ouve a Sé a sussurrar-te esta verdade/ Ao pintares ao som de letras a cidade/ Vês o Tejo a espelhar a Faculdade/ (Pois quando...)/ Vai a tuna pelas ruas a tocar/ Lisboa sai e deixa-se encantar/ A noite cai/ T-Única a cantar/ (Pois quando...)/ Vai a tuna pelas ruas a tocar/ Lisboa sai e deixa-se encantar/ A noite cai/ T-Única a cantar»
Mais fotografias e informações em www.aulamagna.pt
Sebastião Teixeira e Paulo Scavullo
Lúcia Santos, Susana Mareco, Cátia Afonso, Débora Andrade,Catarina Gil, Tânia Nobre, Ana Catarina Reis
aula
mag
na 1
4
nos percorrem o caminho entre a instituição e a praça principal ao mesmo tempo que «trocam» baldes de água – e os tomaren-ses estão igualmente convidados a entrar na brincadeira. É nesta época e no princípio do ano lecti-vo que se multiplicam os jantares e festas académicas. Mas, durante o período de aulas, a noite mais concorrida é a de quarta-feira. Tipix, Theatro e Gráfica são poi-sos habituais de Liliana, que subli-nha ainda a importância dos cafés na cidade, como o Paraíso.
tival IndieLisboa 2010 – abre uma excepção para as festas da sua fa-culdade, que têm como cenário a cantina da própria instituição. Porquê? «Têm um tema musical, bom ambiente e bebidas muito baratas. Lembro-me de ir à festa de Halloween e a algumas dedi-cadas a décadas específicas». No caso do Halloween, Belard até foi DJ. Felizmente, não se cumpriu o mote lançado pela associação de estudantes, que organizou o evento: «No one gets out of here alive!».
Têm um tema musical, bom ambiente e bebidas muito baratas
Para este estudante de Ciências da Comunicação, de 20 anos, a noi-te gira quase sempre em volta do Bairro Alto. «Primeiro andamos por ali, tomamos uns copos em alguns bares. Depois, podemos rumar ao Incógnito ou ao Lux», revela. No entanto, Francisco Belard – protagonista de Guerra Civil, considerada a melhor lon-ga-metragem portuguesa no fes-
Francisco BelardF-Ciências Sociais e Humanas da U-Nova de Lisboa
o KGB, pelos shots, e o Golfinho, que tem «os melhores traçadinhos de Aveiro». Aliás, pode dizer-se que este açoriano de 21 anos, que foi membro da Magna Tuna Cartola, se apaixonou pela anima-ção nocturna da cidade: «Conheci a noite de várias academias, quan-do era tuno, e posso dizer que pre-firo a de Aveiro. A universidade não é muito grande, quase toda a gente se conhece e divertimo-nos bastante. A cidade é pequena, mas não faltam eventos, no Mercado Negro ou no Teatro Aveirense».
Conheci a noite de várias academias, quando era tuno, e posso dizer que prefiro a de Aveiro
Todos os caminhos vão dar à Praça do Peixe
A noite em Aveiro desagua, inva-riavelmente, na Praça do Peixe. É aqui que estudantes e não só encontram a maior concentração de bares. E Bruno Rosa também. Uma noite típica pode começar no Café Convívio, no Bairro do Liceu, caminhar para a dita praça e terminar no Club 8 ou no Bar do Estudante, no campus universitá-rio. Na Praça do Peixe, o estudante da U-Aveiro destaca, entre outros,
Bruno RosaU-Aveiro
Liliana Quadrado residia em Lisboa, mas o gosto pela Fotografia levou-a até ao Instituto Politécnico de Tomar. Agora, a vida nocturna é repartida entre as duas cidades. Centremo-nos aí: «Tomar é uma cidade pequena, que só tem um politécnico, mas a vida académi-ca é bastante intensa e partilhada com a população». A estudante apresenta a «baldada», em Abril, como melhor exemplo: os alu-
INêS PEDROSO FERREIRA
GONçALO FILIPE MATA
RICARDO TEIxEIRA
Tomar é uma cidade pequena, que só tem um politécnico, mas a vida académica é bastante intensa e partilhada com a população
Festas, só as da FSCH!
Baldadas em Tomar
Liliana QuadradoES-Tecnologia de Tomar
PÁTIO.fESTAS