104
Arquitetura & Gastronomia Construindo Sabores

Kapa Concept 02

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Segunda edição Kapa Concept 2009

Citation preview

Arquitetura & GastronomiaConstruindo Sabores

Arquitetura e GastronomiaConstruindo sabores

26

DesignTexturas e geometrias definem novas tendências

54

IcapuíUm paraíso à beira-mar

85

Ana Melo e Juliana MeloUm projeto conceitual

14

DesignCarvalho Araújo

44

Fábrica de NegóciosNovo centro de convenções

70

Índice

Ouvir, refletir, pensar e executar são características fundamentais na personalidade de um produto para conquista de objetivos e suc-esso. É assim que a revista Kapa Concept está construindo sua jornada em busca do formato ideal de um veículo de comunicação como

referência para o mercado de arquitetura e design.Nesta edição, apresentamos um projeto gráfico que segue tendências das grandes publicações internacionais, onde cores e imagens

valorizam as páginas editoriais, enriquecendo o conteúdo da revista, proporcionando harmonia e equilíbrio que agradam o olhar.Na matéria de capa destacamos os agradáveis restaurantes Murano, Oui Bistrô e Cantina di Napoli, com suas peculiaridades gas-tronômicas somadas a ambientes que comunicam bem estar ao público – cada vez mais investimentos em arquitetura e design

agregam valor aos ambientes de restaurantes e bistrôs, demonstrando sensibilidade em cada detalhe que compõeo algo mais na hora de atrair clientes.

A presença de profissionais de gabarito internacional em nossa revista contribui para nosso enriquecimento editorial: Carvalho Araújo, Ana Melo e Juliana Melo, nosso genial colunista Marcelo Fortuna, entre outros.

Não ficamos por aqui: Kapa Concept continua inovadora e responsável em representar empresas e profissionais nesse canalde relacionamento que possibilita desfrutar de imagens e matérias de qualidade.

Fique feliz em ter uma Kapa Concept!

André Benevides e Luiz Deusdará

Capa Criação André BenevidesFoto Cláudia Rebouças Oui Bistrô por Carlos Otávio

Editorial

Direção Geral e Publisher André Benevides e Luiz DeusdaráRedação e Revisão Marcio Holanda

Design Gráfico e Diagramação Assis Neto Direção de Arte André BenevidesSupervisão de Produto Julio Cesar Maia

Tecnologia e Produtos para Internet Venicios Ribeiro Colaboradores Ana Melo e Juliana Melo, Oui Maison, Cantina Nápolis e Murano, Núcleo de Decoração, Cláudia Rebouças,

Marcelo Fortuna, Carvalho Araújo e Rui Graça, Sabrina de Lannoy, Fábrica de Negócios e Hotel Praia Centro,Prefeitura de Icapuí, Roberta Linhares, Thiago Ness, Ronaldo Veras, José Guedes, Marcelo Cherry e Leonardo Henriques.

Distribuição e CirculaçãoInformamos que a revista Kapa Concept é dirigida à público especifico com distribuição customizada

por meio de malas diretas e com circulação em bancas e PDVs.Impressão Expressão Gráfica

Relações Públicas Carol Nogueira (85) 3261 9577 / 8723 2774email [email protected] [email protected] [email protected]

Acesse nosso site www.kapaconcept.com

Kapa Concept é um produto da Moove Edições.Não nos responsabilizamos por opiniões emitidas nos artigos assinados. Não são permitidas cópias ou reproduções das

imagens e conteúdos sem prévia autorização da diretoria.

Dedicamos esta edição em memória de Maria de Lourdes Dantas Mota.Agradecemos a Deus por mais uma edição.

Rua José Vilar, 473 - Meireles - CEP: 60.125-000 - 55 (85) 3261.9577 - Fortaleza - Ceará - Brasilwww.kapaconcept .com

Ana Melo eJuliana MeloO projeto foi pensado baseado nas necessidades

de um casal jovem, com dois filhos adolescentes,

que adora receber a família e os amigos para

reuniões de lazer. O fio condutor do projeto foi

o acervo de obras de arte da família. Essas peças

foram usadas como ponto de partida para a

execução de um projeto de traços marcantes,

linhas retas e estilo contemporâneo.

14

15

A cartela de cores escolhida foi fundamentada em tons metálicos, que se harmonizam entre si. O mobiliário antigo do acervo da família serviu como ponto de partida para a escolha dos móveis – as demais peças, em linha reta, em aço, vidro e mármore, foram escolhidas para dar mais modernidade aos ambientes. Já o acabamento foi feito em porcelanato, mármore italiano e madeiras nobres.

16

17

Um dos grandes diferenciais do projeto, além, claro, do conforto e da qualidade, é a amplitude das áreas. O amplo espaço das áreas sociais permitiu a integração entre os ambientes de estar, bar e jantar, que se interligam às áreas de varanda por amplas portas de correr, uma exigência dos moradores.

A distribuição dos ambientes e a articulação dos espaços foram

pensadas na funcionalidade de cada ambiente, na liberdade de circulações

e definição de uso das áreas.

18

19

O apartamento, de 360 m², ocupa um andar de um prédio neoclássico de alto luxo, com 6 vagas de garagem, piscina aberta e piscina aquecida, quadras de esporte, salão de festas e exuberantes jardins com espelhos d’água.

20

A iluminação artificial equilibrada, ora difusa, ora direta, proporciona, junto da automação, benefício e destaque às peças e aos ambientes.

21

22

O maior desafio nesse projeto foi priorizar e destacar as obras de arte sem deixar os ambientes carregados e austeros.

Fornecedores:Mobiliário fixo: Marcato (85) 3224.6995Mobiliário solto: Stone Design (85) 3224.8044Mobiliário de varanda: Terra BrasilisTecidos: Idéia Certa (85) 3224.8044Palhas e papéis de parede: (85) 3261.1521Tapetes: Bete Cunha (85) 3224.7142Iluminação: La LampeVidros: VidropexPaisagismo: Célia Pinheiro (85) 9922.3990

24

26

Construindo Sabores

A gastronomia e a arquitetura têm uma relação

mais próxima do que podemos imaginar. Cada

vez mais, Fortaleza é brindada com belíssimos

e aconchegantes espaços dedicados à aprecia-

ção da alta culinária. Arquitetos parecem mon-

tar esses espaços com a mesma dedicação e

paixão que os chefs montam seus pratos. Kapa

Concept visitou 3 lugares, todos decorados

pelo arquiteto Carlos Otávio, ótimos exemplos

dessa relação bonita de se ver e de provar.

27

Murano

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

A ideia de montar o Murano Grill, especializado em grelhados nobres, surgiu após uma visita à Argentina. O ambiente aconchegante e sofisti-cado é um irresistível convite para sentar e apreciar os mais saborosos cortes, como o Bife de Chorizo, um dos sucessos da casa, segundo o chef Luiz Gonzaga. A inspiração na hora de montar o espaço veio da ilha italiana Murano, conhecida mundialmente pela produção dos mais belos cristais que se tem notícia.

28

29

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

Localizado na esquina da Avenida Desembargador Moreira com Vicente Linhares, o Murano conta com serviço de manobrista e abre para almoço e jantar todos os dias – exceto no domingo, que abre apenas para o almoço.

30

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

31

Foto

: And

ré B

enev

ides

Bife de Chorizo

Cantina di Napoli

No final de julho Fortaleza foi brindada com uma legítima cantina italiana. Localizada na Avenida Desembargador Moreira, já próximo à Beira-Mar, a Cantina di Napoli consegue transportar o cliente à atmosfera napolitana já na entrada: o que se vê, além das bandeiras brasileira e italiana, são as cores de seu país de origem distribuídas harmoniosamente pelo ambiente: o verde, o vermelho e o branco estão presentes nas toalhas de mesa quadriculadas, cortinas, decorações e, pelo menos é o que dá pra sentir, no ar. Às sextas e sábados, no jantar, e no almoço de domingo, a música ao vivo executada com acordeon e violino parece complementar o transporte ao velho mundo.

32

Foto

: And

ré B

enev

ides

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

33

Foto

: And

ré B

enev

ides

Segundo o chef João Freires, uma das melhores pedidas, entre massas, pizzas e relacionados, é o Risotto Agli Asparagi – arroz arbóreo cozido al dente com aspargos, queijo brie e presunto de Parma – uma ótima pedida para um domingo à noite. O restaurante, que funciona de segunda a segunda, para almoço e jantar, tem capacidade para 225 pessoas, incluindo a parte externa.

34

Foto

s: A

ndré

Ben

evid

es

Ideal para ir com a família, a Cantina di Napoli possui um ambiente com vários videogames e brinquedos diversos para as crianças ficarem mais à vontade.

35

Foto

: Esd

ras G

uim

arãe

s

Foto: Esdras Guimarães

36

Foto

: And

ré B

enev

ides

Risoto Agli Asparagi

Oui BistrôAberto desde abril desse ano, em um espaço aconchegante, localizado na esquina

da Avenida Santos Dumont e da Rua Nunes Valente, o Oui Bistrô nasceu quase que por vontade própria: é quase como se Fortaleza pedisse por um lugar como esse.

37

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

38

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

O ambiente é extremamente convidativo e agradável: os clientes da Oui Maison, ao lado, acabam se misturando com os clientes do Bistrô, gerando “uma área de intersecção”, como diz a gerente Karina Novelle. Um dos pontos altos da decoração do ambiente é o seu aspecto intimista. “Cada mesa possui um detalhe diferente, seja nas taças, nas cadeiras ou na toalha: assim, cada cliente senta em um lugar individual.”

39

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

40

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

41

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

A cozinha, comandada pelo chef Gilvan Lopes, também tem seu aspecto único: sua cozinha é contemporânea, com tendências francesas. Porém, um toque

da culinária local é um dos grandes diferenciais do Oui. Um dos pratos mais pedidos é o Badejo em Crosta de Rapadura e Queijo Coalho, acompanhado de risoto de banana da terra. “O processo, na hora de montar os pratos, é univer-sal. Mas muitos deles têm um toque de regionalidade que faz cada prato uma

obra de arte única”, explica Karina.

42

Carré de Tambaqui Grelhado

desig

n

44

José ManuelCarvalho Araújo

A primeira coisa que nos recomendam fazer, não importa para onde viajamos, é “apertar o cinto”; nada mais atual, dada a conjuntura econômica mundial. Nada como viajar de avião para estarmos sempre a par das últimas tendências.

No regresso a Portugal, vindo de minha última viagem ao Brasil, partilhava uma conversa amena com o arquiteto Carvalho Araújo. Do Brasil, do Brasil – Turismo ao Brasil – Trabalho. Percebi de imediato que essas duas leituras se misturavam. Para ele o descanso “dá trabalho”. Mas o trabalho dá um prazer maior que o lazer. Em seguida, e deixando perceber uma admiração natural e histórica pela ligação entre os dois países, o arquiteto afirmava que “os portugueses e o Brasil são uma história contínua de descobertas, encontros e regressos. Acho que viemos ao Brasil para encontrar o melhor de Portugal: a língua em versão dançável, um clima agradável e um ambiente descontraído, mas muito rico na sua diversidade, em parte provocada pela escala grandiosa.”

Conversa a bordo por NUNO VIEIRA, com fotos de PEDRO LOBO e HUGO CARVALHO ARAÚJO

45

Fortaleza

Galeria de arte MSBraga, 1997

46

A inevitável referência à escala foi uma deixa oportuna para poder conduzir a conversa do arquiteto pelo projeto. Afinal, interessava-me compreender onde este interesse se repercutiria no seu trabalho. Discutimos a questão da escala, essa escala grandiosa do Brasil, continental, onde o arquiteto centrava o seu raciocínio na necessidade de “es-truturar, seja o território, o espaço doméstico ou o objeto; esse domínio do projeto merece ser pensado com uma coerência respeitadora da sua matriz social e cultural, da envolvente e das reais necessidades das pessoas.”

47

Plan

o de

Req

ualifi

caçã

o da

s M

arge

nsPo

nte

de L

ima,

200

4/20

07Feira do Cavalo e Mercado do GadoPonte de Lima, 2004/2007

48

casa

JC,

Pont

e de

Lim

a, 2

006

49

Confesso que inicialmente temi estar diante de um personagem do projeto com um discurso padronizado. O decorrer do diálogo em tom informal ajudava a perceber alguém mais interessado em discutir projeto nos termos do cidadão comum, não apenas em palavras, mas em tornar o desenho útil e bom. Parece que o Brasil liberta ainda mais essa disponibilidade para a ação, fundamentado em “princípios elemen-tares e de grande naturalidade”, como se referia à preocupação para garantir que os seus trabalhos se integrassem sem ruído nos hábitos e rotinas das pessoas. E, a julgar pelo juízo que me transmitiu ao longo de uma primeira abordagem, fica-me esse registro de que “a qualidade da obra ou do produto que se projeta, seja em que contexto for, mais ou menos conhecido, depende essencialmente de uma enorme lucidez no seu desenho”. Percebi, com o adiantar do diálogo, que o termo “lucidez” correspondia a algo mais complexo, sempre na dependência do bom senso.

50

Quando se inverte o sentido da conversa e nos deslocamos para a Europa.Embora falando a mesma língua, o que representa claramente uma vantagem, um escritório de arquitetura português é, por inerência, um escritório de arquitetura europeu. Foi agarrado a esta noção geográfica que decidi arriscar uma pergunta tão inevitável, quanto neste caso, de resposta imprevisível.

- “Será por isso a sua intervenção no Brasil, mais próxima de um desenho de aspecto internacional, comprometido com uma história coletiva e herdeiro de intersecções artísticas díspares, ou podemos assistir ao aparecimento de obras e produtos vinculados ao tal ‘es-pírito próprio do Brasil’, a que se referia anteriormente?”- (Carvalho Araújo sorri, com uma expressão segura.) “Tudo! O que pretendemos é conjugar as duas perspectivas; porque é impossível abandonar referências de sempre, mesmo quando o caráter pretendido pelo projeto seja extremamente vinculado. Daí resulta sempre um enriquecimento. O desenho não é apenas uma forma que se encontra por acaso, por desejo ou por necessidade, é um resultado material de uma síntese mental alargada. O ‘escritório europeu’, como você falou, é mesmo assim; o nosso trabalho é simples, tranquilo e eficiente, e não submetido a modas ou tendências. Por isso penso que no Brasil pode ser melhor ainda, porque temos sempre o ob-jetivo de procurar novos desafios, enriquecendo o contexto onde intervimos de forma rigorosa, mas sempre com o intuito de que esse processo seja divertido e nos dê prazer. Daí pensar que o Brasil seja mais maduro nessa perspectiva de olhar as coisas com o coração.

51

Dei-me conta da sua grande convicção, tanto no poder oferecer algo distinto a uma terra grande, quanto o interesse manifestado em receber novas experiências capazes de valorizar o seu desenho no regresso à Europa.- “Se o nosso escritório tiver a oportunidade de se comportar no Brasil como o faz em Portugal, penso que a sintonia será ainda maior; pela incor-poração do humor, pela descontração, a atração pelo novo e pelo imprevisto.”

torneira de cozinha da linha CA1,Torneiras Roriz, 1998

chuveiro e lavatórios da linha W|CA,Sanindusa, 2004

chuveiro da linha CA1,Torneiras Roriz, 1998

52

Palavras curtas, mas que me deixaram com bastantes referências acerca do tipo de postura e atitude no trabalho do arquiteto Carvalho Araújo. O meu objetivo era o de registrar estes pontos-chave e, depois, produzir um texto mais extenso onde pudesse ilustrar melhor esta agradável conversa. Após a leitura das minhas notas, confesso que não consegui acrescentar mais ao conteúdo; preferi fazer justiça às palavras do arquiteto. “Um escritório de desenho simples e com gosto pelo imprevisto” merece um texto simples, descontraído, mas verdadeiro.(...)Acordei com um toque no ombro. A aeromoça pedia-me para “apertar o cinto”. Afinal, chegávamos a Portugal.

sist

ema

de m

obili

ário

de

escr

itório

ARP

A,

Idun

a, 1

989

linha de mobiliário de escritório ARCO,Iduna, 1995

53

design

54 Fotos: Divulgação

Muitas pessoas, quando ouvem falar de

Paris, da França ou da Europa ficam, de

repente, com um brilho no olhar: “o que

vem de lá só pode ser chique!”. A seleção

de design ousado e inovador produzido na

Europa, apresentada nas próximas páginas,

aparentemente confirma essa convicção.

Analisando as características dessa tendên-

cia, veremos também que este pensamento

possui os seus limites. Segundo os estudos

do Instituto francês VIA, essas criativas

e moderníssimas criações representam

apenas 5% no hábito de consumo dos

próprios autóctones.

Ousem!Por Sabrina Campos de Lannoy

MOROSOFjorddesigner Patricia Urquiola

55

“O mundo pertence aos criativos!”. Essa é uma das verdades que o diretor do VIA, o francês Gerard Laizé, profere no seu país. Suas ações junto ao seu Instituto visam incentivar novas ondas de idéias na área do design. Você deve se perguntar: mas o que é esse VIA que esta jornalista francesa fala tanto? É o Instituto da Valorização da Inovação, que analisa informações sobre o mercado mobiliário, organiza eventos e também ajuda na criação de novos projetos para que o design contribua com a melhora do nosso ambiente. Gerard Laizé poderia ter falado também que “o mundo pertence aos sonhadores”.

MOOOIBrave New Worlddesigner Fresh West

GLAS ITALIAXXX

designer Johanna Grawunder

56

Os designers que fazem sucesso, de fato, são aqueles que um dia pensaram um design novo e procuraram confrontá-lo à realidade da produção, superando os desafios tecnológicos. É o que alguns filósofos chamam de “utopia creatriz” – aquela dos grandes sonhos que geram grandes idéias e ações em benefício do ser humano. O grande arquiteto francês Le Corbusier já acreditava que o design seria um dia divulgado a todos, pelo bem da humanidade.

MERITALIA Montanaradesigner Gaetano Pesce

57

A Europa, de fato, foi historicamente rica em pensamentos novos e críticos, que levaram os seus designers a explorar novos caminhos semeados de protótipos. Falar que a maioria das grandes marcas de design são europeias, principalmente italianas, com seu design ultrassedutor, seria também redutor.

58

MOROSOO-Nestdesigner Tord Boontje

59

É preciso, então, relembrar que os irmãos brasileiros Campana são alguns dos grandes con-tribuidores da marca italiana Edra. Sempre que queremos definir a identidade de um design dos tempos modernos, encontramos apenas tendências semeadas de contradições. Deve-mos definir um móvel pelo seu lugar de produção? Pela nacionalidade do designer, mesmo podendo ele ter vivido em outro país? Ou pela origem da marca editora? Essa complexidade se explica tanto pela globalização do mercado quanto pelo pensamento que tende, paradoxal-mente de um lado, misturar os estilos e, do outro, reivindicar a busca de suas origens culturais ou a da sua personalidade.

MOROSOHighlands e Fjord Collection

designer Patricia Urquiola Pause

designer Aziz Sariyer

60

O VIA, num relatório de análise do comporta-mento psicosocial do indivíduo em relação ao design, elaborou assim o conceito da “geração esparramada”: uma geração de seres que têm uma educação mais liberada, acostumados a ficar em média 4 horas por dia em frente à televisão, ao videogame, sem contabilizar o tempo passado no computador, que, graças à sua miniaturização, pode se transportar tanto para o sofá quanto para a cama. A posição mais adequada para exercer essas atividades é a posição sentada. Se você prestar atenção nos seus próprios hábitos, verá que a maior parte do tempo você está sentado, e, felizmente para muitas pessoas, de modo confortável.

MOROSOM’Afrique Collection

Fjord Collectiondesigner Patricia Urquiola

Bent Collectiondesigners Christophe de la Fontaine e Stefan Diez

61

À primeira vista, hoje isso parece uma evidência. Porém, o próprio Luís XIV, no seu castelo luxuoso de Versailles, sentava-se numa poltrona repleta de ouro e de sofisticadas ornamentações... e total-mente inconfortável. Não seria a cadeira adequada para assistir a um DVD!

ROCHE-BOBOISFossile

designers M. El Oulhani, J. Garzon & F. e Sionis

Rythmedesigner Studio Missoni Home

62

A procura do conforto é uma consequência do nosso estilo de

vida ocidental – uma vida agitada, onde circulam bastantes ideias de

insegurança. As pessoas querem se sentir bem e seguras na sua

casa. Etimologicamente, a palavra “conforto”, do latim “consolare”,

quer dizer dar coragem, consolar. Depois, conforme a evolução das

culturas ocidentais, orientadas pela busca do prazer para combater as ideias de insegurança, o conforto se tornou sinônimo de bem-estar.

No design, essa tendência se destacou bastante nos assentos.

SAWAYA & MORONIHigh Light

designer William Sawaya

63

Segundo o sociólogo francês Jean-Bernard Magescas, “o sofá se tornou confortável quando as pessoas começaram a assistir à televisão. Antes, ele servia apenas para receber os convidados – hoje é o primeiro móvel da casa. A gente faz tudo nele”. A diretora do estudo francês ABC+, Pascaline Petit, desenvolve a importância do sofá no seu papel social dizendo o seguinte: “o sofá abriu um espaço de cumplicidade e afeição entre pais e filhos, útil para todos no futuro”.

SAWAYA & MORONISottosopra

designer William Sawaya

PuntoLineaDoppia Lineadesigner William Sawaya

64

CAPPELLINIPeacockdesigner Dror

Fronzoni Color Collection designer A. G. Fronzoni

O marketing, é claro, interessou-se por essas observações de comportamento da pessoa no seu ambiente. Assim, nasceu o Marketing Sensorial, baseado nos efeitos do uso da cor, do material, e da forma dos móveis. Por exemplo, o vermelho, em função da sua tonali-dade, pode referir-se a uma emoção de paixão ou de proibição. A impressão geral do móvel vai depender também da forma, que pode reafirmar ou contradizer a idéia que a cor sozinha veiculava. Quanto aos materiais, como o revestimento, podemos ver que a “mind sphere”, como dizem os especialistas, traz cada vez mais opções no trabalho do designer.

65

Repare bem o trabalho do sofá da Meritalia desta seleção – para poder imprimir a imagem da montanha sobre o teci-do, precisou-se de uma aparelhagem numérica e serigrá-fica dotada de muita precisão. Sem esse aperfeiçoamento tecnológico, passando pela ousadia dos engenheiros, os designers não teriam explorado novas experimenta-ções, nem provocado surpresas visuais e sensoriais. Cada invenção precisou de visionários que acreditavam que suas ideias poderiam realizar-se. Um modelo ousado que você vê hoje numa revista poderá se tornar um best-seller do design democrático e precursor de uma nova área de hábitos. Então, fique de olho no que acontece e deixe-se surpreender pela criatividade. O VIA não se cansa em falar da importância da inovação. Nem sempre as novidades são resultados de muito dinheiro investido, ou de uma determinada origem geográfica, mas, principalmente, de conhecimentos adquiridos sobre o funcionamento do público alvo, bastante perseverança e, sobretudo, ousadia de um designer.

CASSINARadar designer Piero Lissoni

Tre Pezzi designers Franco Albini e Franca Helg

Rotordesigner Piero Lissoni

66

Mas a certeza que se destaca nessas tendências é a de que nunca houve tanta ousadia em pouco tempo nas

criações e, evidentemente, no design que cerca nosso cotidiano. O exem-

plo mais eloquente é a evolução dos assentos. Durante milhares de anos,

o seu encosto era reto como um poste. As mães não paravam (e ainda continuam!) de falar para o seu filho

se manter “direito” na cadeira, ou seja, bem reto. Pois, caro leitor, você

vai se surpreender em saber que elas estão erradas! A ergonomia apli-

cada ao design, numa primeira fase de observação dos movimentos do corpo humano, provou que sempre ficar reto quando você está sentado

faz mal à saúde.

MOROSOOval table

designer Tord Boontje

X-RadioDiesel collection

67

Nós precisamos nos movimen-tar e dividir o peso do nosso corpo não somente na coluna e na bacia. É aconselhável ter um assento que oferece vários pontos de concentração para o corpo apoiar-se podendo, assim, mexer-se com mais liberdade. É o objetivo funcional do apoio para pés, do apoio de cabeça ou das almofadas para os co-tovelos.

MOROSOUkiyodesigner Tomita Kazuhiko

68

Fábrica deNegócios

A Fábrica de Negócios, o maior e mais

moderno centro de eventos privado de

Fortaleza, foi construído no mesmo lugar

da primeira sede da indústria de alimentos

pertencente ao grupo econômico M. Dias

Branco, denominada Fábrica Fortaleza.

70

Foto

s: Cl

audi

a Re

bouç

as

71

Localizado no coração da Avenida Monsenhor Tabosa – famoso centro de compras, com cerca de 400 lojas, em frente ao Centro de Negócios Sebrae, a 200 metros da orla da Praia de Iracema e ainda próximo à Catedral da Sé, Mercado Central e Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, a Fábrica de Negócios é a solução que Fortaleza precisava – uma estrutura pre-parada para receber e atender com perfeição todos os tipos de eventos.

72

73

Com todos os ambientes climatizados, rede wire-less com internet banda larga, estacionamento para veículos de pequeno porte e ônibus, decora-ção sofisticada, elevadores exclusivos para eventos, ambientes monitorados por circuito fechado de TV e grupo gerador de energia, a Fábrica de Negócios se destaca em meio a uma cidade que é um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil.

74

75

76

W.C.FEMININO W.C.

MASCULINO

SPRA

ÇA

DE

ALIM

ENTA

ÇÃ

O

ÁREA

DE

EXPOSIÇ

ÕES

COZINHA

BUSINESS CENTER

RUBY

HALL

FOYER

BUSI

NES

SC

ENTE

R

ESMERALDA

AMETISTATOPÁZIO

SAFIRA

W.C.FEMININO W.C.

MASCULINO

SALAS VIPS

4

1236

7891011

5

12

131415161718192021222324

ACESSO SOCIAL

VEL

EAD

OR

CAR

GA

SAÍDA

EMER

GÊN

CIA

ELEVADORESSOCIAIS15 PESS.

ACES

SO

WC

HALL

WC MASCULINOWC FEMININO

RECEPÇÃO

A&B

ADMINISTRAÇÃO

CIRCULAÇÃO COBRE

OURO I OURO II

SALÃO OURO

HALL

PRATA II PRATA I

HALL

LOBBY

BRONZE

PLATINA

01

02

03

Entrada exclusiva para os eventos;• Balcão de recepção para montagem de secretaria.•

Térreo

Pavimento 1

Pavimento 2Salas VIPs, que oferecem conforto e privacidade às autori-• dades, conferencistas, artistas e demais personalidades. Com acesso direto ao palco dos salões Ruby e Diamante, podem ser também utilizadas como camarim, além de sala de imprensa e mídia desk; Amplo foyer com estrutura de bar interligado com a cozinha;• Salões automatizados por controle remoto touch screen;• Salões modulados por divisórias com isolamento acústico;• Business Center com computadores de última geração e • acesso à internet banda larga para uso dos participantes;Equipamentos de audiovisual de última geração. •

Elevador de cargas exclusivo;• Portão de acesso externo para entrada de carros • e equipamentos de grande porte;Caixas de utilidades distribuídas por todo o • pavimento, equipadas com energia trifásica e monofásica, água, esgoto e cabos de dados e voz para atender as necessidades dos estandes;Praça de alimentação decorada e estruturada • para uma maior comodidade;Telefones públicos;• Cozinha exclusiva equipada com os melhores • equipamentos do mercado, inclusive com forno Self Cooking.

77

Nova sede, em um lugar históricoA Fábrica de Negócios foi construída no mesmo lugar da primeira sede da Fábrica Fortaleza. Esta funcionou durante 29 anos no local – de 1951 a 1980 –, quando foi transferida para sua sede atual no município de Eusébio. As antigas instala-ções da fábrica ficaram desativadas de 1980 até 2008, ano em que começaram as obras do maior e mais moderno centro de eventos privado de Fortaleza, a Fábrica de Negócios.

78

Em breve vamos ficar chiques. O poder público, junto da iniciativa privada, dará um presente para a cidade. Um pedacinho do Japão, como se fosse um couvert da cultura japonesa para o povo cearense. É mais que uma praça com uma fontezinha, com água corrente, uns peixes e uns bambus. Vai ser algo grandioso, na Av. Beira Mar, antigo morro do Granville. O projeto do Jardim Japonês contempla elementos paisagísticos com simbologias típicas da terra do sol nascente: nascentes d’água e lagos, que simbolizam o acúmulo de experiência da vida; carpas, que repre-sentam a coragem e perseverança; cascatas, que expressam a força e juventude; e pontes, que simbolizam a ligação entre a Terra e o Paraíso.Já vou avisando: não vai ter vendedor de rede, não vai ter gar-rafinhas de areia colorida, não vai ter gente panfletando o show do Zé Modesto e Lailtinho, quenga, repentistas. Vendedores de coco, então, nem pensar. Ja-po-nês, ok? J-a-p-o-n-ê-s!Tudo bem, tá lindo, afinal de contas, temos um restaurante japonês a cada esquina, temakerias – que nem no Japão existem –, self-services japoneses até em supermercados, enfim, uma influência enorme desta cultura no nosso povo. A gente passa na rua e só vê japonês, como em São Paulo, até letreiros em japonês tem... Bom, então fica faltando, agora, retratar através de espaços públicos outros povos como os noruegueses, viet-

namitas e os australianos, que contribuíram decisivamente para dar a cara da nossa gente – que, evidentemente, devem estar morrendo de ciúmes do nosso pedacinho de Japão. Eu não sei exatamente com quantos centa-vos o meu imposto pessoal contribuiu com esta nipo-empreitada, mas fiquei muito feliz, até porque, realmente, com as praias limpas, seguras, com uma infra-estrutura fantástica que temos, precisamos muito deste jardim – aliás não sei como vivemos até hoje sem ele! Já foram na Praia do Futuro? E na Prainha? Não foram? Ahhh... precisam ir! Vão ver que o poder público realmente não precisa

melhorar nada para receber o nosso turista antes de construir o japonódromo. Vão ver barracas caindo aos pedaços, com um garçom fumando um cigarro, com mesas arrebentadas, cadeiras podres (a maresia aqui é forte, sabe?) cheias de pregos enfer-rujados, cobrando 60 reais (preço de primeiro mundo) por um peixe feito dentro deste contexto sabe-se lá com que higiene. A praia é bonita, mas você precisa estar de frente para o mar quase molhando os pés na água e não olhar pra trás. Sabe o que acontece? O turista sai achando isso tudo engraçado. É... engraçado! “Povo simples, o cearense, né? Hospitaleeeiro...”. Talvez isso comece a mudar agora que vamos ficar chiques com o sushi place na Beira Mar. Será que vão colocar gueixas como guias turísticas também?

Contato e comentários:[email protected]

Marcelo Fortuna

o JARDIM do SUSHI

80

1º Conceito do Projeto1º Iluminação1º Revestimentos1º Sistemas Modulados1º Móveis de Design2º Vidros e Metais (Tecnologia)1º Adornos, complementos e obras de arte

Localizada nas Dunas, esta bela casa teve seu projeto inicial modificado para atender às necessidades dos proprietários, que têm cinco filhos. Ela se desenvolve em dois pavimentos: no superior estão todas as suítes – uma para cada criança – garantindo, assim, a privaci-dade de todos. No pavimento térreo os espaços são amplos e estão integrados à piscina através das imensas esquadrias de PVC e vidro. A parede, revestida em mármore travertino, surge na fachada principal, e segue até a fachada posterior, con-ferindo um ponto marcante no desenho geral da casa de traços retos e cores claras. As mesas do living e do home foram criadas para a Casa Cor: a primeira possui base em aço e tampo em mármore branco Atenas; a segunda possui base em madeira revestida com espelho e cones de madeira laqueados de preto, com tampo em acrílico.

Categorias

N DÚCLEO DE ECORAÇÃO

C E A R Á

RESULTADO DO JULGAMENTO PRÊMIO PROJETO E INOVAÇÃO

82

Premiado: Racine Mourão

2º Adornos, complementos e obras de arte

N DÚCLEO DE ECORAÇÃO

C E A R Á

RESU

LTAD

O D

O JU

LGAM

ENTO

PRÊ

MIO

PR

OJE

TO E

INO

VAÇÃ

O

Premiados: Regina Catunda e Ivina de Aguiar

Categoria

Tendo como foco uma residência de vera-neio, em um terreno de 2.700m2 na Praia do Presídio, no município de Aquiraz, mas que considerasse a possibilidade de vir a ser a residência principal de um casal e duas filhas, foi desenvolvido um projeto com grandes áreas de convivência, e com todo conforto de uma residência urbana.A residência possui duas suítes completas com quarto, closet e banheiro para as filhas e uma com quarto, estar, varanda, closet e banheiro para o casal, dois quartos de hóspedes (com banheiro comum aos dois), estar/TV/jantar integrados, copa/cozinha e lavabo, acrescido de sauna e sala de fitness. A piscina aproveita o grande desnível do terreno e transborda como cascata para um lago no nível mais baixo e é atendida pelo estar/churrasqueira/deck, num nível inter-mediário.

83

Premiados: Rafael Rodrigues & Thiago Mapurunga

N DÚCLEO DE ECORAÇÃO

C E A R Á

RESULTADO DO JULGAMENTO PRÊMIO PROJETO E INOVAÇÃO

2º Conceito do Projeto1º Iluminação2º Revestimentos1º Sistemas Modulados1º Móveis de Design1º Vidros e Metais (Tecnologia)2º Adornos, complementos e obras de arteNovos Talentos

Categorias

Planejada para uma família que gosta de re-ceber seus convidados com conforto, a edifi-cação está toda voltada para a área de lazer. A transparência dos ambientes interligados é feita pelo uso do vidro em abundância.Partindo do princípio de uma arquitetura limpa, aconchegante, sem muitos detalhes, o projeto segue num estilo minimalista con-temporâneo, com uma geometria simples, jogo de volumes e poucas cores.Na área externa, a simplicidade da vegetação cria um cenário tropical com uma variedade de palmeiras e plantas resistente ao vento do local. À noite, a iluminação artificial valoriza cada ponto do jardim, destacando ainda mais a paisagem interna.A iluminação é indireta em grande parte dos ambientes; nos outros, a ideia é iluminar com uma luz dimerizada e automatizada.

84

Bem vindo aIcapuí

Descobrir Icapuí é quase uma obrigação. Talvez

isso tenha levado, instintivamente, o espanhol

Vicente Pinzón a aportar, um mês antes de

Pedro Álvares Cabral, em Ponta Grossa, uma das

belíssimas praias desse município localizado a

190 km de Fortaleza. O Brasil, pelo menos esse

como nós conhecemos, surgiu nesse belíssimo

pedaço de terra – um pedaço com 65 km, que

correspondem a 10% de todo o litoral cearense.

85

Foto

s: An

dré

Bene

vide

s

86

O prefeito José Edílson da Silva, já em sua segunda gestão, tem trabalhado no incentivo do desenvolvimento da agricultura do município. “Cerca de 80% da população de Icapuí, direta ou indiretamente, vive da pesca. E grande parte dessas pessoas foi bastante prejudicada com a proibição do uso da caçoeira na pesca da lagosta”, explica, referindo-se à decisão da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) de vetar o uso da rede de arrasto. A Prefeitura, que já concluiu a construção que um mirante, com inauguração ainda por vir, vem tentando restaurar um engenho de cana: “abrir um lugar como esse para a popu-lação e para os turistas é também contar a nossa história para todas essas pessoas”, explica o prefeito.

Foto

: Cla

udia

Reb

olça

s

87

88

A prefeitura de Icapuí, através da Secretaria de Turismo e Esporte, comandada por Fátima Lacerda, pretende, entre diversas outras ações, explorar melhor esse poten-cial que a cidade possui. Uma das ideias iniciais de capitalizar melhor essa notoriedade é construir um marco do descobrimento em Ponta Grossa, além de um museu – um sítio arqueológico, descoberto por um pescador há cerca de 20 anos, possui evidências da presença de povos pré-históricos, além de marcas da colonização europeia. Fátima Lacerda ressalta que outros pontos fortes a serem trabalhados ao longo de sua gestão são desen-volver uma economia sustentável, inclusão social, além da preservação da natureza, item obrigatório para um lugar como Icapuí.

Sala VipO setor de arquitetura conta com mais um grupo de arquitetos diplomados, formados pela Unifor - Universidade de Fortaleza. A comemoração, realizada no buffet La Maison, contou com a presença de convidados e familiares. A festa teve o patrocínio da revista Kapa Concept, da Cameron Construtora e da Teesla Animation Studio.

90

Centro da Música Popular do Sertão Nordestino

Espa

ço A

cadê

mic

o Inspirado na diversidade cultural e plasticidade que o sertão nordestino oferece, o projeto do Centro da Música Popular do Sertão Nordestino traz essa reali-dade para um âmbito contemporâneo, incorporando a uma arquitetura moderna elementos que remetem as cores, formas e texturas do sertão.A estruturação da planta se baseou nas antigas casas do interior, com uma área social na parte dianteira e os outros ambientes dispostos ao longo de um corredor central, que dava acesso ao quintal, onde, no caso, foi locado o palco externo de apresentação. A concepção da forma da planta baixa teve inspiração na sanfona, o instrumento símbolo do forró sertanejo e com grande riqueza de movimentos. As dimensões do lobby ocupam toda a fachada principal, com um pé direito de treze metros e quarenta. A sua forma curva foi aplicada para dar movimento, e seus dois arcos desencontrados visam gerar uma área para a entrada dos pedestres, permitindo uma fachada inteira e sem aberturas. Seu fechamento é feito com painel de madeira e vidro incolor temperado dando transparência e permitindo a captação da luminosi-dade matinal.

92

Roberta Linhares1o Lugar Melhor Desempenho Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo do Centro de Ciências Tecnológicas - UNIFOR

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

O programa de necessidades foi disposto ao longo de três pavi-mentos, apresentando alguns ambientes com pé direito duplo, como a área de exposição e outros com pé direito triplo, como o lobby de entrada.O primeiro andar consta de uma área de exposição permanente voltada ao Xote, o Xaxado e o Baião, assim como seus principais cantores e compositores; um lobby onde ocorrerão exposições de artistas iniciantes; um auditório para 266 pessoas; praça de alimentação e o setor de serviço. O auditório, com uma estrutura similar a um teatro, com coxia, camarim e depósito de cenários, tem seu acesso de serviço feito pelo subsolo, possibilitando ao artista uma entrada reservada. Essa variação de nível do térreo ao subsolo foi atingida pelo desnível de 15 cm a cada fileira, exigência importante para uma visibilidade do público ao palco.No segundo andar fica toda a parte administrativa, com salas de reunião, setor de marketing e administração de curso.

No terceiro andar fica a sala de exposição temporária, biblioteca, com literatura sobre o assunto, partituras, multimídia e fonoteca com discos de vinil, cds e dvds, onde o público frequentador possa viven-ciar um pouco da nossa história musical. A acessibilidade foi uma preocupação recorrente durante todo o processo de criação; assim, todos os ambientes são amparados por elevadores ou rampas de baixa inclinação.

93por Raquel Gonçalves

Maquetes EletrônicasA certeza de ingressar no mundo das artes digitais veio com a animação Toy Story, um dos maiores sucessos da Pixar, estúdio responsável por outros grandes sucessos de bilheteria, como Procurando Nemo e Carros. Fã de arte, cinema e tecnologia, Thiago Ness, do Teesla Animation Studios, dedica hoje seu tempo produzindo arte digital, além de oferecer cursos profissionalizantes na área. Além do estúdio, Thiago hoje trabalha produzindo visualiza-ção arquitetônica em um grande escritório de arquitetura de Fortaleza. Segundo Thiago, o papel do profissional que cria a maquete eletrônica é antecipar o sonho do arquiteto. “Ele é o gênio por trás de tudo. O nosso papel é dar vida à sua ideia. O arquiteto toca as pessoas e pra nós é emocionante participar do processo e ver o resultado final”, diz Thiago.

94

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

Para criar uma maquete eletrônica, profissionais como Thiago recebem as plantas baixas dos projetos arquitetônicos. A partir dela, modelam o espaço em programas 3D, para depois aplicar os materiais e iluminar a cena. “Isto feito, posicionamos uma câmera virtual e tiramos uma foto. Se não ficou bom, reposicionamos a câmera, mudamos a luz, trocamos um ou outro material, corrigimos reflexo, tudo isso utilizando um software 3D”, explica.

Thiago vê espaço para as maquetes eletrônicas no mer-cado: “a arquitetura é uma área que tem carência de um profissional qualificado em maquetes eletrônicas. Quem sabe fazer, geralmente, aprendeu sozinho, porque a criação envolve o domínio de alguns softwares, por vezes, complicados”. O Teesla Animation Studios, localizado no Pátio Dom Luis, nas salas 1601 e 1602, tenta suprir como pode essa lacuna no mercado. “Nós oferecemos 2 cursos com foco principal na arquitetura: um curso de Google SketchUp, um software bem conhecido e fácil de utilizar, que permite a elaboração de projetos de uma forma menos realista; e um novo curso de criação de maque-tes eletrônicas, ou seja, criação de imagens foto reais estáticas de ambientes arquitetônicos, com a utilização do software 3Ds Max da Autodesk”.

95

Maq

uete

s Físi

cas

Tudo começou, literalmente, como uma brincadeira. Há exatos 10 anos, o sobrinho pediu a sua ajuda para fazer uma casa de papelão. Pouco tempo depois, cansado da diversão, o sobrinho tentou destruir a casa. Foi aí que Ronaldo Veras viu que aquilo poderia ser mais do que um hobby pra ele.

96

Foto

: Cla

udia

Reb

ouça

s

Hoje, Ronaldo é referência mundo das maquetes. Tal qual um artesão, seu trabalho é dar vida (ainda que miniaturizada) ao projeto do arquiteto. “O meu trabalho começa quando recebo o projeto executivo, que é o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra – exatamente o mesmo que o engenheiro recebe para executar a obra real”, explica Ronaldo.

97

Uma rápida olhada em sua oficina de maquetes já é suficiente para se encan-tar: é um pequeno mundo – feito em plástico, PVC, poliuretano, ferro, madeira – em miniatura. Ronaldo chama suas maquetes de especiais. Os trabalhos realmente saltam aos olhos – o uso de luzes gera um efeito incrivelmente real. “Uso micro leds, que, além de fazer a iluminação perfeitamente, propor-cionalmente encaixam-se na escala”, diz Ronaldo, que está na fase final de uma maquete que durou 5 meses para ficar pronta – “algumas duram poucos dias, outras chegam a meses, como essa. Tudo depende da complexidade do projeto”, explica, ressaltando que o cliente, muitas vezes, acompanha diversas fases do projeto com maquetes mais simples.

98

Hoje, pode-se dizer que os artistas têm uma liberdade que no passado não possuíam: podem enveredar por todos os meios expressivos que forem capazes de abordar. A competência no manuseio das técnicas e a adaptação de suas poéticas às linguagens são os parâmetros que devem ser observados. O artista José Guedes tem navegado nos últimos anos por vários uni-versos expressivos contemporâneos: fotografias, vídeos, instalações, intervenções urbanas e em todos esses campos apresenta domínio, rigor técnico e perfeita adaptação do seu discurso à linguagem.

Galer

iaKa

pa

Títulos Engrenagem 21Técnica: Desenho s/ cartãoTécnica: bico de pena s/ cartãoDimensões: 29,7 x 21 cm

Título: Engrenagem 4Técnica: Têmpera s/ telaAno: 2009Dimensões: 160 x 050 cm

José Guedes

100

Agora, na coleção que nos apresenta neste início de 2009, nos sur-preende ao retomar as linguagens artísticas clássicas: o desenho e a pintura. E o faz com uma elaboração que mostra todo o seu elevado apuro técnico e criatividade surpreendente, enveredando por um universo formal complexo que poderíamos situar entre o orgânico e o mecânico, deslocando-se entre a construção e a desconstrução dos espaços que compõe com linhas puras ou vigorosas cores. É uma retomada das linguagens clássicas para dizer coisas novas.

engrenagem 36 engrenagem 32

Título: Engrenagem 7Técnica: Têmpera s/ telaAno: 2009Dimensões: 250 x 120 cm

Título: Engrenagem 11Técnica: Têmpera s/ telaAno: 2009Dimensões: 160 x 100 cm

101