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KARL MARX “...um homem da grande espécie intelectual, como cada século produz dois ou três” Friedrich Engels

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KARL MARX “...um homem da grande espécie intelectual, como cada século produz dois ou três”

Friedrich Engels

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Núcleo analítico

central: O TRABALHO.

HOMEM X TRABALHO X NATUREZA

O HOMEM NÃO SUBSISTE SEM O TRABALHO,

SEM A NATUREZA: É

UMA DIMENSÃO

ONTOLÓGICA DO SER HOMEM

Núcleo analítico

central: O TRABALHO.

HOMEM X TRABALHO X NATUREZA

O HOMEM NÃO SUBSISTE SEM O TRABALHO,

SEM A NATUREZA: É

UMA DIMENSÃO

ONTOLÓGICA DO SER HOMEM

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QUESTÕES FUNDAMENTAISQUESTÕES FUNDAMENTAIS

a desigualdade social é reflexo da desigualdade econômica.

a desigualdade social é estrutural; é uma dimensão ontológica da sociedade capitalista

a sociedade se estrutura de forma piramidal, sendo o topo da pirâmide o ápice do poder social.

As pessoas não conhecem ou não sabem que sociedade está estruturada dessa forma

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PONTOS CENTRAIS E SINTÉTICOS DO

PENSAMENTO DE KARL MARX,

SEGUNDO ARON

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1º ponto – 1º ponto – deve-se analisar a deve-se analisar a sociedade sociedade não não a partir do quê os a partir do quê os homens pensam sobre ela, mas a homens pensam sobre ela, mas a partir de sua base materialpartir de sua base materialOs homens entram em determinadas relações,

necessárias, que são independentes de suas vontades. Convém em outros termos, seguir o movimento da história, analisando as estruturas das sociedades, as forças de produção e a relações de produção, e não tomando como origem da interpretação a maneira de pensar dos homens. Há relações sociais que se impõem aos indivíduos, feita a abstração de suas preferências, e a compreensão do processo histórico fica condicionada pela inteligência dessas relações supra-individuais.

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2º ponto- 2º ponto- toda sociedade toda sociedade possui uma base material e possui uma base material e constrói interpretações que constrói interpretações que justificam sua estrutura socialjustificam sua estrutura social

Em toda a sociedade podem-se distinguir a base econômica, ou infra-estrutura, e a superestrutura. A infraestrutura constitui-se essencialmente por forças e relações de produção, enquanto na superestrutura figuram as instituições jurídicas e políticas, ao mesmo tempo que as maneiras de pensar, as ideologias, as filosofias.

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3º ponto – 3º ponto – a contradição e o a contradição e o conflito são princípios inerentes ao conflito são princípios inerentes ao processo de mudança e processo de mudança e transformação da sociedade - transformação da sociedade - dialéticadialética O propulsor do movimento histórico é a contradição

em certos momentos do devir, entre forças e relações de produção. As forças de produção são, ao que parece, basicamente a capacidade de determinadas sociedades de produzir, capacidade que está em função dos conhecimentos científicos, do aparelho técnico, da organização, inclusive, do trabalho coletivo. (....) A dialética da história se constitui pelo movimento das forças produtivas, entrando essas em contradição, em certas épocas revolucionárias, com as relações de produção, isto é, ao mesmo tempo as relações de propriedade e a distribuição de rendas entre os indivíduos ou grupos da coletividade.

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4. Ponto –4. Ponto – a luta de classes torna-se o a luta de classes torna-se o motor propulsor das mudanças que se motor propulsor das mudanças que se desenvolvem por meio do conflito e a desenvolvem por meio do conflito e a contradição entre forças produtivas e contradição entre forças produtivas e relações sociais de produçãorelações sociais de produção

Nessa contradição entre forças e relações de produção, é fácil introduzir a luta de classes, basta considerar que nos períodos revolucionários, isto é os períodos de contradição entre forças e relações de produção, uma classe apega-se às relações de produção antigas, que se tornam um entrave para o desenvolvimento das forças produtivas e , pelo contrário, uma outra classe, progressista, representa novas relações de produção que, em vez de serem um obstáculo na via do desenvolvimento das forças produtivas, favorecem ao máximo o crescimento dessas forças.

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4. 4. Ponto –4. 4. Ponto – a luta de classes torna-se o motor a luta de classes torna-se o motor propulsor das mudanças que se desenvolvem por propulsor das mudanças que se desenvolvem por meio do conflito e a contradição entre forças meio do conflito e a contradição entre forças produtivas e relações sociais de produçãoprodutivas e relações sociais de produção

Continuação.Na sociedade capitalista a burguesia está ligada

à propriedade privada dos instrumentos de produção e, com isso, a uma certa divisão da renda nacional. Por outro lado, o proletariado, que constitui o outro polo da sociedade representa uma outra organização da coletividade, se torna em certo momento da história, o representante de uma nova organização da sociedade, organização que será mais progressiva que a organização capitalista. Essa nova organização vai marcar uma fase ulterior do processo histórico, um desenvolvimento mais avançado das forças produtivas.

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5. Ponto – 5. Ponto – o ápice do conflito se o ápice do conflito se define na Revolução como um define na Revolução como um decurso inevitáveldecurso inevitávelEssa dialética das forças e das relações de produção sugere uma teoria das revoluções. De fato, as revoluções não são acidentes políticos, mas expressão de uma necessidade histórica. As revoluções preenchem funções necessárias e se produzem quando lhe dão as condições. As forças de produção devem desenvolver-se no seio da sociedade capitalista; as relações de produção socialistas devem amadurecer no seio da sociedade atual, antes de se produzir a revolução que há de marcar o fim da pré-história.

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6. Ponto6. PontoDentro dessa interpretação histórica,

Marx não distingue apenas infra e super estrutura, mas opõe a realidade social e a consciência: não é a consciência dos homens que determina a realidade; pelo contrário, é a realidade social que determina a sua consciência. Daí, então, uma concepção de conjunto, segundo a qual se deve explicar a maneira de pensar dos homens pelas relações sociais em que estão integrados.

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7. Ponto7. PontoMODOS DE PRODUÇÃO:Para Marx existem 4 modos de produção distintos:

A) o antigo - escravidãoC) o feudal - servidãoD) o capitalismo - salário

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoDialética- Hegel: conflito e contradição – negação e superação do ser (mesmo)TESE = SER = PURA POTENCIALIDADETESE = SER = PURA POTENCIALIDADE

ANTÍTESE = NÃO SERANTÍTESE = NÃO SER

SÍNTESE = VIR A SERSÍNTESE = VIR A SER

O QUAL DEVE MANIFESTAR NA REALIDADE ATRAVÉS DA

NA CONTRADIÇÃO ENTRE TESE E ANTÍTESE SURGE

ESSE RACIOCÍNIO É APLICADO

TANTO À AQUISIÇÃO

DE CONHECIMENTO QUANTO

À EXPLICAÇÃO

DOS PROCESSOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoA verdadeira contradição

dialética possui duas características principais:1. Nela, os termos contraditórios não são

dois positivos contrários ou opostos, mas dois predicados contraditórios do mesmo sujeito, que só existem negando um ao

outro. Em lugar de dizer quente-frio, doce-amargo, material-espiritual, natural-cultual, devemos compreender que é

preciso dizer: quente-não quente, frio-não frio, doce-não doce, amargo-não amargo,

material-não material, espiritual-não espiritual, natural-não natural, cultural

não-cultural

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoA verdadeira contradição

dialética possui duas características principais:2. O negativo (o não X: não doce, não frio,

não material, não cultural, etc) não é um positivo contrário a outro positivo, mas

é verdadeiramente negativo. Se eu disser, por exemplo, “o caderno não é

“arvore”, esse não não é um verdadeiro negativo, pois o caderno e a árvore

continuam como dois termos positivos. Esse não, escreve Hegel, é mera

negação externa. Nesta, qualquer termo pode ser negação de qualquer outro

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoO negativo é uma negação interna, como aquela que surge se eu disser: “a canoa é a não-árvore”, pois, aqui o ser da canoa, a sua realidade , é a negação da realidade da árvore, a canoa é a árvore negada como árvore.

Não tenho uma árvore que virou uma canoa, mas uma árvore que deixou de ser árvore porque transformada em canoa. A negação interna é aquela na qual um ser é a supressão de seu outro, de seu outro negativo.

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoMétodo analítico da realidade social: Método analítico da realidade social: materialismo histórico- dialético;materialismo histórico- dialético;

““Aplicada aos fenômenos historicamente Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de produzidos, a ótica dialética cuida de apontar a contradições constituídas da apontar a contradições constituídas da vida social que resultam na negação e vida social que resultam na negação e superação de uma determinada ordem.” superação de uma determinada ordem.” p. (30).p. (30).

A análise da vida social deve, portanto, A análise da vida social deve, portanto, ser realizada através de uma perspectiva ser realizada através de uma perspectiva dialética que, além de procurar dialética que, além de procurar estabelecer as leis de mudança que regem estabelecer as leis de mudança que regem os fenômenos, esteja fundada no estudo os fenômenos, esteja fundada no estudo dos fatos concretos, a fim de expor o dos fatos concretos, a fim de expor o movimento real no seu conjunto.movimento real no seu conjunto.

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1- dialética e 1- dialética e materialismomaterialismoConflito e contradição são elementos Conflito e contradição são elementos inerentes à realidade social; dessa inerentes à realidade social; dessa forma, por meio na negação e da forma, por meio na negação e da superação essa realidade vai sendo superação essa realidade vai sendo destruída, construída e reconstruída.destruída, construída e reconstruída.

O mundo é resultado da ação humana O mundo é resultado da ação humana no decurso histórico. A materialidade é no decurso histórico. A materialidade é o fundamento da vida.o fundamento da vida.

Materialismo histórico: “Materialismo histórico: “as relações as relações materiais que os homens estabelecem e materiais que os homens estabelecem e o modo como produzem seus meios de o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas vida formam a base de todas as suas relações.” (p.31).relações.” (p.31).

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1- dialética e materialismo1- dialética e materialismoOs processos ligados à produção são

transitórios, como as idéias, concepções, gostos, crenças, categorias do conhecimento e ideologias os quais, gerados socialmente dependem do modo como os homens se organizam para produzir. Portanto, o pensamento e a consciência são, em última instância, decorrência da relação homem/natureza, isto é, das relações materiais. (p.32)

A forma como a sociedade pensa é decorrência da forma como estão estruturadas as relações materiais e por decorrência, as sociais

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2 – necessidades: produção e 2 – necessidades: produção e reproduçãoreproduçãoA forma como os homens

produzem sua materialidade explica a forma como produzem suas relações sociais.

a premissa da análise marxista da sociedade é, portanto, a existência de seres humanos que , por meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dão origem à sua vida material.

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2 – necessidades: produção e 2 – necessidades: produção e reproduçãoreprodução

Na busca de satisfação de suas necessidades básicas, o homem precisa interagir com a natureza. No entanto, diferentemente dos animais, os homens transcendem a mera satisfação e produz também relações sociais. Passam a atribuir sentidos e significados à materialidade produzida. O materialismo histórico é um método de análise da vida econômica, social, política e intelectual que estuda historicamente esse processo de produção das satisfações físicas do homem e a produção das relações sociais que derivam dessa interação com a natureza.

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3- forças produtivas e 3- forças produtivas e relações sociais de produçãorelações sociais de produção

“Ao produzir para prover-se do que precisam, os seres humanos procuram dominar as circunstâncias naturais, e podem modificar a fauna e a flora. Para isso, organizam-se socialmente, estabelecem relações sociais.

O ato de produzir gera também novas O ato de produzir gera também novas necessidades, que não são, por necessidades, que não são, por conseguinte, simples exigências conseguinte, simples exigências naturais físicas, mas produtos da naturais físicas, mas produtos da existência existência social.” (p. 33)social.” (p. 33)

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3- forças produtivas e relações 3- forças produtivas e relações sociais de produçãosociais de produçãoForças produtivas e relações sociais de

produção são conceitos que permitem uma análise das estruturas sociais estabelecidas historicamente. São conceitos interdependentes

FORÇAS PRODUTIVAS: exprimem o grau de domínio humano sobre a natureza: ◦ A) bens◦ b) tecnologias ◦ c) processos modos de cooperação; ◦ d) divisão técnica do trabalho◦ e) habilidades e conhecimentos ◦ f) instrumentos◦ g) matéria – prima

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3- forças produtivas e relações 3- forças produtivas e relações sociais de produçãosociais de produção

“portanto, as forças produtivas são o resultado da energia prática dos homens, mas essa mesma energia está determinada pelas condições em que os homens se encontram colocados, pelas forças produtivas já adquiridas pela forma anterior a eles, que eles não criaram e que é produto da geração anterior. Isso cria uma conexão na história dos homens.

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3- forças produtivas e relações 3- forças produtivas e relações sociais de produçãosociais de produção

Relações sociais de produção: refere-se à formas estabelecidas de distribuição dos meios de produção e do produto, do tipo de divisão do trabalho social numa dada sociedade e em um período histórico determinado.

RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO: exprimem o modo como os homens se organizam entre s para produzir, que formas existem naquela sociedade para a apropriação de ferramentas, terras, tecnologias, fontes de matérias-primas e energia, quem toma decisões que afetam a produção. ESTABELECEM A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

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3- forças produtivas e relações 3- forças produtivas e relações sociais de produçãosociais de produção

◦ FORMAS DE PRODUÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DO PRODUTO: A) distribuição dos instrumentos de

produção B) distribuição dos membros da

sociedade pelos diferentes gêneros de produção

A DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO EXPRESSA OS MODOS DE SEGMENTAÇÃO DA SOCIEDADE,

OU SEJA, DESIGUALDADES SOCIAIS MAIS ABRANGENTES E CORRESPONDE À

ESTRUTURA DE CLASSES DA SOCIEDADE (P.35)

TRABALHO MANUAL X INTELECTUAL

INDUSTRIAL X COMERCIAL X

AGRÍCOLATRABALHO NO

CAMPO X CIDADE

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3- forças produtivas e relações 3- forças produtivas e relações sociais de produçãosociais de produção

EM RESUMO, O CONCEITO DE FORÇAS PRODUTIVAS REFERE-SE AOS

INSTRUMENTOS E HABILIDADES QUE POSSIBILITAM O CONTROLE DAS

CONDIÇÕES NATURAIS PARA A PRODUÇÃO, E SEU DESENVOLVIMENO É EM

GERAL CUMULATIVO. O CONCEITO DE RELAÇÕES SOCAIS DE PRODUÇÃO

TRATA DAS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E

DISTRIBUIÇÃO, DE POSSE E TIPOS DE PROPRIEDADE DOS MEIOS DE

PRODUÇÃO, BEM COMO E QUE SE COSTITUEM NO SUBSTRATO PARA A

ESTRUTURAÇÃO DAS DESIGUALDADES EXPRESSAS NA FORMA DE CLASSES

SOCIAIS. O PRMEIRO TRADA DAS RELAÇÕES HOMEM/NATUREZA E O

SEGUNDO DAS RELAÇÕES ENTRE OS HOMENS NO PROCESSO PRODUTIVO.

(P.36)

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4 – Estrutura e 4 – Estrutura e Superestrutura Superestrutura “São os homens que produzem as suas representações, as suas idéias, etc., mas os homens reais, atuantes, e tais como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as formas mais amplas que estas possam tomar”

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a)a) Ideologias políticasIdeologias políticasb)b) Concepções religiosasConcepções religiosasc)c) Códigos morais e estéticosCódigos morais e estéticosd)d) Sistemas legais,Sistemas legais,e)e) Sistemas de ensinoSistemas de ensinof)f) Sistemas de comunicaçãoSistemas de comunicaçãog)g) Conhecimento filosófico e científicoConhecimento filosófico e científicoh)h) Representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de Representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de

pensar e concepções de vida.pensar e concepções de vida.

a) bens b) tecnologias c) processos modos de cooperação; d) divisão técnica do trabalhoe) habilidades e conhecimentos f) instrumentosg) matéria – primah) trabalho

ESTRUTURA

SUPERESTRUTURA (SISTEMAS IDEOLÓGICOS – BASE IMATERIAL)

BASE OU INFRAESTRUTURA ( SISTEMA ECONÕMICO – PRODUTIVO – BASE MATERIAL)

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4 – Estrutura e 4 – Estrutura e SuperestruturaSuperestrutura Na produção da vida, os homens geram também outra

espécie de produtos que não têm forma material:

a)a) Ideologias políticas (formas de Estados)Ideologias políticas (formas de Estados)

b)b) Concepções religiosasConcepções religiosas

c)c) Códigos morais e estéticosCódigos morais e estéticos

d)d) Sistemas legais (relações jurídicas)Sistemas legais (relações jurídicas)

e)e) Sistemas de ensinoSistemas de ensino

f)f) Sistemas de comunicaçãoSistemas de comunicação

g)g) Conhecimento filosófico e científicoConhecimento filosófico e científico

h)h) Representações coletivas de sentimentos, ilusões, Representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida.modos de pensar e concepções de vida.

Essas formas de agir e pensar derivam da base material da sociedade, da base econômica, que é expressa por meio do conceito de modo de modo de produçãoprodução;

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4 – Estrutura e superestrutura4 – Estrutura e superestruturaNa produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência. Em certo estágio de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que é a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais tinham movido até então. Das formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transforma-se no seu entrave. Surge, então, uma época de revolução social. A transformação da base econômica altera, mais ou menos rapidamente, toda a imensa superestrutura (p. 38)

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4 – Estrutura e Super 4 – Estrutura e Super estruturaestrutura“A situação econômica é a base, mas os

diversos fatores da superestrutura- as formas políticas da luta de classes e seus resultados, as Constituições que, uma vez ganha a batalha, são redigidas pela classe vitoriosa, etc.. As formas jurídicas, e mesmo os reflexos de todas reais no cérebro dos participantes, as teorias políticas jurídicas, filosóficas, as idéias religiosas e o seu desenvolvimento ulterior até serem convertidas em sistemas dogmáticos – exercem igualmente a sua ação sobre o curso das lutas históricas e, em muitos casos, determinam predominantemente sua forma.

Page 33: KARL MARX...um homem da grande espécie intelectual, como cada século produz dois ou três Friedrich Engels

4- Estrutura e Super 4- Estrutura e Super estruturaestruturaIDEOLOGIA: é difícil encontrar na ciência social um conceito tão complexo, tão cheio de significados, quanto o conceito de ideologia. Nele se dá uma acumulação fantástica de contradições, de paradoxos, de arbitrariedades, de ambiguidades, de equívocos e mal-entendidos, o que torna extremamente difícil encontrar o seu caminho nesse labirinto. (Michael Lövy)

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Ideologia: pontos Ideologia: pontos importantes:importantes:

O conceito de ideologia não vem de Marx: ele simplesmente o retomou.

Foi um termo “inventado” – literalmente por Destutt de Tracy (1801).

Destutt de Tracy e seu grupo entram em conflito com Napoleão, que os chamou de ideólogos: são metafísicos, que fazem abstração da realidade, que vivem em um mundo especulativo

Page 35: KARL MARX...um homem da grande espécie intelectual, como cada século produz dois ou três Friedrich Engels

Ideologia: pontos importantesIdeologia: pontos importantesQuando Marx, na primeira metade do século XIX,

encontra o termo em jornais, revistas e debates, ele está sendo utilizado em seu sentido napoleônico, isto é, considerando ideólogos aqueles metafísicos especuladores.

O conceito de ideologia I aparece como equivalente à ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as idéias aparecem como motor da vida real.

Para Marx, claramente, ideologia é um conceito pejorativo, um conceito crítico que implica ilusão, ou se refere à consciência deformada da realidade que se dá através da ideologia dominante: as idéias das classes dominantes são as ideologias dominantes na sociedade: qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais

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Ideologia: pontos Ideologia: pontos importantesimportantes

Como todas as ideologias ou utopias, ou visões de mundo são produtos sociais, todas elas tem que ser analisadas em sua historicidade, no seu desenvolvimento histórico, na sua transformação histórica. Portanto, essas ideologias ou utopias, ou visões de mundo tem que ser desmistificadas na sua pretensão a uma validade absoluta.

Uma vez que não existem princípios eternos, nem verdades absolutas, todas as teorias, doutrinas e interpretações da realidade, tem que ser vistas na sua limitação histórica

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5 –Classes sociais e estrutura 5 –Classes sociais e estrutura socialsocial

Ponto de partida: apropriação por não-produtores (pessoas, empresas ou o Estado) de uma parcela do que é produzido socialmente. O trabalho é ontológico do ser humano.

É o surgimento de um excedente excedente da produção que permite a divisão social do trabalho assim como a apropriação das condições de produção por parte de alguns membros da comunidade os quais passam, então a estabelecer algum tio de direito sobe o produto ou sobre os próprios trabalhadores.

A existência de classes sociais vincula-se a circunstâncias históricas específicas, quais sejam, aquelas em que a criação de um excedente possibilita a apropriação privadaapropriação privada das condições de produção. Dessa forma, o materialismo histórico descarta as interpretações que atribuem um caráter natural, inexorável, a esse tipo particular de desigualdade.

Classes sociais: modelo dicotômico◦ Proprietários ou possuidores dos meios de produção.

◦ Despossuídos dos meios de produção.

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Pirâmide social no capitalismo vigente, com suas barreiras à ascensão social.

A2

A1

A3

B1

B2

B3

C1

C2

C3

A1 – chamada “a nova aristocracia”. É a elite dominante, constituída pelos mais ricos: principais acionistas ou proprietários de grandes bancos, grupos financeiros e corporações multinacionais.A1, A2 e A3 – CLASSE ALTA OU CLASSE A1, A2 e A3 – CLASSE ALTA OU CLASSE DOMINANTE.DOMINANTE.B1, B2 e B3 – CLASSES MÉDIAS (ALTA, B1, B2 e B3 – CLASSES MÉDIAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA).MÉDIA E BAIXA).C1, C2 e C3 – CLASSES BAIXAS (ALTA, C1, C2 e C3 – CLASSES BAIXAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA) OU CLASSES MÉDIA E BAIXA) OU CLASSES SUBALTERNAS (OU DOMINADAS).SUBALTERNAS (OU DOMINADAS).C3 – os excluídos ou miseráveis: aqueles que estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, que ganham até um salário mínimo por mês. Essa classe social está em crescimento nos países capitalistas mais excludentes, incluindo-se nesse grupo, o Brasil. São ainda mais pobres que os pobres (C2 e C3). (Sarandy, 2003).Seguindo a pirâmide anterior, podemos estabelecer uma distribuição de poder na sociedade conforme a seguinte dinâmica: 

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CAMADAS CAMADAS SOCIAISSOCIAIS

Poder poder poder poder poder Poder Poder militar cultural religioso econômico político sindical Acadêmico  HIERARQUIAS SOCIAIS

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5 – Classes sociais e 5 – Classes sociais e estrutura socialestrutura social“ o ponto de partida é que a produção é a atividade vital do trabalhador, a manifestação de sua própria vida, e através dela o homem se humaniza”.

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5 - Classes sociais e 5 - Classes sociais e estrutura socialestrutura social“Os indivíduos que constituem a classe

dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência disso que pensam; na medida em que dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua extensão, é lógico que esse indivíduos dominem em todos os sentidos, que tenham, entre outras, uma posição dominante como seres pensantes, como produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos pensamentos de sua época; as suas idéias são portanto, as idéias dominantes de sua época.”

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6. Luta de classes6. Luta de classesPonto essencial: todos os grupos são

classes sociais? não ..a história das sociedades cuja estrutura

produtiva baseia-se na apropriação privada dos meios de produção pode ser descrita como a história das lutas de classeCLASSES EM SI:

conjunto de membros de um

sociedade que são identificados por

compartilhar determinadas

condições objetivas, ou a mesma situação

no que se refere à propriedade dos

meios de produção

CLASSES PARA SI:

classes que se organizam

politicamente para a defesa consciente de seus interesses, cuja

identidade é construída também do ponto de vista

subjetivo

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6. LUTAS DE CLASSE6. LUTAS DE CLASSE

Dado que as classes dominantes sustentam-se na exploração do trabalho daqueles que não são proprietários nem possuidores dos meios de produção – a relação entre elas não pode ser outra, senão conflitiva, ainda que apenas potencialmente.

A consciência de classe conduz, na sociedade capitalista, à formação de associações políticas (sindicatos, partidos) que buscam a união solidária entre os membros da classe oprimida com vistas à defesa de seus interesses e ao combate aos opressores

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7. A economia 7. A economia capitalistacapitalista

A unidade analítica mais simples da sociedade capitalista e a expressão elementar de sua riqueza é a mercadoriamercadoria, , forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho, e composta por dois fatores:

a)a)Valor de usoValor de usob)b)Valor de trocaValor de troca

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7. A economia 7. A economia capitalistacapitalistaa) Valor de uso: a mercadoria tem

a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam as do estômago ou as a fantasia, servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome nunca se torna mercadoria.