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KATIA REGINA CARVALHO FREIRE
O USO DAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA
JACAREZINHO – PR 2012
KATIA REGINA CARVALHO FREIRE
O USO DAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA
Artigo apresentado à Secretaria de Estado da Educação
no Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE
como atividade final da turma de 2010, realizado na
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP,
Campus de Cornélio Procópio – PR, sob a orientação da
Professora Juliana Telles Faria Suzuki.
JACAREZINHO- PARANÁ
2012
O educador consciente é humilde e
confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo
tempo, está atento ao que não sabe, ao
novo. Ensina, aprendendo a relativizar, a
valorizar a diferença, a aceitar o provisório.
José Manoel Moran
O USO DAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA
Autora: Kátia Regina Carvalho Freire
Orientadora: Mestre Juliana Telles Faria Suzuki
Resumo
A escola em seu percurso de formação continuada depara-se com diversos
cursos de formação a distância que contribuem para a formação dos
professores para o uso das tecnologias. Diante deste contexto, propusemos
uma investigação com o propósito de discutir o uso das tecnologias no
cotidiano escolar, incorporando as tecnologias a pratica pedagógica, de forma
a favorecer a formação continuada e a aprendizagem do aluno. Para isso
buscou-se na literatura teóricos que abordavam a questão e estruturou-se um
plano de ação em quatro encontros presenciais com suporte de leitura de
textos postados num blog. Após a coleta de dados, estes foram analisados e
socializados com os envolvidos, tendo como objetivo a superação das
dificuldades na escola onde aplicamos o projeto.
Palavras-chave: Formação continuada; tecnologias; educação a distancia.
INTRODUCAO
O artigo intitulado o uso das tecnologias na formação
continuada é parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional-
PDE, realizado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, pretendeu
discutir o uso das tecnologias no cotidiano escolar, incorporando as tecnologias
a pratica pedagógica, de forma a favorecer a formação continuada e a
aprendizagem do aluno. Nesta sociedade em que vivemos as informações são
transmitidas por meio das Tecnologias da Informação e Comunicação em todos
os setores da vida humana, impondo mudanças no trabalho, na saúde e na
comunicação. Estas mudanças adentram o espaço escolar exigindo formação
continuada para aprender a usar as tecnologias.
Considerando isso, visando a construção do aprendizado nas
escolas públicas e a efetivação do trabalho do pedagogo junto a equipe
docente o campo de trabalho foi o Colégio Estadual Rui Barbosa- Ensino
Fundamental, Médio e Profissionalizante da cidade de Jacarezinho, Estado do
Paraná.
Percebeu-se que as tecnologias educacionais existentes na
escola são pouco utilizadas, porém, tanto professores quanto alunos participam
de redes sociais e fazem uso das tecnologias de informação e comunicação.
Diante do exposto, levantou-se o seguinte questionamento: Como as
ferramentas tecnológicas podem auxiliar o professor na tarefa de ensinar?
Na busca dessas discussões realizou-se uma busca teórica na
qual focalizamos a questão estudada. O primeiro tópico “Enfrentando
mudanças” fala sobre quebrar os paradigmas da sala de aula convencional e
assumir funções diferenciadas, colaborando e ajudando os alunos na
construção de sua identidade e desenvolvendo habilidades que lhes permitam
tornar cidadãos atuantes na sociedade.
No segundo “Breve histórico da educação à distância”
apresenta um resumo sobre sua historia. No terceiro “Uso de ambientes
virtuais de aprendizagem” para atender os alunos da modalidade de educação
à distância, rompendo com a instituição escolar onde o aluno escreve e o
professor repassa os conhecimentos historicamente construídos. E por fim, no
quarto momento uma “Apresentação da pesquisa” e os resultados obtidos na
intervenção pedagógica.
Desta forma, o caminho proposto foi o de transformar a escola
em um ambiente humanizado e democrático, onde equipe administrativa e
pedagógica com políticas internas de formação continuada, estratégias e
inovações educacionais através do ambiente virtual de aprendizagem dão
suporte ao professor no desenvolvimento e autonomia com dinamismo,
adequando sua didática ao universo do público ao qual leciona e utilizando as
tecnologias para deixarem suas aulas mais agradáveis.
1. ENFRENTANDO MUDANÇAS
O século XXI exige da educação condições para alicerçar os
ideais de justiça, paz, solidariedade e liberdade e os professores precisam
ensinar a aprender. Para isto temos que quebrar os paradigmas da sala de
aula convencional e assumir funções diferenciadas, colaborando e ajudando os
alunos na construção de sua identidade e desenvolvendo habilidades que lhes
permitam tornar cidadãos atuantes na sociedade.
Conforme Belloni ( 2005, p.67):
O avanço da tecnologia e a invasão de todas as esferas da vida social pela comunicação e pela informática confrontam a escola com mais este desafio: como modernizar o ensino- adaptando-o às exigências das novas gerações- sem perder de vista suas finalidades maiores( formação do sujeito consciente autônomo, ou da cidadania) sem se deixar envolver e dominar pelo tecnicismo mecânico ou redutor.
As políticas educacionais se modificam e precisamos
acompanhar e formar um professor com metodologias pedagógicas capazes de
transmitir conhecimentos repassados historicamente e utilizem da pesquisa
educacional consistente e abrangente para que os alunos transformem suas
vidas e a sociedade onde se insere tornando-os cidadãos realizados. Através
da educação à distância nosso maior desafio é caminhar para um ensino de
qualidade para que os “professores técnicos" tenham interesse em organizar a
aprendizagem com conexões abertas, que se modificam com facilidade,
criando divergências e convergências, quando necessário para atender a
demanda de trabalho.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, lei 9394/96 de 20/12/1996, em seu artigo 39: “A educação
profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência
e a tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a
vida produtiva.”
Os professores deverão estar preparados para as incertezas
que surgirem conforme afirma Morin (2001, p. 16) “nas ciências físicas [...], nas
ciências da evolução biológica e nas ciências históricas”, e serem capazes de
educar e ensinar com os imprevistos e as incertezas que perpassam a
educação dos nossos tempos de doenças, catástrofes e calamidades. A
formação continuada, por meio da educação à distância poderá ajudar os
professores, como diz Vasconcelos (1998, p.24) ser “ [...] agente de
transformação [...] recuperar sua dignidade [...].”
2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Até pouco tempo atrás, entendíamos que a educação era
adquirida apenas na escola e maneiras de ensinar era feita apenas com a
transmissão de conhecimentos pelos professores. O ensino era privilégio das
classes mais poderosas e quem detinha o poder econômico usufruía da
educação. Com a gratuidade, a educação passou a ser direito de todos e dever
do Estado.
A princípio, percebeu-se que as universidades não se
preocupavam com a formação didático-pedagógica dos professores, e sim com
o domínio do conhecimento correspondente à sua formação. Com isto, surgiu a
idéia da educação não só ensinada nos bancos escolares, mas também
através dos movimentos operários, associações, até chegar à educação à
distância.
Falando em educação à distância no Brasil, não se tem uma
data determinando seu início, mas podemos afirmar que nas tarefas de casa, o
aluno desde os primórdios da instituição escolar já a utilizava e hoje, ela faz
parte das políticas públicas para a formação nos diversos níveis de ensino e o
que a diferencia são os meios tecnológicos utilizados.
Conforme estudos Dias (2010, p. 10) “nos idos de 1934,
Edgard Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola Municipal do Rio de Janeiro,
através do qual os alunos tinham acesso prévio a folhetos e esquemas de
aulas.”
A autora acima diz que a correspondência era muito utilizada
para contato com os alunos e o correio também, surgiu o Instituto Universal
Brasileiro, em São Paulo, criado em 1939 com cursos de Corte e Costura,
Eletrônica, Mecânica, Fotografia e outros que utilizava- se de encartes em
revistas para anunciá-los.
Hoje, conforme afirma Dias ( 2010, p. 10) “cerca de 40 anos
depois, o Instituto Universal Brasileiro continua oferecendo cursos- online.”
Com a popularização do rádio de pilhas, em 1960 começam a
surgir programas de alfabetização de adultos, ligados a Igreja Católica e ao
Governo Federal. Até a década de 1970 a educação à distância no Brasil era
feita por correspondência ou via rádio e com o surgimento da televisão, se
multiplicou, surgindo os telecursos, que se disseminaram através do fax,
videocassete, e agora mais recentemente, com o computador e a web.
As novas tecnologias não descartam as anteriores e os
diversos meios de educação à distância se complementam, influenciando o
ensinar através das mídias e criando um aprendizado colaborativo.
Sabemos que a educação à distância faz parte das políticas
públicas, e é estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), lei 9394/96 e foi regulamentada pelo Decreto 5622, publicado no Diário
Oficial da União de 19/12/2005 e caracteriza conforme DIAS (2010, p. 17)
como:
[...] modalidade educacional na qual a mediação didático- pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.”
A LDB 9394/96 em seu artigo 80, antes de mais nada, traz: “O
Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de
ensino à distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada.”
Temos então, que entender a educação à distância como
forma de organizar o ensino- aprendizagem, estimulando e assistindo o estudo
independente de nossos alunos, na escola ou fora dela, estruturando o trabalho
docente com planejamento, objetivos bem definidos, e técnicas bem
elaboradas, com uso das tecnologias disponíveis, sabendo certamente como
Kenski (2003, p. 32) que “na era digital, é o saber que viaja veloz nas estradas
virtuais da informação”, fazendo surgir o aparecimento de ambientes virtuais de
aprendizagem e modalidades de ensino à distância.
Segundo Belloni (2005, p. 22) “para sobreviver na sociedade e
integrar-se ao mercado de trabalho do século XXI, o indivíduo precisa
desenvolver uma série de capacidades novas”, e diante dos avanços
tecnológicos, a escola tem que se adaptar, para modernizar a educação como
um processo que nunca termina.
Através da Portaria Normativa nº 2, de 10/01/2007, surge os
pólos de apoio presencial, que conforme Dias ( 2010, p. 21) “ é a unidade
operacional para o desenvolvimento descentralizado de atividades
pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a
distância”, hoje chamadas Universidade Aberta do Brasil e instituída por meio
do Decreto 5800, de 08/06/2006, e conforme Dias (2010, p. 27) visa “a oferta
de cursos e programas de educação continuada, superior, na modalidade a
distância, pelas universidades públicas brasileiras” e caberá aos estados e
municípios, a responsabilidade pelos Polos, que se associam com uma ou mais
instituições públicas de ensino, onde se desenvolve atividades dos cursos de
graduação, especialização e formação.
O município fará a criação do Polo, e o estruturará com edital
próprio para contemplar infraestrutura física e logística, recursos humanos e
lista de cursos a serem oferecidos pelas universidades parceiras.
A separação da educação em presencial e à distância não
contribuirá para o seu avanço, as duas modalidades de educação se
completarão e como afirma Tori (2010,p. 27) “com a ajuda das tecnologias
interativas, as atividades virtuais estão conseguindo aumentar a sensação de
proximidade percebida pelos aprendizes” e minimizam os efeitos da distância
física na aprendizagem de maneira geral, aproximando professores e alunos,
fazendo surgir um planejamento com técnicas e métodos, que auxiliem na
criação, desenvolvimento e planejamento de atividades colaborativas fazendo
com isto que a educação à distância também seja,acima de tudo conforme diz
MORAES (20101, p. 13) “fator de desenvolvimento” da educação presencial
ou não.
Conforme Moraes (2010, p. 17) devemos encarar a educação
à distância como algo que “ engloba diversas maneiras de organizar as
atividades de ensino e aprendizagem, incluindo as diferentes formas de
estimular e assistir o estudo independente, a autoinstrução.”
Com as facilidades de acesso às tecnologias existentes, as
instituições começaram a se interessar pela educação à distância, entendendo
conforme diz Kenski (2010, p. 75) “como uma educação que liberta os
envolvidos na ação educativa das rígidas determinações dos espaços e tempos
da educação escolar tradicional” e o uso de e-mail, chats, fóruns,
videoconferências, web e demais mídias digitais dão outra característica a
educação `a distância, fazendo com que professores e alunos se motivem,
organizem e gerenciem seu tempo conforme sua disponibilidade e possam
organizar seu próprio roteiro de estudos.
A educação on-line, realizada através da internet, tem sido
hoje, o melhor meio para distribuir informações rapidamente, a um grande
número de pessoas, concretizando assim a interação entre elas, a troca de
experiências, a resolução de problemas e a comunicação que ajudam alunos e
professores a dinamizar propostas de aprendizagem atualizadas e envolventes,
capaz de desenvolver concepções históricas de maneira agradável para o
aprendizado.
3 USO DE AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM:
Com o desenvolvimento da internet, surge ambientes virtuais
de aprendizagem para atender os alunos da modalidade de educação à
distância, rompendo com a instituição escolar onde o aluno escreve e o
professor repassa os conhecimentos historicamente construídos. Nestes
ambientes virtuais de aprendizagem através de um trabalho cooperativo entre
professor e aluno, a comunicação entre ambos se torna dinâmica e
interessante. O professor se torna o orientador da construção do conhecimento
do aluno que se autoformará e terá mais autonomia no processo de
aprendizagem.
Segundo Dias (2010, p. 41) “A interação mútua caracteriza-
se por relações interdependentes e processos de negociação, nos quais cada
interagente participa da construção inventiva da interação, afetando-se
mutuamente.” Os ambientes virtuais de aprendizagem facilitarão esta interação
mútua quando tiver ferramentas tecnológicas que convide os alunos a
participar do processo de aprendizagem ativamernte, formando grupos virtuais
de trabalho.
Um ambiente virtual de aprendizagem pode ser definido
conforme afirma Dias (2010, p. 92) “como uma sala de aula virtual acessada
via web”, não importando a distância física entre os participantes, mas a
distância comunicacional. Quantos alunos que estão numa sala de aula
convencional não se comunicam com seus professores não tendo interação e
ajuda entre eles, e muitas vezes apesar da distância física a comunicação e o
estímulo é bem maior.
A distinção entre distância física e comunicacional, faz
surgir a distância transacional que pode ser reduzida com a comunicação entre
os participantes do processo educativo. Quanto mais professores e alunos se
comunicam, mais se ajudam e menor fica a distância entre eles.
Destaca Tori (2010, p. 33) que “por meios dos sistemas de
gerenciamento comumente utilizados em atividades virtuais de aprendizagem,
torna-se possível registrar todas as ações e reações de cada um dos
participantes.” Surge, portanto, a identidade do grupo e a interdependência
entre eles, alunos e professores interagem com a mídia surgindo a
interatividade. Tori também afirma ( 2010, p. 60) que “quando alunos e
professores são separados surge um espaço psicológico e comunicacional a
ser transposto, denominado “distância transacional”” e o que influem
diretamente na extensão desta distância é o diálogo, a estrutura do programa e
a autonomia do aluno, fazendo com que alunos e professores entusiasmados
atraem, contagiam, estimulam-se tornando-os próximos e em parceria
busquem uma melhor organização para acesso às informações e elaboração
de conhecimentos, pesquisadores capazes de agir e interagir com ética e visão
transformadora.
Os ambientes virtuais de aprendizagem tem que ser
interessantes e incorporem várias ferramentas, por isto se faz necessário ter
profissionais competentes para sua criação, e Behar (2009, p. 17) diz “entende-
se que, assim, será possível subsidiar a consolidação de novos modelos, com
pilares bem estruturados nos âmbitos epistemológicos, pedagógicos,
organizacionais, tecnológicos e metodológicos”, e só um pedagogo ou só um
técnico não fariam um bom trabalho na montagem de um ambiente virtual e
interessante. Surge então o design pedagógico que conseguirá transmitir e
montar ambientes virtuais de aprendizagem sugestivos e interessantes,
focando uma prática tecnológica com a construção do conhecimento
interagindo com modelos capazes de explicar e utilizar vários fenômenos
educativos.
Behar (2009, p. 24) entende:
[...] conceito de modelo pedagógico para EAD como um sistema de premissas teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor/aluno/objeto de estudo.
Para aluno ou professor que utilize ambientes virtuais de
aprendizagem, deve-se compreender o processo on-line que é diferente das
aulas tradicionais onde se usa o quadro e o giz, pois é preciso equipamentos
necessários para acompanhar os cursos de educação à distância, sabendo
usar as tecnologias necessárias e ter facilidade com a comunicação através da
escrita.
A interação aluno-conteúdo precisa ser facilitada pelo professor
e cada aluno poderá elaborar seu próprio conhecimento. Com a escrita, tudo
que fica estocado na mente humana pode ser escrito e arquivado para futuras
consultas e com a informática novas formas de pensar pode estar nascendo.
A mediação pedagógica no ambiente virtual de aprendizagem
fará com que os professores se relacionem com o meio em que vivem, e
através da linguagem falada e escrita, e com a presença de um tutor que
auxiliará quando necessário para efetivar seu processo de aprendizagem
pressupondo estratégias e metodologias necessárias para deixar suas aulas
mais dinâmicas e com uso de recursos didáticos-pedagógicos. Sabemos que o
estudo da prática didático-pedagógica auxiliará o professor no planejamento de
suas aulas, tornando-as agradável representando uma fonte de aprendizagem
e conhecimento.
4 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
“Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender.”
(FREIRE, 2009 )
Vejo na frase do autor uma possibilidade de se empreender
algo através das tecnologias e aprender a partir dela com os outros, consigo
mesmo e com o mundo que o rodeia, e conscientes de nosso papel na
sociedade, poderemos transformar o mundo e fazer com que nossos alunos
também possam intervir em seus ambientes sociais por meio do aprendizado
que adquiriram no ambiente escolar e possam agir de maneira eficaz, pois a
profissão é “uma construção social, [...] uma realidade sócio- histórica,
produzida pela ação dos atores sociais.” ( VEIGA, 2009, p.24).
a) Divulgação do projeto:
Para trabalhar com a formação continuada apresentei ao grupo
de professores e funcionários a proposta de um projeto para a docência como
instrumento para sua formação docente. Fizemos um encontro onde discutimos
sobre profissão, profissionalismo e profissionalização. Uma proposta centrada
em parâmetros históricos e éticos fundamentados na sociabilidade humana,
para que, em seus ambientes de trabalho possam enxergar-se como
profissionais com profissionalismo capaz de atender a multiplicidade de
problemas que envolvem o ambiente escolar. Como funcionário público
estamos para atender a todos com educação, solidariedade e respeito, sem
distinção de raça, classe social e crença, num mundo fraterno e com igualdade
de oportunidades para todos sem excluir, oportunizando condições para que
através dos meios tecnológicos os professores possam adquirir conhecimentos
para sua formação pedagógica e favoreça o processo de ensino e de
aprendizagem com foco nos interesses dos alunos e nos problemas que
envolvem a sociedade.
No primeiro encontro apresentei o projeto e o objetivo maior foi
conhecer os envolvidos no projeto e sua relação com o uso das tecnologias de
comunicação e informação. Procurou-se verificar também como eram
realizados os cursos através de ambientes virtuais de aprendizagem. O projeto
apresentado contou com 4(quatro) encontros presenciais e foram apresentados
detalhadamente aos professores e funcionários do colégio.
b) Resultados Obtidos:
Ao final do trabalho os professores e funcionários envolvidos
responderam um questionário onde 100%( cem por cento) já fizeram algum
curso a distância. Segue abaixo uma síntese das ações e discussões
apresentadas pelos professores.
Para viabilização das discussões criamos um site onde foram
postados vários textos para acesso dos professores participantes. A partir daí
montei questionamentos para que os participantes do projeto interagissem
comigo enquanto tutora. Nos encontros presenciais trabalhei temas como: a
importância de se ter profissionalização - como utilizar a educação a distância
na formação de professores e alunos - a tecnologia como forma de
comunicação e busca de informações e sobretudo, como instrumento que
induz a uma relação com o conhecimento, suas relações e características,
atualizando as informações e concretizando essas idéias com o acesso à
tecnologia e a formação de professores.
Escolhi a pesquisa-ação, pois requer de mim um trabalho
integrado com os envolvidos no projeto. Montei um diário de campo que é uma
técnica utilizada em pesquisas científicas, a fim de registrar observações e
vivências com os professores envolvidos e eu, pesquisadora. Vale lembrar que
este trabalho desenvolvido envolve meu papel como pedagoga na escola em
questão. Assim, penso ser importante relatar a minha forma de perceber as
relações do professorado e suas metodologias de ensino.
Os procedimentos adotados ajudaram na coleta de dados e
informações que auxiliaram na fundamentação e elaboração teórico-
metodológica deste trabalho, elucidando portanto o problema de pesquisa. As
coletas de dados tiveram a função de vivenciar uma metodologia de trabalho
usando as tecnologias para localizar, investigar e explicitar, organizando os
dados levantados com o referencial teórico pesquisado.
A revisão da literatura, realizada durante a pesquisa permitiu
encontrar tópicos interessantes de análise e utilização das tecnologias no
cotidiano de nossas aulas, como suporte e apoio. A formação continuada é um
momento de reflexão, de analisarmos o nosso trabalho na busca de melhoria e
diálogo, numa educação de qualidade para a organização escolar, melhorar os
planos de trabalho docente e práticas na sala de aula, acrescentar
conhecimento para melhorar a aprendizagem dos alunos acontecendo através
de reunião com o colegiado escolar para pensar e planejar ações que serão
desenvolvidas durante o ano letivo.
Estes momentos de formação são importantíssimos para
compartilhar ações e experiências que auxiliam na melhoria da prática
pedagógica por meio de diversos textos de autores renomados que são
analisados e discutidos. Essa formação nos faz tornarmos com capacidade de
exercermos a nossa prática docente com objetividade, segurança, criticidade e
competência. Com as capacitações, aprimoramos nossa prática pedagógica, e
tão importante que o professor participe de uma formação continuada, que
tanto pode ser presencial como a distância pois permite que se atualize e “abra
seus horizontes” com relação ao seu trabalho em sala de aula, oportunizando
integrá-lo à sua realidade e uma forma de introduzir de forma mais atraente aos
alunos os seus conteúdos. As tecnologias no campo educacional e um
complemento rico e de grande valor na busca de uma educação inovadora e
cheia de propósitos. É preciso que nós educadores, continuemos nos
apropriando cada vez mais de conhecimento para ampliar a utilização das
ferramentas tecnológicas disponíveis nos dias atuais, para podermos somente
então, ensinar nossos alunos a aprenderem a aprender.
As tecnologias estão ocupando seu espaço, no campo
educacional, porém, ainda timidamente. Muitos profissionais estão inserindo-as
na sua prática; outros tentam, mas têm medo do desconhecido e dificuldade de
lidar com equipamentos. Isso inviabiliza a sua inserção, mas a educação
deverá se render às tecnologias para se aproximar mais da realidade dos
alunos. São aliados a diversificação metodológica e informações em geral
importantíssima para disseminar o conhecimento, pois professores e alunos
aprendem e ensinam de diversas maneiras.
Quanto ao uso dos recursos tecnológicos são importantes, pois
possibilitam um ambiente de aprendizagem favorável aos jovens. No campo
educacional é muito importante, oportunizar os professores a sair da rotina
através de filmes, palestras, jogos e laboratório. Vejo que é mais uma
oportunidade de transformar as aulas em algo mais atrativo para os alunos.
As tecnologias ganharam um espaço muito grande nas escolas
atualmente. Isto é um progresso muito grande, pois o professor pode dispor de
recursos variados, utilizando as Tecnologias da Informação e Comunicação-
TIC em sala de aula, despertando um interesse maior por parte dos alunos e
promovendo uma interação maior entre professor e alunos. É uma interação
entre professor e alunos motivando-os na busca de novos
conhecimentos,utilizando o laboratório de informática para pesquisa, a TV para
filmes e o rádio, Tv multimídia,, internet, Mpg, uso da Tv pendrive e do
datashow, vídeos, criação de páginas, perfis, blogs, bilhetes e mensagens de
celular .
As constantes transformações, demanda um novo perfil de
professor capaz de mudar rotinas e atitudes mecanicamente determinadas.
Nas minhas aulas procuro usar as tecnologias que vão de encontro ao
conteúdo programado, procuro inseri-las, pois são recursos indispensáveis de
interação e socialização de conhecimentos.
A escola educa quando dá condições ao aluno de ter sua
própria opinião e não o deixa ser manipulado apenas por um aparelho.
Depende do que a pessoa vê e de como isso é utilizado para conhecimento. A
TV ajuda, se tiver uma pessoa para discutir. Só aprendemos coisas que nos
dão algum prazer.
O uso das TIC facilita o aprendizado e permite a circulação e
armazenamento de informações, portanto a Tv, sendo uma das ferramentas,
não somente entretém, mas leva o educando ao aprendizado. A tv apresenta
muitos programas educativos e informativos é só saber selecionar os
programas. Ela pode entreter e educar ao mesmo tempo. existem muitos
programas na Tv que educam, a TV também educa através do entretenimento.
é importante que façamos questionamentos sempre levando o educando a
refletir sobre o que assistiu. é preciso que o aluno esteja preparado para
receber as informações e ter discernimento crítico para separar o que é útil do
que é “lixo” na TV.
A TV também pode educar, desde que tenham programas com
esse objetivo, aprendemos quando somos estimulados. A TV tem o objetivo
diferente da escola, ela tem o compromisso de formar pessoas preparadas
para o mundo. Cabe ao professor saber utilizá-la de forma adequada,
selecionando conteúdos que venham a auxiliar a aprendizagem do aluno em
classe. Neste ponto é que entra a escola discutindo com os alunos o que está
por trás da tela, qual é o interesse dos que estão no poder em relação as
programações que entram em nossas casas. Acredito que os valores da escola
estão muito distorcidos e nós ficamos sem saída em muitas situações. a
missão de educar é da escola e muitos estão sendo ludibriados pela mídia, por
falta de conhecimento e criticidade por meio de programas educativos
disponíveis, hoje conseguimos mostrar a nova realidade para nossos
educandos.
Somos autores da nossa própria história, o ser humano é
dotado de capacidade para adquirir o seu próprio conhecimento e para isso ele
necessita de interação. Dependemos de pessoas a vida inteira, e junto
crescemos, brincamos, pensamos, construímos, falamos, analisamos e
decidimos. É na escola que encontramos a mais diversa etnia, raças, religião,
personalidades, opiniões, sentimentos, energia e vida. Por isso a escola educa
porque é feita primeiro lugar em todos os ambientes, na escola, na igreja e na
TV, o que difere são os objetivos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As Tecnologias de Informação e Comunicação trouxeram para
o cotidiano escolar novas necessidades de aprendizado por parte de professor
e alunos devido a toda tecnologia que envolve-nos em nosso cotidiano. Nesse
sentido, este novo momento em que a sociedade esta vivendo e que estamos
inseridos necessita de capacitação e formação continuada para que os
professores possam ter atitudes importantes no trato de suas aulas e no uso
das tecnologias como grande recurso que adentrou os espaços escolares.
Através deste trabalho espera-se que professores possam
trabalhar por meio de ambientes virtuais de aprendizagem com seus alunos,
aprimorando os conhecimentos previamente discutidos em suas aulas e
incorporando o uso de ambientes virtuais em suas metodologias, refletindo
sobre a relevância das tecnologias na educação, buscando facilitar o processo
ensino aprendizagem e melhorando a assimilação dos conteúdos discutidos no
dia a dia nas salas de aulas. Cabe ao professor portanto, fazer a mediação das
tecnologias com seus alunos, levá-los a refletir sobre o que estiverem
estudando e canalizar suas descobertas para novos caminhos.
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