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Ana Claudia Morais Godoy Figueiredo

AMBIENTE E SAÚDE

CONSTRUÇÃO DE REDES COMUNITÁRIASDE PROMOÇÃO DA SAÚDE

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AutoraAna Claudia Morais Godoy FigueiredoGraduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Vale do São Francisco – Univasf (2007-2010). Especialização em Enfermagem do Trabalho – Ieducare (2011-2011). Mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS (2011-2013). Doutoranda em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília – UnB (2014-2017), área de concentração saúde coletiva. Atuou como professora de bioestatística, epidemiologia, políticas públicas de saúde e atenção primária à saúde na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB (2013-2014).

RevisãoDanúzia QueirozNT Editora

Projeto GráficoNT Editora

Editoração EletrônicaNT Editora e Figuramundo

IlustraçãoGrupo NT

CapaFiguramundo

NT Editora, uma empresa do Grupo NTSCS Q. 2 – Bl. D – Salas 307 e 308 – Ed. Oscar NiemeyerCEP 70316-900 – Brasília – DFFone: (61) [email protected]

Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde. / NT Editora.

-- Brasília: 2015. 188p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN

1. Participação social; 2. Redes sociais na saúde; 3. Conselho ges-tor; 4. Controle social.

Copyright © 2015 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

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LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do material didático. A presença desses ícones o ajudará a compreender melhor o conteúdo abor-dado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba MaisEste ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com este ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEste ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!

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Sumário

1. PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS DECISÕES EM SAÚDE: RETROSPECTIVA HISTÓRICA .....................................................................................71.1 Movimento social: conceitos e importância ............................................................................ 81.2 Movimentos sociais na saúde: 1900 a 1950 ............................................................................. 91.3 Participação social em saúde: 1950 aos anos 2000 .............................................................141.4 Realidade atual do envolvimento popular no SUS .............................................................24

2. AS REDES SOCIAIS E A RELAÇÃO COM A SAÚDE ...............................................342.1 Definição de redes sociais e sua relevância para a sociedade ........................................342.2 Empoderamento social na tomada de decisões ..................................................................422.3 Associações voluntárias e redes de apoio social ..................................................................46

3. CONTROLE SOCIAL E SAÚDE PÚBLICA ...............................................................603.1 Definição e importância ...............................................................................................................613.2 Leis e decretos regulamentadores do controle social .......................................................693.3 Conselhos de saúde e participação social ..............................................................................76

4. CONSELHO GESTOR EM SAÚDE ...........................................................................854.1 Conceito ..............................................................................................................................................864.2 Estruturação do conselho gestor ...............................................................................................894.3 Trabalho em equipe e relação com os usuários do serviço de saúde ..........................94

5. REDES SOCIAIS, CONSELHO GESTOR E CONTROLE SOCIAL: COMUNICAÇÃO E SAÚDE NO ÂMBITO DO ENVOLVIMENTO POPULAR ........... 1105.1 Comunicação, informação e cidadania .................................................................................1115.2 Promoção da participação popular e do controle social em saúde ...........................1265.3 Redes comunitárias e promoção da saúde ..........................................................................128

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5Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

6. PARTICIPAÇÃO DOS USUÁRIOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: ENTRAVES E DESAFIOS ......................................................................................... 1366.1 Acesso e participação popular: demanda coletiva e resolução de problemas de saúde ................................................................................................1376.2 Controle social na saúde: desafios e perspectivas ............................................................145

7. ATUAÇÃO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS) E PARTICIPAÇÃO SOCIAL NOS SERVIÇOS DE SAÚDE ............................................ 1577.1 Importância do ACS para a população ..................................................................................1587.2 Papel do ACS na motivação da participação popular em saúde .................................168

GLOSSÁRIO ............................................................................................................. 180

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 185

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APRESENTAÇÃO

6 NT Editora

Bem-vindo(a) ao curso Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde!

As redes sociais são um dos caminhos mais importantes para estabelecer o vínculo entre as pes-soas de uma comunidade e o serviço local de saúde. Os instrumentos para viabilizar esse processo são conhecidos como conselho gestor e controle social. Assim, com o envolvimento popular, é possível dis-cutir o acesso aos serviços de saúde, bem como os problemas relacionados à saúde da comunidade.

Espero que você tenha um excelente aproveitamento no curso. Bons estudos!

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7Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

1. PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS DECISÕES EM SAÚDE: RETROSPECTIVA HISTÓRICA

Objetivos

A primeira lição falará sobre a história dos movimentos sociais no Brasil, durante os séculos XX e XXI, e a relação com a saúde pública. Ao finalizar a leitura desta lição, você deverá:

• Entender as definições e a importância do movimento social.

• Conhecer a história dos movimentos sociais para a saúde em nosso país.

• Compreender a importância dos movimentos sociais na construção do Sistema de Saúde.

Prepare-se para conhecer a história dos movimentos

sociais no Brasil. Vamos nessa?

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1.1 Movimento social: conceitos e importância

Você sabe o que é movimento social?

( ) Sim. ( ) Não.

Vários autores abordam definições diferentes para o movimento social. Não há consenso entre os estudiosos da área sobre o tema. Apresentaremos alguns conceitos para você entender a comple-xidade desse evento.

Segundo Melluci (1989), o movimento social é um fenômeno promovido por uma sociedade, caracterizado por um sistema de ações motivado por objetivos, orientações e significados plurais das pessoas. Já Gohn (1997) define os movimentos sociais como ações de origem sociopolítica, por indiví-duos da sociedade que pertencem a diversas classes sociais. Tal ação é importante, pois viabiliza a cria-ção de espaços coletivos fora de instituições formais (empresas, escolas, hospitais, etc.), por seguinte, modificações na realidade social dos sujeitos.

A relação entre o conflito social e o cultural, com uso diferenciado dos valores morais que são em-pregados pela sociedade, em geral, também pode ser definida como movimento social (TOURAINE, 2003).

A intenção dos movimentos sociais é disseminar ideias de emancipação e liberdade, por meio da coletividade, bem como anunciar os problemas existentes e desafiar as entidades a solucionar tais problemas (MELLUCI, 2003).

Agora iremos entender como tudo isso começou no nosso país.

Nós conseguimos grandes avanços na sociedade brasileira por meio da participação da comu-nidade, a exemplo da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que promoveu uma saúde pública melhor para o Brasil.

Sociedade: grupo de pessoas com características cul-turais singulares, comuns, exclusivas do grupo.

Significados plurais: diversos significados (culturais, afetivos, materiais, sociais, etc.) que existem para manutenção da vida.

Sociopolítica: relativo simul-taneamente a questões sociais e políticas.

Valores morais: são todas as ques-tões que levam o homem a defender e crescer em sua dignidade como pessoa porque inevitavelmente o valor moral condu-zirá o homem para o bem moral que, como sabemos, é aquilo que o aper-feiçoa, completa e melhora.

Saúde pública: são questões relacionadas à saúde, que visam organizar sistemas e serviços de saúde em prol da qualidade de vida de uma população.

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9Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Começaremos estudar a partir de 1900. Está anima-do(a) para iniciar essa leitu-

ra? Então, vamos nessa!

1.2 Movimentos sociais na saúde: 1900 a 1950

Você sabe a importância dos movimentos sociais para a saúde durante o século XX

( ) Sim. ( ) Não.

Então, vamos lá! Os movimentos sociais na saúde são antigos, surgem pouco antes de 1900, ainda, no período republicano do Estado brasileiro. Na República, é iniciado o processo de responsabi-lização da saúde pelo Estado, ou seja, os cuidados à saúde da população passam a ser dever do Estado.

República: forma de governo em que o povo exerce a soberania, por intermédio de delegados eleitos por ele e por um período.

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Nessa época, foi iniciada a disseminação acelerada de grandes indústrias nas cidades e, consequente-mente, houve a necessidade da contratação de trabalhadores para as fábricas.

A industrialização aparece como elemento relevante para destacar a importância da saúde como questão social em nosso país. Imagine você que, por causa da expansão industrial e da crise econômica agrícola, houve grande deslocamento da população da zona rural para a urbana, criando, assim, condições favoráveis à manifestação de doenças infectocontagiosas. Surgem, então, as epide-mias de enfermidades, como: febre amarela, peste e varíola.

Esses eventos em saúde mataram milhares de brasileiros, principalmente na cidade do Rio de Janeiro (capital do Brasil no início do século XX). Tais mortes promoveram grande impacto na economia nacional, visto que houve grande redução da mão de obra para o setor industrial, gerando prejuízos para a expansão do capitalismo.

Caro(a) aluno(a), diante do cenário de saúde citado, surge, em 1900, o Instituto Soroterápico Federal com a intenção de criar soros e vacinas que combatessem a peste. Em 1902, no Rio de Janeiro, é estabelecida uma meta para melhoria do saneamento básico e urbanização da cidade fluminense. No entanto, para cumpri-la, o presidente do país, Rodrigues Alves, nomeia o sanitarista Oswaldo Cruz como diretor-geral de saúde pública.

Oswaldo Cruz era um renomado pesquisador da área da saúde, morou durante alguns anos na Europa e estudou no instituto Louis Pauster as principais doenças infecciosas existentes na época. Ele tinha grande experiência na prevenção de enfermidades tropicais, além de ter descoberto os micro--organismos e insetos transmissores de algumas dessas doenças.

Ao assumir a Diretoria-Geral de Saúde Pública, Oswaldo Cruz ampliou as ações de saúde e a qualificação de pessoas que pudessem ajudá-lo na promoção da saúde da população brasileira. Preo-cupado com a condição de saúde do nosso país, em 1903, organizou a campanha contra a febre ama-rela com aspecto militar, separou a cidade em 10 distritos de saúde e cada local tinha um represen-tante que fiscalizava a região distrital. A vigilância em saúde ficou conhecida como polícia sanitária.

Adoção de medidas rigorosas era uma rotina para diminuir os indicadores de febre amarela, como: demolição de prédios; multa aos donos de locais insalubres; distribuição de panfletos edu-cativos; e higiene dos possíveis focos de desenvolvimento dos mosquitos (como acontece hoje no combate à dengue).

Curiosidade!

Você sabia que a dengue surgiu na mesma época da febre amarela e que o mosquito de transmissão das duas doenças é o mesmo: Aedes aegypti. Pois é, a dengue existe a mais de um século, porém, ao contrário da febre amarela, a dengue ainda não foi controlada! Ela também pode causar a morte. Fique de olho!

Logo depois de toda essa luta para prevenir a febre amarela, aconteceu uma nova epidemia da peste bubônica, então foi reiniciada a campanha contra a peste negra em nosso país. Essa doença matou muitas pessoas em todo o mundo e, no Brasil, esse panorama também não foi diferente.

Doenças infectocon-tagiosas: qualquer doença causada por um agente patogêni-co (ex.: vírus).

Epidemias: cresci-mento abrupto do número de casos de um evento em saúde, em determinado local e período.

Febre Amarela: doença infecciosa transmitida por mosquitos contami-nados com o vírus do gênero Flavivírus.

Peste: doença infecciosa de origem bacteriana (Yesínia pestis), conhecida como peste bubôni-ca ou peste negra.

Varíola: doença infecciosa provocada pelo vírus Orthopoxvirus.

Capitalismo: sistema econômico e social fundamentado nos meios de produção privado e na competi-tividade econômica.

Soroterápico: tera-pêutica que tem como base o uso de soro.

Fluminense: relacio-nado ao estado do Rio de Janeiro.

Louis Pauster: cien-tista francês com im-portantes descobertas na história da química e da medicina.

Promoção da saúde: ações de saúde voltadas ao bem-estar popu-lacional, visando minimizar os fatores determinantes do processo saúde-do-ença-cuidado.

Distritos de saúde: espaço delimitado ge-ograficamente como uma área de saúde.

Vigilância em saúde: práticas de atenção à saúde com o objetivo de impedir a propaga-ção de doenças.

Dengue: doença infecciosa que é disse-minada por meio da picada do mosquito (Aedes aegypti).

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11Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Por tal razão, ainda, foram adotadas atitudes radicais, a exemplo de: isolamento dos doentes; uti-lização de soros e vacinas; e desratização dos municípios. A decisão mais inusitada do governo foi pagar por cada rato capturado pela população. De maneira tímida, o movimento social começa a ser instaura-do no país em prol de melhores condições de saúde da população. O povo passa a cobrar do governo medidas sanitárias para combater os males que afligiam os brasileiros: doenças infectocontagiosas.

Diante disso, em 1904, é promulgado o Decreto nº 1.151 com a intenção de reorganizar a saúde pública do Brasil. Houve a criação de uma série de entidades que prestavam atendimento à comunida-de, como: Serviço de Profilaxia da Febre Amarela e a Inspetoria de Isolamento e Desinfecção, na cidade do Rio de Janeiro. O enfoque era para o modelo higienista e sanitarista. Posteriormente, a vacinação, por meio do Decreto nº 1.261, tornou-se obrigatória em todo o país.

Ainda no mesmo ano, a varíola provocou muitas mortes no Brasil. Então foi indicada, por força de lei, a vacinação de crianças acima de seis meses de vida e de todos os militares. Foram impostas algumas regras para população, causando a indignação do povo. Estipulou-se que, a cada sete anos, seriam cobrados atestados de vacinação para que os cidadãos pudessem usufruir dos direitos civis, como: ter acesso à educação e casar. Outro aspecto é que, se alguém recusasse a tomar a vacina, pas-saria por avaliação médica, para saber se não tinha nenhuma doença, às custas da pessoa que efetivou a recusa. Nossa... quanta rigorosidade, não é?

A vacinação obrigatória assustou o povo e, por meio de manipulação política, foi iniciada uma campanha contra a vacina. A oposição partidária ao governo disseminou a falsa informação de que a vacina tinha a intensão de matar toda a população pobre do Rio de Janeiro.

Então, as classes operárias organizaram a Liga Contra a Vacinação Obrigatória, com forte mobi-lização social.

O ápice desse movimento, que ficou conhecido como Revolta da Vacina, foi em 13 de novem-bro de 1904. Houve confronto com a polícia, barricadas e agressões com armas de fogo por parte da população.

Foi um verdadeiro holocausto humano. As pessoas ficaram presas em seus domicílios com medo da repressão do governo durante toda essa confusão. Após dois dias de guerra e a morte de 30 habitantes do Rio de Janeiro, a paz e a não obrigatoriedade da vacina instauraram-se. Mais de 110 manifestantes foram extraditados para o Acre, como forma de repúdio da conduta agressiva.

Modelo higienis-ta e sanitarista: modelo de atenção à saúde voltado para prevenção de doenças infec-ciosas.

Barricadas: barreiras que impedem a passa-gem de pessoas e meios de transpor-te em ruas.

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Multimídia

Assista ao filme Sonhos Tropicais! Lançado em 2001, com direção de An-dré Sturm, tem duração de 120 minutos e é bastante interessante. O filme conta a história da saúde pública do Brasil e relata com detalhes os movi-mentos sociais da época, como a Revolta da Vacina.

No ano de 1908, aconteceu uma nova epidemia de varíola que fez que a população brasileira buscasse os postos de vacinação. Ao longo de 12 anos, houve grandes avanços na saúde pública, a exemplo da descoberta da doença de Chagas. Em 1920, o pesquisador Carlos Chagas reorganiza os serviços de saúde pública e acontece a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública.

Exercitando o conhecimento...

Em relação à vacinação obrigatória, qual das alternativas seria a correta?

1. A população entendeu a proposta da vacinação obrigatória e achou uma boa ideia.

2. A vacinação obrigatória tinha a intenção de combater doenças epidêmicas, mas ti-nha medidas radicais.

3. A população não tinha o direito de se manifestar e aceitou a proposta do governo.

...

Comentário: caso tenha escolhido a alternativa 2, você está no caminho certo! Veja que a vacinação passou a ser obrigatória para toda a população na tentativa de evitar a dissemina-ção das doenças infectocontagiosas, porém a população não aceitou muito bem a proposta devido à influência de pessoas envolvidas na política da cidade do Rio de Janeiro. A partir daí, começou a Revolta da Vacina! Ficou com dúvida? Revise o conteúdo!

Você consegue imaginar como a imigração mudou a realidade do

nosso país no século XX?

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13Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

A vinda de pessoas de outros países, como Itália e Portugal, para o Brasil gerou um aumento populacional abrupto. Também originou inúme-ros problemas de saúde para a população brasi-leira. A situação de miséria do povo agravou-se, as pessoas moravam em cortiços sujos e muitos não tinham nem o que comer.

Além disso, as condições de trabalho eram péssimas, em ambiente insalubre, sendo a jorna-da mínima de trabalho de 16 horas diárias, no en-tanto os italianos já tinham uma experiência com movimentos sociais de cunho trabalhista e esses motivaram a classe operária do Brasil a lutar pelos direitos do trabalhador. A primeira conquista foi a Lei Eloi Chaves, em 1923, ponto de início da Previ-dência Social no Estado brasileiro.

A Lei Eloi Chaves permitiu institucionalizar as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), be-neficiando os funcionários de empresas da zona urbana. Os pioneiros na criação da CAP foram os ferroviários, categoria operária bem articulada e mobilizada.

As CAPs tinham representantes da empresa e dos trabalhadores e deveriam ser institucionali-zadas pela empresa. Imagine você que, muitas vezes, isso acontecia sob pressão dos trabalhadores.

A manutenção financeira das CAPs era realizada por empregados, empresas e consumidores. Em 1930, já existiam cerca de 50 CAPs, que atingiam mais de 150 mil indivíduos.

A crise de 1929 foi impactante para a economia agrícola. Nesse ano, foi iniciado o movimento contra a política café com leite, que promoveu modificações na legislação vigente. Criaram-se, a partir de 1930, os Ministérios do Trabalho, da Educação e Saúde e da Indústria e Comércio.

Em 1939, os trabalhadores conquistaram a regulamentação da Justiça do Trabalho e depois de quatro anos foi gerada a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), esta garantia os direitos deles. No ano de 1941, aconteceu a I Conferência Nacional de Saúde, cujo tema foi “Situação Sanitária e Assis-tencial dos Estados” e, em 1948, foi instalado o primeiro Conselho de Saúde.

As CAPs foram denominadas como Instituto de Aposentadorias e Pensões (IAP). Após essa mu-dança, os operários eram distribuídos por classe trabalhista e não mais por empresas. Logo depois foram gerados vários IAPs, entre eles as dos marítimos, bancários e comerciários.

Até a década de 1950, a assistência à saúde previdenciária era pouco valorizada, no entanto, em 1949, institucionaliza o Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência (Samdu), para atender aos beneficiários dos IAPs. Com o crescimento populacional acelerado, a urbanização e a ampliação do setor industrial, as pessoas passaram a pressionar os institutos para fornecer serviços de saúde a todos os trabalhadores assalariados.

Cortiços: lugares com instalações precárias e com péssimas condi-ções insalubres.

Insalubre: situa-ções prejudiciais à saúde (ex.: esgoto a céu aberto).

Caixas de Apo-sentadoria e Pen-são (CAP): Sistema de Previdência Social brasileiro do século XX, que deu surgimento ao atual INSS.

Crise de 1929: crise de ordem financeira, motiva-da pela falência da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.

Política café com leite: política eleitoreira presente na República Velha por produtores de café de São Paulo e de leite de Minas Gerais.

Conferência Na-cional de Saúde: evento que reúne a população bra-sileira, o governo, os profissionais de saúde e os presta-dores de serviço para debater sobre a situação da saú-de do país.

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Exercitando o conhecimento...

Em relação aos movimentos sociais no Brasil, qual alternativa você acha correta?

1. Algo desorganizado, que você nunca participaria.

2. Foram importantes para grandes mudanças sociais.

3. Não contribuiu em nada para a atual sociedade.

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Comentário: se você respondeu o item 2, acertou! Então, os movimentos sociais nos ajudam na tomada de decisões e na luta pelos nossos direitos. Como você pode ver, a partir da partici-pação popular, tivemos conquistas que repercutem até hoje nas nossas vidas, como a CLT, que é a norma que rege os direitos e os deveres do trabalhador.

1.3 Participação social em saúde: 1950 aos anos 2000Por reflexo dos movimentos sociais dos trabalhadores do Brasil, no ano de 1950, aconteceu a II

Conferência Nacional de Saúde intitulada: “Legislação Referente à Higiene e Segurança do Trabalho”. Em 1953, o Ministério da Saúde (MS) é desmembrado do Ministério da Educação e passa a cuidar ex-clusivamente da saúde da população brasileira.

No ano seguinte, surge a Lei nº 2.312, de 1954, que informa o dever do Estado e da família na proteção à saúde de cada pessoa. Nessa época, surge uma corrente da medicina preventiva, com a intenção de realizar campanhas de promoção à saúde e prevenção de doenças.

A ditadura militar foi um ponto motivador dos movimentos sociais dos anos 1960. Houve gran-de participação popular e muitas pessoas foram exiladas para outros países. As reivindicações eram em torno de melhores condições de saúde, educação e emprego.

Medicina preven-tiva: área da medi-cina que se dedica à prevenção da doença.

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15Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

A mudança das CAPs para IAPs apontava a falta de autonomia dos trabalhadores e a concen-tração do poder no Estado. Para minimizar esses efeitos, foi promulgada, em 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social. Essa lei contou com intensa participação da classe operária, que colaborou signifi-cativamente na definição dos direitos e dos deveres do trabalhador brasileiro.

Em 1963, ocorreu a III Conferência Nacional de Saúde, focando a descentralização do serviço de saúde. Já, em 1967, o tema da IV Conferência Nacional de Saúde retrata a importância dos recur-sos humanos para as ações em saúde. Nessa perspectiva, em 1974, surge o Ministério da Previdência Social, junto com o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS), a propósito de expandir a rede privada da saúde, por meio de empréstimos que tinham elevadas taxas de juros. O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) torna-se um consolidado de seis Institutos de Aposentadorias e Pensões, do Samdu e da Superintendência dos Serviços de Reabilitação da Previdência Social.

Paralelamente, acontecia o movimento feminista que lutava pelos direitos sexuais, reprodu-tivos e trabalhistas. Em 1975, conhecido como o Ano Internacional da Mulher, surge o Movimento Feminino pela Anistia. Em meio a esse cenário, acontece a V Conferência Nacional de Saúde, que trata de inúmeros temas, entre eles: saúde materno-infantil; vigilância epidemiológica; saúde da população da área rural e controle de endemias.

Devido ao engajamento da população na luta por condições melhores de vida, o governo foi obrigado a incorporar ao INPS benefícios relacionados à saúde, no entanto o sistema não conseguiu abarcar todos os colaboradores e familiares. Para tentar atender a essa demanda, foram realizados convênios com todas as entidades que prestavam atendimento à saúde no país, surgiu o modelo mé-dico de caráter industrial. Caro(a) aluno(a), isso seria o começo da privatização da saúde no nosso país.

Cada vez mais, o sistema citado ficou mais complicado, no âmbito administrativo e financeiro, então, no ano de 1978, houve a criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) para minimizar os efeitos desse complexo sistema de saúde. No ano anterior, 1977, aconteceu a VI Conferência Nacional de Saúde, valorizando a interiorização dos serviços de saúde, controle de endemias e formulação de uma Política Nacional de Saúde. Tal evento fortaleceu a ideia da criação de um Sistema Unificado de Saúde.

Saiba mais!

Em 1977, na Assembleia Mundial da Saúde, foi elaborada a meta: “Saúde para Todos no Ano 2000”. No ano se-guinte, em Alma Ata (ex-União Sovié-tica), aconteceu a I Conferência Inter-nacional sobre Cuidados Primários de Saúde. Foi elaborado um documento falando sobre a importância da Aten-ção Primária em Saúde para qualida-de de vida da população.

Movimento femi-nino pela anistia: movimento feminista brasileiro que conquistou a ampliação dos direitos da mulher.

Vigilância epide-miológica: vigilân-cia dos eventos em saúde, focando os aspectos da epi-demiologia como determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva.

Endemias: eventos em saúde espera-dos na população para determinado período e local.

Atenção Primária em Saúde: estraté-gia de organização da atenção à saúde voltada para responder às necessidades de saúde de uma população, inte-grando ações de promoção, preven-ção, recuperação e reabilitação na área da saúde.

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Então, você acha que nós ti-vemos grandes mudanças na

saúde após esses eventos?

( ) Sim. ( ) Não.

Veja que, apenas a partir da década de 1980, a participação social é institucionalizada no Es-tado brasileiro, sendo denominada como gestão participativa. Nesse ano, acontece a VII Conferência Nacional de Saúde, adotando as ideias da Alma Ata. O ponto principal de discussão desse evento foi a prática das ações em saúde por meio dos serviços primários.

Os movimentos sociais crescem nas periferias, pedindo acesso aos serviços de saúde, a partir disso, o povo começa a participar das decisões em saúde no Brasil e surge o Movimento Sanitário Brasileiro.

O governo diante de tantas cobranças resolve fundar, em 1981, o Conselho Nacional de Admi-nistração de Saúde Previdenciária (Conasp). Este pertencia ao Ministério da Previdência Social e havia representantes do Estado e da sociedade. A população, em especial a classe trabalhadora, predomi-nava no conselho.

O intuito desse conselho era melhorar a assistência aos serviços de saúde e a distribuição dos recursos da Previdência Social relacionados à saúde. Nessa época, a grande crítica era ao modelo mé-dico-privado e a doença como centro da saúde. Advindas novas perspectivas com direcionamento para a participação popular e Ações Integradas de Saúde (AIS).

Curiosidade!

Você sabia que, no ano de 1985, foi instaurado o governo civil com processo eleitoral indireto? Mas aconteceu um fato inesperado, a morte do presidente eleito – Tancredo Neves. Então, o vice-presidente José Sarney assume a Presidência da República.

Outra curiosidade é que, nessa época, chega ao fim, no Brasil, o perfil político aos moldes da ditadura militar. No entanto o Estado e a elite brasileira resolvem excluir a participação do povo nas decisões políticas. Daí surge à mobilização social “Diretas Já!”

Gestão participa-tiva: participação das pessoas no processo de to-mada de decisões sobre determinada administração ou organização.

Ações Integra-das de Saúde: ficou conhecido como AIS e tinha o objetivo de integrar os serviços que prestavam a assistência à saúde da população de uma região.

Diretas Já!: movimento civil de reivindicação por eleições presiden-ciais diretas no Brasil.

Processo eleitoral indireto: é aquele no qual os can-didatos a exercer mandatos políticos não são eleitos diretamente pelo povo, mas por um colégio eleitoral, composto por dele-gados escolhidos pelo povo, para que, em nome deste, elejam seus governantes.

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17Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Em Otawa, em 1986, ocorreu a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. A premissa desse encontro era a promoção da saúde nos países industrializados, focada na prevenção de doenças e na promoção da saúde.

No mesmo ano no Brasil, teve a VIII Conferência Nacional de Saúde. Esse evento foi um marco histórico para a saúde pública brasileira, visto que reuniu mais de 4.000 representantes do governo, das universidades e da sociedade civil para discutir as questões de saúde do nosso país.

A partir desse momento histórico, foram gerados dois documentos importantes: “Proposta da Seção Saúde para a nova Constituição” e “Conteúdo da Saúde para a criação da Lei Orgânica da Saúde”. Nos dois documentos, a participação social e a gestão participativa eram quesitos elementares para tomadas de decisões em saúde. Tais documentos impulsionaram a efetivação da reforma sanitária e, consequentemente, a mudança do modelo de atenção à saúde.

O quadro a seguir mostra a diferença entre dois modelos de atenção à saúde: o modelo hege-mônico e o modelo de atenção primária à saúde. O primeiro trata do modelo focado na doença, já o segundo fala da promoção da saúde. Veja detalhes a seguir.

Quadro 1 – Diferença entre dois modelos de atenção à saúde

Modelo hegemônico Atenção primária

Saúde como ausência de doença. Saúde com qualidade de vida.

Prática clientelista (saúde era um bem de compra e venda).

Saúde como direito de todos.

Atenção centrada no indivíduo, sem avaliar o contexto social.

Atenção voltada ao coletivo.

Ações curativistas. Atenção integral à saúde.

Hospital – centro de saúde prioritário.Serviço de saúde descentralizado, unidades de Saúde da Família.

Centralização do atendimento nos serviços de saúde especializados e no profissional médico. Equipe interdisciplinar.

Planejamento e programação realizados de forma empírica.

Planejamento e programação fundamentados no diagnóstico de saúde da comunidade.

Desvalorização da comunidade e da autonomia do indivíduo.

Participação comunitária.

Demanda espontânea. Organização da demanda.

Fonte: Andrade (1998).

Diagnóstico de saúde: retrato da situação de saúde de determinado local e período.

Demanda espontânea: os atendimentos que chegam espontaneamen-te aos serviços de saúde, sem agendamento prévio de consultas e sem priorizar as necessidades da população.

Organização da demanda: acom-panhamento em saúde direcionado, com agendamento prévio e conforme necessidade da população.

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Diante do crescimento dos movimentos populares, o governo, com receio dos conflitos e das manifestações, resolve ouvir as demandas sociais. Em 1987, pressionado pelo movimento sanitário, surge o Programa de Desenvolvimento dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde (SUDS). É reafirmada, por meio desse programa, a participação popular em saúde. Recomendou-se a criação dos conselhos de saúde a nível nacional, estadual e municipal.

A nova Constituição Federal (CF) é criada em 1988 e tem uma seção direcionada à saúde do país. No capítulo II da Seguridade Social, seção II – da Saúde, estão os artigos 196 a 200 da Constitui-ção, que fundamentam os direitos à saúde da população brasileira. Destaca-se que, no artigo 198, tem uma informação relevante: participação da comunidade na tomada de decisões em saúde.

A ênfase dada à participação social na Carta Magna significa um novo rumo para a saúde públi-ca, visto que normatiza e cria ambientes para a participação popular. O artigo 1º da CF é bem claro em relação à autonomia popular na tomada de decisões: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (CF, 1988).

Ao eleger um representante político, a população define aquele que falará pelo povo e prezará pelos interesses coletivos da sociedade. Espera-se que os políticos sejam comprometidos com im-plantação de ações e serviços de saúde que beneficiem toda a comunidade. A determinação constitu-cional de participação comunitária, parte da ideia de que o exercício da política-eleitoral não avalia o desempenho do governo no desenvolvimento das ações destinadas ao povo.

Nessa perspectiva, a população passa a ter papel importante na fiscalização das atividades, rela-cionadas à melhoria da saúde pública e da qualidade de vida, desempenhadas pelo governo no âmbito municipal, estadual e federal. Assim, os movimentos sociais têm autonomia para a tomada de decisão em saúde, bem como para definir os problemas prioritários que devem ser combatidos pelo governo.

Dica!

Todo cidadão deve ler a Constituição Federal, pois ela legitima todos os direitos e deveres do povo brasileiro. Veja o link abaixo e saiba mais sobre seus direitos.

Acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.

No ano seguinte à criação da Constituição, Fernando Collor foi eleito presidente do Brasil e, em 1990, assumiu o cargo político. O modelo de atenção à saúde, previsto na Constituição de 1988, foi detalhado na Lei nº 8.080, de 1990. Então, nasce o Sistema Único de Saúde (SUS), no entanto o pre-sidente Collor vetou os itens relacionados à participação da comunidade na efetivação do SUS. Essa atitude mostrou que o presidente não concordava com os movimentos sociais e o engajamento das pessoas no setor da saúde.

Diante desse cenário, o Movimento Sanitário Brasileiro pressiona fortemente o Poder Legisla-tivo para reverter tal situação. A Lei nº 8.142, de 1990, é criada, retomando parte dos artigos vetados na Lei nº 8.080/1990.

Constituição Federal: lei maior de uma sociedade politicamente organizada. É o modo pelo qual se forma, estabelece e organiza uma sociedade.

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19Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

A Lei nº 8.142/1990 enfatiza a participação social em instâncias colegiadas, por meio das con-ferências e dos conselhos de saúde. Preconiza-se que as conferências, no âmbito nacional, ocorram a cada quatro anos ou quando for necessário. Já os conselhos de saúde são constituídos no âmbito fe-deral, estadual e municipal e têm caráter contínuo e devem contar com o envolvimento dos usuários do serviço, dos gestores, dos prestadores de serviço e dos profissionais de saúde.

A definição da participação popular na saúde, descrita na Constituição, traduz a vontade das pessoas de envolverem-se na democracia. Tal medida possibilita ao povo influenciar decisivamente no significado e na implementação das políticas públicas de saúde no Brasil, desde o nível munici-pal ao federal.

Para refletir...

Qual é a importância da política para a sua vida?

Você se envolve com os problemas da sua comunidade?

Você participa de algum sindicato, associação de mo-radores, grupo religioso ou algo parecido?

Qual é a sua função sociopolítica no nosso país?

Saiba você que, para efetivação da Lei nº 8.142/1990, é imprescindível o envolvimento popular. A participação social funciona como forma de garantir o exercício da cidadania e da democracia em qualquer país, no Brasil não é diferente. Os movimentos sociais atuam como ferramenta de controle social, viabilizando intervenções na realidade de uma sociedade.

Por meio do controle social e da compreensão da sociedade, o povo envolve-se nos debates políticos, emite opiniões sobre a saúde, sugere novas ideias, prioriza necessidades, toma decisões em saúde, age como fiscal das ações do governo, acompanha e controla a implantação das políticas de saúde e discuti sobre assuntos importantes para a transformação da realidade do seu bairro, municí-pio, estado e país.

Em uma sociedade mais igualitária, a participação da sociedade nas decisões políticas é um evento comum, de livre espontânea vontade e significativo. O envolvimento social reflete diretamen-te no contexto coletivo da vida das pessoas, visto que geram discussões sobre as reais necessidades da comunidade. Tendencialmente o Estado favorece as classes econômicas mais privilegiadas, no entan-to a participação popular tem o propósito de minimizar esse tipo de conduta. A intenção é interagir com as entidades governamentais para a construção de uma qualidade de vida melhor para o povo.

A participação popular, no nosso país, ocorre por meio de conselhos e conferências de saúde, institucionalizados na Lei nº 8.142, de 1990. Nesses ambientes, a população informa as necessidades de saúde e, por seguinte, acontece o direcionamento e a estruturação das políticas públicas de saúde conforme demanda popular. Os conselhos são espaços reais que propiciam estabelecer parcerias com diversas organizações sociopolíticas.

Instâncias colegiadas: são sessões que propiciam debates com diversos seto-res da sociedade para tomadas de decisão.

Controle social: é a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Adminis-tração Pública.

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A educação social e política das pessoas é o instrumento que fortalece e consolida a participa-ção social efetiva. Você precisa conhecer seus direitos, entender que é um modificador da realidade e que você é importante para sua comunidade. Muitas pessoas não se envolvem nesse processo de participação popular, porque acham que não são agentes transformadores da realidade.

Para refletir...

O quanto nós somos responsáveis pela condição de saúde do nosso país?

Você tem feito seu papel de cidadão?

Com base nesses pensamentos, a participação social é um direito de cidadania. O senso de justiça social predomina na tomada de decisões, assim viabilizando a prática dos três princípios dou-trinários do SUS: universalidade, integralidade e equidade.

Veja bem, a participação popular em saúde não deve acontecer exclusivamente nas conferên-cias e nos conselhos de saúde. Está é a forma institucionalizada na Lei nº 8.142/1990, mas o engaja-mento social pode e deve acontecer também de maneira informal, por meio de consultas, conversas e grupos de trabalho com os profissionais de saúde.

Seguindo o percurso da história do SUS e a participação popular, ainda sob o fervor das con-quistas das Lei nº 8.080/1990 e da Lei nº 8.142/1990, o movimento sanitário consegue aprovar, 1991, a Norma Operacional 91 (NOB 91). Esta norma exigiu dos municípios a criação dos conselhos e fundos municipais de saúde, bem como a contrapartida de 10% do dinheiro público para saúde e elaboração dos planos de carreira para os profissionais do SUS.

No ano de 1991, ainda foi criado o Programa dos Agentes Comunitários de Saúde (PACS), vi-sando atender a demanda de saúde da população. No mesmo ano, foi aprovada a XIX Conferência Nacional de Saúde, que aconteceria em 1992.

Devido à insatisfação social com o governo do presidente Fernando Collor, a nona conferência foi adiada quatro vezes. O tema foi “Saúde: municipalização é o caminho” e tinha como objetivo a des-centralização e a valorização da participação comunitária no SUS. Essa conferência contou com mais de 50% de representantes das cidades brasileiras, com a intenção de aprofundar os temas debatidos na VIII Conferência Nacional de Saúde.

Inicia-se na nona conferência uma campanha pela saída do presidente Collor do governo, bem como reafirma a implantação do SUS. Especialmente sobre a participação social, é dada ênfase para: fortalecimento dos conselhos; democratização da saúde; en-volvimento comunitário em conferências e plenárias; e engajamento popular no conselho gestor.

Fundos munici-pais de saúde: recursos repassa-dos pelo Fundo Nacional de Saúde destinados exclusi-vamente a serviços de saúde pública do município.

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21Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Saiba mais!

Você sabia que, diante do caos político promovido no governo Collor e das denúncias de cor-rupção, o presidente foi deposto? Esse processo é conhecido como impeachment. Quem assu-me o cargo de presidente do Brasil, em setembro de 1992, é o vice Itamar Franco.

Em 1993, é proposta a implantação da Saúde da Família sob responsabilidade dos municípios. Então, em 1994, nasce o Programa Saúde da Família, que passa a ser extensão do PACS, agregando os profissionais médico e enfermeiro no atendimento à comunidade.

Conheça mais sobre a sua profissão...

Quer saber mais? Acesse a Biblioteca Virtual de Saúde, nela há o documento “Programa de Agen-tes Comunitários de Saúde”. Este é uma publicação de 2001 do MS, disponível em: <http://bvs-ms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacs01.pdf>.

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Ainda, em 1993, é regulamentada a NOB 93, que trata do financiamento e da descentralização do SUS. É definido claramente qual seria a contribuição, de cada esfera do governo, destinada aos ser-viços públicos de saúde. Com essa norma operacional, os conselhos de saúde estruturam-se em sua função política, levando-se em conta a relação dos gestores municipais, estaduais e nacionais com o financiamento do SUS e a participação popular em saúde.

A NOB 93 exige a formalização dos conselhos municipais de saúde e solicita a comprovação das atividades desenvolvidas, ou seja, os gestores tinham de entregar os documentos que comprovassem as reuniões e a participação do povo na tomada de decisões em saúde. Caso isso não acontecesse, o governo federal não repassava recurso financeiro aos municípios.

Após criar o Plano Real e tentar estabilizar a economia do país, o ex-ministro da economia, Fer-nando Henrique Cardoso (FHC), candidata-se à Presidência da República e ganha as eleições. Então, em 1995, FHC assume o cargo de presidente do Brasil. Esse período da história teve a intenção de reorganizar a política de Estado, que estava um caos por inúmeras questões do passado.

A partir desse momento, as políticas de saúde deixam de ser do governo, para serem políticas de Estado. Mas o que é isso? Bem, vamos lá! A política de governo pode ser definida como aquela que muda a cada mandato eleitoral. Já a política de Estado é estável, não sofre mudanças mediante governo vigente, ou seja, independentemente do representante político, as medidas de promoção, prevenção e recuperação à saúde serão as mesmas. Por exemplo, a Estratégia Saúde da Família (ESF) não vai deixar de existir só porque um novo político está na administração municipal. Ficou claro?

Então voltemos ao governo FHC. A implantação do SUS mudou consideravelmente a gestão dos serviços de saúde e a participação popular. Entre 1995 a 1998, mais de 56 milhões de pessoas eram atendidas nas Unidades Básicas de Saúde – UBS (BRASIL, 2006).

Curiosidade!

Você sabia que foi no governo do FHC, na gestão do ministro da Saúde Adib Janete, que a vio-lência foi caracterizada com um problema de saúde pública.

A violência causa impactos, muitas vezes, irreversíveis à população desde modificações corpo-rais e psíquicas até a morte.

Os jovens são as pessoas mais vulneráveis à violência. Que saber mais?

Acesse: <http://www.mapadaviolencia.org.br/mapa2014_jovens.php>.

No ano de 1996, foi realizada a X Conferência Nacional de Saúde, cujo tema foi “Construindo um Modelo de Atenção à Saúde para a Qualidade de Vida”. Foram discutidas as dificuldades enfrentadas para a consolidação do SUS.

Houve a presença de equipe econômica do go-verno para discutir as questões relacionadas ao finan-ciamento da saúde, e, por tal razão, evidenciou-se a luta que estava sendo travada entre o setor da saúde e a área de economia do nosso país.

Plano Real: pro-grama brasileiro com o objetivo de estabilização e re-forma econômica.

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23Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

No mesmo ano citado, foi regulamentada a NOB 96. Esta foi apresentada com o propósito de reorganizar o modelo de assistência em saúde. De-finiu-se o papel de cada gestor por esfera do gover-no, bem como o repasse de recurso financeiro do âmbito nacional para o estadual e o municipal.

Essa norma também sugere a criação do Car-tão-SUS municipal, para facilitar a identificação dos usuários do SUS. Esse cartão tem um número único e pode ser utilizado em todo o território nacional.

Saiba mais!

“O Cartão-SUS, ou Sistema Cartão Nacional de Saúde, é um cartão magnético criado pelo gover-no para controlar e facilitar todos os procedimentos médicos vinculados ao SUS (Sistema Único de Saúde). O cartão armazena todos os dados do paciente e informações confiáveis sobre suas consultas, como local de atendimento, data e horário, quais serviços do SUS foram disponibili-zados e todos os procedimentos realizados.” (BRASIL, 2014)

Busque mais informações em: <http://cartaosus.com.br/>.

Durante todo o governo de FHC, as plenárias foram de suma importância para a delimitação de um espaço em que se debatiam propostas provenientes da comunidade, dos profissionais e do governo. Nessas plenárias, ocorreram várias denúncias contra o governo FHC no tocante ao financia-mento à saúde. Há acusações de negligenciamento das transferências de recursos para manutenção da saúde, e, mais uma vez, o envolvimento popular foi importante para a tomada de decisões no campo da saúde.

A proposta desse governo era a privatização dos serviços de saúde. Em 1997, foi publicada uma carta de resposta à plenária de 1995, cujo conteúdo informava que o governo era favorável à terceiriza-ção dos serviços de saúde. Nessa perspectiva, foi organizada uma mobilização social, na cidade do Rio de Janeiro, intitulada: “Rumos do Movimento em Defesa do Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2006).

Em 1998, aconteceram a V e a VI Plenárias do Conselho Nacional de Saúde, que trataram sobre o financiamento do SUS e do controle social. No mesmo ano, ocorreu o II Encontro dos Conselheiros de Saúde, cujo título foi “Efetivando o Controle Social” com a intenção de debater sobre intensificação da participação popular na defesa do SUS. No ano seguinte, houve a VII Plenária do Conselho Nacional de Saúde, com a intenção de fortalecer as propostas das plenárias de 1998 (BRASIL, 2006).

Diante de tantas lutas pelo financiamento do SUS, na virada do milênio, nos anos 2000, houve a aprovação da Emenda Constitucional (EC) nº 29, que tange sobre os recursos financeiros mantene-dores do SUS.

Plenárias: assem-bleias que têm o objetivo de reunir membros para discutir questões sobre determinado tema.

Conselho Na-cional de Saúde: conselho de pes-soas que colabora na identificação de problemas e solu-ções relacionados à saúde brasileira.

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A XI Conferência Nacional de Saúde foi realizada nesse ano, sendo o tema central “Efetivando o SUS: aces-so, qualidade e humanização na atenção à saúde, com controle social”. O foco foi a melhoria de condição de saúde da população e promoção dos valores em defesa da vida, com ênfase para a participação social na toma-da de decisões em saúde.

1.4 Realidade atual do envolvimento popular no SUS

Você conhece a atual realidade da participação

comunitária na saúde?

( ) Sim. ( ) Não.

A participação comunitária ainda não é a desejada, mas, comparada ao que era antes, tivemos um grande progresso entre 1950 e 2000. Seguindo o percurso histórico dos movimentos sociais no Brasil, chegamos a 2001. Ainda no governo FHC, após debate entre o governo e os conselhos de saú-de, foram criadas as Normas Operacionais de Assistência à Saúde (Noas) 2001/2002. As Noas tinham como marco o Plano Diretor de Regionalização.

Em 2003, cria-se a Secretária de Gestão Estratégica e Participativa do MS. Esse departamento tem a função de acompanhar o processo da Reforma Sanitária e da Ouvidoria do SUS. A intenção é colaborar na construção do SUS com maior engajamento social.

Saiba mais!

“O Departamento de Ouvidoria-Geral do  Sistema Único de Saúde (DOGES), criado em 9 de junho de 2003 pelo Decreto nº 4.726, integra a Secretaria de Gestão Estratégica e Partici-pativa (SGEP) do Ministério da Saúde. Atua com ações para o fomento à participação social, à disseminação de informa-ções em saúde e faz a mediação entre  as necessidades do usuário e os gestores do SUS”. (BRASIL, 2014b)

Plano Diretor de Regionalização: instrumento de planejamento em saúde.

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25Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Já, em 2004, aconteceram duas Plenárias dos Conselhos Nacionais de Saúde, que teve como prin-cipal ponto a EC nº 29 (aquela que fala do financiamento do SUS). Nesse ano, houve manifestações populares com o intuito de pressionar os parlamentares a regulamentarem tal emenda. Também houve grande movimento dos trabalhadores da saúde – com exceção dos médicos – contra o Ato Médico.

A XII Conferência Nacional de Saúde foi sobre “Saúde: um direito de todos e dever do Estado – A saúde que temos o SUS que queremos”, aconteceria em 2004, no entanto foi adiantada para dezem-bro de 2003, com a intenção de discutir a melhoria da participação social no SUS.

Multimídia

Assista ao filme: Políticas de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde.” Depois construa uma resenha so-bre o tema.

Isso ajudará na fixação do conhecimento!

O filme está disponível em: <http://www5.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?I-D=11133&tipo=B>.

O movimento social organizado viabiliza grandes conquistas. A saúde da população Negra pode ser citada como exemplo de engajamento social. O movimento negro reivindicou inúmeros direitos no setor saúde e conquistou – por direito – a Política de Saúde Integral da População Negra.

Para refletir...

Como você acha que começa o processo de mudança e, por seguinte, o envolvimento social?

Quais são os critérios para tornar as pessoas mais politizadas?

A mudança começa na formação de cada cidadão. A educação é o caminho da transformação social. O movimento que tem o intuito de melhorar a visão política das pessoas, bem como esclarecer e resolver problemas, contradiz a organização social do nosso país.

Ato Médico: lei que regulamen-ta o exercício da medicina.

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Comumente, as pessoas são manipuladas nos debates políticos e não se envolvem, de fato, no processo de escolha. O exemplo melhor que podemos citar são as eleições políticas. Pois bem, boa parte dos candidatos no período eleitoral ficam tão próximos do povo, no entanto, durante o mandato, eles estão guardados em seu “casulo” bem longe da população que o escolheu como representante.

Vivemos em mundo capitalista e consumista, alimentado por uma elite centralizadora. O que isso quer dizer? Alienação política, ou seja, poucos manipulam muitos para que a realidade social das pessoas nunca mude. A mídia é o maior exemplo disso.

O vínculo e a interação da comunidade, bem como a educação e a consciência política são os aspectos que podem garantir a democracia de fato. Portanto, o engajamento social tem relação com as ações que possam mudar a forma de pensar das pessoas e também com a conscientização dos sujeitos – atores transformadores da coletividade.

O caminho tem uma única direção. São eles:

• Entendimento dos direitos e deveres de cada um na sociedade em que vive.

• Conhecer a realidade da sua comunidade e relacionar-se com ela.

• Debater socialmente e politicamente o modelo social vigente.

Tais condutas propiciará a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Você já ouviu falar sobre o Pacto pela Saúde? É uma proposta do governo federal, por meio do MS, para melhorar a saúde da população brasileira.

O Pacto pela Saúde começou a ser planejado pelo Conselho Nacional de Saúde ainda no ano de 2004. Esse documento define as responsabilidades de cada esfera do governo para estruturação do finan-ciamento do SUS, execução de uma gestão cooperativa e valorização da participação da comunidade.

Esse pacto tem três eixos norteadores. O primeiro é o Pacto pela Vida, que foca as prioridades básicas em saúde das três esferas do governo. O segundo constitui-se do Pacto em Defesa do SUS, que tem como propósito a reorganização do movimento social em saúde, conforme aconteceu na Refor-ma Sanitária. E, por fim, o Pacto de Gestão, que corresponde a uma série de responsabilidades, entre elas a participação e o controle social em saúde.

Exercitando o conhecimento...

Em relação ao Pacto pela Saúde, assinale a alternativa correta.

1. É um documento de pouca validade para as políticas de saúde.

2. Foi uma decisão exclusiva do governo.

3. É composto por três eixos norteadores: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do Sus e Pacto pela Gestão.

...

Comentário: se você marcou a alternativa 3, parabéns! Como você acabou de ver, o Pacto pela Saú-de é constituído por três pilares elementares que tem a intenção de estruturar melhor os serviços de saúde e, por seguinte, promover a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros.

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27Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

No ano de 2007, acontece a XIII Conferência Nacional de Saúde, cujo título foi: “Saúde e Qualidade de Vida. Políticas de Estado e Desenvolvimento”. Ainda, em 2007, há a criação do Núcleo de Participação da Comunidade na Saúde, este tem o intuito de ajudar as pessoas durante os fóruns e as conferências de saúde. Esse núcleo também fomenta a melhoria da gestão participativa e da participação social na saúde. A participação social na ges-tão pública em saúde recebe algumas deno-minações, como controle social e participa-ção da comunidade.

Comumente, utiliza-se o termo contro-le social, no entanto os conselheiros de saúde acham que esse termo é um reducionismo, visto que não mostra a dimensão do direito informado na Carta Magna. A participação so-cial está além do controle e da fiscalização, ela vigora a

formulação de políticas, intervindo em decisões, orientando a Admi-nistração Pública quanto às melhores medidas a serem adotadas que atendam interesses públicos legítimos. Manifesta-se também através da ação, ou seja, cada um de nós, seres humanos, cidadãos e políticos, têm um papel na sociedade que desempenhamos através da execução de nossas funções (CONASEMS, 2011).

Outro conceito que devemos discutir é o de gestão participativa. Esta corresponde a um instru-mento que viabiliza a democratização das organizações e tem a intenção de efetivar a participação comunitária na gestão do SUS (CONASEMS, 2011).

A participação comunitária na construção e no controle das políticas de saúde foi um direito conquistado com muita luta, porém é necessário valorizar isso. O gestor municipal da saúde tem pa-pel importante nesse processo, ele é quem incentiva os debates sobre os problemas de saúde nos conselhos locais.

Em 2009, é aprovada a Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009, que dispõe sobre direitos e deveres dos usuários do SUS. Esse documento tem seis princípios elementares de cidadania e define os direitos e deveres do cidadão quando atendido no SUS. Também é fortale-cida a participação nos conselhos e nas conferências de saúde.

Após dois anos, em 2011, aconteceu a XIV Conferência Nacional de Saúde. Essa conferência teve como título: “To-dos usam os SUS! SUS na Seguridade Social – Política Pú-blica, Patrimônio do Povo Brasileiro”.

Nesse ano, foi regulamentada a Lei nº 8.080/1990 e nº 8.142/1990 por meio do Decreto nº 7.508/2011. Este do-cumento é mais um instrumento fortalecedor da participa-ção social na tomada de decisões em saúde.

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A próxima Conferência de Saúde acontecerá em 2015 e o tema proposto para o debate será mais uma vez a participação social e a necessidade de mais trabalhadores da saúde no SUS.

Saiba mais!

Sobre a história das Conferências Nacionais de Saúde.

Acesse: <http://conselho.saude.gov.br/14cns/index.html>.

O movimento social está ativo no nosso país, no entanto nem sempre é divulgado na mídia. Recentemente, em 2013 e 2014, o movimento social de rua foi reacendido com intensa participação popular e ganhou grande visibilidade mundial.

Isso lembra algum movi-mento que você estudou

neste capítulo?

( ) Sim. ( ) Não.

As grandes conquistas dos anos 1980 fo-ram devido à participação popular e às mobili-zações de rua.

Com os jargões “O gigante acordou!”; “Não queremos Copa, queremos mais hospi-tais!”; e “Queremos uma saúde padrão FIFA!”, a população brasileira tomou as ruas de todo o país para mostrar a sua insatisfação com a edu-cação, a saúde, o transporte público e tantos ou-tros aspectos.

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29Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

No entanto o movimento não trouxe uma diretriz clara e fundamentada. Esse movimento ge-rou inúmeros problemas, sendo até denominado por muitos como uma mobilização sem sentindo político. Tal evento gerou até mortes!

A criminalização dos movimentos sociais foi um ponto negativo, visto que a violência estava presente em algumas cidades do país. As pessoas que estavam na rua pelo movimento social queriam uma luta pacífica e não à mão armada.

Para refletir...

Em relação aos movimentos sociais de 2013 e 2014....

1) As propostas eram destinadas à coletivi-dade ou a grupos específicos?

2) Você que foi para a rua sabe, de fato, por quais propostas de melhoria estava lutando?

3) É esse o papel do movimento social?

Curiosidade!

A revolta dos 20 centavos...

Ano passado, em junho de 2013, os estados e os municípios aumentaram os valores das tarifas do transporte público, com autorização do governo federal, porém o “Movimento do Passe Li-vre” travou uma luta contra esse reajuste. Toda a população do país foi mobilizada e, com isso, foi iniciada “A revolta dos 20 centavos”. O desfecho dessa história é que houve redução das tarifas do transporte público.

Então, veja, caro(a) aluno(a), a importância das lutas sociais para a nossa vida. Precisamos nos engajar mais na participação social para conquistar uma sociedade mais justa.

Acesso à educação, ao transporte, à saúde, à moradia, à alimentação, à seguridade, entre tantos outros aspectos, está previsto na Constituição Federal de 1988. Não queremos apenas ter acesso, mas sim qualidade de vida.

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Parabéns,

você finalizou esta lição!

Agora responda às questões ao lado.

Resumindo...

Estudamos nesta lição os elementos básicos dos movimentos sociais em saúde do Brasil, en-tendendo desde o conceito de movimento social até a história da luta da população por melhores condições de saúde.

Bem, por ora, ficamos por aqui... Espero que você tenha entendido o conteúdo deste capítulo. Na próxima lição, conversaremos sobre a importância das redes sociais para boas condições de saúde de uma população. Você sabe o que são redes sociais?

Veja se você se sente apto a:

• Entender as definições e a importância do movimento social.

• Conhecer a história dos movimentos sociais para a Saúde em nosso país.

• Compreender a importância dos movimentos sociais na construção do Sistema de Saúde.

Agora que você compreendeu todo o conteúdo, chegou a hora de fazer alguns exercícios. Então, responda às 10 questões sobre

esta lição nas próximas páginas.

Exercícios

Questão 01 – O movimento social pode ser compreendido como:

a) um evento produzido por um grupo de indivíduos, sem um objetivo em comum.

b) é a mobilização das pessoas, simplesmente para fins políticos.

c) a motivação de grupos específicos, em prol do bem comum.

d) o conflito com as entidades governamentais, cujo resultados não produzem efeitos positivos para a sociedade civil.

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31Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Questão 02 – A principal ideia dos movimentos sociais é:

a) produzir a desmoralização dos governos vigentes.

b) fazer os sujeitos entenderem o processo de emancipação e o ideário de liberda-de coletiva.

c) fazer com que as pessoas compareçam às ruas apenas para mostrar que a população está presente nos movimentos sociais.

d) causar medo na população que não concorda com os movimentos sociais.

Questão 03 – A respeito da responsabilização da saúde pelo Estado, assinale a alterna-tiva incorreta.

a) Começou de forma incipiente antes dos anos 1900, ainda na República.

b) Na era industrial, a saúde passa a ser uma questão social e o Estado passa a fundar institutos de saúde no Brasil, a exemplo do Instituto Soroterápico.

c) As conferências de saúde foram de suma importância para estruturação do serviço de saúde público no Brasil.

d) A 8a Conferência Nacional de Saúde trouxe poucos avanços em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.

Questão 04 – A respeito dos primeiros movimentos sociais do Brasil, é correto afirmar que:

a) a revolta da vacina iniciou-se por meio de uma manobra política da oposição, geran-do o confronto entre a população e a polícia.

b) a criação das vacinas visava minimizar as epidemias de doenças infectocontagiosas, era de caráter obrigatório e a população tinha de pagar ao governo para ser vacinada.

c) a jornada de trabalho era de 8 horas diárias, por tal razão a classe operária brasileira lutou para redução da carga horária para 6 horas diárias.

d) o movimento café com leite foi uma articulação entre fazendeiros de Minas e não trouxe mudanças para os trabalhadores.

Questão 05 – Em relação ao movimento dos trabalhadores, assinale a alternativa correta.

a) A criação do Ministério do Trabalho foi pouco significativa para garantia dos direitos dos trabalhadores.

b) A Consolidação das Leis Trabalhistas, vigente até os dias atuais, retrata os direitos dos trabalhadores, bem como regula o regime de trabalho dos funcionários de carteira assina-da do Brasil.

c) Os Institutos de Aposentadorias e Pensões tinham como propósito segregar os trabalha-dores por empresas e disponibilizam alguns atendimentos em saúde para os trabalhadores.

d) A mudança das Caixas de Pensões para os Institutos de Aposentadorias forneceu maior poder aos trabalhadores.

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Questão 06 – A respeito do processo de institucionalização da participação social no Brasil, é correto afirmar que:

a) ela é composta pela gestão participativa, em que o governo determina as ações e a população aceita verticalmente.

b) a consolidação ocorreu a partir dos anos 1980, por meio do Movimento Sanitá-rio Brasileiro.

c) surgiu o Conasp com o objetivo de aproximar a população do governo, para manipu-lar o atendimento em saúde.

d) o movimento Diretas Já foi de caráter elitista, visto que os mais privilegiados se senti-ram prejudicados com o governo de Fernando Collor.

Questão 07 – A Constituinte de 1988 propiciou mudanças importantes no campo da saúde. A respeito desse assunto, assinale a alternativa incorreta.

a) Definiu-se uma seção relacionada à saúde, que trata dos direitos da população brasileira.

b) Afirma a importância da população nas tomada de decisões no setor saúde.

c) Define que a saúde é responsabilidade do Estado, excluindo os cidadãos do seu pa-pel social.

d) Viabiliza a criação e a normatização de ambientes institucionais para participa-ção popular.

Questão 08 – As Leis nº 8.080 e nº 8.142, de 1990, criam o Sistema Único de Saúde. A respeito desse assunto, assinale a alternativa correta.

a) A Lei nº 8.142/1990 descreve a participação social em instâncias colegiadas, por meio de conferências e conselhos de saúde.

b) A Lei nº 8.080 foi aprovada com unanimidade pelo governo da época.

c) O Movimento Sanitário Brasileiro não influenciou a criação das leis orgânicas da saúde.

d) A participação popular foi imposta por um grupo pequeno de pessoas, cujo objetivo foi privilegiar poucos.

Questão 09 – Em relação à participação da sociedade nas decisões políticas, assinale a alternativa correta.

a) É um evento comum em todas as sociedades, visto que vivemos em mundo igualitário.

b) A participação é obrigatória, dessa forma o entendimento político é forçadamente aprimorado.

c) O engajamento social traduz que as pessoas pouco se importam com a coletividade.

d) A participação popular tem como objetivo diminuir as lacunas entre o Estado e a popu-lação, interagindo com o governo no sentindo de melhorar a qualidade de vida da maioria.

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33Construção de Redes Comunitárias de Promoção da Saúde

Questão 10 – A respeito da atual participação comunitária nas tomadas de decisão, é correto afirmar que:

a) ainda é incipiente, visto que as pessoas não se mobilizam socialmente nos serviços de saúde.

b) ocorre fervorosamente nas ruas e tem produzido mudanças impactantes na nossa realidade atual.

c) proporciona poucas conquistas.

d) a transformação social não precisa de instrumentos norteadores do saber, a exemplo da educação.

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