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LIÇÃO 4 POR QUE CÉLULAS FALHAM? Por que tão poucas igrejas se propõem a ter células se são tão importantes e necessárias? Em parte é por que muitas igrejas já tentaram e falharam! Muitas vezes nem iniciaram, pelo fato de conhecerem outros que falharam. Nossa experiência com células tem nos ajudado a identificar pelo menos oito formas de matá-las! É melhor prevenir... 1. A visão precisa fluir do coração do pastor. O Dr. Paul Yonggi Cho, no seu livro “Grupos Familiares e o Crescimento da Igreja” (Editora Vida) escreve: “O pastor deve ser a pessoa-chave do empreendimento. Sem o pastor o sistema não subsistirá. É um sistema, e todo sistema deve ter um ponto de controle. O fator de controle dos grupos familiares é o pastor”. As células muitas vezes são novidade. É um novo odre. Traz mudanças. Ameaça as velhas estruturas, tanto psicológicas como sociais e até espirituais. É necessária a mão pessoal do pastor, pelo menos no primeiro ano, para que todo um movimento se desenvolva. Quando o pastor não lidera e supervisiona as células nos primeiros anos, ele priorizará outras coisas, levando os grupos a falharem. 2. O movimento precisa ser iniciado com um grupo piloto. Este grupo deve ser composto pelo pastor e de três a cinco líderes chaves. Esses líderes devem reproduzir-se depois de adquirirem uma boa experiência de como uma célula saudável funciona. Às vezes, pessoas com bastante experiência podem liderar células na mesma semana, vendo o pastor liderar numa noite e ele liderando em outra. Normalmente a reprodução demorará um semestre. Permita-nos simplesmente deixar claro que a igreja que procura começar com dez, quinze, vinte ou mais células, de uma vez, provavelmente fracassará. Esta tem sido a experiência negativa de várias igrejas. 3. Os líderes precisam de supervisão eficaz e reciclagem contínua. As células falham quando deixamos a liderança isolada e sem acompanhamento. Todo líder precisa de cobertura, encorajamento e prestação de contas (incluindo o pastor!). Sem isso, o líder não priorizará sua célula. Por isso, acompanhamento e gerenciamento são

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Por que tão poucas igrejas se propõem a ter células se são tão importantes enecessárias? Em parte é por que muitas igrejas já tentaram e falharam! Muitas vezesnem iniciaram, pelo fato de conhecerem outros que falharam. Nossa experiência comcélulas tem nos ajudado a identificar pelo menos oito formas de matá-las! É melhorprevenir...1.

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LIÇÃO 4

POR QUE CÉLULAS FALHAM?

Por que tão poucas igrejas se propõem a ter células se são tão importantes e

necessárias? Em parte é por que muitas igrejas já tentaram e falharam! Muitas vezes

nem iniciaram, pelo fato de conhecerem outros que falharam. Nossa experiência com

células tem nos ajudado a identificar pelo menos oito formas de matá-las! É melhor

prevenir...

1. A visão precisa fluir do coração do pastor. O Dr. Paul Yonggi Cho, no seu livro

“Grupos Familiares e o Crescimento da Igreja” (Editora Vida) escreve: “O pastor deve

ser a pessoa-chave do empreendimento. Sem o pastor o sistema não subsistirá. É um

sistema, e todo sistema deve ter um ponto de controle. O fator de controle dos grupos

familiares é o pastor”.

As células muitas vezes são novidade. É um novo odre. Traz mudanças. Ameaça as

velhas estruturas, tanto psicológicas como sociais e até espirituais. É necessária a

mão pessoal do pastor, pelo menos no primeiro ano, para que todo um movimento se

desenvolva.

Quando o pastor não lidera e supervisiona as células nos primeiros anos, ele

priorizará outras coisas, levando os grupos a falharem.

2. O movimento precisa ser iniciado com um grupo piloto. Este grupo deve ser

composto pelo pastor e de três a cinco líderes chaves. Esses líderes devem

reproduzir-se depois de adquirirem uma boa experiência de como uma célula saudável

funciona. Às vezes, pessoas com bastante experiência podem liderar células na

mesma semana, vendo o pastor liderar numa noite e ele liderando em outra.

Normalmente a reprodução demorará um semestre. Permita-nos simplesmente deixar

claro que a igreja que procura começar com dez, quinze, vinte ou mais células, de

uma vez, provavelmente fracassará. Esta tem sido a experiência negativa de várias

igrejas.

3. Os líderes precisam de supervisão eficaz e reciclagem contínua. As células

falham quando deixamos a liderança isolada e sem acompanhamento. Todo líder

precisa de cobertura, encorajamento e prestação de contas (incluindo o pastor!). Sem

isso, o líder não priorizará sua célula. Por isso, acompanhamento e gerenciamento são

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extremamente importantes, bem como uma reciclagem e treinamento periódico. O

pastor precisa visitar as células com certa freqüência na fase em que ele é o

supervisor/discipulador. Para ter êxito, os quatro suportes ou recursos seguintes são

indispensáveis para o líder.

A. Precisa de boa orientação e bom material para seus encontros semanais. Por isso,

muitos nem começam. Outros começam, mas falham, por não saber como continuar.

B. Precisa saber como resolver conflitos. Quando nos conhecemos melhor, como

numa célula, acabamos tendo mais conflitos. Os pastores e líderes devem saber como

resolver conflitos.

C. Precisa ter um assessor ou conselheiro ao qual se dirigir quando os problemas

surgem. O pastor também precisa de alguém com mais experiência para assessorá-lo.

D. Precisa ver um modelo ao vivo. Muitos utilizam a visão de um livro ou apostila.

Poucos conseguem ter êxito transferindo as idéias do manual teórico para a realidade.

Mesmo um livro ou manual, não dispensa a experiência. O pastor aprenderá muitas

coisas essenciais, e às vezes inconscientes, por poder visitar ou participar de uma boa

célula em outra igreja. Isso pode ser a base para o pastor visualizar como tais grupos

funcionarão em sua igreja.

4. O pastor deve manter um relacionamento estreito com os líderes. Em muitos

casos o pastor não abraça a visão porque tem medo de descentralizar seu poder.

Teme que não possa controlar o que acontece nos grupos. Vê a possibilidade de

divisão, com uma ou mais células tornando-se autônomas e saindo da igreja. Esse

medo deve ser superado com o pastor e o coordenador bem próximos dos líderes. O

pastor e seus líderes precisam ter um bom relacionamento e um espírito de

companheirismo e amizade. Este relacionamento estreito é a chave da prevenção

contra a divisão.

5. As células precisam de um sentido claro de missão. Quando a célula focaliza

apenas a si mesma, perdendo o sentido de missão, acaba se matando. Algumas

pessoas diriam que tal grupo deve morrer! Cada célula precisa de um sentido claro de

sua missão para ser um grupo saudável. O objetivo evangelístico de uma célula já dá

tal sentido de missão a um grupo.

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Nossas células têm o objetivo claro de se multiplicar pelo menos uma vez ao ano. Este

sentido de missão dá a ela o que precisa fazer: ganhar novas pessoas para Cristo

(membros) e formar novos líderes. Todo o movimento se move com base nesta

missão.

As células não têm o mesmo objetivo que, por exemplo, uma classe de escola

dominical, que visa estudar a Bíblia com profundidade. O objetivo central das células é

estabelecer relacionamentos redentores, com Cristo, uns com os outros, e

estendendo-se para os que ainda estão fora do grupo. A amizade se torna uma chave

para conquistar a vizinhança, os amigos e outros.

6. Pessoas muito carentes precisam de grupos de apoio ou outra estrutura. As

necessidades dessas pessoas podem ultrapassar a capacidade de resposta do grupo.

Muitas vezes pessoas feridas emocionalmente se tornam dominadoras e

controladoras. Essas pessoas, ou seus problemas, podem dominar a célula. O

segredo é criar grupos de apoio que atendam especificamente a estes casos.

7. As células devem ter prioridade em relação a outras atividades da igreja. Nada

pode concorrer com a célula. É preciso desenvolver estruturas para que as células

sejam parte central da vida da igreja. Só acrescentar um grupo à vida de um líder, já

sobrecarregado de atividades, é uma forma segura de “matar” os componentes do

grupo e fazê-lo fracassar.

Muitos pastores não querem começar células por não terem pessoas preparadas para

liderá-las. A liderança já está sobrecarregada. Na verdade, precisamos descobrir

novos líderes ou ajudar os líderes atuais a passarem algumas de suas

responsabilidades para outros.

Normalmente será necessário que a igreja pare com alguma reunião no meio da

semana para que se abra um espaço para os membros participarem das células.

8. As células falham quando há má seleção dos líderes. Lembro da ocasião em

que compartilhamos os sete princípios acima com um grupo de pastores

discipuladores. Paulo Cezar, de Belo Horizonte comentou que ele não falhou em

nenhuma dessas áreas, mas suas células ainda assim falharam. Qual a explicação?

Este oitavo princípio: ele não selecionou os líderes certos. Selecionou os líderes

formais da igreja para liderarem as células. Eles não eram ensináveis, nem estavam

prontos para entrar numa nova visão. Paulo Cezar perdeu vários anos com eles antes

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de começar novamente com uma seleção cuidadosa de novos líderes e ter um grande

sucesso.

O pastor precisa selecionar um grupo piloto (grupo base) que vai se reproduzir no final

do ano. Quando esse grupo não está pronto para se reproduzir, quase sempre o

pastor descobrirá que não seguiu corretamente os critérios de seleção. Aprende uma

dura lição. Perde um ano. Mas, pode voltar aos princípios de seleção, e então ter

sucesso no ano seguinte.

Perguntas para Reflexão

1. Já tivemos GF. Onde nossa igreja falhou com base nos 8 princípios acima

descritos?

2. Qual destes oito princípios você acha mais importante para que a igreja não volte a

falhar no processo de implantação das células?