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A EPISTEMOLOGIA DE IMRE LAKATOS DISCENTE:DAIANA DAL’ PUPO PISTER CLARISSA MOESCH JEFERSON ZANIN ALESSANDRO Universidade Federal de Mato Grosso Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais Disciplina: Epistemologia das Ciências Naturais Docentes:Edward Bertholine de Castro Marcelo Paes de Barros

Lakatos projeto canoa

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A EPISTEMOLOGIA DE IMRE LAKATOS

DISCENTE:DAIANA DAL’ PUPO PISTERCLARISSA MOESCHJEFERSON ZANIN

ALESSANDRO

Universidade Federal de Mato GrossoPrograma de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais

Disciplina: Epistemologia das Ciências NaturaisDocentes:Edward Bertholine de Castro

Marcelo Paes de Barros

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BIOGRAFIA

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“ A própria ciência como um todo pode serconsiderada um imenso programa de pesquisacom a suprema regra heurística de Popper:'arquitetar conjecturas que tenham maiorconteúdo empírico do que as suas predecessoras' "(Lakatos, 1979; p.162)

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• É um conjunto de proposições ou hipóteses protegido por decisão provisória da comunidade científica;

• Mesmo nos casos em que um programa se torne regressivo e venha a ser abandonado, pode ser retornado algum tempo depois quando o avanço tecnológico possibilitar novos testes;

• “O núcleo firme é 'convencionalmente' aceito (e, portanto, 'irrefutável' por decisão provisória)" (Lakatos, 1983; p116).

NÚCLEO FIRME

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• É constituído por hipóteses e teorias auxiliares e também pelos métodos observacionais.

• Ele protege o núcleo firme, sendo constantemente modificado, expandido, complicado.

CINTURÃO PROTETOR

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• No programa de Newton o"cinturão protetor" continha modelos do sistema solar, a forma e a distribuição de massa dos planetas e satélites, a ótica geométrica, a teoria sobre a refração da luz na atmosfera, etc.

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• As anomalias no cálculo da órbita deUrano, levaram a modificações no "cinturãoprotetor“,transformando-as emcorroborações, algumas vezes espetacularescomo no caso da previsão de Netuno

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• Representa uma regra de tolerância, que visa dar chance para os princípios fundamentais do núcleo mostrem sua potencialidade;

• Proíbe que,frente a qualquer caso problemático, refutação ou anomalia seja declarado falso o núcleo firme.

• A falsidade incidirá sobre algumas hipóteses do cinturão protetor.

• Impede tentativas de explicação de tipos radicalmente diferentes das explicações aconselhadas pela heurística positiva;

• Um programa nunca é abandonado sem que um melhor esteja disponível;

HEURÍSTICA NEGATIVA

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• Orienta, parcialmente, as modificações que devem ser feitasno "cinturão protetor" para superar as anomalias.

• Conjunto de sugestões e palpites sobre como mudar e desenvolver as refutações e assim sofisticar o cinturão protetor;

• Impede que os cientistas se confundam, indicando caminhos que poderão lentamente explicá-las e transformá-las em corroborações;

• Conduz à elaboração de modelos explicativos;

• O desenvolvimento do programa inclui uma sucessão de modelos crescentes em complexidade, procurando cada vez mais se aproximar da realidade.

HEURÍSTICA POSITIVA

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• No caso da astronomia copernicana, a heurística positiva indicava claramente a necessidade do desenvolvimento de uma mecânica adequada à hipótese da Terra móvel, bem como de novos instrumentos de observação astronômica, capazes de detectar as previstas variações no tamanho aparente dos planetas e as fases de Vênus, por exemplo.

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• Para Lakatos uma teoria é científica se ela se enquadrar em dois critérios:

• estar em um programa de pesquisa e este ser progressivo.

• Os programas de pesquisa podem ser caracterizados como progressivos ou regressivos;

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• TEORICAMENTE PROGRESSIVO: Quando cada modificação do cinturão protetor leva a novas e inesperadas predições ( antecipação) ou retrodições (explicação);

• EMPIRICAMENTE PROGRESSIVO: Se pelo menos algumas das novas predições são

corroboradas;

PROGRESSIVO

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• O verdadeiro teste de uma teoria, então, é sua capacidade de prever fatos novos. Se o faz, refutações e anomalias podem ser ignoradas.

• Um fato novo em relação a uma teoria se ele não fizer parte daquele conjunto de fatos para os quais a teoria foi especificamente proposta;

• É considerado novo ou não dependendo da heurística que levou à construção daquela teoria;

• Os fatos novos não apóiam teorias mas sim programas;

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• O programa é considerado regressivo quando os ajustes feitos no cinturão apenas explicam os fatos que os motivaram sem prever nenhum fato novo, ou se prevendo nenhum desses fatos é corroborado.

• Estes ajustes são chamados de “ad-hoc” (adição de hipóteses (s) estranha(s) a uma teoria para salvá-la de ser falseadada);

• Apresenta proliferação de fatos contraditórios , resultados experimentais incongruentes;

REGRESSIVO OU DEGENERATIVO

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• Não existem “experimentos cruciais”;

• A superação de um programa por outro é um processo histórico e racional;

• Pluralismo teórico;

• O progresso do conhecimento depende da existência de programas concorrentes;

• A superação de um programa de pesquisa, ocorre quando um programa rival possui maior conteúdo progressivamente preditivo, ou seja, prediz tudo que o programa confrontado prediz e ainda mais.

REVOLUÇÃO

CIENTÍFICA

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NÚCLEO

CINTURÃO PROTETOR

FENÔMENOS

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Uma estratégia de ensino inspirada em Lakatos com instrução de

racionalidade por uma reconstrução racional didática

Osmar Henrique Moura da SilvaRoberto NardiCarlos Eduardo Laburú

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Passo 1: Revelar as concepções alternativas dos alunos emdeterminado conteúdo para encará-las como se fossem“programas”. Isso pode ser feito de várias maneiras, comoavaliações usando questionários, questões orais e discussõesem grupo, dentre outras. Essas concepções devem serregistradas pelo professor e serem somente usadas no passo5;

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Passo 2: Apresentar duas teorias científicasrivais, preferivelmente, de modo a incluir aquela que sepretende ensinar. Discutir com os alunos os postulados(núcleo) de cada teoria e analisar as diferenças explicativaspara certos fenômenos. Neste passo, é interessante que oprofessor escolha os fenômenos que ambas as teoriasexplicam, para que inicialmente os alunos as vejamigualmente fortalecidas. O objetivo aqui é tornar inteligíveltanto a teoria científica atual como a teoria científicaantecessora;

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Passo 3: Avaliar as inteligibilidades alcançadas no passoanterior. Isso pode ser feito por meio de uma folha comquestões relativas ao assunto entregue ao aluno. Obviamenteque o passo 2 deve ser bem trabalhado com os alunos para queum nível satisfatório das inteligibilidades seja alcançado paradar continuidade aos próximos passos;

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Passo 4: Apresentar a RRD para os alunos. Nessas discussõeshistóricas também é possível reforçar as inteligibilidades dasteorias científicas, mas o principal interesse é que asdiscussões de superação de uma teoria frente uma rivalsejam direcionadas pela racionalidade inspirada nos critériosdo falseacionismo lakatosiano, intencionadas em fortalecer oentendimento do estudante de tal racionalidade.

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Nesse sentido, ao realizar previsões de fenômenos comambas teorias, o estudo deve alcançar uma interpretaçãoda proliferação de fatos contraditórios à teoria científicaantecessora. Isso por estabelecer fenômenos cujasinterpretações permitem contradições com aquelas emque essa teoria foi vista fortalecida no passo 2. Já para ateoria científica atual não há essa proliferação.Logo, analogamente, procura-se provocar umentendimento de degeneração (enfraquecimento) de umateoria frente uma rival, fundamentando-se no critério dograu de explicações sem contradição. Uma maneiraprática é estabelecer leituras da RRD para discussão;

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Passo 5: Da mesma forma como se conduziu racionalmente a discussão pela RRD, agora se inicia a discussão racional entre concepções alternativas e a teoria científica que foi vencedora no passo anterior . Essa racionalidade tem a pretensão de orientar a aceitação de novas concepções. Para isso, neste passo o professor apenas resgata e apresenta aos alunos quais concepções alternativas foram encontradas no passo 1 e as compara com a teoria científica, então inteligível. Realizam-se confrontos entre as explicações e previsões que as concepções alternativas e a teoria científica fazem sobre os fenômenos, buscando clarear as interpretações de ambas;

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Passo 6: Em conseqüência do passo 5, aqui éimportante estabelecer uma insatisfação com oprograma alternativo da mesma forma como se tentoucom o programa degenerativo da RRD no passo 4. Aanomalia emerge quando, na resolução de umdeterminado problema científico através da teoriaaceita, surge uma dificuldade conceitual ou empíricaque outra teoria não manifesta. Esta últimaentão, torna-se candidata natural à aceitação pelacomunidade científica. É a partir de então que oprofessor, após ter fortalecido seus argumentos pelosresultados experimentais, procura enfraquecer onúcleo do programa alternativo ao seguir a analogiacom o critério de eliminação de teorias.

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Passo 7: Uma segunda avaliação é feita. Esse passoserve para verificar se os aprendizes realmenteadquiriram o novo compromisso epistemológicoracionalmente, isto é, se assimilaram a novaconcepção. O que pode ser verificado através dafrutificação de explicações compatíveis com a teoriacientífica.