LANÇAMENTO DE LIVROS

CARTAGENAClaudia Amengual

En plena crisis de sus cuarenta un hombre toma algunas decisiones equivocadas que traeránconsecuencias nefastas. Treinta años más tarde, demolido por la culpa, regresa a Cartagena deIndias para enmendar algunos de esos errores, comprender los motivos profundos de sus accionesy ser perdonado por aquellos a quienes tanto daño causó. La historia se desarrolla en el marco esplendoroso de la ciudad caribeña y tiene por protagonistas aFranco Rossi – un viejo periodista cargado de amargura– y a su padre casi nonagenario quepresenta serios problemas de memoria, pero también una lucidez sorprendente y un implacablesentido del humor. En su periplo por las calles cartageneras, se cruzarán con una mujer que no haolvidado, con un hombre que cree ser un personaje de García Márquez y con el propio Nobelcolombiano ya en la última etapa de su vida. Entre todos construirán una trama que difumina loslímites de la realidad y la fantasía, propone un diálogo con los textos del genial autor y nos planteapreguntas acerca del valor de la originalidad en el arte, el poder destructivo de la culpa y laposibilidad de redención. Sin eludir las asperezas de la vida, Cartagena es una historia de amor, de piedad y de esperanza.

RARA AVIS VIDA Y OBRA DE SUSANA SOCACláudia Amengual

Tres años de rigurosa investigación desarrollada en Montevideo, Buenos Aires y París culminancon esta biografía que nos reencuentra con una uruguaya tan misteriosa como excepcional. Poeta,ensayista, mecenas y directora de publicaciones culturales, amiga de personajes ilustres comoCamus, Lorca y Éluard, retratada por Picasso, Susana Soca se devela como una mujer que mereceun sitial destacado en el panorama cultural uruguayo y latinoamericano. El libro propone, además,un análisis crítico de su obra poética y ensayística.

O SENTIDO PRIMEIRO DAS COISAS: ESTUDOS SOBRE A OBRA DE MARIA TERESA HORTAConceição Flores

O livro O sentido primeiro das coisas: ensaios sobre a obra de Maria Teresa Horta, volume I,Palavra Habitada, reúne 24 ensaios sobre a poesia da escritora, que foi uma das homenageadas noXIII Seminário Nacional e IV Internacional Mulher e Literatura, realizado em Natal, em setembrode 2009. A escritora ocupa um lugar de destaque na literatura portuguesa há mais de 50 anos,tendo uma vasta obra publicada, 27 títulos de poesia, mas esta é a primeira vez que é lançado umlivro sobre a sua obra poética. A escrita de Maria Teresa Horta é assumidamente feminista, e osensaios, embora seguindo abordagens críticas diferentes, focalizam temas que percorrem a poesiahortiana como o erotismo, o corpo, a paixão e a revisitação da história a partir do protagonismo damulher.

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MULHERES AO ESPELHO: AUTOBIOGRAFIA, FICÇÃO E AUTOFICÇÃOEuridice Figueiredo

Partindo de uma reflexão crítica sobre a morte do autor (Barthes) e o seu retorno nas escritas de si,Eurídice Figueiredo faz o inventário dos diferentes formatos (diário, memórias, autobiografia,relato de infância, correspondência, romance autobiográfico, ficção biográfica de escritor, ensaioautobiográfico, autoficção) para se dedicar, em seguida, à investigação sobre as representações dasmulheres. Transitando da literatura brasileira às literaturas de língua francesa, a autora analisaautoras que enfocam a sexualidade feminina, inclusive questões polêmicas como incesto eprostituição; aborda livros autobiográficos e (auto)ficcionais de escritoras como Nélida Piñon,Adriana Lisboa, Carola Saavedra, Tatiana S. Levy, Conceição Evaristo, Eliane Potiguara, GabrielleRoy, Annie Ernaux, Régine Robin, entre outros aspectos aqui tratados. A pluralidade e ocosmopolitismo das análises são dois dos muitos indícios de que se trata de uma pesquisa alentadae amadurecida que traz uma importante contribuição para os estudos literários.

CECÍLIA MEIRELES EM DIÁLOGOS DISSONANTES: 50 ANOS DE PRESENÇA EM SAUDADE (1964-2014)Gisele Pereira de Oliveira e Delvanir Lopes

Os artigos presentes neste volume, em homenagem ao aniversário da partida de Cecília Meireles,reúnem um grupo de pesquisadores cecilianos de duas gerações. Ana Maria Domingues deOliveira (autora do prefácio e orientadora acadêmica da segunda geração), Ilca Vieira de Oliveira eMargarida Maia Gouveia representam a geração que desenvolveu pesquisas referenciais sobre aobra ceciliana, contribuindo para uma melhor compreensão desta e, no ofício de educadoras,possibilitaram mais e mais estudos sobre Cecília. Dentre os acadêmicos que vêm palmilhando ocaminho desbravado, em parte, por elas, temos os outros autores deste volume, a saber, DelvanirLopes, Gisele Pereira de Oliveira, Jacicarla Souza da Silva, e Márcia Eliza Pires, que representam onovo grupo de pesquisadores, cujas pesquisas em doutoramento sobre a obra ceciliana são dosúltimos três anos. Dessa forma, apresentamos o presente volume, homenageando a musainspiradora desses pesquisadores, de longa ou recente caminhada, cujos estudos aqui convergempara um tema: os diálogos de Cecília Meireles com e sobre outras mulheres, com outros autores,com outros países, com o tu interlocutor poético e consigo mesma em sua autobiografia. De perto eao longe, mesmo ausente fisicamente, Cecília se mantém presente, em estudos, em leituras e emmemória.

TITUBA REVISITADA: CONDÉ EM REENCONTRO COM MILLER E HAWTHORNELilian Cristina Corrêa

Textos ficcionais inspirados em eventos históricos, produzidos em tempos diversos, encontramneste livro uma nova abordagem, em sintonia com os embates que hoje movimentam a teorialiterária e os estudos culturais. Com argúcia e competência, Lilian Cristina Corrêa traz à cenaalguns ângulos desses embates, a partir de obras que giram em torno de temas essenciais comoamor e sentimento de justiça, em contraste com a face nebulosa de grandes paixões humanas,como fanatismo, moralismo e discriminação de gênero. Textos de valor artístico e densidadetemática incomparáveis fundamentam estas releituras, como a premiada obras de Maryse Condé,Eu, Tituba, feiticeira... Negra de Salém, o clássico da dramaturgia de Arthur Miller As Bruxas deSalém, e o instigante A Letra Escarlate, de Nataniel Hawthorne. Expandindo a discussão para alémde enfrentamentos temáticos, Lilian Cristina Corrêa põe em relevo a intertextualidade entre essas eoutras obras, valorizando o infinito entrecruzar de vozes com que a ficção enriquece a vida.

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HISTÓRIA DAS MULHERES NAS BANDAS DE MÚSICAMarcos dos Santos Moreira

Livro resultado de pesquisa de Doutorado visa apresentar uma pesquisa quáli-quantitativa sobre aparticipação feminina nas filarmônicas do nordeste brasileiro e do norte de Portugal. Analisar asquestões musicológicas e educacionais e mesclá-las com as ciências sociais no que é concernente aquestões como educação, da política, de pontos econômicos e afetivos, e conectá-las com númerosquantitativos desta participação, fazem a ótica deste trabalho. Para isto percorremos milhares dequilômetros pelo nordeste brasileiro e por Portugal em buscas de respostas que justificassem aescassez de trabalhos científicos sobre o tema e o hiato temporal da presença feminina nestasagremiações. Portanto, o estudo analisou seu objeto através de conceitos da relação da música comas ciências sociais e, desta maneira, buscou compreender como relações de poder se perpetuarampor tantas décadas impedindo a entrada das mulheres nos quadros filarmônicos.

ENXADAS DE AÇÚCARMariana Duarte

Um romancista poderia, no espaço de sua narrativa, reconduzir as realidades culturais, sociais eeconômicas de um determinado espaço e momento da História? Para a autora deste livro, emanálise histórica ao ficcionista José Lins Rego (1901-1957) – e suas obras Menino de Engenho(1932), Usina (1936) e Fogo Morto (1943) – a resposta é positiva. A partir da perspectivainterdisciplinar entre a História e a Literatura, e com base teórica nos estudos culturais, a presentepesquisa possibilitou identificar a contribuição de cada uma das áreas ao descrever o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste do Brasil, verificando as questões econômicas e de como foram formadas asrelações sociais do período e, principalmente, trazendo a ampliação de conhecimento e dasreflexões nas áreas interdisciplinares estudas.

MAYA ANGELOU E A AUTOBIOGRAFIA RITMADA DE THE HEART OF A WOMANMonaliza Rios Silva

Tratar de vozes que caminham em paralelo com o cânone é um trabalho que impõe a qualquerpesquisador uma atitude política diante da sociedade e de seus padrões. Este livro é resultado deum trabalho de pesquisa de oito anos que inicia a autora no universo da Literatura Afro-americana, apoiada na discursividade de mulheres negras. Sendo assim, essa pesquisadora partiude uma discussão já bastante rica e bem estruturada, através da fortuna crítica de Maya Angelou e,em seu nome, de muitas mulheres negras que – essas, sim – romperam com este cânone eapresentaram ao mundo sua voz melódica e seus gritos há muito abafados de liberdade. Trazeressas vozes à tona é o maior objetivo dos esforços deste trabalho. Sugerir uma leitura em partiturade uma das Autobiografias de Maya Angelou é a maior ousadia que esta obra apresenta. Natentativa de usar a sass language, este texto atreve-se em introduzir a história de umasubjetividade que tanto marcou a História de muitos negros e muitas negras no contexto dos EUAda segunda metade do século XX.

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ENLACES & DESENLACESPollyana Lima

A obra Enlaces & Desenlaces é uma coletânea de contos, cujos temas se constituem de situaçõesque envolvem personagens femininas em contato com as questões da vida, as dificuldades da vidacotidiana, contracenando com os homens quase sempre problemáticos. São situações vividas pormulheres, observadas de um ângulo fixo, através de uma voz narrativa atenta aos mínimossentidos dos gestos das personagens. Há neste livro uma sensibilidade feminina atuando no foconarrativo. De fato, os contos deste livro parecem mais relatos de situações de vidas nas quais aspersonagens se jogam sem cautelas, quase sempre se desgastando em prazeres passageiros eilusões profundas, que marcam o final de suas trajetórias. São narrativas rápidas e objetivas, emque o destino caminha em ziguezague e em transformação constante, levando as personagens aexperimentarem a vida e suas armadilhas, numa gradação que vai da ascensão até o auge, e daí atéa queda inexorável. Há, portanto, um acento moralizante nos enredos do livro, em que os valoresmundanos acabam sendo mostrados como ilusórios, levando as protagonistas à ruína física,mental ou à degradação moral. Estes contos representam situações pinçadas do cotidiano, emhistórias que o leitor parece já conhecer de algum tempo ou lugar. Mas o destino está definidopelos nós, pelos arremates dos fatos que só as personagens tecem em suas trajetórias singulares. Oscontos se sucedem trazendo sempre alguma surpresa, situações inusitadas, choques – e tudo issofluindo sempre com a naturalidade peculiar do estilo da autora. Enfim, e Enlaces & Desenlaces, asnarrativas fluem com clareza, simplicidade e agudeza, como que pinçadas de quadros cotidianos,como relatos de acontecimentos.

LEITURAS BAIANAS: AUTORES, IMAGENS, LEITORESRaimundo Lopes Matos e Valeria Lessa Mota (orgs.)

Certos significados se repetem e se cristalizam, outros, são reelaborados por novas leituras nafloresta de signos em que se tornou o mundo contemporâneo. Os textos que se apresentam nestasLeituras Baianas percorrem esses dois polos. Retomam e analisam textos e leituras a partir deperspectivas pessoais, mas com a adoção de uma postura crítica e sistemática do estudioso daleitura e da literatura, uma vez que são professores de literatura que trazem para um campo maisamplo de discussão suas leituras construídas na interação da prática docente, atividade depesquisa e extensão. As experiências leitoras aqui expostas são feitas a partir de propostasmetodológicas diversas que têm a Bahia como tema comum. Outra dimensão dos textos que aquise vão ler é que eles são resultado da experiência leitora de textos artístico-literários. Logo, textosque se dão a leitores como jogos de sentidos e os convidam para essa interação lúdica. Mas nãosomente, eles são construções, um trabalho que envolve o indivíduo na sua integralidade, razão,emoção, fantasia, desejo, e que na brincadeira entre a verdade e a mentira, a imaginação e arealidade remontam a linguagem brasileira e, particularmente, baiana; dão a conhecer um mundo,o velho e novo da ficção, que é expressão de um indivíduo particular, o autor da obra que com suacriação integra e faz girar a cultura, seus valores, sentidos e símbolos.

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DAS LUZES ÀS SOLEIRAS: PERSPECTIVAS CRÍTICAS NA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEARicardo Araújo Barberena; Vinícius Carneiro (organizadores)

Das luzes às soleiras: perspectivas críticas na literatura brasileira contemporânea é um livro demúltiplos encontros e trânsitos entre variados escritores e temas contemporâneos, composto dequinze ensaios de renomados especialistas, nacionais e internacionais, entre os quais estão AntônioSanseverino, Carmen Villarino, Léa Masina, Leila Lehnen, Leonardo Tonus, Maria Eunice Moreira,Regina Dalcastagnè e Ricardo Barberena. A obra surge do percurso dinâmico entre diferentesespaços na literatura, tratando, em essência, do conceito de limiar, o qual não separa doisterritórios, mas, contrariamente, possibilita a transição de fluxos e contrafluxos. Na passagem dasluzes da modernidade às soleiras da contemporaneidade, ocorre uma substituição na nossagramática teórica, em que se abandona a categoria de limite: na soleira da escritura, no limiar entreas áreas (como Escrita Criativa e Teoria Literária), é impossível determinar onde acaba e ondecomeça a especificidade de cada espaço de conhecimento. E sair de uma zona hermenêutica deconforto pode ser algo desafiante à relação que estabelecemos com o cotidiano e seus atores. Sendoassim, visitar o limiar é manifestar um desejo de não adesão aos valores triunfantes das narrativasoficiais e canonizadas, é compreender a literatura como um campo minado de batalhas de umconhecimento em constante metamorfose. Nas palavras de João Gilberto Noll, que assina a orelhado livro, “É da força que pode advir nesse universo ficcional que surge a sua função política, nãoum regramento salvacionista, as microexplosões balsâmicas que afastam o leitor do conformismo,abrindo-lhe de surpresa um limiar”.

MULHER E LITERATURA: VOZES CONSEQUENTESRosana Cássia Kamita e Luísa Cristina dos Santos Fontes

O Grupo de Trabalho A Mulher na Literatura da Associação Nacional de Pós-Graduação em Letrase Linguística (Anpoll) foi criado em 1985. São trinta anos de atuação do GT em pesquisas e açõessobre a presença da mulher na literatura, considerando a crítica feminista e os estudos de gênero.O livro enfatiza as duas linhas de pesquisa atualmente em vigor no GT: Resgate eContemporaneidades. Essas duas linhas de certa forma já demonstram os principais enfoques depesquisa do grupo atualmente. A linha de Resgate se destaca por sua ênfase em conhecer/reavaliaras escritoras do passado que acabaram sendo ignoradas em seu tempo ou outras que tiveram seutrabalho reconhecido, porém passaram por um processo de “esquecimento”. Somente com otrabalho de resgate a produção literária dessas escritoras pode voltar a ser lida e avaliada. A linhade Contemporaneidades considera o trabalho de resgate empreendido, posiciona-se no presente,buscando contribuir com as mais recentes tendências teórico-críticas, além de projetar opensamento a novos conceitos e posturas sobre a mulher no campo literário, em sua especificidadecomo também em interação com outras áreas.

CARTOGRAFIAS CONTEMPORÂNEAS: ESPAÇO, CORPO, ESCRITASandra Regina Goulart Almeida

O livro aborda a literatura contemporânea de autoria feminina e a crítica literária feminista, sobuma perspectiva comparativa, enfocando o embricamento das categorias das espacialidadescontemporâneas, do corpo feminino e da escrita.

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ACENOTatiana Pequeno

Aceno é o segundo livro de poemas de Tatiana Pequeno, professora de literatura portuguesa daUniversidade Federal Fluminense em Niterói, Rio de Janeiro. Nesta obra, que sucede o seuprimeiro réplica das urtigas (Oficina Raquel, 2009), a autora evoca uma poética de visitações,trânsitos e interrupções, notadamente marcada por uma dicção feminina por meio da qual seevidenciam as temáticas da lesbiandade, dos adeuses, dos desencontros e do desamparo. O livrofoi belamente resenhado e elogiado por José Castello no jornal O Globo, em janeiro de 2015:“Tatiana escreve com a postura de uma sobrevivente, que lutou a guerra das palavras, perdeu-a,mas, ainda assim, tirou algo dessa luta. Eis a prova: seu livro. Seu belo livro. Assombra-se com oque fez, como “quando não há jogo/ e o que sobra não é nem a verdade só o que/ você arrancoudela”. O poema se ergue como uma parede entre o que ela desejou fazer e o que de fato fez(Borges). Seu destino é recomeçar, e nisso um sentimento se entranha: o medo. “Eu sei que comeceitudo com muito Medo”. Esse temor de tentar e perder e ainda assim continuar a tentar faz parte,porém, do destino do poeta.”.

NO COLO DAS IABÁS: A MATERNIDADE, RAÇA E GÊNERO NA OBRA DE ESCRITORAS AFRO-BRASILEIRASVania Maria Ferreira Vasconcelos

Essa obra investiga o tema da maternidade em textos de escritoras contemporâneas afro-brasileiras, concentrando-se, sobretudo, nos romances Um Defeito de Cor, de Ana MariaGonçalves, Ponciá Vicêncio e Becos da Memória, de Conceição Evaristo. A abordagem deste tema,associado a outros aspectos que envolvem as questões de gênero e raça, trouxe para esta pesquisadados e informações sobre a experiência feminina africana e afrodescendente no Brasil,permitindo-nos uma maior compreensão dos diversos aspectos históricos, das tensões e obstáculosenfrentados por essas mulheres, bem como as soluções encontradas na vivência das suasmaternidades. Este livro, fruto da pesquisa de doutorado pela UNB, estuda sob a perspectivafeminista estas experiências e a representação delas nos romances citados. A literatura, emboraproduto da imaginação e linguagem, é testemunha do pensamento de sua época. As escritorasafro-brasileiras contemporâneas têm contribuído, através dos seus textos, para significativasmudanças de paradigmas relacionados às mulheres afrodescendentes; é o que aqui pretendemosdemonstrar.

FINAS FLORES: MULHERES LETRISTAS NA CANÇÃO BRASILEIRAJorge Marques

O livro Finas Flores: mulheres letristas na canção brasileira vem cobrir uma grave lacuna – aausência de estudos que sistematicamente estudem o papel exercido pelas compositoras nahistória da nossa música popular. A obra gira em torno de seis artistas: Dolores Duran, Maysa, RitaLee, Joyce, Fátima Guedes e Adriana Calcanhoto. É a partir delas que resgatamos a autoriafeminina no universo da MPB, não apenas analisando suas obras detidamente, mas tambémdialogando suas produções com outras do momento histórico que lhes foi contemporâneo e, ainda,com diferentes letristas mulheres. No percurso de pesquisa empreendido, nomes cujas obras foramsoterradas pelo tempo e pelo descaso da memória cultural brasileira são resgatados e trazidos à luzao grande público. Finas flores femininas: facção excluída, à espera do preenchimento das falhasque guardam, excluem, escondem e lançam para o ostracismo as obras das compositorasbrasileiras. Com esta obra, o foco se volta, enfim, para elas. Com a palavra, as mulheres!

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AGORA SOU EU QUE FALO, EU, GABRIELAMaria Gabriela da Costa

Misto de memórias e ensaio acadêmico, este livro narra a travessia da autora entre Portugal, paísonde nasceu, Angola, onde viveu até 1975, e o Brasil, onde assentou o seu destino, emconsequência de uma tumultuada saída daquele país assolado pela guerra. Iniciado durante apreparação de seu doutorado, o livro alterna realidade e ficção, na medida em que, através daprotagonista, interage com várias obras da literatura de língua portuguesa. Como ponto departida, os romances Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro e Lueji-O nascimento dumimpério, de Pepetela, cuja análise comparativa foi o tema da tese Memória e identidade em Viva opovo brasileiro e Lueji-O nascimento dum império, posteriormente publicada pela Edufal com otítulo Sobre as águas da memória atlântica: As vozes entrelaçadas de Lueji-O nascimento dumimpério e Viva o povo brasileiro. Em sua travessia, a autora viaja pela poesia de Fernando Pessoa,José Carlos Ary dos Santos, Sophia de Mello Brayner, António Gedeão, Olinda Beja, ManuelBandeira, e passeia com personagens de obras de José Eduardo Agualusa e Pepetela, sobretudo,por lugares que fazem parte da geografia do seu passado angolano e se traduzem como marcasidentitárias. Os estudos sobre utopia, principalmente os desenvolvidos por Ernst Bloch em seulivro mestre O princípio esperança, são o fio condutor da narrativa.

MEMORIAS DEL PLATAJuana Manso / Zahidé L. Muzart

Entre as escritoras que foram também periodistas, e que tiveram uma quota considerável deresponsabilidade no despertar da consciência das mulheres brasileiras, salienta-se a argentinaJuana Paula Manso e sua ação, no Brasil, pelo periódico Jornal das Senhoras, fundado em 1852.Neste, deixou o romance Memorias del Plata em que narra os horrores da ditadura Rosas naArgentina. Estamos publicando-o, pela primeira vez no Brasil. O estabelecimento do texto deve-seà Eliane Vasconcellos e Ivete Maria Savelli (FCRB). O livro traz também ensaio da Profa. Const|ância Lima Duarte (UFMG).

O FUNIL DO DIABOJúlia Lopes de Almeida e Zahidé L. Muzart

O tema da traição, da loucura e da deslealdade estão presentes em todo o enredo. Como sempre, aautora traz várias vezes a questão do casamento e da submissão da mulher a um homem, da faltade independência e de trabalho em que estão submetidas. E como sempre, em quase todos osromances, a trama gira em torno de família abastada e burguesa com modos e práticas da elite.

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POEMAS PARA A AMIGA E OUTROS DIZERESHelena Parente Cunha

Poemas dedicados à amiga e colega Angélica Soares que nos deixou tão cedo de repente. Nos“dizeres” narro passagens significativas da nossa fraternal amizade de mais de quarenta anos.