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DESTERRO DE ENTRE RIOS/
PIRACEMA - MG
SETEMBRO / 2018
LICENÇA DE OPERAÇÃO CORRETIVA – LOC
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
JMN MINERAÇÃO S.A.
LAVRA A CÉU ABERTO / PLANTA DE TRATAMENTO A ÚMIDO – MINÉRIO DE FERRO
MINA MORRO DOS COELHOS
CERN - Consultoria e Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda
2
Caro Leitor,
Você está iniciando a leitura do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA) do processo de Licenciamento
Ambiental da Mina Morro dos Coelhos, da empresa JMN
Mineração S.A.
Especialistas de várias áreas do conhecimento
realizaram levantamentos e estudos detalhados na área
de influência do empreendimento com o intuito de
entender as relações deste com o meio o qual está
inserido.
Os resultados desses trabalhos compõem integralmente
o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do
empreendimento.
As principais avaliações e resultados técnicos são
apresentados, simplificadamente, neste documento.
Recomenda-se a leitura do referido EIA àqueles que
desejem conhecer os detalhes de seu conteúdo
científico e técnico.
Esperamos que o Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) permita-lhe uma visão geral do empreendimento,
e que o estimule a participar do processo de
licenciamento ambiental.
3
SUMÁRIO
1. SOBRE O RIMA..........................................................7
2. RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO RIMA.................8
3. MINA MORRO DOS COELHOS........................................9
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................. 9
3.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS .................................. 9
3.3. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................... 10
3.4. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO ............... 11
4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA.............................................22
4.1. ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA) ....................... 23
4.2. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID) ........................ 24
4.3. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII) ...................... 25
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA..,..29
5.1. MEIO FÍSICO ........................................................ 29
5.2. MEIO BIÓTICO ..................................................... 41
5.3. MEIO SOCIOECONÔMICO ....................................... 55
6. IMPACTOS AMBIENTAIS..........................................,.70
6.1. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................ 71
7. PRINCIPAIS IMPACTOS E AÇÕES................................73
7.1. MEIO FÍSICO ........................................................ 73
7.2. MEIO BIÓTICO ..................................................... 77
7.3. MEIO SOCIOECONÔMICO ....................................... 79
8. MEDIDAS MITIGADORAS DOS IMPACTOS – PROGRAMAS
AMBIENTAIS...............................................................82
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................85
10. EQUIPE TÉCNICA...................................................86
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................87
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 3.1 – LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .......................... 10
FIGURA 3.2 – BLOCO DIAGRAMA DOS CORPOS EM RELAÇÃO À TOPOGRAFIA
PARA FACILITAR O ENTENDIMENTO DO MÉTODO. .............................. 11
FIGURA 3.3 – BLOCO DIAGRAMA DA LAVRA EM BANCADAS. ................. 12
FIGURA 3.4 – ESCAVAÇÃO E TRANSPORTE DE MINÉRIO ..................... 13
FIGURA 3.5 – BASCULAMENTO DO MINÉRIO TRANSPORTADO POR
CAMINHÕES. ....................................................................... 13
FIGURA 3.6 – BASCULAMENTO DO MINÉRIO TRANSPORTADO POR
CAMINHÕES. ....................................................................... 13
FIGURA 3.7 – ALINHAMENTO DO BRITADOR POR PÁ CARREGADEIRA ....... 14
FIGURA 3.8 – ARRANJO GERAL MINA MORRO DOS COELHOS .............. 22
FIGURA 4.1 – ÁREAS DE INFLUÊNCIA – ESQUEMA ILUSTRATIVO ........... 23
FIGURA 4.2 – MAPA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA E INDIRETA – MEIO
FÍSICO E BIÓTICO ................................................................. 27
FIGURA 4.3 – MAPA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA E INDIRETA – MEIO
ANTRÓPICO ......................................................................... 28
FIGURA 5.1 - MODELO DO EMPILHAMENTO ESTRATIGRÁFICO DA ÁREA .... 30
FIGURA 5.2 – PLANALTOS DISSECADOS NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO31
FIGURA 5.3 – VISTA DA PARTE SUPERIOR DA “CUESTA”, VERTENTE NORTE
DA MINA ............................................................................ 31
4
FIGURA 5.4 – MAPA POTENCIAL ESPELEOLÓGICO LOCAL ................... 32
FIGURA 5.5 – ENTORNO DA CAVIDADE MMC CAV-01. .................... 33
FIGURA 5.6 – ENTORNO DA CAVIDADE MMC CAV-02. .................... 33
FIGURA 5.7 – EXPOSIÇÃO DE ESPESSO PACOTE DE LATOSSOLO VERMELHO
AMARELO ........................................................................... 34
FIGURA 5.8 – DETALHE DO PERFIL DO SOLO NA REGIÃO DA MINA
MOSTRANDO O HORIZONTE SUPERIOR COM MUITOS FRAGMENTOS DE
MINÉRIO ............................................................................ 34
FIGURA 5.9 – SITUAÇÃO HIDROGRÁFICA LOCAL DA MINA MORRO DOS
COELHOS ........................................................................... 35
FIGURA 5.10 – LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO....... 36
FIGURA 5.11 – MAPA DOS PONTOS INVENTARIADOS ........................ 36
FIGURA 5.12 – LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO HÍDRICO.
...................................................................................... 37
FIGURA 5.13 – CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DA REGIÃO DO
EMPREENDIMENTO SEGUNDO KÖPPEN-GEIGER ............................... 38
FIGURA 5.14 – CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA DA REGIÃO DO
EMPREENDIMENTO SEGUNDO IBGE ............................................ 39
FIGURA 11.87 – PONTOS DE MONITORAMENTO DE RUÍDO ................. 40
FIGURA 5.15 – LOCALIZAÇÃO DA MINA MORRO DOS COELHOS NO BIOMA
MATA ATLÂNTICA, IBGE 2006 ................................................. 42
FIGURA 5.16 – MAPA DA COBERTURA VEGETAL DA MINA MORRO DOS
COELHOS, ANO BASE 2009 – ZEE ............................................ 43
FIGURA 5.17 – MAPA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NA REGIÃO DE
INSERÇÃO DA MINA MORRO DOS COELHOS ................................... 43
FIGURA 5.18 – VISTA PARCIAL DA ÁREA DE PASTAGEM, DESTAQUE PARA A
DOMINÂNCIA DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS. ..................................... 45
FIGURA 5.19 – VISTA PARCIAL DA ÁREA DE CERRADO COM DESTAQUE PARA
A DOMINÂNCIA DE ESPÉCIES FORRAGEIRAS, COM INDIVÍDUOS ESPAÇADOS
EM COM BAIXA ESTATURA. ........................................................ 46
FIGURA 5.20 – SITUAÇÃO DAS ÁREAS DE PASTAGEM ANTES DA
INTERVENÇÃO – TAC MINA MORRO DOS COELHOS .......................... 47
FIGURA 5.21 – PORCENTAGEM DAS CLASSES DE MAPEAMENTO DO USO E
OCUPAÇÃO DO SOLO - MINA MORRO DOS COELHOS. ......................... 48
FIGURA 5.22 – HYPSIBOAS FABER. ............................................ 50
FIGURA 5.23 – RHINELLA POMBALI. ........................................... 50
FIGURA 5.24 – RHINELLA RUBESCENS. ........................................ 50
FIGURA 5.25 – LEPTODACTYLUS LABYRINTHICUS. ........................... 50
FIGURA 5.26 – LEPTODACTYLUS LATRANS. .................................... 50
FIGURA 5.27 – HYPSIBOAS POLYTAENIUS. .................................... 50
FIGURA 5.28 – OXYRHOPUS GUIBEI............................................ 50
FIGURA 5.29 – SIBYNOMORPHUS MIKANII. ................................... 50
FIGURA 5.30 – CAPACETINHO-DO-OCO-DO-PAU (MICROSPINGUS
CINEREUS) ......................................................................... 52
FIGURA 5.31 – JANDAIA-DE-TESTA-VERMELHA (ARATINGA AURICAPILLUS)
...................................................................................... 52
FIGURA 5.32 – MARIA-CAVALEIRA-DE-RABO-ENFERRUJADO (MYIARCHUS
TYRANNULUS). .................................................................... 52
FIGURA 5.33 – CORUJINHA-DO-MATO (MEGASCOPS CHOLIBA). .......... 52
FIGURA 5.34 – TUCANUÇU (RAMPHASTOS TOCO). ......................... 52
5
FIGURA 5.35 – JURITI-PUPU (LEPTOTILA VERREAUXI). .................... 52
FIGURA 5.36 – SABIÁ-DO-BANHADO (EMBERNAGRA PLATENSIS). ........ 53
FIGURA 5.37 – SARACURA-DO-MATO (ARAMIDES SARACURA) ............. 53
FIGURA 5.38 – TESOURA-DO-BREJO (GUBERNETES YETAPA). ............ 53
FIGURA 5.39 – CHOPIM-DO-BREJO (PSEUDOLEISTES GUIRAHURO). ..... 53
FIGURA 5.40 – BUGIO (ALOUATTA CLAMITANS). ............................ 55
FIGURA 5.41 – GUIGÓ (CALLICEBUS NIGRIFRONS). ........................ 55
FIGURA 5.42 – VEADO-CATINGUEIRO (MAZAMA GOUAZOUBIRA). ........ 55
FIGURA 5.43 – FEZES DE ONÇA-PARDA (PUMA CONCOLOR). .............. 55
FIGURA 5.44 – TERMINAL RODOVIÁRIO – PIRACEMA ....................... 57
FIGURA 5.45 - IGREJA EM PIRACEMA .......................................... 57
FIGURA 5.46 - PRAÇA EM PIRACEMA .......................................... 58
FIGURA 5.47 - ESTÁDIO MUNICIPAL DE PIRACEMA .......................... 58
FIGURA 5.48 - IGREJA MATRIZ EM PIRACEMA ................................ 58
FIGURA 5.49 - DETALHE PLACA DE INDICAÇÃO APAE, CRAS E
PREFEITURA DE PIRACEMA ....................................................... 58
FIGURA 5.50 - CRAS DESTERRO DE ENTRE RIOS........................... 58
FIGURA 5.51 - IGREJA MATRIZ E SEU ENTORNO - DESTERRO DE ENTRE
RIOS ................................................................................ 58
FIGURA 5.52 - PRAÇA COM EQUIPAMENTOS PARA EXERCÍCIO AO AR LIVRE,
PRÓXIMA AO CARTÓRIO ........................................................... 58
FIGURA 5.53 - SEDE DO SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS .......... 58
FIGURA 5.54 - CORREIOS - DESTERRO DE ENTRE RIOS .................... 58
FIGURA 5.55 - CARTÓRIO DESTERRO DE ENTRE RIOS ...................... 58
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS EM BARRO BRANCO E DEMAIS REGIÕES ... 63
FIGURA 5.50 - - ENTREVISTAS EM BARRO BRANCO E DEMAIS REGIÕES .. 63
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS EM BARRO BRANCO E DEMAIS REGIÕES .... 63
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS EM BARRO BRANCO E DEMAIS REGIÕES .... 63
FIGURA 5.50 - RIBEIRÃO CAPELA NOVA - CAPTAÇÃO ....................... 66
FIGURA 5.50 - RIBEIRÃO CAPELA NOVA - CAPTAÇÃO ....................... 66
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 5.50 - ENTREVISTAS E REGISTROS POVOADO DE TAPERA......... 69
FIGURA 6.1 – AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL – MINA MORRO DOS
COELHOS ........................................................................... 70
LISTA DE QUADROS
QUADRO 5.1– CARACTERÍSTICAS DAS ESTAÇÕES DE MONITORAMENTO DE
QUALIDADE DA ÁGUA REPRESENTATIVAS PARA A REGIÃO DO
EMPREENDIMENTO. ................................................................ 35
QUADRO 5.2 - LISTA DE ESPÉCIES DE AVES ENDÊMICAS REGISTRADAS.
FONTE: DADOS DA PESQUISA. .................................................. 51
QUADRO 7.1 - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO MEIO
FÍSICO .............................................................................. 75
QUADRO 7.2 - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO MEIO
BIÓTICO ............................................................................ 78
6
QUADRO 7.3 - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DO MEIO
SOCIOECONÔMICO ................................................................ 81
7
1. SOBRE O RIMA
Para construir e operar qualquer empreendimento que afete o
meio ambiente, o empreendedor deve se submeter a um
processo de licenciamento ambiental.
O Licenciamento Ambiental foi instituído pela Política Nacional
de Meio Ambiente (PNMA – Lei nº 6938/81) como um dos
instrumentos necessários à proteção do meio ambiente, na
medida em que verifica a possibilidade de ocorrência de
impactos ambientais negativos causados pela instalação de
atividades, bem como estabelece medidas necessárias para
prevenção, reparação e mitigação desses impactos e ainda
estabelece medidas que maximizem os impactos positivos do
projeto. O objetivo do licenciamento é conciliar o
desenvolvimento econômico com a preservação do meio
ambiente.
Iniciado o procedimento de licenciamento, devem ser
elaborados os devidos estudos ambientais. Para os
empreendimentos de grande porte e/ou de significativo
potencial poluidor, a legislação ambiental federal e estadual
exige a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e
respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA.
O EIA demonstra em detalhes o desempenho do projeto e
também a situação ambiental da região onde se pretende
localizar o empreendimento. Estas informações são
organizadas para convergir numa análise dos impactos
ambientais da operação do empreendimento. O estudo
recomenda medidas para potencializar os impactos positivos e
reduzir ou compensar os impactos negativos através de
planos, programas e projetos voltados para a melhoria do
meio ambiente.
O RIMA, por sua vez, tem como objetivo informar à população,
conferindo transparência ao processo de licenciamento e
oferecendo a oportunidade de diálogo em torno dos cuidados
ambientais que deverão ser adotados para as próximas fases
de licenciamento do empreendimento.
O presente RIMA é parte integrante da relação de documentos
técnicos solicitados no FOBI 0556565/2018B, emitido pela
SUPRAM ASF. O processo em questão visa o requerimento de
Licença de Operação em Caráter Corretivo LOC, classe 6.
O empreendimento minerário supracitado, referente ao
processo DNPM 833.340/2003, de titularidade da JMN
Mineração S.A., composto pelas atividades de lavra a céu
aberto de minério de ferro com instalação de beneficiamento a
seco, pilha de rejeito/estéril, estradas para transporte de
minério/estéril e demais unidades de apoio operacional, em
8
operação desde outubro de 2015, com a produção de 600.000
t/ano de ROM. Atualmente, a Mina Morro dos Coelhos opera
através das instalações de beneficiamento a úmido e com a
produção de ROM da ordem de 3.440.000 t/ano, conforme
consta do Plano de Aproveitamento Econômico aprovado pelo
DNPM.
Ressalta-se que se buscou a maior precisão possível de todos
os dados levantados e, dentre eles, elegeu-se um elenco de
informações que traduz as reais interferências do
empreendimento na região onde será implantado, constituindo
assim, a principal diretriz dos trabalhos desenvolvidos.
Cabe ainda salientar que esses trabalhos foram conduzidos por
uma equipe multidisciplinar e tiveram como base os
dispositivos da legislação federal, estadual e municipal em
vigor, atendendo o Termo de Referência para a elaboração de
Estudo de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto
Ambiental, da FEAM.
2. RESPONSÁVEL PELA
ELABORAÇÃO DO RIMA
Para o estabelecimento de contatos acerca do presente estudo
são indicados: JMN Mineração S.A. E CERN – Consultoria e
Empreendimentos de Recursos Naturais Ltda., definidos como
empreendedor e consultoria, respectivamente.
CNPJ: 08.579.947/0002-91
Morro dos Coelhos/Fazenda Pasto do Capão Fundo – Zona Rural –
Desterro de Entre Rios – MG CEP:53.494-000
Fone: 37 3294.9000 Contato: Yash Rocha Maciel
Gerente de Meio Ambiente e-mail: [email protected]
CERN - CONSULTORIA E EMPREENDIMENTOS DE RECURSOS NATURAIS LTDA
CNPJ: 26.026.799/0001-89 Av. Cristóvão Colombo, 550/sala 901, Funcionários, Belo
Horizonte – Minas Gerais / CEP: 30.140-150
Fone: (31) 3261-7766 Responsável Técnico: Nívio Tadeu Lasmar Pereira
Geólogo CREA 28.783/D
CERN
9
3. MINA MORRO DOS COELHOS
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Localizada na cumeada da Serra da Tapera, nos limites
municipais de Piracema e Desterro de Entre Rios, a Mina Morro
dos Coelhos em operação desde outubro de 2015, com a
produção de 600.000 t/ano de ROM. Atualmente opera com
instalações de beneficiamento a úmido e com a produção de
ROM da ordem de 3.440.000 t/ano de minério de ferro,
conforme consta do Plano de Aproveitamento Econômico
aprovado pelo DNPM.
Tal projeto, devido às suas características de
operacionalização, porte e potencial poluidor, se sujeita à
legislação ambiental do Estado, conforme Deliberação
Normativa 217/2017, empreendimento Classe 6.
O empreendimento é muito importante para o
desenvolvimento da região, considerando principalmente o
desenvolvimento local e a geração e manutenção de empregos
na região.
3.2. ALTERNATIVAS LOCACIONAIS
Estudos de alternativa tecnológica e locacional são um dos
principais temas do escopo dos estudos ambientais para
empreendimentos diversos. Trata-se de uma avaliação
criteriosa para a fase conceitual do projeto a ser tratada no
licenciamento ambiental preventivo.
Com relação ao tema em questão, a Mina Morro dos Coelhos,
objeto deste estudo, sujeita-se a dois aspectos importantes,
quais sejam:
Empreendimento minerário onde a rigidez locacional da
área de ocorrência do minério prevalece para as
intervenções relacionadas a área de extração mineral;
Empreendimento minerário em operação.
Neste caso, o presente relatório, como já foi mencionado,
destina-se a readequação dos estudos ambientais das
atividades em operação na área de abrangência do TAC,
mantendo-se, portanto, as áreas de intervenção e as atuais
atividades operacionais bem como suas localizações, as
tecnologias de lavra, beneficiamento e das atividades de
apoio, conforme consta do item a seguir, referente a descrição
do empreendimento.
10
3.3. LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A área da Mina Morro dos Coelhos situa-se na divisa dos
municípios de Piracema e Desterro de Entre Rios, a cerca de
10 km ao norte da sede deste município por estrada vicinal
não pavimentada e 5 km em linha reta, no local conhecido
como Morro dos Coelhos na Serra da Tapera.
O acesso é feito a partir de Belo Horizonte pela BR-040,
sentido Conselheiro Lafaiete até o entroncamento com a BR-
383 no distrito de Murtinho num trecho de 80 km. Deste ponto
segue-se por mais 30 km pela BR-383 até a cidade de Entre
Rios de Minas. Daí, percorrendo-se mais 32 km pela MG-270
chega-se Pereirinhas, distrito de Desterro de Entre Rios. Neste
sentido, 2 km antes da malha urbana de Pereirinhas, tem-se a
direita, o trevo de acesso a Mina Morro do Coelhos, por um
trecho de aproximadamente 12 km, por via de pavimentação
primária.
Figura 3.1 – Localização do empreendimento
11
3.4. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO
As operações da Mina Morro dos Coelhos serão descritas a
seguir, devendo ser considerado que nos anos de 2016 e 2017
foram executados trabalhos de reavaliação de pesquisa
mineral, constando de furos de sondagem, trincheiras, entre
outras. Tais estudos permitiram a elaboração do Relatório de
Reavaliação de Reservas (RRR). Com base neste relatório foi
elaborado este projeto de ampliação da Mina, cuja produção
será de 3.440.000 toneladas de minério por ano.
Método de Lavra
O método de lavra utilizado é a céu aberto em bancadas
descendentes, desenvolvidas longitudinalmente na direção
aproximada Leste-Oeste, segundo a horizontal do corpo,
ajustado a forma sinuosa do minério em push backs curtos ou
longos para manter a recuperação de lavra e a relação estéril:
minério adequada. Desta forma as bermas e bancos tem
dimensões localmente variáveis, dentro dos critérios
geotécnicos e normas técnicas garantindo a segurança das
operações.
São utilizadas escavadeiras hidráulicas de 60 t para o
carregamento de minério e estéril nos caminhões 8x4 traçados
para a lavra dos corpos hematiticos (Litotipo HE).
Geometria da Cava
Seguindo as Normas Reguladoras da Mineração (NRM), as
bancadas consideram as características técnicas dos
equipamentos utilizados no desmonte e carregamento, a
estabilidade dos maciços, as condições de segurança e
posterior reabilitação da área. A largura mínima, a altura e
ângulo máximos das bancadas estão projetados em função
das condições geotécnicas, dos serviços a serem executados,
máquinas e equipamentos que poderão ser utilizados, de
forma a conduzir os trabalhos com segurança. As figuras a
seguir apresentam os principais elementos controlados por
esta norma em bloco diagrama para facilitar o entendimento
do método.
Figura 3.2 – Bloco diagrama dos corpos em relação à
topografia para facilitar o entendimento do método.
.
12
Figura 3.3 – Bloco diagrama da lavra em bancadas.
Conforme apresentado no bloco diagrama da figura 3.3, as
principais feições dos bancos têm as seguintes dimensões:
Altura do banco: mínimo 6m, máximo 12m.
Ângulo de face dos taludes: 60°
Largura da Berma: 8,50m.
• Largura interna do banco ou área de tráfego: 4,50m.
• Canaleta de drenagem pluvial de banco: 0,30 x 0,30m
com 1% de caimento
• Altura da leira de contenção: 1,00m.
• Ângulo geral de taludes: 28°
As dimensões podem variar de acordo com o comportamento
do minério, desde que não sejam inferiores ao recomendado
pela geotecnia e segurança do trabalho.
Etapas Operacionais da Lavra
A lavra de minas corresponde à aplicação sistemática dos
trabalhos necessários ao aproveitamento econômico da jazida
e engloba um conjunto de operações unitárias (perfuração,
desmonte, carregamento e transporte), procurando-se sempre
atingir uma econômica, segura e ambientalmente sustentável
explotação do minério.
A rotina de extração do minério e do estéril se inicia com a
preparação da área a ser lavrada para que ela possa ser
desmontada mecanicamente por tratores, escavadeiras ou
rompedores caso o minério seja friável ou por eventual
desmonte por explosivos, caso o minério seja mais compacto.
Após o desmonte e escavação é realizada a operação de
carregamento. O carregamento dos caminhões é feito com a
utilização de escavadeiras hidráulicas no qual os caminhões
são direcionados pelo controlar do tráfego para ser carregado
em um determinado ponto de carga da mina.
13
Figura 3.4 – Escavação e Transporte de Minério
Em seguida é será realizada a operação de transporte que
consiste em transportar o material por caminhões desde sua
frente de lavra até o seu ponto de descarga que podem ser
britadores ou praça de homogeneização no caso do minério ou
então para a pilha de estéril no caso dos materiais
classificados como estéril.
Esse ciclo de transporte entre o ponto de carga e descarga é
um ciclo repetitivo e contínuo percorrendo as rotas possíveis
para atingir os volumes planejados de movimentação de
minério e estéril da mina.
Figura 3.5 – Basculamento do minério transportado por
caminhões.
Figura 3.6 – Basculamento do minério transportado por
caminhões.
14
A retomada de minério desta pilha é feita por uma pá
carregadeira de pequeno porte que alimenta diretamente o
britador
Figura 3.7 – Alinhamento do britador por pá carregadeira
DESMONTE COM USO DE EXPLOSIVOS
Considerando a experiência positiva dos últimos três anos de
operação realizando desmonte mecânico através de rompedor
hidráulico e escavadeiras, sobre o material compacto de alta
tenacidade, como hematitas e quartzitos, apesar de menor
produtividade em relação a uma detonação, o desmonte
mecânico evita perdas e diluição do minério.
Desta forma, considera-se que a detonação utilizando
explosivos é pouco ou não utilizada nas operações. Porém,
como toda mineração, a detonação deve ser considerada como
opção para avanços sobre blocos monolíticos maciços e
compactos (minério puro ou estéril puro) com baixo
faturamento e alta resistência aos rompedores.
A atividade de desmonte de rocha por detonação como está
prevista, esporádica, deve ser realizado por empresa terceira e
especializada, com pessoal, equipamentos e materiais de
responsabilidade dela.
Vida Útil do Empreendimento
A avaliação da vida útil para as fases inicial (a seco) e a fase
atual (a úmido) os dados utilizados são referentes apenas às
reservas geológicas medida e indicada. Considerando as duas
fases (a seco e a úmido), respeitando os limites da atual área
operacional, a vida útil é 5,81 anos.
Considerando uma ampliação das áreas de lavra, bem como
novas pilhas de rejeito/estéril, a denominada fase 3, prevendo
a exaustão da jazida com aproveitamento da reserva potencial
(Inferida), mantendo o nível de produção de ROM em
3.44Mt/ano, estenderá a vida do empreendimento por mais 14
anos.
PILHA DE ESTÉRIL/REJEITOS
Os locais das pilhas de estéril/rejeitos foram definidos, no
projeto, em função do espaço disponível, das características
dos materiais e dos terrenos e visando dispor os resíduos nas
15
áreas em a lavra do minério ocorrerá prioritariamente.
Ademais, as pilhas foram projetadas de forma a maximizar o
volume de deposição e levando em conta os estudos
preliminares de estabilidade e as considerações acerca das
drenagens internas e superficiais dos maciços.
As pilhas consideradas na fase atual da mina Morro dos
Coelhos destinam-se ao armazenamento temporariamente do
estéril e rejeito gerados no beneficiamento do ROM, contido na
atual área operacional.
Para uma avaliação de estabilidade das pilhas, foram adotados
os parâmetros geotécnicos obtidos a partir de uma série de
ensaios de campo e de laboratório, onde foram definidos os
parâmetros geotécnicos a serem adotados para os rejeitos e
estéreis, considerando a disposição conjunta nas pilhas
projetadas.
Geração do Estéril
Os estéreis são provenientes da cava, sendo composto pelas
litologias que não possuem aproveitamento económico, como
o quartzito, saprolito de gnaisse e solos residuais.
Geração do Rejeito
Os rejeitos gerados na UTM são provenientes do processo a
úmido, com concentração de finos, onde são utilizados três
métodos distintos de concentração gravimétrica:
Jigagem: Fração <6.35 mm e > 1.00 mm - Rejeito da Jigagem
Espirais: Fração < 1.00 mm e >0.150 mm – Rejeito das
Espirais
Espessador: Fração < 0.150 mm – Rejeito do espessador
Fase de Acabamento e Revegetação das Pilhas
Encerrado o lançamento de rejeito/estéril de cada etapa de
evolução, recomendam-se as obras finais de acabamento,
representadas pelos acertos geométricos finais, lançamento de
solos orgânicos e revegetação por sobre os taludes e bermas.
O objetivo dessas obras é preservar os taludes contra os
processos erosivos provocados pelos deságues superficiais.
O talude de jusante deve ser revestido com proteção vegetal
para proteção e controle contra ravinamentos e deslizamentos
superficiais. O talude de jusante deve, periodicamente,
receber manutenção e correção de ranhuras e falhas da
proteção vegetal, deixando a vegetação sempre baixa, com
condições adequadas para proteção e para visualização das
condições físicas.
O BENEFICIAMENTO
A planta de beneficiamento de minério de ferro a seco da JMN
iniciou suas operações em 2015 com o processamento dos
minérios mais grossos e ricos da jazida (hematita) com a
finalidade exclusiva na produção de granulados e hematitinha
com qualidade química e física para atender ao mercado.
16
No decorrer de dois anos de operação da planta a seco, várias
tentativas para melhorar a produtividade foram
implementadas como exemplo a troca das telas das peneiras
de classificação em aço rígido com malhas quadradas para o
sistema de telas auto-limpantes.
As primeiras telas auto-limpantes possuíam abertura com
malha de 12,5 mm para ganhar capacidade de peneiramento e
fazer o corte da hematitinha.
Com isso, os rejeitos gerados na planta desde o início das
operações possuíam bastante hematitinha devido ao corte
granulométrico nas telas com malha de 12,5 mm.
Mais recentemente, com novas metodologias de operações
utilizando blendagens adequadas entre minérios grossos e
finos conseguiu-se reduzir a malha das telas auto-limpantes
de 12,5 mm para 8,0 mm.
O peneiramento do minério no estado natural é bastante
sensível a variação da umidade versus a produtividade, além
da classificação não adequada por finos aderentes.
Planta de Britagem e Classificação
A planta de beneficiamento da JMN em Desterro de Entre Rios
será composta pelas etapas de britagem, classificação em
peneiras vibratórias com água de lavagem e a planta de
concentração para tratar o minério abaixo de 8,0 mm.
As hematitas e os itabiritos serão processados separados na
planta conforme a necessidade da produção.
A planta de britagem é constituída por um pátio de estocagem
do ROM com a finalidade de fazer a blendagem dos minérios
com diferentes litologias e controlar os teores médios de ferro
e sílica durante a alimentação da planta de beneficiamento.
No caso dos minérios itabiríticos, estes são estocados
separadamente no pátio e processados alternadamente com
os minérios hematíticos na planta para a produção única de
sinterfeed.
A alimentação da planta é feita através de carregadeiras que
abastecem um silo primário com um alimentador vibratório na
saída e controlada manualmente pelo operador da planta com
a frequência e a taxa de alimentação desejada.
Planta de Concentração do sinter feed
A planta de concentração do sinter feed é composta pelos
processos de jigagem e espirais para realizar a concentração
da fração >2,40 <8,0 mm e da fração <2,40mm
respectivamente.
A jigagem é composta por dois jigues pneumáticos para
realizar a concentração da fração grossa do sinter feed.
A taxa de alimentação dos jigues é controlada individualmente
através de correias dosadoras com o máximo de 120 t/h e
gerando os seguintes produtos:
Os rejeitos dos dois jigues desaguam em uma peneira
horizontal modelo 5020 com abertura da malha de 1,0 mm, e
o teor de umidade da ordem de 12,0% no máximo. A descarga
17
é feita em silos por onde são carregados em caminhões e
transportados para o depósito em pilhas.
A produção horária de concentrado e rejeito para as duas
máquinas é da ordem de 110 e 130 t/h, respectivamente, com
rendimentos dos concentrados médios em massa de 47%.
A tabela abaixo mostra a qualidade química média do
concentrado e rejeito.
As polpas procedentes das peneiras desaguadoras, tanto do
concentrado quanto do rejeito com baixa concentração de
sólidos, retornam bombeados em circuito fechado para fazer a
diluição na alimentação do jigue.
Espirais
A planta de concentração em espirais é composta por oitenta
espirais modelos ww6 7 voltas no estágio rougher e 48
espirais modelo ww6 5 voltas no estágio cleaner.
A taxa de alimentação das espirais é de 330 t/h com o
percentual de sólidos na polpa de 35,0% em peso.
A recuperação em massa no estágio rougher é 45% em massa
enquanto no estágio cleaner é de 75,0%.
A taxa de produção de concentrado das espirais é da ordem de
120 t/h que é desaguado em peneiras horizontais modelo
4215 com malha de 0,315 mm. A descarga é feita em silos e
transportados em caminhões para os pátios de venda.
O rejeito das espirais com a produção de 120 t/h é classificado
em hidrociclones para adensamento e o underflow é
desaguado em peneiras horizontais modelo 4215 com malha
de 0,315 mm.
O overflow da ciclonagem do rejeito constitui as lamas da
planta que é destinada ao espessamento para a recuperação
de água de processo.
Concentrado espirais
Rejeito espirais
Recuperação de Água na Planta
O volume de água nova para abastecer a planta de
beneficiamento é aproximadamente 120 m3/h para atender ao
processamento e também as unidades de apoio, como
caminhão pipa, oficinas e banheiros.
O espessador recebe as polpas dos rejeitos da planta e
clarifica a água e retorna ao reservatório principal para
abastecer a planta.
18
O consumo geral de água no processo é de 971 m3/h com
uma recuperação mínima de 87,5%.
O espessador possui um diâmetro de 10 metros e altura de 15
metros, totalizando uma capacidade de armazenamento de
polpa em 800 m3.
Uma estação para fazer a preparação da solução de floculante
é construída adjacente ao espessador e as dosagens
controladas através de bombas com velocidade variável.
O underflow do espessador é descarregado em baias com
aproximadamente 55,0% de sólidos na polpa. Durante o
processo de abastecimento das baias, com o underflow do
espessador a recuperação de água limpa é em torno de 36
m3/h que é reaproveitada no processo, através do
reservatório de água principal.
A movimentação é de 25 t/h aproximadamente com umidade
de14% de água.
A água limpa recuperada do espessador vai para um
reservatório principal da planta com capacidade prevista de
4000 m3.
No reservatório principal de água da planta, são instalados os
bombeamentos para abastecer os processos de lavagem nas
peneiras de classificação, Jigagem e espirais concentradoras.
A água limpa recuperada do espessador vai para um
reservatório principal da planta com capacidade prevista de
2000 m3.
No reservatório principal de água da planta, são instalados os
bombeamentos para abastecer os processos de lavagem nas
peneiras de classificação, Jigagem e espirais concentradoras.
TRATAMENTO DE REJEITOS FINOS E LAMA DO
PROCESSO
O rejeito gerado no processamento da planta das espirais é
desaguado em peneiras vibratórias com malha de 0,315mm
gerando material com a umidade entorno de 12% que é
transportado e empilhado, que representa cerca de 85% da
massa de rejeito do processo.
A lama do rejeito, passante na peneira 0,315mm, é destinada
ao espessador modelo cônico de alta capacidade, com volume
de 800 m³. No ciclone parte da água é recuperada e a lama
destinada ao conjunto de baias escavadas em terreno natural
para decantação dos finos e recuperação de mais uma parte
da água do processo.
Prevê-se a utilização de um conjunto de cinco baias para
operar conforme descrito a seguir:
Três baias com dimensões de 50 metros de comprimento por 6
metros de largura e 3,5 metros de profundidade, que
receberão os finos do ciclone, operando alternadamente com a
rotina de decantação e desassoreamento. A água destas baias,
19
após decantação é encaminha até a baia de clarificação, com
dimensão de 30 metros de comprimento por 6 metros de
largura e 3,5 metros de profundidade, dotada de sistema de
recirculação para o reservatório. A quinta baia refere-se ao
dispositivo de segurança para eventuais paradas não prevista
da planta de beneficiamento, como no caso de falta de
energia, possibilitando a contenção da lama no circuito da
planta. As pistas de rolagem (acessos) entre as baias são de 8
metros para permitir à circulação dos equipamentos móveis
destinados a remoção dos sólidos decantados.
Com este processo e considerando as características positivas
do material, para o desaguamento, elimina a necessidade de
utilização de barragens de rejeitos.
SISTEMA DE ADUÇÃO CAPELA NOVA
O Sistema Capela Nova, composto pela captação de água no
Ribeirão Capela Nova e a rede adutora de água bruta até a
Mina Morro dos Coelhos, com uma vazão prevista de
137,73 m3/h, destinada a compor o balanço hídrico do referido
empreendimento.
Tendo em vista as características peculiares da atividade, a
qual não é prevista nos códigos da DN 217/2017, portanto não
passível de licenciamento ambiental na esfera administrativa
estadual e considerando que toda estrutura será construída
em áreas antropizadas, além da definição do traçado da
adutora ao longo de estradas vicinais já existentes, optou-se
pela apresentação dos estudos referentes a avaliação de
impactos e medidas mitigadoras em relatório específico, o qual
compõe os estudos ambientais destinados a instrução do
processo de LOC da Mina Morro dos Coelhos.
O Projeto "Captação de Água Bruta – Sistema Capela Nova" foi
desenvolvido para permitir o bombeamento de água do
córrego da cidade de Desterro de Entre Rios até a planta de
beneficiamento de minério da Mina Morro dos Coelhos.
A fase operacional representa uma etapa com as atividades de
manutenção do sistema, com reduzido contingente humano e
de movimentação de veículos, compatíveis com a
movimentação das comunidades aos níveis local e regional.
Após a captação, a tubulação será em PEAD e seguirá por
aproximadamente 30 metros até a Booster 1, com classe de
pressão PN 10.
Na entrada da Booster 1, a tubulação passará para aço
carbono, de modo a facilitar a instalação de instrumentos e
acessórios de tubulação.
A Booster 1 é composta de duas bombas centrífugas
horizontais de múltiplo estágios, de TAG CAP-BA-01/B1 e CAP-
BA-01/B2 (sendo uma operacional e uma reserva).
Da Booster 1 até a Booster 2, a tubulação será em PEAD, com
a classe de pressão determinada pelo transiente hidráulico. A
distância entre a Booster 1 e a Booster 2 é de,
aproximadamente, 5.200 metros
20
Na entrada da Booster 2, a tubulação passará para aço
carbono, de modo a facilitar a instalação de instrumentos e
acessórios de tubulação.
A Booster 2 é composta de duas bombas centrífugas
horizontais de múltiplo estágios, de TAG CAP-BA-01/C1 e CAP-
BA-01/C2 (sendo uma operacional e uma reserva).
Da Booster 2 até a Planta da J. Mendes, a tubulação será em
PEAD, com a classe de pressão determinada pelo transiente
hidráulico. A distância entre a Booster 2 e a Planta da J.
Mendes é de, aproximadamente, 1.600 metros.
Toda a rota da tubulação será pela estrada existente,
enterrada em a sua maior extensão, ficando em superfície,
próximo à chegada, na mineração, já após a comunidade de
Barro Branco.
UNIDADES DE APOIO
A Mina Morro dos Coelhos conta com as seguintes unidades de
apoio:
- Refeitório;
- Vestiário;
- Ambulatório e Brigada de Incêndio;
- Oficina de Manutenção;
- Almoxarifado;
- Posto de Combustível;
- Balança;
- Heliponto;
- Área de Estacionamento.
MÃO DE OBRA
A mão de obra necessária, sempre que possível é requisitada
na própria região, principalmente, nos municípios de Desterro
de Entre Rios e Piracema cuja sede municipal fica a cerca de
10,0 km da mina, como forma de valorizar a mão de obra local
e gerar mais benefícios à população da área de influência do
projeto.
Como já adotado pela empresa em sua outra unidade em
operação, a mão de obra referente à vigilância e refeitório é
terceirizada. Para o fornecimento de refeições, a JMN
contratou uma empresa já especializada no ramo da região.
O quadro a seguir apresenta a mão de obra da Mina Morro dos
Coelhos por setores do empreendimento.
TURNO DE TRABALHO
A mina opera em regime de turnos, composto por quatro
escalas de turnos de acordo com a área de trabalho, incluindo
MÃO DE OBRA/SETORA NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
Administrativo 09
Sesmt 05
Suprimentos 03
Civil/Meio Ambiente 06
Mina/Expedição/Manutenção De Veículos 117
Utm/Manutenção Industrial 62
TOTAL 202
21
as operações de lavra, beneficiamento e expedição de
produto, sendo:
Turno administrativo: 07h00min às 17h00min
Turno 1: 23h00min às 07h00min
Turno 1: 07h00min às 15h20min
Turno 2: 15h00min às 23h20min.
INSUMOS
Basicamente os insumos são utilizados são: energia elétrica,
combustíveis de origem do petróleo e água industrial.
Considera-se ainda a utilização de floculantes biodegradáveis
para favorecer a decantação dos finos de rejeitos nas baias.
Os combustíveis são utilizados para abastecimento de
equipamentos e veículos e para abastecimento de geradores
que alimentam os motores das instalações e estações de
bombeamento de água, tanto para captação de água quanto
na recirculação após tratamento dos efluentes do
beneficiamento.
VIAS DE ACESSO
A expedição do produto da Mina Morro dos Coelhos, para os
clientes consumidores, é realizada pela rodovia estadual MG
270, principal via que cobre a região no sentido Leste/oeste,
acessando a BR-381 nas proximidades de Oliveira (Oeste) e a
BR -040, nas proximidades de Congonhas (Leste). O acesso da
mina até a MG 270 é realizado por estrada pública vicinal do
município de Desterro de Entre Rios, em um trecho de
aproximadamente 12 km.
É importante esclarecer que, originalmente, quando da
concepção do projeto no ano de 2008, o acesso previsto e
avaliado durante a elaboração do EIA/RIMA, era passando pela
Comunidade do Barro Branco. Tal acesso nunca foi utilizado,
considerando que durante o período de licenciamento da mina
foi viabilizado o acesso atual, reduzindo significativamente o
potencial de impacto ambiental negativo desta atividade.
22
Figura 3.8 – Arranjo Geral Mina Morro dos Coelhos
4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA
A Área de Influência de um empreendimento pode ser descrita
como o espaço passível de alterações em seus meios físico,
biótico e/ou socioeconômico, decorrentes da sua operação.
Com o objetivo de definir a abrangência dos estudos
ambientais e melhor direcioná-los, foram consideradas as
unidades espaciais de análise e abrangência: Área
Diretamente Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID), e
Área de Influência Indireta (AII).
1. Área Diretamente Afetada (ADA) - corresponde às
áreas a serem efetivamente ocupadas pelo
empreendimento, incluindo aquelas destinadas à
instalação da infraestrutura necessária à sua implantação
e operação. Trata-se de áreas que terão sua função
alterada, onde serão geradas intervenções ambientais
inerentes ao empreendimento, e que irão receber
impactos diretos associados a essas intervenções;
2. Área de Influência Direta (AID) - corresponde à área
geográfica na qual poderão incidir impactos ambientais
diretos em decorrência das atividades de implantação e de
operação do empreendimento exercidas na ADA;
23
3. Área de Influência Indireta (AII) - corresponde à
área geográfica passível de receber potenciais impactos
indiretos decorrentes dos impactos diretos gerados pela
implantação e da operação do empreendimento.
A Figura a seguir, objetiva de forma esquemática, situar essas
áreas, as quais mantêm relações espaciais umas com as
outras.
Figura 4.1 – Áreas de influência – Esquema Ilustrativo
Nos itens a seguir são definidas cada uma dessas dimensões
espaciais, a incidência dos efeitos ambientais potenciais,
diretos e indiretos do empreendimento segundo seus
ambientes de ocorrência, físico, biótico ou socioeconômico.
4.1. ÁREA DIRETAMENTE AFETADA (ADA)
Na Área Diretamente Afetada ocorrerão os impactos diretos e
efetivos decorrentes da operação das estruturas necessárias
ao empreendimento, constituindo a porção territorial de
intervenção das atividades de mineração.
Destaca-se no caso da ADA da LOC da Mina Morro dos Coelhos
o fato de tratar-se de uma área rural, em grande parte, já
descaracterizada por atividades agropastoris. Considera-se,
portanto, como Área Diretamente Afetada (ADA) dos meios
físico, biótico e antrópico as áreas que contemplaram as
cavas, usinas de beneficiamento, pilhas de estéril e rejeitos,
estradas de minério/estéril, unidades de apoio e pátios.
Considerando a estrutura operacional já implantada e em
operação, por tratar-se de uma licença de operação em
caráter corretivo, a área que compõem a ADA, totalizando as
diversas áreas de intervenção, a ADA do empreendimento
contempla 79,43 ha de intervenção, encontrando-se
inteiramente no âmbito da microbacia dos Córregos Geada e
Morro Grande. A referida ADA é complementada pela área do
sistema de captação e adução de água industrial, composto
por uma estação de bombeamento, localizada à margem
esquerda do Ribeirão Capela Nova, ocupando uma área de
1.200 m2, correspondente a área de construção da estrutura
de captação e bombeamento, bem como da estação elevatória
Sentido da irradiação dos
impactos
Área Diretamente Afetada -
ADA
Área de Influência Direta
Área de Influência Indireta -
Meios Físico e Biótico
Área de Influência Indireta – Meio
Antrópico AII
AII
AID
FONTE: PORTES, 2003.
24
e a faixa de terreno, com 6.406 metros ao longo de estradas
vicinais e 2,00 metros de largura (1metro para cada lado do
eixo da adutora), perfazendo uma área de 12.812 m2.
Assim, a ADA referente ao Sistema Capela Nova tem uma área
de 1,40 ha. Resultando em uma ADA para todo o
empreendimento de 80,83 ha.
4.2. ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)
MEIO FÍSICO E BIÓTICO
Tendo em vista a área restrita para o desenvolvimento de
cava e a quantidade irrisória de estéril, a área de influência
direta será restrita ao entorno do projeto de pesquisa com GU,
sendo as alterações morfológicas na bacia hidrográfica
acompanhadas por efeitos sobre a qualidade das águas, pelo
aumento da carga sólida com alteração nos valores dos
parâmetros físico-químicos.
Neste contexto, para delimitação da Área de Influência Direta
(AID) da Mina Morro dos Coelhos sobre o meio biótico foi
considerado o efeito potencial do assoreamento e da poluição
das águas sobre a biota, a alteração do relevo, o processo de
supressão de vegetação, bem como a interferência em cursos
d´água nascentes, coincidindo com a mesma área da AID do
meio Físico.
A área do empreendimento em questão está localizada na
Bacia Hidrográfica do Rio Pará, em uma elevação topográfica
com direção Leste/Oeste que defini o divisor de água de duas
sub-bacias locais da margem direita do referido Rio Pará.
Ao norte a vertente do Ribeirão Paracatu que deságua no Rio
do Peixe e este no Rio Pará.
Ao Sul a vertente do Ribeirão da cachoeira que deságua no
Ribeirão Capela Nova e este no Rio Para, à montante da foz do
Rio do Peixe.
Portanto tem-se a descrição da AID dos meios físico e biótico
da Mina Morro dos Coelhos, no âmbito do presente
licenciamento corretivo:
Ao Norte pelas cabeceiras de drenagem dos córregos Morro
Grande e Geada em ponto a montante das confluências com o
Ribeirão Paracatu.
Ao Sul pelas cabaceiras de drenagem dos córregos Barro
Branco e Cachoeira, à montante da confluência de ambos.
Com relação ao Sistema Capela Nova, adotou-se com AID a
faixa de terreno ao longo de seu traçado com uma largura de
100 metros, sendo 50 metros de cada lado do eixo da adutora.
Ressalta-se que a atual fase do licenciamento, considerando a
operação com o beneficiamento a úmido, não haverá alteração
nas áreas de influência em decorrência das medidas de
controle dos efluentes industriais a serem tratados em baias
construídas em áreas já decapadas pela mineração.
25
MEIO SOCIOECONÔMICO
A Área de Influência Direta (AID) da Mina Morro dos Coelhos
sobre o meio socioeconômico abrange as sedes dos municípios
de Desterro de Entre Rios e Piracema, principalmente com
relação ao potencial de impactos positivos.
Abrange ainda a AID do meio antrópico as comunidades da
Tapera e do Barro Branco.
A comunidade da Tapera pela proximidade com as operações
de lavra, localizada a Oeste da Mina, às margens (margem
esquerda) do Córrego Geada, composta por pequenas
propriedades rurais.
A comunidade de Barão Branco, pela proximidade com a mina
e por ser transposta pela adutora do sistema Capela Nova,
localizada a SW da mina, ao longo do vale do córrego
homônimo, compostas por um agrupamento de residências e
comércios, denotando aspectos urbanos ao local.
Considera-se, ainda, como parte da AID do meio antrópico,
uma faixa com largura de 100 metros, sendo 50 metros de
cada lado do eixo da adutora do Sistema Capela Nova.
4.3. ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA (AII)
MEIO FÍSICO E BIÓTICO
A Área de Influência Indireta (AII) sobre Meio Físico e Biótico
foi delimitada em função das extensões dos impactos indiretos
que potencialmente possam incidir, principalmente, no que
tange a redução da disponibilidade hídrica regional e a
alteração das características físicas e químicas dos recursos
hídricos da região de inserção da Mina Morro dos Coelhos.
Para delimitação da AII foram adotadas as mesmas premissas
da delimitação da AID, ou seja:
A AII envolve a AID pelas vertentes das mesmas bacias
hidrográficas da região, delimitando toda a vertente norte dos
córregos Geada e Morro Grande até a confluência do primeiro
com o Ribeirão Paracatu.
Ao Sul pelas vertentes dos córregos Barro Branco e da
Cachoeira até o ponto de confluência dos mesmos.
Com relação ao Sistema Capela Nova, adotou-se com AII a
faixa de terreno ao longo de seu traçado com uma largura de
200 metros, sendo 100 metros de cada lado do eixo da
adutora.
MEIO SOCIOECONÔMICO
A Área de Influência Indireta (AII) da Mina Morro dos Coelhos
sobre o meio socioeconômico abrange os territórios municipais
de Desterro de Entre Rios e Piracema, os quais recebem as
intervenções indiretamente associadas ao projeto em apreço.
A Área de Influência Indireta, portanto, compreende toda a
área dos municípios onde o empreendimento está inserido.
É importante esclarecer que a inclusão de toda a área do
município como área de influência indireta é justificada
26
principalmente em função dos potenciais impactos positivos
relacionados, por exemplo, a arrecadação de impostos,
geração de empregos e incremento da renda dos comércios
locais, propiciando condições ao poder público de investir no
território municipal como um todo, mesmo que distante da
área do empreendimento.
27
Figura 4.2 – Mapa da Área de Influência Direta e Indireta – Meio Físico e Biótico
28
Figura 4.3 – Mapa da Área de Influência Direta e Indireta – Meio Antrópico
29
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
DA ÁREA DE INFLUÊNCIA
Neste capítulo, é apresentado o diagnóstico ambiental
integrado dos temas estudados, relativos aos Meios Físico,
Biótico e Socioeconômico.
O desenvolvimento dos diagnósticos foi planejado e
operacionalizado com o objetivo de possibilitar um
aprofundamento das características ambientais da região, de
forma a permitir a antevisão de cenários futuros - os
prognósticos com e sem o empreendimento, fornecendo uma
base adequada à avaliação de impactos ambientais e
conseqüente proposição das ações ambientais.
Em especial, cabe destacar, na elaboração dos diagnósticos
temáticos, o irrestrito respeito técnico às características
específicas de cada tema, na identificação de dados
secundários atualizados resultando na apreensão das
particularidades inerentes a cada disciplina técnica e na auto-
suficiência destes estudos.
5.1. MEIO FÍSICO
Os trabalhos desenvolvidos nesse estudo compreenderam
etapas de levantamentos de campo, pesquisa bibliográfica
relativa aos fatores físicos correlacionados a Geologia,
Geomorfologia, Solos, Potencialidade Espeleológica, Recursos
Hídricos, Clima e Qualidade do Ar.
GEOLOGIA
A geologia da área corresponde a um empilhamento
estratigráfico metaforizado na fácies xisto verde, formada da
base para o topo: pelo substrato cristalino gnáissico, Gnaisse
Desterro, conforme literatura; quartzitos puros a sericíticos,
com passagens maciças quartzosas intercaladas, de coloração
branca a amarelada; camadas finas, menos que 10cm de
argila, representando a fase distal da deposição clástica na
bacia; camada de formação ferrífera maciça de espessuras
variáveis (1 a 5m), rica em hematita e magnetita,
provavelmente, marca a fase de deposição química,
relacionado à exalações vulcânicas submarinas e
hidrotermalismo; sobre a camada maciça de ferro, depositou-
se, em contato erosivo, os sedimentos quartzo hematíticos /
magnetítico de forma estratificada, representando a formação
ferrífera bandada; cobrindo grande área da poligonal, está a
cama de colúvio rico em clastos de minério de ferro, variando
30
de arenoso a cascalhoso, dependendo de sua fonte, FFB ou
Hematita Maciça, respectivamente.
Figura 5.1 - Modelo do empilhamento estratigráfico da área
De forma ainda mais simplificada, temos três camadas de alto
potencial econômico como minério, na forma de:
HR: Hematita Rolada
IF: Itabirito Friável
HE: Hematita
As litologias HR e HE atualmente são lavradas, britada e
classificada em produtos Lump Ore e Hematitinha. O minério
IF será necessário processo de concentração, tornando-se um
dos focos deste trabalho de reavaliação de reserva.
GEOMORFOLOGIA
A área do empreendimento situa-se na transição entre
grandes domínios morfoestruturais do interior com escarpas e
maciços modelados em um processo geomorfológico de
mamelonização em rochas do Complexo Metamórfico Campo
Belo, ao Sul, e relevo modelados em rochas do Quadrilátero
Ferrífero, ao Norte. Os morros da região são considerados
feições convexas, fato que cria a suspeita de serem produtos
de uma alternância entre pedimentação e mamelonização.
Já nas planícies e terraços fluviais, predominam os relevos
com dissecação moderada, com predominância de cristas
assimétricas e escarpas intercaladas com rampas de colúvio,
mares de morro e colinas convexas com incisões de
drenagem.
De acordo com a figura a seguir a área do empreendimento
está completamente inserida na Unidade Geomorfológica
Planaltos Dissecados do Centro Sul e do Leste de Minas, que
como o próprio nome indica, trata-se de uma superfície que
tem características fortemente determinadas pelo trabalho de
dissecação fluvial promovido pelos cursos d’água existentes.
Na porção extremo nordeste, nota-se a ocorrência da Unidade
Geomorfológica Quadrilátero Ferrífero, que constitui uma área
com características geomorfológicas peculiares no Estado de
Minas Gerais, onde o condicionamento estrutural do relevo é
marcante, e determinou a existência de formas de relevo
31
invertido do tipo sinclinal suspenso e anticlinal esvaziado,
elaboradas sobre estruturas dobradas (CETEC, 1983).
Figura 5.2 – Planaltos dissecados na região do empreendimento
Figura 5.3 – Vista da parte superior da “Cuesta”, vertente
Norte da mina
POTENCIALIDADE ESPELEOLÓGICA
Espeleologia é a ciência que estuda as cavidades naturais e
outros fenômenos cársticos, nas vertentes da sua formação,
constituição, características físicas, formas de vida, e sua
evolução ao longo do tempo.
Com base nos dados e nas interpretações obtidas dos mapas
geológico, topográfico, hipsométrico e das imagens de satélite
preparou-se um mapa de potencialidade espeleológica (Figura
a seguir), que abrange todo interior da área do
empreendimento e no entorno representados pelo Buffer de
250m.
Apesar de regionalmente a área ser considerada como de
baixo potencial para ocorrência de cavidades, durante a
prospecção espeleológica realizada na área, foram
identificadas 2 cavidades na Zona de Alto Potencial, onde
ocorrem porções com uma espessa carapaça laterítica, mas
com predomínio de coberturas coluvionares. A topografia por
ser mais acentuada propiciou algumas quebras de relevo, mas
que não ocorrem em declives acentuados.
32
Figura 5.4 – Mapa Potencial Espeleológico Local
Os trabalhos de campo foram realizados entre os dias 14 e 16
de outubro de 2014, 31 de agosto, 01 de setembro e 18 e 19
de dezembro de 2017, por equipe especializada em
prospecção espeleológica, incluindo um total de 06 pessoas.
Essa atividade foi baseada nos levantamentos de dados
obtidos previamente, e apoiados por informações de
moradores da região.
O caminhamento realizado possibilitou a descrição de pontos
de controle, que corroboram para a afirmação do potencial de
ocorrências e/ou feições cársticas nas áreas percorridas.
Foram percorridos cerca de 10 quilômetros e registrados um
total de 69 pontos os quais foram realizados o registro
fotográfico de cada um.
As cavidades identificadas durante os trabalhos de prospecção
localizam-se agrupadas no terço inferior e médio de vertente
com inclinação moderada a suave, em quebra de relevo de
carapaça de canga. A porção N da vertente que abriga as
cavidades apresenta relevo com declive na direção oposta à
ADA do empreendimento, sendo que próximo (cerca de 100
m) às mesmas, encontra-se uma pequena propriedade rural
como moradores.
A cavidade MMC CAV-01 se localiza no terço inferior da
vertente e apresenta seu entorno composto por vegetação
típica de ambientes úmidos e também por mata de galeria em
estágio inicial de regeneração, associadas a um curso d’água
de características perenes que drena para uma área alagada
no sentido do nível de base local. A cavidade MMC CAV-02 se
33
localiza no terço da vertente e apresenta seu entorno
composto por afloramentos pontuais de canga e predomínio de
pastagem, com pouco vegetação na entrada.
Figura 5.5 – Entorno da cavidade MMC CAV-01.
Figura 5.6 – Entorno da cavidade MMC CAV-02.
O Relatório da Prospecção Espeleológica, também definido
como Caminhamento Espeleológico é apresentado no Anexo
01 do Estudo de Impacto Ambiental juntamente com Mapa de
Caminhamento Espeleológico da área da Mina Morro dos
Coelhos e seu entorno, documentos integrantes desse
processo.
SOLOS
Em função da diversidade de formas de relevo, que reflete o
condicionamento litológico e estrutural, os solos da Região do
Quadrilátero Ferrífero, estão diretamente associados ao
contexto geodinâmico local e regional.
Localmente a ocorrência de latossolos está estreitamente
relacionada à presença dos complexos gnáissicos do
embasamento cristalino. Estes são as unidades que se
apresentam mais desenvolvidas pedologicamente, podendo
apresentar espessos mantos de intemperismo. Ocorrem em
domínio de relevo mais suave, nas porções mais rebaixadas e
com as menores declividades.
As áreas de influência do empreendimento estão
completamente inseridas na classe dos Latossolos, que é
representada pelo Latossolo Vermelho-Amarelo, que ocorre
em áreas de relevo de colinas côncavo-convexas (Figura a
seguir). Estes solos são derivados de rochas granito-gnáissicas
do Complexo Basal indiferenciado. Apresentam textura
argilosa e muito argilosa ao longo do perfil. São solos de baixa
fertilidade, distróficos e ácricos e ocorrem sob vegetação
natural, sendo seu uso principalmente para pastagem,
lavouras e reflorestamento.
34
Figura 5.7 – Exposição de espesso pacote de latossolo
vermelho amarelo
Localmente o solo que capea a área da mina sofre significativa
influência do substrato rochoso das rochas ricas em ferro, bem
como da disseminação dos fragmentos rochosos sobre a
superfície, formando mantos coluvionares sobre as vertentes
até sua porção inferior, limitando o uso agrícola dos mesmos.
Figura 5.8 – Detalhe do perfil do solo na região da mina mostrando o horizonte superior com muitos fragmentos de
minério
RECURSOS HÍDRICOS
O empreendimento, Mina Morro dos Coelhos está situado na
região do trecho Médio Pará, na sub-bacia do rio Itapecerica,
conforme dito anteriormente, localmente a região é drenada
na vertente norte pelos córregos Geada e Morro Grande,
formadores do ribeirão Paracatu, que por sua vez deságua no
rio Paracatu, afluente da margem direita do Rio Pará.
Apesar de estar localizada na sub-bacia que recebe o nome do
rio Itapecerica, a região da mina Morro dos Coelhos não tem
influência direta nesse corpo d’água pelo seguinte motivo, o
rio Itapecerica é afluente direto do rio Pará pela margem
esquerda, nesse caso o rio Pará atua como barreira
hidrográfica. A Figura a seguir ilustra a situação descrita.
35
Figura 5.9 – Situação hidrográfica local da mina Morro dos
Coelhos
QUALIDADE DA ÁGUA
A área do empreendimento está inserida, nesse contexto de
compartimentação hidromorfológica, na sub-bacia do Alto Rio
Pará, e das 26 estações de monitoramento de qualidade da
água que se encontram instaladas na bacia do Rio Pará, as
mais representativas são as estações PA001, PA003, PA026 e
PA029, cujos dados são apresentados no quadro a seguir e a
localização espacial na Bacia do Rio Pará está apresentada na
figura abaixo.
Quadro 5.1– Características das estações de monitoramento de qualidade da água representativas para a região do
empreendimento.
ESTAÇÃO DESCRIÇÃO
LOCALIZAÇÃO (SAD’69) ALTITUDE RESPONSÁVEL
Latitude Longitude
PA001
Rio Pará entre Passatempo e Desterro de Entre Rios
20°37’56” 44°25’52” 840 IGAM
PA003
Rio Pará em Pará dos Vilelas a jusante da foz
do ribeirão Campo Grande
20°24’22” 44°37’47” 700 IGAM
PA026
Rio do Peixe a montante do município de
Piracema
20°30’58” 44°28’17” 800 IGAM
PA029
Rio Valongo/Ribeirão
Paracatu próximo ao
município de Piracema
20°30’30” 44°29’50” 793 IGAM
36
Figura 5.10 – Localização das estações de monitoramento.
HIDROGEOLOGIA
A avaliação do potencial hidrogeológico da região do
empreendimento torna-se ainda mais importante frente à
geologia local. Conforme avaliação geológica constante no
presente relatório a presença de corpos de formação ferrífera
(minério) de maneira contínua ou não (Bandada) eleva o
potencial hidrogeológico da região uma vez que esse tipo de
formação, principalmente no quadrilátero ferrífero, é
conhecido desde os primórdios devido a abundância e
qualidade das águas de suas nascentes.
Frente a essa importância hidrogeológica da região do entorno
da área do empreendimento, e objetivando se conhecer com
certo detalhe as características das descargas subterrâneas,
foi realizado um cadastramento de nascentes/surgências e
pontos d’água relevantes, na região do empreendimento.
Figura 5.11 – Mapa dos pontos inventariados
37
MONITORAMENTO DA ÁGUA
Com o objetivo de conhecer as características físico-químicas e
condições ambientais dos cursos d’água no entorno do
empreendimento, foram propostos 5 pontos de monitoramento
de qualidade de água. As coletas foram realizadas pela
empresa Terra Consultoria e Análises Ambientais no dia 19 de
dezembro de 2017. A Figura a seguir apresenta a localização
da rede de monitoramento.
Figura 5.12 – Localização dos pontos de monitoramento hídrico.
De maneira geral, percebe-se que os cursos d’água do entorno
do empreendimento, apresentam boa qualidade em termos
ambientais. Destaca-se o parâmetro DBO que apresentou dois
pontos com valores mais elevados (Pontos 04 e 06).
38
Os resultados obtidos retratam bem as condições de uso e
ocupação de solo naquela região, destacando o uso de
pastagem, habitação humana e a mineração.
CLIMA
A classificação climática da região estudada considerou a
metodologia de classificação de Wladimir Köppen. Por meio
dela, o clima da região é caracterizado como Cwb – clima
temperado úmido, com inverno seco e verão temperado.
Figura 5.13 – Classificação Climática da Região do
Empreendimento Segundo Köppen-Geiger
De acordo com a classificação do IBGE, a área de estudo
localiza-se no domínio climático “Semiúmido com 4 a 5 meses
secos mesotérmico brando”, de temperatura média entre 10°
e 15°C.
39
Os principais fatores que interferem localmente no clima são o
relevo, o tipo de solo, a cobertura vegetal, a existência de
corpos d'água e a influência antrópica que altera o uso e a
ocupação do solo. No caso da região de inserção do
empreendimento todos esses fatores estão presentes e
influenciam as características do clima local. Entretanto, a
influência antrópica parece ser preponderante sobre os outros
fatores, pois o empreendimento está localizado em zona
urbana, que pode ser considerada uma influência na alteração
do clima da região.
Figura 5.14 – Classificação Climática da Região do
Empreendimento Segundo IBGE
RUÍDO
Considerado um dos aspectos ambientais importantes em
relação a região de inserção do empreendimento e de suas
atividades industriais, foi elaborado o diagnóstico do cenário
atual do entorno da mineração com relação aos níveis de
40
ruídos gerados no empreendimento, através de uma
campanha de medições em pontos pré estabelecidos, definidos
como P-01, P-02, P-03, P-04, P-05 e P-06, apresentados na
Figura a seguir.
Figura 5.15 – Pontos de Monitoramento de Ruído
O principal objetivo do monitoramento de ruído na área de
entorno da mina é obter dados sobre os níveis de ruído
ambiental natural e aqueles relacionados ao cotidiano da
região e as possíveis interferências das atividades da mina. A
importância do diagnóstico reflete na capacidade de relacionar
ruído com efeitos físicos, psicológicos e sociais, que podem
causar possíveis incômodos à população e estresse da fauna.
Comparando os níveis de pressão sonora contínuos
equivalentes dos sons provenientes de operações na mina,
com os limites (NCAs), verifica-se que nos pontos P5 e P6,
período diurno, os níveis de pressão sonora contínuos
equivalentes permaneceram inferiores aos limites
estabelecidos na NBR 10.151: 2000 e na legislação estadual
vigente. Nos pontos P1, P2, P3 e P4 os limites foram
ultrapassados em 11 dB(A), 8 dB(A), 7 dB(A) e 6 dB(A),
respectivamente.
No período noturno os níveis de pressão sonora contínuos
equivalentes também ultrapassaram os limites nos pontos P1,
P2, P3 e P4 em 15 dB (A), 15 dB(A), 12 dB(A) e 9 dBA),
respectivamente.
Para adequar as emissões sonoras dos equipamentos da
Unidade de Tratamento de Minério da JMN Mineração S.A., foi
41
recomendado, como medida de atenuação do ruído,
enclausuramento sonoro daqueles mais ruidosos, no caso os
Jigs e os Sopradores dos Jigs. O projeto de encalausuramento
encontra-se detalhadamente apresentado no PCA.
Foi recomendado, ainda, que após o enclausuramento destes
equipamentos, realizar nova campanha de medição no entorno
damina para verificar a necessidade ou não de medidas
mitigadoras adicionais. Tal campanha compõe o programa de
moniotramento de ruído da Mina Morro dos Coelhos.
5.2. MEIO BIÓTICO
Os trabalhos desenvolvidos nesse estudo compreenderam
etapas de levantamentos de campo (dados primários) e de
pesquisas bibliográficas (dados secundários) referentes à Flora
e a Fauna da região de inserção do Projeto. No tema Fauna,
foram estudadas as aves (avifauna), répteis e anfíbios
(herpetofauna), e mamíferos (mastofauna).
INSERÇÃO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA
A Mina Morro dos Coelhos insere-se no Bioma Mata Atlântica
segundo Mapa da Área de Aplicação da Lei no 11.428, de
2006, elaborado pelo IBGE. Entretanto, in locco o que se
observa é que a área de estudo situa-se num quadrante onde
dois grandes domínios morfoclimáticos brasileiros se
encontram; Mata Atlântica e Cerrado, e, portanto, sofre
influência de ambos os biomas. É uma faixa de transição e
contato entre dois grandes domínios paisagísticos brasileiros e
não há qualquer possibilidade de se traçarem limites lineares
entre estes (AB’SABER, 1971).
42
Figura 5.16 – Localização da Mina Morro dos Coelhos no
Bioma Mata Atlântica, IBGE 2006
Áreas ecótones constituem regiões de tensão ecológica as
quais são muito importantes para o funcionamento dos
sistemas naturais, que quando modificados, são
extremamente difíceis de serem recuperados. Áreas limítrofes
que abrigam diferentes tipos de fitofisionomias são, portanto,
essenciais para a caracterização da vulnerabilidade natural.
A cobertura vegetal da região da Mina Morro dos Coelhos,
conforme mencionado, é representada predominantemente
por áreas de pastagens. As matrizes de vegetação nativa,
correspondem a pequenos trechos de Cerrado e Campo
Cerrado, nas cotas mais altas entremeadas a fragmentos
florestais mais representativos nos vales formadores de
encostas e nos talvegues protegendo cursos d’água. A Figura a
seguir apresenta o mapa de cobertura vegetal da região da
Mina Morro dos Coelhos, segundo dados processados no ZEE.
43
Figura 5.17 – Mapa da Cobertura Vegetal da Mina Morro dos
Coelhos, ano base 2009 – ZEE
ÁREAS DE RELEVÂNCIA AMBIENTAL E SUJEITAS A
RESTRIÇÃO DE USO
A região de inserção da Mina Morro dos Coelhos não está
inserida nos limites geográficos de nenhuma Unidade de
Conservação e nem inserida no um raio de 10 Km das
mesmas, conforme pode ser visualizado na figura a seguir.
Figura 5.18 – Mapa das Unidades de Conservação na região de inserção da Mina Morro dos Coelhos
44
CARACTERIZAÇÃO DA FLORA
A Área Diretamente Afetada – ADA da Mina Morro dos
Coelhos, já intervinda, contemplada no TAC corresponde a
uma extensão de 79,43 ha. Trata-se de uma intervenção
realizada ao longo do período de abril de 2014, obtenção da
LP+LI até outubro de 2017, com a celebração do TAC
destinado a regularização das operações da mina. A referida
ADA é complementada pela área do sistema de captação e
adução de água industrial, composto por uma estação de
bombeamento, localizada à margem esquerda do Ribeirão
Capela Nova, ocupando uma área de 1.200 m2,
correspondente a área de construção da estrutura de captação
e bombeamento, bem como da estação elavatória e a faixa de
terreno, com 6.406 metros ao longo de estradas vicinais e
2,00 metros de largura (1metro para cada lado do eixo da
adutora), perfazendo uma área de 12.812 m2.
Assim, a ADA referente ao Sistema Capela Nova tem uma área
de 13,10 ha. Resultando em uma ADA para todo o
empreendimento de 92,53 ha.
Todos os eventos e quantitativo de áreas de intervenção, ao
longo deste período, encontram-se devidamente registrados
nos autos do processo em questão.
A ocupação de tais áreas, antes das intervenções da
mineração, era predominantemente representada por
pastagens exótica, seguido por pasto sujo e um pequeno
trecho de Cerrado, conforme caracterização a seguir.
Pastagem abandonada
A mudança da paisagem provocada pelo avanço das fronteiras
agropecuárias e a conversão das florestas tropicais em áreas
de pastagens é um importante fator de degradação deste
ecossistema. A implantação de pastagens inclui a remoção
total da vegetação, aragem do solo e introdução de gramíneas
forrageiras. Com isso, a estrutura e funcionamento do
ecossistema são alterados, refletindo nas interações ecológicas
e diversidade regional.
A mudança de atividades agropecuárias devido a fatores
econômicos e sociais é um aspecto comum nas paisagens
tropicais. Nesta situação, áreas de pastagem são
frequentemente abandonadas, dando início à sucessão
secundária, onde espécies herbáceas, arbustivas e lenhosas
são gradativamente adicionadas e substituídas na
comunidade, no tempo e no espaço.
A presença de áreas alteradas pela ação antrópica facilita a
ação do fogo, constituindo uma ameaça à vida vegetal e
animal existente, interrompendo e/ou dificultando o processo
de regeneração natural da vegetação.
Nas áreas de pastagens as principais gramíneas forrageiras
encontradas são o capim braquiária (Brachiaria decumbens) e
45
o capim batatais (Paspalum notatum). As plantas daninhas
também estão presentes na área não florestal do
empreendimento, crescendo espontaneamente por todo o
solo, representado principalmente por indivíduos pertencentes
as famílias; Asteraceae, Fabaceae, Lamiaceae, Solanaceae.
Figura 5.19 – Vista parcial da área de pastagem,
destaque para a dominância de espécies forrageiras.
Cerrado
O Cerrado sentido restrito, formação savânica caracterizada
pela presença de árvores baixas de densidade variável,
inclinadas, tortuosas, com ramificações irregulares e
retorcidas, e geralmente com evidência de queimadas
causando impactos importantes na estrutura e a composição
florística da vegetação (RIBEIRO e WALTER, 1998). Sua flora é
composta por dois grupos de espécies: aquelas da camada
lenhosa, que varia de 3-5 m de altura, com cobertura arbórea
de 10 a 60%; e as próprias da camada rasteira, com
predominância de gramíneas (EINTEN, 2001; FELFILI et al.,
2002).
A áreas de Cerrado na região da Mina Morro dos Coelhos é
representada por vegetação predominante herbácea, da qual
se diferenciam sinúsias arbustiva e arbórea, sendo a última
composta por indivíduos esparsos, com altura média entre 2
metros, tortuosas de espécies heliófitas, tolerantes a solos
muito pobres e ácidos, com idênticas características e espécies
encontradas no cerrado "stricto sensu", porém, de menor
porte, além de subarbustos e árvores com caules subterrâneos
Algumas espécies registradas nas áreas de Cerrado são:
Erythroxylum daphnites (Fruta-de-pomba), Erythroxylum
suberosum (Cabelo-de-nego), Erythroxylum tortuosum
(Muxiba-comprida), Bauhinia sp. (unha de vaca), Myrsine
coriacea (Capororoca), Kielmeyera coriacea (Pau-santo),
Casearia sylvestris (Língua-de-tamanduá), Byrsonima ssp.
(Murici), Solanum lycocarpum (Lobeira), Dalbergia
miscolobium (Jacarandá-do-cerrado), Maprounea guianensis
(Pau-pobre), Bowdichia virgilioides (Sucupira-preta),
46
Dictyoloma vandellianum (Tingui-preto), Stryphnodendron
adstringens (Barbatimão), Myrcia splendens (Guamirim-da-
folha-miúda), Zeyheria montana (Bolsinha-de-pastor),
Dendropanax cuneatus (Maria-mole), Banisteriopsis anisandra,
e ainda espécie protegida de corte como Handroanthus
chrysotrichus (Ipê- amarelo).
Figura 5.20 – Vista parcial da área de cerrado com destaque
para a dominância de espécies forrageiras, com indivíduos
espaçados em com baixa estatura.
Pastagem com indivíduos arbóreos isolados
Foi realizada, em atendimento as informações solicitadas pela
SUPRAM ASF, estimativa do quantitativo de árvores isoladas
que foram suprimidas em uma área de 2,84 ha, compostas
por pequenas glebas, localizadas na Mina Morro dos Coelhos,
bem como o respectivo rendimento lenhoso.
Para tanto foi utilizado como base de referência o censo
realizado para elaboração dos estudos ambientais da Mina
Morro dos Coelhos (2011), em áreas de pastagem com
rendimento lenhoso, no entorno das glebas em questão, bem
como em observações de campo em áreas adjacentes,
incluindo entrevistas com o pessoal que trabalhou na
supressão em questão.
Foram registradas espécies como: Machaerium villosum
(Jacarandá-do-mato), Dictyoloma vandellianum (Tinguí-preto)
Copaifera langsdorffii (Pau-d’óleo), Myrsine coriácea
(Copororoca), Kielmeyera coreacea (Pau-santo), Dalbergia
miscolobium (Jacarandá-do-cerrado) Stryphnodendron
adstringens (Barbatimão), Solanum lycocarpum (Lobeira) e
espécies protegidas de corte como o Handroanthus ochraceus
(Ipê-amarelo) e ainda a Ocotea odorífera (Canela-sassafrás),
classificada como VULNERAVEL na lista de Espécies
Ameaçadas da Flora de Minas Gerais e considerada AMEAÇADA
na Lista do IBAMA.
Áreas de Pastagem – Pasto Limpo
A JMN promoveu a intervenção em áreas de pastagem para a
implantação de infraestruturas necessárias as operações da
Mina Morro dos Coelhos.
Para tanto, foram realizadas vistorias técnicas nos dias 11 e
24 de agosto e 07 de setembro, por meio de inspeção visual
nas áreas de intervenção indicando proposta de boas práticas
para realização da limpeza do terreno e na conservação de
indivíduos arbóreos que não estariam autorizados a sua
47
supressão, principalmente indivíduos de interesse
conservacionistas como a canela sassafrás (Ocotea odorifera),
seguindo as diretrizes legais cabíveis para a atividade.
Antes do início da intervenção foram percorridas as áreas e
promovidas as orientações necessárias com a equipe da JMN.
Foram também demarcados os indivíduos isolados e
identificados com fita zebrada aqueles de interesse
conservacionistas. O registro fotográfico a seguir apresenta as
condições da área antes da intervenção.
Figura 5.21 – Situação das áreas de pastagem antes da intervenção – TAC Mina Morro dos Coelhos
No início da intervenção e durante as obras de decapeamento
as áreas foram novamente inspecionadas e ratificadas as
orientações de preservação dos indivíduos isolados.
QUANTIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DA INTERVENÇÃO E
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A Área Diretamente Afetada – ADA pela Mina Morro dos
Coelhos abrangida neste processo de LOC é coincidente com
aquela abrangida pelo TAC e totaliza 79,43ha. A referida ADA
é complementada pela área do sistema de captação e adução
de água industrial, composto por uma estação de
bombeamento, localizada à margem esquerda do Ribeirão
Capela Nova, ocupando uma área de 1.200 m2,
correspondente a área de construção da estrutura de captação
e bombeamento, bem como da estação elavatória e a faixa de
terreno, com 6.406 metros ao longo de estradas vicinais e
2,00 metros de largura (1metro para cada lado do eixo da
adutora), perfazendo uma área de 12.812 m2.
Assim, a ADA referente ao Sistema Capela Nova tem uma área
de 1,40 ha. Resultando em uma ADA para todo o
empreendimento de 80,83 ha.
Reitera-se que toda área de intervenção da Mina Morro dos
Coelhos, já encontra-se desprovida de cobertura vegetal, não
havendo, portanto, no âmbito desse processo de licenciamento
48
novas intervenções e ou supressão de vegetação. A
classificação das áreas de pasto sujo (campo sujo), cerrado e
pastagem com indivíduos isolados apresentadas na planilha,
referem-se as áreas decapeadas e sem regularizada, cujos
quantitativos foram identificados pela equipe técnica da
SUPRAM ASF e serão objetos de regularização no âmbito deste
processo de LOC.
Figura 5.22 – Porcentagem das classes de mapeamento do uso
e ocupação do solo - Mina Morro dos Coelhos.
CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA
Herpetofauna
Devido à localização geográfica da área, foram registradas
para a região espécies típicas do bioma de Mata Atlântica,
como: Hypsiboas faber, Haddadus binotatus e
Bokermannohyla gr circumdata; típicas de áreas de transição
entre Cerrado e Mata Atlântica, como: Hypsiboas polytaenius,
Rhinella pombali, Scinax longilineus, Scinax luizotavioi e
Scinax gr. catharinae; espécies típicas do bioma do Cerrado,
como: Hypsiboas lundii, Odontophrynus cultripes e Rhinella
rubescens; além de espécies com ampla distribuição que são
encontradas em mais de dois biomas brasileiros, como:
Dendropsophus minutus, Hypsiboas albopunctatus,
Leptodactylus furnarius, Leptodactylus fuscus, Leptodactylus
labyrinthicus, Leptodactylus latrans, Scinax x-signatus,
Dendropsophus gr rubicundulus, Physalaemus cuvieri, Ameiva
ameiva, Oxyrhopus guibei e Sibynomorphus mikanii.
Nota-se, então, que a área amostrada encontra-se em área de
transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica, com uma maior
representatividade de espécies com ampla distribuição
geográfica.
Foram registradas cinco espécies bioindicadoras de boa
qualidade ambiental, uma vez que são espécies dependentes
de ambientes florestais: Bokermannohyla gr circumdata,
Haddadus binotatus, Scinax luizotavioi, Scinax gr. catharinae e
PERCENTUAL DE USO E OCUPAÇÃO
DO SOLO E COBERTURA VEGETAL
Pasto Sujo (CampoSujo)
Cerrado
Pastagem comindivíduos ArbóreosIsolados
49
Scinax longilineus. As demais espécies registradas toleram
diversos níveis de alteração em seus hábitats. Assim, 22% das
espécies registradas podem ser consideradas hábitat
especialistas e 78% hábitat generalistas.
Em consequência dos desmatamentos, as espécies de anuros
de áreas abertas têm expandido geograficamente os seus
limites, em detrimento das espécies florestais, (SILVANO &
PIMENTA, 2003). Ao mesmo tempo, algumas espécies de
mata, que ocorrem em clareiras naturais, se adaptaram às
novas condições dos ambientes abertos. Este fenômeno pode
levar a uma interpretação errônea dos dados de riqueza
apresentados para diferentes áreas. O número de espécies
generalistas, dependendo do grau de perturbação antrópica
pode ser o maior responsável por uma grande riqueza,
portanto, mais importante que a riqueza é o número de
espécies raras, endêmicas ou restritas a ambientes
preservados que cada fragmento apresenta, pois estas serão
realmente afetadas pelos processos de desmatamento e
ocupação em razão da modificação de seus habitats (SILVANO
& PIMENTA, 2003).
Não foram registradas espécies raras ou ameaçadas no
presente estudo.
Os resultados do estudo sugerem que o grau de antropização
observada na região levou a uma homogeneização dos
hábitats disponíveis para herpetofauna, selecionando as
espécies mais adaptadas a essa condição que colonizaram
todos os tipos de ambientes amostrados. Assim, a região de
estudo apresenta uma herpetofauna típica de ambientes
alterados e adaptada as condições locais.
Pode-se afirmar que as matas ciliares da região estão
colonizadas por espécies generalistas. O registro de espécies
especialistas dividindo hábitats parcialmente degradados com
espécies generalistas é um dado preocupante, uma vez que
pode ocorrer uma pressão populacional de espécies
generalistas em detrimento das especialistas, levando a um
declínio populacional de espécies mais sensíveis na localidade.
Para evitar essa tendência é necessário que seja realizada
ações junto à população local com vistas a efetiva proteção
das áreas de matas ciliares na região.
O registro fotográfico a seguir apresenta algumas espécies
registrada durante as amostragens realizadas na região da
Mina Morro dos Coelhos.
50
Figura 5.23 – Hypsiboas
faber.
Figura 5.24 – Rhinella
pombali.
Figura 5.25 – Rhinella
rubescens.
Figura 5.26 – Leptodactylus labyrinthicus.
Figura 5.27 – Leptodactylus
latrans.
Figura 5.28 – Hypsiboas
polytaenius.
Figura 5.29 – Oxyrhopus
guibei.
Figura 5.30 – Sibynomorphus
mikanii.
Avifauna
Os registros gerais obtidos abrangem espécies de
características diversificadas, com espécies de ocorrência
restrita a ambientes florestais mais densos e, de formações
campestres de cerrado, além de espécies de hábitos comuns a
ambientes alterados, permitindo inferir avaliações ecológicas
quanto aos ambientes amostrados.
As características da comunidade de aves de uma determinada
localidade são fortemente influenciadas pela estrutura da
vegetação e pela heterogeneidade de habitats encontrados
(ALEIXO, 1999; CURCINO & PEDRONI, 2011). Assim,
conforme as características observadas em campo e as
informações obtidas em literatura especializada, nos itens a
seguir estão relacionados os principais registros de aves
realizados durante as amostragens da avifauna da mina Morro
dos Coelhos.
51
Consideram-se como aves generalistas aquelas com grande
valência ecológica, capazes de ocupar diversos ambientes,
sejam eles naturais ou antropizados, além da possibilidade de
utilizarem fontes variadas de alimento, o que confere maior
capacidade adaptativa para este grupo (OLMOS et al., 2005;
GIMENEZ & ANJOS, 2003).
De acordo com Begon et al. (1996), pode-se afirmar que
espécies consideradas endêmicas são aquelas que têm sua
distribuição restrita a uma determinada área ou região. Neste
sentido, foram identificados oito endemismos do bioma da
Mata Atlântica e, três do bioma do Cerrado (STOTZ et al.,
1996), conforme apresentado no quadro abaixo.
Quadro 5.2 - Lista de espécies de aves endêmicas registradas.
Fonte: Dados da pesquisa.
ESPÉCIE NOME POPULAR ENDEMISMO
Pyriglena leucoptera Papa-taoca-do-sul Mata Atlântica
Synallaxis ruficapilla Pichororé Mata Atlântica
Synallaxis spixi João-teneném Mata Atlântica
Todirostrum poliocephalum Teque-teque Mata Atlântica
Myiothlypis leucoblephara Pula-pula-assobiador Mata Atlântica
Hemithraupis ruficapilla Saíra-ferrugem Mata Atlântica
Tachyphonus coronatus Tiê-preto Mata Atlântica
Tangara cyanoventris Saíra-douradinha Mata Atlântica
Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo Cerrado
Saltatricula atricollis Batuqueiro Cerrado
Microspingus cinereus Capacetinho-do-oco-
do-pau Cerrado
Nehuma das espécies registradas no presente estudo consta
na Lista de Espécies Ameaçadas para o Estado de Minas Gerais
(COPAM, 2010), bem como para as Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014).
Segundo dados da IUCN (2017), o capacetinho-do-oco-do-pau
(Microspingus cinereus) é atualmente categorizada como
vulnerável – VU em âmbito global. O status conferido para
esta espécie se deve a um declínio rápido e contínuo
observado em suas áreas de ocorrência, como principal causa
a redução de habitat adequado (BIRDLIFE, 2017).
Além dessa, a jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga
auricapillus), apresenta uma população atual moderadamente
pequena e fragmentada, com a suspeita de declínio em
algumas de suas áreas de ocorrência pela perda de habitat, o
que a leva a ser classificada como “Quase Ameaçada ou Near
Threatened – NT” (IUCN, 2017), com status próximo aos
limiares de ameaça.
52
Figura 5.31 – capacetinho-do-
oco-do-pau (Microspingus cinereus)
Figura 5.32 – jandaia-de-
testa-vermelha (Aratinga auricapillus)
A avifauna registrada na área do estudo é composta por uma
maioria de espécies generalistas, de baixa sensibilidade
ambiental, onde as espécies mais sensíveis são encontradas
nas fitofisionomias de cerrado e campos nativos, bem como
nas formações florestais mais bem estabelecidas no entorno
da Mina Morro dos Coelhos.
Após a realização de oito campanhas de campo observou-se
apenas registros pontuais das espécies de hábitos mais
especialistas como o capacetinho-do-oco-do-pau (Microspingus
cinereus), o tucano-de-bico-verde (Ramphastos dicolorus), o
pichororé (Synallaxis ruficapilla), o arapaçu-escamoso
(Lepidocolaptes squamatus), dentre outros, o que indica baixa
capacidade suporte dos ambientes para as populações mais
sensíveis na localidade. Todas as espécies citadas neste
contexto tiveram apenas um único registro durante as
campanhas de campo na localidade.
Durante as oito campanhas realizadas foi observada
constância nos registros das espécies mais comuns, quando
não se observou indicativos de alterações nas populações da
avifauna relacionadas ao desenvolvimento do empreendimento
na localidade.
Figura 5.33 – maria-cavaleira-
de-rabo-enferrujado (Myiarchus tyrannulus).
Figura 5.34 – corujinha-do-mato (Megascops choliba).
Figura 5.35 – tucanuçu (Ramphastos toco).
Figura 5.36 – juriti-pupu (Leptotila verreauxi).
53
Figura 5.37 – sabiá-do-
banhado (Embernagra platensis).
Figura 5.38 – saracura-do-
mato (Aramides saracura)
Figura 5.39 – tesoura-do-brejo (Gubernetes yetapa).
Figura 5.40 – chopim-do-brejo (Pseudoleistes guirahuro).
Mastofauna
Durante as amostragens da mastofauna foi possível avaliar
que localmente a área de estudo está situada em área
altamente antropizada, o que favorece a dispersão de espécies
generalistas, e que regionalmente possui áreas com
capacidade suporte à ocorrência de espécies com maiores
requisições ecológicas e necessidade de grandes áreas de
vida, o que aumenta significativamente a diversidade local,
devido ao fornecimento de metapopulações que fornecem,
mesmo que ocasionalmente, uma maior riqueza e diversidade
para a localidade.
Durante as amostragens foram realizados importantes
registros de predadores de topo de cadeia alimentar, como o
gato-do-mato (Leopardus sp.), a onça-parda (Puma concolor)
e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus). O constante registro
dessas espécies a partir da sexta campanha atesta que na
paisagem regional existem ambientes viáveis ao fornecimento
de metapopulações de espécies mais sensíveis para a
localidade e apontam para a manutenção/melhoria da
qualidade ambiental da área de estudo.
Considerando as amostragens como um todo, 44% das
espécies levantadas por registro primário podem ser
consideradas como boas indicadoras de qualidade ambiental.
Através das descrições apresentadas, observa-se que apesar
dessas espécies tolerarem certos níveis de antropização em
seu ambiente, são consideradas boas bioindicadoras
ambientais, por serem dependentes de ambientes florestados,
por possuírem amplas áreas de vida, por serem predadores de
topo de cadeia alimentar, ou ainda por serem constantes alvos
da caça predatória.
Observa-se ainda pela descrição das espécies mais sensíveis a
impactos de origem antrópica, que esse são em sua maioria
representantes das ordens Primates e Carnivora. Essas são as
ordens que proporcionalmente possuem o maior número de
54
espécies ameaçadas no Brasil, os primeiros por possuírem
hábito exclusivamente florestal (portanto, baixa tolerância à
destruição das florestas) e os últimos por serem
predominantemente predadores, apresentando baixas
densidades populacionais, grande necessidade de espaço e
frequentes conflitos com humanos (MMA, 2008).
Durante as oito campanhas de campo, foram obtidos 107
registros diretos e indiretos de mamíferos de médio e grande
porte em que foi possível a identificação até o nível de
espécie. Dentre as espécies com as maiores abundâncias para
a área de estudo é possível observar espécies generalistas
com maior tolerância em ocupar ambientes alterados
(Callithrix penicillata, Euphractus sexcinctus e Cerdocyon
thous). É importante destacar ainda, dentre as espécies mais
abundantes, os primatas (Callicebus nigrifrons e Alouatta
clamitans), que apesar de se deslocarem em bandos,
permitindo um grande número de registros a cada contato,
são dependentes de ambientes florestais.
Dentre as espécies com as menores densidades amostradas é
possível ressaltar os predadores de topo da cadeia alimentar,
como a onça-parda (Puma concolor), o gato-do-mato
(Leopardus sp.), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e a
irara (Eira barbara). Esses animais, devido a suas longas
gestações e amplas áreas de vida, geralmente ocorrem em
baixa densidade.
A presença de animais exóticos é outro problema enfrentado
pelas populações de mamíferos silvestres (BAKER, et al.,
2003). A presença de cães e gatos domésticos era um fato
previsível devido à proximidade do empreendimento com
zonas rurais. Para Baker et al. (2003) o decréscimo das
populações animais silvestres está relacionado à predação por
gatos e cães domésticos, tanto quanto à redução e
fragmentação de hábitat. Em todas as áreas e campanhas
amostradas foram registradas evidências de cachorro-
doméstico (Canis lupus familiaris), gato-doméstico (Felis
catus), gado (Bos taurus) e cavalo (Equus caballus).
Como conclusão final pode-se afirmar que mesmo altamente
antropizada a área de estudo apresenta considerável riqueza e
diversidade de mamíferos, fato atribuído à ocorrência de
ambientes mais bem preservados na paisagem regional que
vem atuando como reservatório de fauna, fornecendo, mesmo
que eventualmente metapopulações de táxons mais sensíveis
para a localidade. Após a amostragem em oito campanhas foi
possível observar ainda a manutenção dos processos
ecológicos naturais da taxocenose.
Abaixo segue registro fotográfico realizado na área de estudo.
55
Figura 5.41 – Bugio (Alouatta
clamitans).
Figura 5.42 – Guigó (Callicebus
nigrifrons).
Figura 5.43 – Veado-catingueiro (Mazama
gouazoubira).
Figura 5.44 – Fezes de onça-parda (Puma concolor).
Apesar da área de estudo estar situada em região altamente
antropizada, o que favorece a dispersão de espécies
generalistas, com a progressão das amostragens está sendo
possível detectar também espécies especialistas, com maiores
requisições ecológicas, o que indica que regionalmente a
localidade possui ambientes que atuam como áreas
reservatório e possuem capacidade suporte para a
manutenção de espécies mais sensíveis, o que auxilia para o
aumento da riqueza e diversidade de fauna local.
É importante frisar ainda que com implantação do
empreendimento, aumentou a segurança e a fiscalização no
local, fato que pode ter inibido ações irregulares por parte da
população local, como supressão de vegetação e a caça, o que
também contribui para o aumento na riqueza e diversidade
observadas.
É possível que para alguns grupos mais sensíveis, com um
menor poder dispersivo, como por exemplo a herpetofauna,
mais especificamente os anfíbios anuros, a pressão antrópica
da área atue de forma mais intensiva. Já para a avifauna e
mastofauna, observou-se, que por serem animais com um
maior poder dispersivo, a riqueza e diversidade observadas na
região é possível devido à grande diversidade beta, da
localidade.
5.3. MEIO SOCIOECONÔMICO
O estudo das principais características do meio socioeconômico
permite a identificação e a análise dos componentes do
referido meio suscetíveis de sofrerem alterações, tanto
benéficas quanto adversas, em função do trabalho do
empreendimento.
56
Assim, a análise das características socioeconômicas
observadas na Área de Influência Indireta (histórico e formas
de ocupação dos territórios, dinâmica demográfica e
econômica, infraestrutura e condições de vida da população
residente entre outros), permite que as possíveis mudanças
decorrentes da atuação do empreendimento em questão
sejam identificadas.
Além disso, o presente item consolida um valioso instrumento
para a identificação de indicadores ambientais e para a
avaliação da capacidade de suporte ambiental, frente à
dinâmica específica do empreendimento, contribuindo para o
estabelecimento de alternativas promotoras da
sustentabilidade e de desenvolvimento da região onde está
inserida.
Este diagnóstico, portanto, trabalha com os múltiplos aspectos
constitutivos dos municípios que sofrem influência da Mina
Morro dos Coelhos. Seu conteúdo é descritivo e analítico, e
decorre da integração de um complexo de variáveis
demográficas, sociais, econômicas, infraestruturais, espaciais
e culturais.
Os estudos socioeconômicos da área de influência indireta
foram desenvolvidos obtendo-se dados e informações
secundárias disponíveis sobre a região do empreendimento,
destacando as estatísticas do IBGE e de fontes municipais,
coletados nas Prefeituras Municipais. A essas fontes de dados
secundários agregou-se o apoio bibliográfico de estudos sobre
a região, a partir de obras publicadas. Todos os dados
coletados foram comparados a estudo anterior, datado de
2011, com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento dos
itens socioeconômicos dos municípios em questão.
Inicialmente, foi realizada a caracterização da Área de
Influência Indireta, aqui entendida como os municípios de
Desterro de Entre Rios e Piracema, que apresenta as seguintes
descrições:
- Formação histórica e localização regional do município;
- Análise da dinâmica demográfica do espaço de interesse,
considerando indicadores como taxa de crescimento
populacional, grau de urbanização (GU), distribuição etária e
por sexos;
- Contexto econômico do município, através da avaliação dos
setores econômicos, da população economicamente ativa e
ocupada e das finanças públicas;
- Avaliação de aspectos infraestruturais do município, como
energia elétrica, educação e cultura, saneamento e saúde.
Também foi realizada uma análise do Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), utilizando as
estatísticas produzidas pelo PNUD/IPEA/FJP.
Os municípios de Desterro de Entre Rios e Piracema que
distam cerca de 40 Km, possuem uma origem comum, ambos
eram subordinados ao município de Entre Rios, porém após
57
desvinculação compõem regiões diferentes, Desterro de Entre
Rios está localizado na Mesorregião Metropolitana de Belo
Horizonte e na Microrregião de Conselheiro Lafaiete e
Piracema na Mesorregião Oeste de Minas e na Microrregião de
Oliveira. A região de planejamento dos municípios também é
diferente, Desterro de Entre Rios está localizado na Região de
Planejamento Central e Piracema na Região de Planejamento
Centro Oeste.
Os municípios possuem características socioeconômicas
semelhantes, como crescimento populacional e taxa de
urbanização progressivos, percentual de residentes do sexo
masculino e feminino semelhantes, melhoria nas condições de
vida, saúde e educação.
Com relação à questões econômicas os dois são pertencentes
ao circuito das vertentes, que recebe este nome devido ao
grande número de vertentes e solo fértil na região, local
também privilegiado pela localização, com acesso à rodovia
Fernão Dias – BR 381. As cidades são propícias a atividades
turísticas com clima ameno, belas áreas naturais com muitas
matas e ótimas trilhas para quem quer desfrutar das
atividades ao ar livre, além de pertencerem ao Circuito da
Estrada Real.
As características do solo e clima locais também são propícias
ao desenvolvimento de atividades agropecuárias, que inclusive
são a segunda mais importante nos municípios, sendo que a
primeira são comércio e prestação de serviços, porém
observa-se que a atividade minerária vêm crescendo aos
poucos, e da mesma forma se insere na realidade da
população e da sociedade local.
O relatório fotográfico a seguir apresenta a situação atual dos
municípios de Piracema e Desterro de Entre Rios.
Figura 5.45 – Terminal
Rodoviário – Piracema
Figura 5.46 - Igreja em
Piracema
58
Figura 5.47 - Praça em
Piracema
Figura 5.48 - Estádio Municipal
de Piracema
Figura 5.49 - Igreja Matriz em Piracema
Figura 5.50 - Detalhe placa de indicação APAE, CRAS e Prefeitura de Piracema
Figura 5.51 - CRAS Desterro de Entre Rios
Figura 5.52 - Igreja Matriz e seu entorno - Desterro de Entre
Rios
Figura 5.53 - Praça com
equipamentos para exercício ao ar livre, próxima ao
cartório
Figura 5.54 - Sede do
Sindicato dos Produtores Rurais
Figura 5.55 - Correios - Desterro de Entre Rios
Figura 5.56 - Cartório Desterro de Entre Rios
ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA – POVOADO DE BARRO
BRANCO (DESTERRO DE ENTRE RIOS) E TAPERA
(PIRACEMA)
Durante os estudos ambientais para o licenciamento prévio da
Mina Morro dos Coelhos, realizado em 2010, a Comunidade
Barro Branco e Tapera foi definida como área de influência
direta – AID sob os aspectos do meio antrópico. Tal definição
59
se deu pela proximidade da mesma em relação a área da mina
Morro dos Coelhos.
Este trabalho de Percepção Ambiental foi desenvolvido a partir
da congruência das ciências Sociologia, Comunicação,
Engenharia e Psicopedagogia, conteúdos complementares, que
se tornam um diferencial para a criação de um trabalho que
necessita de um grande nível de objetividade, interação,
atenção analítica e conhecimento técnico das áreas ambientais
e antroposóficas. Foram criados questionários
semiestruturados e percepção do ambiente, aplicados na área
de influência direta (AID), contemplando públicos interno e
externo ao empreendimento, conforme legislação.
O estudo da Percepção Ambiental das comunidades de Barro
Branco e Tapera são apresentados na íntegra anexo ao EIA,
integrante deste processo e licenciamento ambiental.
A pesquisa foi realizada com os moradores das comunidades
que atendiam os parâmetros:
Maioridade;
Diversidade (perfil diverso, baseado em teorias de
minorias populacionais);
Opção de anonimato;
Residente na região.
Foram aplicados 8 questionários diferentes para os públicos
abaixo citados:
Moradores de Barro Branco (Dezembro de 2017);
Moradores Região Lindeira a Adutora e Barro Branco
(Setembro de 2018);
Moradores Povoado de Tapera (Setembro de 2018);
Profissionais da Educação (Dezembro de 2017);
Profissionais da Saúde (Dezembro de 2017);
Comerciantes (Dezembro de 2017);
Comerciantes (Setembro de 2018);
Funcionários JMN(Dezembro de 2018).
Os resultados estão apresentados em descrição analítica,
quando qualitativos e, quantitativamente, com utilização de
gráficos.
Conforme descrito anteriormente, a fim de compreender
melhor a área de influência direta do empreendimento, foram
realizadas duas campanhas de entrevistas nas AID.
No dia 5 de dezembro de 2017, entrevistas foram realizadas
para o público interno e externo. Para o público interno foram
entrevistados 20 funcionários de diferentes setores e cargos.
Para o público externo foram 14 moradores de Barro Branco, e
6 frequentadores também de Barro Branco, mas com atuação
60
direta em empresas e órgãos da região (saúde, educação,
comércio e outros).
Na campanha do dia 04 de Setembro de 2018, foram
realizadas 46 entrevistas, sendo distribuídas em 37 ao longo
da Faixa da Linha Adutora, sendo que entre estes 30 são de
Barro Branco, e 9 residentes do povoado de Tapera.
Foi solicitado aos entrevistados nome e contato para contatos
posteriores, mas vale ressaltar que muitos entrevistados não
possuem contato e para acesso aos mesmos é necessário
dirigir-se ao endereço.
- Caracterização Barro Branco – 1ª Campanha
Na primeira campanha com relação o público externo apesar
de maioria de respondentes ser do sexo feminino, estas em
sua maioria, possuem estado civil casadas, o que indica que as
mesmas representam seus cônjuges, o que trouxe para as
respostas obtidas abrangência e representatividade.
Houve representatividade em todas as faixas etárias, de 18 a
28, 29 a 39, 40 a 50, 51 a 61 e 62 anos ou mais.
O local de nascimento relatado pela maioria dos entrevistados
foi na localidade, Entre Rios de Minas e Desterro de Entre Rios,
e este fato somado ao tempo de moradia para a maioria
superior a 20 anos, denota que a população entrevistada
possui profundo conhecimento sobre a dinâmica e história
local. Outro fato que pode ser concluído é que a localidade não
tem atraído moradores, uma vez que um número pequeno
reside na localidade a menos de 1 ano.
Considerando que o IBGE estabelece 5 classes sociais, sendo
essas Classe A (renda acima de 20 salários mínimos), Classe B
(renda entre 10 e 20 salários mínimos), Classe C (renda entre
4 e 10 salários mínimos), Classe D (renda entre 2 e 4 salários
mínimos) e Classe E (até 2 salários mínimos), 93% dos
entrevistados de Barro Branco é de Classe Baixa, incluindo
ainda nessa faixa, aquelas que, de acordo com o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), vivem em pobreza
absoluta, com até meio salário mínimo, e em extrema
pobreza, que vivem com um quarto de salário mínimo. Em
Barro Branco notou-se um número significativo de residências
cujos custos são responsabilidade do casal, e não somente do
homem e em média as residências possuem de 3 a 4
residentes.
No que se refere à Educação, o grau de escolaridade é baixo,
uma vez que a maior parte da população entrevistada cursou
apenas até o 4º ano primário e um número muito pequeno
concluiu o ensino médio e/ou fez curso superior.
Especificamente na localidade não existe estabelecimento de
61
ensino, o que pode dificultar o acesso da população ao ensino,
mesmo que para este é disponibilizado transporte gratuito
pela Prefeitura. Sabe-se que o financiamento de um
estabelecimento de ensino na localidade, para um número
pequeno de moradores pode ser inviável, porém é necessário
que sejam criadas alternativas de incentivo à população para
os estudos e promoção de educação de forma continuada e
progressiva.
Foi observado na localidade um alto índice de desemprego, o
que apesar da pouca oferta de emprego na localidade,
também pode estar ligado ao baixo grau de instrução.
Verificou-se que os moradores de forma geral, não participam
de movimentos ou representações sociais e/ou classistas,
sendo identificado uma pequena parcela que é associado ao
Sindicato de Produtores Rurais, ou é do Movimento da
Cristandade.
O Posto de Saúde Bolivar Andrade, localizado em Barro
Branco, é citado pelos entrevistados como primeiro local de
atendimento, e as doenças e sintomas crônicos citados são
pressão alta, enxaqueca, problemas de coluna e infecções.
Percebe-se que o Posto de Saúde tem um papel fundamental
na comunidade, e o único programa existente é o Programa de
Saúde da Família. Conforme verificou-se o posto atende toda a
população de todas as faixas etárias, e seria de suma
importância que o mesmo aproveitasse este papel para
desenvolver atividades preventivas à saúde e qualidade de
vida da população.
Os entrevistados consideram a região tranquila, sossegada e
boa para morar, conhecem uns aos outros e se reúnem nas
missas, no Bar do Geraldo (já foi vereador pela localidade),
futebol e praça.
Como patrimônio cultural citaram festas religiosas e do
produtor rural, mas acreditam que estas estão acabando, por
falta de envolvimento/interesse das pessoas, bem como o
êxodo rural.
Os entrevistados disseram ver animais silvestres como Mico,
Lobo e Cobra com frequência, e consideram a maior beleza
local a Cachoeira e as Matas, que consideram ameaçadas pelo
desmatamento, poluição e ação da mineradora.
Os entrevistados consideram que a vocação econômica da
localidade é a pecuária leiteira.
62
Em Dezembro de 2017, os entrevistados consideraram o
Abastecimento de água, as Áreas de Lazer e a Rede de Esgoto
como péssimas, a Manutenção de estradas rurais, a Geração
de Emprego e a Qualidade da água, ruins, a Luz/Iluminação, a
Habitação/Moradia e a Saúde, regulares e a Qualidade do Ar e
a Educação, boas. Foram feitas sugestões pelos entrevistados
para melhorias, como: Criação de espaços de lazer; Parcerias
entre município e empresa; Mais especialização, educação,
cursos; Criar rede de abastecimento e tratamento de água;
Conscientizar pessoas para não jogar lixo e fazer rede;
Implantar rede de esgoto; Limpeza de fossas (que existem);
Prefeitura criar fossas; Aguar as estradas; Incentivo do
governo para criar emprego.
A população local em sua maioria considera que seja
representada pela Prefeitura, e com relação à sensação de
segurança, a maioria dos entrevistados disseram sentirem-se
seguros em Barro Branco.
Para a melhoria da qualidade de vida e infraestrutura locais,
os entrevistados citaram que poderiam ser trazidos para a
localidade os seguintes comércio e serviços:
mercado/supermercado/armazém/mercearia; Farmácia;
Correios; Transporte; Banco; Açougue; Padaria e Indústria.
Um pouco mais que a metade dos entrevistados disseram
conhecer a JMN, possuir algum conhecido ou familiar que
trabalhe na empresa e reconhecem que a empresa é
importante para a situação de emprego na localidade. No
período foi relatado pela maioria, não haver comunicação da
empresa com a comunidade.
Nota-se que devido ao curto período de operação da
mineradora na região, ainda não existe um vínculo do
empreendimento com a região, este fato pode ser comprovado
com as manifestações dos entrevistados de não conhecer a
Mina, não ter opiniões a respeito, ou ainda a ausência de
respostas.
A atividade mineradora ainda não é conhecida também pelos
funcionários do posto de saúde local, não é percebida como
uma influenciadora na saúde da população.
A população de forma geral, bem como comerciantes e
trabalhadores da localidade, verificam que empreendimento
apesar de possuir aspectos negativos, pode influenciar na
geração de emprego e melhoria da economia local.
Conclui-se que apesar da proximidade do empreendimento
com o distrito de Barro Branco, o relacionamento com a
comunidade pode ser estreitado, com ações voltadas para a
63
região, envolvendo aspectos socioculturais, ambientais e de
geração de renda.
- Caracterização Barro Branco e Áreas Lindeiras– 2ª
Campanha
Tanto em Barro Branco, como na região lindeira à adutora, a
representatividade de homens e mulheres foi equilibrada,
assim como houve representatividade em várias faixas etárias
e estado civis, o que indica a abrangência de diversos grupos
sociais pelo levantamento.
Dentre os entrevistados, grande parte reside na localidade por
pelo menos 20 anos, e os locais de nascimento citados
também são na maioria na localidade, com a citação de
somente dois locais de maior distância, Belo Horizonte e São
Paulo. Uma vez que os entrevistados conhecem bem a
localidade, grande parte por estarem ali desde o nascimento,
as informações são de profundos conhecedores da história e
dinâmica local.
Assim como na pesquisa anterior a principal faixa de renda é
baixa, com até 3 salários mínimos, ou até mesmo a ausência
de renda. Não foram identificados entrevistados que recebem
algum tipo de auxílio ou benefício do governo, o que pode
indicar a ausência de assistência social que instrua a
população na obtenção do mesmo. As residências possuem em
média de 3 a 4 residentes.
Figura 5.57 - Entrevistas em Barro Branco e Demais Regiões
Figura 5.58 - - Entrevistas em Barro Branco e Demais Regiões
Figura 5.59 - Entrevistas em
Barro Branco e Demais Regiões
Figura 5.60 - Entrevistas em Barro Branco e Demais
Regiões
Com relação a educação, assim como na campanha anterior,
não foram encontrados entrevistados com ensino superior
completo ou em curso, uma pequena parcela possui ensino
médio completo e incompleto, e a grande maioria cursou
somente até o 4º ano fundamental.
64
Ainda em Setembro de 2018, quase um ano depois da
primeira campanha, apresentou-se um alto índice de
desemprego ou ainda de trabalhadores autônomos rurais.
Sabe-se que na região a oferta de emprego é baixa, porém
esta situação pode ser agravada com a falta de formação
escolar e profissional.
Referente à saúde ainda verifica-se uma demanda da
população sobre o estabelecimento de saúde, e esta se
mostrou de forma bastante diversificada, o que indica um
problema uma vez que estabelecimento não possui
infraestrutura de atendimento especializado. Mais uma vez
identifica-se a importância da atuação do estabelecimento com
programas de promoção de saúde e qualidade de vida, uma
vez que este alcança quase que integralmente a população de
Barro Branco e região.
A vocação de Barro Branco e localidades desta vez apresentou
um valor significativo para mineração, porém mantem-se em
sua maioria as atividades rurais, fato que pode ser confirmado
pelas profissões dos entrevistados em que o maior número de
trabalhadores rurais.
Os entrevistados de Barro Branco e demais localidades
consideram em grande parte a região Tranquila e Sossegada,
com uma bela natureza, mata e animais, citam também uma
cachoeira. A população entrevistada considera as belezas
naturais importantes e para uma pequena parcela em Barro
Branco está ameaçada pela mineração, parcela esta que
cresce para as demais regiões.
Com relação a patrimônio cultural, foram citadas festas
religiosas/missa/igreja, festa da Colheita e do Produtor Rural,
Cavalgada e Carro de Boi. Uma pequena parcela relatou que
sentem que estes patrimônios podem acabar devido a
mineração e a greve dos caminhoneiros.
Sobre a existência de cavernas, fazendas e ruínas na região,
foram citadas as fazendas Ponte Nova, do João Inácio e a do
Retiro Novo, além de ouras moradias antigas.
Nos últimos 5 anos as principais mudanças sentidas pelos os
entrevistados foram relacionadas a energia/iluminação e a
percepção sonora, para as demais localidades, além destas
soma-se a alteração na água, disponibilidade e qualidade.
Em Barro Branco foram considerados péssimos os serviços de
esgotamento sanitário e manutenção de estradas rurais e
ruins o transporte, lazer e geração de emprego. Nas demais
65
localidades foram considerados péssimos, os serviços de
esgotamento sanitário e lazer, ruins saúde, educação e
geração de emprego. Poeira e Barulho não foram citados como
problemas.
Com relação a sensação de serem representados e diferente
da campanha anterior a grande maioria não se sente
representado.
Sobre a sensação de segurança na região de Barro Branco e
nas demais localidades, a maioria dos entrevistados relataram
sentirem-se seguros.
Os entrevistados acham que faltam na região assistência
social, farmácia, empresas/fábricas /indústrias, hospital/posto
de saúde /médicos, lazer para crianças, cinema, campo,
mercado/supermercado, mineração, padaria, restaurante,
torre de telefonia, transporte e tratamento de água.
Nesta pesquisa o número de entrevistados que conheciam a
JMN foi maior, e houveram opiniões com relação a empresa
negativas e positivas.
O número de entrevistados que possui conhecido ou familiar
que trabalha na JMN também apresentou-se maior em
Setembro de 2018.
Os entrevistados em sua grande maioria disseram não haver
comunicação entre a JMN e a comunidade e contra poucas que
citaram haver comunicação. Algumas das citações foram: “Os
filhos enviaram currículo e a empresa entrou em contato”,
“Paulo (mineradora) veio explicar o projeto”, “Eles ajudam nas
festas, por exemplo, a Festa Nossa Senhora do Rosário.
Conversam com as pessoas de referência da empresa.”, “Já
visitaram para olhar coisas de obra.”, “Eles se comunicam com
a comunidade, fazem projetos sociais.”, “Sim, mas não foram
atendidas.”, “Eles não vêm à comunidade, só as coisas que
interessam à empresa”, “Nunca vieram.”, “A captação de água
que a empresa faz prejudica o moinho do entrevistado. Vieram
acordar algo.”
Perguntou-se por fim se os entrevistados tiveram a
oportunidade de relatar algo que não foi perguntado ou não
tiveram oportunidade de falar durante a entrevista. A maioria
não quis ou não achou necessário se manifestar, dentre os que
quiseram complementar a entrevista, foram citados: “Dar mais
oportunidades para a região.”, “Empresa trabalhe
corretamente quanto ao meio ambiente.”, “Oportunidade de
emprego às mulheres.”, “Ela é do minério. Serviço abençoado
por causa das oportunidades que foram dadas às famílias.” e
“Empresa está 100%.”
66
Pôde-se perceber que no decorrer de quase um ano entre as
campanhas a situação não apresentou grandes alterações,
salvo o fato da empresa tornar-se mais conhecida, o que pode
ser uma consequência do maior tempo de funcionamento na
localidade.
A população diretamente afetada pela implantação e operação
da adutora em sua maioria conhecem o Ribeirão Capela Nova,
porém normalmente com a nomenclatura Rio Pará. De acordo
com os entrevistados as águas do Ribeirão são utilizadas em
poucos casos para irrigação e dessedentação animal, para uso
humano não houve nenhuma citação, inclusive foi citado que
as águas são poluídas. Um entrevistado utiliza as águas em
seu moinho.
Com relação a captação das águas do Ribeirão Capela Nova
para uso na Mina Morro dos Coelhos, a maioria não soube dar
opinião, e entre aqueles que deram houveram posições contra
e a favor.
Figura 5.61 - Ribeirão Capela Nova - Captação
Figura 5.62 - Ribeirão Capela Nova - Captação
Referente ao período de obra de 3 meses, houveram opiniões
neutras, positivas e negativas e dentre estas algumas
importantes como a presença de tubulação de abastecimento
de água no trecho.
Foi sugerido ainda que a empresa contratasse pessoal da
região para a execução da obra, e ainda que o horário de
operação deveria restringir-se ao horário comercial.
Pode-se inferir que a população não apresenta um
posicionamento contrário, porém é necessário que a mesma
conheça a finalidade da adutora, e as consequências da
captação para a população e meio ambiente local, uma vez
que apresentam-se em alerta, ansiosos e inseguros com que
está por vir e as mudanças que podem acontecer em suas
vidas.
67
- Caracterização Comunidade Tapera
O número de entrevistados em Tapera foi igual a nove,
buscou-se realizar entrevistas em todas as residências da
localidade. A faixa etária dos entrevistados foi superior a 29
anos e foram entrevistados tanto homem quanto mulheres
com índice ligeiramente superior para o sexo feminino.
Com relação a estado civil a maioria dos participantes eram
casados, participaram também solteiros, viúvos e separados.
Os entrevistados nasceram na região, sendo registrados as
localidades Tapera, Piracema, Desterro de Entre Rios, Passa
Tempo e Barro Branco. O tempo de moradia na localidade para
todos os entrevistados é superior a 15 anos e citaram como
motivos para permanecem na região ficar perto da família, por
ser a região de nascimento, em função da segurança e
tranquilidade, habitação, relacionamento extrafamiliar ou e
falta de oportunidade para deixar a localidade.
Em Tapera, 100% dos entrevistados é de Classe Baixa, com
até 3 salários mínimos, estes provenientes em grande parte
pela agricultura de subsistência e pecuária leiteira. O número
de moradores por residência varia de 1 a 4 moradores.
Com relação à educação, a maioria cursou até o 4º ano, sendo
identificado em menor número indivíduos que cursaram da 5ª
a 8ª série e um número ainda menor que concluiu o Ensino
Médio.
Em Tapera foi observado um numero representativo de
aposentados, e dentre aqueles que trabalham, estes são
Trabalhadores Rurais. Um pequeno número de entrevistados
participa do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Piracema,
com vínculo de associado e realização de contribuição sindical.
Para atendimento médico os entrevistados recorrem ao Posto
Local em Barro Branco ou Desterro de Entre Rios, apesar de
Tapera pertencer a Piracema. Foram identificados doenças e
sintomas crônicos: bronquite, pressão alta, trombose, desmaio
desde nascença e osteoporose.
Os entrevistaram relataram que o que mais gostam na
localidade são os vizinhos, a tranquilidade, a plantação, terra e
criação de gado.
A beleza natural citada pelos entrevistados foram a natureza
do local, os rios e as nascentes, a criação de gado e as árvores
da região sendo mencionada a árvore de lingote que segundo
o mesmo encontra-se em extinção. Estas belezas naturais são
consideradas importantes para maior parte dos entrevistados,
que consideram que esteja ameaçado principalmente em
função da ação da Mineração e pela falta de água.
68
Com relação ao patrimônio cultural, foi citada a festa da
colheita e dos ruralistas e consideram que estas festas
estejam acabando devido a atividade mineradora na região
rural.
Foi citado pelos entrevistados a Fazenda Geada que ainda
possui muros construídos por escravos e fazendas antigas,
onde moraram antepassados da família, como mãe e avó.
Sobre a vocação da região a maioria afirmam ser a Agricultura
e Pecuária de Leite, ou seja, a produção rural, com uma
citação pequena para mineração.
Todos os entrevistados possuem plantação, horta e criação de
animais, sendo citados manga, laranja, goiaba, café, cana-de-
açúcar, couve, chuchu, milho e capim, como também criação
de galinhas, porco, gado, cavalos, codorna e produção de
leite.
Para perceber a mudanças na localidades ocorridas nos
últimos 5 anos, foi citado por todos os entrevistados a
mudança na percepção sonora e por um número um pouco
menos mais ainda significativo mudança na quantidade e
qualidade da água utilizada pelos mesmos.
Foram considerados péssimos os serviços de esgotamento
sanitário, transporte e área de lazer, ruins incômodo sonoro e
geração de emprego.
Metade dos entrevistados se sente representado junto às
políticas públicas, e quase todos os entrevistados disseram se
sentirem seguros na localidade.
Para melhoria na localidade foram citados os seguintes
comércio e serviços para serem trazidos à localidade:
hospitais, farmácias, fábricas, serviços de geração de
emprego, linha telefônica, comércio de leite, cursos
profissionalizantes.
Com relação à JMN, a população de Tapera quase em sua
totalidade já ouviu falar do empreendimento, e se dividem em
opiniões positivas e negativas, sendo as positivas relativas a
geração de emprego e as negativas nas mudanças que a
empresa trouxe para o cotidiano dos entrevistados.
A maioria dos entrevistados conhecem alguém que trabalha na
JMN.
Um número ligeiramente superior a metade dos entrevistados
disseram que a JMN já entrou em contato com estes, foi citado
por mais de um entrevistado o colaborador da JMN Augusto.
Foi relatado também os contatos: “Esclarecimento sobre a
69
qualidade da água.”, “Pesquisas, entrega de água mineral.” e
“Interesse na compra de terras”
Foi dado aos entrevistados a oportunidade de manifestar
sugestão ou opinião que não houvesse sido relatada
anteriormente e as respostas foram relacionadas a priorizar
empregos para os moradores da região, preocupação com
relação a água, e o barulho.
Na localidade percebe-se que não existe interesse no
funcionamento da mineradora, que apesar de entenderem a
importância da atividade para a região de forma geral, tiveram
seu modo de vida calmo tranquilo de trabalhadores rurais
totalmente alterados, e com o funcionamento da Mineradora
pelo período de 24 horas tiveram até os seus horários de
descanso alterados.
Trata-se de uma região bastante sensível e impactada pelo
empreendimento, e denotam cuidados como tal.
Figura 5.63 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera
Figura 5.64 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera
Figura 5.65 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera Figura 5.66 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera
Figura 5.67 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera Figura 5.68 - Entrevistas e
Registros Povoado de Tapera
70
6. IMPACTOS AMBIENTAIS
A continuidade das operações do empreendimento implicam
em determinadas ações que interferem no meio ambiente.
Essas ações são chamadas de Intervenções Ambientais. Como
ação direta, essas intervenções introduzem no ambiente novos
elementos que podem afetar as dinâmicas físicas, bióticas ou
socioeconômicas anteriormente existentes. O resultado desse
processo é o Impacto Ambiental.
Após o estudo da situação ambiental das áreas de influência,
desenvolveu-se a identificação dos impactos ambientais
decorrentes das ações de operação do empreendimento,
conforme mostra o fluxograma da Figura 6.1.
Figura 6.1 – Avaliação de Impacto Ambiental – Mina Morro dos
Coelhos
DIAGNÓSTICO
AMBIENTAL DAS
ÁREAS DE
INFLUÊNCIA
FATORES
AMBIENTAIS
MEIO FÍSICO
→ MEIO BIÓTICO
MEIO
SOCIOECONÔMICO
↓
↓ IDENTIFICAÇÃO DE IMPATOS AMBIENTAIS
↓
↓ EMPREENDIMENTO
MINA MORRO DOS
COELHOS
ETAPAS E
AÇÕES
PLANEJAMENTO
→ IMPLANTAÇÃO
OPERAÇÃO
Os impactos ambientais são definidos pela Resolução do
CONAMA nº 001/86 como “qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas no meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante
das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam
a saúde, a segurança e o bem-estar da população; às
atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos
recursos ambientais”.
A Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) assegura uma
análise sistemática dos impactos ambientais. Tem por objetivo
garantir que responsáveis pela tomada de decisão apresentem
soluções adequadas à população e ao meio ambiente, gerando
medidas de controle e proteção, medidas mitigadoras e
compensatórias, conforme o impacto.
Esta etapa de estudos de análises dos impactos ambientais
constitui-se na parte central de todo o trabalho realizado, uma
vez que, ela traduz as reais interferências do
empreendimento, sobre a sua região de inserção, com base no
diagnóstico ambiental obtido ao longo dos trabalhos, o
momento em que elas serão verificadas, e o grau do impacto,
mensurado através da magnitude relativa, dentre outros
critérios de avaliação utilizados nessa análise. Todos esses
fatores, inseridos no contexto da minimização, mitigação e/ou
compensação, além de considerarem a relação direta entre
71
impacto e ação ambiental, subsidiam a análise final de
avaliação da viabilidade ambiental do empreendimento.
6.1. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Para a mensuração dos efeitos ambientais, transformando-os
em impactos, faz-se uso de critérios de avaliação, os quais se
encontram no contexto das metodologias de AIA – Avaliação
de Impactos Ambientais, e também são definidos na
Resolução CONAMA N° 001, de 23 de janeiro de 1986. Dentre
eles, destacam-se os descritos a seguir, cujos conceitos
encontram-se voltados para empreendimentos minerários:
a) Natureza
Benéfica - as modificações introduzidas têm caráter benéfico
para o ambiente local e/ou regional.
Adversa - as modificações introduzidas têm caráter adverso
para o ambiente local e/ou regional.
Difícil Qualificação – as modificações ocorridas não
apresentam impactos visíveis.
b) Incidência
Direta - os impactos são imediatamente detectados quando
da implantação das atividades relacionadas com o
empreendimento.
Indireta - os impactos ocorrem, porém, não são provocados
diretamente pelo empreendimento. O empreendimento
provoca efeitos indiretos que irão ser os responsáveis pelo
impacto.
c) Temporalidade
Curto Prazo – correspondente ao início imediato da
implantação do empreendimento.
Médio Prazo - a partir da operação das estruturas da
implantação.
Longo Prazo – ao longo das atividades de operação do
empreendimento.
d) Reversibilidade
Reversível - impactos que, mediante a implementação de
ações ambientais, podem ser controlados, no sentido de se
buscar um equilíbrio entre a situação com a implantação do
empreendimento e a anterior.
Irreversível - impactos sobre os quais não se consegue
atingir aquele equilíbrio.
e) Abrangência
Local - se os efeitos dos impactos correspondem à ADA;
Regional – se os efeitos dos impactos correspondem à AID;
72
Estratégico – se os efeitos dos impactos correspondem a
todo o território nacional.
f) Periodicidade
Temporário - quando o efeito permanece por um tempo
determinado, após a realização da ação;
Cíclico – quando o efeito se faz sentir em determinados
ciclos, que podem ser ou não constantes ao longo do tempo;
Permanente - quando uma vez executada a ação, os efeitos
não param de se manifestar num horizonte temporal
conhecido.
g) Magnitude relativa
A classificação quantitativa ou numérica dos impactos
ambientais tem por objetivo apresentar uma visão da
magnitude do grau de alteração sobre um determinado fator
parâmetro-ambiental. É necessário ter-se uma visão de escala
destes parâmetros e atribuir-lhes valores ou pesos relativos.
Dessa forma, para sua apresentação e avaliação, são definidas
legendas que expressam de forma contínua suas magnitudes,
com os impactos sofrendo as seguintes classificações: (1)
Baixo; (2) Médio; (3) Alto.
Feitas essas considerações, apresenta-se nos itens 7 e 8 deste
RIMA, os principais impactos ambientais decorrentes da Mina
Morro dos Coelhos incluindo a matriz qualitativa de avaliação
dos impactos bem como as medidas necessárias para a
mitigação dos mesmos, dentre as quais, são incluídos os
programas de controle ambiental.
Ressalta-se que, a partir dessas ações que o Órgão Ambiental
exerce a sua função fiscalizadora.
73
7. PRINCIPAIS IMPACTOS E AÇÕES
7.1. MEIO FÍSICO
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Remoção da cobertura vegetal pretérita e Alteração da estrutura e
do uso do solos
A
ÇÕ
ES
C
AU
SA
IS
Remoção da cobertura vegetal pretérita e conformação do terreno
provocando focos erosivos. AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Reabilitação das áreas com solo exposto e sistema de drenagem
pluvial. Execução do PRAD, além do monitoramento da qualidade das águas sob influência da mineração.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Alteração da morfologia do relevo e da paisagem natural A
ÇÕ
ES
C
AU
SA
IS
Mudanças na organização do seu perfil através de terraplanagens,
construções e escavações. AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Reabilitação de todas as áreas da mineração com solo exposto, além
da implantação de cortinas arbóreas.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Alteração da qualidade das águas superficiais pelas erosões e
carreamento de sólidos
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Solo decapeado e conformação do terreno provocando focos erosivos. A
ÇÕ
ES
A
MB
IEN
TA
IS
Reabilitação das áreas com solo exposto e sistema de drenagem
pluvial.
Execução do PRAD, além do monitoramento da qualidade das
águas sob influência da mineração.
OS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS A AMPLIAÇÃO DA MINA MORRO DOS
COELHOS SÃO APRESENTADOS A SEGUIR, SEGUIDOS DE SUAS AÇÕES CAUSAIS E AS AÇÕES
AMBIENTAIS QUE TORNAM O PROJETO VIÁVEL. SÃO APRESENTADAS TAMBÉM AS MATRIZES DE
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS IMPACTOS COM OS CRITÉRIOS UTILIZADOS, BEM COMO A
MAGNITUDE DE CADA IMPACTO (ALTA/MÉDIA/BAIXA).
74
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Alteração da qualidade das águas e do solo pela geração de efluentes
líquidos industriais e não industriais
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Geração de efluentes líquidos comprometendo a qualidade das
águas e dos solos. AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Controle dos efluentes líquidos, além do monitoramento da
qualidade das águas sob influência da mineração.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Alteração da qualidade do ar pela
geração de poeiras AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Geração de emissões atmosféricas fugitivas (material particulado)
proveniente das atividades de lavra e beneficiamento, movimentação
de máquinas e tráfego de caminhões.
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Aspersão de água nas vias de circulação interna e externa; implantação de sistemas de controle nos equipamentos e
monitoramento da qualidade do ar.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Alteração do nível de ruído
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Movimentação de veículos e equipamento durante as atividades
de lavra, transporte e beneficiamento de minério.
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Utilização de EPI’s e manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e veículos.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Níveis de Vibração
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Eventuias detonações de
explosivos
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Utilizar razões de carregamento baixas. Não realizar detonações na
ADA envolvida pelo raio de segurança preventiva das
cavidades, ou seja um raio de 250 metros.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Geração de Resíduos Sólidos
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Geração de resíduos sólidos da permanência de funcionários no
empreendimento (resíduos orgânicos e sanitários) e geração
de material estéril
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Execução da coleta seletiva e disposição final adequada dos resíduos sólidos, deposição de
rejeito/estéril com o controle de processo erosivo e execução do
PRAD nas pilhas de estéril já finalziadas.
75
Quadro 7.1 - Matriz de Avaliação de Impactos Ambientais do Meio Físico
FA
SE
DO
PR
OJET
O
EFE
IT
OS
AM
BIEN
TA
IS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
AÇ
ÃO
CA
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AL
AÇ
ÃO
AM
BIEN
TA
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CID
ÊN
CIA
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SIB
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DIC
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CIA
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CIA
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GN
IT
UD
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RE
LA
TIV
A
D/I P/N/D R/I T/P/C C/M/L L/R/E 1/2/3
OP
ER
AÇ
ÃO
Alteração da estrutura e do uso dos
solos/Contaminação das águas
superficiais/Assoreamento
D N I P C/M L 2
Remoção da cobertura vegetal, exposição de áreas desnudas e
alteração topográfica propiciando os focos erosivos.
Reabilitação das áreas com solo exposto e sistema de drenagem pluvial.
Execução do PRAD, além do monitoramento da qualidade das águas
sob influência da mineração.
Alteração da morfologia do relevo e da paisagem
natural D N I P C L 2
Operações da lavra – Escavações/aterros/
terraplenagem em geral
Reabilitação de todas as áreas da mineração com solo exposto, além da
implantação de cortinas arbóreas.
Alteração da qualidade das águas superficiais pelas
erosões e carreamento de sólidos
D N R T C R 3 Remoção da cobertura vegetal e escavações do terreno
possibilitando o desenvolvimento de focos erosivos.
Reabilitação das áreas com solo exposto e sistema de drenagem pluvial.
Execução do PRAD, além do monitoramento da qualidade das águas
sob influência da mineração. I N R P C L 1 *
Alteração da qualidade das águas e do solo pela geração de efluentes
líquidos industriais e não industriais
I N R T C/M R 3 Geração de efluentes líquidos
comprometendo a qualidade das águas e dos solos.
Controle dos efluentes líquidos, além do monitoramento da qualidade das águas sob influência da mineração.
Alteração da qualidade do ar pela geração de poeiras
D/I N R C C L/R 3
Geração de emissões atmosféricas fugitivas (material
particulado) proveniente das atividades de lavra e
beneficiamento, movimentação de máquinas e tráfego de
caminhões.
Aspersão de água nas vias de circulação interna e externa;
implantação de sistemas de controle nos equipamentos e monitoramento da
qualidade do ar. D/I N R M/L C L 1 *
Alteração do nível de ruído
D/I N R T C L 1 Movimentação de veículos e equipamento durante as
atividades de lavra, transporte e beneficiamento de minério.
Utilização de EPI’s e manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e veículos.
Enclausuramento de equipamentos. D/I N R T C L 1 *
76
FA
SE
DO
PR
OJET
O
EFE
IT
OS
AM
BIEN
TA
IS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
AÇ
ÃO
CA
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AL
AÇ
ÃO
AM
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TA
L
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CID
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CIA
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CIA
L
MA
GN
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UD
E
RE
LA
TIV
A
D/I P/N/D R/I T/P/C C/M/L L/R/E 1/2/3
Geração de Vibração D N R T M L 1 Eventuais detonações de
explosivos
Detonações controladas. Não realizar detonações na área envolvida pelo raio de segurança preventiva das cavidades
- raio de 250 metros. D N R T M L 2*
Geração de Resíduos Sólidos
D N R T C L 2
Atividades de manutenção/controle
ambiental/lavra e beneficiamento. Geração de
resíduos diversos, material estéril e rejeitos
Coleta seletiva e disposição final adequada dos resíduos sólidos,
deposição de rejeito/estéril com o controle de processo erosivo/
implantação de drenagem pluvial e revegetação.
LEGENDA
• INCIDÊNCIA: Direto (D), Indireto (I)
• NATUREZA: Positivo (P), Negativo (N), Difícil Qualificação (D)
• REVERSIBILIDADE: Reversível (R), Irreversível (I)
• PERIODICIDADE: Temporária (T), Permanente (P), Cíclica (C)
• TEMPORALIDADE: Curto Prazo (C), Médio Prazo (M), Longo Prazo (L) • ABRANGÊNCIA ESPACIAL: Local (L), Regional (R), Estratégico (E)
• MAGNITUDE RELATIVA: Baixa (1), Média (2), Alta (3)
* Critérios de Avaliação de Impactos Ambientais para as cavidades naturais subterrâneas.
77
7.2. MEIO BIÓTICO
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Supressão da vegetação e alteração da biodiversidade
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Remoção das coberturas vegetais.
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Revegetação das áreas finalizadas. Compensação Ambiental.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Perda de espécimes da fauna silvestre por atropelamento.
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Aumento do tráfego nas vias de acesso além do aumento do deslocamento das espécies. AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Programa de educação ambiental para os motoristas e operadores de equipamento e sinalização nas vias
de acesso.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Afugentamento da fauna A
ÇÕ
ES
C
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SA
IS
Atividades inerentes àoperação do empreendimento
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Monitoramento da fauna, a fim, para acompanhar as possíveis
alterações na comunidade faunística da região.
78
Quadro 7.2 - Matriz de Avaliação de Impactos Ambientais do Meio Biótico FA
SE
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PR
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O
EFE
IT
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
AÇ
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A
D/I P/N/D R/I T/P/C C/M/L L/R/E 1/2/3
OP
ER
AÇ
ÃO
Supressão da vegetação e alteração da biodiversidade
D N I P L L/R 1 Remoção de coberturas vegetais
pretéritas.
Revegetação das áreas finalizadas. Compensação
Ambiental.
Perda de espécimes da fauna silvestre por
atropelamento D N I T L L/R 2
Aumento do tráfego nas vias de acesso além do aumento do
deslocamento das espécies.
Programa de educação ambiental para os
motoristas e operadores de equipamento e sinalização
nas vias de acesso.
Afugentamento da fauna I N R T L L 1 * Atividades inerentes à operação
do empreendimento
Monitoramento da fauna, a fim, para acompanhar as possíveis alterações na
comunidade faunística da região.
LEGENDA
• INCIDÊNCIA: Direto (D), Indireto (I) • NATUREZA: Positivo (P), Negativo (N), Difícil Qualificação (D)
• REVERSIBILIDADE: Reversível (R), Irreversível (I) • PERIODICIDADE: Temporária (T), Permanente (P), Cíclica (C)
• TEMPORALIDADE: Curto Prazo (C), Médio Prazo (M), Longo Prazo (L) • ABRANGÊNCIA ESPACIAL: Local (L), Regional (R), Estratégico (E)
• MAGNITUDE RELATIVA: Baixa (1), Média (2), Alta (3) * Critérios de Avaliação de Impactos Ambientais para as cavidades naturais subterrâneas.
79
7.3. MEIO SOCIOECONÔMICO
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Ampliação da oferta de emprego local e regional
AÇ
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S
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Geração de empregos na atividade do empreendimento na fase de
implantação e operação. AÇ
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S
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AIS
Não se aplica
PR
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IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Incremento da renda municipal
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Aumento na produção de minério no município (ICMS e CFEM), da
contratação de serviços de terceiros (ISSQN) e aumento da
renda oriunda da massa salarial a ser paga pelo empreendedor.
AÇ
ÕE
S
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BIE
NT
AIS
Não se aplica
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
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S
Impacto Visual
AÇ
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AIS
Remoção da vegetação e alteração do relevo.
AÇ
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BIE
NT
AIS
Será feita a recuperação da área ao findar as atividades.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Incômodo à população vizinha. AÇ
ÕE
S
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AIS
As operações de escavação, movimentação de máquinas e disposição do material estéril. A
ÇÕ
ES
A
MB
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TA
IS
Manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos e veículos. Os
operários irão fazer uso de equipamentos de proteção
individual (EPI) e aspersão de água nas Vias de Circulação.
80
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Interferência na Utilização da Estrada de Escoamento
AÇ
ÕE
S
CA
US
AIS
Intensificação do tráfego na estrada utilizada para o
escoamento. AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Manutenção da via e Programas de educação ambiental, aspersão de
água e sinalização.
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
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S
Impactos Potenciais ao Patrimônio Cultural Material e Imaterial
AÇ
ÕE
S
CA
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AIS
Tráfego de veículos; vibração
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Resgate e sinalização dos sítios arqueológicos, Monitoramento e
investimento na Festa do Rosário, Programa de Educação Patrimonial
PR
INC
IPA
IS
IMP
AC
TO
S
Impactos Potenciais ao Patrimônio Cultural Arqueológico
AÇ
ÕE
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AIS
Vibração de corrente de eventuais detonações
AÇ
ÕE
S
AM
BIE
NT
AIS
Respeitar a norma alemã DIN-4150 Danos sobre edificações, no limite
de 8 mm/s para qualquer frequência.
81
Quadro 7.3 - Matriz de Avaliação de Impactos Ambientais do Meio Socioeconômico
FA
SE
DO
PR
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O
EFE
IT
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AM
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
AÇ
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ÃO
AM
BIEN
TA
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CID
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TIV
A
D/I P/N/D R/I T/P/C C/M/L L/R/E 1/2/3
OP
ER
AÇ
ÃO
Alteração da biodiversidade
D N I P L L/R 1 Remoção de coberturas
vegetais
Revegetação das áreas finalizadas. Compensações
Ambientais.
Perda de espécimes da fauna silvestre por
atropelamento D N I T L L/R 2
Aumento do tráfego nas vias de acesso além do
aumento do deslocamento das
espécies.
Programa de educação ambiental para os
motoristas e operadores de equipamento e
sinalização nas vias de acesso.
Afugentamento da fauna I N R T L L 1 * Atividades inerentes à
operação do empreendimento
Monitoramento da fauna, a fim, para acompanhar as possíveis alterações na
comunidade faunística da região.
É importante observar que na presente avaliação não foi constatada potencialidade de impacto negativo de alta magnitude
para os meios físico, biótico e socioeconômico.
LEGENDA
• INCIDÊNCIA: Direto (D), Indireto (I)
• NATUREZA: Positivo (P), Negativo (N), Difícil Qualificação (D)
• REVERSIBILIDADE: Reversível (R), Irreversível (I)
• PERIODICIDADE: Temporária (T), Permanente (P), Cíclica (C)
• TEMPORALIDADE: Curto Prazo (C), Médio Prazo (M), Longo Prazo (L)
• ABRANGÊNCIA ESPACIAL: Local (L), Regional (R), Estratégico (E)
• MAGNITUDE RELATIVA: Baixa (1), Média (2), Alta (3)
82
PROGRAMAS DE CONTROLE DO EMPREENDIMENTO
Ações de Controle Ambiental na Mina Morro dos Coelhos
Programa de Controle de Emissão Atmosférica
Programa de Controle de Ruídos
Programa de Controle de Vibração
Programa de Gerenciamento de Trânsito e Infraestrutura Viária
Programa de Manutenção de Veículos e Equipamentos
Plano de Fechamento de Mina
PROGRAMAS DO MEIO FÍSICO
Plano de Fechamento de Mina
Programa de Gestão de Riscos e Plano de Atendimento a Emergências
Programa de Gestão e Controle de Águas Superficiais e Efluentes Líquidos
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Programa de Controle de Processos Erosivos e Sedimentos
Programa de Reabilitação de Área Degradada
8. MEDIDAS MITIGADORAS DOS IMPACTOS – PROGRAMAS AMBIENTAIS
Para a mitigação ou minimização dos impactos ambientais adversos são previstas várias ações e medidas, a serem adotadas através
dos programas e medidas de controle ambiental relacionados a seguir.
83
PROGRAMAS DO MEIO BIÓTICO
Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre
Programa de Prevenção do Atropelamento da Fauna
PROGRAMAS DO MEIO SOCIOECONOMICO
PROGRAMAS DE MONITORAMENTO
AMBIENTAL
Programa de Educação Ambiental
Programa de Educação Patrimonial
Programa de Segurança do Tráfego e Medidas Socioeducativas
Programa de Monitoramento dos Efluentes Líquidos e Qualidade das
Águas Superficiais e Ruído
84
9. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
A compensação ambiental decorrente da Mina Morro dos
Coelhos, processo de LOC, será tratada junto a Gerência de
Compensação Ambiental do IEF, obedecendo aos
procedimentos adotados pelos referidos órgãos em questão
quanto ao atendimento das exigências da legislação, em
conformidade com a Portaria IEF Nº. 55, de 23 de abril de
2012, no sentido de atendimento a Lei Federal 9.985/2000
(Lei do SNUC).
Para tanto, os investimentos para a implantação do projeto
objeto deste processo de LOC é de R$ 41.872.000,00.
As demais compensações ambientais não serão aplicadas em
função da manutenção da ADA das operações atuais.
10. PROGNÓSTICO AMBIENTAL
Prognóstico com a Desativação do
Empreendimento
O descomissionamento do empreendimento proposto resultará
na retomada das condições da área para a situação anterior à
implantação, ainda em condições menos adequadas em
termos de conformação e do substrato do terreno, impondo
restrições ao uso, uma vez que as frentes de lavar e pilhas de
estéril não serão passíveis de recomposição do relevo.
Prognóstico com a Desativação do
Empreendimento
O cenário com a continuidade das operações do
empreendimento mostra-se como uma oportunidade de
incrementar desenvolvimento da região em vários aspectos.
Os resultados econômicos relacionados ao empreendimento
tanto para a municipalidade como para a população em geral,
na forma de emprego, impostos, circulação monetária, tem
possibilitado a melhoria de vida das pessoas e como
consequência a possibilidade de evolução nas áreas sociais e
ambientais.
Os resultados do empreendimento são traduzidos em ganhos
da população a qual certamente tem tido condições de pensar
sobre o meio ambiente de maneira mais global. O referido
ganho da população não tem sido somente financeiro, mas
também no campo da educação e cultura, considerando alguns
programas e parcerias firmados com as comunidades locais.
85
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mineração é um dos setores básicos da economia do país,
contribuindo de forma decisiva para o bem-estar e a melhoria
da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, sendo
fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade
equânime, desde que seja operada com responsabilidade
social, estando sempre presentes os preceitos do
desenvolvimento sustentável. É importante reconhecer e
manter sob controle os impactos que esta atividade provoca
no ambiente, assim proporcionando um meio ambiente
adequado para as gerações que estão por vir.
O aumento no consumo de minério de ferro que vem
ocorrendo no setor industrial, base fundamental de
desenvolvimento e crescimento econômico do Estado de Minas
Gerais, justifica a manutenção da operação do
empreendimento, tendo em vista seu potencial em fornecer
condições para o crescimento econômico e o atendimento às
necessidades do mercado.
A partir da caracterização do empreendimento e do
diagnóstico elaborado, foram avaliados dois cenários futuros
para as áreas de influência do empreendimento. O primeiro
considerando a desativação do empreendimento e o segundo
considerando a manutenção de suas operações, bem como
uma avaliação dos impactos ambientais associados aos dois
cenários.
A hipótese da desativação do empreendimento significaria uma
limitação operacional para as atividades de lavra e
beneficiamento. Essa situação representaria uma limitação dos
benefícios trazidos pelo citado empreendimento, como geração
de emprego e renda, incremento das atividades econômicas e
aumento da arrecadação de tributos e impostos, já
consolidados pelas operações minerárias desde 2015.
Para todas as transformações identificadas relacionadas aos
aspectos ambientais reais, foram apresentadas, nesta fase dos
estudos, ações de controle desses aspectos ambientais e de
mitigação e/ou compensação de impactos negativos.
Observou-se que resultado da operação do empreendimento e
das ações supracitadas, encaminhou para uma nova condição
de equilíbrio, em relação aos Meios Físico e Biótico, e em
relação ao Meio Socioeconômico a construção de uma
conjuntura em que os benefícios decorrentes da inserção do
empreendimento já são percebidos pelo conjunto da
sociedade.
Os resultados obtidos foram conclusivos e permitem prever o
processo de integração necessário à elaboração de um
diagnóstico ambiental aprofundado e uma valoração global de
impactos que atendem à legislação ambiental em vigor. Tais
resultados, após exaustivas análises, apontaram para uma
86
relação custo benefício positiva, relação esta onde os aspectos
ambientais foram os mais significativos e de maior peso, além
dos aspectos econômicos e sociais. A análise ambiental feita
por este Estudo de Impacto Ambiental permite visualizar que,
para cada alteração detectada foi possível a proposição de
soluções concretas para a minimização dos mais significativos
impactos a serem causados pela operação do
empreendimento.
Além disso, as medidas com caráter estritamente de controle,
mitigação e monitoramento dos impactos negativos, têm a
capacidade de gerar respostas adequadas aos impactos
previstos, de maneira que a interferência do empreendimento
no meio, associada aos aspectos ambientais reais, ocorra
dentro de limites considerados aceitáveis pela legislação
ambiental vigente.
Portanto, diante das razões apresentadas, a presente
readequação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA em
relação as atuais operações da Mina Morro dos Coelhos,
mostra que com a proposta de incremento da produção, bem
como com o beneficiamento a úmido continua apresentando a
viabilidade ambiental positiva.
12. EQUIPE TÉCNICA
PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS PELOS ESTUDOS
AMBIENTAIS
Profissional Especialidade Registro de
Classe
Nívio Tadeu Lasmar
Pereira Geólogo
CREA MG
8783/D
Mariana Gomide
Pereira Geóloga
CREA MG
94220/D
Elisa Monteiro Marcos Bióloga CRBio
44665/04-D
Luana Gomide Pereira Analista Ambiental -
Rodrigo Pessoa
Avelino Técnico em Mineração
CREA MG
138256/TD
Rafaella Starling Bióloga -
Felipe Aires Rocha Geógrafo e Analista
ambiental -
José Augusto de
Miranda Scalzo Biólogo
CRBio
06251/04-D
Jussara Aparecida de
Sousa Geógrafa/Espeleóloga -
Sofia Civitela Arqueóloga
Viviane Vieira Engenheira Química -
Giovana Quirino Engenheira de Minas -
João Carlos Amado Botânico/Colaborador CRBio37841/04
Johni Cesar Historiador -
Iara Camacho Arquiteta -
Gustavo D’ercoli
Rodrigues Lopes Analista GIS -
87
PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS PELOS ESTUDOS
AMBIENTAIS
Profissional Especialidade Registro de
Classe
Luana Ferreira
Jornalista
Especialista em
Responsabilidade
Social
-
Andrezza Carla Bueno
Silva Engenheira Ambiental
CREA MG
110682/D
13. REFERÊNCIAS IBLIOGRÁFICAS
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Floresta Atlântica, no município de Juiz de Fora, Minas
Gerais. 1996. 91f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal)
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Silvestres Brasileiros: um guia de campo. Brasília, DF:
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Gerais. 2.° edição. Editare
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BELO HORIZONTE. Lista vermelha das espécies
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CERN - Consultoria e Empreendimentos de Recursos
Naturais Ltda.
Av. Cristóvão Colombo, 550/sala 901 - Funcionários
Belo Horizonte – MG – CEP: 30.140-150
Fone: (31) 3261.7766 - e-mail: [email protected]