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LEGALE – MBA DIREITO DO TRABALHO
E PREVIDENCIÁRIO
Grupo Econômico / Sucessão / Desconsideração
da Personalidade Jurídica / Ex Sócio
Professor: Rogério Martir
Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor, Consultor da Revista Filantropia e Autor de Diversas Obras Jurídicas pela Editora Saraiva. 1
BLOCO I
BLOCO I
Empregador (aprofundamento do tema)
Grupo de Empresas – Grupo Econômico
Contexto Histórico
Modalidades
Responsabilidade do Grupo
Alterações da Reforma
Grupo Econômico de Fato
Caracterização na Execução
EMPREGADOR
EMPREGADOR
EMPREGADOR
• Conceito de Empregador:
• “Art. 2º - Considera-se empregador aempresa, individual ou coletiva, que,assumindo os riscos da atividade econômica,admite, assalaria e dirige a prestaçãopessoal de serviço”
EMPREGADOR
Características:
– Pessoa Jurídica (o artigo referenciaEmpresa);
– Assume o risco da atividade econômica;
– Admite e assalaria o empregado;
– Dirige a prestação de serviços(subordinante)
EMPREGADOR
• Empregador Equiparados:
• Art 2º da CLT
• “§ 1º - Equiparam-se ao empregador, paraos efeitos exclusivos da relação de emprego,os profissionais liberais, as instituições debeneficência, as associações recreativas ououtras instituições sem fins lucrativos, queadmitirem trabalhadores comoempregados”
EMPREGADOR
• De acordo com o artigo 44 do CC, existem, 6 espécies de pessoas jurídicas de direito privado no Brasil:
1 - As Associações.
2 - As Sociedades.
3 - As Fundações.
4 - As Organizações Religiosas.
5 - Os Partidos Políticos.
6 - EIRELI
EMPREGADOR
• Associações - pessoa jurídica criada pela união de duas ou mais pessoas para realização de um objetivo sem fins econômicos (lucrativos). Exemplos: AASP (Associação dos Advogados de São Paulo); APAMAGIS (Associação Paulista dos Magistrados) etc.
EMPREGADOR
• Fundações - pessoa jurídica criada pela vontade de seu instituidor, por meio de escritura pública (ato inter vivos), ou por testamento (causa mortis), no qual o instituidor destina certo patrimônio à determinada finalidade. Esta finalidade só poderá ser religiosa, moral, cultural ou de assistência, sem fins econômicos (lucrativos). Exemplos: Fundação Roberto Marinho; Fundação Xuxa Meneguel etc.
EMPREGADOR
• Organizações Religiosas - são livres a forma de criação, a organização, a estrutura interna e o funcionamento destas organizações, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro.
EMPREGADOR
• Partidos Políticos - existem leis especiais para organizá-los e regular-lhes o funcionamento. No entanto indubitavelmente se materializam como uma pessoa jurídica.
EMPREGADOR
• Sociedades - pessoa jurídica criada pela união de duas ou mais pessoas que, reciprocamente, celebram contrato, se obrigando a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica (lucrativa) e partilha, entre si, dos resultados (lucros e perdas).
EMPREGADOR
• EIRELI
• (Código Civil) Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País.
EMPREGADOR
• O Empregador Assume o risco da atividade econômica.
• Este é o comando legal mais importante do art. 2º da CLT na definição do Empregador, isso quanto aos reflexos nos contratos do trabalho e analise de futuros direitos e obrigações.
GRUPO ECONÔMICO
GRUPO DE EMPRESA
OU AINDA
GRUPO ECONÔMICO
GRUPO ECONÔMICO
• “Conjunto de empresas ou sociedadesjuridicamente independentes, submetidas àunidade de direção”. (OCTÁVIO BUENOMAGANO)
GRUPO ECONÔMICO
“As empresas integrantes de um mesmo grupodevem manter uma relação entre si, para alguns,uma relação de dominação entre a empresaprincipal e as empresas subordinadas; paraoutros não há a necessidade dessa configuração;basta uma relação de coordenação entre asdiversas empresas sem exista uma em posiçãopredominante, critério que nos parece melhor,tendo em vista a finalidade do instituto queestamos estudando, que é a garantia dasolvabilidade dos créditos trabalhistas.”(AMAURI MASCARO NASCIMENTO)
GRUPO ECONÔMICO
Histórico:
• CLT – art. 2º, § 2º - Resp. Solidária
• Lei 5.889/73 (Rural) – Art. 3º, § 2º - Resp.Solidária
• Lei 6404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) -Grupos de sociedades (artigo 265), sociedadescoligadas (artigo 243), participações recíprocas(artigo 244), consórcios (artigo 278) e àsubsidiária integral (artigo 251).
GRUPO ECONÔMICO
• CDC – Art. 28, § 2º - Resp. subsidiária
• Lei 8.212/91 – (Custeio) – art. 30, IX – Resp.Solidária.
• Código Civil – Arts. 1097 a 1101
MODALIDADES DE GRUPO ECONÔMICO
• Grupo de empresas vertical
- Controle / Direção,
- Administração
• Grupo de empresas horizontal
- Coordenação
GRUPO ECONÔMICO POR CONTROLE / DIREÇÃO
• “O controle pode existir em estado latente, sem
ser exercido. Dai dever-se afirmar que o
controle é a dominação em potencia, mas não
em ato quando o controle se exercita já não se
configura mais como dominação e sim como
direção (...) se trata de dois momentos de uma
mesma realidade: o controle se apresenta como
a dominação virtual, ou em potencia, ao passo
que a direção é a dominação exercida ou em
ato” (Octavio Bueno Magano)
GRUPO ECONÔMICO POR ADMINISTRAÇÃO
• Quando há a formação de grupo econômico pela
administração, a empresa administrada não cede
o controle dos negócios sociais, mas apenas a
gerência da atividade econômica.
GRUPO ECONÔMICO POR COORDENAÇÃO
• Modalidade horizontal / Coordenação
• basta uma relação de coordenação entre as
diversas empresas sem que exista uma em posição
predominante, critério que nos parece melhor,
tendo em vista a finalidade do instituto..., que é a
garantia da solvabilidade dos créditos
trabalhistas.” (Amauri Mascaro Nascimento)
ATIVIDADE ECONÔMICA
• Atividade Econômica
• Para caracterizar grupo econômico não épreciso que as várias empresas componentesexerçam a mesma atividade econômica. Épreciso, entretanto, que exerçam uma atividadeeconômica que se relacionam entre si pelasparticipações e intervenções de outrasempresas.
RESPONSABILIDADE DO GRUPO
• Nova Regra por força da reforma trabalhista:
• Art. 2o .... § 2o Sempre que uma ou mais
empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a
direção, controle ou administração de outra, ou
ainda quando, mesmo guardando cada uma sua
autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações
decorrentes da relação de emprego.
25
RESPONSABILIDADE DO GRUPO
• RESSALVA E CAUTELA NA
CONFIGURAÇÃO DO GRUPO
• § 3o Não caracteriza grupo econômico a mera
identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do
interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas
dele integrantes.”
26
RESPONSABILIDADE PASSIVA
• Responsabilidade Passiva
• O fundamento é no sentido de que o controle,
direção, administração ou coordenação entre as
empresas permitem o fluxo de patrimônio entre
estas, logo as empresas respondem passivamente
pelo débito trabalhista (Responsabilidade
Solidária).
RESPONSABILIDADE ATIVA
• Responsabilidade Ativa
• Existem os que defendem (Magano, Godinho,Maranhão, Süssekind, Russomano, entre outros)estes sustentam que quando há grupo háempregador único (Súmula 129, TST) e o texto daLei é genérico (para fins da relação de emprego).
• Assim como existem os que não a aceitam(Mascaro, Orlando Gomes, Bezerra Leite, entreoutros).
SÚMULA 205–CANCELADA. RES. 191/2003
• Súmula Nº 205 do TST (CANCELADA)
• Grupo econômico. Execução. Solidariedade
O responsável solidário, integrante do grupo
econômico, que não participou da relação
processual como reclamado e que, portanto,
não consta no título executivo judicial como
devedor, não pode ser sujeito passivo na
execução.
(Res. 11/1985, DJ 11.07.1985)
EFEITOS
• O cancelamento da Súmula 205 do C. TST
traz um questionamento: É possível
executar o devedor solidário (que pertence
ao mesmo grupo econômico) sem que este
tenha participado da ação de conhecimento
e que, por conseqüência, não consta do
título executivo?
• A doutrina diverge:
NEGATIVA
• Godinho, Martins (Sérgio) entre outros:
• Viola o Princípio do Devido Processo Legal;
• Viola os limites subjetivos da coisa julgada;
• O Simples cancelamento não tem o efeito depressupor entendimento contrário;
• O Grupo não tem personalidade jurídica e, portanto, não pode figurar no pólo passivo da ação ou da execução.
AFIRMATIVA / PREDOMINANTE
• Francisco Antonio de Oliveira, EdiltonMeirelles, entre outros:
• O Grupo é empregador único (Súmula 129,TST). Logo, a citação de um representa acitação de todos. Sob esta ótica não háviolação ao devido processo legal, limites dacoisa julgada, etc.
• A solidariedade é uma garantia típica daexecução. A demora do processo podemodificar a situação econômica do empregadororiginal.
GRUPO ECONÔMICO DE FATO
• Grupo Econômico de Fato
• Muitas são as manobras que envolvem osgrupos econômicos e em algumas situaçõespráticas não é possível materializar o grupodocumentalmente.
• No entanto o contrato realidade e o princípioda busca da verdade real, primazia da verdadepermite buscar declaração neste sentido.
GRUPO ECONÔMICO DE FATO
• Caracterização na Execução
• Possível, mas muito mais difícil. Teria que serreconhecida a fraude na materialização dasempresa envolvidas e existir provacontundente que convença o magistrado.
GRUPO ECONÔMICO DE FATO
• Caracterização na Reclamação Trabalhista
• No caso, o ideal é o reconhecimento do GrupoEconômico no processo de conhecimento,onde a dilação probatória é mais ampla econtundente.
BLOCO I
BLOCO II
Sucessão de Empregadores (Empresas)
Alteração Objetiva e Subjetiva do Contrato
Alteração na Propriedade da Empresa
Sucessão Formal e Informal
Responsabilidade do Sucessor
Sucessão Reconhecida na Execução
ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO DE TRABALHO
• Qual a diferença entre alteração OBJETIVA
do contrato de trabalho e alteração
SUBJETIVA?
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ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO DE TRABALHO
• O contrato de trabalho é um contrato de trato
sucessivo, ou seja, não se extingue com o
cumprimento da obrigação, renovando-se no
tempo.
• Dada esta circunstância, é possível que o contrato
de trabalho esteja sujeito a modificações que
ocorrem com o passar do tempo. Estas
modificações podem alcançar os sujeitos do
contrato (subjetivas), ou seja, as partes, em
especial o empregador.
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ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO DE TRABALHO
• Sabe-se que o contrato de trabalho é personalíssimo nafigura do empregado, já que o art. 2º da CLT estabelecea necessidade de prestação pessoal de serviços.Portanto é impossível que o contrato de trabalho sofraalteração subjetiva na pessoa do empregado, ou seja,não pode haver substituição do empregado comcontinuidade do contrato de trabalho.
• Sendo assim, tratar de alteração subjetiva do contratode trabalho implica em estudar a substituição da figurado empregador. Daí porque este tema também éestudado sob o título de sucessão de empresas.
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ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO DE TRABALHO
• A matéria é regida pelos artigos 10 e 448, ambos da
CLT, e que estão assim redigidos:
• Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura
jurídica da empresa não afetará os direitos
adquiridos por seus empregados.
• Art. 448 - A mudança na propriedade ou na
estrutura jurídica da empresa não afetará os
contratos de trabalho dos respectivos
empregados.
• Diante de tais dispositivos, passamos a analisar as
possíveis situações daí decorrentes:
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ALTERAÇÃO SUBJETIVA DO CONTRATO DE TRABALHO
• JOÃO é empregado da empresa Y, desde 2005 que
tem como sócios JOSÉ e CLÁUDIO que saíram da
sociedade em 2011, entrando PEDRO e WAGNER
que saíram da sociedade em 2013, entrando JOSEFA
e MARIA que permaneceram até a rescisão do
contrato de trabalho e permanecem até hoje!!
• Houve SUCESSÃO de empresas ou empregadores?
• Houve alteração subjetiva do contrato de trabalho?
• Qual a responsabilidade dos envolvidos (sócios)?
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ALTERAÇÃO NA PROPRIEDADE DA EMPRESA
• A alteração na propriedade da empresa não caracteriza asucessão trabalhista, ou seja, não ocorre alteração subjetivado contrato de trabalho.
• Isto porque o contrato de trabalho é mantido entre oempregado e a pessoa jurídica empregadora, que é aresponsável e não com seus sócios.
• Revela-se importante anotar, neste tópico, que as cláusulascontratuais firmadas entre os vendedores e os compradores dapessoa jurídica não são oponíveis a terceiros.
• Tal cláusula, que tem validade apenas entre os contratantes.Pode autorizar a propositura da ação regressiva. Não autorizaa modificação do pólo passivo na reclamação trabalhista enem mesmo intervenção de terceiros.
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• A alteração na estrutura jurídica da empresa pode serformal ou informal.
• Sendo formal, ocorrerá através da transformação,incorporação, fusão e cisão (total ou parcial).
• Ocorre transformação jurídica quando a pessoajurídica modifica a sua forma legal (LTDA, S/A, etc).
• Ocorre transformação econômica quando a empresaaltera seu ramo de atividade ou modifica seu capitalsocial.
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• Dá-se a fusão quando duas pessoas jurídicas distintas,
por um ato de união, criam uma terceira pessoa,
extinguindo-se as originárias.
• Haverá cisão quando uma empresa, por ato de divisão,
cria outra pessoa jurídica, extinguindo-se a originária
(total) ou não (parcial).
• Ocorre incorporação quando, por um ato de união
entre duas empresas distintas, uma é absorvida e deixa
de existir, subsistindo a outra.
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• Sucessão Informal:
• Acontece que nem sempre a sucessão de empresasacontece de maneira formal. É comum queempresários, intentando livrar-se de suas dívidastrabalhistas, encerram a pessoa jurídica (formal ouinformalmente) e constituem outra, ou ainda,transferem a unidade produtiva a terceiros quepassam a explorar a atividade econômica sob adenominação de outra personalidade jurídica.
• Estes procedimentos fraudulentos, visando prejudicaro crédito dos trabalhadores, foram reconhecidos peladoutrina e pela jurisprudência como sucessãoinformal.
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• Haverá sucessão informal sempre que uma pessoajurídica:
• (i) continuar a exploração da atividade econômica deuma anterior,
• (ii) com identidade total ou parcial de patrimônio.
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• JOÃO, sofreu “dano moral” em 2012 quando estavaregistrado (CTPS) pela empresa “A”, uma padaria. Em2013 o estabelecimento empresarial é vendido para “B”, ocontrato de trabalho de JOÃO é rescindido, mas continuatrabalhando sem registro para a empresa “B” quecomprou o estabelecimento empresarial, nos mesmosmoldes. Em 2014 o estabelecimento é vendido novamentepara “C” que mantém JOÃO como empregado e oregistra. Desde 2012 realizava e não recebia 2 horasextras diárias e seu salário estava 20% abaixo do piso.
• Pergunta-se:
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SUCESSÃO: FORMA E INFORMAL
• Houve sucessão?
• Formal ou Informal?
• Qual a responsabilidades das empresas envolvidas?
• Como deve ser composto o polo passivo de uma eventualreclamação trabalhista e o que pedir??
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RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR
• Para a maioria dos doutrinadores, não existeresponsabilidade solidária de sucessor e sucedido,sendo exclusivamente do sucessor, vez que asolidariedade não se presume, resulta da lei ou davontade das partes, segundo o princípio insculpido noartigo 896 do CC.
• Na legislação trabalhista não há dispositivodeterminando a responsabilidade solidária da empresasucedida, embora, segundo a melhor doutrina, sejaadmitida quando haja fraude na sucessão,objetivando a exoneração das obrigações trabalhistasda empresa primitiva.
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RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR
• A configuração da sucessão empresarial ocorre com a continuidade da exploração do negócio. E ainda que haja mudança da atividade empresarial, se houver contratação dos empregados que prestavam trabalho ao empregador anterior pelo novo comprador, sem qualquer alteração em suas condições de trabalho, da mesma forma poderá ocorrer a sucessão empresarial e, é assim, porque o objetivo do direito do trabalho é proteger o empregado.
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RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR
• IMPORTANTE: Se o novo proprietário (sucessor) desativar o comércio adquirido por alguns meses e, posteriormente voltar a operar no ramo, na opinião da maioria dos juristas, estaria descaracterizada a sucessão trabalhista. A interrupção nas atividades comerciais sucedidas por um certo lapso de tempo é fator importante na medida em que afasta a continuidade da prestação de trabalho do trabalhador. Não existe prazo estabelecido para esta interrupção.
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SUCESSÃO TRABALHISTA RECONHECIDA NA EXECUÇÃO
• Como está assente nos arts. 10 e 448 da CLT, o sucessor responde pelas obrigações trabalhistas, pelas dívidas do sucedido, mesmo nos processos em execução, assumindo por imposição de lei o pólo passivo da demanda, em lugar do sucedido.
• Na sucessão formal é tudo muito simples.
• Na sucessão informar, a condição de sucessor deve ser cabalmente demonstrada no processo de execução!!
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SUCESSÃO TRABALHISTA RECONHECIDA NA EXECUÇÃO
• JOÃO tem um crédito trabalhista de R$ 50.000,00 em face da empresa “X”. A unidade produtiva da mesma é vendida para empresa “Y”, assim como toda a carteira de clientes desta, que no mercado passa a operar como se fosse a empresa “X”, tendo como distinção uma nova razão social e outro CNPJ.
• Pergunta-se:
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SUCESSÃO TRABALHISTA RECONHECIDA NA EXECUÇÃO
• Houve sucessão?
• Qual a responsabilidade e alcance no patrimônio da empresa “Y”?
• Como postular essa situação na execução trabalhista?
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BLOCO I
BLOCO III
Responsabilidade dos Sócios
Responsabilidade do Ex-Sócio
Desconsideração da Personalidade Jurídica
Terceirização (Novo Formato – Reforma)
Análise Completa da Legislação
56
Responsabilidade Patrimonial dos Sócios
(subsidiária)
• A lei 13.467/17 de igual forma também regulamentou o referido tema:
• Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente
pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao
período em que figurou como sócio, somente em ações
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação
do contrato, observada a seguinte ordem de preferência:
• I - a empresa devedora;
• II - os sócios atuais; e
• III - os sócios retirantes.
57
Responsabilidade Patrimonial dos Sócios (subsidiária)
• Parágrafo único. O sócio retirante responderá
solidariamente com os demais quando ficar comprovada
fraude na alteração societária decorrente da modificação
do contrato.”
58
Desconsideração da Personalidade
Jurídica
• A Lei 13.467/17 (Reforma Trabalhista) referencia
procedimento específico para a desconsideração da
Personalidade Jurídica, tomando como base a regra do CPC:
• Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente
de desconsideração da personalidade jurídica previsto
nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de
2015 - Código de Processo Civil.
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Desconsideração da Personalidade Jurídica
• § 1o Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o
incidente:
• I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na
forma do § 1o do art. 893 desta Consolidação;
• II - na fase de execução, cabe agravo de petição,
independentemente de garantia do juízo;
• III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em
incidente instaurado originariamente no tribunal.
60
Desconsideração da Personalidade Jurídica
• § 2o A instauração do incidente suspenderá o processo,
sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de
natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105,
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
TERCEIRIZAÇÃO
Terceirização. Modelo.
Empresa fornecedora de mão de obra
Empregado Empresa tomadora de serviços
Relação de
emprego
Relação comercial
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• A terceirização está prevista na Lei n.º 6.019/74,
alterada inicialmente pela lei n.º 13.429/2017 e
novamente alterada pela lei 13.467/17 (Reforma
Trabalhista).
• Tudo que um dia se estudou sobre a terceirização no
Brasil foi modificado, inclusive parte da Súmula 337 do
TST.
• A melhor forma de se estudar o tema é através da
legislação:
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• CONCEITO PRÁTICO
• Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a
terceiros a transferência feita pela contratante da
execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua
atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado
prestadora de serviços que possua capacidade
econômica compatível com a sua execução.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• REQUISITOS DA EMPRESA DE
TERCEIRIZAÇÃO
• Art. 4º -B. São requisitos para o funcionamento da
empresa de prestação de serviços a terceiros:
• I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ);
• II - registro na Junta Comercial;
• III - capital social compatível com o número de
empregados, observando-se os seguintes parâmetros:
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• a) empresas com até dez empregados - capital mínimo
de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
• b) empresas com mais de dez e até vinte empregados -
capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil
reais);
• c) empresas com mais de vinte e até cinquenta
empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais);
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• d) empresas com mais de cinquenta e até cem
empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem
mil reais); e
• e) empresas com mais de cem empregados - capital
mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil
reais).”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• DIREITOS DO TRABALHADOR
TERCEIRIZADO
• Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa
prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta
Lei, quando e enquanto os serviços, que podem ser de
qualquer uma das atividades da contratante, forem
executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• I - relativas a:
• a) alimentação garantida aos empregados da
contratante, quando oferecida em refeitórios;
• b) direito de utilizar os serviços de transporte;
• c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas
dependências da contratante ou local por ela designado;
• d) treinamento adequado, fornecido pela contratada,
quando a atividade o exigir.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de
segurança no trabalho e de instalações adequadas à
prestação do serviço.
• FACULDADE DAS PARTES
• § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se
assim entenderem, que os empregados da contratada
farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados
da contratante, além de outros direitos não previstos
neste artigo.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• § 2o Nos contratos que impliquem mobilização de
empregados da contratada em número igual ou superior
a 20% (vinte por cento) dos empregados da contratante,
esta poderá disponibilizar aos empregados da
contratada os serviços de alimentação e atendimento
ambulatorial em outros locais apropriados e com igual
padrão de atendimento, com vistas a manter o pleno
funcionamento dos serviços existentes.”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• O CONTRATANTE DA TERCEIRIZAÇÃO
• Art. 5o-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que
celebra contrato com empresa de prestação de serviços
relacionados a quaisquer de suas atividades, inclusive
sua atividade principal.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• VEDAÇÕES NA UTILIZAÇÃO DA MÃO DE
OBRA TERCEIRIZADA
• § 1o É vedada à contratante a utilização dos
trabalhadores em atividades distintas daquelas que
foram objeto do contrato com a empresa prestadora de
serviços.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS
• § 2o Os serviços contratados poderão ser executados
nas instalações físicas da empresa contratante ou em
outro local, de comum acordo entre as partes.
• § 3o É responsabilidade da contratante garantir as
condições de segurança, higiene e salubridade dos
trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas
dependências ou local previamente convencionado em
contrato.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• NOVA REFERENCIA AO ATENBDIMENTO
AMBULATORIAL E REFEIÇÃO
• § 4o A contratante poderá estender ao trabalhador da
empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento
médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus
empregados, existente nas dependências da contratante,
ou local por ela designado.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
• § 5o A empresa contratante é subsidiariamente
responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao
período em que ocorrer a prestação de serviços, e o
recolhimento das contribuições previdenciárias
observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991.”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• REQUISITOS E CONDIÇÕES DO CONTRATO
DE PRESTAÇÃO SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
• Art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá:
• I - qualificação das partes;
• II - especificação do serviço a ser prestado;
• III - prazo para realização do serviço, quando for o
caso;
• IV - valor.”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• Art. 5o-C. Não pode figurar como contratada, nos
termos do art. 4o-A desta Lei, a pessoa jurídica cujos
titulares ou sócios tenham, nos últimos dezoito meses,
prestado serviços à contratante na qualidade de
empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício,
exceto se os referidos titulares ou sócios forem
aposentados.
• OBS. Ferramenta para evitar a transformação
desenfreada de empregados em terceiros.
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• “Art. 5o-D. O empregado que for demitido não poderá
prestar serviços para esta mesma empresa na qualidade
de empregado de empresa prestadora de serviços antes
do decurso de prazo de dezoito meses, contados a partir
da demissão do empregado.”
• OBS. A mesma intenção!!
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• PUNIÇÃO PELO DESCUMPRIMENTO DA LEI
• Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei
sujeita a empresa infratora ao pagamento de multa.
• Parágrafo único. A fiscalização, a autuação e o
processo de imposição das multas reger-se-ão pelo
Título VII da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de
maio de 1943.”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• EXCEÇÕES
• Art. 19-B. O disposto nesta Lei não se aplica às
empresas de vigilância e transporte de valores,
permanecendo as respectivas relações de trabalho
reguladas por legislação especial, e subsidiariamente
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de
1943.”
Terceirização / Nova Legislação / Aplicação Prática
• ADEQUAÇÃO DOS CONTRATOS EM
VIGÊNCIA
• Art. 19-C. Os contratos em vigência, se as partes assim
acordarem, poderão ser adequados aos termos desta Lei.
• OBS. Em alguns aspectos a adequação será
imprescindível.
Quarteirização
• QUARTEIRIZAÇÃO
• Com a nova redação da legislação estudada passa as
ser possível e legal no Brasil, inclusive a
quarteirização.
• Ou seja, a empresa fornecedora de mão de obra,
contratar outra empresa para fornecer trabalhadores a
contratante dos seus serviços.