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Legislação de Recursos Hídricos - Análise Bibliográfica. Cristina Sulevis. Introdução. - PowerPoint PPT Presentation
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Legislação de Recursos Hídricos -
Análise Bibliográfica
Cristina Sulevis
Introdução
• A legislação dos recursos hídricos é um importante instrumento de gestão, ele tem a
finalidade de instruir os estados e municípios. Porém cada estado e município possuem suas peculiaridades, e o que se aplica em um caso, muitas vezes não se aplica em outro. Por esse motivo, estados e municípios, possuem suas próprias leis destinas a gestão dos recursos
hídricos, de modo a seguir o que está preconizado na legislação federal
Bacia Hidrográfica
Marco histórico
• A gestão da água é foco de discussões há vários anos. O marco legal do gerenciamento dos recursos hídricos
brasileiros foi a instituição do Código das Águas em 1934, que representa um dos primeiros instrumentos de controle do uso dos recursos hídricos do país e a base
para gestão pública do setor de saneamento. • O governo federal criou em 1960, o Ministério das Minas
e Energia e o Serviço de Águas do Ministério da Agricultura foi transferido passando a se chamar
Departamento Nacional de Águas e Energia – DNAE, que hoje é a Agência Nacional de Energia Elétrica –
ANEEL.
Marco histórico
• Em 1977 a ONU promoveu um Encontro onde surgiu o gérmen do Conselho Mundial da Água. Em 1996, na França, ocorreu outra discussão com mesmo foco. Aqui no Brasil,
em 1992, mais precisamente no Rio de Janeiro, ocorreu a ECO 92, que discutia a
preservação do Meio Ambiente, este foi um marco que estabeleceu outro olhar e novas
atitudes com a água, ar, natureza, ecossistema, compromissos firmados pela
Agenda 21.
• Em 1997, é instituída a Política Nacional dos Recursos Hídricos através da Lei nº 9.433/97 e cria-se o Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGERH) que recebe, posteriormente,
um importante reforço por meio do decreto 2612 de 03/07/98, o Conselho Nacional de
Recursos Hídricos.
Marco histórico
• Em 1999, sob a lei nº 12.726/99, foi instituída a Política Estadual de Recursos Hídricos e criado o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos, como parte integrante dos Recursos
Naturais do Estado, nos termos da Constituição Estadual e na forma da
legislação federal aplicável.
Marco histórico paranaense
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
• Fundamentos
I. A água é um bem de domínio público;
II. A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III. em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
IV. a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
• V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos;
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
• VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais.
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:
I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;
II - a adequação da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do País;
III - a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental;
IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos com o dos setores usuários e com os planejamentos regional, estadual e nacional;
V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo;VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos
sistemas estuarinos e zonas costeiras.A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento
dos recursos hídricos de interesse comum.
I - os Planos de Recursos Hídricos;II - o enquadramento dos corpos de
água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a Municípios; VI - o Sistema de Informações sobre
Recursos Hídricos.
I - o Plano Estadual de Recursos Hídricos;
II - o Plano de Bacia Hidrográfica;III - o enquadramento dos corpos de
água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
IV - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
V - a cobrança pelo direito de uso de recursos hídricos;
VI - o Sistema Estadual de Informações sobre Recursos Hídricos.
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
• O que dificulta a gestão das bacias hidrográficas é a tomada desta como unidade
territorial, já que seus limites não coincidem com as unidades federativas.
• O gerenciamento dos recursos hídricos ocorre em dois níveis jurisdicionais: os estados e a
União. Sendo assim, todos os rios que nascem e tem sua foz em um mesmo estado é dito rio
estadual e os demais são tidos como federais. Sob este aspecto, é notável a divisão do
gerenciamento em âmbito estadual e federal.
Domínio Estadual
Domínio Federal
Gestão Integrada e Participativa
Introdução
• Gestão participativa implica em descentralização, em organização de comunidades e de setores usuários, em
estabelecimento de regras de convivência para usos múltiplos deste recurso natural, para conservação,
preservação e garantia de sustentabilidade para uso de gerações futuras.
• No aspecto participativo, esse processo permite que os usuários, a sociedade civil organizada, as e outros
organismos possam influenciar nos processos decisórios das instituições integradas no sistema de
gestão dos recursos hídricos.
Introdução
Federal
Estadual
Municipal
Interação entre agentes
Usuários
Sociedade civil
Outros órgão
Comitês das bacias hidrográficas
• Os comitês de bacias Hidrográficas são colegiados instituídos por Lei, no âmbito do
Sistema Nacional de Recursos Hídricos e dos Sistemas Estaduais.Considerados a base da gestão participativa e integrada da água, têm
papel deliberativo e são compostos por representantes do Poder Público, da sociedade
civil e de usuários de água e podem ser oficialmente instalados em águas de domínio da União e dos Estados. Existem comitês federais e comitês de bacias de rios estaduais, definidos
por sistemas e leis específicas.
I - da União;II - dos Estados e do Distrito Federal
cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas respectivas áreas de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
V - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.
I - representantes das instâncias regionais das instituições públicas estaduais, com atuação relevante nas questões de meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento sustentável;
II - representantes dos Municípios;III - representantes de entidades da
sociedade civil com atuação regional relacionada com recursos hídricos;
IV - representantes de usuários de recursos hídricos.
V - representantes de comunidades tradicionais e indígenas existentes nas bacias hidrográficas.
Comitês Estaduais
Lei 9433/97 e Lei Estadual 12.726
Comitês Federais
Comitês das bacias hidrográficas
A Resolução prevê que os representantes dos usuários sejam 40% do número total de representantes do Comitê. A somatória dos representantes dos governos municipais, estaduais e federal não poderá ultrapassar a 40% e, os da sociedade civil organizada ser mínimo de 20%.
Competências• Debates, articulação;• Arbitrar conflitos em primeira instância.• Aprovar o plano da bacia hidrográfica.• Submeter o PRH a audiência pública.• Acompanhar a execução do plano.• Integração do PRH com planos setoriais de drenagem
resíduos,• saneamento e de Manejo integrado de solo e águas.• Propor ao CERH critérios e normas de outorga, Integração
setorial e• diretrizes de manejo do solo.• Aprovar propostas das UEDS em relação ao
enquadramento, • critérios de cobrança e plano de aplicação.
Agencias de Água
• As Agências de Águas atuarão como secretarias executivas do respectivo
Comitê de Bacia Hidrográfica e terão a mesma área de atuação desses. A criação das Agências está condicionada, em cada
bacia, à prévia existência do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica e à sua
viabilidade financeira.
PR1 CBH do Alto Iguaçu e Afluentes do Alto Ribeira
PR2 CBH do Rio Tibagi
PR3 CBH do Rio Jordão
PR4 CBH Paraná III
PR5 CBH dos Rios Pirapó, Paranapanema 3 e Paranapanema 4
PR6 CBH Norte Pioneiro
• As dificuldades na execução da Lei, que fala em gestão participativa, recaem justamente sobre as estratégias para
garantir representação e a presença do cidadão comum, aquele sem identidade
usuário-consumidor das águas, a maioria da população, enfim. Esta desaparece por não estar organizada, sob forma objetiva,
para participar de gestão das águas.
Bacia do Alto Iguaçu
Bacia do Alto Iguaçu
• A bacia hidrográfica do Alto Iguaçu faz parte da bacia do Iguaçu que por sua vez integra a bacia do Paraná. Esta localizada
no estado do Paraná, compreendendo parte da RMC, próximo ao litoral, numa
zona compreendida entre a Serra do Mar e a escarpa Devoniana, com uma área
total de 6.036 km².
• A Bacia do Alto Iguaçu é de fundamental importância para o Estado do Paraná. E
nela que estão os mananciais de abastecimento de Curitiba e Região
Metropolitana. Atualmente, através da expansão urbana, a qualidade e disponibilidade de água destes
mananciais estão sendo comprometidas.
Bacia do Alto Iguaçu
• Segundo ANDREOLI et al. (1999, p.3) “manancial é qualquer corpo d’água,superficial
ou subterrâneo utilizado como fonte de abastecimento e bacia hidrográfica de
manancial é a área localizada a montante do local de captação para abastecimento,
delimitada pelas divisões topográficas das superfícies de escoamento ou pelo conjunto de canais de escoamento perenes e/ou efêmeros
que integram sua rede de drenagem”
• A Bacia do Alto Iguaçu abrange 13 municípios
APA´s
• Dentre os instrumentos de gestão para conservação da água, destacam-se as APA´s As Áreas de Proteção
Ambiental (APA’s), segundo artigo nº. 15 da Lei Federal nº. 9985/00, são áreas extensas com um certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente
importantes para aqualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais.
ICMS ecológico
• O ICMS ecológico, criado pioneiramente no estado do Paraná, é um instrumento econômico
que busca uma compensação financeira aos municípios que não podem incluir nos
zoneamento de áreas destinadas a proteção de um recurso natural, indústrias e outras
atividades poluidoras. Por este motivo entende-se que este instrumento também contribui
indiretamente na conservação dos recursos hídricos.
ICMS ecológico
• Foi estabelecido através da Lei Complementar 59 de 01 de Outubro de
1991 dispondo sobre a repartição de 5% do ICMS, a que alude o art. 2°. da Lei n°. 9.491/90, aos municípios com mananciais
de abastecimento e unidades de conservação ambiental.
Lei Estadual n° 12.248/98,
• Devido às pressões existentes nas áreas de mananciais e a necessidade de uma política ambiental claramente delineada no âmbito regional, é que o Governo do
Estado do Paraná teve a iniciativa de criar uma legislação específica para a Região
Metropolitana de Curitiba afim de assegurar a qualidade da água dos
mananciais dessa região.
• Esta lei foi criada com os seguintes objetivos:I - assegurar as condições essenciais à recuperação e preservação
dos mananciais para o abastecimento público; II - integrar as ações dos vários órgãos e esferas do poder público
estadual, municipal e iniciativas de agentes privados; III - compatibilizar ações de proteção ao meio ambiente e de
preservação de mananciais de abastecimento público com política de uso e ocupação do solo e com o desenvolvimento sócio-
econômico, sem prejuízo dos demais usos múltiplos; IV - empreender a ações de planejamento e gestão das bacias
hidrográficas de mananciais segundo preceitos de descentralização e participação do Poder Público, dos usuários e
das comunidades; V - propiciar a instalação de instrumentos de gestão de recursos
hídricos, preconizados pela Lei Federal nº 9 433/97, no âmbito dos mananciais da Região Metropolitana de Curitiba
• Do Uso e Ocupação do Solo nas Áreas de Proteção Art. 9º - Para efeito da implementação das políticas públicas tratadas
nesta Lei, são consideradas áreas de intervenção: I - Áreas de Restrição à Ocupação - as de interesse de preservação
com o objetivo de promover a recuperação e a conservação dos recursos naturais, assegurando a manutenção da biodiversidade e
a conservação do ecossistema; II - Áreas de Ocupação Orientada - as comprometidas com processos
de parcelamento do solo (loteamentos urbanos), por processos de ocupação urbana, as áreas de transição entre as áreas rural e
urbana, sujeitas à pessão de ocupação, que exijam a intervenção do poder público no sentido de minimizar os efeitos poluidores
sobre os mananciais; III - Áreas de Urbanização Consolidada- as de interesse de
consolidação da ocupação urbana, saneando e recuperando as condições ambientais.
IV - Áreas Rurais- as destinadas à produção agro-silvi-pastoril.
• A política de uso e ocupação do solo das áreas de mananciais, após a Lei Estadual
n° 12.248/98, vem se consolidando através de duas figuras espaciais,
denominadas de Unidades Territoriais de Planejamento - UTPs e Áreas de Proteção
Ambiental – APAs. (Figura 1).
Estudo de Caso da Paraíba
• Na Paraíba são três as principais leis que regulam o gerenciamento dos recursos hídricos:
a) Lei 6.308 de 02 de julho de 1996, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos, suas
diretrizes e dá outras providências;b) Lei 6.544 de 20 de outubro de 1997, que cria a
Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais - SEMARH; dá
nova redação e revoga dispositivos da Lei 6.308/96 que institui a Política Estadual de
Recursos Hídricos e dá outras providências;c) Lei 7.033 de novembro de 2001, que cria a Agência de Águas, Irrigação e Saneamento do
Estado da Paraíba - AAGISA e dá outras providências.
Aspectos considerados
• Dissonância entre as políticas estadual e federal, fruto provavelmente da ordem cronológica em que as mesmas foram
sancionadas.
Aspectos considerados
• Outra questão levantada é o fato das leis estudais não incluir nelas o caráter
obrigatório da constituição e ação dos Comitês de Bacia no Sistema Estadual de
Gerenciamento como elementos do subsistema do SNGRH.
Aspectos considerados
• Na Paraíba observa-se um problema, também verificado a nível federal, quanto a gestão dos recursos hídricos, que é a
falta de preservação, proteção ou renaturalização dos rios; e a falta de
transparência no sistema de cobrança pelo uso da água e a conseqüente a
aplicação dos recursos arrecadados por esse sistema.
Aspectos considerados
• Inexistência de um órgão especializado em gerir exclusivamente os recursos hídricos.
• Integração entre dois setores como saneamento e irrigação num mesmo órgão ligado aos
recursos hídricos, pois, ficaria o mesmo órgão responsável por fiscalizar e fornecer o serviço.
O problema em se misturar os dois gerenciamentos na mesma agência é que
poderá resultar necessariamente de priorizar um em detrimento do outro.
Conclusão
• Pode-se observar através deste trabalho a importância da legislação como uma ferramenta na
gestão dos recursos, contudo a eficácia desta ferramenta esta na sua aplicação por parte dos
gestores.
• Ressalta-se também a importância de uma gestão compartilhada e participativa, entre as esferas
federais, estaduais, municipais, e os setores dos usuários, já que os limites das bacias hidrográficas
não se restringem aos limites geográficos.
Conclusão
• A gestão integrada e participativa, que leva em consideração a opinião e o conhecimento dos moradores na
tomada de decisões, pode trazer melhores resultados, pois faz com
que esses cidadãos tornem-se mais comprometidos com a
conservação dos recursos hídricos.
Obrigada !